Manual de Standards: Unidades de Gestão Clínica

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Manual de Standards

Unidades de Gestão Clínica ME 5 1_08


ME 5 1_08

Fevereiro 2023

Edição e Adaptação
Departamento da Qualidade na Saúde
Direção-Geral da Saúde
Alameda D. Afonso Henriques, 45
1049-005 Lisboa
Tel.: 218 430 800 / Fax: 218 430 846
[email protected]
www.dgs.pt

Revisão
Infofluxos – Edição e Comunicação, Lda.

Conceção e Paginação
Cempalavras – Comunicação Empresarial, Lda.

ISBN 978-972-675-335-3

Adaptado de
Manual de Estándares de Unidades de Gestão Clínica ME 5 1_08
Sob autorização da Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía
https://www.sspa.juntadeandalucia.es/agenciadecalidadsanitaria
PREFÁCIO
O conceito de Qualidade é seguramente um dos mais frequentemente referidos em qualquer
comunicação feita sobre saúde. Todos os atores intervenientes na área da saúde (políticos,
instituições, pessoas, profissionais, doentes, órgãos de informação, entre outros) concordam
em considerar a Qualidade como um parâmetro fundamental para qualquer sistema de saúde.
A relevância do conceito talvez resida na capacidade que possui em resumir numa única pala-
vra as necessidades e expectativas das diferentes partes interessadas, permitindo questionar
se um sistema de saúde funciona e como.

No entanto, a qualidade não é só isso. Trata-se, antes de mais, de uma área bem definida,
com o seu corpus teórico próprio e uma grande tradição de estudos empíricos, que teve a
sua origem na época industrial. Desde então, esta área tem vindo a desenvolver-se progres-
sivamente, oferecendo às organizações da saúde distintas ferramentas de gestão como
suporte em qualquer situação e como forma de evoluir continuamente, incorporando as
oportunidades de melhoria e a aprendizagem organizacional de uma maneira ordenada,
coerente, sistemática e sistémica.

Como consequência, as instituições que implementaram estas ferramentas desenvolveram com


o tempo uma cultura da qualidade baseada na melhoria contínua como modelo da sua gestão.
O objetivo deste Manual de standards é tornar-se numa dessas ferramentas e ajudar as Unidades
de Gestão Clínica a encarar novos desafios que lhes permitam desenvolver, progredir e melhorar
de forma contínua a sua cultura da qualidade.

Desde a sua primeira edição que o Manual de Unidades de Gestão Clínica contou, na sua
elaboração e desenvolvimento, com a participação de inúmeros profissionais do sistema
de saúde português e especialistas na área da qualidade, que, através da sua colaboração,
definiram padrões baseados nas novas estratégias da saúde e nas melhores evidências
científicas disponíveis.

Atualmente publicamos uma nova edição deste Manual de standards, incorporando as me-
lhorias que fomos identificando e a aprendizagem organizacional que fomos adquirindo nos
últimos anos. Mais uma vez, contámos com a colaboração inestimável de um amplo Comité
Técnico composto por profissionais de saúde, muitos deles referenciais da qualidade nas suas
instituições de saúde, e outros colaboradores e participantes diretos em processos de certi-
ficação enquanto avaliadores.

Esta nova edição do Manual de Unidades de Gestão Clínica é o resultado de um processo de revi-
são e desenvolvimento que apostou na racionalização e simplificação do modelo de certificação,
com vista a torná-lo mais acessível e melhorar a sua coerência interna, reduzindo o número de
standards da qualidade de 101 da versão anterior para 76 da versão atual. Além disso, o Ma-
nual é apresentado com um novo design e novos elementos gráficos. Os standards estão agora
agrupados de um modo inovador em 3 blocos e 6 critérios, que evidenciam aspetos cruciais na
prestação dos serviços de saúde, como por exemplo: a gestão da unidade, mediante a liderança,
a forma como se organiza, os profissionais e a gestão por processos; a atenção centrada no
doente, incluindo normas relacionadas com os direitos, a continuidade assistencial e a qualida-
de técnico-científica; e a cultura da segurança, com aspetos como as boas práticas, a gestão
proativa e reativa dos riscos e a gestão de um ambiente seguro na unidade.

Contamos que este documento cumpra o seu objetivo, acrescente valor às unidades e responda
às expectativas dos profissionais que nelas trabalham.

Equipa de Certificação
Departamento da Qualidade na Saúde (DQS)
Direção-Geral da Saúde (DGS)
ÍNDICE

1. Introdução 5

2. Âmbito de aplicação do Manual 6

3. Estrutura de um standard 7

4. Estrutura do Manual 9

5. Fases do processo de certificação 11

Fase 1: Pedido de certificação 11

Fase 2: Autoavaliação 12
Recomendações para abordar a fase de autoavaliação 12
Em que consiste a autoavaliação? 12

Fase 3: Avaliação 13
Resultados da certificação 13

Fase 4: Acompanhamento 14

6. Standards do Manual 15

Bloco 1. Gestão da Unidade 16


Critério 1. Liderança e organização da Unidade 17
Critério 2. Gestão por processos assistenciais 27

Bloco 2. Atenção centrada no doente 31


Critério 3. Direitos do doente e continuidade assistencial 32
Critério 4. Qualidade técnico-científica 43

Bloco 3. Segurança 49
Critério 5. Segurança do doente 50
Critério 6. Suporte 61

Anexo I. Unidades de Diagnóstico Laboratorial 70

Anexo II. Unidades de Diagnóstico Imagiológico 79

7. Glossário de Termos 88

8. Comissão Técnica 97

4
1. INTRODUÇÃO
O Modelo de Certificação do Ministério da Saúde visa contribuir para a prestação de cuidados
de saúde seguros e de alta qualidade, através do estabelecimento de standards baseados na
evidência e nas melhores práticas.

Os standards são elaborados no âmbito de Comités Técnicos integrados por profissionais espe-
cialistas do sistema de saúde português. As unidades de saúde, ao terem estes standards como
referencial, podem refletir sobre como fazem atualmente e identificar o que precisam de fazer
para melhorar a qualidade dos seus serviços, a segurança do doente e a eficiência.

O que é a certificação?

É uma ferramenta metodológica útil, que permite demonstrar em que medida as atividades são
realizadas de acordo com padrões de qualidade e que proporciona, mediante avaliações externas,
o reconhecimento público e expresso às unidades de saúde que os cumprem e demonstram. Ao
mesmo tempo, valoriza o compromisso das unidades de saúde em melhorar os seus processos,
a segurança e a qualidade do atendimento que prestam às pessoas.

Durante o processo de certificação, é fornecida informação às unidades sobre os seus pontos


fortes e fracos, favorecendo e promovendo processos de avaliação e melhoria contínua.

8 BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO

• Os standards constituem uma ferramenta de apoio à gestão eficiente e eficaz


da unidade, bem como ao planeamento da qualidade do serviço prestado.

• Permite iniciar ciclos de avaliação para identificar desvios ou falhas face ao planeado.

• Possibilita a revisão dos fluxos de trabalho, otimizando os processos.

• Facilita a normalização da prática clínica.

• Permite melhorar a qualidade e alcançar melhores resultados.

• Aprendizagem colaborativa.

• Ambiente seguro para profissionais e pessoas.

• Gera transparência, visibilidade e confiança; por fim, traz reconhecimento externo.

5
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO MANUAL
O universo de aplicação deste Manual é constituído pelas estruturas organizativas (unidades)
que prestam os serviços clínico-assistenciais definidos na sua carteira de serviços – Unidades
de Gestão Clínica.

No Serviço Nacional de Saúde (SNS), essas estruturas incluem diferentes tipos de unidades
funcionais nos cuidados de saúde primários e hospitalares. Estas unidades dependem de uma
estrutura superior (centro hospitalar, unidade local de saúde, região de saúde ou qualquer
outra, que disponibiliza serviços de suporte não assistencial (manutenção de equipamentos
eletromédicos e de instalações, limpeza, hotelaria, lavandaria e sistemas de informação, etc.).

Com este Manual de Unidades de Gestão Clínica podem ser certificadas unidades funcionais de
cuidados de saúde primários, unidades/serviços médicos ou hospitalares, unidades médico-­
-cirúrgicas, unidades cirúrgicas, unidades de emergência, unidades de farmácia hospitalar,
unidades de medicina preventiva, unidades de radiofísica e unidades de diagnóstico imagio-
lógico. Não se enquadram neste âmbito as unidades de laboratórios clínicos, para as quais
existe um Manual de Laboratórios Clínicos com normas específicas.

Em alguns casos, a carteira de serviços de uma Unidade de Gestão Clínica inclui, além dos
serviços assistenciais, serviços clínicos de apoio ao diagnóstico e tratamento, como labo-
ratório clínico e diagnóstico imagiológico. Para complementar os standards do Manual da
Unidade, foram desenvolvidos dois Anexos com standards específicos para estes serviços
de apoio clínico (Anexo I e Anexo II).

6
3. ESTRUTURA DE UM STANDARD
Um standard é um elemento de medida com o qual se avalia a qualidade da unidade. Os standards
são dicotómicos (ou cumprem-se ou não se cumprem) e todos os elementos avaliáveis que o
compõem devem ser atendidos para que o standard seja cumprido.

Cada standard do Manual é composto por uma série de elementos: definição, grupo, código,
propósito e elementos avaliáveis. Esses elementos são especificados na figura.

c Código Definição a

Grupo b

d Propósito e Elementos avaliáveis

a) Definição: estabelece o caminho ou a meta que a unidade deve alcançar.

b) Grupo: assinala, através de ícones, o nível de complexidade do standard segundo a classificação


seguinte: Grupo I (alguns de carácter obrigatório, cujo ícone aparece rodeado por um círculo),
Grupo II ou Grupo III.

Obrigatório Grupo I Grupo II Grupo III

7
Os standards do Manual classificam-se em grupos, existindo standards obrigatórios e standards
para alcançar níveis da qualidade mais elevados, proporcionando ao processo de certificação
um carácter progressivo (Bom, Ótimo e Excelente):

 tandards do Grupo I contemplam, entre outros aspetos, os direitos das pessoas, os


•S
princípios éticos e a segurança de doentes e profissionais. Alguns standards do Grupo I
são considerados obrigatórios e, portanto, têm de estar cumpridos para se alcançar
qualquer nível de certificação.

• Standards do Grupo II incluem elementos associados a um maior desenvolvimento da insti-


tuição (sistemas de informação, novas tecnologias e redesenho de espaços organizativos).

• Standards do Grupo III demonstram que a unidade gera inovação e desenvolvimento para
a sociedade em geral.

c) C
 ódigo: os números que o constituem indicam, da esquerda para a direita, o Manual a que o
standard pertence, o critério em que o standard se enquadra, a ordem numérica que ocupa
dentro do critério e o número de revisões realizadas. Assim, na anterior figura, o código do
standard indica que pertence ao Manual de Unidades de Gestão Clínica (Manual número 5),
que está localizado no critério 3 (“Direitos do doente e continuidade assistencial”), que é o
segundo standard desse critério e que foi revisto três vezes.

d) Propósito: corresponde ao objetivo do standard e acrescenta informação para contextualizá-lo.

e) Elementos avaliáveis: destinam-se a clarificar o standard e a sua enumeração torna mais fácil
à unidade trabalhar sequencialmente com o standard e preparar-se para a visita de avaliação.
Estes elementos avaliáveis são requisitos necessários para cumprir de forma absoluta com o
standard. Alguns elementos avaliáveis podem ser evidenciados através de documentos como
relatórios, registos, atas, informações, protocolos, etc.

8
4. ESTRUTURA DO MANUAL
O Manual está estruturado em 3 blocos e os standards grupados em 6 critérios de acordo com
a sua temática:

BLOCO 1: CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 2


GESTÃO DA
UNIDADE LIDERANÇA GESTÃO POR
E ORGANIZAÇÃO PROCESSOS
DA UNIDADE ASSISTENCIAIS

Assegurar uma organização Promover um modelo de cuidados


eficiente da Unidade e alinhada de saúde baseado na gestão por
com a estratégia e os objetivos processos assistenciais, que ajude
da instituição, através de políticas a melhorar e redesenhar os fluxos
da qualidade, sistemas de de trabalho, aumentar a eficiência
avaliação contínua e canais e responder às necessidades e
de comunicação efetivos. expectativas dos doentes.

BLOCO 2: CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 4


ATENÇÃO QUALIDADE
DIREITOS
CENTRADA TÉCNICO-CIENTÍFICA
DO DOENTE
NO DOENTE
E CONTINUIDADE
Apoiar o uso de ferramentas
ASSISTENCIAL
baseadas na melhor evidência
científica, com vista a prevenir,
Garantir a acessibilidade e diagnosticar, tratar e cuidar dos
continuidade assistencial, assim doentes, bem como fomentar a
como a proteção dos direitos dos investigação e inovação biomédica
doentes e o respeito pelos seus e sanitária.
valores e crenças, através de uma
atenção baseada na humanização
e dignidade da pessoa.

BLOCO 3: CRITÉRIO 5 CRITÉRIO 6


SEGURANÇA
SEGURANÇA SUPORTE
DO DOENTE
Reforçar a gestão do meio
Estimular a implementação de boas envolvente da Unidade para
práticas destinadas a minimizar os reduzir e controlar os riscos,
riscos e aumentar a segurança na assegurando circuitos de
prestação dos cuidados de saúde, comunicação e coordenação
através de políticas de segurança efetivos com os serviços de
baseadas na gestão do risco e na suporte da instituição, com
aprendizagem com os erros. vista à manutenção, segurança
e funcionamento das instalações
e dos equipamentos.

9
Na tabela seguinte apresenta-se um resumo da distribuição dos standards do Manual segundo
o critério e o grupo a que pertencem:

BLOCO 1: BLOCO 2: BLOCO 3:


GESTÃO DA UNIDADE ATENÇÃO CENTRADA SEGURANÇA
NO DOENTE

CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 5


LIDERANÇA DIREITOS DO DOENTE SEGURANÇA
E ORGANIZAÇÃO E CONTINUIDADE DO DOENTE
DA UNIDADE ASSISTENCIAL

6 4 5 2 9 5 2 1 7 3 2 1

TOTAL: 17 TOTAL: 17 TOTAL: 13

CRITÉRIO 2 CRITÉRIO 4 CRITÉRIO 6


GESTÃO POR QUALIDADE SUPORTE
PROCESSOS TÉCNICO-CIENTÍFICA
ASSISTENCIAIS

1 1 2 1 1 3 4 2 7 3 3 1

TOTAL: 5 TOTAL: 10 TOTAL: 14

31 (40,79%) 19 (25%) 18 (23,68%) 8 (10,53%) TOTAL: 76

10
5. FASES DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
O processo de certificação segundo o Modelo de Certificação do Ministério da Saúde é um
processo dinâmico e contínuo no tempo. Tem por objetivo promover a melhoria contínua da
qualidade nas unidades de saúde. As 4 fases do processo são aqui descritas:

Fase 4: Acompanhamento

UA CERTIFICAÇÃO
N TÍN RENOVAÇÃO
CO
IA
OR Ciclo de
5 anos
H
EL

Evolução das áreas de melhoria


M

6 meses máx.
DE
NO

Relatório de avaliação
PLA

Visita de avaliação

Fase 3: Avaliação
Avaliação de acompanhamento
2 anos e meio depois da visita
Colocação de evidências positivas e áreas de melhoria
12 meses máx.

Manual de standards

Fase 2: Autoavaliação

Apresentação

Designação de responsáveis

Fase 1: Pedido de certificação

Fase 1: Pedido de certificação

O responsável da Unidade pode solicitar o início ou a renovação do processo de certificação


através do preenchimento do formulário de candidatura disponível na plataforma informática
@Qredita, existente no site da Direção-Geral da Saúde (DGS)/Departamento da Qualidade na
Saúde (DQS).

Uma vez aceite a candidatura, a DGS/DQS designa o responsável pelo projeto de certificação e
a Unidade designa o seu responsável interno. O responsável da DGS/DQS contacta com o res-
ponsável da Unidade para lhe explicar o processo de certificação. A partir desse momento, são
estabelecidos os canais de comunicação entre as duas partes para a resolução de dúvidas e
acompanhamento durante o tempo que durar o processo.

11
Fase 2: Autoavaliação

Durante esta fase, que tem uma duração máxima de 12 meses (365 dias), a equipa de auto­
avaliação, coordenada pelo respetivo responsável da Unidade, leva a cabo um exercício de
análise e reflexão interna sobre os standards, identificando o que a Unidade está a fazer
bem (evidências positivas) e o que pode fazer para melhorar (áreas de melhoria). Para facili-
tar o trabalho, a DGS/DQS disponibiliza às unidades a plataforma informática @Qredita, onde
podem ser introduzidas as evidências positivas, as áreas de melhoria e os documentos que
respondem aos standards.

Cerca de um mês após o início da fase de autoavaliação, e depois de acordada com a Unidade, é
marcada a data da avaliação externa, o que facilita o planeamento adequado da auto­avaliação.
Marcada essa data, o responsável da DGS/DQS envia para a Unidade a agenda para a visita
de avaliação. Trata-se de um documento que contém o horário da visita, as atividades que os
avaliadores vão realizar, os recursos necessários para que a visita seja efetuada de forma
adequada e os documentos relativos aos standards do Manual.

Para que a equipa de autoavaliação realize uma autoavaliação produtiva, é importante que o
responsável da Unidade conte com o apoio do responsável da DGS/DQS e tenha em consideração
o referencial da qualidade da instituição, além de:

• Conhecer o modelo de certificação e seus standards;


• Atribuir e coordenar responsabilidades e tarefas da equipa de autoavaliadores;
• Estabelecer fluxos de comunicação com diferentes estruturas da instituição.

Recomendações para abordar a fase de autoavaliação

É importante que o trabalho seja feito em equipa para evitar sobrecargas e permitir que as
melhorias realizadas nessa fase sejam do conhecimento de todos os profissionais da Unidade.
Em primeiro lugar, o responsável da Unidade deve planear a autoavaliação: definir os objeti-
vos a alcançar, selecionar a equipa de autoavaliação, distribuir os standards entre os auto­
avaliadores de acordo com seu nível de conhecimento e definir um plano de trabalho.

Em segundo lugar, a equipa de autoavaliação deve começar a realizar a autoavaliação. Reco-


menda-se abordar primeiro os standards de carácter obrigatório, especialmente aqueles em
que a Unidade apresenta fraquezas, e depois ir avançando com os restantes standards de
acordo com o objetivo definido. O responsável da Unidade pode convocar reuniões periódicas
para partilhar o trabalho realizado e as melhorias identificadas. Através de informação e re-
latórios existentes pode fazer-se um acompanhamento exaustivo da evolução do processo
(ex.: gráfico de conformidades, documentos anexos a evidências positivas e áreas de melhoria,
áreas a melhorar identificadas, alcançadas, etc.).

Em que consiste a autoavaliação?

Consiste em refletir sobre cada standard identificando como a Unidade lhe dá resposta
(evidências positivas) e como pode melhorar (áreas de melhoria), descrevendo-as de forma
clara e detalhada na plataforma informática @Qredita. As evidências e/ou áreas de melho-
ria identificadas podem ser acompanhadas pelos documentos solicitados pelo standard
(ex.: procedimentos, registos, análises de resultados, relatórios, etc.).

Durante esta fase de reflexão sobre os standards, podem surgir dúvidas que devem ser
esclarecidas com o responsável da DGS/DQS através do canal de comunicação criado para o
efeito (plataforma informática @Qredita).

12
Fase 3: Avaliação

Uma vez terminada a fase de autoavaliação, planifica-se de forma consensual entre a Direção
da Unidade e o responsável pelo projeto da DGS a futura visita de avaliação externa. Os ava-
liadores que vão participar na avaliação externa do processo de certificação encarregam-se
de estudar toda a informação constante na aplicação informática @Qredita durante a fase de
autoavaliação e outras evidências que vão recolher durante a visita de avaliação.

Para a recolha de informação usam-se diversos métodos: estudo do desenho da prestação do


serviço (análise de processos, procedimentos, acordos, planos, objetivos, resultados, entrevis-
tas a responsáveis da Unidade, etc.), estudo da prestação do serviço em si (histórico de saúde,
registos, indicadores de processos, entrevistas a profissionais da Unidade, observação direta
dos espaços, das instalações e da atividade desenvolvida pelos profissionais, etc.) e análise da
experiência da pessoa (entrevistas com doentes e familiares, revisão de reclamações, inqué-
ritos de satisfação, etc.). A triangulação entre esses métodos identificará se existem lacunas
entre si. A informação obtida antes, durante e após a avaliação será tratada com absoluta
confidencialidade.

Concluída a visita de avaliação externa, a equipa de auditores elabora um relatório onde é


especificado o grau de cumprimento dos diferentes standards em análise e as suas conclu-
sões e ações daí decorrentes, o qual é depois enviado à equipa diretiva da Unidade.

Resultados da certificação

•P
 endente de estabilização de standards obrigatórios
Situação que se mantém até que os planos de melhoria e/ou as ações corretivas da Uni-
dade cumpram a totalidade dos standards obrigatórios do Grupo I. Num prazo máximo de
seis meses (180 dias), a Unidade deve tratar os motivos da não conformidade através de
planos de melhoria. A resolução da situação permite à Unidade alcançar um dos seguintes
níveis de certificação:

•C
 ertificação no nível Bom: obtém-se quando a Unidade cumpre igual ou acima dos 70% dos
standards do Grupo I, incluindo-se nesta percentagem a totalidade (100%) dos standards
considerados obrigatórios.

• Certificação no nível Ótimo: obtém-se quando a Unidade cumpre 100% dos standards do
Grupo I e cumpre igual ou superior a 40% dos standards do Grupo II.

•C
 ertificação no nível Excelente: obtém-se quando a Unidade alcança o cumprimento de
100% dos standards do Grupo I e do Grupo II e uma percentagem de cumprimento igual
ou superior a 40% dos standards do Grupo III.

BOM ÓTIMO EXCELENTE

GRUPO I ≥ 70% incluindo os obrigatórios 100% 100%

GRUPO II ≥ 40% 100%

GRUPO III ≥ 40%

13
Fase 4: Acompanhamento

A validade do certificado é de cinco anos, período durante o qual a Unidade se encontra em


fase de acompanhamento. A constante autoavaliação na fase de acompanhamento permite
à Unidade concretizar o seu plano de melhoria contínua: consolidar os resultados alcançados,
implementar as melhorias identificadas na autoavaliação inicial e as identificadas pela equipa
de avaliação, bem como trabalhar novos standards.

A DGS/DQS realiza uma visita de acompanhamento à Unidade durante o período de vigência


do certificado, ou alguma mais se existirem circunstâncias especiais que o justifiquem, com
o objetivo de assegurar a estabilidade de cumprimento dos standards ao longo do tempo e,
assim, a manutenção do nível de certificação obtido.

Para a renovação da certificação, aproximadamente um ano antes do término da validade do


certificado, é necessário que a Unidade reinicie o processo realizando uma nova candidatura.

Se durante o processo de certificação a DGS/DQS tiver conhecimento da ocorrência de um inci-


dente de segurança na Unidade, a Comissão de Certificação poderá analisar o caso e, seguindo
a Política de Segurança descrita no Documento Geral de Certificação de Unidades de Saúde,
exigir que a Unidade faça uma Análise de Causa Raiz e envie o relatório resumido e um plano
de ação. Caso uma resposta aceitável não seja apresentada dentro do prazo estabelecido, a
certificação poderá ser retirada.

14
6. Standards do Manual

15
CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 2

LIDERANÇA GESTÃO POR


E ORGANIZAÇÃO PROCESSOS
DA UNIDADE ASSISTENCIAIS

BLOCO 1:
GESTÃO DA UNIDADE
CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
OBJETIVO DO CRITÉRIO

A liderança eficaz da Unidade é fundamental para que a sua organização seja eficiente e o
atendimento que se oferece à pessoa seja excelente. A Unidade deve estar alinhada com a
missão, visão e objetivos da instituição e deve estabelecer canais de comunicação eficazes
com os respetivos órgãos de direção e com os próprios profissionais.

Os responsáveis da Unidade devem desenvolver iniciativas destinadas a definir a política e os


marcos de referência da qualidade, bem como facilitar e potenciar o trabalho dos profissionais,
com vista a cumprir os objetivos estabelecidos e a melhorar os resultados alcançados, assim
como a qualidade dos seus serviços.

Para tomar decisões objetivas e dispor de elementos que permitam comparar-se aos melhores,
é necessário levar a cabo uma monitorização e avaliação contínua dos resultados, nomeada-
mente em saúde, processos, atividade, acessibilidade, orçamento e segurança, entre outros.
Além disso, conhecer o grau de satisfação dos utilizadores, profissionais e clientes internos
permitirá identificar áreas de melhoria e estabelecer planos de ação para melhorar a quali-
dade da Unidade.

A abordagem dos seguintes standards ajudará a Unidade a:

•P
 otenciar a figura de diretor da Unidade, apoiando o papel da sua liderança participativa,
dotando-o de maior capacidade executiva para distribuir as atividades e de maior autonomia
na tomada de decisões.

•F
 omentar um estilo de liderança democrático, estabelecendo fórmulas que permitam
a participação dos profissionais na direção da Unidade, promovendo a autonomia e a
responsabilidade dos mesmos na gestão dos serviços.

•G
 erir de forma eficaz os recursos humanos disponíveis, identificando os profissionais mais
apropriados em cada área de trabalho, tendo em conta as funções e responsabilidades
definidas.

•D
 efinir uma estrutura de trabalho para a gestão da qualidade da Unidade e realizar um con-
trolo eficiente e sistemático de toda a sua documentação.

•S
 elecionar os indicadores que devem fazer parte do painel de controlo da Unidade, para ava-
liar os dados e transformá-los em informação útil, bem como permitir a tomada de decisões
baseadas em factos objetivos.

•D
 efinir, planear e coordenar as atividades necessárias para melhorar a atenção oferecida
aos utilizadores da Unidade, a partir do conhecimento das necessidades e expectativas da
pessoa, família, cuidadores e profissionais.

•C
 onhecer e resolver as sugestões e reclamações da pessoa e familiares em relação aos cui-
dados de saúde recebidos, utilizando a informação como elemento potenciador da qualidade
da Unidade.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


17 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade define o seu modelo de governação clínica.

Grupo: I

Código: S 5 01.01_01

Propósito: Definir o modelo de organização da Unidade para garantir a tomada de decisão


e sua implementação, as relações e a comunicação interna eficiente, com vista a atingir os
seus objetivos e a salvaguardar a adequada coordenação com outras direções da instituição.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade define o seu modelo de governação clínica (direção da Unidade e outros cargos
intermédios, etc.) e suas responsabilidades, o mecanismo de tomada de decisão e os canais
formais para a comunicação interna e coordenação com outras direções da instituição
(Gestão, Direção Médica, Direção de Enfermagem, etc.).

2. A
 direção da Unidade define os canais de comunicação entre os profissionais para comu-
nicarem os problemas de organização e funcionamento que identifiquem, assim como as
sugestões de melhoria.

3. A
 s decisões tomadas ficam registadas em atas e são divulgadas entre os profissionais da
Unidade, através dos canais formais estabelecidos para o efeito (ex.: reuniões de equipa,
boletins de comunicação interna, etc.).

A Unidade avalia periodicamente os objetivos contratualizados e envolve


os profissionais na sua realização.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 01.02_03

Propósito: Avaliar os objetivos contratualizados, alinhados com a missão, visão e valores.


Envolver os profissionais na realização dos mesmos estabelecendo, de forma participativa,
objetivos individuais.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade avalia, pelo menos semestralmente, o cumprimento dos objetivos contratualizados


(acordo de gestão clínica). No caso de alguns objetivos não alcançarem o nível de cumprimento
mínimo definido, a Unidade identifica áreas de melhoria.

2. O
 s profissionais têm conhecimento dos objetivos definidos pela Unidade e reconhecem o seu
contributo na concretização dos mesmos. Os profissionais acompanham a monitorização dos
objetivos, podendo sugerir ações de melhoria quando a Unidade não cumpra a meta definida.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


18 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade dispõe de um painel de controlo que fornece a informação
necessária para a tomada de decisões.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 01.03_01

Propósito: Dispor, de forma uniforme e resumida, dos indicadores relevantes que a Unidade
monitoriza para a tomada de decisões com base em resultados, além dos contemplados no
acordo de gestão clínica. Medir esses indicadores de forma sistemática e planeada para verifi-
car se estão nos níveis pré-estabelecidos e introduzir medidas corretivas, quando necessário.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade utiliza ferramentas (tableau de bord, balanced scorecard, business intelligence)


para controlar os indicadores de atividade, de processos assistenciais, orçamento, segurança
do doente, uso racional do medicamento, tempos de resposta e resultados em saúde (além
dos contemplados no acordo de gestão clínica).

2. A Unidade apresenta um plano de monitorização que explicita os indicadores e respetiva meta


de cumprimento, a periodicidade das medições dos indicadores e os responsáveis pelo seu
cumprimento. Foi criado um documento onde consta para cada indicador a fórmula de cál-
culo, a metodologia utilizada para o efeito (ex.: auditorias, auditorias internas, reclamações,
sistemas de informação, avaliação do grau de satisfação, formação, etc.), a fonte dos dados
e os critérios de inclusão e/ou exclusão a considerar.

3. A
 Unidade monitoriza os indicadores de acordo com a periodicidade definida e avalia os
resultados obtidos, identificando melhorias quando necessário e informando os profis-
sionais das mesmas.

A Unidade cumpre os objetivos orçamentais acordados.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 01.04_03

Propósito: Cumprir os objetivos orçamentais acordados com a instituição. Realizar um


acompanhamento e controlo periódico do grau de cumprimento dos mesmos, com vista a
corrigir atempadamente possíveis desvios.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade cumpre os objetivos orçamentais acordados (recursos humanos, consumo
clínico e hoteleiro, medicamentos, etc.).

2. N
 o caso de se registar um desvio no orçamento, a Unidade analisa as causas e implementa
ações corretivas.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


19 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade dispõe de um sistema de gestão documental.

Grupo: I

Código: S 5 01.05_00

Propósito: Gerir e controlar de modo eficaz e sistemático a criação, manutenção, utilização e


disposição dos documentos da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe de um responsável pela documentação necessária para que a sua gestão
seja eficaz e eficiente (ex.: procedimentos, protocolos, guias, planos de cuidados, planos de
segurança, registos e qualquer outra documentação necessária) e tem definidos os prazos
de revisão da documentação.

2. Os documentos da Unidade são indexados e mantidos atualizados. Os documentos contêm,


no mínimo, as datas de elaboração e de revisão e os profissionais responsáveis pelas etapas
de elaboração, validação, aprovação e revisão.

3. O
 s documentos da Unidade estão acessíveis aos profissionais em qualquer momento.

A Unidade elabora um plano de atividades.

Grupo: I

Código: S 5 01.06_02

Propósito: Definir as atividades a realizar alinhadas com os objetivos estratégicos previamente


definidos e as metas a alcançar. Envolver os profissionais da Unidade na elaboração e imple-
mentação do plano de atividades, contribuindo assim para a melhoria da cultura da qualidade.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade define e implementa um plano de atividades, que contempla o tempo de vigência,


responsabilidades atribuídas, objetivos, atividades e indicadores para a sua avaliação. Define
as atividades valorizando como princípios as dimensões da qualidade a alcançar, as necessi-
dades e expectativas da pessoa, família e profissionais e a estratégia da Unidade/Instituição
a que pertence.

2. Os profissionais da Unidade conhecem o plano de atividades e participaram na sua elaboração


e implementação.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


20 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade desenvolve auditorias internas destinadas a avaliar o grau
de cumprimento do seu sistema de gestão da qualidade.

Grupo: II

Código: S 5 01.07_00

Propósito: Planear e executar auditorias internas que permitem à Unidade conhecer o nível de
qualidade dos seus serviços, identificando desvios na implementação do plano de atividades.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade elabora um programa de auditoria que inclui, pelo menos, o número de auditorias
a realizar, o âmbito, os auditores selecionados e a respetiva calendarização. No plano de
cada auditoria consta o âmbito da auditoria, os critérios da auditoria, a equipa auditora
e a metodologia a utilizar, com referência ao processo de amostragem e organização das
atividades a auditar, bem como com indicação do auditor atribuído a essa avaliação e dos
profissionais do serviço auditado a envolver.

2. A Unidade efetua auditorias internas para avaliar o nível de cumprimento das linhas definidas
no seu sistema de gestão da qualidade (inclui plano de atividades, requisitos deste referencial
da qualidade e requisitos regulamentares e normativos da Unidade), emitindo um relatório
da auditoria e as medidas corretivas a implementar.

3. Os profissionais da Unidade são informados dos resultados obtidos e das medidas corretivas
a implementar.

4. A Unidade avalia o grau de cumprimento do programa de auditoria e processo de implemen-


tação e monitoriza as ações de melhoria a implementar para o próximo ciclo.

A Unidade elabora e divulga um relatório de atividades.

Grupo: II

Código: S 5 01.08_02

Propósito: Elaborar e divulgar um documento anual que reflete os resultados obtidos em relação
às principais linhas de atividade e resultados da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade elabora um relatório anual das atividades realizadas, que inclui aspetos da
atividade, formação, investigação e resultados (ex.: tempos de resposta, satisfação,
reclamações, produção e desempenho clínico, segurança dos cuidados, notificação de
incidentes e eventos adversos, resultados das auditorias, etc.).

2. O relatório anual de atividades é divulgado aos profissionais e uma versão simplificada aos
utilizadores da Unidade.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


21 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade compara os seus resultados com os resultados de outras unidades.

Grupo: III

Código: S 5 01.09_03

Propósito: Comparar os resultados da Unidade com os de outras unidades e/ou com os que
são considerados os melhores do sector (benchmarking), a fim de identificar e implementar
as melhores práticas.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade analisa os resultados de outras unidades com as quais se quer comparar, com
base em critérios como resultados excelentes, carteira de serviços similar, complexidade
clínica, etc.

2. A Unidade incorpora as práticas das unidades com as quais se compara, avaliando se as


mesmas lhe permitem obter melhores resultados.

A Unidade definiu as funções e responsabilidades dos postos de trabalho.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 01.10_02

Propósito: Definir as funções e responsabilidades de cada posto de trabalho da Unidade


como instrumento de apoio indispensável para o melhor e mais eficiente desenvolvimento
das atividades dos profissionais.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade tem identificados os postos de trabalho que a integram (ex.: diretor/a, médico/a,
enfermeiro/a, técnicos/as de diagnóstico nas diferentes áreas assistenciais, consultas,
internamento, exames especiais, etc.) e as respetivas funções e responsabilidades de
todos os grupos profissionais.

2. O
 s profissionais da Unidade conhecem as suas funções e responsabilidades.

3. A
 Unidade dispõe de um plano de integração para os novos profissionais, que inclui, entre
outras, as funções e responsabilidades, de modo a facilitar a sua integração nos postos
de trabalho onde desenvolvem a sua atividade.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


22 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade gere os recursos humanos da forma mais eficaz possível.

Grupo: II

Código: S 5 01.11_00

Propósito: Analisar e organizar os recursos humanos da Unidade com base na sua atividade,
integração de novos serviços, tecnologias, etc., alocando os profissionais mais adequados tendo
em conta as funções e responsabilidades dos postos de trabalho.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s responsáveis da Unidade analisam periodicamente os recursos humanos disponíveis em
número e categoria profissional.

2. Os responsáveis da Unidade avaliam anualmente o desempenho das funções e responsabilida-


des por parte dos profissionais, identificando melhorias para atualizar as suas competências
(ex.: entrevistas de desenvolvimento profissional).

3. O
 s responsáveis da Unidade alocam os profissionais mais adequados para desenvolver as
funções e responsabilidades necessárias para dar resposta à atividade que presta, à in-
trodução de novas tecnologias, serviços ou equipas especializadas, em qualquer momento,
incluindo períodos de férias, picos de atividade, etc.

A Unidade elabora um plano de formação de acordo com as necessidades


formativas dos profissionais e dos seus objetivos estratégicos.

Grupo: I

Código: S 5 01.12_04

Propósito: Identificar as necessidades formativas dos profissionais para elaborar um plano


de formação que os ajude a obter e atualizar o desenvolvimento de competências, bem como
a alcançar os objetivos estratégicos da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade utiliza uma ferramenta para identificar periodicamente as necessidades formati-
vas dos seus profissionais (ex.: entrevista, questionário, etc.) e analisa essas necessidades
para desenvolver um plano de formação que tenha em conta os objetivos estratégicos da
Unidade.

2. A
 Unidade dispõe de um plano anual ou plurianual de formação, que permite o desenvolvi-
mento de competências técnico-científicas, competências de humanização, competências
em comunicação, conhecimento sobre problemas de saúde emergentes, etc.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


23 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade ausculta e analisa a satisfação percecionada pela pessoa, familiar
e/ou cuidador.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 01.13_03

Propósito: Conhecer e analisar a satisfação da pessoa, familiar e/ou cuidador sobre o atendi-
mento e cuidados recebidos, o estado das instalações, os tempos de espera, a intimidade, a
informação dada, etc., com vista a realizar um diagnóstico preciso da situação e implementar
melhorias na Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade utiliza inquéritos de satisfação para conhecer a opinião e perceção da pessoa,
familiar e/ou cuidador sobre a qualidade do atendimento e cuidados recebidos, incluindo
aspetos de acessibilidade, intimidade, conforto, informação, confidencialidade e limpeza.

2. A Unidade dispõe anualmente da informação proveniente da avaliação da satisfação, anali-


sando-a e implementando as medidas necessárias para aumentar o grau de satisfação.

A Unidade utiliza as reclamações como fonte de informação para a melhoria


da sua organização e funcionamento.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 01.14_02

Propósito: Gerir as reclamações de acordo com o normativo vigente e utilizar a informação


resultante das mesmas para identificar e incorporar melhorias no funcionamento da Unidade,
bem como para resolver as ações que delas possam advir.

Elementos avaliáveis:

1. A
 s reclamações recebidas na Unidade são atendidas em tempo útil e de acordo com as
normas vigentes.

2. P
 elo menos anualmente, a Unidade analisa o número, os motivos e os prazos de resposta às
reclamações recebidas e são implementadas as melhorias identificadas, podendo ser objeto
de reflexão no relatório de atividades.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


24 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade adota um papel de captação ativa de sugestões realizadas pela
pessoa, familiar e/ou cuidador, com vista à melhoria contínua.

Grupo: II

Código: S 5 01.15_02

Propósito: Identificar as oportunidades de melhoria expressas pela pessoa, familiar ou cuidador


através de qualquer meio, gerindo-as adequadamente e integrando melhorias.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade promove mecanismos de receção de sugestões da pessoa, familiar e/ou cuidador
(ex.: redes sociais, exposições orais, correio eletrónico, comentários livres em inquéritos de
satisfação, grupos focais, reuniões com associações de doentes, etc.) e fomenta o seu uso.

2. A Unidade analisa anualmente as sugestões recebidas e implementa as melhorias necessárias.

A Unidade utiliza o comportamento organizacional como elemento


de desenvolvimento.

Grupo: II

Código: S 5 01.16_02

Propósito: Analisar o comportamento organizacional da Unidade e promover a sua melhoria,


estabelecendo para isso as medidas necessárias com o envolvimento dos profissionais.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade avalia anual ou bianualmente o comportamento organizacional, identificando
áreas de melhoria face aos seus resultados.

2. A
 Unidade planeia e implementa as ações necessárias para abordar as áreas de melhoria
identificadas.

3. A
 Unidade divulga aos profissionais os resultados obtidos e as melhorias identificadas e
implementadas.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


25 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
A Unidade avalia a satisfação percecionada pelas partes interessadas
e implementa melhorias.

Grupo: III

Código: S 5 01.17_00

Propósito: Conhecer e avaliar a satisfação de unidades externas à estrutura organizacional


onde a Unidade está inserida ou de outros níveis de cuidados como elemento essencial para
a melhoria dos serviços prestados pela Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade utiliza inquéritos de satisfação para as suas principais partes interessadas
(ex.: cuidados de saúde primários, centros afiliados, entidades públicas ou privadas com
quem estabelece parcerias interinstitucionais no domínio assistencial, laboratorial e/ou
imagiológico, etc.).

2. A
 Unidade dispõe anualmente de indicadores de satisfação das suas partes interessadas e
analisa-os, identificando os aspetos que proporcionam menor satisfação (ex.: comunicação,
acessibilidade, resolução de interconsultas, receção de resultados e relatórios, etc.).

3. A
 Unidade planeia e implementa as melhorias necessárias para aumentar a satisfação das
partes interessadas.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


26 CRITÉRIO 1: LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE
CRITÉRIO 2: GESTÃO POR PROCESSOS ASSISTENCIAIS
OBJETIVO DO CRITÉRIO

A intenção do seguinte grupo de standards é garantir uma prestação de cuidados de saúde


baseada na gestão por processos assistenciais, possibilitando ferramentas à Unidade com as
quais pode melhorar e redesenhar o fluxo de trabalho para o tornar mais eficiente e adaptado
às necessidades e expectativas dos doentes, a fim de incrementar o nível de saúde e o grau de
satisfação das pessoas que usufruem da Unidade e melhorar a qualidade dos seus serviços.

A abordagem dos seguintes standards ajudará a Unidade a:

• Identificar os seus principais processos assistenciais, organizar equipas responsáveis pelos


mesmos e definir a sequência de atividades que compõem cada processo, tendo em conta,
na medida do possível, as necessidades da pessoa, o ambiente e os recursos disponíveis.

•R
 ealizar uma gestão horizontal, centrando a atenção na pessoa e em garantir a continuidade
assistencial.

•R
 eduzir a variabilidade, eliminar ineficiências associadas à repetição das atividades e otimizar
a utilização de recursos.

•A
 nalisar e medir os resultados da capacidade e eficácia de cada processo assistencial,
identificando e priorizando áreas de melhoria.

• Incorporar a experiência do doente nos processos assistenciais para os melhorar, adaptando-os


o mais possível às suas expectativas e circunstâncias de vida.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


27 CRITÉRIO 2: GESTÃO POR PROCESSOS ASSISTENCIAIS
A Unidade implementa a gestão por processos assistenciais.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 02.01_04

Propósito: Identificar o(s) processo(s) assistencial(is) de acordo com a sua carteira de serviços,
tendo em vista o potencial de melhoria deste(s), a coordenação entre diferentes âmbitos e a
eliminação das ineficiências que podem ocorrer. Este processo assistencial descreve as ativida-
des que compõem o circuito do doente e permite a identificação dos indicadores a monitorizar.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade identifica os processos assistenciais que deve implementar atendendo a cri-
térios como a casuística, prevalência, complexidade, morbilidade e mortalidade.

2. P ara a implementação de cada processo assistencial, a Unidade:

2.1 D esigna os profissionais para o seu desenvolvimento.

2.2 D
 escreve a sequência de atividades que o compõem, contemplando Quem, Como,
Quando e Onde estas se realizam.

2.3 S
 eleciona os indicadores a medir e incorpora-os no painel de controlo para a sua
monitorização.

3. A
 s unidades de saúde que tenham atividades laboratoriais na sua carteira de serviços
incluem estas atividades de acordo com o Anexo I deste Manual.

4. A
 s unidades de saúde que tenham atividades relacionadas com técnicas de imagem ou
sejam exclusivamente unidades de diagnóstico imagiológico implementam o processo
de técnicas de imagem de acordo com o Anexo II deste Manual.

5. A
 unidade que não é proprietária de processos assistenciais (ex.: farmácia hospitalar,
bloco operatório, etc.) define as ações que realiza em cada um dos processos assisten-
ciais nos quais participa e os indicadores a medir, integrando-os no painel de controlo
para a sua monitorização.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


28 CRITÉRIO 2: GESTÃO POR PROCESSOS ASSISTENCIAIS
A Unidade cumpre os indicadores dos processos assistenciais implementados
e estabelece novos objetivos focados na melhoria contínua.

Grupo: I

Código: S 5 02.02_03

Propósito: Alcançar e melhorar progressivamente os indicadores dos processos assistenciais


introduzindo ações que melhorem os resultados dos mesmos.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade cumpre os objetivos propostos nos indicadores dos processos assistenciais
que possui ou nos quais participa.

2. A
 Unidade define novos objetivos mínimos a serem alcançados para os seus indicadores de
processos assistenciais ou seleciona novos indicadores de processos assistenciais.

A Unidade seleciona o tratamento farmacológico e/ou cirúrgico dos processos


assistenciais que implementou e avalia o grau de adesão às recomendações
para prescrição/utilização de certos tratamentos.

Grupo: II

Código: S 5 02.03_03

Propósito: Selecionar o tratamento farmacológico e/ou cirúrgico dos processos assistenciais


com base na melhor evidência científica e integrá-lo na prática clínica, assegurando que a
pessoa recebe o tratamento mais adequado às suas necessidades clínicas. Avaliar a adesão
dos profissionais a esses tratamentos.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade seleciona o tratamento farmacológico (fármaco de primeira eleição, posologia
e forma de administração) e/ou cirúrgico dos processos assistenciais que implementou
e os profissionais conhecem-no.

2. A
 Unidade realiza auditorias periódicas, no mínimo anuais, para conhecer o grau de ade-
são dos profissionais às recomendações para prescrição/utilização de certos tratamen-
tos farmacológicos e/ou cirúrgicos dos processos assistenciais e analisa os resultados,
identificando áreas de melhoria, se necessário.

3. A
 Unidade comunica aos profissionais os resultados obtidos e as áreas de melhoria
identificadas.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


29 CRITÉRIO 2: GESTÃO POR PROCESSOS ASSISTENCIAIS
A Unidade melhora a eficiência dos seus processos assistenciais.

Grupo: II

Código: S 5 02.04_00

Propósito: Otimizar o funcionamento dos processos assistenciais implementados na Unidade ou


nos quais participa, melhorando a qualidade da assistência prestada.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade avalia periodicamente as atividades ou circuitos dos processos assistenciais para


identificar ineficiências (ex.: excesso de tarefas administrativas, duplicações, lacunas as-
sistenciais, tempos de espera, resultados dos indicadores que são objeto de monitorização,
incidentes mais frequentemente notificados e/ou com dano para o doente, resultados da
satisfação dos doentes e reclamações recebidas, etc.).

2. A
 Unidade utiliza ferramentas da qualidade (ex.: diagrama de Ishikawa, 5s, VSM – Value
Stream Mapping, etc.) para identificar as causas das ineficiências encontradas.

3. A
 Unidade faz as alterações necessárias para melhorar o funcionamento dos processos
assistenciais implementados ou propõe alterações que considera oportunas nos processos
assistenciais nos quais participa.

A Unidade tem em conta a experiência da pessoa na melhoria


dos processos assistenciais.

Grupo: III

Código: S 5 02.05_00

Propósito: Conhecer como estão a funcionar os processos assistenciais da Unidade sob o ponto
de vista da pessoa, identificando tudo o que não adiciona valor.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade analisa junto da pessoa o fluxo de atividades de um processo assistencial,
identificando o que dificulta o seu desenvolvimento e não adiciona valor (ex.: burocracia
e espera excessiva, exames de diagnóstico desnecessários, dificuldades de acesso, etc.).

2. A
 Unidade planeia e implementa as melhorias necessárias para otimizar o funcionamento
do processo assistencial.

3. A Unidade avalia os resultados em saúde com base na perceção da própria pessoa (PROMs –
Patient-reported outcome measures), identifica áreas de melhoria e planeia-as.

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


30 CRITÉRIO 2: GESTÃO POR PROCESSOS ASSISTENCIAIS
CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 4

DIREITOS QUALIDADE
DO DOENTE TÉCNICO-
E CONTINUIDADE -CIENTÍFICA
ASSISTENCIAL

BLOCO 2:
ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE

BLOCO 1: GESTÃO DA UNIDADE


CRITÉRIO 2: GESTÃO POR PROCESSOS ASSISTENCIAIS
CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
OBJETIVO DO CRITÉRIO

A proteção dos direitos do doente (entre outros, a acessibilidade aos serviços de saúde, o
respeito pela intimidade, o respeito pela confidencialidade, a informação e a participação na
tomada de decisão, com respeito pelos seus valores e crenças) é uma das melhores garantias
de uma prestação de cuidados de saúde com qualidade.

A humanização da saúde permite avançar na qualidade e excelência dos cuidados de saúde


prestados à pessoa, salvaguardando a sua dignidade e os seus direitos.

A coordenação e a comunicação entre as unidades envolvidas no processo assistencial permitem


definir as ações clínicas essenciais, abreviar o processo de diagnóstico, melhorar o tratamento,
proporcionar os recursos adequados às suas necessidades e evitar a procura desnecessária dos
serviços de saúde. Para facilitar as ações dos profissionais envolvidos no processo assistencial
e para que a prestação dos cuidados de saúde seja fluida, global, personalizada e integrada, é
necessário registar toda a informação no processo clínico que é gerado nesse processo.

A abordagem dos seguintes standards ajudará a Unidade a:

• Determinar as iniciativas a implementar para melhorar a humanização dos cuidados de saúde.

• Respeitar os direitos de cada pessoa durante o processo assistencial.

•P
 restar cuidados de acordo com as condições específicas de saúde de cada pessoa, suas
características socioculturais e suas necessidades, expectativas, desejos e preferências.

• Promover o envolvimento e a participação da pessoa na tomada de decisão sobre o seu processo


assistencial.

• Abordar a perspetiva bioética no processo assistencial prestado pela Unidade.

• Desenvolver mecanismos que favoreçam o acesso das pessoas aos serviços de saúde.

• Melhorar a gestão do tempo de atendimento.

•D
 ispor de um processo clínico de saúde com informação suficiente para apoiar o diagnóstico
e justificar o cuidado e tratamento da pessoa.

•A
 dequar os meios complementares de diagnóstico e as medidas terapêuticas com base nos
protolocos clínicos.

•F
 acilitar a comunicação entre os diversos profissionais envolvidos na prestação de cuidados
de saúde, de forma a garantir a continuidade assistencial.

•C
 onhecer os recursos de apoio existentes para proceder a uma gestão eficaz e racional dos
mesmos.

•M
 elhorar o acompanhamento e a continuidade dos cuidados, bem como facilitar o acesso
aos recursos de apoio necessários à pessoa e/ou cuidador.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


32 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade define e implementa ações que promovem a humanização
na prestação de cuidados de saúde.

Grupo: I

Código: S 5 03.01_00

Propósito: Incorporar ações de humanização na Unidade que permitem oferecer


uma resposta assistencial adequada.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade realiza uma reflexão periódica sobre as suas necessidades em relação à huma-
nização do atendimento na prestação dos cuidados de saúde.

2. A
 Unidade identifica ações concretas para promover uma melhoria da humanização do aten-
dimento (ex.: espaços físicos e atividades de lazer para crianças menores internadas, etc.).

3. A
 Unidade define e implementa as ações concretas identificadas.

A Unidade respeita a intimidade da pessoa e a confidencialidade da sua


informação clínica e pessoal durante todo o percurso assistencial.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.02_03

Propósito: Garantir o respeito pela intimidade da pessoa e a confidencialidade da sua informação


clínica e pessoal, através da disponibilização de regras ou procedimentos e através da utilização
de meios físicos que permitem adaptar estruturas e espaços (visuais e auditivos) durante o
percurso assistencial.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade possui e aplica procedimentos ou normas para preservar a intimidade da
pessoa e a confidencialidade da sua informação clínica e pessoal.

2. D
 urante o processo de atendimento, a Unidade usa os meios estruturais ou físicos necessários
para respeitar a intimidade e confidencialidade da pessoa (ex.: locais apropriados e restritos
para realizar exames clínicos, tratamentos e prestação de cuidados de higiene, discussão
de casos clínicos entre os profissionais e/ou prestar informação à pessoa e familiares, etc.).

3. A
 documentação com os dados pessoais do doente que já não seja necessária é adequa-
damente destruída.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


33 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade informa as pessoas sobre todos os aspetos relacionados com
o seu problema de saúde.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.03_03

Propósito: Garantir que a pessoa dispõe, de forma adequada ao seu nível de compreensão, da
informação necessária sobre o seu problema de saúde. Registar as informações fornecidas
pelos profissionais no processo clínico.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade informam verbalmente a pessoa, de forma clara e com-
preensível, sobre todos os aspetos relacionados com o seu processo de saúde (ex.: fina-
lidade de cada meio complementar de diagnóstico ou terapêutica, riscos, resultados do
tratamento, preparação prévia antes da colheita de amostras biológicas, medidas de
controlo definidas pela saúde pública em caso de suspeita ou confirmação de doença
de notificação obrigatória, etc.) e realizam o registo no seu processo clínico. Nos casos
legalmente estabelecidos, é informado o representante da pessoa, ficando igualmente
registado no processo.

2. Os profissionais da Unidade utilizam mecanismos para informar a pessoa de outras naciona-
lidades e/ou com problemas sensoriais.

3. C
 uidados de saúde hospitalares: a Unidade tem organizada a transmissão da informação
clínica à pessoa e familiares (ex.: locais e horários estabelecidos para prestação de infor-
mações, profissionais que prestam informação, etc.).

4. C
 uidados de saúde hospitalares: nas consultas e na alta hospitalar, a pessoa é informada
e recebe as notas de alta com os elementos essenciais do seu processo, com vista a ga-
rantir a continuidade dos cuidados.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


34 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade utiliza o formulário de consentimento informado perante
intervenções com critérios intrínsecos de risco.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.04_03

Propósito: Garantir que o processo de informação contínua à pessoa é efetuado sempre de


forma verbal e que perante intervenções com critérios intrínsecos de risco, de acordo com
a norma vigente, é preenchido o formulário normalizado de consentimento informado.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade mantém atualizada a relação dos atos e intervenções de acordo com a carteira
de serviços que necessitam de consentimento informado por escrito e essa é do conhe-
cimento dos profissionais.

2. O
 s profissionais da Unidade informam verbalmente a pessoa e disponibilizam o formulário
de consentimento informado para conhecimento e esclarecimento de dúvidas. Posterior-
mente, uma cópia completa é entregue à pessoa ou representante legal, ficando o original
arquivado no processo clínico.

3. O
 profissional da Unidade regista no processo clínico que o processo de informação verbal
foi realizado, o consentimento informado por escrito foi obtido e uma cópia foi entregue à
pessoa. Nos menores ou adultos em condições de incapacidade, fica registado no processo
clínico a pessoa que tomou a decisão (tutor ou representante legal).

4. A
 Unidade realiza auditorias, no mínimo anualmente, ao grau de cumprimento do consen-
timento informado escrito, assim como à sua adequação à norma vigente (ex.: identifica-
ção do procedimento, data, assinatura da pessoa ou representante legal, assinatura e
identificação do profissional de saúde, entrega de cópia, etc.). No caso de se encontrarem
desvios, a Unidade determina melhorias pertinentes e divulga-as aos profissionais.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


35 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade garante o cumprimento das instruções prévias de vontade
em vida de cada pessoa.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.05_03

Propósito: Assegurar o direito das pessoas a tomar e revogar decisões sobre o seu próprio
processo assistencial relacionadas com a continuação ou interrupção do suporte de vida e a
assistência no final da sua vida (diretivas antecipadas de vontade sob a forma de testamento
vital), ou sobre o destino do seu corpo ou dos seus órgãos após o seu falecimento. Dispõe-se
para o efeito de procedimentos que permitem aos profissionais conhecer e aplicar os cuidados
e o tratamento de acordo com o conteúdo dessas instruções prévias de vontade, assim como
identificar o procurador de cuidados ou representante legal, que será o interlocutor com o
médico e/ou com a equipa de saúde para garantir o cumprimento das mesmas.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais (médicos e enfermeiros) da Unidade conhecem como aceder aos registos
das diretivas antecipadas de vontade de cada pessoa (ex.: continuação ou interrupção
de medidas de suporte de vida, destino dos seus órgãos, etc.).

2. A
 Unidade dispõe de elementos de divulgação (ex.: folhetos, placards, QR code, etc.) destina-
dos a informar e dar a conhecer às pessoas o direito de realizarem o seu testamento vital.

A Unidade utiliza ferramentas de ajuda à tomada de decisão para promover


a autonomia da pessoa na decisão sobre o seu processo assistencial.

Grupo: III

Código: S 5 03.06_03

Propósito: Conhecer as preferências, necessidades e vivências da pessoa e capacitá-la


para que tenha um papel ativo no plano de cuidados em consonância com as suas opções.
A tomada de decisão partilhada requer um intercâmbio de informação entre a pessoa e
o profissional de saúde, a decisão entre distintas opções e o modo de chegar a um com-
promisso consensual. Para o efeito, a Unidade coloca à disposição da pessoa ferramentas
de ajuda à tomada de decisão baseada em evidência científica, que lhe permite escolher
entre duas ou mais opções.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe de ferramentas de ajuda à tomada de decisão elaboradas por organis-
mos nacionais ou internacionais, ou pela própria Unidade, com base na melhor evidência
científica disponível.

2. O
 s profissionais conhecem e utilizam as ferramentas de ajuda à tomada de decisão dis-
poníveis na Unidade e registam o seu uso no processo clínico como parte da informação
produzida no decurso do processo assistencial.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


36 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade garante a resolução de conflitos éticos no decurso do processo
assistencial.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.07_03

Propósito: Dar a conhecer aos profissionais os mecanismos existentes para formular questões
e/ou pedir aconselhamento à Comissão de Ética de referência, facilitando a prevenção ou reso-
lução dos conflitos éticos que possam gerar-se no decurso do processo assistencial.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe e aplica um procedimento onde está descrito como realizar consultas
de índole ética junto da Comissão de Ética de referência.

2. A
 Unidade dispõe dos mecanismos necessários para assegurar a divulgação das recomen-
dações da Comissão de Ética de referência aos seus profissionais.

A Unidade implementa as alterações organizacionais necessárias


destinadas a beneficiar a acessibilidade da pessoa, familiares ou
cuidadores aos seus serviços.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.08_02

Propósito: Facilitar a acessibilidade da pessoa, familiares ou cuidadores às informações sobre


os serviços prestados pela Unidade. Utilizar canais de comunicação para difundir informação
relativa à estrutura e funcionamento.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade desenvolve ações para melhorar a acessibilidade das pessoas aos seus serviços
(ex.: atendimento telefónico, circulação de doentes, adaptação de horários, pedido de consulta
online, alertas de agendamento, cuidados no domicílio, etc.).

2. A
 Unidade proporciona informação atualizada sobre a sua estrutura e funcionamento atra-
vés de canais de comunicação (ex.: web, redes sociais, guia do doente, etc.) A informação
divulgada inclui, pelo menos, a carteira de serviços, os direitos e deveres, a localização, os
horários de atendimento, o correio eletrónico e os contactos telefónicos.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


37 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade cumpre os tempos de resposta dos processos incluídos
na sua carteira de serviços e estabelece novos objetivos orientados
para a melhoria contínua.

Grupo: I

Código: S 5 03.09_03

Propósito: Comprovar que se atingem e melhoram os tempos de resposta definidos pelos


requisitos normativos e de outros processos da Unidade, pondo em ação as atuações que
melhoram os resultados dos mesmos.

Elementos avaliáveis:

1. C
 uidados de saúde hospitalares: A Unidade cumpre os tempos de resposta preconizados
(intervenções cirúrgicas, primeiras consultas, etc.) e os tempos de resposta de outros pro-
cessos incluídos na carteira de serviços.

2. C
 uidados de saúde primários: A Unidade cumpre os tempos de resposta preconizados
(consulta programada, consulta de doença aguda, etc.);

3. A Unidade define objetivos para atingir os seus tempos de resposta.

A Unidade garante a existência de um processo clínico único por pessoa.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.10_03

Propósito: Dispor de um processo clínico único, identificado de modo inequívoco, evitando os


erros de duplicação de informação ou registos no processo clínico de outra pessoa. Assegurar
que a informação clínica gerada é registada no processo clínico da própria pessoa.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade selecionou identificadores inequívocos a utilizar para identificar a informação
clínica da pessoa e são utilizados corretamente pelos profissionais.

2. Os profissionais da Unidade conhecem e aplicam as normas de registo no processo clínico para
evitar perdas ou erros de informação e duplicações. Sempre que esses ocorrem, os profissio-
nais comunicam-nos aos responsáveis a fim da sua correção e integração.

3. A
 informação gerada em cada episódio fica registada no respetivo processo clínico. Caso
exista alguma documentação clínica que quando é produzida não se integra no processo
clínico único, a Unidade identifica essa documentação com o mesmo identificador do processo
clínico e tem estabelecida uma regra que garante a sua posterior integração (resultados
de meios complementares de diagnóstico, visitas domiciliárias, etc.).

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


38 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade avalia periodicamente o nível de qualidade e o grau
de cumprimento dos registos dos processos clínicos.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.11_02

Propósito: Analisar periodicamente os registos dos processos clínicos, a fim de comprovar que
se cumprem os critérios de qualidade previamente definidos pela Unidade e detetar os possí-
veis desvios, com o objetivo de melhorar o nível de qualidade assistencial prestado às pessoas.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade definiu critérios de qualidade e graus de cumprimento a avaliar nos processos
clínicos, que incluem pelo menos os dados de identificação, dados clínicos e registos de
cuidados prestados à pessoa.

2. A
 Unidade efetua auditorias, pelo menos anuais, aos registos dos processos clínicos, ten-
do por base os critérios de qualidade definidos, analisando os resultados e identificando
áreas de melhoria, se necessário.

3. A
 Unidade difunde aos seus profissionais os resultados obtidos e as áreas de melhoria
identificadas.

A Unidade estabelece um plano assistencial adequado às necessidades


da pessoa.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.12_02

Propósito: Designar os profissionais de saúde de referência para cada pessoa, de modo a


promover um atendimento personalizado. Planear os cuidados e as medidas terapêuticas
adequadas para responder às necessidades de saúde da pessoa, mantendo-os atualizados,
de acordo com os resultados obtidos e as novas necessidades identificadas.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade informa sistematicamente as pessoas, familiares e cuidadores sobre quem são
os seus profissionais de referência. Os profissionais estão devidamente identificados, com
vista a que a pessoa conheça o profissional que a atende em cada momento.

2. Os profissionais responsáveis pelo doente efetuam uma avaliação completa do mesmo (pro-
blema de saúde, necessidades, valores, crenças, situação social, etc.) e, quando aplicável, do
cuidador.

3. O
 s profissionais responsáveis estabelecem um plano assistencial no processo clínico, defi-
nindo os cuidados e o plano terapêutico necessário. O plano assistencial é atualizado em
função da evolução e de novas necessidades do doente.

4. O
 s profissionais responsáveis informam a pessoa, familiares ou cuidadores do plano assis-
tencial e das suas atualizações.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


39 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade facilita o acesso aos recursos de apoio necessários à pessoa
e/ou cuidador.

Grupo: I

Código: S 5 03.13_02

Propósito: Facilitar à pessoa e seu cuidador que tenham acesso aos recursos de apoio de que
necessitam e informá-los sobre o seu uso adequado.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade proporciona os recursos de apoio necessários à pessoa e/ou cuidador, informando
sobre o uso adequado ou facilitando a informação sobre a forma como aceder aos mesmos
(ex.: nutrição, material ortoprotésico, apoio domiciliário, cuidados paliativos, cuidados de
luto, apoio emocional, recursos comunitários, associações de doentes, etc.).

2. O
 s profissionais da Unidade registam no processo clínico a informação facultada e/ou os
recursos disponibilizados.

A Unidade identifica as barreiras que podem comprometer o sucesso


do plano assistencial do doente e estabelece medidas.

Grupo: I

Código: S 5 03.14_02

Propósito: Identificar na avaliação do doente as barreiras que podem comprometer o seu plano
assistencial, adotando medidas que evitem ou diminuam essa probabilidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade identifica as barreiras existentes (ex.: falta de apoio domiciliário, dificuldade de
adesão ao processo assistencial, etc.).

2. O
 s profissionais da Unidade registam, no processo clínico destes doentes, os riscos que podem
originar a interrupção do seu plano assistencial e as medidas a adotar para os minimizar.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


40 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade dispõe de informação sobre as desprogramações e interrupções
da atividade programada e toma medidas para as reduzir.

Grupo: I

Código: S 5 03.15_03

Propósito: Monitorizar e avaliar as desprogramações e interrupções ocorridas e as causas


que as tenham ocasionado, estabelecendo-se as ações de melhoria pertinentes na ótica dos
doentes e da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade regista as desprogramações e interrupções da atividade programada (consul-
tas, exames complementares de diagnóstico ou intervenções cirúrgicas) que ocorram e as
causas que as originaram.

2. A
 Unidade analisa periodicamente as desprogramações e interrupções ocorridas e as suas
causas, com vista a identificar áreas de melhoria com a finalidade de as diminuir.

3. A
 s melhorias identificadas e implementadas são divulgadas aos profissionais.

A Unidade definiu e consensualizou com outras unidades os critérios


para referenciação dos doentes.

Grupo: II

Código: S 5 03.16_00

Propósito: Garantir à pessoa a continuidade do seu processo assistencial através da defini-


ção e consenso de critérios de referenciação de e para outros serviços ou níveis de cuidados.
Avaliar o cumprimento desses critérios para implementar melhorias que resultem em maior
eficiência no atendimento e na utilização dos recursos.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade definiu e consensualizou os critérios de referenciação com outras unidades.

2. U
 nidades de saúde hospitalares: evidenciar que efetuam avaliações pelo menos anualmente
de doentes referenciados pelos cuidados de saúde primários e de outros hospitais, para
identificar o grau de cumprimento dos critérios de referenciação acordados e informar
quanto aos resultados obtidos.

3. A
 Unidade conhece as referenciações realizadas e o grau de cumprimento dos critérios
em vigor. Usa essa informação para identificar e implementar melhorias e divulgar aos
profissionais.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


41 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
A Unidade realiza interconsultas com outras unidades para garantir
a continuidade do processo assistencial da pessoa.

Grupo: II

Código: S 5 03.17_00

Propósito: Dar resposta aos problemas de saúde da pessoa da forma mais rápida, segura e
eficiente possível quando excedida a capacidade limite da Unidade, exigindo o apoio e conhe-
cimento de outros profissionais do sistema de saúde.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade realizam interconsultas (registos de interconsultas, teleconsul-
ta e telemedicina, etc.) a outras unidades, com vista a resolver os problemas de saúde dos
doentes quando solicitado, fornecendo a respetiva informação necessária.

2. A Unidade dispõe de indicadores para conhecer quantitativa e qualitativamente as intercon-


sultas realizadas e/ou recebidas (ex.: número total de interconsultas, primeiras interconsultas,
avaliações, distribuição por unidade requerente, motivo das interconsultas, tempo médio de
resposta, etc.).

3. U
 nidades de saúde hospitalares: A Unidade indica os profissionais e os prazos para a rea-
lização das interconsultas e avalia a qualidade das mesmas com base em critérios defi-
nidos (ex.: informação necessária para realizar interconsultas, como anamnese, exames
complementares de diagnóstico, etc.). Em caso de necessidade, as unidades requerentes
são contactadas para fornecer informação/formação necessária à melhoria da qualidade
das interconsultas que realizam.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


42 CRITÉRIO 3: DIREITOS DO DOENTE E CONTINUIDADE ASSISTENCIAL
CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
OBJETIVO DO CRITÉRIO

A intenção do seguinte conjunto de normas é garantir a aplicação da ciência e tecnologia


para prevenir, diagnosticar, tratar e cuidar dos doentes, bem como promover a pesquisa e
inovação biomédica e na área da saúde. Assim, são incluídas normas que visam a efetividade
dos cuidados de saúde prestados na Unidade e a incorporação, no portfólio de serviços, de
atividades preventivas e de promoção da saúde, tanto individuais como de grupo, a fim de
melhorar as condições de saúde dos doentes e a sua qualidade de vida.

A Unidade deve possuir e desenvolver ferramentas baseadas nas melhores evidências


científicas, que permitem padronizar as atividades, de modo a utilizar o nível mais avan-
çado de conhecimento existente na abordagem dos problemas de saúde. Os profissionais
devem conhecer e aplicar essas ferramentas para obter o máximo benefício com o mínimo
de risco para o doente. Também é necessário, para otimizar o processo de atendimento,
aplicar as decisões, recomendações e protocolos elaborados por profissionais especialistas
pertencentes aos Comités e/ou Comissões da instituição.

A abordagem dos seguintes standards ajudará a Unidade a:

• Incorporar a evidência científica e as recomendações de boas práticas mais recentes na


prestação dos cuidados de saúde e conhecer o uso que os profissionais da Unidade fazem
delas, identificando áreas de melhoria para otimizar o atendimento ao doente.

•P
 adronizar os cuidados de saúde para reduzir a variabilidade, alcançando maior eficácia
clínica e melhor atendimento ao doente.

•C
 onhecer os critérios clínicos estabelecidos pelos Comités e/ou Comissões da instituição para
a correta aplicação das evidências científicas.

• Incrementar programas de promoção e educação em saúde.

•P
 romover estilos de vida saudáveis no doente e desenvolver estratégias de prevenção da
doença e educação em saúde.

• Impulsionar a investigação e inovação em saúde para contribuir para a geração de novos


conhecimentos científicos e para a melhoria de cuidados e serviços de saúde.

• Fomentar a divulgação dos resultados da investigação em saúde.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


43 CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
A Unidade garante uma prestação de cuidados de saúde de qualidade
mediante práticas baseadas na evidência científica.

Grupo: I

Código: S 5 04.01_03

Propósito: Normalizar os processos assistenciais e diminuir a variabilidade clínica entre os


profissionais da Unidade utilizando ferramentas que permitam unificar critérios com base
na melhor evidência disponível. Tais ferramentas são implementadas e mantidas atualizadas.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade identifica anualmente os processos de prestação de cuidados de saúde em que
a variabilidade da prática clínica pode ter um maior impacto.

2. A
 Unidade seleciona as ferramentas necessárias para diminuir a variabilidade da prática
clínica detetada (ex.: protocolos, procedimentos, planos de cuidados, guias de prática clínica,
etc.), adaptando-as aos seus recursos (tecnologias, medicamentos ou outros).

3. O
 s protocolos, procedimentos, guias de prática clínica, etc. da Unidade incorporam a melhor
evidência disponível (grau de recomendação ou nível de evidência, normativo, bibliografia)
e são aprovados, implementados na Unidade e atualizados periodicamente com base nas
novas evidências disponíveis.

A Unidade avalia o nível de adesão dos profissionais às recomendações


sobre as práticas clínicas implementadas.

Grupo: II

Código: S 5 04.02_02

Propósito: Avaliar a adesão dos profissionais da Unidade às recomendações incluídas nos


protocolos, guias de prática clínica, planos de cuidados, etc.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade seleciona anualmente os protocolos, procedimentos, guias de prática clínica, etc.
que vão ser avaliados quanto ao grau de adesão existente por parte dos profissionais.

2. A
 Unidade avalia o grau de adesão dos profissionais às recomendações contidas nos proto-
colos, procedimentos, etc. selecionados.

3. A
 Unidade divulga aos profissionais os resultados obtidos e as áreas de melhoria identificadas.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


44 CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
Os profissionais da Unidade colaboram em Comissões e Grupos
de Trabalho de acordo com sua área de conhecimento e aplicam
as suas recomendações, decisões e protocolos.

Grupo: I

Código: S 5 04.03_00

Propósito: Participar nas Comissões e Grupos de Trabalho para que os profissionais contri-
buam com o seu conhecimento no estabelecimento dos critérios clínicos necessários para a
aplicação das evidências científicas.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade participam em algumas das Comissões e Grupos de Trabalho
(ex.: Qualidade, Transplantes, Nutrição, Ética, Infeções, Farmácia e Terapêutica, Seguran-
ça, Humanização, etc.) e na elaboração e/ou divulgação das recomendações, decisões e
protocolos adotados.

2. O
 s profissionais da Unidade aplicam as recomendações, decisões e protocolos adotados pelas
Comissões e Grupos de Trabalho.

A Unidade realiza atividades de prevenção primária e secundária


com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

Grupo: II

Código: S 5 04.04_00

Propósito: Conhecer as necessidades de saúde da população atendida e, individualmente ou


em coordenação com outros agentes, realizar atividades de prevenção que visam prevenir
ou retardar o aparecimento de determinada doença.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade identifica quais as atividades de prevenção primária e/ou secundária que pode
desenvolver individualmente ou em colaboração com outros agentes (ex.: sistema de saúde,
sector educativo, serviços sociais, agentes locais, associações de doentes, etc.) e divulga-as.

2. A
 Unidade desenvolve atividades de prevenção primária e/ou secundária (ex.: campanhas
de vacinação, quimioprofilaxia, aconselhamento sobre hábitos de vida saudáveis, programas
de rastreio ou deteção, etc.).

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


45 CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
A Unidade realiza atividades de prevenção terciária com base nas
melhores evidências científicas disponíveis.

Grupo: I

Código: S 5 04.05_00

Propósito: Realizar ações destinadas ao tratamento ou reabilitação de doença já diagnosticada


a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Elementos avaliáveis:

1. Os profissionais da Unidade avaliam as necessidades assistenciais da pessoa e fornecem-lhe


as informações sobre promoção da saúde necessárias para melhorar a sua qualidade de vida
(ex.: educação terapêutica da pessoa com diabetes, hábitos alimentares saudáveis, desabi-
tuação tabágica, exercícios de reabilitação física, cuidados com feridas cirúrgicas, etc.).

2. P
 ara as patologias mais frequentemente tratadas, a Unidade dispõe de informação escrita
a entregar à pessoa (ex.: folhetos, guias de informação, relatórios de alta, relatórios de
consultas, etc.).

A Unidade efetua uma abordagem específica para a dor.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 04.06_01

Propósito: Desencadear medidas para evitar e minimizar o sofrimento que a dor produz nas
pessoas e que afeta gravemente a sua qualidade de vida.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade utilizam escalas validadas para medir a dor (ex.: Escala Visual
Analógica (EVA), Escala Verbal Numérica (EVN), Escala de expressão facial (Wong), etc.),
ficando o registo no processo clínico da pessoa.

2. A
 Unidade dispõe de protocolos ou guias para a abordagem da dor, com informação sobre
os tratamentos farmacológicos disponíveis e sua evidência científica e sobre as medidas
não farmacológicas.

3. O
 s profissionais informam verbalmente a pessoa sobre o seu tratamento, reforçando com
a entrega de informação escrita onde consta, pelo menos, nome do medicamento, dose,
posologia, via de administração e duração do mesmo.

4. O
 s profissionais envolvidos na prestação de cuidados a pessoas com dor têm formação efetiva
sobre o manuseamento da dor (ex.: uso de escalas de avaliação, tratamento farmacológico
e não farmacológico, etc.).

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


46 CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
A Unidade desenvolve linhas próprias de investigação ou em colaboração
com outros serviços.

Grupo: II

Código: S 5 04.07_03

Propósito: Definir uma estratégia de investigação na Unidade como elemento de inovação


e desenvolvimento. Promover a investigação própria da Unidade ou em colaboração com
outras unidades e serviços em função da linha de investigação e dos recursos disponíveis.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade tem definida uma estrutura de investigação (ex.: responsáveis, linhas de
investigação, recursos, etc.).

2. A
 Unidade encontra-se a desenvolver projetos de investigação próprios ou em colaboração
com outras unidades ou serviços.

3. O
 s projetos de investigação são aprovados pelo Comité de Ética de referência.

4. A
 s pessoas que participam nos projetos de investigação deram o seu consentimento
informado por escrito.

A Unidade dispõe de projetos de investigação ou inovação financiados


e avaliados por agências externas.

Grupo: III

Código: S 5 04.08_02

Propósito: Potenciar a obtenção regular de recursos financeiros para a investigação ou


inovação mediante a concessão de fundos económicos de I+D+I (investigação, desenvolvi-
mento e inovação).

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe de projetos de investigação ou inovação financiados e avaliados por
agências externas.

2. A
 Unidade tem designados os responsáveis pelos projetos de investigação ou inovação.

3. A
 Unidade aplica os resultados da investigação ou inovação incorporando melhorias na
prática clínica habitual.

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


47 CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
A Unidade participa em grupos de investigação com projetos integrados
em redes temáticas e em projetos de carácter internacional e/ou
grupos de coordenação organizados.

Grupo: III

Código: S 5 04.09_02

Propósito: Participar em projetos de investigação comuns para unir esforços, utilizar os recursos
de forma eficiente, evitar a duplicação de projetos e, acima de tudo, conseguindo a transferência
de resultados para a prática clínica.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade participa em projetos de investigação integrados em redes temáticas de investi-


gação, projetos internacionais e/ou de grupos organizados e reconhecidos por organismos
nacionais ou internacionais.

2. A Unidade tem atribuídas as responsabilidades para esses projetos de investigação.

3. A
 Unidade incorpora na sua prática clínica os resultados dos projetos de investigação em
que participa.

A Unidade publica os resultados da sua atividade de investigação


em revistas científicas com fator de impacto.

Grupo: II

Código: S 5 04.10_02

Propósito: Difundir o conhecimento gerado através da publicação de artigos em revistas


científicas com fator de impacto.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade participam de forma regular em trabalhos publicados em
revistas científicas com fator de impacto (primeiro ou segundo quartil).

BLOCO 2: ATENÇÃO CENTRADA NO DOENTE


48 CRITÉRIO 4: QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
CRITÉRIO 5 CRITÉRIO 6

SEGURANÇA SUPORTE
DO DOENTE

BLOCO 3:
SEGURANÇA
CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
OBJETIVO DO CRITÉRIO

O conceito de segurança do doente evoluiu ao longo do tempo. Desde o conceito de redução do


risco de dano desnecessário associado à prestação de cuidados de saúde a um mínimo acei-
tável e agora em direção a uma visão mais ampla que equilibre os benefícios dos cuidados de
saúde e os danos potenciais num ambiente cada vez mais técnico e complexo. Nesse sentido,
a Unidade não pode ficar alheia aos danos associados à prestação dos cuidados de saúde e à
alta probabilidade de os mesmos serem evitados por meio da implementação de boas práticas
conducentes à minimização de riscos e aumento da segurança assistencial.

Sendo a segurança do doente uma dimensão fundamental e transversal da qualidade dos


cuidados e um problema de saúde pública mundial, este critério integra um conjunto de
normas que se fundamentam na gestão do risco de forma proativa e reativa, aprendendo
com os erros e com a melhoria contínua, na implementação de boas práticas de segurança
do doente, na promoção do cuidado às vítimas de eventos adversos e no envolvimento dos
doentes na sua própria segurança.

A abordagem dos seguintes standards ajudará a Unidade a:

• Desenvolver uma cultura de segurança entre os profissionais.

• Aprender com experiências e erros de forma proativa e reativa.

•D
 esenvolver atividades de formação e informação dirigidas aos profissionais para promover
uma informação adequada de incidentes.

•P
 romover a gestão dos incidentes notificados, priorizando os de maior risco e eventos com
graves consequências para doentes e profissionais.

•D
 esenvolver planos de assistência imediata ao doente para mitigar os danos causados e
atender às suas necessidades, bem como apoiar profissionais e equipas de saúde envol-
vidos num evento adverso.

• Promover iniciativas de segurança através da implementação de boas práticas.

• Facilitar
 a implementação e avaliação de procedimentos que promovem a segurança do
doente.

• Fomentar uma atitude ativa do doente sobre a sua segurança nas intervenções em saúde.

BLOCO 3: SEGURANÇA
50 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade realiza uma gestão proativa dos riscos para a segurança
do doente.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.01_03

Propósito: Evitar a ocorrência de incidentes identificando e analisando os riscos relacionados


a eventos adversos reais ou potenciais, estabelecendo as medidas preventivas necessárias e
divulgando essas informações aos profissionais da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade utiliza periodicamente ferramentas validadas (ex.: análise modal de falhas e efeitos,
mapas de risco, etc.) para identificar e priorizar os riscos relativos à segurança do doente.
Os riscos podem ser identificados e priorizados globalmente para toda a Unidade ou para
um processo específico de atendimento (ex.: atendimento nas urgências, em consultas, ao
domicílio, na informação aos doentes, etc.).

2. A
 Unidade identifica as medidas preventivas a implementar.

3. A
 Unidade divulga aos profissionais os riscos identificados e as medidas preventivas
identificadas.

A Unidade realiza uma gestão reativa dos riscos para a segurança


do doente.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.02_03

Propósito: Notificar os riscos e incidentes relacionados com a segurança do doente (ex.: infeções
associadas à prestação de cuidados de saúde, erros de medicação, cirurgia em local errado, que-
das de doentes, erros na identificação de doentes, etc.) através de um sistema de notificação.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade utilizam um sistema de notificação de riscos e incidentes relacio-
nados com a segurança do doente. O sistema de notificação está acessível aos profissionais.

2. A
 Unidade fomenta a notificação e proporciona aos profissionais formação sobre o que
notificar, como o fazer e sobre o funcionamento do sistema de notificação, etc.

BLOCO 3: SEGURANÇA
51 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade analisa os riscos e incidentes relacionados com a segurança
do doente e desencadeia as ações oportunas destinadas a prevenir
o seu reaparecimento.

Grupo: I

Código: S 5 05.03_03

Propósito: Analisar os riscos e incidentes ocorridos, desenvolvendo ações que minimizem,


evitem ou atenuem a possibilidade de recorrência ou gravidade no caso de acontecerem de
novo.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade designa um responsável para a segurança do doente com vista à gestão dos riscos
e incidentes reportados.

2. A Unidade analisa os riscos e incidentes reportados. Os eventos adversos graves são imedia-
tamente analisados através de uma ferramenta validada (ex.: análise de causa raiz, análise
de eventos significativos, etc.).

3. As medidas preventivas identificadas são implementadas e divulgadas aos profissionais.

A Unidade desenvolve estratégias de atuação dirigidas a doentes


e profissionais perante a ocorrência de eventos adversos graves.

Grupo: II

Código: S 5 05.04_01

Propósito: Gerir adequadamente os eventos adversos graves assegurando o atendimento e


apoio aos doentes e profissionais envolvidos da instituição.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe e aplica um plano de gestão de eventos adversos graves destinado ao
atendimento e comunicação com o doente que sofreu um evento adverso grave, bem
como aos profissionais envolvidos (segundas vítimas).

2. O
 s profissionais conhecem como devem atuar perante um evento adverso grave (ex.: comu-
nicação ao doente, familiares, etc.).

3. A
 Unidade conhece e aplica o plano de comunicação interno e externo perante a ocorrência
de evento adverso grave.

BLOCO 3: SEGURANÇA
52 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade tem um procedimento destinado à identificação inequívoca
dos doentes e das amostras biológicas.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.05_03

Propósito: Dispor e aplicar mecanismos de identificação inequívoca de doentes que diminuam


a possibilidade de erros de identificação na prestação de cuidados de saúde, sobretudo em
relação a doentes e procedimentos de alto risco.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe e aplica um procedimento para a identificação e verificação correta
e segura do doente e das amostras biológicas, imagens e documentos clínicos relacio-
nados, que inclui pelo menos dois identificadores válidos, mecanismos de identificação
(pulseira de identificação) e como agir no caso de doentes em situação de especial
vulnerabilidade (ex.: nomes idênticos, indocumentados, neonatais/maternos ou com
limitações cognitivas, etc.).

2. A
 verificação verbal do doente é realizada em todos os momentos do atendimento e por
todos os profissionais da Unidade que entram em contacto com este, sobretudo em proce-
dimentos de risco.

3. A
 Unidade avalia periodicamente o processo de identificação de doentes (ex.: percentagem
de doentes com pulseira, percentagem de notificações recebidas relacionadas com erros de
identificação de doentes) e implementa melhorias no caso de detetar desvios ao resultado
previsto.

4. A
 s amostras biológicas são identificadas corretamente e de forma inequívoca segundo o
procedimento estabelecido pela Unidade.

5. P
 ara as Unidades que incluem um laboratório clínico na sua carteira de serviços, é dispo-
nibilizado e aplicado um procedimento para a correta identificação e rastreabilidade das
amostras, divulgando-o aos profissionais dos cuidados de saúde primários e/ou hospitalares.

BLOCO 3: SEGURANÇA
53 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade incorpora boas práticas para prevenir e controlar as infeções
associadas à prestação de cuidados de saúde.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.06_01

Propósito: Implementar práticas seguras recomendadas pelo Plano Nacional para a Segurança
dos Doentes e organismos nacionais e internacionais de reconhecido prestígio para a preven-
ção e controlo das infeções relacionadas com a prestação assistencial, que sejam aplicáveis
no âmbito de atuação da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade cumpre as orientações de higiene das mãos e uso de luvas preconizadas por
organismos de reconhecido prestígio (ex.: sinalização, formação, observação direta, infra­
estruturas, participação dos doentes, etc.).

2. A Unidade, de acordo com a sua carteira de serviços, implementa pelo menos outra boa prática
para a prevenção de infeções relacionadas com os cuidados de saúde (ex.: manual de higie-
nização dos espaços e instalações, desinfeção e esterilização de material reutilizável, etc.).

3. O
 s profissionais da Unidade conhecem e aplicam as recomendações relativas às boas
práticas implementadas.

4. A
 Unidade estabelece os indicadores destinados a avaliar o grau de cumprimento das
práticas implementadas, faz a sua monitorização e integra-os no seu painel de controlo.

BLOCO 3: SEGURANÇA
54 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade tem implementado um procedimento para garantir as
condições de conservação e armazenamento dos medicamentos
e materiais de consumo clínico.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.07_03

Propósito: Definir os mecanismos necessários para controlar os requisitos de conservação dos


medicamentos e materiais de consumo clínico utilizados, de modo a garantir a sua qualidade,
eficácia e segurança.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade possui um procedimento escrito destinado ao controlo do armazenamento e
conservação de medicamentos, materiais de consumo clínico e outros, em que se defi-
ne, pelo menos, as responsabilidades, a periodicidade do controlo das caducidades e as
condições especiais de conservação ou armazenamento (ex.: medicamentos termolábeis,
fotossensíveis, etc.).

2. O
 s registos de controlo são devidamente arquivados na Unidade (ex.: controlo da validade,
temperatura, humidade, limpeza e atuações realizadas em caso de desvio, etc.).

3. O
 s prazos de utilização para os medicamentos multidose após abertura estão definidos. Se
o medicamento multidose é de uso individual (colírios, canetas de insulina, etc.), o prazo
está identificado de forma inequívoca.

BLOCO 3: SEGURANÇA
55 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade armazena os medicamentos e os materiais de consumo clínico
em condições ótimas para evitar riscos à segurança do doente.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.08_03

Propósito: Garantir que os medicamentos e materiais de consumo clínico estão corretamente


armazenados para evitar erros de medicação.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s medicamentos com embalagem ou rotulagem e com nomes semelhantes são armaze-
nados pela Unidade de forma segregada e com um sistema de alerta sobre o risco de erro.

2. A
 Unidade possui uma lista atualizada dos medicamentos de alto risco que é do conheci-
mento dos profissionais. Estes medicamentos estão devidamente identificados e limitados
quanto ao número de apresentações com diferentes doses, concentrações e/ou volumes.

3. C
 aso a Unidade, de acordo com a sua carteira de serviços, necessite do armazenamento de
eletrólitos concentrados, estes estão armazenados de forma segregada das apresentações
diluídas e obrigatoriamente rotulados com “Diluir antes da administração”.

4. O
 s carros ou malas de emergência têm o seu conteúdo definido e possuem um sistema
que garante a sua integridade (lacre ou similar). As atividades para verificar o estado e o
conteúdo do carro de emergência também incluem a operacionalidade do desfibrilhador e
do laringoscópio, verificando-se se há baterias e lâmpadas sobressalentes (caso utilizem
lâmpadas). Essas atividades estão registadas e arquivadas na Unidade.

5. N
 a Unidade os estupefacientes estão fechados e as entradas e saídas estão controladas
(registos dos movimentos e dos pedidos de reposição) e a Unidade controla periodicamente
os stocks e registos, nos termos da lei.

BLOCO 3: SEGURANÇA
56 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade garante a adequação dos tratamentos farmacológicos
principalmente em doentes de risco.

Grupo: I

Código: S 5 05.09_03

Propósito: Garantir um uso adequado do medicamento e garantir a reconciliação terapêutica


nos doentes de risco, com o objetivo de, em cada momento, tomarem apenas os medica-
mentos de que necessitam, diminuindo, assim, os erros de medicação ao longo do processo
assistencial.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade cumpre os indicadores definidos com a instituição em relação ao uso adequado
do medicamento. Estes indicadores integram o painel de controlo para a sua monitorização.

2. C
 uidados de saúde hospitalares: A Unidade define e aplica um procedimento para a reconci-
liação terapêutica na admissão, nas transferências e na alta hospitalar, ficando registado
no processo clínico as revisões terapêuticas efetuadas.

3. C
 uidados de saúde hospitalares: A Unidade informa o doente, familiar ou cuidador sobre
as alterações terapêuticas, assim como integra a terapêutica domiciliária que não conste
do prontuário hospitalar, se necessário. Na admissão, os profissionais realizam a identifi-
cação e o controlo destes fármacos.

4. C
 uidados de saúde primários: A Unidade define e aplica um procedimento para a reconci-
liação terapêutica nos doentes crónicos e polimedicados, ficando registado no processo
clínico as revisões terapêuticas. O doente, familiar ou cuidador é informado verbalmente
sobre as alterações realizadas e proporciona-se informação escrita sobre o novo trata-
mento (medicamentos, dose, via de administração e guia).

BLOCO 3: SEGURANÇA
57 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade garante a preparação e administração correta
dos medicamentos.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.10_00

Propósito: Promover a correta preparação e administração dos medicamentos para obter maior
eficiência e segurança, reduzir os fatores associados a erros na preparação e administração
e melhorar a qualidade dos cuidados prestados.

Elementos avaliáveis:

1. C
 uidados de saúde hospitalares: O processo clínico dos doentes admitidos contém a lista
atualizada dos medicamentos prescritos, a dose e a via de administração. Na ausência de
alternativa, nas situações em que a lista de medicamentos é transcrita (ex.: folha de admi-
nistração de enfermagem), essa transcrição coincide com a prescrição original.

2. A
 Unidade dispõe e aplica um procedimento para a correta preparação de medicamentos que
inclui, entre outros, local de preparação, limpeza de superfícies, preparação da medicação,
dupla verificação, condições de assepsia, etc.

3. As seringas, frascos ou bolsas, nos quais são adicionados medicamentos, são devidamente
rotulados pela Unidade, identificando-se pelo menos o nome da substância ativa adicionada,
dose, via de administração e dois identificadores válidos do doente a quem o medicamento é
administrado.

4. A
 s seringas orais são usadas para preparar e administrar medicamentos por via oral ou por
sonda nasogástrica, a fim de impedir a possibilidade de conexão com cateteres intravenosos
e evitar o risco de administração por via errada.

5. O
 s profissionais da Unidade antes de administrarem qualquer medicamento consultam o plano
terapêutico prescrito, verificando o nome do medicamento, a dose, a via de administração,
o nome do doente e alergias. O doente é informado sobre a medicação que está a receber
e é registada em processo clínico a sua administração ou o motivo da não administração.

BLOCO 3: SEGURANÇA
58 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade incorpora outras boas práticas para prevenir incidentes
de segurança.

Grupo: I

Código: S 5 05.11_02

Propósito: Garantir a implementação de outras boas práticas seguras recomendadas pelo


Plano Nacional para a Segurança dos Doentes, por organizações nacionais e internacionais
com reconhecido prestígio, aplicáveis ao âmbito de atuação da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade, de acordo com a sua carteira de serviços, seleciona anualmente, pelo menos, uma
boa prática a implementar para prevenir incidentes de segurança do doente (ex.: práticas
seguras relacionadas com a cirurgia e anestesia, comunicação entre profissionais nos momen-
tos de transição de cuidados, uso seguro de radiações ionizantes, segurança transfusional,
risco nutricional, etc.).

2. O
 s profissionais da Unidade conhecem e aplicam as recomendações relativas às boas
práticas implementadas.

3. A
 Unidade estabelece os indicadores destinados a avaliar o grau de cumprimento das
práticas implementadas e faz a sua monitorização no painel de controlo.

A Unidade cumpre os indicadores de segurança do doente.

Grupo: II

Código: S 5 05.12_01

Propósito: Atingir os níveis de cumprimento estabelecidos nos indicadores de segurança do


doente.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade cumpre os objetivos propostos nos indicadores de segurança do doente esta-
belecidos com a instituição (contratualização) e outros monitorizados pela Unidade para
verificar a implementação de boas práticas.

BLOCO 3: SEGURANÇA
59 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
A Unidade promove o envolvimento dos doentes e comunidade na
prevenção dos riscos associados aos seus processos assistenciais.

Grupo: III

Código: S 5 05.13_00

Propósito: Reduzir os riscos associados aos cuidados de saúde, envolvendo doentes e comu-
nidade na sua própria segurança através do desenvolvimento de atividades formativas e de
sensibilização.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade possui e disponibiliza materiais informativos aos doentes, familiares e cuidado-
res sobre como pode ajudar a prevenir os riscos associados ao seu processo assistencial
(ex.: cartazes, brochuras, folhetos, QR code, etc.).

2. A Unidade disponibiliza aos doentes um canal de comunicação para que estes possam informar
situações não conformes, elogios e sugestões de melhoria durante o seu processo assistencial
e depois analisa-os, incorporando ações de melhoria, se necessário.

3. A Unidade desenvolve ações de formação e sensibilização dos doentes, familiares e cuida-


dores, bem como atividades dirigidas à comunidade sobre aspetos essenciais relacionados
com a segurança do doente (ex.: workshops, campanhas de informação, etc.).

BLOCO 3: SEGURANÇA
60 CRITÉRIO 5: SEGURANÇA DO DOENTE
CRITÉRIO 6: SUPORTE
OBJETIVO DO CRITÉRIO

A intenção do seguinte grupo de standards é garantir a gestão do ambiente da Unidade para


reduzir e controlar riscos, prevenir acidentes de trabalho e manter condições seguras.

Os profissionais da Unidade devem conhecer o estado e a segurança das instalações e equipa-


mentos médicos que utilizam, com vista a estarem seguros no desempenho das suas atividades
assistenciais. Ter instalações e equipamentos seguros em ótimas condições de manutenção,
formar os profissionais no uso correto dos equipamentos e envolvê-los na comunicação de
incidentes referentes à sua manutenção, segurança e operação contribui para aumentar a
segurança dos doentes e dos profissionais, além de evitar desprogramações e/ou suspensão
da atividade. Por todas estas razões, é necessário trabalhar em articulação com os serviços
de suporte.

Outros aspetos que a Unidade deve contemplar para contribuir com uma prestação de servi-
ços de qualidade num espaço físico seguro são: o controlo de materiais e resíduos perigosos,
a evacuação segura de doentes e profissionais da Unidade em caso de emergência e a iden-
tificação de riscos laborais.

A abordagem dos seguintes standards ajudará a Unidade a:

•E
 stabelecer canais de comunicação eficazes com os serviços de manutenção da instituição
para conhecer o estado das condições de manutenção e segurança das instalações que
utiliza e, se necessário, poder adotar medidas para garantir um ambiente físico seguro.

•G
 erir de forma eficaz e segura os equipamentos médicos utilizados, estabelecendo canais
de comunicação e colaboração com o serviço de electromedicina da instituição.

•P
 lanear a formação dos profissionais antes da incorporação de novos equipamentos, a fim
de evitar erros na utilização dos mesmos que possam gerar riscos na segurança do doente.

•M
 anter um ambiente físico saudável, confortável e seguro, garantindo o bem-estar dos
seus profissionais em colaboração com o serviço de saúde ocupacional da instituição.

•C
 onhecer o seu grau de responsabilidade relativamente aos planos de autoproteção e
proteção contra incêndio, segurança, materiais perigosos e emergências, facilitando uma
resposta planeada e eficaz a incidentes nestas áreas.

•M
 elhorar a gestão dos resíduos hospitalares, garantindo assim a proteção do ambiente e
da saúde dos profissionais, doentes e familiares.

•G
 arantir a disponibilidade de toda a informação gerada durante o processo assistencial ao
doente face à falha dos sistemas de informação e proteger a confidencialidade da mesma.

BLOCO 3: SEGURANÇA
61 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade conhece as condições de manutenção e segurança das
instalações que utiliza para desenvolver a sua atividade assistencial.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.01_02

Propósito: Conhecer as condições de manutenção e segurança das instalações que suportam


o desenvolvimento da atividade assistencial da Unidade. Em caso de ocorrências que alterem
a sua funcionalidade ou segurança, são implementadas medidas para reduzir o seu impacto.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade dispõe de informação atualizada sobre as condições de manutenção e seguran-
ça das instalações necessárias ao normal desenvolvimento da sua atividade assistencial.
Nesse sentido, é necessário:

1.1 Definir e utilizar um sistema de comunicação regular com os serviços de suporte.

1.2 A
 cordar com os serviços de suporte que informações serão fornecidas e como serão
fornecidas (ex.: reuniões informativas, planos e relatórios detalhados, etc.) e com que
periodicidade.

1.3 A
 cordar e adotar as medidas adequadas caso os serviços de suporte apontem a exis-
tência de ocorrências que alteram a funcionalidade ou a segurança das instalações,
de forma a minimizar o seu impacto.

2. O
 s profissionais da Unidade conhecem e utilizam um sistema de comunicação de ocorrências
relativas ao funcionamento, manutenção ou segurança das instalações. As ocorrências
relatadas são rastreáveis (ex.: pendentes, em andamento, concluídas, etc.).

3. A
 s viaturas de transporte utilizadas para cuidados de saúde cumprem as normas legais em
vigor quanto à sua circulação, características técnicas e equipamentos, sendo o seu correto
estado garantido através de revisões periódicas. Além disso, é disponibilizado e aplicado um
procedimento de limpeza das viaturas e do seu conteúdo, sendo arquivados os respetivos
registos.

BLOCO 3: SEGURANÇA
62 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade garante o uso seguro do equipamento de electromedicina
utilizado pelos seus profissionais.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.02_03

Propósito: Gerir o equipamento de electromedicina utilizado na Unidade, garantindo que este


se encontra em condições adequadas de segurança e de acordo com as recomendações do
fabricante. Para isso é importante definir responsabilidades para a gestão e controlo do es-
tado de manutenção preventiva ou corretiva, conhecer as características dos equipamentos
e formação dos profissionais na sua utilização e riscos.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade possui um responsável pela gestão dos equipamentos de electromedicina, com
funções definidas quanto ao controlo, utilização e operacionalidade. O responsável conhece
o estado de manutenção preventiva dos equipamentos.

2. A
 Unidade articula-se com os serviços de electromedicina para a operacionalização da
manutenção preventiva e corretiva.

3. O
 s profissionais da Unidade que utilizam equipamentos de electromedicina têm formação,
se necessário, sobre o seu uso e riscos.

4. O
 s profissionais da Unidade verificam regularmente o estado de conservação dos equipa-
mentos de electromedicina.

5. E
 m caso de utilização de equipamentos de electromedicina que pertençam a outra unidade
ou sejam de uso partilhado, existe uma coordenação entre os responsáveis de ambas as
unidades pelo controlo dos respetivos equipamentos, de modo a conhecer o seu estado
de manutenção.

6. O
 s profissionais da Unidade comunicam as ocorrências relacionadas com o funcionamento,
manutenção ou segurança dos equipamentos de electromedicina através do mecanismo
estabelecido, sendo efetuado o seguimento das mesmas.

BLOCO 3: SEGURANÇA
63 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade garante a acessibilidade física à pessoa e familiar.

Grupo: I

Código: S 5 06.03_01

Propósito: Dispor de uma sinalética interna e externa clara e inequívoca da localização da Uni-
dade, que permite à pessoa poder facilmente aceder aos seus serviços. Eliminar as barreiras
arquitetónicas e físicas que podem impedir as pessoas com mobilidade reduzida de aceder à
Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A sinalética da Unidade utilizada para a sua identificação e acesso é inequívoca, estando


atualizada e em bom estado.

2. As condições de acessibilidade à Unidade foram estudadas (barreiras arquitetónicas ou


sensoriais) e adotaram-se ou planearam-se as medidas destinadas a melhorar as possíveis
limitações, nos termos da lei.

3. As instalações de risco ou de circulação interna da Unidade têm um acesso restrito.

A Unidade garante o correto estado e segurança do seu armazém


e respetivo conteúdo.

Grupo: I

Código: S 5 06.04_01

Propósito: Estabelecer os mecanismos necessários para que as condições de segurança do


armazém da Unidade sejam adequadas. Garantir a disponibilidade de medicamentos e material
de consumo clínico para que a Unidade possa dar resposta à sua atividade.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade tem definidas as responsabilidades necessárias para a gestão do estado e stock


do armazém.

2. O stock e o estado do armazém da Unidade são controlados para evitar ruturas de stock, ga-
rantindo que o material necessário está disponível e em condições adequadas para ser usado.

3. Os locais de armazenamento da medicação e material de consumo clínico estão em adequadas


condições de temperatura, humidade, luz e limpeza (ex.: prateleiras fixas de armazenamento,
produtos inflamáveis controlados, sistemas de proteção contra incêndios, controlo de pragas,
identificação correta dos produtos armazenados, fichas de segurança, etc.).

BLOCO 3: SEGURANÇA
64 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade conhece os critérios de qualidade dos serviços de suporte
ao desenvolvimento da sua atividade e comunica os desvios detetados.

Grupo: II

Código: S 5 06.05_02

Propósito: Conhecer (ou definir, se for o caso) os critérios de qualidade exigidos aos serviços
de suporte que dão apoio à sua atividade. Dispor de ferramentas que permitam a comunica-
ção e registo dos desvios detetados face aos critérios definidos, com o objetivo de promover a
implementação de medidas de melhoria destinadas a otimizar o desempenho desses serviços.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade tem identificados os serviços que dão suporte ao desenvolvimento da sua ativi-
dade (ex.: hotelaria, limpeza, manutenção, rouparia, etc.) e conhece as condições em que os
serviços devem ser prestados (critérios de qualidade) e o que deles se espera. Os critérios de
qualidade podem ser definidos pela instituição ou pela Unidade.

2. Os profissionais da Unidade, de acordo com o seu grau de responsabilidade, têm disponíveis
para consulta os critérios de qualidade dos serviços de suporte e conhecem e utilizam os
mecanismos de comunicação para registar os desvios detetados.

3. A Unidade analisa os desvios comunicados/registados para implementar medidas de melhoria.

A Unidade conhece os riscos que podem afetar os profissionais em cada


posto de trabalho.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.06_02

Propósito: Conhecer os riscos que podem afetar os profissionais da Unidade, incluindo aqueles
que são motivados pelas condições de segurança no trabalho, pelas condições ambientais e
pelas condições ergonómicas e psicossociais.

Elementos avaliáveis:

1. E
 xiste um sistema de comunicação entre os responsáveis da Unidade e o serviço de saú-
de ocupacional para conhecer as situações de risco mediante a avaliação dos riscos, as
medidas necessárias para eliminar ou diminuir esses riscos e a planificação das medidas
(plano de prevenção de riscos laborais).

2. O
 s profissionais da Unidade conhecem os riscos identificados na avaliação de riscos e as
medidas preventivas a adotar.

3. O
 s responsáveis da Unidade asseguram que todos os seus profissionais recebem a forma-
ção necessária em relação aos riscos inerentes à sua atividade e posto de trabalho ou aos
acidentes mais frequentes.

BLOCO 3: SEGURANÇA
65 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade participa na vigilância da saúde e segurança dos seus
profissionais.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.07_01

Propósito: Promover a vigilância da saúde dos profissionais e identificar os riscos laborais,


participando na identificação de novas medidas preventivas.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade assegura os mecanismos necessários para garantir a vigilância da saúde dos
trabalhadores.

2. A
 Unidade conhece os mecanismos estabelecidos para comunicar os acidentes de traba-
lho ocorridos (ex.: acidentes com corto-perfurante acidentais, contacto com substâncias
tóxicas, agressões, etc.).

3. A
 Unidade estabelece canais de comunicação com os responsáveis pela saúde ocupacional,
no sentido de conhecer os acidentes, agressões e baixas ocorridos e suas causas, assim
como novas medidas preventivas a adotar.

A Unidade tem estabelecidas as medidas de segurança em caso


de emergência e são conhecidas pelos profissionais.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.08_03

Propósito: Assegurar que estão estabelecidas e implementadas, nos termos da lei, as ações a
seguir em caso de situações de emergência que podem afetar as pessoas e os profissionais
da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade tem definidas as atuações necessárias para desencadear, de forma segura e
eficaz em caso de emergência, a evacuação dos doentes, familiares e profissionais – plano
de emergência (ex.: incêndio, explosão de depósitos a gás, inundações, terramotos, etc.).

2. O
 s responsáveis da Unidade garantem que os profissionais recebem formação necessária
em relação às medidas de segurança em caso de emergência e realizam simulacros.

3. O
 s equipamentos de proteção, a sinalética e as vias de evacuação encontram-se operacionais
e cumprem com a função de facilitar e tornar segura a evacuação da Unidade.

4. A Unidade definiu um plano de emergência para catástrofes externas ou participou e conhece


a sua elaboração. Os profissionais da Unidade recebem formação sobre o plano de emergência
externo.

BLOCO 3: SEGURANÇA
66 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade tem estabelecidos os procedimentos necessários para a correta
gestão dos resíduos gerados e para atuar em situações de derrame
ou descarga de produtos tóxicos.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.09_01

Propósito: Estabelecer as medidas e procedimentos necessários para que a separação de


resíduos gerados pela Unidade se realize de acordo com a legislação em vigor e para uma
correta atuação perante situações de derrame ou descarga de produtos tóxicos.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade possui e aplica corretamente um procedimento de gestão de resíduos, que tem
estabelecidas as responsabilidades e ações a desenvolver para uma gestão segura dos
resíduos que produz.

2. N
 a Unidade existem cartazes relativos à gestão adequada dos resíduos produzidos.

3. A
 Unidade possui e aplica corretamente um procedimento que define as ações a seguir
em caso de possíveis derramamentos ou descargas de produtos tóxicos (ex.: citostáticos,
líquidos inflamáveis, ácidos, etc.).

A Unidade contribui para o compromisso da minimização da produção


de resíduos.

Grupo: II

Código: S 5 06.10_00

Propósito: Conhecer e controlar a gestão que a própria Unidade faz dos resíduos que gera,
propondo medidas destinadas a reduzir a sua produção e identificando o impacto associado
à sua perigosidade.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade recebe periodicamente informações sobre os resíduos gerados por tipo de resíduo.

2. A Unidade analisa periodicamente a evolução da produção de resíduos e, caso necessário,


propõe medidas que visam minimizá-los (ex.: realocação de embalagens, uso de produtos ou
técnicas alternativas que gerem menos resíduos, etc.).

3. A
 Unidade realiza auditorias periódicas de separação de resíduos, propondo medidas que
reduzem as más práticas observadas.

BLOCO 3: SEGURANÇA
67 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade implementa procedimentos para o controlo dos principais
impactos ambientais de acordo com a política ambiental.

Grupo: III

Código: S 5 06.11_02

Propósito: Envolver a Unidade no sistema de gestão ambiental estabelecendo-se os procedimen-


tos, recursos, objetivos e responsabilidades necessários para desenvolver a política ambiental,
a fim de evitar um impacto ambiental indesejado a que doentes, familiares, profissionais e
comunidade podem vir a ser afetados por incidentes provocados pela falta de rigor no controlo
de emissões atmosféricas, ruídos, derrames, consumo de água, energia, etc.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade conhece e participa nos procedimentos, políticas e normativos que lhe são apli-
cáveis em matéria de gestão ambiental, gerindo os registos e documentos que lhe compete.

2. A Unidade investe na melhoria do seu comportamento ambiental com base em procedimentos,


políticas e normativos que lhe são aplicáveis e nas ações implementadas como necessárias
pelo sistema de gestão ambiental da sua instituição.

3. A Unidade facilita a participação e formação dos seus profissionais e doentes em matéria


ambiental.

A Unidade define e mantém uma estratégia dirigida à manutenção e melhoria


da sua estrutura, funcionalidade, instalações e equipamentos, colaborando
na gestão dos investimentos.

Grupo: II

Código: S 5 06.12_02

Propósito: Envolver-se na gestão dos possíveis investimentos e aquisições, participando ativa-


mente na deteção de necessidades, planeamento e posterior implementação. Os responsáveis
da Unidade conhecem e analisam os novos requisitos normativos e avanços tecnológicos
que permitem planear uma adaptação progressiva dos seus espaços, instalações, equipa-
mentos e meios técnicos, melhorando a segurança e a eficiência, sendo este planeamento
determinante para as decisões de aquisições e investimentos.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade analisa o estado dos seus espaços, instalações e equipamentos e identifica as suas
necessidades de adequação a novos cenários tecnológicos e legais.

2. A
 Unidade possui ferramentas que lhe permite comunicar as suas necessidades, funda-
mentando com estudos a adequação ou aquisição solicitada sob o ponto de vista técnico
e de resultados.

BLOCO 3: SEGURANÇA
68 CRITÉRIO 6: SUPORTE
A Unidade tem definida a forma de atuar em caso de queda dos seus
sistemas de informação.

Grupo: I

Código: S 5 06.13_02

Propósito: Dispor de um plano de contingência para os sistemas de informação para que, em


situações em que estes não funcionem, se evitem perdas de dados e/ou existam quebras na
continuidade da atividade da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade dispõe e aplica um plano de contingência, que define o modo de atuar e as respon-
sabilidades perante a queda dos seus sistemas de informação.

2. A Unidade dispõe de mecanismos (ex.: formulários em papel, etc.) para utilizar em caso de queda
dos seus sistemas de informação (ex.: pedidos médicos, pedidos de laboratório, radiologia, etc.).

A Unidade adota medidas para garantir a proteção dos dados de carácter


pessoal de acordo com o estabelecido na legislação em vigor.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.14_03

Propósito: Estabelecer os mecanismos necessários para que a Unidade se adeque aos princí-
pios estabelecidos sobre proteção de dados pessoais, garantindo e protegendo a conservação,
integridade e confidencialidade dos dados das pessoas.

Elementos avaliáveis:

1. O
 s profissionais da Unidade recebem formação sobre boas práticas no manuseamento da
informação e medidas de segurança relativas à proteção de dados de carácter pessoal.

2. O
 s profissionais da Unidade dispõem de um mecanismo conhecido para comunicar possíveis
infrações à regulamentação da proteção de dados ou falhas de segurança que afetem o
tratamento de dados pessoais (ex.: fishing, arquivos com caracteres incomuns, receção
de e-mails com anexos suspeitos, comportamento estranho de dispositivos, incapacidade
de acesso a determinados serviços, perda ou roubo de dispositivos de armazenamento ou
equipamentos com informação, etc.).

3. Cuidados de saúde primários: A Unidade dispõe de mecanismos para comunicar à pessoa


o seu direito de acesso à informação, sua retificação ou cancelamento, bem como poder
opor-se a que outra pessoa aceda, retifique, exclua ou limite o tratamento e a portabili-
dade dos seus dados.

BLOCO 3: SEGURANÇA
69 CRITÉRIO 6: SUPORTE
Anexo I
Unidades de Diagnóstico Laboratorial
ANEXO I. UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Neste Anexo I foi incluída uma série de standards relacionados com os laboratórios clínicos
que complementa os standards do Manual de Unidades de Gestão Clínica.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Este anexo é aplicado nas unidades que incluem na sua carteira de serviços uma área de
laboratório clínico para dar apoio ao diagnóstico. Alguns exemplos:

• Unidade de Hematologia + Laboratório de Imunologia e Genética;

• Unidade de Doenças Infecciosas + Laboratório de Microbiologia;

• Unidade de Alergologia + Laboratório de Imunologia;

• Unidade de Ginecologia/Obstetrícia + Laboratório de Procriação Medicamente Assistida.

Ficam excluídos do âmbito deste Manual e Anexo I os laboratórios clínicos que dispõem de
um manual de standards específico.

DISTRIBUIÇÃO DE STANDARDS

Para as Unidades que incluem na sua carteira de serviços um Laboratório Clínico, a distribui-
ção dos standards será a do Manual de Standards de Unidades de Gestão Clínica acrescida
dos standards incluídos neste anexo.

Em termos práticos, a Unidade (incluindo o seu Laboratório Clínico) deve efetuar a sua fase
de autoavaliação refletindo sobre 76 standards deste Manual. Simultaneamente, o Labora-
tório Clínico deverá refletir sobre os 12 standards incluídos neste anexo.

Após realizada a avaliação sobre a totalidade dos standards e em função do seu grau de
cumprimento, mantêm-se os mesmos resultados que os incluídos no Manual de Unidades
de Gestão Clínica (Bom, Ótimo, Excelente), aplicando-se as mesmas percentagens de cum-
primento dos standards.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


71
BLOCO 1: BLOCO 2: BLOCO 3:
GESTÃO DA UNIDADE ATENÇÃO CENTRADA SEGURANÇA
NO DOENTE

CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 5


LIDERANÇA DIREITOS DO DOENTE SEGURANÇA
E ORGANIZAÇÃO E CONTINUIDADE DO DOENTE
DA UNIDADE ASSISTENCIAL

6 4 5 2 9 7 3 1 10 4 2 2

TOTAL: 17 TOTAL: 20 TOTAL: 18

CRITÉRIO 2 CRITÉRIO 4 CRITÉRIO 6


GESTÃO POR QUALIDADE SUPORTE
PROCESSOS TÉCNICO-CIENTÍFICA
ASSISTENCIAIS

1 1 2 1 1 3 4 2 9 4 4 1

TOTAL: 5 TOTAL: 10 TOTAL: 18

36 (40,90%) 23 (26,14%) 20 (22,73%) 9 (10,23%) TOTAL: 88

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


72
A Unidade de Diagnóstico Laboratorial disponibiliza, aos profissionais prescritores
e aos doentes, informações atualizadas sobre o tempo que vai desde a deteção
da necessidade de cuidados de saúde até ao início da prestação dos mesmos.

Grupo: I

Código: S 5 03.18_02

Propósito: Fornecer aos profissionais e doentes informações sobre os tempos de resposta dos
exames que o laboratório realiza.

Elementos avaliáveis:

1. O laboratório dispõe de uma carteira de serviços que inclui informação sobre os seus tempos
de resposta.

2. O laboratório estabelece canais de comunicação para divulgação dos tempos de resposta aos
profissionais e doentes.

A Unidade de Diagnóstico Laboratorial possui um formulário de requisição


de exames acordado com os profissionais prescritores.

Grupo: I

Código: S 5 03.19_02

Propósito: Dispor de um formulário de requisição consensualizado que contenha informação


clara e precisa sobre o episódio, as amostras biológicas e os exames laboratoriais solicitados.

Elementos avaliáveis:

1. O laboratório acordou com os profissionais o formulário para solicitar a análise. O formulário


de pedido deve conter informações suficientes para identificar o doente e o profissional pres-
critor, bem como o exame laboratorial solicitado e os dados clínicos pertinentes.

2. O laboratório tem definidos perfis para os profissionais que prescrevem exames laboratoriais.

3. O laboratório ausculta os profissionais prescritores para facilitar o processo de solicitação


de exames laboratoriais.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


73
A Unidade de Diagnóstico Laboratorial avalia o grau de cumprimento
do pedido de prescrição e realiza ações de melhoria após a sua análise.

Grupo: II

Código: S 5 03.20_02

Propósito: Garantir, através do formulário de requisição de exames laboratoriais, a comuni-


cação direta entre os profissionais que prescrevem e o laboratório, intervindo em situações
não conformes.

Elementos avaliáveis:

1. O laboratório realiza avaliações periódicas sobre o preenchimento da prescrição de requisição


de exames laboratoriais, identificando áreas de melhoria.

2. O laboratório implementa melhorias em caso de desvios nos resultados obtidos nas referidas
avaliações.

3. O
 laboratório comunica, periodicamente aos profissionais que prescrevem, os resultados
obtidos e as áreas de melhoria identificadas.

A Unidade de Diagnóstico Laboratorial garante a correspondência biunívoca


entre o formulário de requisição e as amostras biológicas recebidas.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.14_02

Propósito: Assegurar a correspondência entre o formulário de requisição e as amostras


biológicas recebidas no laboratório.

Elementos avaliáveis:

1. O
 laboratório possui e aplica um procedimento para garantir a correspondência entre o
pedido e as amostras biológicas recebidas.

2. O
 laboratório dispõe de um registo das ocorrências verificadas entre o formulário de
requisição e as amostras biológicas recebidas.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


74
A Unidade de Diagnóstico Laboratorial define os critérios de validação
dos resultados dos exames laboratoriais realizados, bem como os critérios
de acesso e distribuição dos mesmos.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.15_02

Propósito: Garantir a qualidade e fiabilidade da informação laboratorial.

Elementos avaliáveis:

1. O
 laboratório define os critérios de validação técnica dos resultados, incluindo critérios
de validação automática de resultados e validação de testes de emergência.

2. O
 laboratório define o tipo de acesso e distribuição dos resultados aos profissionais que
prescrevem.

3. O laboratório define critérios para a inclusão de comentários adicionais nos relatórios.

A Unidade de Diagnóstico Laboratorial disponibiliza os mecanismos


necessários para a comunicação e atuação face a resultados críticos
que requerem ação imediata.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.16_02

Propósito: Orientar os sistemas de informação para os profissionais e suas necessidades,


garantindo um mecanismo de comunicação rápido em caso de alterações graves nos exames
laboratoriais, que requerem ação imediata por parte da equipa do laboratório para confirma-
ção e comunicação ao médico que prescreveu a análise.

Elementos avaliáveis:

1. O
 laboratório define os parâmetros considerados de alarme (críticos) de acordo com a sua
carteira de serviços.

2. O laboratório seleciona os mecanismos necessários para comunicar ao profissional prescritor


os resultados de um exame laboratorial quando estes estiverem dentro dos intervalos de
alarme estabelecidos, e os profissionais do laboratório conhecem-nos.

3. O
 laboratório mantém um registo da comunicação realizada e do interlocutor.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


75
A Unidade de Diagnóstico Laboratorial define critérios de revisão para
controlo da qualidade interno e externo e avalia os resultados obtidos.

Grupo: I

Código: S 5 05.17_02

Propósito: Garantir a fiabilidade dos ensaios realizados no laboratório.

Elementos avaliáveis:

1. O laboratório define os critérios de revisão dos resultados do controlo da qualidade interno


e externo.

2. O
 laboratório regista as ocorrências relacionadas com o controlo da qualidade interno e
externo e as ações corretivas realizadas.

3. O laboratório analisa os resultados do controlo da qualidade que não estejam de acordo com
os valores esperados.

A Unidade de Diagnóstico Laboratorial avalia periodicamente o nível


de qualidade e cumprimento dos relatórios de resultados emitidos.

Grupo: III

Código: S 5 05.18_00

Propósito: Garantir que o relatório laboratorial contém os resultados dos exames laboratoriais
realizadas ao doente, os dados de identificação do pedido e do laboratório, assim como qual-
quer outro tipo de informação que complemente ou facilite a interpretação dos resultados.

Elementos avaliáveis:

1. O laboratório define indicadores da qualidade e cumprimento a serem avaliados nos relatórios


de resultados.

2. O laboratório realiza auditorias, pelo menos anualmente, aos relatórios de resultados com
base nos indicadores da qualidade definidos e estabelece áreas de melhoria.

3. O laboratório divulga aos seus profissionais os resultados obtidos nas auditorias realizadas.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


76
A Unidade de Diagnóstico Laboratorial tem implementado um procedimento
para controlo, transporte, manuseio e conservação das amostras biológicas.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.15_02

Propósito: Conhecer e controlar todas as variáveis que podem afetar a logística das amostras
desde a sua colheita, garantindo que são dadas as melhores condições para a sua conserva-
ção, monitorização, transporte, armazenamento temporário e manuseio em todos os pontos
do processo, controlando tanto os aspetos humanos como técnicos desta gestão.

Elementos avaliáveis:

1. O
 laboratório possui e aplica um procedimento, de acordo com a regulamentação em vigor,
para o processo logístico de amostras, tanto intra-hospitalar como com centros externos,
que inclui o transporte, registos de percurso, controlo de tempo, controlo de temperatura,
manipulação e conservação.

2. O
 laboratório analisa os registos associados ao transporte de amostras (folhas de percurso,
temperaturas, tempos) e, caso constate alguma ocorrência, verifica as ações realizadas.

A Unidade de Diagnóstico Laboratorial estabelece regras de utilização


e envio de amostras para laboratórios externos.

Grupo: II

Código: S 5 06.16_02

Propósito: Definir e documentar as regras e procedimentos para selecionar e utilizar serviços


externos que podem afetar a qualidade do seu serviço.

Elementos avaliáveis:

1. O
 laboratório possui uma carteira de serviços de testes externalizados e dos respetivos
laboratórios e tempos de resposta.

2. O
 laboratório tem definidas as regras de envio de amostras e receção de resultados de
laboratórios externos, existindo um responsável por esta atividade.

3. O
 laboratório realiza avaliações periódicas do serviço prestado por laboratórios externos
(ex.: transporte de amostras, entrega de resultados, tempos de resposta, etc.) e identifica
eventuais melhorias.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


77
A Unidade de Diagnóstico Laboratorial possui critérios para registo,
arquivo, utilização e eliminação de amostras biológicas, incluindo
as destinadas a projetos de investigação.

Grupo: I

Código: S 5 06.17_02

Propósito: Garantir a proteção, conservação e utilização de amostras biológicas aplicando os


requisitos normativos em vigor.

Elementos avaliáveis:

1. O laboratório possui e aplica um procedimento que estabelece as normas de armazenamento


e uso de amostras biológicas (ex.: repetição de testes, investigação, etc.).

2. O laboratório controla as condições de conservação dos arquivos das amostras biológicas.

3. O laboratório cumpre a Lei de Investigação Biomédica e as normas aplicáveis.

A Unidade de Diagnóstico Laboratorial possui um sistema de controlo


de mensagens com o processo clínico eletrónico.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.18_00

Propósito: Num cenário de integração progressiva dos sistemas de informação com o processo
clínico eletrónico, permitir que os laboratórios controlem o processo analítico desde a receção
do pedido eletrónico até à entrega dos resultados, através de uma ferramenta de controlo de
mensagens entre os sistemas de informação e o processo clínico eletrónico.

Elementos avaliáveis:

1. O
 laboratório dispõe de um procedimento de controlo para garantir que todos os exames
solicitados via eletrónica são atendidos e que todas as solicitações recebem a mensagem
final de fecho, de modo a evitar que as solicitações fiquem abertas ou sem resultado na
história clínica.

2. O
 laboratório controla e resolve periodicamente os erros detetados pelos utilizadores
aquando do envio do pedido eletrónico (mesmo que não seja recebido pelo laboratório),
para não deixar os pedidos em fases intermédias do processo de pedido eletrónico.

3. O
 s profissionais do laboratório conhecem e têm acesso à rastreabilidade do pedido de
exames no processo clínico eletrónico, com o objetivo de poderem consultar as fases pré
e pós-analítica do pedido eletrónico.

ANEXO I: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


78
Anexo II
Unidades de Diagnóstico Imagiológico
ANEXO II. UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO
Neste Anexo II foi incluída uma série de standards relacionados com as Unidade de Diagnóstico
Imagiológico que complementa os standards do Manual de Unidades de Gestão Clínica.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Este anexo é de aplicação nas Unidades de Diagnóstico Imagiológico: Radiodiagnóstico, Angio-


grafias, Ressonância Magnética, Imagens por Ultrassom e Medicina Nuclear.

DISTRIBUIÇÃO DE STANDARDS

Para as Unidades de Diagnóstico Imagiológico, a distribuição dos standards será a do Manual de


Unidades de Gestão Clínica acrescida dos standards incluídos neste anexo.

Em termos práticos, a Unidade de Diagnóstico Imagiológico deve realizar na sua fase de


autoavaliação uma reflexão sobre os 76 standards deste Manual e sobre os 12 incluídos
neste anexo.

Após realizada a avaliação sobre a totalidade dos standards e em função do seu grau de
cumprimento, mantêm-se os mesmos resultados que os incluídos no Manual de Unidades de
Gestão Clínica (Bom, Ótimo, Excelente), aplicando-se as mesmas percentagens de cumprimento
dos standards.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


80
BLOCO 1: BLOCO 2: BLOCO 3:
GESTÃO DA UNIDADE ATENÇÃO CENTRADA SEGURANÇA
NO DOENTE

CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 5


LIDERANÇA DIREITOS DO DOENTE SEGURANÇA
E ORGANIZAÇÃO E CONTINUIDADE DO DOENTE
DA UNIDADE ASSISTENCIAL

6 4 5 2 10 8 3 1 9 3 3 2

TOTAL: 17 TOTAL: 22 TOTAL: 17

CRITÉRIO 2 CRITÉRIO 4 CRITÉRIO 6


GESTÃO POR QUALIDADE SUPORTE
PROCESSOS TÉCNICO-CIENTÍFICA
ASSISTENCIAIS

1 1 2 1 1 3 4 2 9 4 3 1

TOTAL: 5 TOTAL: 10 TOTAL: 17

36 (40,90%) 23 (26,14%) 20 (22,73%) 9 (10,23%) TOTAL: 88

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


81
A Unidade de Diagnóstico Imagiológico fornece aos profissionais e doentes
informação atualizada sobre o tempo que vai desde a deteção da
necessidade de cuidados de saúde até ao início da prestação dos mesmos.

Grupo: I

Código: S 5 03.21_02

Propósito: Fornecer aos profissionais prescritores e aos doentes informação sobre os tempos
de resposta, que lhes permite conhecer o tempo de acesso à técnica a ser realizada e o tempo
necessário para obter os resultados.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade define os tempos de resposta para a realização de exames e para a preparação


dos relatórios imagiológicos.

2. A Unidade estabelece os canais de comunicação para a divulgação dos tempos de resposta


(tempo de acesso e tempo de obtenção dos resultados) aos profissionais prescritores e doentes.

A Unidade de Diagnóstico Imagiológico integra na sua carteira de serviços


as características particulares e as limitações das técnicas disponíveis
e dá-as a conhecer.

Grupo: I

Código: S 5 03.22_02

Propósito: Incorporar, na informação disponibilizada às unidades prescritoras relativamente


aos serviços prestados pela Unidade de Diagnóstico Imagiológico, as características particu-
lares e as limitações das técnicas disponíveis, de forma a incrementar a eficiência nos proce-
dimentos de prescrição.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade dispõe de uma carteira de serviços de técnicas de imagem para cada nível assisten-
cial, que inclui informações para os profissionais prescritores em relação às características
e limitações do exame, preparação do doente, etc.

2. A Unidade divulga aos profissionais prescritores as características e limitações das técnicas


incluídas na sua carteira de serviços.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


82
A Unidade de Diagnóstico Imagiológico possui uma carteira de serviços
adaptada às necessidades da sua área de saúde e capaz de responder
aos avanços tecnológicos.

Grupo: II

Código: S 5 03.23_02

Propósito: Oferecer serviços de acordo com as necessidades da população e da área de saúde


da Unidade e adaptá-los aos avanços tecnológicos.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade analisa periodicamente as necessidades epidemiológicas da população a que presta


assistência e as necessidades do seu ambiente de atendimento (ex.: centro hospitalar, área
de saúde, etc.) e prioriza-as.

2. A Unidade integra novas técnicas, tecnologias ou procedimentos na sua carteira de serviços


para responder às necessidades prioritárias.

A Unidade de Diagnóstico Imagiológico dispõe de um formulário de pedido


de exames e avalia o grau de preenchimento do mesmo.

Grupo: I

Código: S 5 03.24_02

Propósito: Dispor de um formulário de pedido que contenha dados de orientação diagnóstica


e informações claras e precisas para a adequada identificação do profissional prescritor, do
doente e da técnica solicitada. Avaliar o preenchimento dos referidos formulários para imple-
mentar eventuais melhorias.

Elementos avaliáveis:

1. O
 formulário de pedido de técnicas da Unidade deve conter informações suficientes para
identificar o doente e o profissional prescritor, bem como a técnica solicitada e os dados
clínicos pertinentes.

2. A
 Unidade avalia, pelo menos anualmente, o grau de cumprimento do preenchimento do
formulário de pedido e comunica os resultados aos profissionais prescritores.

3. A Unidade identifica e implementa melhorias em caso de desvios nos resultados obtidos nas
referidas avaliações.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


83
O relatório imagiológico fornece dados e informações relevantes para
a tomada de decisão clínica.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 03.25_02

Propósito: Definir a estrutura do relatório imagiológico sobre as técnicas realizadas, incluindo


uma conclusão e/ou recomendação final ao profissional prescritor.

Elementos avaliáveis:

1. O
 relatório fornece informações claras e concisas sobre os resultados dos estudos realizados
num doente, incluindo uma conclusão e/ou recomendação final.

A Unidade de Diagnóstico Imagiológico cria os mecanismos necessários


para a comunicação e atuação perante achados inesperados que
requerem ação imediata.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.19_02

Propósito: Garantir um mecanismo de comunicação rápida em caso de estudos com alterações


graves que exijam ação imediata por parte dos profissionais da Unidade, para confirmação e
comunicação ao médico responsável.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade define os parâmetros considerados de alarme (críticos) de acordo com a sua
carteira de serviços.

2. A
 Unidade seleciona os mecanismos necessários para comunicar ao profissional prescritor
os resultados de um exame imagiológico quando estes estiverem dentro dos intervalos de
alarme estabelecidos, e os profissionais da Unidade conhecem-nos.

3. A Unidade mantém um registo da comunicação realizada e do interlocutor.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


84
A Unidade de Diagnóstico Imagiológico inclui a dose de radiação na informação
do doente e possui registos individualizados da dose por doente.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 05.20_00

Propósito: Dar a conhecer as doses de radiação administradas ao doente através do relatório


e registo na sua história clínica.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade regista os dados dosimétricos na história clínica de cada doente e incorpora-os
no relatório.

2. A
 Unidade regista os radiofármacos administrados ao doente no seu processo clínico, incluindo
o tipo e as atividades dos radionuclídeos no momento da administração do radiofármaco, os
dados dosimétricos nos casos em que se julgue necessário, as administrações inadequadas
e os efeitos e reações adversos dos radiofármacos, caso ocorram.

A Unidade de Diagnóstico Imagiológico realiza uma monitorização contínua


das doses de radiação recebidas pelos doentes e analisa os desvios face
às doses definidas pelos organismos competentes.

Grupo: II

Código: S 5 05.21_00

Propósito: Analisar e otimizar os índices de radiação nos doentes resultantes de exames


diagnósticos, de forma a minimizar o seu impacto sobre eles.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade monitoriza continuamente as doses de radiação recebidas pelos doentes.

2. A Unidade avalia as discrepâncias entre as doses administradas e as doses definidas pelos


organismos competentes, justificando-as.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


85
A Unidade de Diagnóstico Imagiológico incorpora e avalia indicadores que
permitem medir a qualidade dos resultados diagnósticos e terapêuticos.

Grupo: III

Código: S 5 05.22_02

Propósito: Monitorizar e avaliar indicadores de resultados finais do processo, que permitem


identificar desvios e adotar medidas corretivas.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade monitoriza e avalia os indicadores dos resultados finais do processo (ex.: correlação
radiopatológica, radioclínica, leituras duplas – revisão por pares –, percentagens de sucesso-
-falha nos tratamentos, etc.).

2. A Unidade implementa melhorias em função dos resultados alcançados.

A Unidade de Diagnóstico Imagiológico dispõe de um Programa de Proteção


Radiológica.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.19_02

Propósito: Garantir um nível adequado de proteção às pessoas e ao meio ambiente sem limi-
tar as práticas benéficas de exposição à radiação ionizante, estabelecendo normas para a
localização e funcionamento dos equipamentos, adequação das áreas de risco, formação dos
profissionais, controlo dosimétrico permanente e proteção dos utilizadores.

Elementos avaliáveis:

1. O
 Programa de Proteção Radiológica da Unidade está estruturado de forma a abranger todos
os pontos necessários ao seu cumprimento, com clara distribuição de responsabilidades e
funções dos diversos níveis envolvidos.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


86
A Unidade de Diagnóstico Imagiológico define um Programa de Gestão
da Qualidade em técnicas de imagem.

Grupo: I obrigatório

Código: S 5 06.20_02

Propósito: Estabelecer critérios de qualidade para garantir otimização na obtenção de ima-


gens e proteção radiológica do doente e profissionais expostos. Assegurar que o Programa de
Gestão da Qualidade é do conhecimento de todos os profissionais da Unidade.

Elementos avaliáveis:

1. A
 Unidade implementa um Programa de Gestão da Qualidade e os profissionais conhecem-no.

A Unidade de Diagnóstico Imagiológico realiza, no âmbito do Programa


de Gestão da Qualidade, auditorias regulares às técnicas de imagem e os
resultados são incorporados na melhoria dos procedimentos de trabalho.

Grupo: I

Código: S 5 06.21_02

Propósito: Realizar auditorias para impulsionar a melhoria dos procedimentos de trabalho,


ajudar a corrigir erros e contribuir para melhorar a qualidade das técnicas de imagem.

Elementos avaliáveis:

1. A Unidade realiza auditorias periódicas no âmbito do Programa de Gestão da Qualidade, analisa


os resultados e implementa as melhorias oportunas.

ANEXO II: UNIDADES DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO


87
7. Glossário de Termos
7. GLOSSÁRIO DE TERMOS
–A–

ACESSIBILIDADE
Utilização adequada e em tempo útil dos serviços de saúde com a finalidade de alcançar melho-
res resultados em saúde. A acessibilidade aos serviços públicos de saúde é um princípio básico
de equidade. Garantir que qualquer pessoa recebe os cuidados de saúde de que necessita no
momento adequado e com garantia de qualidade assistencial e de bons resultados.

AMFE (ANÁLISE MODAL DE FALHAS E EFEITOS)


Metodologia que permite identificar e priorizar possíveis riscos para um doente em processos
assistenciais específicos. Essa metodologia analítica inclui a identificação de potenciais mo-
dos de falha e causas correspondentes e a priorização de falhas como base para identificar
ações para prevenir riscos ou minimizar o seu impacto.

AMOSTRA
Uma ou mais partes retiradas de um sistema e destinadas a fornecer informações sobre ele,
geralmente como base para decisões sobre o sistema ou seus produtos.

ASSISTÊNCIA EM SAÚDE
Serviços de saúde prestados às pessoas ou comunidades com o objetivo de promover, manter,
vigiar ou restabelecer a saúde.

–B–

BOA PRÁTICA EM SEGURANÇA OU PRÁTICA SEGURA


Tipo de processo ou estrutura cuja aplicação reduz a probabilidade de eventos adversos
relacionados com a prestação de cuidados de saúde.

–C–

CARTEIRA DE SERVIÇOS
Conjunto de técnicas, tecnologias ou procedimentos, entendendo para o efeito cada um dos
métodos, atividades e recursos baseados no conhecimento e evidência científica, através dos
quais se tornam efetivas as prestações de cuidados de saúde.

COMPETÊNCIA PROFISSIONAL
Aptidão do profissional de saúde para integrar ou aplicar os conhecimentos, habilidades
(perícias) e atitudes associados às boas práticas da sua profissão e destinados a resolver os
problemas que lhe vão surgindo.

CONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO
Processo formal que consiste em comparar a medicação habitual do doente com a medicação
prescrita após uma transição de cuidados (dentro do mesmo nível de cuidados ou para outros
níveis de cuidados), com a finalidade de analisar e solucionar as discrepâncias detetadas.
Tem como objetivo reduzir os erros de medicação em todos os cuidados de saúde, garantindo
que os doentes recebem os medicamentos necessários que estavam anteriormente a tomar,
na dose, via e frequência corretas, e que sejam adequados à sua situação e/ou a uma nova
prescrição realizada noutro ponto do sistema de saúde (ex.: hospital, urgências, consultas
externas, cuidados primários, etc.).

GLOSSÁRIO
89
CONFIDENCIALIDADE
Direito da pessoa na garantia da salvaguarda dos seus dados de saúde, do resguardo da sua
informação prestada e proteção contra a sua revelação não autorizada de acordo com a legis-
lação em vigor.

CONFLITO ÉTICO
Situação de tomada de decisão que implica uma escolha difícil entre duas alternativas
igualmente indesejáveis e em que não é claro qual é a correta.

CONSENTIMENTO INFORMADO
Concordância livre, voluntária e consciente de um doente, que é manifestada em pleno uso das
suas faculdades após lhe ter sido fornecida a informação adequada perante uma ação que
afeta a sua saúde. O consentimento informado é um processo de informação dirigido ao doente
ou pessoa utilizadora do sistema de saúde, expresso geralmente de forma oral, salvo situações
legalmente estabelecidas em que tem de ser prestado de forma escrita.

CONSENTIMENTO INFORMADO ESCRITO


Concordância registada por escrito, ficando evidenciado num documento específico que
recolhe tanto a informação fornecida ao doente ou seu representante legal, como a sua
conformidade com a intervenção ou ação clínica a realizar. Este documento é conhecido
como formulário escrito de consentimento informado.

–D–

DANOS ASSOCIADOS AOS CUIDADOS DE SAÚDE


Danos derivados de ações realizadas durante o processo de prestação de cuidados de saúde
ou a ele associados. Compreende os conceitos de doença, lesão, sofrimento, incapacidade e
morte.

DOCUMENTAÇÃO CLÍNICA
Suporte de qualquer tipo ou classe que contém um conjunto de dados e informações de
carácter assistencial.

–E–

EFETIVIDADE
Resultado obtido quando um procedimento é aplicado sob condições habituais e reais na
instituição com os meios disponíveis.

EFICIÊNCIA
Grau com que os cuidados são prestados de forma correta, considerando o estado atual de
conhecimento para alcançar o(s) resultado(s) desejado(s) ou projetado(s) para a pessoa.

ENCAMINHAMENTO
Encaminhar um doente de um centro de saúde para outro ou de uma unidade de saúde para
outra a fim de continuar a sua avaliação e/ou tratamento no segundo.

EPISÓDIO
Conjunto de ações que se realizam desde o momento em que é feita a admissão do doente
até à sua saída ou alta. O conjunto de ações é identificado por um código único. Exemplo:
episódio de internamento, de consulta ou de urgência.

GLOSSÁRIO
90
ERRO
Falha em se realizar uma ação conforme pretendido ou a aplicação de um plano incorreto.
Um ato errado na prática clínica dos profissionais de saúde que pode contribuir para a ocor-
rência de um evento adverso.

ERRO DE MEDICAÇÃO
Aquele que é relacionado com as práticas profissionais, produtos, procedimentos ou sistemas,
que inclui falhas na prescrição, dispensa, distribuição, administração, preparação, rotulagem,
embalagem, comunicação, monitorização e/ou uso de medicamentos.

ESPÉCIME (SEMELHANTE À AMOSTRA PRIMÁRIA)


Conjunto de uma ou mais partes inicialmente retiradas de um sistema.

EVENTO ADVERSO
Incidente que causa um dano desnecessário ao doente em resultado dos cuidados de saúde
recebidos.

EVENTO SENTINELA
Acontecimento imprevisto que cause morte, dano físico ou psicológico grave ao doente e que,
não estando relacionado com a história natural da doença, requer uma avaliação para evitar
que aconteça novamente.

–F–

FASE PRÉ-ANALÍTICA
Conjunto de processos que começa a partir da prescrição do médico e que inclui a solicitação
de análises, preparação do doente, colheita da amostra primária e transporte até ao labora-
tório, terminando quando se inicia o procedimento analítico.

FASE ANALÍTICA
Conjunto de processos que inclui todas as manipulações da amostra destinadas à obtenção do
resultado.

FASE PÓS-ANALÍTICA
Conjunto de processos que seguem a análise, incluindo a revisão sistemática, preparação do
relatório laboratorial e interpretação, autorização para entrega e transmissão dos resultados,
bem como armazenamento das amostras de análise.

FERRAMENTA DE AJUDA À TOMADA DE DECISÃO


Materiais que proporcionam informação precisa e útil para potenciar a autonomia da pessoa
na tomada de decisões em saúde. Esses materiais informativos podem ser apresentados em
diferentes formatos, como brochuras, vídeos, páginas da web, programas interativos, etc.
A informação disponibilizada baseia-se na informação científica de melhor qualidade disponível,
adaptada a uma linguagem simples que facilita a sua compreensão, com o objetivo de faci-
litar a participação conjunta com os médicos ou outros profissionais de saúde nas decisões
relacionadas com a doença da pessoa. Essas ferramentas devem ser usadas quando exista
mais do que uma opção clinicamente razoável, ou seja, quando nenhuma opção tiver uma
vantagem clara em termos de resultados de saúde e cada uma tiver benefícios e malefícios
que as pessoas valorizam de maneira diferente.

FORMULÁRIO DE PEDIDO DE EXAMES


Formulário utilizado para requisição de procedimento diagnóstico/analítico, que deve conter
no mínimo os dados de identificação do prescritor, do doente, do procedimento solicitado e das
orientações diagnósticas.

GLOSSÁRIO
91
–G–

GESTÃO CLÍNICA
Capacidade dos profissionais de saúde para gerir de forma eficiente e eficaz os recursos que utilizam
na sua prática clínica habitual. Determina um envolvimento efetivo dos profissionais nos objetivos
da instituição de saúde e está relacionada com uma maior capacidade de decisão e autonomia.

–H–

HUMANIZAR A ASSISTÊNCIA EM SAÚDE


Significa enveredar por um trato afável, por um atendimento centrado na pessoa e nos seus
direitos, que escuta e acompanha, que prioriza a participação, que avança no seu compromisso
e responsabilidade social, num diálogo permanente com as pessoas. Implica humanizar as re-
lações, a gestão dos serviços, as instituições no seu todo, os espaços, os tempos, etc. E é uma
ação, uma tarefa, uma habilidade que envolve a todos: instituições, gestores, profissionais de
saúde, doentes e seus familiares.

–I–

IDENTIFICADORES INEQUÍVOCOS
Aqueles que pertencem somente a um doente e que não podem ser compartilhados por outras
pessoas (ex.: nome e sobrenome, data de nascimento e número de processo clínico exclusivo). Não
são considerados dados inequívocos: diagnóstico, número da cama, unidade de internamento,
data ou episódio de internamento e nacionalidade.

INCIDENTE RELACIONADO COM A SEGURANÇA DO DOENTE


Evento ou circunstância que causou ou poderia ter causado danos desnecessários a um doente
durante a prestação de cuidados de saúde.

INCIDENTE SEM DANO


Incidente que atinge o doente, mas que não causa dano com consequências para o doente.

INDICADOR DA QUALIDADE
Medida quantitativa que pode ser usada como guia para controlar e avaliar a qualidade das
atividades. Um indicador expressa a informação como um sucesso ou um rácio (índice) de su-
cessos. Esta medida quantitativa serve para monitorizar a qualidade de aspetos importantes
na prestação de cuidados de saúde. Um indicador não é uma medida direta da qualidade. O
indicador alerta para quando se produz uma falha no valor habitual das atividades que afetam
os componentes da qualidade.

INFEÇÃO ASSOCIADA À PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE


Aquela que decorre diretamente da prestação de cuidados de saúde recebida, seja nas áreas
hospitalar, ambulatória, domiciliária ou comunitária.

INFORMAÇÃO CLÍNICA
Qualquer dado, independentemente da forma, classe ou tipo utilizado, que permite adquirir
ou ampliar conhecimentos sobre o estado físico e a saúde de uma pessoa, ou a maneira de os
preservar, cuidar, melhorar ou recuperar.

INFORMAÇÃO DE ALTA MÉDICA


Documento emitido pelo médico responsável no final de cada processo de atendimento do
doente, que especifica nomeadamente os dados do doente, um resumo da sua história clíni-
ca, os cuidados prestados, o diagnóstico e as recomendações terapêuticas (de acordo com o
referencial normativo em vigor).

GLOSSÁRIO
92
INFORMAÇÃO DE DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO
Documento destinado a comunicar os resultados de um estudo imagiológico que, de acordo com
as recomendações do American College of Radiologists, deve incluir dados demográficos (nome
do doente, médico prescritor, tipo de estudo, data de conclusão, etc.), dados clínicos relevantes,
corpo do laudo (descrição da técnica realizada e do material utilizado, achados, etc.) e, por fim, uma
conclusão ou diagnóstico, com clara identificação do radiologista responsável pelo referido estudo.

INFORMAÇÃO LABORATORIAL
Documento que contém os resultados dos exames realizados a uma ou várias amostras de um
doente, com os dados de identificação do pedido e do laboratório, além de qualquer outro tipo de
informação que complemente ou possa facilitar a interpretação dos resultados. O relatório pode
ser preliminar (informações clínicas sobre um procedimento ainda não concluído) ou definitivo
(informações sobre os resultados dos procedimentos analíticos realizados).

INTERCONSULTA
Ato de encaminhar um doente para outro profissional de saúde, independentemente de poder
ser ou não na mesma unidade de saúde, para lhe serem prestados cuidados complementares,
tanto para o seu diagnóstico como para o seu tratamento ou reabilitação.

INTERVENÇÕES COM CRITÉRIOS DE RISCO INTRÍNSECO


Procedimentos que envolvem riscos ou ações com impacto negativo notório e previsível na saúde
do doente, tais como intervenção cirúrgica e procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos.

INTIMIDADE
Direito que a pessoa tem de preservar a zona espiritual, física e reservada da sua vida pessoal
ou familiar. A intimidade compreende a sua personalidade, os seus valores morais e religiosos,
as suas orientações ideológicas, sexuais, etc.

–L–

LABORATÓRIOS CLÍNICOS
Todos os centros ou estabelecimentos de saúde, qualquer que seja a sua designação, que
efetuem determinações químicas, bioquímicas, hematológicas, imunológicas, microbiológicas,
parasitológicas, anatomopatológicas ou outras aplicadas a espécimes de origem humana, des-
tinadas a diagnóstico, evolução e tratamento.

–M–

MAPA DE RISCOS
Instrumento informativo e dinâmico que permite conhecer os fatores de risco e possíveis danos
num ambiente de trabalho (doentes, profissionais, procedimentos, práticas e hábitos que pode-
rão estar relacionados a uma maior probabilidade de ocorrência de um evento adverso dentro
de uma instituição, unidade ou serviço clínico).

MEDICAMENTOS DE ALTO RISCO


Aqueles que têm um risco muito alto de causar danos sérios, ou mesmo fatais, quando
ocorre um erro no decorrer do seu uso (ex.: cloreto de potássio intravenoso, sulfato de
magnésio intravenoso, heparina, soluções de diálise, etc.). Esta definição não indica que os
erros associados a estes medicamentos sejam mais frequentes, mas que, em caso de erro,
as consequências para os doentes tendem a ser mais graves.

MISSÃO
Descrição da razão de ser de uma entidade ou instituição.

GLOSSÁRIO
93
–P–

PAINEL DE AVALIAÇÃO
Ferramenta que permite conhecer, num determinado momento, como se encontra a funcionar
a unidade. Este painel está configurado por indicadores-chave e a informação que proporciona
deve estar atualizada para permitir a tomada de decisões.

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL


Um dos elementos centrais da melhoria contínua dos profissionais do sistema de saúde. Numa
entrevista entre o responsável e o profissional avalia-se as competências definidas para o
posto de trabalho ocupado pelo profissional, definindo as áreas de melhoria e acertando,
após consenso, as atividades dirigidas para a minimização dos pontos fracos identificados.
Os resultados obtidos com a realização das atividades acertadas serão avaliados na próxima
entrevista entre o responsável e o profissional.

POSTO DE TRABALHO
Espaço físico/lugar onde um profissional ou vários profissionais desempenha(m) determinadas
atividades ao longo do período de exercício da sua atividade.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Previne a aquisição da doença (vacinação contra tétano, eliminação e controlo de riscos
ambientais, educação em saúde, etc.). Previne doenças ou danos em pessoas.

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
Destina-se a detetar a doença em estádios iniciais face aos quais o estabelecimento de medidas
apropriadas pode impedir a sua progressão.

PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Inclui as medidas destinadas ao tratamento e reabilitação de uma doença para retardar a sua
progressão e, com isso, o surgimento ou agravamento de complicações e a tentativa de melhorar
a qualidade de vida dos doentes.

PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE


Serviços fornecidos às pessoas ou à comunidade com o objetivo de promover, manter, vigiar ou
restabelecer a saúde daqueles.

PRIVACIDADE
Direito de a pessoa salvaguardar a sua intimidade, incluindo no que se refere a dados que lhe
digam respeito.

PROCEDIMENTO
Forma específica de realizar uma atividade ou processo.

PROCEDIMENTO DE TRABALHO
Documentos escritos que descrevem a sequência específica das atividades e métodos desen-
volvidos na instituição de saúde/centro hospitalar com uma determinada finalidade e que
proporcionam a maneira única através da qual se deverá efetuar as atividades repetitivas
na instituição.

PROCESSO ASSISTENCIAL
Conjunto de atividades dos fornecedores da prestação de cuidados de saúde (estratégias
preventivas, provas diagnósticas e atividades terapêuticas) destinado a aumentar o nível
de saúde e o grau de satisfação da população que recebe os serviços, entendidos estes num
sentido amplo (aspetos organizativos, assistenciais, etc.).

GLOSSÁRIO
94
PROCESSO DE SUPORTE
Processos que geram recursos de que os processos assistenciais necessitam.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Resultado da investigação efetuada na instituição sob qualquer forma, apesar de ser geralmente
recolhida por meio de suportes escritos. Nessa produção, o investigador, grupo de investigação,
departamento, serviço ou instituição divulga o desenvolvimento da pesquisa que se encontra a
efetuar e que contribua para o crescimento e evolução das ciências da saúde.

PROMOÇÃO DA SAÚDE
Processo que permite que as pessoas aumentem o controlo sobre a sua saúde para a melhorar.
Engloba não só ações dirigidas diretamente para o aumento da capacitação das pessoas, mas
também aquelas destinadas à modificação das condições sociais, ambientais e económicas que
têm impacto nos determinantes da saúde.

PROMs (PATIENT-REPORTED OUTCOME MEASURES)


Mecanismos de Medição da Experiência Relatada pelo Paciente e Desfechos Medidos pelo Paciente,
são estes os mecanismos para a construção de valor na saúde.

PROTOCOLO
Documento com conteúdo e finalidade no âmbito técnico-científico. Alguns exemplos de protoco-
los: protocolo de manuseio da dor torácica aguda, protocolo de prevenção de úlcera por pressão,
protocolo de atendimento a traumas graves, etc.

–Q–

QUALIDADE TÉCNICO-CIENTÍFICA
Competência do profissional para utilizar, de forma adequada, os mais avançados conhe-
cimentos e recursos à sua disposição para proporcionar saúde e satisfação na população
atendida.

–R–

RISCO
Probabilidade de que ocorra um incidente de segurança no decurso da assistência.

RISCO INTRÍNSECO À ATIVIDADE DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE


Inerente e inseparável da prática assistencial pela sua própria natureza. Ocorrerá sempre e as
medidas preventivas visam minimizá-lo e controlar o seu aparecimento ou consequências.

–S–

SATISFAÇÃO
Grau em que os cuidados de saúde prestados atendem às expectativas dos doentes.

SEGURANÇA
Processo através do qual uma instituição presta cuidados seguros aos doentes. Este tem de
incluir a gestão do risco, notificação e análise de incidentes, capacidade de aprender com os
mesmos e implementação de soluções para minimizar o risco da sua recorrência. Também se
considera a ausência de lesões acidentais atribuíveis aos processos de prestação de cuidados
de saúde. A segurança emerge da interação dos componentes do sistema, não reside numa
pessoa, dispositivo ou departamento.

GLOSSÁRIO
95
SISTEMA DE GOVERNAÇÃO CLÍNICA
Sistema para melhorar o funcionamento das unidades clínicas, orientado para a participação
real dos profissionais nas decisões clínicas, em projetos transparentes, mensuráveis e avaliáveis,
onde prevalecem os critérios orientados para as pessoas (doentes e profissionais), os resultados
clínicos/de saúde e a eficiência na gestão de recursos dependentes de decisões clínicas.

SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO
Ferramenta que permite a recolha de dados sobre incidentes e eventos adversos, a partir dos
quais a segurança do doente pode ser melhorada. O seu objetivo é recolher informações que
permitam identificar áreas ou elementos vulneráveis do sistema, aprender com as experiências
e introduzir alterações para evitar que incidentes e eventos adversos aconteçam novamente.

–T–

TEMPO DE RESPOSTA
Período de tempo que vai desde a deteção da necessidade de cuidados de saúde até ao início
da prestação dos mesmos.

TESTAMENTO VITAL OU VONTADE ANTECIPADA


Documento pelo qual uma pessoa maior de idade, capaz e livre expressa a sua vontade anteci-
padamente, para que seja cumprida no momento em que atinja situações em que não é capaz
de o expressar pessoalmente, sobre os cuidados e o tratamento médico ou o destino do seu
corpo ou órgãos.

TOMADA DE DECISÃO PARTILHADA


Estilo de relação entre o profissional de saúde e o doente (e a sua família), que inclui troca de
informações entre eles, a reflexão entre as diferentes opções possíveis e a adoção, em conjunto,
de uma decisão. Trata-se de um processo interativo em que o doente expõe as suas preferências
e necessidades e o profissional de saúde expõe os seus conhecimentos e informações sobre os
riscos e benefícios de uma intervenção diagnóstica ou terapêutica, chegando ambas as partes
a uma decisão consensual.

TRANSFERÊNCIA DE DOENTES
Do ponto de vista organizacional, trata-se da mudança de localização física da pessoa, quer seja
temporária ou até à resolução do seu atendimento.

–U–

USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS


Engloba os conceitos de eficácia, segurança e adequação. Os doentes recebem a medicação
adequada às suas necessidades clínicas, nas doses correspondentes às suas necessidades
individuais, no tempo adequado e ao menor custo possível para eles e para a sociedade.
A seleção do medicamento adequado a cada caso deve ser feita com base em critérios de
efetividade e segurança.

–V–

VALORES
Elementos que configuram a conduta básica das pessoas que fazem parte da instituição/serviço
e o que se espera delas.

GLOSSÁRIO
96
8. Comissão Técnica
8. COMISSÃO TÉCNICA
Alda Maria Paulino da Costa Martinho
Administradora Hospitalar
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E.

Alexandre Manuel de Oliveira Duarte


Administrador Hospitalar
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E.

Ana Azevedo
Assistente Hospitalar
Centro de Epidemiologia Hospitalar, Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ)

Anabela Silva Queirós


Enfermeira
ACES Grande Porto III – Maia/Valongo

Cláudio Santos Correia


Auditor Interno do Modelo de Certificação do Ministério da Saúde de Portugal

Daniel Costa Pinto


Auditor Interno do Modelo de Certificação do Ministério da Saúde de Portugal

Elsa Guimarães
Gestora da Qualidade
Unidade da Qualidade e Segurança do Doente, Centro de Epidemiologia Hospitalar, CHUSJ

Elsa Lisete Bandeira Ramos Ventura


Técnica Superior
Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.

José Augusto Calado Monteiro


Enfermeiro-Chefe
Gabinete da Qualidade, Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E.

Maria da Conceição Madaíl Caldeira Bettencourt


Coordenadora do Gabinete da Qualidade
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, E.P.E.

98
Maria Gorete de Freitas Lopes
Auditora Interna do Modelo de Certificação do Ministério da Saúde de Portugal

Maria Joana Margarida de Carvalho Magalhães


Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar
ACES Amadora

Maria João Dallot


Gestora da Qualidade
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, E.P.E.

Maria José Victorino Nunes Branquinho


Auditora Interna do Modelo de Certificação do Ministério da Saúde de Portugal

Maria Laura Prazeres Marques


Coordenadora do Modelo de Certificação do Ministério da Saúde de Portugal

Maria Teresa Preguiça Prata Massano


Enfermeira Coordenadora
Departamento Psiquiatria e Saúde Mental, Gabinete da Qualidade, Hospital Distrital Santarém, E.P.E.

Paula Luís
Gestora da Qualidade
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, E.P.E.

Paulo Manuel da Graça Ferreira


Assistente Hospitalar Graduado
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, E.P.E.

Raquel Cadilhe
Técnica Superior
Serviço de Certificação, Centro de Epidemiologia Hospitalar, CHUSJ

99
ME 5 1_08

FEVEREIRO 2023

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