Apostila
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UBERABA - MG
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERABA
- MINAS GERAIS
CÓD: SL-081FV-24
7908433250074
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
Editora
Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de texto...................................................................................................................................... 9
2. Tipologia e gêneros textuais....................................................................................................................................................... 12
3. Figuras de linguagem.................................................................................................................................................................. 19
4. Significação de palavras e expressões; Relações de sinonímia e de antonímia.......................................................................... 21
5. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 22
6. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 23
7. Uso da crase................................................................................................................................................................................ 24
8. Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos............................................................... 25
9. Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto..................................................................... 26
10. Locuções verbais (perífrases verbais)......................................................................................................................................... 39
11. Funções do “que” e do “se”........................................................................................................................................................ 39
12. Formação de palavras................................................................................................................................................................. 41
13. Elementos de comunicação ....................................................................................................................................................... 42
14. Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período com-
posto por coordenação e subordinação).................................................................................................................................... 43
15. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................. 45
16. Regência verbal e nominal.......................................................................................................................................................... 47
17. Colocação pronominal................................................................................................................................................................ 49
18. Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto........................................................................................................... 50
19. Elementos de coesão.................................................................................................................................................................. 52
20. Função textual dos vocábulos..................................................................................................................................................... 53
21. Variação linguístic....................................................................................................................................................................... 54
Raciocínio Lógico
1. Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de pala-
vras)............................................................................................................................................................................................ 67
2. Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos ..................... 77
Atualidades
1. Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas................. 87
Legislação
1. Lei Orgânica do Município de Uberaba ...................................................................................................................................... 89
2. Lei Complementar nº 392/2008, (Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Município de Uberaba e dá
outras providências)................................................................................................................................................................... 122
Editora
Informática
1. Conceitos e fundamentos básicos.............................................................................................................................................. 147
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de e-mails, repro-
dutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus)............................................................................................................. 150
3. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias, processadores (CPU); Periféricos de computadores........................... 151
4. Ambientes operacionais: utilização básica dos sistemas operacionais Windows 10 e 11.......................................................... 154
5. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) - versões
2013, 2016 e 365........................................................................................................................................................................ 177
6. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice (Writer, Calc e Impress) - versões 6 e 7.... 224
7. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet, busca e pesquisa na Web............................................................................ 240
8. Navegadores de internet: Microsoft Edge, Mozilla Firefox, Google Chrome.............................................................................. 242
9. Conceitos básicos de segurança na Internet e vírus de computadores...................................................................................... 244
10. Aplicativos de GPS...................................................................................................................................................................... 248
Conhecimentos EspecÌficos
TÉCNICO DE SAÚDE III - Técnico de Enfermagem e
TÉCNICO DE SAÚDE IV - Técnico de Enfermagem
1. Anotações e registros de enfermagem....................................................................................................................................... 253
2. Técnicas básicas de enfermagem: sinais vitais............................................................................................................................ 268
3. termoterapia, crioterapia........................................................................................................................................................... 276
4. Sondagens................................................................................................................................................................................... 276
5. aspirações, nebulização.............................................................................................................................................................. 279
6. lavagem gastrointestinal............................................................................................................................................................. 279
7. banho no leito............................................................................................................................................................................. 282
8. peso – mensuração..................................................................................................................................................................... 283
9. administração e aplicações de medicamentos (vias, técnicas e cálculo de medicação)............................................................. 284
10. curativos..................................................................................................................................................................................... 294
11. posição para exames . ................................................................................................................................................................ 295
12. alimentação e coleta de material para exames.......................................................................................................................... 299
13. Assistência ventilatória: drenagem postural, nebulização, oxigenoterapia, aspiração de secreções......................................... 310
14. Hematologia: técnicas de coleta................................................................................................................................................. 319
15. Assistência de enfermagem em unidade cirúrgica: pré, trans e pós-operatório........................................................................ 325
16. Assepsia, anti-sepsia métodos e técnicas. Princípios básicos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e equipa-
mentos médico-hospitalares. Biossegurança e controle de infecção hospitalar........................................................................ 332
17. Programa Nacional de Imunização............................................................................................................................................. 339
18. Assistência em enfermagem a mulher; recém-nascido, criança, adolescente e adulto. Aleitamento materno, pré-natal, plane-
jamento familiar......................................................................................................................................................................... 352
19. Assistência em enfermagem às doenças infectoparasitárias e doenças sexualmente transmissíveis/infecção pelo HIV........... 404
20. Assistência em enfermagem ao paciente com doenças crônicas não transmissíveis................................................................. 425
21. doenças neoplásicas................................................................................................................................................................... 430
Editora
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Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos severas.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes ou
evento.
não.
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser incluí-
Interpretação de Textos
dos socialmente.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
Comentário da questão:
é decodificar o sentido de um texto por indução.
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
afirmativa correta.
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
podendo ser diferente entre leitores.
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
afirmativa correta.
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
um texto misto (verbal e visual):
afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar
Especial > 2015
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
Português > Compreensão e interpretação de textos
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
Fato e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira, são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
através de algum documento, números, vídeo ou registro. dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Exemplo de fato: Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
A mãe foi viajar.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos Conto
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto -lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
inserem em cada tipo textual: única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati-
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
e fábulas. contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir Fábula
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos alguma lição de moral.
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo Novela
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
abaixo-assinado. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de Crônica
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de
de instruções, entre outros. crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe-
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de entre outros.
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
Diário
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra- É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não
tivo há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
Romance objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem momentos desabafar. Veja um exemplo:
definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As “Domingo, 14 de junho de 1942
ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando
um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher, o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é
reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le-
(retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis- vantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre- a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
gando-se em minhas pernas.” apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. ões.
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri- do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.
tivo
Discurso Político
Currículo O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente per-
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
uma determinada pessoa. compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
Laudo que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias, que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
tanto em questões médicas como em questões técnicas. períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas- Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
sificados; etc. curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo- Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
sitivo da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
e sentimentos.
Resumos e Resenhas O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine- do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra- cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
balho de forma resumida. pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese- vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de- O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci-
vido a suas críticas ou elogios. dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos,
recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo
Verbete de dicionário de sedução, através de recursos estéticos como certas construções,
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e
conceitos e significados de palavras de uma língua. da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome-
tendo o que pode ser feito.
Relatório Científico
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de Requerimento
pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados. Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri-
mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen-
Conferência to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta-
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam- ção com vistas ao convencimento
bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado
assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral. Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc. Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun-
tivo
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos
Bulas de remédio
Artigo de Opinião A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela
É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte instruções quanto ao seu uso.
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen-
te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
do artigo de opinião. -SIMPATICO
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS- 2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
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Elegia Soneto
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor- É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tos e dois tercetos.
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Vilancete
Shakespeare. São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Epitalâmia
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- Gênero Épico ou Narrativo
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
Ode (ou hino) gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a a crônica, a fábula.
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
panhamento musical. Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
Idílio (ou écloga) um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com Ensaio
diálogos (muito rara). É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
Sátira certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
tos políticos, ou pessoas de relevância social. malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
Acalanto cke.
Canção de ninar.
Gênero Dramático
Acróstico Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
mam uma palavra ou frase. Ex.: ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.
Amigos são
Muitas vezes os Tragédia
Irmãos que escolhemos. É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
Zelosos, eles nos compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
Ajudam e presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
Eterna dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Farsa
Balada A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
destinam à dança. engano.
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nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá- As figuras de linguagem classificam-se em
rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica; – figuras de palavra;
análise; conclusões e resultados. – figuras de pensamento;
No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/ – figuras de construção ou sintaxe.
pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico Figuras de palavra
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi- Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven-
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex-
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi- pressivo na comunicação.
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre-
tação das informações; conclusões e resultados. Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico.
Exemplos
Discurso Literário8 ...a vida é cigana
É caravana
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi- É pedra de gelo ao sol.
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta- (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ- Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados (Carlos Drummond de Andrade)
procedimentos de linguagem.
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele- Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite- paração: parecer, assemelhar-se e outros.
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex-
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do Exemplo
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis- você entrou em mim como um sol no quintal.
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma (Belchior)
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina- qual não existe uma designação apropriada.
da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro-
cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas Exemplos
que diferenciam o texto literário de outros textos. – folha de papel
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen- – braço de poltrona
ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural- – céu da boca
mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção – pé da montanha
bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época
ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu- tidos físicos.
dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra
viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen- Exemplo
tativo do ser humano. Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)
FIGURAS DE LINGUAGEM
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste-
sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen-
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para ça gelada”.
valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,
comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor- atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o.
nando-o poético.
Exemplos
8 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin- O filósofo de Genebra (= Calvino).
guaPortuguesa/artigo12.pdf O águia de Haia (= Rui Barbosa).
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Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida. onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
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Exemplos Silepse
Ouvir com os ouvidos. Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
Rolar escadas abaixo. ou pronome com a pessoa a que se refere.
Colaborar juntos. Exemplos
Hemorragia de sangue. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Repetir de novo. (Rachel de Queiroz)
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- V. Ex.a parece magoado...
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con- (Carlos Drummond de Andrade)
junções, preposições e verbos.
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
Exemplos o sujeito da oração.
Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu) Exemplos
Ele dormiu duas horas. (durante) Os dois ora estais reunidos...
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) (Carlos Drummond de Andrade)
(Camões)
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- (Machado de Assis)
mente.
Silepse de número: Não há concordância do número verbal
Exemplos com o sujeito da oração.
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco) Exemplo
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. (Mário Barreto)
(Machado de Assis)
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen- SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES; RELAÇÕES DE
tos na frase. SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA
Exemplos
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
(Carlos Drummond de Andrade) da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Paciência tenho eu tido...
(Antônio Nobre) Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do palavras. Exemplos:
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem “O gato é um animal doméstico.”
função sintática definida. “Meu vizinho é um gato.”
Polissemia e monossemia Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
Sinonímia e antonímia para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
expressam proximidade e contrariedade. derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = York.
veloz.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
atrasado. do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
regras:
Homonímia e paronímia
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas abacaxi.
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de – Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja mexerica.
os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar verminose.
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
roxo). Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
chorar) . burguês/burguesa.
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
(saudação).
Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
ORTOGRAFIA indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
— Definições porque/pois nada está molhado.
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como cancelamento do show.
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e do show.
decorrentes dessas funções, entre outros. – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras Por quê?
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.
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O Novo Acordo Ortográfico – O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem quais devemos o maior respeito e consideração”.
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
em vigor em 2009: Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas. construção sintática.
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
vôo – voo; zôo – zoo. Técnicas para o emprego da crase
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas. semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da
Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide palavra feminina.
– alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; Exemplos:
européia – europeia. “Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas. “Comprei o carro / a moto.”
Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – “Irei ao evento / à festa.”
taoismo.
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
possuem -e tônico em hiato. ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo deve ser empregado.
ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem; Exemplos:
revêem. “Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua “Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
linguïça – linguiça. 3 – Troque o termo regente da preposição a por um que
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo Exemplos:
“parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
“para”. de estudar / Insiste em estudar.”
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim: “Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
preposição] “Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / Gosto de você / Penso em você.”
preposição]
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que
expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
USO DA CRASE se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “Tudo às avessas.”
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, “Barcos à deriva.”
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção “moda de”, ficando somente o à explícito.
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras Exemplos:
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos “Arroz à (moda) grega.”
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal “Bife à (moda) parmegiana.”
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno
de união representado pelo acento grave. Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
A crase pode ser a contração da preposição a com: de horas especificadas e definidas: Exemplos:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não “À uma hora.”
assistiu às aulas.” “Às cinco e quinze”.
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
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Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronunciada
com mais força.
Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisamos entender melhor como se dá a divisão silábica das palavras.
Divisão silábica
A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja, pela pronúncia. Sempre que for escrever, use o hífen para separar uma
sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste processo:
Não se separa:
• Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...)
• Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-quer, a-ve-ri-guou...)
• Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na palavra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu (fa-cha-da, co-lhei-ta,
fro-nha, pe-guei...)
• Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo-go, pa-trão...)
Deve-se separar:
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizinhas (sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...)
• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex-ce-ção...)
• Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia, rit-mo...)
— Definição
As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.
— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.
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— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra
palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que
nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).
— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração ou pronome.
Os tipos de adjetivos
– Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).
– Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo
lamentável).
– Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).
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- Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se. Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não
Ex.: Derrubou-se o poste. apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular.
Ex.: eu sou → que eu seja.
Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula eu sei → que eu saiba.
apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um 2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa
pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou. do singular saem:
2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra não. 3) Do infinitivo impessoal derivam:
Ex.: beba
bebas → não bebas (tu) a) o imperfeito do indicativo.
beba → não beba (você) Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.
bebamos → não bebamos (nós)
bebais → não bebais (vós) b) o futuro do presente.
bebam → não bebam (vocês) Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis,
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não bebais, caberão.
não bebam.
c) o futuro do pretérito.
Observações: Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis,
a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a caberiam.
terceira pessoa é você.
d) o infinitivo pessoal.
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do pre- Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, cabe-
sente do indicativo. Eis o seu imperativo: rem.
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam.
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não e) o gerúndio.
sejam. Ex.: caber → cabendo.
Verbos Irregulares Comuns em Concursos b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, enxá-
É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles gues, enxágue.
estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais pro-
blemáticos. 9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, argui-
1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integral- mos, arguis, argúem.
mente o verbo pôr. 10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do subjuntivo:
Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc. apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, apazigueis, apazi-
pus → compus, repus, expus etc. gúem.
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo 13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros termina-
ver. dos em ear)
Ex.: vi → revi, previ etc. a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, passea-
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc. mos, passeais, passeiam.
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, passee-
Observações: mos, passeeis, passeiem.
- Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado se-
gue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo Observações:
e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos - Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o diton-
derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma go ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois presentes.
regra explicada acima. - Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia.
fala por aí).
14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
- Requerer e prover não seguem integralmente os verbos que- Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam.
rer e ver. Eles serão mostrados mais adiante.
Observações:
5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, cre- - Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas.
mos, crestes, creram.
- Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, ape-
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo fe- sar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
chado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo. Ex.: A Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam,
bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se diz). medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem.
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, expe- 15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do pre-
lir, repelir: sente do indicativo e, consequentemente, em todo o presente do
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, ade- subjuntivo.
rimos, aderem. Ex.: requeiro, requeres, requer
requeira, requeiras, requeira
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adi- requeri, requereste, requereu
rais, adiram.
16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito perfei-
Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira to, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do
pessoa do singular do presente do indicativo e em todas do presen- subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, acompanha o verbo
te do subjuntivo. ver.
Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; pro-
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: vesse, provesses, provesse etc.
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, enxá- provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, prove-
guas, enxágua. rás, proverá etc.
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17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir, ressarcir, demolir, acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que
falamos sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação dos verbos. Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, reaveis.
— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto, existe
um correspondente oblíquo.
Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.
Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.
Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de
expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos
pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a pessoa.
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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.
Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
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Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
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Antes, depois, hoje, ontem, amanhã, sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo, tarde -me.” “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.
No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.
Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.
– Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função
o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:
Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
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2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
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Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência.
Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), fracionários (meio, terço, quarto...) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três
principais finalidades:
1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10° (Parágrafo 10).
2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo utiliza-se
o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).
Os tipos de numerais
– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primeiros/
primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos:
meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número e
gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.
— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios)
exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições não
possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou
seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, apenas possui um menor valor.
– Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas conforme o
contexto.
– Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se que a
preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao valor estrutural (gramática).
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Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que, normalmente
seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental, por tem o sentido
de “de acordo com”, “em conformidade com”.
Locuções prepositivas
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas são constituídas
por advérbio ou locução adverbial acrescido da preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções prepositivas.
— Interjeição
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades autônomas,
que usufruem de independência em relação aos demais elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas também para
chamar exigir algo ou para chamar a atenção do interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de mim!”,
“Minha nossa!” Cruz credo!”.
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!”
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9 https://www.conjugacao.com.br/locucao-verbal/
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c) Adversativa: dá ideia de oposição. Pode ser substituída por – Parte integrante de verbo
“mas”, “porém”, “contudo”. Ele se arrependeu de tê-la deixado.
Ele tem uma coragem que eu não.
– Partícula expletiva ou de realce (junto a verbos intransitivos)
d) Alternativa: denota alternância entre ideias. Passam-se as horas.
Que deixem, que não deixem, farei o que quero.
– Pronome
Funções sintáticas: O pronome “que” pode desempenhar as a) Reflexivo:
seguintes funções sintáticas: Ele feriu-se com a faca.
– Sujeito b) Recíproco:
Há muros que impedem a felicidade. Mãe e filho deram-se as mãos.
– Objeto indireto
O réu reservou-se no direito de permanecer calado.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos (combinação
de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra primitiva ou
radical).
PALAVRA
SUFIXO PALAVRA DERIVADA
PRIMITIVA
gol leiro goleiro
feliz mente felizmente
3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma nova
palavra.
PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA
inf feliz – Infeliz
– feliz mente Felizmente
des igual – desigual
– igual dade igualdade
4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo anterior, para
existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para originar um verbo.
5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”
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6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.
Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO
Dentro do processo de comunicação existem alguns fatores que são imprescindíveis de serem citados como elementos da comunica-
ção, que são:
Em resumo, a comunicação é um processo pelo qual a infor- Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
mação é codificada e transmitida por um emissor a um receptor ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
por meio de um canal, ela é, portanto, um processo pelo qual nós sintática diferente.
atribuímos e transmitimos significado a uma tentativa de criar en-
tendimento compartilhado. Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS ESTABELE- Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
CIDAS ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁGRAFOS (PE- duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
RÍODO SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO POR COORDENA- – Oração simples: “Eu quero silêncio.”
ÇÃO E SUBORDINAÇÃO) – Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
noticiário”.
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Os adjuntos adverbiais podem ser: – Período composto por subordinação: são constituídos por
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
tempo). substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, que o suspeito era realmente o culpado.”
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou queria que isso acontecesse.”
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
de escola.” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
– Sujeito: “jovem apaixonado” expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” é que meus pais são saudáveis.”
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
felizes que pulamos de alegria.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma para que nós chegássemos a casa em segurança.”
informação já completa. Observe os exemplos: – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
espero por você.»
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento estivesse cansado, concluiu a maratona.”
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a como se ainda vivesse no interior.”
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
apelo. Observe: combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” me exercito, mais tenho disposição.”
“Vista o casaco, filha!” – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
passou no concurso, mudou-se para o interior.”
— Estudo da relação entre as orações – Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
Os períodos compostos são formados por várias orações. enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas
individualmente porque apresentam sentidos completos. Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os – Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
doces.” sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
preparei os doces.” 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou flexionado para concordar com o sujeito.
preparo os doces.” – Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
logo, passou no exame.” da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
porque estudou bastante.” formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
concordância ocorre em gênero e pessoa
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Casos específicos de concordância verbal Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado: paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
I – Quando houver um sujeito definido; – Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
forem distintos. a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
Observe os exemplos: ser empregada:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.” – “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos
“Isto é para nós solicitarmos.” entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão pessoas entenderam.”
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
imperativos. mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
Exemplos: – “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.” Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, – “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, – “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir: Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
nevar, amanhecer. se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» substantivo deve estar no plural:
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
no singular ou no plural: esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” singular:
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
do que ocorreria.” proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, de crianças acompanhadas.”
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou Concordância nominal com menos: a palavra menos
permanece na 3a pessoa do singular: permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» advérbio ou adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo – “Menos problema /menos problemas.”
concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.» barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
gênero e número com o substantivo quando exercem função de
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do adjetivo:
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do – “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
ou por verbos transitivos indiretos: – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
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Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.
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— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do pronome
antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após
o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na linguagem
falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas não
forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: Apres-
sei-me a convidá-los.
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EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E SUA FUNÇÃO NO 6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
TEXTO “Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários
do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
— Visão Geral 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais “Estas alegações, não as considero legítimas.”
gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) por conjunções)
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
compreensão da frase.
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Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas: ELEMENTOS DE COESÃO
“Quando você pode comparecer?”
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: – Comparativa: emprego de comparações com base em
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” semelhanças.
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Exemplo:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” “Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência
comparativa endofórica.
Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, – Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, demonstrativos.
arcaísmos, palavrões, e neologismos. Exemplo:
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.” “Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.”
“A reunião será feita ‘online’.” Temos uma referência demonstrativa catafórica.
2 – Para indicar uma citação direta: – Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
Assis) Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
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– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
Exemplo: sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que Exemplo:
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
ciente de que o locutor está procurando por Ana.
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
Exemplo: chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente nada têm a ver com o Natal.
aconteceu.” Conjunção concessiva.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS
parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
entre outros. A função básica do vocabulário é permitir construir o texto,
Exemplo: tanto sintática quanto semanticamente. Em conjunto com outros
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está recursos gramaticais, o emprego adequado das palavras permite a
dando conta da demanda populacional.” criação de sentido, tal como desajado pelo autor. Por essa razão,
escolher quais os vocábulos irão compor a mensagem é tão impor-
— Coerência Textual tante, pois, como você pode imaginar, eles correspondem ao tecido
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto mais básico da comunicação. Pense, você consegue imaginar uma
que se origina da sua argumentação – consequência decorrente comunicação sem palavras? Ainda que em formato não escrito, elas
dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto estão lá.
redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência Todavia, ao contrário do que pensa o senso comum, o léxico
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer textual desempenha mais do essa função construtiva. Mais do que
que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte ela, ele poderá assumir funções direcionadas à produção estética,
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da estilística ou mesmo coesiva.
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos: Função Comunicativa do Vocabulário
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até A primeira função que vem a nossa mente quando pensamos
o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um no vocabulário é permitir a comunicação entre os interlocutores. As
inacabado. palavras são as responsáveis por imprimirem sentido geral e espe-
cífico ao texto. Por isso, a escolha individual dos vocábulos será a
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos responsável pela criação do significado.
não consomem produtos de origem animal.
Para entender essa função, procure imaginar a forma mais bá-
Princípios Básicos da Coerência sica de comunicação. Ainda que se pense em linguagens pautadas
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas. em imagens ou em sinais, elas serão, essencialmente, compostas
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer. por signos, os quais equivalem, por analogia, às nossas palavras.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes. Assim, é impossível pensarmos em um texto sem palavras, pois ou-
tros elementos semânticos comporão a estrutura da mensagem, a
Fatores de Coerência fim de permitir a comunicação.
– As inferências: se partimos do pressuposto que os
interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências Função Expressiva do Vocabulário
podem simplificar as informações. Contudo, mais do que comunicar, o vocabulário possibilita que
Exemplo: essa mesma comunicação seja feita de forma a exprimir certa sub-
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que jetividade do emissor. Por meio de recursos semânticos variados,
voltagem da lavadora é 220w”. como substantivos específicos, adjetivos, substantivação de verbos,
entre tantos outros, a seleção de palavras permite ao autor impri-
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de mir em sua mensagem uma ideia mais particularizada, com emissão
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho. de juízos de valor e de sentimentos.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem Nesse caso, o vocabulário é escolhido com a finalidade de ex-
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa pressar opiniões, emoções, sentimentos e pontos de vista do autor.
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts Veja o seguinte poema de Fernando Pessoa:
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
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LÍNGUA PORTUGUESA
Autopsicografia Veja que o termo piloto faz referência a Airton Sena, sem que
se repita o substantivo próprio. Nesse sentido, devido à proximida-
O poeta é um fingidor. de dos campos semânticos e da proximidade dos termos, o substan-
Finge tão completamente tivo piloto substitui o nome próprio, sem que incorra em perda de
Que chega a fingir que é dor sentido. Esse é um caso de função coesiva por uso de vocabulário.
A dor que deveras sente.
Fonte: Disponível em: https://blog.flaviarita.com/qual-a-funcao-
E os que leem o que escreve, -do-vocabulario-no-texto/. Acesso em: 02.ago.2023.
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
contexto nacional, especialmente no Brasil, as variações léxicas, de (D) machucou o braço ao entrar no elevador.
fonemas são abundantes. No interior de um estado elas também (E) permaneceu por quase duas horas preso no elevador.
são recorrentes.
– Exemplos: “abóbora”, “jerimum” e “moranga” são três 2. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFFS
formas diferentes de se denominar um mesmo fruto, que Quando eu crescer, quero ser...
dependem da região onde ele se encontra. Exemplo semelhante é Rodrigo Alves de Carvalho
o da “mandioca”, que recebe o nome de “macaxeira” ou mesmo A criançada brinca no parquinho como se o dia nunca fosse
de “aipim”. acabar.
– Variações situacionais (diafásicas): também chamadas de E correm... Como correm essas crianças! Tão pequenas com
variações estilísticas, referem-se ao contexto que requer a adaptação seus pulmõezinhos tão pequenos e nunca se cansam.
da fala ou ao estilo dela. É o caso das questões de linguagem formal Encontra-se com outras crianças, misturam-se, não importa a
e informal, adequação à norma-padrão ou descaso com seu uso. cor, a raça ou classe social. “É criança?” Então pode juntar-se para
A utilização de expressões aprimoradas e a obediência às normas- brincar e brincar e brincar sem parar.
padrão da língua remetem à linguagem culta, oposta à linguagem E a tal bola? Esse objeto redondo que enfeitiça e hipnotiza a
coloquial. Na fala, a tonalidade da voz também importante. Dessa criançada. A bola é perseguida, chutada, jogada e amada. Quanto
forma, a maneira de se comunicar informalmente e a escolha amor uma criança pode ter por uma bola? É claro que nem toda
vocabular não serão, naturalmente, semelhantes em ocasiões criança gosta de bola, principalmente meninas, mas se tiver uma
como uma entrevista de emprego. Essas variações observam o bola por perto, nem que seja apenas para apanhá-la, apalpá-la,
contexto da interação social, considerando tanto o ambiente em apertá-la contra o peito a criança não resistirá. É um amor incon-
que a comunicação se dá quanto as expectativas dos envolvidos. dicional.
E tem criança de todo tipo: as arteiras que comandam as brin-
cadeiras e se impõem, não tem medo de nada e geralmente apron-
QUESTÕES tam estripulias. Já os quietinhos somente acompanham, esperam
sua vez para brincar e a qualquer sinal de confusão ficam preocu-
pados e até se entregam por isso. E por último os birrentos. Esses
1. INSTITUTO AOCP - 2023 - IF-MA
não querem saber, se forem contrariados põe a boca no mundo e
O QUE VIVI AO FICAR PRESO NO ELEVADOR
choram como ninguém, ou melhor, fazem isso por querer, só para
Por Ton Paulo – 20 novembro 2019
desarmar outras crianças e até mesmo e na maioria das vezes, os
As portas do elevador estacionado no térreo já se fechavam
adultos. Os birrentos são os que dão mais trabalho.
quando, numa corrida rápida, coloco o braço no rumo do sensor
No parquinho há crianças de todo tipo... E brincam, brincam e
a tempo de fazê-las reabrirem. Entro ainda ofegante no cubículo
brincam sem parar.
vazio, não sem antes soltar um “que sorte!” em voz baixa.
A bola cruza o céu e uma tropa de meninos corre em disparada
Sou apaixonado por elevadores vazios. O intervalo do térreo
como num arrastão de alegria...
até o andar escolhido é sempre o momento oportuno do dia para
Como é bom ser criança! No meu caso, como foi bom ser crian-
dar uma ajeitada no cabelo no espelho, olhar as mensagens ainda
ça. E na verdade a gente acaba voltando à infância quando estamos
não visualizadas e respirar. Mas não hoje.
perto da criançada brincando e sorrindo. Isso é bom. Faz-nos recor-
O elevador parou no meu andar, o 25º, mas as portas não se
dar a melhor época de nossas vidas.
abriram. Espero, estranhando o delay, e nada. Alguns instantes de-
Eu e meu sobrinho de sete anos todo suado e sujo de areia de
pois, o ventilador de teto para. Era isso: eu estava preso em um
tanto brincar estávamos indo embora do parquinho naquela tarde
elevador enguiçado.
e ele me disse todo alegre:
Desato a tocar o interfone, mas, no lugar de uma voz humana,
- Tio... Quando eu crescer, vou querer ser jogador de futebol!
só recebo uma luzinha que pisca insistentemente. Do nada, me vem
Achei a escolha boa, se bem que um tanto comum para um me-
a palavra “claustrofobia” – do latim, claustro phobos: medo de luga-
nino de sete anos. Depois pensei um pouco na conjectura de voltar
res fechados. Eu não tinha aquilo, mas sentia que meus pulmões já
à minha infância e sair de um parquinho de mãos dadas com meu
puxavam o ar de maneira irregular.
tio e se fosse para escolher meu próprio futuro iria dizer:
Sento, levanto, sento novamente, dou voltas só de meias den-
- Tio... Quando eu crescer, vou querer ser criança.
tro do cubículo de metal. Exatos uma hora e cinquenta minutos se
Disponível em:<https://www.jornaluniao.com.br/noticias/arti-
passam até que um funcionário abre a porta, com o elevador já no
gos/quando-eu-crescer-quero-ser/> . Acesso em: 24 jun. 2019.
térreo e me encontra no chão abraçado às minhas pernas. Ainda
De acordo com a interpretação do texto, assinale a alternativa
um pouco trêmulo e puxando o ar com força, caminho até a recep-
correta.
cionista: “Onde ficam as escadas mesmo?”
(A) Brincar de bola é uma brincadeira apenas para meninos.
Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noti-
(B) As crianças arteiras e as birrentas são as que dão mais tra-
cias/oque-vivi-ao-ficar-preso-no-elevador-221327/. Acesso em: 20
balho no parquinho.
maio 2023.
(C) No parquinho, as crianças interagem, não importando as
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que o autor
diferenças raciais e sociais.
(A) não tentou pedir por socorro, visto que teve uma crise de
(D) Para o autor, mesmo a fase adulta sendo a mais importante,
claustrofobia.
as aventuras da infância fazem falta.
(B) é apaixonado por elevadores vazios porque não gosta de
(E) O autor costumava ir ao parquinho com seu tio na infância.
interagir com os vizinhos.
(C) foi resgatado quando o elevador estava em seu andar, o 25º.
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3. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFPB Sobre os sentidos e os aspectos linguísticos do texto, é correto
Mundo de mentira afirmar que
Paulo Pestana (A) há uma crítica explícita do autor em relação à ingenuidade
Tem muita gente que implica com mentira, esquecendo-se de do povo, que acredita em mentiras como se fossem verdades.
que as melhores histórias do mundo nascem delas: algumas cabe- (B) o tom de ironia não pode ser vislumbrado na crônica.
ludas, outras mais inocentes, sempre invenções da mente, fruto da (C) a utilização da conjunção “E”, no início de diversas frases
criatividade — ou do aperto, dependendo da situação. do texto, exerce função gramatical, sem interferir nos aspectos
Ademais, se fosse tão ruim estaria na lista das pedras que Moi- discursivos e estilísticos do texto.
sés recebeu aos pés do monte Sinai, entre as 10 coisas mais feias da (D) no trecho “E tudo nasceu na forma mais poética possível,
humanidade, todas proibidas e que levam ao inferno; ficou de fora. com os mitos — e não vamos falar de presidentes aqui — às
A mentira não está nem entre os pecados capitais, que aliás lendas [...]”, os travessões foram utilizados para demarcar uma
eram ofensas bem antes de Cristo nascer, formando um rol de vir- oração que contém uma locução verbal predicando um objeto
tudes avessas, para controlar os instintos básicos da patuleia. Eram indireto.
leis. E é preciso lembrar também que ninguém colocou a mentira (E) não há referências, sequer implícitas, ao momento político
entre os pecados veniais; talvez, seja por isso que o mundo minta vivido no Brasil na atualidade.
tanto, hoje em dia.
E tudo nasceu na forma mais poética possível, com os mitos — 4. INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS
e não vamos falar de presidentes aqui — às lendas, narrativas fan- “O último baobá”, conheça a lenda africana
tásticas que serviam para educar ou entreter. Entre tantas notícias sobre o renascimento da esperança
falsas, há muitas lendas que, inclusive, explicam por que fazemos Ninguém acreditava mais nas antigas lendas. Os narradores que
tanta festa para o ano que começa. se sentavam embaixo do baobá a desemaranhar longas histórias,
Os japoneses, por exemplo, contam que um velhinho, na vés- protegidos pelas estrelas, já tinham partido quando a areia chegou.
pera do ano-novo, não conseguiu vender os chapéus que fabricava As palavras estavam caladas.
e colocou-os na cabeça de seis estátuas de pedra; chegou em casa Ninguém mais acreditava em um céu protetor. África era um
coberto de neve e sem um tostão. No dia seguinte, recebeu comida enorme lençol amarelo. A areia, grão a grão, tinha construído um
farta e dinheiro das próprias estátuas, para mostrar que a bondade grande deserto. Interminável. Ninguém percebeu, ou ninguém quis
é sempre reconhecida e recompensada. se dar conta.
Os brasileiros vestem roupas brancas na passagem do ano, mas A desolação chegou em silêncio. Aconteceu quando os glaciais
poucos sabem que esta é uma tradição recente, de pouco mais de se esvaneceram em uma queixa interminável, quando os ursos
50 anos, e que veio do candomblé, mais precisamente da cultura e as baleias se converteram em recordação, quando as águias
yorubá, com os irúnmolés’s funfun — as divindades do branco. E perderam o rumo.
atenção: para eles, o regente de 2019 é Ogum, o guerreiro, orixá O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em ou-
associado às forças armadas, ao mesmo tempo impiedoso, impa- tro céu, mais distante. Fugiu. Não podia mais proteger a terra.
ciente e amável. Ogunhê! O velho tinha visto as pessoas partirem, os mais jovens em di-
Mas na minha profunda ignorância eu não conhecia a lenda reção ao norte, os mais fracos em direção à escuridão.
da Noite de São Silvestre, que marca a passagem do ano. E assim Sentiu uma nostalgia distante o invadir lentamente. O velho
foi-me contada pelo Doutor João, culto advogado, entre suaves go- narrador, embaixo do último baobá, contou uma lenda antiga.
les de vinho — um Quinta do Crasto Douro (sorry, periferia, diria o Nela, falava do nascimento das estrelas, da luz, do mundo…
Ibrahim Sued). Mas não havia ninguém mais disposto a escutar um velho prosa-
Disse-me ele: ao ver a Virgem Maria desolada contemplando o dor. Olhou em torno, procurando algum ouvido. África, rio amarelo,
Oceano Atlântico, São Silvestre se aproximou para consolá-la, quan- estava rodeada de silêncio. Buscou uma estrela perdida, no céu só
do ela disse que estava com saudades da Atlântida, o reino submer- havia escuridão.
so por Deus, em resposta aos desafios e à soberba de seu soberano O velho apoiou as costas cansadas no tronco dolorido do bao-
e dos pecados de seu povo. bá. Casca com casca. Pele rachada, alma dolorida.
As lágrimas da Virgem Maria — transformadas em pérolas — A árvore da vida estremeceu. O vento dava rajadas contra a
caíram no oceano; e uma delas deu origem à Ilha da Madeira — areia carbonizada. Tinha que partir. Sabia que tudo se acabava. O
chamada Pérola do Atlântico, na modesta visão dos locais — ao último baobá e a última voz da África iriam embora juntos. Abriu o
mesmo tempo em que surgiram misteriosas luzes no céu, que se punho. Trêmulo, contemplou a semente diminuta que havia guar-
repetiriam por anos a fio; e é por isso que festejamos a chegada do dado tanto tempo. A semente da esperança.
ano-novo com fogos de artifício. Olhou a árvore. Era o momento. Não se pode atrasar a retirada.
Aliás, agora inventaram fogo de artifício sem barulho para não Separou a areia até chegar à terra. Virou a mão e, pela linha da
incomodar os cachorros. A próxima jogada politicamente correta vida, girou a semente até encontrar um sulco.
será lançar fogos sem luz para não perturbar as corujas buraquei- O baobá havia aberto a casca e do oculto coração brotou a água
ras. E isso está longe de ser lenda: é só um mundo mais chato. milagrosa. A árvore era a vida.
Disponível em: <http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/
mais-lei-tor/2018/12/28/noticia-mais-leitor,160970/cronica-de-
-paulo-pestana>. Acesso em: 18 fev. 2019.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
O velho voltou a fazer crescer baobás grandiosos como gigantes Verdade seja dita, nós nunca estamos preparados, contudo da-
que beijavam as nuvens. Agora, sobre os escritórios, nos telhados, mos um jeito. Depois de um dia difícil, segurar seu filho no colo,
sobre as avenidas e os trens; nos beirais, sobre comércios, bancos e ganhar um beijo e um sorriso, faz você entender todo o resto. Não
ministérios crescem trepadeiras coloridas. Embaixo delas, está es- te faz esquecer, não te deixa menos cansado, não faz você levantar
condida a destruição como uma lembrança dolorosa. e sair cantando e dançando como se estivesse em um musical, mas
Adaptado de https://www.revistapazes.com/o-ultimo-baoba- faz você entender, principalmente se junto você tiver seu pet pron-
conheca-a-lenda-africana-sobre-o-renascimento-da-esperanca/ to para também ganhar e dar carinho para todo mundo.
Em relação à figura de linguagem, em “As palavras estavam ca- Adaptado de: http//www.cronicadodia.com.br/2019/12/ca-
ladas.”, assinale a alternativa correta. chorrinhos-quase-humanos-clara-braga.html. Acesso em: 10 dez.
(A) Ocorre um eufemismo, já que há a tentativa de amenizar o 2019.
fato de que todas as vidas foram perdidas, por isso, o silêncio. Assinale a alternativa que apresenta um vocábulo que NÃO po-
(B) Há uma metáfora, visto que se compara as palavras à vida deria substituir corretamente a expressão destacada em “Só o pet
humana. sabe o que é ter seu rabo puxado constantemente”.
(C) Configura-se uma prosopopeia (personificação), pois atri- (A) Frequentemente.
bui-se às palavras uma característica humana, ou seja, o fato (B) Ininterruptamente.
de estarem caladas. (C) Fortuitamente.
(D) Há uma antítese, porque as palavras se calarem é algo con- (D) Amiudadamente.
troverso.
(E) Ocorre uma elipse, pois há termos faltantes para que a frase 6. INSTITUTO AOCP - 2022 - Câmara de Bauru - SP
tenha sentido completo.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 3 Apesar de ter tido seu início em restaurantes, esse tipo de ser-
O que é o PIB viço foi se expandindo a diversos outros estabelecimentos, em que
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos é possível que o próprio cliente execute integral ou parcialmente
por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os o atendimento (lavanderias, postos de combustível, caixas eletrô-
países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas. nicos...).
O PIB do Brasil em 2021, por exemplo, foi de R$ 8,7 trilhões. No Apesar dos benefícios e facilidades inegáveis trazidas por esse
último trimestre divulgado (4º trimestre de 2021), o valor foi de R$ tipo de serviço, é importante olharmos para os demais efeitos que
2 257,7 bilhões. causa em nosso modo de ver as coisas e, consequentemente, em
O PIB mede apenas os bens e serviços finais para evitar dupla nossas vidas. Essa possibilidade de autosserviço, no qual se paga
contagem. Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de por exatamente aquilo que se deseja consumir, foi aos poucos con-
trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os tribuindo na transformação das relações, uma vez que foi fomen-
valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão. tando a possibilidade de que cada um atenda efetivamente aos
Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no seus próprios desejos e interesses sem restrições relativas ao grupo
preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em con- que o acompanha ou àquele que presta o serviço. Já não há mais
sideração também os impostos sobre os produtos comercializados. a necessidade de se escolher em família (ou em grupo) que prato
O PIB não é o total da riqueza existente em um país. Esse é um pedir no restaurante e, com isso, de se negociar desejos, gostos,
equívoco muito comum, pois dá a sensação de que o PIB seria um preferências. Mesmo que não percebamos com muita clareza, está
estoque de valor que existe na economia, como uma espécie de implícito aí um engrandecimento do eu em detrimento do nós.
tesouro nacional. Já não se faz mais necessário abrir mão de um gosto, de co-
Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e mer um pouco do que não aprecio tanto para satisfazer alguém
serviços finais produzidos durante um período. Se um país não pro- com quem me importo. Pouco a pouco, sem percebermos, vamos
duzir nada em um ano, o seu PIB será nulo. vivendo cada vez mais um modo autocentrado de ver os serviços
Análises feitas a partir do PIB que utilizamos, as pessoas que nos rodeiam.... o mundo. Vai fican-
A partir da performance do PIB, pode-se fazer várias análises, do forte a ideia de que pago somente pelo que quero consumir,
tais como: consumo somente aquilo que me interessa do serviço oferecido,
* Traçar a evolução do PIB no tempo, comparando seu desem- ganhando o direito de “recortá-lo” segundo meus interesses e sem
penho ano a ano; considerar os interesses daqueles que prestam o serviço e, às vezes,
*Fazer comparações internacionais sobre o tamanho das eco- até mesmo se o serviço prestado será de qualidade se for adaptado
nomias dos diversos países; ao meu querer.
*Analisar o PIB per capita (divisão do PIB pelo número de ha- Se olharmos a realidade, por exemplo, das escolas infantis, ve-
bitantes), que mede quanto do PIB caberia a cada indivíduo de um remos uma quantidade cada vez maior de pais que querem esco-
país se todos recebessem partes iguais, entre outros estudos. lher livremente o horário de entrada e saída dos filhos sem levar
O PIB é, contudo, apenas um indicador síntese de uma econo- em conta os períodos escolares que são importantíssimos por vá-
mia. Ele ajuda a compreender um país, mas não expressa importan- rios motivos: contemplam uma rotina necessária para as crianças
tes fatores, como distribuição de renda, qualidade de vida, educa- pequenas, asseguram um mesmo grupo de colegas e professores,
ção e saúde. Um país tanto pode ter um PIB pequeno e ostentar um o que transmite segurança e conforto afetivo, possibilitam que par-
altíssimo padrão de vida, como registrar um PIB alto e apresentar ticipem das atividades planejadas à fase escolar em que se encon-
um padrão de vida relativamente baixo. tram etc. O que os pais estão buscando, no entanto, é uma “escola
Adaptado de: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php. Aces- self-service” e não percebem que acabam por prejudicar o próprio
so em:14 mar. 2022 filho, que terá um serviço que não garantirá o atendimento às suas
Todos os termos compostos apresentados a seguir não exigem necessidades básicas para um desenvolvimento saudável.
o emprego de hífen, EXCETO Reina uma ideia de que temos o direito de ser “livres” para es-
(A) cão de guarda, fim de semana. colher segundo nossos desejos e nossas necessidades. Questiono,
(B) sala de jantar, depois de amanhã. porém: podemos considerar essa possibilidade de escolha como
(C) pé de meia, cor de rosa. liberdade? Parece-me haver um equívoco claro nessa ideia, afinal,
(D) cor de vinho, cor de café. a liberdade nos leva a escolher o bem. O que há hoje são pessoas
(E) pôr de sol, pé de moleque. absolutamente escravizadas, em primeiro lugar, pelos seus próprios
desejos de satisfação, conforto, facilidade. Depois, escravizadas ao
7. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFRB ter – é preciso muito para viver nessa gana de satisfações, e, en-
Mentalidade Self-service e a ilusão de liberdade tão, escravizamo-nos às rotinas malucas de trabalho que roubam
Simone Ribeiro Cabral Fuzaro o direito de atendermos às necessidades reais de nossa saúde, de
Hoje, gostaria de refletir sobre uma ideia que foi entrando em nossa família, de uma vida mais equilibrada.
nosso cotidiano, foi se enraizando em nossas vidas e transforman- Vale refletirmos: em que situações estamos nos deixando le-
do nosso modo de ver o mundo e as coisas: a mentalidade “sel- var por essa “mentalidade self-service” exagerada? Vamos olhar de
f-service”. Essa expressão da língua inglesa, traduzida livremente modo crítico as facilidades, afinal, já sabemos: as grandes e funda-
ao Português, significa “serviço próprio” ou “autosserviço”. O self- mentais aprendizagens acontecem quando enfrentamos as dificul-
-service é um sistema de atendimento adotado principalmente em dades e não quando nos desviamos delas.
restaurantes, pelo qual o cliente tem a possibilidade de servir o seu Disponível em: <http://www.osaopaulo.org.br/colunas/men-
próprio prato, de acordo com as opções disponibilizadas pelo esta- talidade-self-service-e-a-ilusao-de-liberdade>. Acesso em: 25 jun.
belecimento. 2019.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Em relação à acentuação gráfica das palavras retiradas do tex- e em aplicativos, ter fé nos homens simples, negociar melhor a vol-
to, assinale a alternativa INCORRETA. ta quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não resolvi: eu teria
(A) “recortá-lo” recebe acento por ter a última sílaba tônica e voltado para deixar o outro na pousada?
terminar em “a”. Disponível em:<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/
(B) “inegáveis” recebe acento por ter a antepenúltima sílaba juremirmachado/somos-solid%C3%A1rios-1.392893> . Acesso em:
tônica. 25 jan. 2020.
(C) “implícito” recebe acento por ter a antepenúltima sílaba Em “Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada se fosse
tônica. eu a estar de carro e ele a procurar uma saída para a bobagem em
(D) “já” recebe acento por ter apenas uma sílaba, que é tônica, que se metera?”, ocorre a crase pois
e por terminar em “a”. (A) o vocábulo “homem” exige um complemento com a pre-
posição “a”.
8. INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG (B) a locução “teria levado” exige um complemento que apre-
Somos solidários? senta a preposição “a”. Além disso, é seguida de palavra femi-
Juremir Machado da Silva nina, “pousada”.
Um cachorrinho entrou na ambulância para acompanhar o (C) é necessário usar crase em todas as expressões que indicam
dono. Um desempregado enfrentou um pitbull para salvar uma lugar.
criança. Pessoas servem refeições sob os viadutos para moradores (D) representa uma circunstância de tempo.
em situações de rua. Uma mulher faz protesto solitário contra os (E) antes da palavra “pousada” sempre é obrigatório o uso da
bilhões destinados ao fundo eleitoral que alimentará campanhas crase.
políticas cheias de truques publicitários. Como é a vida nestes tem-
pos trepidantes e tecnológicos? 9. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFPB
Estávamos em Santa Catarina numa linda pequena praia numa TEXTO 2
zona de proteção ambiental. Ao final da tarde, conseguimos, con- Apenas 55 alunos tiraram nota mil na redação do Exame Nacio-
tra todas as expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha com nal do Ensino Médio (Enem) de 2018, de acordo com anúncio feito
uma faixa de areia maior para caminhar. O motorista não podia nos nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
esperar para o retorno. Tentamos obter um carro de aplicativo até Educacionais e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). No total, o Inep diz
que os celulares começaram a sinalizar que ficariam sem bateria. que corrigiu 4.122.423 provas de redação na aplicação regular do
Era um bairro fashion de imensas casas, carros poderosos e muita Enem, que aconteceu nos dias 4 e 11 de novembro. Os dados, por-
gente nas ruas, mas nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de tanto, não incluem as provas do Enem PPL, aplicado para pessoas
volta para a nossa praia, cheia de curvas, não tinha acostamento. privadas de liberdade.
Era um convite para um acidente. Além do leve aumento no número de notas mil, o Enem 2018
Táxis não havia. A noite caía no último dia do ano. Parou uma teve uma grande queda no número de participantes tiveram a re-
camionete. Fui conversar com o motorista. Ele disse que estávamos dação zerada. Segundo o Inep, “os principais motivos para nota zero
na mesma pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que não no Enem 2018 foram: redações em branco (1,12%), fuga ao tema
podia nos levar por ter pressa de chegar a uma festa, a uns 15 mi- (0,77%) e cópia do texto motivador (0,36%)”.
nutos na direção contrária, onde passaria a noite. Tratei de mostrar- Adaptado de:<https://g1.globo.com/educacao/enem/noti-
-lhe que entendia perfeitamente a situação. A pousada não tinha cia/2019/01/18/enem-2018-numero-de-redacoes-nota-mil-volta-
carro disponível que soubéssemos. Ainda assim, se nada rolasse, -a-crescer-e-cai-o-numero-de-notas-zero.ghtml>. Acesso em: 22
ligaríamos para pedir resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se jan. 2019.
apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então, a esposa do ho- Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam a
mem da camionete. Ela saía da padaria com as últimas encomendas mesma quantidade de fonemas.
para a festa. Ficou constrangida com a nossa situação. Quando já se (A) Criancinhas, ambivalente, estudantil, murmúrios.
preparavam para sair, ela nos acenou com um papel: o telefone de (B) Aumento, anúncio, ônibus, guerreiro, pessoas.
um senhor que fazia corridas na região. (C) Professor, português, sapiência, interesse.
Ligamos. O homem que atendeu nos prometeu aparecer em (D) Regular, jangada, milhões, excesso.
40 minutos. Será que viria? Enquanto esperávamos, sentados na (E) Carroça, apático, pássaro, amianto.
calçada, víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar. Comecei
a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele 10. INSTITUTO AOCP - 2023 - IF-MA
homem à pousada se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma O QUE VIVI AO FICAR PRESO NO ELEVADOR
saída para a bobagem em que se metera? É fácil acusar o egoísmo Por Ton Paulo – 20 novembro 2019
alheio quando se está em apuros. Faltando dez minutos, usamos As portas do elevador estacionado no térreo já se fechavam
o último restinho de bateria para conferir com Seu Antônio se, de quando, numa corrida rápida, coloco o braço no rumo do sensor
fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20 minutos. Passaria por a tempo de fazê-las reabrirem. Entro ainda ofegante no cubículo
nós, acenaria, seguiria na direção oposta com passageiros e voltaria vazio, não sem antes soltar um “que sorte!” em voz baixa.
para nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente. Sou apaixonado por elevadores vazios. O intervalo do térreo
O nosso problema era tão pequeno. Mesmo assim, desagra- até o andar escolhido é sempre o momento oportuno do dia para
dável. Como teríamos resolvido se o desconhecido Seu Antônio, dar uma ajeitada no cabelo no espelho, olhar as mensagens ainda
fazendo corridas havia apenas 15 dias, não fosse um homem de não visualizadas e respirar. Mas não hoje.
palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais pela viagem?
Aprendi algumas pequenas coisas: não confiar cegamente na sorte
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
O elevador parou no meu andar, o 25º, mas as portas não se pernas no corredor abrindo passagem para a minha instalação no
abriram. Espero, estranhando o delay, e nada. Alguns instantes de- banco da janela. Eu me recusava a capitular. A plateia aguardava
pois, o ventilador de teto para. Era isso: eu estava preso em um ansiosamente o desfecho. Qual seria?
elevador enguiçado. Por alguns minutos, ficamos os dois em pé, a menina e eu, sem
Desato a tocar o interfone, mas, no lugar de uma voz humana, nos olharmos. Foi um longo breve momento de tensão. [...]
só recebo uma luzinha que pisca insistentemente. Do nada, me vem O acaso entrou em campo para resolver o impasse. Alguém se
a palavra “claustrofobia” – do latim, claustro phobos: medo de luga- levantou noutro lugar para descer. Corri para o novo banco disponí-
res fechados. Eu não tinha aquilo, mas sentia que meus pulmões já vel. Era uma questão de honra. Fui salvo pela sorte.
puxavam o ar de maneira irregular. A menina ficou em pé. Não voltou para o seu lugar. O banco
Sento, levanto, sento novamente, dou voltas só de meias den- permaneceu vazio até que uma jovem senhora o ocupou. O tempo
tro do cubículo de metal. Exatos uma hora e cinquenta minutos se passou. Meus cabelos brancos me denunciam. O menino que eu
passam até que um funcionário abre a porta, com o elevador já no sinto dentro de mim já não convence. Visto de fora, sou um velho.
térreo e me encontra no chão abraçado às minhas pernas. Ainda Preciso urgentemente me acostumar com essa ideia. O tempo de
um pouco trêmulo e puxando o ar com força, caminho até a recep- viajar em pé no ônibus passou para mim. Salvo em casos de falta de
cionista: “Onde ficam as escadas mesmo?” educação. O meu problema, porém, é o contrário.
Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noti- Adaptado de: : <https://www.correiodopovo.com.br/blogs/ju-
cias/oque-vivi-ao-ficar-preso-no-elevador-221327/. Acesso em: 20 remirmachado/cr%C3%B4nica-sinais-da-velhice-1.343355>.. Aces-
maio 2023. so em: 24 jun. 2019.
Assinale a alternativa que analisa corretamente o excerto “De- Em relação às classes gramaticais e aos processos de formação
sato a tocar o interfone [...]”. de palavras, assinale a alternativa correta.
(A) O verbo “desatar” é um verbo auxiliar que indica o início da (A) Em “Outrora, quando jovem, eu não usava palavras como
ação de “tocar”. outrora.”, o termo em destaque é um advérbio que indica tem-
(B) A locução verbal “desato a tocar” poderia ser substituída po e se forma pela justaposição das palavras “outra” e “hora”.
por “toco” sem que isso modificasse o sentido do excerto. (B) Em “A menina viu e levantou-se. Cavalheirescamente eu fiz
(C) O prefixo “des-“, contido em “desato”, apresenta sentido de sinal com a mão de que ela podia continuar sentada.”, o termo
negação. Assim, no excerto, o vocábulo veicula o sentido de destacado é um adjetivo, que indica o modo como o persona-
“não ato”. gem agiu.
(D) O verbo “tocar” poderia ser substituído pelo seu antônimo, (C) Em “Preciso urgentemente me acostumar com essa ideia.”,
“destocar”, sem que isso prejudicasse a sintaxe ou a semântica o termo destacado funciona como advérbio de modo e se for-
do excerto. ma pelo processo de sufixação.
(E) A palavra “interfone” é formada por derivação prefixal, com (D) Em “Alguém se levantou noutro lugar para descer.”, a pa-
o acréscimo do prefixo “in-“ à palavra “terfone”. lavra destacada é um pronome demonstrativo, formado pela
aglutinação da preposição “em” e do pronome “outro”.
11. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFFS (E) Em “Ceder o lugar para o velhinho”, o elemento em desta-
Sinais da velhice que é um substantivo, formado pela derivação parassintética.
Quando a moça dá lugar no ônibus
Juremir Machado da Silva 12. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFRB
Ando de ônibus. É o meu meio de transporte favorito. Apren- Mentalidade Self-service e a ilusão de liberdade
do nas viagens. Leio. Não preciso de tecnologia para encontrar um Simone Ribeiro Cabral Fuzaro
ônibus que me leve ao destino. Tenho falado muito do tempo que Hoje, gostaria de refletir sobre uma ideia que foi entrando em
passa e me torna idoso. Escrevi, no passado, sobre a crise dos 40. nosso cotidiano, foi se enraizando em nossas vidas e transforman-
Hoje, trato da chegada dos 60. Os sinais da velhice são claros. Ou- do nosso modo de ver o mundo e as coisas: a mentalidade “sel-
trora, quando jovem, eu não usava palavras como outrora. Depois, f-service”. Essa expressão da língua inglesa, traduzida livremente
alunas passaram a me chamar de “senhor” e de “seu Juremir”. No ao Português, significa “serviço próprio” ou “autosserviço”. O self-
ônibus, começaram a levantar para me dar o lugar”. Meninos tam- -service é um sistema de atendimento adotado principalmente em
bém. Agora, ficou pior. restaurantes, pelo qual o cliente tem a possibilidade de servir o seu
Conto a história. Eu estava em pé no ônibus. Sem aperto. Con- próprio prato, de acordo com as opções disponibilizadas pelo esta-
fortável. A menina viu e levantou-se. Cavalheirescamente eu fiz si- belecimento.
nal com a mão de que ela podia continuar sentada. Não deu certo. Apesar de ter tido seu início em restaurantes, esse tipo de ser-
Ela insistiu. Nada podia detêla. Estava determinada a me ceder o lu- viço foi se expandindo a diversos outros estabelecimentos, em que
gar. Um furacão. Tentei demovê-la com elegância. Não queria falar é possível que o próprio cliente execute integral ou parcialmente
para não demonstrar ressentimento ou humilhação. [...] o atendimento (lavanderias, postos de combustível, caixas eletrô-
Eu já gritava interiormente: “Não quero esse lugar de maneira nicos...).
alguma”. A menina não se intimidava. Ela estava certa de cumprir Apesar dos benefícios e facilidades inegáveis trazidas por esse
o seu dever moral. Ceder o lugar para o velhinho. Rebatia: “Aceite tipo de serviço, é importante olharmos para os demais efeitos que
a sua condição, reconheça a sua idade, cumpra o seu dever: sente- causa em nosso modo de ver as coisas e, consequentemente, em
-se”. Temi que começássemos a falar em voz alta. Era um confronto nossas vidas. Essa possibilidade de autosserviço, no qual se paga
de gerações. Por um momento, refleti: por que essa situação me por exatamente aquilo que se deseja consumir, foi aos poucos con-
incomoda tanto? Não respondi. A menina já estava no corredor. O tribuindo na transformação das relações, uma vez que foi fomen-
lugar vago se oferecia. A moça, sentada ao lado, continuava com as tando a possibilidade de que cada um atenda efetivamente aos
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
seus próprios desejos e interesses sem restrições relativas ao grupo 13. INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN
que o acompanha ou àquele que presta o serviço. Já não há mais Inteligência Interpessoal para aprender
a necessidade de se escolher em família (ou em grupo) que prato Abril, 2019 by EITools
pedir no restaurante e, com isso, de se negociar desejos, gostos, As pessoas que possuem a inteligência interpessoal são capa-
preferências. Mesmo que não percebamos com muita clareza, está zes de compreender outras pessoas e estabelecer relações frutífe-
implícito aí um engrandecimento do eu em detrimento do nós. ras e saudáveis. Elas sabem exatamente como motivá-las, trabalhar
Já não se faz mais necessário abrir mão de um gosto, de co- e cooperar com elas, além de liderá-las com eficiência. Esse tipo
mer um pouco do que não aprecio tanto para satisfazer alguém de inteligência é bastante parecido com a inteligência emocional. A
com quem me importo. Pouco a pouco, sem percebermos, vamos única diferença é que na última, a pessoa consegue dominar suas
vivendo cada vez mais um modo autocentrado de ver os serviços próprias emoções a fim de ter relações melhores com as outras pes-
que utilizamos, as pessoas que nos rodeiam.... o mundo. Vai fican- soas. Já na inteligência interpessoal, o indivíduo tem um profundo
do forte a ideia de que pago somente pelo que quero consumir, conhecimento das pessoas com que se relaciona.
consumo somente aquilo que me interessa do serviço oferecido, Relacionamento implica em conviver, dividir, interagir, colabo-
ganhando o direito de “recortá-lo” segundo meus interesses e sem rar, compartilhar espaços, situações, opiniões, tarefas, responder
considerar os interesses daqueles que prestam o serviço e, às vezes, adequadamente aos desejos, motivações, temperamentos e humo-
até mesmo se o serviço prestado será de qualidade se for adaptado res dos que nos cercam, enfim, relacionar-se é viver em comunida-
ao meu querer. de e estas atitudes fazem parte do que fundamenta a inteligência
Se olharmos a realidade, por exemplo, das escolas infantis, ve- interpessoal, ou inteligência social, como tem sido nomeada atual-
remos uma quantidade cada vez maior de pais que querem esco- mente.
lher livremente o horário de entrada e saída dos filhos sem levar A inteligência social permite expandir a capacidade de enten-
em conta os períodos escolares que são importantíssimos por vá- der as pessoas e, consequentemente, melhorar a forma de se rela-
rios motivos: contemplam uma rotina necessária para as crianças cionar com elas, podendo criar um clima positivo e de cooperação
pequenas, asseguram um mesmo grupo de colegas e professores, em qualquer contexto da nossa vida. Se soubermos compreender
o que transmite segurança e conforto afetivo, possibilitam que par- nossas próprias emoções e as dos outros, saberemos reagir a situa-
ticipem das atividades planejadas à fase escolar em que se encon- ções de forma mais adequada e produtiva.
tram etc. O que os pais estão buscando, no entanto, é uma “escola Pessoas socialmente competentes são as que contribuem na
self-service” e não percebem que acabam por prejudicar o próprio maximização de ganhos e na minimização de perdas para si e para
filho, que terá um serviço que não garantirá o atendimento às suas aquelas com quem interagem. Segundo eles, os encontros sociais
necessidades básicas para um desenvolvimento saudável. se dão em determinados contextos e situações específicos e são re-
Reina uma ideia de que temos o direito de ser “livres” para es- gidos por normas da cultura mais ampla ou da subcultura. Portanto,
colher segundo nossos desejos e nossas necessidades. Questiono, além da dimensão pessoal (conhecimentos, sentimentos, crenças),
porém: podemos considerar essa possibilidade de escolha como o uso competente das habilidades sociais depende também da di-
liberdade? Parece-me haver um equívoco claro nessa ideia, afinal, mensão situacional (contexto onde ocorrem os encontros, status do
a liberdade nos leva a escolher o bem. O que há hoje são pessoas interlocutor, presença/ausência de outras pessoas etc.) e da cultura
absolutamente escravizadas, em primeiro lugar, pelos seus próprios (valores e normas do grupo).
desejos de satisfação, conforto, facilidade. Depois, escravizadas ao Considerando essas dimensões, o desempenho socialmente
ter – é preciso muito para viver nessa gana de satisfações, e, en- competente é aquele que expressa uma leitura adequada do am-
tão, escravizamo-nos às rotinas malucas de trabalho que roubam biente social, ou seja, decodifica corretamente os desempenhos es-
o direito de atendermos às necessidades reais de nossa saúde, de perados, valorizados e efetivos para o indivíduo em sua relação com
nossa família, de uma vida mais equilibrada. os demais. Em termos efetividade, é possível atribuir competência
Vale refletirmos: em que situações estamos nos deixando le- social aos desempenhos interpessoais que atendem aos seguintes
var por essa “mentalidade self-service” exagerada? Vamos olhar de critérios:
modo crítico as facilidades, afinal, já sabemos: as grandes e funda- – Consecução dos objetivos da interação: são variados e em-
mentais aprendizagens acontecem quando enfrentamos as dificul- bora seja um importante indicador, este não é um critério a ser con-
dades e não quando nos desviamos delas. siderado isoladamente;
Disponível em: <http://www.osaopaulo.org.br/colunas/men- – Manutenção ou melhora da autoestima: relaciona-se com
talidade-self-service-e-a-ilusao-de-liberdade>. Acesso em: 25 jun. pensamentos e sentimentos elaborados pelo indivíduo a partir de
2019. seus comportamentos e das consequências deste no ambiente;
Assinale a alternativa em que o verbo em destaque tenha a – Manutenção ou melhoria da qualidade da relação: indicador
mesma regência do destacado no seguinte trecho “Reina uma ideia que está relacionado ao compromisso com a relação. Duas pessoas,
de que temos o direito de ser “livres” para escolher segundo nossos coerentes no pensar, sentir e agir, tendem a pautar-se pela hones-
desejos e nossas necessidades.” tidade nas relações, garantindo confiança e troca de estimulação
(A) Não desejo a sua companhia. positiva;
(B) Gostaríamos de vê-lo em breve. – Equilíbrio de ganhos e perdas entre os parceiros da intera-
(C) Já aconteceu o evento deste ano. ção: verifica-se o equilíbrio quando todos obtêm o máximo de ga-
(D) Acreditamos em milagres. nhos e o mínimo de perdas [...];
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
– Respeito e ampliação dos direitos humanos básicos: direito Os cidadãos, por sua vez, têm o direito e a responsabilidade de
de expressar nossas opiniões corresponde ao dever de respeitar a participar no modo como esse policiamento é realizado
opinião dos demais [...], os direitos são válidos para todos e cada SÃO PAULO. Manual de Policiamento Comunitário: Polícia e
direito corresponde a um dever. Comunidade na Construção da Segurança [recurso eletrônico] / Nú-
Adaptado de: https://dnapersona.com.br/blog/documentos/ cleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/
inteligenciainterpessoal-para-aprender/. Acesso em: 02 mai 2021. USP). – Dados eletrônicos. - 2009.
Sobre concordância verbal e nominal, assinale a alternativa em Disponível em https://jundiai.sp.gov.br/administracao-e-ges-
que a afirmação entre parênteses esteja adequada e corresponda tao-de-pessoas/wp-content/uploads/sites/16/2016/02/Manual-
ao termo ou expressão em destaque. -Policiamento-Comunitario-SENASP-MJ.pdf > Acesso em 12 fev.
(A) “Esse tipo de inteligência é bastante parecido com a inteli- 2019.
gência emocional.” (deveria estar no feminino para concordar Em “[...] atenda às necessidades da população [...]”, a presença
com “inteligência”). das preposições é devida, respectivamente, por haver
(B) “[...] os encontros sociais se dão em determinados contex- (A) regência verbal e regência nominal.
tos e situações específicos e são regidos por normas da cultura (B) regência nominal e adjunto adnominal.
mais ampla ou da subcultura.” (deveria estar no feminino para (C) regência verbal e complemento nominal.
concordar com “situações”). (D) regência nominal e complemento verbal.
(C) “[...] os encontros sociais se dão em determinados contex- (E) complemento verbal e regência nominal.
tos e situações específicos e são regidos por normas da cultura
mais ampla ou da subcultura.” (está no plural para concordar 15. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFPB
com o sujeito composto “determinados contextos e situações Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal.
específicos”). (A) Me explique isso de novo, por favor.
(D) “Portanto, além da dimensão pessoal (conhecimentos, sen- (B) Ele não tornou-se o homem que era por mero acidente.
timentos, crenças), o uso competente das habilidades sociais (C) Calarei-me para sempre, nada de mais certo e seguro.
depende também da dimensão situacional [...]” (está no singu- (D) Já perdi-me várias vezes pelos caminhos desta vida.
lar, pois concorda com o substantivo “uso”). (E) Humilharam-no e publicaram o vídeo desse confronto na
(E) “[...] o uso competente das habilidades sociais depende internet.
também da dimensão situacional (contexto onde ocorrem os
encontros [...])”. (deveria estar no singular para concordar com 16. INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Cabo de Santo Agos-
“contexto”). tinho - PE
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
14. INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
Texto I várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
Policiamento comunitário que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
A polícia pode adotar diferentes formas de policiamento. Uma se quer dizer.
delas é o policiamento comunitário, um tipo de policiamento que (A) Dois-pontos.
se expandiu durante as décadas de 1970 e 1980 quando as polícias (B) Ponto-e-vírgula.
de vários países introduziram uma série de inovações em suas es- (C) Ponto-de-interrogação.
truturas e estratégias para lidar com o problema da criminalidade. (D) Ponto-de-exclamação.
Apesar de essas experiências terem diferentes características,
todas tiveram um aspecto comum: a introdução ou o fortalecimen- 17. INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS
to da participação da comunidade nas questões de segurança. O texto a seguir refere-se à questão.
Isso significa que as pessoas de uma determinada área passa- COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE
ram não só a participar das discussões sobre segurança e ajudar a QUEREMOS
estabelecer prioridades e estratégias de ação como também a com- Pilar Jericó - 11 MAI 2021
partilhar com a polícia a responsabilidade pela segurança da sua re- Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orien-
gião. Essas mudanças tiveram como objetivo melhorar as respostas tar em direção ao que desejamos. Às vezes, o problema é que não
dadas aos problemas de segurança pública, tornando tanto a polícia sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas pes-
mais eficaz e reconhecida como também a população mais ativa e soas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos
participativa nesse processo. uma etapa, como concluir alguns estudos ou finalizar um trabalho.
É interessante notar que a Constituição brasileira ratifica esse Também surge quando estamos cansados de uma determinada si-
tipo de policiamento ao estabelecer, em seu artigo 114, que a segu- tuação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias
rança pública não é apenas dever do Estado e direito dos cidadãos, ou quando nos deparamos com um fracasso ou um contratempo.
mas responsabilidade de todos. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos ajudar a recuperar
Essa nova forma de “fazer a segurança pública” é também re- sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas di-
sultado do processo de democratização das polícias. Em sociedades cas práticas.
democráticas, as polícias desempenham várias outras funções além Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias.
de lidar com o crime. Exige-se que ela esteja constantemente aten- Um sonho é um projeto que nos anima, como estudar algo novo,
ta aos problemas que interferem na segurança e bem-estar das pes- comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos ambi-
soas e atenda às necessidades da população tanto de forma reativa cioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo.
(pronto-atendimento) como também pró-ativa (prevenção). Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos de
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LÍNGUA PORTUGUESA
imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca vamos dedicar 18. INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS
muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ENTENDENDO DIALETOS
ilhas paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Clara Braga
Hollywood poderiam ser alguns exemplos. Aprender a diferenciar Quem já teve a oportunidade de conviver minimamente com
os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos e nos uma criança, sabe que o processo de aprender a falar pode render
alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, boas histórias.
não necessitamos. As crianças, antes de desenvolverem 100% dessa habilidade,
[...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um parece que criam um dialeto. E engana-se quem acha que o dialeto
sonho claro, podemos fazer várias coisas. Por um lado, podemos re- de todas as crianças é igual e que, se você entende o que seu sobri-
cuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A adolescên- nho ou priminho fala, vai entender todas as crianças.
cia é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do O dialeto da criança é tão complexo que, com exceção de pou-
que gostávamos ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os cas palavras que todas parecem falar de uma forma igual, só aquela
sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado um pouco desatualiza- criança fala aquela língua e só uma pessoa entende 100% do que
dos ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se que- está sendo dito: o ser que eu chamo de “pãe”.
ríamos ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos “Pãe” seria a mistura do pai e da mãe, pois raramente um dos
atuam como faróis, não são cartas de navegação, daí a importância dois entende tudo o que o filho está dizendo, eles podem entender
de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, ob- a frase toda pelo contexto, mas decifrar e compreender palavrinha
temos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, por palavrinha, é um trabalho de grupo.
lembramos que gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Às vezes pode parecer complicada essa coisa de não entender
Dessa forma, podemos nos matricular em um curso de astronomia, o que a criança está querendo dizer, mas confiem, em alguns mo-
comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhe- mentos isso pode ser bom.
cer mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais Outro dia estava em um restaurante com meu filho e, como
jovem? O que pode extrair daquilo? toda criança, ele ficou um tempo sentado e depois foi explorar a
Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não que- redondeza. Fui acompanhando e, no caminho, encontramos uma
remos. Talvez este exercício não seja tão atraente quanto imaginar avó que estava acompanhando a neta enquanto a mãe jantava no
a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero parar mesmo restaurante onde estávamos. A senhora começou a puxar
de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar assunto com meu filho, na tentativa de aproximar a neta. Meu filho
me irritar por alguma coisa, não continuar neste trabalho ou man- se mostrou aberto à aproximação e ia respondendo tudo que a se-
ter uma amizade. nhora perguntava. Lá pelas tantas, quando eu já estava surpreendi-
Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer da com a quantidade de palavras que a senhora estava entendendo
ou quais são nossos sonhos, temos outra opção: refletir sobre com do dialeto do meu filho, ele decidiu pegar algo com a mão e mostrar
quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um personagem de para a senhora e para a pequena netinha o quão forte ele era. Foi
ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar então que a senhora soltou a frase: uau, como você é forte!
pistas sobre nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclu- Ele respondeu com uma de suas frases prediletas, aprendida
sões que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir objetivos por causa de seu interesse e do vício do pai pelo universo dos he-
concretos. róis: Hulk esmagaaaaaa! Mas ele não disse com um ar doce, ele dis-
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/ co- se como se estivesse com raiva e de fato esmagando o que estava
modefinir-objetivos-quando-nao-sabemos-o-que-queremos.html. na sua mão, tudo isso enquanto olhava bem nos olhos na netinha
Acesso em: 14 mai. 2021. da senhora.
Quanto aos elementos de coesão empregados no texto, assina- Eu fiquei um pouco assustada e com receio do que viria depois,
le a alternativa INCORRETA. já dei um riso meio sem graça e estava procurando uma descul-
(A) Em, “Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com pa para aquela frase nada acolhedora. Porém, os santos do dialeto
fantasias.”, o termo em destaque contribui para a ordenação me salvaram. Quando ouviu a frase a senhora logo respondeu para
do texto. meu filho: ah sim, você é forte porque come manga! Vou dar muita
(B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente [...]”, manga para minha netinha, assim ela fica forte como você! Fiquei
o termo em destaque sinaliza um contraste entre sonho e fan- aliviada com a interpretação que ela fez da frase que, para mim,
tasia. ele tinha dito com muita clareza. Muito melhor uma neta comendo
(C) Em “[...] o problema é que não sabemos o que queremos.”, muita manga do que traumatizada com um bebê que estava pres-
o termo em destaque se refere à ação de buscar objetivos, tes a ficar verde e esmagar as coisas ao redor. Acho que vou optar
mencionada no período anterior, a qual é vista pela autora por mostrar para ele desenhos com frases mais amigáveis, ele está
como algo negativo. indo bem no processo da fala, mas talvez algo mais dócil ajude no
(D) Em “Talvez este exercício não seja tão atraente [...]”, o ter- processo de socialização.
mo em destaque retoma a informação “pensar naquilo que não Disponível em:<http://www.cronicadodia.com.br/2020/01/en-
queremos”. tendendo-dialetos-clara-braga.html>. Acesso em: 04 fev. 2020.
(E) Em “Mais uma vez, isso funciona como farol [...]”, o termo
em destaque faz referência ao excerto “[...] refletir sobre com
quem gostaríamos de parecer [...]”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Em relação à classificação morfológica e à função textual dos vocábulos destacados, assinale a alternativa correta.
(A) Em “As crianças, antes de desenvolverem 100% dessa habilidade, parece que criam um dialeto.”, a palavra destacada é um adjeti-
vo, pois caracteriza a forma de falar das crianças.
(B) Em “A senhora começou a puxar assunto com meu filho [...]”, o termo em destaque é uma conjunção, já que serve para unir duas
orações.
(C) Na frase “Ele respondeu com uma de suas frases prediletas [...]”, a palavra destacada é um advérbio, visto que caracteriza “frases”.
(D) No trecho “Fiquei aliviada com a interpretação que ela fez da frase [...]”, o termo em destaque é um adjetivo que caracteriza mo-
mentaneamente a narradora.
(E) No período “Quem já teve a oportunidade de conviver minimamente com uma criança, sabe que o processo de aprender a falar
pode render boas histórias.”, o vocábulo é um advérbio que indica uma circunstância de lugar.
GABARITO
1 E
2 C
3 D
4 C
5 C
6 C
7 B
8 B
9 A
10 A
11 C
12 A
13 D
14 A
15 E
16 B
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17 C
18 D
19 A
20 B
ANOTAÇÕES
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Tipos de frações
– Frações Próprias: numerador é menor que o denominador.
Ex.: 7/15
– Frações Impróprias: numerador é maior ou igual ao denomi- Divisão: é igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da
nador. Ex.: 9/7 segunda fração. Ex.:
– Frações aparentes: numerador é múltiplo do denominador.
Elas pertencem também ao grupo das frações impróprias. Ex.: 6/3
– Frações mistas: números compostos de uma parte inteira e
outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
– Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
a mesma parte da unidade. Ex.: 4/8 = 1/2
– Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi- Obs.: sempre que possível podemos simplificar o resultado da
nador são primos entre si. Ex.: 7/13; fração resultante de forma a torna-la irredutível.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
= 0,4
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:
= 0,333...
Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:
1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado. Ex.:
0,035 = 35/1000
2) Através da fração geratriz, temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente. Exemplos:
Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.
a)
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.
b)
Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.
CONJUNTOS
Um conjunto é uma reunião ou agrupamento de pessoas, seres, objetos, classes, ou qualquer entidade que compartilhe uma caracte-
rística comum, dando a ideia de uma coleção.
Noções Primitivas
Na teoria dos conjuntos, há três conceitos fundamentais que são aceitos sem a necessidade de definição:
– Conjunto;
– Elemento;
– Pertinência entre um elemento e um conjunto.
Podemos encontrar exemplos de conjuntos em situações como um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma pilha de livros.
Os conjuntos, conforme geralmente concebidos, consistem em elementos, sendo que um elemento de um conjunto pode ser uma banana,
um peixe ou um livro, por exemplo. Importante notar que um conjunto também pode ser considerado como um elemento pertencente a
outro conjunto.
Para representar conjuntos, costumamos usar letras maiúsculas como A, B, C, ..., X, e para os elementos, letras minúsculas como a, b,
c, ..., x, y, ..., embora essa convenção não seja estritamente obrigatória. A relação de pertinência estabelece a conexão entre um elemento
e um conjunto, indicando se um elemento faz parte ou não desse conjunto.
Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos x A.
Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
3) Pelo diagrama de Venn-Euler Com base nessa propriedade, podemos concluir que se B pos-
Os elementos do conjunto são colocados dentro de uma figura sui n elementos, então ele possui 2n subconjuntos, incluindo o con-
em forma de elipse, chamada diagrama de Venn. junto vazio e ele próprio.
Se desejamos determinar quantos subconjuntos o conjunto A
(como no exemplo anterior) possui, podemos utilizar a fórmula:
Números de elementos(n)= 5 → 2n = 25 = 32 subconjuntos, in-
cluindo o vazio e ele próprio.
Relação de inclusão
Essa notação é empregada para estabelecer relações entre
conjuntos, a fim de determinar se um conjunto está contido ou não
em outro. Essas relações de inclusão são representadas por meio
dos seguintes símbolos:
Relação de Pertinência
A pertinência é representada pelo símbolo (pertence) ou
não pertence). Ele relaciona elemento com conjunto. – Intersecção de conjuntos: a intersecção entre os conjuntos A
e B consiste no conjunto composto por todos os elementos que são
Subconjuntos comuns a ambos os conjuntos, ou seja, pertencem simultaneamen-
Quando todos os elementos de um conjunto A também per- te a A e a B. Representa-se por A B.
tencem ao conjunto B, caracterizamos A como um subconjunto de Simbolicamente: A B = {x | x A e x B}
B. Pode-se também descrever um subconjunto como uma coleção
menor de elementos que compartilham as mesmas características
de um conjunto maior.
Atenção:
– Todo conjunto A é, por definição, um subconjunto dele pró-
prio.
– O conjunto vazio, por convenção, é considerado subconjunto
de qualquer conjunto.
– O conjunto das partes, representado por P(A), é formado pela
reunião de todos os subconjuntos de A.
Por exemplo, considerando o conjunto B mencionado anterior-
mente, temos o conjunto das partes de B:
B = {{ }, {2}, {4}, B}
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RACIOCÍNIO LÓGICO
– Número de Elementos da União e da Intersecção de Conjuntos: Dado um par de conjuntos A e B, conforme ilustrado na figura
abaixo, podemos estabelecer uma relação entre a quantidade de elementos de cada conjunto.
Observe que ao subtrairmos os elementos comuns evitamos que eles sejam contados duas vezes.
Observações:
a) Mesmo que os conjuntos A e B sejam disjuntos ou se um deles estiver completamente contido no outro, a relação dada continuará
sendo verdadeira.
b) Podemos estender a relação do número de elementos para três ou mais conjuntos com igual eficácia.
Observe o diagrama e comprove:
3) Comutativa: A U B = B U A e A ∩ B = B ∩ A
4) Associativa: A U (B U C) = (A U B) U C e A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C
– Diferença: A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto composto por todos os elementos que fazem parte de A, mas não
pertencem a B. Essa diferença é simbolizada por A - B. Para encontrar a diferença entre conjuntos, é suficiente observar quais elementos
estão em A e não em B. Simbolicamente: A – B = {x | x A e x B}
Note que A – B ≠ B - A
– Complementar: Dado um par de conjuntos A e B, onde B é um subconjunto de A (representado por B ⊂ A), denominamos o comple-
mentar de B em relação a A ao conjunto A - B. Em outras palavras, o complementar de B em relação a A é o conjunto formado por todos
os elementos de A que não estão em B.Dizemos complementar de B em relação a A.
Exemplos:
1) Numa pesquisa sobre a preferência por dois partidos políticos, A e B, obteve-se os seguintes resultados. Noventa e duas disseram
que gostam do partido A, oitenta pessoas disseram que gostam do partido B e trinta e cinco pessoas disseram que gostam dos dois parti-
dos. Quantas pessoas responderam a pesquisa?
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RACIOCÍNIO LÓGICO
3) Em uma cidade existem duas empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente 70% dos estudantes desta cidade utilizam a
Empresa A e 50% a Empresa B. Sabendo que todo estudante da cidade é usuário de pelo menos uma das empresas, qual o % deles que
utilizam as duas empresas?
(A) 20%
(B) 25%
(C) 27%
(D) 33%
(E) 35%
Resolução:
70 – 50 = 20.
20% utilizam as duas empresas.
Resposta: A.
PORCENTAGEM
As razões que têm 100 como denominador são conhecidas como razões centesimais, taxas percentuais ou simplesmente porcenta-
gens. Elas representam a centésima parte de uma grandeza e são comumente expressas com o numerador seguido do símbolo %. Por
exemplo, “25%” é lido como “vinte e cinco por cento”.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
VA = ( ).V
VD= ( ).V
Fator de multiplicação
É o resultado da expressão (1 + p/100) ou (1 - p/100), denominado fator de multiplicação, uma ferramenta bastante útil para a realiza-
ção de cálculos envolvendo porcentagens. Esse fator pode representar tanto um aumento quanto uma diminuição no valor de um produto.
1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-com-figuras-de-palavras/
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RACIOCÍNIO LÓGICO
– Sequência de Figuras: esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:
Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:
Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocupa,
então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B.
02. (Câmara de Aracruz/ES - Agente Administrativo e Legislativo - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as posições,
a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:
Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B.
03. (Pref. Petrópolis/RJ – Auxiliar de coveiro- Fundação Dom Cintra) A figura que completa o sentido da frase, é:
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos:
PROPOSIÇÃO
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
– A expressão x + y é positiva.
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
– O valor de √4 + 3 = 7.
respeito de determinados conceitos ou entes.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Valores lógicos
Há exatamente:
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
(A) uma proposição;
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
(B) duas proposições;
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
(C) três proposições;
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
(D) quatro proposições;
Com isso temos alguns aximos da lógica:
(E) todas são proposições.
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.
TABELA VERDADE
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.
EQUIVALÊNCIA
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução: Propriedades
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção • Reflexiva:
de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
Vejam como fica:
• Transitiva:
– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.
Resposta: B.
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
IMPLICAÇÃO LÓGICA
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
• Silogismo Disjuntivo
ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conecti-
vo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica que
pode ou não existir entre duas proposições.
Exemplo:
• Modus Ponens
Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:
• Modus Tollens
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Tautologias e Implicação Lógica Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte
• Teorema específica
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...) Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Com base nessas informações, julgue o item seguinte, relativos 13. (FGV - 2017 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área
a essa sequência infinita e aos tipos de peças que compõem as re- Administrativa) O salão principal do tribunal está preparado para
feridas figuras. um evento comemorativo e diversas pessoas foram convidadas a
O número total de quadrados do tipo Q2 que aparecem nas comparecer. Na porta do salão está um funcionário que recebeu
primeiras 20 figuras dessa sequência é superior a 300. instruções sobre as pessoas que podem entrar e uma delas foi:
( ) CERTO “Se tiver carteira de advogado pode entrar.”
( ) ERRADO É correto concluir que:
Alternativas
9. (OBJETIVA - 2023) Analisar a sequência numérica a seguir: (A) se João entrou então tem carteira de advogado;
1 5 9 13 17 ... (B) quem não tem carteira de advogado não pode entrar;
Assinalar a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o próxi- (C) se Pedro não pode entrar então não tem carteira de advo-
mo número da sequência acima: gado;
(A) 19 (D) quem é advogado, mas não tem carteira, pode entrar;
(B) 20 (E) todos os que entraram são advogados.
(C) 21
(D) 22 14. (COPS-UEL - 2018 - Câmara de Cambé - PR - Advogado) Se
Ana for para a Colônia de Férias, comprará um livro para a roda de
10. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias do Sul - RS - Técni- leitura. Quem gosta de comprar livro para a roda de leitura vai para
co em Contabilidade) Na lógica proposicional, as proposições com- a Colônia de Férias. Com base nessas afirmações, assinale a alter-
postas são constituídas de conectivos e proposições simples. Na nativa correta.
sentença “Doze é número par, mas é múltiplo de três”, temos uma Alternativas
sentença composta com o conectivo da ______________ e respec- (A) Se Ana gostar de comprar livro para a roda de leitura, então
tivo valor lógico ______________. ela comprará um livro para a roda de leitura.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- (B) Se Ana gostar de comprar livro para a roda de leitura, então
te, as lacunas do trecho acima. ela não vai para a Colônia de Férias.
Alternativas (C) Se Ana comprou um livro para a roda de leitura, então ela
(A) negação – falsa vai para a Colônia de Férias.
(B) disjunção – verdadeira (D) Se Ana foi para a Colônia de Férias, então ela gosta de com-
(C) disjunção – falsa prar livro para a roda de leitura.
(D) conjunção – verdadeira (E) Se Ana foi para a Colônia de Férias, então ela não gosta de
(E) conjunção – falsa comprar livro para a roda de leitura.
11. (FUNDATEC - 2022 - SPGG - RS - Analista Arquiteto) Os co- 15. (VUNESP - 2022 - PC-SP - Investigador de Polícia) Hugo, José
nectivos lógicos são palavras ou símbolos utilizados para conectar e Luiz têm alturas diferentes entre si, de maneira que cada altura
proposições de acordo com as regras da lógica formal. A alternativa pode ser representada por um número inteiro de centímetros. Eles
que apresenta uma disjunção, uma conjunção e uma condicional, fizeram as seguintes afirmações:
nessa ordem, é: Hugo: tenho 190 cm de altura.
Alternativas José: sou mais alto que Hugo.
(A) p → q, p v q e p ^ q Luiz: José está mentindo.
(B) p → q, p ^ q e p v q Sabendo que um desse amigos tem 189 cm de altura e sabendo
(C) p v q, p ^ q e p → q que Hugo falou a verdade e Luiz mentiu, ordenando esses amigos
(D) p ^ q, p v q e p → q do mais baixo para o mais alto, têm-se, respectivamente:
(E) p v q, p → q e p ^ q Alternativas
(A) José, Luiz, Hugo.
12. (INAZ do Pará - 2017 - DPE-PR - Técnico em Informática) (B) Luiz, Hugo, José.
Diz-se que duas preposições são equivalentes entre si quando elas (C) Hugo, José, Luiz.
possuem o mesmo valor lógico. A sentença logicamente equivalen- (D) José, Hugo, Luiz.
te a: “ Se Maria é médica, então Victor é professor” é: (E) Luiz, José, Hugo.
Alternativas
(A) Se Victor não é professor então Maria não é médica 16. (FUNDATEC - 2019 - Autarquia Municipal de Turismo Gra-
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor madotur) Se o cão late então o gato mia. Se o gato mia então o galo
(C) Se Victor é professor, Maria é médica canta. Se o galo canta então a criança acorda. Sabe-se que é verda-
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor de que a criança não acorda, logo conclui-se que:
(E) Se Maria é médica ou Victor não é professor Alternativas
(A) O galo não canta e o cão não late.
(B) O galo canta e o cão late.
(C) O gato mia e o cão late.
(D) O gato não mia e o cão late.
(E) A criança não acorda e o gato mia.
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cidade ou não, e aplicar as sanções cabíveis, independentemente V - constituição e organização das guardas municipais desti-
de outros procedimentos administrativos ou judiciais, sob pena de nadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
responsabilidade. dispuser a Lei. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
§ 7º Será punido, nos temos da lei, o agente público que, no 103/2022)
exercício de suas atribuições, independentemente da função que
exerça, violar direito constitucional do cidadão. SEÇÃO II
§ 8º Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o Art. 9º Compete ao Município, especialmente:
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- I - prover a tudo quanto respeite ao seu interesse local, tendo
petente. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) como objetivos o pleno desenvolvimento de suas funções sociais e
§ 9º O Poder Público Municipal coibirá todo e qualquer ato dis- garantia do bem-estar de seus habitantes;
criminatório em seus órgãos e entidades e estabelecerá formas de II - manter relações com a União, os Estados Federados, o Dis-
punição. trito Federal e os demais Municípios;
§ 10 Ao Município é vedado: III - organizar e prestar, diretamente sob regime de concessão
I - estabelecer culto religioso ou igreja, subvencioná-los, em- ou permissão, sempre através de licitação, os serviços públicos de
baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles, ou com seus interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
representantes, relações de dependência ou de aliança, ressalvada, essencial; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
na forma da lei, colaboração de interesse público; IV - firmar acordo, convênio, ajuste e instrumento congênere;
II - recusar fé a documento público; V - difundir a seguridade social, a educação, a cultura, o des-
III - criar distinção entre brasileiros ou preferências entre si; porto, a ciências e a tecnologia;
IV - manter arquivos ou fichas funcionais de caráter sigiloso VI - proteger o meio ambiente;
sobre servidores da administração direta ou indireta do Município, VII - instituir, decretar e arrecadar os tributos de sua compe-
excetuando-se os livros de assentamento e os fichários com dados tência e aplicar suas receitas, sem prejuízo da obrigatoriedade de
pessoais, aos quais terão os servidores livre acesso; prestar contas e publicar balancetes mensais;
V - modificar a denominação de logradouros e estabelecimen- VIII - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
tos públicos, exceto os identificados por letras do alfabeto, nume- são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
rais e/ou caso de duplicidade de nomes de logradouros, no qual de transporte coletivo que tem caráter essencial;
prevalecerá a denominação mais antiga; (Redação dada pela Emen- IX - promover adequado ordenamento territorial, mediante
da à Lei Orgânica nº 4/1991) planejamento e controle do parcelamento da ocupação e do uso
VI - designar logradouros com nomes de pessoas vivas, exceto do solo urbano; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
estabelecimentos públicos e os tombados pelo Patrimônio Público 43/2000)
Municipal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 52/2003) X - administrar seus bens, adquiri-los e aliená-los, aceitar doa-
VII - dar nome idênticos a logradouros, órgãos, ou quaisquer ções, legados e heranças, e dispor de sua aplicação;
estabelecimentos municipais, no âmbito da administração pública. XI - desapropriar, por necessidade ou utilidade pública, ou por
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 40/2000) interesse social, nos casos previstos em lei;
VIII - REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº XII - estabelecer servidões administrativas e, em caso de imi-
65/2007) nente perigo ou calamidade pública, usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
TÍTULO III XIII - estabelecer os quadros e o regime jurídico de seus servi-
DO MUNICÍPIO dores; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
XIV - associar-se a outros Municípios do mesmo complexo geo-
CAPÍTULO I econômico e social, mediante convênio previamente aprovado pela
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO Câmara Municipal, para gestão sobre planejamento de funções pú-
blicas ou serviços de interesse comum, de forma permanente ou
SEÇÃO I transitória;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS XV - o Município disciplinará por meio de lei os consórcios
públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados,
Art. 7º São poderes do Município, independentes e harmônicos autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
entre si, o Legislativo e o Executivo. transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
Parágrafo Único - É vedado a qualquer dos Poderes delegar essenciais à continuidade dos serviços transferidos; (Redação dada
atribuições, e a quem for investido na função de um deles, exercer pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
a do outro. XVI - participar, autorizado por lei municipal, da criação de en-
Art. 8º A autonomia do Município se configura, especialmente, tidade intermunicipal, para a realização de obras, exercício de ativi-
pela: dade ou execução de serviço específico de interesse comum;
I - elaboração e promulgação de sua Lei Orgânica; XVII - exercer o poder de polícia administrativa, podendo, es-
II - eleição do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores; pecialmente:
III - organização de seu governo e administração; a) interditar edificações em ruínas ou em condições de insalu-
IV - legislação sobre assuntos de interesse local e suplementar bridade e fazer demolir construções que ameacem ruir;
à legislação federal e estadual no que couber.
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§ 1º A concessão administrativa do bem público de uso especial § 5º Em todo ato de permissão ou contrato de concessão, o
e dominial dependerá de lei autorizativa e a concorrência far-se-á Município se reservará no direito de averiguar a regularidade do
mediante contrato, sob pena de nulidade do ato. A concorrência cumprimento da legislação trabalhista pelo permissionário ou con-
poderá ser dispensada quando o uso se destinar a concessionário cessionário.
de serviço público municipal, a entidades educativas, culturais e as- § 6º É vedado o monopólio na exploração pelos concessioná-
sistenciais, ou quando houver relevante interesse público, devida- rios ou permissionários do serviço público, sendo nula de pleno di-
mente justificado. reito qualquer cláusula ou condição contratual que induza à explo-
§ 2º A permissão será feita a título precário, por decreto, me- ração mediante monopólio.
diante autorização legislativa. § 7º Sempre que o permissionário não estiver cumprido inte-
§ 3º A autorização será feita por portaria, mediante autoriza- gralmente o contrato, a Prefeitura poderá abrir concorrência públi-
ção legislativa, para atividades ou uso específico e transitório, pelo ca para a contratação dos serviços com outras empresas.
prazo máximo de cento e oitenta dias, salvo quando para o fim de Art. 22 A - O Município regulamentará e explorará o serviço de
formar canteiro de obra pública, caso em que o prazo será o da depósito, vigilância e preservação de veículos apreendidos por in-
duração da obra. frações de trânsito, bem como os serviços de guincho e transportes
§ 4º Poderão ser cedidos a particular, para uso em serviço tran- desses veículos.
sitório, máquinas e operadores da Prefeitura, desde que não haja Parágrafo Único - Entidade assistencial do Município poderá
prejuízo para os serviços do Município e o interessado recolha, pre- explorar em seu benefício, mediante convênio, acordo ou ajuste,
viamente, a remuneração arbitrada da forma geral, por decreto, e as atividades constantes deste artigo, autorizados por lei. (Redação
assine termo de responsabilidade pela conservação e devolução do acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
bem, no estado em que o mesmo se achava no momento da cessão. Art. 23 A lei disporá sobre:
§ 5º Poderá ser permitido ao particular, mediante autorização I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias
legislativa, a título oneroso ou gratuito, o uso do subsolo ou espaço de serviços públicos ou de utilidade pública, o caráter especial de
aéreo de logradouros públicos, para construção de passagem desti- seu instrumento e de sua fiscalização e rescisão da concessão ou
nada à segurança ou o conforto público da coletividade. permissão;
Art. 20 São inalienáveis os bens municipais de uso comum, II - os direitos dos usuários;
exceto quando for de interesse do município, e para assegurar ga- III - a política tarifária;
rantias sociais-constitucionais. (Redação dada pela Emenda à Lei IV - a obrigação de manter o serviço adequado;
Orgânica nº 39/2000) V - as reclamações relativas à prestação de serviços públicos ou
de utilidade pública;
SEÇÃO IV VI - o tratamento especial em favor do usuário mencionado no
DOS SERVIÇOS E OBRAS PÚBLICAS parágrafo 3º do artigo 131 desta Lei.
Art. 23-A A lei disciplinará as formas de participação do usuário
Art. 21 No exercício de sua competência para organizar e re- na administração pública direta e indireta, regulando especialmen-
gulamentar os serviços públicos e de utilidade pública de interesse te:
local, o Município observará os requisitos de comodidade, conforto I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
e bem-estar dos usuários. em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Art. 22 Lei Municipal disporá sobre a organização, funciona- ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
mento e fiscalização dos serviços públicos de utilidade pública, de dos serviços;
interesse social, prestado sob o regime de concessão ou permissão, II - o acesso dos usuários a registros administrativos e as infor-
incumbindo aos que os executarem sua permanente atualização e mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
adequação às necessidades dos usuários. e XXXIII;
§ 1º O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
permitidos ou concedidos, desde que: ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
I - sejam executados em desconformidade com o termo ou con- (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
trato, ou que revelarem-se insuficientes para o atendimentos dos Art. 23-B A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
usuários; ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indire-
II - haja ocorrências de paralisação unilateral dos serviços, por ta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Redação
parte dos concessionários ou permissionários; acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
III - seja estabelecida a prestação direta do serviço pelo Muni- Art. 23-C A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
cípio. órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
§ 2º A permissão de serviço de utilidade pública, sempre a títu- ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
lo precário, será autorizada por decreto, após edital de chamamen- dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
to de interessados para a escolha do melhor pretendente, proce- desempenho para o órgão ou entidade, cabendo a lei dispor sobre:
dendo-se às licitações, com estrita observância da legislação federal I - o prazo de duração do contrato;
pertinente. II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
§ 3º A concessão só será feita com autorização legislativa, me- tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
diante contrato, observada a legislação específica de licitação e con- III - a remuneração do pessoal. (Redação acrescida pela Emen-
tratação. da à Lei Orgânica nº 37/2000)
§ 4º Os concessionários e permissionários sujeitar-se-ão à re-
gulamentação específica e ao controle tarifário do Município.
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Art. 23-D O disposto no parágrafo 1º do art. 39 aplica-se às em- I - Suprimido; (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº
presas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi- 37/2000)
diárias, que receberem recursos do Município para pagamento de II - Suprimido; (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº
despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Redação acrescida 37/2000)
pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) III - somente por lei específica será criada subsidiária das en-
Art. 23-E É vedada a percepção simultânea de proventos de tidades mencionadas no caput deste artigo e sua participação em
aposentadoria decorrentes do artigo 53 desta Lei Orgânica, com empresa privada. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados 37/2000)
os cargos acumuláveis na forma desta Lei Orgânica, os cargos eleti- § 1º REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação 68/2009)
e exoneração. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº § 2º As relações jurídicas entre o Município e o particular, pres-
37/2000) tados de serviço público em virtude de delegação, sob a forma de
Art. 24 A competência do Município para a realização de obras concessão ou permissão são regidas pelo direito público.
públicas abrange: Art. 29 Ressalvados os casos especificados na legislação, as
I - a construção de edifícios públicos; obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
II - a construção de obras e instalações para implantação e pres- processo de licitação que assegure igualdade de condições a todos
tação de serviços necessários ou úteis às comunidades; os concorrentes, com cláusula que estabeleça as obrigações de pa-
III - a execução de quaisquer outras obras, destinadas a assegu- gamento, mantidas as condições da proposta, nos termos da lei, a
rar a funcionalidade e o bom aspecto da cidade. qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e eco-
§ 1º A obra pública poderá ser executada diretamente por ór- nômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações
gão ou entidade da administração pública, e indiretamente, por ter- observadas as normas gerais, expedidas pela União.
ceiros, mediante licitação. § 1º Para que seja aceite no processo de licitação, dentre as
§ 2º A realização de obra pública deverá estar adequada ao Pla- exigências de qualificação técnica e econômica, indispensáveis à
no Diretor, ao Plano Plurianual, à Lei de Diretrizes Orçamentárias e garantia do cumprimento das obrigações observadas as normas
será precedida de projeto elaborado segundo as normas técnicas gerais, expedidas pela União, os concorrentes deverão apresentar:
adequadas. I - Certidão negativa dos sócios da empresas procedentes dos
§ 3º A construção de edifícios e obras públicas obedecerá aos seguintes locais:
princípios de economicidade, simplicidade e adequação ao espaço a) Justiça Eleitoral, que contra os sócios e/ou empresa, não
circunvizinho e ao meio ambiente, e sujeitar-se-á às exigências e conste coisa julgada proveniente de processos eleitorais;
limitações do Código de Obras. b) Tribunal de Justiça da cidade de origem, que contra os sócios
e/ou empresa, não conste condenação por crime contra a econo-
SEÇÃO V mia popular, a fé pública, o poder e o patrimônio público.
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA c) Relatório constando contratos em andamento com outros
órgãos públicos. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 25 A atividade de administração pública dos Poderes do 73/2012)
Município e a de entidade descentralizada obedecerá os princípios § 2º Os documentos elencados nas alíneas a, b e c são indispen-
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabili- sáveis para a contratação pelo Poder Público. (Redação acrescida
dade e eficiência. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº pela Emenda à Lei Orgânica nº 73/2012)
37/2000) Art. 30 As pessoas jurídicas de direito público e de direito priva-
§ 1º Moralidade, razoabilidade e eficiência dos atos do Poder do, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que
Públicos serão apuradas, para efeito de controle e invalidação, em seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, sendo obriga-
face dos dados objetivos de cada caso. (Redação dada pela Emenda tória a regressão contra o responsável, no prazo estabelecido em
à Lei Orgânica nº 37/2000) lei, nos casos de dolo ou culpa.
§ 2º O agente público motivará o ato administrativo que prati- Art. 31 A publicidade de ato, programa, projeto, obra, serviço e
car, explicitando-lhe o fundamento legal, o fato e a finalidade. campanha de órgão público, por qualquer veículo de comunicação,
Art. 26 A administração pública direta é a que compete a órgão somente pode ter caráter informativo, educacional ou de orienta-
de qualquer dos Poderes do Município. ção social, e dela não constarão nome, cor ou imagem que carac-
Art. 27 À administração pública indireta compreende: (Redação terizem a promoção pessoal ou de autoridade, servidor público ou
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) partido político.
I - a autarquia; Parágrafo Único - Os Poderes do Município, incluídos os órgãos
II - a sociedade de economia mista e empresa pública; que os compõem, publicarão, trimestralmente, o montante das
III - a fundação pública; despesas com publicidade, pagas ou controladas naquele período
IV - as demais entidades de direito privado, sob o controle dire- com cada agência ou veículo de comunicação.
to ou indireto do Município. Art. 32 O Município manterá os livros necessários ao registro
Art. 28 Somente por lei específica poderá ser criada autarquia de seus serviços.
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- Parágrafo Único - Os livros poderão ser substituídos por fichas
nomia mista e de fundação, de caráter público ou privado, cabendo ou sistema informatizado com garantia de fidedignidade.
à Lei Complementar, neste último caso definir as áreas de sua atua-
ção. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 68/2009)
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LEGISLAÇÃO
Art. 33 O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores, os ocupantes mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
de cargo em comissão ou função de confiança, as pessoas ligadas tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
a qualquer deles por matrimônio, os empregados públicos munici- do Prefeito Municipal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
pais não poderão contratar com o Município, substituindo a proibi- nº 43/2000)
ção até três meses após findas as respectivas funções. § 2º Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não po-
Art. 34 A ação administrativa do Poder Executivo será organiza- dem ser superiores aos percebidos no Poder Executivo.
da segundo os critérios de descentralização e regionalização. § 3º É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
Art. 35 Administração distrital é a unidade descentralizada dos pécies remuneratórias, para efeito de remuneração de pessoal
sistemas administrativos, com circunscrição, atribuição, organiza- do serviço público. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
ção e funcionamento, definidos em lei. 37/2000)
§ 4º Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
SEÇÃO VI não serão computados nem acumulados, para o fim da concessão
DOS SERVIDORES PÚBLICOS de acréscimo ulterior. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 37/2000)
Art. 36 A atividade administrativa permanente é exercida: § 5º O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
I - em qualquer dos Poderes do Município, incluindo a adminis- empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos pará-
tração indireta, por servidor público, ocupante de cargo público em grafos 1º e 2º deste artigo, e os preceitos estabelecidos nos artigos
caráter efetivo ou em comissão, de emprego público ou de função 39, § 4º, 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, todos da Constituição Federal.
pública; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
II - nas demais entidades de direito privado sob o controle dire- § 6º É assegurado aos servidores públicos e às suas entidades
to ou indireto do Município, por empregado público ou função de representativas o direito de reunião nos locais de trabalho, fora do
confiança. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) horário de expediente.
Art. 37 Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis § 7º O disposto no parágrafo 1º deste artigo aplica-se às em-
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, presas públicas e às sociedades de economia mista e suas subsidi-
assim como aos estrangeiros, na forma da Lei. (Redação dada pela árias, que recebem recursos do Município para pagamento de des-
Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) pesas ou de custeio em geral. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
§ 1º A investidura em cargo ou emprego público depende de Orgânica nº 37/2000)
aprovação prévia em concurso público de provas e ou provas e títu- Art. 40 É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
los, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou empre- permitida se houver compatibilidade de horários, observado o § 1º
go, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo do art. 39: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
em comissão declarado em lei, de livre nomeação e exoneração. I - de dois cargos de professor;
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) II - de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
§ 2º O prazo de validade do concurso público será de até dois III - de dois cargos privativos de médico.
anos, prorrogável uma vez, por igual período. (Redação dada pela Parágrafo Único - A proibição de acumular se estende a em-
Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) pregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públi-
§ 3º Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- cas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades
cação, o aprovado em concurso público será convocado, observada controladas, direta ou indiretamente pelo poder público. (Redação
a ordem de classificação, com prioridade sobre novos concursados, dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
para assumir o cargo ou emprego na carreira. Art. 41 Ao servidor público da administração direta, autárquica
§ 4º A inobservância do disposto nos parágrafos anteriores im- e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
plica em nulidade do ato e punição da autoridade responsável, nos guintes disposições: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
termos da lei. 37/2000)
Art. 38 As funções de confiança, exercidas exclusivamente por I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão a ficará afastado do cargo, emprego ou função.
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- emprego ou função, sendo-lhe facultado optar por sua remunera-
buições de direção, chefia e assessoramento. (Redação dada pela ção, ou, pelo subsídio do cargo eletivo; (Redação dada pela Emenda
Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) à Lei Orgânica nº 43/2000)
Parágrafo Único - Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Or- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilida-
gânica nº 37/2000) de de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
Art. 39 A remuneração do servidor público somente poderá ser função, sem prejuízo do subsídio do cargo eletivo, e, não havendo
fixada ou alterada por lei específica, observada a iniciativa privativa compatibilidade será aplicada a norma do inciso anterior. (Redação
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
data e sem distinção de índices. (Redação dada pela Emenda à Lei IV - em qualquer caso que exija afastamento para o exercício do
Orgânica nº 37/2000) mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para os efeitos
§ 1º A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, legais, exceto para promoção por merecimento;
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e V - para o efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
fundacional, dos membros dos Poderes Municipais, dos detentores tamento, os valores serão determinados como se no exercício an-
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos, e os proventos, terior estivesse.
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
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Art. 42 A lei reservará percentual dos cargos e empregos públi- § 1º Somente será permitida a conversão em pecúnia, das fé-
cos para provimento por portador de deficiência e definirá os crité- rias-prêmio adquiridas a cada período de 10 (dez) anos de efetivo
rios de sua admissão. serviço público municipal, desde que não aproveitadas para outros
Art. 43 Os atos de improbidade administrativa importam sus- fins e observadas as exigências contidas em lei. (Redação acrescida
pensão dos direitos políticos, perda de função pública, indisponi- pela Emenda Constitucional nº 18/1996)
bilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e gradação § 2º No que se refere às férias-prêmio adquiridas após cada
estabelecidas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. período de 05 (cinco anos), deve-se observar, para sua concessão
Art. 44 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) e/ou aproveitamento, aquelas mesmas exigências estabelecidas
Art. 45 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) para o decênio, em termos proporcionais. (Redação acrescida pela
Emenda Constitucional nº 18/1996)
SUBSEÇÃO I Art. 48 Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº
DA POLÍTICA DE ADMINISTRAÇÃO E REMUNERAÇÃO DO 43/2000)
SERVIDOR (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Parágrafo Único - Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Or-
Nº 37/2000) gânica nº 43/2000)
Art. 49 É garantida a liberação de servidor ou empregado públi-
Art. 46 O Município instituirá Conselho de Política de Adminis- co, se assim o decidir a respectiva categoria, na forma do estatuto
tração e Remuneração de Pessoal, integrado por servidores desig- da entidade, para o exercício do mandato em diretoria de entidade
nados pelos Poderes Executivo e Legislativo. (Redação dada pela sindical, sem prejuízo da remuneração e dos demais direitos e van-
Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) tagens de seu cargo ou emprego na forma da lei.
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- § 1º É garantido aos servidor público o direito de livre associa-
nentes do sistema remuneratória observará: ção sindical.
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos § 2º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007)
cargos componentes de cada carreira; Art. 50 O direito de greve será exercido nos termos e limites
II - os requisitos dos cargos; definidos em lei específica. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ-
III - as peculiaridades dos cargos; (Redação dada pela Emenda nica nº 37/2000)
à Lei Orgânica nº 37/2000) Art. 51 São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
IV - Suprimido; (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
37/2000) concurso público.
V - Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº § 1º O servidor público estável só perderá o cargo em virtude
37/2000) de sentença judicial transitada em julgado ou processo administra-
§ 2º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) tivo em que lhe seja assegurada ampla defesa e mediante proce-
§ 3º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) dimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
§ 4º O Município disciplinará a aplicação de recursos orçamen- complementar, assegurada ampla defesa.
tários provenientes da economia com despesas correntes em cada § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento público estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desen- reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, apro-
volvimento modernização, reaparelhamentos e racionalização do veitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remune-
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de ração proporcional ao tempo de serviço.
produtividade. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
37/2000) vidor público estável ficará em disponibilidade, com remuneração
Art. 46-A (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveita-
Art. 47 O Município assegurará ao servidor os direitos previstos mento em outro cargo.
no artigo 7º, inciso IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
XX, XXII e XXX da Constituição da República Federativa do Brasil, tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
podendo a Lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão para essa finalidade. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
quando a natureza do cargo e exigir. (Redação dada pela Emenda à 37/2000)
Lei Orgânica nº 37/2000) Art. 51-A É assegurado o prazo de dois anos de efetivo exercício
I - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias para aquisição de estabilidade aos atuais servidores em estágio pro-
e quarenta semanais, facultada a compensação de horários e a re- batório, sem prejuízo da avaliação a que se refere o § 4º do art. 51
dução da jornada nos termos que dispuser a Lei; desta Lei Orgânica. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
II -; (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) nº 37/2000)
III - (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007)
IV - assistência e previdência sociais, extensivas ao cônjuge ou SUBSEÇÃO II
companheiro e aos dependentes; DO REGIME PREVIDENCIÁRIO
V - assistência gratuita, em creche e pré-escola, aos filhos e de-
pendentes, desde o nascimento até seis anos de idade. Art. 52 O Município assegurará regime de previdência de ca-
VI - (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) ráter contributivo para seus servidores e seus dependentes legais,
VII -; (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) observada a legislação vigente. (Redação dada pela Emenda à Lei
VIII - vale-transporte. Orgânica nº 64/2007)
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§ 1º O plano de previdência e assistência social visa dar cober- Art. 53-A É assegurada a concessão de aposentadoria e pensão,
tura aos riscos a que estão sujeitos os beneficiários mencionados no a qualquer tempo, aos servidores públicos, bem como aos seus de-
artigo anterior e atenderá, nos termos da lei, a: pendentes, que até a data da publicação da Emenda Constitucional
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez. Velhice acidente nº 20 à Constituição Federal, tenham cumprido os requisitos para
em serviço, falecimento e reclusão; a obtenção destes benefícios, com base nos critérios da legislação
II - proteção à maternidade, à adoção e paternidade; então vigente.
III - assistência social; § 1º O servidor de que trata este artigo, que tenha completado
IV - ajuda à manutenção dos dependentes dos beneficiários. as exigências para a aposentadoria integral e opte por permanecer
§ 2º O plano será custeado com o produto da arrecadação de em atividade fará jus à isenção da contribuição previdenciária até
contribuições sociais obrigatórias do servidor, do Poder, órgão ou completar as exigências para aposentadoria contidas no artigo 53, §
entidade da que se encontra vinculado, e de outras fontes de recei- 1º, III, “a”, desta Lei Orgânica.
ta definidas em lei. § 2º Os proventos da aposentadoria a ser concedida aos servi-
§ 3º A contribuição mensal do servidor será diferenciada em dores públicos referidos no caput, em termos integrais ou propor-
função da remuneração, na forma em que a lei fixar. cionais ao tempo de serviço já exercido até a data da publicação da
§ 4º Os benefícios do plano serão concedidos nos termos e con- Emenda Constitucional nº 20 à Constituição Federal, bem com as
dições estabelecidos em lei, e compreendem: pensões de seus dependentes, serão calculados de acordo com a
I - quanto ao servidor: legislação em vigor à época em que foram atendidas as prescrições
a) aposentadoria; nela estabelecidas para a concessão destes benefícios ou nas condi-
b) auxílio- natalidade; ções da legislação vigente.
c) salário família diferenciado; § 3º São mantidos todos os direitos e garantias assegurados
d) auxílio-transporte; nas disposições constitucionais vigentes à data da publicação da
e) licença para tratamento de saúde; Emenda Constitucional nº 20 à Constituição Federal, aos servidores
f) licença à gestante, à adotante e à paternidade; municipais, inativos e pensionistas assim como àqueles que já cum-
g) licença por acidente em serviço; priram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos,
II - quanto ao dependente: observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal. (Reda-
a) pensão por morte; ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
b) auxílio-reclusão; Art. 53-B Observado o disposto no art. 53, § 10, desta Emenda
c) auxílio-funeral; Constitucional, o tempo de serviço considerado pela legislação vi-
d) pecúlio. gente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipli-
§ 5º Prevalecendo, no município a vinculação do Servidor Pú- ne a matéria, será contado como tempo de contribuição. (Redação
blico Municipal ao Regime Geral de Previdência, instituído e regu- dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
lamentado pela Legislação Federal, haverá o Fundo de Previdência Art. 53-C O regime de previdência complementar, de que trata
Complementar; para custear, até o limite da remuneração, os riscos os §§ 14 e 15 e 16 do artigo 53, somente poderá ser instituído após
e benefícios excedentes previstos no presente artigo, não acoberta- a publicação da lei complementar prevista no § 15 do mesmo arti-
dos pelo sistema oficial, conforme disposto em Lei Complementar. go. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000)
(Redação acrescida pela Emenda Constitucional nº 27/1998) Art. 53-D Observado o disposto no art. 54(B), e ressalvado o di-
Art. 53 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) reito de opção à aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas,
§ 1º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) é assegurado o direito à aposentadoria voluntária, com proventos
I - (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) calculados de acordo com o art. 53 § 3º, desta Emenda Constitucio-
II - (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) nal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na
III -. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) Administração Pública, direta, autárquica e fundacional, até a data
§ 2º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) da publicação da Emenda Constitucional nº 20 à Constituição Fede-
§ 3º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) ral, quando o servidor, cumulativamente:
§ 4º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) I - tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta
§ 5º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) e oito anos de idade, se mulher;
§ 6º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará
§ 7º A pensão por morte corresponderá à totalidade dos ven- a aposentadoria;
cimentos ou proventos do servidor falecido. (Redação dada pela III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
Emenda à Lei Orgânica nº 1/1991) a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher;
§ 8º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por
§ 9º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) cento do tempo que, na data da publicação da Emenda Constitucio-
§ 10 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) nal nº 20 da Constituição Federal, faltaria para atingir o limite de
§ 11 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) tempo constante da alínea anterior.
§ 12 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) Parágrafo Único - O servidor de que trata este artigo, em seus
§ 13 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) incisos I e II e observa o disposto no artigo 53B desta Emenda Cons-
§ 14. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) titucional, pode aposentar-se com proventos proporcionais ao tem-
§ 15 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) po de contribuição, quando atendidas as seguintes condições:
§ 16. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher;
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b) um período adicional de contribuição equivalente a quaren- Uberaba e pelo bem-estar do seu Povo”, e, em seguida o Secretário
ta por cento do tempo que, na data da publicação da Emenda Cons- designado para este fim fará a chamada de cada Vereador que de-
titucional nº 20 da Constituição Federal, faltaria para atingir o limite clarará: “Assim o prometo.”
de tempo constante da alínea anterior. § 2º A eleição da Mesa Diretora se dará por voto aberto em
II - os proventos da aposentadoria proporcional serão equiva- chapa, que poderá ou não ser completa e inscrita até a hora da
lentes a setenta por cento do valor máximo que o servidor poderia eleição por qualquer Vereador. (Redação dada pela Emenda à Lei
obter de acordo com o caput, acrescido de cinco por cento por ano Orgânica nº 63/2006)
de contribuição que supere a soma a que se refere o inciso anterior, § 3º REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
até o limite de cem por cento. (Redação dada pela Emenda à Lei 78/2014)
Orgânica nº 37/2000) Art. 58 A Câmara ou qualquer de sua comissões, a requerimen-
Art. 53-E A vedação prevista no art. 43 (E), não se aplica aos to e aprovação da maioria dos membros do Plenário, poderão con-
membros de poder e aos inativos, servidores, que, até a publicação vocar Secretário Municipal ou quaisquer titulares da administração
da Emenda Constituição nº 20 à Constituição, tenham ingressado indireta, ou titular de órgão diretamente subordinado ao Prefeito,
novamente no serviço público por concurso público de provas ou de para comparecer perante ela, a fim de prestar informações sobre
provas e títulos, e pelas demais formas previstas nesta Lei, sendo- assunto previamente designado e constante da convocação, sob
-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo re- pena de crime de responsabilidade. (Redação dada pela Emenda à
gime de previdência a que se refere o art. 53 desta lei, aplicando-se Lei Orgânica nº 43/2000)
lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mes- § 1º O Secretário poderá comparecer à Câmara ou a qualquer
mo artigo. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 37/2000) das suas comissões, por iniciativa e após entendimento com a
Art. 54 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) Mesa, para expor assunto de relevância de sua Secretaria.
§ 2º A Mesa da Câmara pode, de ofício ou a requerimento em
CAPÍTULO II Plenário, encaminhar ao Secretário, ao dirigente de entidade da
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES DO MUNICÍPIO administração indireta e às outras autoridades municipais, pedido,
por escrito, de informação. A recusa ou não atendimento no prazo
SEÇÃO I de trinta dias, ou a prestação de informação falsa constituem infra-
DO PODER LEGISLATIVO ção administrativa, sujeita a responsabilização.
Art. 55 O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, Art. 59 O Vereador é inviolável por suas opiniões, palavras e
composta de 14 (Quatorze) Vereadores, eleitos pelo sistema pro- votos proferidos no exercício do mandato e na circunscrição do Mu-
porcional para uma legislatura com duração de quatro anos. (Reda- nicípio.
ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 56/2004) Art. 60 é defeso ao Vereador:
I - desde a expedição do diploma:
SUBSEÇÃO II a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
DA CÂMARA MUNICIPAL (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA blico, autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
CONSTITUCIONAL Nº 19/1997) economia mista ou empresa concessionária de serviço público mu-
nicipal, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
Art. 56 A Câmara Municipal realizará reuniões ordinárias, extra- b) aceitar ou exercer o cargo, função ou emprego remunerado,
ordinárias, solenes e secretas, conforme dispuser o seu Regimento inclusive o que seja demissível “ad nutum”, nas entidades indicadas
Interno, Lei Orgânica e legislação específica. (Redação dada pela na alínea anterior;
Emenda à Lei Orgânica nº 63/2006) II - desde a posse:
Art. 57 No início de cada legislatura, cuja duração coincide com a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze
o mandato dos Vereadores haverá uma reunião preparatória, sob a de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito pú-
presidência do Vereador mais votado entre os presentes, no dia 1º blico, ou nela exercer função remunerada;
de janeiro, com a finalidade de: b) ocupar cargo ou função de que seja demissível “ad nutum”,
I - dar posse aos Vereadores diplomados e declaração dos su- nas entidades indicadas na alínea “a” do inciso anterior;
plentes; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
II - Eleger a Mesa Diretora para o mandato de 02 (dois) anos, dades a que se refere a alínea “a” do inciso anterior;
por eleição direta e aberta, vedada a recondução para o mesmo d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
cargo na eleição imediatamente subsequente; (Redação dada pela § 1º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2006)
Emenda à Lei Orgânica nº 93/2019) § 2º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2006)
III - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito. (Redação dada § 3º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2006)
pela Emenda à Lei Orgânica nº 6/1992) § 4º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2006)
§ 1º O presidente prestará o seguinte compromisso solene: § 5º. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2006)
“Prometo cumprir a Constituição da República Federativa do Bra- Art. 61 Perderá o mandato o Vereador que:
sil, a Constituição do Estado de Minas Gerais e a Lei Orgânica do I - infringir proibição estabelecida no artigo anterior;
Município, observar as Leis, desempenhar com lealdade o mandato II - utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção
que me foi conferido e trabalhar pelo progresso do Município de ou de improbidade administrativa.
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III - proceder de modo incompatível com a dignidade da Câma- Art. 63 O subsídio dos vereadores somente poderão ser fixados
ra ou faltar com o decoro na sua conduta pública; ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em
IV - perder ou tiver suspensos seus direitos políticos; cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na e sem distinção de índices. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ-
Constituição Federal; nica nº 43/2000)
VI - sofrer condenação criminal em sentença transitada em jul- § 1º O prazo para a fixação do subsídio que trata o caput deste
gado; artigo é de cento e oitenta (180) dias antes das eleições, e na hipó-
VII - deixar de comparecer em cada sessão legislativa, à terça tese de a Câmara deixar de exercer a competência, ficarão manti-
parte das reuniões ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão dos os critérios de remuneração vigente em dezembro do último
por esta autorizada; exercício da legislatura anterior, admitida apenas a atualização dos
VIII - fixar residência fora do Município. valores. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 76/2013)
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos § 2º Os critérios legais de que trata o parágrafo retro são cons-
definidos no Regime Interno, o abuso de prerrogativa assegurada tantes da Resolução que fixar a remuneração do Vereador, em vigor
ao Vereador ou a percepção de vantagens indevida. no mês de dezembro do último exercício da legislatura anterior.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, III, VI e VIII, a perda de manda- Art. 64 O subsídio dos Vereadores será fixado nos termos do
to será decidida pela Câmara, por voto aberto da maioria de seus art. 39, § 4º da Constituição da República. (Redação dada pela
membros, por provocação da Mesa ou de partido político devida- Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
mente registrado. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº Parágrafo Único - O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Secretários e os
63/2006) Vereadores perceberão, a título de ajuda de custo, em dezembro de
§ 3º Nos casos dos incisos IV, V e VII, a perda será declarada cada ano, o equivalente a 100% (cem por cento) de seu subsídio, to-
pela Mesa Diretora da Câmara, de ofício ou por provocação de seus mando como base o valor do subsídio do respectivo mês. (Redação
membros ou de partido político devidamente registrado. acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 54/2004)
§ 4º O Regimento Interno disporá sobre o processo de julga- Art. 65 O Presidente da Câmara receberá subsídio fixo maior
mento, assegurada ampla defesa e observados, entre outros requi- do que os demais vereadores, obedecido o disposto no art. 37, X e
sitos de validade, o contraditório, a publicidade e o despacho ou XI da Constituição da República. (Redação dada pela Emenda à Lei
decisão motivados, bem como o disposto no artigo 90 e seus pará- Orgânica nº 43/2000, conforme a Constituição Federal)
grafos, no que couber.
Art. 62 Não perderá o mandato o Vereador: SUBSEÇÃO IV
I - investido em cargo de Ministro de Estado, o Governador de DAS COMISSÕES
Território, Secretário de Estado, do Município ou de Chefe de Mis-
são Diplomática temporária, desde que se afaste no exercício da Art. 66 A Câmara terá comissões permanentes e temporárias,
vereança; constituídas na forma do Regimento interno e com as atribuições
II - licenciado por motivo de doença; nele previstas ou conforme os termos do ato de sua criação. (Reda-
III - para tratar, sem remuneração, de interesse particular, des- ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 38/2000)
de que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias § 1º Na constituição da Mesa e de cada comissão é assegurada,
por sessão legislativa. tanto quanto possível, a participação proporcional dos partidos po-
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investi- líticos ou dos blocos parlamentares representados na Câmara.
dura em cargo mencionado neste artigo, ou de licença superior a § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
cento e vinte dias. cabe:
§ 2º Se ocorrer vaga e não houver suplente, far-se-á eleição I - realizar audiência pública com entidade da sociedade civil;
para preenchê-la, se faltarem mais de quinze meses para o término II - realizar audiência pública em regiões do Município, para
do mandato. subsidiar o processo legislativo;
§ 3º Na hipótese do inciso I deste artigo, o Vereador poderá III - convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da
optar pelo subsídio do mandato. (Redação dada pela Emenda à Lei mesma natureza, para prestar informações sobre assuntos ineren-
Orgânica nº 43/2000) tes às suas atribuições;
Art. 62-A Os atos administrativos tomados e considerados de IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas
competência privativa do Presidente ou da Mesa Diretora concer- de qualquer pessoa, contra atos ou omissões das autoridades ou
nentes aos seus respectivos poderes de gestão são de exclusiva entidades públicas;
responsabilidade dos agentes políticos ocupantes daqueles cargos, V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
não sendo responsáveis solidários os demais Vereadores. (AC=A- VI - apreciar plano de desenvolvimento e programa de obras do
CRESCENTADO). Município, acompanhando a sua implantação e exercendo a fiscali-
§ 1º Para os efeitos de responsabilidade solidária, os Vereado- zação dos recursos municipais, neles investidos;
res deverão ser cientificados por escrito pelo Presidente ou Mesa VII - acompanhar junto à Prefeitura a elaboração da proposta
Diretora sobre o ato administrativo a ser praticado. orçamentária, bem como sua posterior execução.
§ 2º A anuência do Vereador, necessária à responsabilidade so- Art. 66-A As Comissões Temporárias são:
lidária, provar-se-á do mesmo modo que o ato de cientificação, e I - especiais;
constará do próprio instrumento. II - de representação;
§ 3º O silêncio do Vereador ao ato cientificado na forma do § III - de inquérito;
1º deste artigo importará na sua anuência. (Redação acrescida pela IV - processantes. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
Emenda à Lei Orgânica nº 67/2009) nº 38/2000)
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LEGISLAÇÃO
Art. 67 As comissões especiais de inquérito, que terão poderes XIX - autorizar, previamente, a realização de empréstimo, ope-
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros ração ou acordo externo, de qualquer natureza, de interesse do
previstos no Regimento Interno, serão criadas pela Câmara, me- Município, regulando as condições e respectiva aplicação, observa-
diante requerimento de um terço de seus membros, para apuração da a legislação federal;
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se XX - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de bem
for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que este pro- imóvel público;
mova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. XXI - autorizar a participação do Município em convênio, con-
Art. 68 Qualquer entidade da sociedade civil poderá solicitar ao sórcio ou entidades intermunicipais destinadas à gestão de função
Presidente da Câmara que lhe permita emitir conceitos ou opiniões pública, ao exercício de atividades ou à execução de serviços e
junto às comissões, sobre projetos que nelas se encontrem para es- obras de interesse comum.
tudo e sobre os quais tenham interesse, a critério dos Presidentes XXII - guarda municipal destinada à proteção dos bens perten-
destas. centes ao Município, serviços e instalações do Município, conforme
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara enviará o pedido ao dispuser a Lei. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
Presidente da respectiva comissão, a quem caberá deferir ou inde- 33/1999)
ferir o requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora para o XXIII - legislar sobre tributos municipais, bem como autorizar
pronunciamento e seu tempo de duração. isenções, anistias fiscais e remissão de dívidas; (Redação acrescida
pela Emenda à Lei Orgânica nº 102/2022)
SUBSEÇÃO V Art. 70 Compete, privativamente, à Câmara Municipal:
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL I - eleger a Mesa Diretora e constituir as comissões;
II - elaborar o Regimento Interno;
Art. 69 Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, III - dispor sobre sua organização, funcionamento e polícia;
não exigida esta para o especificado no artigo 70 e incisos I a XXIII, IV - dispor sobre a criação, transformação ou extinção de cargo,
dispor sobre todas as matérias de competência do Município espe- emprego e função de seus serviços e fixação da respectiva remune-
cificamente: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 33/1999) ração, observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes
I - Plano Diretor; Orçamentárias;
II - Plano Plurianual e orçamentos anuais; V - aprovar crédito suplementar ao orçamento de sua Secreta-
III - diretrizes orçamentárias; ria, nos termos da Lei Orgânica;
IV - sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição de VI - fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Se-
rendas; cretários Municipais e dos Vereadores, até cento e oitenta (180)
V - dívida pública, abertura e operação de crédito; dias antes das eleições municipais, em cada Legislatura, para a sub-
VI - concessão e permissão de serviços públicos do Município; sequente; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 76/2013)
VII - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e VII - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito;
funções públicas, na administração direta, autárquica, fundacional VIII - conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-Prefeito;
e fixação de remuneração, observados os parâmetros estabelecidos IX - conceder licença ao Prefeito para interromper o exercício
na Lei Diretrizes Orçamentária. de suas funções;
VIII - fixação do quadro de empregos das empresas públicas, X - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município, e o Vice-
sociedades de economia mista e demais entidades sob controle di- -Prefeito, do Estado, por mais de dez dias;
reto ou indireto do Município; XI - processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e o Secretário
IX - servidor público da administração direta, autárquica, fun- Municipal, nas infrações político-administrativas;
dacional, seu regime jurídico único, provimento de cargo, estabili- XII - destituir do cargo o Prefeito, o Vice-Prefeito ou o Secretá-
dade e aposentadoria; rio Municipal, nos casos de condenação por crime de responsabili-
X - criação, estruturação e definição de atribuições da Secreta- dade ou por infração político-administrativa;
rias Municipais; XIII - proceder a tomada de contas do Prefeito não apresenta-
XI - divisão regional da administração pública; das dentro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa;
XII - divisão territorial do Município, respeitada a legislação fe- XIV - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito, e
deral e estadual; apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
XIII - bens do domínio público; XV - autorizar a celebração de convênio pelo Governo do muni-
XIV - aquisição e alienação de bem imóvel do Município; cípio, como entidade de direito público ou privado, e ratificar o que,
XV - cancelamento da dívida ativa do Município, autorização por motivo e urgência ou de interesse público, for efetivado sem
para suspensão de sua cobrança e elevação de ônus e juros; essa autorização, desde que encaminhado à Câmara nos dez dias
XVI - transferência temporária da sede do Governo Municipal; úteis subsequentes à sua celebração;
XVII - matéria decorrente da competência comum, prevista no XVI - autorizar, previamente, celebração de convênio intermu-
artigo 23 da Constituição da República, inclusive a iniciativa de pro- nicipal para modificação de limites;
posições de interesse público e local, que não afetam recursos orça- XVII - solicitar, pela maioria de dois terços de seus membros, a
mentários; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 76/2013) intervenção estadual;
XVIII - dispor sobre limites e condições para a concessão da ga- XVIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de qualquer
rantia do Município, em operações de crédito; ato normativo municipal, que haja sido, por decisão definitiva do
Poder Judiciário, declarado infringente das Constituições ou da Lei
Orgânica;
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LEGISLAÇÃO
XIX - sustar os atos normativos do Poder Executivo, que exorbi- § 6º A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da
tem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Câmara, com o respectivo número de ordem.
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 58/2005) § 7º Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº
XX - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos 43/2000)
os da administração indireta; § 8º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada o
XXI - zelar pela preservação de sua competência legislativa, em havida por prejudicada, não pode ser representada na mesma ses-
face da atribuição normativa do Poder Executivo; são legislativa.
XXII - autorizar referendo e convocando plebiscito; § 9º Toda proposta de lei ou de resolução, de interesse coletivo,
XXIII - mudar, temporária ou definitivamente, a sua sede. recebida pelo Plenário da Câmara Municipal para tramitação, após
§ 1º No caso previsto no inciso XI, a condenação, que somente constatada a sua constitucionalidade, será encaminhada à publi-
será proferia por dois terços dos votos da Câmara, limitar-se-á à cação no Diário Oficial do Legislativo, para conhecimento público,
perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de após a publicação, a matéria entrará em discussão e votação. (Re-
função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 10/1994)
§ 2º O não encaminhamento à Câmara, de convênio a que se Art. 73 A iniciativa de lei complementar e ordinária cabe a qual-
refere o inciso XV, nos dez últimos dias subsequentes à sua celebra- quer membro ou comissão da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos,
ção, implica a nulidade do ato já praticado em virtude de sua execu- na forma e nos casos definidos nesta Lei Orgânica.
ção, e, no caso de remessa, deverá o Plenário da Câmara apreciá-lo § 1º A lei complementar é aprovada por maioria absoluta dos
no prazo de quarenta e cinco horas, no máximo, sobrestando-se membros da Câmara, observados os demais termos de votação das
todos os demais projetos em tramitação. leis ordinárias.
§ 2º Consideram-se lei complementar, entre outras matérias
SUBSEÇÃO VI previstas nesta Lei Orgânica:
DO PROCESSO LEGISLATIVO I - o Plano Diretor; (Ver Lei Complementar nº 6/1991)
II - o Código Tributário; (Ver Lei Municipal nº 4388/1995)
Art. 71 O processo legislativo compreende a elaboração de: III - o Código de Edificações; (Ver Lei Complementar nº 15/1991)
I - Emenda à Lei Orgânica; IV - o Código de Posturas; (Ver Lei Municipal nº 84/1948)
II - Lei Complementar; V - o Estatuto dos Servidores Públicos; (Ver Lei Municipal nº
III - Lei ordinária; 2140/71)
IV - REVOGADO; (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº VI - a Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo; (Ver Leis
70/2009) Complementares nºs 34/1995 e 9/1991)
V - Resolução; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº VII - o Quadro do Magistério Público Municipal; (Ver Lei Com-
58/2005) plementar nº 133/1998)
VI - Decreto Legislativo. (Redação dada pela Emenda à Lei Or- VIII - Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
gânica nº 58/2005) 58/2005)
Parágrafo Único - São, ainda, objeto de deliberação da Câmara, Art. 74 São matérias de iniciativa privativa, além de outras pre-
na forma do Regimento Interno, especialmente: vistas nesta Lei Orgânica:
I - a autorização; I - da Mesa da Câmara, formalizada por meio de projeto de re-
II - a indicação; solução:
III - o requerimento; a) o regulamento geral, que disporá sobre a organização da Se-
IV - a moção. cretaria da Câmara e seu funcionamento, sua polícia, criação, trans-
Art. 72 A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante propos- formação ou extinção de cargo, emprego ou função, regime jurídico
ta: de seus servidores e fixação da respectiva remuneração, observa-
I - de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara; dos os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias
II - do Prefeito; e os dispostos no artigo 39, parágrafo 1º e 2º, e artigo 48 desta Lei
III - de, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município. Orgânica.
§ 1º As regras de iniciativa privativa pertinentes à legislação in- b) a autorização para o Prefeito ausentar-se do Município;
fra orgânica, não se aplicam à competência para a apresentação da c) a mudança temporária da sede da Câmara.
proposta de que trata este artigo. II - do Prefeito:
§ 2º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de a) a criação de cargo e função públicos da administração dire-
estado de sítio ou estado de defesa, nem quando o Município esti- ta, autárquica e fundacional e a fixação da respectiva remuneração,
ver sob intervenção estadual. observados os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias;
§ 3º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com o b) o regime jurídico único dos servidores públicos dos órgãos
interstício mínimo de dez dias, e considerada aprovada se obtiver, da administração direta, autárquica e fundacional, incluído o provi-
em ambos, dois terços dos votos dos membros da Câmara. mento de cargo, estabilidade e aposentadoria;
§ 4º As emendas apresentadas à proposta de Emenda Consti- c) a criação, estruturação e extinção do secretariado municipal
tucional serão discutidas e votadas em dois turnos, com interstício e de entidade da administração indireta;
mínimo de 10 dias, com aprovação de dois terços dos votos dos d) a organização dos órgãos da administração pública;
membros da Câmara Municipal. (Redação dada pela Emenda Cons- e) os Planos Plurianuais;
titucional nº 23/1997) f) as diretrizes orçamentárias;
§ 5º Na discussão de proposta popular de emenda, é assegura- g) (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 102/2022)
da a sua defesa em comissão e em Plenário, por um dos signatários. h) os orçamentos anuais.
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LEGISLAÇÃO
Art. 75 A iniciativa popular de projetos de lei de interesse es- § 9º O referendo a projeto de lei será realizado se for requerido
pecífico do Município, da cidade ou de bairros, será proposta atra- no prazo máximo de noventa dias da promulgação, pela maioria dos
vés de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado. membros da Câmara, pelo Prefeito ou por, no mínimo, cinco por
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) cento do eleitorado do Município.
§ 1º Na discussão do projeto de iniciativa popular, é assegurada Art. 79 A matéria constante de projeto de lei rejeitado, somen-
a sua defesa, em comissão e em Plenário, por um dos signatários. te poderá constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legis-
§ 2º O disposto neste artigo se aplica à iniciativa popular de lativa, mediante proposta da maioria dos membros da Câmara ou
emenda a projeto de lei em tramitação na Câmara, respeitadas as de pelo menos cinco por cento do eleitorado do Município.
vedações do artigo seguinte. (Redação dada pela Emenda à Lei Or- Art. 80 Será dada ampla divulgação ao projeto referido no ar-
gânica nº 43/2000) tigo 77, facultado a qualquer cidadão, no prazo de quinze dias da
§ 3º É vedada a apresentação de projetos de lei de iniciativa data de sua publicação, apresentar sugestão ao Presidente da Câ-
popular, nas matérias de iniciativa privativa desta Lei Orgânica. (Re- mara, que a encaminhará à comissão respectiva, para apreciação.
dação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
Art. 76 Não será admitido aumento da despesa prevista: Art. 81 A requerimento do vereador, aprovado pelo Plenário, os
I - nos projetos de iniciativa privada do Prefeito, ressalvada a projetos de lei, decorridos quarenta e cinco dias de seu recebimen-
comprovação da existência de receita e o disposto no art. 114, pa- to, serão incluídos na ordem do dia, mesmo sem parecer.
rágrafo 2º; Parágrafo Único - O projeto somente pode ser retirado da or-
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos dem do dia a requerimento do autor, aprovado pelo Plenário.
da Câmara. Art. 81-A REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica
Parágrafo Único - Fica vedada qualquer despesa de caráter pes- nº 70/2009)
soal e particular, a qualquer título, sem a correspondente dotação § 1º REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
orçamentária e autorização legislativa. 70/2009)
Art. 77 O Prefeito pode solicitar urgência para a apreciação de I - REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
projeto de sua iniciativa. 70/2009)
§ 1º Se a Câmara não se manifestar em até quarenta e cinco § 2º REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
dias sobre o projeto, será ele incluído na ordem do dia, sobrestan- 70/2009)
do-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime
a votação. SEÇÃO II
§ 2º O prazo do parágrafo anterior não corre em período de re- DO PODER EXECUTIVO
cesso da Câmara, nem se aplica a projeto que dependa de “quórum”
especial. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) SUBSEÇÃO I
Art. 78 A proposição de lei, resultante do projeto aprovado pela DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Câmara, será enviada ao Prefeito que, no prazo de quinze dias úteis,
contados da data de recebimento: (Redação dada pela Emenda Art. 82 O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito do Municí-
Constitucional nº 21/1996) pio, auxiliado pelos Secretários Municipais.
I - se aquiescer, sancioná-la-á; ou, Art. 83 Eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato de
II - se a considerar, no todo ou em parte, inconstitucional ou quatro anos, realizada no primeiro domingo de outubro do ano an-
contrária ao interesse público, vetá-la-á, total ou parcialmente. terior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as
§ 1º O silêncio do Prefeito, decorrido o prazo, importa em san- regras do art. 77 da Constituição Federal no caso do Município pos-
ção. suir mais de duzentos mil eleitores. (Ver Lei Federal nº 9504/1997)
§ 2º A sanção, expressa ou tácita, supre a iniciativa do Poder Parágrafo Único - Perderá mandato o Prefeito que assumir ou-
Executivo no processo legislativo. tro cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
§ 3º O Prefeito publicará o veto e, dentro de quarenta e oito ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o
horas, comunicará seus motivos ao Presidente da Câmara. disposto no art. 41, incisos I a III.
§ 4º O veto parcial abrangerá texto integral de artigo, de pará- Art. 83 A - O Prefeito e quem o houver sucedido ou substituído
grafo, de inciso ou de alínea. no curso do mandato poderá ser reeleito para um único período
§ 5º A Câmara, dentro de trinta dias, contados do recebimento subsequente. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
da comunicação do veto, sobre ele decidirá, em escrutínio aberto, 43/2000)
e sua rejeição só ocorrerá pelo voto da maioria absoluta de seus Art. 84 A eleição do Prefeito importará, para o mandato corres-
membros. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 63/2006) pondente a do Vice-Prefeito, com ele registrado.
§ 6º Se o veto não for mantido, será a proposição de lei enviada § 1º O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em reunião
ao Prefeito, para promulgação. da Câmara, prestando o seguinte compromisso: “Prometo manter,
§ 7º Esgotado o prazo estabelecido no parágrafo 5º, sem deli- defender e cumprir a Lei Orgânica do Município, as Constituições da
beração, o veto será incluído na ordem do dia da reunião imediata, República e do Estado, observar as leis, promover o bem geral do
sobrestadas as demais proposições, até votação final, ressalvada a Povo uberabense e exercer o meu cargo sob a inspiração do interes-
matéria de que trata o parágrafo 1º do artigo anterior. se público, da lealdade e da honra”.
§ 8º Se, nos casos dos parágrafos 1º a 6º, a lei não for, dentro
de quarenta e oito horas, promulgada pelo Prefeito, o Presidente da
Câmara a promulgará e, se este não fizer em igual prazo, caberá ao
Vice-Presidente fazê-lo.
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LEGISLAÇÃO
§ 2º No ato da posse e ao término do mandato, o Prefeito e o V - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
Vice-Prefeito farão declaração pública de seus bens, com registro nesta Lei Orgânica;
obrigatório em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, sob VI - fundamentar os projetos de lei e remeter à Câmara;
pena de responsabilidade e de impedimento para o exercício futuro VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e, para sua fiel
de qualquer outro cargo público municipal. execução, expedir decretos e regulamentos;
§ 3º O Vice-Prefeito substituirá o Prefeito no caso de impedi- VIII - vetar proposições de lei, total ou parcialmente;
mento, e lhe sucederá no de vaga. IX - remeter mensagem e planos de governo à Câmara, quando
§ 4. O Vice-Prefeito auxiliará o Prefeito sempre que for ele con- da reunião inaugural da sessão legislativa ordinária, expondo a situ-
vocado para missões especiais. ação do Município, especialmente o estado das obras e dos serviços
§ 5º No ato da posse e da exoneração dos cargos, ficam obriga- municipais;
dos a apresentarem à Câmara Municipal declaração de seus bens: X - enviar à Câmara a proposta de Plano Plurianual, o projeto
I - os Secretários Municipais; da Lei de Diretrizes Orçamentárias e as propostas de orçamento;
II - os dirigentes das entidades da administração indireta; XI - prestar à Câmara Municipal, anualmente, dentro de sessen-
III - os ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança ta dias da abertura da sessão legislativa ordinária, as contas referen-
da administração pública direta e indireta e do Poder Legislativo; tes ao exercício anterior;
IV - o Ouvidor Geral; (Redação acrescida pela Emenda Consti- XII - extinguir cargos desnecessários, desde que vago ou ocupa-
tucional nº 25/1997) do por servidor não estável, na forma da lei;
V - o Controlador. (Redação acrescida pela Emenda Constitu- XIII - dispor, na forma da lei, sobre a organização e a atividade
cional nº 25/1997) do Poder Executivo;
§ 6º Excepcionalmente, os ocupantes dos cargos comissiona- XIV - celebrar convênios, ajustes e contratos de interesse muni-
dos que estiverem no exercício das funções mencionadas deverão cipal, observado o disposto no artigo 70, inciso XVI;
cumprir a obrigação instituída num prazo máximo de trinta dias da XV - contrair empréstimo, externo ou interno, e fazer operação
publicação da presente Emenda Constitucional. (Redação dada pela ou acordo externo de qualquer natureza, mediante prévia autori-
Emenda à Lei Orgânica nº 8/1994) zação da Câmara, observando os parâmetros de endividamento re-
Art. 84-A Fica proibida a nomeação ou designação para cargos, gulados em lei, dentro dos princípios da Constituição da República;
empregos ou função de confiança constantes nos itens I,II,III,IV e V XVI - convocar, extraordinariamente, a Câmara, em caso de ur-
do § 5º do artigo 84, na Administração Direta e Indireta de ambos gência e interesses públicos relevantes;
os poderes, de quem seja inelegível em razão de atos ilícitos, nos XVII - liberar para a Câmara os recursos orçamentários para o
termos da legislação federal. (Redação acrescida pela Emenda à Lei seu funcionamento regular e segundo programação desta;
Orgânica nº 72/2011) XVIII - REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 85 No caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito 70/2009)
ou no de vacância dos respectivos cargos, será chamado ao exercí- XVIII - solicitar o auxílio das forças policiais do Estado para ga-
cio do governo o Presidente da Câmara. rantir o cumprimento de seus atos, bem como fazer uso da Guarda
§ 1º Vagando o cargo de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á a elei- Municipal, na forma da Lei; (Redação acrescida pela Emenda à Lei
ção noventa dias depois de aberta a última vaga. Orgânica nº 103/2022)
§ 2º Ocorrendo a vacância nos últimos vinte e quatro meses do Art. 88-A (Artigo declarado inconstitucional pelo Tribu-
mandato governamental, a eleição para os cargos será feita trinta nal de Justiça do Estado de Minas Gerais, conforme ADI nº
dias depois da última vaga, pela Câmara, na forma de Lei; (Redação 1.0000.16.022547-0/000)
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
§ 3. Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o pe- SUBSEÇÃO III
ríodo de seus antecessores. DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL
Art. 86 Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, reconhecido Art. 89 São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito que
pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. atentem contra as Constituições da República, do Estado, e da Lei
Art. 87 O Prefeito e o Vice-Prefeito residirão no Município. Orgânica Municipal e, especialmente, contra:
Parágrafo Único - O Prefeito não poderá ausentar-se do Muni- I - a existência da União;
cípio e o Vice-Prefeito do Estado, sem autorização da Câmara, por II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder judiciário,
mais de dez dias consecutivos, sob pena de perda do cargo. do Ministério Público e dos Poderes Constituídos das Unidades da
Federação;
SUBSEÇÃO II III - o exercício dos direitos políticos, individuais, coletivos e so-
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO MUNICIPAL ciais;
IV - a segurança interna do Município, do Estado ou do país;
Art. 88 Compete privativamente ao Prefeito: V - a probidade da administração;
I - nomear e exonerar o Secretário Municipal; VI - a lei orçamentária;
II - exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
superior do Poder Executivo; § 1º Esses crimes são definidos em lei federal especial que es-
III - prover e extinguir os cargos públicos do Poder Executivo, tabelece as normas de processo e julgamento.
observado o dispositivo nesta Lei Orgânica; § 2º O Prefeito será submetido a julgamento perante o Tribunal
IV - prover os cargos de direção ou administração superior, de de Justiça do Estado, nos termos do inciso X do artigo 29 da Consti-
autarquia e fundação pública; tuição da República.
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LEGISLAÇÃO
Art. 90 São infrações político-administrativas do Prefeito, su- sistir, pessoalmente ou por seu procurador, a todas as reuniões e
jeitas ao julgamento pela Câmara e sancionadas com a perda do diligências da comissão, interrogando ou contraditando as testemu-
mandato: nhas e requerendo a sua reinquirição ou acareação.
I - impedir o funcionamento regular da Câmara; § 8º Após as diligências, a comissão proferirá, no prazo de dez
II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais dias, seu parecer final sobre a procedência ou improcedência da
documentos que devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem acusação e solicitará, no primeiro caso, ao Presidente da Câmara, a
como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de convocação de reunião extraordinária para julgamento do acusado,
investigação da Câmara ou por auditoria regularmente instituída; que se realizará após a distribuição do parecer.
III - desatender, sem motivo justo, as convocações ou pedidos § 9º Na reunião de julgamento, o processo será lido integral-
de informações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma re- mente, e a seguir, os Vereadores, que o desejarem poderão mani-
gular; festar-se verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos cada
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos um, sendo que, ao final, o denunciado ou seu procurador terá o
sujeitos a essa formalidade; prazo máximo de duas horas para produzir sua defesa oral.
V - deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em for- § 10 Terminada a defesa, proceder-se-ão a tantas votações no-
ma regular, a proposta orçamentária; minais quantas forem as infrações articuladas na denúncia.
VI - descumprir orçamento aprovado para o exercício financei- § 11 Considerar-se-á afastado, definitivamente do cargo, o de-
ro; nunciado que for declarado, pelo voto de, pelo menos, dois terços
VII - praticar ato administrativo contra expressa disposição de dos membros da Câmara, como incurso e culpado em qualquer das
lei ou omitir-se na prática daquele por ela exigido; infrações especificada na denúncia.
VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, di- § 12 Concluído o julgamento, o julgamento, o Presidente da
reitos ou interesses do Município, sujeitos à administração da Pre- Câmara proclamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata que
feitura; consigne a votação nominal sobre cada infração e, se houver conde-
IX - ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido nação, expedirá a competente resolução legislativa de cassação do
nesta Lei Orgânica, ou afastar-se da Prefeitura sem autorização da mandato do Prefeito, ou, se o resultado da votação for absolutório,
Câmara Municipal; determinará o arquivamento do processo, comunicando, em qual-
X - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro quer dos casos, o resultado à Justiça Eleitoral.
do cargo. § 13 O processo deverá estar concluído dentro de noventa dias,
§ 1º A denúncia, escrita e assinada, poderá ser feita por qual- contados da citação do acusado. Transcorrido o prazo, sem julga-
quer cidadão com a exposição dos fatos e a indicação das provas. mento, será arquivado, sem prejuízo de nova denúncia, ainda que
§ 2º Se o denunciante for Vereador, ficará impedido de votar sobre os mesmos fatos.
sobre a denúncia e de integrar a comissão processante, podendo, Art. 91 O prefeito será suspenso de suas funções:
todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o denunciante for I - nos crimes comuns e de responsabilidade, se recebida a de-
o Presidente da Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, núncia ou a queixa pelo Tribunal de Justiça; e,
para os atos do processo e só voltará se necessário para completar II - nas infrações político-administrativas, se admitida a acusa-
o “quórum” de julgamento. (Redação dada pela Emenda à Lei Or- ção e instaurado o processo, pela Câmara.
gânica nº 43/2000)
§ 3º Será convocado o suplente do Vereador impedido de votar, SUBSEÇÃO IV
o qual não poderá integrar a comissão processante. DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS
§ 4º De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na pri-
meira reunião subsequente, determinará sua leitura e constituirá a Art. 92 O Secretário Municipal será escolhido dentre brasilei-
comissão processante formada por três Vereadores, sorteados en- ros maiores de vinte e um ano de idade e no exercício dos direitos
tre os desimpedidos e pertencentes a partidos diferentes, os quais políticos e estará sujeito desde a posse, aos mesmos impedimentos
elegerão, desde logo, o presidente e o relator. do vereador.
§ 5º A Comissão, no prazo de dez dias, emitirá parecer que será § 1º Além de outras atribuições conferidas em lei, compete ao
submetido ao Plenário, opinando pelo prosseguimento ou arquiva- Secretário Municipal:
mento da denúncia, podendo proceder as diligências que julgarem I - orientar, coordenar e supervisionar as atividades dos órgãos
necessárias. de sua Secretaria e das entidades da administração indireta a ela
§ 6º Aprovado o parecer favorável ao prosseguimento do pro- vinculadas;
cesso, o presidente da comissão processante determinará, desde II - referendar ato e decreto do Prefeito;
logo, a abertura da instrução, citando o denunciando com a re- III - expedir instruções para a execução de lei, decreto e regu-
messa de cópia da denúncia, dos documentos que a instruem e do lamento;
parecer da comissão, informando-lhe para, no prazo de vinte dias, IV - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão
oferecer contestação e indicação dos meios de prova com que pre- V - comparecer à Câmara, nos casos e para os fins previsto nes-
tenda demonstrar a verdade do que alegar. ta Legislatura Orgânica;
§ 7º Findo o prazo estipulado no parágrafo anterior, com ou VI - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhes forem
sem contestação, a comissão processante determinará as diligên- outorgados ou delegados pelo Prefeito;
cias necessárias para a tomada dos depoimentos das testemunhas
de ambas as partes, podendo o denunciante e o denunciado as-
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LEGISLAÇÃO
VII - encaminhar à Câmara Municipal, informações, por escrito, § 1º O parecer prévio do Tribunal de Contas só deixará de pre-
quando solicitadas por Vereadores ou pela Mesa Diretora, sob pena valecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Muni-
de responsabilidade no caso de recusa ou não atendimento, no pra- cipal.
zo de trinta dias, bem como do fornecimento de informações falsas. § 2º No primeiro e no último ano de mandato do Prefeito, o
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 7/1993) município enviará ao Tribunal de Contas inventário de todos os seus
Art. 93 O Secretário é processado e julgado perante o Juiz de bens móveis e imóveis.
Direito da Comarca, nos crimes comuns de responsabilidade, e pe- Art. 97 Anualmente, dentro de sessenta dias do início da sessão
rante à Câmara nas infrações político-administrativas, mediante o legislativa, a Câmara receberá, em reunião especial, o Prefeito, que
processo previsto no artigo 90, parágrafos 1º a 13, desta Lei Orgâ- informará por meio de relatório, o estado em que se encontram os
nica. assuntos municipais.
Art. 93-A O Secretário Municipal responderá solidariamente Parágrafo Único - Sempre que o Prefeito manifestar propósito
com o Chefe do Poder Executivo perante o Poder Judiciário, Minis- de expor assuntos de interesse público, a Câmara o receberá em
tério Público e Tribunal de Contas pelos atos e ações que envol- reunião previamente designada.
vam sua pasta. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº Art. 98 A Câmara, após a aprovação da maioria de seus mem-
71/2010) bros convocará plebiscito para que o eleitorado do Município se
manifeste sobre ato político do Poder Executivo ou do Poder Legis-
SEÇÃO III lativo, desde que requerida a convocação por Vereador, pelo Prefei-
DA FISCALIZAÇÃO E DOS CONTROLES to, ou, no mínimo, de cinco por centro do eleitorado do Município.
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§ 4º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal, e I - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, sobre a propriedade de veículos automotores, licenciados no terri-
facultado à Administração Municipal identificar, respeitados os di- tório municipal, a serem transferidos até o último dia do mês sub-
reitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos sequente ao da arrecadação;
e as atividades econômicas dos contribuintes. II - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do im-
§ 5º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im- posto sobe as operações relativas à circulação de mercadorias so-
postos. bre prestações de serviços de transporte interestadual e intermuni-
Art. 100. Ao Município cabe instituir isenção de tributo de sua cipal, a serem creditados na forma do disposto no parágrafo único,
competência, por meio de lei especifica. incisos I e II do artigo 150 da Constituição do Estado.
Parágrafo único. O perdão da multa, o parcelamento e a com- Art. 106 Caberá ainda ao Município:
pensação de débitos fiscais poderão ser concedidos, nos casos e I - a respectiva quota do Fundo de Participação dos Municípios,
condições especificados em lei. (Redação dada pela Emenda à Lei de acordo com o disposto no artigo 159, inciso I, alínea “b” da Cons-
Orgânica nº 102/2022) tituição da República;
Art. 101 A lei determinará medidas para que os consumidores II - a respectiva quota do produto da arrecadação do imposto
sejam esclarecidos acerca dos impostos municipais que incidam sobre produtos industrializados, de acordo com o disposto no artigo
sobre mercadorias e serviços, observadas as legislações federal e 159, inciso II e § 3º da Constituição da República, e artigo 150, inciso
estadual sobre consumo. III da Constituição do Estado;
III - a respectiva quota do produto da arrecadação do imposto
SUBSEÇÃO II de que trata o inciso V do artigo 153 da Constituição da República,
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR nos termos do § 5º, inciso II do mesmo artigo.
Art. 107 Ocorrendo retenção ou qualquer restrição à entrega
Art. 102 É vedado ao Município, sem prejuízo das garantias as- e ao emprego dos recursos decorrentes da repartição das receitas
seguradas aos contribuintes e do disposto no artigo 150 da Cons- tributárias, por parte da União e do Estado, o Executivo Municipal
tituição da República e na legislação complementar específica, adotará as medidas judiciais cabíveis, à vista do disposto nas Cons-
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer tituições da República e do Estado.
natureza, em razão de sua procedência ou destino.
§ 1º Não será admitida, no período de trinta (30) dias que an- SEÇÃO II
tecede o término da sessão legislativa, a apresentação de projeto DO ORÇAMENTO
de lei que tenha por objeto a instituição ou a majoração de tributo
municipal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 66/2008) Art. 108 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo não se aplica a projeto I - o Plano Plurianual;
de lei destinado exclusivamente a adaptar lei municipal a norma II - as diretrizes orçamentárias;
estadual e federal. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica III - os orçamentos anuais.
nº 57/2004) Art. 109 A lei que instituir o Plano Plurianual de ação governa-
Art. 103. Qualquer anistia, ou remissão que envolva matéria mental, compatível com o Plano Diretor, estabelecerá, por adminis-
tributária ou previdenciária de competência do Município, somente trações distritais, as diretrizes, objetivos e metas da administração
poderá ser concedida mediante lei específica. (Redação dada pela municipal, para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
Emenda à Lei Orgânica nº 102/2022) para as relativas a programas de duração continuada.
Parágrafo Único - O perdão da multa, o parcelamento e a com- Art. 110 A Lei de Diretrizes Orçamentárias, compatível com o
pensação de débitos fiscais poderão ser concedidos por ato do Po- Plano Plurianual, compreenderá as metas e prioridades da admi-
der Executivo, nos casos e condições especificados em lei municipal. nistração pública municipal, incluindo as despesas de capital para
o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei
SUBSEÇÃO III orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação tri-
DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO EM RECEITAS TRIBUTÁ- butária.
RIAS FEDERAIS E ESTADUAIS Art. 110-A É obrigatória a execução orçamentária e financei-
ra da programação incluída por emendas individuais do Legislati-
Art. 104 Em relação aos impostos de competência da União, vo Municipal em Lei Orçamentária Anual. (Redação acrescida pela
pertencem ao Município: Emenda à Lei Orgânica nº 81/2015) (A expressão “e 3% (três por
I - o produto da arrecadação do imposto sobre rendas e pro- cento)”, mencionada no artigo 110-A, foi declarada inconstitucional
ventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, conforme ADI nº
pagos, a qualquer título pela administração direta, autarquias e fun- 1.0000.15.098547-1/000)
dações instituídas e mantidas pelo município; § 1º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária se-
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto rão aprovadas no limite entre 1,2% (um inteiro e dois décimos por
sobre propriedade territorial rural relativamente aos imóveis situa- cento) a 3% (três por cento) da receita corrente líquida realizada no
dos no Município. exercício anterior, sendo que a metade deste percentual será desti-
Art. 105 Em relação aos impostos de competência do Estado, nada a ações e serviços públicos de saúde. (Redação acrescida pela
pertencem ao Município: Emenda à Lei Orgânica nº 81/2015)
§ 2º A execução do montante destinado a ações e serviços pú-
blicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada
para fins do cumprimento do inciso III do § 2º do art. 198 da Cons-
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tituição Federal, vedada a destinação para pagamento de pessoal VII - identificação, de forma regionalizada, dos efeitos sobre as
ou encargos sociais; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica receitas e as despesas, decorrentes de isenções, remissões, subsí-
nº 81/2015) dios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia;
§ 3º As programações orçamentárias previstas no caput deste VIII - emendas apresentadas pelo Legislativo no percentual de
artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimen- 25% (vinte e cinco por cento) sobre o total de investimento, obede-
tos estritamente de ordem técnica, nestes casos, serão adotadas as cendo os requisitos previstos no parágrafo 2º, do artigo 113, des-
seguintes medidas: (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica ta Lei Orgânica. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
nº 81/2015) 51/2003)
I - até cento e vinte dias após a publicação da lei orçamentária, § 2º) (Parágrafo declarado inconstitucional pelo Tribunal de Jus-
o Poder Executivo enviará ao Poder Legislativo as justificativas do tiça do Estado de Minas Gerais, conforme ADI nº 1.0000.16.022547-
impedimento; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 0/000)
81/2015) § 3º (Parágrafo declarado inconstitucional pelo Tribunal de Jus-
II - até trinta dias após o término do prazo previstos no inciso tiça do Estado de Minas Gerais, conforme ADI nº 1.0000.16.022547-
I deste parágrafo, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo 0/000)
o remanejamento da programação cujo impedimento seja insupe- Art. 111-A A de erros ou omissões; adiciona os § n - Os recursos
rável; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 81/2015) correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos inclu-
III - até 30 de setembro, ou até trinta dias após o prazo previsto sive dos créditos suplementares e especiais, destinados à Câmara
no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei ao Legis- Municipal ser-lhe-ão entregues até o dia 20 (vinte) de cada mês
lativo Municipal sobre o remanejamento da programação prevista na forma de duodécimos, sob pena de responsabilidade do chefe
inicialmente cujo impedimento seja insuperável; e (Redação acres- do Executivo. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
cida pela Emenda à Lei Orgânica nº 81/2015) 80/2014)
IV - se, até 20 de novembro, ou até trinta dias após o término § 1º O total das despesas fixadas da Unidade Orçamentária do
do prazo previsto no inciso III, o Legislativo Municipal não delibe- Poder Legislativo será de 5% (cinco por cento) da receita efetiva-
rar sobre o projeto, as programações orçamentárias previstas no mente realizada no exercício anterior, podendo a mesma emendar
caput deste artigo não serão consideradas de execução obrigatória o Projeto de Lei Orçamentário como forma de adequar o respecti-
nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no vo percentual. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
inciso I do § 2º deste artigo. (Redação acrescida pela Emenda à Lei 80/2014)
Orgânica nº 81/2015) § 2º As receitas tributárias e transferências que servirão de
§ 4º Para fins do disposto no caput deste artigo, a execução da base de cálculo para o duodécimo da Câmara Municipal, em con-
programação orçamentária será: (Redação acrescida pela Emenda à sonância ao mandamento constitucional, são: impostos (IPTU, IRRF,
Lei Orgânica nº 81/2015) ITBI, ISSQN), taxas, contribuições de melhorias e de custeio do ser-
I - demonstrada em dotações orçamentárias específicas da Lei viço de iluminação pública (COSIP), juros e multas das receitas tri-
Orçamentária Anual, preferencialmente a nível de subunidade orça- butárias, receita da dívida ativa tributária, juros e multas da dívida
mentária vinculada à secretaria municipal correspondente à despe- ativa tributária, Transferência da União (FPM, ITR,IOF s/ouro, ICMS,
sa, para fins de apuração de seus respectivos custos e prestação de CIDE, AFM - apoio financeiro de compensação da desoneração de
contas; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 81/2015) impostos), e Transferências do Estado (ICMS, IPVA, IPI exportação),
§ 5º A não execução da programação orçamentária das emen- sem deduções ou abatimentos. (Redação acrescida pela Emenda à
das parlamentares previstas neste artigo implicará em crime de res- Lei Orgânica nº 80/2014)
ponsabilidade. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº Art. 112 A lei orçamentária anual não conterá dispositivo es-
81/2015) tranho à previsão da receita e fixação da despesa, não se incluindo
Art. 111 A lei orçamentária anual compreenderá: na proibição autorização para abertura de créditos suplementares
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Município, seus e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclu- da receita, nos termos da lei.
sive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; Art. 113 Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às di-
II - o orçamento de investimento das empresas em que o Mu- retrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicio-
nicípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social nais serão apreciados por comissão permanente da Câmara à qual
com direito a voto. caberá:
§ 1º Integração à lei orçamentária, demonstrativos específicos I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
com detalhamento das ações governamentais, em nível mínimo de: artigo e sobre as contas apresentadas anualmente ao Prefeito;
(Parágrafo Único transformado em § 1º pela Emenda à Lei Orgânica II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas e
nº 82/2015) exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem pre-
I - órgão ou entidade responsável pela realização da despesa juízo de atuação das demais comissões da Câmara.
e função. § 1º As emendas serão apresentadas à comissão permanente,
II - objetivos e metas; que sobre elas emitirá parecer, apreciando-as na forma regimental.
III - natureza da despesa; § 2º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou a
IV - fontes de recurso; projeto que a modifique, somente poderão ser aprovadas, caso:
V - órgãos ou entidades beneficiárias; I - compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes
VI - identificação dos investimentos, por região do Município; Orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro-
venientes de anulação da despesa, excluídas as que incidam sobre:
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a) dotações para pessoal e seus encargos; I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
b) serviços ou dívidas; ou, mentária anual;
III - sejam relacionadas: II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas
a) com a correção de erros ou omissões; ou que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. III - a realização de operações de créditos, nos seguintes casos:
IV - estejam dentro do percentual estabelecido no inciso VIII do a) sem autorização legislativa em que se especifiquem a des-
parágrafo único do art. 111 desta Lei Orgânica. (Redação acrescida tinação, o valor, o prazo da operação, a taxa de remuneração do
pela Emenda à Lei Orgânica nº 51/2003) capital, as datas de pagamento, as espécies dos títulos e a forma de
§ 3º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re- resgate, salvo disposição diversa em legislação federal e estadual;
jeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas b) que excedam o montante das despesas de capital, ressalva-
correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, median- das as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
te créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica au- com finalidade precisa, aprovadas pela Câmara, por maioria de seus
torização legislativa. membros;
§ 4º As emendas ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias IV - a vinculação de receita de imposto a órgãos, fundos ou
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plu- despesas, ressalvada a destinação de recursos para manutenção e
rianual. desenvolvimento do ensino, como determinado pelo artigo 112 da
§ 5º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para propor Lei Orgânica;
modificação aos projetos a que se refere este artigo, enquanto não V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
iniciada a votação, na comissão permanente, de parte cuja altera- autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden-
ção é proposta. tes;
§ 6º Até a entrada em vigor da Lei complementar a que se re- VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
fere o art. 165, § 9º, incisos I e II, da Constituição Federal, serão recursos de uma categoria de programação para outra ou de um
obedecidas as seguintes normas: órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
I - o projeto de Lei do Plano Plurianual, para vigência até o fi- VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
nal do primeiro exercício financeiro do mandato do Prefeito subse- VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de re-
quente, deve ser encaminhado até 1º de agosto e devolvido para cursos do orçamento fiscal, para suprir necessidades ou cobrir défi-
sanção até o dia 30 de setembro; cit de empresas, fundações e fundos;
II - o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, no primeiro IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
exercício financeiro do mandato do Prefeito, será encaminhado até autorização legislativa.
1º de agosto, juntamente com o projeto de lei do plano plurianual, § 1º Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exer-
devendo ser devolvido para sanção até o dia 30 de setembro, e nos cício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano
demais exercícios o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias será Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de respon-
enviado até 31 de maio devendo ser devolvido até o final do primei- sabilidade.
ro período da sessão legislativa; § 2º Os Créditos extraordinários e especiais terão vigência no
III - o projeto de Lei Orçamentária Anual do Município será en- exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
caminhado até o dia 15 de outubro e devolvido para sanção até o autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
encerramento da sessão legislativa. (Redação dada pela Emenda à exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
Lei Orgânica nº 100/2021) incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
§ 7º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 100/2021) § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admi-
§ 8º O Plano Plurianual poderá sofrer alteração anual, para tida “ad referendum” da Câmara, por decreto, para atender às des-
atender interesse público e adequar as metas e prioridades com as pesas imprevisíveis e urgentes, decorrentes da calamidade pública.
necessidades atuais, através de lei específica. (Redação acrescida Art. 114-A Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica
pela Emenda à Lei Orgânica nº 46/2002) nº 46/2002)
§ 9º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que Art. 115 Os recursos correspondentes às dotações orçamentá-
não contrariar disposto nesta seção, as demais normas relativas ao rias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, desti-
processo legislativo. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nados à Câmara, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês.
nº 46/2002) Art. 116 A despesa com pessoal ativo e inativo do Município
§ 10 A Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câ- não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar
mara Municipal participará, junto com a equipe técnica do órgão federal.
competente do Executivo, no processo de elaboração dos projetos § 1º O Município, caso a respectiva despesa de pessoal exceder
referidos no “caput” deste artigo. (Redação acrescida pela Emenda ao limite previsto neste artigo, deverá retornar àquele limite, redu-
à Lei Orgânica nº 49/2003) zindo o percentual excedente à razão de um quinto por ano.
§ 11 os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às diretri- § 2º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de re-
zes orçamentárias, ao orçamento anual, deverão ser precedidos de muneração, a criação de cargos ou alterações de estruturas de car-
realização de audiências e consultas públicas, de forma presencial reiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos
ou virtual, observando os princípios do orçamento participativo e órgãos e entidades da administração direta ou indireta, só poderão
gestão orçamentária e financeira democrática. (Redação acrescida ser feitos, se houver:
pela Emenda à Lei Orgânica nº 100/2021) I - prévia dotação orçamentária suficiente para atender as pro-
Art. 114 É vedado: jeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
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§ 3º O montante dos recursos municipais, alocados ao Fundo Art. 126 As pessoas físicas ou jurídicas que gerem riscos ou cau-
Municipal de Saúde, não será nunca inferior a dez por cento das sem danos à saúde de pessoas ou grupos de pessoas, assumirão o
despesas globais do orçamento municipal, computadas as transfe- ônus do controle e a reparação de seus atos, nos termos da lei.
rências constitucionais, dos quais dois por cento destinar-se-ão à Art. 127 As ações e serviços públicos de saúde, no âmbito do
pesquisa médico-científica em todos os níveis. Município, integram a rede nacional regionalizada e hierarquica-
§ 4º Qualquer atendimento diferenciado ou exigido pelo usuá- mente constituída em sistema único, e se pautam, também, pelas
rio autoriza acordo prévio entre as partes. seguintes diretrizes:
Art. 124 Compete ao Município, no âmbito do Sistema Único I - descentralização com direção em nível municipal;
de Saúde: II - regionalização de ações da competência do Município;
I - a elaboração e atualização periódica do plano municipal de III - integralidade na prestação de ações de saúde, adequadas à
saúde, em consonância com os planos Estadual e Federal e com a realidade epidemiológica, com prioridade para ações preventivas e
realidade epidemiológica; consideradas as características socioeconômicas da população e de
II - a direção, gestão, controle e avaliação das ações de saúde, cada região, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
em nível municipal; IV - participação da comunidade;
III - a administração do Fundo Municipal de Saúde e elaboração V - participação complementar das instituições privadas no Sis-
de proposta orçamentária; tema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato
IV - o controle da produção ou extração, armazenamento, de direito público ou convênio, assegurada a preferência a entida-
transporte e distribuição de substâncias, produtos, máquinas e des filantrópicas e as sem fins lucrativos;
equipamentos que possam apresentar riscos à saúde da população; VI - valorização do profissional da saúde, com a garantia de pla-
V - o planejamento, normatização e execução das ações de nos de carreira, baseados nos princípios e critérios aprovados em
vigilância sanitária, epidemiológica e de controle de zoonoses, no nível nacional, observando-se pisos salariais, sempre pró-equiva-
âmbito do município, compreendidas, inclusive, as instituições pri- lentes aos parâmetros do Sistema Único de Saúde, e ainda, incenti-
vadas de saúde, nas questões de controle de qualidade, formação vos à dedicação exclusiva adequadas de trabalho, para execução de
de registros de atendimento e cumprimento às normas do Sistema suas atividades em todos os níveis.
Único de Saúde; Art. 128 Ficam criados, no âmbito do Município, como instân-
VI - o oferecimento aos cidadãos, por meio de equipes mul- cias colegiadas, o conselho Municipal de Saúde e a Conferência Mu-
tiprofissionais e de recursos de apoio, de todas as formas de as- nicipal de Saúde. (Ver Lei Municipal nº 5654/1995)
sistência e tratamento necessários e adequados, incluindo práticas § 1º O Conselho Municipal de Saúde, de caráter deliberativo,
alternativas reconhecidas; objetiva formular e controlar a execução da política municipal de
VII - a normatização complementar e a padronização dos pro- saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, e será com-
cedimentos relativos à saúde, por meio de Código Sanitário Muni- posto pelo Poder Público, prestadores de serviço, trabalhadores do
cipal; Sistema Único de Saúde e usuários, cuja representação será paritá-
VIII - a formulação e/ou implementação de política de recursos ria em relação ao conjunto dos demais segmentos, devendo a lei
humanos na esfera municipal; dispor sobre sua organização e funcionamento.
IX - o planejamento, normatização e execução das ações de § 2º A Conferência Municipal de Saúde, de caráter consultivo,
controle das condições, dos ambientes de trabalho e dos problemas com representação de vários segmentos sociais da comunidade,
de saúde com eles relacionados, através da Comissão Municipal de reunir-se-á, ordinariamente, a cada quatro anos, para avaliar a si-
Saúde do Trabalhador, a ser constituída através de Decreto Executi- tuação de saúde do Município e estabelecer as diretrizes da polí-
vo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1996) tica municipal de saúde, convocada pelo Secretário Municipal de
X - destinar dois por cento da dotação orçamentária da Secre- Saúde ou, extraordinariamente, quando convocada pelo Conselho
taria de Saúde com eles relacionados. Municipal de Saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Art. 125 O Poder Público poderá contratar a rede privada quan- 30/1998)
do houver insuficiência de serviços públicos para assegurar a plena
cobertura assistências à população, segundo as normas de direito SEÇÃO III
Público e nos termos da lei. DO SANEAMENTO BÁSICO
§ 1º A rede privada contratada submete-se ao controle da ob-
servância das normas técnicas estabelecidas pelo Poder Público in- Art. 129 Compete ao Poder Público formular e executar a po-
tegra o Sistema Único de Saúde, no âmbito Municipal. lítica e os Planos Plurianuais de saneamento básico, assegurando:
§ 2º É assegurado ao Sistema Único de Saúde o direito de fis- I - o abastecimento de água com adequada higiene, conforto
calizar a execução do contrato de prestação de serviços e, quando e qualidade compatível com os padrões de potabilidade; (Redação
ocorrer infração de cláusula ou condições contratuais ou normas dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 47/2002)
regulamentares, poderá o Poder Executivo promover o descreden- II - Tornar-se-á obrigatório a coleta, disposição e neutralização
ciamento da unidade ou rede prestadora de serviços, dando por dos esgotos sanitários e drenagem das águas pluviais antes da des-
rescindido o contrato. carga nos rios receptores, de forma a preservar o equilíbrio ecológi-
§ 3º Os serviços dos hospitais universitários e de ensino integra- co e prevenir ações danosas à saúde. (Redação dada pela Emenda
ram-se ao Sistema Único de Saúde - SUS, mediante convênio, pre- Constitucional nº 32/1999)
servada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, § 1º As ações de saneamento básico serão precedidas de pla-
aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão, nejamento que atenda aos critérios de avaliação do quadro sanitá-
nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados. rio da área a ser beneficiada, objetivando a reversão e a melhoria
do perfil epidemiológico.
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LEGISLAÇÃO
§ 2º O Poder Público desenvolverá mecanismos institucionais § 1º É dever do Município promover prioritariamente, o atendi-
que compatibilizem as ações do saneamento básico, habitação, de- mento pedagógico em creches, a educação infantil e o ensino fun-
senvolvimento urbano, preservação do meio ambiente e gestão dos damental, podendo expandir o ensino médio e profissionalizante,
recursos hídricos, buscando integração com outros Município nos com a participação da sociedade e cooperação técnica e financeira
casos que exigirem ações conjuntas. da União e do Estado. (Parágrafo Único transformado em § 1º pela
§ 3º As ações municipais de saneamento básico; captação, Emenda à Lei Orgânica nº 77/2014)
tratamento e distribuição de água no município serão executadas § 2º A educação infantil, disposto no § 1º deste artigo, é obri-
diretamente ou por meio de concessão ou permissão, visando ao gatória e gratuita, a partir dos 04 (quatro)anos de idade, sendo este
atendimento adequado à população, vedada a sua privatização sem período denominado como pré-escolar. (Redação acrescida pela
a definição do eleitorado municipal através de plebiscito. (Redação Emenda à Lei Orgânica nº 77/2014)
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 47/2002) § 3º O disposto no § 2º deste artigo, deverá ser implementada
Art. 130 O Município manterá sistema de limpeza urbana, cole- progressivamente até 2016, conforme dispõe o artigo 6º da Emen-
ta, tratamento e destinação final do lixo. da Constitucional 59/2009. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
§ 1º A coleta de lixo será seletiva. (Ver Lei Municipal nº Orgânica nº 77/2014)
5724/1996) Art. 133 O dever do Município com a educação será concretiza-
§ 2º Os resíduos recicláveis devem ser acondicionados de modo do mediante garantia de:
a serem reintroduzidos no ciclo do sistema ecológico. I - pré-escola e ensino fundamental, obrigatórios e gratuitos, in-
§ 3º Os resíduos não recicláveis devem ser acondicionados de clusive para os que a eles não tiverem acesso na idade própria, em
maneira a minimizar o impacto ambiental. período de (07) sete horas diárias para curso integral e mínima de
§ 4º O lixo hospitalar terá destinação final em incinerador pú- 04 (quatro) horas para turno parcial; (Redação dada pela Emenda à
blico. Lei Orgânica nº 77/2014)
§ 5º As áreas resultantes de aterro sanitário serão destinadas a II - atendimento educacional especializado ao portador de de-
parques e áreas verdes. ficiência preferencialmente na rede regular de ensino, com garantia
§ 6º A comercialização dos materiais recicláveis será estimula- de recursos humanos capacitados, material, equipamentos públi-
da pelo Poder Público. cos adequados e vaga em escola próxima à sua residência;
III - preservação dos valores educacionais regionais e locais;
SEÇÃO IV IV - gratuidade do ensino público;
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL V - preservação dos aspectos humanísticos e profissionalizan-
tes do ensino médio; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 131 A assistência social é direito do cidadão e será presta- 43/2000)
da pelo Município, prioritariamente, às crianças e adolescentes de VI - expansão e manutenção da rede municipal de ensino, com
rua, aos desassistidos de qualquer renda ou benefício previdenciá- dotação de infraestrutura física e equipamentos adequados;
rio, à maternidade desamparada, aos desabrigados, aos portadores VII - atendimento pedagógico gratuito em creches e pré-escola,
de deficiência, aos idosos, aos desempregados e aos doentes. (Ver à criança de até 05 (cinco) anos de idade, em horário integral, e
Lei Municipal nº 5726/1996) com garantia de acesso ao ensino fundamental; (Redação dada pela
§ 1º O Município estabelecerá o plano de ações na área de as- Emenda à Lei Orgânica nº 77/2014)
sistência social, observando os seguintes princípios: VIII - propiciamento de acesso aos níveis mais elevados do en-
I - recursos financeiros consignados no orçamento municipal, sino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
além de outras fontes; cada um;
II - coordenação, execução e acompanhamento a cargo do Po- IX - atendimento à criança nas creches e pré-escola e no ensino
der Executivo; fundamental, por meio de programas suplementares de material
III - participação da população na formulação das políticas e no didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; (Re-
controle das ações em todos os níveis; dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000)
IV - implantação de política de assistência social, especialmen- X - oferta de ensino noturno, adequado às condições do edu-
te dirigida ao menor carente, mediante estudo de problemas a eles cando;
relacionados. XI - amparo ao menor carente ou infrator e sua formação em
§ 2º O Município poderá firmar convênio com entidade benefi- escolas profissionalizantes;
cente e de assistência social, ou através de um Conselho Municipal XII - programas específicos de atendimento à criança e adoles-
de Assistência Social, para a execução de planos de assistência co- centes superdotados;
munitária. XIII - supervisão e orientação educacional em todos os níveis e
§ 3º Concessão de gratuidade de transporte ao deficiente e modalidades de ensino nas escolas municipais, exercidas por pro-
acompanhante, ao idoso e demais necessitados, nos termos da lei. fissionais habilitados;
XIV - apoio às entidades especializadas, públicas e privadas,
SEÇÃO V sem fins lucrativos, para o atendimento ao portador de deficiência;
DA EDUCAÇÃO XV - cessão de servidores especializados, para atendimento às
fundações públicas e entidades filantrópicas, confessionais e comu-
Art. 132 A educação, direito de todos, dever do Poder Público nitárias, sem fins lucrativos, de assistência ao menor e ao excepcio-
e da sociedade, tem como objetivo o pleno desenvolvimento do ci- nal, como dispuser a lei.
dadão, tornando-o capaz de refletir criticamente sobre a realidade
e qualificando-o para o trabalho.
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LEGISLAÇÃO
§ 1º O acesso à pré-escola e ao ensino fundamental, obrigató- II - assegurem a destinação do seu patrimônio a outra escola
rios e gratuitos, bem como o atendimento em creches, são direitos comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no
públicos subjetivos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº caso de encerramento de suas atividades.
77/2014) Parágrafo Único - Os recursos de que trata este artigo pode-
§ 2º O não oferecimento do ensino pelo Poder Público Muni- rão ser destinados a bolsas de estudos para ensino fundamental
cipal, sua oferta irregular, ou o não atendimento ao portador de e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência
deficiência, importa responsabilidade da autoridade competente. de recursos, quando houver falta de vagas e de cursos regulares
§ 3º Compete ao Município recensear os educandos em idade da rede pública no local da residência do educando, obrigando o
de escolarização obrigatória e zelar pela frequência à escola, e erra- Poder Público a investir, prioritariamente, na expansão de sua rede
dicar o analfabetismo. na localidade.
§ 4º Compete ao Município promover através de condições bá- Art. 135-A Os recursos destinados aos Caixas Escolares serão
sicas e essenciais, o desenvolvimento e a valorização do magistério. empregados na manutenção e no desenvolvimento de suas ativi-
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 34/1999) dades, de conformidade com os objetivos estatutários da entidade.
Art. 134 Na promoção da educação infantil e do ensino fun- (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 101/2021)
damental e médio, o Município observará os seguintes princípios:
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) Art. 136 Para o atendimento pedagógico às crianças de até
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es- 05 (cinco) anos de idade, o Município deverá: (Redação dada pela
cola; Emenda à Lei Orgânica nº 77/2014)
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen- I - criar, implantar, implementar, orientar, supervisionar e fisca-
samento, a arte e o saber; lizar as creches;
III - pluralismo de ideias e de concepções filosóficas e políticas, II - atender, por meio de equipe multidisciplinar, comporta por
estéticas, religiosas e pedagógicas, que conduzam o educando à professor, pedagogo, psicólogo, assistente social, enfermeiro e nu-
formação de uma postura ética e social próprias; tricionista, as necessidades da rede municipal de creches;
IV - que o Município se responsabilize pelo atendimento de III - propiciar cursos e programas de reciclagem, treinamento,
cada bairro, no que se refere à educação infantil, dando prioridade gerenciamento administrativo e especializado, visando à melhoria e
às creches e escolas que acolhem crianças em tempo integral; (Re- ao aperfeiçoamento dos trabalhadores de creches;
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2000) IV - estabelecer normas de construção e reforma de logradou-
V - gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais ros e dos edifícios para o funcionamento de creches, buscando solu-
extensiva a todo material escolar e à alimentação do aluno, quando ções arquitetônicas adequadas à faixa etária das crianças atendidas;
na escola, nos termos da lei; V - estabelecer política municipal de articulação junto às cre-
VI - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na for- ches comunitárias e filantrópicas.
ma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso sa- § 1º O Município fornecerá instalações e equipamentos para
larial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público creches e pré-escolas, observados os seguintes critérios:
de provas e títulos; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº I - prioridade para as áreas de maior densidade demográfica e
43/2000) de menor faixa de renda;
VII - garantia do princípio do mérito, objetivamente apurado, II - escolha do local para funcionamento de creche e pré-escola,
na carreira do magistério; mediante indicação da comunidade;
VIII - garantia do padrão de qualidade, mediante: III - integração de pré-escolas e creches.
a) reciclagem periódica dos profissionais da educação; § 2º Cabe ao Poder Público Municipal o atendimento de crian-
b) avaliação cooperativa periódica, por órgão próprio, do siste- ças portadoras de deficiência em creches comuns, oferecendo,
ma educacional; sempre que necessário recursos da educação especial.
c) funcionamento das bibliotecas, laboratórios, salas de multi- Art. 137 O Município aplicará, anualmente, nunca menos de
meios, equipamentos pedagógicos próprios e rede física adequada vinte e cinco por cento da receita resultante de seus impostos, in-
ao ensino ministrado; cluída aquela proveniente de transferências, na manutenção e de-
IX - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; senvolvimento do ensino.
X - incentivo à participação da comunidade do processo edu- § 1º A parcela de arrecadação de impostos, transferida pelo
cacional; Estado ao Município, é considerada para efeito de cálculo previsto
XI - preservação dos valores educacionais locais; neste artigo.
XII - garantia e estímulo à organização autônoma dos alunos, no § 2º O poder Executivo publicará, no órgão oficial da imprensa,
âmbito das escolas municipais. até o dia dez de março de cada ano, demonstrativo da aplicação de
Parágrafo único. Não será objeto de deliberação qualquer pro- verbas no ensino, especificando a destinação das mesmas.
posição legislativa que tenha por objeto a regulamentação de polí- § 3º O percentual mínimo a que se refere este artigo, será ob-
tica de ensino no Município, que tendam a aplicar a ideologia de gê- tido de acordo com os valores reais dos recursos, na data de sua
nero. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 83/2015) arrecadação.
Art. 135 Os recursos públicos serão destinados às escolas pú- Art. 138 Fica assegura a cada unidade do Sistema Municipal
blicas e aos caixas escolares, e podem ser dirigidos às escolas co- de Ensino, dotação mensal de recursos correspondente a 9% (nove
munitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: por cento), da respectiva folha de pagamento do pessoal em efeti-
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 42/2001) vo exercício na escola, para fins de conservação, manutenção, bem
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus exce- como para a aquisição de equipamentos e materiais didático-pe-
dentes financeiros em educação; dagógicos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29/1998)
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LEGISLAÇÃO
§ 1º Ocorrendo o descumprimento do mínimo previsto, a di- Art. 145 Deverá o Município `incrementar ensino rural e téc-
ferença será contabilizada pelo valor real, corrigido pelo indexador nico profissionalizante, nas unidades escolares, podendo, para tal,
oficial, e incorporada no mês subsequente. conveniar-se com entidades especializadas, públicas ou privadas,
§ 2º Os recursos previstos no Caput deste artigo, serão distribu- nos termos desta lei e do Plano de Desenvolvimento Rural Integra-
ídos em quotas proporcionais ao nº de alunos frequentes de cada do do Município.
escola. (Redação acrescida pela Emenda Constitucional nº 29/1998) Parágrafo Único - Para realização do objetivo do ensino rural,
Art. 139 O Município elaborará plano bienal de educação, vi- o Município dará prioridade ao Serviço Nacional de Aprendizagem
sando a aplicação e melhoria do atendimento de suas obrigações Rural - SENAR, mencionado no artigo 62 das Disposições Transitó-
para com a oferta de ensino público e gratuito. rias da Constituição da República, e à Fundação de Ensino Técnico
Parágrafo Único - A proposta do plano será elaborada pelo Po- Intensivo - FETI. (Ver Lei Municipal nº 5875/1996)
der Executivo, com a participação da sociedade civil, e encaminha- Art. 146 O Município manterá, em cooperação como Estado
da, para aprovação da Câmara, até o dia trinta e um de agosto do e União, o Curso de Ensino Supletivo, com metodologia atualizada
ano imediatamente anterior ao do início de sua execução. e atendimento individual, com as facilidades inerentes que possi-
Art. 140 As escolas municipais deverão contar, entre outras bilitem oportunidades a todos os trabalhadores, em razão de seu
instalações e equipamentos, com laboratório, biblioteca, auditório, turno de trabalho.
cantina, sanitário, quadra de esportes e espaço não cimentado para Art. 147 É de competência do Município manter convênios com
recreação. escolas superiores de medicina, odontologia, engenharia, direito e
§ 1º O Município garantirá o funcionamento de biblioteca em outras, visando ao treinamento e estágio de estudantes, no atendi-
cada escola municipal, acessível à população, e com acervo neces- mento aos setores carentes da comunidade.
sário ao atendimento dos alunos.
§ 2º Cada escola municipal aplicará, pelo menos, cinco por cen- SEÇÃO VI
to da verba referida no artigo 149, na manutenção e ampliação do DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
acervo de sua biblioteca.
§ 3º As unidades municipais de ensino adotarão livros didáticos Art. 148 O Município poderá consorciar-se com Estados-mem-
não consumíveis, favorecendo o reaproveitamento dos mesmos. bros, com a União, outros Municípios e empresas particulares para
§ 4º É vedada a adoção de livro didático que dissemine qual- incrementar e fomentar o desenvolvimento das ciências e tecnolo-
quer forma de discriminação ou preconceito. gias em circunscrição.
§ 5º O mobiliário escolar utilizado pelas escolas públicas muni- Parágrafo Único - O Município recorrerá, preferencialmente aos
cipais deverá estar em conformidade com as recomendações cientí- órgãos e entidades de pesquisa estaduais e federais nele sediados,
ficas para a prevenção de doenças da coluna. promovendo a integração intersetorial, por meio da implantação de
§ 6º Suprimido. (Suprimido pela Emenda Constitucional nº programas integrados, e em consonância com as necessidades das
29/1998) diversas demandas científicas, tecnológicas e ambientais, afetas às
Art. 141 O currículo escolar do ensino fundamental das escolas questões municipais.
e médio das escolas municipais, incluirá conteúdos programáticos Art. 148-A A mobilização dos recursos da ciência e da tecnolo-
sobre a prevenção do uso de drogas, educação para o trânsito e gia do Município constitui condição fundamental para a promoção
preservação do meio ambiente. (Redação dada pela Emenda à Lei do desenvolvimento municipal. (Redação acrescida pela Emenda à
Orgânica nº 43/2000) Lei Orgânica nº 92/2018)
Parágrafo Único - O ensino religioso, de frequência facultativa, Art. 148-B O Município estimulará, através de esforços próprios
constituirá disciplina das escolas municipais de ensino fundamen- ou por meio de convênio com órgãos da União ou do Estado ou com
tal. entidades privadas, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e
Art. 142 O quadro de pessoal necessário ao funcionamento das a difusão do conhecimento especializado, tendo em vista o bem-es-
unidades municipais, será estabelecido em lei, de acordo com o nú- tar da população e a solução dos problemas econômicos e sociais.
mero de turmas e séries existentes na escola. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 92/2018)
Art. 143 O Município deverá estimular o desenvolvimento de Art. 148-C A política de desenvolvimento científico e tecnológi-
unidades de ensino superior, através da descentralização das ativi- co estabelecerá prioridade para:
dades das universidades públicas. I - as pesquisas relacionadas com a produção de equipamentos
Art. 144 O Poder Público Municipal promoverá, apoiará e arti- destinados à educação, à alimentação, à saúde, ao saneamento bá-
culará o escotismo nos meios educacionais, como forma de exercí- sico, à habitação popular e ao transporte de massa;
cio de cidadania e como método complementar de educação. (Re- II - a capacitação técnico-científica da mão de obra;
dação dada pela Emenda Constitucional nº 28/1998) III - a adoção de novas tecnologias organizacionais, especial-
§ 1º A atividade escoteira será considerada de relevante utili- mente aquelas relacionadas com a modernização das práticas ad-
dade pública no contexto municipal, devendo-se prestar toda as- ministrativas do setor público municipal;
sistência e auxílio necessário dos demais órgãos municipais para a IV - a difusão de novas práticas produtivas e novas tecnologias;
prática do escotismo. (Redação dada pela Emenda Constitucional V - o desenvolvimento de pesquisas relacionadas com a con-
nº 28/1998) servação e economia de energia, favorecendo o uso de elementos
§ 2º Serão consideradas através de Lei Complementar, áreas naturais de iluminação, insolação e ventilação, dentro de parâme-
específicas do Município para a criação de Parques Escoteiros. (Re- tros de higiene da habitação e saneamento da Cidade. (Redação
dação acrescida pela Emenda Constitucional nº 28/1998) acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 92/2018)
Art. 148-D O Poder Executivo fomentará e estimulará ativida-
des de produção e difusão da ciência e da tecnologia, buscando:
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LEGISLAÇÃO
I - fontes de financiamento em âmbito federal ou estadual; Parágrafo Único - A lei fixará a data das comemorações de fatos
II - incentivo às empresas para aplicar recursos próprios no de- relevantes da cultura municipal.
senvolvimento e na difusão da ciência e da tecnologia. (Redação Art. 152 O Poder Público elaborará e implementará, com a par-
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 92/2018) ticipação e cooperação da sociedade civil, plano de instalação de
148-E. O município estabelecerá medidas de incentivo às ati- bibliotecas publicas, nas regiões e nos bairros da cidade.
vidades científicas, tecnológicas e de inovação (C, T&I) realizadas § 1º O Poder Executivo poderá celebrar convênios, atendidas as
pelas entidades públicas e privadas e cidadãos estabelecidos ou do- exigências desta Lei Orgânica, com órgãos e entidades públicas, sin-
miciliados no município de Uberaba, visando promover o desenvol- dicato, associações de moradores e outras entidades da sociedade
vimento econômico, social e ambiental e uma melhor qualidade de civil, para viabilizar o disposto neste artigo.
vida para a sociedade uberabense. (Redação acrescida pela Emenda § 2º Quanto às bibliotecas serão instaladas, progressivamente,
à Lei Orgânica nº 96/2020) oficinas ou cursos de redação, artes plásticas, artesanato, dança e
expressão corporal, cinema, teatro, literatura, filosofia e fotografia,
SEÇÃO VII além de outras expressões culturais e artísticas.
DA CULTURA § 3º Para garantir o acesso aos bens culturais e às manifesta-
ções artístico-culturais, poderá o Poder público Municipal.
Art. 149 O acesso aos bens da cultura e às condições objetivas I - promover a articulação entre o Estado e a União, como obje-
para produzi-la é direito do cidadão e dos grupos sociais. (Ver Lei tivo de captar recursos junto a órgãos e empresas, para a mobiliza-
Municipal nº 5138/1993) ção e execução das ações culturais;
§ 1º Todo cidadão é um agente cultural, e o Poder Público in- II - adotar incentivos fiscais para as empresas de caráter priva-
centivará, de forma democrática, os diferentes tipos de manifesta- do que desejarem contribuir para a produção artístico-cultural e na
ção cultural existentes no Município. preservação e recuperação do patrimônio histórico do Município;
§ 2º São consideradas manifestações culturais, dentre outras, III - assegurar, junto aos órgãos públicos dos Poderes Legislativo
por suas múltiplas formas de expressão, a literatura, as artes cêni- Executivo e Judiciário, uma política de preservação e recuperação
cas, a música, a dança, as artes plásticas e o folclore. do conjunto documental, com vistas a garantir sua integridade, para
§ 3º Todas as áreas públicas, especialmente os parques, jardins o resgate e conservação da história e da memória cultural do Mu-
e praças estarão abertas às manifestações culturais. nicípio de Uberaba.
§ 4º O Poder Público Municipal criará e manterá núcleos cultu-
rais e espaços públicos equiparados, para a formação e difusão das SEÇÃO VIII
expressões artístico-culturais. DO DESPORTO E DO LAZER
§ 5º Constituem patrimônio cultural do Município os bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em con- Art. 153 O Município promoverá, estimulará, orientará e apoia-
junto, que contenham grupos formadores do Povo uberabense, en- rá a prática desportiva e a educação física, inclusive por meio de:
tre os quais se incluem: a) destinação de recursos públicos;
I - as formas de expressão; b) proteção às manifestações esportivas e preservação das áre-
II - os modos de criar, fazer e viver; as a elas destinadas;
III - as criações tecnológicas, científicas e artísticas; c) tratamento diferenciado entre o desporto profissional e não
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa- profissional e ao de alto rendimento.
ços destinados a manifestações artísticas e culturais; Parágrafo Único - Para os fins deste artigo, cabe ao Município:
V - os sítios de valor histórico, paisagístico, arqueológico, pale- I - exigir nos projetos urbanistas e nas unidades escolares pú-
ontológico, ecológico e científico. blicas. bem como na aprovação dos novos conjuntos habitacionais.
§ 6º O Município, com a colaboração da comunidade, promo- reserva de áreas destinadas a praças ou campos de esporte e lazer
verá e protegerá, por meio de plano permanente, o patrimônio comunitário;
histórico e cultural, através de inventários, pesquisas, registros, vi- II - utilizar-se de terreno próprio, cedido ou desapropriado,
gilância, tombamentos desapropriação e outras formas de acaute- para desenvolvimento de programa de construção de centro espor-
lamento e preservação. tivo, praça de esportes, ginásio, áreas de lazer e campos de futebol,
Art. 150 Fica criado, no Município, o sistema de arquivos, que necessários à demanda do esporte amador dos bairros da cidade;
terá como órgão central o Arquivo Público de Uberaba, e integrará III - incluir a educação física como disciplina nos estabelecimen-
e harmonizará as fases correntes, intermediárias e permanentes tos oficiais de ensino;
dos documentos, cuja produção e/ou acumulação sejam produto IV - manter o funcionamento das instalações desportivas por
do exercício de atividade dos órgãos públicos municipais. (Ver Lei ele criadas, no que se refere a recursos humanos e materiais;
Municipal nº 3656/85) V - garantir a utilização das praças de esportes das escolas mu-
Parágrafo Único - O sistema de arquivos do Município será re- nicipais pela comunidade em convênio com as associações de bair-
gulamentado por lei ordinária, que contenha, também, o Regimen- ros, nos fins de semanas, feriados e férias escolares, sem prejuízo
to Interno do órgão central. aos eventos programados pela escola.
Art. 151 Caberá ao Município proteger e difundir as várias Art. 154 O Poder Público apoiará e incentivará o lazer e o reco-
manifestações da cultura popular, tais como o artesanato local, o nhecerá como forma de promoção social
carnaval, as escola de samba, os ternos de congado, Moçambique, § 1º O Município incentivará, mediante benefícios fiscais e na
folia de reis, catira, festas e cultos religiosos de cunho popular, festa forma da lei, o investimento da iniciativa privada no desporto.
junina e outras manifestações da cultura espontânea que venham § 2º Cabe à administração regional a execução da política do
integrar um processo histórico-cultural regional. esporte e lazer na área de sua circunscrição.
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LEGISLAÇÃO
§ 3º É dever do Município a criação do Conselho Municipal de VIII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito
Desportos, regulamentada em lei complementar. de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais;
§ 4º Município garantirá ao portador de deficiência, atendi- IX - sujeitar à prévia anuência do órgão municipal de controle
mento especial no que se refere à educação física e à prática de e poluição ambiental o licenciamento para início, ampliação ou de-
atividade desportiva, sobretudo no âmbito escolar. senvolvimento de atividades, construção ou reforma de instalações,
§ 5º Os estabelecimentos particulares especializados em edu- capazes de causar degradação do meio ambiente, sem prejuízo de
cação física, esporte e recreação ficam sujeitos ao registro, orien- outras exigências legais;
tação normativa e supervisão dos órgãos municipais competentes. X - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de
§ 6º O município, por meio da rede pública de saúde, propiciará fontes de energia alternativa não poluentes, bem como de tecno-
acompanhamento médico e exames ao atleta integrante de quadro logia de energia;
de entidade amadorista carente de recursos. XI - implantar e manter hortos florestais destinados à recompo-
§ 7º Cabe ao Município, na área de sua competência, regula- sição da flora nativa e à produção de espécies diversas, destinadas
mentar e fiscalizar os jogos esportivos, os espetáculos e divertimen- à arborização dos logradouros públicos;
tos públicos. XII - promover ampla arborização dos logradouros públicos da
§ 8º Os parques, jardins, praças e quarteirões fechados são es- área urbana, bem como a recomposição dos espécimes, em proces-
paços privilegiados para o lazer. so de deterioração ou morte;
§ 9º O Poder Público ampliará áreas reservadas a pedestres. XIII - promover, em convênio com as industrias, a arborização
Art. 154-A Comemora-se, anualmente, em data de 08 (oito) de dos distritos industriais;
dezembro, o “Dia do Locutor Esportivo”. (Redação acrescida pela § 2º O licenciamento de que trata o inciso IX do parágrafo an-
Emenda à Lei Orgânica nº 35/1999) terior dependerá, no caso de atividade ou obra potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, de prévio
SEÇÃO IX relatório de impacto ambiental, seguido de audiência pública, para
DO MEIO AMBIENTE informação e discussão sobre o projeto.
§ 3º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
Art. 155 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução
equilibrado, bem de uso comum do Povo e essencial à sadia quali- técnica previamente indicada pelo órgão municipal de controle e
dade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à coletivi- política ambiental.
dade o dever de defende-lo e preservá-lo para as gerações presen- § 4º O ato lesivo ao meio ambiente sujeitará o infrator pessoa
tes e futuras. física ou jurídica, à interdição temporária ou definitiva de suas ati-
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Po- vidades, sem prejuízo das demais sanções administrativas e penais,
der Público Municipal, como auxílio da União e do Estado, entre bem como da obrigação de reparar o dano causado.
outras atribuições: Art. 156 As atividades que utilizem produtos florestais como
I - promover a educação ambiental multidisciplinar em todos os combustível ou matéria-prima deverão, para o fim de licenciamento
níveis das escolas municipais e disseminar as informações necessá- ambiental e na forma estabelecida em lei, comprovar que possuem
rias ao desenvolvimento da consciência crítica da população para a disponibilidade daqueles insumos, capazes de assegurar, técnica e
preservação do meio ambiente; legalmente, o respectivo suprimento.
II - assegurar o livre acesso às informações ambientais básicas, Parágrafo Único - É obrigatória a reposição florestal pelas em-
e divulgar, sistematicamente, os níveis de poluição e de qualidade presas consumidoras, nos limites do Município.
da consciência crítica da população para a preservação do meio am- Art. 157 São vedadas, no território municipal:
biente do Município; I - a instalação de qualquer atividade que desenvolva a trans-
III - prevenir e controlar a poluição, inclusive a sonora, em to- formação de material radioativo, bem como a utilização de áreas do
dos os níveis, a erosão, o assoreamento e outras formas de degra- Município como depósito de lixo atômico;
dação ambiental; II - as usinas que operam com reator nuclear;
IV - preservar as florestas, a fauna e a flora, inclusive contro- III - a caça profissional, amadora e esportiva;
lando a extração, captura, produção, comercialização, transporte e Art. 158 É vedado ao Poder público contratar e conceder privi-
consumo de seus espécimes e subprodutos, vedadas as práticas e légios fiscais a quem estiver em situação de irregularidade, face às
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de normas de proteção ambiental.
espécies ou submetam animais à crueldade; Parágrafo Único - As concessionárias ou permissionárias de
V - criar parques, reservas, estações ecológicas, estações de serviços públicos municipais, no caso de infração às normas de pro-
tratamento de esgotos e outros unidades de conservação, mantê- teção ambiental, não será admitida renovação da concessão ou per-
-los sob especial proteção e dotá-los de infraestrutura indispensá- missão enquanto perdurar a situação de irregularidade.
vel às suas finalidades; (Redação dada pela Emenda Constitucional Art. 159 Cabe ao Poder Público:
nº 32/1999) I - reduzir ao máximo a aquisição e utilização de material não
VI - estimular e promover o reflorestamento com espécies na- reciclável e não biodegradável, além de divulgar os malefícios deste
tivas, objetivando, especialmente, a proteção de encostas e dos re- material sobre o meio ambiente;
cursos hídricos; II - fiscalizar a emissão de poluente do ar e lavouras por veículos
VII - fiscalizar a produção, a comercialização e o emprego de automotores e estimular a implantação de medidas e uso de tecno-
técnicas, métodos e substâncias e importem riscos para a vida, a logias que venham minimizar seus impactos;
qualidade devida como meio ambiente, bem como o transporte e o III - implantar medidas corretivas e preventivas para recupera-
armazenamento dessas substâncias no território municipal; ção dos recursos hídricos;
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IV - estimular a adoção de meios alternativos de pavimenta- III - participação da sociedade civil na formulação de políticas e
ção, como forma de garantir menor impacto à impermeabilização programas, assim como na implantação, acompanhamento, contro-
do solo; le fiscalização de sua execução
V - implantar e manter áreas verdes de preservação permanen- § 2º Programas de defesa e vigilância dos direitos da criança
te, em proporção nunca inferior a doze metros quadrados por ha- e adolescente previram estímulo e apoio à criação de Centros de
bitante, distribuídos equitativamente por administração regional; Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, geridos pela so-
VI - estimular a substituição do perfil industrial do Município, ciedade civil.
incentivando indústria de menor impacto ambiental. § 3º O Município incentivará e manterá, sem qualquer caráter
repressivo ou obrigatório.
SEÇÃO X I - albergues, que ficarão à disposição das crianças e adolescen-
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DA JUVEN- tes desassistidos;
TUDE, DO IDOSO E DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA (REDAÇÃO II - quadro de educadores de rua, composto por psicólogos, pe-
DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 75/2013) dagogos, assistentes sociais, especialistas em atividades esportivas,
artísticas, de expressão corporal e dança, bem como por pessoas
Art. 160 O Município, na formulação e aplicação de suas políti- com reconhecida competência e sensibilidade no trabalho com
cas sociais, visará, nos limites de sua competência em colaboração crianças e adolescentes.
com a União e o Estado, dar à família condições para a realização de § 4º Crianças até doze anos, idosos acima de sessenta e cinco
suas relevantes funções sociais. anos e portadores de deficiência terão franco acesso às autarquias
Parágrafo Único - Fundado nos princípios da dignidade da pes- municipais, quando da realização de eventos ou espetáculos.
soa humana, da paternidade e da maternidade responsáveis, o pla- § 5º Garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
nejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Municí- escola. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2013)
pio, por meio de recursos educacionais e científicos, colaborar com Art. 162-A A lei estabelecerá o Plano Municipal da Juventude,
a União e o Estado, para assegurar o exercício desse direito, vedada de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do po-
qualquer forma coercitiva por parte das instituições públicas. der público para execução de políticas públicas.
Art. 161. É dever da família, da sociedade e do Poder Públi- Parágrafo único. A juventude compreende a faixa etária de
co assegurar à criança e ao adolescente, à juventude ao idoso e 15 a 29 anos. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
ao deficiente com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 75/2013)
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à Art. 163 O Município assegurará condições de amparo à pes-
dignidade, ao respeito, à liberdade, à acessibilidade e à convivência soa idosa, no que diz respeito à sua dignidade e ao seu bem-estar,
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de todas as for- inclusive na criação da Casa do Idoso. (Ver Lei Complementar nº
mas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 14/1992)
e opressão. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 97/2020) § 1º O amparo ao idoso será, quando possível, exercido no pró-
§ 1º A garantia de absoluta prioridade compreende: prio lar.
I - a primazia de receber proteção e socorro em qualquer cir- § 2º Para assegurar a integração do idoso na comunidade e na
cunstância; família, serão criados centros diurnos de lazer e de amparo à velhice
II - a procedência de atendimento em serviço de relevância pú- e programas de preparação para a aposentadoria, com participação
blica ou em órgão público; de instituições dedicadas a essa finalidade.
III - a preferência na formulação e na execução das políticas § 3º Deve ser garantido a pessoa idosa o pleno direito à acessibi-
sociais públicas; lidade. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 97/2020)
IV - o aquinhoamento privilegiado de recursos públicos nas áre- Art. 164 O Município, isoladamente ou em cooperação, criará
as relacionadas com a proteção à infância e à juventude, notada- e manterá:
mente no que diz respeito a tóxicos e drogas afins. I - lavanderias públicas, prioritariamente nos bairros periféri-
§ 2º Será punido, na forma da lei, qualquer atentado do Poder cos, equipadas para atender às lavadeiras profissionais e à mulher
Público, por ação ou omissão, aos direitos fundamentais da criança de um modo geral, no sentido de diminuir a sobrecarga da dupla
e do adolescente. jornada de trabalho;
Art. 162 O Município, em conjunto com a sociedade, criará e II - centro de apoio e acolhimento à menina de rua, os quais
manterá programas socioeducativos e de assistência judiciária, contemplem em suas especialidades de mulher
destinados ao atendimento de criança e adolescente, privados das Parágrafo Único - O Município obriga-se a fornecer monitores
condições necessárias ao seu pleno desenvolvimento, e incentivará, e ajuda financeira “per capita”, para as creches comunitárias exis-
ainda, os programas de iniciativa das comunidades, mediante apoio tentes, até que possa assumir, direta ou indiretamente, a totalidade
técnico e financeiro vinculado ao orçamento, de forma a garantir o delas.
completo atendimento dos direitos constantes desta Lei Orgânica. Art. 165 O Município garantirá ao portador de deficiência, nos
§ 1º As ações do Município, de proteção à infância, à adoles- termos da lei.
cência, à juventude, ao idoso e ao deficiente, serão organizadas na I - a participação na formulação de políticas para o setor;
forma da lei, com base nas seguintes diretrizes: (Redação dada pela II - o direito à informação, comunicação, transporte e segu-
Emenda à Lei Orgânica nº 75/2013) rança, por meio, dentre outros, da imprensa braile, da linguagem
I - desconcentração do atendimento; gestual, da sonorização de semáforo e da adequação dos meios de
II - priorização dos vínculos familiares e comunitários como me- transportes, garantindo seu pleno direito a acessibilidade. (Redação
dida preferencial para a integração social das pessoas mencionadas dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 97/2020)
neste parágrafo;
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III - sistema especial de transporte para a frequência às escolas V - participação comunitária no planejamento e controle da
e clínicas especializadas, quando impossibilitadas de usar o sistema execução de programas que lhes forem pertinentes. (Ver Lei Com-
de transporte comum. plementar nº 37/1995)
§ 1º O Poder Público estimulará o investimento de pessoas Art. 167 São instrumentos do planejamento urbano, entre ou-
físicas e jurídicas, na adaptação e aquisição de equipamentos ne- tros:
cessários ao exercício profissional dos trabalhadores portadores de I - Plano Diretor;
deficiência, conforme dispuser a lei. II - legislação de parcelamento, ocupação e uso do solo, de edi-
§ 2º O não oferecimento do atendimento especializado ao por- ficação de posturas;
tador de deficiência, ou a sua oferta irregular importa na responsa- III - legislação financeira e tributária, especialmente o imposto
bilidade da autoridade competente. predial e territorial progressivo e a contribuição de melhoria;
IV - transferência do direito de construir;
SEÇÃO XI V - parcelamento ou edificação compulsória;
DA SEGURANÇA PÚBLICA (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA VI - concessão do direito de construir;
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 103/2022) VII - servidão administrativa;
VIII - tombamento;
Art. 165-A A Guarda Civil Municipal - G.C.M, força de Segurança IX - desapropriação por interesse social, necessidade ou utili-
Pública, nos termos da Lei e do seu Estatuto Geral, é Órgão perma- dade pública;
nente, estruturada em carreira, baseada na hierarquia, na discipli- X - fundos destinados ao desenvolvimento urbano.
na, no princípio da preservação da vida, destinada à proteção de Art. 168 Na promoção do desenvolvimento urbano, observar-
bens, serviços, logradouros, equipamentos e instalações públicas -se-á:
do Município. I - ordenação do crescimento da cidade, prevenção e correção
§ 1º A G.C.M, será comandada por ocupante do cargo de Guar- de suas distorções;
da Civil Municipal, nos termos da Lei. II - contenção de excessiva concentração urbana;
§ 2º O Estatuto da Guarda Civil Municipal disporá sobre acesso, III - indução à ocupação do solo urbano edificável, ocioso ou
direitos, deveres, vantagens, regime de trabalho, sua forma de hie- subutilizado;
rarquia e disciplina; IV - adensamento condicionado à adequada disponibilidade de
§ 3º A investidura nos cargos da Guarda Civil Municipal far-se-á equipamentos urbanos e comunitários;
mediante concurso público de provas ou de provas e títulos; V - urbanização, regularização e titulação das áreas ocupadas
§ 4º A Lei poderá atribuir à Guarda Civil Municipal, função de por população de baixa renda;
apoio aos serviços municipais, afetos ao exercício do poder de polí- VI - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente, do
cia, no âmbito de sua competência, bem como de Agente de Trân- patrimônio histórico, cultural, artístico e arqueológico;
sito; VII - garantia do acesso adequado ao portador de deficiência
§ 5º A instituição concorrerá com os demais órgãos públicos de aos bens e serviços coletivos, logradouros e edifícios públicos, bem
segurança, na preservação da incolumidade pública do patrimônio como a edificações destinadas ao uso industrial, comercial e de ser-
na forma prevista em regulamento, além de atividades outras de viços, e de residencial multifamiliar.
peculiar interesse dos munícipes, colaborando com as autoridades VIII - garantia do pleno e efetivo direito a acessibilidade, espe-
policiais do Estado; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica cialmente a idosos e pessoas com deficiência. (Redação acrescida
nº 103/2022) pela Emenda à Lei Orgânica nº 97/2020)
IX - O direito à mobilidade urbana. (Redação acrescida pela
CAPÍTULO II Emenda à Lei Orgânica nº 98/2020)
DA ORDEM ECONÔMICA
SUBSEÇÃO II
SEÇÃO I DO PLANO DIRETOR
DA POLÍTICA URBANA
Art. 169 O Plano Diretor, aprovado pela maioria dos membros
SUBSEÇÃO I da Câmara, conterá:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS I - exposição circunstanciada das condições econômicas, finan-
ceiras, sociais, culturais e administrativas do Município;
Art. 166 O pleno desenvolvimento das funções sociais da cida- II - objetivos estratégicos, fixados com vistas à solução dos prin-
de e a garantia do bem-estar de sua população, objetivos da política cipais entraves ao desenvolvimento social;
urbana executada pelo Poder Público, serão assegurados, median- III - diretrizes econômicas, financeiras, administrativas, sociais,
te: de uso e ocupação do solo, de preservação ao patrimônio ambien-
I - formulação e execução do planejamento urbano; tal e cultural, visando a atingir os objetivos estratégicos e as respec-
II - cumprimento da função social da propriedade; tivas metas;
III - distribuição espacial adequada da população, das ativida- IV - ordem de prioridade, abrangendo objetivos e diretrizes;
des socioeconômicas, da infraestrutura básica e dos equipamentos V - estimativa preliminar do montante de investimentos e dota-
urbanos e comunitários; ções financeiras necessárias à implantação das diretrizes e consecu-
IV - integração e complementaridade das atividades urbanas e ção dos objetivos do Plano Diretor, segundo a ordem de prioridades
rurais, no âmbito da área polarizada do Município; estabelecidas;
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§ 2º As planilhas de custos serão atualizadas, quando houver II - na definição de áreas especiais a que se refere o art. 186,
alteração no preço de componentes da estrutura de custos de inciso V desta Lei Orgânica;
transporte, necessário à operação do serviço. III - na implantação de programas para redução do custo de
§ 3º É assegurado à entidade representativa da sociedade civil materiais de construção;
e à Câmara Municipal o acesso aos dados informadores da planilha IV - no desenvolvimento de técnicas para barateamento final
de custos, bem como a elementos da metodologia de cálculo, parâ- da construção;
metros e coeficientes técnicos. V - no incentivo a cooperativas habitacionais;
§ 4º Em caso de alteração ou atualização da planilha, receberá VI - na regularização fundiária e urbanização específica de fave-
a Câmara Municipal o acesso aos dados informadores da planilha las, loteamentos e núcleos rurais e distritais.
de custos, bem como a elementos da metodologia de cálculo, parâ- § 2º A lei orçamentária anual destinará ao Fundo de Habitacio-
metros e coeficientes técnicos. nal Popular recursos necessários à implantação de política habita-
§ 5º Deverá ser realizada audiência pública pelo Poder Executi- cional.
vo, antes do ato que reajustar tarifa do transporte coletivo, a fim de Art. 184 O Poder Público deverá promover licitação para exe-
que seja apresentado à sociedade civil o relatório de prestação de cução de conjuntos habitacionais ou loteamento com urbanização
contas dos serviços de transporte coletivo executados no ano cor- simplificada, assegurando:
rente, bem como a planilha de cálculos atualizadas com o pedido I - a redução do preço final das unidades;
de reajuste, não ficando o Poder Executivo condicionado ao resulta- II - a complementação da infraestrutura não implantada;
do da audiência para conceder o reajuste. (Redação acrescida pela III - a destinação exclusiva àqueles que não possuam outro imó-
Emenda à Lei Orgânica nº 99/2021) vel.
Art. 178 O equilíbrio econômico-financeiro dos serviços de § 1º Na implantação de conjunto habitacional, incentivar-se-á
transporte coletivo será assegurado pela compensação entre a re- a integração de atividades econômicas que promovam a geração de
ceita auferida e o custo total do sistema. empregos para a população residente, em equilíbrio com o meio
§ 1º O cálculo das tarifas abrange o custo da produção do ser- ambiente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32/1999)
viço e o custo de gerenciamento das concessões ou permissões § 2º Na desapropriação de área habitacional, decorrente de
e o controle do tráfego, levando em consideração a expansão do obra pública ou na desocupação de área de risco, o Poder Público
serviço, manutenção de padrões mínimos de conforto, segurança, será obrigado a promover reassentamento da população desaloja-
rapidez e justa remuneração dos investimentos. da.
§ 2º A fixação de qualquer tipo de gratuidade, no transporte § 3º Na implantação de conjuntos habitacionais e loteamentos
coletivo urbano só poderá ser feita mediante lei que contenha a com mais de cem unidades, é obrigatória a apresentação de rela-
fonte de recursos para custeá-la, executando-se os casos previstos tório de impacto ambiental e econômico-social, assegurada a sua
nesta Lei Orgânica. discussão em audiência pública. (Redação acrescida pela Emenda
Art. 179 O serviço de táxi será prestado preferencialmente nes- Constitucional nº 32/1999)
ta ordem: § 4º O Município, preferencialmente a venda ou doação de
I - por motorista profissional autônomo; seus imóveis, outorgará concessão de direito real de uso.
II - por associação de motoristas profissionais autônomos; § 5º O Poder Executivo implantará, nos distritos e núcleos habi-
III - por pessoa jurídica. tacionais rurais, programas habitacionais que atendam à população
Art. 180 As vias integrantes dos itinerários das linhas de trans- ali radicada.
porte coletivo de passageiros terão prioridade para pavimentação § 6º (Emenda à Lei Orgânica nº 48/2002 foi considerada in-
e conservação. constitucional pelo processo de Adin nº 1000.00.324337.5/001 -
Art. 181 O Poder Público construirá terminais de transporte co- 07/05/2003)
letivo urbano para onde possam convergir as linhas de ônibus dos Art. 185 A política habitacional do Município será executa-
principais corredores de transporte da cidade. da por órgão ou entidade específicos da Administração Pública, a
Art. 182 O Poder Executivo analisará solicitação de alteração no quem compete a gerência do fundo de habitação popular.
trânsito do Município, podendo aprovar, negar ou embargar atos a
seu critério e dará ciência de sua decisão ao Poder Legislativo, no SEÇÃO IV
prazo máximo de trinta dias. DO ABASTECIMENTO
Parágrafo Único - A alocação de recursos para investimentos
em pesquisa e a nova tecnologia de transporte e tráfego serão defi- Art. 186 O Município, nos limites de sua competência e em co-
nidas na lei que instituir o Plano Plurianual. operação com a União e o Estado, organizará o abastecimento, com
vistas a melhorar as condições de acesso à alimentação pela popu-
SEÇÃO III lação, especialmente a de baixo poder aquisitivo.
DA HABITAÇÃO Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade do disposto nes-
te artigo, cabe ao Poder Público, entre outras medidas:
Art. 183 Compete ao Poder Público formular e executar política I - planejar e executar programas de abastecimento alimentar,
habitacional, visando à ampliação da oferta de moradia, destinada, de forma integrada com os programas especiais de níveis federal,
prioritariamente, à população de baixa renda, bem como à melho- estadual e intermunicipal;
ria das condições habitacionais. (Ver Lei Municipal nº 5589/1995) II - dimensionar a demanda, em qualidade, quantidade e valor
§ 1º Para os fins deste artigo, o Poder Público atuará: de alimentos básicos consumidos pelas famílias de baixa renda;
I - na oferta de habitação e de lotes urbanizados à malha urba- III - incentivar a melhoria de sistema de distribuição varejista,
na existente; em áreas de concentração de consumidores de menor renda;
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IV - articular-se com órgãos e entidades executores da política II - na defesa, promoção e divulgação dos direitos do consumi-
agrícola nacional e regional, com vistas à distribuição de estoques dor;
governamentais, prioritariamente, aos programas de abastecimen- III - na fiscalização de qualidade, de preços e de pesos e me-
to popular; didas dos bens e serviços produzidos e comercializados em seus
V - implantar e ampliar os equipamentos de mercado atacadis- território;
ta e varejista, como galpões comunitários, feiras cobertas, feiras-li- IV - no apoio à organização da atividade econômica em coope-
vres e mercados distritais, garantindo o acesso a eles de produtos rativas e estímulo ao associativismo;
de varejista, por intermédio de suas entidades associativas; V - na democratização da atividade econômica.
VI - combater a intermediação comercial nociva ao equilíbrio Parágrafo Único - O município dispensará tratamento jurídico
entre a produção e o consumo de alimentos; diferenciado à pequena e microempresa assim definidos em lei,
VII - incentivar e apoiar a criação de cooperativas de consumo visando a incentiva-las pela simplificação de suas obrigações admi-
pelas associações e centros comunitários dos bairros, visando, es- nistrativas tributárias e creditícias, ou pelo eliminação ou redução
pecialmente, as famílias de baixa renda. destas por meio de lei.
Art. 191 A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pú-
SEÇÃO V blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
DA POLÍTICA RURAL explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
Art. 187 O município, nos limites de sua competência e em co- I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
operação com a União, com o Estado e com a iniciativa privada, sociedade;
estabelecerá política de desenvolvimentos do setor agropecuário, II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
visando: inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, traba-
I - utilização racional do solo, de acordo com a sua capacidade lhistas e tributários;
de uso, garantindo sua conservação e a preservação quantitativa e III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-
qualitativa dos recursos hídricos; ções, observados os princípios da administração pública;
II - geração, adaptação e difusão de conhecimentos tecnológico IV - a constituição e funcionamento dos conselhos de adminis-
e de mercado, necessários à diversificação das atividades de agri- tração e fiscal com a participação de acionistas minoritários;
cultura e de pecuária e ao desenvolvimento do setor agropecuário; V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
III - promoção da defesa sanitária animal e vegetal, bem como dade dos administradores. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ-
da fiscalização de insumos e produtos; nica nº 43/2000)
IV - promoção, incentivo e apoio ao fomento agrícola e ao esta- Parágrafo Único - As empresas públicas e as sociedades de eco-
belecimento de infraestrutura de uso coletivo para produzir, escoar, nomia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
estocar, industrializar e comercializar a safra agrícola; às do setor privado.
V - capacitar o homem do campo para o desenvolvimento das
atividades produtivas e proporcionar-lhe condições adequadas de SUBSEÇÃO II
moradia, saneamento básico, escola, assistência à saúde, transpor- DO TURISMO
te coletivo, esporte, lazer, segurança e comunicação, nos núcleos
habitacionais; Art. 192 O município, colaborando com os segmentos do setor,
VI - levantamento, tombamento e proteção de área de preser- apoiará e incentivará o turismo como atividade econômico, reco-
vação biológica; nhecendo-o como forma de promoção e desenvolvimentos social
VII - criação de um sistema econômico de assistência e incenti- e cultural.
vo ao pequeno produtor rural. Art. 193 Cabe ao Município, obedecidas as legislações federal
Art. 187 A - (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 104/2022) e estadual, definir a política municipal de turismo e as diretrizes e
Art. 188 Ficam asseguradas aos pequenos produtores, traba- ações, devendo:
lhadores rurais e suas organizações legais, assistência técnica e ex- I - adotar, por meio de lei, plano integrado e permanente de
tensão rural gratuitas. desenvolvimento do turismo em seu território;
Art. 189 Compete ao Município a elaboração e atualização pe- II - desenvolver efetiva infraestrutura turística;
riódica do Plano de Desenvolvimento Rural Integrado do Município, III - estimular e apoiar a produção agroindustrial artesanal e
em consonância com os planos estadual e federal e com a realidade o artesanato em geral, as feiras, exposições, eventos turísticos e
agropecuária. programas de orientação e divulgação de projetos municipais, bem
como elaborar o calendário de eventos; (Redação dada pela Emen-
SEÇÃO VI da Constitucional nº 32/1999)
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO IV - regulamentar o uso, ocupação e fruição de bens naturais e
culturais de interesse turístico, proteger o patrimônio ecológico e
SUBSEÇÃO I histórico-cultural e incentivar o turismo social;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS V - promover a conscientização do público para a preservação e
difusão dos recursos naturais e do turismo, como atividade econô-
Art. 190 O poder público, agente normativo e regulador da ati- mica e de fator de desenvolvimento;
vidade econômica exercerá, no âmbito de sua competência, as fun- VI - incentivar a formação de pessoal especializado para o aten-
ções de fiscalização, incentivo e planejamento, atuando: dimentos das atividades turística.
I - na restrição do abuso do poder econômico;
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e do quadro do pessoal das escolas municipais, os quais serão en- Art. 221 Fica instituída, no âmbito do Município, a patrulha me-
viados ao Prefeito no prazo máximo de cento e vinte dias, contados canizada, cuja finalidade é apoiar os pequenos produtores rurais na
da instalação da referida comissão. produção de alimentos de consumo pela população.
Parágrafo Único - O Poder Executivo submeterá à apreciação Art. 222 O projeto de lei de que trata o inciso IV do artigo 69
da Câmara os projetos de lei elaborados com base nos anteprojetos desta Lei Orgânica será encaminhado pelo Poder Executivo para dis-
mencionados no “caput”, no prazo de trinta dias, contados do rece- cussão e votação pela Câmara Municipal, até trinta de outubro de
bimento das propostas. 1990. (Ver Lei Municipal nº 4388/1989)
Art. 212 O Plano Diretor municipal será aprovado no prazo de Art. 223 Fica criado o Conselho Municipal de Defesa Social,
doze meses, a contar da promulgação da Lei Orgânica do Município. órgão colegiado consultivo das questões pertinentes à segurança
(Ver Leis Complementares nº 6, nº 8, nº 9, nº 10, nº 15 e nº 34 - do cidadão e da sociedade, coadjuvando, quando solicitado pelo
Plano Diretor) Município, nas tarefas de corrigir dados, estuda-los e propor as po-
Art. 213 O percentual mínimo de área verde por habitante, pre- líticas de;
visto o artigo 158, inciso V desta Lei Orgânica deverá ser atingido no a) saúde e assistência médica de urgência;
prazo máximo de cinco anos. b) proteção ao menor;
Art. 214 O município elaborará, no prazo de seis meses da pro- c) assistência a carentes e imigrantes;
mulgação desta Lei Orgânica, Plano Plurianual de Proteção e Con- d) proteção ambiental;
trole Ambiental, incluindo diagnósticos e programas detalhados de e) prevenção criminal;
preservação, reabilitação e melhoria de qualidade do meio ambien- f) tratamento de delinquentes;
te. g) segurança no trânsito;
Art. 215 Será realizado concurso público para provimento de h) prevenção e combate a incêndios.
servidores municipais, conforme art. 37, II, da Constituição Federal. Art. 224 No prazo de doze meses, contados da promulgação
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 41/2000) desta Lei Orgânica, será instituído o Conselho Municipal de Defesa
§ 1º Assegurar-se-á contagem de ponto por tempo de serviço, dos Direitos da Criança, do Adolescentes, do Portador de Deficiên-
como título, ao servidor público municipal estável, conforme art. 19 cias e do Idoso. (Ver Leis Municipais nº 4648/1991 e nº 5680/1995)
dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, submetido ao Art. 225 O número de Vereadores passará a ser vinte e um,
procedimento deste artigo, da seguinte forma: quando a população do Município ultrapassar a quinhentos mil ha-
I - um ponto a cada ano de serviço público neste município, bitantes.
obedecendo o limite de 20 (vinte) pontos. (Redação acrescida pela Art. 226 Será criado o Hino do Município, assim definido em lei.
Emenda à Lei Orgânica nº 41/2000) (Ver Lei Municipal nº 5081/1993)
§ 1º-. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007) Art. 227 Será criado o Distrito de Delta, na forma de lei. (Ver Lei
§ 2º O procedimento mencionado neste artigo ficará a cargo Municipal nº 4990/1992)
dos Poderes do Município, respeitadas a sua harmonia e indepen- Art. 228 Respeitados os direitos eventualmente adquiridos, o
dência, consignadas no artigo 173 da Constituição do Estado de Mi- Poder Executivo Municipal, dentro dos noventa dias seguintes à
nas Gerais. promulgação desta Lei Orgânica, fará a revisão dos instrumentos
Art. 216 Os efeitos da Resolução nº 730, de 12 de outubro e jurídicos, com base de passageiros por ônibus, tendo em vista as-
1989, da Câmara Municipal, retroagem ao mês de janeiro de 1989, segurar, na concessão, permissão ou autorização de tais serviços, a
para todos os seus efeitos. observância, dentre outros requisitos legais, do regime licitatório.
Art. 217 Fica criado o Programa Municipal de Proteção e Defesa Art. 229 A lei criará a Banda de Música Municipal. (Ver Lei Mu-
do Consumidor - PROCON, a ser regulamentado por lei de iniciativa nicipal nº 4823/1992)
do Poder Executivo. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº Art. 230 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 103/2022)
11/1994) Art. 231 A lei criará e regulamentará o Conselho Municipal de
Art. 218 É mantido o atual território do Município, cujos limites Cultura. (Ver as Leis Municipais nº 3130/1981 e nº 5701/1995)
são poderão ser alterados nos termos da Constituição do Estado de Art. 232 A lei criará e regulamentará o Conselho Municipal de
Minas Gerais. Educação. (Ver Lei Complementar nº 22/1992)
Parágrafo Único - Depende da lei da criação, organização e su- Art. 233 Será criada uma usina asfáltica municipal, na forma
pressão de distritos ou subdistritos, observada a legislação estadu- de lei.
al. Art. 234 . (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007)
Art. 219 Fica criada a Universidade Municipal de Uberaba, na Art. 235 A publicação de leis e atos municipais será feita pelo
forma de lei especial. (Ver Lei Complementar nº 16/1991) Diário Oficial do Município, a ser criado por lei. (Ver Lei Municipal
Art. 219-A A privatização de unidades educacionais municipais nº 5591/1995)
de ensino superior e de fundações municipais de ensino superior Parágrafo Único - Enquanto não for criado o Diário Oficial do
somente se dará mediante Lei, aprovada por dois terços dos mem- Município, as publicações serão efetuadas em jornal diário de gran-
bros da Câmara Municipal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ- de circulação no Município.
nica nº 69/2009) Art. 236 O setor competente para a organização do trânsito
Art. 220 Fica criado, no Município, o Centro de Produtor Ru- urbano municipal deverá elaborar planejamento e normas de sua
ral, que deverá reunir serviços essenciais de apoio à agricultura paliação, no prazo de cento e oitenta dias, a contar da promulgação
e à pecuária, de conformidade com a Lei. (Ver Lei Municipal nº desta lei, visando à melhoria do fluxo e da sinalização urbana.
5222/1993) Art. 237 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2007)
Art. 238 Será criada por lei a Comissão Municipal de Defesa
Civil.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO
Uberaba(MG), 21 de março de 1990. Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público
municipal:
I - a nacionalidade brasileira ou, se estrangeiro, na forma esta-
LEI COMPLEMENTAR Nº 392/2008, (DISPÕE SOBRE O REGI- belecida em lei;
ME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO II - o gozo dos direitos políticos;
DE UBERABA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS) III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de 18 (dezoito) anos;
LEI COMPLEMENTAR Nº 392/2008 VI - aptidão física e mental para o exercício do cargo, declarada
(VIDE LEI COMPLEMENTAR Nº 649/2023, DECRETO Nº por médico oficial.
4076/2023, LEI Nº 12.842/2018)(VIDE REGULAMENTAÇÃO § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
DADA PELOS DECRETOS Nº 202/2009, Nº 949/2009 E Nº outros requisitos estabelecidos em lei.
1742/2022) § 2º As pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi-
to de se inscrever em concurso público para provimento de cargos
Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Mu- cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
nicípio de Uberaba e dá outras providências. portadoras, para as quais será reservado um percentual das vagas
oferecidas, na forma prevista em lei.
O Povo do Município de Uberaba, Estado de Minas Gerais, por § 3º Os demais requisitos, para o ingresso e o desenvolvimento
seus representantes na Câmara Municipal, aprova e eu, Prefeito do servidor na carreira, serão estabelecidos pela lei que dispuser
Municipal, em seu nome, sanciono a seguinte Lei Complementar: sobre o plano de carreira e seus regulamentos.
§ 4º Ficam reservadas aos negros, 20% (vinte por cento) das
TÍTULO I vagas oferecidas nos concursos públicos no âmbito do Poder Exe-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES cutivo, suas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades
de economia mista controladas pelo Município, na forma prevista
Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídico dos em Lei. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 496/2015)
servidores públicos do Município de Uberaba, de suas Autarquias e Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato
Fundações Públicas e da Câmara Municipal, respeitada, neste caso, da autoridade competente de cada Poder, do dirigente superior de
a sua competência privativa. Autarquia ou de Fundação Pública.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor é a Art. 7º São formas de provimento de cargo público:
pessoa legalmente investida em cargo público. I - nomeação;
§ 1º Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, e aos II - (Revogado pela Lei Complementar nº 583/2018)
estrangeiros, na forma da lei, são criados por lei, com denominação III - reversão;
própria, número certo, jornada de trabalho específica e remunera- IV - reintegração;
ção paga pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo V - aproveitamento;
ou em comissão. VI - recondução.
§ 2º Os cargos de provimento efetivo poderão ser isolados ou
organizados em carreira. SEÇÃO II
§ 3º Os cargos em comissão são os que envolvem atividades de DO CONCURSO PÚBLICO
direção, chefia e assessoramento, bem como de assistência direta e
imediata e são de livre nomeação e exoneração. Art. 8º O concurso para provimento de cargos públicos será de
Art. 3º A classificação, as atribuições e a organização dos cargos provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a comple-
e das carreiras serão estabelecidas em lei. xidade do cargo, e atenderá os demais requisitos da lei que dispuser
Art. 4º É proibida a prestação de serviço público gratuito, salvo sobre o plano de carreira e seus regulamentos.
os casos previstos em lei. Art. 9º O concurso público terá validade de até 02 (dois) anos,
contados de sua homologação, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
realização serão fixados em edital.
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LEGISLAÇÃO
§ 2º Não se abrirá novo concurso público enquanto houver can- I - o Prefeito, aos secretários municipais e demais autoridades
didato aprovado em concurso anterior, para o mesmo cargo, com a estes equivalentes, inclusive aos dirigentes de autarquias e fun-
prazo de validade não expirado. dações públicas;
§ 3º É vedada a nomeação de candidato habilitado em concur- II - os dirigentes de Autarquias e Fundações aos ocupantes de
so, após a expiração do prazo de validade. cargos em comissão, de funções e cargos efetivos da respectiva en-
tidade;
SEÇÃO III III - o secretário de administração ou titular de outro órgão de
DA NOMEAÇÃO atribuições afins, aos demais ocupantes de cargos em comissão e
aos servidores efetivos;
Art. 10 A nomeação far-se-á: IV - O Presidente da Câmara, ao Diretor, e este, aos demais ser-
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento vidores da estrutura organizacional do Poder Legislativo.
efetivo; Art. 16 Exercício é o efetivo desempenho, pelo servidor, das
II - em comissão quando o cargo for declarado em lei como atribuições do cargo público ou função no qual fora investido.
sendo de confiança, de livre nomeação e exoneração. Parágrafo único. É o exercício que indica o início do direito as
§ 1º A nomeação para cargo de provimento efetivo depende vantagens do cargo ou função.
de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas Art. 17 O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer-
e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua va- cício serão registrados no prontuário individual do servidor.
lidade. Art. 18 A autoridade competente do órgão onde for nomeado
§ 2º O servidor ocupante de cargo em comissão poderá ser no- ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
meado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de con- Art. 19 O exercício do cargo terá início:
fiança, sem prejuízo das atribuições daquele então ocupado, hipó- I - no prazo de até 15 (quinze) dias, contados da data da posse;.
tese em que deverá optar pela remuneração de um deles, durante II - Na data da publicação oficial do ato, no caso de reintegra-
o período da interinidade. ção, aproveitamento, reversão, redistribuição e recondução. (Reda-
ção dada pela Lei Complementar nº 583/2018)
SEÇÃO IV § 1º O exercício de cargo em comissão e função de confiança
DA POSSE E DO EXERCÍCIO dar-se-á a partir da publicação do ato de nomeação e designação,
respectivamente.
Art. 11 A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. § 2º No caso de remoção, o prazo para exercício de servidor em
Art. 12 Posse é a investidura em cargo público, momento que férias, licença ou afastamento será contado da data em que retor-
indica o início dos direitos e dos deveres do cargo e gera as restri- nar ao serviço.
ções, impedimentos e incompatibilidades. § 3º O servidor empossado que não entrar em exercício dentro
Art. 13 A posse dar-se-á mediante ato da autoridade compe- do prazo fixado, será exonerado do cargo ou dispensado da função.
tente, formalizada pela assinatura do respectivo termo, no qual o Art. 20 Nenhum servidor poderá estar em exercício em órgão
empossado se compromete a bem e fielmente desempenhar as diferente daquele em que estiver lotado, salvo prévia autorização
atribuições, deveres e responsabilidades do cargo. da autoridade competente nos termos da lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de até 15 (quinze) dias, conta- Art. 21 A evolução do servidor na carreira não interrompe o
dos da publicação do ato de nomeação. tempo de exercício.
§ 2º A posse poderá dar-se mediante procuração específica,
com firma reconhecida em cartório. SEÇÃO V
§ 3º Em se tratando de servidor em licença ou em outro afasta- DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
mento legal, o prazo será contado do seu término.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por Art. 22 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
nomeação. de provimento efetivo ficará sujeito ao estágio probatório pelo perí-
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará, obrigatoriamen- odo de 03 (três) anos de efetivo exercício, neste período serão ava-
te, declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e liados os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei Complementar
declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou nº 549/2017)
função pública, bem como os demais elementos necessários ao as- I - assiduidade;
sentamento individual. II - disciplina;
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse III - idoneidade moral;
não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo. (Vide Decreto IV - aptidão;
nº 5570/2020) V - dedicação ao serviço;
Art. 14 A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção VI - produtividade e eficiência;
do serviço médico oficial do Município ou, em sua falta, de quem VII - responsabilidade;
este indicar. VIII - aptidão física e mental para o exercício do cargo, a ser afe-
Parágrafo único. A posse do servidor efetivo que for nomea- rida, semestralmente, pela Medicina Oficial do Município. (Redação
do para outro cargo dependerá de prévia inspeção médica, mesmo acrescida pela Lei Complementar nº 583/2018)
que se encontre em exercício. § 1º A avaliação de que trata o caput será realizada em, no má-
Art. 15 São competentes para dar posse: ximo, a cada 06 (seis) meses por Comissão instituída especialmente
para essa finalidade.
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LEGISLAÇÃO
§ 2º Poderá ser contado, para os fins deste artigo, o tempo de SEÇÃO VII
estágio probatório cumprido em um cargo público municipal de DA READAPTAÇÃO
provimento efetivo no caso de nomeação para outro cargo públi-
co municipal de provimento efetivo, na hipótese de pertencerem Art. 27 Readaptação Funcional consiste na investidura provisó-
à mesma carreira e possuírem atribuições similares e a mesma ha- ria do servidor estável em atribuições e responsabilidades compa-
bilitação. tíveis com a limitação que sofreu na capacidade física ou mental,
Art. 23 O procedimento para a Avaliação de Desempenho de verificada em inspeção médica oficial e análise de Comissão Multi-
que trata esta Seção obedecerá ao disposto em regulamento. disciplinar, na forma de Decreto.
Art. 24 Ao servidor em estágio probatório será permitido o Parágrafo único. A readaptação dar-se-á em atribuições de fun-
exercício de cargo em comissão, assim como serão concedidas as ção pública municipal, equivalente à mesma carreira do cargo efe-
licenças e o afastamento: (Redação dada pela Lei Complementar tivo, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e seme-
nº 549/2017) lhança na complexidade das atribuições do cargo efetivo. (Redação
I - por motivo de doença em pessoa da família; dada pela Lei Complementar nº 583/2018)
II - para tratamento da própria saúde; Art. 28 A readaptação far-se-á, de ofício ou a pedido, quando
III - para prestação do serviço militar; se verificarem modificações limitativas das condições de saúde do
IV - para atividade política, nos termos da lei; servidor, que diminuam ainda que parcialmente, a capacidade para
V - licença maternidade e paternidade, nos termos da lei; o exercício das atribuições do cargo. (Redação dada pela Lei Com-
VI - afastamento para exercício de mandato eletivo. (Redação plementar nº 583/2018)
acrescida pela Lei Complementar nº 549/2017) Art. 29 Confirmada a limitação da capacidade laborativa em
§ 1º O estágio probatório fica suspenso durante as hipóteses inspeção médica oficial, dar-se-á a readaptação, com análise de Co-
previstas nos incisos I a VI deste artigo, sendo retomado a partir do missão Multidisciplinar, na forma de regulamento. (Redação dada
seu término. (Redação dada pela Lei Complementar nº 549/2017) pela Lei Complementar nº 583/2018)
§ 2º No caso de remoção de servidor em estágio probatório, a Parágrafo único. Somente poderá ser readaptado servidor es-
Avaliação de Desempenho será feita pelo órgão de origem e pelo tável.
órgão da atual lotação do servidor, relativamente a cada período. Art. 30 O servidor em processo de readaptação funcional deve
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar nº 483/2014) ser submetido, semestralmente, a inspeção médica realizada pelo
§ 4º O exercício do cargo em comissão suspende o estágio pro- órgão municipal competente, a fim de ser verificada a permanên-
batório se as atribuições comissionadas não forem relacionadas às cia ou não das condições que requerem sua readaptação. (Redação
atribuições do cargo efetivo. (Redação acrescida pela Lei Comple- dada pela Lei Complementar nº 583/2018)
mentar nº 549/2017) § 1º Complementarmente à inspeção médica prevista no
§ 5º Para fins do disposto no § 4º deste artigo, a correlação “caput”, será realizada avaliação acerca da adequação do servidor
entre as atribuições do cargo efetivo e as atribuições do cargo em às novas funções e satisfatoriedade do exercício das mesmas, na
comissão será analisada pela Comissão de Avaliação de Desem- forma de regulamento.
penho do Servidor em Estágio Probatório (CADEP), com base nas § 2º Ao final de 02 (dois) anos, deve ser expedido pela Comis-
atribuições legais de cada cargo, já definido em Lei Complementar. são Multidisciplinar, laudo conclusivo para a concessão de readap-
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº 549/2017) tação funcional do servidor, que pode constatar a recuperação da
§ 6º A correlação verificada nos termos do § 5º deste artigo capacidade do servidor em retornar às atribuições legais do cargo
será regulamentada por Decreto do Poder Executivo. (Redação ou se considerado incapaz para o serviço público, encaminhará à
acrescida pela Lei Complementar nº 549/2017) Medicina Oficial do Município, para manifestação. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 583/2018)
SEÇÃO VI § 3º No caso de impossibilidade de Readaptação Funcional, a
DA ESTABILIDADE Medicina Oficial do Município deve recomendar ao Instituto de Pre-
vidência Social dos Servidores Públicos do Município de Uberaba
Art. 25 Serão estáveis os servidores que, nomeados para cargo - IPSERV, a verificação da possibilidade de aposentadoria por invali-
de provimento efetivo, cumprirem satisfatoriamente o período de dez. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 583/2018)
estágio, nos termos dos arts. 22 a 24 desta Lei Complementar. Art. 31 O ato de readaptação, a prorrogação da readaptação e
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 549/2017) a reversão da readaptação funcional devem ser devidamente publi-
§ 2º O servidor estável pode ser removido pela administração, cados no Diário Oficial do Município.
conforme as conveniências do serviço sem qualquer ofensa à sua Parágrafo único. O servidor readaptado deve cumprir a jornada
estabilidade. legal estabelecida para o cargo público que corresponde à função
Art. 26 O servidor público estável só perderá o cargo: pública na qual se deu a readaptação funcional. (Redação dada pela
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; Lei Complementar nº 583/2018)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
rada a ampla defesa; SEÇÃO VIII
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- DA REVERSÃO
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa;
IV - na hipótese prevista no artigo 169, § 4º, da Constituição Art. 32 Reversão é o retorno à atividade do servidor aposenta-
Federal. do por invalidez quando, por junta médica oficial, forem declarados
insubsistentes os motivos determinantes da aposentadoria.
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LEGISLAÇÃO
I - uma Secretaria para outra ou de uma unidade administrativa Art. 52 Remuneração é o vencimento do cargo público ou
outra, dentro da mesma Secretaria; função pública, correspondente ao padrão ou nível fixado em lei,
II - uma localidade para outra, dentro do território do Municí- acrescido das vantagens pecuniárias, permanentes ou temporárias,
pio, no âmbito de cada Secretaria. estabelecidas em lei.
§ 1º A remoção destina-se a preencher vaga existente na uni- Art. 53 O vencimento do servidor público somente poderá ser
dade ou localidade, vedado seu processamento quando não houver fixado ou alterado por lei específica, observada a iniciativa privativa
vaga a ser preenchida, nos termos definidos em regulamento. em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
§ 2º A remoção por permuta será processada a requerimento data e sem distinção de índices.
de ambos os interessados, com anuência das autoridades compe- § 1º É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
tentes, e somente será autorizada nos termos definidos em regu- pécies remuneratórias, para efeito de remuneração de pessoal do
lamento. serviço público.
§ 3º A remoção realizada de ofício será obrigatória para o ser- § 2º Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
vidor, obedecidos: não serão computados nem acumulados, para o fim da concessão
I - tempo de serviço; de acréscimo ulterior.
II - classificação no concurso. § 3º O vencimento, acrescido das vantagens de caráter perma-
nente, dos ocupantes de cargos e funções públicos é irredutível.
SEÇÃO II § 4º Os subsídios dos agentes políticos serão fixados por Lei de
DA REDISTRIBUIÇÃO iniciativa da Câmara Municipal, observado o artigo 29, V, da Cons-
tituição Federal.
Art. 48 Redistribuição é o deslocamento do cargo efetivo e o § 5º O mês de março é considerado data base das revisões anu-
conjunto de suas respectivas atribuições, para quadro de pessoal ais dos vencimentos dos servidores públicos municipais ativos da
de outro órgão ou entidade do mesmo Poder, resguardada a equi- Administração Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo
valência de atribuições e vencimentos e a compatibilidade com a do Município, observando-se aos requisitos dispostos em Lei Espe-
estrutura e funções do órgão ou entidade, observado sempre o in- cífica que trata da fixação ou alteração do índice de revisão geral.
teresse da Administração. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 513/2016)
§ 1º A redistribuição dar-se-á exclusivamente para ajustamento § 6º O disposto nesta Lei não prejudica eventuais reposições
dos quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos salariais decorrentes de adequações setoriais feitas em quadros
casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. funcionais da administração pública direta, autárquica e fundacio-
§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores nal. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 513/2016)
estáveis que não puderem ser redistribuídos, por inexistência de Art. 54 Salvo por imposição legal ou mandado judicial, nenhum
vagas, inclusive, na forma deste artigo, serão colocados em disponi- desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.(Regulamenta-
bilidade até seu aproveitamento na forma dos artigos 36 a 39. do pelo Decreto nº 2924/2014)
Parágrafo único. Mediante autorização expressa do servidor,
CAPÍTULO IV poderá haver consignação em sua folha de pagamento a favor de
DA SUBSTITUIÇÃO terceiros, a critério da Administração, na forma definida em regu-
lamento.
Art. 49 Haverá substituição nos impedimentos ocasionais ou Art. 55 Os ressarcimentos e indenizações ao Erário Municipal
temporários dos ocupantes de cargos em comissão, sem que ao serão descontados em parcelas mensais não excedentes à quinta
substituto caiba direito de ser provido efetivamente no cargo. parte do vencimento básico acrescido das vantagens de caráter
Art. 50 O substituto fará jus à remuneração pelo exercício do permanente ou do provento, em valores atualizados observada a
cargo em comissão ou de função de confiança. exceção prevista no § 1º do art. 157, sendo prioritárias sobre aque-
§ 1º A substituição dependerá de ato de designação da autori- las consignações autorizadas pelo servidor a que se referem o pará-
dade competente. grafo único do art. 54. (Regulamentado pelo Decreto nº 1395/2013)
§ 2º O substituto, durante o tempo de substituição, poderá op- § 1º O recebimento de quantias indevidas poderá implicar pro-
tar pela remuneração do cargo de que for titular ou do cargo que cesso disciplinar para apuração das responsabilidades e aplicação
substituir, quando a substituição for superior a 30 (trinta) dias con- das penalidades cabíveis.
secutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que § 2º O servidor que receber dos cofres públicos, vantagens in-
excederem o referido período. devidas será punido, se tiver agido de má-fé, respondendo em qual-
quer caso pelo ressarcimento, em valores atualizados, da quantia
TÍTULO III recebida, solidariamente com quem tiver autorizado o pagamento.
DOS DIREITOS E VANTAGENS Art. 56 O servidor em débito com o Erário Municipal que for
demitido, exonerado ou que tiver a sua aposentadoria ou disponi-
CAPÍTULO I bilidade cassada, deverá quitá-lo com os recursos das verbas resci-
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO sórias, e, caso estes sejam insuficientes, ser-lhe-á concedido o prazo
de 60 (sessenta) dias para fazê-lo.
Art. 51 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exer- Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
cício de cargo público correspondente ao padrão ou nível fixado em implicará na sua inscrição em dívida ativa, devendo ser atendido o
Lei. devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
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LEGISLAÇÃO
Art. 57 O vencimento, a remuneração e o provento não serão § 2º As diárias não integram o vencimento ou o provento, para
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos previstos qualquer efeito.
em lei ou resultantes de decisão judicial. § 3º O servidor incluído neste artigo deverá prestar conta deta-
lhada, incluindo o objetivo da viagem e resultados.
SEÇÃO ÚNICA
DA JORNADA DE TRABALHO E DA FREQUÊNCIA SEÇÃO II
DOS AUXÍLIOS PECUNIÁRIOS
Art. 58 Os ocupantes de cargos de provimento efetivo ficam
sujeitos à jornada estabelecida em lei para os respectivos cargos, Art. 63 Poderão ser concedidos ao servidor os seguintes auxí-
respeitada a jornada máxima de 40 (quarenta) horas semanais de lios pecuniários, de acordo com a disponibilidade de recursos:
trabalho, facultado a cada Poder dispor de forma diversa. I - auxílio-alimentação;
§ 1º Nos órgãos e locais cujas atividades são de natureza inin- II - auxílio-transporte.
terrupta e permanente, e observada a necessidade do serviço e o
interesse público, poderá ser estabelecido o regime de trabalho SUBSEÇÃO I
mediante compensação de horários com escalas de revezamento. DO AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO
§ 2º Salvo expressa disposição legal em contrário, o exercício de
cargo em comissão e função de confiança exigirá de seu ocupante Art. 64 O auxílio-alimentação será devido ao servidor ativo, na
integral dedicação ao serviço, com jornada mínima de 40 (quarenta) forma e condições estabelecidas em lei.
horas semanais, podendo ser convocado quando houver interesse
da Administração. SUBSEÇÃO II
§ 3º. (Revogado pela Lei Complementar nº 616/2020) DO AUXÍLIO-TRANSPORTE
Art. 59 A frequência será apurada por meio de ponto.
§ 1º Ponto é o registro da entrada e da saída dos servidores, Art. 65 O auxílio-transporte será devido ao servidor ativo nos
pelo qual se verificará a sua frequência. deslocamentos da residência para o trabalho e do trabalho para
§ 2º Nos registros de ponto, deverão ser lançados todos os ele- a residência, na forma estabelecida em regulamento e, exclusiva-
mentos necessários à apuração da frequência. mente, em transporte coletivo. (Regulamentado pelo Decreto nº
§ 3º O controle de frequência do servidor público far-se-á, pre- 6316/2020)
ferencialmente, por meio do registro eletrônico do ponto.
Art. 60 O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar SEÇÃO III
ao serviço, sem motivo justificado. DAS GRATIFICAÇÕES
§ 1º Salvo os casos expressamente previstos, é vedado dispen-
sar o servidor do registro de ponto e abonar falta ao serviço. Art. 66 Serão deferidas aos servidores as seguintes gratifica-
§ 2º Poderá haver compensação do horário de trabalho não ções:
cumprido integralmente, observados os limites e condições defini- I - gratificação pelo exercício de cargo de provimento em comis-
dos em regulamento. são ou de função gratificada;
§ 3º Não será devido o repouso semanal remunerado, quando, II - gratificação natalina;
sem motivo justificado, o servidor tiver faltado na semana anterior, III - gratificação por encargo de curso ou concurso;
bem como os dias de feriado, se na semana houver. IV - gratificação pelo exercício do cargo em local distante;
V - gratificação pelo exercício de atividade penosa.
CAPÍTULO II Parágrafo único. As gratificações de que trata este artigo:
DAS VANTAGENS I - salvo aquela prevista no inciso II, serão acrescidas ao venci-
mento básico, dele se destacando;
Art. 61 Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as II - não integrarão a remuneração para nenhum efeito, sendo
seguintes vantagens, entre outras previstas em lei: devidas por ocasião de férias e da gratificação natalina, na forma
I - indenizações; da lei;
II - auxílios pecuniários; III - serão inacumuláveis com outras vantagens de espécie se-
III - gratificações; melhante.
IV - adicionais.
SUBSEÇÃO I
SEÇÃO I DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO DE PROVI-
DAS INDENIZAÇÕES MENTO EM COMISSÃO OU DE FUNÇÃO GRATIFICADA
Art. 62 Constituem indenizações as diárias pagas ao servidor Art. 67 Ao servidor investido em cargo de provimento em co-
que, a serviço, se afastar da sede, em caráter eventual ou transitó- missão ou em função gratificada poderá ser devida uma gratificação
rio, para outro ponto do território do país ou fora dele.(Regulamen- pelo seu exercício, na forma da lei.
tado pelo Decreto nº 1676/2014 nº 5246/2016) § 1º A gratificação pelo exercício de cargo de provimento em
§ 1º Na hipótese do caput deste artigo, o servidor fará jus a pas- comissão corresponderá à diferença entre o valor do vencimento
sagens e diárias, para cobrir as despesas de pousada, alimentação básico do cargo efetivo e o valor estabelecido em lei para o cargo de
e transporte. provimento em comissão.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO
§ 2º Função gratificada é a função de confiança instituída em I - o valor da gratificação será calculado em horas, e seus valo-
lei para atender a encargo de chefia, que não justifique a criação de res fixados em percentuais incidentes sobre o menor vencimento
cargo de provimento em comissão. básico da Administração Direta do Poder Executivo Municipal, ob-
§ 3º Não será considerado motivo para supressão, nos termos servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;
da lei, da gratificação de que trata o caput deste artigo, o servidor II - a retribuição, observadas a natureza e a complexidade da
que se ausentar em virtude dos afastamentos previstos no art. 127, atividade exercida, não poderá ser superior ao equivalente a 120
de férias regulamentares, de licença para tratamento de saúde, de (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex-
licença paternidade e à gestante ou dos serviços obrigatórios por cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada
lei. pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori-
zar o acréscimo na forma estabelecida em regulamento.
SUBSEÇÃO II § 2º A gratificação por encargo de curso ou concurso somente
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA será devida se as atividades referidas nos incisos do caput deste
artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
Art. 68 A gratificação natalina corresponderá a 1/12 (um doze o servidor for titular e com estas não se confundirem.
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
bro, por mês de exercício, no respectivo ano. (Regulamentado pelo SUBSEÇÃO IV
Decreto nº 690/2021) DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DO CARGO EM LOCAL
§ 1º No caso de remuneração composta de vantagem de cará- DISTANTE
ter temporário cujo valor seja variável, será considerada a média
aritmética dos valores recebidos, sob tal título, no respectivo exer- Art. 72 A gratificação pelo exercício do cargo em local distan-
cício. te destina-se a compensar o servidor que, no interesse do servi-
§ 2º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será conside- ço, tiver exercício em unidade localizada nos perímetros urbanos
rada como mês integral. dos Núcleos de Desenvolvimento que compreendem os limites das
§ 3º Poderá haver adiantamento de metade do valor da gratifi- áreas urbanas e de transição urbana, na forma estabelecida em re-
cação natalina, nos termos de regulamento. gulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 513/2016)
Art. 69 O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata- (Regulamentado pelo Decreto nº 5247/2016)
lina, proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, calculada § 1º O valor da gratificação será fixado em percentuais equi-
sobre a remuneração do mês de exoneração. (Regulamentado pelo valentes a, no mínimo, 20% (vinte por cento) e, no máximo, 40%
Decreto nº 690/2021) (quarenta por cento) do menor vencimento básico da Administra-
Art. 70 A gratificação natalina não será considerada para cálcu- ção Direta do Poder Executivo Municipal.
lo de qualquer vantagem pecuniária. (Regulamentado pelo Decreto § 2º Será descontado o valor proporcional da gratificação de
nº 690/2021) que trata este artigo, por motivo de falta injustificada do servidor.
Art. 71 A gratificação por encargo de curso ou concurso é de- Art. 73 Será devida gratificação pelo exercício de atividade pe-
vida ao servidor que, em caráter eventual: (Regulamentado pelo nosa, assim considerada aquela desempenhada em locais e condi-
Decreto nº 132/2009) ções que a justifiquem, por causarem desgaste psicofisiológico, nos
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol- termos, condições e limites fixados em regulamento.
vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da § 1º O valor da gratificação será fixado em percentuais equiva-
administração pública municipal; lentes a, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) do menor ven-
II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa- cimento básico da Administração Direta do Poder Executivo Muni-
mes orais, para análise curricular, para correção de provas discursi- cipal.
vas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de § 2º Será descontado o valor proporcional da gratificação de
recursos intentados por candidatos; que trata este artigo, por motivo de falta injustificada do servidor.
III - participar da logística de preparação e de realização de
concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde- SEÇÃO IV
nação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais DOS ADICIONAIS
atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições perma-
nentes; Art. 74 Serão deferidos aos servidores os seguintes adicionais:
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de con- I - adicional por tempo de serviço;
curso público ou supervisionar essas atividades. II - adicional pelo exercício de atividades em condições insalu-
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de bres ou perigosas;
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os III - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
seguintes parâmetros: IV - adicional noturno.
Parágrafo único. Os adicionais de que trata este artigo, salvo
disposição legal em contrário:
I - serão acrescidos ao vencimento básico, dele se destacando;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO
II - não integrarão a remuneração para nenhum efeito, sendo Art. 82 A servidora gestante ou lactante será afastada, enquan-
devidos por ocasião de férias e da gratificação natalina, na forma to durar a gestação e a lactação, das atividades e operações de que
da lei; trata o art. 79, exercendo suas atividades em local salubre e em
III - serão inacumuláveis com outras vantagens de espécie se- serviço não perigoso. (Regulamentado pelo Decreto nº 5891/2020)
melhante. Art. 83 Os locais de trabalho e os servidores que operam com
Raios X ou substâncias radioativas devem ser mantidos sob contro-
SUBSEÇÃO I le permanente, de modo que as doses de radiação ionizantes não
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.(Regula-
mentado pelo Decreto nº 5891/2020)
Art. 75 Ao servidor público estável com regular ingresso no ser- Art. 84 O adicional pelo desempenho de atividade insalubre ou
viço público municipal até a data de publicação da Emenda à Lei perigosa não se confunde com a vantagem prevista no art. 73 e com
Orgânica do Município nº 64, de 14/07/2007, fica assegurado o di- ela não se acumula. (Regulamentado pelo Decreto nº 5891/2020)
reito ao adicional por tempo de serviço adquirido a cada período de
05 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público municipal, na SUBSEÇÃO III
razão de 10% (dez por cento) sobre seu vencimento básico, o qual a DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
este se incorpora para efeito de aposentadoria.
Parágrafo único. Para efeitos do disposto neste artigo, os ser- Art. 85 Será permitido serviço extraordinário para atender às
vidores integrantes da Carreira do Magistério obedecerão à legis- necessidades do serviço, em situações excepcionais e temporárias,
lação específica. devidamente autorizado pela autoridade máxima do órgão.
§ 1º O adicional de que trata o “caput” será remunerado com
SUBSEÇÃO II acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSI- de trabalho.
DADE § 2º Somente será permitido serviço extraordinário, nas situa-
ções previstas pelo caput deste artigo, respeitados os limites e con-
Art. 76 Os servidores que trabalham com habitualidade em lo- dições definidos em regulamento.
cais insalubres, atividades ou operações perigosas, fazem jus a um § 3º Nos regimes de escalas a que se refere o art. 58, § 1º, o
adicional, observadas as disposições desta Subseção. (Regulamen- trabalho prestado nos sábados, domingos, feriados e pontos facul-
tado pelo Decreto nº 5891/2020) tativos são considerados dias normais de trabalho, não devendo,
Art. 77 O exercício de trabalho em condições insalubres asse- portanto, serem remunerados como período extraordinário.
gura a percepção de adicional de 40% (quarenta por cento), 20% Art. 86 Ao ocupante de cargo de provimento em comissão ou
(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do menor vencimento bási- de função de confiança não será devido o adicional de que trata
co percebido na Administração Pública Municipal, segundo se clas- este artigo, o qual também não poderá ser percebido, cumulativa-
sifiquem, respectivamente, nos graus máximo, médio e mínimo. mente, com outros previstos em lei ou regulamento.
(Regulamentado pelo Decreto nº 5891/2020)
Art. 78 O trabalho em condições de periculosidade assegura ao SUBSEÇÃO IV
servidor um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o vencimen- DO ADICIONAL NOTURNO
to básico, sem os acréscimos de outras vantagens. (Regulamentado
pelo Decreto nº 5891/2020) Art. 87 O serviço noturno, prestado em horário compreendido
Art. 79 São consideradas atividades ou operações insalubres entre 22:30 (vinte e duas horas e tinta minutos) de um dia e 05:30
aquelas que, pela natureza, pelas condições ou pelo método de (cinco horas e trinta minutos) do dia seguinte, terá o valor-hora
trabalho, exponham os servidores a agentes nocivos à saúde, em acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada
nível superior ao da tolerância fixada, em razão da natureza e do hora como 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.
tempo de exposição aos seus efeitos. (Regulamentado pelo Decreto Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário o
nº 5891/2020) acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
§ 1º A caracterização e a classificação e a descaracterização ou prevista no art. 85.
reclassificação de insalubridade e de periculosidade far-se-ão atra-
vés de perícia, elaborada pelo serviço de segurança e medicina do CAPÍTULO III
trabalho oficial do Município. DAS FÉRIAS
§ 2º A definição de trabalhos de natureza especial, com risco
de vida e saúde deverá obedecer às condições disciplinadas pela Art. 88 Após o período de 12 (doze) meses de efetivo exercício,
legislação expedida pelo Ministério do Trabalho e regulamentadas o servidor terá direito a férias anuais, na seguinte proporção:
em Decreto do Executivo Municipal. I - 30 (trinta) dias consecutivos, se houver faltado injustificada-
Art. 80 O direito ao adicional de insalubridade ou periculo- mente até 10 (dez) dias;
sidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que II - 20 (vinte) dias consecutivos, se houver faltado injustificada-
deram causa a sua concessão. (Regulamentado pelo Decreto nº mente de 11 (onze) dias a 20 (vinte) dias;
5891/2020) III - 10 (dez) dias consecutivos, se houver faltado injustificada-
Art. 81 O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade mente de 21 (vinte e um) dias a 30 (trinta) dias.
e de periculosidade deverá optar por um deles, não sendo acumulá- § 1º O servidor que faltar injustificadamente por mais de 30
veis estas vantagens. (Regulamentado pelo Decreto nº 5891/2020) (trinta) dias perderá o direito às férias.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO
§ 2º Para efeito do disposto neste artigo, considera-se falta a Art. 94 As férias poderão ser concedidas em 02 (dois) períodos
ausência verificada durante o período aquisitivo, sem motivo legal. dentro do mesmo exercício, nenhum dos quais poderá ser inferior
§ 3º É vedado descontar do período de férias qualquer falta ao a 10 (dez) dias.
serviço. § 1º O período de gozo e o parcelamento do gozo das férias
§ 4º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos serão concedidos pela chefia imediata do servidor, observado o in-
12 (doze) meses de efetivo exercício. teresse público.
Art. 89 O período aquisitivo de férias somente é suspenso ou § 2º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor do
interrompido nos casos previstos neste Estatuto. adicional de que trata o art. 7º, da Constituição Federal quando da
§ 1º Suspende o período aquisitivo das férias, o gozo de licença utilização do primeiro período.
ou afastamento legal, nos termos dos arts. 106 e 127 desta lei, de- Art. 95 Será pago ao servidor, no mês anterior ao gozo das fé-
vendo o servidor, quando do retorno, completar o referido período rias, o adicional de 1/3 (um terço) sobre a remuneração do período
aquisitivo. de férias.
§ 2º Interrompe o curso do período aquisitivo das férias, ini- Parágrafo único. Para fins de cálculo da remuneração das férias,
ciando-se novo período aquisitivo a partir do retorno ao serviço: será considerada a média aritmética das eventuais vantagens de ca-
I - o recebimento pela Previdência Social de prestações de aci- ráter temporário e/ou variável, recebidas, sob tal título, no respec-
dente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 180 (cento e tivo período aquisitivo. (Redação dada pela Lei Complementar nº
oitenta) dias, embora descontínuos; 446/2011)
II - o gozo de licenças e afastamentos não considerados como Art. 96 O servidor exonerado do cargo de provimento efetivo e/
efetivo exercício, nos termos do art. 137 desta lei. ou em comissão perceberá indenização relativa às férias adquiridas
§ 3º A suspensão ou interrupção de que trata o caput deste ar- e não gozadas relativamente a cada cargo, tomando-se por base a
tigo não se aplica à licença de que trata o inciso IV, do art. 106 e art. situação funcional no respectivo período aquisitivo, na proporção
112, desta Lei, para o desempenho de mandato classista. (Redação de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício, ou fração igual
acrescida pela Lei Complementar nº 513/2016) ou superior a 15 (quinze) dias. (Redação dada pela Lei Complemen-
Art. 90 O gozo das férias terá início no primeiro dia útil do mês. tar nº 446/2011)
§ 1º O gozo das férias somente poderá ser interrompido por Art. 97 Poderão ser concedidas férias coletivas, desde que os
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para serviços essenciais sejam mantidos em funcionamento.
júri, serviço militar ou eleitoral e por expressa necessidade do ser- § 1º Para os fins previstos neste artigo, o órgão competente
viço. comunicará ao órgão de pessoal as datas de início e fim das férias,
§ 2º O restante do período das férias interrompidas serão go- precisando quais os servidores abrangidos pela medida.
zadas de uma só vez e no mesmo exercício, observado o limite de § 2º Os servidores em exercício há menos de 12 (doze) meses
cumulação a que se refere o art. 91, sem qualquer pagamento do gozarão, na oportunidade, férias proporcionais a este tempo, ini-
adicional antes da utilização do período subsequente. ciando-se novo período aquisitivo.
Art. 91 É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta Art. 98 O servidor em gozo de férias manterá seu endereço atu-
necessidade de serviço e pelo prazo máximo de 02 (dois) anos. alizado para eventual necessidade de comunicação.
§ 1º Somente serão consideradas como não gozadas por ab- § 1º No mês de dezembro de cada ano, o órgão de lotação or-
soluta necessidade do serviço, as férias que o servidor deixar de ganizará a escala de férias para o ano subsequente.
gozar mediante decisão escrita da autoridade máxima do órgão de § 2º A escala deverá ser encaminhada ao órgão central de pes-
lotação do servidor, exarada dentro do exercício a que elas corres- soal, com 60 (sessenta) dias de antecedência das datas de início das
pondem. férias dos servidores.
§ 2º Na hipótese de férias acumuladas na forma do caput deste § 3º As férias podem ser reprogramadas para períodos pos-
artigo, deverão ser gozadas, integralmente, aquelas corresponden- teriores àquele inicialmente fixado, devendo essa reprogramação
tes ao período aquisitivo mais antigo, no exercício em que se verifi- ser encaminhada ao órgão central de recursos humanos no mesmo
car a acumulação. prazo a que se refere no § 2º.
§ 3º Não havendo regular comunicação do período de gozo das Art. 99 Será facultado ao servidor, observado o interesse da Ad-
férias na situação prevista no caput deste artigo, ao servidor será ministração, (um terço) do período de férias a que tiver direito em
automaticamente concedido o gozo das férias no mês de dezembro abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida
exercício em que se verificar a acumulação. nos dias correspondentes, dependendo da disponibilidade financei-
Art. 92 O servidor promovido ou transferido durante as férias ra e orçamentária.
não será obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. Parágrafo único. O abono de férias deverá ser requerido até 15
Parágrafo único. Durante o período das férias, é vedada a con- (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.
cessão de licença ou afastamento, a qualquer título, ressalvado o
disposto no art. 91, sendo considerados como de licença ou afasta- CAPÍTULO IV
mento os dias que excederem o período das férias. DAS FÉRIAS-PRÊMIO
Art. 93 O servidor que opera direta e permanentemente com
Raios X e substâncias radioativas gozará, obrigatoriamente 20 (vin- Art. 100 Ao servidor público estável com regular ingresso no
te) dias consecutivos de férias, a cada semestre de efetivo exercício serviço público municipal até a data de publicação da Emenda à Lei
da atividade com Raios X e substâncias radioativas, proibida, em Orgânica do Município nº 64, de 14/07/2007, fica assegurado o di-
qualquer hipótese a acumulação. reito ao gozo das férias-prêmio adquiridas, com todos os direitos de
seu cargo, da seguinte forma: (Artigo 100 e seguintes regulamenta-
dos pelo Decreto nº 606/2021)
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO
I - a cada 10 (dez) anos de efetivo serviço público municipal, § 5º Para que o servidor, em exercício de cargo de provimento
com duração de 06 (seis) meses; em comissão ou de função de confiança, possa gozar férias-prêmio
II - a cada 05 (cinco) anos de efetivo serviço público municipal, é necessário o seu desligamento do cargo em comissão ou função
com duração de 03 (três) meses. de confiança.
§ 1º Por expressa opção do servidor, fica facultada a conversão Art. 104 A concessão de férias-prêmio dependerá de novo ato
em pecúnia das férias-prêmio adquiridas a cada 10 (dez) anos de quando o funcionário não iniciar o seu gozo dentro de 10 (dez) dias
efetivo serviço público municipal, desde que não aproveitadas para contados da ciência de seu deferimento.
outros fins, observando-se que: Art. 105 Será devido ao cônjuge ou companheiro e aos depen-
I - será pago por ano, na data de aniversário do servidor, o valor dentes do servidor falecido o valor correspondente às férias-prêmio
referente a 03 (três) meses da sua remuneração; adquiridas e não usufruídas.
II - para o cálculo do valor a que se refere o inciso I, será con-
siderada a média aritmética simples das vantagens pecuniárias CAPÍTULO V
temporárias e variáveis eventualmente percebidas pelo servidor no DAS LICENÇAS E AFASTAMENTOS
curso do período aquisitivo.
§ 2º O servidor que tenha exercido por, pelo menos, 02 (dois) SEÇÃO I
anos consecutivos, cargo de provimento em comissão ou função de DAS LICENÇAS
confiança gozará as férias-prêmio com as vantagens do cargo ou da
função exercida. SUBSEÇÃO I
§ 3º Somente o tempo de serviço público prestado ao Municí- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
pio será contado para efeito de férias-prêmio.
Art. 101 Não terá direito às férias-prêmio o servidor que, no Art. 106 Conceder-se-á licença ao servidor:
período de sua aquisição, houver: I - por motivo de doença em pessoa de família;
I - sofrido pena de suspensão; II - para prestação de serviço militar obrigatório fora do Muni-
II - faltado ao serviço injustificadamente: cípio;
a) por mais de 30 (trinta) dias, no caso do período aquisitivo de III - para atividade política;
10 (dez) anos; IV - para o exercício de mandato classista;
b) por mais de 15 (quinze) dias, no caso do período aquisitivo V - para tratamento de saúde;
de 05 (cinco) anos. VI - para acompanhamento do cônjuge ou companheiro militar;
III - gozado licença; VII - licença maternidade e paternidade;
a) por período superior: VIII - para tratar de interesses particulares.
1. a 180 (centro e oitenta) dias consecutivos ou não, no caso do § 1º A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do tér-
período aquisitivo de 10 (dez) anos, salvo aquelas previstas no art. mino de outra da mesma espécie, será considerada como prorro-
106, II, III, IV e VII e no art. 127, II; gação.
2. a 90 (noventa) dias consecutivos ou não, no caso do período § 2º Somente produzirão efeitos válidos, para os fins de conces-
aquisitivo de 05 (cinco) anos. são das licenças a que se referem os incisos I e V, os atestados médi-
b) por motivo de doença em pessoa de sua família: cos apresentados em até 02 (dois) dias úteis para análise do médico
1. por mais de 120 (cento e vinte) dias, consecutivos ou não, no revisor do serviço de segurança e medicina do trabalho oficial do
caso do período aquisitivo de 10 (dez) anos; Município, sob pena de não serem aceitos fora desse prazo e serem
2. por mais de 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, no caso consideradas como faltas injustificadas as ausências ao trabalho.
do período aquisitivo de 05 (cinco) anos. § 3º As licenças e os afastamentos previstos neste Capítulo de-
c) para tratar de interesses particulares por mais de 30 (trinta) verão ser aproveitados para os fins a que se destinam, sob pena de
dias; serem revogados ou cassados.
d) por motivo de afastamento de cônjuge militar por mais de Art. 107 Terminada a licença ou o afastamento, o servidor reas-
03 (três) anos. sumirá automaticamente o exercício, sob pena de serem considera-
Art. 102 Poderá ser convertido em tempo de serviço, e contado das injustificadas as faltas, ficando sujeito às penalidades previstas
em dobro para efeitos de aposentadoria, o direito às férias-prêmio nesta Lei.
adquiridas até a publicação da Emenda Constitucional nº 20, de § 1º O pedido de prorrogação será apresentado antes de findo
15/12/1998. o prazo de licença ou do afastamento.
Art. 103 As férias-prêmio somente serão requeridas após a im- § 2º Se indeferido, contar-se-á como licença, sem vencimento,
plementação do direito. o período compreendido entre a data de seu término e a do co-
§ 1º No requerimento, o servidor fará opção expressa sobre a nhecimento oficial do despacho denegatório, desde que não tenha
forma como pretende usufruir o direito às férias-prêmio. havido falha da Administração no trâmite do procedimento.
§ 2º O gozo das férias-prêmio atenderá à conveniência do ser- Art. 108 Ressalvadas as hipóteses previstas neste artigo, ne-
viço e depende de prévia autorização da autoridade competente. nhum servidor permanecerá afastado do serviço ou ausente do
§ 3º O servidor deverá aguardar em exercício a concessão do Município além de 04 (quatro) anos:
gozo de férias-prêmio, sob pena de serem consideradas como faltas I - licença para prestação de serviço militar obrigatório fora do
injustificadas as eventuais ausências ao serviço. Município;
§ 4º Não serão concedidas as férias-prêmio relativas a determi- II - afastamento para servir em outro órgão ou entidade;
nado período sem que o servidor tenha usufruído todo o direito do III - afastamento para o exercício de mandato eletivo;
período aquisitivo anterior. IV - afastamento para estudo ou missão no exterior.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO
§ 4º O servidor cedido durante o estágio probatório, para exer- III - 05 (cinco) dias úteis, por motivo de falecimento do cônjuge,
cer cargo em comissão ou função de confiança em outro órgão ou companheiro, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, de-
entidade e dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede- claradamente, viva sob sua dependência econômica ou de que seja
ral e do Município, ficará com o estágio probatório suspenso du- dependente econômico;
rante este período. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº IV - 03 (três) dias úteis por motivo de casamento civil;
549/2017) V - durante o período em que estiver servindo ao Tribunal do
Júri e outros serviços obrigatórios por lei.
SUBSEÇÃO II Art. 133 Ao servidor estudante poderá ser concedido horário
DO AFASTAMENTO PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO especial, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário
ELETIVO escolar e o da sua unidade de exercício, sem prejuízo da jornada de
trabalho, admitindo-se a compensação de horários.
Art. 129 Ao servidor público da administração direta, autárqui- § 1º O interessado deve apresentar ao Departamento de Recur-
ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as sos Humanos, o atestado fornecido pelo estabelecimento de ensi-
seguintes disposições: no, comprovando ser aluno do mesmo bem como especificando o
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, horário letivo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 626/2021)
ficará afastado do cargo, emprego ou função; § 2º A concessão de horário especial constante no caput desse
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, artigo pode ser extensiva ao servidor público efetivo estável, que
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar por sua remunera- tenha filho, criança ou adolescente, sob sua guarda judicial, com
ção, ou, pelo subsídio do cargo eletivo; deficiência, independentemente de compensação de horários. (Re-
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilida- dação acrescida pela Lei Complementar nº 626/2021) (Regulamen-
de de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou tado pelo Decreto nº 1352/2021) (Vide Decreto nº 2907/2022)
função, sem prejuízo do subsídio do cargo eletivo, e, não havendo § 3º A concessão de horário especial aos servidores públicos
compatibilidade será aplicada a norma do inciso II; estáveis descritos no § 2º deverá ser a pedido, conforme regula-
IV - em qualquer caso que exija afastamento para o exercício do mentação em Decreto do Executivo Municipal. (Redação acrescida
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para os efeitos pela Lei Complementar nº 626/2021) (Regulamentado pelo Decreto
legais, exceto para promoção por merecimento; nº 1352/2021) (Vide Decreto nº 2907/2022)
V - para o efeito de benefício previdenciário, no caso de afas- Art. 134 Para amamentar o próprio filho, até a idade de 06
tamento, os valores serão determinados como se no exercício do (seis) meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de
cargo anterior estivesse. trabalho, a 01 (uma) hora de descanso, que poderá ser parcelada
em 02 (dois) períodos de 30 (trinta minutos).
SEÇÃO III
DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTE- CAPÍTULO VI
RIOR DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 130 O servidor não poderá ausentar-se do Município para Art. 135 A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
estudo ou missão, sem prévia autorização. que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365
§ 1º A ausência não excederá a 04 (quatro) anos, e finda a mis- (trezentos e sessenta e cinco) dias.
são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida Art. 136 Os dias de efetivo exercício serão apurados à vista de
nova ausência. registro próprio que comprove a frequência.
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não Art. 137 Além das hipóteses do art. 129, serão consideradas
será concedida exoneração antes de decorrido período igual ao do como de efetivo exercício as situações abaixo, salvo expressa dispo-
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa sição legal em contrário:
havida com seu afastamento. I - férias;
§ 3º As hipóteses, condições e formas para a autorização de II - exercício de outro cargo ou função de governo de provimen-
que trata este artigo, inclusive no que se refere a remuneração do to em comissão ou em substituição, no serviço público municipal;
servidor, serão disciplinadas em regulamento. III - férias-prêmio;
Art. 131 O afastamento de servidor para servir em organismo IV - licença à gestante e à adotante;
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar- V - licença paternidade;
-se-á com perda total da remuneração. VI - licença para tratamento de saúde;
VII - licença por acidente em serviço ou doença profissional;
CAPÍTULO V VIII - participação em programa de treinamento regularmente
DAS CONCESSÕES instituído;
IX - convocação para o serviço militar ou encargo de segurança
Art. 132 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se nacional, serviço eleitoral, júri e outros serviços obrigatórios por lei;
do serviço: X - licença para atividade política;
I - por 01 (um) dia, para doação de sangue; XI - afastamento para desempenho de mandato eletivo;
II - 01 (um) dia, para se alistar como eleitor; XII - licença para desempenho de mandato classista;
XII - licença para tratamento de saúde de pessoa da família,
com remuneração.
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LEGISLAÇÃO
Art. 138 Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e dis- Art. 145 Para o exercício do direito de petição é assegurada
ponibilidade: vista do processo ou documento na repartição, ao servidor ou ao
I - a contagem recíproca do tempo de contribuição na adminis- procurador por ele constituído.
tração pública e na atividade privada, rural ou urbana, hipóteses Art. 146 A Administração deverá rever seus atos, a qualquer
em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão tempo, quando eivados de ilegalidade.
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei federal; Art. 147 São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
II - tempo de serviço público prestado à União, Estados, Distrito neste Capítulo.
Federal e a outros Municípios; Art. 148 As demais regras para exercício do direito de petição
III - tempo de serviço relativo à prestação do serviço militar tratado neste Capítulo obedecerão ao disposto em Regulamento.
obrigatório;
§ 1º O tempo de contribuição em atividade privada vinculada à TÍTULO IV
Previdência Social contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria. DO REGIME DISCIPLINAR
§ 2º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
prestado concomitantemente em mais de uma atividade privada, CAPÍTULO I
cargo ou função pública. DOS DEVERES
CAPÍTULO VII Art. 149 São deveres do servidor, além dos que lhe cabem em
DO DIREITO DE PETIÇÃO virtude da investidura de seu cargo e os inerentes à condição deste:
I - exercer com zelo, dedicação e a tempo, as atribuições do
Art. 139 É assegurado ao servidor, ou ao procurador por ele cargo ou função de que seja titular;
constituído, o direito de petição, em sua plenitude. II - ser comprometido com a instituição a que servir, pautando-
§ 1º O requerimento, regularmente instruído, será dirigido à -se pelos padrões da ética, com vistas a motivar o respeito, a con-
autoridade competente para decidir. fiança e a credibilidade do público em geral pela instituição;
§ 2º Cabe pedido de reconsideração, à autoridade que houver III - observar as normas legais e regulamentares, mantendo-se
expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser atualizado com a legislação, as normas e instruções de serviço per-
renovado. tinentes ao órgão onde exerce suas funções;
§ 3º O requerimento e o pedido de reconsideração de que tra- IV - ter respeito à hierarquia e cumprir as ordens superiores,
tam os §§ 1º e 2º, salvo os casos que necessitem de diligências ou exceto quando estas forem manifestamente ilegais;
estudos especiais, deverão ser despachados no prazo máximo de 10 V - exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen-
(dez) dias e decididos em, no máximo, 30 (trinta) dias. to, atendendo com presteza:
Art. 140 Caberá recurso: a) ao público e aos órgãos públicos em geral, prestando as in-
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; formações requeridas, ressalvadas aquelas protegidas por sigilo;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
§ 1º O recurso será dirigido ao Prefeito Municipal, o qual profe- ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
rirá decisão definitiva. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade d) aos prazos para prestação de contas, como condição essen-
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. cial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade;
Art. 141 O prazo para interposição de pedido de reconsidera- e) à fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de di-
ção ou de recurso é de 10 (dez) dias a contar da publicação ou ciên- reito.
cia pelo interessado, da decisão recorrida. VI - levar ao conhecimento de autoridade superior todos os
Art. 142 O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, atos e fatos contrários ao interesse público ou as irregularidades de
a juízo da autoridade competente. que tiver ciência em razão do cargo ou função;
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsi- VII - zelar pela economia do material sob sua guarda e pela con-
deração ou de recurso, os efeitos da decisão retroagirão a data do servação do patrimônio público;
ato impugnado. VIII - manter conduta compatível com a moralidade administra-
Art. 143 O direito de petição prescreve: tiva, tendo consciência de que seu trabalho é regido por princípios
I - em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa- éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú-
ção de aposentadoria e de disponibilidade ou que afetem interesse blicos;
patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; IX - ser assíduo e pontual ao serviço, na certeza de que sua
II - em 01 (um) ano, nos demais casos, salvo quando outro pra- ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
zo for fixado em lei. mente em todo o sistema;
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da X - tratar com urbanidade, cortesia, disponibilidade e atenção
publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessa- os colegas e o público, respeitando a capacidade e as limitações
do, quando o ato não for publicado. individuais de todos, sem qualquer discriminação;
Art. 144 O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabí- XI - representar, sem temores, contra a ilegalidade, omissão ou
veis, interrompem a prescrição. abuso de poder;
§ 1º Interrompida a prescrição, o prazo recomeçará a ser conta- XII - apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
do, por inteiro, a partir do dia em que cessar a interrupção. exercício da função e trajar uniforme e usar equipamento de prote-
§ 2º A prescrição é de ordem pública, não podendo ser releva- ção e segurança, quando exigidos;
da pela Administração.
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XIII - declarar no ato da posse os bens e valores que compõem XVI - pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
seu patrimônio privado; tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação,
XIV - atualizar, quando solicitado, as informações de seu cadas- ou vantagem de qualquer espécie, para si ou para outrem, para o
tro funcional; cumprimento de missão ou para influenciar outro servidor para o
XV - ser probo, leal, reto e justo, escolhendo sempre, entre mesmo fim;
duas opções, a melhor e mais vantajosa para o bem comum; XVII - praticar usura ou especulação financeira com o objetivo
XVI - manter limpo e organizado o local de trabalho; de lucro exagerado, sob qualquer de suas formas no âmbito do ser-
XVII - exercer, com estrita moderação, suas prerrogativas fun- viço público ou fora dele;
cionais, poder ou autoridade atribuídos, abstendo-se de fazê-lo XVIII - proceder de forma desidiosa;
com finalidade estranha ao interesse público. XIX - permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri-
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XI, será chos, paixões, ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato
encaminhada pela via hierárquica e obrigatoriamente apreciada com colegas, superiores e usuários;
pela autoridade superior aquela contra a qual for formulada, asse- XX - apresentar-se embriagado no serviço;
gurando-se ao representado a ampla defesa. XXI - alterar ou deturpar o teor de documentos que manuseia;
XXII - utilizar pessoal, recursos materiais ou veículo do Municí-
CAPÍTULO II pio para atendimento a serviços ou atividades particulares;
DAS PROIBIÇÕES XXIII - praticar ou deixar de praticar qualquer ato, conforme
determinação da lei, descumprindo dever funcional, em benefício
Art. 150 Ao servidor público é proibido: próprio ou alheio;
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- XXIV - deixar de observar a lei, em prejuízo alheio ou da Admi-
torização da chefia imediata; nistração Pública;
II - retirar, sem prévia autorização, qualquer documento, objeto XXV - fazer contratos com o Poder Público, por si ou como re-
ou bem da repartição; presentante de outrem;
III - recusar fé a documentos públicos; XXVI - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego,
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento função ou assessoramento em empresas, estabelecimentos ou ins-
e processo ou execução de serviço, usando de artifícios para pro- tituições que tenham relações com o Poder Público, em matéria
crastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer que se relacione com o órgão em que estiver lotado; (Regulamenta-
pessoa; do pelo Decreto nº 2721/2018)
V - promover manifestação de apreço ou desapreço a usuários, XXVII - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-
colegas, superiores ou contratantes, no local de trabalho; licitado;
VI - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso às auto- XXVIII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se
ridades públicas ou aos atos do Poder Público, mediante manifesta- a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
ção escrita ou oral; XXIX - fazer uso de informações privilegiadas obtidas em razão
VII - cometer a pessoa estranha, o desempenho de encargo que do cargo ou função, ou no ambiente interno do serviço, em benefí-
seja de sua competência ou de seu subordinado; cio próprio ou de terceiros;
VIII - cometer a outro servidor atribuições estranhas às do car- XXX - iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite de
go que ocupa, salvo quando legalmente autorizado; atendimento em serviços públicos.
IX - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com
o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; CAPÍTULO III
X - ofender a dignidade ou o decoro de colega ou particular ou DA ACUMULAÇÃO
propalar tais ofensas, de modo a prejudicar lhes deliberadamente
a reputação; Art. 151 Ressalvados os casos previstos na Constituição Fede-
XI - deixar de prestar declarações em processo administrativo ral, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
disciplinar, quando comprovadamente convocado; § 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
XII - valer-se do cargo ou função, de amizades, facilidades, tem- e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
po, posição e influências para obter proveito pessoal ou de outrem, sociedade de economia mista, da União, do Distrito Federal, dos
em detrimento da dignidade da função pública; Estados e Municípios.
XIII - participar de gerência ou administração de empresa pri- § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada
vada, de sociedade civil, ou exercer comércio e, nessa qualidade, à comprovação da compatibilidade de horários.
transacionar com o Município; Art. 152 O servidor municipal que acumular licitamente 02
XIV - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti- (dois) cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento
ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários em comissão ficará afastado de ambos os cargos efetivos.
ou assistenciais de parentes até segundo grau e de cônjuge ou com- Art. 153 Não se compreende na proibição de acumular, a per-
panheiro; cepção conjunta, obedecidos os limites previstos em lei, de:
XV - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- I - proventos de aposentadoria resultante de cargos legalmente
quer espécie, em razão de suas atribuições funcionais; acumuláveis;
II - vencimento, remuneração ou proventos com pensão de
qualquer natureza;
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III - proventos de aposentadoria com remuneração de cargo Art. 162 Na aplicação das penalidades serão consideradas a
efetivo, desde que acumuláveis na atividade, e com remuneração natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
de cargos eletivos e de cargos de provimento em comissão, declara- provierem para o patrimônio público e para a eficiência do serviço
dos em lei de livre nomeação e exoneração. público desenvolvido, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e
Art. 154 O servidor não poderá exercer mais de um cargo em os antecedentes funcionais.
comissão. § 1º O ato de imposição da penalidade conterá sempre o fun-
Art. 155 Para os efeitos do disposto neste Capítulo, entende-se: damento legal e os motivos da sanção disciplinar.
I - por cargo técnico, aquele para cujo desempenho exige-se § 2º Na graduação das penalidades disciplinares serão consi-
especialidade de nível técnico ou de nível superior, na forma da lei; deradas os antecedentes, o comportamento o agente, as circuns-
II - por cargo científico aquele cujo desempenho requeira co- tâncias e as consequências da conduta para a eficiência do serviço
nhecimento científico correspondente, de nível superior, na forma público, o grau de reprovabilidade e as responsabilidades do cargo
da lei; ocupado pelo servidor, considerando-se que:
III - por cargo técnico-científico aquele cujo desempenho re- I - são circunstâncias agravantes da penalidade ou que qualifi-
queira a aplicação de métodos técnicos organizados, que se fundem cam a conduta:
em conhecimento científico correspondente, exigido o nível supe- a) a reincidência;
rior, na forma da lei. b) a acumulação de transgressões tipificadas neste Estatuto;
c) a ocorrência de algum fato caracterizado como infração dis-
CAPÍTULO IV ciplinar durante o cumprimento da pena;
DAS RESPONSABILIDADES d) o conluio com outras pessoas para a prática de transgressão
disciplinar;
Art. 156 O servidor responde civil, penal e administrativamente e) a vida pregressa funcional.
pelo exercício irregular de suas atribuições. II - são circunstâncias que sempre atenuam a penalidade:
Art. 157 A responsabilidade civil decorre de ato, omissivo ou a) o desempenho satisfatório dos deveres e atribuições do car-
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao Erário ou go;
a terceiros. b) a colaboração na investigação e nos esclarecimentos dos fa-
§ 1º O servidor será obrigado a repor, de uma só vez, a impor- tos;
tância do prejuízo causado a Fazenda Municipal, em virtude de des- c) a confissão espontânea da infração;
vio de valores, desfalque, remissão ou dolo ou omissão em efetuar d) a provocação injusta de superior hierárquico;
recolhimento ou entrada de numerário nos prazos legais. e) os antecedentes funcionais;
§ 2º Ressalvados os casos do § 1º deste artigo, a indenização de f) a reparação, antes do julgamento, do dano ou prejuízo causa-
prejuízos causados ao Erário poderá ser liquidada na forma prevista do ao patrimônio público.
no artigo 55. Art. 163 Caberá à chefia imediata do servidor, promover as me-
§ 3º Tratando-se de dano causado a terceiros, por dolo ou cul- didas de controle e monitoramento do seu desempenho no exercí-
pa, e indenizado pelo Município, responderá o servidor perante a cio das atribuições do cargo, visando à efetividade, produtividade e
Fazenda Pública em ação regressiva. eficiência do serviço público.
§ 4º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores § 1º Para o cumprimento dos objetivos referidos no caput des-
e contra eles será executada até o limite do valor da herança rece- te artigo, serão adotadas as seguintes providências:
bida. I - racionalização dos serviços;
Art. 158 A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- II - implementação de medidas corretivas e pedagógicas inter-
venções imputados ao servidor, nessa qualidade. nas;
Art. 159 A responsabilidade administrativa resulta de ato omis- III - aplicação de advertência pedagógica, visando ao aperfeiço-
sivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. amento profissional do servidor.
Art. 160 As sanções civis, penais e administrativas poderão § 2º A advertência pedagógica de que trata o § 1º não tem na-
cumular-se, sendo independentes entre si. tureza punitiva, não reflete nos antecedentes funcionais e será feita
Parágrafo único. A responsabilidade administrativa do servidor pela chefia imediata, mediante registro, nos seguintes casos:
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência I - comportamentos leves relacionados ao desempenho das ati-
do fato ou a sua autoria. vidades e contrários às orientações adotadas;
II - condutas leves contrárias à melhoria e aperfeiçoamento do
CAPÍTULO V serviço e da condição profissional do servidor;
DAS PENALIDADES III - outros comportamentos leves contrários à manutenção da
ordem disciplinar e à eficiência na prestação do serviço.
Art. 161 São penalidades disciplinares, com direito a ampla de- Art. 164 Constatada a aplicação, a cada período de 12 (doze)
fesa do servidor: meses, de 03 (três) advertências pedagógicas a que se refere o art.
I - repreensão; 163, § 1º, inciso III, deverá ser instaurado o competente processo
II - suspensão; disciplinar.
III - demissão; Art. 165 A repreensão, sempre por escrito, será aplicada com
IV - destituição de cargo em comissão ou de função de con- pena mínima nos casos de:
fiança; I - descumprimento de dever funcional previsto em lei, regula-
V - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. mento ou norma interna que não justifique a imposição de penali-
dade mais grave;
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II - violação das proibições contidas no art. 150, incisos I a XI, Art. 169 Somente será concedida aposentadoria ao servidor,
XVII, XXVII e XXX, se o servidor não for reincidente; exceto quando se tratar da aposentadoria compulsória ou por inva-
III - reincidência da aplicação de advertências pedagógicas, nos lidez, após a decisão final do processo administrativo para apuração
termos do art. 163. de falta punível com demissão.
Art. 166 A suspensão, notificada por escrito, não excederá 90 § 1º Será cassada a disponibilidade do servidor que não assu-
(noventa) dias e será aplicada como pena mínima nos casos de: mir, injustificadamente, no prazo legal, o exercício do cargo ou fun-
I - reincidência das faltas punidas com repreensão; ção em que for aproveitado, salvo em caso de doença comprovada
II - ausências imotivadas ao serviço, com potencial prejuízo à por junta médica oficial.
eficiência e ao serviço público prestado; § 2º Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade do inativo
III - recusa injustificada à submissão à inspeção médica deter- que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
minada pela autoridade competente; Art. 170 A destituição de cargo em comissão ou de função pú-
IV - violação das demais proibições funcionais que não tipifi- blica será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de
quem infrações graves com potenciais prejuízos ao serviço público suspensão e de demissão, quando exercido qualquer deles por ser-
e não se sujeitem à penalidade de demissão. vidor não ocupante de cargo de provimento efetivo.
§ 1º A infração referida no inciso II acarretará aumento da pe- Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo,
nalidade em dois terços a partir da 10ª (décima) falta injustificada a exoneração efetuada nos termos do artigo 43 desta Lei, será con-
no mês, considerados dias consecutivos ou não. vertida em destituição de cargo em comissão ou de função pública.
§ 2º A recusa de que trata o inciso III implicará em suspensão Art. 171 A demissão ou a destituição de cargo em comissão ou
de até 15 (quinze) dias, cessando os efeitos da penalidade uma vez de função pública importará na perda das férias proporcionais, e
cumprida a determinação. nos casos dos incisos I, IV e IX a XII, do artigo 168, poderá implicar a
§ 3º O período de suspensão não será contado como efetivo indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuí-
exercício, implicando na perda de todos os direitos e vantagens cujo zo da ação penal cabível.
cômputo seja imprescindível, especialmente: Art. 172 A demissão para o detentor de cargo de provimento
a) na perda dos vencimentos ou da remuneração durante o pe- efetivo, ou a destituição de cargo em comissão ou de função pública
ríodo de suspensão; para o não-detentor de cargo de provimento efetivo incompatibili-
b) na perda das férias-prêmio, na forma prevista neste Estatu- zam o ex-servidor para nova investidura em cargo público munici-
to; pal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
c) da impossibilidade de promoção, no exercício abrangido pela Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público muni-
suspensão. cipal, o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comis-
Art. 167 As penalidades de repreensão e de suspensão deixa- são por infringência do artigo 168, I, IV IX, XI e XII, e do artigo 175,
rão de produzir seus efeitos após o decurso de 03 (três) e 05 (cinco) parágrafo único.
anos, respectivamente, de efetivo exercício, exceto para efeitos de Art. 173 Configura abandono de cargo a ausência intencional
concessão de férias-prêmio, e desde que não praticada nova infra- do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
ção disciplinar. Art. 174 Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao servi-
Parágrafo único. A cessação dos efeitos da penalidade não sur- ço, sem causa justificada, por 40 (quarenta) dias, intercaladamente,
tirá efeito retroativo. durante o período de doze (12) meses.
Art. 168 A demissão, com direito à ampla defesa do servidor, Art. 175 O ato de demissão mencionará sempre a causa da pe-
será aplicada nos seguintes casos: nalidade e seu fundamento legal, atenta à gravidade da infração.
I - crime contra a Administração Pública; Parágrafo único. A demissão poderá ainda, ser aplicada com a
II - abandono de cargo ou função; nota “a bem do serviço público”.
III - inassiduidade habitual; Art. 176 As penalidades disciplinares serão aplicadas:
IV - improbidade administrativa; I - pelo Prefeito Municipal e Presidente da Câmara Municipal,
V - conduta escandalosa na repartição; em qualquer caso, nas suas respectivas competências;.
VI - insubordinação grave em serviço; II - pela autoridade máxima do órgão em que estiver lotado o
VII - ofensa física em serviço, a servidor ou a particular, salvo servidor, quando se tratar de suspensão;
em legítima defesa própria ou de outrem; III - pelo chefe imediato, no caso de repreensão.
VIII - crimes contra a liberdade sexual e crime de corrupção de Art. 177 A ação disciplinar prescreverá:
menores, em serviço ou na repartição; I - em 05 (cinco) anos, no caso de infrações puníveis com de-
IX - aplicação irregular de dinheiro público; missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
X - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do car- de cargo em comissão ou de função pública;
go; II - em 02 (dois) anos, no caso de infrações puníveis com sus-
XI - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio mu- pensão;
nicipal; III - em 06 (seis) meses, no caso das infrações puníveis com ad-
XII - corrupção ativa ou passiva; vertência.
XIII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- § 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
cas, desde que provada a má-fé do servidor; fato imputável ao servidor se tornou oficialmente conhecido.
XIV - transgressão do disposto nos incisos XII a XVII, XXI, XXV, § 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
XVI, XXVI e XXIX do art. 150 desta Lei. às infrações disciplinares que correspondem a fatos nela tipificados.
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§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo ad- a) levar em consideração a autodeterminação de cada servidor
ministrativo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final e o exercício de sua responsabilidade funcional e profissional;
proferida pela autoridade competente. b) dá ao servidor a possibilidade de variação de atribuições,
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a atividades ou tarefas funcionais;
fluir novamente, por inteiro, a partir da data do ato oficial que a c) assegurar ao servidor oportunidade de contatos com os su-
interromper. periores hierárquicos e outros servidores, ligando tarefas individu-
ais de trabalho e oferecendo a ele informações sobre exigências do
CAPÍTULO V-A serviço e resultados;
DO ASSÉDIO MORAL (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA LEI d) garantir a dignidade do servidor;
COMPLEMENTAR Nº 467/2013) II - evitar trabalho pouco diversificado e repetitivo, protegendo
o servidor no caso de variação de ritmo de trabalho;
Art. 177-A Fica vedado o assédio moral no âmbito da adminis- III - as condições de trabalho devem garantir ao servidor opor-
tração pública municipal direta, indireta e fundações pública, sub- tunidades de desenvolvimento funcional e profissional no serviço.
metendo o servidor a procedimentos repetitivos que impliquem em (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 467/2013)
violação de sua dignidade ou, por qualquer forma, que o sujeite a
condição de trabalho humilhante ou degradante, que não faça par- TÍTULO V
te das suas atribuições. DO PROCESSO DISCIPLINAR
Parágrafo único. Considera-se servidor público municipal, para
os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente CAPÍTULO I
ou sem remuneração, emprego público, cargo ou função. (Redação DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
acrescida pela Lei Complementar nº 467/2013)
Art. 177-B Considera-se assédio moral para os fins da presente SEÇÃO I
Lei, toda ação, gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
agente, servidor, empregado, ou qualquer pessoa que, abusando
da autoridade que lhe confere suas funções, tenha por objetivo ou Art. 178 A sindicância e o processo administrativo disciplinar
efeito atingir a autoestima e a autodeterminação do servidor, com são instrumentos destinados a apurar responsabilidades de servi-
danos ao ambiente de trabalho, ao serviço prestado ao público e ao dor por infração praticada no exercício de suas atribuições ou que
próprio usuário, bem como à evolução, à carreira e à estabilidade tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontra in-
funcional do servidor, especialmente: vestido.
I - determinando o cumprimento de atribuições estranhas ou § 1º As disposições deste título aplicam-se a qualquer servidor
de atividades incompatíveis com o cargo que ocupa, ou em condi- do quadro de pessoal permanente da Administração Direta, de suas
ções e prazos inexequíveis; Autarquias e Fundações e da Câmara Municipal.
II - designando para o exercício de funções triviais o exercente § 2º Ao servidor serão assegurados o contraditório e a ampla
de funções técnicas, especializadas, ou aquelas para as quais, de defesa, admitidos todos os meios a esta inerentes, sendo-lhe facul-
qualquer forma, exijam treinamento e conhecimento específicos; tado acompanhar o feito individualmente ou fazer-se representar
III - apropriando-se do crédito de ideias, propostas, projetos ou por advogado, juntar os documentos comprobatórios pertinentes e
de qualquer trabalho de outrem. ter vista dos autos na repartição, na forma de regulamento.
Parágrafo único. Considera-se também assédio moral as ações, Art. 179 A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
gestos e palavras que impliquem: serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
I - em desprezo, ignorância ou humilhação ao servidor, que o mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.
isolem de contatos com seus superiores hierárquicos e com outros Art. 180 As denúncias de irregularidades, formuladas por escri-
servidores, sujeitando-o a receber informações, atribuições, tarefas to ou reduzidas a termo, serão objeto de apuração desde que con-
e outras atividades somente por intermédio de terceiros; tenham a identificação e o endereço do denunciante, observados
II - na sonegação de informações que sejam necessárias ao de- os requisitos previstos em regulamento, e o seguinte:
sempenho de suas funções ou úteis a sua vida funcional; I - quando o fato narrado evidentemente não configurar infra-
III - na divulgação de rumores e comentários maliciosos, bem ção disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta
como na prática de críticas reiteradas ou na de subestimação de de objeto;
esforços, que atinjam a dignidade do servidor; II - a denúncia desacompanhada de elemento de instrução não
IV - na exposição do servidor a efeitos físicos ou mentais ad- impede a abertura de sindicância.
versos, em prejuízo de seu desenvolvimento pessoal e profissional. Art. 181 Será obrigatória a instauração de processo administra-
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº 467/2013) tivo disciplinar sempre que a falta praticada pelo servidor ensejar a
Art. 177-C Todo ato de assédio moral é nulo de pleno direito. imposição de penalidade de suspensão, cassação de aposentadoria
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº 467/2013) ou disponibilidade, demissão e de destituição de cargo em comis-
Art. 177-D Os órgãos da administração pública municipal dire- são ou de função pública.
ta, indireta e fundações públicas, na pessoa de seus representantes Art. 182 Se, de imediato ou no curso de processo disciplinar,
legais, ficam obrigados a tomar as medidas necessárias para preve- ficar evidenciado que a irregularidade envolve crime, a autoridade
nir o assédio moral, conforme definido na presente Lei. instauradora deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo devem ser adotadas, Art. 183 O relatório é a peça que põe fim às atividades da Co-
dentre outras, as seguintes medidas: missão Disciplinar, para ser submetido à apreciação da autoridade
I - quanto ao planejamento e a organização do trabalho: julgadora.
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LEGISLAÇÃO
§ 1º No relatório, serão apreciadas separadamente as irregula- II - o servidor deverá juntar cópia da intimação junto ao registro
ridades mencionadas na denúncia ou na portaria, à luz das provas de frequência, a fim de justificar a sua ausência ao serviço.
colhidas e tendo em vista as razões da defesa. § 2º Se a testemunha não for servidor público municipal, será
§ 2º O relatório será elaborado de forma minuciosa, com o re- convidada a depor, pessoalmente ou mediante carta registrada.
sumo das peças principais dos autos, mencionará as provas em que Art. 193 O depoimento será fielmente reduzido a termo, não
a comissão se baseou para formar a sua convicção e será sempre sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, podendo consultar
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor. anotações.
§ 3º Reconhecida a responsabilidade do servidor, será indicado § 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
no relatório o dispositivo legal ou regulamento transgredido, bem § 2º Poderá ser feita acareação entre os depoentes, na hipóte-
como será observado o disposto no art. 162. se de depoimentos contraditórios.
§ 4º O relatório deverá sugerir quaisquer outras providências § 3º Ao procurador do acusado presente na inquirição das tes-
que pareçam de interesse do serviço público. temunhas, é vedado interferir nas perguntas e respostas, sendo as
Art. 184 Em qualquer fase de qualquer dos procedimentos dis- perguntas sempre feitas por intermédio do presidente da comissão.
ciplinares, até a apresentação da defesa final, poderão ser juntados Art. 194 Aplicam-se, subsidiariamente, à sindicância e ao pro-
documentos. cesso administrativo disciplinar, as normas da legislação processual
Art. 185 A citação do acusado será pessoal ou por carta regis- vigente e pertinentes aos fatos a serem apurados e julgados.
trada, expedida pelo presidente da comissão disciplinar, asseguran-
do-se lhe vista dos autos na secretaria da comissão. SEÇÃO II
§ 1º Quando houver mais de um acusado, o prazo para defesa DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
será comum a todos.
§ 2º No caso de recusa do acusado a apor o ciente na cópia da Art. 195 Como medida cautelar, a fim de que o servidor não
citação, o prazo para defesa contar-se-á da data de entrega constan- venha a influir na apuração de irregularidade, poderá ser ordenado
te no Aviso de Recebimento. o seu afastamento do cargo, pelo prazo de até 30 (trinta) dias, sem
Art. 186 Achando-se o acusado em lugar incerto e não sabido, a prejuízo de sua remuneração.
citação será feita por edital publicado no órgão de imprensa oficial Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
do Município, pelo prazo de 05 (cinco) dias, hipótese em que o pra- igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
zo será contado da data da publicação. concluído o processo.
Art. 187 O acusado que mudar de residência depois de citado Art. 196 É assegurada como efetivo exercício, a contagem de
fica obrigado a comunicar à comissão disciplinar o lugar onde po- tempo de serviço, para todos os efeitos, do período de afastamento
derá ser encontrado, sob pena de ser considerado em lugar não preventivo.
sabido, para os efeitos de citação.
Art. 188 Considerar-se-á revel o acusado que, regularmente ci- SEÇÃO III
tado, não apresentar defesa no prazo legal. DA COMISSÃO DISCIPLINAR
§ 1º Quando o acusado for revel, será dada a faculdade ao Sin-
dicato representante da categoria, através de notificação expedida Art. 197 O processo disciplinar será conduzido por comissão
pela Comissão, para designar um defensor dativo ao servidor. permanente, composta por servidores detentores de cargo efetivo
§ 2º A revelia será declarada nos autos e reverterá o prazo para e estáveis, designados pela autoridade máxima de cada uma das
a defesa. entidades referidas no art. 1º desta Lei, para um mandato de até 02
Art. 189 O acusado será cientificado, no ato da citação, de que (dois) anos, permitida uma prorrogação por igual período.
poderá fazer-se representar por advogado. § 1º A alteração dos membros da Comissão somente poderá
Parágrafo único. O Sindicato representante da categoria poderá atingir até 2/3 (dois terços) de seus representantes.
indicar defensor para a defesa do servidor que venha responder a § 2º No ato de designação dos membros da Comissão será in-
processo disciplinar e que não haja constituído advogado. dicado seu Presidente, o qual deverá ter nível superior de escola-
Art. 190 Comparecendo o acusado, no dia e hora designados, ridade, exigindo-se para os demais, nível de escolaridade superior
será interrogado pela comissão disciplinar. ou médio.
§ 1º Ao advogado do acusado é facultado assistir ao interro- § 3º O Secretário da Comissão será designado por seu Presi-
gatório. dente, podendo a escolha recair em servidor que não seja membro
§ 2º Havendo mais de um acusado, cada um deles será ouvido da Comissão, desde que atenda aos mesmos requisitos exigidos
em separado e, caso haja divergência entre suas declarações, pode- para ser membro, exceto Presidente, e com a aquiescência do seu
rá ser promovida a acareação entre eles. órgão de lotação.
Art. 191 Quando houver dúvida quanto às condições de saúde § 4º No caso do § 3º, o servidor designado como Secretário da
física e mental do servidor, poderá ser solicitada a formação de jun- Comissão deverá prestar compromisso de bem e fielmente desem-
ta médica oficial para emissão de laudo conclusivo. penhar suas funções e de guardar sigilo das informações a que teve
Art. 192 Testemunha é a pessoa que presta depoimento sob o acesso.
compromisso legal de dizer a verdade e de não omiti-la. § 5º Não poderá participar da Comissão, cônjuge ou compa-
§ 1º Se a testemunha for servidor público municipal, será in- nheiro e parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta
timada pessoalmente ou mediante carta registrada, e deverá ser ou colateral, até o terceiro grau.
adotado o seguinte procedimento: § 6º O servidor também não poderá participar da Comissão,
I - o servidor será liberado no dia e hora designados na intima- nos casos de impedimento ou suspeição de envolvimento individual
ção, pela chefia imediata; ou íntimo com o acusado, e outros definidos em lei.
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LEGISLAÇÃO
Art. 198 A Comissão permanente poderá ser constituída de 02 VI - relatório conclusivo, elaborado pela comissão, no prazo de
(duas) Câmaras ou mais, sendo que cada Câmara será composta 03 até 05 (cinco) dias úteis, contados do término para apresentação
(três) membros, observadas as disposições do artigo 197. da defesa final, com observância ao disposto no artigo 181 e seus
Parágrafo único. Poderão ser designados ainda 03 (três) mem- parágrafos;
bros suplentes para substituir os membros titulares em caso de ne- VII - remessa do procedimento disciplinar, com o relatório da
cessidade. comissão, à autoridade máxima do órgão, para as necessárias provi-
Art. 199 Os processos disciplinares serão protocolados e distri- dências, observado o disposto no art. 205e seus incisos, bem como
buídos entre as Câmaras mediante sorteio. no art. 176.
Art. 200 As atividades da comissão disciplinar serão conduzidas Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não ex-
com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessá- cederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por, no máximo,
rio à elucidação do fato ou o exigido pelo interesse da administra- igual período, quando as circunstâncias o exigirem.
ção. Art. 204 A sindicância precederá ao processo administrativo
§ 1º O acusado ou seu defensor terão livre acesso aos autos. disciplinar somente no caso de não haver elemento de convicção
§ 2º As reuniões e interrogatórios terão caráter reservado. suficiente para a imediata instauração do processo administrativo
§ 3º As reuniões da comissão serão registradas em atas que disciplinar.
deverão detalhar as deliberações adotadas. § 1º Na hipótese de não haver elemento de convicção suficien-
§ 4º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo inte- te, a sindicância terá caráter meramente indiciário.
gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do pon- § 2º A cessação do vínculo de confiança independe de apura-
to, até a entrega do relatório final. ção de falta disciplinar.
Art. 201 A comissão disciplinar procederá a todas as diligências Art. 205 Da sindicância poderá resultar:
que julgar necessárias, ouvindo, se entender conveniente, a opinião I - arquivamento, por falta de prova da existência do fato ou da
de técnicos e peritos. sua autoria;
§ 1º A comissão disciplinar poderá denegar pedidos conside- II - arquivamento, por falta de prova suficiente à aplicação da
rados impertinentes, meramente protelatórios ou desprovidos de penalidade administrativa;
interesse para o esclarecimento dos fatos, fazendo-o justificada- III - absolvição, por existência de prova de não ser o acusado o
mente. autor do fato;
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com- IV - absolvição, por existência de prova da não-ocorrência do
provação do fato não depender de conhecimento técnico de perito. fato;
Art. 202 Os órgãos e entidades municipais, sob pena de respon- V - aplicação de penalidade de repreensão;
sabilidade de seus titulares, atenderão com presteza as solicitações VI - instauração de processo administrativo disciplinar.
da comissão processante, inclusive quanto à requisição de técnicos Art. 206 Verificada na fase de julgamento a existência de falta
e peritos, devendo prontamente justificar a impossibilidade de fa- punível com penalidade mais grave do que aquela prevista no inciso
zê-lo. V do artigo 205, a autoridade competente, em despacho, determi-
nará a providência constante do inciso VI daquele artigo, expedin-
CAPÍTULO II do-se, para tanto, a respectiva portaria.
DA SINDICÂNCIA Parágrafo único. Os autos da sindicância integrarão os autos do
processo administrativo disciplinar.
Art. 203 A sindicância é o meio sumário de apuração de irregu-
laridades e de aplicação da penalidade de repreensão e desenvol- CAPÍTULO III
ver-se-á da seguinte forma: DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
I - instauração, através de requerimento da autoridade com-
petente, com a exposição dos motivos, e publicação da respectiva SEÇÃO I
portaria, da qual constará a identificação do sindicado e a menção DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO
dos fatos e a indicação dos dispositivos de lei aplicáveis;
II - citação do sindicado para, no prazo de 03 (três) dias, compa- Art. 207 Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal
recer para o interrogatório; de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade que tiver
III - prazo de 03 (três) dias, contados da data do interrogatório ciência do fato notificará o servidor, por intermédio do órgão de
para o sindicado apresentar defesa prévia e as provas que pretende pessoal, para apresentar opção no prazo improrrogável de 05 (cin-
produzir; co) dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão,
IV - despacho do presidente da comissão, que se manifestará adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização
quanto ao pedido formulado pelo sindicado e, se entender conve- imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá
niente, determinará a oitiva das testemunhas, acareações, a rein- nas seguintes fases:
quirição das já ouvidas, a juntada de documentos ou a realização de I - instauração, com a publicação do ato, que indicará a autoria
prova técnica, se for o caso; e a materialidade da transgressão objeto da apuração, pela comis-
V - abertura do prazo de 05 (cinco) dias, contados do despacho são;
que põe fim as providências indicadas no inciso IV, para a o sindica- II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e re-
do apresentar defesa final; latório;
III - julgamento.
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LEGISLAÇÃO
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo V - prazo de até 02 (dois) dias, contados do despacho que põe
nome e matrícula do servidor e a materialidade pela descrição dos fim à instrução oral prevista nos incisos III e IV, para o processado
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação requerer diligências probatórias complementares, quando necessá-
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, rio;
do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. VI - despacho do presidente da comissão, que se manifestará
§ 2º A comissão lavrará, até 03 (três) dias após a publicação do quanto ao pedido formulado pelo processado, na forma indicada no
ato que instaurou o processo, termo de indiciação, em que serão inciso V, e, se entender conveniente, determinará a oitiva de outras
transcritas as informações de que trata o § 1º, bem como promo- testemunhas e respectiva inquirição, a reinquirição das já ouvidas, a
verá a citação pessoal do servidor ou por carta registrada, para, no juntada de documentos ou a realização de prova técnica;
prazo de 05 (cinco) dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se VII - abertura do prazo de até 08 (oito) dias úteis para o proces-
lhe vista do processo. sado apresentar razões finais;
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con- VIII - relatório conclusivo, elaborado com observância ao dis-
clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em posto no artigo 183 e seus parágrafos;
que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude IX - remessa do procedimento disciplinar, com o relatório da
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e comissão, à autoridade máxima do órgão de lotação do servidor,
remeterá o processo à autoridade máxima do órgão de lotação do para julgamento.
servidor, para julgamento. Art. 211 Para aplicação da penalidade, quanto à autoridade
§ 4º No prazo de até 05 (cinco) dias úteis, contados do recebi- competente, deverá ser observado o artigo 176.
mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. Art. 212 O prazo para conclusão do processo administrativo dis-
§ 5º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, apli- ciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado
car-se-á a pena de demissão ou destituição em relação aos cargos, por até 30 (trinta) dias, quando as circunstâncias o exigirem.
empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal,
hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão co- SEÇÃO III
municados. DO JULGAMENTO
§ 6º O prazo para a conclusão do processo administrativo dis-
ciplinar submetido ao rito sumário não excederá 15 (quinze) dias, Art. 213 No prazo de até 05 (cinco) dias úteis, contados do re-
contados da data de publicação do ato que instaurou o processo, cebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua de-
admitida a sua prorrogação por, no máximo, igual período, quando cisão.
as circunstâncias o exigirem. § 1º A decisão deverá conter a indicação dos motivos de fato e
§ 7º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste de direito em que se fundar.
artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, § 2º A autoridade julgadora decidirá à vista dos fatos apurados
as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. pela comissão, não ficando vinculada às conclusões do relatório,
Art. 208 Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade quando este for manifestamente contrário às provas dos autos.
habitual, também será adotado o procedimento sumário, disposto Art. 214 Verificada a existência de vício insanável, a autoridade
nesta Seção. julgadora declarará a nulidade total ou parcial e ordenará a consti-
Parágrafo único. O processo disciplinar administrativo instaura- tuição de outra comissão para apurar os fatos articulados no pro-
do para a apuração do abandono de cargo e inassiduidade habitual cesso.
será sempre precedido da publicação no Diário Oficial do Município § 1º Quando a autoridade julgadora entender que os fatos não
de edital de convocação do servidor para comparecer ao órgão em foram devidamente apurados, determinará o reexame do processo
que estiver lotado. na forma prevista neste artigo.
§ 2º O julgamento do processo fora do prazo legal não implica
SEÇÃO II em sua nulidade.
DO PROCEDIMENTO COMUM § 3º A autoridade julgadora que der causa a prescrição será
responsabilizada na forma prevista nesta Lei.
Art. 209 Do processo administrativo disciplinar poderá resultar Art. 215 Quando a infração estiver capitulada como crime, será
arquivamento ou absolvição, na forma do disposto nos incisos I a remetida cópia do processo disciplinar ao Ministério Público para
IV do art. 205, ou aplicação das penalidades previstas no art. 181, instauração de ação penal.
desta Lei. Art. 216 Ao servidor não poderão ser concedidos, até que seja
Art. 210 O processo administrativo disciplinar desenvolver-se-á concluído o processo disciplinar e cumprida a penalidade aplicada:
da seguinte forma: I - exoneração do cargo, a pedido;
I - instauração, com a publicação da respectiva portaria, da qual II - aposentadoria voluntária;
constarão a identificação do servidor e a menção dos dispositivos III - afastamento para missão ou estudo no exterior;
de lei aplicáveis; IV - afastamento para servir em outro órgão ou entidade.
II - citação do processado para o interrogatório, abrindo-se lhe,
em seguida, prazo de 05 (cinco) dias para apresentação de defesa
prévia e para indicação das provas que quiser produzir;
III - oitiva de testemunhas da denúncia, até o máximo de 05
(cinco), se for o caso;
IV - oitiva de testemunhas arroladas pelo processado até o má-
ximo de 05 (cinco), se o caso;
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Art. 234 Nas licenças por motivo de saúde, será observado o § 1º Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos,
devido sigilo sobre os laudos e atestados médicos. excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, ficando
§ 1º No curso da licença por motivo de saúde, o servidor abs- prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o prazo vencido no dia
ter-se-á de atividades remuneradas, sob pena de interrupção da em que não haja expediente.
licença, com perda total do vencimento, desde o início destas ativi- § 2º Os prazos somente começam a correr a partir do 1º (pri-
dades e até que reassuma o cargo; meiro) dia útil após a citação, intimação ou notificação.
§ 2º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob § 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data
pena de suspensão, na forma estabelecida no § 2º do artigo 166; a data e se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
§ 3º Considerado apto em inspeção médica, o servidor reas- àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
sumirá o exercício, sob pena de serem computados como faltas os Art. 241 É assegurado ao servidor público o direito a livre asso-
dias de ausência ao serviço, após a ciência do resultado do laudo ciação sindical, na forma da lei.
médico. Art. 242 Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosó-
§ 4º O tempo necessário à inspeção médica será considerado fica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos
como licença, desde que não fique caracterizada a simulação. seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem se
Art. 235 Configura acidente em serviço o dano físico ou mental eximir do cumprimento de seus deveres.
sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, Art. 243 Os servidores são isentos de quaisquer taxas ou emo-
com as atribuições do cargo exercido. lumentos nos requerimentos de certidões e de outros documentos
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi- funcional.
dor no exercício do cargo ou em razão dele; Art. 244 Para atender necessidade temporária de excepcional
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice- interesse público, poderá haver contratação por tempo determi-
-versa. nado para exercício de função pública temporária nos órgãos da
Art. 236 O servidor acidentado em serviço que necessite de tra- Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas do Poder
tamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, Executivo Municipal e no Poder Legislativo, nas condições e prazos
a conta de recursos públicos, desde que recomendado por junta previstos em lei.
médica oficial do Município. Art. 245 O dia do servidor público será comemorado a cada 28
Parágrafo único. O tratamento a que se refere este artigo cons- (vinte e oito) de outubro.
titui medida de exceção e somente será admissível quando inexisti- Parágrafo único. A comemoração de que trata o “caput” será
rem meios e recursos adequados em instituição pública. realizada a cada ano, mediante ato Executivo Municipal, declarando
Art. 237 O acidente de trabalho será comprovado em processo “ponto facultativo”, nas repartições públicas do Município.
regular, devidamente instruído, estabelecendo, rigorosamente, a Art. 246 Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
caracterização do acidente no trabalho. esta lei os servidores públicos estáveis e os ocupantes de cargos de
Art. 238 À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, provimento efetivo na Administração Direta, Autarquias e Funda-
nos termos da lei. ções Públicas do Município.
Parágrafo único. O pagamento do auxílio-reclusão cessará a § 1º Não se incluem no “caput” deste artigo, os ocupantes de
partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liber- emprego púbico na Administração Indireta, cujas entidades sejam
dade, ainda que condicional. constituídas sob a forma de sociedade de economia mista ou em-
presa pública.
TÍTULO VII § 2º É vedada a extensão de direitos e vantagens previstas nes-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ta lei, às entidades referidas no § 1º, cujo regime jurídico é a Conso-
lidação das Leis do Trabalho CLT.
Art. 239 Poderão ser instituídos os seguintes incentivos funcio- Art. 247 São mantidos todos os direitos e garantias assegu-
nais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira: rados nas disposições legais vigentes à data de publicação desta
I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos Lei Complementar, aos servidores públicos que já cumpriram, até
que favorecem o aumento de produtividade e a redução dos custos aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos.
operacionais; Art. 248 (Revogado pela Lei Complementar nº 499/2015)
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito e con- Art. 249 Esta Lei Complementar entrará em vigor a partir de 1º
decoração. de janeiro de 2009.
Parágrafo único. A lei que dispuser sobre a concessão de van- Art. 250 Ficam expressamente revogadas as disposições em
tagens aos servidores públicos obedecerá a critérios inerentes à contrário, especialmente a Lei Municipal nº 2.140, de 26 de julho
produtividade e à eficiência no serviço público em detrimento do de 1971 e suas posteriores alterações; Lei nº 8.325, de 21 de maio
tempo de serviço, nos termos da Lei Orgânica do Município. de 2002, Lei Complementar nº 43, de 06 de julho de 1995 e Lei nº
Art. 240 Os prazos previstos nesta Lei serão contados por dias 9.667, de 31 de dezembro de 2004.
corridos, salvo disposição em contrário.
Uberaba (MG), 17 de dezembro de 2008.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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10-FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2016
Nos termos da Lei Complementar Nº 392/2008 – Estatuto dos ______________________________________________________
Servidores do Município de Uberaba, assinale a alternativa CORRE-
TA. ______________________________________________________
(A) Reversão é o retorno do servidor estável ao cargo anterior-
mente ocupado decorrente de inabilitação em estágio probató- ______________________________________________________
rio relativo a outro cargo.
(B) O servidor convocado para o serviço militar tem direito a ______________________________________________________
licença com vencimento integral.
(C) Por expressa opção do servidor, fica facultada a conversão _____________________________________________________
em pecúnia das férias-prêmio. _____________________________________________________
(D) O servidor em gozo de licença para acompanhamento do
cônjuge poderá reassumir o exercício do seu cargo a qualquer ______________________________________________________
tempo, não podendo, nesse caso, renovar o pedido antes de
decorrido igual período do tempo de gozo da licença, contado ______________________________________________________
da data em que reassumir.
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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INFORMÁTICA
gados ou descarregados, lâmpadas acesas ou apagadas, circuitos Em relação às transmissões, a medição mais comum é dada em
energizados ou desenergizados e assim por diante. Isto facilita ex- bits por segundo (Kb/s, Mb/s)
tremamente a representação de grandezas expressas no sistema 1 Kb/s = 1 kilobit por segundo
binário usando estes componentes. 1 Mb/s = 1 megabit por segundo
Toda e qualquer grandeza do mundo real, desde as cores e po- 1 Gb/s = 1 gigabit por segundo
sições dos pontos que formam a imagem da Mona Lisa, os compas-
sos, timbres e notas musicais que compõem a Aria da Quarta Corda, Também é comum o uso de Kbps, Mbps ou Gbps para expres-
o conjunto de caracteres que consubstanciam a Divina Comédia até sar a quantidade de bits transferidos, com a terminação “ps” se re-
a sucessão ordenada de aminoácidos que formam o DNA dos seres ferindo a “per second (por segundo)”. No entanto, “ps” é uma sigla
vivos, em suma: toda e qualquer criação humana ou da natureza, para picossegundo, de acordo com o Sistema Internacional de Uni-
seja ela qual for, pode ser codificada e representada (com maior ou dades, assim, o uso de “/s” é mais adequado para expressar bits
menor precisão) sob a forma de um conjunto de números. E estes transferidos por segundo.
números podem ser expressos no sistema binário. É por isso que o
computador é uma máquina tão versátil e se presta a atividades tão Sistema Computacional2
disparatadas como calcular, escrever, desenhar, reproduzir músicas
ou vídeo. Um sistema computacional consiste num conjunto de disposi-
tivos eletrônicos (hardware) capazes de processar informações de
Medição de Volume de Dados por Bits e Bytes acordo com um programa (software). O software mais importante
é o sistema operacional, porque ele fornece as bases para a execu-
Os computadores interpretam impulsos elétricos, que recebem ção das aplicações, às quais o usuário deseja executar. Exemplos
o nome de bit (binary digit), cujo conjunto de 8 deles reunidos for- de sistemas operacionais são o Windows, o Macintosh e o Linux,
mam um byte. Estes impulsos podem ser positivos ou negativos, dentre outros. Um dos mais utilizados por usuários domésticos é o
representados por 0 e 1. Windows, produzido pela Microsoft.
Sendo o bit representado por dois tipos de valores e o byte Pode ser composto de rede de computadores, servidores e
representando 8 bits, dois (bit) elevado a 8 (byte) = 256 números bi- cluster, dependendo da situação e das necessidades.
nários, número suficiente para que possamos lidar com a máquina. Sistema computacional é aquele que automatiza ou apoia a
Os bytes representam letras, acentos, caracteres, comandos realização de atividades humanas através do processamento de in-
enviados por dispositivos de entrada de dados, instruções, etc. formações.
A tabela ASCII - American Standard Code for Information Inter- Um sistema baseado em computador é caracterizado por al-
change (Código Americano Padrão para o Intercâmbio de Informa- guns elementos fundamentais.
ções) abrange um conjunto de valores que representam caracteres - Hardware;
e códigos de controle armazenados ou utilizados em computadores. - Software;
No que se refere aos bits e bytes, tem-se as seguintes medidas: - Informações;
1 Byte = 8 bits - Usuários;
1 kilobyte (KB ou Kbytes) = 1024 bytes - Procedimentos ou Tarefas;
1 megabyte (MB ou Mbytes) = 1024 kilobytes - Documentação.
1 gigabyte (GB ou Gbytes) = 1024 megabytes
1 terabyte (TB ou Tbytes) = 1024 gigabytes Classificação dos Computadores
1 petabyte (PB ou Pbytes) = 1024 terabytes
1 exabyte (EB ou Ebytes) = 1024 petabytes Quanto aos tipos de computadores podemos classifica-los em:
1 zettabyte (ZB ou Zbytes) = 1024 exabytes
1 yottabyte (YB ou Ybytes) = 1024 zettabytes Grande Porte – Mainframes
Os mainframes são responsáveis por processar um volume
É também por meio dos bytes que se determina o comprimen- gigantesco de informações, possuem grande poder de processa-
to da palavra de um computador, ou seja, a quantidade de bits que mento, podendo oferecer serviços a milhares de usuários por rede
o dispositivo utiliza na composição das instruções internas, exem- ou terminais conectados diretamente. O nome remete ao gabine-
plo: te principal que abrigava a unidade central de processamento dos
8 bits => palavra de 1 byte primeiros computadores. São utilizados em ambientes comerciais
16 bits => palavra de 2 bytes e grandes empresas, como bancos, operadoras de energia e telefo-
32 bits => palavra de 4 bytes nia, empresas de aviação, etc.
Quando é feita entre dispositivos, a transmissão de dados ge- Necessitam de ambiente especial, tanto pelo tamanho quanto
ralmente usa medições relacionadas a bits e não a bytes, também pela necessidade de refrigeração especial.
existindo os seguintes termos:
1 kilobit (Kb ou Kbit) = 1024 bits
1 megabit (Mb ou Mbit) = 1024 Kilobits
1 gigabit (Gb ou Gbit) = 1024 Megabits
1 terabit (Tb ou Tbit) = 1024 Gigabits
Médio Porte – Minicomputador/Workstation/Servidor Todos os componentes são interligados por cabo ou ainda por
Minicomputadores apresentam porte intermediário entre o transmissão via ondas de rádio (RF- Radiofrequência) e bluetooth,
mainframe e um microcomputador Direcionado à empresas de no caso dos periféricos sem fio, que possuem seus respectivos re-
médio porte, ainda são utilizados principalmente em servidores e ceptores normalmente no padrão USB.
workstations mas, com a evolução dos microcomputadores, estão
perdendo espaço cada vez mais. All in one
São microcomputadores semelhantes a desktops, só que sem
Workstation gabinete, com placas, processador, drives, portas de comunicação
Estação de trabalho (do inglês Workstation) são os compu- todos embutidos no monitor. Estruturalmente a disposição das pe-
tadores situados entre o computador pessoal e o computador de ças se assemelha mais a um notebook, com tudo embutido em uma
grande porte. Algumas destas máquinas eram vocacionadas para única estrutura, só que, ao contrário dos portáteis, teclado e mouse
aplicações com requisitos gráficos acima da média, podendo então são conectados externamente.
ser referidas como Estação gráfica ou Estação gráfica de trabalho
(Graphical Workstation). Destinados principalmente a usos profis- Nettop
sionais específicos, tais como arquitetura, desenho industrial, cria- São desktops em miniatura, muito compactos, que executam
ção de filmes 3D, laboratórios de física etc. tarefas mais simples, que não exigem muito processamento, como
navegar na internet, executar mídias, etc. Possuem baixo consumo
Servidor de energia e são mais baratos que um desktop convencional.
Consiste em um sistema de computação centralizado fornece-
dor de serviços a uma rede de computadores, serviços estes que NUCS
podem ser de armazenamento de arquivos, de páginas de um de- Os NUCs da Intel são igualmente compactos, mas possuem pro-
terminado site, de envio e de recebimento de correio eletrônico, de cessamento superior, semelhante aos mais avançados processado-
controle de fila de impressão, de manipulações de informações em res de desktops, como os mais recentes da 5ª geração do processa-
um banco de dados, etc. dor Intel Core i5-5250U.
Chamam-se Clientes os computadores que acessam este servi-
ço e as redes que os utilizam são do tipo Cliente-Servidor. Computadores Portáteis
Um servidor não precisa necessariamente ser um computador Computador portátil é todo aquele que é facilmente transpor-
completo, pode se resumir a uma máquina que não seja necessaria- tado, possuindo todo o conjunto de periféricos padrão necessários
mente um computador, ou então a um software, etc. para seu funcionamento integrados ao equipamento e possui uma
Assim como em relação a computadores interligados em rede, fonte de energia, como uma bateria que necessita periodicamente
a comunicação entre clientes e servidores é feita através de proto- ser recarregada.
colos, ou seja, regras do modo como se dará a comunicação entre Sua principal vantagem perante os outros tipos de computa-
as partes. dores é em relação à sua mobilidade, acompanhando o usuário em
Conceitualmente todos eles realizam funções internas idênti- qualquer lugar.
cas, mas em escalas diferentes. As desvantagens em relação aos desktops são o custo elevado
em relação à desempenhos inferiores e a pouca flexibilidade em
Pequeno Porte: Microcomputadores relação ao hardware do equipamento, exceto pelos periféricos,
Os microcomputadores de pequeno porte são destinados ao onde não podemos fazer muitos “upgrades” (atualizações), como
uso pessoal ou a pequenos grupos denominados de (PC - Personal podemos fazer em um desktop, por exemplo uma placa gráfica de
Computer ou computador pessoal). Podemos dividi-lo em Desktops um notebook é embutida na placa mãe ou no processador (APU -
(computadores de mesa) ou portáteis, como notebooks ou laptops, Accelerated Processing Unit), não sendo possível altera-la. Sendo
tablets, smartphones, PDAs, etc. Estas maquinas utilizam os mais assim, usuários de aplicações gráficas, tanto para manipulação de
variados sistemas operacionais, em relação aos Desktops, os prin- vídeos quanto jogos, para citar alguns exemplos, devem escolher
cipais deles são o Microsoft Windows, as distribuições baseadas notebooks já com placa gráfica dedicada. Apesar de limitado tam-
em Linux (Debian, Ubuntu, Fedora) e o MacOs X e em relação aos bém em relação a seu monitor embutido, os portáteis em geral tem
portáteis, os mais utilizados são o Google Android, o IOS e o MS saídas para conexão em televisores e monitores diversos, podendo
Windows. utilizar o mesmo como monitor principal, extensão do monitor, etc.
A arquitetura dos microcomputadores é baseada em proces- O recurso Wireless ou Wi-Fi, presente em praticamente todos
sadores x86 (32 bits), X64 (64 bits) e Power PCs. No qual os mais os portáteis, torna simples o acesso à internet em diversos ambien-
utilizados serão abordados abaixo: tes, como aeroportos, restaurantes, etc., além de interligar diversos
dispositivos diferentes em um mesmo ambiente.
Desktops Um portátil deve ser pensado, principalmente, por pessoas que
Os microcomputadores mais utilizados ainda são os desktops, precisam de espaço ou mobilidade.
pois atendem a várias aplicações. São eles o PC – Personal Compu-
ter ou computador pessoal e o Macintosh, da Apple, em diversos Notebook
modelos, com diferentes configurações. O notebook, também denominado laptop ou computador por-
Na maioria das vezes, é composto por: Gabinete, Monitor, tátil, é projetado para ser facilmente transportado para diferentes
Mouse, Teclado. lugares. Geralmente, é composto por uma tela de cristal líquido
(LED), teclado, um touchpad, dispositivo sensível ao toque que faz
o papel de mouse, drive gravador de cd/dvd, disco rígido/HD (em
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INFORMÁTICA
alguns casos até com SSD-Solid State Disk, muito mais rápidos que nda, visando atender as necessidades e particularidades de
os HDs convencionais), portas para conectividade via rede local e uma empresa ou instituição, por exemplo.
portas USB, além de conectores VGA (RGB) e/ou HDMI para conec- Existem diversas nomenclaturas utilizadas para caracterizar um
tar-se monitores e/ou tvs. software: programa, sistema, aplicação, entre outros.
Consiste, portanto, em um agrupamento de comandos escritos
Netbooks em uma linguagem de programação. Estes comandos, ou instru-
São versões menores e mais baratas dos notebooks convencio- ções, criam as ações dentro do programa, e permitem seu funcio-
nais, com hardware limitado e baixa performance. Não possuíam namento.
drive de cd/dvd em contrapartida eram mais leves e tinham maior
autonomia em relação à bateria, além de possuírem as mesmas fun-
cionalidades padrão de um notebook. Começaram a perder merca- CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS SOFTWA-
do com a popularização dos Tablets e o surgimento dos ultrabooks. RES UTILITÁRIOS (COMPACTADORES DE ARQUIVOS, CHAT,
CLIENTES DE E-MAILS, REPRODUTORES DE VÍDEO, VISUA-
Tablet LIZADORES DE IMAGEM, ANTIVÍRUS)
Dispositivo portátil, fino, em forma de prancheta com uma tela
sensível ao toque como dispositivo de entrada (touchscreen), pos-
Compactador de arquivos: é um software que reduz o tama-
suindo as mesmas funcionalidades de outros portáteis, guardadas
nho dos arquivos, para economizar espaço em disco ou facilitar
as devidas proporções. Podemos citar como exemplo o Ipad, da
o envio e o download pela internet. Alguns formatos de arquivos
Apple, que utiliza o sistema operacional IOS e o Samsung Galaxy
compactados são ZIP, RAR, 7Z, etc. Alguns exemplos de compacta-
Tab que, como a grande maioria dos dispositivos, utiliza o sistema
dores de arquivos são WinRAR, 7-Zip, WinZip, etc.
operacional do Google, o Android.
Chat: é um software que permite a comunicação online en-
tre duas ou mais pessoas, por meio de texto, voz ou vídeo. Alguns
Smartphones
exemplos de chat são WhatsApp, Telegram, Skype, Zoom, etc.
Etimologicamente, “smart” do inglês “esperto” e phone, tele-
Clientes de e-mails: são softwares que permitem o envio e o
fone, consiste em um celular com funções avançadas, graças a seus
recebimento de mensagens eletrônicas pela internet. Eles se co-
sistemas operacionais completos que possuem aplicativos (APPs),
nectam a um servidor de e-mail que armazena as mensagens na
que executam as mais diversas funcionalidades. Podem possuir
caixa postal do usuário. Alguns exemplos de clientes de e-mails são
hardware mais básico, com redes de dados para acesso à internet
Outlook, Thunderbird, Gmail, Yahoo Mail, etc.
e intercomunicação com computadores pessoais. Podem também
Gerenciador de processos: é um software que controla os pro-
possuir hardware avançado, com processamento 3d para jogos
cessos e as tarefas que estão sendo executados pelo computador.
avançados e possibilidade de filmar em 4k, telas 2k e até mesmo
Ele mostra informações como o uso da CPU, da memória RAM, do
sensores de batimentos cardíacos. Os principais sistemas operacio-
disco e da rede pelos processos. Ele também permite finalizar ou
nais presentes nos smartphones são o IOS da Apple (IPhone), o An-
alterar a prioridade dos processos. Alguns exemplos de gerencia-
droid da Google (Samsung Galaxy S9) e o Windows (Lumia).
dores de processos são o Gerenciador de Tarefas do Windows, o
Monitor de Atividade do Mac OS e o htop do Linux.
PDA – Personal Digital Assistant
Visualizador de imagens: O visualizador de imagens do Win-
dows é um programa que permite abrir e visualizar fotos no com-
O Personal Digital Assistant ou assistente pessoal digital pode
putador. Ele foi introduzido no Windows XP e continuou sendo o
ser considerado um pequeno computador, que cumpre as funções
aplicativo padrão para fotos até o Windows 8.1. No Windows 10 e
de agenda e instrumento complementar de informática, com inter-
no Windows 11, ele foi substituído pelo aplicativo Fotos, que tem
conexão a computadores e acesso a rede sem fios.
mais recursos, mas também é mais pesado e lento.
A maioria utiliza o sistema operacional Windows Mobile (base-
Antivírus: é um programa que protege o seu computador ou
ado no Windows CE da Microsoft).
dispositivo móvel contra vírus, malwares, spywares e outras ame-
aças digitais. Um antivírus funciona escaneando os arquivos, apli-
Software
cativos e redes em busca de sinais de atividades maliciosas, e blo-
queando ou removendo qualquer coisa suspeita. Alguns exemplos
Software é todo programa instalado no computador, inclusive o
são Avast, AVG Antivirus, Kaspersky Security Cloud, Bitdefender
sistema operacional, que é o principal programa instalado no com-
Antivirus, etc.
putador, é ele que controla todas as funções e processos dos outros
programas que foram instalados após ele.
Podemos citar como exemplo de software: sistema operacio-
nal Windows, processador de texto (Word), software para elabo-
ração de planilhas eletrônicas (Excel), software para elaboração de
slides e apresentações (PowerPoint), software para gerenciamento
de banco de dados (Access), software para edição e tratamento de
imagens (Photoshop), software antivírus etc.
Um software pode ser desenvolvido ou personalizado sob
dema
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INFORMÁTICA
Fonte de Alimentação
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INFORMÁTICA
Dispositivos de entrada
Teclado: este dispositivo permite que o usuário digite as infor-
mações que serão processadas pelo computador.
Mouse: este dispositivo permite que o usuário aponte uma
posição ou um objeto de software que sofrerá uma ação ao ser cli- Caixas de som: dispositivo essencial para quem desejar proces-
cado. sar arquivos de áudio ou arquivos de vídeo que contenham áudio.
Touchpad: este dispositivo desempenha a mesma função do
mouse nos notebooks e netbooks.
Webcam: este dispositivo permite capturar imagens ou vídeos
do ambiente local para que seja armazenado em um sistema local
ou transmitido pela web.
Dispositivos de saída
Monitor: este dispositivo permite que o usuário visualize as in-
formações processadas.
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INFORMÁTICA
Windows 10
Botão Iniciar
O Botão Iniciar dá acesso aos programas instalados no computador, abrindo o Menu Iniciar que funciona como um centro de comando
do PC.
Menu Iniciar
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INFORMÁTICA
Botão Expandir
Conta: apresenta opções para configurar a conta do usuário logado, bloquear ou deslogar. Em Alterar configurações da conta é possível
modificar as informações do usuário, cadastrar contas de e-mail associadas, definir opções de entrada como senha, PIN ou Windows Hello,
além de outras configurações.
Configurações de conta
Ligar/Desligar: a opção “Desligar” serve para desligar o computador completamente. Caso existam programas abertos, o sistema não
os salvará automaticamente, mas perguntará ao usuário se deseja salvá-los.
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INFORMÁTICA
d) Sair: o usuário desconecta de sua conta, e todas as suas tarefas são encerradas.
e) Bloquear: bloqueia a conta do usuário, mantendo todas as tarefas em funcionamento.
Para trocar o usuário, basta apertar CTRL + ALT + DEL:
f) Trocar usuário: simplesmente dá a opção de trocar de usuário, sem que o usuário atual faça o logoff. Assim, todas as tarefas são
mantidas em funcionamento, e quando o usuário quiser, basta acessar sua conta para continuar de onde parou.
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INFORMÁTICA
Área de Trabalho
A Área de trabalho (ou desktop) é a principal área exibida na tela quando você liga o computador e faz logon no Windows. É o lugar
que exibe tudo o que é aberto (programas, pastas, arquivos) e que também organiza suas atividades.
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INFORMÁTICA
Ícones
Um ícone é um pequeno símbolo gráfico, usado geralmente
para representar um software ou um atalho para um arquivo
específico, aplicação (software) ou diretório (pasta). Dito de outra
forma, é o elemento gráfico que, em sistemas operacionais ou em
programas com interfaces gráficas, representa determinado objeto,
operação ou link, sendo geralmente acionável por um clique de
mouse.
Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os
quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
fica o tipo de dado que ele representa.
Atalhos
Um atalho é um link que pode ser criado para um item (como Extensões de arquivos
um arquivo, uma pasta ou um programa) no computador. Permite
a execução de uma determinada ação para chamar um programa
sem passar pelo caminho original. No Windows, os ícones de atalho EXTENSÃO TIPO
possuem como característica uma seta no canto inferior esquerdo. .jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
Menu iniciar e barra de tarefas
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
Botão e Menu Iniciar .ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
Depois de ter sido excluído do Windows 8, o recurso faz um
.exe Executável
retorno glorioso. É o ponto central da experiência com o Windows
10. .msl, ... Instalador
Os apps estilo metro ficam abrigados ali. O acesso a qualquer
outro programa ou às configurações também tem acesso rápido e Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, ar-
fácil. O seu tamanho (ocupando mais ou menos espaço na tela) é quivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
ajustável. sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros
que dependem de um programa específico como os arquivos do
Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identifi-
camos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
letras que ficam no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
5 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/
aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
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INFORMÁTICA
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.
Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft6.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
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INFORMÁTICA
Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.
Configurações: é possível configurar o Menu Iniciar como um todo. Para isso, basta acessar a opção “Configurações” e, na janela
que se abre, procurar por “Personalização”. Depois, selecionar “Iniciar”. É possível selecionar o que será exibido no Menu Iniciar como
os blocos, as listas de recentes ou de aplicativos mais usados, além de outras configurações. Além da personalização, diversas outras
configurações podem ser acessadas por aqui como Sistema, Dispositivos, Rede e Internet e muito mais.
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INFORMÁTICA
Configurações do Windows.
Programas: a lista mostra programas instalados no computador. Esse menu apresenta os programas em ordem alfabética, além dos
programas mais usados.
Para manter um atalho permanente nesta área do Menu, clique com o botão direito sobre ele e em “Fixar em Iniciar”.
Dependendo do aplicativo ao qual o atalho é relacionado, é possível abrir diretamente um arquivo. Por exemplo, o Word lista os
últimos documentos abertos; o Excel lista as planilhas; e o Media Player, as mídias. Basta utilizar também o botão direito para acessar essa
lista.
Grupos: é possível agrupar aplicativos em grupos. Você pode criar vários grupos e adicionar aplicativos a eles. Por exemplo, um grupo
para Trabalho, um para Estudos e outro para Lazer.
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INFORMÁTICA
Barra de Tarefas
A Barra de Tarefas é um dos itens mais utilizados no dia-a-dia. O papel da barra de tarefas é dar acesso aos programas instalados no
computador, permitindo alternar entre janelas abertas e abrir outras ou acessar rapidamente certas configurações do Windows. Esta barra
também ajuda na organização das tarefas, já que pode deixar visível os programas que estão em execução naquele momento, permitindo
alternar entre eles rapidamente, ou que podem ser executados com um simples clique.
No Windows 10, a barra de tarefas fica, por padrão, na parte inferior da tela e normalmente visível, mas é possível movê-la para os
lados ou para a parte superior da área de trabalho, desde que ela esteja desbloqueada.
Vejamos a anatomia básica da barra de ferramentas do Windows 10.
Barra de Tarefas.
Execução de programas
Super Barra
A Super Barra contém uma série de ícones para, principalmente, executar softwares, incluindo arquivos mais usados ou pastas
favoritas.
Visão de tarefas: a visão de tarefas é uma espécie de visualização panorâmica do sistema na qual é possível pré-visualizar todas as
janelas abertas naquele momento.
Ao acessar este menu, você pode adicionar novas áreas de trabalho virtuais ao sistema. Ou seja, é possível ter diversas áreas de tra-
balho funcionando simultaneamente dentro do Windows 10, ideal para organizar melhor o seu conteúdo quando muitas coisas precisam
ficar abertas ao mesmo tempo.
O atalho Windows ( ) + TAB abre a visão de tarefas.
Visão de Tarefas.
Programas e pastas afixadas: ícones que permanecem na barra de tarefas mesmo sem estar em uso. Funcionam como atalhos para
as pastas e programas.
Para fixar o atalho de algum programa, execute-o, clique sobre o atalho e marque a opção “Fixar na Barra de tarefas”. É possível
mudar a ordem dos ícones fixados como você preferir, bastando clicar e arrastar os ícones para os lados. O procedimento para desafixar
é o mesmo, apenas o texto da opção muda para “Desafixar da Barra de tarefas”. A fixação pode ocorrer também clicando com o botão
direito nele e escolhendo a opção “Fixar na barra de tarefas”. Uma possibilidade interessante do Windows 10 é a fixação de atalhos para
sites da internet na Barra de tarefas. Com o Internet Explorer, arraste a guia à Barra de tarefas até que o ícone mude para “Fixar em Barra
de tarefas”.
Programas em execução: os programas em execução os as pastas abertas também ficam dispostos na barra de tarefas.
Quando um programa está em execução ele fica sublinhado na barra de tarefas. O Windows 10 trabalha com o agrupamento de
janelas de um mesmo programa no mesmo botão da barra de tarefas, assim, todos os arquivos ou instâncias sendo executadas referentes
a um mesmo programa ficarão organizados sob ícones sobrepostos do programa que os executa ou pasta que os contém.
Ao passar o mouse sobre o ícone de um programa aberto na Barra de Tarefas, poderá ver uma Miniatura do Programa Aberto, sem ter
que clicar em mais nada. E se passar o mouse em cima dessa miniatura, verá uma prévia da janela aberta em tamanho maior. Se desejar
alternar entre essas janelas, basta clicar na desejada.
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INFORMÁTICA
Para iniciar o Gerenciador de tarefas, tome qualquer uma das seguintes ações:
1. Pressione CTRL+ALT+DELETE e clique em Gerenciador de tarefas.
2. Pressione CTRL+SHIFT+ESC.
3. Clique com o botão direito em uma área vazia da barra de tarefas e clique em Gerenciador de tarefas.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Na realidade, o cmd.exe é um programa do Windows que atua como interpretador de linha de comando.
O cmd.exe é mais utilizado por usuários avançados e possui uma série de comandos para realizar diversas funções. Por causa de alguns
comandos de sistema, é preciso executá-lo com privilégios de administrador. Para fazer isso, clique na caixa de pesquisa do Windows
10 e digite “cmd” (sem as aspas). Depois, clique com o botão direito em “cmd” e escolha a opção “Executar como administrador. Se for
solicitada a senha do administrador, digite-a ou apenas confirme a autorização.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Barras de Status
Uma barra de status é uma área na parte inferior de uma janela primária que exibe informações sobre o estado da janela atual (como o
que está sendo exibido e como), tarefas em segundo plano (como impressão, verificação e formatação) ou outras informações contextuais
(como seleção e estado do teclado)7.
As barras de status normalmente indicam status por meio de texto e ícones, mas também podem ter indicadores de progresso, bem
como menus para comandos e opções relacionados ao status.
Menu de Contexto
O “Menu de contexto” exibe opções quando o usuário clica com o botão direito do mouse em sistemas operacionais como o Windows,
Mac OS e Linux. A implementação desse recurso varia em cada sistema, mas é no Windows que essa ferramenta têm um maior nível de
customização8. No sistema operacional da Microsoft, é possível que o usuário coloque aplicativos no acesso ao menu de contexto e criar
atalhos para recursos e comandos específicos: compactadores de arquivos, reprodutores de mídia (players) e antivírus.
O menu de contexto condensa comandos e atalhos que podem ser facilmente acessados via botão direito do mouse. A lista de atalhos
e comando disponíveis no menu podem variar conforme o local do sistema ou aplicativo em que o usuário está: o menu de contexto no
desktop do Windows será diferente daquele exibido em uma pasta ou quando um arquivo é selecionado.
7 https://docs.microsoft.com/pt-br/windows/win32/uxguide/ctrl-status-bars
8 https://www.techtudo.com.br/noticias/2016/05/o-que-e-o-menu-de-contexto-do-windows.ghtml
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Atalhos de Teclado
CTRL+A: seleciona todos os itens da Área de Trabalho (Desktop).
CTRL+C: copia os itens selecionados.
CTRL+X: recorta os itens selecionados.
CTRL+V: cola os itens selecionados.
CTRL+Z: desfaz a última ação.
CTRL+Y: refaz a última ação desfeita por meio do CTRL+Z.
CTRL+ESC: aciona o Menu Iniciar.
CTRL+SHIFT+ESC: abre o Gerenciador de Tarefas do Windows.
ALT+TAB: alterna entre as janelas abertas, exibindo uma bandeja com miniaturas das janelas.
CTRL+ALT+DEL: exibe a tela de segurança do Windows, que dá as opções para bloquear o computador, trocar de usuário, fazer logoff,
alterar senha e iniciar o Gerenciador de Tarefas.
ALT+F4: fecha a janela atual.
ALT+I: aciona o Menu Iniciar.
DELETE: envia o item selecionado para a Lixeira do Windows.
SHIFT+DELETE: exclui o item selecionado definitivamente.
Windows Explorer
Teclas de Função
F1: abre a ajuda do Windows.
F2: renomeia o item selecionado (pasta ou arquivo).
F3: abre o campo de pesquisa na própria janela ativa.
F4: abre o campo histórico de endereços, da barra de endereços.
F5: atualiza os itens exibidos.
F6: muda o foco do cursor entre os frames da janela.
F10: ativa o Menu Arquivo.
F11: alterna para exibição em tela cheia.
9 https://www.dell.com/support/kbdoc/pt-br/000147309/move-and-copy-files-using-drag-and-drop-in-microsoft-windows#:~:text=Por%20pa-
dr%C3%A3o%2C%20se%20voc%C3%AA%20clicar,liberou%20o%20bot%C3%A3o%20do%20mouse.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Resolução de Tela
Na configuração padrão, o Windows utiliza a resolução nativa por ser a maior opção que o monitor permite10. Caso tenha alterado essa
definição ou precise usar um segundo monitor, basta fazer a alteração no painel de controle.
1. Abra as configurações do Windows pelo menu iniciar;
2. No painel de controle, selecione a opção “Sistema”;
3. Vá para a aba “Vídeo”. Caso esteja utilizando dois monitores, é possível clicar em cada um dos números para acessar as opções
individuais;
10 https://canaltech.com.br/windows/como-consultar-resolucao-nativa-monitor-windows/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
4. Desça a tela até o item “Resolução da tela” e clique para abrir a lista. A resolução marcada como “Recomendável” é a opção nativa
do seu computador.
O modo de resolução não depende apenas do tamanho do monitor: a placa de vídeo e os drivers instalados também influenciam na
configuração do Windows para obter a melhor qualidade de imagem. Ao alterar para uma resolução mais baixa do que a recomendada, os
textos podem ficar menos nítidos e com iluminação diferente.
Caso o computador não consiga reconhecer a resolução nativa do monitor, a recomendação é atualizar drivers de vídeo. Para isso,
abra as configurações, vá para a seção “Atualizações e Segurança” e procure por atualizações pendentes na tela “Windows Update”. Se o
problema persistir, talvez seja necessário instalar drivers específicos da fabricante.
Conecte o monitor
Conecte o monitor adicional à saída de vídeo extra de seu computador e ligue-o. Por padrão, o Windows irá clonar a Área de Trabalho
no segundo monitor, e você terá a mesma imagem nas duas telas. Não é o que queremos, e sim utilizar uma das telas como uma extensão;
Conclua a configuração
Por fim, escolha a opção Estender estes vídeos, clique em Aplicar e depois em Manter alterações.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Feito isso, tem-se uma Área de Trabalho única, mas estendida para os dois monitores. Entretanto, é preciso lembrar que todos os apps
e programas que abrir serão exibidos no monitor principal, que foi definido como “1”, e eles só ocuparão ambos monitores quando em tela
cheia, ou se arrastados manualmente com o mouse.
Mapeamentos de Rede
Mapeie uma unidade de rede para acessá-la no Explorador de Arquivos do Windows sem precisar procurá-la ou digitar seu endereço
de rede toda vez12.
1. Abra o Explorador de Arquivos na barra de tarefas ou no menu Iniciar, ou pressione a tecla de logotipo do Windows + E.
2. Selecione Este computador no painel esquerdo. Em seguida, na guia Computador, selecione Mapear unidade de rede.
12 https://support.microsoft.com/pt-br/windows/mapear-uma-unidade-de-rede-no-windows-29ce55d1-34e3-a7e2-4801-131475f9557d#ID0EB-
D=Windows_10
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INFORMÁTICA
3. Na lista Unidade, selecione uma letra da unidade. (Qualquer letra disponível serve).
4. Na caixa Pasta, digite o caminho da pasta ou do computador ou selecione Procurar para localizar a pasta ou o computador. Para se
conectar sempre que você entrar no computador, selecione Conecte-se em entrar.
5. Selecione Concluir.
Observação: Se você não conseguir se conectar a uma unidade de rede ou pasta, o computador ao qual você está tentando se
conectar pode estar desligado ou talvez você não tenha as permissões corretas. Tente contatar o administrador de rede.
Rede e compartilhamento
Rede e Internet
A opção Rede e Internet é possível verificar o status da rede e alterar suas configurações, definir preferências para compartilhar
arquivos e computadores e configurar a conexão com a Internet.
Rede e Internet.
1. A Central de Rede e Compartilhamento exibe as informações básicas de rede e configurações de conexões. É possível conectar ou
desconectar de uma rede ou configurar nova conexão ou rede (sem fio, de banda larga, etc.).
2. Em Propriedades da Internet, é possível definir as configurações de conexão e exibição da Internet. Podem ser definidas as páginas
padrão a serem abertas, alterar o modo de exibição das guias dos navegadores e configurar ou excluir o histórico de navegação, entre
outras configurações.
3. Infravermelho permite configurar a transferência de arquivos por infravermelho.
Compartilhamento
Para compartilhar um arquivo ou pasta no Explorador de Arquivos, siga um destes procedimentos13:
Clique com o botão direito do mouse ou pressione um arquivo e selecione Dar acesso a > Pessoas específicas.
13 https://support.microsoft.com/pt-br/windows/compartilhamento-de-arquivos-por-meio-de-uma-rede-no-win-
dows-b58704b2-f53a-4b82-7bc1-80f9994725bf#ID0EBD=Windows_10
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INFORMÁTICA
Selecione um arquivo, selecione a guia Compartilhar na parte superior do Explorador de Arquivos e, na seção Compartilhar com,
selecione Pessoas específicas.
Selecione um usuário na rede com o qual compartilhar o arquivo ou selecione Todos para dar a todos os usuários da rede acesso ao
arquivo.
Se selecionar vários arquivos de uma vez, você poderá compartilhar todos eles da mesma forma. Isso também é válido para pastas;
compartilhe uma pasta e todos os arquivos nela serão compartilhados.
Windows 11
O Microsoft Windows 11 representa a mais recente iteração da famosa série de sistemas operacionais da Microsoft.
Lançado como sucessor do Windows 10, o Windows 11 foi projetado para oferecer uma experiência de usuário aprimorada, junta-
mente com melhorias no desempenho, segurança e funcionalidades.
Além disso, a Microsoft introduziu uma série de mudanças no design, tornando o Windows 11 visualmente distinto em relação às
versões anteriores.
Recursos do Windows 11
– Nova interface de usuário: o Windows 11 traz uma interface de usuário redesenhada, com um novo menu Iniciar no centro da barra
de tarefas, cantos arredondados, ícones renovados e uma barra de tarefas simplificada. Essa mudança visa fornecer uma aparência mais
moderna e coesa.
– Compatibilidade de aplicativos: o Windows 11 é projetado para ser compatível com a maioria dos aplicativos e programas disponí-
veis para o Windows 10. Além disso, a Microsoft trabalhou para melhorar a compatibilidade com aplicativos Android por meio da Microsoft
Store.
– Desempenho aprimorado: a Microsoft afirma que o Windows 11 oferece melhor desempenho em comparação com seu antecessor,
graças a otimizações no núcleo do sistema operacional e suporte a hardware mais recente.
– Mudanças no Snap Layouts e Snap Groups: as funcionalidades de organização de janelas no Windows 11 foram aprimoradas com o
Snap Layouts e Snap Groups, facilitando a organização de aplicativos e janelas abertas em vários monitores.
– Widgets: o Windows 11 introduz widgets que fornecem informações personalizadas, como notícias, clima e calendário, diretamente
na área de trabalho.
– Integração do Microsoft Teams: o Microsoft Teams é integrado ao sistema operacional, facilitando a comunicação e a colaboração.
– Suporte a jogos: o Windows 11 oferece suporte aprimorado para jogos com o DirectX 12 Ultimate e o Auto HDR, proporcionando
uma experiência de jogo mais imersiva.
– Requisitos de Hardware: o Windows 11 introduziu requisitos de hardware mais rígidos em comparação com o Windows 10. Para
aproveitar todos os recursos, os dispositivos devem atender a determinadas especificações, incluindo TPM 2.0 e Secure Boot.
É importante mencionar que, além do Windows 11, a Microsoft pode ter lançado versões superiores do sistema operacional no mo-
mento em que este texto foi escrito. Como com qualquer sistema operacional, as versões posteriores geralmente buscam aprimorar a
experiência do usuário, a segurança e a compatibilidade com hardware e software mais recentes.
O Windows 11 representa uma evolução na família de sistemas operacionais da Microsoft, introduzindo mudanças significativas na
interface do usuário e aprimoramentos no desempenho, enquanto mantém a compatibilidade com a maioria dos aplicativos e programas
usados no Windows 10.
— Atalhos de teclado
O Windows 11, como seus predecessores, oferece uma variedade de atalhos de teclado que facilitam a navegação e a realização de
tarefas comuns.
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Aqui estão alguns atalhos úteis do teclado para o Windows 11: Resolução da Tela na Área de Trabalho
1. Tecla Windows: a tecla com o logotipo do Windows, geral- A resolução da tela afeta a clareza e o tamanho dos elementos
mente localizada no canto inferior esquerdo do teclado, é usada em na área de trabalho. Você pode ajustar a resolução nas configura-
conjunto com outras teclas para realizar várias ações, como abrir o ções de exibição para adequá-la ao seu monitor.
menu Iniciar, alternar entre aplicativos e acessar a barra de tarefas.
2. Tecla Windows + D: minimiza ou restaura todas as janelas, Gadgets
levando você de volta à área de trabalho. Pressionando novamente, Os gadgets eram pequenos aplicativos ou widgets que podiam
você pode restaurar as janelas ao seu estado anterior. ser colocados na área de trabalho do Windows, oferecendo funcio-
3. Tecla Windows + E: abre o Explorador de Arquivos, permitin- nalidades como previsão do tempo, relógios e notícias em tempo
do que você navegue pelos arquivos e pastas do seu computador. real. No entanto, a Microsoft descontinuou oficialmente os gadgets
4. Tecla Windows + L: bloqueia o computador, exigindo a senha no Windows 11.
ou o PIN para desbloqueá-lo.
5. Tecla Windows + Tab: abre o novo centro de tarefas, onde Menu Iniciar
você pode visualizar e alternar entre os aplicativos abertos de for- O menu Iniciar é o ponto central do sistema operacional Win-
ma mais visual. dows, onde você pode acessar aplicativos, documentos, configura-
6. Tecla Windows + PrtScn: tira uma captura de tela da tela ções e mais.
atual e a salva na pasta “Capturas de tela” na biblioteca de imagens.
7. Tecla Windows + S: abre a pesquisa do Windows, permitindo Documentos, Imagens e Computador
que você pesquise rapidamente por arquivos, aplicativos e configu- Esses são atalhos frequentemente encontrados no menu Ini-
rações. ciar que direcionam você para pastas específicas, como “Documen-
8. Tecla Windows + X: abre o menu de contexto do sistema, tos” (onde você pode acessar seus documentos), “Imagens” (para
que fornece acesso rápido a funções como o Gerenciador de Dispo- suas fotos) e “Computador” (que fornece acesso ao Explorador de
sitivos, Painel de Controle e Prompt de Comando. Arquivos e aos dispositivos).
9. Tecla Alt + Tab: alterna entre os aplicativos abertos. Man-
tenha a tecla Alt pressionada e pressione Tab repetidamente para Painel de Controle
percorrer a lista de aplicativos. O Painel de Controle é um local onde você pode personalizar e
10. Tecla Windows + Números (1 a 9): abre ou alterna para os ajustar configurações do sistema, como rede, segurança, dispositi-
aplicativos fixados na barra de tarefas, com base na ordem em que vos, programas padrão e muito mais.
estão fixados.
11. Tecla Alt + F4: fecha o aplicativo ativo ou a janela atual. Dispositivos e Impressoras
12. Tecla Windows + Ctrl + D: Cria uma nova área de trabalho Nesta seção, você pode gerenciar e configurar dispositivos co-
virtual. Você pode alternar entre essas áreas de trabalho virtuais nectados ao seu computador, como impressoras e scanners.
usando a Tecla Windows + Ctrl + Seta para a Esquerda/Direita.
Programa Padrão
— Área de trabalho (exibir, classificar, atualizar, resolução da Você pode definir os programas padrão para tarefas específicas
tela, gadgets) e menu iniciar (documentos, imagens, computador, no Windows, como abrir links da web, reproduzir mídia ou visuali-
painel de controle, dispositivos e impressoras, programa padrão, zar fotos.
ajuda e suporte, desligar , todos os exibir, alterar, organizar, classi-
ficar, ver as propriedades, identificar, usar e configurar, utilizando Ajuda e Suporte
menus rápidos ou suspensos, painéis, listas, caixa de pesquisa, Esta opção no menu Iniciar oferece acesso a recursos de ajuda
menus, ícones, janelas, teclado e/ou mouse e suporte, onde você pode encontrar informações e soluções para
problemas comuns do sistema.
Área de Trabalho (Desktop)
A área de trabalho é a tela principal do Windows 11, onde você Desligar
interage com seu computador. É um espaço para organizar ícones, Usado para desligar ou reiniciar o computador.
aplicativos e janelas. Você pode personalizar a área de trabalho,
mudar o papel de parede e ajustar a resolução da tela para atender Menus Rápidos ou Suspensos, Painéis, Listas, Caixa de Pesqui-
às suas preferências. sa, Ícones e Janelas
Esses elementos representam diferentes formas de interação
Exibir e Classificar na Área de Trabalho com o menu Iniciar e a área de trabalho, como menus suspensos,
Você pode ajustar a forma como os itens na área de traba- painéis de acesso rápido, listas de aplicativos, caixas de pesquisa
lho são exibidos e organizados. Isso inclui a opção de exibir ícones para encontrar programas e ícones e janelas para acessar aplicati-
maiores ou menores e classificar automaticamente os ícones por vos e documentos.
nome, data de modificação, tipo e outros critérios.
Teclado e/ou Mouse
Atualizar a Área de Trabalho Esses são dispositivos de entrada padrão para interagir com o
A opção de atualizar a área de trabalho permite que você reor- Windows 11. Você pode personalizar as configurações do teclado e
ganize e atualize a exibição de ícones e pastas semelhante ao que do mouse para atender às suas preferências de uso.
aconteceria se você pressionasse a tecla F5 no Explorador de Ar-
quivos.
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– Recortar: recortar permite mover arquivos ou pastas de um 7. Abrir o Gerenciador de Tarefas: Ctrl+Shift+Esc ou Ctrl+Alt+-
local para outro. Use Ctrl+X para recortar. Delete são atalhos para abrir o Gerenciador de Tarefas, onde você
– Colar: cole os arquivos ou pastas recortados no novo local pode encerrar aplicativos ou verificar o uso de recursos.
usando Ctrl+V. 8. Abrir o Menu Iniciar: a tecla Windows ou Ctrl+Esc abre o
– Renomear: renomear permite que você altere o nome de ar- Menu Iniciar, permitindo que você acesse aplicativos, documentos
quivos ou pastas. Clique com o botão direito e escolha “Renomear” e configurações.
ou pressione F2. 9. Bloquear o Computador: pressionar a tecla Windows + L blo-
– Abrir: abra arquivos ou pastas clicando duas vezes ou usando queia o computador, exigindo senha ou PIN para desbloquear.
o botão direito e selecionando “Abrir.” 10. Abrir o Explorador de Arquivos: tecla Windows + E abre o
– Abrir Com: às vezes, você deseja abrir um arquivo com um Explorador de Arquivos, onde você pode navegar e gerenciar pastas
programa específico. Use “Abrir com” para selecionar o aplicativo e arquivos.
apropriado. 11. Capturar uma Tela: teclas de atalho como Print Screen
– Editar: edite arquivos de texto ou documentos usando o sof- (PrtScn) ou Alt+Print Screen permitem que você capture a tela in-
tware apropriado, como o Microsoft Word ou o Bloco de Notas. teira ou apenas a janela ativa.
– Enviar Para: a opção “Enviar para” permite mover arquivos 12. Abrir o Prompt de Comando: tecla Windows + R, seguida
para locais específicos, como dispositivos USB ou pastas específicas. de “cmd”, permite que você acesse o Prompt de Comando para exe-
– Propriedades: as propriedades fornecem informações de- cutar comandos do sistema.
talhadas sobre arquivos e pastas, como tamanho, tipo e data de O uso de teclas de atalho economiza tempo e melhora a efici-
criação. Elas também podem ser usadas para personalizar as confi- ência, especialmente para tarefas frequentemente realizadas.
gurações do arquivo. Conhecer e aplicar teclas de atalho relevantes para suas ne-
cessidades pode melhorar significativamente sua produtividade ao
Identificar e usar nomes válidos usar o sistema operacional Windows.
Nomes válidos para bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e ata-
lhos devem seguir as regras do sistema de arquivos do Windows.
Isso inclui evitar caracteres especiais ou espaços em branco nos UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E
nomes, não exceder um certo comprimento e evitar palavras re- APRESENTAÇÃO DO PACOTE MICROSOFT OFFICE (WORD,
servadas. EXCEL E POWERPOINT) - VERSÕES 2013, 2016 E 365
A capacidade de realizar ações e operações em arquivos, pastas
e outros elementos é fundamental para a organização e o gerencia-
mento eficaz do seu sistema de arquivos no Windows. Ao utilizar Microsoft Office 2013
nomes válidos e seguir boas práticas de organização, você pode me-
lhorar a eficiência e a acessibilidade dos seus dados. Conhecido como o mais popular editor de textos do mercado,
a versão 2013 do Microsoft Word traz tudo o que é necessário para
— Aplicar teclas de atalho para qualquer operação editar textos simples ou enriquecidos com imagens, links, gráficos e
Aplicar teclas de atalho é uma técnica eficaz para realizar uma tabelas, entre outros elementos14.
variedade de operações no sistema operacional Windows, propor- A compatibilidade entre todos os componentes da família
cionando um meio mais rápido e eficiente de interagir com o com- Office 2013 é outro dos pontos fortes do Microsoft Word 2013. É
putador. possível exportar texto e importar outros elementos para o Excel,
As teclas de atalho permitem que os usuários executem tarefas o PowerPoint ou qualquer outro dos programas incluídos no Office.
comuns sem a necessidade de navegar por menus ou usar o mouse. Outra das novidades do Microsoft Word 2013 é a possibilidade
Aqui estão alguns exemplos de como as teclas de atalho podem ser de guardar os documentos na nuvem usando o serviço SkyDrive.
aplicadas para várias operações: Dessa forma, é possível acessar documentos do Office de qualquer
1. Copiar e Colar: Ctrl+C (copiar) e Ctrl+V (colar) são atalhos computador e ainda compartilhá-los com outras pessoas.
amplamente usados para duplicar conteúdo de um local e colá-lo
em outro, seja em documentos, pastas ou navegadores da web.
2. Recortar e Colar: Ctrl+X (recortar) é usado para mover con-
teúdo de um local para outro, seguido de Ctrl+V para colar no novo
local.
3. Desfazer e Refazer: Ctrl+Z (desfazer) e Ctrl+Y (refazer) permi-
tem que você reverta ou repita ações em documentos e aplicativos.
4. Abrir a Ferramenta de Pesquisa: pressionando a tecla Win-
dows + S, você pode abrir rapidamente a ferramenta de pesquisa
do Windows para encontrar aplicativos, arquivos ou configurações.
5. Alternar entre Aplicativos Abertos: Alt+Tab permite alternar
rapidamente entre os aplicativos abertos, permitindo que você se-
lecione o que deseja usar.
6. Minimizar e Maximizar Janelas: teclas de atalho como Al-
t+Espaço+N (minimizar) e Alt+Espaço+X (maximizar) permitem que
você controle o tamanho das janelas abertas. 14 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4685295/mod_resource/
content/1/Apostila%20de%20Word.pdf
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INFORMÁTICA
Fonte: http://www.etec.sp.gov.br/view/file/wv_file.aspx?id=84AFA42DFAD089D53534D753C0488CE2E8CCFF5EC8324596BECE07A8164EDF-
12521C97DA04C93379CD1A503BE1561B8D7DFDD0202571B27264EF62AF01F952C6
Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções (Guias e Comandos) e pelo modo de exibição Backstage
(área de gerenciamento de arquivo)15.
Na parte superior do Word 2013 você encontra uma faixa de opções, que também é organizada por guias. Cada guia tem várias faixas
de opções diferentes. Estas faixas de são formadas por grupos e estes grupos têm vários comandos. O comando é um botão, uma caixa
para inserir informações ou um menu.
15 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/20/word-2013-estrutura-basica-dos-documentos/
Editora
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Botão Arquivo
Ao clicar sobre ele será exibido opções como Informações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, etc. Portanto, clique sobre ele e
visualize essas opções.
Página inicial
Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e Edição.
Inserir
Páginas, Tabelas, Ilustrações, Aplicativos, Links, comentários, Cabeçalho e Rodapé, Texto e Símbolos.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Design
Formatação do documento.
Layout da Página
Configurar Página, Parágrafo e Organizar.
Referências
Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Bibliografia, Legendas e Índice.
Correspondências
Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.
Exibição
Modo de Exibição, Mostrar, Zoom, Janela e Macros.
.pdf: arquivos que usam o formato de arquivo PDF podem ser visualizados, editados e salvos em .docx ou .pdf usando o Word 2019,
o Word 2016 e o Word 2013. Atenção: Os arquivos PDF podem não ter uma correspondência perfeita de página para paginação com o
original.
.rtf: formato Rich Text . Formato para ser multiplataforma. Os documentos criados em diferentes sistemas operacionais e aplicativos
de software podem ser utilizados entre eles.
.txt: texto simples. Quando o documento é salvo perde sua formatação. É o formato do bloco de notas e WordPad.
.xml: documento XML do Word 2003 e Word 2019, 2016, 2013 e 2007 (Open XML). É também chamado de MetaFile e arquivo de
MetaDados (arquivos com informações extras).
.xps: XML Paper Specification, um formato de arquivo que preserva a formatação do documento e habilita o compartilhamento de
arquivos.
.wps: documento Works 6-9. Este é o formato de arquivo padrão do Microsoft Works, versões 6.0 a 9.0.
Criando um documento
Ao criar um documento no Word 2013, é possível começar com um documento em branco ou deixar que um modelo faça a maior
parte do trabalho17.
• Iniciando um documento
A maioria das pessoas costuma criar um documento a partir de uma página em branco, apesar de o Word ter vários modelos com
temas e estilos pré-definidos, assim só é preciso adicionar conteúdo.
• Abrir um documento
Ao iniciar o Word, aparece uma galeria de modelo separado por categorias. É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda
melhor seu objetivo.
Aparecerá do lado esquerdo (ver imagem anterior) uma lista com os documentos recentes que você usou.
É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda melhor seu objetivo.
Caso queira outro documento que não está nesta lista você verá bem abaixo desta coluna a opção abrir outros documentos.
17 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/21/edicao-e-formatacao-de-textos-word-2013/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Se já estiver trabalhando no Word e quiser abrir um arquivo é só ir na Barra de Opções e clicar em Arquivo > Abrir e navegar até o local
onde se encontra o arquivo.
Caso você esteja abrindo um documento criado em versões anteriores do Word, você verá Modo de Compatibilidade na barra de título
da janela do documento. Você pode trabalhar no modo de compatibilidade ou atualizar o documento e usar os recursos do Word 2013.
Ctrl + O: atalho para abrir um documento novo documento.
Ctrl + A: atalho para abrir um documento já existente.
• Salvando e Fechando o Arquivo
Para salvar um documento digitado, clique na guia Arquivo.
Após o clique, a caixa de diálogo Salvar como será aberta, onde devemos informar o nome do arquivo e o local onde será salvo.
É possível também salvar na nuvem (on-line) clicando em OneDrive e assim podendo compartilhar o arquivo em vários dispositivos
como no celular ou outros computadores.
O Word já salva automaticamente o arquivo no formato .docx mas caso queira salvar em outro formato, logo abaixo do nome do ar-
quivo tem uma lista de tipos de arquivos suportados pelo Word 2013.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
No Word tem uma barra de acesso rápido no topo do editor na qual o documento pode ir sendo
salvo conforme se vai trabalhando nele.
Ctrl + B: atalho para salvar documento.
Cabeçalho e rodapé
Para colocar números das páginas, título ou data em todas as páginas de seu documento, você deve adicionar um cabeçalho ou ro-
dapé18.
Basta clicar na aba Inserir e em adicionar Cabeçalho ou rodapé.
Seleciona o formato clicando no modelo de seu interesse. Abrirá o cabeçalho para editar a parte interna dele.
Parágrafos
No Word 2013 tem dois lugares em que encontramos funções para formatarmos parágrafos19.
18 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/28/cabecalho-e-rodape-word-2013/
19 https://centraldefavoritos.com.br/2019/10/28/paragrafos-word-2013/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Alinhamento de parágrafos
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Sombreamento de parágrafo
Bordas
Além do sombreamento, você pode dar um destaque a um texto colocando uma borda. E clicando na seta você poderá alterar o estilo
da borda.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Recuos
Para colocar a borda basta selecionar o texto ou parágrafo e Guia Inserir (Grupo Tabelas)
clica na borda desejada.
Classificar
20 https://bit.ly/2BH2KiN
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Selecionando-se uma sequência de quadradinhos, é possível inserir uma tabela automaticamente, após soltar o mouse.
Exemplo: Na figura abaixo, é possível notar a seleção de alguns quadradinhos e a indicação Tabela 3x2, o que significa que ao soltar o
botão do mouse, será inserida no documento uma tabela com 3 colunas e 2 linhas.
Inserir Tabela: permite inserir uma tabela na posição do cursor. Note que a opção tem reticências no final,
o que significa que será aberta uma janela de opções, para que sejam feitas as configurações da tabela que será inserida no documento.
Neste quadro é possível configurar o número de colunas e o número de linhas da tabela, além de largura de coluna fixa, ajustada
automaticamente.
EXCEL 2013
É o principal software de planilhas eletrônicas entre as empresas quando se trata de operações financeiras e contabilísticas21.
O Microsoft Excel 2013 tem um aspeto diferente das versões anteriores.
21 http://www.prolinfo.com.br
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.
Barra de Fórmulas.
• Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.
Guia de Planilhas.
– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.
Linhas e colunas.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Células.
• Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.
– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:
Estrutura da função.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.
• Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.
• Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:
• Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
• Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.
Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
POWERPOINT 2013
O PowerPoint 2013 é um do programa para produção de apresentações incluído no conjunto de programas do Microsoft Office 201322.
Munido de um vasto conjunto de ferramentas, o PowerPoint permite ao utilizador produzir apresentações dinâmicas e profissionais.
22 https://carlosdiniz.pt/manuais/Manual_PowerPoint2013.pdf
Editora
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INFORMÁTICA
– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor,
tipos de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.
1. Guia Arquivo: ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar,
Enviar, Publicar e Fechar.
2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido23
: localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é
personalizável e contém um conjunto de comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que repre-
sentam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
3. Barra de Título: exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.
4. Botões de Comando da Janela: acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa Power-
Point.
23 http://www.professorcarlosmuniz.com.br
Editora
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
5. Faixa de Opções: a Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os
comandos são organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou
disposição de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia
Ferramentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos24.
6. Painel de Anotações: nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
7. Barra de Status: exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.
O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.
Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; es-
colher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura e criar
efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento
existente ou Modelos do Microsoft Office On-line).
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.
• Tema
No PowerPoint, você verá alguns modelos e temas internos. Um tema é um design de slide que contém correspondências de cores,
fontes e efeitos especiais como sombras, reflexos, dentre outros recursos.
1. Clique na guia Design.
Editora
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INFORMÁTICA
Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão
esquerdo.
Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.
Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.
Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
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INFORMÁTICA
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.
Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2013 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.
Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.
Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.
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INFORMÁTICA
Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe documen-
tos de maneira fácil e prática25.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de documen-
tos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pouquíssimas no-
vidades, seguiu as tendências atuais da computação, permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo integração direta com
vários outros serviços da web, como Facebook, Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.
– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.
25 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf
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INFORMÁTICA
Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou Word
On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, clique em Com-
partilhar para gerar um link ou enviar um convite por e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em compartilhar
automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.
– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre qualquer
palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela do programa
e lista todas as entradas na internet relacionadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.
– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.
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INFORMÁTICA
– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.
– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout26.
Interface Gráfica
Navegação gráfica
27 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
28 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.
Editora
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INFORMÁTICA
Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.
Editora
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INFORMÁTICA
– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.
Grupo Fonte
Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto pode
haver mais de um tipo de fontes diferentes.
Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista ou
que digite um tamanho manualmente.
Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.
Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda
em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.
Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está em
uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.
Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.
Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.
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INFORMÁTICA
Grupo Parágrafo
Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.
Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.
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INFORMÁTICA
Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.
Grupo Edição
CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar um
uma palavra ou trecho dentro do texto.
CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por outro
de seu desejo.
Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.
Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.
Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados diferen-
tes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.
Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela e
vice-versa.
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INFORMÁTICA
Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.
Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.
Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.
Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.
Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.
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INFORMÁTICA
Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.
EXCEL 2016
Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas30.
Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.
30 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
31 http://www.prolinfo.com.br
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INFORMÁTICA
• Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.
Barra de Fórmulas.
• Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.
Guia de Planilhas.
– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.
Linhas e colunas.
Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.
Células.
• Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.
– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.
– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.
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INFORMÁTICA
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:
Estrutura da função.
NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.
• Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.
• Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:
• Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
• Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
POWERPOINT 2016
O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresentações eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos de
formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos ainda,
desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações para pa-
lestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utilizando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides, porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tarefas32:
– Edita imagens de forma bem simples;
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio slide;
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.
– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
32 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de Slides.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.
• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.
• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar33.
Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.
Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.
33 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
34 http://www.professorcarlosmuniz.com.br
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organiza-
dos em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição de uma página.
Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem
somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos35.
Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.
Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.
O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.
Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; es-
colher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura e criar
efeitos, como transições de slides animados.
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma outra
apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e em seguida Novo Slide.
• Layout
O layout é o formato que o slide terá na apresentação como títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode escolher
entre os vários tipos de layout.
Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte procedimento:
1. Clique em Página Inicial;
2. Após clique em Layout;
3. Em seguida, escolha a opção.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão
esquerdo.
Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste grupo
aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
Fonte: altera o tipo de fonte.
Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, promoven-
do uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.
Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.
Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.
Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.
Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.
Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.
OFFICE 365
— Microsoft Word
Esta ferramenta é um software de processamento de texto, cuja função é criar e editar documentos de texto, com recursos de
formatação de texto, tabelas, imagens, gráficos, entre outros elementos visuais. É comumente utilizado para a produção de documentos,
relatórios, currículos, artigos e outros tipos de conteúdo textual.
Editora
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INFORMÁTICA
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Principais Comandos
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E
Comando Descrição APRESENTAÇÃO DO PACOTE LIBREOFFICE (WRITER, CALC
E IMPRESS) - VERSÕES 6 E 7
-Ctrl + C Copiar
-Ctrl + X Recortar
LibreOffice
-Ctrl + V Colar O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com
-Ctrl + Z Desfazer os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece
todas as funções esperadas de uma suíte profissional: editor de tex-
-Ctrl + Y Refazer tos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados36.
-Ctrl + S Salvar Ele é uma das mais populares suítes de escritório multiplataforma
e de código aberto.
-Ctrl + N Novo arquivo
-Ctrl + O Abrir arquivo existente
-Ctrl + F Localizar
-Ctrl + H Substituir
-Ctrl + A Selecionar tudo
-Ctrl + B Negrito
-Ctrl + I Itálico
-Ctrl + U Sublinhado
-Ctrl + L Alinhar à esquerda
-Ctrl + E Alinhar ao centro
-Ctrl + R Alinhar à direita O LibreOffice é um pacote de escritório assim como o MS Of-
-Ctrl + J Justificar fice37. Embora seja um software livre, pode ser instalado em vários
sistemas operacionais, como o MS Windows, Mac OS X, Linux e
-Ctrl + Shift + C Copiar formatação Unix. Ao longo dos anos, passou por várias modificações em seu
-Ctrl + Shift + V Colar formatação projeto, mudando até mesmo de nome, mas mantendo os mesmos
aplicativos.
-Ctrl + Shift + D Duplicar slide
-F5 Iniciar apresentação de slides Aplicativos do LibreOffice
Writer: editor de textos.
-F6 Ir para o próximo painel
Exatensão: .odt
-F7 Verificar ortografia Calc: planilhas eletrônicas.
-F12 Salvar como Extensão: .ods
Impress: apresentação de slides.
-Alt + Shift + D Inserir data Extensão: .odp
-Alt + Shift + T Inserir hora Draw: edição gráfica de imagens e figuras.
Extensão: .odg
-Alt + F8 Abrir a janela Macro Base: Banco de dados.
-Alt + F11 Abrir o Editor do Visual Basic Extensão: .odb
Math: fórmulas matemáticas.
-Ctrl + Shift + N Criar seção
Extensão: .odf
-Ctrl + Shift + S Salvar seleção de slide atual
-Ctrl + Shift + F3 Inserir texto automático ODF (Open Document Format)
Os arquivos do LibreOffice são arquivos de formato aberto e,
-Ctrl + Alt + C Copiar layout do slide por isso, pertencem à família de documentos abertos ODF, ou seja,
-Ctrl + Alt + V Colar layout do slide ODF não é uma extensão, mas sim, uma família de documentos es-
truturada internamente pela linguagem XML.
-Ctrl + Alt + M Inserir comentário
-Ctrl + P Imprimir
-Ctrl + F1 Expandir ou contrair o painel de tarefas
36 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
37 FRANCESCHINI, M. LibreOffice – Parte I.
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INFORMÁTICA
LIBREOFFICE WRITER
Writer é o editor de textos do LibreOffice. Além dos recursos usuais de um processador de textos (verificação ortográfica, dicionário
de sinônimos, hifenização, autocorreção, localizar e substituir, geração automática de sumários e índices, mala direta e outros), o Writer
fornece importantes características:
- Modelos e estilos;
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas e tabelas;
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros objetos;
- Ferramentas de desenho incluídas;
- Documentos mestre para agrupar uma coleção de documentos em um único documento;
- Controle de alterações durante as revisões;
- Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados bibliográficos;
- Exportação para PDF, incluindo marcadores.
38
– Barra de Títulos: exibe o nome do documento. Se o usuário não fornecer nome algum, o Writer sugere o nome Sem título 1.
– Barra de Menu: dá acesso a todas as funcionalidades do Writer, categorizando por temas de funcionalidades.
– Barra de ferramentas padrão: está presente em todos os aplicativos do LibreOffice e é igual para todos eles, por isso tem esse nome
“padrão”.
– Barra de ferramentas de formatação: essa barra apresenta as principais funcionalidades de formatação de fonte e parágrafo.
– Barra de Status: oferece informações sobre o documento e atalhos convenientes para rapidamente alterar alguns recursos.
Principais Menus
Os menus organizam o acesso às funcionalidades do aplicativo. Eles são praticamente os mesmos em todos os aplicativos, mas suas
funcionalidades variam de um para outro.
Arquivo
Esse menu trabalha com as funcionalidades de arquivo, tais como:
– Novo: essa funcionalidade cria um novo arquivo do Writer ou de qualquer outro dos aplicativos do LibreOffice;
– Abrir: abre um arquivo do disco local ou removível ou da rede local existente do Writer;
– Abrir Arquivo Remoto: abre um arquivo existente da nuvem, sincronizando todas as alterações remotamente;
– Salvar: salva as alterações do arquivo local desde o último salvamento;
– Salvar Arquivo Remoto: sincroniza as últimas alterações não salvas no arquivo lá na nuvem;
– Salvar como: cria uma cópia do arquivo atual com as alterações realizadas desde o último salvamento;
38 https://bit.ly/3jRIUme
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INFORMÁTICA
Para salvar um documento como um arquivo Microsoft Word39: – Colar Especial: cola o item da área de transferência permitin-
1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo usado do escolher o formado de destino do conteúdo colado;
pelo LibreOffice (.odt). – Selecionar Tudo: seleciona todo o documento;
Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a última – Localizar: localiza um termo no documento;
vez em que se salvou o documento, somente aparecerá na versão – Localizar e Substituir: localiza e substitui um termo do docu-
Microsoft Word do documento. mento por outro fornecido;
2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Salvar como. – Ir para a página: permite navegar para uma página do docu-
3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar como mento.
tipo), selecione o tipo de formato Word que se precisa. Clique em
Salvar. Exibir
Esse outro menu define as várias formas que o documento é
A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se aplicarão exibido na tela do computador. Principais funcionalidades:
somente ao documento Microsoft Word. Desde feito, a alterado o – Normal: modo de exibição padrão como o documento será
nome do documento. Se desejar voltar a trabalhar com a versão exibido em uma página;
LibreOffice do documento, deverá voltar a abri-lo. – Web: exibe o documento como se fosse uma página web
num navegador;
– Marcas de Formatação: exibe os caracteres não imprimíveis,
como os de quebra de linha, de parágrafo, de seção, tabulação e es-
paço. Tais caracteres são exibidos apenas na tela, não são impressas
no papel (CTRL+F10);
(F5);
Inserir
Nesse menu, é possível inserir inúmeros objetos ao texto, tais
Salvando um arquivo no formato Microsoft Word. como:
– Quebra de página: insere uma quebra de página e o cursor é
– Exportar como PDF: exporta o arquivo atual no formato PDF. posicionado no início da próxima página a partir daquele ponto em
Permite definir restrições de edição, inclusive com senha; que a quebra foi inserida;
– Enviar: permite enviar o arquivo atual por e-mail no formato. – Quebra manual: permite inserir uma quebra de linha, de co-
odt,.docx,.pdf. Também permite compartilhar o arquivo por blue- luna e de página;
tooth; – Figura: insere uma imagem de um arquivo;
– Imprimir: permite imprimir o documento em uma impresso- – Multimídia: insere uma imagem da galeria LibreOffice, uma
ra local ou da rede; imagem digitalizada de um scanner ou vídeo;
– Assinaturas digitais: assina digitalmente o documento, ga- – Gráfico: cria um gráfico do Calc, com planilha de dados em-
rantindo sua integridade e autenticidade. Qualquer alteração no butida no Writer;
documento assinado viola a assinatura, sendo necessário assinar – Objeto: insere vários tipos de arquivos, como do Impress e do
novamente. Calc dentre outros;
– Forma: cria uma forma geométrica, tipo círculo, retângulo,
Editar losango etc.;
Esse menu possui funcionalidades de edição de conteúdo, tais – Caixa de Texto: insere uma caixa de texto ao documento;
como: – Anotação: insere comentários em balões laterais;
– Desfazer: desfaz a(s) última(s) ação(ões); – Hiperlink: insere hiperlink ou link para um endereço da in-
– Refazer: refaz a última ação desfeita; ternet ou um servidor FTP, para um endereço de e-mail, para um
– Repetir: repete a última ação; documento existente ou para um novo documento (CTRL+K);
– Copiar: copia o item selecionado para a área de transferência; – Indicador: insere um marcador ao documento para rápida
– Recortar: recorta ou move o item selecionado para a área de localização posteriormente;
transferência; – Seção: insere uma quebra de seção, dividindo o documento
– Colar: cola o item da área de transferência; em partes separadas com formatações independentes;
– Referências: insere referência a indicadores, capítulos, títu-
39 http://coral.ufsm.br/unitilince/images/Tutoriais/manual_libreoffi-
los, parágrafos numerados do documento atual;
ce.pdf
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INFORMÁTICA
– Caractere Especial: insere aqueles caracteres que você não encontra no teclado do computador, tais como ©, ≥, ∞;
– Número de Página: insere numeração nas páginas na posição atual do cursor;
– Campo: insere campos de numeração de página, data, hora, título, autor, assunto;
– Cabeçalho e Rodapé: insere cabeçalho e rodapé ao documento;
Formatar
Esse menu trabalha com a formatação de fonte, parágrafo, página, formas e figuras;
– Texto: formata a fonte do texto;
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando os botões da barra de ferramentas Formatação.
– Espaçamento: formata o espaçamento entre as linhas, entre os parágrafos e também o recuo do parágrafo. A
– Alinhar: alinha o parágrafo uniformemente em relação às margens.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos usando os botões na barra de ferramentas Formatação.
– Limpar Formatação Direta: limpa a formatação do texto selecionado, deixando a formatação original do modelo do documento;
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, su-
blinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, aplicar
realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Página...: abre a caixa de diálogo de formatação de páginas. catálogo de endereços contendo os dados dos destinatários).
Aqui, encontramos a orientação do papel, que é se o papel é hori-
zontal (paisagem) ou vertical (retrato); Principais teclas de atalho
– Figura: formata figuras inseridas ao texto; CTRL+A: selecionar todo o documento (all).
– Caixa de Texto e Forma: formata caixas de texto e formas CTR+B: negritar (bold).
inseridas no documento; CTRL+C: copiar.
– Disposição do Texto: define a disposição que os objetos como CTRL+D: sublinhar.
imagens, formas e figuras ficarão em relação ao texto. CTRL+E: centralizar alinhamento.
– Estilos: esse menu trabalha com estilos do texto. Estilos são CTRL+F: localizar texto (find).
o conjunto de formatação de fonte, parágrafo, bordas, alinhamen- CTRL+G: sem ação.
to, numeração e marcadores aplicados em conjunto. Existem esti- CTRL+H: localizar e substituir.
los predefinidos, mas é possível também criar estilos e nomeá-los. CTRL+I: itálico.
Também é possível editar os estilos existentes. Os estilos são usados CTRL+J: justificar.
na criação dos sumários automáticos. CTRL+K: adicionar hiperlink.
CTRL+L: alinhar à esquerda (left).
Tabelas CTRL+M: limpar formatação.
Esse menu trabalha com tabelas. As tabelas são inseridas por CTRL+N: novo documento (new).
aqui, no menu Tabelas. As seguintes funcionalidades são encontra- CTRL+ O: abrir documento existente (open).
das nesse menu: CTRL+P: imprimir (print).
– Inserir Tabela: insere uma tabela ao texto; CTRL+Q: fechar o aplicativo Writer.
– Inserir: insere linha, coluna e célula à tabela existente; CTRL+R: alinhar à direita (right).
– Excluir: exclui linha, coluna e tabela; CTRL+S: salvar o documento (save).
– Selecionar: seleciona célula, linha, coluna e tabela; CTRL+T: sem ação.
– Mesclar: mescla as células adjacentes de uma tabela, trans- CTRL+U: sublinhar.
formando-as em uma única tabela. Atenção! O conteúdo de todas CTRL+V: colar.
as células é preservado; CTRL+X: recortar.
– Converter: converte texto em tabela ou tabela em texto; CTRL+W: fechar o arquivo.
– Fórmulas: insere fórmulas matemáticas na célula da tabela, CTRL+Y: refazer última ação.
tais como soma, multiplicação, média, contagem etc. CTRL+Z: desfazer última ação.
As células guardam elementos individuais – texto, números, fórmulas, e assim por diante – que mascaram os dados que exibem e
manipulam.
Cada arquivo de planilha pode ter muitas planilhas, e cada uma delas pode conter muitas células individuais. No Calc, cada planilha
pode conter um máximo de 1.048.576 linhas e 1024 colunas.
Janela principal
Quando o Calc é aberto, a janela principal abre. As partes dessa janela estão descritas a seguir.
Assistente de Função: auxilia o usuário na criação de uma função. Organiza as funções por categoria.
Formatação de porcentagem: multiplica o número por 100 e coloca o sinal de porcentagem ao final dele.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Ordena as linhas em ordem crescente ou decrescente. Pode ser aplicada em várias colunas.
Mesclar e centralizar células: transforma duas ou mais células adjacentes em uma única célula.
Congelar linhas e colunas: fixa a exibição da primeira linha ou da primeira coluna ou ainda permite congelar as linhas acima
e as colunas à esquerda da célula selecionada. Não é proteção de células, pois o conteúdo das mesmas ainda pode ser alte-
rado.
Barra de título
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da planilha atual. Quando a planilha for recém-criada, seu nome é Sem
título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome de sua escolha.
Barra de Menu
A Barra de menu é onde você seleciona um dos menus e aparecem vários submenus com mais opções.
– Arquivo: contém os comandos que se aplicam a todo o documento, como Abrir, Salvar, Assistentes, Exportar como PDF, Imprimir,
Assinaturas Digitais e assim por diante.
– Editar: contém os comandos para a edição do documento, tais como Desfazer, Copiar, Registrar alterações, Preencher, Plug-in e
assim por diante.
– Exibir: contém comandos para modificar a aparência da interface do usuário no Calc, por exemplo Barra de ferramentas, Cabeçalhos
de linhas e colunas, Tela Inteira, Zoom e assim por diante.
– Inserir: contém comandos para inserção de elementos em uma planilha; por exemplo, Células, Linhas, Colunas, Planilha, Figuras e
assim por diante.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Clique com o botão direito do mouse no espaço vazio no final das abas das planilhas e selecione Inserir planilha no menu de con-
texto.
– Formatar: contém comandos para modificar o leiaute de uma planilha; por exemplo,
Células, Página, Estilos e formatação, Alinhamento e assim por diante.
– Ferramentas: contém várias funções que auxiliam a verificar e personalizar a planilha, por exemplo, Ortografia, Compartilhar docu-
mento, Macros e assim por diante.
– Dados: contém comandos para manipulação de dados em sua planilha; por exemplo, Definir intervalo, Selecionar intervalo, Classi-
ficar, Consolidar e assim por diante.
– Janela: contém comandos para exibição da janela; por exemplo, Nova janela, Dividir e assim por diante.
– Ajuda: contém links para o sistema de ajuda incluído com o software e outras funções; por exemplo, Ajuda do LibreOffice, Informa-
ções da licença, Verificar por atualizações e assim por diante.
Barra de ferramentas
A configuração padrão, ao abrir o Calc, exibe as barras de ferramentas Padrão e Formatação encaixadas no topo do espaço de trabalho.
Barras de ferramentas do Calc também podem ser encaixadas e fixadas no lugar, ou flutuante, permitindo que você mova para a po-
sição mais conveniente em seu espaço de trabalho.
Barra de fórmulas
A Barra de fórmulas está localizada no topo da planilha no Calc. A Barra de fórmulas está encaixada permanentemente nesta posição
e não pode ser usada como uma barra flutuante. Se a Barra de fórmulas não estiver visível, vá para Exibir no Menu e selecione Barra de
fórmulas.
Barra de fórmulas.
– Assistente de funções : abre uma caixa de diálogo, na qual você pode realizar uma busca através da lista de funções disponí-
veis. Isto pode ser muito útil porque também mostra como as funções são formadas.
– Soma : clicando no ícone Soma, totaliza os números nas células acima da célula e então coloca o total na célula selecionada. Se
não houver números acima da célula selecionada, a soma será feita pelos valores das células à esquerda.
Editora
231
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Função : clicar no ícone Função insere um sinal de (=) na célula selecionada, de maneira que seja inserida uma fórmula na Linha
de entrada.
– Linha de entrada: exibe o conteúdo da célula selecionada (dados, fórmula, ou função) e permite que você edite o conteúdo da célu-
la. Você pode editar o conteúdo da célula diretamente, clicando duas vezes nela. Quando você digita novos dados numa célula, os ícones
de Soma e de Função mudam para os botões Cancelar e Aceitar .
Operadores aritméticos
Operadores aritméticos.
Operadores aritméticos.
Operadores comparativos
Operadores comparativos.
• Principais fórmulas
=HOJE(): insere a data atual do sistema operacional na célula. Essa data sempre será atualizada toda vez que o arquivo for aberto.
Existe uma tecla de atalho que também insere a data atual do sistema, mas não como função, apenas a data como se fosse digitada pelo
usuário. Essa tecla de atalho é CTRL+;.
=AGORA(): insere a data e a hora atuais do sistema operacional. Veja como é seu resultado após digitada na célula.
=SE(): essa função testa valores, permitindo escolher um dentre dois valores possíveis. A sua estrutura é a seguinte:
A condição é uma expressão lógica e dá como resultado VERDADEIRO ou FALSO. O resultado1 é escolhido se a condição for verdadeira;
o resultado2 é escolhido se a condição for falsa. Os resultados podem ser: “texto” (entre aspas sempre), número, célula (não pode inter-
valo, apenas uma única célula), fórmula.
A melhor forma de ler essa função é a seguinte: substitua o primeiro “;” por “Então” e o segundo “;” por “Senão”. Fica assim: se a
condição for VERDADEIRA, ENTÃO escolha resultado1; SENÃO escolha resultado2.
=PROCV(): a função PROCV serve para procurar valores em um intervalo vertical de uma matriz e devolve para o usuário um valor de
outra coluna dessa mesma matriz, mas da mesma linha do valor encontrado.
Essa é a estrutura do PROCV, na qual “valor” é o valor usado na pesquisa; “matriz” é todo o conjunto de células envolvidas; “coluna_re-
sultado” é o número da coluna dessa matriz onde o resultado se encontra; “valor_aproximado” diz se a comparação do valor da pesquisa
será apenas aproximada ou terá que ser exatamente igual ao procurado. O valor usado na pesquisa tem que estar na primeira coluna da
matriz, sempre! Ou seja, ela procurará o valor pesquisado na primeira coluna da matriz.
Entendendo funções
Calc inclui mais de 350 funções para analisar e referenciar dados41. Muitas destas funções são para usar com números, mas muitos
outros são usados com datas e hora, ou até mesmo texto.
Uma função pode ser tão simples quanto adicionar dois números, ou encontrar a média de uma lista de números. Alternativamente,
pode ser tão complexo como o cálculo do desvio-padrão de uma amostra, ou a tangente hiperbólica de um número.
Algumas funções básicas são semelhantes aos operadores. Exemplos:
+ Este operador adiciona dois números juntos para um resultado. SOMA(), por outro lado adiciona grupos de intervalos contíguos de
números juntos.
* Este operador multiplica dois números juntos para um resultado. MULT() faz o mesmo para multiplicar que SOMA() faz para adicio-
nar
Estrutura de funções
Todas as funções têm uma estrutura similar.
A estrutura de uma função para encontrar células que correspondam a entrada de critérios é:
=BDCONTAR(Base_de_dados;Campo_de_Base_de_dados;CritériosdeProcura)
Uma vez que uma função não pode existir por conta própria, deve sempre fazer parte de uma fórmula. Consequentemente, mesmo
que a função represente a fórmula inteira, deve haver um sinal = no começo da fórmula. Independentemente de onde na fórmula está a
função, a função começará com seu nome, como BDCONTAR no exemplo acima. Após o nome da função vem os seus argumentos. Todos
os argumentos são necessários, a menos que especificados como opcional. Argumentos são adicionados dentro de parênteses e são sepa-
rados por ponto e vírgula, sem espaço entre os argumentos e o ponto e vírgula.
LIBREOFFICE IMPRESS
O Impress é o aplicativo de apresentação de slides do LibreOffice. Com ele é possível criar slides que contenham vários elementos
diferentes, incluindo texto, listas com marcadores e numeração, tabelas, gráficos e uma vasta gama de objetos gráficos tais como clipart,
desenhos e fotografias42.
O Impress também é compatível com o MS PowerPoint, permitindo criar, abrir, editar e salvar arquivos no formato.PPTX.
Área de trabalho
A Área de trabalho (normalmente no centro da janela principal) tem cinco abas: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e Clas-
sificador de slides. Estas cinco abas são chamadas de botões de visualização A área de trabalho abaixo da visualização de botões muda
dependendo da visualização escolhida. Os pontos de vista de espaço de trabalho são descritos em “Visualização da Área de trabalho”’.
41 Duprey, B.; Silva, R. P.; Parker, H.; Vigliazzi, D. Douglas. Guia do Calc, Capítulo 7. Usando Formulas e Funções.
42 SCHOFIELD, P.; WEBER, J. H.; RUSSMAN, H.; O’BRIEN, K.; JR, R. F. Introdução ao Impress. Apresentação no LibreOffice
Editora
233
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Painel de slides
O Painel de slides contém imagens em miniaturas dos slides em sua apresentação, na ordem em que serão mostradas, a menos que
você altere a ordem de apresentação de slides. Clicando em um slide neste painel, este é selecionado e colocado na Área e trabalho. Quan-
do um slide está na Área de trabalho, você pode fazer alterações nele.
Várias operações adicionais podem ser realizadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
– Adicionar novos slides para a apresentação.
– Marcar um slide como oculto para que ele não seja exibido como parte da apresentação.
– Excluir um slide da apresentação se ele não for mais necessário.
– Renomear um slide.
– Duplicar um slide (copiar e colar)
Também é possível realizar as seguintes operações, embora existam métodos mais eficientes do que usar o Painel de slides:
– Alterar a transição de slides seguindo o slide selecionado ou após cada slide em um grupo de slides.
– Alterar o design de slide.
Barra lateral
O Barra lateral tem cinco seções. Para expandir uma seção que você deseja usar, clique no ícone ou clique no pequeno triângulo na
parte superior dos ícones e selecione uma seção da lista suspensa. Somente uma seção de cada vez pode ser aberta.
PROPRIEDADES
Mostra os layouts incluídos no Impress. Você pode escolher o que você quer e usá-lo como ele é, ou modificá-lo para atender às
suas necessidades. No entanto, não é possível salvar layouts personalizados.
PÁGINAS MESTRE
Aqui você define o estilo de página (slide) para sua apresentação. O Impress inclui vários modelos de páginas mestras (slide mestre).
Um deles – Padrão – é branco, e o restante tem um plano de fundo e estilo de texto.
ANIMAÇÃO PERSONALIZADA
Uma variedade de animações podem ser usadas para realçar ou melhorar diferentes elementos de cada slide. A seção Animação
personalizada fornece uma maneira fácil para adicionar, alterar, ou remover animações.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
TRANSIÇÃO DE SLIDES
Fornece acesso a um número de opções de transição de slides. O padrão é definido como Sem transição, em que o slide seguinte
substitui o existente. No entanto, muitas transições adicionais estão disponíveis. Você também pode especificar a velocidade de tran-
sição (Lenta, Média, Rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher quanto tempo o slide selecionado será
mostrado (somente transição automática).
ESTILOS E FORMATAÇÃO
Aqui você pode editar e aplicar estilos gráficos e criar estilos novos, mas você só pode editar os estilos de apresentação existentes.
Quando você edita um estilo, as alterações são aplicadas automaticamente a todos os elementos formatados com este estilo em sua
apresentação. Se você quiser garantir que os estilos em um slide específico não sejam atualizados, crie uma nova página mestra para o
slide.
GALERIA
Abre a galeria Impress, onde você pode inserir um objeto em sua apresentação, quer seja como uma cópia ou como um link. Uma
cópia de um objeto é independente do objeto original. Alterações para o objeto original não têm efeito sobre a cópia. Uma ligação per-
manece dependente do objeto original. Alterações no objeto original também são refletidas no link.
NAVEGADOR
Abre o navegador Impress, no qual você pode mover rapidamente para outro slide ou selecionar um objeto em um slide. Recomen-
da-se dar nomes significativos aos slides e objetos em sua apresentação para que você possa identificá-los facilmente quando utilizar a
navegação.
Insere novo slide, permitindo escolher o leiaute do slide que será inserido.
Cronometra o tempo das animações e transições dos slides no modo de apresentação para posterior exibição automática
usando o tempo cronometrado.
Configura a animação dos conteúdos dos slides, colocando efeitos de entrada, ênfase, saída e trajetória.
Editora
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
LIBREOFFICE 6
O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece todas as
funções esperadas de uma suíte profissional: editor de textos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados43.
Desenvolvido pela The Document Foundation, ele é bem mais que um pacote de aplicativos de escritório: o LibreOffice é uma das mais
populares suíte de escritório multiplataforma e de código aberto.
O LibreOffice 6.0 chega dois anos e meio depois da série 5.x, e até o momento, é o maior lançamento da suíte de escritório de código
aberto e multiplataforma.
Ele apresenta um design renovado com novos estilos de mesa, barras de notebook aprimoradas, novos gradientes, novos ícones ele-
mentares, melhorias de menu e barra de ferramentas e motivos atualizados/tela inicial.
Essa versão oferece interoperabilidade superior com documentos do Microsoft Office e compatibilidade com o formato EPUB3, per-
mitindo que os usuários exportem arquivos ODT para o formato EPUB3.
Ele também permite importar seus documentos e modelos do AbiWord, Microsoft Publisher, PageMaker e QuarkXPress, graças à
implementação de um conjunto de novas bibliotecas de código aberto contribuídas pelo projeto Document Liberation.
Muitas grandes melhorias foram feitas para os filtros OOXML e ODF, bem como no EMF+, Adobe Freehand, Microsoft Visio, Adobe
Pagemaker, FictionBook, Apple Keynote, Pages e Numbers, bem como a funcionalidade de importação do Quattro Pro e de exportação
para XHTML.
O LibreOffice Online recebeu inúmeras melhorias também nesta grande versão do LibreOffice.
Estes incluem um novo recurso “Salvar como”, uma nova caixa de diálogo “Localizar e substituir”, a capacidade do Calc de gerenciar
meio milhão de linhas e o suporte de verificação ortográfica para Writer, Calc e Impress.
Além disso, o LibreOffice 6.0 repaginou a caixa de diálogo caracteres especiais com a adição de listas para caracteres recentes e favo-
ritos e um campo de pesquisa. A caixa de diálogo Personalizar foi também redesenhada.
Confira abaixo os novos recursos e funcionalidades para Writer, Calc, Impress e Draw.
Writer
O Writer do LibreOffice 6.0 possui um novo menu de formulário para facilitar a concepção de formulários e criar formulários PDF com-
patíveis com padrões, comportamento de campo de entrada melhorado, capacidade de rotação de imagens em qualquer ângulo, função
de mala direta aprimorada com suporte para escrever um documento ou um documento Arquivo XLSX como fonte de dados, novo espaço
de coluna padrão de 0,5 cm e um novo conjunto de estilos de lista de numeração padrão.
43 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
Editora
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236
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
A função de “Mail merge” sofreu também alterações, e agora é possível usar um documento do Writer ou um ficheiro XLSX como
fonte de dados44.
Calc
O Calc no LibreOffice 6.0 recebeu funções compatíveis com ODF 1.2 como FINDB, REPLACEB e SEARCHB para melhorar o suporte ao
formato padrão ISO, a capacidade de exportar uma seleção de células ou um grupo selecionado de formas (imagens) nos formatos JPG
ou PNG.
Foi melhorada a Caixa de diálogo “Links”, colar texto não formatado e um novo comando para selecionar células desprotegidas em
folhas protegidas ou desprotegidas.
Impress e Draw
Impress e Draw do LibreOffice 6.0 recebeu um novo tamanho de slide padrão de 16: 9 para suportar a maioria dos fatores de forma
modernos de telas e projetores, juntamente com 10 novos modelos de Impress e atualizados mais velhos.
44 https://pplware.sapo.pt/software/office-da-microsoft-chegou-libreoffice-6-0/
Editora
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INFORMÁTICA
Também foi removida a caixa de diálogo de confirmação ao definir uma imagem como slide ou fundo da página e há mais possibilida-
des de colocação e ampliação na caixa de diálogo Duplicar e uma interface melhor para lidar com os atributos da camada no Draw.
Por último, mas não menos importante, o LibreOffice 6.0 permite aos usuários usar chaves OpenPGP para assinar documentos ODF em
todas as plataformas suportadas, juntamente com suporte experimental para criptografia baseada em OpenPGP.
Essa versão também melhora a barra de ferramentas Localizar com uma lista suspensa de tipos de pesquisa para acelerar a navegação
e melhora a classificação do documento para permitir várias políticas. Também foram adicionadas novas fontes Noto e LibreOffice Helper.
Complementando o assunto, o novo lançamento do LibreOffice Viewer para Android está próximo e virá com suporte para criar novos
documentos, uma barra de ferramentas baseada em tabulações com opções de formatação, suporte para adicionar imagens da câmera
do dispositivo, armazenamento em nuvem ou local, um modo de apresentação para Impress e uma melhoria na interface de usuário no
Calc com cabeçalhos de coluna.
LIBREOFFICE 7
A versão 7.1.6 corrigiu diversos bugs e melhorias com relação a compatibilidade de documentos, além de diversas novidades nos
produtos da suíte LIBRE OFFICE.
Abaixo relatamos novidades da suíte LIBRE OFFICE.
— As novidades do Writer
– Foi criado um novo inspetor de estilos, exibindo assim os atributos do parágrafo, estilo e propriedades para a formatação;
– Pode-se definir a ancora padrão para imagens recém adicionadas pelo menu ferramentas – Opções;
– A importação agora pode detectar caracteres Unicode, permitindo assim, interpretas arquivos texto de diferentes origens;
– Foi melhorada a velocidade de operações de localização/substituição.
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— As novidades do Calc
– É permitido gerenciar a operação de colar, utilizado se a tecla ENTER, sendo ativada ou desativada através das opções Ferramentas
– Opões – CALC Geral;
– A seleção de AUTO-FILTRO foi melhorada;
– A velocidade do AUTO-FILTRO foi melhorada.
TCP / IP
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS À INTER- Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
NET, BUSCA E PESQUISA NA WEB tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
nas literaturas como sendo:
Internet - O protocolo principal da Internet;
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados - O protocolo padrão da Internet;
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
bos submarinos, canais de satélite, etc45. Ela nasceu em 1969, nos ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas porte dos pacotes).
instituições possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada Domínio
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
– 74.125.234.180.
Conectando-se à Internet É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- http://www.empresa.com.br, em que:
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha reço pertence à web.
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
viço.
World Wide Web com: indica que é comercial.
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu br: indica que o endereço é no Brasil.
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin-
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e URL
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
forma simples e fácil de acessar. zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- ou uma rede corporativa, uma intranet.
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
e agradável. minho/recurso.
Protocolo de comunicação HTTP
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- Hipertexto
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
computador de origem.
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das Intranet
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
Internet. sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso internos46.
externo.
46 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
45 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 -ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
Avan%E7ado.pdf te-2/
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Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para tal, a
gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, poden-
do cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area Network),
que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em corporações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição de
informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, a intranet permite que computadores localizados numa filial, se conec-
tados à internet com uma senha, acessem conteúdos que estejam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre a empresa
e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho significativo em termos de segurança.
Sites de Busca
Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informações na
rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as informações da internet para buscar as informações desejadas. São exemplos de
sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.
Formas de acesso
GOOGLE www.google.com.br
BING www.bing.com.br
YAHOO www.yahoo.com.br
Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer conteúdo relacionado a palavra chave.
Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que varrem somente um tipo de site.
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.
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1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google. Acesso a informações de endereço e localização.
com.br; Maps
No caso do celular funciona como um GPS;
2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos en-
contrar; YouTube Acesso a vídeos publicados;
3 – Podemos também acionar este microfone para falar a pala- Acesso a loja de aplicativos, no caso do celular
vra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa; Play temos a Play Store onde encontramos aplicati-
4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir vos;
na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados.
Noticias Acesso a notícias;
Meet Acesso a Reuniões (vídeo chamadas);
Contatos Acesso a todos os contatos;
Acesso ao local de armazenamento na internet
Drive
de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
Acesso a agenda. É um local onde podemos mar-
Agenda
car compromissos, tarefas, etc.;
Tradutor Acesso ao tradutor do Google;
Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar Acesso a todas as fotos armazenadas no drive,
a pesquisa. estas fotos são armazenadas na sua conta
google. Conforme usamos o celular, enviamos as
Fotos
Outras funções do site de pesquisa do google fotos automaticamente para o drive, a frequên-
cia deste envio depende de uma configuração
prévia que temos que realizar;
Acesso a livros, neste caso somos remetidos para
Livros
uma barra somente para a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso são textos em
geral, semelhantes a documentos em WORD,
Documentos
podemos acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste caso são
Planilhas planilhas semelhantes ao EXCEL, podemos aces-
sar e até criar planilhas para o uso;
Permite a criação e gerenciamento de um blog.
Blog é um site que permite a atualização rápida
Blogguer
através de postagens, isso deve-se a sua estrutu-
ra extremamente flexível de uso;
Acesso a uma plataforma Google, onde podemos
Hangouts conectar pessoas através de vídeo conferencia e
mensagens, etc.
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Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
internauta. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. outros.
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
página ou site na rede. navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro- no navegador.
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave- Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
gador e os servidores. alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
Funcionalidades de um Navegador de Internet vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o virtual da Internet.
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de Microsoft Edge
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer47.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
site na internet. vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página.
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: Outras características do Edge são:
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- – Experiência de navegação com alto desempenho.
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer quer lugar conectado à internet.
página na web. – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do Firefox
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para talado no PC, ele poderá ser instalado.
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
para mostrar as atualizações.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
apagado, caso o usuário queira.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do Algumas características de destaque do Firefox são:
navegador de internet. – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
– Não exige um hardware poderoso para rodar.
47 https://bit.ly/2WITu4N
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– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- - Enviar a sua declaração de Imposto de Renda, emitir boletim
sos. de ocorrência, consultar os pontos em sua carteira de habilitação e
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. agendar a emissão de passaporte;
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- - Consultar a programação das salas de cinema, verificar a
vacidade. agenda de espetáculos teatrais, exposições e shows e adquirir seus
– Disponível em desktop e mobile. ingressos antecipadamente;
- Consultar acervos de museus e sites dedicados à obra de
Google Chorme grandes artistas, onde é possível conhecer a biografia e as técnicas
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do empregadas por cada um.
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo. Estes são apenas alguns exemplos de como você pode utilizar a
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior internet para facilitar e melhorar a sua vida. Aproveitar esses bene-
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante fícios de forma segura, entretanto, requer que alguns cuidados se-
convidativo à navegação simplificada. jam tomados e, para isto, é importante que você esteja informado
dos riscos aos quais está exposto para que possa tomar as medidas
preventivas necessárias. Alguns destes riscos são:
- Acesso aos conteúdos impróprios ou ofensivos: no navegar
você pode se deparar com páginas que contenham pornografia,
que atentem contra a honra ou que incitem o ódio e o racismo.
- Contato com pessoas mal-intencionadas: existem pessoas
que se aproveitam da falsa sensação de anonimato da internet para
aplicar golpes, tentar se passar por outras pessoas e cometer crimes
como, por exemplo, estelionato, pornografia infantil e sequestro.
Principais recursos do Google Chrome: - Furto de identidade: assim como você pode ter contato direto
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- com impostores, também pode ocorrer de alguém tentar se passar
sos RAM suficientes. por você e executar ações em seu nome, levando outras pessoas a
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas acreditarem que estão se relacionando com você, e colocando em
funcionalidades. risco a sua imagem ou reputação.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- - Furto e perda de dados: os dados presentes em seus equipa-
údos otimizados. mentos conectados à internet podem ser furtados e apagados, pela
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- ação de ladrões, atacantes e códigos maliciosos.
TPS). - Invasão de privacidade: a divulgação de informações pessoais
– Disponível em desktop e mobile. pode comprometer sua privacidade, de seus amigos e familiares e,
mesmo que você restrinja o acesso, não há como controlar que elas
não serão repassadas. Além disto, os sites costumam ter políticas
CONCEITOS BÁSICOS DE SEGURANÇA NA INTERNET E VÍ- próprias de privacidade e podem alterá-las sem aviso prévio, tor-
RUS DE COMPUTADORES nando público aquilo que antes era privado.
- Divulgação de boatos: as informações na internet podem se
propagar rapidamente e atingir um grande número de pessoas em
Segurança na Internet
curto período de tempo. Enquanto isto pode ser desejável em cer-
tos casos, também pode ser usado para a divulgação de informações
A internet já está presente no cotidiano de grande parte da
falsas, que podem gerar pânico e prejudicar pessoas e empresas.
população e, provavelmente para estas pessoas, seria muito difícil
- Dificuldade de exclusão: aquilo que é divulgado na internet
imaginar como seria a vida sem poder usufruir das diversas facili-
nem sempre pode ser totalmente excluído ou ter o acesso contro-
dades e oportunidades trazidas por esta tecnologia. Por meio da
lado. Uma opinião dada em um momento de impulso pode ficar
internet você pode:
acessível por tempo indeterminado e pode, de alguma forma, ser
- Encontrar antigos amigos, fazer novas amizades, encontrar
usada contra você e acessada por diferentes pessoas, desde seus
pessoas que compartilham seus gostos e manter contato com ami-
familiares até seus chefes.
gos e familiares distantes;
- Dificuldade de detectar e expressar sentimentos: quando
- Acessar sites de notícias e de esportes, participar de cursos à
você se comunica via internet não há como observar as expressões
distância, pesquisar assuntos de interesse e tirar dúvidas em listas
faciais ou o tom da voz das outras pessoas, assim como elas não
de discussão;
podem observar você (a não ser que vocês estejam utilizando web-
- Efetuar serviços bancários, como transferências, pagamentos
cams e microfones). Isto pode dificultar a percepção do risco, gerar
de contas e verificação de extratos;
mal-entendido e interpretação dúbia.
- Fazer compras em supermercados e em lojas de comércio
- Dificuldade de manter sigilo: no seu dia a dia é possível ter
eletrônico, pesquisar preços e verificar a opinião de outras pessoas
uma conversa confidencial com alguém e tomar cuidados para que
sobre os produtos ou serviços ofertados por uma determinada loja;
ninguém mais tenha acesso ao que está sendo dito. Na internet,
- Acessar sites dedicados a brincadeiras, passatempos e histó-
caso não sejam tomados os devidos cuidados, as informações po-
rias em quadrinhos, além de grande variedade de jogos, para as
dem trafegar ou ficar armazenadas de forma que outras pessoas
mais diversas faixas etárias;
tenham acesso ao conteúdo.
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- Uso excessivo: o uso desmedido da internet, assim como de O que torna uma senha forte (ou fraca)?
outras tecnologias, pode colocar em risco a sua saúde física, dimi- Uma senha forte:
nuir a sua produtividade e afetar a sua vida social ou profissional. - Tem pelo menos oito caracteres.
- Plágio e violação de direitos autorais: a cópia, alteração ou - Não contém seu nome de usuário, seu nome real ou o nome
distribuição não autorizada de conteúdos e materiais protegidos da empresa.
pode contrariar a lei de direitos autorais e resultar em problemas - Não contém uma palavra completa.
jurídicos e em perdas financeiras. - É bastante diferente das senhas anteriores.
- Contém caracteres de cada uma destas quatro categorias:
Outro grande risco relacionado ao uso da internet é o de você
achar que não corre riscos, pois supõe que ninguém tem interesse Categoria de caracteres/exemplos
em utilizar o seu computador (ou qualquer outro dispositivo com- - Letras maiúsculas / A, B, C
putacional) ou que, entre os diversos computadores conectados à - Letras minúsculas / a, b, c
internet, o seu dificilmente será localizado. É justamente este tipo - Números / 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
de pensamento que é explorado pelos atacantes, pois, ao se sentir - Símbolos do teclado (todos os caracteres do teclado não defi-
seguro, você pode achar que não precisa se prevenir. nidos como letras ou números) e espaços `~!@#$%^&*(
Esta ilusão, infelizmente, costuma terminar quando os primei- )_-+={}[]\|:;“‘<>,.?/
ros problemas começam a acontecer. Muitas vezes os atacantes es-
tão interessados em conseguir acesso às grandes quantidades de Uma senha pode cumprir todos os critérios acima e ainda ser
computadores, independentes de quais são, e para isto, podem efe- fraca. Por exemplo, Hello2U! cumpre todos os critérios de uma se-
tuar varreduras na rede e localizar grande parte dos computadores nha forte listados acima, mas ainda é fraca porque contém uma pa-
conectados à internet, inclusive o seu. lavra completa. H3ll0 2 U! é uma alternativa melhor, porque substi-
Um problema de segurança em seu computador pode torná-lo tui algumas das letras da palavra completa por números e também
indisponível e colocar em risco a confidencialidade e a integridade inclui espaços.
dos dados nele armazenados. Além disto, ao ser comprometido, Facilite a memorização da sua senha forte, seguindo estas eta-
seu computador pode ser usado para a prática de atividades mali- pas:
ciosas como, por exemplo, servir de repositório para dados fraudu- - Crie uma sigla a partir de uma informação fácil de lembrar.
lentos, lançar ataques contra outros computadores (e assim escon- Por exemplo, escolha uma frase significativa para você, como Nasci-
der a real identidade e localização do atacante), propagar códigos mento do meu filho é 12 de dezembro de 2004. Usando essa frase
maliciosos e disseminar spam. como guia, você pode usar Nmfe12/Dez,4 como senha.
O primeiro passo para se prevenir dos riscos relacionados ao - Substitua números, símbolos e ortografia incorreta por letras
uso da internet é estar ciente de que ela não tem nada de “virtual”. ou palavras em uma frase fácil de lembrar. Por exemplo, Nascimen-
Tudo o que ocorre ou é realizado por meio da internet é real: os to do meu filho é 12 de dezembro de 2004 pode se tornar NasMe
dados são reais e as empresas e pessoas com quem você interage F1lhOeh 12124 (não é errado usar espaços na senha).
são as mesmas que estão fora dela. - Associe a senha a um hobby ou esporte predileto. Por exem-
Desta forma, os riscos aos quais você está exposto ao usá-la plo, Eu amo jogar badminton pode ser 4mJo6arB@dm1nt()n.
são os mesmos presentes no seu dia a dia e os golpes que são apli- - Se você achar que deve anotar a senha para lembrá-la, não a
cados por meio dela são similar àqueles que ocorrem na rua ou por identifique como uma senha e guarde-a em um lugar seguro.
telefone.
É preciso, portanto, que você leve para a internet os mesmos Noções de vírus
cuidados e as mesmas preocupações que você tem no seu dia a dia,
como por exemplo: visitar apenas lojas confiáveis, não deixar pú- Códigos maliciosos (Malware)
blico dados sensíveis, ficar atento quando “for ao banco” ou “fizer Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente
compras”, não passar informações a estranhos, não deixar a porta desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas
da sua casa aberta, etc. em um computador48. Algumas das diversas formas como os códi-
Para tentar reduzir os riscos e se proteger é importante que gos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador
você adote uma postura preventiva e que a atenção com a segu- são:
rança seja um hábito incorporado à sua rotina, independente de – Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos progra-
questões como local, tecnologia ou meio utilizado. mas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como
Dicas para Criar uma Senha Forte pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegado-
As senhas constituem a primeira linha de defesa contra o aces- res vulneráveis;
so não autorizado ao computador. Quanto mais forte a senha, mais – Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o compu-
protegido estará o computador contra os hackers softwares mal-in- tador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
tencionados. É necessário garantir que existam senhas fortes para – Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos
todas as contas no seu computador. Se você estiver usando uma em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em
rede corporativa, o administrador da rede talvez exija o uso de uma páginas Web ou diretamente de outros computadores (através do
senha forte. compartilhamento de recursos).
48 https://cartilha.cert.br/malware/
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Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos
aos dados armazenados no computador e podem executar ações recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usu- costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem-
ário. penho de redes e a utilização de computadores.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver
e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi- Bot e botnet
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au- Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação
topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente.
muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou
de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne-
detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
Spam, respectivamente). A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma- bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
liciosos existentes. P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
Vírus ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
preciso que um programa já infectado seja executado. putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os executadas pelos bots.
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
pelo uso de pen-drives. Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem de informações de um grande número de computadores, envio de
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são: xies instalados nos zumbis).
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane-
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre Spyware
este arquivo, fazendo com que seja executado. Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
escrito em formato HTML. informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros). ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para autorizado.
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
Worm Alguns tipos específicos de programas spyware são:
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para pelo usuário no teclado do computador.
computador. – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- mouse é clicado.
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
computadores. gandas.
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Backdoor Antivírus
Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor O antivírus é um software de proteção do computador que eli-
a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi-
criados ou modificados para este fim. car o computador.
Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có-
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes, pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
no computador para invadi-lo. drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu- algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces- isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova- vidência.
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro-
e, na maioria dos casos, sem que seja notado. cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos
os dias são criados vírus novos.
Cavalo de troia (Trojan) Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
sem o conhecimento do usuário. contaminação.
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados gas. Entre as principais estão:
no computador. – Avast;
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após – AVG;
invadirem um computador, alteram programas já existentes para – Norton;
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, – Avira;
também executem ações maliciosas. – Kaspersky;
– McAffe.
Rootkit
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite Filtro anti-spam
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
malicioso em um computador comprometido. tados, que geralmente são enviados para um grande número de
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- pessoas.
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
mos de proteção. zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
anonimato que tanto os protege.
Ransomware Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inaces- jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
síveis os dados armazenados em um equipamento, geralmente
usando criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) Anti-malwares
para restabelecer o acesso ao usuário49. O pagamento do resgate Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
geralmente é feito via bitcoins. e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que de ferramentas deste tipo.
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
segurança.
49 https://cartilha.cert.br/ransomware/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
No contexto do transporte de mercadorias, os aplicativos de gentes, como realidade aumentada, inteligência artificial e compu-
GPS têm um impacto direto na redução dos tempos de entrega e na tação em nuvem, estão sendo cada vez mais incorporadas a essas
melhoria da eficiência logística. Ao fornecer informações precisas aplicações, abrindo novas possibilidades e melhorando ainda mais
sobre as condições de tráfego, obstáculos no percurso e rotas mais a experiência do usuário.
eficientes, esses aplicativos ajudam as empresas a evitar atrasos e Em conclusão, os aplicativos de GPS representam um marco na
cumprir prazos de entrega apertados. Isso é especialmente impor- interseção entre a tecnologia da informação e a geolocalização. Por
tante em um mundo cada vez mais centrado no comércio eletrôni- trás de sua interface simples e intuitiva, reside uma infraestrutura
co, onde os consumidores esperam entregas rápidas e confiáveis. tecnológica complexa e sofisticada, que torna possível a nossa ca-
Além disso, os aplicativos de GPS também desempenham um pacidade de navegar e explorar o mundo ao nosso redor.
papel importante na redução dos custos operacionais das empre-
sas de transporte. Ao permitir uma gestão mais eficiente das frotas Capítulo 5: Desafios e Questões Éticas
e uma utilização mais inteligente dos recursos, essas tecnologias
ajudam as empresas a reduzir o consumo de combustível, minimi- Sabemos que os aplicativos de GPS representam uma revolu-
zar o desgaste dos veículos e otimizar o tempo de viagem. Isso não ção na forma como nos deslocamos e interagimos com o mundo ao
apenas beneficia as empresas em termos de economia de custos, nosso redor. No entanto, por trás dessa conveniência e eficiência,
mas também contribui para a redução do impacto ambiental das surgem questões complexas e desafios éticos que merecem nossa
operações de transporte. atenção e reflexão.
Concluindo, os aplicativos de GPS têm um impacto profundo Um dos principais dilemas enfrentados pelos aplicativos de
e duradouro no campo da logística e transporte. Suas capacidades GPS é o equilíbrio delicado entre conveniência e privacidade. Em-
de otimização de rotas, rastreamento de frotas e fornecimento de bora essas ferramentas ofereçam uma miríade de benefícios, como
informações em tempo real têm transformado a maneira como as direções precisas, informações de tráfego em tempo real e reco-
empresas operam nesse setor crucial da economia. mendações personalizadas, elas também coletam e armazenam
uma quantidade significativa de dados pessoais dos usuários. A
Capítulo 4: Programação e Tecnologias por Trás dos Aplicati- constante coleta e monitoramento da localização dos usuários le-
vos de GPS vanta preocupações legítimas sobre a privacidade e segurança des-
sas informações.
Na base de todo aplicativo de GPS está a geolocalização, um A questão da privacidade torna-se ainda mais premente quan-
processo pelo qual o dispositivo determina sua posição geográfica do consideramos o potencial uso indevido dos dados coletados por
na Terra. Esse feito é realizado por meio de uma série de algoritmos empresas e governos. As informações de localização dos usuários
sofisticados que processam os sinais recebidos dos satélites GPS. podem ser utilizadas para traçar padrões de comportamento, criar
Esses algoritmos, muitas vezes baseados em técnicas de triangula- perfis detalhados de usuários e até mesmo monitorar movimentos
ção, são responsáveis por calcular com precisão a latitude, longitu- sem o consentimento explícito dos indivíduos. Isso levanta preocu-
de e altitude do usuário em tempo real. Esta precisão é essencial pações éticas sobre a vigilância em massa, o uso indevido de infor-
para fornecer direções precisas e atualizadas. mações pessoais e a violação da privacidade individual.
Além disso, os aplicativos de GPS dependem fortemente de Para mitigar esses riscos e proteger a privacidade dos usuários,
tecnologias de mapeamento digital. Esses mapas, que abrangem é imperativo que os desenvolvedores de aplicativos de GPS imple-
vastas extensões do globo, são constantemente atualizados e apri- mentem medidas robustas de proteção de dados e adotem práti-
morados para garantir a precisão das informações fornecidas aos cas de privacidade por design. Isso inclui a utilização de técnicas
usuários. Por trás desses mapas está uma infraestrutura complexa de criptografia para proteger os dados em trânsito e em repouso, a
de sistemas de informação geográfica (SIG) e bases de dados geo- anonimização dos dados sempre que possível e a transparência no
espaciais, que armazenam e gerenciam uma ampla variedade de processo de coleta e uso de informações pessoais.
informações, desde detalhes topográficos até pontos de interesse. Além disso, os usuários devem ser capacitados com opções cla-
No âmbito da programação, os aplicativos de GPS são desenvol- ras e acessíveis para controlar o acesso às suas informações de lo-
vidos utilizando uma variedade de linguagens e tecnologias. Lingua- calização e ajustar suas configurações de privacidade conforme sua
gens como Java, Swift, Kotlin, JavaScript e Python são comumente preferência. Isso pode incluir a capacidade de optar por não serem
empregadas no desenvolvimento dessas aplicações, cada uma com rastreados, controlar quais aplicativos têm acesso à sua localização
suas vantagens e peculiaridades. Essas linguagens são utilizadas e revisar e excluir dados armazenados em suas contas.
para criar interfaces de usuário intuitivas, implementar algoritmos No entanto, a proteção da privacidade dos usuários não é o
de geolocalização e mapeamento, e integrar-se com APIs externas único desafio ético enfrentado pelos aplicativos de GPS. Também
para acesso a dados de tráfego, mapas e outras funcionalidades. surgem questões relacionadas à precisão e imparcialidade dos al-
Além disso, os aplicativos de GPS fazem uso extensivo de APIs goritmos utilizados para fornecer direções e recomendações. Como
(Interfaces de Programação de Aplicativos) para acessar dados e esses algoritmos são desenvolvidos e calibrados pode influenciar
serviços externos. Essas APIs permitem que os aplicativos obte- significativamente as decisões dos usuários e até mesmo perpetuar
nham informações em tempo real sobre tráfego, condições climá- vieses e discriminação.
ticas e pontos de interesse, enriquecendo assim a experiência do Por exemplo, algoritmos de roteamento podem favorecer cer-
usuário. A integração dessas APIs requer habilidades técnicas avan- tas áreas em detrimento de outras, perpetuando desigualdades so-
çadas e um profundo conhecimento das tecnologias subjacentes. cioeconômicas e segregação espacial. Da mesma forma, recomen-
Por fim, é importante ressaltar que os aplicativos de GPS estão dações de pontos de interesse podem refletir preconceitos culturais
em constante evolução, impulsionados pelo avanço rápido da tec- ou econômicos, excluindo comunidades marginalizadas ou privile-
nologia e pelas demandas dos usuários. Novas tecnologias emer- giando determinados estabelecimentos.
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9. INSTITUTO AOCP - 2023 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR 14. INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN
O gerenciador de nomes do Excel tem como funcionalidade Com relação aos Backups, também conhecidos como cópias de
(A) nomear automaticamente os arquivos criados. segurança, assinale a alternativa INCORRETA.
(B) nomear automaticamente as planilhas criadas. (A) Para garantir que os dados, além de seguros, estejam con-
(C) criar nomes aleatórios automaticamente para preencher sistentes, após a criação do backup, pode-se verificar se os da-
células específicas. dos gravados não estão corrompidos.
(D) nomear automaticamente fórmulas simples como média e (B) Pen-Drive é um exemplo de dispositivo comumente utiliza-
soma. do para guardar backups.
(E) substituir as referências e células específicas em fórmulas (C) Quando se realiza backups de informações sigilosas, é reco-
por nomes. mendado que ele seja gravado de forma criptografada.
(D) Gravar os dados do backups em formato compactado é uma
10. INSTITUTO AOCP - 2023 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR maneira de economizar espaço nos dispositivos de armazena-
A ferramenta pincel, presente no Word e no Excel, tem como mento.
funcionalidade (E) Para garantir que os dados não serão corrompidos, é reco-
(A) mudar as margens de uma página. mendado armazenar os backups sempre no mesmo local do
(B) criar uma caixa de texto com fundo personalizado. dispositivo de armazenamento.
(C) copiar a formatação de um trecho de um texto para outro
que está com formatação diferente. 15. INSTITUTO AOCP - 2018 - ADAF - AM
(D) criar uma forma abstrata para ser preenchida com alguma O backup tem a função de manter seguros os dados armazena-
cor. dos no computador. Sobre backup, é correto afirmar que
(E) criar um objeto, seja ele uma fórmula, figura, animação ou (A) os backups devem ser feitos nos mesmos discos ou servido-
WordArt. res onde já se encontram os dados.
(B) os backups devem ser feitos, impreterivelmente, em discos/
11. INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS mídias/ servidores diferentes daqueles onde o dado está atual-
Você está diante de uma planilha do MS-Excel do Office 365 mente armazenado.
e necessita realizar uma operação lógica em uma célula qualquer, (C) os backups só podem ser feitos em discos virtuais na nu-
sendo que, se o valor da célula A2 estiver entre os números inteiros vem, não havendo outras possibilidades de armazenamento.
3 e 8, a célula em que você está operando o cálculo deve retornar (D) as informações mais importantes que devem ser guardadas
VERDADEIRO, caso contrário, ela deve retornar FALSO. Sabendo dis- em um backup são os instaladores dos programas utilizados no
so, assinale a alternativa que apresenta corretamente o uso da fun- computador.
ção do MS-Excel que resolva o cenário aqui apresentado. (E) a única forma de backup existente é o backup global, em
(A) =SE(A2>=3 E A2<=8; “VERDADEIRO”; “FALSO”) que se copiam todos os arquivos selecionados, não havendo
(B) =SE(A2>=3 E(SE(A2<=8; “VERDADEIRO”); “FALSO”)) forma de ser feito backup incremental.
(C) =E(A2>=3;”VERDADEIRO”; E(A2<=8; “FALSO”))
(D) =E(A2; ENTRE (3;8); “VERDADEIRO”; ”FALSO”
GABARITO
(E) =E(A2>=3;A2<=8)
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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
TÉCNICO DE SAÚDE III - Técnico de Enfermagem e
TÉCNICO DE SAÚDE IV - Técnico de Enfermagem
Importante frisar que resta evidenciada a responsabilidade dos 6.5 Resolução Cofen 311/07 – Código de Ética dos Profissionais
profissionais de enfermagem sobre seus registros e também sobre de Enfermagem
os seus reflexos, além da já conhecida responsabilidade sobre seus
atos profissionais e pelo sigilo. A responsabilidade do profissional DIREITOS
poderá ocorrer no âmbito ético, legal, administrativo, cível e crimi- Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser
nal. tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos
direitos humanos.
6 Fundamentos legais das Anotações de Enfermagem Art. 2º Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e
6.1 Constituição Federal culturais que dão sustentação a sua prática profissional.
(...) (...)
Art. 5º Art. 68 Registrar no prontuário, e em outros documentos pró-
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a prios da enfermagem, informações referentes ao processo de cui-
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano dar da pessoa.
material ou moral decorrente de sua violação;
6.2 Lei n. 7.498/86, que dispõe sobre a regulamentação do RESPONSABILIDADES E DEVERES
exercício profissional da Enfermagem (...)
(...) Art. 5° Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade,
“Art. 11 o enfermeiro exerce todas as atividades de enferma- resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honesti-
gem, cabendo-lhe: dade e lealdade.
I – privativamente Art. 12 Assegurar à pessoa, família e coletividade, assistência
(...) de enfermagem livre de riscos decorrentes de imperícia, negligên-
c) planejamento, organização, execução e avaliação dos servi- cia e imprudência.
ços de assistência de enfermagem; Art. 16 Garantir a continuidade da assistência de enfermagem
(...) em condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspen-
i) consulta de enfermagem; são das atividades profissionais decorrentes de movimentos reivin-
j) prescrição da assistência de enfermagem; dicatórios da categoria.
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com ris- Art. 17 Prestar adequadas informações à pessoa, família e cole-
co de vida; tividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica acerca da assistência de enfermagem.
e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de to- Art. 25 Registrar no Prontuário do Paciente as informações ine-
mar decisões imediatas.” rentes e indispensáveis ao processo de cuidar.
6.3 Decreto n. 94.406/87, que regulamenta a Lei n. 7.498/86 Art. 41 Prestar informações, escritas e verbais, completas e fi-
Cabe ao técnico de enfermagem: dedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência.
“Art. 10 O técnico de enfermagem exerce atividades auxiliares, Art. 54 Apor o número e categoria de inscrição no Conselho
de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem, caben- Regional de Enfermagem em assinatura, quando no exercício pro-
do-lhe: fissional.
(...) Art. 71 Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao
II – executar atividades de assistência de enfermagem, exce- processo de cuidar.
tuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no art. 9º deste Art. 72 Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao
Decreto;” processo de cuidar de forma clara, objetiva e completa.
(...) PROIBIÇÕES
Cabe ao auxiliar de enfermagem: (...)
“Art. 11 O auxiliar de enfermagem executa as atividades auxi- “Art. 35 Registrar informações parciais e inverídicas sobre a as-
liares, de nível médio atribuídas à equipe de enfermagem, caben- sistência prestada
do-lhe: Art. 42 Assinar as ações de Enfermagem que não executou,
(...) bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro.”
II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível (...)
de sua qualificação; 6.7 Código Civil Brasileiro
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de (...)
rotina, além de outras atividades de enfermagem “Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negli-
(....) gência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
Art. 14 Incumbe a todo pessoal de enfermagem: que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
(...) Art. 927 Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
II – quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as ati- dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
vidades da assistência de enfermagem, para fins estatísticos.” Art. 951 O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no
caso de indenização devida por aquele que, no exercício de ativida-
6.4 Resolução Cofen n. 429/12 – Dispõe sobre o registro das de profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a
ações profissionais no prontuário do paciente, e em outros docu- morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-
mentos próprios da enfermagem, independente do meio de supor- -lo para o trabalho.”
te – tradicional ou eletrônico.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
6.8 Código Penal Contribui, ainda, para a identificação das alterações do esta-
“Art. 18 Diz-se o crime: (...) do e das condições do paciente, favorecendo a detecção de novos
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por im- problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim, possibili-
prudência, negligência ou imperícia.” tando a comparação das respostas do paciente aos cuidados pres-
6.9 Lei n. 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor tados. (CIANCIARULLO et al., 2001).
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro- 7.1 Regras importantes para a elaboração das Anotações de En-
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- fermagem, entre as quais:
derados perigosos ou nocivos; 1 Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e
(...) identificação do profissional com o número do Coren, conforme
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e consta nas Resoluções Cofen 191/2009 e 448/2013 em seu art. 6º,
morais, individuais, coletivos e difusos; ao final de cada registro:
(...) a) O uso do carimbo pelos profissionais da Enfermagem é fa-
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá cultativo.
acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e 2. Observar e anotar como o paciente chegou:
dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como so- a) Procedência do paciente (residência, pronto - socorro, trans-
bre as suas respectivas fontes. ferência de outra instituição ou outro setor intra-hospitalar);
§ 1º – Os cadastros e dados de consumidores devem ser ob- b) Acompanhante (familiar, vizinho, amigo, profissional de saú-
jetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, de);
não podendo conter informações negativas referentes a período c) Condições de locomoção (deambulando, com auxílio, cadei-
superior a cinco anos.” ra de rodas, maca, etc.);
6.10 Portaria MS n. 1.820/2009 – Carta dos direitos dos usuá- 3. Observar e anotar as condições gerais do paciente:
rios da saúde a) Nível de consciência;
Art. 3º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no b) Humor e atitude;
tempo certo para resolver o seu problema de saúde. c) Higiene pessoal;
(...) d) Estado nutricional;
III – Acesso a qualquer momento, do paciente ou terceiro por e) Coloração da pele;
ele autorizado, a seu prontuário e aos dados nele registrados, bem f) Dispositivos em uso. Ex.: Jelco, sondas, curativos.
como ter garantido o encaminhamento de cópia a outra unidade de g) Queixas do paciente (tudo o que ele refere, dados informa-
saúde, em caso de transferência. dos pela família ou responsável);
IV – Registro atualizado e legível no prontuário, das seguintes 4. Anotar orientações efetuadas ao paciente e familiares. Ex.:
informações: Jejum, coleta de exames, inserção venosa, etc.;
a) motivo do atendimento e/ou internação, dados de observa- 5. Dados do Exame Físico;
ção clínica, evolução clínica, prescrição terapêutica, avaliações da 6. Cuidados realizados;
equipe: 7. Intercorrências;
b) dados de observação e da evolução clínica; 8. Efetuar as anotações imediatamente após a prestação do
c) prescrição terapêutica; cuidado;
d) avaliações dos profissionais da equipe; 9. Não devem conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou
e) procedimentos e cuidados de enfermagem; espaços;
f) quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anestésicos, 10. Não é permitido escrever a lápis ou utilizar corretivo líqui-
odontológicos, resultados de exames complementares laboratoriais do;
e radiológico; 11. Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas,
g) quantidade de sangue recebida e dados que garantam a qua- pontuais e cronológicas;
lidade do sangue, como origem, sorologias efetuadas e prazo de 12. Conter sempre observações efetuadas, cuidados prestados,
validade; sejam eles os já padronizados, de rotina e específicos;
h) identificação do responsável pelas anotações; 13. Constar as respostas do paciente diante dos cuidados pres-
i) outras informações que se fizerem necessárias. critos pelo enfermeiro, intercorrências, sinais e sintomas observa-
dos;
7 Anotação da equipe de enfermagem 14. Devem ser registradas após o cuidado prestado, orientação
As Anotações de Enfermagem fornecem dados que irão subsi- fornecida ou informação obtida;
diar o enfermeiro no estabelecimento do plano de cuidados / pres- 15. Devem priorizar a descrição de características, como tama-
crição de enfermagem; suporte para análise reflexiva dos cuidados nho mensurado (cm, mm, etc.), quantidade (ml, l, etc.), coloração
ministrados; respectivas respostas do paciente e resultados espera- e forma;
dos e desenvolvimento da Evolução de Enfermagem. 16. Não conter termos que deem conotação de valor (bem,
Assim, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o de- mal, muito, pouco, etc.);
senvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem 17. Conter apenas abreviaturas previstas em literatura;
(SAE – Resolução Cofen n. 358/2009), pois é fonte de informações 18. Devem ser referentes aos dados simples, que não requei-
essenciais para assegurar a continuidade da assistência. ram maior aprofundamento científico.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Assim, pode-se resumidamente evidenciar que as Anotações de Enfermagem deverão ser referentes a:
• Todos os cuidados prestados – incluindo o atendimento às prescrições de enfermagem e médicas cumpridas, além dos cuidados de
rotina, medidas de segurança adotadas, encaminhamentos ou transferência de setor, entre outros;
• Sinais e sintomas – todos os identificados por meio da simples observação e os referidos pelo paciente. Os sinais vitais mensurados
devem ser registrados pontualmente, ou seja, os valores exatos aferidos, e nunca utilizar somente os termos “normotenso, normocárdico,
etc.”
• Intercorrências – incluem fatos ocorridos com o paciente e medidas adotadas;
• Respostas dos pacientes às ações realizadas;
• O registro deve conter subsídios para permitir a continuidade do planejamento dos cuidados de enfermagem nas diferentes fases e
para o planejamento assistencial da equipe multiprofissional.
As autoras Elaine Emi Ito et al. (2011) percorrem as seis diretrizes destacadas por Potter (1998), como importantes, e que devem ser
seguidas para se certificar de que as informações relacionadas aos cuidados prestados ao paciente sejam comunicadas correta e integral-
mente. Vamos ver quais são elas?
PRECISÃO
A informação deve ser exata, com dados subjetivos ou objetivos claramente discriminados.
Além disso, é imprescindível fazer a distinção se a informação registrada foi observada no paciente ou relatada por ele. Usar grafia
correta, bem como somente abreviações e símbolos aceitos pela instituição, de modo a garantir a interpretação precisa e adequada da
informação.
CONCISÃO
Fornecer as informações reais e essenciais em uma anotação. Uma anotação curta e bem redigida é mais facilmente assimilada do
que uma longa e irrelevante.
EFICÁCIA
Os registros devem conter informações completas e pertinentes para a continuidade da assistência ou para condutas a serem toma-
das.
ATUALIZAÇÃO
A demora na anotação de uma informação importante pode resultar em omissões graves e atrasos no atendimento ao paciente. As
decisões e condutas sobre a assistência e os cuidados de um paciente são baseadas em informações atuais. Sempre anotar em prontuário,
logo após a realização do procedimento, atendimento, observação ou encaminhamento.
ORGANIZAÇÃO
Registrar todas as informações em formato adequado e em ordem cronológica.
CONFIDENCIALIDADE
As informações sobre um cliente só deverão ser transmitidas mediante o entendimento de que tais dados não serão divulgados a
pessoas não autorizadas. A lei protege as informações sobre um cliente que esteja sob cuidados profissionais de saúde. O profissional de
enfermagem é obrigado por lei e pela ética a manter confidencialidade de qualquer informação relacionada à doença e ao tratamento do
cliente.
8 Evolução de enfermagem
Inicialmente faz-se necessário diferenciar as Anotações de Enfermagem da Evolução.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem n. 358/2009 O enfermeiro, ao aplicar o Processo de Enfermagem como ins-
considera que a SAE deve ser realizada de modo deliberado e sua trumento para orientar a documentação clínica, busca o desenvol-
implementação ocorrer em todos os ambientes em que seja reali- vimento de uma prática sistemática, interrelacionada, organizada
zado o cuidado profissional de enfermagem, seja na atenção primá- com base em passos preestabelecidos e que possibilite prestar cui-
ria, secundária e terciária, e desenvolvida em instituição pública ou dado individualizado ao paciente.
privada.
No art. 2º dessa Resolução destacam-se as cinco (5) etapas in- 8.1 Regras gerais:
ter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, a saber: A Evolução de enfermagem é uma atribuição privativa do en-
I – Coleta de dados de enfermagem (Histórico de enfermagem); fermeiro, além de se constituir em um dever, de acordo com o Có-
II – Diagnóstico de enfermagem; digo de Ética e demais legislações pertinentes. Para ser considerado
III – Planejamento de Enfermagem; um documento legal é necessário:
IV – Implementação; • Constar, obrigatoriamente, data, hora, tempo de internação,
V – Avaliação de Enfermagem. diagnóstico de enfermagem, assinatura e número do Coren;
• Discriminar, sequencialmente, o estado geral, considerando:
No art. 4º da Resolução Cofen n. 358/2009, verifica-se o se- neurológico, respiratório, circulatório, digestivo, nutricional, loco-
guinte enunciado: motor e geniturinário;
“Ao Enfermeiro, observadas as disposições da Lei n. 7.498, • Procedimentos invasivos, considerando: entubações orotra-
de 25 de junho de 1986, e do Decreto n. 94.406, de 08 de junho queais, traqueostomias, sondagens nasogástrica e enterais, catete-
de 1987, que a regulamenta, incumbe a liderança na execução e rizações venosas, drenos, cateteres;
avaliação do Processo de Enfermagem, de modo a alcançar os re- • Cuidados prestados aos pacientes, considerando: higieniza-
sultados de enfermagem esperados, cabendo-lhe, privativamente, ções, aspirações, curativos, troca de drenos, cateteres e sondas,
o diagnóstico de enfermagem acerca das respostas da pessoa, fa- mudanças de decúbito, apoio psicológico e outros;
mília ou coletividade humana em um dado momento do processo • Descrição das eliminações considerando: secreções traque-
saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções ais, orais e de lesões, débitos gástricos de drenos, de ostomias, fe-
de enfermagem a serem realizadas, face a essas respostas”. Grifos zes e diurese, quanto ao tipo, consistência, odor e coloração;
nossos. • Deve ser realizada diariamente;
Já o art. 6º referencia que a execução do Processo de Enferma- • A Evolução deve ser realizada referindo-se às últimas 24 ho-
gem deve ser registrada formalmente, envolvendo: ras, baseando-se nas respostas diante das intervenções preestabe-
a. um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou lecidas por meio da prescrição de enfermagem, bem como quanto
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e aos protocolos em que o paciente está inserido, mantido ou sendo
doença; excluído;
b. os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pes-
soa, família ou coletividade humana em um dado momento do pro- • Deve ser refeita, em parte ou totalmente na vigência de al-
cesso saúde e doença; teração no estado do paciente, devendo indicar o horário de sua
c. as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos alteração;
diagnósticos de enfermagem identificados; • Deve apresentar um resumo sucinto dos resultados dos cui-
d. os resultados alcançados como consequência das ações ou dados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas
intervenções de enfermagem realizadas. subsequentes;
• Deve constar os problemas novos identificados;
De acordo com a Resolução 358/2009, o Processo de Enferma- • Utilizar-se de linguagem clara, concisa e exata, com ausência
gem (PE) é constituído basicamente de cinco (5) etapas: Histórico de códigos pessoais e abreviaturas desconhecidas.
de Enfermagem – (HE) que inclui Coleta de Dados e Exame Físico;
Diagnóstico de Enfermagem – (DE) pautado nos problemas identifi- 9 Procedimentos de enfermagem – o que anotar?
cados na fase anterior; Planejamento de Enfermagem – (PE); Imple-
mentação de Enfermagem – (IE). 9.1 Admissão
• Nome completo do paciente, data e hora da admissão;
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM • Procedência do paciente;
Este processo representa o instrumento de trabalho do enfer- • Condições de chegada (deambulando, em maca, cadeira de
meiro com objetivo de identificação das necessidades do paciente rodas, etc.);
apresentando uma proposta ao seu atendimento e cuidado, dire- • Nível de consciência: Lucidez/Orientação;
cionando a Equipe de Enfermagem nas ações a serem realizadas. • Presença de acompanhante ou responsável;
A Evolução de Enfermagem é um dos componentes do Proces- • Condições de higiene;
so de Enfermagem. Tratase de um processo que representa desen- • Presença de lesões prévias e sua localização: feridas corto-
volvimento de um estado a outro. Para efetuar a Evolução, o enfer- -contusas, hematoma, úlceras de pressão ou crônicas, e outras;
meiro necessita reunir dados sobre as condições anterior e atuais • Descrever deficiências, se houver;
do paciente e família para, mediante análise, emitir um julgamento; • Uso de próteses ou órteses, se houver;
mudanças para piora ou melhora do quadro, manutenção das situ- • Queixas relacionadas ao motivo da internação;
ações ou surgimento de novos problemas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Procedimentos / cuidados realizados, conforme prescrição ou Obs.: Somente a checagem do(s) item(ns) cumprido(s) ou não,
rotina institucional (mensuração de sinais vitais, punção de acesso através de símbolos, como /, ou , √ respectivamente, não cum-
venoso, coleta de exames, necessidade de elevação de grades, con- pre(m) os requisitos legais de validação de um documento.
tenção, etc.); Daí a importância de registrar, por escrito, nas Anotações de
• Rol de valores e pertences do paciente; Enfermagem, a administração da medicação, ou a recusa, aponto o
• Orientações prestadas; nome completo, número do Coren e categoria profissional.
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
9.4 Aspiração oral
9.2 Alta • Data e hora;
• Data e horário; • Motivo;
• Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas, • Característica e quantidade da secreção;
presença de lesões, nível de consciência, presença de dispositivos • Intercorrências e providências adotadas;
como sonda vesical de demora, cateter de duplo lúmen, etc.); • Nome completo e n. do Coren do profissional que executou
• Procedimentos / cuidados realizados, conforme prescrição ou o procedimento.
rotina institucional (mensuração de sinais vitais, retirada de cateter
venoso, etc.); 9.5 Aspiração traqueal (Enfermeiro)
• Orientações prestadas; • Data e hora;
• Entrega do rol de pertences e valores ao paciente ou acom- • Motivo;
panhante; • Localização (VAS, traqueostomia ou tubo endotraqueal);
• Transporte para o domicílio: da instituição ou próprio; • Característica e quantidade da secreção;
• Na traqueostomia, anotar o tipo e n. da cânula e as condições
Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente da pele;
e se saiu acompanhado. Registrar ainda se foi alta médica, adminis- • Registrar a necessidade de troca e limpeza da endocânula de
trativa ou a pedido do paciente ou família. traqueostomia;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Anotar intercorrências e providências adotadas;
• Nome completo e n. do Coren do profissional que executou
9.3 Administração de medicamentos o procedimento.
Item(ns) da prescrição medicamentosa que deverá(ão) ser re-
gistrado(s): 9.6 Acesso venoso
9.3.1 Via Parenteral: registrar o local onde foi administrado • Data e hora da punção;
• M – glúteo, deltoide, vasto lateral, etc.; • Motivo da punção (inicial ou troca);
• EV – antebraço, dorso da mão, região cefálica, membro infe- • Local;
rior, etc.; • Condições do local da punção (pele e rede venosa local);
• SC – abdome, região posterior do braço, coxa, etc.; • Número de punções;
• ID – face interna do antebraço ou face externa do braço. • Tipo e calibre do cateter;
• Salinização / heparinização;
Em todos os casos, não esquecer de fazer referência ao lado em • Intercorrências e providências adotadas;
que o medicamento foi administrado, esquerdo ou direito. • Medida de segurança adotada (tala ou contensão);
• Queixas;
No caso de administrar medicamento através de um dispositivo • Nome e Coren do responsável pelo procedimento.
já existente, como intracath, duplo lúmen, acesso venoso periféri-
co, injetor lateral do equipo ou outro, anotar por onde foi adminis- 9.7 Avaliação do nível de consciência pelo enfermeiro
trado o medicamento endovenoso. • Data e hora do procedimento;
• Escala utilizada para avaliação do nível de consciência;
9.3.2 Via Oral • Resposta apresentada pelo paciente (abertura ocular, miose,
• Registrar dificuldade de deglutição; midríase, linguagem verbal, motora e/ou outras);
• Presença de vômitos, etc. • Resultado da avaliação realizada;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
9.3.3 Via Retal
• Registrar tipo de dispositivo utilizado; 9.8 Auxílio na dieta
• Em caso de supositório, registrar se foi expelido e providên- • Data e hora do procedimento;
cias adotadas. • Tipo de dieta;
• Aceitação da dieta: total, parcial ou recusa;
Para todas as vias observar os registros apontados abaixo: • Dieta por sonda (quantidade da dieta e da hidratação);
• Rejeição do paciente; • Dieta zero: motivo;
• No caso de não administrar medicamento, apontar o motivo; • Necessidade de auxílio;
• Queixas; • Queixas;
• Intercorrências e providências adotadas; • Intercorrências e providências adotadas;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Registrar se foi imunizado com alguma das seguintes vacinas 9.38 Higiene íntima
há menos de 30 dias: rubéola, sarampo, caxumba, varicela ou febre • Data e hora do procedimento;
amarela; • Motivo da higiene íntima;
• A presença de reação alérgica em realização anterior deste • Aspecto do aparelho genital;
teste ou como uso de timerosal (merthiolate); • Presença de secreção, edema, hiperemia, lesões, formações
• Registrar para onde foi encaminhado material; verrucosas;
• Intercorrências e/ou providências adotadas; • Intercorrências e providências adotadas;
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen- • Nome completo e Coren do responsável pelos procedimentos.
tos. 9.39 Higiene oral
• Data e hora do procedimento;
9.34 Glicemia capilar • Presença de prótese total / parcial (caso seja necessária sua
• Data e hora da realização do exame; retirada, identificar e entregar ao responsável da família ou do hos-
• Condição do paciente (jejum, alimentado); pital);
• Aspecto da polpa digital; • Condições de realização da higiene (fez só, auxiliado ou reali-
• Desconforto decorrente da perfuração necessária para obter zado pelo profissional);
a gota de sangue; • Sinais e sintomas observados (hiperemia, condição da arcada
• Local da pulsão (dedo, mão); dentária, etc.);
• Valores da glicemia capilar (Mg/dl); • Intercorrências e providências adotadas;
• Intercorrências e providências adotadas; • Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen-
• Orientações efetuadas; tos.
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen-
tos. 9.40 Imobilização
• Data e hora do procedimento;
9.35 Hemodiálise • Localização anatômica;
• Data do procedimento; • Motivo da imobilização;
• Registrar se o procedimento é de rotina ou caso agudo; • Aspecto do membro / local imobilizado (hematomas, ferida
• Registrar dados sobre o peso e sinais vitais e a glicemia capi- cirúrgica);
lar, quando indicado; • Tipo de procedimento realizado (tala, tala gessada, gesso e
• Registrar as condições da fístula ou local de implantação do outras);
cateter; • Material utilizado para o procedimento;
• Curativo realizado; • Queixas do paciente;
• Registrar troca de capilar caso ocorra; • Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
• Hora de início e término do procedimento;
• Queixas do paciente; 9.41 Irrigação de sonda vesical e bexiga
• Intercorrências e providências adotadas; • Data e hora do procedimento;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Motivo do procedimento;
• Aspecto da área a ser tratada;
9.36 Higiene do paciente – banho • Solução utilizada no procedimento;
• Data e hora do procedimento; • Presença e caracterização de fétido e/ou secreção na solução
• Tipo de banho (imersão, aspersão, de leito); drenada;
• Tempo de permanência no banho de imersão, tolerância e • Queixas do paciente;
resistência do paciente; • Intercorrências e providências adotadas;
• Aspersão (deambulando, cadeira de banho, auxílio); • Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
• No leito, verificar a ocorrência de alterações de pele, alergia
ao sabão, hiperemia nas proeminências ósseas; 9.42 Inalação / nebulização
• Realização de massagem de conforto, movimentação das arti- • Data e hora da realização do procedimento;
culações, aplicação de solução para prevenção de úlceras; • Queixas: dispneia, fadiga, tosse, espirro, sibilo, soluço, suspi-
• Intercorrências e providências adotadas; ro, desmaio, tontura, dor torácica;
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen- • Cor da pele e mucosas;
tos. • Padrão respiratório do paciente: frequência, ritmo e profun-
didade da respiração;
9.37 Higiene do couro cabeludo • Comportamento: aceitação, alteração emocional, inquieta-
• Data e hora do procedimento; ção, fadiga, ansiedade, etc.;
• Condições do couro cabeludo e dos cabelos; • Uso dos músculos acessórios, batimento de asas nasais, dis-
• Solução / tratamento utilizados; tensão das veias cervicais;
• Intercorrências e providências adotadas; • Aspectos gerais: cianose de lábios, lóbulo das orelhas, parte
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimentos. inferior da língua, leito ungueal;
• Comprometimento da função cerebral: falta de discernimen-
to, confusão mental, desorientação, vertigem, síncope e torpor;
• Intercorrências e/ou providências adotadas;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen- 9.48 Nutrição parenteral pelo enfermeiro
tos. • Data do procedimento;
• Hora de início e término;
9.43 Lavado gástrico • Aspecto e condições da área de inserção do cateter;
• Data e hora da realização do procedimento; • Volume administrado;
• Quantidade infundida; • Intercorrências e providências adotadas;
• Presença de náuseas / vômitos; • Queixas;
• Distensão abdominal; • Registrar a limpeza do cateter e solução utilizada;
• Checagem do rótulo do recipiente; • Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
• Quantidade e aspecto do material coletado; 9.49 Óbito
• Registrar qual a amostra: primeira ou segunda amostra; • Data e horário;
• Registrar que o paciente está em jejum; • Identificação do médico que o constatou;
• Registrar qual tipo de recipiente em que a amostra foi arma- • Rol de valores e pertences do corpo e a quem foi entregue;
zenada; • Comunicação do óbito ao(s) setor(es) responsável(eis), con-
• Encaminhamento do material; forme rotina institucional;
• Intercorrências e/ou providências adotadas; • Procedimentos pós-morte (higiene, tamponamento, curati-
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen- vos, retirada de dispositivos, etc.);
tos. • Posicionamento anatômico do corpo, sempre que possível;
• Identificação do corpo;
9.44 Massagem de conforto • Encaminhamento do corpo (forma, local, etc.);
• Anotar data e hora da realização do procedimento; • Horário de saída do corpo do setor;
• Observar e anotar sinais de reações alérgicas; • Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
• Observar e anotar as condições da pele nas regiões escapular,
ilíaca e sacrococcígea; 9.50 Ordenha mamária
• Anotar as queixas do paciente; • Data e hora da realização do procedimento;
• Registrar as intercorrências durante o procedimento; • Tipo utilizado: manual, bombinha tira-leite manual ou elé-
• Anotar nome completo, número do Coren do profissional que trica;
efetuou os procedimentos e os registros. • Aspecto da mama: cheios, empedrados ou ingurgitados;
• Rodízio da mama;
9.45 Medida antropométrica • Reação da paciente;
• Anotar data e hora da realização da medida antropométrica; • Quantidade e aspecto do leite;
• Anotar as queixas do paciente, se houver; • Material utilizado para armazenamento;
• Registrar as intercorrências durante o procedimento; • Orientações feitas à mãe, quanto: às manobras, cuidados
• Registrar as medidas aferidas de forma exata: peso, altura, com a mama e rotinas de tirar o leite;
circunferência abdominal, perímetro cefálico do RN; • Orientação para armazenar, transportar, congelar, desconge-
• Registrar anormalidades quando observadas em qualquer lar e utilizar o leite;
dos parâmetros mensurados; • Intercorrências e/ou providências adotadas;
• Anotar nome completo, número do Coren do profissional que • Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen-
efetuou os procedimentos e os registros. tos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
9.53 Pressão venosa central (PVC) pelo enfermeiro • Localização anatômica e aspecto do curativo cirúrgico;
• Data e hora do procedimento; • Tipo de exsudato se existente;
• Permeabilidade e fixação do cateter; • Sinais vitais;
• Valor obtido; • Acesso venoso;
• Queixas do paciente; • Posicionamento no leito;
• Trocas de curativo; • Medidas de proteção;
• Intercorrências e providências adotadas; • Presença de acompanhantes;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Orientações ao paciente e à família;
• Entrega documentada dos pertences;
9.54 Pressão arterial média (PAM) pelo enfermeiro • Intercorrências e providências adotadas;
• Data e hora do procedimento; • Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen-
• Características da pele ao redor do local de inserção do ca- tos.
teter;
• Permeabilidade e fixação do cateter; 9.58 Prova do laço
• Valor obtido; • Data e hora da realização do procedimento;
• Troca de curativo e material utilizado; • Registrar valor da pressão arterial;
• Queixas; • Registrar o valor médio pela fórmula (PAS+PAD)/2;
• Sinais de intercorrências e providências adotadas; • Registrar o tempo do manguito insuflado;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Registrar o número de petéquias surgidas;
• Estado geral do paciente;
9.55 Pré-operatório • Manifestações clínicas, história de sangramento;
• Data e hora do procedimento; • Registrar alterações na pele;
• Nível de consciência; • Intercorrências e/ou providências adotadas: petéquias em
• Registro de alergias / intolerâncias; todo o braço, antebraço, dorso das mãos e nos dedos;
• Tempo de jejum; • Nome completo e Coren do responsável pelos procedimentos
• Sinais vitais, Hemoglicoteste (HGT) e outros;
• Presença e local de dispositivos – acesso venoso, sondas; 9.59 Registros relativos à coleta de material para exames
• Condições higiênicas; • Anotar data e hora da coleta de material para exames;
• Anotar a presença e/ou retirada e guarda de artefatos e per- • Anotar jejum do paciente, quando o exame assim exigir;
tences: próteses, órteses, pertences, etc.; • Anotar tipo de material coletado;
• Condições psicológicas; • Anotar aspecto do material coletado para exames;
• Orientações; • Registrar intercorrência durante o procedimento e providên-
• Esvaziamento vesical / sondagem; cias adotadas;
• Preparo intestinal; • Em caso de punção venosa, anotar o local em que foi realiza-
• Preparo da pele; da a coleta;
• Registro do tipo e local da cirurgia; • Queixas;
• Queixas; • Anotar nome completo, número do Coren do profissional que
• Intercorrências e providências adotadas; efetuou os procedimentos e os registros.
• Encaminhamento do prontuário, exames pré-operatórios;
• Encaminhamento ao Centro Cirúrgico / Obstétrico; 9.60 Registros relativos à deambulação
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Anotar data e hora da realização do estímulo à deambulação;
• Registrar se houve necessidade de auxílio para a deambula-
9.56 Pós-operatório imediato ção: do profissional, de muleta, bengala ou andador;
• Data e hora da recepção do paciente na RPA; • Registrar anormalidades da marcha;
• Nível de consciência; • Relatar queixas de claudicação intermitente ou contínua;
• Presença de cateteres e infusão (anotar quando houver bom- • Relatar postura do paciente ao deambular;
ba de infusão), drenos, sondas, curativos, trações e imobilizações; • Anotar as queixas do paciente;
• Presença de lesões de pele; • Registrar as intercorrências durante o procedimento e provi-
• Anotar débito e aspecto das secreções de drenos e sondas; dências adotadas;
• Exames (laboratoriais e/ou imagem); • Eliminação de gazes;
• Sinais vitais; • Anotar nome completo, número do Coren do profissional que
• Intercorrências e providências adotadas; efetuou os procedimentos e os registros.
• Horário de encaminhamento ao setor pertinente;
• Transporte intra-hospitalar; 9.61 Retirada de pontos
• Nome completo e Coren do responsável pelos procedimen- • Data e hora da realização do procedimento;
tos. • Tempo de sutura;
• Tipo da sutura;
9.57 Pós-operatório mediato • Local da ferida;
• Data e hora de retorno à Unidade; • Aspectos da ferida;
• Nível de consciência; • Curativo e material utilizado;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Informação sobre a efetividade do tratamento realizado; 10 Registro de Enfermagem das ações executadas na Central
• Orientações; de Material e Esterilização – CME (de acordo com a rotina da Insti-
• Intercorrências e providências adotadas; tuição: em livros, pastas, etc.)
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento.
10.1 Expurgo
9.72 Tratamento de miíase • Receber, conferir e anotar a quantidade e espécie do material
• Data e hora do procedimento; recebido;
• Aspecto da área a ser tratada; • Registrar ocorrências / intercorrências / pendências;
• Condições de higiene; • Data e hora do encaminhamento do material à área de prepa-
• Presença e caracterização de fétido e/ou secreção; ro e/ou empresa processadora;
• Medicamento utilizado e tempo de exposição; • Nome completo e Coren do responsável pelo processo.
• Queixas do paciente;
• Informação sobre a efetividade do tratamento realizado; 10.2 Área de preparo de material
• Orientações; • Receber, conferir e anotar intercorrências / pendências de
• Intercorrências e providências adotadas; materiais;
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. • Proceder ao registro em etiqueta própria contendo, no míni-
mo: identificação do material, nome do responsável pelo preparo,
9.73 Transoperatório n. do Coren e categoria profissional, data e hora do preparo.
• Data e hora da Recepção no Centro Cirúrgico e encaminha-
mento à Sala Cirúrgica; 10.3 Área de Esterilização
• Tipo de cirurgia; • Registrar o quantitativo de materiais esterilizados no período;
• Orientações prestadas; • Registrar o resultado dos testes físicos e químicos realizados
• Procedimentos / cuidados realizados, conforme prescrição na autoclave;
ou rotina institucional – posicionamento, instalação e/ou retirada • Registrar data e hora da manutenção preventiva ou corretiva
de eletrodos, monitor, placa de bisturi e outros dispositivos (acesso dos equipamentos: autoclaves, seladora, incubadora e outros;
venoso, sondas, etc.); • Nome completo, Coren e categoria profissional do responsá-
• Composição da equipe cirúrgica; vel pelo processo.
• Dados do horário de início e término da cirurgia, conforme
preconizado pela instituição; 10.4 Área de armazenagem e distribuição de materiais
• Tipo de curativo e local; • Registrar os materiais recebidos para guarda;
• Material coletado para exames de diagnóstico; • Registrar as condições dos pacotes / caixa;
• Intercorrências durante o ato cirúrgico; • Registrar saída do material;
• Encaminhamento à Sala de Recuperação Pós-anestésica; • Nome completo, Coren e categoria profissional do responsá-
• Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento. vel pelo processo.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Para um bom registro existe sequência recomendada? processos administrativos - realizados pela instituição empregado-
Os registros devem ser realizados com letra legível, sem rasu- ra, avaliação e/ou processo ético - realizado pelo Coren; bem como
ras, de forma clara, objetiva e completa, identificado com data e em processos cíveis (indenizatórios) e criminais.
horário e com carimbo (contendo nome completo, número de ins-
crição/autorização no Coren e categoria profissional) e assinatura Recomenda-se que a equipe faça uso de termos científicos em
ao final - Resolução Cofen nº 191/96. Como as informações registra- seus registros. Quais estratégias os líderes podem adotar para fa-
das em prontuário são oficias, para a manutenção de seu valor legal cilitar esta prática?
não deverá apresentar rasuras. No caso de erro ou equívoco nas A utilização de terminologia científica deve ser incentivada,
informações registradas, as palavras inadequadas deverão ser colo- com trabalho contínuo dos enfermeiros responsáveis pela educa-
cadas ente parênteses, com a palavra “digo” entre vírgulas, após os ção continuada ou permanente, em parceria com os enfermeiros
parênteses e registro das informações corretas. supervisores/coordenadores e assistências. A confecção de guias,
cartilhas, folhetos descritos auxiliam, porém não garante a efetivi-
Existe um roteiro que poderíamos sugerir do que deve ser re- dade da ação. Em diversos anos de visita aos mais variados serviços
gistrado? de saúde oferecidos a população e prestados pela equipe de enfer-
Não. Porque isso vai depender da normalização adotada pela magem, constatei, nesta questão, a utilização da estratégia “estudo
instituição e das características individuas de cada paciente, que se- de caso” (onde enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem
rão levantadas pelo enfermeiro, e os cuidados prescritos por meio se reúnem, quinzenalmente, para apresentação e discussão de um
da aplicação do Processo de Enfermagem. Vale ressaltar que toda a caso atendido no mês anterior. A discussão acontece com a análi-
ação que envolve a assistência deve ser registrada, como exemplo, se dos registros de enfermagem realizados em prontuário, onde a
as prescrições de enfermagem e médicas cumpridas, os cuidados equipe analisa seu conteúdo e se o cuidado prestado foi adequada-
de rotina, as medidas de segurança adotadas, os encaminhamentos mente registrado, incluindo a utilização de terminologia) como me-
ou transferências de setor. No que se refere a sinais e sintomas, dida eficaz para o desenvolvimento e aprendizado da equipe. Para
registrar os identificados através da simples observação e os referi- efeito de exemplo, me lembro que em uma instituição de saúde que
dos pelo paciente. E, claro, as intercorrências, que incluem os fatos atuei, implantei um manual de terminologias e mapas identificando
ocorridos com o paciente e as medidas adotadas. Para finalizar, é as regiões do corpo que ficavam no Posto de Enfermagem para con-
preciso registrar as respostas dos pacientes às ações realizadas. sulta da equipe, o que foi muito positivo.
“toda a ação que envolve a assistência deve ser registrada” Há situações em que a ação de Enfermagem, por uma série de
motivos, não foi registrada em prescrição pelo enfermeiro ou mé-
Há normatização do Sistema Cofen/Coren sobre o assunto? dico. Nesse caso, como a senhora orienta a equipe de nível médio
Sim, além da Resolução Cofen 191/96, que trata da forma de quanto ao registro?
anotação e o uso do número de inscrição ou da autorização pelo Todas as ações de enfermagem desenvolvidas por técnicos e
pessoal de Enfermagem, há a Resolução e 358/09, que dispõe sobre auxiliares de enfermagem, por força da Lei nº 7.498/86, devem es-
a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), ainda exis- tar prescritas e devem ser supervisionadas por Enfermeiro. Desta
tem os diversos artigos que compõem o Código de Ética dos Profis- forma, os profissionais de nível médio de enfermagem (técnicos e
sionais de Enfermagem (Resolução Cofen nº 311/07). Vale ressaltar auxiliares) não devem desenvolver nenhuma atividade que não es-
também que encontramos a legislação aplicável ao assunto no arti- teja prescrita: diretamente em prontuário ou definida como rotina
go 368 do Código do Processo Civil (CPC). em documentos formais de cada serviço. Ainda, a Resolução Cofen
nº 225/00 determina que seja vedado ao profissional de Enferma-
A falta de registro adequado pode trazer algum risco ao pa- gem aceitar, praticar, cumprir ou executar prescrições medicamen-
ciente? tosas/terapêuticas, oriundas de qualquer profissional da área de
Sim, a falta ou o registro incompleto de informações sobre os Saúde, por meio de rádio, telefonia ou meios eletrônicos, onde não
cuidados prestados ao paciente podem gerar inúmeros riscos, sen- conste a assinatura deles, sendo consideradas exceções situações
do a “comunicação efetiva” elencada como um dos 10 passos prin- de urgência, na qual, efetivamente, haja iminente e grave risco de
cipais a serem seguidos para a segurança do paciente, que diz: “A vida do cliente.
comunicação efetiva é uma ferramenta essencial para a segurança
do paciente – registre e transmita as informações sobre o paciente”. Como deve ser utilizado o livro de intercorrências? Quais ano-
Algumas instituições utilizam registrar alguns parâmetros em tações devem ser registradas? Existe algum tempo para ele ser
formulários ou cadernos específicos. Mas esta prática não é correta, arquivado?
pois este documento não irá acompanhar o prontuário do pacien- O livro de intercorrências deve ser utilizado em situações nas
te, ou seja, qualquer informação relativa à terapêutica do paciente quais a equipe deseja registrar algum fato que possa comprometer
deve estar registrada no seu prontuário. Em minha experiência en- o processo de trabalho. Por exemplo, o atraso na entrega de rou-
quanto fiscal não verifiquei essa ação como rotina nas instituições pas. Nunca deverá ser utilizado para registrar ações que envolvam
em que tive contato. o cuidar, como queda no leito. Informações relativas à terapêutica
devem ser obrigatoriamente registradas no Prontuário do Paciente.
E ao profissional? Quais as consequências éticas e legais? Vale ressaltar que em algumas situações o livro também funciona
No caso de um profissional de enfermagem ser acusado por al- como protocolo de entrega de exames após a alta. E enfatizo que
gum ato inadequado, seja decorrente de imperícia, imprudência ou data, horário, exames entregues e nome do profissional responsá-
negligência, as ações registradas no prontuário do paciente atendi- vel também devem ser registrados no Prontuário. Em linhas gerais,
do serão seu respaldo legal, sendo utilizadas tanto em sindicâncias/ todas as atividades assistências, de cuidado direto ao paciente,
devem ser registradas em prontuário, obrigatoriamente. As ações
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
administrativas/gerencias - falta de funcionário, falta ou quebra de Procedimentos rotineiros também devem ser registrados,
equipamentos, necessidade de manutenção ou consertos em geral como a instalação de solução venosa, curativos realizados, colheita
- em livro de intercorrência (comumente chamado de “livro pre- de material para exames, encaminhamentos e realização de exames
to”). O seu tempo de arquivamento vai depender da normatização externos, bem como outras ocorrências atípicas na rotina do pa-
estabelecida pela Instituição, e neste caso sugiro uma consulta ao ciente; n A assistência de enfermagem prestada e as intercorrências
Departamento Jurídico da mesma. observadas. Incluem-se neste item, entre outros, os dados referen-
tes aos cuidados higiênicos, administração de dietas, mudanças de
Como está a questão do prontuário eletrônico? Como fica o decúbito, restrição ao leito, aspiração de sondas e orientações pres-
registro/anotação de Enfermagem neste processo? tadas ao paciente e familiares;
O Cofen firmou parceira com a SBIS (Sociedade Brasileira de
Informática em Saúde) para normatizar o assunto. Atualmente, os As ações terapêuticas aplicadas pelos demais profissionais da
prontuários eletrônicos certificados (atendem a uma série de requi- equipe multiprofissional, quando identificada a necessidade de o
sito, como: validação de assinatura eletrônica, termo de consenti- paciente ser atendido por outro componente da equipe de saúde.
mento prévio do paciente, entre outros) possuem respaldo legal, Nessa circunstância, o profissional é notificado e, após efetivar sua
não sendo necessária outra forma de armazenamento de dados. visita, a enfermagem faz o registro correspondente.
Caso contrário, devem ser convertidos em meio físico para assina- Para o registro das informações no prontuário, a enfermagem
tura de todos os profissionais envolvidos no processo. geralmente utiliza um roteiro básico que facilita sua elaboração. Por
ser um importante instrumento de comunicação para a equipe, as
Sistema de informação em enfermagem (Registro em Enfer- informações devem ser objetivas e precisas de modo a não darem
magem) margem a interpretações errôneas.
Uma das tarefas do profissional de enfermagem é o registro, Considerando-se sua legalidade, faz-se necessário ressaltar
no prontuário do paciente, de todas as observações e assistência que servem de proteção tanto para o paciente como para os profis-
prestada ao mesmo - ato conhecido como anotação de enferma- sionais de saúde, a instituição e, mesmo, a sociedade.
gem. A importância do registro reside no fato de que a equipe de
enfermagem é a única que permanece continuamente e sem inter-
rupções ao lado do paciente, podendo informar com detalhes todas TÉCNICAS BÁSICAS DE ENFERMAGEM: SINAIS VITAIS
as ocorrências clínicas.
Para maior clareza, recomenda-se que o registro das informa-
ções seja organizado de modo a reproduzir a ordem cronológica dos A verificação dos sinais vitais (SSVV) é considerada como um
fatos isto permitirá que, na passagem de plantão, a equipe possa importante indicador das funções vitais do organismo e se constitui
acompanhar a evolução do paciente. Um registro completo de en- uma prioridade para os cuidados de Enfermagem no atendimento
fermagem contempla as seguintes informações: ao enfermo. Em virtude de sua relevância, são referidos como sinais
Observação do estado geral do paciente, indicando manifes- de vida a frequência respiratória, a frequência cardíaca, a pressão
tações emocionais como angústia, calma, interesse, depressão, arterial, a temperatura e a dor, que indicam a eficácia de funções
euforia, apatia ou agressividade; condições físicas, indicando alte- primordiais ao equilíbrio orgânico1.
rações relacionadas ao estado nutricional, hidratação, integridade Dessa forma, discutem-se conceitos básicos, valores de refe-
cutâneo-mucosa, oxigenação, postura rência, fatores que alteram a temperatura (T), pulso (P), respiração
Ordem cronológica – sequência em que os fatos acontecem, (R), pressão arterial (PA), considerações sobre a dor e princípios
correlacionados com o tempo, sono e repouso, eliminações, padrão concernentes às intervenções de Enfermagem relacionadas aos si-
da fala, movimentação; existência e condições de sondas, drenos, nais vitais.
curativos, imobilizações, cateteres, equipamentos em uso; Conceitualmente os sinais vitais são mensurações/medidas
A ação de medicamentos e tratamentos específicos, para veri- obtidas pelos profissionais da Enfermagem, considerados indica
ficação da resposta orgânica manifesta após a aplicação de determi- dores das funções vitais do organismo. Regulados por mecanismos
nado medicamento ou tratamento, tais como, por exemplo: alergia complexos como os neurológicos, recebem influências também do
após a administração de medicamentos, diminuição da temperatu- sistema endócrino, das emoções e do ambiente.
ra corporal após banho morno, melhora da dispnéia após a instala- A verificação de sinais vitais constitui uma medida rápida e efi-
ção de cateter de oxigênio; ciente de monitorização das condições do enfermo, como também
A realização das prescrições médicas e de enfermagem, o que permite a identificação de problemas e avalia resultados de inter-
permite avaliar a atuação da equipe e o efeito, na evolução do pa- venções realizadas diante de alterações ocorridas. A valorização das
ciente, da terapêutica medicamentosa e não-medicamentosa. Caso anotações de tais aferições, que devem ser registradas em impres-
o tratamento não seja realizado, é necessário explicitar o motivo, sos próprios ou através de gráficos, permite uma avaliação objetiva
por exemplo, se o paciente recusa a inalação prescrita, deve-se re- do estado geral de saúde.
gistrar esse fato e o motivo da negação. Devem ser registrados de maneira precisa e clara em intervalos
de tempo determinados, de acordo com a condição clínica apresen-
tada. O técnico em Enfermagem deve estar habilitado para aferir
adequadamente os sinais vitais, comunicar os achados e instituir
ações conforme a necessidade encontrada.
Os cuidados para intervir nas alterações dos sinais vitais de- Termômetro Timpânico
pendem da intensidade das alterações e do estado geral de saúde,
indicando as prioridades dos cuidados de Enfermagem. Por se tra-
tar de um momento que gera certa medida de ansiedade e tensão,
durante sua aferição, existe a necessidade do estabelecimento de
relacionamento interpessoal no qual a comunicação, além de fazer
parte do procedimento em si, passa a ser instrumento de interação,
gerador de confiança entre pessoa cuidada e profissional. Uma vez
firmado, o sentimento de confiança legitima essa relação.
O momento da verificação dos sinais vitais, como tantos outros,
necessita da aplicação dos princípios éticos e conhecimentos técnico
e científico por parte do profissional. São vários os momentos nos
quais a verificação dos sinais vitais se faz necessária, entre esses se
destacam: admissão, alta e transferência; antes de procedimentos
que possam ou não os alterar; antes, durante e após procedimentos
invasivos; de acordo com a rotina de cada instituição de saúde. Termômetro clínico
O material e o método utilizado deverão ser selecionados de
acordo com as condições e características clínicas da pessoa assis-
tida. Geralmente, são utilizados os seguintes materiais: bandeja,
termômetro, esfigmomanômetro ou tensiômetro e estetoscópio;
relógio de pulso com ponteiro de segundos, bolas de algodão e ál-
cool 70%.
Termômetro digital
Temperatura
A temperatura corporal representa o equilíbrio entre o calor
produzido e as perdas de calor. Entende-se que os responsáveis
pela produção de calor são o metabolismo e a atividade muscular, As temperaturas em adultos oscilam normalmente entre:
assim como as perdas estão relacionadas com as eliminações cor- • temperatura oral/bucal, 36,3ºC a 37,4ºC (temperatura super-
porais que acontecem por meio dos pulmões e pele, principalmen- ficial);
te o suor. • temperatura retal, 37°C a 38°C;
Um padrão estável de temperatura promove o funcionamento • temperatura axilar, 35,8ºC a 37ºC (temperatura superficial);
adequado das células, tecidos e órgãos. Alterações no padrão geral- • temperatura timpânica, a leitura é em média de 37,5ºC.
mente sinalizam o início de enfermidades.
A temperatura pode ser medida com vários tipos de termôme- Existem outras temperaturas centrais verificadas por meio de
tros, como os de mercúrio, eletrônico ou digital, químico (fitas ade- instrumentos apropriados, como a esofagiana, da bexiga urinária e
sivas descartáveis para utilização na pele), timpânico, e atualmente, da artéria pulmonar.
para pacientes de alta complexidade, são utilizados os dispositivos
para monitoramento automático que fazem a leitura de todos os Variações de temperatura
parâmetros de sinais vitais. Há variações de temperatura em todo ciclo vital, ou seja, em
crianças, adultos, gestantes e idosos. A temperatura normal é mais
alta nos recém-nascidos, sendo mais baixa em pessoas idosas.
2 https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25862/1/Semiot%-
C3%A9cnica%20em%20Enfermagem.pdf
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
As mulheres apresentam temperaturas normalmente mais al- As intervenções de Enfermagem objetivam o retorno da tem-
tas do que os homens, especialmente durante a ovulação. Existem peratura para seus valores considerados fisiológicos. Na hiperter-
ainda fatores que afetam a temperatura, incluindo condição emo- mia, aumentar a perda de calor ou diminuir a produção de calor
cional e ambiente. prevenindo complicações.
A temperatura oscila normalmente de acordo com a atividade A ação imprescindível é baixar a temperatura corporal. Para
e o repouso. As leituras mais baixas ocorrem tipicamente entre 4 e isso, o técnico em Enfermagem pode implementar algumas ações,
5 horas da manhã, as mais altas entre 16 e 20 horas. Emoções ele- elencadas a seguir.
vam a temperatura, e os estados depressivos a reduzem. É importante estar atento para algumas medidas a serem ado-
Um ambiente externo quente pode elevar a temperatura, en- tadas e orientações a serem realizadas, com o propósito de facilitar
quanto um ambiente frio pode reduzi-la. A hipotermia pode ocorrer o retorno da temperatura aos seus parâmetros considerados fisio-
em função de fatores externos, como reação a ambientes frios, e lógicos, quais sejam: orientar o repouso, orientar ou fazer a retira-
também situações internas como o choque hipovolêmico e choque da de cobertores, sugerindo o uso de roupas leves e confortáveis;
séptico. oferecer líquidos orais em abundância, se não existir contraindica-
A elevação da temperatura corporal é um dos fenômenos mais ções, como nos casos de insuficiência renal e/ou cardíaca; aplicar
típicos das doenças infecciosas. Os mecanismos que regulam a compressas ou banhos mornos; promover ambiente arejado, con-
temperatura do corpo são bastante complexos e, em geral, a febre fortável e silencioso; administrar antipiréticos conforme prescrição
surge como uma resposta desses mecanismos à presença de certas médica.
substâncias (chamadas pirógenos) liberadas pelas bactérias ou pe- Para as situações de hipotermia as recomendações incluem: re-
los tecidos do hospedeiro. mover roupas molhadas ou úmidas; envolver o cliente em coberto-
A temperatura retal é normalmente 0,5ºC mais alta do que a res; oferecer líquidos aquecidos, orais e parenterais, se não houver
oral, já a T axilar é normalmente 0,5ºC mais baixa do que a T oral. contraindicação; e aplicar bolsa de água morna nos pés e manter o
A temperatura axilar é considerada a menos precisa, porém a mais ambiente aquecido.
verificada na nossa realidade. Todas as intervenções de Enfermagem devem ser observadas
Já a temperatura timpânica, verificada por meio da inserção de para identificar a eficácia das terapias implementadas, se a tempe-
uma sonda na membrana timpânica, é a mais próxima da tempera- ratura normalizou e o cliente se sente mais confortável.
tura central. Existem autores que diferenciam hipertermia de febre.
A hipertermia é a condição na qual o corpo está incapacitado Procedimento: Aferição da temperatura
de promover a perda de calor ou reduzir sua produção, e a febre A verificação da temperatura corresponde a seguinte sequên-
se trata de uma mudança ascendente no parâmetro da tempera- cia:
tura na vigência de uma condição patológica. Afirma-se que, na • Lavar as mãos;
presença de pirogênios (bactéria e/ou vírus), o hipotálamo reage • Explicar o procedimento;
aumentando a temperatura, e o corpo responde produzindo e con- • Segurar o termômetro pela extremidade oposta ao bulbo e
servando calor. limpar com algodão umedecido em álcool 70%, ou água e sabão;
• Enxugar a axila do cliente; colocar o bulbo em contato com a
Os parâmetros para a temperatura axilar são: pele da axila; posicionar o braço sobre o peito com a mão direcio-
→ normotermia (35,8ºC a 37ºC); nada para o braço oposto;
→ febrícula (>37ºC a 37,5ºC); • Acionar a tecla que inicia o funcionamento do termômetro,
→ febre ou hipertermia (37,5°C), que se classifica de acordo e deixá-lo posicionado até que o sinal sonoro dispare, indicando o
com a tabela abaixo. término da leitura;
• Proceder a leitura, segurando pela ponta oposta ao bulbo, em
Hipotermia é considerada a temperatura abaixo dos valores posição horizontal;
considerados normais. Pode ser classificada como: • Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool a
→ hipotermia leve, 34ºC a 36ºC; 70%, segurando pela extremidade oposta ao bulbo;
→ hipotermia moderada, 30ºC a 34ºC; • Registrar a temperatura verificada em impresso apropriado.
→ hipotermia grave, abaixo de 30ºC.
Pulso
Classificação de Febre ou Hipertermia O pulso se reflete por meio do batimento de uma artéria, sen-
tido acima de uma saliência óssea. A expansão do vaso percebida
Temperatura mantida elevada, com pou- pelo toque se deve à distensão da parede da artéria originada pela
CONTÍNUA saída do sangue do ventrículo esquerdo (VE) para a aorta e sua con-
cas oscilações;
sequente transmissão às artérias periféricas.
Alterna regularmente, períodos de hiper- Essa onda de ocorrência repetida, chamada pulso, pode ser
INTERMITENTE
termia e padrões de normotermia; sentida pelo tato em locais do corpo onde artérias passam sobre
Oscilação de temperatura em vários graus, ossos ou tecidos de consistência firme. Em adultos e crianças acima
REMITENTE de três anos, a artéria radial na região interna do punho representa
sem períodos de normotermia;
o local mais comum de palpação por ser facilmente acessível, uma
RECRUDENTE Retorno da hipertermia após um período
vez que a artéria pode ser rapidamente comprimida contra o rádio,
OU RECORRENTE de normalidade.
seguindo o alinhamento do dedo polegar.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Nos bebês e nas crianças com menos de três anos, deve ser Associar alterações com os dados obtidos na pressão arterial,
utilizado um estetoscópio para auscultar o coração, e não a palpa- respiração e temperatura, além de verificar a ocorrência de dor, an-
ção de um pulso. Devido à ausculta ser feita no ápice do coração, é siedade e atividade física recente. Identificar também possível uso
denominado pulso apical. de medicamentos que possam alterar o pulso, como os digitálicos e
A tomada do pulso envolve a determinação da frequência (nú- betabloqueadores, entre outros.
mero de pulsações por minuto), ritmo (padrão ou regularidade das
pulsações), amplitude/força (grau de enchimento da artéria, po- Locais para verificação do pulso
dendo ser cheio/forte, fino/fraco). A tensão ou dureza (elasticida-
de) refere-se à compressão progressiva da artéria necessária para
sua obliteração, podendo ser designado “mole”, “duro” ou de ten-
são mediana.
Em algumas situações, a frequência cardíaca altera-se para
mais ou para menos. Assim, existem variações de pulso relativas à
idade nas diversas condições fisiológicas como sexo, sono e repou-
so, atividade física, dor, emoções (raiva, medo, surpresa, alegria),
refeições, gravidez e ciclo circadiano.
Em pessoas magras a frequência do pulso tende a ser mais len-
ta. O aumento da temperatura corporal, a queda da pressão arte-
rial, aplicações prolongadas de calor também provocam alterações
no pulso.
O uso de medicamentos, como também condições patológi-
cas, podem interferir decisivamente nas características do pulso.
Em adultos, a frequência fisiológica do pulso varia de 60 a 100 ba-
timentos por minuto. Nos demais ciclos de vida, as variações são
decrescentes:
• Analisar as características: elasticidade, frequência, ritmo, amplitude, tensão, comparando com o lado homólogo;
• Registrar a frequência da pulsação verificada.
Respiração
A respiração constitui o mecanismo pelo qual o organismo realiza a troca de gases (oxigênio e dióxido de carbono) entre o meio am-
biente e o sangue; e entre o sangue e as células do corpo.
É controlada pelo centro respiratório, localizado na região lateral do bulbo (tronco cerebral), envolvendo três ciclos: ventilação, mo-
vimento de gases para dentro (inspiração ou inalação) e fora (expiração ou exalação) dos pulmões; difusão, troca de oxigênio e dióxido de
carbono entre os alvéolos e as hemácias; perfusão, distribuição de oxigênio das hemácias para os tecidos e captação do gás carbônico dos
tecidos para eliminação por intermédio dos pulmões.
Destaca-se ainda que, na verdade, o primeiro ciclo é o ambiental, visto que o humano é incapaz de realizar o processo de fotossíntese.
Alguns fatores fisiológicos, como exercício físico, ansiedade e posição corporal, interferem nesse processo. Os patológicos como lesão
neurológica, dor aguda, entre outros alteram o padrão respiratório.
É importante a observação quanto ao uso de determinados medicamentos como os analgésicos, broncodilatadores e narcóticos, que
diminuem a frequência respiratória, e as anfetaminas, que aumentam a frequência e profundidade. E também, observar e registrar as
características do ritmo respiratório, frequência respiratória, bem como a amplitude no movimento respiratório.
A frequência fisiológica da respiração se caracteriza pela entrada (inspiração) e saída (expiração) de ar nos pulmões, compondo um
ciclo respiratório. Em adultos a frequência respiratória varia entre 16 a 20 incursões respiratórias por minuto.
Nos demais ciclos da vida as variações são decrescentes, conforme descrita no quadro a seguir:
A terminologia adotada pelos principais autores, para as alterações do padrão respiratório é a seguinte: eupneia, respiração normal;
taquipneia, frequência respiratória acima do normal; bradpneia, frequência respiratória abaixo do normal; ortopneia, respiração facilitada
em posição sentada; e apneia, parada respiratória ou ausência de incursões respiratórias.
Em condições normais, observam-se dois movimentos para o padrão respiratório: costal superior, observada principalmente no sexo
feminino, com movimentos na parte superior do tórax; toracoabdominal ou diafragmática, predominante no sexo masculino e em crianças,
em que movimentação prevalece na parte inferior do tórax e superior do abdome. Em situações de risco (urgências e emergências) os movi-
mentos respiratórios são mais fáceis de serem aferidos.
É importante não confundir o ritmo respiratório com a frequência respiratória. O ritmo refere-se ao intervalo de tempo que ocorre en-
tre um ciclo completo (inspiração e expiração) e outro; existe ainda os padrões respiratórios anormais, como descrito no quadro a seguir:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
As imagens a seguir apresentam as respectivas alterações dos Nas situações que envolvem alterações do padrão respiratório, as
ritmos respiratórios anteriormente descritos no quadro acima, tra- intervenções de enfermagem compreendem: manutenção da posição de
duzindo o traçado que pode ser observado na dinâmica desses pa- Fowler; minimização da ansiedade por meio do diálogo, a fim de instituir o
drões respiratórios. relacionamento interpessoal de ajuda; observação rigorosa da permeabili-
Ritmos respiratórios anormais dade das vias aéreas; comunicação imediata ao responsável pelo plantão;
instalação de suporte suplementar de oxigênio quando prescrito.
Procedimento: Aferição da respiração
A verificação da respiração corresponde à seguinte sequência:
• Colocar o cliente em repouso, sentado ou deitado, por pelo
menos 5 minutos;
• Orientar para permanecer em silêncio;
• Observar de maneira discreta os movimentos respiratórios,
contando o ciclo de inspiração e expiração;
• Contar a respiração em um minuto. E analisar as seguintes
características: amplitude, frequência e ritmo;
• Registrar a frequência da respiração verificada.
Pressão Arterial
Definida como sendo a força exercida pelo sangue sobre as
paredes dos vasos arteriais, a pressão arterial depende da força
empregada nas contrações ventriculares, da elasticidade da parede
arterial, viscosidade do sangue, da resistência vascular periférica,
do volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo. O débito
cardíaco (DC) é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquer-
do a cada sístole (VS), conforme a frequência cardíaca (FC), sendo
calculado a partir da seguinte fórmula:
DC= VS X FC
mercúrio (mmHg) com um tensiômetro ou esfigmomanômetro e • Pressão diastólica: é a pressão remanescente no interior do
um estetoscópio, posicionado habitualmente na artéria braquial, e sistema arterial, quando os ventrículos estão em relaxamento, que
com menor frequência nas artérias poplíteas ou radiais. corresponde à fase de enchimento do ventrículo esquerdo com o
A definição de normalidade é considerada arbitrária, pois os sangue proveniente do átrio esquerdo (diástole);
níveis de pressão arterial das populações seguem curvas de distri- • Pressão de pulso: é a diferença numérica entre a medida da
buição, o que é bastante variável, principalmente quando se leva pressão sistólica e a medida da pressão diastólica. A pressão de pul-
em consideração hábitos de vida, idade, gênero, etnia, entre ou- so é um medidor de volume sistólico cardíaco adequado (a diferen-
tros. Sendo mais baixa nos recém-nascidos e gestantes, a pressão ça aceita como normal varia de 10 a 30 mmHg);
arterial aumenta com a idade, ganho de peso, tensão prolongada e • Pressão convergente: quando as pressões sistólicas e diastó-
ansiedade, além de outros fatores. licas estão muito próximas;
Medidas frequentes da pressão arterial são imprescindíveis em • Pressão divergente: quando as pressões sistólicas e diastóli-
situações como: ferimentos graves, cirurgias, anestesias e duran- cas estão muito afastadas;
te qualquer enfermidade ou condição que ameace a estabilidade • Hipotensão: significa pressão arterial anormalmente baixa;
cardiovascular. Verificações rotineiras da pressão arterial estão in- • Hipertensão: significa pressão arterial anormalmente eleva-
dicadas para pessoas com histórico de hipertensão ou hipotensão. da.
A Associação Brasileira de Cardiologia, a Associação Brasileira
de Hipertensão e a Sociedade Brasileira de Nefrologia classificam os Composição do esfigmomanômetro
seguintes valores de pressão arterial para indivíduos maiores de 18
anos e mais velhos da seguinte maneira:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Destaca-se também o controle hormonal exercido pelas glân- • Manter o braço bem apoiado na altura do coração (altura do
dulas suprarrenais, com a liberação de substâncias como a renina, 4° espaço intercostal);
angiotensina e aldosterona. Vale ressaltar que esses dois fatores, • Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio; o
conhecidos como nervoso e humoral, influenciam todos os demais profissional deve estar sentado;
no controle da PA, atuando de maneira decisiva na reatividade dos • Estimar o nível da pressão sistólica: palpar o pulso radial, inflar
vasos, onde ocorre de maneira acentuada essa ação reguladora. o manguito até o desaparecimento do pulso; desinflar rapidamente
e aguardar entre 15 – 30 segundos antes de iniciar a medição;
Sequência para verificação da pressão arterial • Fazer a desinfecção da campânula e das olivas do estetoscó-
pio com algodão embebido em álcool a 70%;
• Posicionar o estetoscópio no ouvido, com a curvatura das oli-
vas voltadas para frente;
• Posicionar a campânula do estetoscópio sobre a artéria bra-
quial, na fossa ante cubital; evitar compressão excessiva;
• Inflar rapidamente o manguito, de 10 em 10mmHg, até ultra-
passar 20 a 30mmHg do nível estimado da pressão sistólica;
• Proceder à deflação lentamente, com velocidade de 2 a
4mmHg por segundo, e, após a determinação da pressão sistólica,
aumentar a velocidade para 5 a 6mmHg por segundo; evitar con-
gestão venosa e desconforto;
• Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento
do primeiro som, seguido de batidas regulares;
• Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som,
auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confir-
mar seu desaparecimento e proceder à deflação rápida e completa;
• Registrar a pressão arterial verificada em milímetro (mm) de
mercúrio (Hg), sem arredondar os valores.
preferência às carnes magras e evitar frituras; diminuir o consumo de Ambos os tratamentos melhoram a dor, porém cada um é indi-
ovos, leite gordo e derivados; praticar atividade física, regularmente cado para um determinado tipo de situação.
como caminhar, andar de bicicleta, nadar, entre outros.
Quando usar:
Bolsa de gelo: é desejável utilizá-la nos traumas, para evitar a
TERMOTERAPIA, CRIOTERAPIA inflamação exagerada. Os pacientes com osteoartrite (desgaste da
cartilagem) tendem a se beneficiar com a bolsa gelada.
Bolsa quente: nas dores musculares, muito comum nas regiões
A crioterapia é uma técnica terapêutica utilizada em fisiotera- lombar e cervical, ajuda a relaxar a musculatura e diminuir os es-
pia que usa gelo ou baixas temperaturas para controlar a dor e a pasmos dolorosos.
inflamação. É importante lembrar que a pele sempre deve ser protegida
A crioterapia funciona, pois quando um local está inflamado por um tecido fino (como uma meia no pé, por exemplo) para evitar
ou lesionado é normal que ele esteja inchado, vermelho e quente, queimaduras, tanto pelo frio quanto pelo calor.
por isso, a crioterapia irá diminuir estes sintomas, facilitando a re- Pode-se realizar o procedimento até de 2 em 2 horas, mas nor-
cuperação da inflamação ou lesão. malmente, de 3 a 5 vezes por dia é suficiente.
A crioterapia estética é outro tipo de crioterapia que serve O tempo necessário do procedimento pode variar de 15 a 30
para atingir objetivos estéticos, como emagrecer, combater a celuli- minutos, dependendo do tamanho da articulação. É contraindicado
te e a flacidez ou retirar verrugas, por exemplo. dormir com as bolsas para evitar queimaduras.
Indicações da Crioterapia
SONDAGENS
As indicações da crioterapia incluem:
- Lesões musculares, como, por exemplo, entorses, pancadas
ou manchas roxas na pele; SONDAGENS
- Lesões ortopédicas; Apesar de termos inúmeros tipos de sondas e diferentes locais
- Dores musculares; para utilizá-los, importante é a conceituação correta de sonda e ca-
- Inflamação dos músculos e das articulações; teter, que frequentemente são utilizados para funções semelhan-
- Queimaduras leves; tes.
- Tratamento das verrugas do HPV. Sonda é definida como um tubo que se introduz em canal do
organismo, natural ou não para reconhecer-lhe o estado, extrair ou
A crioterapia e termoterapia, que utiliza o calor em vez do frio, introduzir algum tipo de matéria. Na definição de cateter temos:
podem ser utilizadas em conjunto de acordo com a lesão. instrumento tubular que é inserido no corpo para retirar líquidos,
introduzir sangue, soro, medicamentos e efetuar investigações
Como usar a Crioterapia diagnósticas.
A crioterapia pode ser utilizada pelo fisioterapeuta das se- Complicações Urinárias
guintes formas: A mais comum em POI (pós-operatório imediato) é a retenção
- Gelo picado e colocado num saco plástico, envolto numa to- urinária, que é caracterizada pela incapacidade de urinar, apesar da
alha úmida; vontade, causada por espasmos do esfíncter urinário, cistite aguda,
- Pedra de gelo, fazendo uma massagem local; hipertrofia prostática, estenose uretral, perfuração uretral, cálculo
- Bolsa térmica de gelo que pode ser mantida no congelador; uretral, paralisia dos nervos da bexiga ou compressão.
- Banho de imersão em água gelada e pedras de gelo;
- Banho de contraste com água fria e água morna; Cuidados de enfermagem: observar a quantidade e frequência
- Através de spray; urinária, observar queixas álgicas do paciente, a visualização do be-
- Com nitrogênio líquido. xigoma, estimular a diurese com aberturas de torneiras e chuveiro,
usar compressas mornas na região suprapúbica (se não houver con-
Seja qual for a técnica escolhida, o tempo de contato do gelo traindicação), utilizar SVA (sondagem vesical de alívio) se necessá-
com o corpo nunca deverá ser superior a 20 minutos, para não quei- rio, banhos de assento com água morna.
mar a pele.
Sondagem Vesical
Termoterapia Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser
A termoterapia é o tratamento baseado no uso de meios físicos drenada artificialmente através de sondas ou cateteres que podem
como as bolsas quentes ou geladas. ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A
O esfriamento de uma área do corpo provoca o estreitamento sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexi-
dos vasos sanguíneos (ao que se chama de vasoconstrição) e di- ga, que pode ser realizada através da uretra ou por via suprapúbica,
minui a chegada do processo inflamatório - caracterizado por três e tem por finalidade a remoção da urina.
sinais: inchaço, calor e vermelhidão. Suas principais indicações são: obtenção de urina asséptica
O aquecimento relaxa a musculatura dos vasos sanguíneos e para exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária,
melhora a circulação ao que se chama de vasodilatação), auxiliando em preparo cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para monitorizar
na remoção do processo inflamatório.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
o débito urinário horário e em pacientes inconscientes, para a de- De início devemos ao paciente uma orientação sobre as neces-
terminação da urina residual ou com bexiga neurogênica que não sidades e técnicas. Após lavagem adequada das mãos, deve-se reu-
possuam um controle esfincteriano adequado. nir todo o material necessário para o procedimento. O isolamento
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retira- do paciente nos quartos comunitários é humano. Quanto à melhor
da da sonda após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando posição, é para as mulheres a ginecológica e para os homens o de-
há a necessidade de permanência do mesmo. Nestas sondagens de cúbito dorsal com as pernas afastadas. Após a abertura do pacote
demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvazia- de cateterismo, calçar luvas estéreis.
mento, perdendo com o tempo, um pouco de sua tonicidade e le- Nas mulheres, realizar antissepsia da região pubiana, grandes
vando à incapacidade de contração do músculo detrusor; portanto lábios e colocar campo fenestrado; entreabrir os pequenos lábios e
antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com fazer antissepsia do meato uretral, sempre no sentido uretra-ânus,
fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente, deve ser levando em consideração de que a mão em contato com esta região
realizada para a prevenção da retenção urinária. é contaminada e não deve voltar para o campo ou sonda. Introduzir
Quando há a necessidade de uma sonda de demora, é impera- a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da saída de
tivo a utilização de um sistema fechado de drenagem, que consiste urina.
de uma sonda ou cateter de demora, um tubo de conexão e uma Se for uma sonda de Foley, insuflar o balão de segurança com
bolsa coletora que possa ser esvaziada através de uma valva de dre- água destilada, obedecendo o volume identificado na sonda. Co-
nagem, tudo isto para a redução do risco de infecção. nectar à extensão, fixar a sonda e reunir o material utilizado. Se for
O risco de infecção é inerente ao procedimento; a colonização uma sonda de alívio, aguardar esvaziar a bexiga e remover imedia-
bacteriana ocorre na metade dos pacientes com sonda de demora tamente a sonda.
por duas semanas e praticamente em todos os pacientes após seis Nos homens, após a antissepsia da região púbica, realiza-se o
semanas de sondagem. mesmo no pênis, inclusive a glande com movimentos circulares, e
Sabe-se que as infecções do trato urinário são responsáveis por para a passagem do cateter, traciona-se o mesmo para cima, intro-
um terço de todas as infecções hospitalares, e que na grande maio- duzindo-se a sonda lentamente.
ria das vezes existiu um procedimento invasivo do trato urinário, Nas sondagens vesicais de demora, com o sistema de drena-
pois nesses procedimentos os microrganismos podem ter acesso ao gem fechado, deve-se observar algumas regras para diminuição do
trato urinário através da uretra no momento da sondagem, através risco de infecção do trato urinário: nunca elevar a bolsa coletora
da delgada camada de líquido uretral externo à sonda e através da acima do nível vesical; limpeza completa duas vezes ao dia ao redor
luz interna da sonda após contaminação. do meato uretral; nunca desconectar o sistema de drenagem fe-
Este índice de infecção acontece mesmo com a obediência de chado, e a troca do sistema deve ser realizado na vigência de sinais
todos os preceitos de uma boa técnica de sondagem vesical. inflamatórios.
Sonda Nutriflex: possui 76 cm de comprimento e uma ponta - Afastar os glúteos e introduzir a sonda;
pesada de mercúrio para facilitar a inserção. - No caso de lavagem intestinal, abrir o equipo, deixar escoar o
Sonda de Sengstaken-Blakemore: é uma sonda utilizada espe- líquido, fechar o equipo após e término, retirar a sonda e encami-
cificamente para o tratamento de sangramentos de varizes esofa- nhar o paciente ao banheiro ou colocá-lo em uma comadre.
gianas, possuindo três luzes com dois balões, sendo uma luz para Material da passagem de sonda
insuflar o balão gástrico e outra para o balão esofagiano.
Sonda de Miller-Abbott: é de duas luzes, sendo uma para in- Bandeja contendo:
trodução de mercúrio ou ar no balão do final da sonda e a outra - Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numera-
para aspiração. ção 10, 12, 14, 16, 18 (adulto);
- Esparadrapo;
Procedimentos - Xilocaína gel;
- Orientação ao paciente sobre o procedimento; - Gaze;
- Lavagem das mãos; - Par de luvas;
- Reunir o material e levar até o paciente: sonda, copo com - Seringa de 20cc;
água, seringa de 20ml, gazes, lubrificante hidrossolúvel (xylocaína - Estetoscópio;
geleia) esparadrapo, estetoscópio e luvas; - Copo com água;
- Posicionar o paciente em Fowler ou decúbito dorsal; - Toalha de rosto de uso pessoal caso a sonda Nasogástrica seja
- Medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz até a base aberta adicione: extensão; saco coletor.
da orelha e descendo até o final do esterno, marcando-se com uma
tira de esparadrapo; Técnica:
- Aplicar spray anestésico na orofaringe para facilitar a passa- - Explicar a procedimento ao paciente;
gem e reprimir o reflexo do vômito; - Colocá-lo em posição de Fowler;
- Lubrificar cerca dos 10cm iniciais da sonda com uma subs- - Colocar a toalha sob o pescoço;
tância solúvel em água (K-Y gel), introduzir por uma narina, e após - Calçar as luvas;
a introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de tal forma - Abrir a sonda;
que o queixo se aproxime do tórax. Solicitar para o paciente que - Medir o comprimento da sonda: da base da orelha até a ponta
faça movimentos de deglutição, durante a passagem da sonda pelo do nariz e descer até o apêndice xifoide;
esôfago, observando se a mesma não está na cavidade bucal; - Marcar o local com o esparadrapo;
- Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo; - Passar xilocaína gel aproximadamente uns 10 cm;
- Fixar a sonda, após a confirmação do seu posicionamento. - Introduzir a sonda s por uma das narinas;
- Flexionar o pescoço aproximando ao tórax, pedindo ao pa-
Comprovação de Correto Posicionamento ciente para realizar movimentos de deglutição;
Teste da audição: colocar o diafragma do estetoscópio na altu- - Introduzir a sonda até o ponto do esparadrapo;
ra do estômago do paciente e injetar rapidamente 20cc de ar pela - Fazer os 3 testes: pegar a ponta da sonda e colocá-la em um
sonda, sendo que o correto é a audição do ruído característico. copo com água, se borbulhar, retirar a sonda, pois ao invés de estar
Aspiração do conteúdo: aspirar com uma seringa o conteúdo no estômago, está no pulmão; pegar a ponta da sonda, encaixar a
gástrico e determinar do seu pH. O pH do conteúdo gástrico é ácido seringa e aspirar se vier líquido, a sonda está no lugar certo; pegar
(aproximadamente 3), do aspirado intestinal é pouco menos ácido o estetoscópio e auscultar.
(aproximadamente 6,5) e do aspirado respiratório é alcalino (7 ou
mais); também está confirmado o correto posicionamento, se com Diferenças das Sondas
a aspiração verificarmos restos alimentares. Sonda Nasoenteral, é a sonda que fica na primeira porção in-
Verificação de sinais: Importância para sinais como tosse, cia- testino (Duodeno). Só o enfermeiro pode realizar o procedimento
nose e dispneia. de passagem de sonda. Nasogástrica, fica no estômago. Técnicos de
Enfermagem podem passa-la. Tem a sonda vesical, para eliminação
Sondagem Retal de urina que tem que ser feita com técnica estéril, também privati-
A mais importante utilização da sonda retal é para a lavagem va do Enfermeiro.
intestinal, que possui como por finalidade: eliminar ou evitar a
distensão abdominal e flatulência, facilitar a eliminação de fezes, Sondagem Nasogástrica
remover sangue nos casos de melena e preparar o paciente para É a introdução de uma sonda via nasal ou oral no estômago do
cirurgia, exames e tratamento do trato intestinal. paciente com a finalidade de drenagem de líquidos, infusão de ali-
mentos, medicamentos e hidratação de pacientes impossibilitados
Procedimentos de deglutir.
- Orientar o paciente; Matéria: 01 bandeja; 01 unidade de sonda nasogástrica; 01 se-
- Preparo do material: forro, vaselina ou xylocaína geleia, papel ringa de 10ml ou 20ml; 01 pacote de gaze; 20cm de esparadrapo;
higiênico, comadre, biombos, sonda retal, gaze, equipo de soro e 100ml de água filtrada; 01 toalha; 01 par de luvas de procedimento;
luvas; Xilocaína gel; 01 unidade de bolsa coletora descartável (em caso de
- Lavar as mãos e utilizar luvas; drenagem); 01 equipo para dieta; 01 estetoscópio.
- Adaptar a sonda retal à solução prescrita e ao equipo de soro;
- Colocar o paciente na posição de Sims; Obs.: Verificar rotina da CCIH para Prevenção de Pneumonia
- Lubrificar cerca de 10cm da sonda com vaselina; Hospitalar.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Deve-se observar o abdome do paciente para possível distensão. Se o paciente apresentar dor, interromper momentaneamente o
tratamento;
Se o paciente não puder reter o enema durante 10 minutos, colocá-lo imediatamente na comadre. Pode-se utilizar solução preparada
de enema (Fleet Enema ou Minilax).
3 Decúbito lateral ou sims: O paciente permanece em decúbito lateral, esquerdo ou direito, com a perna que está do lado de cima flexionada,
afastada e apoiada na superfície de repouso.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
LAVAGEM GÁSTRICA
É um procedimento de urgência que deve ser realizado pelas equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) o mais precoce possível,
quando indicado, nos casos de ingestão acidental ou intencional de substâncias tóxicas (medicamentos, plantas etc.), a fim de diminuir a
exposição e absorção da substância em questão.
Quanto mais rápida for a decisão e início do procedimento, maiores são as possibilidades de retirada do agente tóxico. Se o paciente
tiver que aguardar o serviço de remoção, perde-se a oportunidade da descontaminação efetiva na maioria dos casos. Logo, torna-se im-
portante que as equipes de saúde da APS estejam treinadas/capacitadas para realizar esse procedimento.
Procedimento
A lavagem pode ser feita com sonda oro ou nasogástrica. A vantagem da sonda orogástrica é o fato de ser mais calibrosa, facilitando
a retirada das substâncias tóxicas. No entanto, é um procedimento menos tolerado pelos pacientes.
Na maioria das situações, passa-se uma sonda nasogástrica. Esta deve ser o mais calibrosa possível para facilitar a recuperação do
toxicante. A posição ideal é o decúbito lateral esquerdo com a cabeça em nível inferior ao corpo.
Deve-se explicar ao paciente como será o processo, assim, possivelmente, ele colaborará para a passagem da sonda, além de não se
sentir agredido. Se estiver comatoso, deverá ser intubado antes da lavagem. Faz-se uma estimativa do comprimento (lóbulo da orelha,
ponta do nariz, apêndice xifoide), coloca-se lidocaína gel na extremidade distal e na narina escolhida. Durante a colocação, flexiona-se o
pescoço do paciente e pede-se para engolir.
Deve-se confirmar a presença da sonda para assegurar o posicionamento. Habitualmente, insufla-se ar por meio de uma seringa ao
mesmo tempo em que se ausculta a região epigástrica.
Indicações
- Pacientes com depressão SNC;
- Ingestão de tóxicos potentes;
- Ingestão de tóxicos que provocam sintomatologia grave e imediata.
4 http://portal.unisepe.com.br/fvr/wp-content/uploads/sites/10003/2018/02/Manual-de-Procedimentos-B%C3%A1sicos-de-Enfermagem.pdf
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Ligam-se ao carvão Abaixo, apresento um guia passo a passo para realizar um ba-
- Substâncias lipofílicas e não ionizadas; nho no leito de forma eficaz:
- Substâncias mal adsorvidas;
- Ácidos e álcalis; Passo 1: Preparação do ambiente
- Cianeto; Certifique-se de que o ambiente esteja aquecido para evitar
- Etanol; que a pessoa sinta frio durante o processo.
- Lítio; Reúna todos os materiais necessários, como toalhas, lenços
- Sulfato ferroso; umedecidos, sabonete líquido suave, luvas descartáveis, bacias
- Derivados de petróleo; com água morna, roupas limpas e outros itens de cuidado pessoal.
5 https://www.pns.icict.fiocruz.br/arquivos/Novos/Manual%20de%20Antropome-
tria%20PDF.pdf
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Medicamentos
Uma as principais funções da equipe de Enfermagem no cuidado aos pacientes é a administração de medicamentos. Exige dos pro-
fissionais: responsabilidade, conhecimentos e habilidades, estes fatores garantem a segurança do paciente. Constitui-se de várias etapas
e envolve vários profissionais,o risco de ocorrência de erros é elevado.
Fármaco
Substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. Sinônimo de princípio ativo.
Nove Certezas
1. usuário certo;
2. dose certa;
3. medicamento certo;
4. hora certa;
5. via certa;
6. anotação certa;
7. orientação ao paciente;
8. compatibilidade medicamentosa;
9. o direito do paciente em recusar a medicação.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Absorção de Medicamentos
“refere-se a velocidade com que uma droga deixa o seu local de administração e a extensão com que isso ocorre.” • “ biodisponibili-
dade: a extensão com que uma droga atinge seu local de ação”.
Farmacocinética – Distribuição
O medicamento será distribuído pelo sistema circulatório, chegando aos tecidos e células para que ocorra ação. • O fármaco circula
ligado a proteínas plasmáticas
• Mas antes ele será matabolizado
Farmacocinética – Metabolização
• É a biotransformação que ocorre no fígado principalmente
• É uma reação química catalizada por enzimas que transformam o fármaco em ATIVO, ou INATIVO
• A fração ativa, circulará livre ou ligada as proteínas plasmáticas até o receptor para fazer seu efeito.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Vias de Administração
Farmacodinâmica
Estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação.
• Só a droga livre se liga ao receptor para fazer efeito
• Absorção
• Distribuição
• Metabolização
• Excreção Interferem na quantidade livre para se ligar aos receptores.
Prejuízos e Danos Medicamentos administrados erroneamente podem causar prejuízos/danos ao cliente devido a fatores como:
• Incompatibilidade farmacológica
• Reações indesejadas
• Interações farmacológicas
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Interação Medicamentosa
Prejuízos e danos
Prejuízos e Danos Estudo feito em instituições hospitalares americanas demonstrou que erros potencialmente perigosos acontecem
mais de 40 vezes/dia em hospital e que um paciente está sujeito, em média, a dois erros/dia. Mais de 770.000 pacientes hospitalizados
sofrem algum tipo de dano ou morte a cada ano por um evento medicamentoso adverso.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Enfermeiro: supervisão das atividades de Enfermagem duran- O sangue total: a centrifugação é um dos procedimentos que
te o preparo e administração de medicamentos (formação com co- facilita a separação do sangue total, o que permite a formação de
nhecimentos suficientes para conduzir tal prática de modo seguro). camadas. Após sofrer o processo de centrifugação o sangue total
Diluição de Medicamentos fica separado em basicamente três camadas, denominadas, plas-
• As informações sobre diluição de medicamentos no dia a dia ma, buffy-coat e hemácias.
não estão disponíveis de forma simples e prática, é necessário pro- Contudo, como é possível que não ocorra a coagulação do san-
tocolo de diluição de medicamentos gue? Como já foi descrito anteriormente, a conservação dos produ-
• Exemplo (1): tos sanguíneos é realizada por meio de soluções anticoagulantes-
• Nome: Keflin -preservadoras e soluções aditivas, conforme descreve o Ministério
• Apresentação: 1gr + água destilada 4ml da Saúde (2008, p. 17):
• Reconstituição: Próprio diluente (AD) Soluções anticoagulantes-preservadoras e soluções aditivas
• Diluentes/Volumes: Água Destilada 10ml são utilizadas para a conservação dos produtos sanguíneos, pois im-
• Tempo mínimo de infusão: 1 minuto pedem a coagulação e mantêm a viabilidade das células do sangue
• Forma de administração: Seringa durante o armazenamento. A depender da composição das solu-
ções anticoagulantes-preservadoras, a data de validade para a pre-
Observações: servação do sangue total e concentrados de hemácias pode variar.
• A ação de administrar medicamentos é uma tarefa complexa
que envolve conhecimento de diversas áreas e a sua prática deve A cada doação são coletados cerca de 450 ml de sangue total.
ser cercada de cuidados e de obediência aos princípios gerais. Cada coleta poderá ser desdobrada em:
• É importante que a enfermagem desenvolva pesquisas de • 1 unidade de Concentrado de Hemácias;
competência de sua atuação e atualize-se com pesquisas relacio- • 1 unidade de Concentrado de Plaquetas;
nadas a medicamentos, desenvolvidas por outros profissionais, es- • 1 unidade de Plasma;
tando atenta, também, aos medicamentos novos e às formas de • 1 unidade crioprecipitada.
apresentação das drogas com diferentes métodos de introdução no
organismo que, continuamente, são lançadas no mercado. Assim, são beneficiados, potencialmente, pelo menos quatro
• A falta de conhecimentos e de atualização na temática “ad- pacientes. O sangue fresco total é considerado o sangue coletado
ministração de medicamentos” tem possibilitado a ocorrência de há no máximo quatro horas. Para a coleta de sangue podem ser
erros no processo da administração levando às IATROGENIAS. usadas bolsas adequadas contendo anticoagulantes adicionados ou
• Educação permanente: educação e supervisão contínua, re- conservastes para hemácias.
alizada pelo enfermeiro em seus diversos ambientes de trabalho + Quando o volume é pequeno, o sangue pode também ser co-
pesquisa são práticas altamente fecundas. lhido em seringas heparinizadas. O sangue total armazenado pode
• Elaboração de “protocolos” sobre medicamentos pode auxi- ser usado para fornir hemácias, proteínas plasmáticas e fatores de
liar significativamente a assistência de enfermagem livre de riscos. coagulação estáveis como o fibrinogênio.
O sangue fresco total pode ser separado em papa de hemácias
Hemocomponentes, Hemoderivados e soluções e plasma por centrifugação ou sedimentação. Depois de separado,
Para entendimento sobre a hemoterapia é necessário compre- a papa de hemácias precisa ser posta a uma temperatura que varia
ender a diferença entre Hemocomponentes e Hemoderivados; nes- entre 1 e 6°C, o mais rápido possível. É necessário que se utilize so-
te caso, o Ministério da Saúde (2008, p. 15) esclarece: lução salina 0,9% para ressuspender as hemácias, não sendo acon-
Hemocomponentes e hemoderivados são produtos distintos. selhado outro tipo de solução (REICHMANN; DEARO, 2001).
Os produtos gerados um a um nos serviços de hemoterapia, a partir Se o sangue total não for processado ligeiramente e o plasma
do sangue total, por meio de processos físicos (centrifugação, con- for congelado depois de seis horas da colheita, ele é denominado
gelamento) são denominados hemocomponentes. Já os produtos plasma congelado. O plasma congelado mantém concentrações
obtidos em escala industrial, a partir do fracionamento do plasma ajustadas somente dos fatores de coagulação dependentes de vita-
por processos físico-químicos são denominados hemoderivados. mina K (II, VII, IX, X) e também de imunoglobulinas (Ig).
Dessa forma, é possível concluir que tanto os hemocomponen- O plasma fresco congelado pode também ser processado em
tes como os hemoderivados são os produtos possíveis resultantes crioprecipitado e crioplasma pobre. O crioprecipitado é o precipi-
do sangue. Existem duas formas possíveis de obtenção de hemo- tado adquirido depois do descongelamento parcial (a temperaturas
componentes, a mais comum é por meio da coleta de sangue total, entre 1 e 6°C) do plasma fresco congelado e tem alta concentração
e a outra mais específica é pela aférese (MINISTÉRIO DA SAÚDE, do fator de coagulação VIII, do fator de Von Willebrand e de fibri-
2008). nogênio.
Este componente precisa ser sustentado a -18°C, apresentando
A aférese pode ser compreendida como: assim validade de um ano após a colheita. Depois da preparação
[...] procedimento caracterizado pela retirada do sangue do do- do crioprecipitado, o produto remanescente é denominado de crio-
ador, seguida da separação de seus componentes por um equipa- plasma pobre. Este componente possui albumina e imunoglobuli-
mento próprio, retenção da porção do sangue que se deseja retirar nas e pode ser armazenado por até um ano a -18°C.
na máquina e devolução dos outros componentes ao doador (MI- O plasma rico em plaquetas também pode ser obtido por cen-
NISTÉRIO DA SAÚDE, 2008, p. 15). trifugação diferenciada do plasma fresco. Este precisa ser guardado
a uma temperatura que varie entre 20 e 24°C e em movimentação
constante durante até cinco dias.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Concentrado de Hemáceas: é adquirido pela centrifugação do Concentrado de plaquetas: as plaquetas são decorrentes dos
sangue total. Segundo o Ministério da Saúde (2008), a sobrevida megacariócitos, que se localizam na medula óssea. Elas operam na
varia de acordo com a solução preservativa: de 35 a 42 dias. O ar- fase primária da coagulação e são conseguidas pela centrifugação
mazenamento deve ser de 2ºC a 6º C. do plasma. Precisam ser estocadas à temperatura de 22º C, em agi-
Seu volume varia entre 220 e 280 ml. Então, uma bolsa de san- tação contínua.
gue total (ST) é submetida à centrifugação, remoção da maior parte A indicação para a utilização de concentrado de plaquetas (CP)
do plasma e como consequência obtém-se 220 a 280 ml de concen- depende igualmente ao CH de avaliação e protocolos médicos, en-
trado de hemácias (CH). tretanto é possível ressaltar:
A indicação para que seja realizada a transfusão de concen- Basicamente, as indicações de transfusão de CP estão associa-
trado de hemácias, deve ser criteriosa e individual, de acordo com das às plaquetopenias desencadeadas por falência medular, rara-
o fator determinante: estado hemodinâmico do paciente, anemia mente indicamos a reposição em plaquetopenias por destruição
aguda, classificação de Baskett. periférica ou alterações congênitas de função plaquetária (MINIS-
Sobre a indicação de concentrado de hemácias o Ministério da TÉRIO DA SAÚDE, 2008, p. 32).
Saúde (2008, p. 29) alerta:
A transfusão de concentrado de hemácias (CH) deve ser reali- A dose indicada é estabelecida por meio do critério de uma
zada para tratar, ou prevenir iminente e inadequada liberação de unidade de CP para cada 7 a 10 Kg de peso do paciente. Todavia, o
oxigênio (O2) aos tecidos, ou seja, em casos de anemia, porém nem médico poderá avaliar também a contagem plaquetária do paciente
todo estado de anemia exige a transfusão de hemácias. Em situa- para, posteriormente, realizar a prescrição de dosagem. O tempo
ções de anemia, o organismo lança mão de mecanismos compen- de infusão a ser seguido para administração de CP é:
satórios, tais como a elevação do débito cardíaco e a diminuição O tempo de infusão da dose de CP deve ser de aproximada-
da afinidade da Hb pelo O2, o que muitas vezes consegue reduzir o mente 30min em pacientes adultos ou pediátricos, não excedendo
nível de hipóxia tecidual. a velocidade de infusão de 20-30ml/kg/hora. A avaliação da res-
Em algumas ocasiões a transfusão não é indicada, como no posta terapêutica a transfusão de CP deve ser feita através de nova
caso de anemia por perda sanguínea crônica, anemia por insufici- contagem das plaquetas 1 hora após a transfusão, porém a resposta
ência renal crônica, anemia hemolítica constitucional, Doença Falci- clínica também deve ser considerada. Em pacientes ambulatoriais,
forme, Talassemias, etc. a avaliação laboratorial 10min após o término da transfusão pode
Não se deve valorizar somente os valores de Ht e Hb, pois em facilitar a avaliação da resposta e possui resultados comparáveis
casos de anemia hemolítica autoimune, em geral, não é encontrado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998, p. 37).
sangue compatível e todo sangue que for transfundido é hemolisa- Plasma fresco congelado: é obtido depois do fracionamento
do, indicado imunossupressão imediata. Transfusão sanguínea, nes- do sangue total, congelar até oito horas depois da coleta. Deve ser
ses casos, somente com grande risco de vida. Solicitando sempre guardado a uma temperatura de, no mínimo, -20º C, tendo validade
acompanhamento de um médico Hematologista/Hemoterapeuta. de doze meses.
Portanto, a indicação do CH segue critérios médicos, já que é O plasma fresco congelado (PFC) possui albumina, globulina,
este profissional que realiza a prescrição e indicação da transfusão, fibrinogênia e fatores de coagulação sanguínea. Uma vez que é des-
por este motivo este item não será abordado amplamente, pois congelado precisa ser usado em até quatro horas.
existem protocolos médicos que especificam quais são as situações A indicação de utilização do Plasma Fresco Congelado é, como
nas quais é indicada a terapia com CH e as contraindicações. nos casos anteriores, dependente da avaliação médica, cabe res-
Outra questão importante é a dose a ser infundida no pacien- saltar o que é preconizado pelo Ministério da Saúde (2008, p. 38):
te, que também é realizada pela avaliação médica. Quanto a isto, o As indicações para o uso do plasma fresco congelado são restri-
Ministério da Saúde (2008, p. 32) descreve: tas e correlacionadas a sua propriedade de conter as proteínas da
Deve ser transfundida a quantidade de hemácias suficiente coagulação. O componente deve ser usado, portanto, no tratamen-
para a correção dos sinais/sintomas de hipóxia, ou para que a Hb to de pacientes com distúrbio da coagulação, particularmente na-
atinja níveis aceitáveis. Em indivíduo adulto de estatura média, a queles em que há deficiência de múltiplos fatores e apenas quando
transfusão de uma unidade de CH normalmente eleva o Hct em 3% não estiverem disponíveis produtos com concentrados estáveis de
e a Hb em 1 g/dl. Em recém-nascidos, o volume a ser transfundido fatores da coagulação e menor risco de contaminação viral.
não deve exceder 10 a 15ml/kg/hora. A dose volume a ser transfundida em um paciente vai depen-
O modo de administração é de suma importância e neste a der do peso e das condições hemodinâmicas do paciente, esta ava-
enfermagem envolve-se diretamente, por isso é necessário ter co- liação será feita pelo médico. É importante ressaltar que o uso de
nhecimento. A este respeito o Ministério da Saúde (2008, p. 32) 10-20 ml de PFC por Kg aumenta de 20 a 30% os níveis dos fatores
esclarece: de coagulação do paciente.
O tempo de infusão de cada unidade de CH deve ser de 60 min
a 120 minutos (min) em pacientes adultos. Em pacientes pediá- Os cuidados antes da administração do PFC devem ser seguidos
tricos, não exceder a velocidade de infusão de 20-30ml/kg/hora. rigorosamente para impedir intercorrências, são eles:
A avaliação da resposta terapêutica à transfusão de CH deve ser • Antes da transfusão deve ser completamente descongelado,
feita através de nova dosagem de HB ou HT 1-2 horas (hs) após a para isto pode-se utilizar o banho-maria a 37ºC ou equipamento
transfusão, considerando também a resposta clínica. Em pacientes específico;
ambulatoriais, a avaliação laboratorial pode ser feita 30min após o • Após ser descongelado deve ser utilizado o mais rápido pos-
término da transfusão e possui resultados comparáveis. sível, no máximo seis horas após o congelamento em temperatura
ambiente ou 24 horas após refrigeração;
• Depois de ser descongelado não pode mais ser congelado;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• É importante observar atentamente o aspecto das bolsas an- Assim, é importante compreender que o uso de medicamen-
tes de iniciar a transfusão, pois vazamentos e alterações de cor são tos, os procedimentos envolvidos e as próprias respostas orgânicas
alertas para não administração. decorrentes do tratamento envolvem riscos potenciais de provocar
danos ao paciente, sendo imprescindível que o profissional esteja
Também é importante seguir a seguinte orientação: preparado para assumir as responsabilidades técnicas e legais de-
Na transfusão de plasma, todos os cuidados relacionados à correntes dos erros que possa vir a incorrer.
transfusão de hemocomponentes devem ser seguidos criteriosa- Geralmente, os medicamentos de uma unidade de saúde são
mente. A conferência da identidade do paciente e rótulo da bolsa armazenados em uma área específica, dispostos em armários ou
antes do início da infusão e uso de equipo com filtro de 170 a 220 prateleiras de fácil acesso e organizados e protegidos contra poeira,
nm são medidas obrigatórias. O tempo máximo de infusão deve ser umidade, insetos, raios solares e outros agentes que possam alterar
de 1 hora (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998, p. 45). seu estado ressalte-se que certos medicamentos necessitam ser ar-
Crioprecipitado: é a parte insolúvel do plasma, obtido por meio mazenados e conservados em refrigerador.
do procedimento de congelamento rápido, descongelamento e Os recipientes contendo a medicação devem possuir tampa e
centrifugação do plasma. É rico em fator VIII: c (atividade pró-coa- rótulo, identificados com nome (em letra legível) e dosagem do fár-
gulante), Fator VIII:Vwf (Fator von Willebrand), Fibrinogênio, Fator maco.
XIII e Fibronectina. A embalagem com dose unitária, isto é, separada e rotulada
em doses individuais, cada vez mais vem sendo adotada em gran-
Conforme o Ministério da Saúde (2008, p. 45), as indicações des centros hospitalares como meio de promover melhor controle
para a utilização do crioprecipitado são: e racionalização dos medicamentos.
[...] tratamento de hipofibrinogenemia congênita ou adquirida
(<100mg/dl), disfibrinogenemia ou deficiência de fator XIII. A hi- Os pacientes e/ou familiares necessitam ser esclarecidos quan-
pofibrinogenemia adquirida pode ser observada após tratamento to à utilização dos medicamentos receitados pelo médico, e orienta-
trombolítico, transfusão maciça ou coagulação intravascular dis- dos em relação ao seu armazenamento e cuidados - principalmente
seminada (CID). Somente 50% do total dos 200mg de fibrinogênio se houver crianças em casa, visando evitar acidentes domésticos.
administrados/bolsa no paciente com complicações devido à trans- Os entorpecentes devem ser controlados a cada turno de trabalho e
fusão maciça são recuperados por meio intravascular. sua utilização feita mediante prescrição médica e receita contendo
E também nos seguintes casos: nome do paciente, quantidade e dose, além da data, nome e assina-
a) Repor fibrinogênio em pacientes com hemorragia e deficiên- tura do médico responsável. Ao notar a falta de um entorpecente,
cia isolada congênita ou adquirida de fibrinogênio, quando não se notifique tal fato imediatamente à chefia.
dispuser do concentrado de fibrinogênio industrial. A administração de medicamentos segue normas e rotinas que
b) Repor fibrinogênio em pacientes com coagulação intravascu- uniformizam o trabalho em todas as unidades de internação, facili-
lar disseminada-CID e graves hipofibrinogenemias. tando sua organização e controle. Para preparar os medicamentos,
c) Repor Fator XIII em pacientes com hemorragias por defici- faz-se necessário verificar qual o método utilizado para se aviar a
ência deste fator, quando não se dispuser do concentrado de Fator prescrição - sistema de cartão, receituário, prescrição médica, folha
XIII industrial. impressa em computador.
d) Repor Fator de von Willebrand em pacientes que não têm Visando administrar medicamentos de maneira segura, a en-
indicação de DDAVP ou não respondem ao uso de DDAVP, quando fermagem tradicionalmente utiliza a regra de administrar o medi-
não se dispuser de concentrados de Fator de von Willebrand ou de camento certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a hora
concentrados de Fator VIII ricos em multímeros de von Willebrand. certa.
Durante a fase de preparo, o profissional de enfermagem deve
O crioprecipitado antes de ser infundido deve ser descongela- ter muita atenção para evitar erros, assegurando ao máximo que
do em uma temperatura de 30ºC a 35ºC no prazo máximo de quinze o paciente receba corretamente a medicação. Isto justifica porquê
minutos, podendo ser feito por meio de banho-maria. o medicamento deve ser administrado por quem o preparou, não
A transfusão após o descongelamento deve ser imediata, mas sendo recomendável a administração de medicamentos preparados
poderá também ficar estocado por até seis horas em temperatura por outra pessoa.
ambiente e entre 20º e 24º C ou por até quatro horas quando o
sistema for aberto. As orientações a seguir compreendem medidas de organizati-
Uma das formas para se calcular a dosagem a ser administrada vas e de assepsia que visam auxiliar o profissional nesta fase do tra-
de crioprecipitado é 1.0 a 1.5 bolsas de Criopreciptado para cada 10 balho: lavar sempre as mãos antes do preparo e administração de
Kg de peso do paciente, sendo a intenção de se atingir níveis de fi- medicamentos, e logo após; preparar o medicamento em ambiente
brinogênio de 100mg/dl com reavaliação a cada três ou quatro dias. com boa iluminação; concentrar-se no trabalho, evitando distrair
Princípios da administração de medicamentos e Cálculo de a atenção com atividades paralelas e interrupções que podem au-
Medicacão mentar a chance de cometer erros;
A administração de medicamentos é uma das atividades que Ler e conferir o rótulo do medicamento três vezes: ao pegar
o auxiliar de enfermagem desenvolve com muita frequência, re- o frasco, ampola ou envelope de medicamento; antes de colocar
querendo muita atenção e sólida fundamentação técnico-científica o medicamento no recipiente próprio para administração e ao re-
para subsidiá-lo na realização de tarefas correlatas, pois envolve colocar o recipiente na prateleira ou descartar a ampola/frasco ou
uma sequência de ações que visam a obtenção de melhores resul- outra embalagem.
tados no tratamento do paciente, sua segurança e a da instituição
na qual é realizado o atendimento.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Um profissional competente não se deixa levar por comporta- Administrando medicamentos por via parenteral
mentos automatizados, pois tem a consciência de que todo cuidado A via parenteral é usualmente utilizada quando se deseja uma
é pouco quando se trata de preparar e administrar medicamentos; ação mais imediata da droga, quando não há possibilidade de admi-
Realizar o preparo somente quando tiver a certeza do medica- nistrá-la por via oral ou quando há interferência na assimilação da
mento prescrito, dosagem e via de administração; as medicações droga pelo trato gastrintestinal.
devem ser administradas sob prescrição médica, mas em casos de A enfermagem utiliza comumente as seguintes formas de ad-
emergência é aceitável fazê-las sob ordem verbal (quando a situ- ministração parenteral: intradérmica, subcutânea, intramuscular e
ação estiver sob controle, todas as medicações usadas devem ser endovenosa.
prescritas pelo médico e checadas pelo profissional de enfermagem
que fez as aplicações; Material necessário:
Identificar o medicamento preparado com o nome do pacien- - Bandeja ou cuba-rim
te, número do leito, nome da medicação, via de administração e -Seringa
horário; observar o aspecto e características da medicação, antes - Agulha
de prepará-la; deixar o local de preparo de medicação em ordem - Algodão
e limpo, utilizando álcool a 70% para desinfetar a bancada; utilizar - Álcool a 70%
bandeja ou carrinho de medicação devidamente limpos e desinfe- -garrote (aplicação endovenosa)
tados com álcool a 70%; quando da preparação de medicamentos - Medicamento (ampola, frasco-ampola)
para mais de um paciente, é conveniente organizar a bandeja dis-
pondo-os na seqüência de administração. A administração de medicamento por via parenteral exige pré-
Similarmente, seguem-se as orientações relativas à fase de ad- vio preparo com técnica asséptica e as orientações a seguir enun-
ministração: manter a bandeja ou o carrinho de medicação sempre ciadas visam garantir uma maior segurança e evitar a ocorrência de
à vista durante a administração, nunca deixando-os, sozinhos, junto contaminação.
ao paciente; antes de administrar o medicamento, esclarecer o pa- Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo de validade,
ciente sobre os medicamentos que irá receber, de maneira clara e o aspecto da solução ou pó e a integridade do frasco.
compreensível, bem como conferir cuidadosamente a identidade Certificar-se de que todo o medicamento está contido no corpo
do mesmo, para certificar-se de que está administrando o medica- da ampola, pois muitas vezes o estreitamento do gargalo faz com
mento à pessoa certa, verificando a pulseira de identificação e/ou que parte do medicamento fique retida. Observar a integridade dos
pedindo-lhe para dizer seu nome, sem induzi-lo a isso; permanecer invólucros que protegem a seringa e a agulha; colocar a agulha na
junto ao paciente até que o mesmo tome o medicamento. seringa com cuidado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a
Deixar os medicamentos para que tome mais tarde ou permitir parte interna do corpo da seringa e sua ponta.
que dê medicação a outro são práticas indevidas e absolutamente Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool
condenáveis; efetuar o registro do que foi fornecido ao paciente, a 70%, destacando o gargalo no caso de frasco-ampola, levantar a
após administrá-los. tampa metálica e desinfetar a borracha.
Proteger os dedos com algodão embebido em álcool a 70% na
Administrando medicamentos por via oral e sublingual: hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa metálica do frasco-
Material necessário: ampola.
-bandeja Para aspirar o medicamento da ampola ou frasco ampola, segu-
- copinhos descartáveis rá-lo com dois dedos de uma das mãos, mantendo a outra mão livre
- fita adesiva para identificação para realizar, com a seringa, a aspiração da solução.
- material acessório: seringa, gazes, conta-gotas, etc. No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, introduzi-lo den-
- água, leite, suco ou chá trar o medicamento. tro do frasco e deixar que a força de pressão interna desloque o ar
para o interior da seringa.
Administrando medicamentos por via retal Homogeneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e
Material necessário: aspirar. Para aspirar medicamentos de frasco de dose múltipla, inje-
bandeja tar um volume de ar equivalente à solução e, em seguida, aspirá-lo.
luvas de procedimento O procedimento de introduzir o ar da seringa para o interior
forro de proteção do frasco visa aumentar a pressão interna do mesmo, retirando fa-
gazes cilmente o medicamento, haja vista que os líquidos movem-se da
medicamento sólido ou líquido uma área de maior pressão para a de menor pressão. Portanto, ao
comadre (opcional) aspirar o medicamento, manter o frasco invertido
Após a remoção do medicamento, retirar o ar com a agulha
Administrando medicamentos tópicos por via cutânea, ocular, e a seringa voltadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o
nasal, êmbolo, para remover a solução contida na agulha, visando evitar
-otológica e vaginal seu respingo quando da remoção do ar
Material necessário: A agulha deve ser protegida com o protetor e o êmbolo da se-
- bandeja ringa com o próprio invólucro.
- espátula, conta-gotas, aplicador Identificar o material com fita adesiva, na qual deve constar o
- gaze nome do paciente, número de leito/quarto, medicamento, dose e
- luvas de procedimento via de administração.
-medicamento
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
As precauções para administrar medicamentos pela via paren- tam autores que admitam volumes maiores. De qualquer maneira,
teral são importantes para evitar danos muitas vezes irreversíveis quantidades maiores que 3ml devem ser sempre bem avaliadas
ao paciente. Antes da aplicação, fazer antissepsia da pele, com ál- pois podem não ter uma adequada absorção3
cool a 70%. Para aplicação em adulto eutrófico, as agulhas apropriadas são
É importante realizar um rodízio dos locais de aplicação, o que 25x7, 25x8, 30x7 e 30x8. No caso de medicamentos irritantes, a
evita lesões nos tecidos do paciente, decorrentes de repetidas apli- agulha que aspirou o medicamento deve ser trocada, visando evitar
cações. a ocorrência de lesões teciduais.
Observar a angulação de administração de acordo com a via e Orientar o paciente para que adote uma posição confortável,
comprimento da agulha, que deve ser adequada à via, ao tipo de relaxando o músculo, processo que facilita a introdução do líquido,
medicamento, à idade do paciente e à sua estrutura física. evita extravasamento e minimiza a dor.
Após a introdução da agulha no tecido e antes de pressionar o Evite a administração de medicamentos em áreas inflamadas,
êmbolo da seringa para administrar o medicamento pelas vias sub- hipotróficas, com nódulos, paresias, plegias e outros, pois podem
cutânea e intramuscular, deve-se aspirar para ter a certeza de que dificultar a absorção do medicamento. Num movimento único e
não houve punção de vaso sanguíneo. com impulso moderado, mantendo o músculo com firmeza, intro-
Caso haja retorno de sangue, retirar a punção, preparar nova- duzir a agulha num ângulo de 90º, puxar o êmbolo e, caso não haja
mente a medicação, se necessário, e repetir o procedimento. Des- retorno de sangue administrar a solução.
prezar a seringa, com a agulha junta, em recipiente próprio para Após a introdução do medicamento, retirar a agulha - também
materiais perfurocortantes. num único movimento - e comprimir o local com algodão molhado
com álcool a 70%.
Via intradérmica Os locais utilizados para a administração de medicamentos são
É a administração de medicamentos na derme, indicada para as regiões do deltóide, dorsoglútea, ventroglútea e antero-lateral
a aplicação de vacina BCG e como auxiliar em testes diagnósticos e da coxa. A região dorsoglútea tem o inconveniente de situar-se pró-
de sensibilidade xima ao nervo ciático, o que contra-indica esse tipo de aplicação
Para testes de hipersensibilidade, o local mais utilizado é a em crianças.
região escapular e a face interna do antebraço; para aplicação de A posição recomendada é o decúbito ventral, com os pés vol-
BCG, a região deltóide do braço direito. Esticar a pele para inserir a tados para dentro, facilitando o relaxamento dos músculos glúteos;
agulha, o que facilita a introdução do bisel, que deve estar voltado caso não seja possível, colocar o paciente em decúbito lateral. O
para cima; visando atingir somente a epiderme, formar um ângulo local indicado é o quadrante superior externo, cerca de 5cm abaixo
de 15º com a agulha, posicionando-a quase paralela à superfície da do ápice da crista ilíaca.
mesma. Outra maneira de identificar o local de aplicação é traçando
Não se faz necessário realizar aspiração, devido à ausência de uma linha imaginária da espinha ilíaca póstero-superior ao trocan-
vaso sanguíneo na epiderme. O volume a ser administrado não ter maior do fêmur; a injeção superior ao ponto médio da linha
deve ultrapassar a 0,5ml, por ser um tecido de pequena expansi- também é segura.
bilidade, sendo utilizada seringa de 1ml e agulha 10x5 e 13x4,5. Para a aplicação de injeção no deltóide, recomenda-se que o
Quando a aplicação é correta, identifica-se a formação de pápula, paciente esteja em posição sentada ou deitada
caracterizada por pequena elevação da pele no local onde o medi- Medir 4 dedos abaixo do ombro e segurar o músculo durante
camento foi introduzido. a introdução da agulha ) . O músculo vasto lateral encontra-se na
região antero-lateral da coxa. Indica-se a aplicação intramuscular no
Via subcutânea terço médio do músculo, em bebês, crianças e adultos
É a administração de medicamentos no tecido subcutâneo, A região ventroglútea, por ser uma área desprovida de gran-
cuja absorção é mais lenta do que a da via intramuscular. Doses des vasos e nervos, é indicada para qualquer idade, principalmente
pequenas são recomendadas, variando entre 0,5ml a 1ml. Também para crianças. Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo
conhecida como hipodérmica, é indicada principalmente para vaci- indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e, com a palma da
nas (ex. anti-rábica), hormônios (ex. insulina), anticoagulantes (ex. mão sobre a cabeça do fêmur (trocanter), em seguida desliza-se o
heparina) e outras drogas que necessitam de absorção lenta e con- adjacente (médio) para formar um V. A injeção no centro do V al-
tínua. Seus locais de aplicação são a face externa do braço, região cança os músculos glúteos essos, necrose e lesões de nervo.
glútea, face anterior e externa da coxa, região periumbilical, região Via endovenosa
escapular, região inframamária e flanco direito ou esquerdo. A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma ação rápida
do medicamento ou quando outras vias não são propícias. Sua ad-
Via intramuscular ministração deve ser feita com muito cuidado, considerando-se que
A via intramuscular é utilizada para administrar medicamentos a medicação entra diretamente na corrente sangüínea, podendo
irritantes, por ser menos dolorosa, considerando-se que existe me- ocasionar sérias complicações ao paciente caso as recomendações
nor número de terminações nervosas no tecido muscular profundo. preconizadas não sejam observadas. As soluções administradas por
A absorção ocorre mais rapidamente que no caso da aplicação sub- essa via devem ser cristalinas, não-oleosas e sem flocos em suspen-
cutânea, devido à maior vascularização do tecido muscular. O volu- são. Para a administração de pequenas quantidades de medicamen-
me a ser administrado deve ser compatível com a massa muscular, tos são satisfatórias as veias periféricas da prega (dobra) do cotove-
que varia de acordo com a idade, localização e estado nutricional. lo, do antebraço e do dorso das mãos. A medicação endovenosa
Considerando-se um adulto com peso normal, o volume mais pode ser tam bém aplicada através de cateteres intravenosos de
adequado de medicamento em aplicação no deltóide é de aproxi- curta/longa permanência e flebotomia. O medicamento pode ainda
madamente 2ml; no glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora exis- ser aplicado nas veias superficiais de grande calibre: região cubital,
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
dorso da mão e antebraço. Material necessário: bandeja bolas de -Remover o excesso de exsudação, objetivando evitar a mace-
algodão álcool a 70% fita adesiva hipoalergênica garrote escalpe(s) ração de tecidos circunvizinhos;
adequado(s) ao calibre da veia do paciente) seringa e agulha. -Permitir troca gasosa ressalte-se que a função do oxigênio em
relação às feridas ainda não está muito esclarecida;
Venóclise -Fornecer isolamento térmico, pois a manutenção da tempera-
Venóclise é a administração endovenosa de regular quantidade tura constante a 37ºC estimula a atividade da divisão celular duran-
de líquido através de gotejamento controlado, para ser infundido te o processo de cicatrização;
num período de tempo pré-determinado. É indicada principalmen- -Ser impermeável às bactérias, funcionando como uma barrei-
te para repor perdas de líquidos do organismo e administrar medi- ra mecânica entre a ferida e o meio ambiente.
camentos. -Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminado-
As soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a ras de feridas, o que pode renovar ou prolongar a reação inflama-
fisiológica a 0,9%. Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve tória, afetando a velocidade de cicatrização;
ser esclarecido sobre o período previsto de administração, corre- -Permitir a retirada sem provocar traumas, os quais com fre-
lacionando-o com a importância do tratamento e da necessidade quência ocorrem quando o curativo adere à superfície da ferida;
de troca a cada 72 horas. O profissional deve evitar frases do tipo nessas condições, a remoção provoca uma ruptura considerável de
não dói nada, pois este é um procedimento dolorido que muitas ve- tecido recém-formado, prejudicando o processo de cicatrização.
zes requer mais de uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se O curativo aderido à ferida deve ser retirado após umedeci-
enganado e coloque em cheque a competência técnica de quem mento com solução fisiológica (composta por água e cloreto de só-
realiza o procedimento. dio), sem esfregá-la ou atritá-la.
Material necessário: o mesmo utilizado na aplicação endoveno- Desbridamento - retirada de tecido necrosado, sem vitalidade,
sa, acrescentando-se frasco com o líquido a ser infundido, suporte, utilizando cobertura com ação desbridante ou retirada mecânica
medicamentos, equipo, garrote, cateter periférico como escalpe, com pinça, tesoura ou bisturi.
gelco ou similar, agulha, seringa, adesivo (esparadrapo, micropore Exsudação - é o extravasamento de líquido da ferida, devido ao
ou similar), cortado em tiras e disposto sobre a bandeja, acessórios aumento da permeabilidade capilar.
como torneirinha e bomba de infusão, quando necessária. Maceração - refere-se ao amolecimento da pele que geralmen-
te ocorre em torno das bordas da ferida, no mais das vezes devido
à umidade excessiva.
CURATIVOS A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície
em vários graus. Por isso, as feridas não devem ser limpas com so-
luções frias e nem permanecerem expostas por longos períodos de
CURATIVOS tempo. Um curativo encharcado ou vazando favorece o movimen-
to das bactérias em ambas as direções, ferida e meio ambiente,
Os fatores que influenciam a cicatrização de lesões são: devendo, portanto, ser trocado imediatamente. Não se deve usar
Idade: a circulação sanguínea e a concentração de oxigênio no algodão ou qualquer gaze desfiada.
local da lesão são prejudicadas pelo envelhecimento, e o risco de
infecção é maior. Tipos de Curativos
Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às infecções Atualmente, existem muitos curativos com formas e proprie-
dependem de uma dieta equilibrada e a episódios como cirurgias, dades diferentes. Para se escolher um curativo faz-se necessário,
traumas graves, infecções e deficiências nutricionais pré-operató- primeiramente, avaliar a ferida, aplicando o que melhor convier ao
rias aumentam as exigências nutricionais; estágio em que se encontra, a fim de facilitar a cura. Deve-se limpar
Obesidade: O suprimento sanguíneo menos abundante dos te- as feridas antes da colocação de cobertura com solução fisiológica
cidos adiposos impede o envio de nutrientes e elementos celulares a 0,9%, morna, aplicada sob pressão. Algumas coberturas podem
necessários à cicatrização normal; permanecer por vários dias e as trocas dependerão da indicação do
Extensão da lesão: lesões mais profundas, envolvendo maior fabricante e evolução da ferida.
perda de tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda in-
tenção, sendo susceptíveis a infecções; imunossupressão. Alginatos
Redução da defesa imunológica contribui para uma cicatriza- São derivados de algas marinhas e, ao interagirem com a fe-
ção deficiente; rida, sofrem alteração estrutural: as fibras de alginato transfor-
Diabetes: o paciente portador de diabetes tem alteração vas- mam-se em um gel suave e hidrófilo à medida que o curativo vai
cular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua oxigenação; além absorvendo a exsudação. Esse tipo de cobertura é indicado para
disso, a glicemia aumentada altera o processo de cicatrização, ele- feridas com alta ou moderada exsudação e necessita de cobertura
vando o risco de infecção. secundária com gaze e fita adesiva.
Curativo: É o tratamento utilizado para promover a cicatriza-
ção de ferida, proporcionando um meio adequado para este pro- Carvão ativado
cesso. Sua escolha dependerá do tipo e condições clínicas da ferida. Cobertura composta por tecido de carvão ativado, impregnado
Os critérios para o curativo ideal foram definidos por Turner, citado com prata - que exerce ação bactericida e envolto por uma camada
por Dealey: de não-tecido, selada em toda a sua extensão. Muito eficaz em feri-
- Manter alta umidade entre a ferida e o curativo, o que pro- das com mau odor, é indicada para cobertura das feridas infectadas
move epitelização mais rápida, diminuição significativa da dor e au- exsudativas, com ou sem odor. Também necessita de cobertura se-
mento do processo de destruição natural dos tecidos necrosados. cundária com gaze e fita adesiva.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O exame físico de enfermagem divide em quatro etapas: Tipos de percussão mais utilizadas na prática clínica do enfer-
- inspeção; meiro:
- ausculta; – Percussão direta: golpeamento diretamente com as pontas
- palpação; dos dedos a região-alvo. Os dedos devem estar fletidos, imitando a
- percussão. forma de um martelo e os movimentos de golpear são feitos pela
articulação do punho.
Um exame físico bem realizado pelo enfermeiro é uma arma – Percussão digito-digital: mais utilizada no nosso cotidiano.
importante na qualidade da assistência de enfermagem prestada. Trata-se do golpeamento com o dedo médio ou indicador da mão
dominante, que encontra-se espalmada e apoiada na região de
Técnicas Básicas para o Exame Físico: interesse. A mão dominante deve ficar em posição confortável e
1) Inspeção: é o processo de observação do paciente. Devemos apenas o dedo que irá percutir deverá ter posição de martelo. A
neste momento inspecionar nos segmentos corporais, a presença movimentação da mão deverá ocorrer apenas com a articulação do
de dismorfias, distúrbios no desenvolvimento, lesões cutâneas, se- punho. O cotovelo deve permanecer fixo e fletido a 90º e com o
creções e presença de cateteres e tubos ou outros dispositivos. É braço em semiabdução.
importante verificar o modo de andar, a postura, o contato visual e
a forma de comunicação verbal e corporal. Esses dados fornecem Possíveis sons:
“pistas” sobre o estado emocional e mental do paciente. Maciço: som que transmite a sensação de dureza e resistência,
em todas as regiões desprovidas de ar, como osso e fígado;
Tipos de inspeção: Submaciço: é uma variação do maciço, é a presença de ar em
Estática: com o paciente parado, observa-se os contornos ana- pequena quantidade que lhe confere essa característica peculiar;
tômicos; Timpânico: obtido em regiões que contêm ar, recobertas por
Dinâmica: pede-se para que o paciente faça alguns movimen- membrana flexível, como o estômago. A sensação obtida é de elas-
tos, observando com atenção e foco no segmento. ticidade;
O paciente deve ser inspecionado por inteiro. Recomenda-se o Hipertimpânico: obtido em regiões que contêm ar em grande
uso de luz natural e caso seja artificial, a branca é a mais recomen- quantidade, por exemplo, no abdome em caso de acúmulo de ga-
dada. Para a inspeção de cavidades, utiliza-se a lanterna clínica. ses;
Claro pulmonar: som obtido quando se percute uma área sobre
2) Palpação: é uma técnica utilizada para obtenção de dados os pulmões, quando estão normais, com presença de ar dentro dos
por meio do tato (parte mais superficial do corpo) e da pressão alvéolos.
(parte mais profunda do corpo). A palpação permite a identificação
de modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, Atenção:
volume e dureza. Permite a percepção de frêmito, flutuação, elas- Evite dar muitos golpes seguidos para confirmar o som, pois
ticidade e edema. podem interromper a onda vibratória e alterar o som emitido;
Em órgãos simétricos como os pulmões, é preciso realizar a
Tipos de palpação: percussão comparada.
Superficial: pressão em profundidade de 1 cm; Punho-percussão: com a mão fechada, golpeia-se com a borda
Profunda: pressão em profundidade de 4 cm. cubital (utilizada para verificar a sensação dolorosa nos rins);
Percussão com a borda das mãos: os dedos ficam estendidos
Variações da palpação: e unidos, golpeia-se a região desejada com a borda ulnar (utilizada
Palpação com a mão espalmada, usando-se toda a palma de para verificar a sensação dolorosa nos rins);
uma de ambas as mãos; Percussão por piparote: utilizada para pesquisa de ascite. Com
Palpação com uma das mãos sobrepondo-se à outra; uma das mãos, o examinador golpeia um lado abdome, enquanto a
Palpação com a mão espalmada, usando-se apenas as polpas outra mão, na região contralateral, capta ondas de líquidos que se
digitais e a parte ventral dos dedos; chocam com a parede abdominal.
Palpação usando-se o polegar e o indicador formando uma pin-
ça; 4) Ausculta: procedimento que possibilita ouvir sons produzi-
Palpação com o dorso dos dedos e das mãos, para avaliar tem- dos pelo corpo, que são inaudíveis sem o uso de instrumentos, por
peratura; isso utilizamos o estetoscópio para examinarmos os pulmões, cora-
Dígito-pressão: realizada com a polpa do polegar e do indica- ção, artérias e intestino.
dor, consiste na compressão de uma área com o objetivo de pesqui-
sar dor, detectar edema e/ou avaliar a circulação cutânea; Atenção:
Puntipressão: utiliza-se de um objeto pontiagudo, não cortante Para realizar a ausculta, faz-se necessário um ambiente sem
em um ponto do corpo para avaliar a sensibilidade dolorosa; ruídos externos
Fricção com algodão: com uma mecha, roçar de leve a pele, O estetoscópio deve ser colocado sobre a pele nua;
procurando verificar a sensibilidade tátil. Durante a ausculta devem ser observadas as características dos
3) Percussão: é a aplicação de pequenos golpes em determi- sons, como: intensidade, tom, duração e qualidade.
nada superfície do organismo, que emite vibrações específicas de Considerações finais:
acordo com a estrutura anatômica percutida, quanto à intensidade,
tonalidade e timbre.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quando o enfermeiro consegue realizar uma boa avaliação clí- Decúbito lateral esquerdo : o paciente fica deitado com o lado
nica, ele consegue reconhecer os diagnósticos de enfermagem, que esquerdo para baixo , pernas levemente fletidas , braço esquerdo
subsidiam as condutas de enfermagem e possibilita um trabalho em abdução , o lado direito para cima e o braço repousando sobre
interdependente, associando os cuidados com a equipe multidis- a face lateral da coxa
ciplinar.
Decúbito lateral direito : o paciente fica deitado com o lado di- Posição sentado: o paciente deve está sentado com as mãos re-
reito voltado para baixo , pernas levemente fletidas , braço direito pousando sobre as coxas .Exemplo : cirurgia demamoplastia , dreno
em abdução , o lado esquerdo para cima e o braço repousando so- d e tórax .
bre a face lateral da coxa. Exemplo : cirurgias re nais , massagens
na s costas .
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Ginecológica; colocar a paciente em decúbito dorsal; Joelhos Trendelemburg; o paciente é colocado em decúbito dorsal hori-
flexionados e bem separados, com os pés sobre a cama; Proteger zontal ,co m o corpo num campo inclinado , de forma que a cabeça
a paciente com lençol ate o momento do exame. Exemplo :( exa- fique mais baixa e m relação ao corpo .Exemplo : cirurgia da região
me vaginal, exame vulvo,lavagem vaginal,sondagem vesical, tricoto pélvica , estados de choque tromboflebites.
mia) .
- Litotomia; posição que se assemelha a ginecológica. Colocar o Ereta ou ortostática: o paciente fica e m pé com os pés um pou-
paciente em decúbito dorsal com a cabeça e os ombros ligeiramen- co afastados um do outro e o s membros superiores estendido s na-
te elevados. As coxas devem estar bem flexionadas sob o abdômen, turalmente junto ao corpo , o peso fica distribuído equitativamente
afastadas uma das outras e as pernas sob o abdômen Exemplo: ci- nos MMI I.
rurgia ou exames de períneo, reto , vagina e bexiga .
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
São EPI: óculos, gorros, máscaras, luvas, aventais impermeá- Importante informar e fornecer:
veis e sapatos fechados e, são EPC: caixas para material perfurocor- - Dias e horário de coleta da unidade
tante, placas ilustrativas, fitas antiderrapante, etc... . - Preparos necessários quanto à necessidade ou não de: jejum,
Os técnicos dos postos de coleta devem usar avental, luvas e dieta, abstinência sexual, atividade física, medicamentos.
outros EPI que devem ser removidos e quando passiveis de esteri- - Em casos de material colhido no domicilio a unidade deverá
lização, guardados em local apropriado antes de deixar a área de fornecer os frascos com identificação do material a ser colhido
trabalho. - Certificar-se de que o usuário entendeu a orientação e anexá-
Deve-se usar luvas de procedimentos, adequadas ao trabalho -la ao pedido de exame.
em todas as atividades que possam resultar em contato acidental
direto com sangue e materiais biológicos. Depois de usadas as luvas Fatores que podem influenciar nos resultados:
devem ser descartadas.
Jejum
Atenção: - Para a maioria dos exames um determinado tempo de jejum é
- Observar a integridade do material; quando alterada solicitar necessário e pode variar de acordo com o exame solicitado deven-
substituição. do - consultar o quadro: “Exames de sangue solicitados nas unida-
- Manter cabelos presos e unhas curtas. des de saúde sms”.
- Não usar adornos (pulseiras, anel, relógio, etc...). - Vale lembrar também, que o jejum prolongado (mais que 12
- Observar a obrigatoriedade da lavagem das mãos. horas para o adulto), pode levar à alterações nos exames, além de
ser prejudicial à saúde. Água pode ser tomada com moderação. O
Quando houver um acidente com material biológico envolven- excesso interfere nos exames de urina.
do face, olhos e mucosas deve-se lavar imediatamente todas as
partes atingidas com água corrente. Dieta: Alguns exames requerem a uma dieta especial antes da
coleta de amostra (ex: pesquisa de sangue oculto), caso contrário
Fases que envolvem a realização dos exames: os hábitos alimentares devem ser mantidos para que os resultados
Unidades de saúde: Fase pré - analítica do exame na unidade possam refletir o estado do paciente no dia-a-dia.
de saúde: Atividades Físicas: Não se deve praticar exercícios antes dos
- Requisição do exame exames, exceto quando prescrito. Eles alteram os resultados de
- Orientação e preparo para a coleta muitas provas laboratoriais, principalmente provas enzimáticas e
- Coleta bioquímicas. Por isso, recomenda-se repouso e o paciente deve fi-
- Identificação (Solicitar que o usuário realize a conferência dos car 15 minutos descansando antes da coleta.
seus dados): nome, idade, sexo). Medicamentos: A Associação Americana de Química Clínica,
- Preparação da amostra além de alguns outros pesquisadores brasileiros, mantém publi-
- Acondicionamento cações completas em relação às interferências de medicamentos
- Transporte sobre os exames. Por outro lado, alguns pacientes, não podem sus-
pender as medicações devido a patologias específicas.
Laboratório:
Fase pré-analítica do exame no laboratório: O médico deverá orientar sobre a possibilidade, ou não, de sus-
- Recepção pensão temporária do medicamento. O usuário NUNCA poderá in-
- Triagem terromper voluntariamente o uso de medicamentos. Informar sem-
- Preparação da Amostra pre na solicitação do exame ao laboratório todos os medicamentos
que o usuário fez uso nos 10 dias que antecederam a coleta.
Fase analítica do exame no laboratório:
- Análise da Amostra Fumo: Orientar o usuário a não fumar no dia da coleta. O ta-
bagismo crônico altera vários exames como: leucócitos no sangue,
Fase pós - analítica do exame no laboratório: lipoproteínas, atividades de várias enzimas, hormônios, vitaminas,
- Conferência marcadores tumorais e metais pesados.
- Emissão e Remessa de Laudo Bebida Alcoólica: Recomenda-se não ingerir bebidas alcoólicas
Unidades de Saúde: durante pelo menos 3 (três) dias antes dos exames. O álcool, entre
outras alterações, afeta os teores de enzimas hepáticas, testes de
Fase pós - analítica do exame na unidade de saúde: coagulação, lipídios e outros.
- Recepção dos Resultados Data da menstruação ou tempo de gestação: Devem ser infor-
- Conferência mados na solicitação de exames ao laboratório, pois, dependen-
- Arquivamento dos Laudos do da fase do ciclo menstrual ou da gestação ocorrem variações
fisiológicas que alteram a concentração de várias substâncias no
Orientações ao usuário quanto ao preparo e realização do exa- organismo, como os hormônios e algumas proteínas séricas. Para a
me: É importante esclarecer com instruções simples e definidas, as coleta de urina o ideal é realizá-la fora do período menstrual, mas
recomendações gerais para o preparo dos usuários para a coleta de se for urgente, a urina poderá ser colhida, adotando-se dois cuida-
exames laboratoriais, a fim de evitar o mascaramento de resulta- dos: assepsia na hora do exame e o uso de tampão vaginal para o
dos laboratoriais. sangue menstrual não se misturar à urina.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Relações Sexuais: Para alguns exames como, por exemplo, es- Procedimento de coleta:
permograma e PSA, há necessidade de determinados dias de absti- - Conferir o nome do usuário com a requisição do exame.
nência sexual. Para outros exames, até mesmo urina, recomenda- - Indagar sobre o preparo seguido pelo usuário (jejum, dieta e
-se 24 horas de abstinência sexual. medicação).
- Separar o material para a coleta conforme solicitação, quanto
Ansiedade e Stress: O paciente deverá relaxar antes da realiza- ao tipo de tubo e volume necessário.
ção do exame. O stress afeta não só a secreção de hormônio adre- - Os insumos para coleta deverão estar disponibilizados de for-
nal como de outros componentes do nosso organismo. A ansiedade ma organizada, em cada Box, no momento da coleta.
conduz à distúrbios no equilíbrio ácido-básico, aumenta o lactato - Preencher as etiquetas de identificação do material com
sérico e os ácidos gordurosos plasmáticos livres, entre outras subs- nome, nº do registro, no Com os tubos todos identificados, proce-
tâncias. der à coleta propriamente dita (os tubos com aditivos tipo gel ou
anticoagulantes, devem ser homogeneizados por inversão de 5 a
Observações Importantes: 8 vezes).
- Quando possível as amostras devem ser coletadas entre 7 e 9 - Profissional responsável pela coleta deve assinar o pedido e
horas da manhã, pois a concentração plasmática de várias substân- colocar a data da coleta.
cias tendem a flutuar no decorrer do dia. Por esta razão, os valores
de intervalos de referência, são normalmente obtidos entre estes Conferência das amostras colhidas: Reservar os 15 minutos fi-
horários. O ritmo biológico também pode ser influenciado pelo rit- nais do período da coleta para verificar se as amostras estão bem
mo individual, no que diz respeito à alimentação, exercícios e horas tampadas e estão corretamente identificadas. Conferir os pedidos
de sono. com os frascos. Realizar este procedimento sempre paramentado.
Preencher a folha de controle (ou planilha de encaminhamen-
- No monitoramento dos medicamentos considerar o pico an- to) em duas vias: Relacionar na planilha os nomes de todos os usuá-
tes a administração do medicamento e o estágio da fase constante rios atendidos, o nº do registro e os exames solicitados. Não esque-
depois da próxima dose. cer de preencher a data da coleta e o nome da unidade. Uma via é
- Sempre anotar da coleta no pedido o exato momento. encaminhada ao laboratório acompanhando o material, os pedidos
e a outra via fica na unidade para controle do retorno dos resulta-
A coleta da amostra feita no momento errado é pior do que a dos e relatório estatístico.
não coleta. Acondicionamento do material nas caixas de transporte:
Rotina do setor de coleta de exames laboratoriais: É importan- - A unidade deverá manter, no mínimo 2 jogos de caixas para
te a padronização de uma rotina para a coleta dos exames labo- transporte para facilitar a higienização e trocas.
ratoriais, devendo todos os profissionais envolvidos no processo - Um jogo de caixa de transporte = 1 cx para transportar sangue
estar cientes da rotina estabelecida. Basicamente os funcionários e 1 cx para transportar fezes/urina/escarro.
da coleta devem estar orientados para: - Colocar os tubos nas grades seguindo a ordem de coleta e
- Atender os usuários com cortesia. organizar as requisições também seguindo o mesmo critério, para
- Manter o box de atendimento dos pacientes sempre em or- facilitar a conferência.
dem. - Verificar se os frascos de urina, fezes e escarro estão com a
- Manter todos os materiais necessários para o atendimento de tampa de rosca bem fechada.
forma organizada. - Colocar o sangue em caixas de transporte separadas, dos po-
- Trajar-se convenientemente (sem adornos pendurados e usar tes de urina/fezes/escarro.
sapato), atendendo às normas de biossegurança. - Certificar-se de que o material não tombará durante o trans-
- Usar luvas e avental durante todo o processo de coleta. porte (colocar calço ou fixar com fita adesiva).
- Todas as solicitações de exames devem ser devidamente
Requisição de exame: Existem impressos próprios (anexá-los) acondicionadas em envelope plástico com a identificação da unida-
que são definidos conforme o tipo de exame solicitado. O impresso de e fixadas na parte externa da caixa.
deverá estar totalmente preenchido com letra legível: - Realizar os procedimentos acima sempre paramentados.
- Nome da unidade solicitante;
- Nome do usuário; Acondicionamento e transporte de material biológico
- Nº prontuário; Objetivo: Garantir o acondicionamento, conservação e trans-
- Idade: muitos valores de referência variam conforme a idade; porte do material até a recepção pelo laboratório executor dos
- Sexo: muitos valores de referência variam conforme o sexo; exames. As amostras de sangue deverão ser acondicionadas em
- Indicação clínica; recipientes rígidos, constituídos de materiais apropriados para tal
- Medicamentos em uso; finalidade, dotados de dispositivos pouco flexíveis e impermeáveis
- Data da última menstruação (DUM), quando for o caso; para fechamento sob pressão. O acondicionamento do material co-
- Assinatura e carimbo do solicitante; letado deverá ser tecnicamente apropriado, segundo a natureza de
- Nome do responsável pela coleta; cada material a ser transportado, de forma a impedir a exposição
dos profissionais da saúde, assim como dos profissionais da frota
A informação é fundamental para garantir a qualidade do re- que transportam o material.
sultado laboratorial. Devem ser utilizadas para fins de análise de - Estantes e grades são recipientes de suporte utilizados para
consistência do resultado laboratorial, e portanto, necessitam ser acondicionar tubos e frascos coletores contendo amostras bioló-
repassadas aos responsáveis pelas fases analítica e pós-analítica. gicas; deverão ser rígidas e resistentes, não quebráveis, que per-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
localização, as veias podem ser superficiais ou profundas. As veias - No ato da punção, com o indicador ou polegar de uma das
superficiais são subcutâneas e com frequência visível por transpa- mãos esticar a pele do paciente firmando a veia escolhida e com
rência da pele, sendo mais calibrosas nos membros. Devido à sua o sistema agulha-adaptador na outra mão, puncionar a veia com
situação subcutânea permitir visualização ou sensação táctil, são precisão e rapidez (movimento único);
nessas veias que se fazem normalmente à coleta de sangue. - O sistema agulha-adaptador deve estar em um ângulo de co-
As veias mais usuais para a coleta de sangue são: Veia Cefálica leta de 15º em relação ao braço do paciente;
/ Veia mediana cubital / Veia mediana cefálica / Veia longitudinal - Segurando firmemente o sistema agulha adaptador com
(ou antebraquial) / Veia mediana basílica / Veia do dorso da mão / uma das mãos, com a outra pegar o tubo de coleta a ser utilizado
Veia marginal da mão / Veia basílica e conectá-lo ao adaptador.Sempre que possível, a mão que estiver
puncionando deverá controlar o sistema, pois durante a coleta, a
Escolher uma região de punção envolve algumas considera- mudança de mão poderá provocar alteração indevida na posição
ções: da agulha;
- Selecionar uma veia que é facilmente palpável; - Com o tubo de coleta dentro do adaptador, pressione-o com
- Não selecionar um local no braço ao lado de uma mastecto- o polegar, até que a tampa tenha sido penetrada. Sempre manter
mia; o tubo pressionado pelo polegar assegurando um ótimo preenchi-
- Não selecionar um local no braço onde o paciente foi subme- mento;
tido a uma infusão intravenosa; - Tão logo o sangue flua para dentro do tubo coletor, o garrote
- Não selecionar um local com hematoma, edema ou contusão; deve ser retirado. Porém, se a veia for muito fina o garrote poderá
- Não selecionar um local com múltiplas punções. ser mantido;
- Quando o tubo estiver cheio e o fluxo sanguíneo cessar, re-
Tente isto, se tiver dificuldade em localizar uma veia: mova-o do adaptador trocando-o pelo seguinte;
- Recomenda-se utilizar uma bolsa de água quente por mais ou - Acoplar o tubo subsequente em ordem específica a cada um
menos cinco minutos sobre o local da punção e em seguida garro- dos exames solicitados, sempre seguindo a sequência correta de
tear; coleta;
- Nos casos mais complicados, colocar o paciente deitado com - À medida que forem preenchidos os tubos, homogeneizá-los
o braço acomodado ao lado do corpo e garrotear com o esfigmo- gentilmente por inversão (4 a 6 vezes); Nota: Agitar vigorosamente
manômetro (em P.A. média) por um minuto. pode causar espuma ou hemólise; Não homogeneizar ou homoge-
- Nunca aplicar tapinhas no local a ser puncionado, principal- neizar insuficientemente os tubos de Sorologia pode resultar em
mente em idosos, pois se forem portadores de ateroma poderá uma demora na coagulação; Nos tubos com anticoagulante, homo-
haver deslocamentos das placas acarretando sérias consequências. geneização inadequada pode resultar em agregação plaquetária e/
ou microcoágulos.
Técnica para coleta de sangue a vácuo: Antes de iniciar uma ve- - Tão logo termine a coleta do último tubo retirar à agulha;
nipunção, certificar-se de que o material abaixo será de fácil acesso: - Com uma mecha de algodão exercer pressão sobre o local da
- Tubos necessários à coleta; punção, sem dobrar o braço, até parar de sangrar;
- Etiqueta para identificação do paciente; - Uma vez estancado o sangramento aplicar uma bandagem;
- Luvas; - A agulha deve ser descartada em recipiente próprio para ma-
- Swabs ou mecha de algodão embebida em álcool etílico a teriais infecto contaminantes;
70%;
- Gaze seca e estéril; Coleta de Sangue Infantil
- Agulhas múltiplas; Sala de espera: A sala de espera é um local próprio para que o
- Adaptador para coleta a vácuo; paciente repouse, mantendo sua fisiologia estável, enquanto aguar-
- Garrote; da ser chamado para o procedimento de coleta. Por essa razão, é
- Bandagem, esparadrapo; conveniente que a criança tenha um ambiente próprio de espera,
- Descartador de agulhas. ou seja, sala de espera infantil. Um ambiente agradável com algum
tipo de entretenimento (televisão, revistas, brinquedos) pode ser
Após o material estar preparado, iniciar a venipunção: providenciado, quando possível, de forma que a criança desvie a
- Verificar quais os exames a serem realizados; atenção da situação que a levou até lá.
- Lavar e secar as mãos;
- Calçar luvas; Coleta em criança: A coleta de sangue em criança e neonato é
- Fazer antissepsia do local da punção; Primeiro, do centro do frequentemente problemática e difícil, para o coletador, acompa-
local de perfuração para fora, em sentido espiral; e após, de baixo nhante e criança. No momento em que a criança é convocada para
para cima, forçando uma vascularização local; o procedimento de coleta, deve-se orientar o acompanhante das
- Nunca toque o local da punção após antissepsia, exceto com situações que podem ocorrer:
luvas estéreis. - A criança pode se debater e ter que ser contida;
- Conectá-la ao adaptador. Estar certo de que a agulha esteja - A maioria das crianças choram muito;
firme para assegurar que não Solte durante o uso Remover a capa - Em casos de crianças rebeldes e/ou de veias difíceis, há pro-
superior da agulha múltipla, mantendo o bisel voltado para cima; babilidade de se ter que fazer mais de uma punção;
- Colocar o garrote; - Probabilidade do retorno para uma segunda coleta por neces-
- O sistema agulha-adaptador deve ser apoiado na palma da sidade técnica ou diagnóstica.
mão e seguro firmemente entre o indicador e o polegar;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A criança deve ser preparada psicologicamente para a coleta, Dificuldades na Coleta: Algumas dificuldades podem surgir pela
cabendo ao coletador conseguir a confiança da criança. Isto pode inexperiência do uso do sistema a vácuo, sendo a mais frequente
ser obtido observando o comportamento da criança na sala de es- a falta de fluxo sanguíneo para dentro do tubo. Possíveis causas:
pera, verificando se ela traz algum brinquedo ou livro de estórias, e - A punção foi muito profunda e transfixou a veia. Solução: re-
qual o nível de relacionamento com o acompanhante. Caso a crian- trair a agulha.
ça traga algum brinquedo, este deve ser mantido com ela sempre - A agulha se localizou ao lado da veia, sem atingir a luz do vaso.
que possível, mas sem que haja comprometimento da coleta. Sem- Solução: apalpar a veia, localizar sua trajetória e corrigir o posicio-
pre que possível evitar que a criança assista a punção. namento da agulha, aprofundando-a.
- Aderência do bisel na parede interna da veia. Solução: des-
O posicionamento de coleta para crianças maiores do que um conectar o tubo, girar suavemente o adaptador, liberando o bisel
ano dependerá muito do nível de entendimento que elas possam e reiniciar a coleta.
ter. Como regra básica sugere-se: - Colabamento da veia. Solução: diminuir a pressão do garrote.
- Neonatos e bebês devem ser colocados deitados em maca
própria, solicitando a ajuda de outro profissional para garantir Outras situações podem ser criadas no momento da coleta, di-
que a coleta aconteça sem dificuldades. Não é aconselhável que ficultando-a:
o acompanhante participe da coleta, pois o mesmo esta envolvido - Agulha de calibre incompatível com a veia.
psicologicamente com a criança. O auxiliar deve posicionar-se na - Estase venosa devido a garroteamento prolongado.
cabeceira da maca no mesmo lado que o coletador, ficando um de - Bisel voltado para baixo.
frente para o outro. Com uma das mãos conter o braço da criança Microcoleta de sangue capilar e venoso para neonatos e bebês
segurando-a próximo ao pulso e com a outra próximo ao garrote,
apoiando o antebraço no peito ou ombro da criança. O coletador A microcoleta é um processo de escolha para obtenção de san-
de frente para o auxiliar faz a venipunção seguindo os mesmos pas- gue venoso ou periférico, especialmente em pacientes pediátricos,
sos utilizados para a punção em adulto; quando o volume a ser coletado é menor que o obtido através de
- Crianças maiores, de forma geral, colaboram para que possa tubos a vácuo convencionais. O sangue obtido de punção capilar é
fazer uma venipunção sentada. Existem duas maneiras confortá- composto por uma mistura de sangue de arteríola e vênulas além
veis de se posicionar uma criança. de fluidos intercelular e intersticial. O sangue capilar pode ser assim
Uma delas é colocar a criança de lado, no colo do acompa- obtido: punção digital - através de perfuração com lanceta na face
nhante, ficando de lado para o coletador. Um dos braços da crian- palmar interna da falange distal do dedo médio.
ça ficará abraçando o acompanhante e o outro posicionado para Punção de calcanhar - através de perfuração com lanceta na
o coletador. Dessa forma, o acompanhante desviará a atenção da face lateral plantar do calcanhar. Há uma relação linear entre o vo-
criança para si segurando o rosto da mesma com uma das mãos. O lume de sangue coletado e a profundidade da perfuração no local
auxiliar ficará posicionado ao lado do coletador onde com uma das da punção. Portanto, a lanceta, deverá ser selecionada de acordo
mãos segurará o braço da criança próximo ao garrote e com a outra com o local a ser puncionado e a quantidade de sangue necessá-
mão próximo ao pulso. O coletador de frente para a criança faz a ria. Em neonatos e bebês, a profundidade da incisão é crítica, não
venipunção seguindo os mesmos passos utilizados para a punção devendo ultrapassar 2.4 mm., caso contrário, haverá a possibilida-
em adulto; de de causar sérias lesões no osso calcâneo e falange. Isto pode
A outra, é colocar a criança no colo do acompanhante, de fren- ser evitado usando lancetas de aproximadamente 2 - 2.25 mm. de
te para ele com as pernas abertas e entrelaçadas a seu corpo, na profundidade, com disparo semiautomático com dispositivo de se-
altura da cintura. O acompanhante estará abraçado a criança e de gurança;
costas ou de lado para o coletador. O braço da criança ficará es-
tendido na direção do coletador sob o braço do acompanhante. O Utilização do Método Microcoleta: A coleta de sangue em be-
auxiliar ficará posicionado ao lado do coletador onde com uma das bês e neonatos é frequentemente problemática e difícil, necessi-
mãos segurará o braço da criança próximo ao garrote e com a outra tando um profissional experiente e capacitado. O sistema de mi-
mão próximo ao pulso. O coletador de frente para a criança faz a crocoleta facilita muito o trabalho, contribuindo para que a coleta
venipunção seguindo os mesmos passos utilizados para a punção possa ser mais fácil, segura e eficiente. Dessa forma é possível co-
em adulto letar sangue capilar e venoso. Desde que o método tradicional para
a coleta de sangue a vácuo não seja possível em neonatos e bebês
Cuidados Básicos com o Paciente após a Coleta deve-se recorrer ao sistema de microcoleta. A microcoleta pode ser
- Pacientes idosos ou em uso de anticoagulantes, devem man- realizada de várias formas:
ter pressão sobre o local de punção por cerca de 3 minutos ou até - amostra capilar com microtubos e funil;
parar o sangramento. - amostra capilar com microtubos e tubo capilar;
- Orientar para não carregar peso imediatamente após a co- - amostra venosa com escalpe (butterfly);
leta. - amostra venosa com cânula-Luer.
- Observar se não está usando relógio, pulseira ou mesmo ves-
timenta que possa estar garroteando o braço puncionado. A Técnica para microcoleta de sangue capilar: Antes de iniciar
- Orientar para não massagear o local da punção enquanto uma microcoleta, certificar-se de que o material abaixo será de fácil
pressiona o local. acesso:
- A compressão do local de punção é de responsabilidade do - Microtubos necessários à coleta;
coletor. Se não puder executá-lo, deverá estar atento à maneira do - Etiquetas para identificação do paciente;
paciente fazê-lo. - Luvas;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- Swabs de algodão embebida em álcool etílico a 70%; Técnica para microcoleta de sangue venoso: Os locais de pun-
- Gaze seca e estéril; ção em bebês e neonatos, geralmente são as veias na cabeça, dorso
- Lancetas; das mãos e dos pés, e do braço. A área escolhida para ser punciona-
- Bandagem, esparadrapo; da deve ser mantida imobilizada onde a visualização da veia pode
- Descartador de material perfurocortante. ser melhorada aplicando um garroteamento por poucos segundos
e/ou aquecendo ou friccionando a área.
Antes de iniciar a punção: - Antes de iniciar a punção: acoplar o microtubo ao tubo car-
- Acoplar o microtubo ao tubo carregador ou de transporte. regador ou de transporte. Introduzir o funil através da tampa de
- Manter o microtubo conectado ao tubo carregador numa es- borracha.
tante de sustentação. - Puncionar a veia utilizando um butterfly ou cânula luer.
- Introduzir o funil ou tubo capilar através da tampa de borra- - Deixar que o sangue goteje para dentro do microtubo até
cha. completar o volume.
- Remova a cânula ou butterfly, retire o funil e descarte todo o
Após o material estar preparado, iniciar a punção: material utilizado na coleta no descartador apropriado.
- Verificar quais os exames a serem realizados; - Inverter os microtubos de 4-6 vezes, para uma homogeneiza-
- Aquecer a falange distal ou o calcanhar a ser puncionado ção perfeita.
usando uma bolsa de água-quente ou friccionando o local da pun-
ção para estimular a vascularização; Como coletar Urina ( amostra ocasional): Procedimento Básico.
- Lavar e secar as mãos; Utilizar o kit fornecido pelo laboratório gratuitamente com instru-
- Calçar luvas; ções específicas.- Fazer uma higiene íntima rigorosa em sua casa,
- Fazer antissepsia do local com algodão embebido em álcool usando sabonete e água; enxaguar bem com água abundante e
etílico a 70%; secar bem com uma toalha limpa.- Coletar a primeira urina da ma-
- Secar o local da punção com uma gaze estéril; nhã ou 2 horas após a última micção.- Desprezar o primeiro jato da
- Selecionar a lanceta; urina no vaso sanitário, coletar no copo descartável o jato do meio,
- Segurar firmemente o neonato ou bebê, para evitar movi- mais ou menos ( até a metade do copo) desprezando o restante da
mentos imprevistos. micção no vaso sanitário.- Imediatamente, passar a urina do copo
Punção digital: Posicionar o dedo e introduzir a lanceta de for- para o tubo, até preencher totalmente, fechar e muito bem e iden-
ma perpendicular na face lateral interna da falange. tificar com seu nome completo e ou etiquetar com etiqueta própria
do laboratório.
Punção no calcanhar: Posicionar o calcanhar entre o polegar e
o indicador e introduzir a lanceta de forma perpendicular na face Cuidados para realizar a coleta de Urina: Jejum: não é necessá-
lateral interna ou externa do calcanhar, evitando a região central. rio. Retenção Urinária: pode ser a primeira da manhã ou o tempo
A punção deve ser feita perpendicularmente à superfície da pele e mínimo de 2 horas de retenção. Evite a ingestão excessiva de líqui-
não de outra forma, pois poderá causar inflamações. dos. Para crianças muito pequenas: usar coletor infantil fornecido
pelo laboratório coleta realizada de acordo com o laboratório.
- Desprezar a primeira gota, por conter maior quantidade de
fluidos celulares do que sangue. Colher a amostra a partir da se- Tipos de exames de Urina: Exame de Urina tipo I de material
gunda gota. Nem sempre os neonatos sangram imediatamente; se enviado (o procedimento básico de urina deverá ser realizado no
a gota de sangue não fluir livremente, efetuar uma massagem leve laboratório de acordo com a solicitação médica). Realizar o proce-
para se obter uma gota bem redonda (esta massagem no local da dimento básico de coleta em sua própria residência. Encaminhar
punção não deve ser firme e nem causar pressão, pois pode ocorrer ao laboratório até 2 horas após a coleta. Exame de Urina tipo I com
contaminação). assepsia- Cultura de Urina. O procedimento básico de coleta de Uri-
- As gotas de sangue são captadas pelo funil ou tubo-capilar; na deverá ser realizado no laboratório, de acordo com a solicitação
- Quando o microtubo estiver com o seu volume completo, tro- médica.
que-o pelo subsequente, na sequência correta de coleta. Atenção:
ao coletar amostras com capilar, o tubo de EDTA sempre deve ser Crianças muito pequenas: A coleta pode ser realizada no labo-
o primeiro e em seguida o de sorologia (Esta sequência é oposta ao ratório, onde haverá troca de coletores e assepsia a cada 30 minu-
da coleta tradicional para sangue venoso, mas minimiza o efeito de tos, realizada pela Equipe. Ou pode trazer a Urina colhida em casa,
influência da coagulação nos resultados de análise). em coletores fornecidos pelos laboratórios. Mas deve-se fazer uma
- Após a coleta do último microtubo, o funil ou tubo-capilar higiene intima rigorosa na criança, antes de colocar o coletor.
deve ser removido e descartado. Agora o microtubo pode ser gen-
tilmente homogeneizado. Nota: Agitar vigorosamente pode causar Como coletar Fezes: Procedimento básico.
espuma e hemólise. Nos microtubos com anticoagulante, homoge- - Utilizar o kit fornecido pelo laboratório com instruções espe-
neização inadequada pode resultar em agregação plaquetária e/ou cíficas.
microcoágulos. - Colher fezes em recipiente limpo de boca larga, tomando
- Após a coleta, pressionar o local da punção com gaze seca cuidado de não contaminar as fezes com a urina ou água do vaso
estéril até parar o sangramento. sanitário.
- Descartar todo o material utilizado na coleta nos descartado-
res apropriados.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Usando uma pazinha, colher uma porção de fezes do tamanho ção os dados obtidos através da anamnese e exame físico, sabendo
de uma noz e colocar no frasco coletor. Se for observado presença exatamente o que pretende-se obter e conhecendo corretamente
de muco ou sangue, colher também esta porção “feia” das fezes, o valor e limitações do exame solicitado.
sendo muito importante para análise. Tampar bem o frasco e iden-
tificar com seu nome completo e encaminhar ao laboratório. Exames de Imagem
Radiografia: É de uso comum em todas as especialidades e de
Tipos de exames de Fezes uso frequente em odontologia. Para avaliação de lesões bucais é
Exame parasitológico simples: Pode ser colhida em qualquer principalmente utilizada quando afetam tecido ósseo, principal-
horário do dia. Enviar ao laboratório em até 2 horas após a coleta, mente maxila e mandíbula. Em determinadas situações, a radiogra-
se em temperatura ambiente, caso não seja possível, conservá-la fia será conclusiva, como na detecção de corpos estranhos, dentes
em geladeira no máximo 14 horas até a entrega ao laboratório. retidos, anedotas parciais, fraturas radiculares e anomalias de po-
Exame parasitológico com conservante: Paciente irá receber sição.
um kit contendo 3 frascos coletores (2 com líquido conservante e 1 Sialografia: É o exame radiográfico das glândulas salivares
sem conservante). Seguir o procedimento básico de coleta de fezes maiores após a injeção de substância como meio de contraste, re-
porém a coleta deverá ser realizada em dias alternados, pelo menos velando detalhadamente o seu sistema excretor. É usada no estudo
1 dia de intervalo entre as coletas. Coletar uma amostra em cada anatômico e funcional das glândulas parótidas e submandibulares
frasco, fechar e agitar para dissolver as fezes no líquido. Conservar com suspeita de anomalias como síndrome de Sjögren, sialoadeni-
em geladeira a medida em que forem sendo coletadas. A última tes crônicas e tumores.
amostra deve ser colocada no frasco sem conservante. Tampar
bem, identificar com nome completo e encaminhar ao laboratório. Ultrassonografia: A ultrassonografia (US) ou ecografia é um
Encaminhar ao laboratório em até 2 horas após a última coleta, se método exclusivamente anatômico, propiciando a realização da
em temperatura ambiente, ou no máximo 14 horas se refrigerada. “macroscópica patológica” in vivo através de vibrações de alta
Exame parasitológico seriado: Você vai receber 3 frascos cole- frequência 7-10MHz que se refletem nas interfaces de tecidos de
tores sem conservante. Seguir o procedimento básico de coleta de diferentes densidades. Nas intensidades utilizadas para fins diag-
fezes. Colher as fezes em dias alternados. A cada coleta encaminhar nósticos não produz alterações nos tecidos que atravessa. A ultras-
a amostra ao laboratório em até 2 horas em temperatura ambiente sonografia é utilizada principalmente nas patologias das glândulas
ou no máximo 14 horas se refrigerada. tireoide e paratireoide, glândulas salivares e massas cervicais.
Cultura de Fezes: Seguir o procedimento básico de coleta de Tomografia Computadorizada: A tomografia computadorizada
fezes. Após a coleta, encaminhar ao laboratório em até 3 horas, (TC) foi descoberta em 1972 na Inglaterra por Godfrey Hounsfield
se em temperatura ambiente ou em até 6 horas se refrigerada. e James Ambrose. O aparelho de TC consiste basicamente de um
Caso esteja usando antibióticos, esperar 7 dias após o término do tubo de raios X que emite raios em intervalos, enquanto roda 180o
medicamento para colher as fezes. Caso seja necessário o uso de em torno da cabeça do paciente. A grande vantagem da TC sobre os
laxantes, são permitidos apenas os à base de sulfato de magnésio. outros métodos radiográficos é que num mesmo estudo avalia as
Consulte seu médico. estruturas ósseas e os componentes de partes moles, usando dose
de irradiação menor para o paciente do que uma planigrafia linear
Crianças muito pequenas: Não utilizar as fezes da fralda quando ou multidirecional.
estiverem diarreicas ou líquidas, solicitar coletores infantis forneci-
dos. No caso de fezes consistentes, encaminhar condicionalmente Ressonância Nuclear Magnética: É considerada com um dos
para o responsável do setor analisar se a quantidade é suficiente. maiores avanços da medicina em matéria de diagnóstico por ima-
Encaminhar ao laboratório em até 3 horas se em temperatura am- gem neste século. Seus princípios são bastante complexos e envol-
biente ou em até 6 horas se refrigerada. vem conhecimentos nas mais diversas áreas das ciências exatas. A
grande vantagem da RNM está segurança, já que não usa radia-
Coleta para pesquisa de sangue oculto: Fazer dieta prévia de 3 ção ionizante. Os prótons dos tecidos são submetidos a um campo
dias e no dia da coleta do material; Dieta deve ser com exclusão de: magnético e tendem a alinharem-se contra ou a favor desse campo.
Carne (vermelha e branca); Vegetais (rabanete, nabo, couve-flor, O Contraste da imagem em RNM é baseado nas diferenças de sinal
brócolis e beterraba);Leguminosas (soja, feijão, ervilha, lentilha, entre distintas áreas ou estruturas que comporão a imagem.
grão-de-bico e milho); Azeitona, amendoim, nozes, avelã e casta- A RNM tem a capacidade de mostrar características dos dife-
nha; Não usar medicamentos irritantes da mucosa gástrica (Aspiri- rentes tecidos do corpo com um contraste superior a Tomografia
na, anti-inflamatórios, corticoides...). Se utilizar, informar ao Labo- Computadorizada (TC) na resolução de tecidos ou partes moles.
ratório no momento da entrega do material; Evitar sangramento Apesar de grande aplicabilidade a RNM tem algumas desvantagens.
gengival (com escova de dente, palito...). Por utilizar campos magnéticos de altíssima magnitude, é poten-
Se ocorrer, informar ao Laboratório no momento da entrega cialmente perigosa para aqueles pacientes que possuem implantes
do material. Manter refrigerado por no máximo 14 horas. metálicos em seus organismos, sejam marcapassos, pinos ósseos
Os exames complementares fornecem informações necessá- de sustentação, clips vasculares e etc. Esses pacientes devem ser
rias para a realização do diagnóstico de uma determinada alteração minuciosamente interrogados e advertidos dos riscos de aproxima-
ou doença. Vale ressaltar que a realização ou solicitação de um exa- rem-se de um magnético e apenas alguns casos, com muita obser-
me complementar devem ser direcionar levando-se em considera- vação, podem ser permitidos. Outra desvantagem está na pouca
definição de imagem que a RNM tem de tecidos ósseos normais, se
comparada à TC, pois esses emitem pouco sinal.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A citologia esfoliativa da mucosa bucal não teve um desenvol- Biópsia incisional com uso de punch: O punch é um instrumen-
vimento acentuado, talvez em decorrência do número de resulta- to cilíndrico oco, de extremidade afiada, biselada, com vários diâ-
dos falsos negativos que podem ocorrer, principalmente pela de- metros, sendo os mais utilizados de 4,5 e 6 mm. A outra extremi-
ficiência, na coleta do material e de citopatologistas experientes. dade é o cabo que irá auxiliar a pressão e a rotação do instrumento
Considera-se que a citologia esfoliativa não é um método que sobre o tecido a ser biopsiado. A peça em forma cilíndrica é libera-
propicie o diagnóstico definitivo de uma lesão mas, é de grande va- da seccionando-se com um tesoura e tracionando-a com auxílio de
lia para orientação diagnóstica, o que equivale a afirmar que deve uma pinça “dente de rato”. Os espécimes são de muita boa qualida-
ser feita, mas nunca em detrimento da análise histopatológica. de, não macerados, facilitando o trabalho do patologista.
Biópsia: É um procedimento cirúrgico simples, rápido e seguro, Biópsia incisional com uso de saca-bocados: Os saca-bocados
em que parte da lesão ou toda a lesão de tecido mole ou ósseo são pinças com parte ativa em ângulo e com a ponta em forma de
é removida, para estudo de suas características microscópicas. A concha que ao ser fechada corta o fragmento de tecido. Por ma-
biópsia permite fazer uma correlação entre os achados clínicos e cerarem demasiadamente os tecidos, esses instrumentos são em-
histopatológicos determinando, na grande maioria dos casos, o pregados com muita raridade. São utilizados em lesões de difícil
diagnóstico definitivo. acesso, especialmente na borda lateral posterior da língua e na
orofaringe.
Indicações Complicações das biópsias. Variam de acordo com localização,
- toda lesão cuja história e características clínicas não permi- tamanho e relação destas com órgãos vizinhos. As complicações
tam elaboração do diagnóstico e que não apresente evidência de mais frequentes são: hemorragias, infecções e má cicatrização.
cura dentro de um período não superior a duas semanas; Principais causas de erros e falhas das biópsias:
- em tecidos retirados cirurgicamente, quando ainda não se - falta de representatividade do material colhido;
tem um diagnóstico prévio; - manipulação inadequada da peça;
- lesões intraósseas que não possam ser positivamente identi- - fixação inadequada;
ficadas através de exames de imagem. - introdução de anestésico sobre a lesão;
Contraindicações - uso de substâncias antissépticas corantes;
- tumores encapsulados (para não provocar difusão para teci- - informações deficientes;
dos vizinhos). Ex: Adenoma pleomórfico em glândula parótida; - troca de material pelo clínico ou pelo laboratório
- em lesões angiomatosas (Ex. hemangioma), a indicação de
biópsia deve ser criteriosa e quando realizada deve seguir normas
de segurança evitando complicações, principalmente hemorragia.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Biópsia Aspirativa com Agulha Fina: É um método utilizado - Discutir o emprego de exames hematológicos e de urina no
para análise citológica de material obtido através da aspiração por diagnóstico de lesões de interesse odontológico.
agulha fina. Exige preparação para a realização do procedimento e - Discutir o emprego de outros exames laboratoriais solicitados
principalmente para a interpretação do material colhido. A coleta pelo C.D. no diagnóstico de lesões bucais.
do material é realizada a nível ambulatorial dispensando a inter- - Conceituar citologia esfoliativa.
nação do paciente, com o mínimo de desconforto e sem a neces- - Descrever as vantagens e limitações da C.E.
sidade de anestesia em lesões superficiais. Em lesões profundas - Citar as indicações de C.E.
pode ser realizada anestesia somente na área onde a agulha será - Comentar as contraindicações da C.E.
introduzida. A principal indicação é para diferenciar tumores be- - Descrever a técnica empregada para obtenção da amostra
nignos de malignos. No entanto, em várias situações o diagnóstico tecidual na C.E.
final pode ser estabelecido. De acordo com estudos estatísticos, a - Demonstrar conhecimento do código de classificação de es-
punção é concordante com o diagnóstico final em 85 a 100% das fregaço de C.E.
histologias, sendo utilizada em alguns casos como único recurso - Conceituar biópsias.
diagnóstico para planejamento do tratamento. - Classificar biópsias.
A punção pode ser utilizada em praticamente todas as regiões - Explicar as indicações e contraindicações da biópsia.
do corpo. Entretanto, tem maior indicação em locais de difícil aces- - Descrever os tipos de biópsias empregados no diagnóstico de
so, onde a biópsia convencional provocaria maior dificuldade para lesões bucais.
realização. A tireoide e a mama são os dois principais órgãos que - Descrever a sequência da biópsia para a obtenção de amostra
mais são investigados pela técnica da punção aspirativa, pois fre- tecidual.
quentemente apresentam tumorações com aumento de volume. - Demonstrar conhecimentos no emprego das biópsias incisio-
Na região de cabeça e pescoço, além da tireoide, é utilizada princi- nais dos tipos punch e saca- bocados.
palmente em massas cervicais e glândulas salivares maiores.. - Demonstrar conhecimentos no emprego de biópsias do tipo
Em algumas situações, lesões pequenas não palpáveis, são ob- excisional.
servadas apenas através de exames de imagem como ultrassono- - Descrever as principais causas de erros e falhas de biópsias.
grafia, mamografia e tomografia computadorizada. - Conceituar biópsia aspirativa por agulha fina.
Nestes casos, a biópsia aspirativa dirigida por ultrassom ou to- - Descrever as indicações da biópsia aspirativa por agulha fina.
mografia é muito importante. Nos órgãos internos como pulmão, - Conceituar exame de congelação.
fígado e próstata, a punção também pode ser guiada por exames - Descrever as indicações do exame de congelação.
de imagem, principalmente a ultrassonografia e tomografia com-
putadorizada. RESOLUÇÃO COFEN-195/1997
Para a realização do exame utiliza-se o cito-aspirador, que é
um aparelho onde acopla- se uma seringa de l 0 ml com uma agulha Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complemen-
de 2,0 cm, calibre 24. Após a fixação do nódulo a agulha é introduzi- tares por Enfermeiro.
da e movimentada rapidamente com pressão negativa. O material O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso das atri-
aspirado é colocado em laminas de vidro que posteriormente serão buições previstas no artigo 8º, incisos IX e XIII da Lei nº 5.905, de
examinadas. O exame praticamente não provoca nenhum dano te- 12 de julho de 1973, no artigo 16, incisos XI e XIII do Regimento
cidual importante e as complicações são raras, limitando-se a pe- da Autarquia aprovado pela Resolução COFEN-52/79 e cumprindo
quenos hematomas e discreta dor local que cessa em geral em al- deliberação do Plenário em sua 253ª Reunião Ordinária,
gumas horas. Nos casos de biópsia de lesões profundas em órgãos Considerando a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, no seu
como fígado, pâncreas, pulmões, onde se utiliza agulha mais longa artigo 11, incisos I alíneas “i” e “j” e II, alíneas “c”, “f” , “g”, “h” e “i”;
e mais calibrosa, torna-se necessária observação médica e repouso. Considerando o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987,
no artigo 8º, incisos I, alíneas “e” e “f” e II, alíneas “c”, “g” , “h”, “i”
Exame de Congelação e “p”;
É realizado durante o ato cirúrgico quando houver a necessida- Considerando as inúmeras solicitações de consultas existentes
de de se definir a natureza da lesão (benigna ou maligna) ou para sobre a matéria;
avaliar se as margens de ressecção cirúrgica estão livres ou com- Considerando que para a prescrição de medicamentos em pro-
prometidas pela neoplasia. É realizado através do congelamento do grama de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de
fragmento a ser analisado, que é cortado e corado em uma lâmina saúde, o Enfermeiro necessita solicitar exame de rotina e comple-
de vidro que será estudada pelo patologista para obter as informa- mentares para uma efetiva assistência ao paciente sem risco para
ções necessárias. Este é um procedimento preliminar com indica- o mesmo;
ções precisas uma vez que apresenta restrições devido a limitações Considerando os programas do Ministério da Saúde: “DST/
próprias do método. AIDS/COAS”; “Viva Mulher”; “Assistência Integral e Saúde da Mu-
lher e da Criança (PAISMC)”; “Controle de Doenças Transmissíveis”
Exames Complementares – Objetivos dentre outros,
- Comentar o emprego dos exames complementares no diag- Considerando Manuais de Normas Técnicas publicadas pelo
nóstico de lesões. Ministério da Saúde: “Capacitação de Enfermeiros em Saúde Públi-
- Discutir o emprego de exames de imagens radiográficas, ca para SUS - Controle das Doenças Transmissíveis”; “Pré-Natal de
sialográficas, tomografias computadorizadas, ressonância nuclear Baixo Risco” - 1986; “Capacitação do Instrutor/Supervisor/Enfer-
magnética e ultrassonografia, utilizados no diagnóstico de lesões meiro na área de controle da Hanseníase” - 1988; “Procedimento
buco-maxilo-faciais. para atividade e controle da Tuberculose”- 1989; “Normas Técnicas
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
e Procedimentos para utilização dos esquemas Poliquimioterapia A continuação usa-se a drenagem por meio das seguintes ma-
no tratamento da Hanseníase”- 1990; “Guia de Controle de Hanse- nobras manuais ou operadas eletricamente para desalojar e ajudar
níase” - 1994; “Normas de atenção à Saúde Integral do Adolescen- a expulsar até a traqueia as secreções agarradas:
te” - 1995; - Percussão com batimento de vibração rápida,
Considerando o Manual de Treinamento em Planejamento - Batimento com as mãos em forma de taça;
Familiar para Enfermeiro da Associação Brasileira de Entidades de - Ultrassons de alta frequência.
Planejamento Familiar (ABEPF);
Considerando que a não solicitação de exames de rotina e Estas técnicas aplicam-se onde a drenagem é mais necessária,
complementares quando necessários para a prescrição de medica- encima da parede torácica anterior e posterior, e repetem-se du-
mentos é agir de forma omissa, negligente e imprudente, colocan- rante o tempo em que o paciente mantém cada posição ou postu-
do em risco seu cliente (paciente); e, ra. A colocação apropriada do paciente, que é primordial, faz-se de
Considerando o contido nos PADs COFEN nº 166 e 297/91, acordo com a distribuição e configuração dos segmentos bronco-
pulmonares.
Resolve: Para conseguir uma drenagem máxima de dois segmentos
Art. 1º - O Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e com- apicais do lóbulo superior, o mais eficaz é uma posição ereta ligei-
plementares quando no exercício de suas atividades profissionais. ramente reclinada. Para a drenagem da traquéia e os bronquios
Art. 2º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua principais, deve tomar a postura de ângulo reto com a cabeça para
publicação. baixo.
A posição com a cabeça para baixo (Trendelemburg) deve ser
utilizada para drenar os lóbulos pulmonares meio e inferior. Esta
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA: DRENAGEM POSTURAL, NE- última posição, que se mantém (no hospital ou domicilio) sempre
BULIZAÇÃO, OXIGENOTERAPIA, ASPIRAÇÃO DE SECRE- que o paciente esteja em posição de boca para cima ou de boca
ÇÕES para baixo, requer um elevador na cama ou uma cama de hospital
para a elevação apropriada.
A maior parte dos pacientes toleram bem estas posições, com
DRENAGEM POSTURAL6 a exceção de alguns doentes debilitados que podem experimentar
Nos pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica inicialmente dificuldades para adotar a posição em ângulo reto com
(DPOC) é particularmente crítica, quando a doença tem avançado, a cabeça para baixo. Em tais casos, esta posição deve adotar-se de
com isso o mecanismo da tosse e a ação broncocilar estão grave- forma muito gradual, e só no grau de tolerância individual.
mente afetados. A drenagem postural deve praticar-se duas vezes ao dia, prefe-
A acumulação de secreções mucoides e mucopurulentas cons- rivelmente antes do desjejum e do jantar. Cada posição deve man-
titui uma fonte permanente para a reativação duma infecção bac- ter-se entre 3 e 5 minutos. Se for possível, um membro da família
teriana. Ademais, pode interromper a corrente de ar e causar uma deveria acompanhar ao paciente durante o seu treinamento inicial
obstrução temporal ou permanente das vias aéreas. Portanto, o e obter uma preparação ótima para a sua assistência no tratamento
segundo passo na reabilitação do dano pulmonar implica a extra- a domicilio.
ção destas secreções acumuladas na árvore bronquial por meio da A eliminação normal das secreções broncopulmonares exige
drenagem postural. transporte mucociliar e tosse eficazes. Quando um desses meca-
A drenagem postural, também denominada drenagem gravita- nismos funciona inadequadamente, as secreções se acumulam, po-
tória, é o meio preferido e melhor tolerado para a limpeza da árvore dendo levar ao aumento do trabalho respiratório, aprisionamento
bronquial. (As técnicas do tipo da aspiração ou lavagem bronquial de ar, piora do equilíbrio ventilação/perfusão, aumento de atelecta-
causam um mal-estar considerável e requerem a miúdo um anesté- sias, além de aumentar a incidência de infecções pulmonares.
sico local e pessoal sanitário especializado.) Para auxiliar a mobilização e remoção dessas secreções, é uti-
Pode ser praticado de modo eficaz no domicilio do paciente lizada a terapia de higiene brônquica, que envolve o uso de técni-
com a ajuda dum membro da família. Ademais, também tem valor cas não invasivas de desobstrução das vias aéreas, com o propósito
a maneira de que o paciente seja capaz de participar ativamente final de melhorar a troca gasosa e reduzir o trabalho respiratório.
na sua própria terapia, em vez de ser simplesmente um receptor No passado, os métodos de higiene brônquica eram frequen-
passivo. temente agrupados sob uma ampla categoria de técnicas denomi-
É essencial a preparação prévia do paciente para reduzir a vis- nada de fisioterapia torácica, que envolvia não somente as técnicas
cosidade das secreções espessas e obter uma drenagem gravitató- de desobstrução das vias aéreas, mas também vários protocolos de
ria espontânea da árvore bronquial. Esta preparação compreende exercícios e métodos de recondicionamento respiratório.
a inalação dum aerossol aquecido, um broncodilatador e, se é ne- Ao longo dos anos, outras técnicas foram sendo desenvolvidas
cessário, um agente mucolítico apropriado (estes dois últimos são para complementar as já existentes ou mesmo para substituí-las.
aspectos da BPPI). A hidratação adequada também é importante A drenagem postural (DP) constitui uma das técnicas de higiene
para facilitar a drenagem (beber muita água durante o dia). brônquica que continua a ser utilizada na fisioterapia respiratória
e permanece até os dias atuais, facilitando o transporte mucociliar
através da ação da gravidade.
A DP é mais eficaz em condições caracterizadas pela produção
excessiva de muco (>25 a 30ml/dia); e para que haja a drenagem
desse muco, o paciente deve ser mantido em posição capaz de fa-
6 https://periodicos.pucpr.br/index.php/fisio/article/download/19329/18677
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
cilitar o fluxo da secreção pulmonar das ramificações brônquicas tura sobre a técnica de drenagem postural, verificando seus efeitos
mais distais para as vias aéreas centrais e mais proximais, onde será enquanto técnica isolada, assim como em associação com outras
eliminada pela tosse ou através da aspiração. técnicas apontadas pela literatura, buscando maior embasamento
científico para ser utilizada como componente da fisioterapia res-
Segundo o guia prático da American Association for Respiratory piratória.
Care, as principais indicações para a DP são: A Drenagem Postural é uma técnica simples e desde muito
- Dificuldade para eliminar a secreção; tempo vem sendo utilizada na Fisioterapia Respiratória, com a fi-
- Retenção de secreção; em patologias como fibrose cística, nalidade de promover a remoção do muco brônquico em diversas
bronquiectasia ou pneumopatia com cavitação; atelectasia causada doenças pulmonares, especialmente quando a quantidade de se-
por tamponamento mucoso; presença de corpo estranho nas vias creção expectorada é >30ml/dia.
aéreas. Tanto nas patologias agudas como nas crônicas, a DP pode ter
efeitos benéficos na clearance das vias aéreas bem como em algu-
As contraindicações são divididas em absolutas (lesão de cabe- mas variáveis espirométricas. Na fibrose cística, a DP está bem es-
ça ou pescoço, até que seja estabilizada e hemorragia com instabili- tabelecida como procedimento primário utilizado na assistência di-
dade hemodinâmica) e relativas (pressão intracraniana > 20mmhg; ária dos pacientes. Entretanto, em outras condições clínicas, como
cirurgia medular recente ou lesão medular aguda; edema pulmonar bronquiectasia e doenças pulmonares obstrutivas, não é possível
associado a insuficiência cardíaca congestiva; hemoptise ativa; fís- estabelecer um consenso nos efeitos benéficos da técnica.
tula bronco-pleural; fratura de costela; embolia pulmonar; derra- Todavia, em decorrência dos resultados controversos entre os
mes pleurais volumosos e intolerância à posição). diferentes estudos, alguns pontos podem ser destacados, como:
Apesar de estudos na literatura mostrarem os efeitos benéfi- limitações metodológicas; grupos heterogêneos de pacientes na
cos da DP na clearance do muco, ainda falta comprovação científica mesma amostra; avaliação somente dos efeitos a curto-prazo; di-
mais detalhada sobre alguns de seus aspectos como a duração de ficuldade em identificar os efeitos isolados de cada técnica, uma
cada posição e a frequência da técnica. vez que a maioria dos estudos investigou o efeito de técnicas com-
Considerando que a DP é ineficaz quando o paciente perma- binadas.
nece passivamente em uma única posição, alguns estudos utiliza- Além disso, estudos que avaliaram a quantidade de secreção
ram as 12 posições descritas por De Potter e Perry, determinando expectorada podem não ser precisos, já que os pacientes podem
através da ausculta a melhor posição, ou intercalando as posições engolir mais secreção na posição sentada para tossir do que em
de acordo com as necessidades do paciente. A inclinação pode ser uma posição de DP.
entre 15º a 30º em decúbito ventral, segundo Oldenburg e Wong. A DP pode ser um componente valioso na terapia de higiene
Tendo em vista as consequências fisiológicas adversas que po- brônquica, mas somente se utilizada quando houver indicação ade-
dem estar associadas à DP, e considerando que alguns pacientes quada. Bons resultados exigem o conhecimento da fisiologia nor-
não podem assumir ou tolerar as posições ideais para o tratamen- mal e alterada, a avaliação e seleção cuidadosa do paciente, uma
to, pode ser necessária a modificação de algumas posições (drena- definição clara dos objetivos terapêuticos, a aplicação rigorosa dos
gem postural modificada) para prevenir efeitos adversos, como por métodos adequados e avaliação contínua.
exemplo, respostas cardiovasculares em posições em que a cabeça Ainda assim, são necessários mais estudos que identifiquem
fica em posição inferior. protocolos fisioterapêuticos de DP, sua duração, frequência e sua
Nesses casos, a posição pode ser modificada para a posição na relação com o custo-benefício do paciente, para melhor compreen-
horizontal a fim de reduzir a sobrecarga cardiovascular. são da sua efetividade na Fisioterapia Respiratória.
Quanto ao tempo de DP, de acordo com Van der Schans, de-
pendem da quantidade, viscoelasticidade e aderência do muco, Dreno de Tórax: Cuidados com o Sistema de Drenagem7
porém esse aspecto é bastante controverso entre os estudos, pois Drenos de tórax podem ser inseridos para drenagem de liquido
enquanto alguns utilizaram 20 a 30 minutos em cada sessão, Ol- (efusão pleural), de sangue (hemotórax) ou de ar (pneumotórax) do
denburg et al. estabeleceram 40 minutos em 15º de inclinação no espaço pleural. Um dreno torácico é um tubo plástico firme, com
decúbito ventral, enquanto Humberstone orienta que se a DP for orifícios de drenagem na extremidade proximal, que é inserida no
associada a outras técnicas, como percussão e vibração, as posturas espaço pleural. Assim que inserido, o dreno é fixado com sutura ou
podem ser mudadas após aproximadamente 2 minutos. esparadrapo, coberto por curativo que impede entrada de ar e aco-
Da mesma forma, a frequência com que essa técnica é utiliza- plado a um sistema de drenagem, que pode ou não estar acoplado
da também não está bem definida, e enquanto se estabelece que a sucção.
o número ideal de vezes deva ficar em torno de três a quatro ao Outros componentes do sistema podem incluir um sistema de
dia, há recomendações de restrições ao número máximo de vezes, drenagem fechado e impermeável à água, que evita reentrada do
havendo também a liberação de até quantas vezes o paciente tole- ar no tórax, assim que tenha saído, e uma câmara de controle de
rar, conforme a necessidade e através da avaliação da resposta do sucção, que evita que seja aplicada pressão de aspiração excessiva
paciente à terapia. Por existir ainda muita controvérsia a respeito da à cavidade pleural.
DP, não é possível estabelecer um padrão, porque é preciso consi- A câmara de sucção ou aspiração pode ser cheia de água, ou
derar que as respostas serão de acordo com os diferentes grupos de seca. A câmara de aspiração com água é regulada pela quantida-
pacientes, apresentando as mais diversas condições clínicas. de de água dentro dela, ao passo que a aspiração seca é regulada,
Considerando que os métodos de higiene brônquica, incluindo automaticamente, para mudanças na pressão pleural do paciente.
a DP, foram introduzidos sem um conhecimento científico seguro de
sua eficácia, e que nos últimos anos a DP vem sendo amplamente 7 LYNN, P. Manual de Habilidades de Enfermagem Clínica de Taylor. Artmed,
discutido, o objetivo desse estudo foi realizar uma revisão da litera- 2012.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Muitas instituições de saúde usam uma unidade de drenagem • O paciente expressa alívio adequado da dor; pouco a pouco,
torácica descartável, com molde plástico e três compartimentos aumenta a tolerância à atividade e demonstra compreender a ne-
para controle de drenos torácicos. Há ainda sistemas portáteis para cessidade da sonda torácica.
drenagem que usam a gravidade com esse fim.
O procedimento a seguir baseia-se no uso de um sistema de OXIGENOTERAPIA
drenagem torácica tradicional, impermeável e com três comparti- Consiste na administração de oxigênio numa concentração de
mentos. A Variação da Habilidade, após o procedimento, descreve pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corri-
uma técnica para cuidado de um sistema de drenagem torácica que gir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.
utiliza lacre seco ou aspiração. - O oxigênio é um gás inodoro, insípido, transparente e ligeira-
mente mais pesado do que o ar;
Equipamento - O oxigênio alimenta a combustão;
• Recipiente com água ou solução salina fisiológica estéril; - O oxigênio necessita de um fluxômetro e um regulador de
• Dois pares de grampos forrados ou pinça Kelly com extremi- pressão para ser liberado;
dade emborrachada; - A determinação de gases arteriais é o melhor método para
• Par de tesouras limpas; averiguar a necessidade e a eficácia da oxigenoterapia;
• Luvas descartáveis; - Podem ou não existir outros sinais de hipóxia como a cianose.
• EPI adicional se indicado;
• Esparadrapo de espuma ou tiras de espuma; Avaliação Clínica do Paciente
• Sistema de drenagem prescrito quando há́ necessidade de Sinais de hipóxia são:
troca. - Sinais respiratórios: taquipneia, respiração laboriosa (retra-
ção intercostal, batimento de asa do nariz), cianose progressiva;
Diretrizes de Avaliação - Sinais cardíacos: taquicardia (precoce), bradicardia, hipoten-
• Avaliar os sinais vitais do paciente. Mudanças importantes a são e parada cardíaca (subsequentes ao 1°);
partir de dados iniciais podem indicar complicações; - Sinais neurológicos: inquietação, confusão, prostração, con-
• Avaliar a condição respiratória do paciente, inclusive nível de vulsão e coma;
saturação de oxigênio. Se o dreno torácico não funcionar bem, o - Outros: palidez.
paciente poderá́ ficar taquipneico e hipóxico;
• Avaliar os sons pulmonares do paciente. Os sons pulmonares Métodos de Administração de Oxigênio
acima do local do dreno torácico podem estar diminuídos, devido à Cânula Nasal - é empregado quando o paciente requer uma
presença de líquido, sangue ou ar; concentração média ou baixa de O2. É relativamente simples e per-
• Examinar o paciente quanto à presença de dor. Pressão ou mite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de O2.
dor repentina indica complicações potenciais. Além disso, muitos
pacientes informam dor no local da inserção do dreno torácico e Vantagens
solicitam medicamento para aliviá-lá; - Conforto maior que no uso do cateter;
• Avaliar o conhecimento do paciente sobre drenos torácicos - Economia, não necessita ser removida;
para ter certeza de que ele compreende a razão do procedimento. - Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
- Facilidade de manter em posição.
Diagnósticos de Enfermagem
• Risco de Intolerância à Atividade; Desvantagens
• Conhecimento Deficiente; - Não pode ser usada por pacientes com problemas nos con-
• Dor Aguda; dutos nasais;
• Ansiedade. - Concentração de O2 inspirada desconhecida;
- De pouca aceitação por crianças pequenas;
Identificação de Resultados e Planejamento - Não permite nebulização.
Os resultados esperados podem incluir:
• O paciente não tem complicações relativas ao sistema de dre-
nagem torácica ou sofrimento respiratório;
• O paciente entende a necessidade do dreno torácico;
• O paciente terá́ controle adequado da dor no local da inser-
ção do dreno torácico;
• Os sons pulmonares do paciente serão nítidos e bilateralmen-
te iguais;
• O paciente consegue aumentar, pouco a pouco, a tolerância
à atividade.
Indicações
- Correção da Hipoxemia e melhorar a oferta de O2 aos tecidos;
- Melhorar a oxigenação tissular, no caso de deficiência do
Máscara de Aerosol Tenda Facial transporte de O2;
Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2 - Reduzir a sobrecarga cardíaca;
- Em pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva - Insuficiência respiratória (aguda ou crônica);
Crônica - DPOC, a administração de altas concentrações de O2 eli- - Apneia obstrutiva do sono.
minará o estímulo respiratório - apneia;
- Resseca a mucosa do sistema respiratório;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- Dor torácica: causada por inflamação, compressão por tumo- - Reunir os materiais e equipamentos necessários, citados a
res, excessiva atividade muscular na respiração ou traumatismos. cima (3);
- Explicar ao paciente e aos familiares o procedimento e a sua
Intervenção de Enfermagem necessidade (4);
- Lavar as mãos (5);
Manter vias aéreas desobstruídas - Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio e o frasco umidifi-
- Aspiração de secreções; cador ao fluxômetro (6);
- Respiração artificial: intubação (cânula - faringe - traqueia). - Administrar soro fisiológico no umidificador de acordo com o
Introdução de cânula na garganta do paciente para manter a língua nível indicado no frasco (7);
para a frente, mantendo as vias aéreas abertas. - Testar o funcionamento do sistema;
- Posicionar o cliente em posição de semi-fowler;
Aumentar a eficiência ventilatória - Retirar a oleosidade da pele com gaze úmida com éter ou
- Posicionamento adequado: posição supina, sem travesseiro e benjoim para fixação do cateter;
com a mandíbula projetada para frente e para cima (evita a queda - Conectar o cateter nasal a extensão de oxigênio e a fonte de
de língua e drenar líquidos da boca); oxigênio umidificada;
- Estimular respiração profunda; - Mensurar a distância para introdução do cateter entre a pon-
- Alivio da dor ou desconforto associados à respiração; ta do nariz e o lóbulo inferior da orelha e marcar com esparadrapo;
- Administrar antitussígenos, conforme prescrição médica; - Usar gaze para manipular o cateter;
- Estimular movimentação ativa ou fazer passiva; - Introduzir o cateter em uma das narinas;
- Prevenir distensão abdominal: alimentação apropriada (leve - Observar as reações do paciente;
e fracionada); - Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio pres-
- Assegurar um adequado suprimento de oxigênio; crito;
- Drenagem postural; - Fixar o cateter na face lateralmente atentando para não lesar
- Oxigenoterapia; a narina do cliente;
- Nebulização. - Registrar a data e o horário do procedimento;
- Verificar o cateter a cada 8 horas;
Reduzir as demandas de oxigênio do organismo - Lavar as mãos;
- Manter repouso relativo; - Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipó-
- Evitar esforços desnecessários; xia desapareceram;
- Minimizar a ansiedade do paciente. - Manter o recipiente do umidificador sempre com água desti-
lada ou SF - 0,9%;
Finalidades: reduzir o esforço ventilatório. Nas situações como - Observar as narinas quanto a laceração da pele;
a atelectasia que prejudica a difusão, ou quando os volumes pul- - Registrar no prontuário: o método de administração de oxigê-
monares estão diminuídos devido a hipoventilação alveolar, este nio, taxa do fluxo, permeabilidade do cateter, reação do paciente e
procedimento aumenta os níveis de oxigênio nos alvéolos. Alcançar avaliação respiratória.
o volume elevado de trabalho do miocárdio conforme o coração
tenta a compensação para a hipoxemia. Nas situações de infarto do Observações: em clientes traqueostomizados usar materiais
miocárdio ou em uma arritmia cardíaca, a administração de oxigê- estéreis e técnica asséptica. O oxigênio sobre a membrana mucosa
nio é necessária para um paciente cujo miocárdio já está compro- do trato respiratório tem efeito irritante tornando-a seca se não
metido. umidificado. O ar ambiente fornece 21% do oxigênio ao nível do
mar, e o oxigênio canalizado distribuído pela oxigenoterapia forne-
Técnica: Administração de Oxigênio por Cateter ce 4% por litro de oxigênio.
Técnica Técnica
- Avaliar o paciente observando a existência de sinais e sinto- - Repetir as intervenções dos itens 1 ao 7 da técnica de admi-
mas de hipóxia ou presença de secreções nas vias aéreas (1); nistração de oxigênio por cateter;
- Verificar a prescrição médica identificando o percentual de - Testar o funcionamento do sistema;
oxigênio a ser administrado (2); - Conectar a extensão de oxigênio da máscara ao umidificador
ou adaptador;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- Colocar a máscara na face do paciente ajustando a fita elás- Aspiração de orofaríngea e nasofaríngea
tica na fronte até que a máscara esteja perfeitamente adaptada e A aspiração da nasofaringe ou orofaringe é indicada no pacien-
confortável; te que consegue tossir normalmente, mas que não consegue eli-
- Observar as reações do paciente; minar as secreções por deglutição ou expectoração. A aspiração é
- Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio pres- realizada após tosse do paciente.
crito;
- Registrar a data e o horário do procedimento; Aspiração de orofaringe e nasofaringe
- Verificar a máscara facial a cada 8 horas; Aspiração de orofaringe e nasofaríngea é indicada no paciente
- Lavar as mãos; que apresenta secreções pulmonares, capacidade de tossir diminu-
- Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipó- ída e ausência do tubo endotraqueal. A sonda é introduzida até a
xia desapareceram; traqueia pela cavidade oral ou, através da narina preferencialmen-
- Observar a superfície superior de ambas cavidades auditivas te. Este procedimento não deve ultrapassar 15 segundos, pois os
quanto a laceração da pele e o ressecamento da mucosa e lábios pulmões não recebem Oxigênio em quantidade adequada durante
na cavidade oral; a aspiração.
- Hidratar os lábios do paciente com chumaço de água com al-
godão ou hidratante para os lábios a cada 4 horas; Tubo Respiratório
- Registrar no prontuário: o método de administração de oxi- O tubo respiratório pode ser oral ou traqueal. É indicado nos
gênio, taxa do fluxo, reação do paciente e avaliação respiratória. casos de diminuição do estado de consciência, obstrução das vias
aéreas, ventilação mecânica e remoção das secreções acumuladas
Observações: a máscara de Venturi é utilizada quando há uma na traqueia.
demanda de oxigênio elevada. Usa-se o diluidor de acordo com o O tubo oral (Cânula de Guedel) é o tipo de via aérea artificial
adaptador de código de cores ou o conector universal. O oxigênio é mais simples. Indicado no paciente inconsciente para impedir o
seco na necessidade de máscara reinalatória, na situação de oferta deslocamento da língua para a orofaringe possibilite a obstrução
de 100% de oxigênio. das vias aéreas. Bastante usado no pós-operatório de anestesia ge-
ral. Facilita a aspiração orotraqueal do paciente inconsciente, tor-
Aerossolterapia nando mais fácil o acesso da sonda á traqueia.
A aerossolterapia consiste na administração de partículas de O tubo traqueal pode ser endotraqueal, nasotraqueal ou tra-
água nas vias respiratórias. Essas partículas de água podem conter queal. Estes tubos permitem o acesso à traqueia do paciente para a
algum tipo de medicação ou não. Este processo ocorre através da aspiração traqueal profunda. A retirada das secreções da traqueia
nebulização e por isso também é conhecido por esse nome. É mui- precisa ser asséptica, atraumática e eficaz. A secreção deve ser as-
tas vezes usado em pessoas com problemas respiratórios, como pirada durante a saída da sonda de aspiração.
por exemplo, bronquite.
Este procedimento serve para hidratar as vias respiratórias ou Materiais
para auxiliar na eliminação de excreções viscosas ou em casos de - Aspirador portátil ou de parede;
inflamações. - Frasco grande para acondicionar secreções aspiradas;
No tratamento de aerossolterapia, podem ser aplicados medi- - Duas extensões de aspiração de dois metros estéreis;
camentos como: antibióticos (para combater infeções), mucolíticos - Fluxômetro (com frasco menor adaptado);
(para dissolver secreções), anti-inflamatórios e broncodilatadores - Sonda de aspiração estéril;
(ajudam a abrir os brônquios, facilitando a captação de oxigênio - Recipiente com água;
nos pulmões). - Luva de procedimento estéril (para aspiração traqueal);
- Luva de procedimento não estéril;
Aspiração de Secreções - Toalha de papel;
Finalidades: a finalidade de empregar a técnica de aspiração - Sonda nasal ou oral (Cânula de Guedel), conforme a indicação;
consiste em eliminar as secreções do paciente sempre que não con- - Xilocaína a 2% sem vasoconstrictor.
seguir eliminar as secreções das vias aéreas através da tosse.
Técnica
Tipos - Observar a presença de sinais e sintomas demonstradores de
Existem três técnicas de aspiração de secreção quanto à loca- secreção nas vias aéreas superiores, respiração ruidosa, salivação,
lização da aspiração: agitação;
- Aspiração orofaríngea e nasofaríngea; - Explicar ao paciente que a aspiração de secreção o ajudará a
- Aspiração orotraqueal e nasotraqueal; desobstruir as vias aéreas;
- Aspiração do tubo endotraqueal. - Explicar que é normal tossir, espirrar e sentir o reflexo do vô-
mito durante a manobra;
A ordem de aspiração - Preparar o equipamento e os materiais apropriados, citados
- Primeiro o tubo endotraqueal; acima;
- Segundo a cavidade nasal; - Adaptar as extensões no aparelho de aspiração portátil ou na
- Terceiro a cavidade oral, quando se trata de utilizar a mesma parede ao fluxômetro. A extensão que sai do fluxômetro deve ser
sonda de aspiração. colocada ao frasco maior e deste sai outra extensão para o acopla-
mento da sonda de aspiração;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- Testar o aparelho, verificando que a pressão é de 110 a Esta pressão negativa provoca um fluxo de ar devido a diferen-
150mmHg no adulto e na criança 95 a 110 a mmHg. ça de pressão entre a atmosfera e os alvéolos. O ar entra no orga-
nismo, inflando os pulmões, passando através do nariz e da boca,
Posicionar o paciente adequadamente seguindo pela faringe e traquéia e em fim entrando nos alvéolos.
- Para o paciente consciente com o reflexo de tosse presente
deverá ser aspirado em posição de semi-Fowler, com cabeça volta- Inaloterapia: é uma modalidade de tratamento na qual há a
da para o lado; administração de medicações ou soluções por via inalatória, isto é
- Para o paciente inconsciente, colocá-lo em decúbito lateral; diretamente nas vias aéreas.
- Colocar um papel toalha sob um travesseiro e abaixo do quei-
xo; Material
- Lavar as mãos; - Fluxômetro; micronebulizador, com máscara e extensão;
- Colocar água no recipiente para após técnica aspirar a sonda; 10ml de SF ou água destilada esterilizada; medicamento; etiqueta;
- Calçar a mão dominante com luvas estéril; gaze esterilizada; folha de anotações.
- Ligar a conexão ao aspirador;
- Avaliar a distância entre o lóbulo da orelha do paciente e a Procedimento
ponta de seu nariz, colocar o polegar e indicador da mão enluvada - Instalar o fluxômetro na rede de Oxigênio ou ar comprimido
neste ponto; e testá-lo;
- Umedecer 6 a 8cm da ponta da sonda com SF 0,9% ou com - Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
xilocaína; - Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento,
- Ao aspirar a orofaringe, penetrar a sonda delicadamente no fechar e conectar ao fluxômetro;
ângulo da cavidade oral e deslizá-la até a orofaringe; - Conectar a máscara ao micronebulizador;
- Ao aspirar a nasofaringe introduzir a sonda delicadamente em - Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
uma das narinas. Penetrar a sonda junto à linha mediana e próxi- - Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o
ma ao assoalho da cavidade nasal. Não forçar a sonda e uma das nariz e a boca, solicitando que respire com os lábios entreabertos;
narinas não estiver permeável, tentar a outra. Não se deve aspirar - Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por
durante a penetração da sonda; 5 minutos, ou até terminar a solução (quando possível orientá-lo a
- Aspirar intermitentemente, fechando o orifício com o pole- fazê-lo sozinho);
gar. Ao retirar girar a sonda cuidadosamente. A duração desta ma- - Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
nobra não deve ultrapassar 15 segundos; - Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
- Escovar a sonda com água; - Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na ca-
- Desprezar a sonda enrolando-a sobre a mão calçada com a beceira do paciente.
luva e puxar a luva sobre a sonda. Não esquecer de proteger a ex- - Trocar o nebulizador a cada 48 horas.
tremidade da extensão de aspiração com outra sonda;
- Permitir o descanso do paciente entre aspirações por 20 a 30 Descrição do Processo
segundos no mínimo; É de responsabilidade do profissional da sala de inalação:
- Se possível solicitar para o paciente tossir e respirar profunda- 1. Organizar a sala;
mente entre as aspirações; 2. Realizar limpeza concorrente (com água e sabão nas superfí-
- Aspirar as secreções acumuladas na cavidade oral depois de cies e após realizar desinfecção com álcool a 70%) no início de cada
aspirar a orofaringe ou a nasofaringe; plantão;
- Lavar as mãos; 3. Solicitar ao zelador que realize diariamente limpeza concor-
- Atentar se o paciente está livre das secreções das vias aéreas, rente e semanalmente limpeza terminal;
se está agitado ou se aparecem secreções na cavidade oral; 4. Checar o funcionamento do compressor, chamando a ma-
- Registrar o aspecto da secreção quanto a quantidade, odor, nutenção se necessário e comunicando o enfermeiro; proceder a
cor e consistência, além das reações do paciente, a presença de sangria do sistema ao final de cada dia;
tosse, o estado funcional do seu aparelho respiratório antes e após 5. Preparar material necessário para o plantão, trocar o soro
a aspiração. fisiológico utilizado no procedimento a cada 24 horas;
Observações: é necessário que o frasco de aspiração seja tro- 6. Executar os procedimentos conforme prescrição médica e/
cado com todas as técnicas de desinfecção de 24 em 24h ou sempre ou do enfermeiro, anotando no verso na própria receita com letra
que estiver cheio. Todo o sistema de aspiração deve ser esteriliza- legível a data, horário, nome e COREN, preenchendo boletim de
do. Dispõe-se no mercado de sistemas de aspiração de secreção produção;
descartável, o que possibilita um melhor controle de infecções. 7. Lavar criteriosamente os inaladores logo após o uso com
Aplicando o Processo de Enfermagem na Prática. água e sabão os materiais, retirando os resíduos, em seguida en-
xaguá-los em água corrente e colocá-los sobre um campo limpo;
Inalação 8. Secar o material com pano limpo;
Inalação (também conhecida como inspiração) é o movimen- 9. Observar durante a lavagem e secagem as condições de uso
to do ar do ambiente externo, através das vias respiratórias para dos materiais e comunicar ao enfermeiro necessidade de reposi-
dentro dos alvéolos pulmonares durante a respiração. Inalação ini- ção;
cia na contração do diafragma, que resulta na expansão do espaço 10. Colocar o material seco em imersão no hipoclorito à 1%
intrapleural e um aumento na pressão negativa de acordo com a - em caixa fechada - por 30 minutos, registrando em formulário o
Lei de Boyle. horário de início do processo;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
11. Enxaguar o material em água corrente, secar e armazenar - Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou ou-
em local fechado e limpo; tra medicação conforme prescrita médica;
12. Manter a sala limpa, organizada e abastecida, verificando - Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro;
diariamente a validade dos medicamentos; - Conectar o micronebulizador na máscara;
13. Ao final do expediente retirar os extensores e proceder a - Testar o fluxômetro se houver névoa, o fluxômetro está fun-
limpeza e desinfecção conforme rotina das máscaras de inalação, cionando;
desprezar o hipoclorito de sódio e lavar a caixa; - Regular o fluxômetro em litros / minutos conforme prescrição
14. Anotar a validade do hipoclorito. médica;
- Colocar a máscara na face do cliente;
Nebulização - Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição
médica;
Finalidades - Manter a unidade em ordem;
- Ajudar na higiene brônquica através da restauração e manu- - Manter a unidade arrumada;
tenção da continuidade da cobertura mucosa; - Registrar o procedimento de enfermagem.
- Hidratar as secreções secas e retidas;
- Umidificar o oxigênio inspirado e possibilitando a administra-
ção de medicações. HEMATOLOGIA: TÉCNICAS DE COLETA
Nebulização Contínua
Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue. Ela
Materiais estuda, particularmente, os elementos figurados do sangue: he-
- Fluxômetro; mácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e pla-
- Nebulizador; quetas. Estuda, também, a produção desses elementos e os órgãos
- Extensão (traqueia); onde eles são produzidos (órgãos hematopoiéticos): medula óssea,
- Soro fisiológico a 0,9% e / ou medicamentos prescritos. baço e linfonodos. Além de estudar o estado de normalidade dos
elementos sanguíneos e dos órgãos hematopoiéticos, estuda tam-
Técnica bém as doenças a eles relacionadas.
- Verificar a prescrição da nebulização no prontuário; Hematopoiese é o processo de substituição das células san-
- Lavar as mãos; guíneas, que ocorrem nos chamados órgão hematopoiéticos, que
- Organizar o material; compreendem a medula óssea e o sistema linfóide.
- Explicar o procedimento ao cliente; Medula óssea é o mais importante órgão da gênese das mais
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio; diversas células sanguíneas pois lá estão as células tronco que dão
- Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou ou- origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas, linfocítica,
tra medicação conforme prescrita médica; megacariócitos e eritroblastos.
- Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro; Linhagem mielóide compreende os granulócitos polimorfonu-
- Testar o fluxômetro se borbulhar, está funcionando; cleados (neutrófilo,eosinófilo e basófilo) e monócitos.Quando os
- Adaptar a máscara na face do cliente; monócitos migram para os tecidos se transformam em macrófagos,
- Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição que são células com alto poder de fagocitose.
médica; Linhagem linfóide engloba os linfócitos T e B.Os linfócitos B
- Manter a unidade em ordem; saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T precisam
- Manter a unidade arrumada; migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de maturação. Os
- Registrar o procedimento de enfermagem. linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encon-
tram um antígeno num órgão linfóide secundário e secretam anti-
Nebulização de Horário corpos nos tecidos.
Megacariócito partes de seu citoplasma dão origem às plaque-
Materiais tas, responsáveis pela coagulação sanguínea.
- Fluxômetro; Eritropoiese é o processo de produção de eritrócitos. Em hu-
- Rede de oxigênio ou ar comprimido; manos adultos, a eritropoiese ocorre na medula óssea, mas fetos
- Micronebulizador estéril; e em situações especiais como anemias severas pode ocorrer em
- Água destilada; outros órgãos, principalmente no fígado e no baço.
- Soro fisiológico 0,9% e /ou medicamento conforme prescri- Eritroblasto origina as hemácias do sangue, que atuam nas tro-
ção médica. cas gasosas.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O sangue, a medula óssea, os linfonodos, o baço e os gânglios ne e a plaquetopenia imune (púrpura trombocitopênica idiopática);
linfáticos são estudados na especialidade médica da hematologia. por outro lado, as doenças neoplásicas como leucemias e linfornas
O sangue é essencial para a vida porque ele é o responsável são de prognóstico mal e raramente a cura pode ser obtida.
por transportar oxigênio, hormônios, nutrientes, células brancas, O aparecimento da anemia reflete insuficiência medular, ou
plaquetas e substâncias diversas para todo o corpo. perda excessiva de hemácias, ou ambas, e defeitos congênitos na
É de responsabilidade do médico que possui essa especializa- síntese da hemoglobina.
ção realizar o diagnóstico e o tratamento de condições que possam Além da intensidade da anemia, vários fatores afetam o pacien-
afetar o sangue e o local onde ele é formado, que são os órgãos te anêmico e tendem a influenciar na gravidade, a saber: a veloci-
hematopoéticos, como a medula óssea, responsável por produzir dade de desenvolvimento da anemia, sua cronicidade, as exigências
hemácias, leucócitos e plaquetas. metabólicas do paciente, quaisquer distúrbios ou desequilíbrios
Essa especialidade também pode ser chamada de hematologia que aflijam o paciente e complicações especiais. Quanto mais rapi-
clínica. damente se desenvolve a anemia mais graves são os seus sintomas.
Por meio de exames de sangue específicos, os médicos da he- Os sintomas mais comuns decorrentes da anemia são: fraque-
matologia conseguem descobrir se há algum componente do san- za, palidez, fadiga e dispneia, devidos à diminuição da capacidade
gue, de células a nutrientes, que estão alterados e que podem estar de transporte de oxigênio pelo sangue.
causando problemas de saúde diversos no paciente. Esses exames Algumas formas de anemia exigem tratamento regular com
são comandados pela hematologia laboratorial. transfusão de sangue. Um exemplo é representado pelos pacientes
Normalmente, a hematologia trata de condições como a leuce- com talassemia maior, que habitualmente recebem transfusão a
mia e o linfoma, que são os cânceres do sangue. O mieloma duplo, a cada 3-4 semanas, a partir da época do diagnóstico. Estes pacientes
hemofilia, a púrpura, os distúrbios de coagulação, a trombofilia e as e seus familiares exigem apoio e atenção a fim de fazê-los compre-
anemias diversas, como a falciforme, também podem ser tratados ender e aceitar esse tipo de tratamento. Além disto, a própria trans-
por um médico com essa especialidade. fusão exige cuidados especiais como:
Certas condições sanguíneas, como a leucemia, necessitam de — Identificar corretamente o paciente e o sangue a ser trans-
um transplante para devolver ao paciente sua qualidade de vida. fundido, quanto ao tipo, Rh e quantidade;
Para tanto são realizados procedimentos médicos como o trans- -— Inspecionar o sangue para detectar a presença de hemólise,
plante de medula óssea. turvação ou coloração anormais;
Algumas das unidades hospitalares da Rede D’Or São Luiz são — A administração deve ser feita com agulhas ou catéteres in-
credenciadas pela Comissão Nacional de Transplantes como Cen- travenosos de grande calibre, em uma veia calibrosa do antebraço;
tros Transplantadores e são totalmente capacitadas para realizar — A administração do sangue não deve ocorrer em conexão
esse tipo de procedimento médico com infraestrutura completa e secundária ou em ípsilon com soro glicosado, soluções balanceadas
serviço de excelência em anatomia patológica, quimioterapia e ra- ou soluções que contenham cálcio;
dioterapia. — Verificar os sinais do paciente, antes de iniciar a transfusão;
Além disso, os centros de hematologia possuem profissionais — Estar atento para detectar as reações indesejáveis que ge-
médicos e laboratoriais capacitados para realizar todo o tipo de ava- ralmente ocorrem durante os primeiros quinze minutos; portanto
liação e exames necessários para alcançar um diagnóstico preciso iniciar a transfusão lentamente e se não ocorrer qualquer sintoma
e correto, auxiliando o paciente na recuperação de sua qualidade de reação, aumentar a velocidade da administração;
de vida. — Observar constantemente o local da infusão para perceber a
Essa especialidade também pode realizar tratamentos por presença de sinais de infiltração nos tecidos subcutáneos;
meio de transfusões de sangue, na junção entre hematologia e he- — Verificar com frequência a velocidade do fluxo, pois a mu-
moterapia, que é o uso do sangue como elemento terapêutico. dança da altura do suporte ou a recolocação do paciente no leito
Normalmente, uma pessoa passa em consulta com a hemato- pode alterar a velocidade da infusão.
logia por recomendação médica de outra especialidade, como a clí- — Estar alerta para as reações imediatas após a transfusão,
nica geral, a cardiologia e até a angiologia. como reações hemolíticas, pirogénicas e alérgicas, que podem ser
No entanto, caso o indivíduo apresente sintomas como san- evidenciadas pelos sinais e sintomas de hipertensão súbita, taqui-
gramento frequente da gengiva e do nariz, trombose, inchaço nos cardia, dispneia, cefaleia, calafrios e rápida elevação da temperatu-
gânglios e linfonodos, fadiga, cansaço e manchas na pele, é interes- ra, náuseas e vômitos;
sante marcar uma consulta clínica com essa especialidade médica — Ao sinal de qualquer reação, interromper a transfusão e co-
para a realização de exames e avaliações. municar o fato ao médico.
A manutenção de boa hidratação e a especial atenção à nutri- o esforço excessivo; o paciente deve ser tratado com movimentos
ção, principalmente se a anemia for devido à falta de elementos suaves e calmos. Em alguns casos, as dores são muito intensas, e o
nutricionais, devem ser requisitos importantes na orientação ao tratamento médico incluirá analgésicos; é importante o enfermei-
paciente. ro estar atento para a possibilidade do uso de opiáceos causar o
aparecimento de hábito, o que, se não é problema para pacientes
Infecções e febre: a febre é manifestação frequente em pacien- terminais, pode sê-lo para o paciente jovem com doença crônica.
tes com doenças hematológicas e geralmente denuncia a presen- Lesões da boca e mucosas: as lesões ulcerativas de boca, língua
ça de infecção que, nestes indivíduos, pode ter prognóstico muito e mucosas são decorrentes da diminuição de granulócitos, ou da
ruim. Deve, no entanto, ser lembrado que, em algumas neoplasias deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico.
(leucemias, linfornas), pode ocorrer febre sem que haja infecção. Hipertrofia de gengivas pode ocasionalmente ser observada
A maior suscetibilidade de pacientes hematológicos às infecções é em decorrência da infiltração leucémica.
devida a: Estas lesões são extremamente dolorosas e incômodas, podem
a) redução de leucocitos normais; às vezes os leucocitos podem ser portas de entrada para microorganismos, e são, além do mais, fre-
estar elevados, como nas leucemias, mas são leucocitos anormais, quentemente sede de infecções bacterianas ou por ‘’candida albicans”.
inca pazes de exercerem a sua função de defesa; a redução de leu- Deve-se ter o cuidado de não oferecer a esses pacientes ali-
cocitos normais pode ser provocada pela doença (anemia aplástica, mentos ou bebidas ácidas, que são altamente irritantes, bem como
leucemia) e também pelo tratamento quimioterápico e radioterá- de evitar os extremos de temperatura.
pico; A higiene oral deve ser cuidadosa, frequente, com utilização de
b) redução de imunoglobulinas, quando os mecanismos de de- soluções como a água bicarbonatada fria.
fesa ficam deprimidos, o que favorece a instalação de microorga- Para a limpeza dos dentes, orientar o paciente a utilizar escova
nismos. de cerdas macias ou mesmo cotonetes.
Levando em consideração a deficiência imunológica do pacien- Os lábios devem ser mantidos umedecidos constantemente
te, deve-se ter como prioritario o controle dos contatos que favore- com cremes hidratantes ou vaselina.
çam a infecção. Se o paciente for extemo, atendido em ambulatório, Podem ocorrer lesões da mucosa vaginal, quando são indica-
deve-se orientá-lo para evitar locais de aglomeração, individualizar das lavagens externas assépticas diárias e utilização de cremes va-
os utensílios pessoais e, se ocorrer o aparecimento de febre, pro- ginais. O ressecamento das mucosas bucais pode ser agravado pela
curar assistência para diagnóstico da causa e para tratamento. Se o respiração inadequada através da boca; deve ser assegurado que o
paciente estiver internado, pode-se providenciar o isolamento pro- paciente esteja respirando através das narinas.
tetor, um local onde fiquem limitados os seus contatos. Manifestações hemorrágicas: podem ser consequentes à redu-
Ocorrendo febre, deve-se dar especial atenção à ingestão hídri- ção de plaquetas ou a defeito dos fatores de coagulação, e classifi-
ca, evitar o ressecamento de mucosas, administrar medicação anti- cam-se em: a) manifestações hemorrágicas cutâneo-mucosas como
pirética quando prescrita, com atenção à via de administração; pro- petéquias (puntiformes), ou equimoses (maiores de 0,5cm); b) epis-
curar manter fria a temperatura ambiente, manter secas e limpas as taxes e gengivorragias; c) sangramento gênito-urinário e digestivo;
roupas do paciente e mantê-lo em repouso. Dieta balanceada, com d) grandes coleções sanguíneas como hemartroses (nas articula-
aspecto atrativo e temperatura agradável, deve ser estimulada. Ali- ções) e hematomas.
mentos podem ser fonte importante de infecção para estes pacien- As principais complicações das doenças hemorrágicas são: a)
tes; assim, enquanto for baixo seu nível de leucocitos, não devem perda de grande volume sanguíneo que pode levar ao estado de
comer verduras cruas ou sucos de frutas e “vitaminas” preparados choque; b) sangramento que atinjam órgãos vitais, como sistema
com várias horas de antecedência. nervoso central ou intraocular; c) deformidades crônicas resultan-
Apoio e orientação durante a fase de infecção e febre são mui- tes de sangramentos intra-articulares repetidos, frequentemente
to importantes para que o paciente enfrente e suporte as dificulda- observados em hemofílicos.
des, e possa colaborar nos exames diagnósticos e tratamento. Dentre as numerosas doenças que se manifestam por hemor-
ragias, destacam-se: a) redução adquirida do número de plaquetas,
Dores ósseas e articulares. As dores ósseas e articulares, nos como na anemia aplástica, nas leucemias e na púrpura tromboci-
pacientes com alterações hematológicas, são devidas a: topênica; b) defeitos hereditários dos fatores de coagulação, do
a) infiltração do periósteo por células neoplásicas (nas leucemias); qual o exemplo mais comum é a hemofilia.
b) depósito de ácido úrico (gota) devido à destruição de células
(nas leucemias); Coleta de Sangue
c) destruição óssea e fraturas (no mieloma); A coleta de sangue é amplamente praticada e continua sendo
d) obstrução de pequenos vasos periarticulares (na anemia fal- de inestimável valor para o diagnóstico e tratamento de vários pro-
ciforme). cessos patológicos. O teste de laboratório é parte integrante do pro-
cesso de tomada de decisão do médico e os resultados influenciam
Os cuidados de enfermagem têm como objetivos o conforto do diretamente a qualidade de vida do paciente.
paciente e a diminuição da dor; para isso se faz necessário: uso de Os avanços em tecnologia de instrumentos e o investimento em
roupas confortáveis; utilização de compressas quentes para alívio automação simplificaram os processos no diagnóstico laboratorial,
da dor; posição confortável dos membros no leito, com utilização melhorando a qualidade dos resultados. Porém, a grande questão
de coxins e espumas nas articulações e proeminências óssea. Imo- enfrentada hoje é que cerca de 70% do total de erros que afetam
bilização temporária de um membro, quando a inflamação articu- os resultados dos testes laboratoriais ocorre na fase pré-analítica.
lar for acentuada; elevação dos membros, para evitar o edema de Isso se deve principalmente à dificuldade em obter procedimentos
extremidades; a imobilização total deve ser evitada, como também padronizados para a coleta de amostras.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Os testes de laboratório são divididos três fases: pré-analítica, Os sistemas para coleta de sangue a vácuo reduzem o risco de
analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica compreende todos os exposição direta ao sangue e tornam mais fácil a coleta de múltiplas
processos a partir do momento em que um médico solicita o exame amostras através de uma única punção. Além de maior conforto para
até que a amostra seja enviada para análise no laboratório. Inclui o paciente também proporciona maior segurança para o profissional
então a indicação do exame, instruções de preparo do paciente, que realiza a coleta e reduz as chances de contaminação da amostra.
procedimentos de coleta de sangue, armazenamento, preservação Existe um tubo específico com aditivos diferentes para cada
e transporte da amostra. tipo de aplicação e exames.Para fazer uma coleta múltipla basta tro-
Claro que qualquer uma das fases pode apresentar erros de car os tubos à medida em que for colhendo as amostras desejadas.
processo. A maioria dos erros são identificados na fase analítica. Os tubos de coleta a vácuo já contêm a quantidade de vácuo cali-
Entretanto, eles apenas refletem a falta de cuidados durante a fase brado ao volume de sangue que deve ser colhido, assim é possível
pré-analítica, com os fatores que afetam diretamente a amostra. garantir a proporção correta de sangue e aditivo.
As boas práticas e sistematização da fase pré-analítica, prin- Mas é preciso seguir uma sequência correta para evitar a con-
cipalmente no processo de coleta da amostra, evita uma série de taminação cruzada de aditivos entre tubos, gerando resultados
erros, retrabalhos e desperdícios de amostras e de reagentes, evi- alterados nos analíticos sensíveis a este tipo de interferência. A
tando danos aos pacientes e também ao laboratório. ordem correta para coleta de sangue por tubos a vácuo é: 1. Azul
(citrato de sódio); 2. Amarelo/vermelho (ativador de coágulo); 3.
Variáveis pré-analíticas para coleta de sangue Verde (heparina); 4. Lilás/roxo (ETDA); 5. Cinza (fluoreto de sódio).
Na coleta de sangue para a realização de exames laboratoriais
é importante que se conheça, controle e, se possível, evite algumas
variáveis que possam interferir na exatidão dos resultados. A pri-
meira delas é a condição do paciente e as orientações que devem
ser passadas antes do exame.
PREPARAÇÃO DO PACIENTE
Esta é uma das tarefas mais desafiadoras da fase pré-analítica,
pois engloba variáveis que normalmente ocorrem antes que o indi-
víduo chegue para a coleta da amostra. Alimentação, exercícios, me-
dicamentos e outros fatores podem interferir na análise, por isso é
fundamental a orientação antes da realização da coleta de sangue.
Gênero: Além das diferenças hormonais específicas e carac-
terísticas de cada sexo, alguns outros parâmetros sanguíneos se
apresentam em concentrações significativamente distintas entre
homens e mulheres.
Idade: Alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração
sérica dependente da idade do indivíduo.
Atividade física: Alterações significativas no grau de atividade Sistema de tubos de coleta e interferentes na análise de san-
física, como ocorrem, por exemplo, nos primeiros dias de uma inter- gue
nação hospitalar ou de imobilização, causam variações importantes A coleta de sangue é um dos procedimentos mais comuns em
na concentração de alguns parâmetros sanguíneos. Os pacientes análises clínicas, utilizado para diagnóstico de diversos processos
também devem ser instruídos para evitar exercícios moderados a patológicos. Porém cada etapa pode afetar a qualidade da amostra,
extenuantes antes da coleta de sangue. desde a condição do paciente, procedimentos para a tiragem de
Jejum: habitualmente, é preconizado um período de jejum sangue, até tubos de coleta e produtos utilizados.
para a coleta de sangue em exames laboratoriais. A ingestão de Reduzir os fatores de interferência é fundamental para evitar
determinados alimentos é uma fonte significativa de variabilidade erros laboratoriais e garantir a integridade dos resultados.
pré-analítica. A evolução dos tubos de coleta de sangue melhorou a quali-
Dieta: da mesma forma que o jejum, a dieta a que o indivíduo dade da amostra e a eficiência do fluxo de trabalho, bem como a
está submetido pode interferir na concentração de alguns compo- segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde.
nentes, dependendo das características orgânicas do próprio pa- Esses tubos são divididos pelas suas funções, aditivos e tam-
ciente. bém possuem um código de cores que facilitam a sua identificação.
Uso de fármacos e drogas de abuso: este é um item amplo e in-
clui tanto a administração de substâncias com finalidades terapêu- Tubos de coleta de sangue, seus aditivos e usos laboratoriais
ticas como outras drogas de abuso, incluindo álcool e cigarro. Eles O sistema de tubo de coleta a vácuo é o mais utilizado no mun-
podem causar variações nos resultados de exames laboratoriais, do todo, devido a sua facilidade e também segurança. Os tubos são
seja pelo próprio efeito fisiológico ou por interferência analítica. projetados para realizar a coleta, transporte e processamento da
amostra.
TUBOS DE COLETA DE SANGUE A VÁCUO A maioria dos tubos de coleta de sangue contém um aditivo
Os produtos utilizados para efetuar a coleta do sangue são de que acelera a coagulação do sangue (ativador de coágulos) ou evita
extrema importância, pois além de auxiliar em um melhor resulta- a coagulação (anticoagulante). Isso preserva a amostra garantindo
do dos exames, podem reduzir a ocorrência de erros na coleta e os o processamento adequado para cada exame. Um tubo que contém
fatores de interferência na fase pré-analítica. um ativador de coágulo produzirá uma amostra de soro quando o
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
sangue for separado por centrifugação, já um tubo que contenha Citrato de Sódio (azul)
um anticoagulante irá produzir uma amostra de plasma após cen-
trifugação.
Alguns testes exigem o uso de soro, alguns requerem plasma e
outros testes requerem sangue total.
Como cada tubo tem uma função pré-determinada, a padroni-
zação com a codificação por cores indica o seu conteúdo (aditivo) e
tem aplicação universal.
O tubo de coleta a vácuo permite também coletar a quantida-
de exata de sangue necessária para aquela análise, assim quando o
sangue para de fluir para dentro do tubo o volume correto para a
quantidade de aditivo presente foi colhido. O Citrato de Sódio Tamponado é utilizado para prova de coa-
gulação em amostras. Diferentes concentrações de Citrato de Sódio
Confira os tubos de coleta mais utilizados, a tabela de cores e podem ter efeitos significativos nas análises terapias anti-trombóti-
sua aplicação: cas, Tempo de Protombina (TP) e Tempo de Tromboplastina ativada
Ativador de Coágulo (vermelho) (TTPa).
EDTA (lilás/rosa)
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Lipemia
Amostras lipêmicas acusam o excesso de lipídios ou gorduras
na corrente sanguínea. Esse fenômeno faz com que o plasma ou
soro apareça turvo ou leitoso, interferindo principalmente em tes-
tes que usam sistemas ópticos de leitura.
A ingestão de alimentos gordurosos pode provocar lipemia
que, se moderada a intensa, interfere na contagem de leucócitos,
plaquetas, eritrócitos e elevar muito a dosagem de hemoglobina.
Icterícia
A amostra ictérica está relacionada ao aumento dos níveis de
bilirrubina. Ela é produzida pelo organismo quando os glóbulos
vermelhos se desintegram. Quando a sua excreção não acontece
As amostras podem sofrer algumas interferências que afetam
de forma adequada, ocorre um aumento de sua concentração no
significativamente os resultados dos testes. Isso pode levar a testes
sangue, acarretando o surgimento da icterícia. O soro ou plasma
adicionais, diagnósticos incorretos e tratamentos potencialmente
ganham a cor amarelo brilhante, indicando a presença elevada de
desfavoráveis para o paciente. As interferências observadas com
bilirrubina. Essa coloração é característica de problemas hepáticos.
maior frequência são amostras hemolizadas, lipêmicas e ictéricas.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
As amostras podem sofrer algumas interferências que afetam significativamente os resultados dos testes. Isso pode levar a testes
adicionais, diagnósticos incorretos e tratamentos potencialmente desfavoráveis para o paciente. As interferências observadas com maior
frequência são amostras hemolizadas, lipêmicas e ictéricas.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Tratando-se de cirurgias eletivas, onde há previsão de trans- 1- Assistência de enfermagem pré-cirúrgica geral: abrange o
fusão sanguínea, muitas vezes é solicitado ao paciente para provi- preparo sócio-psíquico-espiritual e o preparo físico.
denciar doadores saudáveis e compatíveis com seu tipo sanguíneo. Preparo sócio-psíquico-espiritual:
Com essa medida pretende-se melhorar a qualidade do sangue dis- − Providenciar a assinatura do termo de responsabilidade, au-
ponível e aumentar a quantidade de estoque existente nos hemo- torizando o hospital a realizar o procedimento
centros, evitando sua comercialização. − Explicar aos familiares sobre a cirurgia proposta, como o pa-
Os cuidados de enfermagem aqui neste período compreendem ciente retornará da sala operatória e a importância em apoiá-lo
os preparos psicoespiritual e o preparo físico. nesse período;
Consentimento cirúrgico: Antes da cirurgia, o paciente deve − Explicar ao paciente sobre a cirurgia, o tipo de anestesia, e os
assinar um formulário de consentimento cirúrgico ou permissão exames que porventura forem necessários, salientar a importância
para realização da cirurgia. Quando assinado, esse formulário indica de sua colaboração durante os procedimentos;
que o paciente permite a realização do procedimento e compreen- − Tranquilizá-lo em caso de ansiedade, medo do desconhecido
de seus riscos e benefícios, explicados pelo cirurgião. Se o paciente e de destruição da auto-imagem, ouvir atentamente seu discurso,
não compreender as explicações, o enfermeiro notifica ao cirurgião dar importância às queixas e seus relatos;
antes que o paciente assine o formulário de consentimento. - Explicar as condições que irá retornar do centro cirúrgico (se
Os pacientes devem assinar um formulário de consentimento acordado, com ou sem gesso, etc.) e assegurar que terá sempre um
para qualquer procedimento invasivo que exija anestesia e compor- profissional da enfermagem para atendê-lo;
te risco de complicações. - Promover o entrosamento do paciente com o ambiente hos-
Quando um paciente adulto está confuso, inconsciente ou não pitalar, esclarecer sobre normas e rotinas do local, e proporcionar
é mentalmente competente, um familiar ou um tutor deve assinar um ambiente calmo e tranquilo e
o formulário de consentimento. Quando o paciente tem menos de - Providenciar ou dar assistência religiosa, caso seja solicitada.
18 anos de idade, um dos pais ou um tutor legal deve assinar o
formulário. Pessoas com menos de 18 anos de idade, que vivem Preparo físico:
longe de casa e sustentam-se por conta própria, são considerados − Realizar a consulta de enfermagem, atentando para as con-
menores emancipados e assinam o formulário de consentimento. dições que podem atuar negativamente na cirurgia e reforçando as
Numa emergência, o cirurgião pode ter que operar sem consenti- positivas;
mento. No entanto, a equipe de saúde deve se esforçar ao máximo - Providenciar e/ou preparar o paciente para exames labora-
para obter o consentimento por telefone, telegrama ou fax. Todo toriais e outros exames auxiliares no diagnóstico; − Iniciar o jejum
enfermeiro deve estar familiarizado com as normas da instituição e após o jantar ou ceia;
com as leis estatais relacionadas aos formulários de consentimento - Verificar sinais vitais, notificar ao médico responsável se ocor-
cirúrgico. reram sinais ou sintomas de anormalidade ou alteração dos sinais
Os pacientes devem assinar o formulário de consentimento an- vitais;
tes que lhes seja administrado qualquer sedativo pré-operatório. - Encaminhar ao banho para promover higiene, trocar de rou-
Quando o paciente ou a pessoa designada tiver assinado a permis- pa, cortar as unhas e mantê-las limpas e fazer a barba;
são, uma testemunha adulta também assina para confirmar que o − Administrar medicação pré-anestésica, se prescrita; − Reali-
paciente ou o indivíduo designado assinou voluntariamente. Em zar a tricotomia do membro a ser operado, lavar com água e sabão,
geral, a testemunha é um membro da equipe de saúde ou um em- passar anti-séptico local e enfaixar (se necessário) com bandagens
pregado do setor de admissão. É responsabilidade do enfermeiro estéreis;
assegurar que todas as assinaturas necessárias figurem no formu- - Remover próteses, jóias, lentes de contato ou óculos, prende-
lário de consentimento, e que este se encontre no prontuário do dores de cabelo e roupas íntimas;
paciente antes que ele seja encaminhado ao centro cirúrgico (CC). - Promover esvaziamento vesical, colocar roupa cirúrgica apro-
priada (camisola, toucas),transportá-lo na maca até o centro cirúrgi-
Assistência de enfermagem em centro cirúrgico e centro de co com prontuário e exames realizados (inclusive Raios-X).
material esterilizado
Os cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico variam de Assistência pré-cirúrgica específica de mão, membro superior
acordo com o tipo de cirurgia e de paciente para paciente, aten- e pé:
dendo suas necessidades básicas e suas reações psíquicas e físicas − Exame físico minucioso, atentando para a qualidade e integri-
manifestadas durante este período. Neste capítulo iremos abordar dade da pele (deverá estar hidratada e lubrificada);
os cuidados gerais indispensáveis a todos os tipos de cirurgia e os − Observar sinais de infecção, inflamação, alergias ou reações
cuidados específicos voltados para cirurgias de mão e membro su- hansênicas;
perior e de pé e membro inferior. − Se houver lesões abertas, promover limpeza com solução fi-
A assistência pré-operatória tem como objetivo proporcionar siológica ou água e sabão e ocluir com gaze e atadura de crepe.
uma recuperação pós-operatória mais rápida, reduzir complica- − Observar perfusão periférica do membro a ser operado;
ções, diminuir o custo hospitalar e o período de hospitalização que - No caso de cirurgia com enxerto, a pele da região doadora
se inicia na admissão e termina momentos antes da cirurgia, devol- deverá estar hidratada e lubrificada. Este procedimento inicia-se
vendo o paciente o mais rápido possível ao meio familiar. alguns dias antes, sendo que, horas antes da cirurgia, realizar a
tricotomia e limpeza da pele. Durante o período trans-cirúrgico, o
quarto do paciente deverá estar pronto para recebê-lo, equipado
com materiais suficientes como: suporte de soro e bomba de infu-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
são, travesseiros para elevação do membro operado, cobertores, − Estando com tala gessada ou somente enfaixado, retirar a tala
comadre ou papagaio, esfigmo e manômetro, termômetro, e de- ou faixa para curativos, tomando o cuidado de manter o mesmo
mais equipamentos necessários. alinhamento do membro superior e mão durante o procedimento e
recolocar a tala ou a bandagem, obedecendo-se a ordem de início
2 - Assistência pós-cirúrgica geral: da região distal para a proximal;
Inicia-se no momento em que o paciente sai do centro cirúrgico − Movimentar passivamente e delicadamente as articulações
e retorna à enfermaria. Esta assistência tem como objetivo detectar não gessadas;
e prevenir a instalação de complicações pós-operatória e conse- − Caso esteja com aparelho gessado, mantê-lo limpo; não mo-
quentemente obter urna rápida recuperação lhá-lo (durante o banho, protegê-lo coin material plástico, um sani-
. A assistência pós-cirúrgica consiste em: to, por exemplo, e orientá-lo a não deixar entrar água pelo bordo
− Transferir o paciente da maca para a cama, posicioná-lo de superior); observar sinais de garroteamento como edema e palidez
acordo com o tipo de cirurgia a que foi submetido e com o membro ou gesso apertado; ausência ou diminuição da sensibilidade ou mo-
operado elevado; tricidade, sinais de hemorragia como presença de sangramento no
− Aquecê-lo, se necessário; aparelho gessado e odor desagradável;
− Manter a função respiratória; − Orientar o paciente a não introduzir objetos em caso de pru-
− Observar nível de consciência, estado geral, quadro de agita- rido e não retirar algodão do gesso
ção e outros comprometimentos neurológicos;
− Verificar anormalidades no curativo, como: secreção e pre- Assistência Pós-cirúrgica específica para os membros inferio-
sença de sangramento; res:
− Observar o funcionamento de sondas, drenos, cateteres e co- − Realizar cuidados acima citados
nectá-los às extensões; − Manter repouso absoluto do membro inferior e posiciona-
− Controlar e anotar sinais vitais, bem como gotejamento de mento elevado, geralmente acima do nível do corpo. Ao encami-
soro, sangue ou derivados; - Verificar anotações do centro cirúrgico) nhá-lo ao banho ou para deambulação, andar com apoio ou cadei-
e executar a prescrição médica; ras adequadas;
− Promover conforto e segurança através de meio ambiente − Se o membro estiver gessado e com salto, aguardar a seca-
adequado, uso de grades na cansa, imobilização de mãos (se agi- gem adequada e a liberação para a deambulação, conforme orien-
tado); tação médica, alternando a deambulação e o repouso com elevação
− Observar funcionamento e controlar, quando necessário, os do membro inferior gessado. Caso o aparelho gessado não conte-
líquidos eliminados por sondas, drenos, etc; - Realizar mudança de nha salto, isso é indicativo de que a deambulação é proibida;
decúbito de acordo com a evolução clínica; − Não fletir o membro durante a secagem do gesso;
− Forçar ingesta líquida e sólida assim que a dieta for liberada; − Proceder a retirada de pontos cirúrgicos entre sete a dez dias
− Promover movimentação ativa, passiva e deambulação precoces ou depois da retirada do aparelho gessado.
se forem permitidas e houver condições físicas;
- Trocar curativos; Assistência Pós-cirúrgica especifica em amputação de mem-
- Orientar paciente e a família para a alta, quanto à importância bro inferior:
do retomo médico para controle e cuidados a serem dispensados - Promover o alívio da dor se houver;
no domicílio como gesso, repouso, limpeza adequada; − Os amputados experimentam com freqüência dor fantasma
- Proporcionar recreação, por exemplo, revistas e TV ou sensação fantasma. Tais sensações são reais e devem ser aceitas
pelo paciente e pelas pessoas que lhe prestam assistência.
Assistência Pós-cirúrgica específica para o membro superior: − Apesar da amputação ser uni procedimento de reconstrução,
- Posicionar o membro operado em elevação, entre 60 e 90 a mesma altera a imagem corporal do paciente. O enfermeiro deve-
graus, apoiados em travesseiros, quando estiver em decúbito hori- rá estabelecer uma relação de confiança, com a qual encorajará o
zontal e, ao deambular, mantê-lo corar tipóia e mão elevada acima paciente a olhar, sentir e a cuidar do membro residual, tornando-o
do tórax; apto e participante ativo no autocuidado;
− Observar edema, palidez, cianose ou alteração da temperatu- − Observar sinais de secreções hemáticas em incisão cirúrgicas,
ra em extremidades das mãos; coloração, temperatura e aspecto da cicatrização;
− Realizar limpeza dos artelhos, secando bem os espaços inter- − Evitar o edema enfaixando-o sem compressão exagerada e
digitais não deixar o membro residual pendurado. A pressão excessiva so-
- Realizar curativos a cada dois dias em incisão cirúrgica: lim- bre o membro residual deve ser evitada, pois pode comprometer a
peza com solução fisiológica a 0,9%, aplicação tópica de rifocina cicatrização da incisão cirúrgica;
spray e oclusão com gaze e atadura. No caso de cirurgia de enxerto − O membro residual não deverá ser apoiado sobre o traves-
cutâneo, a frequência da troca do curativo da área doadora será es- seiro, o que pode resultarem contratura e flexão do quadril. Uma
tabelecida conforme a necessidade, isto é, quando houver extrava- contratura da próxima articulação acima da amputação constitui
samento de secreção, que varia em torno de dois a cinco dias. O da complicação freqüente. De acordo com a preferência do cirurgião, o
área receptora será realizado pelo médico responsável, geralmente membro residual poderá ser posicionado em extensão ou elevação
após cinco dias, conforme seu critério, utilizando-se algum produto por curto período de tempo após a cirurgia. Deve-se desestimular a
não aderente; posição sentada por períodos prolongados para evitar as contratu-
ras em flexão de quadril e de joelho;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
− Estimular e ajudar nos exercícios precoces de amplitude. O Por isso, a cirurgia e os procedimentos diagnósticos podem
paciente pode utilizar um trapézio acima da cabeça ou um lençol representar uma invasão física, emocional e psicológica - e em algu-
amarrado na cabeceira do leito para ajudar a mudá-lo de posição mas cirurgias (amputação da perna) uma invasão social, obrigando
e fortalecer o bíceps. Solicitar orientação ao serviço de fisioterapia mudanças no estilo de vida. A aceitação ao tratamento cirúrgico,
sobre a adequação dos exercícios ao paciente. apesar do medo da anestesia, da dor, da morte, do desconhecido
e da alteração da imagem corporal, está geralmente relacionada à
A sala de cirurgia deve ser equipada com esfigmomanômetro, confiança que o cliente deposita na equipe profissional e na estru-
monitor de eletrocardiograma, material para entubação traqueal, tura hospitalar, daí a importância de estarmos atentos ao tipo de
equipamentos para ventilação e oxigenação, aspirador de secre- relação interpessoal que especificamente temos com este cliente.
ções, oxímetro de pulso e outros aparelhos especializados. Os equi- O atendimento do cliente cirúrgico é feito por um conjunto
pamentos auxiliares são aqueles que podem ser movimentados de setores interligados, como o pronto-socorro, ambulatório, en-
pela sala, de acordo com a necessidade: suporte de hamper e ba- fermaria clínica ou cirúrgica, centro cirúrgico (CC) e a recuperação
cia, mesas auxiliares, bisturi elétrico, foco auxiliar, banco giratório, pós-anestésica (RPA).
escada, estrado, balde inoxidável com rodinhas ou rodízios, carros Todos estes setores devem ter um objetivo comum: proporcio-
ou prateleiras para materiais estéreis, de consumo e soluções an- nar uma experiência menos traumática possível e promover uma
tissépticas. recuperação rápida e segura ao cliente. O ambulatório ou pronto-
Também são necessários diversos pacotes esterilizados conten- -socorro realiza a anamnese, o exame físico, a prescrição do trata-
do aventais, “opa” (avental com abertura para a frente), luvas de mento clínico ou cirúrgico e os exames diagnósticos.
Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformi- A decisão pela cirurgia, muitas vezes, é tomada quando o tra-
dade externa e/ou interna com o objetivo de reparar, corrigir ou tamento clínico não surtiu o efeito desejado. O cliente pode ser
aliviar um problema físico. internado um ou dois dias antes da cirurgia, ou no mesmo dia, de-
pendendo do tipo de preparo que a mesma requer.
É realizada na sala de cirurgia do hospital e em ambulatório O cliente do pronto-socorro é diretamente encaminhado ao
ou consultório, quando o procedimento for considerado simples”1 . centro cirúrgico, devido ao caráter, geralmente, de emergência do
Dependendo do risco de vida, a cirurgia pode ser de emergên- ato cirúrgico
cia, urgência, programada ou opcional. Por exemplo: nos casos de . O centro cirúrgico é o setor destinado às intervenções cirúr-
hemorragia interna, a cirurgia é sempre de emergência pois deve gicas e deve possuir a recuperação pós-anestésica para prestar a
ser realizada sem demora; no abdome agudo, o tratamento cirúr- assistência pós-operatória imediata.
gico é de urgência, por requerer pronta atenção, podendo-se, en- Após a recuperação anestésica, o cliente é encaminhado à uni-
tretanto, aguardar algumas horas para melhor avaliação do cliente; dade de internação, onde receberá os cuidados pós-operatórios
as cirurgias programadas ou eletivas, como no caso de varizes de que visam prevenir a ocorrência de complicação.
membros inferiores, são realizadas com data pré-fixada, enquanto
que a maioria das cirurgias plásticas são optativas por serem de pre- Classificação da cirurgia por potencial de contaminação
ferência pessoal do cliente. O número de microrganismos presentes no tecido a ser ope-
A cirurgia também é classificada de acordo com a finalidade: rado determinará o potencial de contaminação da ferida cirúrgica.
diagnóstica ou exploratória, quando utilizada para se visualizar as De acordo com a Portaria nº 2.616/98, de 12/5/98, do Ministério da
partes internas e/ou realizar biópsias (laparotomia exploradora); Saúde, as cirurgias são classificadas em:
curativa, quando se corrige alterações orgânicas (retirada da amíg- - limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil desconta-
dala inflamada);reparadora, quando da reparação de múltiplos fe- minação, na ausência de processo infeccioso local, sem penetração
rimentos (enxerto de pele); reconstrutora ou cosmética, quando nos tratos digestório, respiratório ou urinário, em condições ideais
se processa uma reconstituição (plástica para modelar o nariz, por de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovário;
exemplo); e paliativa, quando se necessita corrigir algum problema, - potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil
aliviando os sintomas da enfermidade, não havendo cura (abertura descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração
de orifício artificial para a saída de fezes sem ressecção do tumor nos tratos digestório, respiratório ou urinário sem contaminação
intestinal, por exemplo). significativa. Exemplo: redução de fratura exposta;
As cirurgias provocam alterações estruturais e funcionais no - contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumati-
organismo do cliente, que precisará de algum tempo para se adap- zados e abertos, de difícil descontaminação, com processo inflama-
tar às mesmas. tório mas sem supuração. Exemplo: apendicite supurada;
É comum o tratamento cirúrgico trazer benefícios à qualidade - infectadas: realizadas em tecido com supuração local, tecido
de vida da pessoa, mas é importante compreendermos que o tra- necrótico, feridas traumáticas sujas. Exemplo: cirurgia do reto e
tamento cirúrgico sempre traz um impacto (positivo ou negativo) ânus com pus.
tanto no aspecto físico como nos aspectos psicoemocionais e so-
ciais. Com esta compreensão, temos maior chance de realizar uma Nomenclatura cirúrgica
comunicação interpessoal mais individualizada e prestar ao cliente A nomenclatura ou terminologia cirúrgica é o conjunto de ter-
orientações mais adequadas. mos usados para indicar o procedimento cirúrgico.
As reações emocionais guardam relação direta com o “signifi- O nome da cirurgia é composto pela raiz que identifica a parte
cado” que o cliente e familiares atribuem à cirurgia, sendo a ansie- do corpo a ser submetida à cirurgia, somada ao prefixo ou ao sufixo.
dade pré-operatória a mais frequente.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Alguns exemplos de raiz: angio (vasos sangüíneos), flebo (veia), traqueo (traquéia), rino (nariz), oto (ouvido), oftalmo (olhos), hister(o)
(útero), laparo (parede abdominal), orqui (testículo), etc.
Além desses termos, existem as denominações com o nome do cirurgião que introduziu a técnica cirúrgica (Billroth: tipo de cirurgia
gástrica) ou, ainda, o uso de alguns termos específicos (exerese: remoção de um órgão ou tecido)
Estrutura do centro cirúrgico (CC) A unidade de centro cirúrgico destina-se às atividades cirúrgicas e de recuperação anestésica, sendo
considerada área critica no hospital por ser um ambiente onde se realizam procedimentos de risco e que possue clientes com sistema de
defesa deficiente e maior risco de infecção.
A equipe do CC é composta por diversos profissionais: anestesistas, cirurgiões, instrumentador cirúrgico, enfermeiro, técnico e auxiliar
de enfermagem, podendo ou não integrar a equipe o instrumentador cirúrgico e o auxiliar administrativo. Para prevenir a infecção e pro-
piciar conforto e segurança ao cliente e equipe cirúrgica, a planta física e a dinâmica de funcionamento possuem características especiais.
Assim, o CC deve estar localizado em área livre de trânsito de pessoas e de materiais. Devido ao seu risco, esta unidade é dividida em áreas:
- Não-restrita - as áreas de circulação livre são consideradas áreas não-restritas e compreendem os vestiários, corredor de entrada
para os clientes e funcionários e sala de espera de acompanhantes. O vestiário, localizado na entrada do CC, é a área onde todos devem
colocar o uniforme privativo: calça comprida, túnica, gorro, máscara e propés.
-Semi-restritas - nestas áreas pode haver circulação tanto do pessoal como de equipamentos, sem contudo provocarem interferência
nas rotinas de controle e manutenção da assepsia. Como exemplos temos as salas de guarda de material, administrativa, de estar para os
funcionários, copa e expurgo. A área de expurgo pode ser a mesma da Central de Material Esterilizado, e destina-se a receber e lavar os
materiais utilizados na cirurgia.
-Restrita - o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação (SO) são consideradas áreas restritas dentro do CC;
para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e materiais.
A sala de cirurgia ou operação deve ter cantos arredondados para facilitar a limpeza; as parede, o piso e as portas devem ser laváveis
e de cor neutra e fosca. O piso, particularmente, deve ser de material condutivo, ou seja, de proteção contra descarga de eletricidade es-
tática; as tomadas devem possuir sistema de aterramento para prevenir choque elétrico e estar situadas a 1,5m do piso. As portas devem
ter visor e tamanho que permita a passagem de macas, camas e equipamentos cirúrgicos. As janelas devem ser de vidro fosco, teladas e
fechadas quando houver sistema de ar condicionado. A iluminação do campo operatório ocorre através do foco central ou fixo e, quando
necessário, também pelo foco móvel auxiliar. O lavabo localiza-se em uma área ao lado da SO e é o local onde a equipe cirúrgica faz a de-
germação das mãos e antebraços com o uso de substâncias degermantes antissépticas, com a ação mecânica da escovação. As torneiras
do lavabo devem abrir e fechar automaticamente ou através do uso de pedais, para evitar o contato das mãos já degermadas. Acima do
lavabo localizam-se os recipientes contendo a solução degermante e um outro, contendo escova esterilizada.
Após a passagem pelo SO, o cliente é encaminhado à sala de RPA – a qual deve estar localizada de modo a facilitar o transporte do
cliente sob efeito anestésico da SO para a RPA, e desta para a SO, na necessidade de uma reintervenção cirúrgica; deve possibilitar, ainda,
o fácil acesso dos componentes da equipe que operou o cliente.
Considerando-se a necessidade de se ter materiais em condições para pronto uso bem como evitar a circulação desnecessária de
pessoal e equipamentos dentro e fora da área do CC, recomenda-se a existência de salas específicas para a guarda de medicamentos,
materiais descartáveis, esterilizados, de anestesia e de limpeza, aparelhos e equipamentos e roupa privativa. Dependendo do tamanho
do CC, é também recomendável que haja uma sala administrativa, sala de espera para familiares e/ou acompanhantes, sala de estar para
funcionários e copa.
ANESTESIA
A fase dos cuidados pós-operatórios imediato começa tão logo o procedimento cirúrgico seja concluído e o paciente transferido para
a Unidade de Recuperação Pós-Anestésica (URPA). Esta Unidade deve ser adjacente ao centro-cirúrgico, oferecendo facilidade de acesso.
O estado do paciente deve ser avaliado quanto às necessidades durante a transferência (com oxigênio, dispositivo manual de pressão
negativa, um leito no lugar da maca).
A permanência do paciente nesta unidade permite rápida convalescença, evita infecções hospitalares, poupa tempo, reduz gastos,
ameniza a dor e aumenta a sobrevida do mesmo.
Este é o período mais crítico da recuperação do paciente, por isso, vários cuidados de enfermagem são dispensados a ele com as se-
guintes dificuldades: prestar assistência intensivista até a total recuperação dos reflexos, assistir o paciente integralmente, proporcionando
segurança e retorno rápido às suas atividades normais, prevenir complicações, e em alguns casos, auxiliar na reabilitação e na adaptação
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
de equipar a sala, o circulante limpa os equipamentos com álco- Idealmente, todos os clientes em situação de POI devem ser
ol etílico a 70% ou outro desinfetante recomendado, deixando-os encaminhados da SO para a RPA e sua transferência para a enferma-
prontos para a recepção do cliente e equipe cirúrgica. ambiente do ria ou para a UTI só deve ocorrer quando o anestesista considerar
CC oferece ao mesmo, já submetido a um estresse físico e exposi- sua condição clínica satisfatória.
ção dos órgãos e tecidos ao meio externo; daí a importância do uso A RPA é a área destinada à permanência preferencial do cliente
de técnicas assépticas rigorosas. imediatamente após o término do ato cirúrgico e anestésico, onde
ficará por um período de uma a seis horas para prevenção ou trata-
Tempo cirúrgico mento de possíveis complicações
Abrange, de modo geral, a seqüência dos quatro procedimen- . Neste local aliviará a dor pós-operatória e será assistido até a
tos realizados pelo cirurgião durante o ato operatório. Inicia-se pela volta dos seus reflexos, normalização dos sinais vitais e recuperação
diérese, que significa dividir, separar ou cortar os tecidos através do da consciência. Considerando tais circunstâncias, este setor deve
bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra ou laser; em seguida, se faz possuir equipamentos, medicamentos e materiais que atendam a
a hemostasia, através de compressão direta com os dedos, uso de qualquer situação de emergência, tais como:
pinças, bisturi elétrico (termocautério) ou sutura para prevenir, de- - equipamentos básicos: cama/maca com grades laterais de
ter ou impedir o sangramento. Ao se atingir a área comprometida, segurança e encaixes para suporte de solução, suporte de solução
faz-se a exérese, que é a cirurgia propriamente dita. A etapa final é fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar comprimido, as-
a síntese cirúrgica, com a aproximação das bordas da ferida opera- pirador a vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor cardíaco,
tória através de sutura, adesivos e/ou ataduras. oxímetro de pulso, esfigmomanômetro, ventiladores mecânicos,
carrinho com material e medicamentos de emergência;
Instrumentais e fios cirúrgicos - Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, sondas
Auxiliam a equipe cirúrgica durante a operação, mas para isso de aspiração, luvas esterilizadas, luvas de procedimentos, medica-
é necessário que a equipe de enfermagem ofereça-os em perfeitas mentos, frascos de solução, equipos de solução e de transfusão san-
condições de uso e no tamanho correto. O instrumentador cirúrgi- güínea, equipos de PVC (pressão venosa central), material para son-
co é o profissional responsável por prever os materiais necessários dagem vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras, termômetro,
à cirurgia, bem como preparar a mesa com os instrumentais, fios material de coleta para exames e outros porventura necessários.
cirúrgicos e outros materiais necessários, ajudar na colocação de
campos operatórios, fornecer os instrumentais e materiais à equipe Cuidados de enfermagem no pósoperatório imediato (POI)
cirúrgica e manter a limpeza e proteção dos instrumentais e mate- Este período é considerado crítico, considerando-se que o clien-
riais contra a contaminação. te estará, inicialmente, sob efeito da anestesia geral, raquianeste-
sia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-se bastante
Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua vulnerável às complicações. Assim, é fundamental que a equipe de
função: enfermagem atue de forma a restabelecer-lhe as funções vitais, ali-
- diérese - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesouras, viar-lhe a dor e os desconfortos pós-operatório (náuseas, vômitos e
trépano; distensão abdominal), manter-lhe a integridade da pele e prevenir
- hemostáticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como a ocorrência de infecções.
as pinças de Kelly, Kocher, Rochester;
-síntese cirúrgica - geralmente utilizados para fechamento de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para
cavidades e incisões, sendo o mais comum a agulha de sutura pre- pacientes com alterações clínicas e cirúrgicas.
sa no porta-agulha; ! apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o A assistência de enfermagem é uma das principais ações no
uso de outros grupos de instrumentais, destacando-se o afastador cuidado da saúde do paciente. Assim, a Sistematização da Assis-
Farabeuf para afastar os tecidos e permitir uma melhor visualização tência de Enfermagem (SAE) normatizada pelo Conselho Federal de
do campo operatório e a pinça anatômica para auxiliar na dissecção Enfermagem (CFE), a Resolução n. 358/2009, preconiza que deve
do tecido; especiais - aqueles específicos para cada tipo de cirurgia, ser implantada no setor público e privada (BRASÍLIA, 2009, p. 317).
como, por exemplo, a pinça gêmea de Abadie, utilizada nas cirurgias Existem atualmente diferentes maneiras de sistematizar a as-
do trato digestivo. Os fios cirúrgicos apresentam-se com ou sem sistência de enfermagem, entre elas pode-se mencionar os planos
agulhas, e sua numeração varia de 1 a 5 e de 0-0 a 12-0 (doze-zero). de cuidados, os protocolos, a padronização de procedimentos e o
São classificados em absorvíveis e não-absorvíveis. processo de enfermagem. Visto que a SAE direciona a atuação do
enfermeiro no exercício de suas atividades profissionais e facilita o
Pós operatório desenvolvimento da assistência ao paciente. Neste contexto, a im-
O pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala plantação de um método para sistematizar a assistência de enfer-
de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se em magem deve ter como premissa um processo individualizado, holís-
pósoperatório imediato (POI), até às 24 horas posteriores à cirurgia; tico, planejado, contínuo, documentado e avaliado (VASCONCELOS,
mediato, após as 24 horas e até 7 dias depois; e tardio, após 7 dias BORGES, BOHRER, et al. 2017).
do recebimento da alta. Nesta fase, os objetivos do atendimento No Brasil, Wanda de Aguiar Horta foi à primeira teórica a apre-
ao cliente são identificar, prevenir e tratar os problemas comuns sentar estudos sobre o tema. Ela propôs a sistematização das ações
aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite de Enfermagem, por meio da aplicação do Processo de Enferma-
pós- entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, fle- gem, o que contribuiu para o registro e documentação de ocorrên-
bite pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o seu cias e procedimentos realizados por integrantes da equipe de Enfer-
equilíbrio
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
magem, para a análise e organização do cuidado prestado e, para lizar estratégias que culminam para uma SAE efetiva e com resulta-
o reconhecimento social da profissão (BOTELHO, VELOSO, FAVERO, dos mais satisfatórios tendo em vista que ela oferece Segurança/
2013). paciente; registros de enfermagem mais precisos; organização das
A SAE trata-se de um valioso instrumento para assistência do atividades de enfermagem.
paciente de forma integralizada, contínua, segura e humanizada Segundo Santos e Rennó (2013), a SAE surgiu no centro cirúrgi-
pela enfermagem, sendo composta por cinco fases: visita pré-ope- co com o objetivo de capacitar funcionários para atender as neces-
ratória de enfermagem, planejamento, implementação, avaliação e sidades da equipe médica, como no preparo da sala de cirurgia, dos
reformulação da assistência a ser planejada (RIBEIRO, FERRAZ, DU- materiais e equipamentos hospitalares necessários durante o pro-
RAN, 2017). cedimento. A preocupação com a qualidade prestada ao paciente
Nessa linha de pensamento, a SAE atua no sentido de conduzir é um marco no mercado competitivo, pois cada vez mais busca-se
e organizar o trabalho da equipe de enfermagem conforme os re- assistências eficientes prestada ao indivíduo, satisfação da clientela
cursos humanos, instrumentos e método, facilitando o trabalho do e a redução dos custos hospitalares.
enfermeiro. Ainda, tem sua definição no planejamento e ordenação A SAE constitui nos dias atuais um importante instrumento
da execução das atividades com enfoque coletivo e individual e de inerente ao processo de trabalho do enfermeiro, que possibilita a
caráter privativo do enfermeiro (PENEDO, SPIRI, 2014). ampliação de ações que modificam o processo de vida e de saúde-
Neste sentido, o Processo de Enfermagem se constitui em ação -doença dos pacientes. Deste modo, a sistematização permite a ob-
revestida de significados, possível de ser utilizada pelos enfermei- tenção de resultados pelos quais o enfermeiro é responsável, como
ros enquanto metodologia para prestação de cuidados; entretan- a organização do serviço, especialmente no centro cirúrgico (MELO,
to, apresenta desafios para sua implementação. A enfermagem se NUNES, VIANA, 2014).
utiliza da sistematização da assistência de enfermagem como um Assim, sua implantação, proporciona cuidados individualiza-
modelo de processo de trabalho que possibilita sistematizar a as- dos, assim como norteia o processo decisório do enfermeiro nas
sistência e direcionar o cuidado, contribuindo para a segurança do situações de gerenciamento da equipe de enfermagem, oportuniza
usuário e dos profissionais no sistema de saúde especialmente em avanços na qualidade da assistência, o que impulsiona sua adoção
Centro Cirúrgico (PENEDO, SPIRI, 2014). nas instituições que prestam assistência à saúde ((SILVA, GARANHA-
No hospital, o Centro Cirúrgico (CC) é o local onde acontece NI, PERES, 2015)
grande parte dos eventos adversos à saúde dos pacientes. Sua cau- A implantação da SAE com base em um conhecimento espe-
sa é multifatorial e atribuída à complexidade dos procedimentos, à cífico e de uma reflexão crítica acerca da organização do trabalho
interação das equipes interdisciplinares e ao trabalho sob pressão, de enfermagem juntamente com a coleta de dados, tem-se um
pois, apesar de as intervenções cirúrgicas integrarem a assistência instrumento de fundamental importância para que o profissional
à saúde, contribuindo para a prevenção de agravos à integridade possa gerenciar a assistência de enfermagem de forma organizada,
física e à perda de vidas, estão associadas, consideravelmente, aos segura, dinâmica e competente (SILVA, GARANHANI, PERES, 2015).
riscos de complicações (HENRIQUES, COSTA, LACERDA, 2016).
Assim, a participação do enfermeiro no Centro Cirúrgico tem
merecido atenção por envolver especificidades e articulações in- ASSEPSIA, ANTI-SEPSIA MÉTODOS E TÉCNICAS. PRINCÍ-
dispensáveis à gerência do cuidado a pacientes com necessidades PIOS BÁSICOS DE LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZA-
complexas, que requerem conhecimento científico, manejo tecno- ÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPI-
lógico e humanização extensiva a familiares, pelo impacto que o TALARES. BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO
risco cirúrgico propicia (HENRIQUES, COSTA, LACERDA, 2016). HOSPITALAR
O estudo Henrique, Costa e Lacerda (2016) demonstrou que
ainda há muito a percorrer nos caminhos da segurança efetiva para
o paciente no período perioperatório, uma vez que encontraram Por volta dos anos 1970, iniciaram-se as discussões envolvendo
muitos entraves que, de certa forma, desfavorecem a segurança do a proteção e segurança dos trabalhadores, principalmente aqueles
paciente. Assim, as reflexões sobre a segurança do paciente e os envolvidos com pesquisa em organismos geneticamente modifica-
processos do Centro Cirúrgico precisam ser aprofundadas, necessi- dos. A partir daí a questão da exposição ocupacional e o conceito
tando-se de novos estudos acerca do tema para novas discussões e de biossegurança foram sendo desenvolvidos e introduzidos pela
busca de melhores práticas. comunidade científica, com foco, inicialmente, nos trabalhadores
Estudos recentes de revisão integrativa revelam que, com base dos laboratórios de análise de material biológico, considerando-se
nas diversas necessidades específicas das funções do profissional, a incidência, nestes profissionais, de doenças como a tuberculose
na assistência ao paciente cirúrgico é importante melhorar a quali- e hepatite B.
dade da assistência de enfermagem. É preciso lembrar que a evolu- Sabe-se que, em grande parte dos cenários de prestação de
ção cirúrgica e novas descobertas de tecnologias auxiliam significa- cuidados de enfermagem, negligenciam-se normas de biosseguran-
tivamente a enfermagem avançar na assistência no Centro Cirúrgico ça; os equipamentos de proteção individual (EPI) são mais utilizados
(ADAMY; TOSATTI, 2012, p.301). na assistência ao paciente cujo diagnóstico é conhecido, subesti-
mando-se a vulnerabilidade do organismo humano a infecções.
Importância da implantação da SAE para a organização do O recomendável é que o trabalhador proteja-se sempre que tiver
centro cirúrgico contato com material biológico e, também, durante a assistência
Neste sentido os estudos de Adami, Tosati (2012) tiveram o ob- cotidiana aos pacientes, independente de conhecer o diagnóstico
jetivo de avaliar implantação da (SAE) no período perioperatório de ou não, utilizando-se, portanto, das precauções universais padrão.
um Hospital do Oeste de Santa Catarina, sob a visão da equipe de Estudos demonstram que as maiores causas de acidentes punctó-
enfermagem os autores constataram que, a instituição deve viabi-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
rios, entre os trabalhadores da enfermagem, estão nas práticas de - Alimentos trazidos de fora do hospital.
risco como o reencape de agulhas, o descarte inadequado de obje- - Flores e objetos trazidos de fora do hospital.
tos perfurocortantes e a falta de adesão aos EPI.
Além disso, em grande parte dos casos de exposição a material Baseando-se nesses fatores devem ser elaboradas ações pre-
biológico, o status do paciente fonte não é conhecido, o que poten- ventivas, tais como: uso racional de antimicrobiano, controle de es-
cializa o risco de adquirir doenças como o HIV, hepatite B e hepatite terilização, desinfecção e limpeza, e bloqueio de transmissão pelos
C. A exposição ocupacional é uma importante fonte de infecção por profissionais de saúde.
esses vírus. Um estudo demonstrou que a cobertura vacinal contra
hepatite B dos trabalhadores da saúde envolvidos com os acidentes Principais medidas de prevenção e controle
estava em torno de aproximadamente 73%, evidenciando o risco
de infecção pelo HBV em aproximadamente 27% dos trabalhadores Lavagem das mãos
que não haviam completado o esquema vacinal. - Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a su-
Como se pode perceber, algumas evidências científicas de- perfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente, segui-
monstram que o risco para acidentes com material biológico é uma da de enxágue abundante em água corrente.
realidade configurada em muitos cenários. Considerando-se essas - A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante
informações e o fato de que os trabalhadores da área da saúde en- para a prevenção e controle das infecções hospitalares.
contram-se em permanente contato com agentes biológicos (vírus, - O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após
bactérias, parasitas, geralmente associados ao trabalho em hospi- contatos que envolvam mucosas, sangue ou fluidos corpóreos, se-
tais e laboratórios e, até mesmo na agricultura e pecuária), é fun- creções ou excreções.
damental, portanto, a observância dos princípios de biossegurança - A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto
na assistência aos pacientes e no tratamento de seus fluidos, bem necessária, durante a assistência a um único paciente, sempre que
como no manuseio de materiais e objetos contaminados em todas houver contato com diversos sítios corporais, e frente cada uma das
as situações de cuidado e não apenas quando o paciente-fonte é atividades.
sabidamente portador de alguma doença transmissível. - A lavagem e antissepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre
É válido salientar que em muitos locais de atuação da enfer- antes dos procedimentos cirúrgicos.
magem, são insatisfatórias as condições de trabalho, evidenciadas - A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico
por problemas de organização, deficiência de recursos humanos e deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação, as con-
materiais e área física inadequada do ponto de vista ergonômico. dições do paciente e o procedimento a ser realizado.
Acredita-se que esta conformação é fator preditivo para a exposi- - A lavagem das mãos com antisséptico é recomendada em:
ção a riscos ocupacionais. realização de procedimentos invasivos, prestação de cuidados a pa-
Neste panorama, é instituída a Norma Regulamentadora nú- cientes críticos, contato direto com feridas e/ou dispositivos invasi-
mero 32 (NR 32), do Ministério do Trabalho e Emprego (BR) que vos, tais como cateteres e drenos.
trata da Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, com - Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo
o objetivo de agrupar o que já existe no país em termos de legisla- de incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os níveis da
ção e favorecer os trabalhadores da saúde em geral, estabelecendo assistência hospitalar.
diretrizes para implementação de medidas de proteção à saúde e - A distribuição e a localização de unidades ou pias para lava-
segurança dos mesmos. Esta norma trata dos riscos biológicos; dos gem das mãos, de forma a atender à necessidade nas diversas áreas
riscos químicos; das radiações ionizantes; dos resíduos; das con- hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental para a
dições de conforto por ocasião das refeições; das lavanderias; da obrigatoriedade da prática.
limpeza e conservação; e da manutenção de máquinas e equipa-
mentos em serviços que prestam assistência à saúde. Prevenção de infecção de sítio cirúrgico (ISC)
A infecção hospitalar é uma síndrome infecciosa (infecção) - Tempo de internação abreviado.
que o indivíduo adquire após sua hospitalização ou realização de - Banho completo antes da cirurgia.
procedimento ambulatorial. Entre os exemplos de procedimentos - Tricotomia restrita ao local de incisão, quando necessário,
ambulatoriais mais comuns estão: cateterismo cardíaco, exames ra- imediatamente antes da cirurgia
diológicos com utilização de contraste, retirada de pequenas lesões - Fluxo adequado do Bloco Cirúrgico, com circulação mínima.
de pele e retirada de nódulos de mama, etc. - Equipe cirúrgica restrita.
Para ser considerada infecção hospitalar, o paciente precisa es- - Montagem correta das salas de cirurgia.
tar internado apelo menos 72 horas. - Paramentação completa (avental, gorro, luvas, máscara e pro-
A manifestação da infecção hospitalar pode ocorrer após a alta, pés)
desde que esteja relacionada com algum procedimento realizado - Lavagem e antissepsia das mãos e ante braços da equipe ci-
durante a internação. rurgica.
- Secagem das mãos com toalhas estéreis.
Fatores predisponentes - Antissepsia do campo operatório.
- Pacientes imunodeprimidos; - Instrumental cirúrgico esterilizado.
- Lavagem incorreta das mãos, dos profissionais, acompanhan-
tes e visitantes. Prevenção de infecção respiratória
- Esterilização deficiente de instrumental cirúrgico. - Educação do corpo clínico e vigilância das infecções.
- Técnicas incorretas e procedimentos invasivos. - Esterilização, desinfecção e manutenção de equipamentos e
- Limpeza deficiente de ambientes, materiais e roupas. artigos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- Interrupção da transmissão pessoa para pessoa – precauções Prevenção de infecções em profissionais da área da saúde
de barreira. O profissional da área da saúde (PAS) pode adquirir ou trans-
- Lavagem das mãos. mitir infecções para os pacientes, para outros profissionais no am-
- Vacinação de pacientes de alto risco para complicações de in- biente de trabalho e para comunicantes domiciliares e da comuni-
fecções pneumocócicas. dade. Deste modo, os programas de controle de infecção hospitalar
devem também contemplar ações de controle de infecção entre os
Prevenção de infecção urinária em pacientes cateterizados PAS.
- Evitar o uso de cateterismo vesical quando desnecessário. Aa ações do serviço de saúde ocupacional, no que diz respeito
- Lavar as mãos antes e depois de manipular o sistema. Empre- ao controle de infecção, têm como objetivos:
gar técnica asséptica e equipamento estéril. 1. Educar o PAS acerca dos princípios do controle de infecção,
- Utilizar cateter de calibre adequado. Fixar a sonda para evitar ressaltando a importância da participação individual neste controle;
movimentação. 2. Colaborar com a CCIH na monitorização e investigação de
- Usar exclusivamente COLETOR FECHADO. exposições a agentes infecciosos e surtos;
- Evitar desconexão do sistema fechado. Manter a bolsa coleto- 3. Dar assistência ao PAS em caso de exposições ou doenças
ra de urina em nível inferior à bexiga. relacionadas ao trabalho;
- Esvaziar a bolsa coletora a intervalos de oito horas, no máxi- 4. Identificar riscos e instituir medidas de prevenção;
mo, ou quando preenchidos 2/3 da sua capacidade. 5. Reduzir custos, através da prevenção de doenças infecciosas
- Higienizar a região perineal, com água e sabão, três vezes ao que resultem em faltas ao trabalho e incapacidade.
dia, ou quando necessário.
Ações do serviço de saúde ocupacional
Prevenção de infecção da corrente sanguínea Para atingir os objetivos descritos anteriormente é necessário
Cuidados relacionados aos cateteres periféricos que o serviço de saúde ocupacional atue nas seguintes áreas:
- Lavagem e antissepsia das mãos antes de colocar as luvas es- Integração com outros serviços:
téreis. - As ações do serviço de saúde ocupacional devem ser coorde-
- Preferir veias de membros superiores. nadas com o serviço de infecção hospitalar e outros departamentos
- Usar técnica asséptica para fazer a punção. que se façam necessários.
- Fazer antissepsia do local a ser puncionado. Avaliações médicas:
- Realizar troca de cateteres e mudar o sítio de inserção a cada - Admissional, com histórico de saúde, estado vacinal, condi-
72 horas, ou intervalo menor se indicado. ções que possam predispor o profissional a adquirir ou transmitir
infecções no ambiente de trabalho;
Cuidados relacionados aos cateteres centrais - Exames periódicos para avaliação de problemas relacionados
- Selecionar o Cateter. ao trabalho ou seguimento de exposição de risco (p. ex. triagem
- Usar de preferência a subclávia. para tuberculose, exposição a fluidos biológicos).
- Usar técnica asséptica, incluindo avental, luvas e campos es- - Atividades educativas: A adesão a um programa de contro-
téreis e máscara. le de infecção é facilitada pelo entendimento de suas bases. Todo
- Utilizar equipamentos com local próprio para infusão de me- pessoal precisa ser treinado acerca da política e procedimentos de
dicamentos. controle de infecção da instituição.
- Manter o sistema fechado durante a infusão. A elaboração de manuais para procedimentos garante unifor-
- Usar o cateter para nutrição parenteral apenas para este fim. midade e eficiência. O material deve ser direcionado em linguagem
- Trocar os curativos quando estiverem úmidos, sujos ou fora e conteúdo para o nível educacional de cada categoria de profissio-
do local. nal. Grande parte dos esforços deve estar dirigida para a conscien-
- Trocar o cateter apenas se houver suspeita de infecção rela- tização sobre o uso do equipamento de proteção individual (EPI).
cionada ao cateter. Programas de vacinação: Garantir que o PAS esteja protegido
- Trocar todo o sistema em caso de flebite ou bacteremia. contra as doenças preveníveis por vacinas é parte essencial do pro-
grama de saúde ocupacional. Os programas de vacinação devem
E outras medidas gerais como incluir tanto os recém-contratados quanto os funcionários antigos.
- Avaliar bem os pacientes internados; Os programas de vacinação obrigatória são mais efetivos que os vo-
- Treinar a equipe do hospital, orientando sobre os fatores de luntários.
risco que podem levar à uma infecção; Manejo de doenças e exposições relacionadas ao trabalho: For-
- Usar antibióticos, quando necessário; necer profilaxia pós exposição apropriada nos casos aplicáveis (p.
- Comprar material de boa qualidade para a assistência médica; ex.: exposição ocupacional ao HIV), além de providenciar o diag-
- Esterilizar corretamente todos os materiais; nóstico e o tratamento adequados das doenças relacionadas ao tra-
- Ter uma boa limpeza em todo hospital; balho. Estabelecer medidas para evitar a ocorrência da transmissão
- Uso de equipamento de proteção individual (luvas, óculos de infecção para outros profissionais, através do afastamento do
protetor de óculos, protetor de face, avental e outros.) nos proce- profissional doente (p. ex.: pacientes com tuberculose bacilífera ou
dimentos. varicela).
- Uso de profilaxia antimicrobiana antes da cirurgia.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Aconselhamento em saúde: Fornecer informação individua- - Óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que
lizada com relação a risco e prevenção de doenças adquiridas no possam causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da
ambiente hospitalar; riscos e benefícios de esquemas de profilaxia ação de líquidos agressivos;
pós-exposição e consequências de doenças e exposições para o - Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irrita-
profissional, seus familiares e membros da comunidade. ção nos olhos, provenientes de poeiras e
Manutenção de registro, controle de dados e sigilo: A manu- - Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irri-
tenção de registros de avaliações médicas, exames, imunizações e tação nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de radiações
profilaxias é obrigatória e permite a monitorização do estado de perigosas.
saúde do PAS. Devem ser mantidos registros individuais, em condi-
ções que garantam a confidencialidade das informações, que não 2. Proteção para os membros superiores:
podem ser abertas ou divulgadas, exceto se requerido por lei. - Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores de-
vem ser usados em trabalhos em que haja perigo de lesão provo-
Infecção cruzada cada por:
É a infecção ocasionada pela transmissão de um microrganis- - Materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou per-
mo de um paciente para outro, geralmente pelo pessoal, ambiente furantes;
ou um instrumento contaminado. - Produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos,
oleosos, graxos, solventes orgânicos e derivados de petróleo;
Infecção endógena - Materiais ou objetos aquecidos;
É um processo infeccioso decorrente da ação de microrganis- - Choque elétrico;
mos já existentes, naquela região ou tecido, de um paciente. Medi- - Radiações perigosas;
das terapêuticas que reduzem a resistência do indivíduo facilitam a - Frio;
multiplicação de bactéria em seu interior, por isso é muito impor- - Agentes biológicos.
tante, a anti-sepsia pré-cirúrgica.
3. Proteção para os membros inferiores:
Infecção exógena - Calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares
É aquela causada por microrganismos estranhos a paciente. úmidos, lamacentos ou encharcados;
Para impedir essa infecção, que pode ser gravíssima, os instrumen- - Calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos
tos e demais elementos que são colocados na boca do paciente, agressivos;
devem estar estéreis. È importante, que barreiras sejam colocadas - Calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos e
para impedir que instrumentos estéreis sejam contaminados, pois - Calçados de proteção contra riscos de origem elétrica.
não basta um determinado instrumento ter sido esterilizado, é im-
portante que em seu manuseio até o uso ele não se contamine. A 4. Proteção do tronco:
infecção exógena significa um rompimento da cadeia asséptica, o - Aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção
que é muito grave, pois, dependendo da natureza dos microrganis- para trabalhos em haja perigo de lesões provocadas por:
mos envolvidos, a infecção exógena pode ser fatal, como é o caso - Riscos de origem radioativa;
da AIDS, Hepatite B e C. - Riscos de origem biológica e
- Procedimento crítico: É todo procedimento em que existe a - Riscos de origem química.
presença de sangue, pus ou matéria contaminada pela perda de
continuidade. 5. Proteção da pele:
- Procedimento semicrítico: Todo procedimento em que existe - Cremes protetores – só poderão ser postos à venda ou utiliza-
a presença de secreção orgânica (saliva) sem perda de continuidade dos como EPI, mediante o Certificado de Aprovação (CA) do Minis-
do tecido. tério do Trabalho e Emprego.
- Procedimento não-crítico: Todo procedimento onde não há
presença de sangue, pus ou outra secreção orgânica (saliva). Em 6. Proteção respiratória:
Odontologia não existe este tipo de procedimento. Para exposição a agentes ambientais em concentrações preju-
diciais à saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabele-
Equipamentos de proteção individual (EPIs) cidos na NR15:
Equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso - Respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem
individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do produção de poeiras;
trabalhador. A seguir, uma relação de alguns dos equipamentos de - Respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a
proteção individual, mais usados em estabelecimentos de saúde, agentes químicos prejudiciais à saúde;
como por exemplo: - Aparelhos de isolamento (autônomo ou de adução de ar),
para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18%
1. Proteção à cabeça: em volume.
- Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face
contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de Precaução padrão
produtos químicos e radiações luminosas intensas; A partir da epidemia de HIV/AIDS, do aparecimento de cepas
- Óculos de segurança para trabalhos que possam causar feri- de bactérias multirresistentes (como o Staphylococcus aureus re-
mentos nos olhos, provenientes de impacto de partículas; sistente à meticilina, bacilos Gramnegativos não fermentadores,
Enterococcus sp. resistente à vancomicina), do ressurgimento da
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
tuberculose na população mundial e do risco aumentado para a 4. Entre procedimentos no mesmo paciente quando houver ris-
aquisição de microrganismos de transmissão sanguínea (hepatite co de infecção cruzada de diferentes sítios anatômicos.
viral B e C, por exemplo) entre os profissionais de saúde, as normas
de biossegurança e isolamento ganharam atenção especial. OBS: O uso de sabão comum líquido é suficiente para lavagem
Para entender os mecanismos de disseminação de um micror- de rotina das mãos, exceto em situações especiais definidas pelas
ganismo dentro deum hospital, é necessário que se conheça pelo Comissões de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH (como nos sur-
menos três elementos: a fonte, o mecanismo de transmissão e o tos ou em infecções hiperendêmicas).
hospedeiro susceptível.
Fonte: As fontes ou reservatórios de microrganismos, geral- Luvas
mente, são os profissionais de saúde, pacientes, ocasionalmente - Usar luvas limpas, não estéreis, quando existir possibilidade
visitantes, ou materiais e equipamentos infectados ou colonizados de contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções,
por microrganismos patogênicos. membranas mucosas, pele não íntegra e qualquer item contami-
Transmissão: A transmissão de microrganismos em hospitais nado.
pode se dar por diferentes vias. - Mudar de luvas entre duas tarefas e entre procedimentos no
mesmo paciente.
Os principais mecanismos de transmissão são: - Retirar e descartar as luvas depois do uso, entre um pacien-
- Transmissão aérea por gotículas: Ocorre pela disseminação te e outro e antes de tocar itens não contaminados e superfícies
por gotículas maiores do que 5um. Podem ser geradas durante tos- ambientais. A lavagem das mãos após a retirada das luvas é obri-
se, espirro, conversação ou realização de diversos procedimentos gatória.
(broncoscopia, inalação, etc.). Por serem partículas pesadas e não
permanecerem suspensas no ar, não são necessários sistemas es- Máscara, protetor de olhos, protetor de face
peciais de circulação e purificação do ar. As precauções devem ser - É necessário em situações nas quais possam ocorrer respin-
tomadas por aqueles que se aproximam a menos de 1 metro da gos e espirros de sangue ou secreções nos funcionários.
fonte.
- Transmissão aérea por aerossol: Quando ocorre pela dissemi- Avental
nação de partículas, cujo tamanho é de 5um ou menos. Tais partí- - Usar avental limpo, não estéril, para proteger roupas e super-
culas permanecem suspensas no ar por longos períodos e podem fícies corporais sempre que houver possibilidade de ocorrer conta-
ser dispersas a longas distâncias. Medidas especiais para se impedir minação por líquidos corporais e sangue.
a recirculação do ar contaminado e para se alcançar a sua descon- - Escolher o avental apropriado para atividade e a quantidade
taminação são desejáveis. Consistem em exemplos os agentes de de fluido ou sangue encontrado.
varicela, sarampo e tuberculose. - A retirada do avental deve ser feita o mais breve possível com
- Transmissão por contato: É o modo mais comum de trans- posterior lavagem das mãos.
missão de infecções hospitalares. Envolve o contato direto (pessoa-
-pessoa) ou indireto (objetos contaminados, superfícies ambientais, Equipamentos de cuidados ao paciente
itens de uso do paciente, roupas, etc.) promovendo a transferência - Devem ser manuseados com proteção se sujos de sangue ou
física de microrganismos epidemiologicamente importantes para fluidos corpóreos, secreções e excreções e sua reutilização em ou-
um hospedeiro susceptível. tros pacientes deve ser precedida de limpeza e ou desinfecção.
- Assegurar-se que os itens de uso único sejam descartados em
Hospedeiro: Pacientes expostos a um mesmo agente patogêni- local apropriado.
co podem desenvolver doença clínica ou simplesmente estabelecer
uma relação comensal com o microrganismo, tornando-se pacien- Controle ambiental
tes colonizados. Estabelecer e garantir procedimentos de rotina adequados para
Fatores como idade, doença de base, uso de corticosteróides, a limpeza e desinfecção das superfícies ambientais, camas, equipa-
antimicrobianos ou drogas imunossupressoras e procedimentos ci- mentos de cabeceira e outras superfícies tocadas frequentemente.
rúrgicos ou invasivos podem tornar os pacientes mais susceptíveis
às infecções. Roupas
- Manipular, transportar e processar as roupas usadas, sujas de
Precaução padrão as precauções padrão sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções de forma a pre-
São um conjunto de medidas utilizadas para diminuir os riscos venir a exposição da pele e mucosa, e a contaminação de roupas
de transmissão de microrganismos nos hospitais e constituem-se pessoais, evitando a transferência de microrganismos para outros
basicamente em: pacientes e para o ambiente.
- Usar dispositivos bucais, conjunto de ressuscitação e outros qualquer processo de desinfecção ou esterilização. “É possível lim-
dispositivos de ventilação quando houver necessidade de ressus- par sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem
citação. limpar”
Processamento de artigos hospitalares 2. Calor seco: Penetra nas substancias de uma forma mais len-
ta que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas
Artigos e tempos mais longos, para que haja uma eficaz esterilização. São
A variedade de materiais utilizados nos estabelecimentos de utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um
saúde pode ser classificada segundo riscos potenciais de transmis- certo tempo: a 170 graus Celsius, são necessários 60 minutos. A 120
são de infecções para os pacientes, em três categorias: críticos, se- Graus são necessárias 12 horas.
micríticos e não críticos. Vantagens: Não forma ferrugem, não danifica materiais.
Limpeza Químico
É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para man- - Gás óxido de etileno: O gás óxido de etileno é um produto
ter em estado de asseio os artigos, reduzindo a população microbia- altamente tóxico usado para esterilizar materiais
na. Constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de Vantagens: Não danifica o material
higiene com os artigos hospitalares. Desvantagens: Danos ao meio ambiente quando manipulado
A limpeza deve preceder os procedimentos de desinfecção ou erroneamente, alto custo, tóxico para o manipulador, requer aera-
de esterilização, pois reduz a carga microbiana através remoção da ção de 48 horas. Demorado.
sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais. O excesso - Glutaraldeído: Fornecido na forma de líquido a 25 ou 50%, são
de matéria orgânica aumenta não só a duração do processo de es- pouco voláteis a frio e utilizados para a desinfecção de instrumen-
terilização, como altera os parâmetros para este processo. Assim, tos médicos. Irritante das mucosas e tóxico, necessita de cuidados
é correto afirmar que a limpeza rigorosa é condição básica para especiais
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Antes, no Brasil, as ações de imunização se voltavam ao contro- 5.560 municípios, numa vasta extensão territorial, cobrindo uma
le de doenças específicas. Com o PNI, passou a existir uma atuação população de 174 milhões de habitantes, entre crianças, adolescen-
abrangente e de rotina: todo dia é dia de estar atento à erradicação tes, mulheres, adultos, idosos, indígenas e populações especiais.
e ao controle de doenças que sejam possíveis de controlar e erra- Enquanto diversidades culturais, demográficas, sociais e am-
dicar por meio de vacina, e nas campanhas nacionais de vacinação bientais são suplantadas para a realização de atividades de vacina-
essa mentalidade é intensificada e dirigida à doença em foco. O ção de campanha e rotina, novas iniciativas e desafios vão sendo
objetivo prioritário do PNI, ao nascer, era promover o controle da lançados. Desses, vale a pena citar alguns: Programas regionais do
poliomielite, do sarampo, da tuberculose, da difteria, do tétano, da continente americano – Os programas de erradicação da poliomie-
coqueluche e manter erradicada a varíola. lite, eliminação do sarampo, controle da rubéola e prevenção da
síndrome da rubéola congênita e a prevenção do tétano neonatal
Hoje, o PNI tem objetivo mais abrangente. Para os próximos são programas regionais que requerem esforços conjuntos dos pa-
cinco anos, estão fixadas as seguintes metas: íses da região, com definição de metas, estratégias e indicadores,
- ampliação da auto-suficiência nacional dos produtos adquiri- envolvendo troca contínua e oportuna de informações e realização
dos e utilizados pela população brasileira; periódica de avaliações das atividades em âmbito regional.
- produção da vacina contra Haemophilus influenzae b, da va- O PNI tem desempenhado papel de destaque, sendo pioneiro
cina combinada tetravalente (DTP + Hib), da dupla viral (contra sa- na implementação de estratégias como a vacinação de mulheres
rampo e rubéola) e tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxum- em idade fértil contra a rubéola e o novo plano de controle do téta-
ba), da vacina contra pneumococos e da vacina contra influenza e no neonatal. Além disso, em 2003 foi iniciada a estratégia de multi-
da vacina antirrábica em cultivo celular. vacinação conjunta por todos os países da América do Sul, durante
a Semana Sul-Americana de Vacinação. Atividades de busca ativa de
As competências do Programa, estabelecidas no Decreto nº casos, vigilância epidemiológica e vacinação nas fronteiras de todo
78.231, de 12 de agosto de 1976 (o mesmo que o institucionalizou), o Brasil foram executadas com sucesso. Essa iniciativa se repetirá
são ainda válidas até hoje: nos próximos anos, contando já com a participação de um núme-
- implantar e implementar as ações relacionadas com as vaci- ro ainda maior de países da América Central, América do Norte e
nações de caráter obrigatório; Espanha.
- estabelecer critérios e prestar apoio técnico a elaboração, im-
plantação e implementação dos programas de vacinação a cargo Quantidades de imuno biológicos: A cada ano são incorpora-
das secretarias de saúde das unidades federadas; dos novos imuno biológicos ao calendário do PNI, que são ofere-
- estabelecer normas básicas para a execução das vacinações; cidos gratuitamente à população, durante campanhas ou na rotina
- supervisionar, controlar e avaliar a execução das vacinações do programa, prezando pelos princípios do SUS de universalidade,
no território nacional, principalmente o desempenho dos órgãos equidade e integralidade.
das secretarias de saúde, encarregados dos programas de vacina- Campanhas de vacinação: São extremamente complexas a co-
ção; ordenação e a logística das campanhas de vacinação. As campanhas
- centralizar, analisar e divulgar as informações referentes ao anuais contra a poliomielite conseguem o feito de vacinar 15 mi-
PNI. lhões de crianças em um único dia. A campanha de vacinação de
mulheres em idade fértil conseguiu vacinar mais de 29 milhões de
A institucionalização do Programa se deu sob influência de vá- mulheres em idade fértil em todo o País, objetivando o controle da
rios fatores nacionais e internacionais, entre os quais se destacam rubéola e a prevenção da síndrome da rubéola congênita.
os seguintes: Rede de Frio: A rede de frio do Brasil interliga os municípios
- fim da Campanha da Erradicação da Varíola (CEV) no Brasil, brasileiros em uma complexa rede de armazenamento, distribuição
com a certificação de desaparecimento da doença por comissão da e manutenção de vacinas em temperaturas adequadas nos níveis
OMS; nacional, estadual e municipal e local.
- a atuação da Ceme, criada em 1971, voltada para a organiza- Autossuficiência na produção de imuno biológicos: O PNI pro-
ção de um sistema de produção nacional e suprimentos de medica- duz grande parte das vacinas utilizadas no País e ainda fornece va-
mentos essenciais à rede de serviços públicos de saúde; cinas com qualidade reconhecida e certificada internacionalmente
- recomendações do Plano Decenal de Saúde para as Améri- pela Organização Mundial da Saúde, com grande potencial de ex-
cas, aprovado na III Reunião de Ministros da Saúde (Chile, 1972), portação de um número maior de vacinas produzidas no País. O
com ênfase na necessidade de coordenar esforços para controlar, Brasil tem a meta ousada de ter auto-suficiência na produção de
no continente, as doenças evitáveis por imunização. imuno biológicos para uso na população brasileira.
Torna-se cada vez mais evidente, no Brasil, que a vacina é o Cooperação internacional: O PNI provê assistência técnica com
único meio para interromper a cadeia de transmissão de algumas envio de profissionais para apoiar atividades de imunizações e vi-
doenças imuno preveníveis. O controle das doenças só será obti- gilância epidemiológica em outros países das Américas. Ainda, por
do se as coberturas alcançarem índices homogêneos para todos os meio da OPAS, são inúmeros os termos de cooperação entre países
subgrupos da população e em níveis considerados suficientes para do qual o Brasil participa, firmados com o intuito de transferir expe-
reduzir a morbimortalidade por essas doenças. Essa é a síntese do riências e conhecimentos entre os países.
Programa Nacional de Imunizações, que na realidade não pertence Sendo assim, um dos programas de imunizações mais ativos na
a nenhum governo, federal, estadual ou municipal. É da sociedade região das Américas, o PNI brasileiro tem exportado iniciativas, his-
brasileira. Novos desafios foram sucessivamente lançados nestes 30 tórias de sucesso e experiência para diversos países do mundo. É,
anos, o maior deles sendo a difícil tarefa de manejar um programa portanto, um exemplo a ser seguido, de ousadia, de determinação
que trabalha articulado com os 26 estados, o Distrito Federal e os e de sucesso.”
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Rede de Frio ras” – apenas um recipiente isolado por meio de placas de cortiça,
A Rede de Frio ou Cadeia de Frio é o processo de recebimento, onde eram colocadas pedras de gelo. Essa geladeira ganhou ares
armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e trans- domésticos em 1913.
porte dos imuno biológicos do Programa Nacional de Imunizações e Em 1918, após a invenção da eletricidade, a Kelvinator Co. in-
devem ser mantidos em condições adequadas de refrigeração, des- troduziu no mercado o primeiro refrigerador elétrico com o nome
de o laboratório produtor até o momento de sua utilização. de Frigidaire. Esses primeiros produtos foram vendidos como apa-
O objetivo da Rede de Frio é assegurar que todos os imuno relhos para serem colocados dentro das “caixas de gelo”.
biológicos mantenham suas características iniciais, para conferir Uma das vantagens era não precisar tirar o gelo derretido. O
imunidade. slogan do refrigerador era “mais frio que o gelo”. Na conservação
Imuno biológicos são produtos termolábeis, isto é, se deterio- dos alimentos, a utilização da refrigeração destina-se a impedir a
ram depois de determinado tempo quando expostos a temperatu- multiplicação de microrganismos e sua atividade metabólica, redu-
ras inadequadas (inativação dos componentes imunogênicos). O zindo, consequentemente, à taxa de produção de toxinas e enzimas
manuseio inadequado, equipamentos com defeito ou falta de ener- que poderiam deteriorar os alimentos, mantendo, assim, à qualida-
gia elétrica podem interromper o processo de refrigeração, com- de dos mesmos.
prometendo a potência e eficácia dos imuno biológicos. Com a criação do Programa Nacional de Imunizações no Brasil
São componentes da Rede de Frio: equipe qualificada e equi- surge a necessidade de equipamento de refrigeração para a con-
pamentos adequados. servação dos imuno biológicos e inicia-se o uso do refrigerador
Sistema de Refrigeração: é composto por um conjunto de com- doméstico para este fim, adotando-se algumas adaptações e/ou
ponentes unidos entre si, cuja finalidade é transferir calor de um modificações que serão demonstradas no capítulo referente aos
espaço, ou corpo, para outro. Esse espaço pode ser o interior de equipamentos da rede de frio.
uma câmara frigorífica de um refrigerador, ou qualquer outro espa- Para os imuno biológicos, a refrigeração destina-se exclusiva-
ço fechado onde haja a necessidade de se manter uma temperatura mente à conservação do seu poder imunogênico, pois são produtos
mais baixa que a do ambiente que o cerca. termolábeis, isto é, que se deterioram sob a influência do calor.
O primeiro povo a utilizar a refrigeração foi o chinês, muitos
anos antes de Cristo. Os chineses colhiam o gelo nos rios e lagos Princípios Básicos de Refrigeração
durante a estação fria e o conservavam em poços cobertos de palha Calor: é uma forma de energia que pode ser transmitida de
durante as estações quentes. um corpo a outro em virtude da diferença de temperatura existente
Este primitivo sistema de refrigeração foi também utilizado de entre eles. A transmissão da energia se dá a partir do corpo com
forma semelhante por outros povos da antiguidade. Servia basica- maior temperatura para o de menor temperatura. Um corpo, ao
mente para deixar as bebidas mais saborosas. Até pelo menos o fim receber ou ceder calor, pode sofrer dois efeitos diferentes: variação
do século XVII, esta seria a única aplicação do gelo para a humani- de temperatura ou mudança de estado físico (fase). A quantidade
dade. de calor recebida ou cedida por um corpo que sofre uma variação
Em 1683, Anton Van Leeuwenhoek, um comerciante de tecidos de temperatura é denominada calor sensível. E, se ocorrer uma mu-
e cientista de Delft, nos Países Baixos, que muito contribuiu para o dança de fase, o calor é chamado latente (palavra derivada do latim
melhoramento do microscópio e para o progresso da biologia ce- que significa escondido).
lular, detectou microrganismos em cristais de gelo e a partir dessa Diz-se que um corpo é mais frio que o outro quando possui
observação constatou-se que, em temperaturas abaixo de +10ºC, menor quantidade de energia térmica ou, temperatura inferior ao
estes microrganismos não se multiplicavam, ou o faziam mais vaga- outro. Com base nesses princípios são, a seguir, apresentadas algu-
rosamente, ocorrendo o contrário acima dessa temperatura. mas experiências onde os mesmos são aplicados à conservação de
A observação de Leeuwenhoek continuou sendo alvo de pes- imuno biológicos.
quisa no meio científico e no século 18, descobertas científicas rela-
cionaram o frio à inibição do processo dos alimentos. Além da neve Transferência de Calor: É a denominação dada à passagem da
e do gelo, os recursos eram a salmoura e o ato de curar os alimen- energia térmica (que durante a transferência recebe o nome de ca-
tos. Também havia as loucas de barro que mantinham a frescura lor) de um corpo com temperatura mais alta para outro ou de uma
dos alimentos e da água, fato este já observado pelos egípcios antes parte para outra de um mesmo corpo com temperatura mais baixa.
de Cristo. Mas as dificuldades para obtenção de gelo na natureza Essa transmissão pode se processar de três maneiras diferentes:
criava a necessidade do desenvolvimento de técnicas capazes de condução, convecção e radiação.
produzi-lo artificialmente.
Apenas em 1824, o físico e químico Michael Faraday descobriu Condução: É o processo de transmissão de calor em que a
a indução eletromagnética – o princípio da refrigeração. Esse prin- energia térmica passa de um local para outro através das partículas
cípio seria utilizado dez anos depois, nos Estados Unidos, para fabri- do meio que os separa. Na condução a passagem da energia de uma
car gelo artificialmente e, na Alemanha em 1855. local para outro se faz da seguinte maneira: no local mais quente, as
Mesmo com o sucesso desses modelos experimentais, a pos- partículas têm mais energia, vibrando com mais intensidade; com
sibilidade de produção do gelo para uso doméstico ainda era um esta vibração cada partícula transmite energia para a partícula vizi-
sonho distante. nha, que passa a vibrar mais intensamente; esta transmite energia
Enquanto isso não ocorria, a única possibilidade de utilização para a seguinte e assim sucessivamente.
do frio era tentando ampliar ao máximo a durabilidade do gelo na-
tural. No início do século XIX, surgiram, assim, as primeiras “geladei- Convecção: Consideremos uma sala na qual se liga um aque-
cedor elétrico em sua parte inferior. O ar em torno do aquecedor é
aquecido, tornando-se menos denso. Com isso, o ar aquecido sobe
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
e o ar frio que ocupa a parte superior da sala, e portanto, mais dis- produto em baixa temperatura, só estará recebendo calor do am-
tante do aquecedor, desce. A esse movimento de massas de fluido biente através da radiação e não pela saída do ar frio existente, uma
chamamos convecção e as correntes de ar formadas são correntes vez que este, sendo mais denso, permanece no fundo da caixa.
de convecção. Portanto, convecção é um movimento de massas de Ao se abrir a porta de uma geladeira vertical ocorrerá a saída
fluido, trocando de posição entre si. Notemos que não tem signifi- de parte do volume de ar frio contido dentro da mesma, com sua
cado falar em convecção no vácuo ou em um sólido, isto é, convec- consequente substituição por parte do ar quente situado no am-
ção só ocorre nos fluidos. Exemplos ilustrativos: biente mais próximo do refrigerador. O ar frio, por ser mais denso,
- Os aparelhos condicionadores de ar devem sempre ser insta- sai por baixo, permitindo a penetração do ar ambiente (com calor
lados na parte superior do recinto a ser resfriado, para que o ar frio e umidade). Os equipamentos utilizados para a conservação de
refrigerado, sendo mais denso, desça e force o ar quente, menos sorvetes e similares são predominantemente freezers horizontais,
denso, para cima, tornando o ar de todo o ambiente mais frio e com várias aberturas pequenas na parte superior, visando a maior
mais uniforme. eficiência na conservação de baixas temperaturas. Um exemplo do
- Os aparelhos condicionadores de ar modernos possuem refri- princípio da densidade é observado quando os evaporadores ou
geração e aquecimento, mas também devem ser instalados na par- congeladores dos refrigeradores, os aparelhos de ar-condicionado
te superior da sala, pois o período de tempo de maior uso será no e centrais de refrigeração são instalados na parte superior do local
modo ‘refrigeração’, ou seja, no período de verão. Contudo, quando a ser refrigerado Assim o ar frio desce e refrigera todo o ambiente
o equipamento for utilizado no modo ‘aquecimento’, durante o in- mais rapidamente. Já os aquecedores devem ser instalados na par-
verno, as aletas do equipamento deverão estar direcionadas para te inferior. Desta forma, o ar quente sobe e aquece o local de forma
baixo, forçando o ar quente em direção ao solo. mais rápida. Agindo destas formas, garantimos o desempenho cor-
- Os aquecedores de ar, por sua vez, deverão ser sempre insta- reto dos aparelhos e economizamos energia através da utilização da
lados na parte inferior do recinto a ser aquecido, pois o ar quente, convecção natural
por ser menos denso, subirá e o ar que está mais frio na parte supe-
rior desce e sofre aquecimento por convecção. Temperatura: O calor é uma forma de energia que não pode ser
medida diretamente. Porém, por meio de termômetro, é possível
Radiação: É o processo de transmissão de calor através de on- medir sua intensidade. A temperatura de uma substância ou de um
das eletromagnéticas ondas de calor). A energia emitida por um corpo é a medida de intensidade do calor ou grau de calor existente
corpo (energia radiante) se propaga até o outro, através do espaço em sua massa. Existem diversos tipos e marcas de indicadores de
que os separa. Raios infravermelhos; Sol; Terra; O Sol aquece a Terra temperatura. Para seu funcionamento, aproveita-se a proprieda-
através dos raios infravermelhos. Sendo uma transmissão de calor de que alguns corpos têm para dilatar-se ou contrair-se conforme
através de ondas eletromagnéticas, a radiação não exige a presença ocorra aumento ou diminuição da temperatura. Para esse funcio-
do meio material para ocorrer, isto é, a radiação ocorre no vácuo e namento utilizam-se, também, as variações de pressão que alguns
também em meios materiais. fluidos apresentam quando submetidos a variações de temperatu-
Nem todos os materiais permitem a propagação das ondas de ra. Os líquidos mais comumente utilizados são o álcool e o mercú-
calor através dele com a mesma velocidade. A caixa térmica, por rio, principalmente por não se congelarem a baixas temperaturas.
exemplo, por ser feita de material isolante, dificulta a entrada do Existem várias escalas para medição de temperatura, sendo
calor e o frio em seu interior, originário das bobinas de gelo reutili- que as mais comuns são a Fahrenheit (ºF), em uso nos países de
zável, é conservado por mais tempo. Toda energia radiante, trans- língua inglesa, e a Celsius (ºC), utilizada no Brasil.
portada por onda de rádio, infravermelha, ultravioleta, luz visível, Nos termômetros em escala Celsius (ºC) ou Centígrados, o pon-
raios X, raio gama, etc, pode converter-se em energia térmica por to de congelamento da água é 0ºC e o seu ponto de ebulição é de
absorção. Porém, só as radiações infravermelhas são chamadas de 100ºC, ambos medidos ao nível do mar e à pressão atmosférica.
ondas de calor. Um corpo bom absorvente de calor é um mal refle-
tor. Um corpo bom refletor de calor é um mal absorvente. Exemplo: Fatores que interferem na manutenção da temperatura no in-
Corpos de cor negra são bons absorventes e corpos de cores claras terior das caixas térmicas:
são bons refletores de calor. - Temperatura ambiente: Quanto maior for a temperatura am-
biente, mais rapidamente a temperatura do interior da caixa tér-
Relação entre temperatura e movimento molecular: Inde- mica se elevará, em virtude da entrada de ar quente pelas paredes
pendentemente do seu estado, as moléculas de um corpo encon- da caixa.
tram-se em movimento contínuo. Na figura a seguir, verifica-se o - Material isolante: O tipo, a qualidade e a espessura do mate-
comportamento das moléculas da água nos estados sólido, líquido rial isolante utilizado na fabricação da caixa térmica interferem na
e gasoso. À medida que sofrem incremento de temperatura, essas penetração do calor. Com paredes mais grossas, o calor terá maior
moléculas movimentam-se com maior intensidade. A liberdade dificuldade para atravessá-las. Com paredes mais finas, o calor pas-
para se movimentarem aumenta conforme se passa do estado sóli- sará mais facilmente. Com material de baixa condutividade térmica
do para o líquido; e deste, para o gasoso (exemplo: poliuretano ao invés de poliestireno expandido), o calor
não penetrará na caixa com facilidade.
Convecção Natural – Densidade: Uma mesma substância, em - Bobinas de Gelo Reutilizável – Quantidade e Temperatura: A
diferentes temperaturas, pode ficar mais ou menos densa. O ar quantidade de bobinas de gelo reutilizável colocada no interior da
quente é menos denso que o ar frio. Assim, num espaço determi- caixa é importante para a correta conservação. A transferência do
nado e limitado, ocorre sempre uma elevação do ar quente e uma calor recebido dos imuno biológicos, do ar dentro da caixa e atra-
queda (precipitação) do ar frio. Sob tal princípio, uma caixa térmica vés das paredes fará com que o gelo derreta (temperatura próxima
horizontal aberta, contendo bobinas de gelo reutilizável ou outro de 0ºC, no caso de as bobinas de gelo serem constituídas de água
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
pura). Otimizar o espaço interno da caixa para a acomodação de permitindo a fuga do refrigerante. Nos refrigeradores e freezers,
maior quantidade de bobinas de gelo fará com que a temperatura o compressor e o motor estão hermeticamente fechados em uma
interna do sistema permaneça baixa por mais tempo. Dispor as bo- mesma carcaça
binas de gelo reutilizável nos espaços vazios no interior da caixa, de
modo que circundem os imuno biológicos serve ao propósito men- Compressor: É um conjunto mecânico constituído de um motor
cionado acima. Ao dispor de certa quantidade de bobinas de gelo elétrico e pistão no interior de um cilindro. Sua função é fazer o flui-
reutilizável nas paredes laterais da caixa térmica, formamos uma do refrigerante circular dentro do sistema de refrigeração.. Durante
barreira para diminuir a velocidade de entrada de calor, por um pe- o processo de compressão, a pressão e a temperatura do fluido re-
ríodo de tempo. O calor vai continuar atravessando as paredes, e frigerante se elevam rapidamente
isso ocorre porque não existe material perfeitamente isolante. Con-
tudo, o calor que adentra a caixa atinge primeiro as bobinas de gelo Condensador: É o elemento do sistema de refrigeração que se
reutilizável, aumentando inicialmente sua temperatura, e, somente encontra instalado e conectado imediatamente após o ponto de
depois, altera a temperatura do interior da caixa. descarga do compressor. Sua função é transformar o fluido refri-
gerante em líquido. Devido à redução de sua temperatura, ocorre
A temperatura das bobinas de gelo reutilizável também deve mudança de estado físico, passando de vapor superaquecido para
ser rigorosamente observada. Caso sejam utilizadas bobinas de líquido saturado. São constituídos por tubos metálicos (cobre, alu-
gelo reutilizável, em temperaturas muito baixas (-20ºC) e em gran- mínio ou ferro) dispostos sobre chapas ou fixos por aletas (arame
de quantidade, há o risco de, em determinado momento, que a de aço ou lâminas de alumínio), tomando a forma de serpentina.
temperatura dos imuno biológicos esteja próxima à dessas bobinas. A circulação do ar através do condensador pode se dar de duas
Por consequência, os imuno biológicos serão congelados, o que maneiras: a) Por circulação natural (sistemas domésticos) b) Por cir-
para alguns tipos, pode comprometer a qualidade, por exemplo: a culação forçada (sistemas comerciais de grande capacidade). Como
vacina contra DTP. o condensador está exposto ao ambiente, cuja temperatura é infe-
rior à temperatura do refrigerante em circulação, o calor vai sendo
Além desses fatores, as experiências citadas permitem lembrar dissipado para esse mesmo ambiente. Assim, na medida em que o
alguns pontos importantes: fluido refrigerante perde calor ao circular pelo condensador, ele se
- o calor, decorrido algum tempo, passará através das paredes converte em líquido.
da caixa com maior ou menor facilidade, em função das caracterís- Nos refrigeradores tipo doméstico e freezers utilizados pelo
ticas do material utilizado e da espessura das mesmas; PNI, são predominantemente utilizados os condensadores estáti-
- a temperatura no interior da caixa nem sempre é uniforme. cos, nos quais o ar e a temperatura ambiente são os únicos fatores
Num determinado momento podemos encontrar temperaturas di- de interferência. As placas, ranhuras e pequenos tubos incorpora-
ferentes em vários pontos (a, b e c). O procedimento de envolver dos aos condensadores, visam exclusivamente facilitar a dissipação
os imuno biológicos com bobinas de gelo reutilizável é entendido do calor, aumentando a superfície de resfriamento.
como uma proteção ao avanço do calor, que parte sempre do mais Olhando-se lateralmente um refrigerador tipo doméstico verifi-
quente para o mais frio, mas que afeta a temperatura dos corpos ca-se que o condensador está localizado na parte posterior, afasta-
pelos quais se propaga; do do corpo do refrigerador. O calor é dissipado para o ar circulante
- no acondicionamento de imuno biológicos em caixas térmicas que sobe em corrente, dos lados do evaporador. Para que este ciclo
é possível manter ou reduzir a temperatura das mesmas durante seja completado com maior facilidade e sem interferências desfavo-
um tempo determinado utilizando-se, para tal, bobinas de gelo reu- ráveis, o equipamento com sistema de refrigeração por compressão
tilizável em diferentes temperaturas e quantidade. (geladeira, freezers, etc.) deve ficar afastado da parede, instalado
em lugar ventilado, na sombra e longe de qualquer fonte de calor,
Tipos de Sistema para que o condensador possa ter um rendimento elevado. Não co-
Compressão: São sistemas que utilizam a compressão e a ex- locar objetos sobre o condensador. Periodicamente, limpar o mes-
pansão de uma substância, denominada fluido refrigerante, como mo para evitar acúmulo de pó ou outro produto que funcione como
meio para a retirada de energia térmica de um corpo ou ambiente. isolante.
Esses sistemas são normalmente alimentados por energia elétrica
proveniente de centrais hidrelétricas ou térmicas. Alternativamen- Alguns equipamentos (geladeiras comerciais, câmaras frigorífi-
te, em regiões remotas, tem-se usado o sistema fotovoltaico como cas, etc.) utilizam o conjunto de motor, compressor e condensador,
fonte geradora de energia elétrica. instalado externamente.
Componentes e elementos do sistema de refrigeração por Filtro desidratador: Está localizado logo após o condensador.
compressão: Componentes: compressor, condensador e controle Consiste em um filtro dotado de uma substância desidratadora que
do líquido refrigerante. Elementos: evaporador, filtro desidratador, retém as impurezas ou substâncias estranhas e absorve a umidade
gás refrigerante e termostato. Os componentes acima descritos es- residual que possa existir no sistema.
tão unidos entre si por meio de tubulações, dentro das quais cir-
cula um fluido refrigerante ecológico (R-134a - tetrafluoretano, é o Controle de expansão do fluido refrigerante: A seguir está lo-
mais comum). A compressão e a expansão desse fluido refrigerante, calizado o controlador de expansão do fluido refrigerante. Sua fina-
dentro de um circuito fechado, o torna capaz de retirar calor de lidade é controlar a passagem e promover a expansão (redução da
um ambiente. Esse circuito deve estar hermeticamente selado, não pressão e temperatura) do fluido refrigerante para o evaporador.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Este dispositivo, em geral, pode ser um tubo capilar usado em pe- Absorção: Funciona alimentado por uma fonte de calor que
quenos sistemas de refrigeração ou uma válvula de expansão, usual pode ser uma resistência elétrica, gás ou querosene. Em opera-
em sistemas comerciais e industriais. ção com gás ou eletricidade, a temperatura interna é controlada
automaticamente por um termostato. Nos equipamentos a gás, o
Evaporador: É a parte do sistema de refrigeração no qual o termostato dispõe de um dispositivo de segurança que fecha a pas-
fluido refrigerante, após expandir-se no tubo capilar ou na válvula sagem deste quando a chama se apaga; com querosene, a tempe-
de expansão, evapora-se a baixa pressão e temperatura, absorven- ratura é controlada manualmente através do ajuste da chama do
do calor do meio. Em um sistema de refrigeração, a finalidade do querosene. O sistema por absorção não é tão eficiente e difere da
evaporador é absorver calor do ar, da água ou de qualquer outra configuração do sistema por compressão. Seu funcionamento de-
substância que se deseje baixar a temperatura. Essa retirada de pende de uma mistura de água e amoníaco, em presença de um
calor ou esfriamento ocorre em virtude de o líquido refrigerante, gás inerte (hidrogênio). Requer atenção constante para garantir o
a baixa pressão, se evaporar, absorvendo calor do conteúdo e do desempenho adequado.
ambiente interno do refrigerador. À medida que o líquido vai se
evaporando, deslocando-se pelas tubulações, este se converte em Funcionamento do sistema por absorção: A água tem a pro-
vapor, que será aspirado pelo compressor através da linha de baixa priedade de absorver amônia (NH3) com muita facilidade e através
pressão (sucção). Posteriormente, será comprimido e enviado pelo desta, é possível reduzir e manter baixa a temperatura nos sistemas
compressor ao condensador fechando o ciclo. de absorção. A aplicação de calor ao sistema faz com que a solubi-
lidade da amônia na água, libere o gás da solução. Assim, a amônia
Alimentação elétrica dos sistemas de refrigeração por com- purificada, em forma gasosa, se desloca do separador até o con-
pressão: Pode ser convencional, quando é proveniente de centrais densador, que é uma serpentina de tubulações com um dispositivo
hidrelétricas ou térmicas, ou fotovoltaica, quando utiliza a energia de aletas situado na parte superior do circuito. Nesse elemento, a
solar. A alimentação elétrica convencional dispensa maiores co- amônia se condensa e, em forma líquida, desce por gravidade até
mentários, pois é de uso muito comum e conhecida por todos. o evaporador, localizado abaixo do condensador e dentro do gabi-
Atualmente, muitos países em desenvolvimento estão usando nete.
o sistema fotovoltaico na rede de frio para conservação de imuno- O esfriamento interno do equipamento ocorre pela perda de
biológicos. É, algumas vezes, a única alternativa em áreas onde não calor para a amônia, que sofre uma mudança de fase da amônia,
existe disponibilidade de energia elétrica convencional confiável. passando do estado líquido para o gasoso.
A geração de energia elétrica provém de células fotoelétricas ou A presença do hidrogênio mantém uma pressão elevada e uni-
fotovoltaicas, instaladas em painéis que recebem luz solar direta, forme no sistema. A mistura amônia-hidrogênio varia de densidade
armazenando-a em baterias próprias através do controlador de car- ao passar de uma parte do sistema para outra, o que resulta em
ga para a manutenção do funcionamento do sistema, inclusive no um desequilíbrio que provoca a movimentação da amônia até o
período sem sol. componente absorvente (água). Ao sair do evaporador, a mistura
O sistema utilizado em refrigeradores para conservação de amônia-hidrogênio passa ao absorvedor, onde somente a amônia é
imuno biológicos é dimensionado para operação contínua do equi- retida. Nesse ponto, o calor aplicado permitirá novamente a libera-
pamento (carregado e incluindo as bobinas de gelo reutilizável) ção da amônia até o condensador, fechando o ciclo continuamente.
durante os períodos de menor insolação no ano. Se outras cargas,
como iluminação, forem incluídas no sistema, elas devem operar Os sistemas de absorção apresentam algumas desvantagens:
através de um banco de baterias separado, independente do que - os equipamentos que utilizam combustível líquido na alimen-
fornece energia ao refrigerador. O projeto do sistema deve permitir tação apresentam irregularidade da chama e acúmulo de carvão ou
uma autonomia de, no mínimo, sete dias de operação contínua. fuligem, necessitando regulagem sistemática e limpeza periódica
Em ambientes com temperaturas médias entre +32ºC e +43ºC, dos queimadores;
a temperatura interna do refrigerador, devidamente carregado, - a manutenção do equipamento em operação satisfatória
quando estabilizada, não deve exceder a faixa de +2ºC a +8ºC. A apresenta maior grau de complexidade em relação aos sistemas de
carga recomendada de bobinas de gelo reutilizável contendo água a compressão;
temperatura ambiente deve ser aquela que o equipamento é capaz - a qualidade e o abastecimento constante dos combustíveis
congelar em um período de 24 horas. dificulta o uso de tal equipamento.
Em virtude de seu alto custo e necessidade de treinamento Controle de temperatura conforme o tipo de sistema, proce-
especializado dos responsáveis pela manutenção, alguns critérios der das seguintes maneiras: a) aqueles que funcionam com com-
são observados para a escolha das localidades para instalação desse bustíveis líquidos. O controle é efetuado através da diminuição ou
tipo de equipamento: aumento da chama utilizada no aquecimento do sistema, por meio
- remotas e de difícil acesso, isoladas com inexistência de fonte de um controle que movimenta o pavio do queimador; b) aqueles
de energia convencional; que funcionam com combustíveis gasosos. Nestes sistemas, o con-
- que por razões logísticas se necessite dispor de um refrigera- trole é feito por um elemento termostático que permite aumentar
dor para armazenamento; ou diminuir a vazão do gás que alimentará a chama do queimador,
- que, segundo o Ministério de Minas e Energia, não serão al- provocando as alterações de temperatura desejadas; c) aqueles
cançadas pela rede elétrica convencional em, pelo menos, 5 anos; que funcionam com eletricidade. O controle é feito através de um
termostato para refrigeração simples, que conecta ou desconecta
a alimentação da resistência elétrica, do mesmo tipo utilizado nos
refrigeradores à compressão.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- paredes, piso e teto montados com painéis em poliuretano - ao final do dia de trabalho, certificar-se de que a luz interna
injetado de alta densidade revestido nas duas faces em aço inox/ foi apagada; de que todas as pessoas saíram e de que a porta da
alumínio; câmara foi fechada corretamente;
- sistema de ventilação no interior da câmara, para facilitar a - a limpeza interna das câmaras e prateleiras é feita sempre
distribuição do ar frio pelo evaporador; com pano úmido, e se necessário, utilizar sabão. Adotar o mesmo
- compressor e condensador dispostos na área externa à câma- procedimento nas paredes e teto e finalmente secá-los. Remover
ra, com boa circulação de ar; as estruturas desmontáveis do piso para fora da câmara, lavar com
- antecâmara (para câmaras negativas), com temperatura de água e sabão, enxaguar, secar e recolocar. Limpar o piso com pano
+4°C, objetivando auxiliar o isolamento do ambiente e prevenir a úmido (pano exclusivo) e sabão, se necessário e secar. Limpar as
ocorrência de choque térmico aos imuno biológicos; luminárias com pano seco e usando luvas de borracha para preven-
- alarmes audiovisual de baixa e alta temperaturas para aler- ção de choques elétricos. Recomenda-se a limpeza antes da repo-
tar da ocorrência de oscilação na corrente elétrica ou de defeito no sição de estoque.
equipamento de refrigeração; - recomenda-se, a cada 6 (seis) meses, proceder a desinfecção
- alarme audiovisual indicador de abertura de porta; geral das paredes e teto das câmaras frias;
- dois sistemas independentes de refrigeração instalados: um - semanalmente a Coordenação Estadual receberá do respon-
em uso e outro em reserva, para eventual defeito do outro; sável pela Rede de Frio o gráfico de temperatura das câmaras e dará
- sistema eletrônico de registro de temperatura (data loggers); o visto, após análise dos mesmos.
- Lâmpada de cor amarela externamente à câmara, com acio-
namento interligado à iluminação interna, para alerta da presença A manutenção preventiva e corretiva é indispensável para
de pessoal no seu interior e evitar que as luzes internas sejam dei- a garantia do bom funcionamento da câmara. Manter o contrato
xadas acesas desnecessariamente. atualizado e renovar com antecedência prevenindo períodos sem
cobertura. As orientações técnicas e formulários estão descritos no
Algumas câmaras, devido ao seu nível de complexidade e di- manual específico de manutenção de equipamentos.
mensões utilizam sistema de automação para controle de tempera- Freezers ou Congeladores: São equipamentos destinados, pre-
tura, umidade e funcionamento. ferencialmente, a estocagem de imuno biológicos em temperaturas
Organização Interna: As câmaras são dotadas de prateleiras va- negativas (aproximadamente a -20ºC), mais eficientes e confiáveis,
zadas, preferencialmente metálicas, em aço inox, nas quais os imu- principalmente aquele dotado de tampas na parte superior. Estes
no biológicos são acondicionados de forma a permitir a circulação equipamentos devem ser do tipo horizontal, com isolamento de
de ar entre as mesma e organizados de acordo com a especificação suas paredes em poliuretano, evaporadores nas paredes (contato
do produto laboratório produtor, número do lote, prazo de validade interno) e condensador/compressor em áreas projetadas no corpo,
e apresentação. abaixo do gabinete. São também utilizados para congelar as bobi-
nas de gelo reutilizável e nesse caso, a sua capacidade de armaze-
As prateleiras metálicas podem ser substituídas por estrados namento é de até 80%.
de plástico resistente (paletes), em função do volume a ser armaze- Não utilizar o mesmo equipamento para o armazenamento
nado. Os lotes com menor prazo de validade devem ter prioridade concomitante de imuno biológicos e bobinas de gelo reutilizável.
na distribuição, Cuidados básicos para evitar perda de imuno bio- Instalar em local bem arejado, sem incidência da luz solar direta
lógicos: e distante, no mínimo, 40cm de outros equipamentos e 20cm de
- na ausência de controle automatizado de temperatura, reco- paredes, uma vez que o condensador necessita dissipar calor para o
menda-se fazer a leitura diariamente, no início da jornada de traba- ambiente. Colocar o equipamento sobre suporte com rodinhas para
lho, no início da tarde e no final do dia, com equipamento disponí- evitar a oxidação das chapas da caixa em contato direto com o piso
vel e anotar em formulário próprio; úmido e facilitar sua limpeza e movimentação.
- testar os alarmes antes de sair, ao final da jornada de traba-
lho; Programa Nacional de Imunização
- usar equipamento de proteção individual;
- não deixar a porta aberta por mais de um minuto ao colocar Vacinação e atenção básica
ou retirar imuno biológico e somente abrir a câmara depois de fe- A Política Nacional de Atenção Básica, estabelecida em 2006,
chada a antecâmara; caracteriza a atenção básica como “um conjunto de ações de saúde,
- somente entrar na câmara positiva se a temperatura interna no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a prote-
registrada no visor externo estiver ≤+5ºC. Essa conduta impede que ção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento,
a temperatura interna da câmara ultrapasse +8ºC com a entrada de a reabilitação e a manutenção da saúde”. A Estratégia de Saúde da
ar quente durante a abertura da porta; Família (ESF), implementada a partir de 1994, é a estratégia adota-
- verificar, uma vez ao mês, se a vedação da porta da câmara da na perspectiva de organizar e fortalecer esse primeiro nível de
está em boas condições, isto é, se a borracha (gaxeta) não apresen- atenção, organizando os serviços e orientando a prática profissional
ta ressecamento, não tem qualquer reentrância, abaulamento em de atenção à família. No contexto da vacinação, a equipe da ESF re-
suas bordas e se a trava de segurança está em perfeito funciona- aliza a verificação da caderneta e a situação vacinal e encaminha a
mento. O formulário para registro da revisão mensal encontra-se população à unidade de saúde para iniciar ou completar o esquema
em manual específico de manutenção de equipamentos; vacinal, conforme os calendários de vacinação. É fundamental que
- observar para que a luz interna da câmara não permaneça haja integração entre a equipe da sala de vacinação e as demais
acesa quando não houver pessoas trabalhando em seu interior. A equipes de saúde, no sentido de evitar as oportunidades perdidas
luz é grande fonte de calor;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
de vacinação, que se caracterizam pelo fato de o indivíduo ser aten- Organização e funcionamento da sala de vacinação
dido em outros setores da unidade de saúde sem que seja verificada
sua situação vacinal ou haja encaminhamento à sala de vacinação. Especificidades da sala de vacinação
A sala de vacinação é classificada como área semicrítica. Deve
Calendário Nacional de Vacinação ser destinada exclusivamente à administração dos imunobiológicos,
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são defi- devendo-se considerar os diversos calendários de vacinação exis-
nidas nos calendários de vacinação, nos quais estão estabelecidos: tentes. Na sala de vacinação, é importante que todos os procedi-
• os tipos de vacina; mentos desenvolvidos promovam a máxima segurança, reduzindo
• o número de doses do esquema básico e dos reforços; o risco de contaminação para os indivíduos vacinados e também
• a idade para a administração de cada dose; e para a equipe de vacinação. Para tanto, é necessário cumprir as se-
• o intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobioló- guintes especificidades e condições em relação ao ambiente e às
gico cuja proteção exija mais de uma dose. Considerando o risco, a instalações:
vulnerabilidade e as especificidades sociais, o PNI define calendá- • Sala com área mínima de 6 m2 . Contudo, recomenda-se uma
rios de vacinação com orientações específicas para crianças, adoles- área média a partir de 9 m2 para a adequada disposição dos equi-
centes, adultos, gestantes, idosos e indígenas. As vacinas recomen- pamentos e dos mobiliários e o fluxo de movimentação em condi-
dadas para as crianças têm por objetivo proteger esse grupo o mais ções ideais para a realização das atividades.
precocemente possível, garantindo o esquema básico completo no • Piso e paredes lisos, contínuos (sem frestas) e laváveis.
primeiro ano de vida e os reforços e as demais vacinações nos anos • Portas e janelas pintadas com tinta lavável.
posteriores. • Portas de entrada e saída independentes, quando possível.
• Teto com acabamento resistente à lavagem.
Os calendários de vacinação estão regulamentados pela Por- • Bancada feita de material não poroso para o preparo dos in-
taria ministerial nº 1.498, de 19 de julho de 2013, no âmbito do sumos durante os procedimentos.
Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território na- • Pia para a lavagem dos materiais.
cional, sendo atualizados sistematicamente por meio de informes e • Pia específica para uso dos profissionais na higienização das
notas técnicas pela CGPNI. Nas unidades de saúde, os calendários e mãos antes e depois do atendimento ao usuário.
os esquemas vacinais para cada grupo-alvo devem estar disponíveis • Nível de iluminação (natural e artificial), temperatura, umida-
para consulta e afixados em local visível. de e ventilação natural em condições adequadas para o desempe-
nho das atividades.
Fatores que influenciam a resposta imune • Tomada exclusiva para cada equipamento elétrico
• Equipamentos de refrigeração utilizados exclusivamente para
Fatores relacionados ao vacinado conservação de vacinas, soros e imunoglobulinas, conforme as nor-
-Idade mas do PNI nas três esferas de gestão.
-Gestação • Equipamentos de refrigeração protegidos da incidência de
-Amamentação luz solar direta.
-Reação Anafilática • Sala de vacinação mantida em condições de higiene e lim-
-Paciente Imunodeprimido peza.
-Uso de Antitérmico Profilático.
Administração dos imunobiológicos
Equipe de vacinação e funções básicas Na administração dos imunobiológicos, adote os seguintes pro-
As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas pela equi- cedimentos:
pe de enfermagem treinada e capacitada para os procedimentos de • Verifique qual imunobiológico deve ser administrado, confor-
manuseio, conservação, preparo e administração, registro e descar- me indicado no documento pessoal de registro da vacinação (cartão
te dos resíduos resultantes das ações de vacinação. ou caderneta) ou conforme indicação médica.
A equipe de vacinação é formada pelo enfermeiro e pelo téc- • Higienize as mãos antes e após o procedimento
nico ou auxiliar de enfermagem, sendo ideal a presença de dois
vacinadores para cada turno de trabalho. O tamanho da equipe Examine o produto, observando a aparência da solução, o esta-
depende do porte do serviço de saúde, bem como do tamanho da do da embalagem, o número do lote e o prazo de validade.
população do território sob sua responsabilidade.
Tal dimensionamento também pode ser definido com base na Cuidados com os resíduos da sala de vacinação
previsão de que um vacinador pode administrar com segurança cer- O resíduo infectante deve receber cuidados especiais nas fases
ca de 30 doses de vacinas injetáveis ou 90 doses de vacinas adminis- de segregação, acondicionamento, coleta, tratamento e destino fi-
tradas pela via oral por hora de trabalho. nal. Para este tipo de resíduo, o trabalhador da sala de vacinação
A equipe de vacinação participa ainda da compreensão da si- deve:
tuação epidemiológica da área de abrangência na qual o serviço de • Acondicionar em caixas coletoras de material perfurocortan-
vacinação está inserido, para o estabelecimento de prioridades, a te os frascos vazios de imunobiológicos, assim como aqueles que
alocação de recursos e a orientação programática, quando neces- devem ser descartados por perda física e/ou técnica, além dos ou-
sário. tros resíduos perfurantes e infectantes (seringas e agulhas usadas).
O enfermeiro é responsável pela supervisão ou pelo monito- O trabalhador deve observar a capacidade de armazenamento da
ramento do trabalho desenvolvido na sala de vacinação e pelo pro- caixa coletora, definida pelo fabricante, independentemente do nú-
cesso de educação permanente da equipe. mero de dias trabalhados.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Acondicionar as caixas coletoras em saco branco leitoso. Nota: • Quando usar o álcool a 70% para limpeza da pele, fric-
• Encaminhar o saco com as caixas coletoras para a Central de cione o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, espere
Material e Esterilização (CME) na própria unidade de saúde ou em mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem
outro serviço de referência, conforme estabelece a Resolução nº vestígios do produto, de modo a evitar qualquer interferência do
358/2005 do Conama, a fim de que os resíduos sejam inativados álcool no procedimento.
• A Rede de Frio refere-se à estrutura técnico-administrativa A administração de vacinas por via parenteral não requer para-
(normatização, planejamento, avaliação e financiamento) direcio- mentação especial para a sua execução. A exceção se dá quando o
nada para a manutenção adequada da Cadeia de Frio. Esta, por sua vacinador apresenta lesões abertas com soluções de continuidade
vez, representa o processo logístico (recebimento, armazenamento, nas mãos. Excepcionalmente nesta situação, orienta-se a utilização
distribuição e transporte) da Rede de Frio. A sala de vacinação é a de luvas, a fim de se evitar contaminação tanto do imunobiológico
instância final da Rede de Frio, onde os procedimentos de vacina- quanto do usuário.
ção propriamente ditos são executados mediante ações de rotina,
campanhas e outras estratégias. • Na sala de vacinação, todas as va- Nota:
cinas devem ser armazenadas entre +2ºC e +8ºC, sendo ideal +5ºC. • A administração de soros por via endovenosa requer o uso
de luvas, assim como a assepsia da pele do usuário.
Organização dos imunobiológicos na câmara refrigerada
O estoque de imunobiológicos no serviço de saúde não deve Via intradérmica (ID) Na utilização da via intradérmica, a vacina
ser maior do que a quantidade prevista para o consumo de um mês, é introduzida na derme, que é a camada superficial da pele. Esta
a fim de reduzir os riscos de exposição dos produtos a situações que via proporciona uma lenta absorção das vacinas administradas. O
possam comprometer sua qualidade. Os imunobiológicos devem volume máximo a ser administrado por esta via é 0,5 mL. A vacina
ser organizados em bandejas sem que haja a necessidade de dife- BCG e a vacina raiva humana em esquema de pré-exposição, por
renciá-los por tipo ou compartimento, uma vez que a temperatura exemplo, são administradas pela via intradérmica. Para facilitar a
se distribui uniformemente no interior do equipamento. Entretan- identificação da cicatriz vacinal, recomenda-se no Brasil que a vaci-
to, os produtos com prazo de validade mais curto devem ser dispos- na BCG seja administrada na inserção inferior do músculo deltoide
tos na frente dos demais frascos, facilitando o acesso e a otimização direito. Na impossibilidade de se utilizar o deltoide direito para tal
da sua utilização. Orientações complementares sobre a organização procedimento, a referida vacina pode ser administrada no deltoide
dos imunobiológicos na câmara refrigerada constam no Manual de esquerdo.
Rede de Frio (2013). Abra o equipamento de refrigeração com a Via subcutânea (SC) Na utilização da via subcutânea, a vacina é
menor frequência possível. introduzida na hipoderme, ou seja, na camada subcutânea da pele.
O volume máximo a ser administrado por esta via é 1,5 mL. São
Procedimentos segundo as vias de administração dos imuno- exemplos de vacinas administradas por essa via: vacina sarampo,
biológicos caxumba e rubéola e vacina febre amarela (atenuada). Alguns locais
Os imunobiológicos são produtos seguros, eficazes e bastante são mais utilizados para a vacinação por via subcutânea: a região do
custo-efetivos em saúde pública. Sua eficácia e segurança, entretan- deltoide no terço proximal;
to, estão fortemente relacionadas ao seu manuseio e à sua adminis- -a face superior externa do braço;
tração. Portanto, cada imunobiológico demanda uma via específica -a face anterior e externa da coxa; e
para a sua administração, a fim de se manter a sua eficácia plena. -a face anterior do antebraço.
Via oral A via oral é utilizada para a administração de substân-
cias que são absorvidas no trato gastrintestinal com mais facilidade Via intramuscular (IM) Na utilização da via intramuscular, o
e são apresentadas, geralmente, em forma líquida ou como dráge- imunobiológico é introduzido no tecido muscular, sendo apropria-
as, cápsulas e comprimidos. O volume e a dose dessas substâncias do para a administração o volume máximo até 5 mL. São exemplos
são introduzidos pela boca. São exemplos de vacinas administradas de vacinas administradas por essa via: vacina adsorvida difteria,
por tal via: vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada) e vacina rotavírus tétano, pertussis, Haemophilus influenzae b (conjugada) e hepa-
humano G1P1[8] (atenuada). tite B (recombinante); vacina adsorvida difteria e tétano adulto;
vacina hepatite B (recombinante); vacina raiva (inativada); vacina
Via parenteral A maior parte dos imunobiológicos ofertados pneumocócica 10 valente (conjugada) e vacina poliomielite 1, 2 e
pelo PNI é administrada por via parenteral. As vias de administração 3 (inativada). As regiões anatômicas selecionadas para a injeção in-
parenterais diferem em relação ao tipo de tecido em que o imuno- tramuscular devem estar distantes dos grandes nervos e de vasos
biológico será administrado. Tais vias são as seguintes: intradérmi- sanguíneos, sendo que o músculo vasto lateral da coxa e o músculo
ca, subcutânea, intramuscular e endovenosa. deltoide são as áreas mais utilizadas.
Esta última é exclusiva para a administração de determinados
tipos de soros. Para a administração de vacinas, não é recomendada Notas:
a assepsia da pele do usuário. Somente quando houver sujidade • A região glútea é uma opção para a administração de deter-
perceptível, a pele deve ser limpa utilizando-se água e sabão ou minados tipos de soros (antirrábico, por exemplo) e imunoglobuli-
álcool a 70%, no caso de vacinação extramuros e em ambiente hos- nas (anti-hepatite B e varicela, como exemplos).
pitalar • A área ventroglútea é uma região anatômica alternativa para
a administração de imunobiológicos por via intramuscular, devendo
ser utilizada por profissionais capacitados.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Criança 9 meses
Febre Amarela – uma dose (previne a febre amarela)
12 meses
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) - (previne pneumonia,
otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) –
Reforço
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada
pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – Reforço
Para vacinar, basta levar a criança a um posto ou Unidade Bási-
15 meses
ca de Saúde (UBS) com o cartão/caderneta da criança. O ideal é que
DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche) – 1º reforço
cada dose seja administrada na idade recomendada. Entretanto, se
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) (VOP) - (previne poliomie-
perdeu o prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de
lite) – 1º reforço
saúde para atualizar as vacinas. A maioria das vacinas disponíveis
Hepatite A – uma dose
no Calendário Nacional de Vacinação é destinada a crianças. São 15
Tetra viral – (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/ca-
vacinas, aplicadas antes dos 10 anos de idade.
tapora) - Uma dose
Ao nascer
4 anos
BCG (Bacilo Calmette-Guerin) – (previne as formas graves de
DTP (Previne a difteria, tétano e coqueluche) – 2º reforço
tuberculose, principalmente miliar e meníngea) - dose única - dose
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) (VOP) – (previne poliomie-
única
lite) - 2º reforço
Hepatite B–(previne a hepatite B) - dose ao nascer
Varicela atenuada (previne varicela/catapora) – uma dose
Atenção: Crianças de 6 meses a 5 anos (5 anos 11 meses e 29
2 meses
dias) de idade deverão tomar uma ou duas doses da vacina influen-
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infec-
za durante a Campanha Anual de Vacinação da Gripe.
ções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 1ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) (previne a polio-
Adolescente
mielite) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne a pneumonia,
otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1ª
dose
Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose
3 meses
Meningocócica C (conjugada) - (previne Doença invasiva causa-
da pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – 1ª dose
Editora
349
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Meninos 11 a 14 anos
HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e
verrugas genitais) - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses)
11 a 14 anos
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada
por Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – Dose única ou reforço
(a depender da situação vacinal anterior) São quatro as vacinas disponíveis para pessoas com 60 anos ou
mais, além da vacina anual contra a gripe:
10 a 19 anos
Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior) 60 anos ou mais
Febre Amarela – 1 dose (a depender da situação vacinal ante- Hepatite B - 3 doses (verificar situação vacinal anterior)
rior) Febre Amarela – dose única (verificar situação vacinal anterior)
Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada Dupla Adulto (dT) - (previne difteria e tétano) – Reforço a cada
10 anos 10 anos
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2 doses Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, menin-
(de acordo com a situação vacinal anterior) gite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – reforço (a de-
pender da situação vacinal anterior) - A vacina está indicada para
Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, menin- população indígena e grupos-alvo específicos, como pessoas com
gite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose (a de- 60 anos e mais não vacinados que vivem acamados e/ou em insti-
pender da situação vacinal anterior) - (está indicada para população tuições fechadas.
indígena e grupos-alvo específicos) Influenza – Uma dose (anual)
Adulto Gestante
É muito importante que os adultos mantenham suas vacinas A vacina para mulheres grávidas é essencial para prevenir do-
em dia. Além de se proteger, a vacina também evita a transmissão enças para si e para o bebê. Veja as vacinas indicadas para gestan-
para outras pessoas que não podem ser vacinadas. Imunizados, fa- tes.
miliares podem oferecer proteção indireta a bebês que ainda não Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior)
estão na idade indicada para receber algumas vacinas, além de ou- Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – 3 doses (a de-
tras pessoas que não estão protegidas. Veja lista de vacinas disponi- pender da situação vacinal anterior)
bilizadas a adultos de 20 a 59 anos: dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – (previne dif-
teria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada gestação a partir da
20 a 59 anos 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto).
Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior) Influenza – Uma dose (anual)
Febre Amarela – dose única (a depender da situação vacinal
anterior)
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – Verificar
a situação vacinal anterior, se nunca vacinado: receber 2 doses (20
a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos);
Dupla adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada
10 anos
Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, menin-
gite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose (Está
indicada para população indígena e grupos-alvo específicos)
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
4 anos
DTP (previne difteria, tétano e coqueluche) – 2º reforço
Vacina Oral Poliomielite (VOP) – (poliomielite ou paralisia in-
fantil) - 2º reforço
Varicela atenuada (varicela/catapora) – uma dose
Ao nascer 5 anos
BCG – dose única - (previne as formas graves de tuberculose, Pneumocócica 23 v – uma dose – A vacina está indicada para
principalmente miliar e meníngea) grupos-alvo específicos, como a população indígena a partir dos 5
Hepatite B – dose única (cinco) anos de idade
2 meses 9 anos
Pentavalente (Previne Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B HPV (Papiloma vírus humano que causa cânceres e verrugas
e Meningite e infecções por HiB) – 1ª dose genitais) – 2 doses (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14
Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (poliomielite ou paralisia in- anos)
fantil) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningi- Adolescente
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1ª dose
Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose
3 meses
Meningocócica C (previne a doença meningocócica C) – 1ª dose
4 meses
Pentavalente (previne difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B
e Meningite e infecções por Haemóphilus influenzae tipo B) – 2ª
dose
Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (Poliomielite ou paralisia in-
fantil) – 2ª dose 10 e 19 anos
Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningi- Meningocócica C (doença invasiva causada por Neisseria me-
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 2ª dose ningitidis do sorogrupo C) – 1 reforço ou dose única de 12 a 13 anos
Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – 2ª dose - verificar a situação vacinal
Febre Amarela – dose única (verificar a situação vacinal)
5 meses Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2 doses, a
Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – 2ª dose depender da situação vacinal anterior
HPV (Papiloma vírus humano que causa cânceres e verrugas ge-
6 meses nitais) – 2 doses (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos)
Pentavalente (previne Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B Pneumocócica 23 valente (previne pneumonia, otite, meningi-
e meningite e infecções por HiB) – 3ª dose te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose a depen-
Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (Poliomielite ou paralisia in- der da situação vacinal
fantil) – 3ª dose Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10
9 meses anos
Febre Amarela – dose única (previne a febre amarela) Hepatite B – (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a
situação vacinal
12 meses
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose
Pneumocócica 10 valente (previne pneumonia, otite, meningi-
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – Reforço
Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – reforço
Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Adulto
ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM A MULHER; RECÉM-NAS-
20 a 59 anos CIDO, CRIANÇA, ADOLESCENTE E ADULTO. ALEITAMENTO
Hepatite B (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a si- MATERNO, PRÉ-NATAL, PLANEJAMENTO FAMILIAR
tuação vacinal
Febre Amarela (previne febre amarela) – dose única, verificar
situação vacinal Marcos do crescimento e do desenvolvimento
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – se nunca O desenvolvimento da criança é o aumento da capacidade do
vacinado: 2 doses (20 a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos); indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas. Para
Pneumocócica 23 valente (previne pneumonia, otite, meningi- uma definição mais completa e necessário diferenciar as noções re-
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose a depen- ferentes ao crescimento e desenvolvimento:
der da situação vacinal ― crescimento e o aumento do corpo, de ponto de vista
Dupla adulto (DT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada físico. Ele pode ser aumento de estatura ou de peso. A unidade de
10 anos medida dele vai ser o cm ou a grama. Os processos básicos dele:
aumento de tamanho celular (chamado de hipertrofia) ou aumen-
Idoso to do numero das células (hiperplasia);
― maturação e uma noção bem diferente – nesse caso,
trata-se de organização progressiva das estruturas morfológicas.
Aqui entra: crescimento e diferenciação celular, mielinização, espe-
cialização dos aparelhos e sistemas;
― desenvolvimento: e um ponto de visto holístico, inte-
grante dos processos do crescimento e maturação, mas que junta
a isto o impacto e o aprendizagem sobre cada evento, e, também,
a integração psíquicos e sociais;
― o desenvolvimento psicossocial – e, de fato a integração
do aspecto humano – o ser aprende a interagir e mover, respeitar
60 anos ou mais as regras da sociedade, a rotina diária –praticamente, a criança vai
Hepatite B (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a si- seguir os passos que vão ter como finalidade a convivência com a
tuação vacinal sociedade cuja pertence.
Febre Amarela (previne febre amarela) – dose única, verificar
situação vacinal O recém-nascido e a criança hospitalizada
Pneumocócica 23 valente (previne pneumonia, otite, meningi- As crianças tendem a responder à hospitalização com um dis-
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – reforço a depen- túrbio emocional, estas respostas geralmente manifestam-se atra-
der da situação vacinal - A vacina está indicada para grupos-alvo vés de comportamentos agressivos, como choro, retraimento, chu-
específicos, como pessoas com 60 anos e mais não vacinados que te, mordida, tapas, resistência física aos procedimentos, ou ignora
vivem acamados e/ou em instituições fechadas. as solicitações. As internações são consideradas ameaças ao desen-
Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 volvimento da criança e a união familiar.
anos Vários são os sinais dos transtornos que a criança possa apre-
sentar dentre eles destacam-se: Ansiedade de Separação; Perda de
Gestante controle e Medos.
A unidade de internação é um ambiente ocupado e barulhento,
cheio de eventos imprevistos e geralmente sem prazer para crianças
e seus pais. É responsabilidade de todos os membros da equipe de
saúde estar atenta e sensível a esses problemas em geral. O profis-
sional bem treinado pode fazer avaliações e elaborar intervenções
durante a experiência da internação. O uso do brincar terapêutico,
atividades de recreação, atividades escolares, visitas hospitalares
e grupos de apoio podem fornecer medidas criativas para guiar a
criança e a família para longe da experiência negativa e em direção
Hepatite B (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a si- à experiência benéfica. (BOWDEN; GREENBERG, 2005)
tuação vacinal
Dupla Adulto (DT) (previne difteria e tétano) – 3 doses, de acor- Cuidados com as medicações
do com a situação vacinal Medicamento é toda a substância que, introduzida no organis-
dTpa (previne difteria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada mo, previne e trata doenças, alivia e auxilia no diagnóstico. As ações
gestação a partir da 20ª semana de enfermagem relativas aos medicamentos dizem respeito ao pre-
paro, à administração e a observação das reações da criança que se
submeteu a este procedimento.
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352
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Editora
353
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A administração de medicamentos por via oral consiste no pre- traqueal. O medicamento, depois de inalado ou infundido, se move
paro ideal, escolher o material de administração de acordo com a para dentro dos brônquios e, em seguida, atinge os alvéolos do
idade da criança (colher ou copo de medidas, conta-gotas, seringa, paciente, sendo difundidos para os capilares pulmonares. Os me-
copo descartável, fita crepe ou etiqueta de identificação); orien- dicamentos fornecidos através da via respiratória podem produzir
tar a criança e o acompanhamento se preciso por intermédio do efeitos locais ou sistêmicos.
brinquedo terapêutico, sentar a criança semi-sentada no colo do
acompanhante ou decúbito dorsal elevado no leito; administra-se Vantagens
o medicamento certificando-se de que a criança engoliu; oferecer ― Rápido contato com o fármaco.
líquidos após o medicamento, registrar aceitação e se houver rea- ― Utilizada principalmente por pacientes com distúrbios
ção comunicar. respiratórios
― Pode ser administrada em pacientes inconscientes.
Vantagens: ― A principal vantagem é administrar pequenas doses para
― Autoadministração, econômica e fácil; ação rápida e minimizar os efeitos adversos sistêmicos
― Confortável, indolor;
― Forma Farmacêutica de fácil conservação Via Tópica: É a via através da qual os medicamentos são admi-
― Possibilidade de remover o medicamento nistrados e absorvidos através da pele ou mucosas.
Desvantagens: Vantagens:
― Absorção variável; ― É uma via prática;
― Período de latência médio a longo; ― Não é dolorosa;
― Ação dos sucos digestivos; ― É a única via que pode garantir o efeito apenas no local da
― Interação com alimentos; aplicação (evita efeito sistêmico). Ex.: Uso de pomada ou gel.
― Pacientes não colaboradores (inconscientes), com náuse-
as e vômitos o incapazes de engolir; Desvantagens:
― pH do trato gastrintestinal ― Pode causar irritação na pele ou mucosas;
― Estímulo a automedicação;
Via Retal: A administração consiste na administração de medi- ― Ocorre perda do medicamento para o meio ambiente
camentos do tipo supositório ou enema no reto. O volume de líqui-
do a ser administrado varia conforme a idade da criança: em lacten- Via Parenteral (injetáveis): Este tipo de procedimento é consi-
tes, de 150 a 250 ml; em pré-escolar, de 250 a 350ml; em escolar, de derado pela criança como um ato agressivo contra si, pois na maio-
350 a 500ml e em adolescentes, de 500 a 750ml. ria das vezes é acompanhado de dor ou medo, o que se traduz no
Vantagens: choro e na ansiedade. Existem quatro meios comuns para adminis-
― Fármacos não são destruídos ou desativados no Trato trar medicamentos por esta via: via endovenosa; via subcutânea; a
Gastro Intestinal-TGI; intradérmica e a intramuscular.
― Preferível quando a VIA ORAL está comprometida
― Pacientes que não cooperam, inconscientes ou incapazes Vantagens:
de aceitar medicação por via oral . ― Efeito farmacológico imediato;
― Evitar a inativação por ação enzimática;
Desvantagens: ― Administração a pacientes inconscientes
― Lesão da mucosa ;
― Incômodo Desvantagens:
― Expulsão ― Toxicidade local ou sistêmica (alergias, erros)
― Absorção irregular e incompleta ― Resistência do paciente (Psicológico)
― Adesão ― Pureza e esterilidade dos medicamentos (Custo)
― Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropria- As Indicações para administração endovenosas:
do à solubilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do - Manter e repor eletrólitos, vitaminas e líquidos;
indivíduo; - Restabelecer o equilíbrio ácido-básico;
― Manter a agulha protegida com protetor próprio. - Restabelecer o volume sanguíneo;
- Ministrar medicamentos;
Via Intradérmica: Consiste na aplicação de solução na der- - Induzir e manter sedações e bloqueios neuromusculares;
me(área localizada entre a epiderme e o tecido subcutâneo) Via uti- - Manter estabilidade hemodinâmica por infusões contínuas de
lizada para realizar testes de sensibilização e vacina BCG é de fácil drogas vasoativas
acesso, restrita a pequenos volumes
Os efeitos adversos da injeção intradérmica são decorrentes As soluções utilizadas:
de: falha na administração como aplicação profunda subcutânea; - Isotônicas-concentração semelhante ao plasma(S.G.5% e
da dosagem incorreta com maior volume que o necessárioe con- S.F.0,9%) fornecem água e calorias utilizadas para repor perdas
taminação. anormais e corrigir desidratação;
- Hipertônicas-concentração maior que a do plasma (S.G.10 %
Via subcutânea: Consiste na aplicação de solução na tela sub- ,25% e 50%) indicado para hipoglicemia, combate ao edema e ao
cutânea, na hipoderme (tecido adiposo abaixo da pele), Via utili- aumento da pressão intracraniana;
zada principalmente para drogas que necessitam ser lentamente - Hipotônicas-concentração menor que a do plasma(ringer lac-
absorvidas, vacinas como a antirrábica, a insulina têm indicação es- tato) indicado para tratamento de desidratação, alcalose branda,hi-
pecífica para esta via. Os locais recomendados para aplicação são: pocloremia,correção de desidratação;
parede abdominal (hipocôndrio, face anterior e externa da coxa, - Fluidos derivados do sangue: sangue total,plasma,papa de he-
face anterior e externa do braço, a região glútea, e a região dorsal, mácias,expansoresplasmáticos;
abaixo da cintura) - Nutrição parenteral.
As complicações causadas pela administração de medicamen-
Via intramuscular: Consiste na aplicação de solução no tecido tos por via endovenosa: Infiltrações locais; Reações pirogênicas;
muscular. Procedimento muito comum 46% dos casos atendidos no trombose venosa e flebite (ações irritantes dos medicamentos ou
PS e no ambulatório resultam em administração de medicamentos formação de coágulos); Hematomas e necrose.
por esta via. A escolha do local deve respeitar os seguintes critérios:
- Quantidade e característica da droga Fatores Contribuintes para extravasamento ou infiltração En-
- Condição da massa muscular dovenosa:
- Quantidade de injeções prescritas ― Má perfusão periférica-propicia o extravasamento da
- Locais livres de grandes vasos e nervos em camadas superfi- solução;
ciais ― Visualização inadequada do local da inserção do cateter;
- Acesso ao local e risco de contaminação ― Não observação de sinais flogísticos precoce e frequen-
-Inserção, tamanho da agulha e ângulo apropriado para apli- temente
cação.
Sinais de Extravasamento ou Infiltração:
Locais de aplicação ,os mesmos do adulto : Vasto lateral; Ven- ― Edema local que pode se estender por toda extremidade
troglútea; Dorsoglútea; Deltoide. afetada;
O risco da aplicação intramusculares em Pediatria: Trauma ou ― Perfusão local diminuída
compressão aacidental de nervos; Injeção acidental em veia ou ― Extremidades afetadas frias
artéria; Injeção em músculo contraído; Lesão do músculo por so- ― Coloração da pele alterada(escura sugere necrose)
luções irritantes; Pode provocar dano celular, abscessos e alergias. ― Bolhas no local.
Via endovenosa: Via de ação rápida, pois o medicamento é mi-
nistrado diretamente no plasma,com ação imediata. Cuidados importantes: Antes da infusão, verificar a permea-
Tipo de medicamento injetado na veia: Solução solúvel no san- bilidade do acesso; Não infundir medicação associada a hemode-
gue; Não oleosos;Não devem conter cristais visíveis. rivados; Fazer controle de gotejamento, respeitando o tempo e o
volume prescritos.
A administração da medicação ocorre por meio de um dispo-
sitivo intravenoso instalado por punção,podendo ser um procedi- Técnica e procedimento de cateterização venosa periférica:
mento repetitivo,no qual a criança revive as angústias geradas por - Realizar a seleção da veia;
essa experiência,que pode resultar em traumas. - Escolher uma veia visível e que permita a mobilidade da crian-
A equipe deve preparar adequadamente a criança para esse ça
procedimento para minimizar as consequências e os traumas gera- - Selecionar o dispositivo para punção;
das pela hospitalização. - Preparar todo material (soro, equipo ou bureta, cateter de
Locais mais utilizados: Dorso da mão (veias metacarpianas dupla via) e retirar o ar do equipo;
dorsais, arco venoso dorsal) Antebraço (cefálica acessória, cefálica - Utilizar foco de 30cm de distância do local da punção para
e basílica), Braço (mediana cubital, mediana antebraqueal, basíli- facilitar a visualização epromover a vasodilatação;
ca e cefálica),Dorso do pé: último recurso devido às complicações
tromboembólicas (arco venoso dorsal, mediana marginal),tornoze-
lo (safena interna), Pescoço (jugular externa e interna).
Editora
355
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Não golpear o local da punção, pode causar dor e medo - O médico, a enfermaria, a técnica ou auxiliar de enfermagem
- Garrotear o local; podem obter relatos subjetivos de dor. Quando a determinação é
- Fazer antissepsia do local com álcool 70%,seguindo a direção realizada por técnico ou auxiliar, qualquer variação em relação aos
da corrente sanguínea; valores de referencia deve ser comunicada ao profissional.
- Solicitar ajuda para restrição dos movimentos;
- Fazer tricotomia; Procedimento
- Preparar material para fixação (micropore,esparadrapo e
tala); Passos
- Rever a história da dor inicial da criança e o nível anterior de
Distender a pele com uma das mãos e com a outra introduzir dor, quando possível.
a agulha com o bisel voltado pra cima e paralelo à veia; Verificar - Observar o diagnóstico médico e a história de eventos consi-
refluxo de sangue derados dolorosos ou causadores de traumatismo tecidual.
- Retirar o garrote - Determinar se a criança esta tomando quaisquer medicamen-
- Conectar equipo de soro, verificar o fluxo do gotejamento tos que possam afetar a percepção da dor ou a capacidade de co-
- Fixar e imobilizar a extremidade com tal; municar que esta com dor.
- Controlar gotejamento - Lavar as mãos.
-Identificar na fixação a data da punção, o horário e o nome do - Avaliar a presença de indicadores de dor, considerando a ida-
responsável; de da criança e o estado de sono:
- Encaminhar a criança para o leito, organizar o ambiente;
- Observar e anotar a normalidade da infusão e o local, estar Dor Aguda
atento aos sinais flogísticos, obstrução e presença de ar no equipo; - Subjetiva: declaração de dor; se for incapaz de relatar, per-
- Trocar o equipo de acordo com as normas da instituição 24 a 72h; guntar aos pais.
- Fazer anotações sobre o procedimento, o local e as ocorrên- - Fisiológica: aumento da frequência respiratória ou frequência
cias. cardíaca, respirações superficiais, diminuição da saturação de oxi-
Contenção para procedimentos: É necessária para garantir gênio, diaforese, dilatação da pupila.
segurança à criança e facilitar o procedimento, podendo ser feita - Comportamental: choro, gemido, inquietação, ansiedade,
manualmente ou com dispositivos físicos. Os pais e a criança devem raiva, diminuição do nível de atividade, alteração do sono, posição
ser orientados sobre a sua finalidade e objetivo. Pode ser manual, assumida pela criança (p. ex., deitada imóvel, posição fetal, mem-
executada com o auxílio de outra pessoa ou com a ajuda de lençóis bro fletido ou rígido) careta facial, posição antálgica, tocar a área
e faixas de contenção. dolorosa.
- Após implementação de intervenções para alivio da dor, com Sinais Vitais: Frequência Cardíaca
modificação da velocidade de infusão de medicamentos sedativos,
analgésicos ou anestésicos; a avaliação deve ser realizada em 1 hora Diretrizes clínicas
após a intervenção, mas pode ser realizada mais cedo dependendo - A frequência cardíaca é determinada para avaliar o estado ge-
da intervenção (p. ex., 5 a 20 minutos após injeção em bolo intra- ral de cada paciente na primeira hora após a internação na unidade
venosa). de cuidados agudos.
- Lavar as mãos. - Monitorar a frequência cardíaca a cada 4 a 8 horas durante
Dicas para verificação dos Sinais Vitais na Pediatria a fase aguda da doença se o paciente estiver na unidade de inter-
nação clínica e a cada 1 a 2 horas na unidade de terapia intensiva.
Ordem para Verificação dos Sinais Vitais: - A frequência cardíaca é reavaliada para monitorar a resposta
Frequência Respiratória – FR: Uma maneira prática para se ve- aos esquemas de tratamento e conforme indicado pela avaliação de
rificar a frequência respiratória é colocando-se a mão levemente enfermagem ou médica.
sobre o tórax da criança e contando quantas vezes a mão sobe du- - O técnico ou auxiliar de enfermagem e/ou a enfermeira po-
rante um minuto. dem verificar a frequência cardíaca. Quando a frequência cardíaca
Frequência cardíaca – FC: Procure verificar a FC , quando a é verificada pelo auxiliar, qualquer variação em relação a medidas
criança estiver dormindo ou em repouso. Quando o paciente for anteriores deve ser comunicada à enfermeira.
lactente, dê preferência ao pulso apical. A frequência apical é ve-
rificada colocando-se o estetoscópio próximo ao mamilo esquerdo Determinação da Frequência Cardíaca
por um minuto.
Temperatura – T – considera-se febre: acima de 37,8ºC Passos
Pressão arterial – PA – a PA deverá estar solicitada na prescri- - Rever no prontuário do paciente os dados de referencia sobre
ção médica e verificada quando necessário. a frequência de pulso conhecer a variação para a idade.
Variação Normal dos Sinais Vitais em Crianças - Determinar o pulso:
- Nas crianças com menos de 2 anos de idade, é mais fácil rea-
Frequência da Pulsação, Respiração lizar a ausculta apical.
- Em crianças maiores, pode ser realizada ausculta apical ou
Idade Pulso Respiração palpado o pulso periférico.
- Acalmar a criança, se necessário. Sempre que possível, fazer a
Recém-natos 70 -170 30 – 50 medida quando a criança estiver tranquila.
11 meses 80 -160 26 – 40 - Lavar as mãos.
2 anos 80 -130 20 – 30 Determinação da Frequência Cardíaca por Ausculta do Pulso
4 anos 80 -120 20 – 30 Apical
6 anos 75 -115 20 – 26
Passos
8 anos 70 -110 18 – 24 - Limpar o diafragma e as olivas do estetoscópio com um lenço
10 anos 70 -110 18 – 24 embebido em álcool antes e depois do exame.
- Introduzir os olivas nos ouvidos com as extremidades curvas
Adolescentes 60 -120 12 – 20 para a frente em direção à face.
- Identificar o pulso. Palpar a parede torácica para determinar o
Pressão Arterial ponto de impulso máximo (PIM):
- Em crianças menores de 7 anos – imediatamente à esquerda
Idade Pressão Pressão da linha hemiclavicular no quarto espaço intercostal.
Sistólica Diastólica - Em crianças maiores de 7 anos – linha hemiclavicular esquer-
da no quinto espaço intercostal.
6m - 1 ano 90 61 - Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o PIM e contar a
2 - 3 anos 95 61 FC:
- Se o pulso da criança for regular, contar por 30 segundos e
4 - 5 anos 99 65
multiplicar por 2.
6 anos 100 65 - Se o pulso for irregular, contar por 1 minuto completo.
8 anos 105 57 - Lavar as mãos.
- Registrar a frequência cardíaca, o pulso usado e o nível de
10 anos 109 58 atividade da criança (p. ex., adormecida, calma, chorando, inquieta)
12 anos 113 59 no prontuário.
Temperatura (T)
Oral 35,8º - 37,2º C
Retal 36,2º C – 38º C
Axilar 35,9º C – 36.7º C
Editora
357
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Determinação da Frequência Cardíaca por Palpação de Pulsos Sinais Vitais: Pressão Arterial
Periféricos
Diretrizes clínicas
Passos - A pressão arterial é verificada inicialmente para se obter um
- Identificar o local; os pulsos radial e branquial são usados com dado de referencia para avaliar o estado hemodinâmico geral de
maior frequência. cada paciente dentro da primeira hora de admissão em um ambien-
- Localizar o pulso da criança e palpar com seus dois ou três te de cuidado agudo.
primeiros dedos; não usar pressão excessiva. Observar o ritmo. - A pressão arterial é verificada para avaliar a resposta aos es-
- Se o pulso da criança for regular, contar por 30 segundos e quemas terapêuticos.
multiplicar por 2. Se for irregular, contar durante 1 minuto comple- - Durante a doença aguda, verifique a pressão arterial a cada
to. 4 ou 8 horas, ou mais frequentemente se houver indicação clínica.
- Lavar as mãos. - Nos neonatos, verifique a pressão arterial se houver suspeita
- Registrar a frequência cardíaca, a região usada e o nível de de doença renal ou coarctação da aorta ou se estiverem presentes
atividade da criança (p. ex., adormecida, calma, chorando, inquieta) sinais clínicos de hipotensão. Não é recomendada uma triagem uni-
no prontuário. versal dos neonatos.
- Para a manutenção da saúde, a pressão arterial deveria ser
Sinais Vitais: Frequência Respiratória verificada:
- Uma vez ao ano nas crianças com idade superior a 3 anos.
Diretrizes clínicas - Em criança de qualquer idade com sintomas de hipertensão,
- Os movimentos respiratórios são medidos inicialmente para hipotensão, ou doença renal ou cardíaca.
se obter os dados de referência para avaliar o estado geral de cada - Um técnico ou auxiliar de enfermagem ou uma enfermeira
paciente dentro da primeira hora da admissão em um ambiente de podem verificar a pressão arterial. Quando a pressão arterial for ve-
cuidado agudo. rificada por um auxiliar ou técnico de enfermagem, qualquer varia-
- As respirações são medidas antes e imediatamente após as ção das medidas anteriores é informada ao enfermeiro ou médico.
intervenções respiratórias para avaliar a resposta aos esquemas te- - Use o braço direito sempre que possível para haver consistên-
rapêuticos. cia das aferições e comparação com as normas padronizadas.
- A mensuração das respirações é feita a cada 4 ou 8 horas em - A ausculta é o método de escolha para a verificação da pressão
uma criança agudamente doente e mais frequentemente conforme arterial nas crianças, porque é necessária uma frequente calibração
indicado clinicamente. dos equipamentos automáticos e existe uma falta de padrões de
- Uma auxiliar ou técnica de enfermagem ou enfermeira podem referencia estabelecidos para as crianças. Os equipamentos auto-
verificar a frequência respiratória. Quando a mensuração é encami- máticos são aceitos quando a ausculta for difícil (p.ex., em crianças
nhada à enfermeira ou ao médico. pequenas) ou quando forem necessárias verificações frequentes.
Passos Passos
- Rever a frequência respiratória anterior da criança, quando - Rever as leituras da pressão arterial prévias da criança, se dis-
possível. poníveis.
- Observar o diagnostico médico da criança e a historia de pro- - Analisar o diagnostico da criança e as medições atuais que
blemas e dificuldades respiratórias. provocam efeito sobre a pressão arterial.
- Determinar se a criança esta tomando alguma medicação que - Lavar as mãos. Limpar o diafragma do estetoscópio.
possa afetar a frequência e a profundidade respiratória. - Selecionar o local:
- Lavar as mãos. - Usar o braço direito quando possível.
- Contar as respirações: - Verificar no mesmo local e posição das verificações anterio-
- Observar o movimento abdominal quando for lactentes e res, quando possível.
crianças pequena. - Não usar a extremidade que tiver uma lesão ou equipamen-
- Observar os movimentos torácicos nas crianças mais velhas. tos estranhos (p. ex., punção venosa, fistula de diálise arterioveno-
- Se as respirações forem regulares, contar o numero de res- sa ou renal).
pirações em 30 segundos e multiplicar por dois. Se as respirações - Não usar a extremidade com circulação alterada (p. ex., deri-
forem irregulares, contar o numero de respirações em um minuto vação de Blalock-Taussig, coarctação).
inteiro. Contar as respirações nos lactentes durante 1 minuto. - Selecionar manguito de tamanho apropriado:
- Observar a profundidade e o padrão das respirações, ocor- - A largura da câmara deve ser cerca de 40% da circunferência
rência de ansiedade, irritabilidade e posição de conforto. Observar do braço e estar a meio caminho entre o olecrânio (cotovelo) e o
a coloração da criança, incluindo extremidades. acrômio (ombro).
- Lavar as mãos. - geralmente isto corresponde a um manguito que cobre cerca
- Registrar os resultados; a frequência respiratória é registrada de 80% a 100% da circunferência do braço.
por respirações por minuto. - Usar a linha do manguito do fabricante como um guia para a
seleção do manguito.
- Se não for possível obter o manguito do tamanho apropriado,
escolha um que seja maior, em vez de um muito pequeno.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
- Remover o cabo da boca e observar a temperatura do mostra- - Observar a temperatura quando o mostrador digital estabili-
dor; observar se é em Celsius ou Fahrenheit. zou e a unidade emitiu um som; observar se a mensuração foi em
- Jogue fora o protetor do cabo. Celsius ou Fahrenheit.
- Retornar a unidade para carregar na base. - Retornar a unidade para carregar na base.
- Lavar as mãos. - Lavar as mãos.
Verificação da Temperatura Timpânica em Criança com Idade Verificação da Temperatura com Termômetro Descartável
Superior a 3 meses
Passos
Passos - Lavar as mãos.
- Lavar as mãos. - Remover uma única unidade do pacote.
- Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no - Retirar a fita protetora do termômetro descartável.
mostrador se a unidade está carregada. - Colocar a fita de temperatura segundo as instruções de uso
- Garantir que o mostrador indica modo timpânico (as unidades do fabricante:
podem avaliar temperatura de superfície, retal, central e timpâni- - Pressionar a fita firmemente na testa ou axila da criança.
ca). - Colocar no saco sublingual.
- Colocar o protetor descartável na ponta do cabo. - Usar a fita para monitorar a temperatura assim que a cor para
- Puxar a orelha – retrair a pina posteriormente (empurrar para de mudar.
cima e para trás). - Ler a temperatura de acordo com as instruções do fabricante,
- Inserir o cabo no conduto auditivo enquanto pressiona o bo- por exemplo:
tão do scan; cheque para garantir que o conduto auditivo esteja - Ler o bloco indicado pela mudança de cor; verde indica tem-
fechado. peratura registrada. Se o verde não aparecer, a temperatura está a
- Liberar o botão do scan. meio caminho entre o indicado pelo marrom e o azul.
- Remover o cabo quando o termômetro emitir sinal. Observar - O numero de pontos que mudaram de cor.
o mostrador de leitura se a leitura é em Celsius ou Fahrenheit. - Se for registrada uma temperatura acima de 37°C, confirmar
- Jogar fora o protetor do cabo pressionando o botão de liberar. com a temperatura oral ou retal.
- Retornar a unidade para carregar na base. - Lavar as mãos.
- Lavar as mãos.
Medidas Antropométricas
Verificação da Temperatura Retal com TermômetroEletrônico A antropometria é importante ferramenta para avaliação do
crescimento infantil e aceita universalmente. Vantagens como baixo
Passos custo, facilidade de execução e relativa sensibilidade e especificida-
- Lavar as mãos, colocaras luvas de procedimento. de levam à elaboração de índices de crescimento fáceis de serem
- Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no avaliados. Esse método pode ser aplicado em todas as fases do ciclo
mostrador se o termômetro está carregado. de vida e permite a classificação de indivíduos e grupos segundo
- Selecionar o cabo apropriado: vermelho-retal. seu estado nutricional.
- Colocar o protetor do cabo no cabo. As medidas antropométricas consistem nos dados sobre peso,
- Lubrificar a ponta com gel hidrossolúvel. altura, perímetros cefálico e torácico. Sua verificação objetiva o
- Gentilmente abra as pregas interglúteas da criança e introdu- acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança,
za o cabo 1,7 cm no lactente e 2,5 cm na criança maior. vem como a base para a prescrição médica e de enfermagem.
- Manter as pregas interglúteas fechadas com uma das mãos e É importante que o enfermeiro ao participar do processo de
manter o cabo no lugar com a outra. avaliação do crescimento da criança tenha o conhecimento de que
- Monitorar a mudança de temperatura no mostrador até que a os principais aspectos que englobam uma avaliação eficiente e efi-
unidade emita um som. Observar a temperatura no mostrador e se caz ao paciente são:
a mensuração é em Celsius ou Fahrenheit. -Medição dos valores antropométricos de maneira padroniza-
- Jogue fora o protetor do cabo apertando o botão de liberar. da;
- Retornar a unidade para carregar na base. -Relação dos valores encontrados conforme o sexo e a idade,
- Lavar as mãos. comparando-os com os valores da população de referência;
-Verificação da normalidade dos valores encontrados.
Verificação da Temperatura Axilar com TermômetroEletrônico
1 – Peso/Idade: as relações entre o peso da criança e sua idade
Passos são de vital importância para uma identificação precoce de casos
- Lavar as mãos. de desnutrição ou obesidade, ou riscos para ambos. Esta relação
- Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no também poderá alertar o enfermeiro quanto a outros problemas
mostrador se o termômetro esta carregado. relacionados que estejam ocasionando tais perdas ou ganhos anor-
- Selecionar o cabo apropriado: azul-oral. mais de peso.
- Colocar o protetor do cabo no cabo. 2 – Estatura/Idade: a mensuração da estatura da criança é de
- Colocar o cabo protegido na axila da criança e segurar o braço suma importância para o acompanhamento do crescimento con-
dela firmemente na lateral. siderado dentro dos padrões da normalidade; como foi visto an-
teriormente nos fatores que influenciam o crescimento é possí-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
vel verificar que o déficit de crescimento pode estar associado a Tipos de Banho:
problemas como a desnutrição e/ou socioeconômicos, entretanto Banho de chuveiro: Normalmente é indicado para crianças na
quando estes déficits tornarem-se muito elevados é importante a faixa etária pré-escolar, escolar e adolescente, que consigam deam-
investigação de um especialista para detectar a real causa. bular, sem exceder sua capacidade em situação de dor. Sempre que
3 – Peso/Estatura: a relação entre o peso e a estatura da crian- possível incentivar a criança a banhar-se sozinha, sob supervisão,
ça é utilizada e recomendada pela Organização Mundial da Saúde em caso de adolescentes permitir que tomem banho sozinhos.
para detectar sobrepeso; também deve ser utilizado para detectar
precocemente perdas de peso que indiquem a desnutrição aguda, Incentivar a criança a banhar-se sob supervisão ou, em caso de
ou o risco desta. adolescente, que queiram privacidade, permitir que tome banho
O enfermeiro enquanto integrante da equipe de saúde par- sozinho.
ticipa do processo de avaliação do crescimento da criança, sendo - Quando for possível, ao término, verificar a limpeza da região
importante salientar que todas as funções do processo avaliativo atrás do pavilhão auditivo, mãos, pés e genitais.
são delegadas a diferentes profissionais, conforme a especialidade
de cada um. Higiene do Coto Umbilical
Desta forma, quando se fala em desnutrição e/ou obesidade e Tem como objetivo prevenir infecções e hemorragias, além de
obtenção de valores fidedignos é sempre de grande valia a inserção acelerar o processo de cicatrização.
do nutricionista, já que o mesmo possui a responsabilidade de ins- -Manter o coto posicionado para cima, evitando contato com
truir sobre a alimentação da criança e realizar demais testes antro- fezes e urina; efetuar higiene na inserção e em toda extensão do
pométricos necessários para uma análise mais detalhada. coto umbilical, evitando que o excesso de álcool escorra pelo ab-
dômen.
Referências: -Fazer curativo com álcool a 70% até a queda do coto umbilical
ORLANDI, O. V.; SABRÁ, A. O Recém-Nascido a Termo. In: FILHO, J. ou de acordo coma rotina da unidade.
R. Obstetrícia. 10º ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2005 -Observar e registrar as condições do coto (presença de secre-
FERNANDES, K.; KIMURA, A. F. Práticas assistenciais em reanima- ção ou sangramento) e região peri umbilical (hiperemia e calor .).
ção do recém-nascido no contexto de um centro de parto normal.
Rev. Esc. Enferm. USP, São Higiene Nasal
Paulo, v.39.n.º 4, p.383-390, 2005. É a remoção de excesso de secreção (cerúmen) do conduto au-
WONG, D. L. Enfermagem Pediátrica elementos essências à inter- ditivo externo e a remoção da sujeira do pavilhão auricular.
venção efetiva. 5ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999 Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água des-
BOWDEN, V. R.; GREENBERG, C. S. Procedimentos de enfermagem tilada, observar e registrar o aspecto da secreção retirada.
pediátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
COLLET, N.; OLIVEIRA, B.R.G. Manual de Enfermagem em Pediatria. Higiene Ocular
Goiania:AB Editora, 2002. É a retirada de secreções localizadas na face interna do globo
ocular.
Higiene -Fazer higiene ocular com SF 0,9 % ou água destilada, observar
A higiene da criança hospitalizada é um cuidado de necessi- e registrar o aspecto da secreção retirada.
dade básica, objetiva-se prevenir doenças, proporcionar conforto -Proceder à limpeza do ângulo interno do olho ao externo, uti-
e bem estar a criança e ainda provocar a recuperação de sua en- lizando o lado do cotonete somente uma vez.
fermidade.
Possibilita a avaliação do exame físico e promove a educação Aleitamento Materno
em saúde aos acompanhantes. Para que o aleitamento materno exclusivo seja bem sucedi-
Entre os procedimentos de higiene os mais utilizados são: ba- do é importante que a mãe esteja motivada e, além disso, que o
nho; higiene das unhas; troca de fraldas; higiene oral e nasal e hi- profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar propostas para
giene perineal. resolver os problemas mais comuns enfrentados por ela durante a
amamentação.
Banho: È um procedimento de rotina no momento da admis- Por que as mães oferecem chás, água ou outro alimento? Por-
são, diariamente e sempre que necessário. O banho diário é indis- que acham que a criança está com sede, para diminuir as cólicas,
pensável a saúde, proporciona bem-estar, estimula a circulação san- para acalmá-la a fim de que durma mais, ou porque pensam que
guínea e protege a pele contra diversas doenças. seu leite é fraco ou pouco e não está sustentando adequadamen-
O momento do banho deve ser aproveitado para estimular a te a criança. Nesse caso, é necessário admitir que as mães não es-
criança com (ou através de) estímulos psicoemocionais (acariciar), tão tranquilas quanto a sua capacidade para amamentar. É preciso
auditivos (conversar e cantar) e psicomotores (inclusive movimen- orientá-las:
tos ativos com os membros). -Que o leite dos primeiros dias pós-parto, chamado de colostro,
- Banho: neste momento pode-se estimular o sistema senso- é produzido em pequena quantidade e é o leite ideal nos primeiros
rial, afetivo da criança. Nele deve-se conversar, dar-lhe brinquedos, dias de vida, inclusive para bebês prematuros, pelo seu alto teor de
estimular o tato e sempre incentivando o acompanhante a acompa- proteínas.
nhar este momento. Existem vários tipos de banhos: o de chuveiro, - Que o leite materno contém tudo o que o bebê necessita até o
de leito e de banheira. 6º mês de vida, inclusive água. Assim, a oferta de chás, sucos e água
é desnecessária e pode prejudicar a sucção do bebê, fazendo com
que ele mame menos leite materno, pois o volume desses líquidos
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
irá substituí-lo. Água, chá e suco representam um meio de contami- Sinais indicativos de que a criança está mamando de forma
nação que pode aumentar o risco de doenças. A oferta desses líqui- adequada
dos em chuquinhas ou mamadeiras faz com que o bebê engula mais
ar (aerofagia) propiciando desconforto abdominal pela formação de Boa posição:
gases, e consequentemente, cólicas no bebê. Além disso, pode-se - O pescoço do bebê está ereto ou um pouco curvado para trás,
instalar a confusão de bicos, dificultando a pega correta da mama semestar distendido
e aumentar os riscos de problemas ortodônticos e fonoaudiólogos. - A boca está bem aberta
-A pega errada vai prejudicar o esvaziamento total da mama, - O corpo da criança está voltado para o corpo da mãe
impedindo que o bebê mame o leite posterior (leite do final da ma- - A barriga do bebê está encostada na barriga da mãe
mada) que é rico em gordura, interferindo na saciedade e encurtan- - Todo o corpo do bebê recebe sustentação
do os intervalos entre as mamadas. Assim, a mãe pode pensar que - O bebê e a mãe devem estar confortáveis
seu leite é insuficiente e fraco.
-Se as mamas não são esvaziadas de modo adequado ficam in- Boa pega:
gurgitadas, o que pode diminuir a produção de leite. Isso ocorre - O queixo toca a mama
devido ao aumento da concentração de substâncias inibidoras da - O lábio inferior está virado para fora
produção de leite. - Há mais aréola visível acima da boca do que abaixo
-Em média a produção de leite é de um litro por dia, assim é - Ao amamentar, a mãe não sente dor no mamilo
necessário que a mãe reponha em seu organismo a água utilizada Produção versus ejeção do leite materno
no processo de lactação. É importante que a mãe tome mais água A produção adequada de leite vai depender, predominante-
(filtrada e fervida) e evite a ingestão de líquidos com calorias como mente, da sucção do bebê (pega correta, frequência de mamadas),
refrigerantes e refrescos. que estimula os níveis de prolactina (hormônio responsável pela
-As mulheres que precisam se ausentar por determinados perí- produção do leite).
odos, por exemplo, para o trabalho ou lazer, devem ser incentivadas Entretanto, a produção de ocitocina, hormônio responsável
a realizar a ordenha do leite materno e armazená-lo em frasco de pela ejeção do leite, é facilmente influenciada pela condição emo-
vidro, com tampa plástica de rosca, lavado e fervido. Na geladeira, cional da mãe (autoconfiança). A mãe pode referir que está com
pode ser estocado por 12 horas e no congelador ou freezer por no pouco leite. Nesses casos, geralmente, o bebê ganha menos de 20 g
máximo 15 dias. O leite materno deve ser descongelado e aquecido e molha menos de seis fraldas por dia. O profissional de saúde pode
em banho Maria e pode ser oferecido ao bebê em copo ou xícara, contribuir para reverter essa situação orientando a mãe a colocar
pequenos. O leite materno não pode ser descongelado em micro- a criança mais vezes no peito para amamentar inclusive durante a
-ondas e não deve ser fervido. noite, observando se a pega do bebê está correta.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Importante: por ser uma patologia bacteriana faz-se necessário - Viagem a locais em que as condições de saneamento e de
a introdução de antibioticoterapia e isolamento respiratório por 5 higiene sejam precárias;
dias após o início da administração medicamentosa, ou por 3 sema- - Falta de higiene pessoal.
nas após o começo do estádio paroxístico, se a antibioticoterapia
for contra-indicada. ATENÇÃO ESPECIAL: Crianças e idosos com DDA correm risco
Faz-se necessário a hospitalização de lactentes com problemas de desidratação grave. Nestes casos, a procura ao serviço de saúde
importantes na alimentação, crises de apnéia e cianose, e pacientes deve ser realizada em caráter de urgência.
com complicações graves.
Procurar evitar fatores desencadeantes de crises como temor, Quais são os sinais e sintomas das doenças diarreicas agudas?
decúbito baixo, permanência em recintos fechados e exercícios físi- Ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda no
cos. Procurar manter nutrição e hidratação adequada. período de 24hrs (diminuição da consistência das fezes – fezes líqui-
das ou amolecidas – e aumento do número de evacuações) poden-
DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS (DDA) do ser acompanhados de:
- Cólicas abdominais.
O que é são doenças diarreicas agudas? - Dor abdominal.
As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um gru- - Febre.
po de doenças infecciosas gastrointestinais. São caracterizadas por - Sangue ou muco nas fezes.
uma síndrome em que há ocorrência de no mínimo três episódios - Náusea.
de diarreia aguda em 24 horas, ou seja, diminuição da consistência - Vômitos.
das fezes e aumento do número de evacuações, quadro que pode
ser acompanhado de náusea, vômito, febre e dor abdominal. Em Como diagnosticar as doenças diarreicas agudas (diarreia)?
geral, são doenças autolimitadas com duração de até 14 dias. Em al- O diagnóstico das causas etiológicas, ou seja, dos microrganis-
guns casos, há presença de muco e sangue, quadro conhecido como mos causadores da DDA é realizado apenas por exame laboratorial
disenteria. A depender do agente causador da doença e de caracte- por meio de exames parasitológicos de fezes, cultura de bactérias
rísticas individuais dos pacientes, as DDA podem evoluir clinicamen- (coprocultura) e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é im-
te para quadros de desidratação que variam de leve a grave. portante para determinar o perfil de agentes etiológicos circulantes
A diarreia pode ser de origem não infecciosa podendo ser cau- em determinado local e, na vigência de surtos, para orientar as me-
sada por medicamentos, como antibióticos, laxantes e quimiote- didas de controle. Em casos de surto, solicitar orientação da equipe
rápicos utilizados para tratamento de câncer, ingestão de grandes de vigilância epidemiológica do município para coleta de amostras.
quantidades de adoçantes, gorduras não absorvidas, e até uso de IMPORTANTE: As fezes devem ser coletadas antes da adminis-
bebidas alcoólicas, por exemplo. Além disso, algumas doenças não tração de antibióticos e outros medicamentos ao paciente. Reco-
infecciosas também podem desencadear diarreia, como a doen- menda-se a coleta de 2 a 3 amostras de fezes por paciente.
ça de Chron, as colites ulcerosas, a doença celíaca, a síndrome do O diagnóstico etiológico das Doenças Diarreicas Agudas nem
intestino irritável e intolerâncias alimentares como à lactose e ao sempre é possível, uma vez que há uma grande dificuldade para a
glúten. realização das coletas de fezes, o que se deve, entre outras ques-
tões, à baixa solicitação de coleta de amostras pelos profissionais
O que causa as doenças diarreicas agudas? de saúde e à reduzida aceitação e coleta pelos pacientes.
As doenças diarreicas agudas (DDA) podem ser causadas por Desse modo, é importante que o indivíduo doente seja bem
diferentes microrganismos infecciosos (bactérias, vírus e outros esclarecido quanto à relevância da coleta de fezes, especialmente
parasitas, como os protozoários) que geram a gastroenterite – in- na ocorrência de surtos, casos com desidratação grave, casos que
flamação do trato gastrointestinal – que afeta o estômago e o in- apresentam fezes com sangue e casos suspeitos de cólera a fim de
testino. A infecção é causada por consumo de água e alimentos possibilitar a identificação do microrganismo que causou diarreia.
contaminados, contato com objetos contaminados e também pode Essa informação será útil para prevenir a transmissão da doença
ocorrer pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos conta- para outras pessoas.
minadas, e contato de pessoas com animais. A coleta de fezes para análise laboratorial é de grande impor-
tância para a identificação de agentes circulantes e, especialmente
Quais são os fatores de risco para doenças diarreicas agudas? em caso de surtos, para se identificar o agente causador do surto,
Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e gênero, pode ma- bem como a fonte da contaminação.
nifestar sinais e sintomas das doenças diarreicas agudas após a con-
taminação. No entanto, alguns comportamentos podem colocar as Como tratar as doenças diarreicas agudas?
pessoas em risco e facilitar a contaminação como: O tratamento das doenças diarreicas agudas se fundamenta na
- Ingestão de água sem tratamento adequado; prevenção e na rápida correção da desidratação por meio da inges-
- Consumo de alimentos sem conhecimento da procedência, tão de líquidos e solução de sais de reidratação oral (SRO) ou fluidos
do preparo e armazenamento; endovenosos, dependendo do estado de hidratação e da gravidade
- Consumo de leite in natura (sem ferver ou pasteurizar) e de- do caso. Por isso, apenas após a avaliação clínica do paciente, o tra-
rivados; tamento adequado deve ser estabelecido, conforme os planos A, B
- Consumo de produtos cárneos e pescados e mariscos crus ou e C descritos abaixo.
malcozidos; Para indicar o tratamento é imprescindível a avaliação clínica
- Consumo de frutas e hortaliças sem higienização adequada; do paciente e do seu estado de hidratação. A abordagem clínica
constitui a coleta de dados importantes na anamnese, como: início
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
dos sinais e sintomas, número de evacuações, presença de muco O paciente deve ser reavaliado após duas horas, se persistirem
ou sangue nas fezes, febre, náuseas e vômitos; presença de doen- os sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrário, iniciar ba-
ças crônicas; verificação se há parentes ou conhecidos que também lanço hídrico com as mesmas soluções preconizadas;
adoeceram com os mesmos sinais/sintomas. Administrar por via oral a solução de SRO em doses pequenas e
O exame físico, com enfoque na avaliação do estado de hidra- frequentes, tão logo o paciente aceite. Isso acelera a sua recupera-
tação, é importante para avaliar a presença de desidratação e a ins- ção e reduz drasticamente o risco de complicações.
tituição do tratamento adequado, além disso, o paciente deve ser Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente estiver
pesado, sempre que possível. hidratado, com boa tolerância à solução de SRO e sem vômitos.
Se não houver dificuldade de deglutição e o paciente estiver Para tratamento detalhado acesse aqui o Manejo do Paciente
consciente, a alimentação habitual deve ser mantida e deve-se au- com Diarreia.
mentar a ingestão de líquidos, especialmente de água.
OBSERVAÇÃO: O Tratamento com antibiótico deve ser reserva-
Plano A do apenas para os casos de DDA com sangue ou muco nas fezes (di-
O plano A consiste em cinco etapas direcionadas ao paciente senteria) e comprometimento do estado geral ou em caso de cólera
HIDRATADO para realizar no domicílio: com desidratação grave, sempre com acompanhamento médico.
Aumento da ingestão de água e outros líquidos incluindo so-
lução de SRO principalmente após cada episódio de diarreia, pois Quais são as possíveis complicações das doenças diarreicas
dessa forma evita-se a desidratação; agudas?
Manutenção da alimentação habitual; continuidade do aleita- A principal complicação é a desidratação, que se não for corri-
mento materno; gida rápida e adequadamente, em grande parte dos casos, especial-
Retorno do paciente ao serviço, caso não melhore em 2 dias ou mente em crianças e idosos, pode causar complicações mais graves.
apresente piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa O paciente com diarreia deve estar atento e voltar imediata-
de alimentos, sangue nas fezes ou diminuição da diurese; mente ao serviço de saúde se não melhorar ou se apresentar qual-
Orientação do paciente/responsável/acompanhante para re- quer um dos sinais e sintomas:
conhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e - Piora da diarreia.
administrar a solução de SRO e praticar ações de higiene pessoal - Vômitos repetidos.
e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e - Muita sede.
higienização dos alimentos); - Recusa de alimentos.
Administração de Zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias. - Sangue nas fezes.
- Diminuição da urina.
Plano B
O Plano B consiste em três etapas direcionadas ao paciente Como ocorre a transmissão das doenças diarreicas agudas?
COM DESIDRATAÇÃO, porém sem gravidade, com capacidade de in- A transmissão das doenças diarreicas agudas pode ocorrer pe-
gerir líquidos, que deve ser tratado com SRO na Unidade de Saúde, las vias oral ou fecal-oral.
onde deve permanecer até a reidratação completa. Transmissão indireta -Pelo consumo de água e alimentos con-
Ingestão de solução de SRO, inicialmente em pequenos volu- taminados e contato com objetos contaminados, como por exem-
mes e aumento da oferta e da frequência aos poucos. A quantidade plo, utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos
a ser ingerida dependerá da sede do paciente, mas deve ser admi- hospitalares.
nistrada continuamente até que desapareçam os sinais da desidra- Transmissão direta -Pelo contato com outras pessoas, por meio
tação; de mãos contaminadas e contato de pessoas com animais.
Reavaliação do paciente constantemente, pois o Plano B ter- Os manipuladores de alimentos e os insetos podem contami-
mina quando desaparecem os sinais de desidratação, a partir de nar, principalmente, os alimentos, utensílios e objetos capazes de
quando se deve adotar ou retornar ao Plano A; absorver, reter e transportar organismos contagiantes e infecciosos.
Orientação do paciente/responsável/acompanhante para re- Locais de uso coletivo, como escolas, creches, hospitais e penitenci-
conhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e árias apresentam maior risco de transmissão das doenças diarreicas
administrar a solução de SRO e praticar ações de higiene pessoal agudas.
e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e O período de incubação, ou seja, tempo para que os sintomas
higienização dos alimentos); comecem a aparecer a partir do momento da contaminação/infec-
ção, e o período de transmissibilidade das DDA são específicos para
Plano C cada agente etiológico.
O Plano C consiste em duas fases de reidratação endovenosa
destinada ao paciente COM DESIDRATAÇÃO GRAVE. Nessa situação Como prevenir as doenças diarreicas agudas?
o paciente deverá ser transferido o mais rapidamente possível. Os As intervenções para prevenir a diarreia incluem ações institu-
primeiros cuidados na unidade de saúde são importantíssimos e já cionais de saneamento e de saúde, além de ações individuais que
devem ser efetuados à medida que o paciente seja encaminhado ao devem ser adotadas pela população:
serviço hospitalar de saúde. Lave sempre as mãos com sabão e água limpa principalmente
Realizar reidratação endovenosa no serviço saúde (fases rápida antes de preparar ou ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após
e de manutenção); utilizar transporte público ou tocar superfícies que possam estar
sujas, após tocar em animais, sempre que voltar da rua, antes e
depois de amamentar e trocar fraldas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos Por outro lado, a região se destacava quando se tratava de abaste-
usados na preparação de alimentos. cimento através de poço profundo ou artesiano (20,3%); poço raso,
Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, ani- freático ou cacimba (12,7%); e fonte ou nascente (3,1%).
mais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em reci- Outra preocupação é a ocorrência de inundações e secas indu-
pientes fechados). zidas por mudanças climáticas, que podem afetar as condições de
Trate a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas acesso de muitas famílias aos serviços de abastecimento de água
gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de e saneamento, expondo populações a riscos relacionados à saúde.
água, aguardar por 30 minutos antes de usar). Além disso, as inundações podem dispersar diversos contaminan-
Guarde a água tratada em vasilhas limpas e com tampa, sendo tes fecais, aumentando os riscos de surtos de doenças transmitidas
a “boca” estreita para evitar a recontaminação; pela água. No caso da escassez de água devido à seca, a utilização
Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contami- de fontes alternativas de água sem tratamento adequado, incluindo
nados para banhar ou beber. água de caminhão pipa, também aumenta os riscos de adoecimen-
Evite o consumo de alimentos crus ou malcozidos (principal- to por doenças diarreicas.
mente carnes, pescados e mariscos) e alimentos cujas condições A seca e a estiagem são, entre os tipos de desastre, os que mais
higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias. afetam a população brasileira (50,34%), por serem mais recorren-
Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada; quando tes, atingindo mais fortemente as regiões Nordeste, Sul e parte do
não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apro- Sudeste. As inundações são a segunda tipologia de desastres de
priado. maior recorrência no Brasil e atingem todas as regiões do país, cau-
Use sempre o vaso sanitário, mas se isso não for possível, en- sando impactos significativos sobre a saúde das pessoas e a infra-
terre as fezes sempre longe dos cursos de água; estrutura de saúde.
Evite o desmame precoce. Manter o aleitamento materno au- Nesse cenário diversificado das regiões do país, relacionado ao
menta a resistência das crianças contra as diarreias. desenvolvimento socioeconômico, às condições de saneamento, ao
Situação epidemiológica das doenças diarreicas agudas (diar- clima e às situações adversas, como os desastres, ocorrem anual-
reia aguda) mente, mais de 4 milhões de casos e mais de 4 mil óbitos por DDA,
Os casos individuais de DDA são de notificação compulsória em registrados por meio da vigilância epidemiológica em unidades sen-
unidades sentinelas para monitorização das DDA (MDDA). O prin- tinelas e pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
cipal objetivo da Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas
Agudas (VE-DDA) é monitorar o perfil epidemiológico dos casos, DOENÇAS RESPIRATÓRIA NA INFÂNCIA
visando detectar precocemente surtos, especialmente os relacio- São as doenças mais frequentes durante a infância, acometen-
nados a: acometimento entre menores de cinco anos; agentes etio- do um número elevado de crianças, de todos os níveis sócio-econô-
lógicos virulentos e epidêmicos, como é o caso da cólera; situações micos e por diversas vezes. Nas classes sociais mais pobres, as in-
de vulnerabilidade social; seca, inundações e desastres. Os casos fecções respiratórias agudas ainda se constituem como importante
de DDA são notificados no Sistema de Informação de Vigilância causa de morte de crianças pequenas, principalmente menores de
Epidemiológica das DDA (SIVEP_DDA) e o monitoramento é reali- 1 ano de idade. Os fatores de risco para morbidade e mortalidade
zado pelo acompanhamento contínuo dos níveis endêmicos para são baixa idade, precárias condições sócio-econômicas, desnutri-
verificar alteração do padrão da doença em localidades e períodos ção, déficit no nível de escolaridade dos pais, poluição ambiental e
de tempo determinados. Diante da identificação de alterações no assistência de saúde de má qualidade (SIGAUD, 1996).
comportamento da doença, deve ser realizada investigação e ava- A enfermagem precisa estar atenta e orientar a família da
liação de risco para subsidiar as ações necessárias. criança sobre alguns fatores:
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as doenças diar- - preparar os alimentos sob a forma pastosa ou líquida, ofere-
reicas constituem a segunda principal causa de morte em crianças cendo em menores quantidades e em intervalos mais curtos, res-
menores de cinco anos, embora sejam evitáveis e tratáveis. As DDA peitando a falta de apetite e não forçando a alimentação;
são as principais causas de morbimortalidade infantil (em crianças - aumentar a oferta de líquidos: água, chás e suco de frutas,
menores de um ano) e se constituem um dos mais graves proble- levando em consideração a preferência da criança;
mas de saúde pública global, com aproximadamente 1,7 bilhão de - manter a criança em ambiente ventilado, tranquilo e agasa-
casos e 525 mil óbitos na infância (em crianças menores de 5 anos) lhada se estiver frio;
por ano. Além disso, as DDA estão entre as principais causas de des- - fluidificar e remover secreções e muco das vias aéreas supe-
nutrição em crianças menores de cinco anos. riores frequentemente;
Uma proporção significativa das doenças diarreicas é transmi- - evitar contato com outras crianças;
tida pela água e pode ser prevenida através do consumo de água - havendo febre: até 38,4ºC dar banho, de preferência de imer-
potável, condições adequadas de saneamento e hábitos de higiene. são, morno (por 15 minutos); aplicar compressa com água morna
No Brasil, segundo estatísticas do IBGE, em 2016, 87,3% dos do- e álcool nas regiões inguinal e axilar; retirar excessos de roupa. Se
micílios ligados à rede geral tinham disponibilidade diária de água, ultrapassar este valor oferecer antitérmico recomendado pelo pe-
percentual que era de 66,6% no Nordeste, onde em 16,3% dos do- diatra.
micílios o abastecimento ocorria de uma a três vezes por semana
e em 11,2% dos lares, de quatro a seis vezes. A região Norte apre- RESFRIADO
sentava o menor percentual de domicílios em que a principal forma Inflamação catarral da mucosa rinofaríngea e formações lin-
de abastecimento de água era a rede geral de distribuição (59,8%). fóides anexas. Possui como causas predisponentes: convívio ou
contágio ocasional com pessoas infectadas, desnutrição, clima frio
ou úmido, condições da habitação e dormitório da criança, quedas
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
AMIGDALITES ASMA
Muito frequente na infância, principalmente na faixa etária de Doença crônica do trato respiratório, sendo uma infecção mui-
3 a 6 anos (ALCÂNTARA, 1994). Seu quadro clínico assemelha-se a to frequente na infância. A crise é causada por uma obstrução, de-
um resfriado comum. Principais sinais e sintomas: febre, mal estar, vido a contração da musculatura lisa, edema da parede brônquica e
prostração ou agitação, anorexia em função da dificuldade de de- infiltração de leucócitos polimorfonucleares, eosinófilos e linfócitos
glutição, presença de gânglios palpáveis, mau hálito, presença ou (GRUMACH, 1994).
não de tosse seca, dor e presença de pus na amigdala. Manifesta-se através de crises de broncoespasmo, com
Às orientações de enfermagem acrescentaria-se estimular a fa- dispnéia, acessos de tosse e sibilos presentes à ausculta pulmonar.
mília a ofertar à criança uma alimentação mais semi-líquida, a base São episódios auto-limitados podendo ser controlados por medica-
de sopas, papas ... mentos com retorno normal das funções na maioria das crianças.
Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doença sur-
OTITE gem até o terceiro ano de vida e, em muitos pacientes, desapare-
Caracterizada por dor, febre, choro frequente, dificuldade para cem com a puberdade. Porém a persistência na idade adulta leva a
sugar e alimentar-se e irritabilidade, sendo o diagnóstico confirma- um agravo da doença.
do pelo otoscópio. Possui como fatores predisponentes: Fatores desencadeantes: alérgenos (irritantes alimentares),
- alimentação em posição horizontal, pois propicia refluxo ali- infecções, agentes irritantes, poluentes atmosféricos e mudanças
mentar pela tuba, que é mais curta e horizontal na criança, levando climáticas, fatores emocionais, exercícios e algumas drogas (ácido
à otite média; acetil salicílico e similares).
- crianças que vivem em ambiente úmido ou filhas de pais fu-
mantes; É importante que haja:
- diminuição da umidade relativa do ar; - estabelecimento de vínculo entre paciente/ família e equipe
- limpeza inadequada, com cotonetes, grampos e outros, pre- de saúde;
judicando a saída permanente da cera pela formação de rolhas obs- - controle ambiental, procurando afastar elementos alergêni-
trutivas, ou retirando a proteção e facilitando a evolução de otites cos;
micóticas ou bacterianas, além de poder provocar acidentes. - higiene alimentar;
Orientar sobre a limpeza que deve ser feita apenas com água, - suspensão de alimentos só deverá ocorrer quando existir uma
sabonete, toalha e dedo. nítida relação com a sintomatologia apresentada;
- fisioterapia respiratória a fim de melhorar a dinâmica respira-
SINUSITE tória, corrigir deformidades torácicas e vícios posturais, aumentan-
“Desencadeada pela obstrução dos óstios de drenagem dos do a resistência física.
seios da face, favorecendo a retenção de secreção e a infecção bac- Durante uma crise o paciente precisa de um respaldo medica-
teriana secundária” (LEÃO, 1989). Caracteriza-se por tosse noturna, mentoso para interferir na sintomatologia e de uma pessoa segura
secreção nasal e com presença ou não de febre, sendo que rara- e tranquila ao seu lado. Para tanto a família precisa ser muito bem
mente há cefaléia na infância (SAMPAIO, 1994). Casos recidivantes esclarecida e em alguns casos faz-se necessário encaminhamento
são geralmente causados por alergia respiratória. Possui como fato- psicológico.
res predisponentes:
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Saúde da Criança e Adolescente de substância psicoativa, violência doméstica ou sexual etc.). Nem
A população adolescente e jovem vive uma condição social que sempre é o(a) adolescente que procura a Unidade Básica de Saúde.
é única: uma mesma geração, num mesmo momento social, econô- Com muita frequência, a família é a primeira a demandar atenção.
mico, político e cultural do seu país e do mundo. Ou seja, a modali- Em outras situações, são as escolas e os órgãos de proteção
dade de ser adolescente e jovem depende da idade, da geração, da da criança e do adolescente, ou até mesmo agentes de saúde, que
moratória vital, da classe social e dos marcos institucionais e de gê- encaminham a demanda. O primeiro desafio para a Atenção Básica
nero presentes em dado contexto histórico e cultural (MARGULIS; ir além da demanda referenciada é o trabalho interno com a equi-
URRESTI, 1996; ABRAMO, 2005). Nesse sentido, a atenção integral pe, conscientizando que o acolhimento de adolescentes e jovens é
à saúde dos adolescentes e jovens apresenta-se como um desafio, tarefa de todos os profissionais: da recepção à dispensação de me-
por tratar-se de um grupo social em fase de grandes e importan- dicamentos, do agente comunitário de saúde ao técnico de Enfer-
tes transformações psicobiológicas articuladas a um envolvimen- magem, do dentista aos demais profissionais de saúde com forma-
to social e ao redimensionamento da sua identidade e dos novos ção universitária. À gerência destes serviços, cabe o planejamento
papéis sociais que vão assumindo (AYRES; FRANÇA JÚNIOR, 1996). com a equipe e o acompanhamento das ações ofertadas, da gestão
Os universos plurais e múltiplos que representam adolescentes e do cuidado ofertado e da articulação da linha de cuidado interna
jovens intervêm diretamente no modo como eles traçam as suas e externa na Rede de Atenção à Saúde e na rede intersetorial de
trajetórias de vida. Essas trajetórias bem-sucedidas ou fracassadas assistência.
são mais que histórias de vida, são “reflexo das estruturas e dos Destaca-se que a assistência ao adolescente começa na assis-
processos sociais” que ocorrem de maneira imprevisível, vulnerável tência à criança e sua família. É no atendimento desta faixa etária
e incerta e que vão interferindo no cuidado com a vida e com a que podemos detectar e problematizar questões como: o estilo
suas demandas de saúde (LEÓN, 2005, p. 17). Tendo essas questões parental de cuidado, o monitoramento do desenvolvimento e do
no nosso horizonte, a ênfase dada às discussões produzidas nesse cuidado tanto no período escolar como no período complementar,
documento focará no grupo populacional denominado de Adoles- os serviços e órgãos de apoio de outros setores e as situações de es-
cências, que vive o ciclo etário entre os 10 a 19 anos. Portanto, as tresse e adversidades que podem comprometer o desenvolvimento
diferenças e as multiplicidades existentes nesta população devem etc.
ser orientação para a acolhida, o cuidado e a atenção integral aos Além do atendimento de todas as referidas demandas, o traba-
adolescentes que acessam a atenção básica na política pública de lho com as escolas e com a rede de assistência social é fundamental
saúde. para ampliar a procura direta do adolescente pelo serviço de Aten-
O art. 11 do Estatuto da Criança e do Adolescente assegura o ção Básica.
atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por in- Parcerias em projetos de Educação e Saúde nas escolas, como
termédio do Sistema Único de Saúde, garantindo o acesso universal proposto pelo Programa de Saúde na Escola do Ministério da Saúde
e igualitário às ações e aos serviços para promoção, proteção e re- (PSE/MS), qualificação das reuniões intersetoriais para acompanha-
cuperação da saúde. A partir da atenção integral à saúde pode-se mento de situações de maior vulnerabilidade e parcerias com pro-
intervir de forma satisfatória na implementação de um elenco de jetos de Secretarias de Cultura, Esporte e Lazer dos municípios são
direitos, aperfeiçoando as políticas de atenção a essa população. fundamentais neste sentido. A oferta de grupos de encontro para
Uma estratégia de sucesso tem sido a utilização da Caderneta de adolescentes e familiares que cuidam de adolescentes e jovens é
Saúde de Adolescente, masculina e feminina, que contém informa- uma boa estratégia que deve ser estimulada pelos profissionais de
ções a respeito do crescimento e desenvolvimento, da alimentação saúde e entrar no rol de ações ofertadas no planejamento à atenção
saudável, da prevenção de violências e promoção da cultura de paz, a adolescentes e jovens. Além disso, a leitura de vulnerabilidade e
da saúde bucal e da saúde sexual e saúde reprodutiva desse gru- resiliência, como proposto em capítulo específico deste documen-
po populacional. Traz ainda método e espaço para o registro an- to, também deve ser uma prática constante, que propiciaria a iden-
tropométrico e dos estágios de maturação sexual, das intervenções tificação das situações que merecerão maior atenção e projetos te-
odontológicas e o calendário vacinal. Profissionais de saúde, educa- rapêuticos singulares e familiares para complementar a assistência
dores, familiares e os próprios adolescentes encontram nesse ins- prestada.
trumento um facilitador para a abordagem dos temas de interesse Promoção de saúde e prevenção de agravos É importante dar
das pessoas jovens e que são, ao mesmo tempo, importantes para ao jovem a oportunidade dele fazer por ele mesmo. Desenvolver o
a promoção da saúde e do autocuidado. Os profissionais de saúde protagonismo juvenil engajando-o em projetos que ele mesmo crie,
devem usar a Caderneta como instrumento de apoio à consulta, assuma e administre. Dar-lhe autonomia, apoio e aprovação. Usar
registrando os dados relevantes para o acompanhamento dos ado- seu potencial de energia em atividades comunitárias que propiciem
lescentes na Atenção Básica. autoconhecimento e altruísmo. Devem-se criar oportunidades de
Entre as forças que podem participar da rede de apoio das esporte, lazer e cultura. Usar os espaços físicos disponíveis, para
famílias, crianças e adolescentes tem fundamental importância a que eles não sejam apenas expectadores, mas também atores.
Rede de Atenção Primária em Saúde. Isso pode ser feito dentro do plano de aula escolar ou apenas
Em situações de conflito no ambiente familiar, escolar e, até usando o espaço da escola, do clube e praças em horário extracurri-
mesmo, comunitário (outros níveis de atenção à saúde, conselhos cular. Para incentivar os adolescentes e jovens a participar das ativi-
tutelares, vara da infância e da adolescência etc.), a rede de atenção dades de promoção de saúde, é interessante a organização de gin-
básica quase sempre é a primeira porta de entrada para a busca canas, competições e jogos cujos desafios principais sejam a ênfase
de uma compreensão, seja do comportamento, de um sintoma ou na ecologia, alimentação natural, saúde, valores éticos e morais.
de uma necessidade de orientação específica (anticoncepção, uso Outra proposta seria a promoção de eventos festivos de acordo com
a cultura local, desenvolvendo temas sugeridos pelo público-alvo,
bem como a criação de oficinas terapêuticas, onde o adolescente
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
possa criar vídeos, jornais, arte por intermédio da informática, mo- de personalidade. Ninguém é perfeito e muito menos invulnerável.
delagem, escultura, música, dança, desenhos, dramatizações, en- No entanto, uma composição dessas características é fundamen-
tre outras. Estar atento ao que eles hoje valorizam e apoiá-los em tal para se perseverar na existência. Em alguma intensidade, essas
suas iniciativas. Ademais, é importante incentivar a construção de características estão presentes em todos, não de forma inata, mas
um projeto de vida próximo de seus ideais; orientar sobre a busca podendo ser desenvolvidas em maior ou menor intensidade na in-
de oportunidades de emprego e promover o resgate da cidadania, teração das pessoas umas com as outras. Esta interação inicia-se,
onde o conceito de adolescer não seja entendido como aborrecer, na maioria das vezes, no interior da família, prossegue na escola,
mas respeitá-los e fazer que se respeitem. Em suma, trabalhar essas depois no trabalho, na comunidade etc. Ou seja, podem-se identi-
questões na atenção à saúde dos adolescentes e jovens difere da ficar, também, elementos de resiliência nas instituições humanas.
assistência clínica individual e da simples informação ou repressão. E, se estivermos atentos na identificação destes elementos, iremos
O modelo a ser desenvolvido deve permitir uma discussão sobre detectar padrões diferentes de resiliência nas famílias, nas institui-
as razões da adoção de um comportamento preventivo e o desen- ções, nas organizações e na comunidade. Mangham e colaborado-
volvimento de habilidades que permitam a resistência às pressões res (1996) identificam como elementos chaves da resiliência fami-
externas, a expressão de sentimentos, as opiniões, as dúvidas, as liar, de equipes e de outros arranjos grupais:
inseguranças, os medos e os preconceitos. A proposta é reforçar as • Estabilidade: entendida como resistência à ruptura interna e
condições internas de cada sujeito para o enfrentamento e resolu- senso de permanência.
ção de problemas e dificuldades do dia a dia • Coesão: senso de afeto mútuo, companheirismo e segurança.
• Adaptabilidade: habilidade coletiva para adaptar-se às mu-
Vulnerabilidade danças e continuar funcionando a despeito de condições adversas.
O conjunto de forças psicológicas e biológicas exigidas para que • Repertório de estratégias e atitudes para superar situações
uma pessoa, ou um grupo de pessoas, supere com sucesso seus estressantes.
percalços, situações adversas ou situações estressantes, que mo- • Redes de suporte para estender as capacidades da família ou
dificam muito a vida das pessoas, tem sido chamado de resiliência. dos grupos por meio de outros familiares, amigos, vizinhos, compa-
Esta palavra foi emprestada da Física para a Psicologia em meados nheiros de trabalho, outros grupos etc.
dos anos 70. Na década de 90, passa a integrar o discurso da Saú-
de Coletiva e da Assistência Social. Na Física e na Engenharia de Durante o processo de atendimento, a equipe pode ir cons-
materiais, significa uma propriedade da matéria pela qual a ener- truindo com o(a) adolescente uma leitura de sua resiliência e de
gia armazenada em um corpo deformado por um impacto seja de- sua vulnerabilidade, que poderá propiciar estratégias de cuidado
volvida quando cessa a tensão causadora, possibilitando ao corpo singularizadas. Daí a importância de se conhecer as demais políticas
readquirir sua forma inicial sem desestruturar-se. Frederick Flach, desenvolvidas para adolescentes e jovens pela Educação, Assistên-
psiquiatra norte-americano, estudioso dos mecanismos de produ- cia Social, Cultura, Esportes, Conselho de Direitos etc. 42 Proteger e
ção e superação do estresse, passa a empregar o termo resiliência cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica .
com o significado acima em suas investigações nos anos 70. Suas
pesquisas partiram da observação de que as pessoas superam ad- Crescimento e Desenvolvimento
versidades semelhantes de forma muito diferente. Passou então a A adolescência é marcada por um complexo processo de cres-
tentar identificar quais seriam as forças internas que aqueles que cimento e desenvolvimento biopsicossocial. Embora já mencionado
superavam suas adversidades, sem prejuízos significativos para sua em outro capítulo deste documento, vale relembrar que, seguindo
personalidade, tinham e que não eram identificadas nas pessoas a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde considera
que não conseguiam superar satisfatoriamente eventos semelhan- que a adolescência compreende a segunda década da vida (10 a 20
tes. anos incompletos) e a juventude estende-se dos 15 aos 24 anos.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente considera adolescência
Identificou uma série de características na personalidade resi- a faixa etária de 12 a 18 anos. Por outro lado, o Estatuto da Juven-
liente que são significativas: tude preconiza que os jovens estão entre 15 a 29 anos. Os grupos
• Criatividade, reconhecimento e desenvolvimento de seus etários são explicados pelos diferentes parâmetros usados na sua
próprios talentos. concepção, como por exemplo, o crescimento e desenvolvimento,
• Um forte e flexível sentido de autoestima. as questões sociais e econômicas e aquelas relacionadas à inimpu-
• Independência de pensamento e ação. tabilidade penal. O importante é que essas faixas etárias estejam
• A habilidade de dar e receber nas relações com os outros, e representadas nos sistemas de informação para que cada setor pos-
um bem estabelecido círculo de amigos pessoais, que inclua alguns sa ter dados confiáveis sobre esse grupo populacional.
amigos mais íntimos e que podem ser seus confidentes.
• Disciplina pessoal e um sentido de responsabilidade. Desenvolvimento físico
• Receptividade a novas ideias O termo puberdade deriva do latim pubertate e significa idade
• Disposição para sonhar e grande variedade de interesses. fértil; a palavra pubis (lat.) é traduzida como pelo, penugem. A pu-
• Senso de humor alegre. berdade expressa o conjunto de transformações somáticas da ado-
• Percepção de seus sentimentos e dos sentimentos dos outros lescência, que, entre outras, englobam:
e capacidade de comunicá-los de forma adequada. • Aceleração (estirão) e desaceleração do crescimento ponde-
• Compromisso com a vida e um contexto filosófico no qual as ral e estatural, que ocorrem em estreita ligação com as alterações
experiências pessoais possam ser interpretadas com significados e puberais.
esperança, até mesmo nos momentos mais desalentadores da vida.
Seria impossível esperar de uma pessoa todas estas características
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Modificação da composição e proporção corporal, como re- Desenvolvimento muscular: Na puberdade, chama atenção a
sultado do crescimento esquelético, muscular e redistribuição do hipertrofia e a hiperplasia de células musculares, mais evidentes
tecido adiposo. nos meninos. Este fato justifica a maior força muscular no sexo
• Desenvolvimento de todos os sistemas do organismo, com masculino. Medula óssea: Durante a puberdade, ocorre uma dimi-
ênfase no circulatório e respiratório. nuição da cavidade da medula óssea, mais acentuada nas meninas
• Maturação sexual com a emergência de caracteres sexuais se- Este acontecimento explica um volume final maior da cavidade
cundários, em uma sequência invariável, sistematizada por Tanner medular para os meninos, que somado à estimulação da eritropoe-
(1962). Desenvolvimento C tina pela testosterona pode representar, para o sexo masculino, um
número maior de células vermelhas, maior concentração de hemo-
Crescimento globina e ferro sérico.
O crescimento estatural é um processo dinâmico de evolução
da altura de um indivíduo em função do tempo. Por isto, é somente Sequência do crescimento
por intermédio de repetidas determinações da estatura, realizada O crescimento estatural inicia-se pelos pés, seguindo uma
em intervalos regulares (em média a cada seis meses), e inscritas ordem invariável que vai das extremidades para o tronco. Os di-
em gráficos padronizados, que se pode avaliar adequadamente o âmetros biacromial e biilíaco também apresentam variações de
crescimento. A velocidade do crescimento, assim obtida, constitui crescimento durante a puberdade, sendo que o biacromial cresce
um indicador importante de normalidade, que ajuda o profissional com maior intensidade no sexo masculino. Nas meninas, observa-
de saúde a esclarecer o diagnóstico de qualquer transtorno. As ve- -se também um alargamento da pelve. Os pelos axilares aparecem,
locidades de crescimento da criança e do adolescente normais têm em média, dois anos após os pelos pubianos. O pelo facial, no sexo
um padrão linear previsível. Durante a puberdade, o adolescente masculino, aparece ao mesmo tempo em que surge o pelo axilar.
cresce um total de 10 a 30 cm (média de 20 cm). A média de velo- O crescimento de pelos pubianos pode corresponder, em algumas
cidade de crescimento máxima durante a puberdade é cerca de 10 situações, às primeiras manifestações puberais. Durante a puber-
cm/ano para o sexo masculino e 9 cm/ano para o sexo feminino. dade, alterações morfológicas ocorrem na laringe; as cordas vocais
A velocidade máxima de crescimento em altura ocorre, em média, tornam-se espessas e mais longas e a voz mais grave. A este mo-
entre 13 e 14 anos no sexo masculino e 11 e 12 anos no sexo femi- mento, mais marcante nos meninos do que nas meninas, chama-
nino. Atingida a velocidade máxima de crescimento, segue-se uma mos de muda vocal. Na maioria dos indivíduos a mudança completa
gradual desaceleração até a parada de crescimento, com duração da voz se estabelece em um prazo de aproximadamente seis meses.
em torno de 3 a 4 anos. Após a menarca, as meninas crescem, no O crescimento dos pelos da face indica o final deste processo, quan-
máximo, de 5 a 7 cm. As curvas de crescimento individual seguem do a muda vocal deve estar completa. Adolescentes com uma alte-
um determinado percentil desenhado no gráfico de crescimento. É ração na voz, que persista por mais de 15 dias, a Equipe de Saúde da
importante salientar que, tanto na infância quanto na adolescência, Família deve procurar o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf)
podem ocorrer variações no padrão de velocidade de crescimen- que dispõe de um profissional fonoaudiólogo para realizar uma in-
to, ocasionando mudanças de percentil de crescimento, mas nem terconsulta ou uma avaliação multidisciplinar entre os profissionais
sempre refletem uma condição patológica. De um modo geral, o visando solucionar o problema em questão. É de suma importância
adolescente termina o seu desenvolvimento físico com cerca de que o profissional de saúde saiba orientar os adolescentes quanto a
20% da estatura final do adulto em um período de 18 a 36 meses. comportamentos nocivos a sua saúde, como o uso de tabaco.
A evolução do peso segue uma curva semelhante à da altura. Na
puberdade, a velocidade de crescimento ponderal acompanha a do Maturação sexual
crescimento em altura, com a incorporação final de 50% do peso A eclosão puberal dá-se em tempo individual por mecanismos
do adulto. ainda não plenamente compreendidos, envolvendo o eixo hipotála-
mo-hipofisário-gonadal. Em fase inicial da puberdade, o córtex ce-
Idade óssea rebral transmite estímulos para receptores hipotalâmicos, que, por
A idade óssea ou esquelética corresponde às alterações evo- meio de seus fatores liberadores, promovem na hipófise anterior a
lutivas da maturação óssea, que acompanham a idade cronológica secreção de gonadotrofinas para a corrente sanguínea.
no processo de crescimento, sendo considerada como um indica-
dor da idade biológica. Ela é calculada por meio da comparação de Sexo masculino
radiografias de punho, de mão e de joelho com padrões definidos As gonadotrofinas, ou seja, os hormônios folículo-estimulante
de tamanhos e forma dos núcleos dessas estruturas. A idade óssea e luteinizante (FSH e LH) atuam aumentando os testículos. Os tú-
pode ser utilizada na predição da estatura final do adolescente, con- bulos seminíferos passam a ter luz e promover a proliferação das
siderando a sua relação com a idade cronológica. células intersticiais de Leydig, que liberam a testosterona e elevam
os seus níveis séricos. Esses eventos determinam o aumento simé-
Composição e proporção corporal trico (simultâneo e semelhante) do volume testicular, que passa
Todos os órgãos do corpo participam do processo de cresci- a ter dimensões maiores que 4 cm3 , constituindo-se na primeira
mento da puberdade, exceção feita ao tecido linfoide e à gordura manifestação da puberdade masculina. Segue-se o crescimento de
subcutânea que apresentam um decréscimo absoluto ou relativo. pelos pubianos, o desenvolvimento do pênis em comprimento e di-
Há acúmulo de gordura desde os 8 anos até a puberdade, sendo âmetro, o aparecimento de pelos axilares e faciais e o estirão puber-
que a diminuição deste depósito de tecido adiposo coincide com o tário. O tamanho testicular é critério importante para a avaliação
pico de velocidade do crescimento. das gônadas e da espermatogênese, que costuma ocorrer, mais fre-
quentemente, no estágio 4 de Tanner. Avaliase o volume testicular
de forma empírica ou utilizando-se o orquímetro e orquidômetro
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
de Prader. Estes instrumentos contêm elipsoides de volumes cres- das ações e do cuidado no território, e servirão de fio condutor do
centes de 1 ml a 25 ml. O tamanho testicular adulto situa-se entre cuidado, transversalizando a Rede de Atenção à Saúde, com ações e
12 ml e 25 ml. estratégias voltadas à criança, na busca da integralidade, por meio
de linhas de cuidado e metodologias de intervenção, o que pode
Critérios de Tanner para classificação dos estágios da puber- se constituir em um grande diferencial a favor da saúde da criança.
dade masculina A normativa busca integrar diversas ações já existentes para
atendimento a essa população. O objetivo é promover o aleitamen-
Sexo feminino to materno e a saúde da criança, a partir da gestação aos nove anos
Os hormônios folículo-estimulante e luteinizante (FSH e LH) de vida, com especial atenção à primeira infância (zero a cinco anos)
atuam sobre o ovário e iniciam a produção hormonal de estróge- e às populações de maior vulnerabilidade, como crianças com defi-
no e progesterona, responsáveis pelas transformações puberais ciência, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, e em situação de rua.
na menina. A primeira manifestação de puberdade na menina é o
surgimento do broto mamário. É seguido do crescimento dos pelos Eixos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
pubianos e pelo estirão puberal. A menarca acontece cerca de um Criança
ano após o máximo de velocidade de crescimento, coincidindo com Os sete eixos estratégicos da Política são: atenção humanizada
a fase de sua desaceleração. A ocorrência da menarca não significa e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-nascido; aleita-
que a adolescente tenha atingido o estágio de função reprodutora mento materno e alimentação complementar saudável; promoção
completa, pois os ciclos iniciais podem ser anovulatórios. Por outro e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral;
lado, é possível acontecer também a gravidez antes da menarca, atenção a crianças com agravos prevalentes na infância e com do-
com um primeiro ciclo ovulatório. enças crônicas; atenção à criança em situação de violências, pre-
Critérios de Tanner para classificação da puberdade feminina venção de acidentes e promoção da cultura de paz; atenção à saúde
Pelos pubianos A evolução da distribuição de pelos pubianos é se- de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulne-
melhante nos dois sexos, de acordo com as alterações progressivas rabilidade; vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno.
relativas à forma, espessura e pigmentação. A Política considera como criança a pessoa na faixa etária de
zero a nove anos e a primeira infância, de zero a cinco anos. Para
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_ado- atendimento em serviços de pediatria no Sistema Único de Saúde
lescentes_atencao_basica.pdf (SUS), são contempladas crianças e adolescentes menores de 16
anos, sendo que este limite etário pode ser alterado conforme as
SAÚDE DA CRIANÇA normas e rotinas do estabelecimento de saúde responsável pelo
atendimento.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
A PNAISC está estruturada em princípios, diretrizes e eixos Dos princípios:
estratégicos. Tem como objetivo promover e proteger a saúde da 1) Direito à vida e à saúde – Princípio fundamental garantido
criança e o aleitamento materno, mediante atenção e cuidados in- mediante o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
tegrais e integrados, da gestação aos nove anos de vida, com espe- para a promoção, proteção integral e recuperação da saúde, por
cial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnera- meio da efetivação de políticas públicas que permitam o nascimen-
bilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente to, crescimento e desenvolvimento sadios e harmoniosos, em con-
facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno de- dições dignas de existência, livre de qualquer forma de violência
senvolvimento. (BRASIL, 1988; 1990b).
Os princípios que orientam esta política afirmam a garantia do 2) Prioridade absoluta da criança – Princípio constitucional que
direito à vida e à saúde, o acesso universal de todas as crianças à compreende a primazia da criança de receber proteção e cuidado
saúde, a equidade, a integralidade do cuidado, a humanização da em quaisquer circunstâncias, ter precedência de atendimento nos
atenção e a gestão participativa. Propõe diretrizes norteadoras para serviços de saúde e preferência nas políticas sociais e em toda a
a elaboração de planos e projetos de saúde voltados às crianças, rede de cuidado e de proteção social existente no território, assim
como a gestão interfederativa, a organização de ações e os servi- como a destinação privilegiada de recursos em todas as políticas
ços de saúde ofertados pelos diversos níveis e redes temáticas de públicas (BRASIL, 1988; 1990b).
atenção à saúde; promoção da saúde, qualificação de gestores e 3) Acesso universal à saúde – Direito de toda criança receber
trabalhadores; fomento à autonomia do cuidado e corresponsabili- atenção e cuidado necessários e dever da política de saúde, por
zação de trabalhadores e familiares; intersetorialidade; pesquisa e meio dos equipamentos de saúde, de atender às demandas da
produção de conhecimento e monitoramento e avaliação das ações comunidade, propiciando o acolhimento, a escuta qualificada dos
implementadas. Os sete eixos estratégicos que compõem a políti- problemas e a avaliação com classificação de risco e vulnerabilida-
ca têm a finalidade de orientar gestores e trabalhadores sobre as des sociais, propondo o cuidado singularizado e o encaminhamento
ações e serviços de saúde da criança no território, a partir dos de- responsável, quando necessário, para a rede de atenção (BRASIL,
terminantes sociais e condicionantes para garantir o direito à vida e 2005a).
à saúde, visando à efetivação de medidas que permitam a integrali- 4) Integralidade do cuidado – Princípio do SUS que trata da
dade da atenção e o pleno desenvolvimento da criança e a redução atenção global da criança, contemplando todas as ações de promo-
de vulnerabilidades e riscos. Suas ações se organizam a partir das ção, de prevenção, de tratamento, de reabilitação e de cuidado, de
Redes de Atenção à Saúde (RAS), com ênfase para as redes temá- modo a prover resposta satisfatória na produção do cuidado, não
ticas, em especial à Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil se restringindo apenas às demandas apresentadas. Compreende,
e tendo a Atenção Básica (AB) como ordenadora e coordenadora ainda, a garantia de acesso a todos os níveis de atenção, mediante
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
a integração dos serviços, da Rede de Atenção à Saúde, coordenada 2) Organização das ações e dos serviços em Redes de Atenção
pela Atenção Básica, com o acompanhamento de toda a trajetória à Saúde – Fomento e apoio à organização de ações e aos serviços
da criança em uma rede de cuidados e proteção social, por meio de da Rede de Atenção à Saúde, com a articulação de profissionais e
estratégias como linhas de cuidado e outras, envolvendo a família e serviços de saúde, mediante estratégias como o estabelecimento
as políticas sociais básicas no território (BRASIL, 2005a). de linhas de cuidado, a troca de informações e saberes, a tomada
5) Equidade em saúde – Igualdade da atenção à saúde, sem horizontal de decisões, baseada na solidariedade e na colaboração,
privilégios ou preconceitos, mediante a definição de prioridades garantindo a continuidade do cuidado com a criança e a completa
de ações e serviços de acordo com as demandas de cada um, com resolução dos problemas colocados, de forma a contribuir para a
maior alocação dos recursos onde e para aqueles com maior neces- integralidade da atenção e a proteção da criança.
sidade. Dá-se por meio de mecanismo de indução de políticas ou 3) Promoção da Saúde – Reconhecimento da Promoção da
programas para populações vulneráveis, em condição de iniquida- Saúde como conjunto de estratégias e forma de produzir saúde na
des em saúde, por meio do diálogo entre governo e sociedade ci- busca da equidade, da melhoria da qualidade de vida e saúde, com
vil, envolvendo integrantes dos diversos órgãos e setores da Saúde, ações intrassetoriais e intersetoriais, voltadas para o desenvolvi-
pesquisadores e lideranças de movimentos sociais (BRASIL, 2005a; mento da pessoa humana, do ambiente e hábitos de vida saudáveis
BRASIL; CONSELHO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE e o enfrentamento da morbimortalidade por doenças crônicas não
SAÚDE, 2009). transmissíveis, envolvendo o trabalho em rede em todos os espaços
6) Ambiente facilitador à vida – Princípio que se refere ao es- de produção de saberes e práticas do cuidado nas dimensões indivi-
tabelecimento e à qualidade do vínculo entre criança e sua mãe/ duais, coletivas e sociais (BRASIL, 2014h).
família/cuidadores e também destes com os profissionais que atu- 4) Fomento à autonomia e corresponsabilidade da família –
am em diferentes espaços que a criança percorre em seus territó- Fomento à autonomia e corresponsabilidade da família, princípio
rios vivenciais para a conquista do desenvolvimento integral (PE- constitucional, que deve ser estimulado e apoiado pelo poder pú-
NELLO, 2013). Esse ambiente se constitui a partir da compreensão blico, com informações qualificadas sobre os principais problemas
da relação entre indivíduo e sociedade, interagindo por um desen- de saúde e orientações sobre o processo de educação dos filhos,
volvimento permeado pelo cuidado essencial, abrangendo toda o estabelecimento de limites educacionais sem violência e os cui-
a comunidade em que vive. Este princípio é a nova mentalidade dados com a criança, com especial foco nas etapas iniciais da vida,
que aporta, sustenta e dá suporte à ação de todos os implicados na para a efetivação de seus direitos.
Atenção Integral à Saúde da Criança. 5) Qualificação da força de trabalho – Qualificação da força de
7) Humanização da atenção – Princípio que busca qualificar as trabalho para a prática de cuidado, da cogestão e da participação
práticas do cuidado, mediante soluções concretas para os proble- nos espaços de controle social, do trabalho em equipe e da arti-
mas reais vividos no processo de produção de saúde, de forma cria- culação dos diversos saberes e intervenções dos profissionais, efe-
tiva e inclusiva, com acolhimento, gestão participativa e cogestão, tivando-se o trabalho solidário e compartilhado para produção de
clínica ampliada, valorização do trabalhador, defesa dos direitos dos resposta qualificada às necessidades em saúde da família.
usuários e ambiência, estabelecimento de vínculos solidários entre 6) Planejamento no desenvolvimento de ações – Aperfeiçoa-
humanos, valorização dos diferentes sujeitos implicados, desde eta- mento das estratégias de planejamento na execução das ações da
pas iniciais da vida, buscando a corresponsabilidade entre usuários, Pnaisc, a partir das evidências epidemiológicas, definição de indi-
trabalhadores e gestores neste processo, a construção de redes de cadores e metas, com articulação necessária entre as diversas po-
cooperação e a participação coletiva, fomentando a transversalida- líticas sociais, iniciativas de setores e da comunidade, de forma a
de e a grupalidade, assumindo a relação indissociável entre atenção tornar mais efetivas as intervenções no território, que extrapolem
e gestão no cuidado em saúde (BRASIL, 2006a). as questões específicas de saúde.
8) Gestão participativa e controle social – Preceito constitucio- 7) Incentivo à pesquisa e à produção de conhecimento – In-
nal e um princípio do SUS, com o papel de fomentar a democracia centivo à pesquisa e à produção de conhecimento para o desen-
representativa e criar as condições para o desenvolvimento da cida- volvimento de conhecimento com apoio à pesquisa, à inovação
dania ativa. São canais institucionais, de diálogo social, as audiên- e à tecnologia no campo da Atenção Integral à Saúde da Criança,
cias públicas, as conferências e os conselhos de saúde em todas as possibilitando a geração de evidências e instrumentos necessários
esferas de governo que conferem à gestão do SUS realismo, trans- para a implementação da Pnaisc, sempre respeitando a diversida-
parência, comprometimento coletivo e efetividade dos resultados. de étnico-cultural, aplicada ao processo de formulação de políticas
No caso da saúde da criança, o Brasil possui um extenso leque de públicas.
entidades da sociedade civil que militam pela causa da infância e do 8) Monitoramento e avaliação – Fortalecimento do monitora-
aleitamento materno e que podem potencializar a implementação mento e avaliação das ações e das estratégias da Pnaisc, com apri-
deste princípio (BRASIL; CONSELHO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS moramento permanente dos sistemas de informação e instrumen-
MUNICIPAIS DE SAÚDE, 2009; MARTINS, 2010). tos de gestão, que garantam a verificação a qualquer tempo, em
Das Diretrizes: que medida os objetivos estão sendo alcançados, a que custo, quais
1) Gestão interfederativa das ações de saúde da criança – Fo- os processos ou efeitos (previstos ou não, desejáveis ou não), indi-
mento à gestão para implementação da Pnaisc, por meio da viabili- cando novos rumos, mais efetividade e satisfação.
zação de parcerias e articulação interfederativa, com instrumentos 9) Intersetorialidade – Promoção de ações intersetoriais para a
necessários para fortalecer a convergência dela com os planos de superação da fragmentação das políticas sociais no território, me-
saúde e os planos intersetoriais e específicos que dizem respeito à diante a articulação entre agentes, setores e instituições para am-
criança. pliar a interação, favorecendo espaços compartilhados de decisões,
que gerem efeitos positivos na produção de saúde e de cidadania.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
– construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional – melhorar o registro e produção de dados; – capacitar pro-
pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; – qualificar a fissionais de saúde; – implantar o Programa de Anemia Falciforme
assistência obstétrica e neonatal nos estados e municípios; (PAF/MS), dando ênfase às especificidades das mulheres em idade
-organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal, fértil e no ciclo gravídico-puerperal; – incluir e consolidar o recorte
garantindo atendimento à gestante de alto risco e em situações de racial/étnico nas ações de saúde ;
urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e con- -estimular e fortalecer a interlocução das áreas de saúde da
tra-referência; – fortalecer o sistema de formação/capacitação de mulher das SES e SMS com os movimentos e entidades relaciona-
pessoal na área de assistência obstétrica e neonatal; – elaborar e/ dos à saúde da população negra.
ou revisar, imprimir e distribuir material técnico e educativo
– qualificar e humanizar a atenção à mulher em situação de Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da
abortamento; cidade:
– apoiar a expansão da rede laboratorial; – garantir a oferta de – implementar ações de vigilância e atenção à saúde da traba-
ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes; lhadora da cidade e do campo, do setor formal e informal;
– melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da – introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a
mortalidade materna noção de direitos das mulheres trabalhadoras relacionados à saúde.
-Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação Promover a atenção à saúde da mulher indígena:
de violência doméstica e sexual: – ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher in-
– organizar redes integradas de atenção às mulheres em situa- dígena. Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de
ção de violência sexual e doméstica; prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle
– articular a atenção à mulher em situação de violência com de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids
ações de prevenção de DST/aids nessa população:
– promover ações preventivas em relação à violência domés- – ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidi-
tica e sexual. árias. Fortalecer a participação e o controle social na definição e
implementação das políticas de atenção integral à saúde das mu-
Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o lheres:
controle das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo – promover a integração com o movimento de mulheres femi-
HIV/aids na população feminina: nistas no aperfeiçoamento da política de atenção integral à saúde
– prevenir as DST e a infecção pelo HIV/aids entre mulheres; da mulher, no âmbito do SUS;
– ampliar e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo
com HIV e aids. Reduzir a morbimortalidade por câncer na popula- Assistência aos Casais Férteis
ção feminina: É o acompanhamento dos casais que não apresentam dificul-
– organizar em municípios pólos de microrregiões redes de re- dades para engravidar, mas que não o desejam. Desta forma, estu-
ferência e contra-referência para o diagnóstico e o tratamento de daremos os métodos contraceptivos mais conhecidos e os ofereci-
câncer de colo uterino e de mama; dos pelas instituições.
– garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de Durante muitos anos, a amamentação representou uma alter-
reconstrução mamária nas mulheres que realizaram mastectomia; nativa exclusiva e eficaz de espaçar as gestações, pois as mulheres
– oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres incluídas apresentam sua fertilidade diminuída neste período, considerando
no Programa Viva Mulher, especialmente aquelas com diagnóstico que, quanto mais frequentes são as mamadas, mais altos são os ní-
de DST, HPV e/ou lesões intra-epiteliais de alto grau/ câncer invasor. veis de prolactina e consequentemente menores as possibilidades
Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob de ovulação.
o enfoque de gênero: Os fatores que determinam o retorno da ovulação não são pre-
– melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de cisamente conhecidos, de modo que, mesmo diante dos casos de
transtornos mentais no SUS; aleitamento exclusivo, a partir do 3º mês é recomendada a utiliza-
– qualificar a atenção à saúde mental das mulheres; – incluir o ção de um outro método. Até o 3º mês, se o aleitamento é exclusivo
enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de e ainda não ocorreu menstruação, as possibilidades de gravidez são
transtornos mentais e promover a integração com setores não-go- mínimas.
vernamentais, fomentando sua participação nas definições da polí- Atualmente, com a descoberta e divulgação de novas tecnolo-
tica de atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. Im- gias contraceptivas e a mudança nos modos de viver das mulheres
plantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério: em relação a sua capacidade de trabalho, o seu desejo de materni-
– ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no cli- dade, a forma como percebe seu corpo como fonte de prazer e não
matério na rede SUS. Promover a atenção à saúde da mulher na apenas de reprodução foram fatores que incentivaram o abandono
terceira idade: e o descrédito do aleitamento como método capaz de controlar a
– incluir a abordagem às especificidades da atenção a saúde da fertilidade.
mulher na Política de Atenção à Saúde do Idoso no SUS; – incentivar Outro método é o coito interrompido, sendo também uma
a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à Saúde do Idoso maneira muito antiga de evitar a gravidez. Consiste na retirada do
no SUS. Promover a atenção à saúde da mulher negra: pênis da vagina e de suas proximidades, no momento em que o ho-
mem percebe que vai ejacular. Desta forma, evitando o contato do
sêmen com o colo do útero é que se impede a gravidez.
Seu uso está contraindicado para os homens que têm ejacu-
lação precoce ou não conseguem ter controle sobre a ejaculação.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O período fértil termina na manhã do 3º dia em que for obser- Na fase pós-ovulatória, já com o predomínio da progesterona,
vada a temperatura elevada. Portanto, para evitar gravidez, o casal o muco forma uma verdadeira rolha no colo uterino, impedindo
deve abster-se de relações sexuais, com penetração, durante toda que os espermatozoides penetrem no canal cervical. É um muco
a primeira fase do ciclo até a manhã do 3º dia de temperatura ele- pegajoso, branco ou amarelado, grumoso, que dá sensação de se-
vada. cura no canal vaginal.
Após 3 meses de realização do gráfico da temperatura, pode-se No 4º dia após o dia ápice, a mulher entra no período de infer-
predizer a data da ovulação e, a partir daí, a abstinência sexual po- tilidade.
derá ficar limitada ao período de 4 a 5 dias antes da data prevista da As relações sexuais devem ser evitadas desde o dia em que
ovulação até a manhã do 3º dia de temperatura alta. Os casais que aparece o muco grosso até quatro dias depois do aparecimento do
quiserem engravidar devem manter relações sexuais neste período. muco elástico.
Durante estes 3 meses, enquanto estiver aprendendo a usar a No início, é bom examinar o muco mais de uma vez ao dia, fa-
tabela da temperatura, deverá utilizar outro método contraceptivo, zendo o registro à noite, preferencialmente, no mesmo horário. É
com exceção do contraceptivo hormonal. importante anotar as características do muco e os dias de relações
A ocorrência de qualquer fator que pode vir a alterar a tempe- sexuais.
ratura deve ser anotada no gráfico. Como exemplo, tem-se: mudan- Quando notar, no mesmo dia, mucos com características dife-
ça no horário de verificação da temperatura; perturbações do sono rentes, à noite, na hora de registrar, deve considerar o mais indica-
e/ou emocionais; algumas doenças que podem elevar a temperatu- tivo de fertilidade (mais elástico e translúcido).
ra; mudanças de ambiente e uso de bebidas alcoólicas. No período de aprendizagem do método, para identificar os
Esse método é contraindicado em casos de irregularidades dias em que pode ou não ter relações sexuais, o casal deve observar
menstruais, amenorreia, estresse, mulheres com períodos de sono as seguintes recomendações:
irregular ou interrompido (por exemplo, trabalho noturno). Só deve manter relações sexuais na fase seca posterior à mens-
Assim como no método do calendário, para a construção do truação e, no máximo, dia sim, dia não, para que o sêmen não in-
gráfico ou tabela de temperatura, a mulher e/ou casal deverá con- terfira na avaliação.
tar com a orientação de profissionais de saúde e neste caso em
especial, no decorrer dos três primeiros meses de uso, quando, a Evitar relações sexuais nos dias de muco, até três dias após o
partir daí, já se poderá predizer o período da ovulação. O retorno dia ápice.
da cliente deverá se dar, pelo menos, em seis meses após o início do É importante ressaltar que o muco não deve ser examinado no
uso do método. Em seguida, os retornos podem ser anuais. dia em que a mulher teve relações sexuais, devido à presença de
esperma; depois de utilizar produtos vaginais ou duchas e lavagens
c) Método da ovulação ou do muco cervical ou Billings vaginais; durante a excitação sexual; ou na presença de leucorreias.
É o método que indica o período fértil por meio das caracterís- É recomendável que durante o 1º ciclo, o casal se abstenha de
ticas do muco cervical e da sensação de umidade por ele provocada relações sexuais. Os profissionais de saúde devem acompanhar se-
na vulva. manalmente o casal no 1º ciclo e os retornos se darão, no mínimo,
O muco cervical é produzido pelo colo do útero, tendo como uma vez ao mês do 2º ao 6º ciclo e semestral a partir daí.
função umidificar e lubrificar o canal vaginal. A quantidade de muco
produzida pode oscilar ao longo dos ciclos d) Método sinto-térmico
Para evitar a gravidez, é preciso conhecer as características do Baseia-se na combinação de múltiplos indicadores de ovula-
muco. Isto pode ser feito observando-se diariamente a presença ou ção, conforme os anteriormente citados, com a finalidade de deter-
ausência do muco através da sensação de umidade ou secura no minar o período fértil com maior precisão e confiabilidade.
canal vaginal ou através da limpeza da vulva com papel higiênico, Associa a observação dos sinais e sintomas relativos à tempera-
antes e após urinar. Esta observação pode ser feita visualizando-se a tura basal corporal e ao muco cervical, levando em conta parâme-
presença de muco na calcinha ou através do dedo no canal vaginal. tros subjetivos (físicos ou psicológicos) que possam indicar ovula-
Logo após o término da menstruação, tem-se, em geral, uma ção, tais como sensação de peso ou dor nas mamas, dor abdominal,
fase seca (fase pré-ovulatória). Quando aparece muco nesta fase, variações de humor e da libido, náuseas, acne, aumento de apetite,
geralmente é opaco e pegajoso. ganho de peso, pequeno sangramento intermenstrual, dentre ou-
Na fase ovulatória, o muco, que inicialmente era esbranqui- tros.
çado, turvo e pegajoso, vai-se tornando a cada dia mais elástico e Os métodos de barreira são aqueles que não permitem à entra-
lubrificante, semelhante à clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio. da de espermatozoides no canal cervical.
Isto ocorre porque neste período os níveis de estrogênio estão ele-
vados e é nesta fase que o casal deve abster-se de relações sexuais, e) Condom Masculino
com penetração, pois há risco de gravidez. Também conhecido como camisinha, camisa de vênus ou pre-
O casal que pretende engravidar deve aproveitar este período servativo, é uma capa de látex bem fino, porém resistente, descar-
para ter relações sexuais. tável, que recobre o pênis completamente durante o ato sexual.
O último dia de muco lubrificante, escorregadio e com elastici- Evita a gravidez, impedindo que os espermatozoides penetrem
dade máxima, chama-se dia ápice, ou seja, o muco com a máxima no canal vaginal, pois retém o sêmen ejaculado. O condom protege
capacidade de facilitar a espermomigração. Portanto, o dia ápice só contra as doenças sexualmente transmissíveis e por isso seu uso
pode ser identificado a posteriori e significa que em mais ou menos deve ser estimulado em todas as relações sexuais.
48 horas a ovulação já ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer. Deve ser colocado antes de qualquer contato do pênis com os
genitais femininos, porque alguns espermatozoides podem escapar
antes da ejaculação.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Deve ser colocado com o pênis ereto, deixando um espaço de quando os espermaticidas se apresentarem sob a forma de óvulos,
aproximadamente 2 cm na ponta, sem ar, para que o sêmen seja estes devem ser colocados com o dedo ou com aplicador próprio no
depositado sem que haja rompimento da camisinha. fundo do canal vaginal. É recomendável que a aplicação da geleia
As camisinhas devem ser guardadas em lugar fresco, seco e de seja feita até, no máximo, 1 hora antes de cada relação sexual, sen-
fácil acesso ao casal. Não deve ser esticada ou inflada, para efeito do ideal o tempo de 30 minutos para que o agente espermaticida
de teste. Antes de utilizá-la, certifique-se do prazo de validade. Mes- se espalhe adequadamente na vagina e no colo do útero. Deve-se
mo que esteja no prazo, não utilizá-la quando perceber alterações seguir a recomendação do fabricante, já que pode haver recomen-
como mudanças na cor, na textura, furo, cheiro diferente, mofo ou dação de tempos diferentes de um produto para o outro. Os es-
outras. A camisinha pode ou não já vir lubrificada de fábrica. permicidas devem ser colocados de novo, se houver mais de uma
A colocação pode ser feita pelo homem ou pela mulher. Sua ejaculação na mesma relação sexual. Se a ejaculação não ocorrer
manipulação deve ser cuidadosa, evitando-se unhas longas que po- dentro do período de segurança garantido pelo espermicida, deve
dem danificá-la. Deve-se observar se o canal vaginal está suficien- ser feita outra aplicação. Deve-se evitar o uso de duchas ou lava-
temente úmido para permitir uma penetração que provoque pouca gens vaginais pelo menos 8 horas após o coito. Caso se observe
fricção, evitando- se assim que o condom se rompa. algum tipo de leucorréia, prurido e ardência vaginal ou peniana,
Lubrificantes oleosos como a vaselina não podem ser utiliza- interromper o uso do espermaticida. Este é contraindicado para
dos. Caso necessário, utilizar lubrificantes a base de água. Cremes, mulheres que apresentem alto risco gestacional
geleias ou óvulos vaginais espermicidas podem ser utilizados em
associação com a camisinha. Após a ejaculação, o pênis deve ser re- h) Diafragma
tirado ainda ereto. As bordas da camisinha devem ser pressionadas É uma capa de borracha que tem uma parte côncava e uma
com os dedos, ao ser retirado, para evitar que o sêmen extravase convexa, com uma borda de metal flexível ou de borracha mais
ou que o condom se desprenda e fique na vagina. Caso isto ocorra, espessa que pode ser encontrada em diversos tamanhos, sendo
é só puxar com os dedos e colocar espermaticida na vagina, com necessária avaliação pelo médico e/ou enfermeiro, identificando a
um aplicador. Caso não consiga retirar a camisinha, coloque esper- medida adequada a cada mulher
micida e depois procure um posto de saúde para que a mesma seja A própria mulher o coloca no canal vaginal, antes da relação
retirada. Nestes casos, não faça lavagem vaginal pois ela empurra sexual, cobrindo assim o colo do útero, pois suas bordas ficam situ-
ainda mais o espermatozoide em direção ao útero. Após o uso, de- adas entre o fundo de saco posterior da vagina e o púbis.
ve-se dar um nó na extremidade do condom para evitar o extrava- Para ampliar a eficácia do diafragma, recomenda-se o uso as-
samento de sêmen e jogá-lo no lixo e nunca no vaso sanitário. O uso sociado de um espermaticida que deve ser colocado no diafragma
do condom é contraindicado em casos de anomalias do pênis e de em quantidade correspondente a uma colherinha de café no fundo
alergia ao látex. do mesmo, espalhando-se com os dedos. Depois, colocar mais um
pouco por fora, sobre o anel.
f) Condom feminino ou camisinha feminina O diafragma impedirá, então, a gravidez por meio da barreira
Feita de poliuretano, a camisinha feminina tem forma de saco, mecânica e, ainda assim, caso algum espermatozoide consiga esca-
de aproximadamente 25 cm de comprimento, com dois anéis flexí- par, se deparará com a barreira química, o espermaticida.
veis, um em cada extremidade. O anel menor fica na parte fechada Para colocar e retirar o diafragma, deve-se escolher uma posi-
do saco e é este que, sendo introduzido no canal vaginal, irá se en- ção confortável (deitada, de cócoras ou com um pé apoiado sobre
caixar no colo do útero. O anel maior fica aderido às bordas do lado uma superfície qualquer), colocar o espermaticida, pegar o diafrag-
aberto do saco e ficará do lado de fora, na vulva. Deste modo, a ca- ma pelas bordas e apertá-lo no meio de modo que ele assuma o
misinha feminina se adapta e recobre internamente toda a vagina. formato de um 8.
Assim, impede o contato com o sêmen e consequentemente Com a outra mão, abrir os lábios da vulva e introduzi-lo profun-
tem ação preventiva contra as DST. damente na vagina. Após, fazer um toque vaginal para verificar se
Já está sendo disponibilizada em nosso meio. Sua divulgação está bem colocado, ou seja, certificar-se de que está cobrindo todo
tem sido maior em algumas regiões do país, sendo ainda pouco co- o colo do útero.
nhecida em outras. Se estiver fora do lugar, deverá ser retirado e recolocado até
acertar. Para retirá-lo, é só encaixar o dedo na borda do diafragma e
g) Espermaticida ou Espermicida puxá-lo para fora e para baixo.
São produtos colocados no canal vaginal, antes da relação É importante observar os seguintes cuidados, visando o melhor
sexual. O espermicida atua formando uma película que recobre o aproveitamento do método: urinar e lavar as mãos antes de colocar
canal vaginal e o colo do útero, impedindo a penetração dos esper- o diafragma (a bexiga cheia poderá dificultar a colocação); antes do
matozoides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizando ou uso, observá-lo com cuidado, inclusive contra a luz, para identificar
destruindo os espermatozoides, impedindo desta forma a gravidez. possíveis furos ou outros defeitos; se a borracha do diafragma ficar
Podem se apresentar sob a forma de cremes, geleias, óvulos e enrugada, ele deverá ser trocado imediatamente.
espumas. O espermaticida só é atuante para uma ejaculação. Caso acon-
Cada tipo vem com suas instruções para uso, as quais devem teça mais de uma, deve-se fazer uma nova aplicação do espermati-
ser seguidas. Em nosso meio, a geleia espermicida é a mais conheci- cida, por meio do aplicador vaginal, sem retirar o diafragma.
da. A geleia espermicida deve ser colocada na vagina com o auxílio O diafragma só deverá ser retirado de 6 a 8 horas após a última
de um aplicador. A mulher deve estar deitada e após a colocação relação sexual, evitando-se o uso de duchas vaginais neste período.
do medicamento, não deve levantar-se mais, para evitar que esta O período máximo que o diafragma pode permanecer dentro do ca-
escorra. O aplicador, contendo o espermaticida, deve ser inserido nal vaginal é de 24 horas. Mais que isto, poderá favorecer infecções.
o mais profundamente possível no canal vaginal. Da mesma forma,
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Após o uso, deve-se lavá-lo com água fria e sabão neutro, enxá- a seguinte periodicidade: 1 semana, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12
guar bem, secar com um pano macio e polvilhar com amido ou talco meses. A partir daí, se tudo estiver bem, o acompanhamento será
neutro. Não usar água quente. Guardá-lo em sua caixinha, longe do anual, com a realização do preventivo.
calor e da luz. O DIU deverá ser retirado quando a mulher quiser, quando ti-
Será necessário reavaliar o tamanho do diafragma depois de ver com a validade vencida ou quando estiver provocando algum
gravidez, aborto, ganho ou perda de peso (superior a 10 kg) e cirur- problema.
gias de períneo. Deverá ser trocado rotineiramente a cada 2 anos. A validade do DIU varia de acordo com o tipo. A validade do DIU
As contraindicações para o uso desse método ocorrem no Tcu, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, varia de 3 a 7 anos.
caso de mulheres que nunca tiveram relação sexual, configuração Os problemas que indicam a retirada do DIU são dor severa,
anormal do canal vaginal, prolapso uterino, cistocele e/ou retocele sangramento intenso, doença pélvica inflamatória, expulsão par-
acentuada, anteversão ou retroversão uterina acentuada, fístulas cial, gravidez (até a 12ª semana de gravidez, se os fios estiverem
vaginais, tônus muscular vaginal deficiente, cervicites e outras pato- visíveis ao exame especular, pois indica que o saco gestacional está
logias do colo do útero, leucorreias abundantes, alterações psíqui- acima do DIU, e se a retirada não apresentar resistência).
cas graves, que impeçam o uso correto do método.
Assistência aos Casais Portadores de Esterilidade eInfertilida-
i) Os contraceptivos hormonais orais de
Constituem um outro método muito utilizado pela mulher bra- A esterilização cirúrgica foi maciçamente realizada nas mulhe-
sileira; são hormônios esteroides sintéticos, similares àqueles pro- res brasileiras, a partir das décadas de 60 e 70, por entidades que
duzidos pelos ovários da mulher. sob o rótulo de “planejamento familiar” desenvolviam programas
Quando a mulher faz opção pela pílula anticoncepcional, ela de controle da natalidade em nosso país. O reconhecimento da im-
deve ser submetida a uma criteriosa avaliação clínico-ginecológica, portância e complexidade que envolve as questões relativas à este-
durante a qual devem ser realizados e solicitados diversos exames, rilização cirúrgica tem se refletido no âmbito legal. A Lei do Planeja-
para avaliação da existência de possíveis contraindicações. mento Familiar de 1996 e as Portarias 144/97 e 48/99 do Ministério
O contraceptivo hormonal oral só impedirá a gravidez se toma- da Saúde normatizam os procedimentos, permitindo que o Sistema
do adequadamente. Cada tipo de pílula tem uma orientação espe- Único de Saúde (SUS)os realize, em acesso universal. Os critérios
cífica a considerar. legais para a realização da esterilização cirúrgica pelo SUS são: ter
capacidade civil plena; ter no mínimo 2 filhos vivos ou ter mais de
j) DIU (Dispositivo Intrauterino) 25 anos de idade, independente do número de filhos; manifestar,
É um artefato feito de polietileno, com ou sem adição de subs- por escrito, a vontade de realizar a esterilização, no mínimo 60 dias
tâncias metálicas ou hormonais, que tem ação contraceptiva quan- antes da realização da cirurgia; ter tido acesso a serviço multidis-
do posto dentro da cavidade uterina. ciplinar de aconselhamento sobre anticoncepção e prevenção de
Também podem ser utilizados para fins de tratamento, como é DST/AIDS, assim como a todos os métodos anticoncepcionais rever-
o caso dos DIUs medicados com hormônios. síveis; ter consentimento do cônjuge, no caso da vigência de união
Podem ser classificados em DIUs não medicados aqueles que conjugal.
não contêm substâncias ativas e, portanto, são constituídos apenas No caso do homem, a cirurgia é a vasectomia, que interrompe
de polietileno; DIUs medicados que além da matriz de polietileno a passagem, pelos canais deferentes, dos espermatozoides produ-
possuem substâncias que podem ser metais, como o cobre, ou hor- zidos nos testículos, impedindo que estes saiam no sêmen. Na mu-
mônios. lher, é a ligadura de trompas ou laqueadura tubária que impede o
Os DIUs mais utilizados são os T de cobre (TCu), ou seja, os DIUs encontro do óvulo com o espermatozoide.
que têm o formato da letra T e são medicados com o metal cobre. O serviço que realizar o procedimento deverá oferecer todas
O aparelho vem enrolado em um fio de cobre bem fino. as alternativas contraceptivas visando desencorajar a esterilização
A presença do DIU na cavidade uterina provoca uma reação in- precoce.
flamatória crônica no endométrio, como nas reações a corpo estra-
nho. Esta reação provavelmente determina modificações bioquími- Deverá, ainda, orientar a cliente quanto aos riscos da cirurgia,
cas no endométrio, o que impossibilita a implantação do ovo. Outra efeitos colaterais e dificuldades de reversão. A lei impõe restrições
ação do DIU é o aumento da contratilidade uterina, dificultando o quanto à realização da laqueadura tubária por ocasião do parto ce-
encontro do espermatozoide com o óvulo. O cobre presente no dis- sáreo, visando coibir o abuso de partos cirúrgicos realizados exclu-
positivo tem ação espermicida. sivamente com a finalidade de realizar a esterilização.
A colocação do DIU é simples e rápida. Não é necessário anes- A abordagem desta problemática deve ser sempre conjugal.
tesia. É realizada em consultório e para a inserção é utilizado técni- Tanto o homem quanto a mulher podem possuir fatores que contri-
ca rigorosamente asséptica. buam para este problema, ambos devem ser investigados.
A mulher deve estar menstruada. A menstruação, além de ser A esterilidade é a incapacidade do casal obter gravidez após
uma garantia de que não está grávida, facilita a inserção, pois neste pelo menos um ano de relações sexuais frequentes, com ejaculação
período o canal cervical está mais permeável. Após a inserção, a intravaginal, sem uso de nenhum método contraceptivo. Pode ser
mulher é orientada a verificar a presença dos fios do DIU no canal classificada em primária ou secundária. A esterilidade primária é
vaginal. quando nunca houve gravidez. Já a secundária, é quando o casal já
Na primeira semana de uso do método, a mulher não deve ter conseguiu obter, pelo menos, uma gravidez e a partir daí passou a
relações sexuais. O Ministério da Saúde recomenda que após a in- ter dificuldades para conseguir uma nova gestação.
serção do DIU a mulher deva retornar ao serviço para revisões com
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A infertilidade é a dificuldade de o casal chegar ao final da gra- c) Alterações mamárias – caracterizam-se pelo aumento da
videz com filhos vivos, ou seja, conseguem engravidar, porém as sensibilidade, sensação de peso, latejamento e aumento da pig-
gestações terminam em abortamentos espontâneos ou em nati- mentação dos mamilos e aréola; a partir do segundo mês, as ma-
mortos. mas começam a aumentar de tamanho;
A infertilidade também pode ser classificada em primária ou d) Polaciúria – é o aumento da frequência urinária. Na gravi-
secundária. A infertilidade primária é quando o casal não conseguiu dez, especialmente no primeiro e terceiro trimestre, dá-se o preen-
gerar nenhum filho vivo. A secundária é quando as dificuldades em chimento e o consequente crescimento do útero que, por sua vez,
gerar filhos vivos acontecem com casais com filhos gerados ante- pressiona a bexiga diminuindo o espaço necessário para realizar a
riormente. função de reservatório. A esta alteração anatômica soma-se a alte-
De acordo com o Ministério da Saúde, para esta classificação ração fisiológica causada pela ação da progesterona, que provoca
não são consideradas as gestações ou os filhos vivos que qualquer um relaxamento da musculatura lisa da bexiga, diminuindo sua ca-
dos membros do casal possa ter tido com outro(a) parceiro(a). pacidade de armazenamento;
A esterilidade/infertilidade, com frequência, impõe um estres- e) Vibração ou tremor abdominal – são termos usados para
se e tensão no inter-relacionamento. Os clientes costumam admitir descrever o reconhecimento dos primeiros movimentos do feto,
sentimentos de culpa, ressentimentos, suspeita, frustração e ou- pela mãe, os quais geralmente surgem por volta da 20ª semana.
tros. Pode haver uma distorção da autoimagem, pois a mulher pode Por serem delicados e quase imperceptíveis, podem ser confundi-
considerar-se improdutiva e o homem desmasculinizado. dos com gases intestinais.
Portanto, na rede básica caberá aos profissionais de saúde dar
orientações ao casal e encaminhamento para consulta no decorrer Sinais de probabilidade – são os que indicam que existe uma
da qual se iniciará a investigação diagnóstica com posterior encami- provável gestação:
nhamento para os serviços especializados, sempre que necessário. a) Aumento uterino – devido ao crescimento do feto, do útero
e da placenta;
Assistência de Enfermagem á Gestante b) Mudança da coloração da região vulvar – tanto a vulva
como o canal vaginal torna-se bastante vascularizados, o que altera
Diagnosticando á Gravidez sua coloração de rosa avermelhado para azul escuro ou vinhosa;
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de gravidez, mais c) Colo amolecido – devido ao aumento do aporte sanguíneo
fácil será o acompanhamento do desenvolvimento do embrião/feto na região pélvica, o colo uterino torna-se mais amolecido e embe-
e das alterações que ocorrem no organismo e na vida da mulher, bido, assim como as paredes vaginais tornam-se mais espessas, en-
possibilitando prevenir, identificar e tratar eventuais situações de rugadas, amolecidas e embebidas.
anormalidades que possam comprometer a saúde da grávida e de d) Testes de gravidez - inicialmente, o hormônio gonadotrofina
sua criança (embrião ou feto), desde o período gestacional até o coriônica é produzido durante a implantação do ovo no endomé-
puerpério. trio; posteriormente, passa a ser produzido pela placenta. Esse hor-
Este diagnóstico também pode ser feito tomando-se como mônio aparece na urina ou no sangue 10 a 12 dias após a fecunda-
ponto de partida informações trazidas pela mulher. Para tanto, fa- ção, podendo ser identificado mediante exame específico;
z-se importante sabermos se ela tem vida sexual ativa e se há refe- e) Sinal de rebote – é o movimento do feto contra os dedos do
rência de amenorreia (ausência de menstruação). A partir desses examinador, após ser empurrado para cima, quando da realização
dados e de um exame clínico são identificados os sinais e sintomas de exame ginecológico (toque) ou abdominal;
físicos e psicológicos característicos, que também podem ser iden- f) Contrações de Braxton-Hicks – são contrações uterinas in-
tificados por exames laboratoriais que comprovem a presença do dolores, que começam no início da gestação, tornando-se mais no-
hormônio gonadotrofina coriônica e/ou exames radiográficos espe- táveis à medida que esta avança, sentidas pela mulher como um
cíficos, como a ecografia gestacional ou ultrassonografia. aperto no abdome. Ao final da gestação, tornam-se mais fortes,
Os sinais e sintomas da gestação dividem-se em três catego- podendo ser confundidas com as contrações do parto.
rias que, quando positivas, confirmam o diagnóstico. É importante
lembrar que muitos sinais e sintomas presentes na gestação podem Sinais de certeza – são aqueles que efetivamente confirmam
também aparecer em outras circunstâncias. Visando seu maior co- a gestação:
nhecimento, identificaremos a seguir os sinais e sintomas gestacio- a) Batimento cardíaco fetal (BCF) - utilizando-se o estetoscó-
nais mais comuns e que auxiliam o diagnóstico. pio de Pinard, pode ser ouvido, frequentemente, por volta da 18a
semana de gestação; caso seja utilizado um aparelho amplificador
Sinais de presunção – são os que sugerem gestação, decorren- denominado sonar Doppler, a partir da 12ª semana. A frequência
tes, principalmente, do aumento da progesterona: cardíaca fetal é rápida e oscila de 120 a 160 batimentos por minuto;
a) Amenorreia - frequentemente é o primeiro sinal que alerta b) Contornos fetais – ao examinar a região abdominal, fre-
para uma possível gestação. É uma indicação valiosa para a mulher quentemente após a 20ª semana de gestação, identificamos algu-
que possui menstruação regular; entretanto, também pode ser re- mas partes fetais (polo cefálico, pélvico, dorso fetal);
sultado de condições como, por exemplo, estresse emocional, mu- c) Movimentos fetais ativos – durante o exame, a atividade
danças ambientais, doenças crônicas, menopausa, uso de métodos fetal pode ser percebida a partir da 18ª/20ª semana de gestação.
contraceptivos e outros; A utilização da ultrassonografia facilita a detectar mais precoce
b) Náusea com ou sem vômitos - como sua ocorrência é mais desses movimentos;
frequente pela manhã, é denominada “enjoo matinal”, mas pode d) Visualização do embrião ou feto pela ultrassonografia –
ocorrer durante o restante do dia. Surge no início da gestação e, pode mostrar o produto da concepção (embrião) com quatro se-
normalmente, não persiste após 16 semanas; manas de gestação, além de mostrar a pulsação cardíaca fetal nessa
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
mesma época. Após a 12ª semana de gestação, a ultrassonografia Durante o pré-natal, os conteúdos educativos importantes
apresenta grande precisão diagnóstica. Durante a evolução da ges- para serem abordados, desde que adequados às necessidades das
tação normal, verificamos grande número de sinais e sintomas que gestantes, são:
indicam alterações fisiológicas e anatômicas da gravidez. Além dos - Pré-natal e Cartão da Gestante – apresentar a importância,
já descritos, frequentemente encontrados no primeiro trimestre objetivos e etapas, ouvindo as dúvidas e ansiedades das mulheres;
gestacional, existem outros como o aumento da salivação (sialor- - Desenvolvimento da gravidez – apresentar as alterações emo-
reia) e sangramentos gengivais, decorrentes do edema da mucosa cionais, orgânicas e da autoimagem; hábitos saudáveis como ali-
gengival, em vista do aumento da vascularização. mentação e nutrição, higiene corporal e dentária, atividades físicas,
sono e repouso; vacinação antitetânica; relacionamento afetivo e
Algumas gestantes apresentam essas alterações de forma mais sexual; direitos da mulher grávida/direitos reprodutivos – no Siste-
intensa; outras, de forma mais leve - o que pode estar associado às ma de Saúde, no trabalho e na comunidade; identificação de mitos
particularidades psicossocioculturais. Dentre estes casos, podemos e preconceitos relacionados à gestação, parto e maternidade – es-
observar as perversões alimentares decorrentes de carência de mi- clarecimentos respeitosos; vícios e hábitos que devem ser evitados
nerais no organismo (ferro, vitaminas), tais como o desejo de ingerir durante a gravidez; preparo para a amamentação;
barro, gelo ou comidas extravagantes. Tipos de parto – aspectos facilitadores do preparo da mulher;
Para minimizar tais ocorrências, faz-se necessário acompanhar exercícios para fortalecer o corpo na gestação e para o parto; pre-
a evolução da gestação por meio do pré-natal, identificando e anali- paro psíquico e físico para o parto e maternidade; início do trabalho
sando a sintomatologia apresentada, ouvindo a mulher e lhe repas- de parto, etapas e cuidados;
sando informações que podem indicar mudanças próprias da gravi- -Participação do pai durante a gestação, parto e maternidade/
dez. Nos casos em que esta sintomatologia se intensificar, indica-se paternidade – importância para o desenvolvimento saudável da
a referência a algumas medidas terapêuticas. criança;
-Cuidados com a criança recém-nascida, acompanhamento do
Assistência Pré-Natal crescimento e desenvolvimento e medidas preventivas e aleita-
A assistência pré-natal é o primeiro passo para a vivência da mento materno;
gestação, parto e nascimento saudável e humanizado. Todas as -Anormalidades durante a gestação, trabalho de parto, parto e
mulheres têm o direito constitucional de ter acesso ao pré-natal e na amamentação – novas condutas e encaminhamentos.
informações sobre o que está ocorrendo com o seu corpo, como mi-
nimizar os desconfortos provenientes das alterações gravídicas, co- O processo gravídico-puerperal é dividido em três grandes fa-
nhecer os sinais de risco e aprender a lidar com os mesmos, quando ses: a gestação, o parto e o puerpério. Cada uma das quais possui
a eles estiver exposta. peculiaridades em relação às alterações anátomo-fisiológicas e psi-
O conceito de humanização da assistência ao parto pressupõe cológicas da mulher.
a relação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem
com as mulheres durante todo o processo gestacional, de parturi- O Primeiro Trimestre da Gravidez
ção e puerpério, mediante um conjunto de condutas, procedimen- No início, algumas gestantes apresentam dúvidas, medos e an-
tos e atitudes que permitem à mulher expressar livremente seus seios em relação às condições sociais. Será que conseguirei criar
sentimentos. este filho?
Essa atuação, condutas e atitudes visam tanto promover um Como esta gestação será vista no meu trabalho? Conseguirei
parto e nascimento saudáveis como prevenir qualquer intercorrên- conciliar o trabalho com um futuro filho?) e emocionais (Será que
cia clínico-obstétrica que possa levar à morbimortalidade materna esta gravidez será aceita por meu companheiro e/ou minha famí-
e perinatal. lia?) que decorrem desta situação. Outras, apresentam modificação
A equipe de saúde desenvolve ações com o objetivo de pro- no comportamento sexual, com diminuição ou aumento da libido,
mover a saúde no período reprodutivo; prevenir a ocorrência de ou alteração da autoestima, frente ao corpo modificado.
fatores de risco; resolver e/ou minimizar os problemas apresenta- Essas reações são comuns, mas em alguns casos necessitam
dos pela mulher, garantindo-lhe a aderência ao acompanhamento. de acompanhamento específico (psicólogo, psiquiatra, assistente
Assim, quando de seu contato inicial para um primeiro atendimento social).
no serviço de saúde, precisa ter suas necessidades identificadas e Confirmado o diagnóstico, inicia-se o acompanhamento da ges-
resolvidas, tais como, dentre outras: a certeza de que está grávi- tante através da inscrição no pré-natal, com o preenchimento do
da o que pode ser comprovado por exame clínico e laboratorial; cartão, onde são registrados seus dados de identificação e socio-
inscrição/registro no pré-natal; marcação de nova consulta com a econômicos, motivo da consulta, medidas antropométricas (peso,
inscrição no pré-natal e encaminhamento ao serviço de nutrição, altura), sinais vitais e dados da gestação atual.
odontologia e a outros como psicologia e assistência social, quando Visando calcular a idade gestacional e data provável do parto(-
necessários. DPP), pergunta-se à gestante qual foi à data de sua última menstru-
Durante todo esse período, o auxiliar de enfermagem pode mi- ação.(DUM), registrando-se sua certeza ou dúvida.
nimizar-lhe a ansiedade e/ou temores fazendo com que a mulher, Existem diversas maneiras para se calcular a idade gestacional,
seu companheiro e/ou família participem ativamente do processo, considerando-se ou não o conhecimento da data da última mens-
em todos os momentos, desde o pré-natal até o pós-nascimento. truação.
Visando promover a compreensão do processo de gestação, infor-
mações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as
mulheres e os profissionais de saúde. Ressalte-se, entretanto, que
as ações educativas devem ser prioridades da equipe de saúde.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quando a data da Última Menstruação é Conhecida pela Ges- - Hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht): na primeira consulta.
tante. - VDRL: na primeira consulta (repetir no terceiro trimestre).
a) Utiliza-se o calendário, contando o número de semanas a - Glicemia de jejum: solicitar na primeira consulta de pré-natal
partir do 1º dia da última menstruação até a data da consulta. A (se normal, repetir na 20ª semana).
data provável do parto corresponderá ao final da 40ª semana, con- - EQU e urocultura: solicitar na primeira consulta (repetir na
tada a partir do 1º dia da última menstruação; 30ª semana).
b) Uma outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro -Anti-HIV: deve ser oferecido na primeira consulta pré-natal
dia da última menstruação e adicionar nove meses ao mês em que (realizar aconselhamento pré e pós-teste). Quando o resultado é
ela ocorreu. negativo e a paciente se enquadra em uma situação de risco (por-
tadora de alguma DST, prática de sexo inseguro, usuária ou parceira
Quando a data da Última Menstruação é Desconhecida pela de usuário de drogas injetáveis), o exame deve ser repetido no in-
Gestante tervalo de três meses.
Nesse caso, uma das formas clínicas para o cálculo da idade - HBsAg: deve ser realizado na primeira consulta para possibi-
gestacional é a verificação da altura uterina, ou a realização de ul- litar a identificação das gestantes soropositivas cujos bebês, logo
trassonografia. após o nascimento, podem se beneficiar do emprego profilático de
Geralmente, essa medida equivale ao número de semanas ges- imunoglobulina e vacina específica.
tacionais, mas só deve ser considerada a partir de um exame obs- - Sorologia para toxoplasmose: na primeira consulta, IgM para
tétrico detalhado. todas as gestantes e IgG, quando houver disponibilidade para rea-
Outro dado a ser registrado no cartão é a situação vacinal da lização.
gestante. Sua imunização com vacina antitetânica é rotineiramente - Citopatológico de colo uterino: deve ser colhido, quando não
feita no pré-natal, considerando-se que os anticorpos produzidos foi realizado durante o ano precedente.
ultrapassam a barreira placentária, vindo a proteger o concepto
contra o tétano neonatal - pois a infecção do bebê pelo Clostridium Estes exames, que devem ser realizados no 1° e 3° trimestre
tetani pode ocorrer no momento do parto e/ou durante o período de gravidez, objetivam avaliar as condições de saúde da gestante,
de cicatrização do coto umbilical, se não forem observados os ade- ajudando a detecção, prevenindo sequelas, complicações e a trans-
quados cuidados de assepsia. missão de doenças ao RN, possibilitando, assim, que a gestante seja
Ressalte-se que este procedimento também previne o tétano precocemente tratada de qualquer anormalidade que possa vir a
na mãe, já que a mesma pode vir a infectar-se por ocasião da epi- apresentar.
siotomia ou cesariana. A enfermagem deve informar acerca da importância de uma
A proteção da gestante e do feto é realizada com a vacina dupla alimentação balanceada e rica em proteínas, vitaminas e sais mi-
tipo adulto (dT) ou, em sua falta, com o toxóide tetânico (TT). nerais, presentes em frutas, verduras, legumes, tubérculos, grãos,
castanhas, peixes, carnes e leite - elementos importantes no supri-
Gestante Vacinada mento do organismo da gestante e na formação do novo ser.
Esquema básico: na gestante que já recebeu uma ou duas do- A higiene corporal e oral deve ser incentivada, pois existe o risco
ses da vacina contra o tétano (DPT, TT, dT, ou DT), deverão ser apli- de infecção urinária, gengivite e dermatite. Se a gestante apresen-
cadas mais uma ou duas doses da vacina dupla tipo adulto (dT) ou, tar reações a odores de pasta de dente, sabonete ou desodorante,
na falta desta, o toxoide tetânico (TT), para se completar o esquema entre outros, deve ser orientada a utilizar produtos neutros ou mes-
básico de três doses. mo água e bucha, conforme permitam suas condições financeiras.
Reforços: de dez em dez anos. A dose de reforço deve ser an- É importante, já no primeiro trimestre, iniciar o preparo das
tecipada se, após a aplicação da última dose, ocorrer nova gravidez mamas para o aleitamento materno, banho de sol nas mamas é
em cinco anos ou mais. uma orientação eficaz.
O auxiliar de enfermagem deve atentar e orientar para o sur- Outras orientações referem-se a algumas das sintomatologias
gimento das reações adversas mais comuns, como dor, calor, rubor mais comuns, a seguir relacionadas, que a gestante pode apresen-
e endurecimento local e febre. Nos casos de persistência e/ou rea- tar no primeiro trimestre e as condutas terapêuticas que podem ser
ções adversas significativas, encaminhar para consulta médica. realizadas.
A única contraindicação é o relato, muito raro, de reação ana- Essas orientações são válidas para os casos em que os sintomas
filática à aplicação de dose anterior da vacina. Tal fato mostra a im- são manifestações ocasionais e transitórias, não refletindo doenças
portância de se valorizar qualquer intercorrência anterior verbaliza- clínicas mais complexas. Entretanto, a maioria das queixas diminui
da pela cliente. ou desaparece sem o uso de medicamentos, que devem ser utiliza-
Na gestação, a mulher tem garantida a realização de exames dos apenas com prescrição.
laboratoriais de rotina, dos quais os mais comuns são: a) Náuseas e vômitos - explicar que esses sintomas são muito
Segundo o Ministério da Saúde, os exames laboratoriais abai- comuns no início da gestação. Para diminuí-los, orientar que a dieta
xo devem ser solicitados de rotina no pré-natal de baixo risco para seja fracionada (seis refeições leves ao dia) e que se evite o uso de
todas as gestantes, não fazendo distinção em suas recomendações frituras, gorduras e alimentos com odores fortes ou desagradáveis,
entre a gestante atendida no setor público ou privado (1): bem como a ingestão de líquidos durante as refeições (os quais de-
- Tipagem sanguínea: Solicitar na primeira consulta. Quando o vem, preferencialmente, ser ingeridos nos intervalos). Comer bola-
pai é Rh positivo e a mãe é Rh-negativo, deve-se solicitar Coombs chas secas antes de se levantar ou tomar um copo de água gelada
indireto na primeira consulta e mensalmente a partir de 24 sema- com algumas gotas de limão, ou ainda chupar laranja, ameniza os
nas. A positivação do teste de Coombs requer manejo em serviço enjoos.
de referência.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Nos casos de vômitos frequentes, agendar consulta médica ou Nesse período, o organismo ultrapassou a fase de estresse e
de enfermagem para avaliar a necessidade de usar medicamentos; encontra- se com mais harmonia e equilíbrio. Os questionamen-
b) Sialorreia – é a salivação excessiva, comum no início da ges- tos estão mais voltados para a identificação do sexo (“Menino ou
tação. menina?”) e condições de saúde da futura criança (“Meu filho será
Orientar que a dieta deve ser semelhante à indicada para náu- perfeito?”).
seas e vômitos; que é importante tomar líquidos (água, sucos) em A mulher refere percepção dos movimentos fetais, que já po-
abundância (especialmente em épocas de calor) e que a saliva deve dem ser confirmados no exame obstétrico realizado pelo enfermei-
ser deglutida, pois possui enzimas que auxiliarão na digestão dos ro ou médico.
alimentos; Com o auxílio do sonar Doppler ou estetoscópio de Pinnard,
c) Fraqueza, vertigens e desmaios - verificar a ingesta e fre- pode-se auscultar os batimentos fetais (BCF). Nesse momento, o
quência alimentar; orientar quanto à dieta fracionada e o uso de auxiliar de enfermagem deve colaborar, garantindo a presença do
chá ou café com açúcar como estimulante, desde que não estejam futuro papai ou acompanhante. A emoção que ambos sentem ao
contraindicados; evitar ambientes mal ventilados, mudanças brus- escutar pela primeira vez o coração do bebê é sempre muito gran-
cas de posição e inatividade. Explicar que sentar- se com a cabeça de, pois confirma-se a geração de uma nova vida.
abaixada ou deitar-se em decúbito lateral, respirando profunda e A placenta encontra-se formada, os órgãos e tecidos estão di-
pausadamente, minimiza o surgimento dessas sensações; ferenciados e o feto começa o amadurecimento de seus sistemas.
d) Corrimento vaginal - geralmente, a gestante apresenta-se Reagem ativamente aos estímulos externos, como vibrações, luz
mais úmida em virtude do aumento da vascularização. Na ocorrên- forte, som e outros.
cia de fluxo de cor amarelada, esverdeada ou com odor fétido, com Tendo em vista as alterações externas no corpo da gestante –
prurido ou não, agendar consulta médica ou de enfermagem. Nessa aumento das mamas, produção de colostro e aumento do abdome
circunstância, consultar condutas no Manual de Tratamento e Con- - a mulher pode fazer questionamentos tais como: “Meu corpo vai
trole de Doenças Sexualmente Transmissíveis/DST – AIDS/MS; voltar ao que era antes? Meu companheiro vai perder o interesse
e) Polaciúria – explicar porque ocorre, reforçando a importân- sexual por mim?
cia da higiene íntima; agendar consulta médica ou de enfermagem Como posso viver um bom relacionamento sexual? A penetra-
caso exista disúria (dor ao urinar) ou hematúria (sangue na urina), ção do pênis machucará a criança?”. Nessas circunstâncias, a equi-
acompanhada ou não de febre; pe deve proporcionar- lhe o apoio devido, orientando-a, esclare-
f) Sangramento nas gengivas - recomendar o uso de escova de cendo-a e, principalmente, ajudando-a a manter a autoestima.
dente macia e realizar massagem na gengiva. Agendar atendimento A partir dessas modificações e alterações anátomo-fisiológicas,
odontológico, sempre que possível. a gestante pode ter seu equilíbrio emocional e físico comprometi-
dos, o que lhe gera certo desconforto. Além das sintomatologias
Os principais microrganismos que, ao infectarem a gestante, mencionadas no primeiro trimestre, podemos ainda encontrar
podem transpor a barreira placentária e infectar o concepto são: queixas frequentes no segundo (abaixo listadas) e até mesmo no
-vírus: principalmente nos três primeiros meses da gravidez, o terceiro trimestre. Assim sendo, o fornecimento das corretas orien-
vírus da rubéola pode comprometer o embrião, causando má for- tações e condutas terapêuticas são de grande importância no senti-
mação, hemorragias, hepatoesplenomegalia, pneumonias, hepati- do de minimizar essas dificuldades.
te, encefalite e outras. Outros vírus que também podem prejudicar a) Pirose (azia) - orientar para fazer dieta fracionada, evitando
o feto são os da varicela, da varíola, do herpes, da hepatite, do sa- frituras, café, qualquer tipo de chá, refrigerantes, doces, álcool e
rampo e da AIDS; fumo. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso
-bactérias: as da sífilis e tuberculose congênita. Caso a infecção de medicamentos;
ocorra a partir do quinto mês de gestação, há o risco de óbito fetal, b) Flatulência, constipação intestinal, dor abdominal e cóli-
aborto e parto prematuro; cas – nos casos de flatulências (gases) e/ou constipação intestinal,
-protozoários:causadores da toxoplasmose congênita. A dife- orientar dieta rica em fibras, evitando alimentos de alta fermenta-
rença da toxoplasmose para a rubéola e sífilis é que, independente- ção, e recomendar aumento da ingestão de líquidos (água, sucos).
mente da idade gestacional em que ocorra a infecção do concepto, Adicionalmente, estimular a gestante a fazer caminhadas, movi-
os danos podem ser irreparáveis. mentar-se e regularizar o hábito intestinal, adequando, para ir ao
Considerando-se esses problemas, ressalta-se a importância banheiro, um horário que considere ideal para sua rotina. Agendar
dos exames sorológicos pré-nupcial e pré-natal, que permitem o consulta com nutricionista; se a gestante apresentar flacidez da pa-
diagnóstico precoce da(s) doença(s) e a consequente assistência rede abdominal, sugerir o uso de cinta (com exceção da elástica);
imediata. em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de
medicamentos para gases, constipação intestinal e cólicas. Nas si-
O segundo trimestre da gravidez tuações em que a dor abdominal ou cólica for persistentes e o ab-
No segundo trimestre, ou seja, a partir da 14ª até a 27ª semana dome gravídico apresentar-se endurecido e dolorido, encaminhar
de gestação, a grande maioria dos problemas de aceitação da gra- para consulta com o enfermeiro ou médico, o mais breve possível;
videz foi amenizada ou sanada e a mulher e/ou casal e/ou família c) Hemorroidas – orientar a gestante para fazer dieta rica em
entram na fase de “curtir o bebê que está por vir”. Começa então a fibras, visando evitar a constipação intestinal, não usar papel higi-
preparação do enxoval. ênico colorido e/ou muito áspero, pois podem causar irritações, e
realizar após defecar, higiene perianal com água e sabão neutro.
Agendar consulta médica caso haja dor ou sangramento anal per-
sistente; se necessário, agendar consulta de pré-natal e/ou com o
nutricionista;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
d) Alteração do padrão respiratório - muito frequente na O edema fica evidenciado mediante presença de uma depres-
gestação, em decorrência do aumento do útero que impede a ex- são duradoura (cacifo) no local pressionado. Nesses casos, reco-
pansão diafragmática, intensificada por postura inadequada e/ou mendar que a gestante mantenha as pernas elevadas pelo menos
ansiedade da gestante. Nesses casos, recomendar repouso em de- 20 minutos por 3 a 4 vezes ao dia, quando possível, e que use meia
cúbito lateral esquerdo ou direito e o uso de travesseiros altos que elástica apropriada.
possibilitem elevação do tórax, melhorando a expansão pulmonar.
Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, agendando con- O terceiro trimestre da gravidez
sulta com o psicólogo, quando necessário. Estar atento para asso- Muitas mulheres deixam de amamentar seus filhos precoce-
ciação com outros sintomas (ansiedade, cianose de extremidades, mente devido a vários fatores (social, econômico, biológico, psicoló-
cianose de mucosas) ou agravamento da dificuldade em respirar, gico), nos quais se destacam estilos de vida (urbano ou rural), tipos
pois, embora não frequente, pode tratar-se de doença cardíaca ou de ocupação (horário e distância do trabalho), estrutura de apoio
respiratória; nessa circunstância, agendar consulta médica ou de ao aleitamento (creches, tempo de licença-aleitamento) e mitos ou
enfermagem imediata; ausência de informação.
e) Desconforto mamário - recomendar o uso constante de su- Por isso, é importante o preparo dessa futura nutriz ainda no
tiã, com boa sustentação; persistindo a dor, encaminhar para con- pré-natal, que pode ser desenvolvido individualmente ou em gru-
sulta médica ou de enfermagem; po. As orientações devem abranger as vantagens do aleitamento
f) Lombalgia - recomendar a correção de postura ao sentar-se para a mãe (prático, econômico e não exige preparo), relacionadas
e ao andar, bem como o uso de sapatos com saltos baixos e confor- à involução uterina (retorno e realinhamento das fibras musculares
táveis. da parede do útero) e ao desenvolvimento da inter-relação afeti-
A aplicação de calor local, por compressas ou banhos mornos, é va entre mãe-filho. Para o bebê, as vantagens relacionam-se com
recomendável. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode a composição do leite, que atende a todas as suas necessidades
fazer uso de medicamentos; nutricionais nos primeiros 6 meses de vida, é adequada à digestão e
g) Cefaleia - conversar com a gestante sobre suas tensões, con- propicia a passagem de mecanismos de defesa (anticorpos) da mãe;
flitos e temores, agendando consulta com o psicólogo, se necessá- além disso, o ato de sugar auxilia a formação da arcada dentária, o
rio. que facilitará, posteriormente, a fala.
Verificar a pressão arterial, agendando consulta médica ou de No tocante ao ato de amamentar, a mãe deve receber várias
enfermagem no sentido de afastar suspeita de hipertensão arterial orientações: este deve ocorrer sempre que a criança tiver fome e
e pré-eclâmpsia (principalmente se mais de 24 semanas de gesta- durante o tempo que quiser (livre demanda). Para sua realização,
ção); a mãe deve procurar um local confortável e tranquilo, posicionar a
h) Varizes - recomendar que a gestante não permaneça muito criança da forma mais cômoda - de forma que lhe permita a aboca-
tempo em pé ou sentada e que repouse por 20 minutos, várias ve- nhar o mamilo e toda ou parte da aréola, afastando o peito do nariz
zes ao dia, com as pernas elevadas, e não use roupas muito justas e da criança com o auxílio dos dedos – e oferecer-lhe os dois seios
nem ligas nas pernas - se possível, deve utilizar meia-calça elástica em cada mamada, começando sempre pelo que foi oferecido por
especial para gestante; último (o que permitirá melhor esvaziamento das mamas e maior
i) Câimbras – recomendar, à gestante, que realize massagens produção de leite, bem como o fornecimento de quantidade cons-
no músculo contraído e dolorido, mediante aplicação de calor local, tante de gordura em todas as mamadas).
e evite excesso de exercícios; Ao retirar o bebê do mamilo, nunca puxá-lo, pois isto pode cau-
j) Hiperpigmentação da pele - explicar que tal fato é muito co- sar rachadura ou fissura. Como prevenção, deve-se orientar a mãe
mum na gestação mas costuma diminuir ou desaparecer, em tempo a introduzir o dedo mínimo na boca do bebê e, quando ele suga-lo,
variável, após o parto. Pode apresentar como manchas escuras no soltar o mamilo.
rosto (cloasma gravídico), mamilos escurecidos ou, ainda, escureci- Em virtude da proximidade do término da gestação, as expec-
mento da linha alva (linha nigra). Para minimizar o cloasma gravídi- tativas estão mais voltadas para os momentos do parto (“Será que
co, recomenda-se à gestante, quando for expor-se ao sol, o uso de vou sentir e/ou aguentar a dor?”) e de ver o bebê (“Será que é per-
protetor solar e chapéu; feito?”).
l) Estrias - explicar que são resultado da distensão dos tecidos Geralmente, este é um dos períodos de maior tensão da ges-
e que não existe método eficaz de prevenção, sendo comum no ab- tante.
dome, mamas, flancos, região lombar e sacra. As estrias, que no No terceiro trimestre, o útero volumoso e a sobrecarga dos sis-
início apresentam cor arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de temas cardiovascular, respiratório e locomotor desencadeiam alte-
cor semelhante à da pele; rações orgânicas e desconforto, pois o organismo apresenta menor
m) Edemas – explicar que são resultado do peso extra (placen- capacidade de adaptação. Há aumento de estresse, cansaço, e sur-
ta, líquido amniótico e feto) e da pressão que o útero aumentado gem as dificuldades para movimentar-se e dormir.
exerce sobre os vasos sanguíneos, sendo sua ocorrência bastante Frequentemente, a gestante refere plenitude gástrica e consti-
comum nos membros inferiores. Podem ser detectados quando, pação intestinal, decorrentes tanto da diminuição da área gástrica
com a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias, se pres- quanto da diminuição da peristalse devido à pressão uterina sobre
siona a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, os intestinos, levando ao aumento da absorção de água no intesti-
no nível do seu terço médio, na face anterior (região prétibial). no, o que colabora para o surgimento de hemorroidas. É comum
observarmos queixas em relação à digestão de alimentos mais pe-
sados. Portanto, é importante orientar dieta fracionada, rica em
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
verduras e legumes, alimentos mais leves e que favoreçam a diges- da movimentação fetal; edema acentuado de membros inferiores e
tão e evitem constipações. O mais importante é a qualidade dos superiores (mãos); ganho de peso exagerado; visão turva e presen-
alimentos, e não sua quantidade. ça de fortes dores de cabeça (cefaleia) ou na nuca.
Enfatizamos que no final do processo gestacional a mulher
Observamos que a frequência urinária aumenta no final da pode apresentar um quadro denominado “falso trabalho de parto”,
gestação, em virtude do encaixamento da cabeça do feto na cavi- caracterizando por atividade uterina aumentada (contrações), per-
dade pélvica; em contrapartida, a dificuldade respiratória se ame- manecendo, entretanto, um padrão descoordenado de contrações.
niza. Entretanto, enquanto tal fenômeno de descida da cabeça não Algumas vezes, estas contrações são bem perceptíveis. Contu-
acontece, o desconforto respiratório do final da gravidez pode ser do, cessam em seguida, e a cérvice uterina não apresenta alterações
amenizado adotando a posição de semi fowler durante o descanso. (amolecimento, apagamento e dilatação). Tal situação promove alto
Ao final do terceiro trimestre, é comum surgirem mais varizes grau de ansiedade e expectativa da premência do nascimento, sen-
e edema de membros inferiores, tanto pela compressão do útero do um dos principais motivos que levam as gestantes a procurar o
sobre as veias ilíacas, dificultando o retorno venoso, quanto por hospital. O auxiliar de enfermagem deve orientar a clientela e estar
efeitos climáticos, principalmente climas quentes. É importante ob- atento para tais acontecimentos, visando evitar uma admissão pre-
servar a evolução do edema, pesando a gestante e, procurando evi- coce, intervenções desnecessárias e estresse familiar, ocasionando
tar complicações vasculares, orientando seu repouso em decúbito uma experiência negativa de trabalho de parto, parto e nascimento.
lateral esquerdo, conforme as condutas terapêuticas anteriormente Para amenizar o estresse no momento do parto, devemos
mencionadas. orientar a parturiente para que realize exercícios respiratórios, de
Destacamos que no final desse período o feto diminui seus mo- relaxamento e caminhadas, que diminuirão sua tensão muscular e
vimentos pois possui pouco espaço para mexer-se. Assim, a mãe facilitarão maior oxigenação da musculatura uterina. Tais exercícios
deve ser orientada para tal fenômeno, mas deve supervisionar dia- proporcionam melhor rendimento no trabalho de parto, pois pro-
riamente os movimentos fetais – o feto deve mexer pelo menos piciam uma economia de energia - sendo aconselháveis entre as
uma vez ao dia. Caso o feto não se movimente durante o período metrossístoles.
de 24 horas, deve ser orientada a procurar um serviço hospitalar Os exercícios respiratórios consistem em realizar uma inspira-
com urgência. ção abdominal lenta e profunda, e uma expiração como se a ges-
Como saber quando será o trabalho de parto? Quais os sinais tante estivesse soprando o vento (apagando a vela), principalmente
de trabalho de parto? O que fazer? Essas são algumas das pergun- durante as metrossístoles. Na primeira fase do trabalho de parto,
tas que a mulher/casal e família fazem constantemente, quando são muito úteis para evitar os espasmos dolorosos da musculatura
aproxima-se a data provável do parto. abdominal.
A gestante e/ou casal devem ser orientados para os sinais de
início do trabalho de parto. O preparo abrange um conjunto de cui- Assistência de Enfermagem em Situações Obstétricas de Risco
dados e medidas de promoção à saúde que devem garantir que a Na América Latina, o Brasil é o quinto país com maior índice de
mulher vivencie a experiência do parto e nascimento como um pro- mortalidade materna, estimada em 134 óbitos para 100.000 nasci-
cesso fisiológico e natural. dos vivos.
A gestante, juntamente com seu acompanhante, deve ser No Brasil, as causas de mortalidade materna se caracterizam
orientada para identificar os sinais que indicam o início do trabalho por elevadas taxas de toxemias, outras causas diretas, hemorragias
de parto. (durante a gravidez, descolamento prematuro de placenta), compli-
cações puerperais e abortos. Essas causas encontram-se presentes
Para tanto, algumas orientações importantes devem ser ofere- em todas as regiões, com predominância de incidência em diferen-
cidas, como: tes estados.
-a bolsa d’água que envolve o feto ainda intra-útero (bolsa de A consulta de pré-natal é o espaço adequado para a prevenção
líquido amniótico) pode ou não romper-se; e controle dessas intercorrências, como a hipertensão arterial asso-
-a barriga pode apresentar contrações, ou seja, uma dor tipo ciada à gravidez (toxemias), que se caracteriza por ser fator de risco
cólica que a fará endurecer e que será intermitente, iniciando com para eclampsia e outras complicações.
intervalos maiores e diminuindo com a evolução do trabalho de Denomina-se fator de risco aquela característica ou circunstân-
parto; cia que se associa à probabilidade maior do indivíduo sofrer dano
-no final do terceiro trimestre, às vezes uma semana antes do à saúde. Os fatores de risco são de natureza diversa, a saber: bioló-
parto, ocorre a saída de um muco branco (parecendo “catarro”) o gicos (idade – adolescente ou idosa; estatura - baixa estatura; peso
chamado tampão mucoso, o qual pode ter sinais de sangue no mo- – obesidade ou desnutrição), clínicos (hipertensão, diabetes), am-
mento do trabalho de parto; bientais (abastecimento deficiente de água, falta de rede de esgo-
-a respiração deve ser feita de forma tranquila (inspiração pro- tos), relacionados à assistência (má qualidade da assistência, cober-
funda e expiração soprando o ar). tura insuficiente ao pré-natal), socioculturais (nível de formação) e
econômicos (baixa renda).
A gestante e seu acompanhante devem ser orientados a pro- Esses fatores, associados a fatores obstétricos como primeira
curar um serviço de saúde imediatamente ao perceberem qualquer gravidez, multiparidade, gestação em idade reprodutiva precoce ou
intercorrência durante o período gestacional, como, por exemplo, tardia, abortamentos anteriores e desnutrição, aumentam a proba-
perda transvaginal (líquido, sangue, corrimento, outros); presença bilidade de morbimortalidade perinatal.
de dores abdominais, principalmente tipo cólicas, ou dores locali- Devemos considerar que a maioria destas mortes maternas e
zadas; contração do abdome, abdome duro (hipertônico); parada fetais poderiam ter sido prevenidas com uma assistência adequada
ao pré-natal, parto e puerpério - “98% destas mortes seriam evi-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
tadas se as mulheres tivessem condições dignas de vida e atenção Podem ocorrer endocardite, miocardite, tromboflebite e em-
à saúde, especialmente pré-natal realizado com qualidade, assim bolia pulmonar;
como bom serviço de parto e pós-parto”. Provocado - é a interrupção ilegal da gravidez, com a morte do
Entretanto, há uma pequena parcela de gestantes que, por produto da concepção, haja ou não a expulsão, qualquer que seja o
terem algumas características ou sofrerem de alguma patologia, seu estado evolutivo. São praticados na clandestinidade, em clínicas
apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tan- privadas ou residências, utilizando-se métodos anti-higiênicos, ma-
to para elas como para o feto. Essa parcela é a que constitui o grupo teriais perfurantes, medicamentos e substâncias tóxicas. Pode levar
chamado de gestantes de risco. à morte da mulher ou evoluir para um aborto infectado;
Dentre as diversas situações obstétricas de risco gestacional, Retido – é quando o feto morre e não é expulso, ocorrendo
destacam-se as de maior incidência e maior risco, como aborta- a maceração. Não há sinais de abortamento, porém pode ocorrer
mento, doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) e sofri- mal-estar geral, cefaleia e anorexia.
mento fetal. O processo de abortamento é complexo e delicado para uma
mulher, principalmente por não ter podido manter uma gravidez,
Abortamento sendo muitas vezes julgada e culpabilizada, o que lhe acarreta um
Conceitua-se como abortamento a morte ovular ocorrida an- estigma social, afetando-lhe tanto do ponto de vista biológico como
tes da 22ª semana de gestação, e o processo de eliminação deste psicoemocional.
produto da concepção é chamado de aborto. O abortamento é dito
precoce quando ocorre até a 13ª semana; e tardio, quando entre a Independente do tipo de aborto, cada profissional tem papel
13ª e 22ª semanas. importante na orientação, diálogo e auxílio a essa mulher, diante
Algumas condições favorecem o aborto, entre elas: fatores de suas necessidades. Assim, não deve fazer qualquer tipo de jul-
ovulares (óvulos ou espermatozoides defeituosos); diminuição do gamento e a assistência deve ser prestada de forma humanizada e
hormônio progesterona, resultando em sensibilidade uterina e con- com qualidade - caracterizando a essência do trabalho da enferma-
trações que podem levar ao aborto; infecções como sífilis, rubéola, gem, que é o cuidar e o acolher, independente dos critérios pesso-
toxoplasmose; traumas de diferentes causas; incompetência istmo ais e julgamentos acerca do caso clínico.
cervical; mioma uterino; “útero infantil”; intoxicações (fumo, álco- Devemos estar atentos para os cuidados imediatos e media-
ol, chumbo e outros); hipotireoidismo; diabetes mellitus; doenças tos, tais como: controlar os sinais vitais, verificando sinais de cho-
hipertensivas e fatores emocionais. que hipovolêmico, mediante avaliação da coloração de mucosas,
Os tipos de aborto são inúmeros e suas manifestações clínicas hipotensão, pulso fraco e rápido, pele fria e pegajosa, agitação e
estão voltadas para a gravidade de cada caso e dependência de apatia; verificar sangramento e presença de partes da placenta ou
uma assistência adequada à mulher. Os tipos de aborto são11: embrião nos coágulos durante a troca dos traçados ou absorventes
-Ameaça de aborto: situação em que há a probabilidade do colocados na região vulvar (avaliar a quantidade do sangramento
aborto ocorrer. Geralmente, caracteriza-se por sangramento mo- pelo volume do sangue e número de vezes de troca do absorvente);
derado, cólicas discretas e colo uterino com pequena ou nenhuma controlar o gotejamento da hidratação venosa para reposição de
dilatação; líquido ou sangue; administrar medicação (antibioticoterapia, soro
-Espontâneo: pode ocorrer por um ovo defeituoso e o subse- antitetânico, analgésicos ou antiespasmódicos, ocitócicos) confor-
quente desenvolvimento de defeitos no feto e placenta. Dependen- me prescrição médica; preparar a paciente para qualquer procedi-
do da natureza do processo, é considerado: mento (curetagem, microcesariana, e outros); prestar os cuidados
a) Evitável: o colo do útero não se dilata, sendo evitado através após os procedimentos pós-operatórios; procurar tranquilizar a
de repouso e tratamento conservador; mulher; comunicar qualquer anormalidade imediatamente à equi-
b) Inevitável: quando o aborto não pode ser prevenido, acon- pe de saúde.
tecendo a qualquer momento. Apresenta-se com um sangramento Nosso papel é orientar a mulher sobre os desdobramentos do
intenso, dilatação do colo uterino e contrações uterinas regulares. pós-aborto, como reposição hídrica e nutricional, sono e repouso,
Pode ser subdivido em aborto completo (quando o feto e todos expressão dos seus conflitos emocionais e, psicologicamente, faze-
os tecidos a ele relacionados são eliminados) e aborto incompleto -la acreditar na capacidade de o seu corpo viver outra experiência
(quando algum tecido permanece retido no interior do útero); reprodutiva com saúde, equilíbrio e bem-estar.
-Habitual: quando a mulher apresenta abortamentos repetidos É fundamental a observação do sangramento vaginal, atentan-
(três ou mais) de causa desconhecida; do para os aspectos de quantidade, cor, odor e se está acompanha-
-Terapêutico: é a intervenção médica aprovada pelo Código Pe- do ou não de dor e alterações de temperatura corporal. As mamas
nal Brasileiro (art. 128), praticado com o consentimento da gestante precisarão de cuidados como: aplicar compressas frias e enfaixá-las,
ou de seu representante legal e realizado nos casos em que há risco a fim de prevenir ingurgitamento mamário; não realizar a ordenha
de vida ou gravidez decorrente de estupro; nem massagens; administrar medicação para inibir a lactação de
-Infectado: quando ocorre infecção intra-útero por ocasião do acordo com a prescrição médica.
abortamento. Acontece, na maioria das vezes, durante as manobras No momento da alta, a cliente deve ser encaminhada para
para interromper uma gravidez. A mulher apresenta febre em grau acompanhamento ginecológico com o objetivo de fazer a revisão
variável, dores discretas e contínuas, hemorragia com odor fétido pós-aborto; identificar a dificuldade de se manter a gestação se for
e secreção cujo aspecto depende do microrganismo, taquicardia, o caso; e receber orientações acerca da necessidade de um período
desidratação, diminuição dos movimentos intestinais, anemia, peri- de abstinência sexual e, antes de iniciar sua atividade sexual, esco-
tonite, septicemia e choque séptico. lher o método contraceptivo que mais se adeque à sua realidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Placenta Prévia (PP) mmhg, representa outro sinal que deve ser observado com aten-
É uma intercorrência obstétrica de risco caracterizada pela im- ção. A gestante o companheiro e a família devem estar convenien-
plantação da placenta na parte inferior do útero. Com o desenvol- temente orientados quanto aos sinais e sintomas da DHEG.
vimento da gravidez, a placenta evolui para o orifício do canal de Todos esses sinais são motivos de preocupação, devendo ser
parto. pesquisados e avaliados através de marcação de consultas com
Pode ser parcial (marginal), quando a placenta cobre parte do maior frequência, para evitar exacerbação dessa complicação em
orifício, ou total (oclusiva), quando cobre totalmente o orifício. Am- uma gravidez de baixo risco, tornando-a de alto risco – o que fará
bas as situações provocam risco de vida materna e fetal, em vista da necessário o encaminhamento e acompanhamento pelo pré-natal
hemorragia – a qual apresenta sangramento de cor vermelho vivo, de alto risco.
indolor, constante, sem causa aparente, aparecendo a partir da 22a A pré-eclâmpsia leve é caracterizada por edema e/ou proteinú-
semana de gravidez. ria, e mais hipertensão. À medida que a doença evolui e o vaso es-
Após o diagnóstico de PP, na fase crítica, a internação é a con- pasmo aumenta, surgem outros sinais e sintomas. O sistema ner-
duta imediata com a intenção de promover uma gravidez a termo voso central (SNC) sofre irritabilidade crescente, surgindo cefaleia
ou o mais próximo disso. A supervisão deve ser constante, sendo a occipital, tonteiras, distúrbios visuais (moscas volantes). As mani-
gestante orientada a fazer repouso no leito com os membros discre- festações digestivas - dor epigástrica, náuseas e vômitos - são sinto-
tamente elevados, evitar esforços físicos e observar os movimentos mas que revelam comprometimento de outros órgãos.
fetais e características do sangramento (quantidade e frequência). Com a evolução da doença pode ocorrer a convulsão ou coma,
A conduta na evolução do trabalho de parto dependerá do quadro caracterizando a DHEG grave ou eclampsia, uma das complicações
clínico de cada gestante, avaliando o bem-estar materno e fetal. obstétricas mais graves. Nesta, a proteinúria indica alterações re-
nais, podendo ser acompanhada por oligúria ou mesmo anúria.
Prenhez Ectópica ou Extrauterina Com o vaso espasmo generalizado, o miométrio torna-se hi-
Consiste numa intercorrência obstétrica de risco, caracterizada pertônico, afetando diretamente a placenta que, dependendo da
pela implantação do ovo fecundado fora do útero, como, por exem- intensidade, pode desencadear seu deslocamento prematuro. Tam-
plo, nas trompas uterinas, ovários e outros. bém a hipertensão materna prolongada afeta a circulação placen-
Como sinais e sintomas, tal intercorrência apresenta forte dor tária, ocorrendo o rompimento de vasos e acúmulo de sangue na
no baixo ventre, podendo estar seguida de sangramento em grande parede do útero, representando outra causa do deslocamento da
quantidade. placenta.
O diagnóstico geralmente ocorre no primeiro trimestre gesta- Um sinal expressivo do descolamento da placenta é a dor ab-
cional, através de ultrassonografia. A equipe de enfermagem de- dominal súbita e intensa, seguida por sangramento vaginal de co-
verá estar atenta aos possíveis sinais de choque hipovolêmico e de loração vermelha-escuro, levando a uma movimentação fetal au-
infecção. mentada, o que indica sofrimento fetal por diminuição de oxigênio
A conduta obstétrica é cirúrgica. (anoxia) e aumento excessivo das contrações uterinas que surgem
como uma defesa do útero em cessar o sangramento, agravando o
Doenças Hipertensivas Específicas da Gestação (DHEG) estado do feto. Nesses casos, indica-se a intervenção cirúrgica de
A hipertensão na gravidez é uma complicação comum e poten- emergência – cesariana -, para maior chance de sobrevivência ma-
cialmente perigosa para a gestante, o feto e o próprio recém-nasci- terna e fetal.
do, sendo uma das causas de maior incidência de morte materna, Os fatores de risco que dificultam a oxigenação dos tecidos e,
fetal e neonatal, de baixo peso ao nascer e prematuridade. Pode principalmente, o tecido uterino, relacionam-se à: superdistensão
apresentar-se de forma leve, moderada ou grave. uterina (gemelar, polidrâmnia, fetos grandes); aumento da tensão
Existem vários fatores de risco associados com o aumento da sobre a parede abdominal, frequentemente observado na primeira
DHEG, tais como: adolescência/idade acima de 35 anos, conflitos gravidez; doenças vasculares já existentes, como hipertensão crô-
psíquicos e afetivos, desnutrição, primeira gestação, história fa- nica, neuropatia; estresse emocional, levando à tensão muscular;
miliar de hipertensão, diabetes mellitus, gestação múltipla e poli- alimentação inadequada.
drâmnia. A assistência pré-natal tem como um dos objetivos detectar
A DHEG aparece após a 20a semana de gestação, como um precocemente os sinais da doença hipertensiva, antes que evolua.
quadro de hipertensão arterial, acompanhada ou não de edema A verificação do peso e pressão arterial a cada consulta servirá para
e proteinúria (pré-eclâmpsia), podendo evoluir para convulsão e a avaliação sistemática da gestante, devendo o registro ser feito no
coma (DHEG grave ou eclampsia). Cartão de Pré-Natal, para acompanhamento durante a gestação e
Durante uma gestação sem intercorrências, a pressão perma- parto. O exame de urina deve ser feito no primeiro e terceiro tri-
nece normal e não há proteinúria. É comum a maioria das gestantes mestre, ou sempre que houver queixas urinárias ou alterações dos
apresentarem edema nos membros inferiores, devido à pressão do níveis da pressão arterial.
útero grávido na veia cava inferior e ao relaxamento da musculatura A equipe de enfermagem deve orientar a gestante sobre a im-
lisa dos vasos sanguíneos, não sendo este um sinal diferencial. portância de diminuir a ingesta calórica (alimentos ricos em gordu-
Já o edema de face e de mãos é um sinal de alerta diferencial, ra, massa, refrigerantes e açúcar) e não abusar de comidas salgadas,
pois não é normal, podendo estar associado à elevação da pressão bem como sobre os perigos do tabagismo, que provoca vasoconstri-
arterial. Um ganho de peso de mais de 500 g por semana deve ser ção, diminuindo a irrigação sanguínea para o feto, e do alcoolismo,
observado e analisado como um sinal a ser investigado. que provoca o nascimento de fetos de baixo peso e abortamento
O exame de urina, cujo resultado demonstre presença de pro- espontâneo.
teína, significa diminuição da função urinária. A elevação da pres-
são sistólica em mais de 30 mmhg, ou da diastólica em mais de 15
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O acompanhamento pré-natal deve atentar para o apareci- da gestação, o que merece apreciação de todo o quadro clínico e
mento de edema de face e dos dedos, cefaleia frontal e occipital e condição fetal, considerando-se a participação da mulher e família
outras alterações como irritabilidade, escotomas, hipersensibilida- nesta decisão.
de a estímulos auditivos e luminosos. A mulher, o companheiro e a É importante que a puérpera tenha uma avaliação contínua nas
família devem ser orientados quanto aos sinais e sintomas da DHEG 48 horas após o parto, pois ainda pode apresentar risco de vida.
e suas implicações, observando, inclusive, a dinâmica da movimen-
tação fetal. Sofrimento Fetal Agudo (SFA)
A gestante deve ser orientada quanto ao repouso no leito em O sofrimento fetal agudo (SFA) indica que a saúde e a vida do
decúbito lateral esquerdo, para facilitar a circulação, tanto renal feto estão sob-risco, devido à asfixia causada pela diminuição da
quanto placentária, reduzindo também o edema e a tensão arterial, chegada do oxigênio ao mesmo, e à eliminação do gás carbônico.
bem como ser encorajada a exteriorizar suas dúvidas e medos, vi- As trocas metabólicas existentes entre o sangue materno e o
sando minimizar o estresse. fetal, realizadas pela circulação placentária, são indispensáveis para
As condições socioeconômicas desfavoráveis, dificuldade de manter o bem-estar do feto. Qualquer fator que, por um período
acesso aos serviços de saúde, hábitos alimentares inadequados, provisório ou permanente de carência de oxigênio, interfira nessas
entre outros, são fatores que podem vir a interferir no acompanha- trocas será causa de SFA.
mento ambulatorial. Sendo específicos à cada gestante, fazem com O sofrimento fetal pode ser diagnosticado através de alguns
que a eclampsia leve evolua, tornando a internação hospitalar o tra- sinais, como frequência cardíaca fetal acima de 160 batimentos ou
tamento mais indicado. abaixo de 120 por minuto, e movimentos fetais inicialmente au-
mentados e posteriormente diminuídos.
Durante a internação hospitalar a equipe de enfermagem deve Durante essa fase, o auxiliar de enfermagem deve estar atento
estar atenta aos agravos dos sinais e sintomas da DHEG. Portanto, aos níveis pressóricos da gestante, bem como aos movimentos fe-
deve procurar promover o bem-estar materno e fetal, bem como tais. Nas condutas medicamentosas, deve atuar juntamente com a
proporcionar à gestante um ambiente calmo e tranquilo, manter a equipe de saúde.
supervisão constante e atentar para o seu nível de consciência, já Nos casos em que se identifique sofrimento fetal e a gestante
que os estímulos sonoros e luminosos podem desencadear as con- esteja recebendo infusão venosa contendo ocitocina, tal fato deve
vulsões, pela irritabilidade do SNC. Faz-se necessário, também, con- ser imediatamente comunicado à equipe e a solução imediatamen-
trolar a pressão arterial e os batimentos cardiofetais (a frequência te suspensa e substituída por solução glicosada ou fisiológica pura.
será estabelecida pelas condições da gestante), bem como pesar a A equipe responsável pela assistência deve tranquilizar a ges-
gestante diariamente, manter-lhe os membros inferiores discreta- tante, ouvindo-a e explicando - a ela e à família - as característi-
mente elevados, providenciar a colheita dos exames laboratoriais cas do seu quadro e a conduta terapêutica a ser adotada, o que
solicitados (sangue, urina), observar e registrar as eliminações fisio- a ajudará a manter o controle e, consequentemente, cooperar. A
lógicas, as queixas álgicas, as perdas vaginais e administrar medica- transmissão de calma e a correta orientação amenizarão o medo e
ções prescritas, observando sua resposta. a ansiedade pela situação.
Além disso, deve-se estar atento para possíveis episódios de A gestante deve ser mantida em decúbito lateral esquerdo,
crises convulsivas, empregando medidas de segurança tais como com o objetivo de reduzir a pressão que o feto realiza sobre a veia
manter as grades laterais do leito elevadas (se possível, acolcho- cava inferior ou cordão umbilical, e melhorar a circulação mater-
adas), colocar a cabeceira elevada a 30° e a gestante em decúbi- no-fetal. Segundo prescrição, administrar oxigênio (O2 úmido) para
to lateral esquerdo (ou lateralizar sua cabeça, para eliminação das melhorar a oxigenação da gestante e do feto e preparar a parturien-
secreções); manter próximo à gestante uma cânula de borracha te para intervenção cirúrgica, de acordo com a conduta indicada
(Guedel), para colocar entre os dentes, protegendo- lhe a língua de pela equipe responsável pela assistência.
um eventual traumatismo. Ressalte-se que os equipamentos e me-
dicações de emergência devem estar prontos para uso imediato, na Parto e Nascimento Humanizado
proximidade da unidade de alto risco. Até o século XVIII, as mulheres tinham seus filhos em casa; o
Gestantes que apresentam DHEG moderada ou grave devem parto era um acontecimento domiciliar e familiar. A partir do mo-
ser acompanhadas em serviços de obstetrícia, por profissional mé- mento em que o parto tornou-se institucionalizado (hospitalar) a
dico, durante todo o período de internação. Os cuidados básicos in- mulher passou a perder autonomia sobre seu próprio corpo, dei-
cluem: observação de sinais de petequeias, equimoses e/ou sangra- xando de ser ativa no processo de seu parto.
mentos espontâneos, que indicam complicação séria causada por Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que ape-
rompimento de vasos sanguíneos; verificação horária de pressão nas 10% a 20% dos partos têm indicação cirúrgica. Isto significa que
arterial, ou em intervalo menor, e temperatura, pulso e respiração deveriam ser indicados apenas para as mulheres que apresentam
de duas em duas horas; instalação de cateterismo vesical, visando problemas de saúde, ou naqueles casos em que o parto normal tra-
o controle do volume urinário (diurese horária); monitoramento de ria riscos ao recém-nascido ou a mãe. Entretanto, o que verificamos
balanço hídrico; manutenção de acesso venoso para hidratação e é a existência de um sistema de saúde voltado para a atenção ao
administração de terapia medicamentosa (anti-hipertensivo, anti- parto e nascimento pautado em rotinas de intervenções, que favo-
convulsivos, antibióticos, sedativos) e de urgência; colheita de exa- rece e conduz ao aumento de cesáreas e de possíveis iatrogenias
mes laboratoriais de urgência; instalação de oxigeno terapia confor- que, no pós-parto, geram complicações desnecessárias.
me prescrição médica, caso a gestante apresente cianose. Nós, profissionais de saúde, devemos entender que o parto
Com a estabilização do quadro e as convulsões controladas, não é simplesmente “abrir uma barriga”, “tirar um recém-nascido
deve-se preparar a gestante para a interrupção da gravidez (cesá- de dentro”, afastá-lo da “mãe”para colocá-lo num berço solitário,
rea), pois a conduta mais eficaz para a cura da DHEG é o término enquanto a mãe dorme sob o efeito da anestesia.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
escolhidas pela mulher, favorecem o fluxo de sangue para o útero, Para que ocorra a expulsão do feto, geralmente são necessárias
tornam as contrações mais eficazes, ampliam o canal do parto e cinco contrações num período de 10 minutos e com intensidade
facilitam a descida do feto pela ação da gravidade. de 60 segundos cada. O auxiliar de enfermagem deve orientar que
A mulher deve ser encorajada e encaminhada ao banho de a parturiente faça respiração torácica (costal) juntamente com as
chuveiro, bem como estimulada a fazer uma respiração profunda, contrações, repousando nos intervalos para conservar as energias.
realizar massagens na região lombar – o que reduz sua ansiedade e Após o coroamento e exteriorização da cabeça, é importante
tensão muscular - e urinar, pois a bexiga cheia dificulta a descida do assistir ao desprendimento fetal espontâneo. Caso esse desprendi-
feto na bacia materna. mento não ocorra naturalmente, a cabeça deve ser tracionada para
Durante a evolução do trabalho de parto, será realizada, pelo baixo, visando favorecer a passagem do ombro. Com a saída da ca-
enfermeiro ou médico, a ausculta dos batimentos cardiofetais, sem- beça e ombros, o corpo desliza facilmente, acompanhado de um
pre que houver avaliação da dinâmica uterina (DU) antes, durante jato de líquido amniótico. Sugere-se acomodar o recém-nascido,
e após a contração uterina. O controle dos sinais vitais maternos é com boa vitalidade, sobre o colo materno, ou permitir que a mãe o
contínuo e importante para a detecção precoce de qualquer altera- faça, se a posição do parto favorecer esta prática. Neste momento,
ção. A verificação dos sinais vitais pode ser realizada de quatro em o auxiliar de enfermagem deve estar atento para evitar a queda do
quatro horas, e a tensão arterial de hora em hora ou mais frequen- recém-nascido.
temente, se indicado. O cordão umbilical só deve ser pinçado e laqueado quando o
O toque vaginal deve ser realizado pelo obstetra ou enfermeira, recém-nascido estiver respirando. A laqueadura é feita com mate-
e tem a finalidade de verificar a dilatação e o apagamento do colo rial adequado e estéril, a uns três centímetros da pele. É importan-
uterino, visando avaliar a progressão do trabalho de parto. Para a te manter o recém-nascido aquecido, cobrindo-o com um lençol/
realização do procedimento, o auxiliar de enfermagem deve prepa- campo – o que previne a ocorrência de hipotermia. A mulher deve
rar o material necessário para o exame, que inclui luvas, gazes com ser incentivada a iniciar a amamentação nas primeiras horas após
solução anti séptica e comadre. o parto, o que facilita a saída da placenta e estimula a involução do
A prévia antissepsia das mãos é condição indispensável para o útero, diminuindo o sangramento pós-parto.
exame.
Caso a parturiente esteja desanimada, frustrada ou necessite O Terceiro Período do Trabalho de Parto: a Dequitação
permanecer no leito durante o trabalho de parto, devido às compli- Inicia-se após a expulsão do feto e termina com a saída da pla-
cações obstétricas ou fetais, deve ser aconselhada a ficar na posição centa e membranas (amniótica e coriônica). Recebe o nome de de-
de decúbito lateral esquerdo, tanto quanto possível. livramento ou dequitação e deve ser espontâneo, sem compressão
uterina. Pode durar de alguns minutos a 30 minutos. Nessa fase é
O Segundo Período do Trabalho de Parto: a Expulsão importante atentar para as perdas sanguíneas, que não devem ser
O período de expulsão inicia-se com a completa dilatação do superiores a 500 ml.
colo uterino e termina com o nascimento do bebê. As contrações para a expulsão da placenta ocorrem em menor
Ao final do primeiro período do trabalho de parto, o sangra- quantidade e intensidade. A placenta deve ser examinada com re-
mento aumenta com a laceração dos capilares no colo uterino. Náu- lação à sua integridade, tipo de vascularização e local de inserção
seas e vômitos podem estar presentes, por ação reflexa. A partu- do cordão, bem como verificação do número de vasos sanguíneos
riente refere pressão no reto e urgência urinária. Ocorre distensão deste (1 artérias e 2 veias), presença de nós e tumorações. Exami-
dos músculos perineais e abaulamento do períneo (solicitação do na-se ainda o canal vaginal, o colo uterino e a região perineal, com
períneo), e o ânus dilata-se acentuadamente. vistas à identificação de rupturas e lacerações; caso tenha sido re-
Esses sinais iminentes do parto devem ser observados pelo au- alizada episiotomia, proceder à sutura do corte (episiorrafia) e/ou
xiliar de enfermagem e comunicados à enfermeira obstétrica e ao das lacerações.
obstetra.
O exame do toque deve ser realizado e, constatada a dilatação A dequitação determina o início do puerpério imediato, onde
total, o auxiliar de enfermagem deve encaminhar a parturiente à ocorrerão contrações que permitirão reduzir o volume uterino,
sala de parto, em cadeira de rodas ou deambulando. mantendo-o contraído e promovendo a hemostasia nos vasos que
Enquanto estiver sendo conduzida à sala de parto, a parturien- irrigavam a placenta.
te deve ser orientada para respirar tranquilamente e não fazer for- Logo após o delivramento, o auxiliar de enfermagem deve veri-
ça. É importante auxiliá-la a se posicionar na mesa de parto com se- ficar a tensão arterial da puérpera, identificando alterações ou não
gurança e conforto, respeitando a posição de sua escolha: vertical, dos valores que serão avaliados pelo médico ou enfermeiro.
semiverticalizada ou horizontal. Qualquer procedimento realizado Antes de transferir a puérpera para a cadeira ou maca, deve-se,
deve ser explicado à parturiente e seu acompanhante. utilizando luvas estéreis, realizar-lhe antissepsia da área pubiana,
O profissional (médico e/ou enfermeira obstetra) responsável massagear-lhe as panturrilhas, trocar-lhe a roupa e colocar-lhe um
pela condução do parto deve fazer a escovação das mãos e se pa- absorvente sob a região perianal e pubiana. Caso o médico ou en-
ramentar (capote, gorro, máscara e luvas). A seguir, realizar a antis- fermeiro avalie que a puérpera esteja em boas condições clínicas,
sepsia vulvoperineal e da raiz das coxas e colocar os campos esterili- será encaminhada, juntamente com o recém-nascido, para o aloja-
zados sobre a parturiente. Na necessidade de episiotomia, indica-se mento conjunto - acompanhados de seus prontuários, prescrições
a necessidade de anestesia local. Em todo esse processo, o auxiliar e pertences pessoais.
de enfermagem deve prestar ajuda ao(s) profissional(is).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O Quarto Período do Trabalho de Parto: Greenberg toda a técnica o auxiliar de enfermagem deve estar atento para a
Corresponde às primeiras duas horas após o parto, fase em que segurança da parturiente e, juntamente com o anestesista, ajudá-
ocorre a loquiação e se avalia a involução uterina e recuperação -la a se posicionar para o processo cirúrgico, controlando também
da genitália materna. É considerado um período perigoso, devido a tensão arterial. No parto, o auxiliar de enfermagem desenvolve
ao risco de hemorragia; por isso, a puérpera deve permanecer no ações de circulante ou instrumentador. Após o nascimento, presta
centro obstétrico, para criterioso acompanhamento. os primeiros cuidados ao bebê e encaminha-o ao berçário.
A seguir, o auxiliar de enfermagem deve providenciar a transfe-
Assistência de Enfermagem Durante o Parto Cesáreo rência da puérpera para a sala de recuperação pós-anestésica, pres-
O parto cesáreo ou cesariana é um procedimento cirúrgico, in- tando- lhe os cuidados relativos ao processo cirúrgico e ao parto.
vasivo, que requer anestesia. Nele, realiza-se uma incisão no abdo-
me e no útero, com exposição de vísceras e perda de sangue, por Puerpério e suas Complicações
onde o feto é retirado. Ressalte-se que esse procedimento expõe Durante toda a gravidez, o organismo materno sofre alterações
o organismo às infecções, tanto pela queda de imunidade em vista gradativas - as mais marcantes envolvem o órgão reprodutor. O
das perdas sanguíneas como pelo acesso de microrganismos atra- puerpério inicia-se logo após a dequitação e termina quando a fi-
vés da incisão cirúrgica (porta de entrada), além de implicar maior siologia materna volta ao estado pré-gravídico. Esse intervalo pode
tempo de recuperação. perdurar por 6 semanas ou ter duração variável, principalmente nas
A realização do parto cesáreo deve ser baseada nas condições mulheres que estiverem amamentando.
clínicas - da gestante e do feto - que contraindiquem o parto normal, O período puerperal é uma fase de grande estresse fisiológico
tais como desproporção cefalopélvica, discinesias, apresentação e psicológico.
anômala, descolamento prematuro da placenta, pós-maturidade,
diabete materno, sofrimento fetal agudo ou crônico, placenta pré- A fadiga e perda de sangue pelo trabalho de parto e outras
via total ou parcial, toxemia gravídica, prolapso do cordão umbilical. condições desencadeadas pelo nascimento podem causar compli-
Caso ocorra alguma intercorrência obstétrica (alteração do cações – sua prevenção é o objetivo principal da assistência a ser
BCF; a dinâmica uterina, dos sinais vitais maternos; perda trans- prestada.
vaginal de líquido com presença de mecônio; período de dilatação Nos primeiros dias do pós-parto, a puérpera vive um período
cervical prolongado) que indique necessidade de parto cesáreo, a de transição, ficando vulnerável às pressões emocionais. Problemas
equipe responsável pela assistência deve comunicar o fato à mu- que normalmente enfrentaria com facilidade podem deixá-la ansio-
lher/ família, e esclarecer- lhes sobre o procedimento. sa em vista das responsabilidades com o novo membro da famí-
Nesta intervenção cirúrgica, as anestesias mais utilizadas são a lia (“Será que vou conseguir amamentá-lo? Por que o bebê chora
raquidiana e a peridural, ambas aplicadas na coluna vertebral. tanto?”), a casa (“Como vou conciliar os cuidados da casa com o
bebê?”), o companheiro (“Será que ele vai me ajudar? Como dividir
A anestesia raquidiana tem efeito imediato à aplicação, levan- a atenção entre ele e o bebê?”) e a família (“Como dividir a atenção
do à perda temporária de sensibilidade e movimentos dos mem- com os outros filhos? O que fazer, se cada um diz uma coisa?”).
bros inferiores, que retornam após passado seu efeito. Entretanto, Nesse período, em vista de uma grande labilidade emocional,
tem o inconveniente de apresentar como efeito colateral cefaleia somada à exaustão física, pode surgir um quadro de profunda tris-
intensa no período pós-anestésico - como prevenção, deve-se man- teza, sentimento de incapacidade e recusa em cuidar do bebê e
ter a puérpera deitada por algumas horas (com a cabeceira a zero de si mesma - que pode caracterizar a depressão puerperal. Essas
grau e sem travesseiro), orientando- a para que não eleve a cabeça manifestações podem acontecer sem causa aparente, com dura-
e estimulando-a à ingestão hídrica. ção temporária ou persistente por algum tempo. Esse transtorno
A anestesia peridural é mais empregada, porém demora mais requer a intervenção de profissionais capazes de sua detecção e
tempo para fazer efeito e não leva à perda total da sensibilidade tratamento precoce, avaliando o comportamento da puérpera e
dolorosa, diminuindo apenas o movimento das pernas – como van- proporcionando-lhe um ambiente tranquilo, bem como prestando
tagem, não produz o incômodo da dor de cabeça. orientações à família acerca da importância de seu apoio na supe-
Na recuperação do pós-parto normal, a criança pode, nas pri- ração deste quadro.
meiras horas, permanecer com a mãe na sala de parto e/ou alo- De acordo com as alterações físicas, o puerpério pode ser clas-
jamento conjunto- dependendo da recuperação, a mulher pode sificado em quatro fases distintas: imediato (primeiras 2 horas pós-
deambular, tomar banho e até amamentar. Tal situação não aconte- -parto); mediato (da 2ª hora até o 10º dia pós-parto); tardio (do 11º
cerá nas puérperas que realizaram cesarianas, pois estarão com hi- dia até o 42º dia pós-parto) e remoto (do 42º dia em diante).
dratação venosa, cateter vesical, curativo abdominal, anestesiadas, O puerpério imediato, também conhecido como quarto perío-
sonolentas e com dor – mais uma razão que justifica a realização do do do parto, inicia-se com a involução uterina após a expulsão da
parto cesáreo apenas quando da impossibilidade do parto normal. placenta e é considerado crítico, devido ao risco de hemorragia e
A equipe deve esclarecer as dúvidas da parturiente com relação infecção.
aos procedimentos pré-operatórios, tais como retirada de próteses A infecção puerperal está entre as principais e mais constantes
e de objetos (cordões, anéis, roupa íntima), realização de tricoto- complicações.
mia em região pubiana, manutenção de acesso venoso permeável, O trabalho de parto e o nascimento do bebê reduzem a resis-
realização de cateterismo vesical e colheita de sangue para exames tência à infecção causada por microrganismos encontrados no cor-
laboratoriais (solicitados e de rotina). po.
Após verificação dos sinais vitais, a parturiente deve ser enca- Inúmeros são os fatores de risco para o aparecimento de in-
minhada à sala de cirurgia, onde será confortavelmente posicio- fecções: o trabalho de parto prolongado com a bolsa amniótica
nada na mesa cirúrgica, para administração da anestesia. Durante rompida precocemente, vários toques vaginais, condições socioe-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
conômicas desfavoráveis, anemia, falta de assistência pré-natal e venoso permeável para a administração de infusão e medicações;
história de doenças sexualmente transmissível não tratada. O parto bem como aplicar bolsa de gelo sobre o fundo do útero, massa-
cesáreo tem maior incidência de infecção do que o parto vaginal, geando-o suavemente para estimular as contrações, colher sangue
pois durante seu procedimento os tecidos uterinos, vasos sanguí- para exames laboratoriais e prova cruzada, certificar-se de que no
neos, linfáticos e peritônio estão expostos às bactérias existentes banco de sangue existe sangue compatível (tipo e fator Rh) com o
na cavidade abdominal e ambiente externo. A perda de sangue e da mulher - em caso de reposição - e preparar a puérpera para a
consequente diminuição da resistência favorecem o surgimento de intervenção cirúrgica, caso isto se faça necessário.
infecções. Complementando esta avaliação, também há verificação dos
Os sinais e sintomas vão depender da localização e do grau da sinais vitais, considerando-se que a frequência cardíaca diminui
infecção, porém a hipertermia é frequente - em torno de 38º C ou para 50 a 70 bpm (bradicardia) nos primeiros dias após o parto,
mais. Acompanhando a febre, podem surgir dor, não involução ute- em vista da redução no volume sanguíneo. Uma taquicardia pode
rina e alteração das características dos lóquios, com eliminação de indicar perda sanguínea exagerada, infecção, dor e até ansiedade.
secreção purulenta e fétida, e diarreia. A pressão sanguínea permanece estável, mas sua diminuição pode
O exame vaginal, realizado por enfermeiro ou médico, objetiva estar relacionada à perda de sangue excessivo e seu aumento é su-
identificar restos ovulares; nos casos necessários, deve-se proceder gestivo de hipertensão. É também importante observar o nível de
à curetagem. consciência da puérpera e a coloração das mucosas.
Cabe ao auxiliar de enfermagem monitorar os sinais vitais da Outros cuidados adicionais são: observar o períneo, avalian-
puérpera, bem como orientá-la sobre a técnica correta de lavagem do a integridade, o edema e a episiorrafia; aplicar compressas de
das mãos e outras que ajudem a evitar a propagação das infecções. gelo nesta região, pois isto propicia a vasoconstrição, diminuindo
Além disso, visando evitar a contaminação da vagina pelas bactérias o edema e hematoma e evitando o desconforto e a dor; avaliar os
presentes no reto, a puérpera deve ser orientada a lavar as regiões membros inferiores (edema e varizes) e oferecer líquidos e alimen-
da vulva e do períneo após cada eliminação fisiológica, no sentido tos sólidos à puérpera, caso esteja passando bem.
da vulva para o ânus. Nos casos de cesárea, atentar para todos os cuidados de um
Para facilitar a cicatrização da episiorrafia, deve-se ensinar a parto normal e mais os cuidados de um pós-operatório, observando
puérpera a limpar a região com antisséptico, bem como estimular- as características do curativo operatório. Se houver sangramento e/
-lhe a ingesta hídrica e administrar-lhe medicação, conforme pres- ou queixas de dor, comunicar tal fato à equipe.
crição, visando diminuir seu mal-estar e queixas álgicas. Nos casos No puerpério mediato, a puérpera permanecerá no alojamento
de curetagem, preparar a sala para o procedimento. conjunto até a alta hospitalar. Neste setor, inicia os cuidados com o
A involução uterina promove a vasoconstrição, controlando a bebê, sob supervisão e orientação da equipe de enfermagem – o
perda sanguínea. Nesse período, é comum a mulher referir cólicas. que lhe possibilita uma assistência e orientação integral.
O útero deve estar mais ou menos 15 cm acima do púbis, duro No alojamento conjunto, a assistência prestada pelo auxiliar de
e globoide pela contração, formando o globo de segurança de Pi- enfermagem baseia-se em observar e registrar o estado geral da
nard em resposta à contratilidade e retração de sua musculatura. puérpera, dando continuidade aos cuidados iniciados no puerpério
A total involução uterina demora de 5 a 6 semanas, sendo mais rá- imediato, em intervalos mais espaçados. Deve também estimular
pida na mulher sadia que teve parto normal e está em processo de a deambulação precoce e exercícios ativos no leito, bem como ob-
amamentação. servar o estado das mamas e mamilos, a sucção do recém-nascido
Os lóquios devem ser avaliados quanto ao volume (grande ou (incentivando o aleitamento materno), a aceitação da dieta e as ca-
pequeno), aspecto (coloração, presença de coágulos, restos placen- racterísticas das funções fisiológicas, em vista da possibilidade de
tários) e odor (fétido ou não). Para remoção efetiva dos coágulos, retenção urinária e constipação, orientando sobre a realização da
deve-se massagear levemente o útero e incentivar a amamentação higiene íntima após cada eliminação e enfatizando a importância
e deambulação precoces. da lavagem das mãos antes de cuidar do bebê, o que previne in-
De acordo com sua coloração, os lóquios são classificados fecções.
como sanguinolentos (vermelho vivo ou escuro – até quatro dias); O alojamento conjunto é um espaço oportuno para o auxiliar
serosanguinolentos (acastanhado – de 5 a 7 dias) e serosos (seme- de enfermagem desenvolver ações educativas, buscando valorizar
lhantes à “salmoura” – uma a três semanas). as experiências e vivências das mães e, com as mesmas, realizando
A hemorragia puerperal é uma complicação de alta incidência atividades em grupo de forma a esclarecer dúvidas e medos. Essa
de mortalidade materna, tendo como causas a atonia uterina, la- metodologia propicia a detecção de problemas diversos (emocio-
cerações do canal vaginal e retenção de restos placentários. É im- nais, sociais, etc.), possibilitando o encaminhamento da puérpera
portante procurar identificar os sinais de hemorragia – de quinze e/ou família para uma tentativa de solução.
em quinze minutos – e avaliar rotineiramente a involução uterina O profissional deve abordar assuntos com relação ao relaciona-
através da palpação, identificando a consistência. Os sinais dessa mento mãe-filho-família; estímulo à amamentação, colocando em
complicação são útero macio (maleável, grande, acima do umbigo), prática a técnica de amamentação; higiene corporal da mãe e do
lóquios em quantidades excessivas (contendo coágulos e escorren- bebê; curativo da episiorrafia e cicatriz cirúrgica; repouso, alimen-
do num fio constante) e aumento das frequências respiratória e car- tação e hidratação adequada para a nutriz; uso de medicamentos
díaca, com hipotensão. nocivos no período da amamentação, bem como álcool e fumo; im-
portância da deambulação para a involução uterina e eliminação de
Caso haja suspeita de hemorragia, o auxiliar de enfermagem flatos (gases); e cuidados com recém-nascido.
deve avisar imediatamente a equipe, auxiliando na assistência para A mama é o único órgão que após o parto não involui, enchen-
reverter o quadro instalado, atentando, sempre, para a possibilida- do- se de colostro até trinta horas após o parto. A apojadura, que
de de choque hipovolêmico. Deve, ainda, providenciar um acesso consiste na descida do leite, ocorre entre o 3º ou 4º dia pós-parto.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A manutenção da lactação depende do estímulo da sucção dos Classificação de Acordo com o Peso
mamilos pelo bebê. A Organização Mundial de Saúde define como RN de baixo-pe-
so todo bebê nascido com peso igual ou inferior a 2.500 gramas.
As mamas também podem apresentar complicações: Como nessa classificação não se considera a IG, estão incluídos tan-
-ingurgitamento mamário - em torno do 3º ao 7º dia pós-parto, to os bebês prematuros quanto os nascidos a termo.
a produção láctea está no auge, ocasionando o ingurgitamento ma-
mário. O auxiliar de enfermagem deve estar atento para as seguin- Em nosso país, o número elevado de bebês nascidos com peso
tes condutas: orientar sobre a pega correta da aréola e a posição igual ou inferior a 2.500 gramas - baixo peso ao nascimento - cons-
adequada do recém-nascido durante a mamada; o uso do sutiã fir- titui- se em importante problema de saúde. Nesse grupo há um ele-
me e bem ajustado; e a realização de massagens e ordenha sempre vado percentual de morbimortalidade neonatal, devido à não dis-
que as mamas estiverem cheias; ponibilidade de assistência adequada durante o pré-natal, o parto e
-rachaduras e/ou fissuras - podem aparecer nos primeiros dias o puerpério e/ou pela baixa condição socioeconômica e cultural da
de amamentação, levando a nutriz a parar de amamentar. família, o que pode acarretar graves consequências sociais.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Características Anatomofisiológicas dos RNS a) Eritema tóxico - consiste em pequenas lesões avermelhadas,
Os RNs possuem características anatômicas e funcionais pró- emelhantes a picadas de insetos, que aparecem em geral após o 2º
prias. dia de vida. São decorrentes de reação alérgica aos medicamentos
O conhecimento dessas características possibilita que a assis- usados durante o trabalho de parto ou às roupas e produtos utiliza-
tência aos neonatos seja planejada, executada e avaliada de for- dos para a higienização dos bebês.
ma a garantir o atendimento de suas reais necessidades. Também b) Millium - são glândulas sebáceas obstruídas que podem es-
permite a orientação aos pais a fim de capacitá-los para o cuidado tar presentes na face, nariz, testa e queixo sob a forma de pequenos
após a alta. pontos brancos.
O peso dos bebês é influenciado por diversas condições asso- c) Manchas mongólicas - manchas azuladas extensas, que apa-
ciadas à gestação, tais como fumo, uso de drogas, paridade e ali- recem nas regiões glútea e lombossacra. De origem racial – apare-
mentação materna. cem em crianças negras, amarelas e índias - costumam desaparecer
Os RNs apresentam durante os cinco primeiros dias de vida com o decorrer dos anos.
uma diminuição de 5 a 10% do seu peso ao nascimento, chamada d) Petequeias - pequenas manchas arroxeadas, decorrentes de
de perda ponderal fisiológica, decorrente da grande eliminação de fragilidade capilar e rompimento de pequenos vasos. Podem apare-
líquidos e reduzida ingesta.. Entre o 8º (RN a termo) e o 15º dia (RNs cer como consequência do parto, pelo atrito da pele contra o canal
prematuros) de vida pós-natal, os bebês devem recuperar o peso de do parto, ou de circulares de cordão — quando presentes na re-
nascimento. gião do pescoço. Estão também associadas a condições patológicas,
Estudos realizados para avaliação do peso e estatura dos RNs como septicemia e doenças hemolíticas graves.
brasileiros, indicam as seguintes médias no caso dos neonatos a ter- e) Cianose - quando localizada nas extremidades (mãos e pés)
mo: 3.500g/ 50cm para os bebês do sexo masculino e 3.280g/49,- e/ ou na região perioral e presente nas primeiras horas de vida, é
6cm para os do sexo feminino. Tais estudos mostraram também que considerada como um achado normal, em função da circulação pe-
a média do perímetro cefálico dos RNs a termo é de 34-35 cm. Já riférica, mais lenta nesse período. Pode também ser causada por
o perímetro torácico deve ser sempre 2- 3cm menor que o cefálico hipotermia, principalmente em bebês prematuros. Quando genera-
(Navantino, 1995). lizada é uma ocorrência grave, que está em geral associada a distúr-
Os sinais vitais refletem as condições de homeostase dos be- bios respiratórios e/ou cardíacos.
bês, ou seja, o bom funcionamento dos seus sistemas respiratório, f) Icterícia - coloração amarelada da pele, que aparece e evo-
cardiocirculatório e metabólico; se os valores encontrados estive- lui no sentido craniocaudal, que pode ter significado fisiológico ou
rem dentro dos parâmetros de normalidade, temos a indicação de patológico de acordo com o tempo de aparecimento e as condições
que a criança se encontra em boas condições no que se refere a associadas. As icterícias ocorridas antes de 36 horas de vida são em
esses sistemas. geral patológicas e as surgidas após esse período são chamadas de
Os RNs são extremamente termolábeis, ou seja, têm dificulda- fisiológicas ou próprias do RN.
de de manter estável a temperatura corporal, perdendo rapidamen- g) Edema - o de membros inferiores, principalmente, é encon-
te calor para o ambiente externo quando exposto ao frio, molhado trado com frequência em bebês prematuros, devido as suas limi-
ou em contato com superfícies frias. Além disso, a superfície corpo- tações renais e cardíacas decorrentes da imaturidade dos órgãos.
ral dos bebês é relativamente grande em relação ao seu peso e eles O edema generalizado (anasarca) ocorre associado à insuficiência
têm uma capacidade limitada para produzir calor. cardíaca, insuficiência renal e distúrbios metabólicos.
A atitude e a postura dos RNs, nos primeiros dias de vida, re-
fletem a posição em que se encontravam no útero materno. Por Os cabelos do RN a termo são em geral abundantes e sedosos;
exemplo, os bebês que estavam em apresentação cefálica tendem a já nos prematuros são muitas vezes escassos, finos e algodoados.
manter-se na posição fetal tradicional - cabeça fletida sobre o tron- A implantação baixa dos cabelos na testa e na nuca pode estar
co, mãos fechadas, braços flexionados, pernas fletidas sobre as co- associada à presença de malformações cromossômicas.
xas e coxas, sobre o abdômen. Alguns bebês podem também apresentar lanugem, mais fre-
A avaliação da pele do RN fornece importantes informações quentemente observada em bebês prematuros.
acerca do seu grau de maturidade, nutrição, hidratação e sobre a As unhas geralmente ultrapassam as pontas dos dedos ou são
presença de condições patológicas. incompletas e até ausentes nos prematuros.
A pele do RN a termo, AIG e que se encontra em bom estado de Ao nascimento os ossos da cabeça não estão ainda completa-
hidratação e nutrição, tem aspecto sedoso, coloração rosada (nos mente soldados e são separados por estruturas membranosas de-
RNs de raça branca) e/ou avermelhada (nos RNs de raça negra), tur- nominadas suturas. Assim, temos a sagital (situada entre os ossos
gor normal e é recoberta por vernix caseoso. parietais), a coronariana (separa os ossos parietais do frontal) e a
Nos bebês prematuros, a pele é fina e gelatinosa e nos bebês lambdoide (separa os parietais do occipital).
nascidos pós-termo, grossa e apergaminhada, com presença de Entre as suturas coronariana e sagital está localizada a grande
descamação — principalmente nas palmas das mãos, plantas dos fontanela ou fontanela bregmática, que tem tamanho variável e só
pés — e sulcos profundos. Têm também turgor diminuído. se fecha por volta do 18º mês de vida. Existe também outra fonta-
Das inúmeras características observadas na pele dos RNs desta- nela, a lambdoide ou pequena fontanela, situada entre as suturas
camos as que se apresentam com maior frequência e sua condição lambdoide e sagital. É uma fontanela de pequeno diâmetro, que em
ou não de normalidade. geral se apresenta fechada no primeiro ou segundo mês de vida.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A presença dessas estruturas permite a moldagem da cabeça A observação do abdômen do bebê permite também a avalia-
do feto durante sua passagem no canal do parto. Esta moldagem ção do seu padrão respiratório, uma vez que a respiração do RN é
tem caráter transitório e é também fisiológica. Além dessas, outras do tipo abdominal.
alterações podem aparecer na cabeça dos bebês como consequên- A cada incursão respiratória pode-se ver a elevação e descida
cia de sua passagem pelo canal de parto. Dentre elas temos: da parede abdominal, com breves períodos em que há ausência de
a) Cefalematoma - derrame sanguíneo que ocorre em função movimentos.
do Esses períodos são chamados de pausas e constituem um acha-
Rompimento de vasos pela pressão dos ossos cranianos contra do normal, pois a respiração dos neonatos tem um ritmo irregular.
a Essa irregularidade é observada principalmente nos prematuros.
Estrutura da bacia materna. Tem consistência cística (amoleci- A genitália masculina pode apresentar alterações devido à pas-
da com a sensação de presença de líquidos), volume variável e não sagem de hormônios maternos pela placenta que ocasionam, com
atravessa as linhas das suturas, ficando restrito ao osso atingido. frequência, edema da bolsa escrotal, que assim pode manter-se até
Aparece com mais frequência na região dos parietais, são dolorosos vários meses após o nascimento, sem necessidade de qualquer tipo
à palpação e podem levar semanas para ser reabsorvidos. de tratamento.
A palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença dos
b) Bossa serossanguínea - consiste em um edema do couro ca- testículos, pois podem se encontrar nos canais inguinais. A glande
beludo, com sinal de cacifo positivo cujos limites são indefinidos, está sempre coberta pelo prepúcio, sendo então a fimose uma con-
não respeitando as linhas das suturas ósseas. Desaparece nos pri- dição normal. Deve-se observar a presença de um bom jato urinário
meiros dias de vida. no momento da micção.
A transferência de hormônios maternos durante a gestação
Os olhos dos RN podem apresentar alterações sem maior signi- também é responsável por várias alterações na genitália feminina.
ficado, tais como hemorragias conjuntivais e assimetrias pupilares. A que mais chama a atenção é a genitália em couve-flor. Pela esti-
As orelhas devem ser observadas quanto à sua implantação mulação hormonal o hímen e os pequenos lábios apresentam-se
que deve ser na linha dos olhos. Implantação baixa de orelhas é um hipertrofiados ao nascimento não sendo recobertos pelos grandes
achado sugestivo de malformações cromossômicas. lábios. Esse aspecto está presente de forma acentuada nos prema-
No nariz, a principal preocupação é quanto à presença de turos.
atresia de coanas, que acarreta insuficiência respiratória grave. A É observada com frequência a presença de secreção vaginal, de
passagem da sonda na sala de parto, sem dificuldade, afasta essa aspecto mucoide e leitoso. Em algumas crianças pode ocorrer tam-
possibilidade. bém sangramento via vaginal, denominado de menarca neonatal
A boca deve ser observada buscando-se avaliar a presença de ou pseudomenstruação.
dentes precoces, fissura labial e/ou fenda palatina. Em relação ao ânus, a principal observação a ser feita diz res-
O pescoço dos RNs é em geral curto, grosso e tem boa mobi- peito à permeabilidade do orifício. Essa avaliação pode ser realizada
lidade. pela visualização direta do orifício anal e pela eliminação de me-
Diminuição da mobilidade e presença de massas indicam pato- cônio nas primeiras horas após o nascimento. Outro ponto impor-
logia, o que requer uma avaliação mais detalhada. tante refere-se às eliminações vesicais e intestinais. O RN elimina
O tórax, de forma cilíndrica, tem como características principais urina várias vezes ao dia. A primeira diurese deve ocorrer antes de
um apêndice xifoide muito proeminente e a pequena espessura de completadas as primeiras 24 horas de vida, apresentando, como
sua parede. características, grande volume e coloração amarelo-clara. As pri-
Muitos RNs, de ambos os sexos, podem apresentar hipertrofia meiras fezes eliminadas pelos RNs consistem no mecônio, formado
das glândulas mamárias, como consequência da estimulação hor- intrauterinamente, que apresenta consistência espessa e coloração
monal materna recebida pela placenta. Essa hipertrofia é bilateral. verde-escura. Sua eliminação deve ocorrer até às primeiras 48 ho-
Quando aparece em apenas uma das glândulas mamárias, em ras de vida. Quando a criança não elimina mecônio nesse período é
geral é consequência de uma infecção por estafilococos. preciso uma avaliação mais rigorosa pois a ausência de eliminação
de mecônio nos dois primeiros dias de vida pode estar associada
O abdômen também apresenta forma cilíndrica e seu diâmetro a condições anormais (presença de rolha meconial, obstrução do
é 2-3 cm menor que o perímetro cefálico. Em geral, é globoso e suas reto).
paredes finas possibilitam a observação fácil da presença de hérnias Com o início da alimentação, as fezes dos RNs vão assumindo
umbilicais e inguinais, principalmente quando os bebês estão cho- as características do que se costuma denominar fezes lácteas ou
rando e nos períodos após a alimentação. fezes do leite.
A distensão abdominal é um achado anormal e quando ob- As fezes lácteas têm consistência pastosa e coloração que pode
servada deve ser prontamente comunicada, pois está comumente variar do verde, para o amarelo esverdeado, até a coloração ama-
associada a condições graves como septicemia e obstruções intes- relada. Evacuam várias vezes ao dia, em geral após a alimentação.
tinais.
O coto umbilical, aproximadamente até o 4º dia de vida, apre- Referência
senta- se com as mesmas características do nascimento - coloração Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e
branca- azulada e aspecto gelatinoso. Após esse período, inicia-se da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na
o processo de mumificação, durante o qual o coto resseca e passa Saúde. Projeto de profissionalização dos Trabalhadores da Área
a apresentar uma coloração escurecida. A queda do coto umbilical de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem:
ocorre entre o 6° e o 15º dia de vida. cadernos do aluno: saúde da mulher, da criança e do adolescen-
te / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na • A ocorrência de acidentes e/ou doenças relacionadas ao tra-
Saúde, Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de balho, que acometam trabalhadores inseridos tanto no mercado
Enfermagem. - 2. Ed., 1.a reimpr. - Brasília: Ministério da Saúde; formal como informal de trabalho;
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. • Analisar os dados obtidos;
SAÚDE DO ADULTO • Desenvolver ações educativas em Saúde do Trabalhador;
• Em caso de acidente ou doença relacionada com o trabalho,
ADULTO SAUDÁVEL deverão ser adotadas as seguintes condutas:
Os serviços e ações de saúde que estão mais próximos dos in- • condução clínica do caso de menor complexidade
divíduos, famílias e coletividades, são de responsabilidade da Aten- • encaminhamento dos casos de maior complexidade para os
ção Básica, particularmente do nível primário, com a proposta de RST
ser o primeiro elemento de um processo permanente de assistência • notificação dos casos mediante instrumentos do setor saúde
sanitária. (Portaria GM/MS 777/2004)
Nesta estratégia é proposto o aumento da disponibilidade e - ACIDENTE DO TRABALHO - É o que ocorre pelo exercício do
acessibilidade dos mesmos para a melhoria da qualidade de vida trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
da população. cause a morte, perda ou redução da capacidade permanente ou
A rede de Atenção Básica do Município de São Paulo oferece, temporária para o trabalho.
dentre outros, serviços programáticos, assistência à mulher, à crian- - CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho ou agravo à saú-
ça/adolescente, à Pessoa Idosa e ao adulto. de relacionado ao trabalho, Lei 8213/91 que dispõe sobre a obriga-
Assim, assume a questão básica do atendimento integral. toriedade da notificação dos acidentes.
As diretrizes do trabalho voltado à saúde do adulto são organi- - DOENÇA RELACIONADA AO TRABALHO - Adquirida ou desen-
zadas mediante os indicadores de morbimortalidade e os de riscos cadeada em função de condições especiais em que o trabalho é re-
para a saúde neste período da vida. As ações são programadas para alizado e com ele se relaciona diretamente.
uma ampla aplicação no sistema básico de assistência, alta eficácia - DOENÇA PROFISSIONAL - Produzida ou desencadeada pelo
na resolução de problemas específicos de saúde, baixos custos e exercício do trabalho peculiar à determinada atividade.
complexidade tecnológica, considerando a característica de cada
região. Cuidados de enfermagem para Saúde do Trabalhador
Para a normatização dos serviços de enfermagem na Atenção Avaliar os aspectos ergonômicos, de higiene e segurança do
Básica quanto a Saúde do Adulto, é imprescindível que seja organi- trabalho considerando os riscos ocupacionais presentes e propor
zada em caráter multidisciplinar, que reconheça o adulto saudável, estratégias que possam ser utilizadas para tornar o ambiente me-
os fatores de risco, o grau de vulnerabilidade e a partir deste ponto nos insalubre, afim de não interferir na saúde do trabalhador.
planejar ações e serviços a serem prestados. Exemplos de Fatores de Risco para os Trabalhadores:
A vigilância é uma ação fundamental para promoção da saúde. • Iluminação e ventilação inadequadas.
Detectar condições de falta de saúde no adulto perpassa pelo en- • Temperatura ambiente inadequada (ideal entre 20 a 23°C).
tendimento da rotina dele, como: atividade física (sedentarismo), • Higienização precária ou ausente das mãos.
cultura, alimentação, abuso de álcool, tabaco e outras drogas, tra- • Ausência de gerenciamento de resíduos.
balho, moradia, nível educacional e condições socioeconômicas. • Trabalho noturno – altera o ritmo circadiano causando distúr-
Dentre estes elementos é necessário estar alerta aos fatores de ris- bios do sono e da vigília.
co para a saúde, para identificá-los e buscar modificá-los evitando o • O rodízio de escalas de turnos noturnos e diurnos, finais de
aparecimento de doenças. semana e feriados também é prejudicial.
• Não utilização de barreiras ou EPIs apropriados.
SAÚDE DO TRABALHADOR • Dupla ou tripla jornada de trabalho.
As ações de Saúde do Trabalhador, nos termos da Política Na- • Longas jornadas de trabalho.
cional para a rede de serviços, devem ser assumidas pelo Sistema • Conflitos de relacionamento interpessoal no trabalho e vida
como um todo, tendo como porta de entrada a rede básica de saú- social.
de e como retaguarda técnica os Centros de Referência em Saúde • Exposição a agentes físicos, químicos e biológicos.
do Trabalhador e os níveis mais complexos desse Sistema. • Ambiente de trabalho estressante.
A Atenção Primária à Saúde, na abordagem do trabalhador
deverá promover ações pautadas, sobretudo na identificação de -NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
riscos, danos, necessidades, condições de vida e trabalho, que de- 1. Acidente com exposição a material biológico relacionado ao
terminam as formas de adoecer e morrer dos trabalhadores. trabalho.
São atribuições gerais da equipe na atenção primária à saúde: 2. Acidente de trabalho com mutilações.
Identificar e registrar: 3. Acidente de trabalho em crianças e adolescentes.
• A população economicamente ativa, por sexo e faixa etária, 4. Acidente de trabalho fatal.
além das atividades produtivas existentes na área, assim como ris- 5. Câncer Relacionado ao Trabalho.
cos potenciais e perigos para a saúde do trabalhador, da população 6. Dermatoses ocupacionais.
e do meio ambiente; 7. Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
• A existência de trabalho precoce – crianças e adolescentes (DORT).
menores de 16 anos, que realizam qualquer atividade de trabalho, 8. Influenza humana.
independentemente de remuneração, que frequentam ou não a 9. Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) relacionada ao tra-
escola; balho.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
VIDA SAUDÁVEL
A identificação de um adulto saudável está relacionada com atividades inseridas nas relações que ele tem com o trabalho, em casa
com a família, no seu ambiente social, nas suas ações recreativas. Estes aspectos combinam entre si e influenciam a saúde individual física,
mental, social e espiritual, ajudando a manter o corpo em forma e a mente alerta.
O estilo de vida saudável deve ser desenvolvido o mais cedo possível, mantido durante a vida adulta e idade madura, pois na medida
em que o corpo envelhece iniciam-se as alterações nos músculos e nas articulações e um declínio na sensação de “força” física. A manu-
tenção de um bom estilo de vida pode ajudar a evitar e proteger de doenças e/ou impedir que as doenças crônicas, se instaladas, piorem.
Quando se trata da saúde de uma pessoa, a genética desempenha um papel importante, no entanto, quando há predisposição para
uma determinada condição ou doença já diagnosticada, pode-se reduzir seus riscos e gerir melhor a sua condição com mudança de estilo
de vida.
Um estilo de vida saudável inclui dentre muitos fatores:
• Saúde preventiva
• Boa nutrição
• Controle do peso
• Recreação
• Exercícios regulares e
• Evitar substâncias nocivas ao organismo
Alimentação saudável
A promoção da alimentação saudável é uma diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e uma das prioridades para a
segurança alimentar e nutricional dos brasileiros.
Uma alimentação saudável é aquela que reúne os seguintes atributos: é acessível e não é cara, valoriza a variedade, as preparações
alimentares usadas tradicionalmente, é harmônica em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e sanitariamente segura.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Abandono / redução do consumo de bebidas alcoólicas Indivíduos que fumam mais de vinte cigarros por dia têm risco
Nos indivíduos com hábito de ingestão de quantidades maiores cinco vezes maior de morte súbita que indivíduos não fumantes.
de álcool, propõe-se que cada progresso no sentido de redução seja O tabagismo age sinergicamente com os contraceptivos orais,
apontado como positivo, e que gradualmente se alcance a situação aumentando consideravelmente o risco de doença arterial corona-
de abandono do hábito. riana.
A relação entre o alto consumo de bebida alcoólica e a elevação Adicionalmente, colabora para os efeitos adversos da terapêu-
da pressão arterial tem sido relatada em estudos observacionais, e tica de redução de lipídios e induz a resistência ao efeito de fárma-
a redução da ingestão de álcool pode reduzir a pressão arterial em cos anti-hipertensivos.
homens normotensos e hipertensos, que consomem grandes quan- Além disso, há clara associação entre tabagismo e doenças
tidades de bebidas alcoólicas. pulmonares crônicas, assim como a neoplasia pulmonar. Deve ser
Recomenda-se avaliar a necessidade de encaminhamento aos instituído o aconselhamento precoce, insistente e consistente até o
Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS/AD) nas abandono definitivo.
situações de falta de controle quanto à ingestão.
• Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jan- Orientações para abandono do tabagismo
tar) e dois lanches saudáveis por dia.
•Não pule as refeições. Redução
•Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, Uma abordagem gradual para deixar de fumar é a redução.
milho, trigo, pães e massas), tubérculos como as batatas e raízes Reduzir significa contar os cigarros e fumar um número menor,
como a mandioca/macaxeira/aipim nas refeições. predeterminado, a cada dia.
•Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua for-
ma mais natural. Adiamento
•Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e ver- Uma segunda abordagem gradual para deixar de fumar é o
duras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas adiamento, que significa adiar a hora na qual o cliente começa a
sobremesas e lanches. fumar, por um número de horas predeterminado a cada dia. Ao co-
•Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco meçar a fumar em cada dia, o cliente não deve contar seus cigarros
vezes por semana. nem se preocupar em reduzir o número que fuma. Assim, ele deve
•Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteí- tomar a decisão de adiar a hora na qual começa a fumar por duas
nas e bom para a saúde. horas a cada dia, por seis dias, até a sua data de parar de fumar.
•Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma
porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Prática de Atividade Física
•Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes A prática regular de atividade física promove efeito protetor
da preparação torna esses alimentos mais saudáveis. para a doença cardiovascular.
•Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, A recomendação da atividade física como ferramenta de pro-
azeite, manteiga ou margarina. moção de saúde e prevenção de doenças baseia-se em parâmetros
•Fique atento aos rótulos dos alimentos e escolha aqueles com de frequência, duração, intensidade e modo de realização.
menores quantidades de gorduras trans. Portanto, a atividade física deve ser realizada durante, pelo me-
•Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos nos, 30 minutos, de intensidade moderada, na maior parte dos dias
doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como da semana (5) de forma contínua ou acumulada.
regra da alimentação. Realizando-se desta forma, obtêm-se os benefícios desejados à
•Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da saúde e a prevenção de doenças e agravos não transmissíveis, com
mesa. a redução do risco de eventos cardiocirculatórios, como infarto e
•Evite consumir alimentos industrializados com muito sal (só- acidente vascular cerebral.
dio) como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salga-
dinhos, conservas de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos. A orientação ao cliente deve ser clara e objetiva.
•Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por As pessoas devem incorporar a atividade física nas atividades
dia. rotineiras como caminhar, subir escadas, realizar atividades do-
•Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refei- mésticas dentro e fora de casa, optar, sempre que possível, pelo
ções. transporte ativo nas funções diárias, que envolvam pelo menos 150
•Dê preferência pelos temperos naturais, em substituição aos minutos/semana (equivalente a pelo menos 30 minutos realizados
temperos industriais que contém grande quantidade de sal. em 5 dias por semana).
O efeito da atividade de intensidade moderada realizada de for-
Abandono do tabagismo ma acumulada é o mesmo daquela realizada de maneira contínua,
O tabagismo é um poderoso fator de risco de doença cardio- isto é, os trinta minutos podem ser realizados em uma única sessão
vascular. ou em duas sessões de 15 minutos (ex: manhã e tarde) ou ainda,
Os hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimu- em três sessões de dez minutos (p.ex. manhã, tarde e noite). Dessa
lados a abandonar esse hábito por meio de aconselhamento e me- maneira, atenua-se ou elimina-se a principal barreira à aquisição
didas terapêuticas de suporte específicas. do hábito da realização da atividade física devido à falta de tempo.
É indispensável que o cliente tabagista assimile que este é,
isoladamente, o mais importante fator de risco modificável para a
doença coronariana.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Para prática de atividades moderadas não há necessidade da realização de avaliação cardiorrespiratória de esforço para indivíduos
iniciarem um programa de atividades físicas incorporado às atividades do dia a dia.
A avaliação médica e de esforço em indivíduos assintomáticos deve se restringir apenas a clientes com escore de Framingham (anexo
1) alto ou aqueles que desejem desenvolver programas de exercícios estruturados ou atividades desportivas que exijam níveis de atividade
física de alta intensidade.
Clientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos que interferem na frequência cardíaca, como betabloqueadores, devem ser
previamente submetidos à avaliação médica.
O exercício físico reduz a pressão arterial, além de produzir benefícios adicionais, tais como: coadjuvante no tratamento das dislipide-
mias, da resistência à insulina, do abandono do tabagismo e do controle do estresse.
Exercícios físicos tais como: caminhada, ciclismo, natação e corrida com duração de 30 a 45 minutos, três a cinco vezes por semana,
reduzem a pressão arterial de indivíduos hipertensos.
As Unidades Básicas de Saúde devem dispor de equipes aptas a orientar a realização de práticas corporais e de meditação:
• Lian Gong,
• Tai Chi Pai Lin,
• Xian Gong,
• Lien Ch´i,
• Dao Yin,
• I Qi Gong,
• Fio de Seda,
• Tai Chi Chuan,
• Chi Gong,
• meditação,
• ioga,
• dança circular e
• caminhada.
As práticas corporais e de meditação trazem benefício na prevenção e controle das afecções crônicas, uma vez que:
• São instrumentos importantes no aprendizado da sincronia entre ações e pensamentos, já que um de seus pressupostos é que a
forma (posturas e movimentos), a respiração e a intenção mental caminham na mesma direção.
• Melhoram o condicionamento cardiorrespiratório.
• Tonificam os músculos, favorecem a fixação do cálcio ósseo e a capacidade de função das articulações.
• Melhoram a aptidão física, favorecendo a independência de função no dia a dia.
• Contribuem para redução do estresse, depressão e insônia.
• Auxiliam nas iniciativas para manutenção ou redução do peso.
• Apresentam quase ausência de efeitos adversos.
Medidas Antiestresse
A redução do estresse psicológico é recomendável para diminuir a sobrecarga de influências neuro-humorais do sistema nervoso
central sobre a circulação.
Algumas medidas podem ser adotadas para se lidar com o estresse:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O índice de massa corporal (IMC) é o índice recomendado para a medida da obesidade em nível populacional. Além do grau do exces-
so de gordura, a sua distribuição regional no corpo interfere nos riscos associados ao excesso de peso. O excesso de gordura abdominal
representa maior risco do que o excesso de gordura corporal por si só. Esta situação é definida como obesidade androide, ao passo que a
distribuição mais igual e periférica é definida como distribuição ginecoide, com menores implicações à saúde do indivíduo (WORLD HEAL-
TH ORGANIZATION,1998).
A circunferência da cintura é importante fator de risco para doença coronariana e mortalidade por causas cardiovasculares. A obe-
sidade traz aos profissionais desafios para o entendimento de sua determinação, acompanhamento e apoio à população, nas diferentes
fases do curso de vida.
A redução da ingestão calórica leva à perda de peso e à diminuição da pressão arterial, mecanismo explicado pela queda da insuline-
mia, redução da sensibilidade ao sódio e diminuição da atividade do sistema nervoso autônomo simpático.
É importante salientar que além da dieta e da atividade física, o manejo da obesidade envolve abordagem comportamental, que deve
focar a motivação, condições para seguir o tratamento, apoio familiar, tentativas e insucessos prévios, tempo disponíveis e obstáculos para
as mudanças no estilo de vida.
VACINAÇÃO DO ADULTO
SCR
• Indicada para as pessoas nascidas a partir de 1960 e mulheres no puerpério. Caso a vacina não tenha sido aplicada na puérpera na
maternidade administrá-la na primeira visita ao serviço de saúde.
Febre Amarela
• Nas regiões onde houver indicação, de acordo com a situação epidemiológica. Reforço a cada dez anos.
Influenza
• Disponível na rede pública para pessoas com 60 anos ou mais de idade e aqueles em situação de risco específico.
dT
• Em caso de gravidez e na profilaxia do tétano após alguns tipos de ferimento, deve-se reduzir este intervalo para cinco anos.
BCG
• vacina contra a tuberculose.
dT
• vacina dupla, tipo adulto, contra a difteria e o tétano.
Indicação da Vacina Contra Hepatite B
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Câncer Bucal
O autoexame é principal forma de se identificar precocemente o aparecimento de lesões em tecidos moles da cavidade bucal que
podem sofrer malignização. Durante o autoexame realiza-se a palpação e inspeção de todo o tecido mole da boca, a saber; lábios, língua,
bochechas, assoalho bucal, palato duro e palato mole, gânglios linfáticos submandibulares e retroauriculares.
Lesões em tecidos moles da boca, ulceradas ou nodulares, que não regridam espontaneamente ou após a remoção de possíveis
fatores causais (como dentes fraturados, bordas cortantes em próteses, etc.) em no máximo 03 semanas, devem ser referenciadas para
diagnóstico em serviços de especialidades.
O álcool, particularmente as bebidas destiladas, e o tabaco, nas diversas formas de uso (cigarro, charuto, cachimbo) constituem os
principais fatores de risco para o câncer bucal.
Má higiene, as carências de vitaminas do tipo A e C, próteses mal adaptadas, deficiências imunológicas e a radiação solar também têm
sido apontados como fatores de risco para o câncer de boca.
A escova deve ser macia de cabeça pequena para alcance de todos os dentes.
Recomenda-se uma quantidade de creme dental fluoretado do tamanho de um grão de ervilha seca, colocado transversalmente so-
bre as cerdas da escova. A escova deve ser posicionada com as cerdas direcionadas para a raiz do dente, na altura do limite entre dente
e gengiva, fazendo movimentos vibratórios. O movimento deve ser repetido para cada dente, inclusive na superfície interna do dente.
A superfície de mastigação deve ser escovada com movimentos de vai e vem. A língua também deve ser escovada.
Lembrando-se da importância do fio dental, cada superfície dental deve ser limpa separadamente.
Com o fio enrolado na extremidade dos dedos médios, com o fio esticado, passar cuidadosamente entre os dentes, deslizando sobre
a superfície, penetrando ligeiramente na gengiva para remover a placa.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
HIPERTENSÃO ARTERIAL
DIABETES MELITO
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
ACOLHIMENTO E CAPTAÇÃO
É o trabalho realizado pelos membros da equipe de saúde, que têm como objetivo detectar a existência de fatores de risco e, precoce-
mente, novos casos de doenças junto à demanda espontânea, consultas, nas visitas domiciliárias, nos grupos educativos, sendo uma das
estratégias fundamentais para o controle de complicações e diminuição do número de internações hospitalares.
A visão dos serviços de saúde, para além da busca ativa de sinais e sintomas que pressuponham a instalação de doenças, deve pro-
porcionar uma abordagem, junto à clientela, através de várias oportunidades de aproximação e construção de vínculos, que possibilite a
revelação de dados do seu estilo de vida e seu conhecimento sobre fatores que possam desencadear maior ou menor qualidade de vida e
chance de diagnóstico de doenças, para que, sobretudo, permita a adequada medida de orientação e seguimento no serviço.
A doença cardiovascular aterosclerótica é, em termos proporcionais, a principal causa de mortalidade em países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Dois níveis de prevenção cardiovascular devem ser considerados, o populacional, a partir de intervenções orientadas
à promoção da saúde da população, e o individual, a partir do contexto clínico e dos fatores de risco cardiovascular. Nesta acepção, mais
importante que identificar um indivíduo como portador de diabetes, hipertensão ou dislipidemia, é caracterizá-lo em termos de seu risco
global (cardiovascular, cerebrovascular e renal), avaliando o resultado da soma dos riscos imposta pela presença e magnitude destes múl-
tiplos fatores.
A abordagem essencial para a prevenção primária é a redução de fatores de risco. Retardar a intervenção sobre estes fatores até que
se estabeleça o diagnóstico de comprometimento cardiovascular significa perder a oportunidade de prevenir eventos em pessoas cuja
apresentação inicial pode ser a morte súbita ou o surgimento de lesões incapacitantes.
Um terço das pessoas com infarto agudo do miocárdio pode morrer nas primeiras 24 horas de diagnóstico, e muitos sobreviventes
terão lesões graves e altamente comprometedoras da qualidade de vida, como insuficiência cardíaca, angina do peito, arritmias e risco
aumentado para morte súbita. Acrescente-se a isto o fato de que um terço dos novos eventos ocorre em indivíduos abaixo dos 65 anos;
portanto, todo este conjunto de evidências justifica plenamente as ações de prevenção primária das doenças cardiovasculares.
O adulto, principalmente o homem, tende a evitar o serviço de saúde, a menos que não esteja se sentindo bem. Os profissionais da
saúde na atenção primária, sempre que oportunizado o contato com o adulto, ao identificar dados de estilo de vida ou outros sinais de
alerta que indiquem risco para saúde, deve realizar a ação de acolhimento e captação e dar início à intervenção de caráter multidisciplinar.
A linha de cuidado para a especificidade da saúde do adulto está direcionada para as necessidades individuais e coletivas, permitindo
não só a condução oportuna dos clientes mediante suas possibilidades de diagnósticos, mas mediante a visão global das condições. Para
tanto, é necessário realizar ações de promoção, vigilância, prevenção e assistência para a recuperação.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Este capítulo tem como objetivo orientar as ações de enfermagem na atenção à saúde do adulto com ênfase na assistência às pessoas
com Hipertensão Arterial, Diabetes Melito, Dislipidemia e Obesidade, uma vez que a principal causa de morbimortalidade na população
brasileira são as doenças cardiovasculares.
A equipe de saúde tem como objetivo reduzir a morbimortalidade por essas doenças por meio da prevenção dos fatores de risco e,
através do diagnóstico precoce e tratamento adequado dos portadores, prevenir as complicações agudas e crônicas, principalmente com
ações educativas de promoção à saúde direcionada à população.
Os pressupostos acima apresentados consideraram o fato de que a promoção de programas educativos para doenças crônicas e de-
generativas pode reduzir bastante o número de hospitalizações, melhorar significativamente as complicações agudas e crônicas, além de
prevenir ou retardar o aparecimento de enfermidades. Seus objetivos principais são:
Abordar o adulto enquanto indivíduo produtivo para a sociedade prevenir complicações agudas e crônicas do diabetes mellitus e da
hipertensão arterial; Minimizar fatores de risco para doenças degenerativas; Conscientizar sobre a importância da adesão e da assiduidade
ao tratamento farmacológico.
No que tange à saúde do adulto, o cenário atual refere-se, especialmente, a formular e implementar políticas de saúde direcionadas à
assistência integral à saúde do adulto, segundo diretrizes do Ministério da Saúde para a área, além de contribuir para aumento na expec-
tativa e qualidade de vida por meio de uma rede articulada que atenda às necessidades da população. A efetivação de ações de atenção
à saúde do homem, voltadas à prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, manutenção, promoção e proteção da saúde,
conforme proposição da Política Nacional de Atenção Básica, tem representado um grande desafio para os profissionais que atuam na
área.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
dos doadores de sangue, esperma e órgãos, seguir corretamente Como a doença pode ser prevenida: as medidas de prevenção
as recomendações específicas para procedimentos que utilizam se concentram no combate do mosquito Aedes aegypti. Para isso, é
materiais perfurocortantes, usar EPIs (equipamentos de proteção preciso evitar o acúmulo de água parada em vasos, garrafas, pneus
individual) limpos e esterilizados ou descartáveis quando possível. e latas de lixo, impedindo o desenvolvimento do mosquito.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
B – Síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH): forma Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença
detectada apenas nas Américas, com sintomas como febre, dor não pode ser feito baseado apenas em sinais clínicos. Assim, é
muscular, dor abdominal, dor de cabeça intensa, náusea, vômito importante realizar exames sorológicos e laboratoriais, como a
e diarreia. dosagem das enzimas hepáticas, por exemplo.
Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
pertencente ao gênero Hantavirus. específico para a hepatite A. Dessa forma, são utilizados
Quem transmite a doença: o vírus causador da doença é medicamentos apenas para tratar os sintomas. Além disso, é
transmitido por roedores silvestres nos quais, aparentemente, a indicado que o paciente evite o consumo de álcool por um período
infecção por hantavírus não é letal. de 6 a 12 meses.
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser
geralmente se dá pela inalação de aerossóis formados a partir de prevenida com vacina. Outras medidas são manter o doente
fezes e urina de roedores. A infecção também pode ocorrer pela afastado temporariamente de suas atividades e garantir a
ingestão de alimentos e água contaminados pelo vírus e por meio higienização adequada das mãos e dos alimentos, assim como a
de escoriações ou mordidas provocadas por roedores. descontaminação dos objetos infectados.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas podem
aparecer de 4 a 60 dias após a contaminação. 3.1.6 Hepatite B
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o período A hepatite B é uma infecção viral que pode se desenvolver
de transmissibilidade é desconhecido. de forma assintomática (sem sintomas) ou sintomáticas (com
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da sintomas).
doença é feito com base na suspeita clínica, nas características Dentre os sintomas da doença estão febre, mal estar, dor
epidemiológicas da doença e nos resultados de exames laboratoriais. de cabeça, cansaço, fraqueza muscular, vômito, aversão a alguns
Como é o tratamento da doença: o tratamento normalmente alimentos e fumaça. Também pode haver a eliminação de urina
é feito em unidades de terapia intensiva, visando manter as funções escura e fezes esbranquiçadas, assim como o aumento do fígado
vitais do paciente. e do baço.
Como a doença pode ser prevenida: a doença pode Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus da
ser prevenida com medidas como controle da população de Hepatite B (HBV).
roedores, educação em saúde e descontaminação de ambientes Quem transmite a doença: a doença pode ser transmitida por
potencialmente contaminados. homens, chimpanzés e algumas espécies de pato e esquilo.
Como a doença é transmitida: a hepatite B pode ser transmitida
3.1.5 Hepatite A pelo contato sexual, por transfusões de sangue, por procedimentos
A hepatite A é uma infecção viral com sinais e sintomas de hemodiálise e pelo compartilhamento de escovas de dente,
variados. Durante a evolução da doença é possível identificar os aparelhos de barbear e seringas. Além disso, pode acontecer a
seguintes períodos: transmissão de mãe para filho durante a gestação.
A – Prodrômico ou pré-ictérico: tem duração de Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas
aproximadamente 7 dias e é caracterizado por sintomas como aparecem de 30 a 180 dias.
febre, mal estar, dor de cabeça, cansaço, fraqueza muscular, A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente
vômito, aversão a alguns alimentos e fumaça etc. pode transmitir a hepatite B no período de 2 a 3 semanas antes
B – Ictérico: dura de 4 a 6 semanas e normalmente, é precedido do aparecimento dos primeiros sintomas, continuando por todo o
por um período de 2 a 3 dias de colúria (eliminação de urina tempo de evolução da doença que pode durar anos.
escura). Pode haver sintomas como febre, dor de cabeça, aumento Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença
do fígado e eliminação de fezes esbranquiçadas (hipocolia fecal). não pode ser feito baseado apenas em sinais clínicos. Assim, é
C – Convalescença: nesse período o paciente tem a sensação importante realizar exames sorológicos e laboratoriais, como a
de retorno do bem estar. Além disso, as fezes e a urina voltam a ter dosagem das enzimas hepáticas, por exemplo.
a coloração normal. Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
específico para a hepatite B. Dessa forma, são utilizados
Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus da medicamentos apenas para tratar os sintomas. Além disso, é
Hepatite A (HAV). indicado que o paciente mantenha repouso até a normalização das
Quem transmite a doença: a doença pode ser transmitida pelo enzimas hepáticas.
homem e alguns primatas como saguis e chimpanzés. Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da hepatite
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença pode B envolve ações como o uso de preservativos, a testagem de
acontecer de várias formas, as principais são pela ingestão de água doadores de sangue e o não compartilhamento de objetos como
ou alimentos contaminados ou pelo contato com o doente ou com seringas, aparelhos de barbear etc.
objetos infectados.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas podem 3.1.7 Hepatite C
aparecer de 15 a 45 dias após a contaminação pelo vírus. A hepatite C é uma doença viral que pode se desenvolver
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente de forma assintomática (sem sintomas) ou sintomáticas (com
pode transmitir a hepatite A no período da segunda semana antes sintomas).
do aparecimento dos sintomas até o final da segunda semana da
doença.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Dentre os sintomas da doença estão febre, mal estar, dor Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
de cabeça, cansaço, fraqueza muscular, vômito, aversão a alguns específico para a hepatite D. É indicado que o paciente mantenha
alimentos e fumaça. Também pode haver a eliminação de urina repouso até a normalização das enzimas hepáticas.
escura e fezes esbranquiçadas, assim como o aumento do fígado Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da hepatite
e do baço. D envolve ações como o uso de preservativos, a testagem de
Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus da doadores de sangue e o não compartilhamento como seringas,
Hepatite C (HCV). aparelhos de barbear, agulhas, entre outros. A vacina contra a
Quem transmite a doença: a doença é transmitida por homens hepatite B pode reduzir o número de casos de hepatite D.
e chimpanzés.
Como a doença é transmitida: a hepatite C pode ser 3.1.9 Hepatite E
transmitida pelo contato sexual, por transfusões de sangue e A hepatite E é uma infecção viral que pode se desenvolver de
pelo compartilhamento de agulhas e seringas. Além disso, pode assintomática (sem sintomas) ou sintomática, com sintomas muitos
acontecer a transmissão de mãe para filho durante o parto. semelhantes aos da hepatite A, permitindo identificar os seguintes
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas períodos:
aparecem em 15 a 150 dias. A – Prodrômico ou pré-ictérico: tem duração de 3 a 4 dias e é
caracterizado por sintomas como febre, mal estar, dor de cabeça,
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente cansaço, fraqueza muscular, vômito e desconforto abdominal.
pode transmitir a hepatite C no período de 1 semana antes do B – Ictérico: caracterizado não só pela icterícia (coloração
aparecimento dos primeiros sintomas, continuando enquanto o amarelada da pele), mas também pela eliminação de urina escura e
vírus causador da doença for detectado em seu sangue. fezes esbranquiçadas, além do aumento do fígado.
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença
não pode ser feito baseado apenas em sinais clínicos. Assim, é C – Convalescença: nesse período o paciente tem a sensação
importante realizar exames sorológicos e laboratoriais, como a de retorno do bem estar. Além disso, as fezes e a urina voltam a ter
dosagem das enzimas hepáticas, por exemplo. a coloração normal.
Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
específico para a hepatite C. É indicado que o paciente mantenha Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus da
repouso até a normalização das enzimas hepáticas. Hepatite E (HEV).
Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da hepatite Quem transmite a doença: normalmente, a doença é
C envolve ações como o uso de preservativos, a testagem de transmitida pelo homem. No entanto, existem relatos da presença
doadores de sangue e o não compartilhamento como seringas e do vírus em suínos, bovinos, cães, galinhas, roedores e primatas.
agulhas. Como a doença é transmitida: a forma mais comum de
3.1.8 Hepatite D transmissão da hepatite E é pela ingestão de água e alimentos
A hepatite D é uma infecção viral que pode se desenvolver de contaminados pelo vírus.
forma crônica, apresentando ou não sinais e sintomas. Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas
Geralmente, a doença crônica se manifesta por períodos de costumam aparecer no período de 14 a 60 dias após a contaminação.
febre, icterícia (aumento da bilirrubina no sangue resultando na cor A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente
amarelada da pele, fraqueza muscular e principalmente, aumento pode transmitir a hepatite E no período da segunda semana antes
do fígado. do aparecimento dos sintomas até o final da segunda semana da
Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus doença.
da Hepatite D ou Delta (HDV). O vírus da hepatite D pode ser Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença
transmitido juntamente com o vírus da hepatite B, gerando sinais e não pode ser feito baseado apenas em sinais clínicos. Assim, é
sintomas semelhantes ao da hepatite A. importante realizar exames sorológicos e laboratoriais, como a
Quem transmite a doença: a doença é transmitida pelo dosagem das enzimas hepáticas, por exemplo.
homem doente. Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
Como a doença é transmitida: a hepatite D pode ser transmitida específico para a hepatite E. É indicado que o paciente mantenha
da mesma forma que a hepatite B, ou seja, pelo contato sexual, repouso até a normalização das enzimas hepáticas.
por transfusões de sangue e pelo compartilhamento de agulhas, Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da hepatite
seringas, escovas de dente etc. E envolve ações como manter o doente afastado temporariamente
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem de suas atividades e garantir a higienização adequada das mãos
em 30 a 180 dias após a contaminação pelo vírus. e dos alimentos, assim como a descontaminação dos objetos
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente infectados.
pode transmitir a hepatite D no período de 1 semana antes do
aparecimento dos primeiros sintomas, continuando enquanto o 3.1.10 Herpes simples
vírus causador da doença for detectado em seu sangue. A herpes simples é uma infecção viral caracterizada pelo
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença aparecimento de lesões vesiculares acompanhadas de dor,
não pode ser feito baseado apenas em sinais clínicos. Assim, é ardência e coceira, em peles e mucosas da boca (herpes orolabial)
importante realizar exames sorológicos e laboratoriais, como a ou genitália (herpes anogenital).
dosagem das enzimas hepáticas, por exemplo. Quem causa a doença: a doença é causada pelo Herpes Simplex
Virus (HSV), dos tipos 1(causa infecções na face e no tronco) e 2
(causa infecções na genitália).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quem transmite a doença: a doença é transmitida pelo A – Influenza A: é encontrado em humanos, suínos, cavalos,
homem. aves e mamíferos marinhos.
Como a doença é transmitida: a transmissão do vírus se dá B – Influenza B: é encontrado exclusivamente em humanos.
pelo contato íntimo e direto com as lesões infectantes do doente. C – Influenza C: pode ser encontrado em humanos e suínos.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas
aparecem no período de 1 a 26 dias. Como a doença é transmitida: a forma mais comum de
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente transmissão da gripe se dá pelo contato de gotículas de saliva ou
pode transmitir a herpes de 4 a 12 dias após aparecerem os secreções do doente com as mucosas oral (mucosa da boca), nasal
primeiros sinais. (mucosa do nariz) ou ocular (mucosa dos olhos). Normalmente,
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença isso acontece quando levamos a mão contaminada com o vírus até
é feito com base nos sinais clínicos apresentados pelo paciente. essas regiões. Embora a transmissão de humano para humano seja
Também podem ser realizados testes citológicos. mais comum, também existem registros de transmissão do vírus de
Como é o tratamento da doença: o tratamento da herpes aves e suínos para o homem (gripe suína ou H1N1 e gripe aviária.
consiste na utilização de medicamentos. Em quanto tempo aparecem os sintomas: geralmente, os
Como a doença pode ser prevenida: a infecção é de difícil sintomas aparecem em 1 a 4 dias.
controle. O uso de preservativos masculinos e femininos pode A partir de quando a doença pode ser transmitida: o indivíduo
evitar a transmissão do vírus apenas nas áreas protegidas por eles. doente pode transmitir a doença no período de 2 dias antes do
aparecimentos dos sintomas até 5 dias depois.
3.1.11 Infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) Como é feito o diagnóstico da doença: como a gripe possui
O HPV também conhecido como verruga venérea ou crista de sintomas semelhantes a de outras enfermidades causadas por vírus
galo, é uma doença viral que se manifesta frequentemente nos respiratórios, o diagnóstico da doença só é possível com a realização
genitais de homens e mulheres por meio do surgimentos de lesões de exames laboratoriais das secreções do indivíduo doente.
únicas ou múltiplas, localizadas ou difusas de tamanho variável. Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença inclui
Quem causa a doença: a doença é causada pelo Papiloma Vírus medidas como repouso e hidratação, além do uso de antitérmicos e
Humano (HPV), que tem ganhado destaque por estar possivelmente de medicamentos específicos para tratar a Influenza.
relacionado ao desenvolvimento do câncer. Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de
Quem transmite a doença: a doença é transmitida pelo prevenção contra a doença é a vacinação. Outra ação bastante
homem doente. eficaz, é a higienização adequada das mãos antes de tocar a boca,
Como a doença é transmitida: a transmissão do vírus se dá o nariz e os olhos.
pelo contato direto com as lesões infectantes ou com objetos
contaminados. 3.1.13 Meningites virais
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem As meningites virais são infecções causadas por uma grande
período de 1 a 20 meses. variedade de vírus, caracterizadas por sintomas como dor de
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente cabeça, sensibilidade a luz, rigidez de nuca, náuseas, vômitos e
pode transmitir o HPV enquanto tiver lesões viáveis. febre.
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença Normalmente, a evolução dessas doenças é bem rápida e não
é feito com base nos sinais clínicos associados a exames sorológicos costuma causar complicação, a não ser no caso de indivíduos com a
para a detecção do vírus ou biópsias do tecido lesionado. imunidade comprometida.
Como é o tratamento da doença: o vírus HPV não pode ser Quem causa a doença: as meningites virais podem ser causadas
eliminado. Dessa forma, o tratamento se baseia na remoção das pelos seguintes vírus:
lesões com o uso de medicamentos ou com a aplicação de técnicas a) enterovírus (Echovirus e Coxsackievirus);
de cauterização. b) arbovírus (destacando o vírus da febre do Nilo Ocidental);
Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser c) vírus do Sarampo;
controla com o uso de preservativos masculinos e femininos d) vírus da caxumba;
e com a abstinência sexual durante o tratamento do doente, e) vírus da coriomeningite linfocítica;
interrompendo a cadeia de transmissão do vírus. f) vírus da AIDS (HIV-1);
g) adenovírus;
3.1.12 Influenza h) vírus do grupo herpes (Herpes Simples tipos 1 e 2, Varicela
A influenza, mais conhecida como gripe, é uma doença zoster, Epstein-Barr e citomegalovírus).
viral altamente contagiosa que acomete o sistema respiratório
de homens e mulheres, causando sintomas como febre, dores Quem transmite a doença: varia conforme o vírus causador.
musculares e tosse seca, além de dor de cabeça, calafrios, espirros Como a doença é transmitida: varia conforme o vírus causador.
e coriza. Em quanto tempo aparecem os sintomas: varia conforme o
Trata-se de uma infecção de grande importância, uma vez que vírus causador.
constitui uma das principais causas de hospitalização de idosos e A partir de quando a doença pode ser transmitida: varia
pacientes portadores de doenças crônicas. conforme o vírus causador.
Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus Influenza Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico das
dos tipos A, B e C. meningites é confirmado por exames laboratoriais realizados com
Quem transmite a doença: o transmissor da doença varia a amostra de líquor (líquido cefalorraquidiano) do doente.
conforme o tipo do vírus.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Como é o tratamento da doença: o tratamento inclui a avaliação A partir de quando a doença pode ser transmitida: o indivíduo
e o monitoramento clínicos, em alguns casos, acompanhado pelo infectado pode transmitir a doença no período de 6 a 7 dias antes
uso de drogas antivirais específicas. da manifestação dos sintomas até 9 dias após o aparecimento dos
Como a doença pode ser prevenida: a prevenção das mesmos. Na urina, o vírus pode ser encontrado até 14 dias depois
meningites virais envolve medidas gerais de higiene, assim como o o início da infecção.
tratamento precoce dos casos diagnosticados. Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a
partir dos sintomas apresentados pelo paciente e de resultados de
3.1.14 Mononucleose infecciosa exames laboratoriais.
A mononucleose infecciosa também chamada doença do beijo, Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença
é uma doença viral que atinge principalmente, pessoas com idade envolve repouso e o uso de medicamentos para febre e dor.
entre 15 e 25 anos. Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de
A doença pode se manifestar de forma assintomática (sem prevenção contra a doença é se vacinar antes da exposição ao vírus.
sintomas) ou por meio do surgimento de sinais como tosse, febre
alta, dor ao engolir, dor nas articulações, aumento dos linfonodos 3.1.16 Poliomielite
na região do pescoço, aumento discreto do fígado e do baço e A poliomielite ou paralisia infantil é uma doença viral
erupções cutâneas. contagiosa, caracterizada pelo início súbito de paralisia que se
Em geral, o paciente pode se reestabelecer em poucas manifesta na forma de infecções assintomáticas (sem sintomas)
semanas, mas em alguns casos, são necessários alguns meses até a ou com a presença de sintomas inespecíficos como febre, dor de
recuperação total. cabeça, tosse e coriza.
Quem causa a doença: a doença é causada pelo polivírus do
Quem causa a doença: a doença é provocada pelo vírus gênero Enterovirus.
Epstein-Barr (VEB). Quem transmite a doença: o homem.
Quem transmite a doença: o vírus é transmitido pelo homem. Como a doença é transmitida: a doença é transmitida de
Como a doença é transmitida: a transmissão se dá pelo contato pessoa para pessoa por meio do contato com água, alimentos e
com a saliva do indivíduo doente. Transmissões por contato sexual objetos contaminados por fezes ou secreções do doente.
são raras. Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas da
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem doença aparecem de 2 a 30 dias após a contaminação.
no período de 30 a 45 dias após a contaminação pelo vírus. A partir de quando a doença pode ser transmitida: acredita-se
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o indivíduo que a doença possa ser transmitida antes mesmo do surgimento
doente pode permanecer transmitindo a doença por um período dos sintomas.
igual ou maior que 12 meses. Como é feito o diagnóstico da doença: geralmente, o
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é diagnóstico se baseia na realização de exames laboratoriais em
realizado com base nos sinais clínicos associados aos resultados do amostras de fezes do doente.
exame sorológicos. Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
específico para a poliomielite. No entanto, é indicado que todos os
Como é o tratamento da doença: o tratamento dos casos casos sejam internados para tratamento de suporte.
sintomáticos (com sintomas) é feito com a administração de Como a doença pode ser prevenida: a medida mais eficaz para
medicamentos. a prevenção da doença é a vacinação.
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de
prevenção contra a doença é evitar o contato com a saliva do
indivíduo doente ou portador do vírus. ATENÇÃO
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
e convulsões. Os espasmos musculares progridem para paralisia, primeiros meses de gestação. Em geral, essa síndrome causa
causando retenção urinária, prisão de ventre e alterações abortos e malformações congênitas como surdez, catarata e
cardiorrespiratórias, evoluindo para a morte em poucos dias. doenças cardíacas.
A doença representa um grande problema de saúde, Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus perten-
principalmente porque pode ser transmitida por animais cente ao gênero Rubivirus.
domésticos como cães e gatos. Quem transmite a doença: o homem.
Quem causa a doença: a doença é causada pelo Vírus da Raiva Como a doença é transmitida: a doença é transmitida pelo
Humana, pertencente ao gênero Lyssavirus. contato direto com secreções nasofaríngeas (secreções provenien-
tes do nariz e garganta) eliminadas pelo doente.
Quem transmite a doença: o transmissor varia conforme a Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas
área do ciclo da doença. aparecem em 12 a 23 dias.
a) Área urbana: nas cidades, as principais fontes de infeção são A partir de quando a doença pode ser transmitida: o indivíduo
os cães e os gatos (reservatórios). doente pode transmitir a infecção no período de 5 a 7 dias antes
b) Área rural: nas zonas rurais, o vírus é transmitido por do surgimento de exantema maculopapular até 5 a 7 dias depois.
bovinos, equinos e outros. Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é
c) Área silvestre: no ambiente silvestre, o vírus pode ser realizado com base nos sinais clínicos apresentados pelo paciente e
transmitido por morcegos, raposas, coiotes, gatos do mato, nos resultados de exames laboratoriais.
jaritatacas, guaxinins, macacos e outros. Como é o tratamento da doença: não existe tratamento
específico para a rubéola. Geralmente, são utilizados medicamentos
Como a doença é transmitida: a doença é transmitida por meio apenas para aliviar os sintomas da doença.
de mordidas e arranhões produzidos por animais com a presença Como a doença pode ser prevenida: a principal medida para
do vírus na saliva, ou seja, infectados. Na literatura existem relatos prevenção da doença é a vacinação.
de transmissão de pessoa para pessoa por meio de transplante de
órgãos. 3.1.19 Sarampo
Em quanto tempo aparecem os sintomas: o período de O sarampo é uma infecção viral altamente contagiosa que se
incubação da doença é variável, podendo ser de dias até anos. Por desenvolve em três períodos bastante definidos:
exemplo, no homem os sintomas surgem em aproximadamente 45 a) Período prodrômico ou catarral: dura cerca de 6 dias com
dias. Já no cão, os sintomas costumam a aparecer por volta de 10 febre, tosse, corrimento nasal, conjuntivite e sensibilidade a luz. Ao
dias a 2 meses após a infecção. final do período, é comum surgirem pequenas manchas brancas na
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o período mucosa da boca (sinal de Koplik).
de transmissibilidade também varia de espécie para espécie. Sabe- b) Período exantemático: durante essa fase acontece os sinais
se que no caso dos cães e gatos, a presença do vírus na saliva pode do período prodrômico se tornam mais evidentes. Além disso,
ser percebida entre 2 a 5 dias após o surgimento dos primeiros aparece o exantema característico da doença (erupções cutâneas
sintomas. de cor avermelhada que acometem a face, o tronco e os membros).
Como é feito o diagnóstico da doença: a doença é facilmente c) Período de convalescença ou de descamação furfurácea:
diagnosticada quando os sinais e sintomas se manifestam após nesse período, as erupções se tornam mais escuras e começam a
o contato do paciente com um animal doente. A confirmação do descamar.
diagnóstico geralmente é feita por meio de exames sorológicos.
Como é o tratamento da doença: casos suspeitos e confirmados Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus do
da doença são tratados por meio da utilização do protocolo gênero Morbillivirus.
de tratamento de raiva humana, elaborado pela Secretaria de Quem transmite a doença: o homem.
Vigilância em Saúde. Esse protocolo envolve a indução ao coma, Como a doença é transmitida: a doença é transmitida pelo
o uso de antivirais, a reposição de enzimas e a manutenção das contato com as secreções eliminadas pelo doente ao tossir, falar
funções vitais do paciente. e espirrar.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas se
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida para manifestam em 7 a 18 dias.
prevenção da doença é a vacinação. A partir de quando a doença pode ser transmitida: o indivíduo
doente pode transmitir a infecção no período de 4 a 6 dias antes do
3.1.18 Rubéola surgimento de exantema até 4 dias depois.
A rubéola é uma infecção viral que causa febre baixa e Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença
exantema maculopapular (tipo de erupção cutânea) inicialmente, é realizado com base nos sinais clínicos apresentados pelo paciente
na face, no couro cabeludo e no pescoço, espalhando-se mais tarde e nos resultados de exames laboratoriais.
para o tronco e membros. Também podem ocorrer conjuntivite, Como é o tratamento da doença: geralmente, o tratamento
tosse e coriza. envolve o uso de antitérmicos e a manutenção da hidratação do
paciente.
A importância epidemiológica da doença está relacionada Como a doença pode ser prevenida: a principal medida para
ao risco de Síndrome da Rubéola Congênita que pode acontecer prevenção da doença é a vacinação.
quando a mulher grávida adquire a infecção durante os cinco
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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aparece o exantema maculopapular (erupções cutâneas com áreas Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a
avermelhadas) principalmente nas palmas das mãos e plantas dos partir dos sintomas da doença e da realização de exames laboratoriais
pés. a partir de amostras de sangue, conjuntiva, líquor e pele.
As formas mais graves da doença pode apresentar sintomas Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado
como inchaço dos membros inferiores, aumento do fígado com o uso de antibióticos.
e insuficiência renal, além de manifestações pulmonares, Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser
gastrointestinais, neurológicas e hemorrágicas. prevenida com o tratamento adequado das crianças doentes e com
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria a adoção de medidas de higiene.
Rickettsia rickettsii.
Quem transmite a doença: no Brasil, o principal transmissor 3.2.9 Febre tifoide
da bactéria causadora da doença são os carrapatos do gênero A febre tifoide é uma infecção bacteriana de distribuição
Amblyomma. mundial. Geralmente está associada a regiões mais pobres e com
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença condições de saneamento precárias.
acontece por meio da picada do carrapato infectado. Para contrair Dentre os principais sintomas da doença estão febre alta,
a doença, o homem precisa permanecer com o carrapato aderido dor de cabeça, mal estar, aumento do baço, diarreia, tosse seca e
ao seu corpo por um período de 4 a 6 horas. surgimento de manchas rosadas no tronco (roséola tífica).
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem Salmonella typhi.
em 2 a 14 dias. Quem transmite a doença: o homem doente.
A partir de quando a doença pode ser transmitida: informação Como a doença é transmitida: a transmissão da doença
desconhecida. pode acontecer pelo contato direto com as mãos do doente ou
Como é feito o diagnóstico da doença: a febre maculosa é de indiretamente pela ingestão de água e alimentos contaminados por
difícil diagnóstico, inclusive para profissionais experiente. Assim, urina e fezes com a bactéria.
seu diagnóstico levar envolver não só os sinais clínicos apresentados Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem
pelo paciente, mas também, as características epidemiológicas da em 1 a 3 semanas após a contaminação pela bactéria.
doença e os resultados de exames laboratoriais e sorológicos. A partir de quando a doença pode ser transmitida: a
Como é o tratamento da doença: o tratamento se baseia no transmissão da doença ocorre a partir da primeira semana de
uso de antibióticos. infecção e dura enquanto o doente estiver eliminando urina e fezes
Como a doença pode ser prevenida: as principais medidas para com a bactéria.
a prevenção da febre maculosa brasileira é controlar a população Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a
dos carrapatos hospedeiros e tratar imediatamente os casos de partir dos sintomas apresentados pelo paciente, das características
suspeita da doença, mesmo antes da confirmação por exames epidemiológicas da doença e dos resultados de exames laboratoriais
laboratoriais e sorológicos. realizados com amostras de sangue, medula, urina e fezes.
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado
3.2.8 Febre purpúrica brasileira com o uso de antibióticos.
A febre purpúrica brasileira, também conhecida como Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser
conjuntivite bacteriana ou olho roxo, é uma doença infecciosa que prevenida com a vacinação (a vacina confere imunidade de curta
acomete crianças (de 2 meses a 14 anos de idade). duração). Outras medidas importantes são a existência de boas
Geralmente, a doença tem início logo após um episódio de condições de saneamento, o afastamento dos doentes dos serviços
conjuntivite com febre alta, taquicardia (aumento da frequência de manipulação de alimentos e a adoção de medidas de higiene,
cardíaca) e erupções cutâneas tipo petéquias (pequenos pontos principalmente com relação as mãos.
roxos ou vermelhos) e púrpuras (manchas vermelhas). Também
pode haver alterações digestivas como náuseas, vômito, diarreia e Já deu para perceber que a higienização das mãos é uma
dor abdominal, além de hemorragia intestinal e insuficiência renal. excelente estratégia para evitar uma grande variedade de doenças,
A evolução da doença costuma ser rápida (de 1 a 3 dias), né? Para limpar as mãos de forma adequada, basta seguir os
causando a morte de 40 a 90% dos indivíduos acometidos pela seguintes passos:
enfermidade. a) Umedecer as mãos com água.
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria b) Aplicar e espalhar sabão em quantidade suficiente em toda
Haemophilus influenzae. a superfície das mãos.
Quem transmite a doença: o homem doente. c) Esfregar as palmas das mãos.
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença, ou d) Esfregar o dorso da mão esquerda com a palma da mão
seja, da bactéria se dá pelo contato direto com o indivíduo com direita, entrelaçando os dedos e em seguida repetir o movimento
conjuntivite ou pelo contato indireto por meio de toalhas, mãos e com a outra mão.
insetos contaminados. e) Esfregar palma com palma, entrelaçando os dedos.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: normalmente, os f) Esfregar o dorso dos dedos com a palma da mão oposta.
sintomas da doença surgem em 7 a 16 dias, podendo chegar até a 60 dias. g) Esfregar os polegares com movimentos de rotação.
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a h) Esfregar as pontas dos dedos.
transmissão da doença ocorre enquanto houver a conjuntivite. i) Enxaguar as mãos em água corrente.
j) Enxugar as mãos com o auxílio de uma tolha de papel
descartável.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
k) Fechar a torneira com a ajuda do papel toalha. Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser
l) Verificar se as mãos estão completamente limpas. prevenida com medidas como a vacinação BCG (bacilo de Calmette-
Guërin) e a identificação e tratamento precoce dos doentes.
3.2.10 Gonorreia
A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível que se 3.2.12 Leptospirose
manifesta de diferentes formas em homens e mulheres. A leptospirose é uma infecção de início abrupto que pode
a) gonorreia no homem: o homem com gonorreia apresenta tanto se manifestar de forma assintomática (sem sintomas) quanto
sintomas como coceira em toda a uretra, ardência ao urinar e de forma grave.
corrimento purulento. A evolução da doença envolve duas diferentes fases:
b) gonorreia na mulher: a mulher doente pode apresentar a) Fase precoce: fase caracterizada pela presença de febre
inflamação do colo do útero, corrimento vaginal e ardência ao acompanhada por dor de cabeça, dor muscular, anorexia, náuseas
urinar, causando sequelas como dor pélvica, esterilidade e gravidez e vômito. Também pode apresentar diarreia, hemorragia, dor nos
ectópica. olhos e tosse. Normalmente essa fase regride em até 7 dias sem
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria deixar sequelas.
Neisseria gonorrhoeae. b) Fase tardia: a fase tardia tem início logo após a primeira
Quem transmite a doença: o homem doente. semana da doença, apresentando a síndrome de Weil (síndrome
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença se dá caracterizado por icterícia, insuficiência renal e hemorragia). Pode
pelo contato sexual sem proteção. resultar na morte de aproximadamente 50% do casos.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 1 a 5 dias após
a contaminação. Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria
A partir de quando a doença pode ser transmitida: sem o Leptospira.
tratamento adequado, a doença é transmitida por meses ou até Quem transmite a doença: o principal transmissor da bactéria
anos. são os roedores (ratazana, rato de telhado e camundongo). Outros
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito transmissores importantes são os suínos, equinos, ovinos, caprinos,
baseado nos sintomas apresentados pelo doente e nos resultados bovinos e caninos. O homem atua apenas como hospedeiro
de exames laboratoriais. acidental da bactéria.
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado Como a doença é transmitida: a transmissão da doença
com o uso de medicamentos. acontece pelo contato direto ou indireto com a urina de animais
Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser infectados. Nesse caso, a bactéria penetra na pele do homem
prevenida com o uso de preservativos masculinos e femininos através da pele íntegra ou com lesões.
e com a orientação dos pacientes quanto a importância do seu
tratamento. Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 1 a 30 dias após
a contaminação.
3.2.11 Hanseníase A partir de quando a doença pode ser transmitida: os animais
A hanseníase, lepra ou Mal de Hansen é uma doença bacteriana doentes podem continuar eliminando a bactérias por toda a vida.
crônica. Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a
Quem causa a doença: a doença é causada pelo bacilo partir da confirmação laboratorial de casos suspeitos da doença.
Mycobacterium leprae, uma micobactéria capaz de infectar um Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença
grande número de indivíduos. é realizado com o uso de medicamentos e com a aplicação de
Quem transmite a doença: o homem doente. medidas de suporte como transfusão sanguínea e assistência
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença se cardiorrespiratória.
dá pelo contato com as secreções contaminadas eliminadas pelo Como a doença pode ser prevenida: as medidas de
doente. prevenção incluem o controle da população de roedores e o uso
Em quanto tempo aparecem os sintomas: normalmente, os de equipamentos de proteção individual (luvas e botas) sempre
sintomas surgem em 2 a 7 anos, podendo tanto ser mais curto (7 que houver a necessidade de exposição a situações de risco como
meses) quanto mais longo (10 anos). enchentes.
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o doente
pode transmitir a hanseníase enquanto não iniciar o tratamento da 3.2.13 Linfogranuloma venéreo
doença. O Linfogranuloma venéreo é uma doença bacteriana
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da sexualmente transmissível que acomete os vasos linfáticos e se
doença é realizado com base nos sinais clínicos, visando identificar desenvolve em três fases:
áreas ou lesões na pele com alterações de sensibilidade. Também a) Fase primária: nessa primeira fase, aparecem lesões
podem ser feitos exames laboratoriais para confirmar a presença indolores no local de entrada da bactéria.
da micobactéria. b) Fase secundária: na segunda fase, surgem a inflamação
Como é o tratamento da doença: o tratamento é feito em dos gânglios linfáticos da virilha (bulbão). Normalmente essa
regime ambulatorial com a associação de vários medicamentos, inflamação é unilateral (somente um dos lados) e pouco dolorosa.
selecionados conforme a classificação do doente, paucibacilar Pode ser acompanhada de febre e mal estar.
(apresenta poucos bacilos) ou multibacilar (apresenta muitos c) fase terciária: na última fase, ocorre a eliminação de uma
bacilos). secreção purulenta, com ou sem sangue) por vários orifícios do
bulbão.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria 3.2.15 Meningite tuberculosa
Chlamydia tracomatis. A meningite tuberculosa constitui uma das complicações mais
Quem transmite a doença: o homem. graves da tuberculose. De evolução lenta, as doença pode ser
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença dividida em três estágios:
acontece por meio do contato sexual, favorecendo a penetração da a) Estágio I: dura de 1 a 2 semanas com febre, sonolência,
bactéria através da pele ou mucosa. anorexia, vômito, dor abdominal, mudanças de humor e dores
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas se musculares.
manifestam de 1 a 3 semanas após o contato sexual. b) Estágio II: período caracterizado pelo surgimento de
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o indivíduo danos cerebrais que causam sinais como ptose palpebral (queda
doente pode transmitir a infecção por semanas a anos. da pálpebra), paresias (paralisia incompleta e diminuição
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito dos movimentos de alguma parte do corpo) e estrabismo
a partir dos sinais clínicos e confirmado por exames laboratoriais. (desalinhamento dos olhos). Também pode haver tremores e
Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença é distúrbios da fala.
realizado com o uso de medicamentos. O gânglio linfático inflamado c) Estágio III: período terminal da doença, caracterizado por
(bulbão) pode ser drenado. rigidez de nuca e alterações do ritmo cardíaco e respiratório.
Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser
prevenida com o uso de preservativos masculinos e femininos Quem causa a doença: a doença é provocada pela bactéria
e com a orientação dos pacientes quanto a importância do seu Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose.
tratamento. Quem transmite a doença: o principal transmissor da bactéria
é o homem doente.
Como a doença é transmitida: a tuberculose é transmitida de
ATENÇÃO pessoa para pessoa através do ar contaminado por gotículas de
saliva e secreção eliminadas pelo doente ao falar, espirrar ou tossir.
O uso correto de preservativos masculinos e femininos é uma Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 4 a 12 semanas
ótima medida para prevenir não só a gravidez indesejada, mas após a contaminação.
também, uma série de doenças sexualmente transmissíveis. A partir de quando a doença pode ser transmitida: a meningite
tuberculosa não é transmissível, a não ser que esteja relacionada
com a tuberculose.
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico das
3.2.14 Meningite bacteriana meningites é confirmado por exames laboratoriais realizados com
A meningite bacteriana é uma infecção aguda que acomete a amostra de líquor (líquido cefalorraquidiano) do doente.
as meninges (conjunto de membranas que protegem o sistema Como é o tratamento da doença: o tratamento é feito com a
nervoso central). administração de medicamentos.
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de
De início súbito, a doença geralmente se manifesta por prevenção contra a doença é a identificação e o tratamento precoce
sintomas como febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômito e dos casos de tuberculose.
rigidez de nuca. Também é possível observar outros sinais, como
agitação e o grito meníngeo (a criança grita principalmente no 3.2.16 Peste
momento da troca de fraldas, quando as pernas são flexionadas). A peste é uma doença bacteriana que pode se manifestar sob
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria três formas clínicas principais:
Haemophilus influenzae, que pode ser dos tipos A, B, C, D e F, sendo a) Bubônica: a forma bubônica pode apresentar desde sinais
o tipo B, o principal responsável pela meningite. leves até sintomas mais graves como febre alta, calafrios, dor de
Quem transmite a doença: o transmissor da bactéria é o cabeça intensa, náusea, vômito, confusão mental, taquicardia
homem doente, principalmente os com idade inferior a 5 anos. (aumento da frequência cardíaca), hipotensão arterial e mal estar.
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença ocorre Em poucos dias, também pode haver a inflamação dolorosa de
pelo contato direto com o indivíduo doente, pelas vias respiratórias. alguns gânglios linfáticos (bulbão pestoso).
Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 2 a 4 dias após b) Septicêmica: a forma septicêmica é caracterizada pela
a contaminação. presença da bactéria no sangue com sintomas como febre alta,
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença hipotensão arterial, fraqueza e falta de ar. Também pode haver
pode ser transmitida a partir do momento em que houver a presença hemorragias na pele e nos órgãos internos, evoluindo em poucos
da bactéria nas vias respiratórias. Geralmente, o microrganismo dias para o coma ou morte caso não haja tratamento.
desaparece de 24 a 48 horas após o início do tratamento. c) Pneumônica: é a forma mais grave e perigosa da doença por
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença ser altamente contagiosa. Tem início com sintomas como febre
é confirmado por exames laboratoriais realizados com a amostra alta, calafrios, arritmia cardíaca, hipotensão, náuseas, vômito e
de líquor (líquido cefalorraquidiano) do doente. perturbação da consciência. Em seguida, aparecem a dor no tórax,
Como é o tratamento da doença: assim como acontece com alterações na respiração, eliminação de secreções com sangue e
outras infecções bacterianas, a meningite é tratada com o uso de bactérias, delírio, coma e morte.
antibióticos.
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria
prevenção contra a doença é a vacinação. Yersinia pestis.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quem transmite a doença: os roedores. Normalmente, de 1 a 3 dias após a infecção, o paciente passa a
Como a doença é transmitida: a bactéria é transmitida por eliminar fezes com sangue e muco várias vezes ao dia. Além disso,
meio da picada da pulga infectada. A pulga se comporta como vetor começa a apresentar náuseas, vômito, dor de cabeça, calafrios,
da doença, ou seja, ela adquire a bactéria ao picar os roedores e convulsões e outros.
transmite a doença para o homem ao se alimentar do sangue dele. Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria do
Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 1 a 6 dias após gênero Shigella.
a infecção. Quem transmite a doença: o homem, além de água e alimentos
A partir de quando a doença pode ser transmitida: as pulgas contaminados.
podem permanecer infectadas com a bactéria durante dias ou Como a doença é transmitida: a doença é transmitida pela
meses. A forma bubônica não é transmitida de pessoa para ingestão de água e alimentos contaminados pela bactéria.
pessoa, no entanto, se houver o contato direto com a secreção do Em quanto tempo aparecem os sintomas: surgem em 12 a 48
bulbão pestoso, a infecção pode ocorrer. Já a forma pneumônica é horas após a infecção.
altamente contagiosa e seu período de transmissibilidade tem início A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença é
assim que o doente passa a eliminar secreções com a bactéria. transmitida enquanto houver a presença da bactéria na água e nos
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a alimentos ingeridos.
partir dos sintomas apresentados pelo paciente, das características Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença
epidemiológicas da doença e de resultados de exames laboratoriais. é realizado com base nos sinais clínicos apresentados pelo paciente,
Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença é nas características epidemiológicas da doença e nos resultados de
realizado com a administração imediata de medicamentos, antes exames parasitológicos.
mesmo de saírem os resultados dos exames laboratoriais. Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença se
Como a doença pode ser prevenida: as principais medidas na baseia na manutenção da hidratação dos pacientes (ingestão de
de prevenção são evitar as áreas com foco de peste, tratar água).
precocemente os doentes e manter as áreas de habitação livres de Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da doença
pulgas e roedores. envolve a melhoria da qualidade da água, a destinação adequada
das fezes e o uso de boas práticas de higiene.
3.2.17 Psitacose
A Psitacose também denominada ornitose, é uma doença 3.2.19 Sífilis
bacteriana aguda que apresenta como sintomas: febre, cansaço, A sífilis é infecção bacteriana caracterizada por manifestações
desânimo, dor de cabeça, tosse e calafrios. cutâneas temporárias. A doença se desenvolve em fases distintas:
Normalmente, também pode ocorrer o comprometimento das a) Sífilis primária: nessa primeira fase surge, no local de
vias aéreas, sangramento nasal e aumento do baço, assim como entrada da bactéria, uma lesão indolor denominada cancro duro,
distensão abdominal, diarreia, delírios e lesões na pele. que desaparece em 4 semanas sem deixar marcas.
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria b) Sífilis secundária: essa fase ocorre de 4 a 8 semanas após
Chlamydia psittaci. o aparecimento com cancro duro. Nela, a bactérias causadora da
Quem transmite a doença: os principais transmissores da doença é disseminada pela corrente sanguínea promovendo o
bactéria são os pássaros psitacídeos como papagaio, periquito e aparecimento de lesões pelo corpo, além do inchaço de linfonodos.
arara. Pombos, perus, gansos, caprinos e ovinos também pode ser Ainda nessa fase podem ocorrer sintomas como febre, perda de
infectados pela bactéria. apetite, mal estar, náuseas, cansaço, dor de cabeça, distúrbios
Como a doença é transmitida: a doença é transmitida por visuais etc.
meio da aspiração de poeira contaminada por fezes de animais c) Período latente: nessa fase, geralmente o paciente não
portadores da bactéria. apresenta sinais e sintomas, apenas a presença de anticorpos para
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem sífilis. Em períodos de recaída, as lesões podem voltar a aparecer.
em 1 a 4 semanas. d) Sífilis terciária ou tardia: cerca de um terço dos paciente não
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a partir do tratados podem evoluir para essa fase com manifestações ósseas
momento em que houver a presença da bactéria, podendo durar (ossos), cardiovasculares (coração e vasos) e nervosas (sistema
de semanas até meses. nervoso).
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria
com base nos sinais clínicos apresentados pelo paciente e no Treponema pallidum.
resultado de exames laboratoriais. Quem transmite a doença: o homem.
Como é o tratamento da doença: o tratamento é feito com o Como a doença é transmitida: em relação ao modo de
uso de medicamentos. transmissão, a sífilis pode ser adquirida (transmitida pelo contato
Como a doença pode ser prevenida: as medidas para sexual ou transfusão sanguínea) ou congênita (transmitida da mãe
prevenção da doença envolvem a vigilância de aviários e granjas e doente para o feto durante a gestação).
a desinfeção das secreções eliminadas.
A sífilis congênita pode ser transmitida em qualquer momento
3.2.18 Shigelose da gestação. O quadro clínico da doença irá depender de fatores
O Shigelose é uma doença bacteriana que pode se manifestar como o tempo de exposição do feto ao agente patológico, mas
tanto de forma assintomática (sem sintomas) quanto com sinais geralmente, a sífilis congênita pode causar desde aborto até
como febre, diarreia aquosa e dor abdominal. malformações como surdez e cegueira.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Em quanto tempo aparecem os sintomas: de 10 a 90 dias após Com a evolução da enfermidade, podem surgir deformações
a infecção. nas pálpebras e cílios com posterior redução progressiva da visão
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da doença até a cegueira total.
é realizado com base nos sinais clínicos apresentados pelo paciente Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria
e nos resultados de exames laboratoriais. Chlamydia trachomatis.
Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença se Quem transmite a doença: o homem doente.
na baseia no uso de antibióticos. Como a doença é transmitida: a transmissão da doença se dá
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida para pelo contato com o indivíduo doente ou com objetos contaminados
prevenção da doença é a educação em saúde com aconselhamento (toalhas, lenços etc.)
sobre as situações de risco e a importância do tratamento correto. Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 5 a 12 dias após
a contaminação.
3.2.19 Tétano A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença
O tétano é uma infecção bacteriana grave, causada por uma pode ser transmitida a partir do momento em que houver a
toxina liberada pela bactéria Clostridium tetani. conjuntivite.
Clinicamente, a doença se manifesta com febre, hipertonia Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito
muscular (rigidez muscular), hiperreflexia (reflexos muito rápidos) e por meio de exame ocular e confirmado por exames laboratoriais.
crises de contrações musculares involuntárias. Esses efeitos causam Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença é
dificuldade para engolir e podem levar a insuficiência respiratória. feito com o uso de medicamentos.
Quem causa a doença: a doença é causada pela bactéria Como a doença pode ser prevenida: a medida mais eficaz para
Clostridium tetani. a prevenção da doença é a identificação e o tratamento adequado
Quem transmite a doença: o homem, os animais e objetos dos doentes, impedindo a transmissão do tracoma.
contaminados. A bactéria pode ser encontrada no intestino do
homem e dos animais, no solo, na pele e em objetos perfurocortantes 3.2.21 Tuberculose
sujos de poeira ou terra. A tuberculose é uma doença que acomete o pulmão e atinge
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença pessoas de todas as idades, principalmente os indivíduos do sexo
acontece pela introdução de esporos das bactérias através da pele masculino.
ou de mucosas com ferimento. Com episódios de febre, sudorese e emagrecimento, a doença
Em quanto tempo aparecem os sintomas: o período de causa o comprometimento do estado geral do paciente.
incubação varia de 3 a 21 dias. Quanto menor o tempo de incubação, Quando atinge os pulmões, o paciente pode apresentar dor
maior a gravidade da doença. no tórax e tosse acompanhada ou nada por escarro com sangue. A
A partir de quando a doença pode ser transmitida: o tétano tuberculose pulmonar é forma mais frequente da doença.
não é transmitido de pessoa para pessoa. A forma mais grave da doença é a tuberculose miliar,
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito caracterizada pelo alto risco de desenvolvimento de meningite.
com base nos sinais apresentados pelo paciente. Geralmente, não Quem causa a doença: a doença é causada pela Mycobacterium
precisa de confirmação laboratorial. tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch (BK).
Como é o tratamento da doença: o tratamento do tétano inclui Quem transmite a doença: o homem doente. Em algumas
a internação do paciente com posterior sedação e neutralização da regiões o gado bovino, as aves, os primatas e outros mamíferos
toxina bacteriana. também podem agir como reservatórios do agente patológico.
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de Como a doença é transmitida: a tuberculose é transmitida de
prevenção é a vacinação. Outra ação importante é sempre limpar pessoa para pessoa através do ar contaminado por gotículas de
ferimentos suspeitos com o auxílio de água e sabão ou soro fisiológico. saliva e secreção eliminadas pelo doente ao falar, espirrar ou tossir.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 4 a 12 semanas
depois da contaminação.
ATENÇÃO A partir de quando a doença pode ser transmitida: a partir do
momento em que o homem começar a eliminar a bactéria em suas
A falta de cuidados durante a manipulação do cordão umbilical secreções, permanecendo assim enquanto não iniciar o tratamento
(uso de instrumentos contaminados) pode causar o tétano da doença.
neonatal, também conhecido como “Mal de sete dias”. Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é
realizado a partir dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente
e do resultado de exames laboratoriais.
Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença é
3.2.20 Tracoma feito com o uso de medicamentos em regime ambulatorial.
Tracoma ou conjuntivite granulomatosa é uma doença Como a doença pode ser prevenida: a medida mais eficaz
bacteriana inflamatória que acomete os olhos, podendo para a prevenção da doença é a vacinação. Identificar e tratar os
permanecer por anos quando não tratada. indivíduos doentes também contribui para a redução do número
No início da doença, o paciente pode ter sensibilidade a luz, de casos da doença.
lacrimejamento e a sensação de areia nos olhos com ou sem a
presença de secreção.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
— 3.3 Doenças causadas por protozoários O diagnóstico de abcessos amebianos também pode ser feito por
Os protozoários são seres vivos microscópicos formados por meio da dosagem de anticorpos e de exames como ultrassonografia
uma única célula do tipo eucarionte. Sua principal característica é a e tomografia computadorizada.
presença de diversas organelas (pequenas estruturas funcionais das
células), além de um núcleo celular envolvido por uma membrana. Como é o tratamento da doença: o tratamento da amebíase
é feito com o uso de medicamentos (metronidazol, secnidazol,
tinidazol, teclozam). O tipo de medicamento, assim como a dosagem
e o tempo de tratamento irão depender da forma apresentada pela
doença (forma intestinal, forma grave ou forma extra intestinal).
No caso dos abcessos, além do uso de medicamentos, é preciso
realizar a aspiração ou drenagem cirúrgica do mesmo.
Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da amebíase
envolve medidas de controle gerais (saneamento básico, educação
em saúde e outras estratégias que evitem a contaminação de água
e alimentos por fezes) e específicas (lavar corretamente as mãos
após usar o banheiro, higienizar e desinfetar adequadamente
os vegetais com água potável e hipoclorito de sódio, tratar os
portadores da doença e fiscalizar os prestadores de serviços na
Estrutura básica de um protozoário.
área de alimentos).
Assim como as bactérias, os protozoários podem viver isolados
3.3.2 Doença de chagas
ou na forma de colônias, causando inúmeras doenças como toxo-
A doença de chagas ou tripanossomíase americana é uma
plasmose, malária, doença de Chagas e leishmaniose, conforme
infecção parasitárias que se manifesta em duas diferentes fases:
será mostrado a seguir.
aguda e crônica.
A fase aguda é caracterizada por problemas cardíacos, dor de
3.3.1 Amebíase
cabeça, febre, inchaço da face e membros, aumento do fígado e do
A amebíase é uma infecção comum de regiões pobres e áreas
baço, ascite (acúmulo de água no interior do abdômen), vômito,
com saneamento básico precário. Quando não diagnosticada e
diarreia, anemia e outros.
tratada a tempo, pode até levar a morte do indivíduo contaminado.
Já a fase crônica pode se apresentar sob as seguintes formas:
Quem causa a doença: a amebíase é causada pela Entamoeba
a) forma indeterminada: o indivíduo doente apresenta exame
histolytica, também conhecida como ameba. Esse protozoário
sorológico positivo para a doença, porém sem nenhum sintoma.
pode ser encontrado na forma de cisto ou trofozoito.
Pode durar para o resto da vida ou evoluir para outras formas.
Quem transmite a doença: o homem. Ao ingerir água ou
b) forma cardíaca: caracterizada por alterações cardíacas,
alimentos contaminados por cistos, estes liberam trofozoítos que
causando sintomas como tosse, tontura, desmaios e falta de ar.
produzem novos cistos. Esses cistos são eliminados juntamente
c) forma digestiva: caracterizada por alterações
com as fezes do homem, podendo contaminar água e alimentos.
gastrointestinais, podendo haver dificuldade para engolir e
Como a doença é transmitida: a principal forma de transmissão
distensão abdominal.
da amebíase se dá pela ingestão de água e alimentos contaminados
d) forma associado: acontece quando o indivíduo doente
por fezes contendo cistos do protozoário. Embora seja rara, a
possui duas formas crônicas da doença, cardíaca e digestiva
transmissão sexual também pode ocorrer por meio do contato
(cardiodigestiva).
oral-anal.
e) forma congênita: ocorre quando nascem crianças de mães
com a doença. Pode gerar prematuridade, baixo peso, aumento do
Muitos portadores da amebíase não possuem sintomas
fígado e até a morte da criança.
(portadores assintomáticos). Isso, em conjunto com a falta de
higiene durante a preparação de alimentos, aumenta de forma
Quem causa a doença: a doença é causada pelo protozoário
considerável o risco de transmissão da doença.
Trypanosoma cruzi.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: geralmente, os
Quem transmite a doença: o inseto conhecido como barbeiro
sintomas da amebíase surgem em 2 a 4 semanas, mas em alguns
ou chupão transmite o protozoário para o homem e outros
casos, pode variar de dias, meses até anos.
mamíferos (cães, gatos, porcos e ratos).
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a partir do
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença de
momento em que houve a eliminação do protozoário pelas fezes.
chagas pode acontecer de várias maneiras:
Caso o indivíduo portador da amebíase não seja tratado, o período
a) vetorial: o barbeiro pica o homem e ao mesmo tempo,
de transmissibilidade pode durar por anos. Nesse caso, a falta
elimina fezes com o protozoário que contamina a ferida formada
de tratamento pode gerar complicações como o surgimento de
no ato da picada.
granulomas (amebomas) na parede intestinal, abcessos hepático,
b) oral: a transmissão ocorre pela ingestão de alimentos
pulmonar ou cerebral (acúmulo de pus em tecidos do fígado,
contaminados com o protozoário.
pulmão ou cérebro), pericardite e colite.
c) por transplante de órgãos: a transmissão se dá pelo
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da
recebimento de um órgão contaminado.
amebíase é feito com base na observação de cistos ou trofozoítos
d) vertical: ocorre a passagem dos protozoários diretamente
de ameba em amostras de fezes, tecidos ou raspados de abcessos.
da mãe para o bebê durante a gestação.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
e) acidental: acontece pelo contato da pele lesionada com 3.3.4 Leishmaniose tegumentar americana
secreções contaminadas (sangue e fezes). A leishmaniose tegumentar americana ou úlcera de Bauru é
uma doença não contagiosa que se manifesta pelo aparecimento
Em quanto tempo aparecem os sintomas: dependendo da de lesões na pele ou pela destruição dos tecidos da cavidade nasal,
forma de transmissão da doença, os sintomas podem surgir de 3 a podendo gerar a perfuração de estruturas como septo nasal e/ou
40 dias após a contaminação. céu da boca (palato).
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a Quem causa a doença: a doença é causada por protozoários do
transmissão pode acontecer a partir do momento em que o gênero Leishmania (leishmanias).
indivíduo é contaminado pelo protozoário. Quem transmite a doença: quem armazena e pode transmitir
Como é feito o diagnóstico da doença: na fase aguda, o protozoários são os marsupiais, roedores, preguiça e tamanduá.
o diagnóstico é feito a partir dos sintomas da doença e da Como a doença é transmitida: a transmissão da doença se dá
identificação do protozoário em amostras de sangue do doente. pela picada da fêmea de insetos flebotomíneos pertencentes ao
Já na fase crônica, a doença é diagnosticada pela presença de gênero Lutzomyia, como mosquito palha, tatuquira e birigui.
anticorpos contra o parasita. Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas podem
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado aparecer de 2 a 3 meses após a contaminação. Esse período pode
com o uso de medicamentos específicos para tratar os sintomas ser estender por até 2 anos.
manifestados na doença. A partir de quando a doença pode ser transmitida: o período
Como a doença pode ser prevenida: as principais medidas de de transmissibilidade é desconhecido. Sabe-se que a transmissão
prevenção são o uso de inseticidas contra o barbeiro, a realização de não ocorre de homem para homem. Para que ela aconteça, é
triagem sorológica de doadores de sangue e órgãos, a identificação necessário que mosquito adquira o protozoário ao picar um dos
e tratamento precoce de gestantes doentes, os cuidados com a seus reservatórios (marsupiais, preguiça etc.) e em seguida, o
higiene na preparação de alimentos e o uso de equipamentos de transfira para o homem por meio da picada.
proteção individual. Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a
partir dos sintomas apresentados pelo paciente, das características
3.3.3 Giardíase epidemiológicas da doença e dos resultados de exames laboratoriais.
A giardíase ou enterite por giárdia é uma infecção que acomete Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença é
principalmente o intestino delgado de adultos e crianças, podendo realizado exclusivamente com o uso de medicamentos.
causar sintomas como diarreia, dor abdominal, flatulência, Como a doença pode ser prevenida: as medidas de prevenção
anorexia, perda de peso e anemia, além da eliminação de fezes contra a doença envolvem ações como o uso de repelentes e
amolecidas com aspecto gorduroso. o controle da população de mosquitos vetores (mosquitos que
Quem causa a doença: a doença é causada pelo protozoário transmite a doença). Além disso, identificar e tratar precocemente
Giardia lamblia, encontrado sob as formas de cisto (forma os doentes contribui com a redução do número de casos de
infectante encontrada no ambiente) e trofozoíto. leishmaniose tegumentar americana.
Quem transmite a doença: o homem, assim como alguns
animais domésticos e selvagens (cães, gatos e castores). 3.3.5 Leishmaniose visceral
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença pode A leishmaniose visceral também chamada calazar, febre
acontecer de forma direta (contaminação das mãos com seguinte dundun ou doença do cachorro, é uma infecção que atinge tanto
ingestão dos cistos) ou indireta (ingestão de cistos presentes em áreas rurais quanto áreas urbanas.
água e alimentos. A doença pode se manifestar de forma discreta ou grave com
Em quanto tempo aparecem os sintomas: em 1 a 4 semanas sintomas como febre de longa duração, perda de peso, fraqueza e
após a contaminação. anemia.
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença Sua evolução se divide em três diferentes períodos:
é transmitida a partir do momento em que houver a eliminação de a) Período inicial: fase aguda da doença, marcada pelo início
cistos do protozoário pelo doente. de sintomas como febre, palidez e aumento do fígado e baço
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito (hepatoesplenomegalia).
por exames parasitológicos com a pesquisa de cistos e trofozoítos b) Período de estado: período caracterizado pela presença de
em amostras de fezes ou fluido duodenal do paciente. febre irregular, palidez da pele e mucosas, emagrecimento e piora
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado do quadro de hepatoesplenomegalia.
com o uso de medicamentos. c) Período final: caso o doente não seja diagnosticado e tratado,
a doença evolui para a fase final com febre contínua, desnutrição,
FIQUE ATENTO! inchaço dos membros inferiores, hemorragias e ascite (acúmulo de
Durante os 4 primeiros dias após o tratamento da giardíase, água no interior do abdômen).
é fundamental que o paciente não faça uso de álcool para evitar o
efeito antabuse (reação do organismo com vômito, dor de cabeça, Quem causa a doença: a doença é causada por protozoários
queda de pressão arterial, dificuldade respiratória e palpitações). Leishmania chagasi.
Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser Quem transmite a doença: os transmissores do protozoário
prevenida com medidas lavar bem as mãos após o uso do banheiro, variam conforme a área. Em áreas urbanas, a doença é transmitida
filtrar a água potável e higienizar bem os alimentos. Além disso, é pelo cachorro. Já nas áreas rurais, as raposas e os marsupiais
importante isolar e tratar os doentes até a confirmação de cura. representam as principais fontes da infecção.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Outro ser capaz de causar doenças importantes é o ácaro, um Quem transmite a doença: o fungo saprófita encontrado
aracnídeo minúscula que pertence à mesma família do carrapato. no solo, em árvores, frutas secas e cereais. Também pode estar
presente em fezes de pombos.
Como a doença é transmitida: a principal forma de transmissão
da doença é o contato com as fezes de pombos.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: o período de
incubação da doença é desconhecido.
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença
pode ser transmitida a partir do momento em que houver o contato
com o fungo.
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito
a partir dos sintomas da doença e da identificação do fungo em
amostras de secreção do doente.
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado
com o uso de medicamentos.
Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de
Ácaros. prevenção é reduzir a população de pombos.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
3.5.2 Ascaridíase
A ascaridíase é uma doença parasitária que atinge o homem
podendo até causar obstrução intestinal quando a carga de
parasitas é muito elevada.
Quem causa a doença: a doença é causada pelo Ascaris
lumbricoides, helminto popularmente conhecido como lombriga.
Quem transmite a doença: o homem doente.
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença se dá
pela ingestão de água e alimentos contaminados por fezes humanas
com ovos do parasita.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas surgem
de semanas a meses após a ingestão de ovos do verme.
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a partir
do momento em que ocorre a eliminação de ovos junto das
fezes, podendo contaminar água e alimentos. Sem o tratamento,
o indivíduo doente pode eliminar fezes com ovos do parasita por
anos.
Como é feito o diagnóstico da doença: portadores da doença
podem apresentar sinais e sintomas como abcesso hepático,
Corpo humano infestado por vermes. perfuração intestinal, pancreatite aguda e obstrução do intestino.
A confirmação do diagnóstico é feito por meio da observação de
3.5.1 Ancilostomíase ovos em exames parasitológicos das fezes.
A ancilostomíase, também chamada de amarelão ou doença Como é o tratamento da doença: geralmente, o tratamento
do Jeca Tatu, é uma infecção intestinal que pode provocar anemia da verminose e de suas complicações é feito com a utilização de
e atraso do desenvolvimento físico e mental. medicamentos.
Quem causa a doença: os vermes Ancylostoma duodenale e Como a doença pode ser prevenida: são medidas para
Necator americanos. prevenção da doença lavar as mãos antes das refeições, higienizar
Quem transmite a doença: o homem doente. adequadamente e desinfetar verduras cruas, instalar sistemas
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença sanitários para eliminação adequada das fezes e tratar as pessoas
acontece quando fezes com ovos de vermes são depositadas no doentes.
solo. Em condições favoráveis de temperatura e umidade, esses
ovos dão origem a larvas que normalmente penetram na pele dos 3.5.3 Enterobíase
pés do homem. Já no organismo do homem, essas larvas atingem A enterobíase é uma verminose que se caracteriza
os vasos linfáticos, caem na corrente sanguínea e seguem para principalmente pela coceira na região anal, geralmente durante a
os pulmões de onde migram para a traqueia e faringe onde são noite, causando desconforto e irritação.
deglutidas. Ao chegarem no intestino delgado, as larvas atingem Quem causa a doença: a doença é causada pelo verme
sua maturidade e passam a produzir milhares de ovos que são Enterobius vermicularis, conhecido popularmente como oxiúro.
eliminados juntamente com as fezes do homem doente. Quem transmite a doença: o homem doente.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas podem Como a doença é transmitida: a transmissão da doença pode
surgir de dias a meses após a penetração das larvas no corpo do acontecer das seguintes maneiras:
homem. a) autoinfecção externa ou direta: acontece por meio da
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a partir colocação de dedos sujos na boca. Muito comum em crianças.
do momento em que o homem começa a eliminar ovos do verme b) autoinfecção indireta: os ovos eliminados pelo doente
junto com as fezes. Na falta de tratamento e do destino adequado contaminam alimentos que acabam sendo ingeridos pelo próprio
das fezes, o indivíduo doente pode contaminar o solo por anos, indivíduo.
dando origem a larvas que podem sobreviver por semanas. c) heteroinfecção: um indivíduo ingere alimentos contaminados
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito por ovos eliminados por outra pessoa.
por meio da observação de sinais e sintomas como prurido, d) retroinfecção: ocorre a migração de larvas do verme da
anemia, hipoproteinemia (baixo nível de proteína), hemorragia e região anal para o intestino grosso, onde se tornam adultas.
pneumonite. Também é possível fazer o diagnóstico laboratorial e) autoinfecção interna: forma de transmissão rara, onde os
por meio de exames parasitológicos das fezes (realizado com o ovos eclodem dentro do intestino e se tornam vermes adultos.
propósito de pesquisar a presença de ovos nas fezes).
Como é o tratamento da doença: o tratamento realizado Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas das
com o uso de medicamentos com posterior confirmação da cura doença surgem alguns meses após a contaminação (o ciclo de vida
mediante a exames parasitológicos das fezes. do verme é de 2 a 6 semanas).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a outra larva chamada cercaria. Caso entre em contato com a água
transmissão acontece a partir do momento em que houver a contaminada por cercarias, o homem adquire a doença, reiniciando
eliminação de ovos do verme com as fezes. Fora do hospedeiro, o ciclo.
esses ovos podem durar até 2 semanas. Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas se
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito manifestam de 1 a 2 meses após a contaminação do homem.
a partir do sintoma característico da doença e da identificação de A partir de quando a doença pode ser transmitida: 5 semanas
larvas e ovos em exames parasitológicos. após adquirir a infecção, o homem já passa a eliminar fezes com
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado ovos do verme. De 4 a 6 semanas após ser infectado pelo miracídio,
com medicamentos próprios. o caramujo passa a liberar cercarias.
Como a doença pode ser prevenida: para evitar a doença é Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito
indicado manter a unhas limpas e aparadas, lavar sempre as mãos a partir dos sintomas da doença e da realização dos exames
e evitar coçar a região anal. Durante o tratamento é fundamental parasitológico das fezes e ultrassonografia do fígado.
garantir que o vestuário, as roupas de cama e as instalações Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado
sanitárias estejam sempre limpas para impedir uma nova com medicamentos próprios.
contaminação. Como a doença pode ser prevenida: as principais medidas de
prevenção são garantir o saneamento básico, identificar e tratar
3.5.4 Esquistossomose mansônica os doentes, manter a educação em saúde e fazer o controle dos
A esquistossomose mansônica é uma doença causada pelo hospedeiros intermediários (caramujos).
verme Schistosoma mansoni. A doença ocorre em duas fases
distintas com diferentes sintomas: fase aguda e fase crônica. 3.5.5 Estrongiloidíase
A fase aguda pode apresentar sintomas ou não. Normalmente A estrongiloidíase é uma doença intestinal que geralmente
é caracterizada por dermatite cercariana (regiões avermelhadas não apresenta sintomas. Alguns casos se manifestam com lesões
com intensa coceira), febre, anorexia, dor abdominal e dor de na pele, tosse seca, falta de ar, diarreia, dor abdominal, flatulência
cabeça. Também pode haver diarreia, náuseas, vômitos, tosse seca acompanhados ou não de náuseas e vômitos.
e aumento do fígado. Quem causa a doença: a doença é causada pelo verme
Após seis meses de infecção, a doença pode evoluir para a fase Strongyloides stercolaris.
crônica, cujas formas são: Quem transmite a doença: o homem doente. No entanto, o
a) hepatointestinal: apresenta diarreias e dor de estômago. parasita também pode contaminar cães, gatos e primatas.
Com a palpação do fígado, é possível sentir nodulações (áreas de Como a doença é transmitida: no ambiente externo, larvas
fibrose). conhecidas como filarioides, penetram através da pele do homem
b) hepática: o fígado se apresenta endurecido e com área de e atingem o pulmão, a traqueia e a epiglote, alcançando por fim,
fibrose. o sistema disgestivo onde se tornam vermes adultos. A fêmea
c) hepatoesplênica compensada: caracterizada pelo aumento adulta põe ovos que eclodem no intestino, liberando larvas não
do baço (esplenomegalia) e o aparecimento de varizes no esôfago. infectantes (larvas rabditoides) que são eliminadas juntamente
Também pode haver dores abdominais, alterações intestinais e com as fezes o indivíduo doente. No meio externo, essas larvas
hemorragia digestiva. evoluem para a forma infectante (filarioide), reiniciando o ciclo. As
d) hepatoesplênica descompensada: forma grave em que larvas filarioides ainda podem evoluir para a forma adulta de vida
ocorre diminuição significativa do funcionamento do fígado, livre (fora do corpo do hospedeiro).
causando surtos de hemorragia digestiva e falta de fornecimento Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas
de sangue para o fígado. aparecem de 2 a 4 semanas após a penetração das larvas no
organismo.
Quem causa a doença: a doença é causada pelo verme A partir de quando a doença pode ser transmitida: a
Schistosoma mansoni. transmissão da doença ocorre a partir do momento em que o
homem começa a eliminar larvas não infectantes com as fezes.
Quem transmite a doença: dependendo da fase em que o ciclo Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é
de vida do verme se encontra, a doença pode tanto ser transmitida feito a partir dos sintomas da doença e da realização de exames
pelo homem quanto pelo caramujo gênero Biomphalaria. radiológicos do intestino, sorológicos (apenas para casos graves)
a) Caramujo: atua como hospedeiro intermediário do verme. ou parasitológico de amostras de fezes, escarro ou lavado gástrico.
b) Homem: é o principal hospedeiro definitivo do verme Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado
é o homem. Nele, o parasita atinge a forma adulta, se reproduz com o uso de medicamentos.
sexuadamente (tipo de reprodução que envolve um macho e uma Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser
fêmea) e produz ovos que são eliminados junto das fezes. prevenida por meio de ações como o tratamento adequado das
fezes, o uso de calçados e o tratamento dos homens e animais
Como a doença é transmitida: a transmissão começa com infectados.
a eliminação de fezes contaminadas com ovos do verme. Caso
essa fezes atinjam a água, os ovos eclodem e liberam uma larva 3.5.6 Filaríase por Wuchereria bancrofti
ciliada conhecida como miracídio. O miracídio infecta o caramujo A filaríase, filariose ou elefantíase é uma parasitose que pode
e após um período de 4 a 6 semana, o abandona na forma de uma ou não apresentar sintomas como febre recorrente, fraqueza e dor
muscular, sensibilidade à luz e dor de cabeça.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quem causa a doença: a doença é causada pelo verme Como é o tratamento da doença: o tratamento da doença
Wuchereria bancrofti, que vive nos vasos linfáticos do indivíduo envolve o uso de medicamentos e a retirada cirúrgica dos nódulos.
infectado. Como a doença pode ser prevenida: a principal medida de
Quem transmite a doença: o homem doente. prevenção contra a doença é evitar o contato com o vetor da
Como a doença é transmitida: a transmissão da doença ocorre doença (borrachudo).
pela picada do mosquito Culex, contaminado por larvas infectantes.
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas 3.5.8 Teníase e cisticercose
da doença costumam aparecer no período de 1 mês após a A teníase e a cisticercose são duas doenças diferentes causadas
contaminação. Geralmente, após 6 a 12 meses da infecção, já é pelo mesmo parasita em distintas fases do seu ciclo de vida:
possível observar a presença de microfilárias (larvas do verme) no a) Teníase: a teníase também chamada solitária, é causada
sangue do doente. pela presença do verme adulto (Taenia solium ou Taenia saginata)
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença no intestino do homem. Apresenta sintomas como dor abdominal,
não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa. Para que perda de peso, diarreia, flatulência e náuseas. Normalmente, a
ocorra a infecção, é necessário que o mosquito pique um homem infecção pode ser percebida pela eliminação de partes do verme
doente, contraia a infecção e em seguida, pique um homem sadio, nas fezes.
transmitindo a doença. b) Cisticercose: a cisticercose é causada pela presença de
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito pela cisticercos (larvas do verme) nos tecidos do homem. Os sintomas
pesquisa de microfilárias no sangue do homem. Ultrassonografias irão depender da localização e da quantidade de larvas existentes
(da bolsa escrotal nos homens e da mama ou região axilar nas em cada tecido do hospedeiro. Na forma mais grave da doença, a
mulheres) e exames sorológicos também podem ajudar a confirmar larva está localizada no sistema nervoso, causando distúrbios de
o diagnóstico. comportamento e convulsões.
Como é o tratamento da doença: o tratamento é realizado
com o uso de medicamentos. Quem causa a doença: a teníase é causada pelos vermes
Como a doença pode ser prevenida: a doença pode ser Taenia solium e Taenia saginata, já a cisticercose é causada pelos
prevenida com medidas como tratamento coletivo das populações cisticercos da Taenia solium.
que vivem em áreas de risco, controle do mosquito Culex e Quem transmite a doença: o homem doente possui os vermes
manutenção da educação em saúde, informando a população sobre adultos e porco (apresentam cisticerco da Taenia solium) ou boi
as características da doença e os cuidados necessários para evitá-la. (apresentam cisticerco da Taenia solium) possuem os cisticercos.
Dessa forma, a teníase é transmitida pela carne crua ou mal cozida
3.5.7 Oncocercose do porco ou boi e a cisticercose é transmitida pelos ovos do verme.
A Oncocercose é uma doença parasitária, caracterizada pelo Como a doença é transmitida: a teníase é adquirida quando
surgimento de pequenos nódulos indolores em regiões como o homem ingere carne crua o mal cozida de porco ou vaca
ombros, membros inferiores, pelve e cabeça. contaminadas por cisticercos de Taenia solium ou Taenia saginata.
Os nódulos armazenam o verme adulto que permanece Já a cisticercose é adquirida quando o homem ingere ovos de
eliminando microfilárias (pequenas larvas), cuja a desintegração Taenia solium.
na pele provoca manifestações como coceira intensa, secura e
despigmentação. #FicaDica
Ao migrar pelo organismo, as microfilárias podem atingir A cisticercose pela ingestão de ovos da Taenia saginata é muito
os olhos, causando alterações como conjuntivite e inchaço, que rara no homem.
podem levar a cegueira. Em quanto tempo aparecem os sintomas: o período para
Nos casos de infecções intensas, é possível verificar a presença aparecimento dos sintomas é de 3 meses após a ingestão do
das microfilárias em secreções como urina, escarro, lágrima e cisticerco, tempo suficiente para a larva se tornar verme adulto
sangue. no intestino do homem. Já a cisticercose pode levar de 15 dias até
Quem causa a doença: a doença é causada pelo verme do anos para se manifestar.
gênero Onchocerca. A partir de quando a doença pode ser transmitida: a teníase
Quem transmite a doença: o homem doente. pode ser transmitida a partir do momento em que as carnes de boi
Como a doença é transmitida: a transmissão acontece pela e porco estão contaminadas por cisticercos. Já a cisticercose pode
picada do “borrachudo”, inseto que se prolifera em rios e córregos. ser transmitida assim que o homem doente começa a eliminar ovos
Em quanto tempo aparecem os sintomas: os sintomas podem do verme com as fezes.
levar de 7 meses a mais de 2 anos para se manifestarem. Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico da teníase
A partir de quando a doença pode ser transmitida: a doença normalmente é feito a partir de exames parasitológicos com a
pode ser transmitida a partir do momento em que o mosquito observação de partes do verme adulto (proglotes) nas fezes do
tiver contato com o sangue do homem doente. Quando não há o paciente. Já a cisticercose é diagnosticada por exames sorológicos,
tratamento, o pode permanecer como fonte de infecção por 10 a tomografia computadorizada, ressonância magnética e biópsia dos
15 anos. tecidos afetados.
Como é feito o diagnóstico da doença: o diagnóstico é feito a Como é o tratamento da doença: tanto a teníase quanto a
partir dos sintomas apresentados pelo paciente, das características cisticercose são tratadas com o uso de medicamentos. Em alguns
epidemiológicas da doença e dos resultados de exames casos de cisticercose, o uso de anticonvulsivantes também é
parasitológicos e sorológicos. necessário.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Como a doença pode ser prevenida: a prevenção da doença As doenças crônicas degenerativas (DCD) figuram como princi-
envolve o consumo de carnes de boa procedência, sempre bem pal causa de mortalidade e incapacidade no mundo, cerca de 59%
cozidas. Além disso, é fundamental identificar e tratar os doentes dos 56,5 milhões de óbitos anuais são os chamados agravos não
para interromper o ciclo da doença. transmissíveis que incluem doenças cardiovasculares, diabetes,
obesidade, câncer e doenças respiratórias; são predominantes em
países desenvolvidos, sendo os maiores fatores de causa o estresse
ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DO- e o sedentarismo.
ENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Nos países em desenvolvimento ocorre o padrão epidemiológi-
co de transição, onde além das doenças infecciosas, como dengue e
febre amarela, surgiram as DCD.
As doenças crônico-degenerativas são doenças progressivas e
que interferem na qualidade de vida de seus portadores. Tendo em Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
vista esse aspecto e o fato de ser a humanização das relações e do A pressão arterial é aquela existente no interior das artérias e
cuidado ao ser humano uma preocupação de profissionais de saúde comunicada às suas paredes. Quando os ventrículos se contraem,
e de cuidadores. o ventrículo esquerdo ejeta sangue para a artéria aorta. Essa con-
O enfermeiro desde longa data vem se preocupando em desen- tração recebe o nome de sístole. No momento dessa contração, a
volver uma assistência globalizada aos pacientes, visualizando o cui- pressão nas artérias se torna máxima e elas se distendem um pou-
dar nas dimensões física, emocional e espiritual. Na prática diária, co. Esta é a pressão sistólica.
porém, a operacionalização desta meta vem enfrentando obstácu- Quando os ventrículos se relaxam, isso se chama diástole. Nesse
los, principalmente, no que tange à assistência aos pacientes com momento o sangue que está na aorta tenta refluir, mas é contido
doenças crônico degenerativas, considerando que o avanço tecno- pelo fechamento da válvula aórtica, que evita que ele retorne ao
lógico e científico, na atualidade vem contribuindo para aumentar a ventrículo, a pressão nas artérias cai a um valor mínimo, chamada
expectativa de vida dos mesmos. pressão diastólica.
A assistência de enfermagem a estes pacientes, principalmen- A hipertensão arterial é o principal fator de risco de morte entre
te em estágio avançado da doença crônico degenerativa, torna-se as doenças não-transmissíveis, existindo relação direta e positiva
mais complexa, em decorrência da somatória progressiva de limita- com o risco cardiovascular.
ções físicas e alterações emocionais ocorridas, incluindo o compro- Outro fato importante é a hipertensão infantil, que está asso-
metimento de sua identidade. ciada ao crescimento da obesidade, causado pela popularização de
Neste processo não só o paciente, como seus familiares tornam- maus hábitos alimentares e sedentarismo. Cerca de 1,56 bilhão de
-se intensamente envolvidos e comumentemente procuram apoio pessoas podem sofrer de hipertensão arterial em 2025, 60% a mais
do enfermeiro para ajudá-los na superação destas dificuldades. que atualmente, o que provocaria uma epidemia global de doenças
Pitta, salienta que os pacientes e familiares nesta condição nu- cardiovasculares, segundo relatório publicado, em uma conferên-
trem sentimentos complicados em relação ao hospital, expressan- cia sobre hipertensão arterial no mundo. O estudo foi realizado por
do-os aos enfermeiros, que frequentemente sentem-se confusos e uma equipe de especialistas da London School of Economics, do
angustiados, pois as necessidades assistenciais apresentadas pelos Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova
pacientes e familiares, vão além do simples cuidado físico, das to- York.
madas de pressão e temperatura, das aplicações terapêuticas ou Os especialistas se preocupam especialmente com o alarmante
ainda das de higiene e conforto, requerendo um preparo diferen- crescimento do número de doentes em países em desenvolvimen-
ciado do enfermeiro. to, especialmente no Brasil, China, Índia, Rússia e Turquia, onde as
O hospital, um espaço mítico que deve conter e administrar os taxas podem crescer 80% até 2025. A hipertensão e as doenças re-
problemas emocionais provocados pelo paciente e sua doença e lacionadas à pressão arterial são responsáveis por alta taxa de inter-
toda rede de relações sociais que a eles se vinculam os sentimen- nações hospitalares. Ocorreram 1.180.184 internações por doenças
tos como depressão e ansiedade, tanto dos pacientes como dos fa- cardiovasculares, com custo global de R$ 1.323.755.008,28.
miliares são naturalmente projetados no hospital, através de seus Estudos têm demonstrado correlação direta entre hipertensão
elementos de mediação, ou sejam os profissionais e em especial ao arterial e doença coronariana, acidente vascular cerebral e insu-
enfermeiro, a quem cabe decidir questões importantes e assumir ficiência cardíaca congestiva. Essas doenças são responsáveis por
responsabilidades de forma integral. 40% dos óbitos ocorridos nos Estados Unidos, não se restringindo
O paciente hospitalizado estabelece relação com toda a gama apenas aos idosos, mas constituindo a segunda causa de morte na
de materiais e equipamentos utilizados para o seu tratamento. Pas- faixa de 45 a 64 anos e a terceira entre 25 e 44 anos.
sa a compartilhar sua existência, com os que trabalham no hospital, No fim de 2002, houve a publicação de uma revisão conjunta
nas mais diversas funções, com os familiares que o visitam, e com de estudos de coorte em todas as áreas da Medicina, e que pode
outros pacientes internados. ser entendida como evidência definitiva sobre a associação entre
Para o paciente crônico terminal, apesar de haver uma pequena pressão arterial e risco cardiovascular. Foram avaliados 61 grandes
perspectiva de alta hospitalar, fica delineada uma condição de ex- estudos de coorte, com um milhão de indivíduos sob risco (12,7 mi-
tremo sofrimento e conflito considerando o agravo contínuo de seu lhões de pessoas/ano), que apresentaram uma incidência de 56 mil
quadro e a proximidade da morte. Esta situação, sempre bastante mortes por evento cardiovascular. Por essa análise se confirma que
difícil para o enfermeiro, que fica próximo ao paciente partilhando a associação entre pressão arterial e risco cardiovascular é contínua
com ele este momento de vida. e exponencial, e que começa em valores muito baixos de pressão
arterial sistólica (115mmHg) ou diastólica (75mmHg).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Por esta razão foi criada uma nova diretriz nos EUA, Joint Na- Estresse: há evidências de uma relação direta entre estresse
tional Committee 7 - JNC 7, para prevenção e tratamento de hiper- emocional e aumento da pressão arterial e da reatividade
tensão que foram divulgadas pelo National Heart, Lung and Blood cardiovascular, sendo que o estresse é um fator prognóstico ao
Institute (NHLBI). A principal diferença do JNC 7, em comparação desenvolvimento da hipertensão arterial. O controle do estresse
ao JNC 6, é a nova classificação de hipertensão. As categorias de emocional é fundamental como prevenção da hipertensão arterial,
pressão arterial foram reduzidas a três: normal, pré-hipertensão e resultando na redução da pressão arterial, sendo recomendado
hipertensão. A definição de “normal”, em JNC 7, é a mesma que não apenas aos hipertensos, mas também a todos aqueles que
previamente era considerada normal, ou seja PAS < 120mm Hg e possuam fatores de risco para hipertensão arterial.
PAD < 80mm Hg.
Segundo Machado, a nova categoria, pré-hipertensão, é a alte- Atividade Física: o programa de condicionamento físico tem
ração mais significativa no esquema de classificação e representa sido frequentemente recomendado como uma conduta importan-
PAS de 120 a 139 mm Hg ou PAD de 80 a 89mm Hg. te no tratamento não-farmacológico da hipertensão arterial. Existe
As alterações morfológicas e fisiológicas são mais frequente- uma relação inversa entre a quantidade de atividade física e a ma-
mente observadas nos seguintes órgãos: coração (hipertrofia ventri- nifestação de hipertensão arterial. Segundo as Diretrizes Brasileiras
cular esquerda, insuficiência cardíaca, doença coronária), encéfalo de Hipertensão, o tratamento da hipertensão arterial deve incluir
(doença cerebrovascular hemorrágica ou isquêmica, encefalopatia medidas não medicamentosas de controle da pressão arterial, den-
hipertensiva), rim (nefrosclerose, insuficiência renal crônica), retina tre as quais destacam-se a realização regular de exercícios físicos
(retinopatia hipertensiva), e vasos (aneurismas de aorta, dissecan- aeróbios e o treinamento em relaxamento.
tes ou não; aneurismas de outros vasos; obstrução arterial crônica). Os indivíduos hipertensos devem ser sistematicamente moni-
torizados durante os exercícios físicos. Deverão ser aferidos antes,
Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, são fatores de durante e depois da sessão de treinamento, os níveis de pressão
risco para a hipertensão: arterial sistêmica (PAS), frequência cardíaca (FC) e duplo produto
- Idade: a pressão arterial aumenta linearmente com a idade; (PAS x FC). Os exercícios físicos aeróbios são os mais recomendados
- Etnia: a hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodes- para hipertensos, como por exemplo: caminhadas, corridas, nata-
cendentes com excesso de risco de hipertensão de até 130% em ção e ciclismo; devem ser prescritos a uma intensidade entre 50-
relação às mulheres brancas; 70% do consumo máximo de oxigênio ou frequência cardíaca entre
- Fatores Socioeconômicos: nível socioeconômico mais baixo 60-80%, com duração entre 30 a 60 min., realizados de 3 a 6 vezes
está associado a maior prevalência de hipertensão arterial e de fa- por semana.
tores de risco para elevação da pressão arterial;
- Sal: o excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência A incidência de doenças que atingem a população mundial mo-
de HAS. dificou-se ao longo deste século. Os males que afetavam a huma-
- Obesidade: o excesso de massa corporal é responsável por nidade no início do século eram em sua maioria, doenças agudas,
20% a 30% dos casos de HAS. A perda de peso acarreta a redução como as infecciosas e parasitárias. Os jovens eram os mais atingidos
da pressão arterial; por essas doenças.
- Álcool: o consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerve- Contudo, com a crescente industrialização, a descoberta de me-
ja, vinho e destilados aumenta a pressão arterial. Verifica-se redu- dicamentos potentes contra os agentes infecciosos e a melhoria das
ção média de 3,3 mmHg na pressão sistólica e 2,0 mmHg na pressão condições de saneamento básico, este quadro foi sendo alterado.
diastólica com a redução no consumo de álcool; Todos esses processos implicaram em melhorias na qualidade de
- Sedentarismo: indivíduos sedentários apresentam risco apro- vida e consequente aumento da expectativa de vida. Neste final
ximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos. de século, as moléstias que apresentam altas taxas de morbidade
e mortalidade são as doenças crônicas degenerativas. Devido ao
Prevenção primária da hipertensão e dos fatores de risco as- aumento da expectativa de vida, os mais atingidos pelas doenças
sociados: entre as medidas preventivas, destacam-se a adoção de crônicas são os idosos. Cerca de 75% das mortes de pessoas com
hábitos alimentares saudáveis, prática de atividade física e o aban- idade em torno de 65 anos, nos estados Unidos, são decorrentes de
dono ao tabagismo. doenças cardíacas, câncer e doenças vasculares cerebrais.
Segundo dados, a doença cardiovascular é a principal causa de
Adoção de hábitos alimentares saudáveis: a adoção de hábi- mortes nos EUA, constituindo-se em 24% do total. Além disso, os
tos saudáveis é um componente muito importante da prevenção dados mostram que 72,4% das causas de mortes da população fo-
primária da hipertensão arterial. As V Diretrizes Brasileiras de Hi- ram provocadas por doenças que apresentam comprovada relação
pertensão recomenda manter o peso adequado, reduzir o consumo com a alimentação: doenças cardíacas, câncer, derrame, diabetes
de sal, moderar o consumo de bebidas alcoólicas, controlar o uso mellitus, e aterosclerose. Segundo os dados apresentados, ainda
de gorduras e incluir alimentos ricos em potássio na alimentação pode-se inferir que aproximadamente 5,6% das causas de mortes
diária. A média diária de consumo de sal de hipertensos homens é foram provocadas por doenças ou problemas relacionados com a
de 17,6 gramas e entre mulheres é de 13,7 gramas. É recomendado alimentação: as doenças do fígado e acidentes de trânsito ambos
pelas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, o consumo máximo provocados pela excessiva ingestão de álcool.
diário de 06 gramas, considerando que 02 gramas já são natural- Esta estatística não difere muito da apresentada no Brasil. Se-
mente encontrados nos alimentos. gundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 38% das mortes da
população na faixa etária acima dos 65 anos correspondem a doen-
Tabagismo: o fumo é o único fator de risco totalmente evitável ças do aparelho circulatório. Nessa porcentagem estão incluídas as
de doenças e morte cardiovasculares. doenças cerebrovasculares (32%), doenças isquêmicas do coração
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
(29%) e infarto agudo do miocárdio (21%). Todas essas doenças ovários. Outros componentes da alimentação aparecem como risco
possuem relação comprovada com altos índices de colesterol no potencial de câncer: os defumados, embutidos e agentes contami-
sangue. Já as doenças hipertensivas, relacionadas ao colesterol e nantes como as aflatoxinas e compostos N-nitrosos.
ao alto consumo de sal, contam com 3%. O Diabetes mellitus conta Os padrões dietéticos que caracterizados pelo alto consumo de
com 4% das causas de morte nessa mesma população. fibras estão associados à baixa ocorrência de certos tipos de câncer,
Estes são dados alarmantes, pois além de serem as principais principalmente mama e cólon. Estudos demonstram que as frutas,
causas de mortes, essas doenças representam queda substancial os vegetais amarelos e verdes são alimentos que contribuem para a
na qualidade de vida. Estudos comprovam que a associação entre prevenção do câncer, pois são fontes de substâncias antioxidantes.
a obesidade e as doenças crônicas degenerativas, como diabetes
mellitus, hipertensão arterial e hiperlipidemia, constitui fator de Diabetes Mellitus Tipo 2
extrema importância para a redução da qualidade e da expectativa O diabetes tipo 2 (não-insulino dependente) não é o mais gra-
de vida. Isto ocorre devido a complicações tão comuns na evolução ve, mas é de mais difícil diagnóstico, pois os sintomas raramente
dessas doenças, que muitas vezes levam à incapacitação do indiví- aparecem na sua fase inicial. Estima-se que 4 a 5 milhões de pesso-
duo. as são portadoras de diabetes não diagnosticada.
Pesquisas realizadas pela American Heart Association apontam As complicações mais comuns são neuropatia, retinopatia e
que as medidas preventivas, principalmente no que se refere à mu- doença cardiovascular, que muitas vezes advêm de um diagnósti-
dança de hábitos alimentares e estilo de vida, têm efeito positivo co tardio ou de um acompanhamento errôneo do tratamento por
e comprovado na qualidade de vida. A adoção de hábitos alimen- parte dos pacientes. Essas complicações têm um impacto negativo
tares saudáveis e atividade física constante aumentam as chances sobre a expectativa de vida ativa, debilitando ou incapacitando os
de longevidade livre de doenças coronarianas, derrames e diabetes seus portadores.
mellitus, proporcionando melhor qualidade de vida. A obesidade é um fator importante na prevalência do diabetes
A vida agitada nos grandes centros urbanos tem provocado mu- tipo 2. A dieta balanceada, o controle do peso e os exercícios físicos
danças substanciais na alimentação e no estilo de vida. As pessoas são capazes de normalizar a glicemia e podem minimizar os efeitos
têm optado cada vez mais por uma alimentação rápida e prática, deletérios do diabetes.
o fast-food. Contudo, este tipo de alimentação é muito rico em O aconselhamento dietético para diabéticos consiste em dimi-
gorduras saturadas e proteínas, acarretando em aumento do ris- nuir o consumo de carboidratos, principalmente os carboidratos
co nutricional para as doenças crônicas degenerativas. Além disso, simples, dando preferência à ingestão dos provenientes das frutas
existe uma tendência acentuada ao sedentarismo, provocada pela e vegetais, em aumentar a ingestão de fibras solúveis, em reduzir as
diminuição de exercícios físicos. Por isso, os pesquisadores têm en- gorduras da dieta, principalmente as saturadas, e em evitar um alto
focado a prevenção de doenças crônicas degenerativas através da consumo de proteínas.
adoção de uma alimentação saudável e balanceada, juntamente
com a prática de exercícios, visando uma melhor qualidade de vida. Obesidade
A seguir, são apresentadas as doenças crônicas degenerativas que A obesidade é um distúrbio nutricional relacionado com o ex-
possuem relação com a alimentação, salientando as suas causas, cesso de ingestão de calorias. Ela está associada a outras doenças,
incidência e medidas de prevenção relacionadas com a Nutrição. como as doenças coronarianas, hipertensão, diabetes mellitus, dis-
lipidemias, doenças da vesícula biliar, osteoporose e alguns tipos de
Doenças Cardiovasculares câncer, aumentando a morbidade e a mortalidade.
A incidência de doenças cardiovasculares é responsável por Este distúrbio, muito comum em países desenvolvidos, visto
aproximadamente 24% das mortes nos EUA e 38% das mortes no que a sua maior causa é o excesso de ingestão de alimentos, tem
Brasil. Isto se deve a hábitos alimentares errôneos e à crescente atingido, também, nos países em desenvolvimento. Com a crescen-
tendência ao sedentarismo, comuns nos grandes centros de países te globalização, têm-se assistido a um aumento dramático na pre-
desenvolvidos, como os EUA. A importação desses hábitos para pa- valência de obesidade nos países em desenvolvimento. Isto se deve
íses em desenvolvimento, como o Brasil, tem levado a um aumento a mudança de hábitos alimentares e estilo de vida em toda a Améri-
crescente de doenças cardiovasculares. O ponto de partida para a ca Latina. Estes países estão incorporando hábitos alimentares dos
redução dos níveis de risco do colesterol sérico, segundo a Ameri- países mais industrializados. De fato, esta tendência, chamada de
can Heart Association, (1990) e Assis, (1997), é a mudança de estilo “ocidentalização da Nutrição” (nutritional westernization), vem se
de vida com relação a: caracterizando pelo aumento do consumo de fast-food e por uma
- Hábitos alimentares, particularmente com a redução das gor- tendência à diminuição da atividade física.
duras saturadas e o aumento de fibras solúveis; A incorporação dessa mudança de hábitos alimentares nas re-
- Prática de atividade física regular giões da América Latina tem propiciado o aumento das taxas de
doenças crônicas degenerativas em contraposição à das doenças in-
Câncer fectocontagiosas, as maiores responsáveis pela mortalidade no pas-
O câncer é responsável por 22% das mortes nos EUA e 13% no sado. Existem estudos que permitem a comparação da prevalência
Brasil (Ministério da Saúde). É considerada a terceira causa de mor- da obesidade em muitos países da América Latina. O indicador de
tes e possui íntima relação com hábitos alimentares. Ao contrário obesidade escolhido na pesquisa foi o Índice de Massa Corporal aci-
das doenças cardíacas, a sua taxa vem aumentando. ma de 25kg/m².
A incidência de tipos de câncer associados à alimentação Verificou-se uma alta prevalência de obesidade, principalmen-
(mama, cólon e próstata) aumentou. Vários estudos indicam que a te com relação ao sexo feminino, em todos os países estudados.
excessiva ingestão de gorduras é um fator de risco para alguns tipos
de câncer, principalmente o câncer de mama, cólon, próstata, reto e
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No Brasil, a prevalência de obesidade é maior no sexo feminino, A análise conjunta desses dados conduz ao diagnóstico nutricio-
enquanto no Uruguai encontramos uma prevalência de obesidade nal e à determinação de uma conduta dietética específica. A pres-
semelhante em homens e mulheres. Tais resultados demonstram crição dietética é definida como uma intervenção que implica na
que são necessárias medidas urgentes para que a população se melhoria da saúde do indivíduo através de uma dieta. O plano ali-
conscientize dos males de uma dieta rica em gorduras e proteínas. mentar envolve a prescrição de uma dieta adequada e balanceada
Cabe aos especialistas em Nutrição alertar para a importância e a sugestão de cardápios. Esta dieta deve levar em consideração a
de uma alimentação adequada, balanceada e variada. Na próxima composição de nutrientes dos alimentos, equilíbrio entre quantida-
seção apresentamos a importância do diagnóstico nutricional na de e qualidade dos nutrientes, ingestão de alimentos e refeições do
prevenção e no tratamento das doenças crônicas degenerativas que dia, respeitando a adequação e as preferências individuais.
apresentam relação com a alimentação.
Indicadores de Riscos para a Saúde
O Diagnóstico Nutricional
O cuidado nutricional individual é muito importante na preven- O índice de massa corpórea (IMC) e a relação cintura quadril
ção e no tratamento das doenças relacionadas com a alimentação, Muitos profissionais da saúde, incluindo médicos e nutricionis-
como é o caso das doenças crônicas degenerativas. O estabeleci- tas, buscam relacionar os níveis de obesidade ao risco para a saúde.
mento de uma conduta dietética adequada depende do diagnóstico O peso como um parâmetro isolado, embora seja frequentemente
nutricional para avaliar a existência de fatores de risco nutricional. obtido como parte da rotina de consultórios, não constitui uma boa
O risco nutricional é o potencial prejuízo que uma alimentação ina- informação sobre esta relação.
dequada, associada a fatores hereditários ou não, pode ocasionar a Quando o peso é relacionado a outros parâmetros, como o IMC
um indivíduo. A determinação do diagnóstico nutricional é efetua- e a circunferência abdominal, pode-se obter uma estimativa da sua
da durante uma consulta com especialistas. A consulta em Nutrição associação com o risco à saúde. Estas informações são muito impor-
consta de quatro etapas: tantes no acompanhamento do controle da obesidade e devem ser
- Coleta de informações; coletadas rotineiramente.
- Análise das informações obtidas; A utilização de indicadores de risco nutricional está cada vez
- Estabelecimento do plano de ação; mais sendo preconizada em estudos populacionais. O Índice de
- Determinação da conduta dietoterápica. Massa Corpórea e a Relação cintura/quadril constituem os indica-
dores de risco nutricional mais utilizados devido à sua fácil obten-
A finalidade do diagnóstico nutricional é verificar a influência ção e a precisão nos resultados
da alimentação na saúde do indivíduo. Isto é obtido através da ava- A utilização do Índice de Massa Corpórea (IMC) na avaliação
liação do estado nutricional. As finalidades da avaliação nutricional do risco à saúde é o instrumento mais prático para orientar o trata-
são identificar distúrbios nutricionais, estabelecer valores básicos mento da obesidade e é considerada a melhor estimativa da rela-
para avaliar a eficácia de planos alimentares e reconhecer, precoce- ção entre obesidade e o risco nutricional. Constitui uma ferramenta
mente, potenciais riscos à saúde devido a fatores nutricionais. importante e fácil de ser obtida para o diagnóstico nutricional. Ele é
Através de uma consulta, o especialista em Nutrição coleta in- calculado da seguinte forma:
formações pertinentes ao estado nutricional do indivíduo. Os ins-
trumentos necessários para a obtenção do diagnóstico nutricional
são história dietética, dados antropométricos, bioquímicos, ante-
cedentes médicos, antecedentes familiares, histórico alimentar e
fatores psicossociais.
- O histórico do consumo alimentar feito através de anamnese
alimentar indica a presença de hábitos alimentares errôneos que Onde:
podem interferir no estado nutricional do indivíduo; Peso = peso atual em kg;
- Dados antropométricos obtidos através das medidas de altura, Altura = em metros, elevada ao quadrado.
peso e/ou dobras cutâneas. Fornecem informações sobre a massa e
a distribuição de gordura corpórea; A definição de faixas de IMC saudáveis (IMC=19 a 25) é aceita
- Os exames bioquímicos indicam o estado nutricional através pela Organização Mundial da Saúde e está baseada na avaliação do
do estado metabólico do indivíduo, entre eles: glicemia, colesterol risco da obesidade (Meisler) em ocasionar doenças crônicas dege-
sérico, hemograma etc.; nerativas. O IMC pode classificar o indivíduo em:
- Os antecedentes médicos indicam patologias que podem estar - Desnutrição: <18,5
associadas à alimentação, como por exemplo, diabetes, obesidade, - Eutrofia: 18,5 – 24,9
hipertensão, anemia ferropriva etc.; - Sobrepeso: 25 – 30
- Os antecedentes familiares indicam se os parentes próximos - Obesidade moderada: 30 – 40
apresentam doenças que podem ser transmitidas por hereditarie- - Obesidade mórbida: > 40
dade, como por exemplo, as acima citadas;
- A determinação de fatores psicossociais, como ansiedade, de- A relação cintura/quadril é o índice mais utilizado para averiguar
pressão, condição socioeconômica que podem interferir na alimen- a distribuição local de tecido adiposo regional. A circunferência da
tação. cintura é determinada na área mais estreita, acima do umbigo e a
do quadril, sobre a área máxima dos glúteos. Os valores de circunfe-
rência da cintura acima de 100cm são considerados potencialmente
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aterogênicos, ou seja, podem indicar maior deposição de colesterol A avaliação do processo de trabalho, busca compreender as rela-
nas artérias. Os valores limiares sugeridos como adequados para a ções que se estabelecem, no processo de trabalho em saúde, entre os
relação da circunferência cintura/quadril são: elementos que o constituem: objeto do trabalho, meios de trabalho
- 0,8 para mulheres de meia idade ou idosas (onde se incluem, além dos instrumentos materiais, o conhecimento
- 0,9 para homens clínico e o conhecimento epidemiológico), e agentes do trabalho; estes
Valores superiores são considerados fatores de risco de doença são determinados, em última instância, pela necessidade social de ob-
cardiovascular, apresentando correlação positiva com a mortalida- tenção dos produtos desse processo de trabalho.
de cardiovascular em homens e mulheres. Nesses termos, a avaliação deve reconhecer quais são essas
Embora a relação cintura quadril tenha sido bastante empre- necessidades (ou, pelo menos, qual é sua expressão hegemôni-
gada para estimar a distribuição de gordura corpórea, a literatura ca), e verificar se o processo efetivamente realizado é adequado à
recente sugere que a circunferência abdominal pode indicar uma satisfação dessas necessidades sociais. É evidente que a satisfação
melhor correlação com doenças crônicas e degenerativas e a ocor- efetiva dessa necessidade só pode ser apreendida pelo próprio
rência de adiposidade na região central do corpo. conjunto social que, ao fazê-lo, reitera, modifica ou substitui aquele
Fortes correlações foram observadas com o risco para diabe- processo por outro.
tes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão e dislipidemias. Deste modo, três enfoques aparecem como pertinentes para a
Quanto maior for a medida da circunferência abdominal, maior é o avaliação do processo de trabalho relativo a ações programáticas
risco de se adquirir doenças crônicas e degenerativas. dirigidas ao controle de DCV: avaliação da cobertura, avaliação do
A distribuição regional da gordura corporal é um indicador de uso do serviço, e avaliação do conteúdo das ações.
risco nutricional muito importante. Estudos revelam que existe uma
íntima relação com o tipo de distribuição regional de gordura corpo- A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as doenças
ral e a ocorrência de doenças cardiovasculares. crônicas de declaração não obrigatória, como as doenças cardiovas-
Os tipos de distribuição de gordura corporal dividem-se em: culares, a diabetes, a obesidade, o cancro e as doenças respiratórias,
abdominal, conhecida como androide, e no quadril, denominada representam cerca de 59% do total de 57 milhões de mortes por ano
ginecoide. O tipo de distribuição de gordura corporal que apresenta e 46 por cento do total de doenças. Afetam países desenvolvidos e
maior relação com o aparecimento de doenças cardiovasculares é países em vias de desenvolvimento. A expansão das doenças crônicas
o androide. reflete os processos de industrialização, urbanismo, desenvolvimento
Conhecendo-se o grau de risco nutricional ao qual o indivíduo econômico e globalização alimentar, que acarretam:
está submetido, o passo seguinte é o estabelecimento da conduta - Alteração das dietas alimentares;
dietética, que consiste na prescrição de uma dieta individualizada e - Aumento dos hábitos sedentários;
adequada nutricionalmente, na orientação da dieta prescrita e no - Crescimento do consumo de tabaco.
acompanhamento evolutivo do paciente.
Já há algum tempo, a magnitude das doenças cardiovasculares Cerca de metade das mortes causadas por doenças crônicas
como causa de óbito e morbidade tem suscitado estudos que rela- está diretamente associada às doenças cardiovasculares. Os ata-
cionam certos fatores (tabagismo, alcoolismo, hipercolesterolemia, ques cardíacos e os enfartes do miocárdio matam cerca de 12 mi-
obesidade, “stress”, diabetes melittus, hipertensão arterial e ou- lhões de pessoas por ano. A hipertensão e outras doenças cardía-
tros), ao aparecimento dessas doenças. No intuito de tentar evitar cas matam, por sua vez, 3,9 milhões de pessoas. Cerca de 75% das
a morte precoce e a morbidade por essas citadas doenças, em sua doenças cardiovasculares são atribuíveis a:
maior parte incapacitantes, tem-se formulado duas estratégias bá- - Colesterol elevado;
sicas: a do “enfoque de risco” e a do “enfoque populacional”. - Tensão arterial elevada;
O primeiro propõe o controle de exposição a fatores de risco - Dieta pobre em frutas e vegetais;
em indivíduos com alto risco para doenças cardiovasculares (DCV), - Sedentarismo;
em trabalho realizado indivíduo a indivíduo. Já o “enfoque popula- - Tabagismo.
cional” pretende alcançar a redução dos fatores de risco na popu-
lação, realizando-se a abordagem ao nível do coletivo. Ambas as Calcula-se que, em todo o mundo, existam 177 milhões de pes-
estratégias têm como pressuposto que a supressão de um ou mais soas a sofrer de diabetes, sobretudo de tipo 2. Dois terços do total
fatores de risco acarretaria diminuição da mortalidade e morbidade vivem nos países em vias de desenvolvimento. Mais de mil milhões
por DCV. de adultos sofrem de excesso de peso. Destes, pelo menos 300 mi-
O Ministério da Saúde, pela sua Divisão Nacional de Doenças lhões são clinicamente obesos. Apesar de muito diferentes entre
Crônico-Degenerativas, lançou as “Bases Estratégicas e Operacio- si, as doenças crônicas apresentam fatores de risco comuns. São
nais” para o controle das DCV, em documento onde faz uma breve poucos e podem ser prevenidos:
avaliação do trabalho realizado naquele ano e expõe sua propos- - Colesterol elevado;
ta de atuação. O documento prevê que a abordagem do problema - Tensão arterial elevada;
seja feita através dos dois enfoques, o de risco e o populacional. - Obesidade;
O trabalho de prevenção pela “estratégia populacional” seria - Tabagismo;
realizado por meio de campanhas antifumo, a favor dos exercícios - Consumo de álcool.
físicos e da dieta mais equilibrada. Já o trabalho de prevenção pela
“estratégia de alto risco” seria realizado pela assistência médica Através da alteração do seu estilo de vida poderá, em pouco
prestada aos indivíduos de alto risco, especialmente hipertensos, tempo, reduzir o risco de desenvolver uma doença crônica. Alte-
com a detecção e controle dos principais fatores de risco, tais como rando a dieta alimentar – privilegiar frutas, vegetais, frutos secos
fumo, obesidade, hipercolesterolemia, entre outros.
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e cereais integrais; substituir as gorduras animais saturadas por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses de alimentos salgados e
doces; iniciando a prática de exercício físico diário; Mantendo um peso normal – Índice de Massa Corporal entre 18,5 e 24,9. Eliminando
o consumo de tabaco.
Já está comprovado que as intervenções comportamentais sustentadas são eficazes na redução dos fatores de risco para a população. Mais
de 80% dos casos de ocorrência de doenças cardíacas coronárias, 90% dos casos de diabetes de tipo 2 e de um terço das ocorrências de cancro
podem ser evitados através da alteração dos hábitos alimentares, do aumento de atividade física e do abandono do tabagismo.
DOENÇAS NEOPLÁSICAS
Neoplasia
Neoplasia é uma proliferação anormal, autônoma, progressiva e descontrolada de um determinado tecido, que persiste em seu cres-
cimento mesmo quando cessado o estímulo que a provocou. A neoplasia é também conhecida como “tumor”.
A palavra neoplasia tem origem nos termos gregos Neo = Novo e Plasia = Formação.
Devido a uma série de fatores que podem ser genéticos ou adquiridos, as células neoplásicas perdem a sua capacidade de controlar
devidamente a sua proliferação e diferenciação.
Um tumor possui um parênquima, com as células tumorais, e um estroma, formado por vasos sanguíneos, tecido conjuntivo, macrófa-
gos e linfócitos. O parênquima influencia as consequências patológicas e o comportamento do tumor, enquanto que o estroma possibilita
e determina o seu crescimento.
Neoplasia Benigna
Normalmente está localizadas em uma única massa tumoral;
É circunscrita por cápsula ou tecidos adjacentes comprimidos;
Manifesta-se através de ocupação de espaço e compressão;
Não há risco de metástase;
Quando removida, não volta a surgir, garantindo a sobrevivência do indivíduo na grande maioria dos casos.
Exemplos de neoplasias benignas
- Como exemplo de neoplasias benignas podemos citar:
- Condroma: tumor benigno que possui origem na cartilagem.
- Lipoma: tumor benigno que se origina a partir do tecido adiposo.
- Mioma: tumor benigno que possui origem no tecido muscular.
Nomenclatura:
Neoplasias com diferenciação epitelial: Ao tipo de célula, acrescenta-se o sufixo “–oma” (fibroma, adenoma);
Neoplasias com diferenciação mesenquimatosa: Ao tipo de célula, acrescenta-se o sufixo “–oma” (lipoma, osteoma);
Neoplasias com diferenciação melanocítica: Designam-se “novos melânicos”.
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Nomenclatura:
Neoplasias com diferenciação epitelial: Utiliza-se a o termo “carcinoma”, em alguns casos, como sufixo (adenocarcinoma, carcinoma
pavimentoso);
Neoplasias com diferenciação mesenquimatosa: Utiliza-se a designação genérica “sarcoma”, maioritariamente, como sufixo (lipossar-
coma, osteossarcoma);
Neoplasias com diferenciação melanocítica: Designam-se “melanomas”. Na grande maioria das vezes acometem a pele, mas podem
ocorrer no globo ocular, cavidade nasal e oral, esôfago, reto, vagina, próstata.
Neoplasia de Malignidade Intermediária (“borderline”)
Tem capacidade de invasão local, mas com baixo risco de progressão e metástase;
Apresenta elevado risco de recidiva local;
Após sucessivos episódios de recidiva, pode ocorrer progressão para formas de maior agressividade clínica.
Radioterapia: consiste no tratamento do câncer utilizando ra- A maior parte dos profissionais reconhece como ações de saú-
diações ionizantes. O tratamento visa destruir as células que cau- de mental apenas a administração de medicamentos psiquiátricos e
sam o tumor ou impedir que ele aumente. A radioterapia pode ser o encaminhamento do paciente para serviços especializados. Mas,
feita de duas formas: radioterapia externa ou braquiterapia. Na na realidade o atendimento da enfermagem para esses casos deve
radioterapia externa, o aparelho que emite a radiação fica afasta- ir muito além, começando por acolher e escutar o cliente.
do do paciente e direcionado para a área que deve ser tratada. Na A priori deve-se entender que os transtornos mentais não apa-
braquiterapia, são colocados aplicadores no paciente e a radiação é recem de forma clara e explícita, nós devemos aprender a identifi-
emitida do aparelho para os aplicadores. cá-los também nos pacientes que não aparentam ter transtornos
Transplante de medula óssea: é um tratamento feito quando o mentais. É preciso identificar os pacientes que sofrem exclusão so-
paciente apresenta doenças que afetam as células do sangue, como cial e até mesmo observar os familiares.
as leucemias. Nesse tratamento, o paciente receberá células nor- Sinais e sintomas como insônia, fadiga, irritabilidade, esque-
mais da medula óssea. O transplante pode ser autogênico, quando cimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas são os
a medula é proveniente do próprio paciente, ou alogênico, quando mais comuns e podem levar à incapacidade e à procura por serviços
a medula vem de um doador. de saúde.
Vale destacar que muitas neoplasias malignas possuem cura As ações de enfermagem em Saúde Mental devem começar já
por completo, e o sucesso do tratamento está muitas vezes relacio- na entrevista, perguntando e ouvindo com atenção não somente a
nado ao estágio em que a doença foi diagnosticada. Muitos tipos queixa do paciente, mas sua história de vida, sua cultura, seu pro-
de câncer, se descobertos no início, apresentam altas taxas de cura. cesso de adoecimento, seus problemas emocionais e sofrimentos.
É preciso conversar com o paciente, orientá-lo, pois muitas vezes
essas ações são mais eficazes do que iniciar outra via terapêutica
ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL nesse indivíduo. Além disso, conversar e orientar a família também
são ações relevantes.
Quanto mais confiança o paciente sentir do profissional mais
Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros. Saber ele se manifestará de forma sincera e verbalizará as suas dúvidas.
lidar com as boas emoções e também com as desagradáveis, acei- Em longo prazo, deve-se acompanhar o indivíduo, principal-
tar as exigências da vida, reconhecer seus limites e buscar ajudam mente se este estiver fazendo uso de terapia medicamentosa. De-
quando necessário. ve-se observar também se o mesmo está tendo melhora no seu
Vários são os fatores que influenciam nossos comportamentos, quadro de saúde mental.
as nossas escolhas, a nossa cultura, entre outros. A desarmonia Os profissionais de enfermagem devem entender que o porta-
desses fatores pode levar uma pessoa a desenvolver um transtorno dor de distúrbio mental é um sujeito ativo, e que apesar de pensar
mental em um determinado momento de sua vida. ou agir de forma diferente da maioria, seus pensamentos e desejos
Como exemplo, podemos citar alguém que desenvolve um devem ser levados em consideração e respeitados na medida do
medo excessivo da violência, a ponto de recusar-se em sair às ruas, possível.
fato que nos leva a concluir de imediato que existem várias causas Para fazer um acompanhamento de forma eficiente, é preciso,
colaborando para isso, como a própria história de vida da pessoa. além de assistir o enfermo, investir em reuniões com a família, vi-
É por isso que, na consulta de enfermagem, precisamos co- sitas domiciliares, contato com a escola e/ou trabalho, e também
nhecer mais os nossos clientes, saber do que gostam, a sua etnia, orientá-lo quanto aos centros de cultura e programas de inclusão
como vivem, a fim m de tornar mais fácil identificar os fatores que social, pois sociabilizá-lo com pessoas novas, pode e deve fazer mui-
exercem influência no momento atual de seu transtorno e, assim, to bem para a sua recuperação.
elaborar as intervenções necessárias. Desde 2003 foram incluídas na Estratégia de Saúde da Família
(ESF) equipes de Saúde Mental. O principal objetivo é tratar do pa-
Podemos dizer que alguns grupos influenciam o surgimento ciente no contexto familiar, pois realizar o tratamento isolado da fa-
da doença mental. São eles: mília, das pessoas que o indivíduo tem contato diário, nem sempre
• Biológico - alterações ocorridas no corpo como um todo, em apresenta resultados positivos.
determinado órgão ou no sistema nervoso central (fatores genéti- Não há um modelo pronto de atendimento a ser seguido pelo
cos ou hereditários, pré-natais e perinatais, neuro-endocrinológi- profissional de saúde, cabe ao enfermeiro ser criativo e estar dis-
cos); posto a ajudar o paciente, além de procurar se aprimorar e se qua-
• Social - interações que temos com os outros, nossas relações lificar a respeito nesse âmbito.
pessoais, profissionais e ou em grupos (medo na infância);
• Culturais - modificam-se de país para país, ou seja, a noção de Psicopatologia na Atualidade
certo e errado modifica-se conforme o grupo de convívio (religião, Atualmente, reconhece-se como transtornos mentais os pro-
escola, família, país, cultura); blemas classificados no DSMIV e CID-10, como depressão, ansieda-
• Econômico - a necessidade e a miséria podem levar ao au- de, autismo e esquizofrenia. Também é reconhecido o diagnóstico
mento da criminalidade e esta, ao aumento da tensão no nosso dia de atraso mental como um déficit de inteligência, que pode ser
a dia (o consumismo leva a dívidas que ultrapassam os ganhos); leve, moderado, grave ou profunda.
O DSM-IV classifica os diferentes transtornos mentais nos se- - Transtornos do comportamento e transtornos emocionais
guintes grupos: que aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência
- Transtornos usualmente diagnosticados na lactância, infância (F90-F98), como distúrbios de conduta ou transtornos hipercinéti-
e adolescência, como os retardos mentais e distúrbios de aprendi- cos;
zagem; - Transtorno mental não especificado (F99).
- Delirium, Demência, Transtornos Amnésicos e Outros Trans-
tornos Cognitivos; Referências:
- Transtornos Mentais devido à Condição Clínica Geral, como CID-10 [2008]: http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/webhelp/
transtornos catatônicos e desvios de personalidade; cid10.htm
- Transtornos Relacionados a Substâncias, como abuso de álco- Psiquiatria Geral: http://www.psiquiatriageral.com.br/
ol ou dependência de drogas, ou ainda transtornos induzidos por
uso de substância como abstinência de nicotina ou demência al- Sinais e Sintomas de Transtornos Mentais
coólica;
- Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos, como paranoia De acordo com a apresentação do cliente:
(esquizofrenia do tipo paranoide) ou transtorno delirante; - Aparência: maneira de se vestir e de cuidar da higiene pes-
- Transtornos do Humor, como depressão ou transtorno bipo- soal;
lar; - Psicomotricidade: atividade motora, envolvendo a velocidade
- Transtornos de ansiedade, como fobias ou pânico; e intensidade; agitação (hiperatividade); retardo (hipoatividade);
- Transtornos somatoformes, como transtornos conversivos e tremores; maneirismo; tiques; catatonia; obediência automática;
transtornos dismórficos; negativismo;
- Transtornos factícios, como a síndrome de Munchousen;
- Transtornos dissociativos, como anmésia dissociativa ou fuga De acordo com a Linguagem e Pensamento:
dissociativa; - Característica da fala: observar se a fala é espontânea, se
- Transtornos sexuais e de identidade de gênero, como aversão ocorre logorreia (fala acelerada); mutismo (mantém- se mudo); ga-
sexual ou parafilias (como pedofilia); gueira; ecolalia (repetição das ultimas palavras, como em eco);
- Transtornos alimentares, como anorexia nervosa e bulimia - Pensamento: inicia com os cinco sentidos (visão, olfato, pala-
nervosa; dar, audição e tato) e conclui se com o raciocínio.
- Transtornos do sono, como insônia ou terror noturno; - Inibição do pensamento: lentificado, pouco produtivo;
- Transtornos de controle de impulso, como cleptomania ou - Fuga de ideias: tem um aporte tão grande de ideias que não
piromania; consegue concluí-las, emenda um assunto no outro de tal maneira
- Transtornos de personalidade, como personalidade paranoica que torna difícil sua compreensão;
ou personalidade obsessivo-compulsiva. - Desagregação do pensamento: constrói sentenças corretas,
muitas vezes até rebuscadas, mas sem um sentido compreensível,
O CID-10 classifica os transtornos mentais e de comportamen- fazendo associações estranhas;
to, da seguinte forma: - Ideias supervalorizadas e obsessivas: mantém um discurso cir-
- Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos cular voltando sempre para o mesmo assunto;
(F00-F09), como Alzheimer, demência vascular ou transtornos men- - Ideias delirantes: ideias que não correspondem à realidade,
tais devido a lesão cerebral ou doença física; mas que para o indivíduo são a mais pura verdade.
- Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de Ex.: meus olhos possuem sistema de raio laser.
substância psicoativa (F10-F19), como uso de álcool ou múltiplas
drogas; De acordo com Senso-Percepção:
- Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos deli- - Senso-percepção: síntese de todas as sensações e percepções
rantes (F20-F29), como esquizofrenia e psicose aguda; (pelos 5 sentidos) que temos e com ela formamos uma ideia de
- Transtornos de humor ou afetivos (F30-F39), como depressão tudo o que está à nossa volta.
ou transtorno bipolar. - Alucinações: são sensações ou percepções em que o objeto
- Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o não existe, mas que é extremamente real para o paciente e ele não
“stress” e transtornos somatoformes (F40-F48), como transtorno pode controlá-las, pois independem de sua vontade; podem ser
obsessivo-compulsivo ou transtorno de estresse pós-traumático; auditivas, visuais, gustativas, olfativas, táteis, sinestésicas e outras;
- Síndromes comportamentais associadas a disfunções fisioló- - Ilusões: sensação referente à percepção de objeto que existe.
gicas e a fatores físicos (F50-F59), como os transtornos alimentares Ex.: O teto está baixando e poderá esmagá-lo.
ou disfunções sexuais ou de sono causados por fatores emocionais;
- Transtornos da personalidade e do comportamento do adulto De acordo com afetividade e Humor:
(F60-F69), como transtornos de hábitos e impulsos. - Tristeza patológica: profundo abatimento, baixa autoestima,
- Retardo Mental (F70-79), classificados como leve, moderado, geralmente acompanhados de tendência para o isolamento, choro
grave ou profundo; fácil, inibição psicomotora;
- Transtornos do desenvolvimento psicológico (F80-F89), como - Alegria patológica: estado eufórico, agitado, com elevada au-
transtornos relacionados à linguagem ou ao desenvolvimento mo- toestima, grande desinibição.
tor;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
De acordo com a Atenção e Concentração: Muitas vezes o comportamento de alguém passa a não cor-
- Inatenção: dificuldade de concentração; responder a determinadas expectativas dos padrões culturais atu-
- Distração: mudança constante de focos de atenção; almente em vigor, tanto na área da impressão de si mesmo, das
- Orientação: consciência de dados que nos localizem, princi- outras pessoas ou de alguns acontecimentos, quanto no campo
palmente, no tempo e no espaço; afetivo, envolvendo a vantagem ou não das réplicas emocionais;
- Desorientação: incapacidade de relacionar os dados a fim de no andamento das relações entre as pessoas, bem como no freio
perceber o espaço e o tempo. dos impulsos. Outras vezes, suas atitudes tornam-se intransigentes,
com sérias consequências.
Transtorno Bipolar de Humor
O transtorno de Humor é uma doença caracterizada pela al- Outra característica deste transtorno é a ausência de bem-es-
ternância de humor: ora ocorrem episódios de euforia (mania), ora tar nas interações sociais e profissionais. Este processo tem início,
de depressão, com períodos intercalados de normalidade. Com o geralmente, na fase da adolescência ou, no máximo, assim que o
passar dos anos os episódios repetem-se com intervalos menores, sujeito se torna adulto. É necessário ter certeza, antes de se va-
havendo variações e existindo até casos em que a pessoa tem ape- ler deste diagnóstico, que não há a ocorrência de nenhuma outra
nar um episódio de mania ou depressão durante a vida. Apesar de o patologia, o uso excessivo de determinadas substâncias químicas,
Transtorno Bipolar do Humor nem sempre ser facilmente identifica- nem mesmo a incidência de problemas orgânicos ou de lesões cere-
do, existem evidências de que fatores genéticos possam influenciar brais. Certas perturbações desta natureza não devem ser analisadas
o aparecimento da doença. como transtorno de personalidade em menores de 18 anos.
Durante o tratamento farmacoterápico, a enfermagem deve Deve-se distinguir o transtorno de personalidade, como ca-
estar atenta para a avaliação do paciente quanto à adesão ao tra- racterizado acima, dos Transtornos de Alteração da Personalidade,
tamento e às respostas fisiológicas aos medicamentos, percebendo que ocorrem a partir de um certo momento, desencadeados nor-
sua adaptação ou não aos mesmos. malmente por um evento traumático ou um estresse grave. Para se
Importante ainda é perceber o grau de orientação do paciente definir melhor este fenômeno, os pesquisadores costumam subdi-
e da família quanto à terapêutica utilizada, direcionando, quando vidi-lo em várias categorias.
necessária, atenção aos mesmos, propiciando conhecimentos su-
ficientes para que possam identificar eventos adversos. Também Classe A – Transtornos excêntricos ou estranhos:
é necessário cuidar do preparo da medicação, levando a família a - Transtorno de personalidade esquizoide: embaraços na hora
apoiar e o paciente a aderir ao tratamento. de interagir socialmente e de revelar os sentimentos. Pessoas indi-
ferentes e solitárias.
Transtorno de personalidade - Transtorno de personalidade esquizotípica: forma mais suave
Trata-se de distúrbios graves da constituição caracterológica de esquizofrenia. Presença de pensamentos nada comuns.
e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente - Transtorno de personalidade paranoide: desconfiança cons-
imputáveis a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um tante em relação às pessoas.
outro transtorno psiquiátrico. Estes distúrbios compreendem ha-
bitualmente vários elementos da personalidade, acompanham-se Classe B - Transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregula-
em geral de angústia pessoal e desorganização social; aparecem res:
habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de - Transtorno de personalidade antissocial: pessoas insensíveis
modo duradouro na idade adulta. aos sentimentos dos outros. Não desejam se adaptar às leis vigen-
tes.
As pessoas com transtorno de personalidade não têm o que se - Transtorno de personalidade histriônica: seus portadores es-
considera um padrão normal de vida – do ponto de vista estatístico, tão sempre se desdobrando para ser o centro das atenções.
ou seja, comparado ao modo de viver das outras pessoas. Esta per- - Transtorno de personalidade limítrofe: interações afetivas in-
turbação atinge todos os pontos da personalidade de uma pessoa tensas, porém caóticas e carentes de organização; instáveis e im-
que causam uma ação nos que a cercam e sobre o contexto em que pulsivas.
habita – na forma de demonstrar seus sentimentos, nas atitudes - Transtorno de personalidade narcisista: caracteriza os apaixo-
sociais. nados por sua própria imagem.
O portador deste transtorno provoca danos a si mesmo e aos
que com ele convivem. Quando as mutações na personalidade se Classe C – Transtornos ansiosos ou receosos:
tornam persistentes, embora não caracterizem nenhuma mudança - Transtorno de personalidade dependente: pessoas muito de-
patológica, elas compõem então o Transtorno de Personalidade. pendentes afetiva e fisicamente de outros.
- Transtorno de personalidade esquiva: aqueles que são porta-
Quando certos contextos com os quais as pessoas estão fami- dores de uma timidez exagerada.
liarizadas subitamente se transformam, algumas delas não conse- - Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva: não con-
guem adaptar seus traços de personalidade às novas circunstâncias. fundir com o TOC-Transtornos Obsessivos Compulsivos. Indivíduos
É como se elas fossem prisioneiras do seu modo de ser e, não sendo que têm uma tendência para serem perfeccionistas, severos, im-
capazes de se adaptar ao novo, ao desconhecido, seus traços de pertinentes com eles mesmos e com os outros; são muito frios e
personalidade passam a lhes perturbar, bem como aos seus paren- submetidos constantemente a uma intensa disciplina.
tes e amigos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Tipos de distúrbios de personalidade: entre 14 e 17 anos, mas pode ocorrer mais cedo entre 10 a 13 anos
- Paranoide; ou mais tarde até aos 40 anos de idade. A doença é pelo menos 10
- Esquizoide; vezes mais frequente nas moças do que nos rapazes e aflige princi-
- Esquizotípica; palmente as mulheres de nível sócio econômico médio ou superior.
- Antissocial; Há importante conflito na imagem corporal, com medo excessivo de
- Borderline; engordar. Acometem as pessoas magras e negam a fome.
- Histriônica;
- Narcisista; Epidemiologia da bulimia nervosa- BN: Aflige principalmente as mu-
- Esquiva; lheres de nível socioeconômico médio ou superior. Em geral os pacientes
- Obsessivo- Compulsiva. apresentam peso normal ou sobrepeso, não negam a fome. Embora haja
um registro considerável de bulimia na imprensa popular a maioria da
Transtornos de Ansiedade atenção tem sido dada aos aspectos relativamente benignos do problema.
A ansiedade é uma reação normal diante de situações que po- Segundo Fairburn e Beglin (1990) que fizeram uma média dos resultados
dem provocar medo, dúvida ou expectativa. Nesses casos, a ansie- de vários estudos, estimaram uma prevalência de 2,6%. Cooper e Fairburn
dade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar (1983), com base em uma amostra da comunidade, estimaram que 1,9%
o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adap- em mulheres. Pyle et al (1983) relatou que a prevalência de BN clinicamen-
tação às novas condições de vida. te significativa e maior em estudantes universitárias que a da comunidade,
O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual correspondendo a aproximadamente 4%. Outros estudos epidemiológicos
de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracte- tem mostrado uma prevalência menor que 2% da verdadeira bulimia ner-
rizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persis- vosa entre meninas no segundo grau escolar – grupo que se acredita ter o
tente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem maior risco. Outras referências bibliográficas citam a prevalência entre 1,1
acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, à 4,2% na faixa dos 18 anos de idade.
fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular,
perturbação do sono, palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da Arthorexia:Não se conhece a prevalência, mas observa-se que
pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábi- a incidência está aumentando. É a obsessão em comer extrema-
tos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares. mente correto com perigo a saúde e as relações sociais. O ortho-
rético é extremamente concentrado se um determinado alimento
Transtornos Alimentares lhe fará bem ou mal, a ponto de inibir o apetite. Tal preocupação
São transtornos mentais graves, crônicos, que acometem prin- excessiva também prejudica as relações afetivas e sociais e até mes-
cipalmente os adolescentes e adultos jovens, mais do sexo femini- mo ocasionar emagrecimento excessivo.
no, levando a danos psicológicos, sociais e clínicos, podendo, nos
casos extremos, acarretar a morte. As características comporta- Vigorexia: e caracteriza pelo excesso de preocupação em ter um
mentais gerais são a preocupação excessiva com o peso e a aparên- corpo forte. Os portadores desse transtorno exercitam-se em excesso
cia do corpo acarretando comportamentos alimentares prejudiciais e constantemente medindo sua musculatura para verificar se já ob-
a saúde, dificuldades no relacionamento social e sofrimento. tiveram resultados. Apesar de fortes ainda sim se consideram fracos.
Quase sempre usam suplementos alimentares anabolizantes e até
Classificação dos transtornos alimentares segundo o CID-10: mesmo esteroides, mesmo que saibam que isto possa prejudicar a
- anorexia nervosa– há importante conflito na imagem corpo- saúde. Esta doença é mais comum nos homens, mas também há ca-
ral, com medo excessivo de engordar. Acometem as pessoas magras sos em mulheres. Não se conhece a prevalência, mas observa-se que
e negam a fome. está cada vez mais comum. Diferente do fisiculturismo.
- anorexia nervosa atípica - transtornos que apresentam algu-
mas das características da anorexia nervosa mas cujo quadro clínico Transtorno compulsivo alimentar periódico:O transtorno de
global não justifica tal diagnóstico. Por exemplo, ausência do temor compulsão alimentar periódico (TCAP) é uma doença caracterizada
acentuado de ser gordo na presença de uma acentuada perda de por episódios de comer compulsivo, sem o comportamento de pur-
peso e de um comportamento para emagrecer. gação. O principal sintoma do transtorno de compulsão alimentar
-bulimia nervosa – em geral os pacientes apresentam peso nor- é o impulso incontrolável para ingestão de grandes quantidades de
mal ou sobrepeso, não negam a fome. alimentos, sendo que a principal consequência é o ganho de peso
-transtorno de compulsão alimentar periódica – o paciente progressivo, resultando em obesidade, por vezes mórbida.
come sem fome até sentir-se repleto e com culpa. Pode ter relação
com a obesidade, as dietas para emagrecer não funcionam. Apre- Referências:
sentam autocrítica negativa com sintomas depressivos e ansiosos. Manual Merck de Medicina – 16ª Edição
-transtorno alimentar não especificado. Incluem todos outros Guideline 2000.
transtornos, inclusive a orthorexia, vigorexia, drunkorexia, diabe- http://www.flumignano.com/medicos/biblioteca.htm
rexia etc. Dr. Steven Bratman – www.orthorexia.com
Epidemiologia da anorexia nervosa:Yates, 1989, relatou que a
maioria dos estudos estabeleceu uma prevalência de 1 caso entre Transtorno Opositor Desafiante
100 garotas adolescentes, sendo as mulheres de classe social mais O transtorno desafiador de oposição (TDO) ou Transtorno Opo-
alta as que têm o maior risco. Cecil Loeb - Tratado de Medicina Inter- sitor Desafiante é um transtorno disruptivo, ou seja, não aceita re-
na, 14ª Edição relatou que a incidência de novos casos atinge uma gras, caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio
faixa de 0,6 a 1,6 por 100.000 habitantes. A idade comum de início é e comportamento hostil. Os pacientes discutem excessivamente
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
com adultos, não aceitam responsabilidade por sua má conduta, É uma doença frequente e universal que incide em 1% da popu-
incomodam deliberadamente os demais, possuem dificuldade em lação. Ocorre em todos os povos, etnias e culturas. Existem estudos
aceitar regras e perdem facilmente o controle se as coisas não se- comparativos indicando que ela se manifesta igualmente em todas
guem a forma que eles desejam. as classes socioeconômicas e nos países ricos e pobres. Isso reforça
Geralmente os pacientes apresentam um padrão contínuo de a ideia de que a esquizofrenia é uma doença própria da condição
comportamento não cooperativo, desafiante, desobediente e hostil humana e independe de fatores externos. Em cada 100 mil habitan-
incluindo resistência à figura de autoridade. o padrão de comporta- tes, surgem de 30 a 50 casos novos por ano.
mento pode incluir: Existe um componente genético importante. O risco sobe para
-frequentes acessos de raiva; 13%, se um parente de primeiro grau for portador da doença. Quan-
-discussões excessivas com adultos, muitas vezes, questionan- to mais próximo o grau de parentesco, maior o risco, chegando ao
do as regras; máximo em gêmeos monozigóticos. Se um deles tem esquizofrenia,
-desafio e recusa em cumprir com os pedidos de adultos; a possibilidade de o outro desenvolver o quadro é de 50%. Mas, em
-deliberada tentativa de irritar ou perturbar as pessoas; linhas gerais o ambiente pode influenciar o adoecimento nas etapas
-culpar os outros por seus erros; mais precoces do desenvolvimento cerebral, da gestação à primeira
-muitas vezes, ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos infância, bem como na adolescência.
outros;
-agressividade; Tipos de Esquizofrenia:
-dificuldade em manter as amizades; - esquizofrenia residual: refere-se a uma esquizofrenia que já
-problemas acadêmicos tem muitos anos e com muitas consequências. Neste tipo de esqui-
zofrenia podem predominar sintomas como o isolamento social, o
Os sintomas são geralmente vistos em várias configurações, comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas e pensa-
massão mais perceptíveis em casa ou na escola. Este problema é mentos ilógicos.
bastante comum, ocorrendo entre 2% e 16% das crianças e ado- -esquizofrenia simples: normalmente, começa na adolescência
lescentes. com emoções irregulares ou pouco apropriadas, pode ser seguida
de um demorado isolamento social, perda de amigos, poucas rela-
Esquizofrenia ções reais com a família e mudança de personalidade, passando de
Os transtornos esquizofrênicos são distúrbios mentais graves sociável a antissocial e terminando em depressão. É também pouco
e persistentes, caracterizados por distorções do pensamento e da frequente.
percepção, por inadequação e embotamento do afeto por ausên- -esquizofrenia indiferenciada: apesar desta classificação, é im-
cia de prejuízo no sensório e na capacidade intelectual (embora ao portante destacar que os doentes esquizofrénicos nem sempre se
longo do tempo possam aparecer déficits cognitivos). Seu curso é encaixam perfeitamente numa certa categoria. Também existem
variável, com cerca de 30% dos casos apresentando recuperação doentes que não se podem classificar em nenhum dos grupos men-
completa ou quase completa, 30% com remissão incompleta e pre- cionados. A estes doentes pode-se atribuir o diagnóstico de esqui-
juízo parcial de funcionamento e 30% com deterioração importante zofrenia indeferenciada.
e persistente da capacidade de funcionamento profissional, social -esquizofrenia paranoide: predominam sintomas positivos
e afetivo. como alucinações e enganos, com uma relativa preservação o fun-
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, ou seja, cionamento cognitivo e do afetivo, o inicio tende ser mais tardio
originada dentro do organismo, que se caracteriza pela perda do que o dos outros tipos.
contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, -esquizofrenia catatónica: sintomas motores característicos são
com o olhar perdido, indiferente, ter alucinações e delírios. Ela ouve proeminentes, sendo os principais a atividade motora excessiva, ex-
vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima. Não tremo negativismo (manutenção de uma postura rígida contra ten-
há argumento nem bom senso que a convença do contrário. tativas de mobilização, ou resistência a toda e qualquer instrução),
mutismo, cataplexia (paralisia corporal momentânea), ecolalia (re-
Os dois sintomas “produtivos e negativos” da esquizofrenia: petição patológica, tipo papagaio e aparentemente sem sentido de
-Os produtivos, que são basicamente, os delírios e as alucina- uma palavra ou frase que outra pessoa acabou de falar) e ecopraxia
ções. O delírio se caracteriza por uma visão distorcida da realidade. (imitação repetitiva dos movimentos de outra pessoa). Necessita
O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indiví- cuidadosa observação, pois existem riscos potenciais de desnutri-
duo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas ção, exaustão, hiperpirexia ou ferimentos auto infligidos.
que tramam alguma coisa contra ele. As alucinações caracterizam- -esquizofrenia desorganizada: discurso desorganizado e sinto-
-se por uma percepção que ocorre independentemente de um es- mas negativos como comportamento desorganizado e achatamen-
tímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as to emocional predominam neste tipo de esquizofrenia. Os aspectos
vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele associados incluem trejeitos faciais, maneirismos e outras estra-
faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio. Delírio e nhezas do comportamento.
alucinações são sintomas produtivos que respondem mais rapida-
mente ao tratamento. Abuso de Substâncias Psicoativas
Os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao trata- Droga psicoativa ou substância psicotrópica é a substância
mento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da química que age principalmente no sistema nervoso central, onde
vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de altera a função cerebral e temporariamente muda a percepção, o
entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza humor, o comportamento e a consciência.
condizente com a situação externa.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
linguagem, da motricidade e do comportamento social. O retardo - Integrar as necessidades do paciente, da família e de toda
mental pode acompanhar um outro transtorno mental ou físico, ou equipe médica.
ocorrer de modo independentemente.
Todos esses pontos, juntamente com uma relação terapêutica,
Tipos de retardo mental trazem muitos benefícios ao tratamento, como a redução da ansie-
Quociente de Inteligência-QI é um fator que mede a inteligên- dade e do estresse, o aumento do bem-estar, a melhora da memó-
cia das pessoas com base nos resultados de testes específicos. O ria, da qualidade de vida e das funções psíquicas e a reintegração
QI mede o desempenho cognitivo de um indivíduo comparando a social do paciente.
pessoas do mesmo grupo etário. Nestes casos, as ações de enfermagem devem começar com
- retardo mental leve: amplitude aproximada do QI entre 50 e uma entrevista, com o profissional ouvindo atentamente a queixa
69 (em adultos, idade mental de 9 a menos de 12 anos). Provavel- do paciente, mas também a sua história de vida, o seu processo de
mente devem ocorrer dificuldades de aprendizado na escola. Mui- adoecimento e os seus problemas emocionais. É preciso conversar
tos adultos serão capazes de trabalhar e de manter relacionamento com o paciente e com a família para orientá-los sobre as ações mais
social satisfatório e de contribuir para a sociedade. eficazes para o tratamento terapêutico.
- retardo mental moderado: amplitude aproximada do QI en-
tre 35 e 49 (em adultos, idade mental de 6 a menos de 9 anos). Como se proteger das possíveis intercorrências que podem
Provavelmente devem ocorrer atrasos acentuados do desenvolvi- acontecer?
mento na infância, mas a maioria dos pacientes aprende a desem- Um enfermeiro deve estar qualificado para desenvolver as suas
penhar algum grau de independência quanto aos cuidados pessoais atividades com pacientes com transtornos mentais, pois a demanda
e adquirir habilidades adequadas de comunicação e acadêmicas. varia de acordo com estado psíquico de cada paciente. O profissio-
Os adultos necessitarão de assistência em grau variado para viver e nal deve estar preparado para saber lidar com as intercorrências
trabalhar na comunidade. que podem acontecer, ficando muitas vezes mais vulnerável a efei-
- retardo mental grave: amplitude aproximada de QI entre 20 tos negativos do trabalho.
e 40 (em adultos, idade mental de 3 a menos de 6 anos). Provavel- Diante de uma situação como essa, é possível que apareça a
mente deve ocorrer a necessidade de assistência contínua. dúvida de como atuar em uma área que pode causar estresse e des-
- retardo mental profundo: QI abaixo de 20 (em adultos, idade gaste emocional, dificultando o desempenho no trabalho e até a
mental abaixo de 3 anos). Devem ocorrer limitações graves quanto vida pessoal do enfermeiro.
aos cuidados pessoais, continência, comunicação e mobilidade. A necessidade de uma constante capacitação para que os en-
fermeiros possam desenvolver as habilidades necessárias para
É comum que a grande maioria dos enfermeiros reconheça impedir que o seu trabalho diário com pacientes com transtornos
como ações dentro de um tratamento de saúde mental apenas a mentais influencie negativamente na sua vida pessoal, além da sua
administração de remédios e o encaminhamento do paciente para saúde física e emocional, se faz fundamental.
serviços especializados. No entanto, o atendimento da enfermagem
deve ir muito além, acolhendo e escutando o paciente com atenção A saúde mental
e cuidado. A Política Nacional de Saúde Mental é uma ação do Governo
O enfermeiro que está tendo o primeiro contato com um pa- Federal, coordenada pelo Ministério da Saúde, que compreende
ciente que sofre de transtornos mentais deve aprender a direcio- as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a as-
nar a sua atenção em primeiro lugar no paciente e nas suas ne- sistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados
cessidades. Como esse primeiro contato pode ser estressante, uma específicos em saúde mental. Abrange a atenção a pessoas com
assistência humanizada e diferenciada será de grande valia para o necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão,
sucesso do tratamento. ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno ob-
Escutar o paciente com atenção e interesse e, principalmente, sessivo-compulsivo etc, e pessoas com quadro de uso nocivo e de-
valorizar a comunicação não verbal, devem ser peças-chaves em to- pendência de substâncias psicoativas, como álcool, cocaína, crack e
dos os atendimentos. outras drogas.
Para o enfermeiro que nunca teve nenhum contato com a área O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estraté-
de saúde mental, a falta de procedimentos invasivos parece inco- gia de atenção fundamental para a identificação das necessidades
erente. No entanto, a comunicação é um poderoso instrumento assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções
transformador nas relações entre profissionais e pacientes. medicamentosas e terapêuticas, se e quando necessárias, confor-
A construção de um vínculo de confiança entre enfermeiro e me cada caso. Os indivíduos em situações de crise podem ser aten-
paciente é a melhor ação terapêutica para esses casos. didos em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial, forma-
da por várias unidades com finalidades distintas, de forma integral
Além disso, é preciso que o enfermeiro esteja preparado para: e gratuita, pela rede pública de saúde.
- Realizar avaliações biopsicossociais da saúde; Além das ações assistenciais, o Ministério da Saúde também
- Criar e implementar planos de cuidados para pacientes e fa- atua ativamente na prevenção de problemas relacionados a saúde
miliares; mental e dependência química, implementando, por exemplo, ini-
-Participar de atividades de gerenciamento de caso; ciativas para prevenção do suicídio, por meio de convênio firmado
- Promover e manter a saúde mental; com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que permitiu a ligação
- Fornecer cuidados diretos e indiretos; gratuita em todo o país.
- Controlar e coordenar os sistemas de cuidados;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
ATENÇÃO: O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio ATENÇÃO: Se o município não possuir nenhum CAPS, o atendi-
emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratui- mento de saúde mental é feito pela Atenção Básica, principal porta
tamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob de entrada para o SUS, por meio das Unidades Básicas de Saúde ou
total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias. Postos de Saúde.
A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número
188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Urgência e emergência: SAMU 192, sala de estabilização, UPA
Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat. 24h e pronto socorro
São serviços para o atendimento de urgências e emergências
Estrutura de atendimento - Rede de Atenção Psicossocial rápidas, responsáveis, cada um em seu âmbito de atuação, pela
(RAPS) classificação de risco e tratamento das pessoas com transtorno
As diretrizes e estratégias de atuação na área de assistência mental e/ou necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
à saúde mental no Brasil envolvem o Governo Federal, Estados e outras drogas em situações de urgência e emergência, ou seja, em
Municípios. Os principais atendimentos em saúde mental são rea- momentos de crise forte.
lizados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que existem no
país, onde o usuário recebe atendimento próximo da família com Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT)
assistência multiprofissional e cuidado terapêutico conforme o qua- São moradias ou casas destinadas a cuidar de pacientes com
dro de saúde de cada paciente. Nesses locais também há possibili- transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa
dade de acolhimento noturno e/ou cuidado contínuo em situações permanência e que não possuam suporte social e laços familiares.
de maior complexidade. Além disso, os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) também
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é formada pelos seguin- podem acolher pacientes com transtornos mentais que estejam em
tes pontos de atenção: situação de vulnerabilidade pessoal e social, como, por exemplo,
moradores de rua.
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
São pontos de atenção estratégicos da Rede de Atenção Psicos- Unidades de Acolhimento (UA)
social (RAPS). Unidades que prestam serviços de saúde de caráter Oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento
aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional que 24h/dia, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade
atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendi- decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os
mento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou fa-
aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras miliar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de
drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos caráter transitório. O tempo de permanência nessas unidades é de
processos de reabilitação psicossocial. São substitutivos ao modelo até seis meses.
asilar, ou seja, aqueles em que os pacientes deveriam morar (ma-
nicômios). As Unidades de Acolhimento são divididas em:
Unidade de Acolhimento Adulto (UAA): destinada às pessoas
Modalidades dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) maiores de 18 (dezoito) anos, de ambos os sexos; e Unidade de Aco-
CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtor- lhimento Infanto-Juvenil (UAI): destinada às crianças e aos adoles-
nos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias centes, entre 10 (dez) e 18 (dezoito) anos incompletos, de ambos
psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil os sexos.
habitantes. As UA contam com equipe qualificada e funcionam exatamente
CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtor- como uma casa, onde o usuário é acolhido e abrigado enquanto
nos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias seu tratamento e projeto de vida acontecem nos diversos outros
psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil pontos da RAPS.
habitantes.
CAPS i: Atendimento a crianças e adolescentes, para transtor- Ambulatórios Multiprofissionais de Saúde Mental
nos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias Os Ambulatórios Multiprofissionais de Saúde Mental são servi-
psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil ços compostos por médico psiquiatra, psicólogo, assistente social,
habitantes. terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, enfermeiro e outros pro-
CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento a todas faixas etárias, fissionais que atuam no tratamento de pacientes que apresentam
especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, transtornos mentais. Esses serviços devem prestar atendimento in-
atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. tegrado e multiprofissional, por meio de consultas.
CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento notur- Funcionam em ambulatórios gerais e especializados, policlíni-
no e observação; todas faixas etárias; transtornos mentais graves e cas e/ou em ambulatórios de hospitais, ampliando o acesso à assis-
persistentes inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende tência em saúde mental para pessoas de todas as faixas etárias com
cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. transtornos mentais mais prevalentes, mas de gravidade moderada,
CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento e 8 a 12 vagas de aco- como transtornos de humor, dependência química e transtornos de
lhimento noturno e observação; funcionamento 24h; todas faixas ansiedade, atendendo às necessidades de complexidade interme-
etárias; transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cida- diária entre a atenção básica e os Centros de Atenção Psicossocial
des e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. (CAPS).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Comunidades Terapêuticas
São serviços destinados a oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter residencial transitório para pacientes, com necessidades
clínicas estáveis, decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Hospital-Dia
É a assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, para realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos,
diagnósticos e terapêuticos, que requeiram a permanência do paciente na Unidade por um período máximo de 12 horas.
O que é Reabilitação Psicossocial?
A reabilitação psicossocial é compreendida como um conjunto de ações que buscam o fortalecimento, a inclusão e o exercício de direi-
tos de cidadania de pacientes e familiares, mediante a criação e o desenvolvimento de iniciativas articuladas com os recursos do território
nos campos do trabalho, habitação, educação, cultura, segurança e direitos humanos.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quem pode ser afetado por problema de saúde mental e/ou dependência química?
Todas as pessoas, de ambos os sexos e em qualquer faixa etária, pode ser afetado, em algum momento, por problemas de saúde mental
ou dependência química, de maior ou menor gravidade. Algumas fases, no entanto, podem servir como gatilhos para início do problema.
- Entrada na escola (início dos estudos)
- Adolescência
- Separação dos pais
- Conflitos familiares
- Dificuldades financeiras
- Menopausa
- Envelhecimento
- Doenças crônicas
- Divórcio
- Perda entes queridos
- Desemprego
- Fatores genéticos
- Fatores infecciosos
- Traumas
- Falsos conceitos sobre saúde mental
É comum que as pessoas que sofram com transtornos mentais ou dependência química seja, muitas vezes, incompreendidas, julgadas,
excluídas e até mesmo marginalizadas, devido a falsos conceitos ou pré-conceitos errados.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Entenda que as doenças mentais: Direitos das pessoas com transtornos mentais
- Não são fruto da imaginação;
- A pessoa não escolhe ter; Programa de Volta para Casa
- Algumas doenças mentais têm cura, outras possuem trata- O Programa de Volta para Casa é um dos instrumentos mais
mentos específicos; efetivos para a reintegração social das pessoas com longo histórico
- Pessoas com problemas mentais são tão inteligentes quanto de hospitalização. Trata-se de uma das estratégias mais potenciali-
as que não têm; zadoras da emancipação de pessoas com transtornos mentais e dos
- Pessoas com problemas mentais não são preguiçosas; processos de desinstitucionalização e redução de leitos nos estados
e municípios. Criado por lei federal, o Programa é a concretização
Estes mitos, aliados à discriminalização, aumentam os sintomas de uma reivindicação histórica do movimento da Reforma Psiquiá-
do problema e, em muitas ocasiões, podem levar até ao suicídio. trica Brasileira.
Mesmo nos casos mais graves, é possível controlar e reduzir os sin- O objetivo é contribuir efetivamente para o processo de inser-
tomas por meio de medidas de reabilitação e tratamentos especí- ção social das pessoas com longa história de internações em hospi-
ficos. A recuperação é mais efetiva e rápida quanto mais precoce- tais psiquiátricos, por meio do pagamento mensal de um auxílio-re-
mente o tratamento for iniciado. abilitação aos beneficiários. Para receber o auxílio-reabilitação do
Programa De Volta para Casa, a pessoa deve ser egressa de Hospital
FAÇA SUA PARTE. NÃO DISSEMINE FALSOS CONCEITOS! Não Psiquiátrico ou de Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, e
questione, não ache que é frescura e que é simplesmente força de ter indicação para inclusão em programa municipal de reintegração
vontade para superar. Não estigmatize. Apoie. Dê amor, atenção e social. O Programa possibilita a ampliação da rede de relações dos
compreensão. Ajude a reabilitar, incentivando acompanhamento usuários, assegura o bem estar global da pessoa e estimula o exer-
profissional adequado. Ajuda a integrar ou reintegrar a pessoa. cício pleno dos direitos civis, políticos e de cidadania, uma vez que
prevê o pagamento do auxílio-reabilitação diretamente ao benefi-
Tratamentos para saúde mental e dependência química ciário, por meio de convênio entre o Ministério da Saúde e a Caixa
São o conjunto de estratégias adotadas para prestar tratamen- Econômica Federal.
to em saúde às pessoas com problemas relacionados a transtornos
mentais, ao abuso e à dependência de substâncias psicoativas, Benefício de Prestação Continuada (BPC)
como álcool, tabaco, cocaína, crack, maconha, opioides, alucinó- O benefício de prestação continuada é gerido pelo Ministério
genos, drogas sintéticas, etc. O uso, abuso e dependência química do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e operaciona-
são problemas complexos, multifatoriais, que exigem abordagem lizado pelo Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Os recur-
interdisciplinar, envolvendo múltiplas áreas governamentais (Saú- sos para seu custeio provêm do Fundo Nacional de Assistência So-
de, Assistência Social, Trabalho, Justiça). Recentemente, o Governo cial (FNAS). É, na verdade, a garantia de um salário mínimo mensal
alterou as diretrizes de sua Política Nacional sobre Drogas, por meio ao idoso acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer
da Resolução no 1 de 2018 do Conselho Nacional de Políticas Sobre idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou
Drogas (CONAD). Abaixo, seguem as principais mudanças apresen- sensorial de longo prazo (aquele que produza efeitos pelo prazo mí-
tadas na Resolução do CONAD: nimo de 2 anos), que o impossibilite de participar de forma plena
- Alinhamento entre a Política Nacional sobre Drogas e a re- e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais
cém-publicada Política Nacional de Saúde Mental; pessoas.
- Ações de Prevenção, Promoção à Saúde e Tratamento passam Benefício de Prestação Continuada na Escola
a ser baseadas em evidências científicas; O programa Benefício de Prestação Continuada na Escola tem
- Posição contrária à legalização das drogas; como objetivo monitorar o acesso e permanência na escola dos be-
- Estratégias de tratamento não devem se basear apenas em neficiários com deficiência, na faixa etária de 0 a 18 anos, por meio
Redução de Danos, mas também em ações de Promoção de Absti- de ações articuladas, entre as áreas da educação, assistência social,
nência, Suporte Social e Promoção da Saúde; direitos humanos e saúde. Tem como principal diretriz a identifi-
- Fomento à pesquisa deve se dar de forma equânime, garan- cação das barreiras que impedem ou dificultam o acesso e a per-
tindo a participação de pesquisadores de diferentes correntes de manência de crianças e adolescentes com deficiência na escola e o
pensamento e atuação; desenvolvimento de ações intersetoriais, envolvendo as Políticas de
- Ações Intersetoriais; Educação, de Assistência Social, de Saúde e de Direitos Humanos,
- Apoio aos pacientes e familiares em articulação com Grupos, com vista à superação destas barreiras.
Associações e Entidades da Sociedade Civil, incluindo as Comunida-
des Terapêuticas; A reforma psiquiátrica
- Modificação dos documentos legais de orientação sobre a Po- A Reforma Psiquiátrica no Brasil deve ser entendida como um
lítica Nacional sobre Drogas, destinados aos parceiros governamen- processo político e social complexo. Na década de 70 são registra-
tais, profissionais da saúde e população em geral; das várias denúncias quanto à política brasileira de saúde mental
- Atualização da posição do Governo brasileiro nos foros inter- em relação à política de privatização da assistência psiquiátrica por
nacionais, seguindo a presente Resolução. parte da previdência social, quanto às condições (públicas e priva-
das) de atendimento psiquiátrico à população.
É nesse contexto, no fim da década citada, que surge pequenos
núcleos estaduais, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais. Estes constituem o Movimento de Trabalha-
dores em Saúde Mental (MTSM).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
No Rio de Janeiro, em 1978, eclode o movimento dos trabalha- (ROCHA 1989:15) 10. Este mesmo autor enfatiza que “é a psi-
dores da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM) e coloca em quiatria que cria espaço próprio para o enclausuramento do louco
xeque a política psiquiátrica exercida no país. A questão psiquiátrica – capaz de dominá-lo e submete-lo.” Estes lugares de clausura eram
é colocada em pauta, em vista disto, tais movimentos fazem ver à os hospitais psiquiátricos também denominados asilos, hospícios e
sociedade como os loucos representam a radicalidade da opressão manicômios.
e da violência imposta pelo estado autoritário. A Reforma busca co- Com o fim da Segunda Guerra Mundial, começa a surgir o mo-
letivamente construir uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e delo manicomial brasileiro, principalmente os manicômios priva-
ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com trans- dos. Nos anos 60, com a criação do Instituto Nacional de Previdên-
tornos mentais. cia Social (INPS), o Estado passa a utilizar os serviços psiquiátricos
A Reforma Psiquiátrica no Brasil deve ser entendida como um do setor privado. Dessa forma, cria-se uma “indústria para o enfren-
processo político e social complexo, tendo em vista, ser o mesmo tamento da loucura” (Amarante, 1995:13).
uma combinação de atores, instituições e forças de diferentes ori- O modelo asilar ou hospitalocêntrico continua predominante
gens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, es- até o final do primeiro meado do século XX. Até que em 1961, o
tadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de médico italiano Franco Baságlia assume a direção do Hospital Psi-
saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com quiátrico de Gorizia, na Itália. No campo das relações entre a cole-
transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, tividade e a insanidade, ele assumia uma atitude crítica para com a
e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. (BRASIL, psiquiatria clássica e hospitalar, por esta se centrar no princípio do
2005). O movimento pela Reforma Psiquiátrica tem início no Brasil insulamento do alienado. Ele defendia, ao contrário, que o doente
no final dos anos setenta. Este movimento tinha como bandeira a mental voltasse a viver com sua família. Sua atitude inicial foi aper-
luta pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. O que feiçoar a qualidade de hospedaria e o cuidado técnico aos internos
implicava na superação do modelo anterior, o qual não mais satis- no hospital em que dirigia. Essas normas e o pensamento de Franco
fazia a sociedade. Baságlia influenciam, entre outros, o Brasil, fazendo ressurgir diver-
O processo da Reforma Psiquiátrica divide-se em duas fases: a sas discussões que tratavam da desinstitucionalização do portador
primeira de 1978 a 1991 compreende uma crítica ao modelo hos- de sofrimento mental e da humanização do tratamento a essas pes-
pitalocêntrico, enquanto a segunda, de 1992 aos dias atuais desta- soas, com o objetivo de promover a re-inserção social.
ca-se pela implantação de uma rede de serviços extrahospitalares.
O modelo mais adotado para conter a loucura foi o asilo. Britto A Reforma Psiquiátrica no Brasil
apud Mesquita (2008:3) informa que no Brasil a instituição da psi- Na década de 70 são registradas várias denúncias quanto à
quiatria encontra-se relacionado à vinda da Família Real Portuguesa política brasileira de saúde mental em relação à política de priva-
em 1808. Foi nesta época que foram construidos os primeiros asilos tização da assistência psiquiátrica por parte da previdência social,
que funcionavam como depósitos de doentes, mendigos, deliquen- quanto às condições (públicas e privadas) de atendimento psiqui-
tes e criminosos, removendo-os da sociedade, com o objetivo de átrico à população. É nesse contexto, que no fim da década citada,
colocar ordem na urbanização, disciplinando a sociedade e sendo, que surge a questão da reforma psiquiátrica no Brasil. Pequenos
dessa forma, compatível ao desenvolvimento mercantil e as novas núcleos estaduais, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de
políticas do século XIX. Janeiro e Minas Gerais constituem o Movimento de Trabalhadores
em Saúde Mental (MTSM). No Rio de Janeiro, em 1978, eclode o
BRITTO apud MESQUITA (2008:3) nos explica: movimento dos trabalhadores da Divisão Nacional de Saúde Mental
Com o relevante crescimento da população, a Cidade passou (DINSAM) e coloca em xeque a política psiquiátrica exercida no país.
a se deparar com alguns problemas e, dentre eles, a presença dos A questão psiquiátrica é colocada em pauta: “... tais movimentos
loucos pelas ruas. O destino deles era a prisão ou a Santa Casa de fazem ver à sociedade como os loucos representam a radicalidade
Misericórdia, que era um local de amparo, de caridade, não um lo- da opressão e da violência imposta pelo estado autoritário”. (Rotelli
cal de cura. Lá, os alienados recebiam um “tratamento” diferencia- et al, 1992: 48).
do dos outros internos. Os insanos ficavam amontoados em porões, Na década de 80, ocorrem vários encontros, preparatórios para
sofrendo repressões físicas quando agitados, sem contar com as- a I Conferência Nacional de Saúde Mental (I CNSM), que ocorreu
sistência médica, expostos ao contágio por doenças infecciosas e em 1987 os quais recomendam a priorização de investimentos nos
subnutridos. Interessante observar que naquele momento, o reco- serviços extra-hospitalares e multiprofissionais como oposição à
lhimento do louco não possuía uma atitude de tratamento terapêu- tendência hospitalocêntrica. No final de 1987 realiza-se o II Con-
tico, mas, sim, de salvaguardar a ordem pública. gresso Nacional do MTSM em Bauru, SP, no qual se concretiza o Mo-
A psiquiatria nasce, no Brasil com o desígnio de resguardar a vimento de Luta Antimanicomial e é construído o lema „por uma
população contra os exageros da loucura, ou seja, não havia finali- sociedade sem manicômios‟. Nesse congresso amplia-se o sentido
dade em buscar uma cura para aqueles acometidos de transtornos político-conceitual acerca do antimanicomial.
mentais, mais sim, excluí-los do seio da sociedade para que esta
não se sentisse amofinada. ROCHA (1989, p.13) 9. Portanto, a ques- AMARANTES (1995:82) explica:
tão principal era o isolamento dos doentes mentais e não com um Enfim, a nova etapa (...) consolidada no Congresso de Bauru,
tratamento. É o Hospício D. Pedro II que, em 1852, passa a internar repercutiu em muitos âmbitos: no modelo assistencial, na ação cul-
os doentes mentais e a tirá-los do convívio em sociedade. tural e na ação jurídicopolítica. No âmbito do modelo assistencial,
esta trajetória é marcada pelo surgimento de novas modalidades de
atenção, que passaram a representar uma alternativa real ao mode-
lo psiquiátrico tradicional....
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
No ano de 1989, um ano após a criação do SUS – Sistema Único um movimento com a finalidade de intervir no então modelo vigen-
de Saúde – dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do te, buscando o fim da mercantilização da loucura para assim poder
deputado Paulo Delgado (PT/MG). construir coletivamente uma critica ao chamado saber psiquiátrico
O qual propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com trans-
transtornos mentais e a extinção progressiva dos hospícios no país. tornos mentais.9
Porém, cabe enfatizar que é somente no ano de 2001, após 12 anos
de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo Delgado é Saúde mental, no modelo de atenção psicossocial, é conside-
aprovada no país. A concordância, no entanto, é uma emenda do rada uma área que se insere na ideia de complexidade, de simul-
Projeto de Lei original, que traz alterações importantes no texto taneidade, de transversalidade de saberes, de “construcionismo”
normativo. e de “reflexividade”. Assim, a área da saúde mental constitui uma
Assim, a Lei Federal 10.216/2001 redireciona o amparo em saú- complexa rede de saberes que envolve a psiquiatria, a neurologia
de mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços e as neurociências, a psicologia, a psicanálise, a filosofia, a fisiolo-
de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pes- gia, a antropologia, a sociologia, a história e a geografia (Amarante,
soas com transtornos mentais, no entanto, não estabelece estrutu- 2011).
ras claras para a progressiva extinção dos manicômios. Ainda assim, A transição paradigmática na saúde mental acompanha a trans-
a publicação da lei 10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para formação na saúde pública, na medida em que supera o modelo
o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, pois mesmo antes de asilar biomédico que é centrado na doença e no qual o médico é a
sua aprovação, suas consequências já eram visíveis por meio de di- figura de poder, detentor máximo da verdade, neutralidade e dis-
ferentes ações, tais como a de criação das SRTs e de programas, tal tanciamento de seu “objeto de cuidado”.
como “De volta pra casa”. Novas modalidades para o tratamento do Da mesma maneira, no cenário internacional, Mezzina (2005)
usuário de saúde mental foram postas em prática. aponta a mudança paradigmática na saúde mental como uma “rup-
A Luta Antimanicomial possibilitou o desenvolvimento de tura revolucionária”, que vai do modelo médico-biológico para um
pontos extremamente importantes para a desinstitucionalização olhar ampliado, que inclui aspectos psicossociais do sujeito a ser
da loucura. Podemos destacar aqui o surgimento de relevantes cuidado. Propõe-se a ruptura com as instituições totais e a organi-
serviços de atendimentos Extra-Hospitalares oriundos da Refor- zação de serviços humanos, inseridos nas comunidades, que consi-
ma Psiquiátrica: Núcleo de Atenção Psico-social (NAPS); Centro de deram o paciente como sujeito e não como objeto.
Atendimento Psico-social (CAPs I, CAPs II, CAPs III, CAPsi, CAPsad); Segundo Costa-Rosa (2000), o paradigma psicossocial se pauta
Centro de Atenção Diária (CADs); Hospitais Dias (HDs); Centros de em quatro parâmetros fundamentais:
Convivência e Cultura. - implicação subjetiva do usuário, pressupondo a superação do
A Lei Paulo Delgado foi criticada, sobretudo por proprietários modo de relação sujeito-objeto, característico do modelo biomé-
de hospitais e clínicas privadas conveniadas ao SUS, nas quais se lo- dico e das disciplinas especializadas que se pautam pelas ciências
calizavam a maior parte dos leitos para o atendimento dos doentes positivistas;
mentais. Em 1985, Segundo dados do Ministério da Saúde. 80% dos - horizontalização das relações intrainstitucionais, tanto entre
leitos psiquiátricos eram contratados enquanto somente 20% eram as esferas do poder decisório, de origem política, e as esferas do
internações na rede pública. (BRASIL, 2005). poder de coordenação, de natureza mais operativa, como também
TENÓRIO (2002:38) aponta para dois grandes marcos da dé- das relações especificamente interprofissionais;
cada de 80, no que tange à Reforma Psiquiátrica: a inauguração do - integralidade das ações no território que preconiza o posicio-
primeiro CAPS na Cidade de São Paulo e a Intervenção Pública na namento da instituição como espaço de interlocução, como instân-
Casa de Saúde Anchieta (Santos-SP) a qual funcionava com 145% cia de “suposto saber” e, ao fazer dela um espaço de intensa po-
de ocupação (290 leitos com 470 internados). O internamento asi- rosidade em relação ao território, praticamente subverte a própria
lar não representava a exclusiva perspectiva para esta classe da natureza da instituição como dispositivo. A natureza da instituição
população a qual tinha seus direitos cerceados, impedida de ir e como organização fica modificada e o local de execução de suas
vir, em internações infindáveis onde os usuários em diversos casos práticas se desloca do antigo interior da instituição para tomar o
perdiam suas referencia com familiares e grupos afetivos. Efetivan- próprio território como referência;
do-se acima de tudo em perda da autonomia destes. - superação da ética da adaptação, ao propor suas ações na
A Reforma destaca-se então enquanto um movimento com a perspectiva de uma ética de duplo eixo que considera, por um lado,
finalidade de intervir no então modelo vigente, buscando o fim da a relação sujeito-desejo e, por outro, a dimensão carecimento-i-
mercantilização da loucura para assim poder “[...] construir coleti- deais, firmando a meta da produção de subjetividade singulariza-
vamente uma critica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo da, tanto nas relações imediatas com o usuário propriamente dito
hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos men- quanto nas relações com toda a população do território (Costa-Ro-
tais. [...]” (BRASIL, 2005, P.2). Em 1990, o Brasil torna-se signatário sa, 2000).
da Declaração de Caracas a qual propõe a reestruturação da assis-
tência psiquiátrica. Assim, o paradigma psicossocial situa a saúde mental no cam-
A Reforma ficou também conhecida como o Movimento de po da saúde coletiva, compreendendo o processo saúde-doença
Luta Antimanicomial, tendo como meta a desinstitucionalização do como resultante de processos biopsicossociais complexos, que de-
manicômio, compreendida como um conjunto de transformações mandam uma abordagem interdisciplinar e intersetorial, com ações
de prática, saberes, valores culturais e sociais. É no cotidiano da inseridas em uma diversidade de dispositivos comunitários e ter-
vida das instituições, dos serviços e das relações inter-pessoais que ritorializados de atenção e de cuidado (Yasui & Costa-Rosa, 2008).
o processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, 9 Fonte: www.abep.nepo.unicamp.br - Por José Ferreira De Mesquita/
tensões, conflitos e desafios. A Reforma destaca-se então enquanto Maria Salet Ferreira Novellino/Maria Tavares Cavalcanti
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
No nível das práticas, isso implica na mudança de concepções tre esses, a modalidade focada neste artigo é a atenção domiciliar,
sobre o que é tratar/cuidar, partindo da busca de controlar sinto- ainda pouco praticada no Brasil, sobretudo no sistema de saúde su-
mas e comportamentos, da fragmentação do paciente e da distân- plementar.
cia entre este e o profissional, chegando à busca de compreensão A promoção de cuidados paliativos em ambiente domiciliar
do sofrimento da pessoa e suas necessidades concretas, incluindo permite a pacientes idosos a possibilidade de continuar em seu
as psicológicas e altamente subjetivas, colocando a pessoa como contexto familiar e social, com atenção multiprofissional, especiali-
centro, sendo vista e considerada em suas dimensões biopsicosso- zada e disposta a oferecer suporte e orientação aos familiares e/ou
ciais, baseando-se no princípio da singularização, ou seja, no reco- cuidadores, evitando internações recorrentes e muitas vezes des-
nhecimento e consideração de sua história, de suas condições de necessárias. Assim, o idoso permanece em um ambiente familiar,
vida e de sua subjetividade únicas no momento assistencial (Costa, com riscos diminuídos e assistência integral, o que contribui para a
2004).Nessa direção, para que a transição paradigmática propos- melhorar e manutenção de sua qualidade de vida.
ta se efetive de fato, faz-se necessária a participação de diversos
atores sociais, e um dos atores fundamentais nesse processo é o Em relação aos pacientes pediátricos, estes percebem o hospi-
profissional de saúde mental, que está na “linha de frente” do coti- tal como uma experiência misteriosa e aterrorizante, associando-o
diano assistencial. com um local estranho, de punição, tristeza e solidão, onde é proi-
bido brincar. Para os pais, ter seu filho hospitalizado é percebido
como falha em relação a maternagem, gerando sintomas de ansie-
CUIDADOS PALIATIVOS dade e culpa. Assim, cuidar de pacientes pediátricos em ambiente
domiciliar pode diminuir a ansiedade do paciente e seus familiares,
possibilitar o empoderamento dos familiares no cuidado, facilitar
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define cuidados pa- o uso de ludoterapia e a utilização de brinquedos terapêuticos e
liativos como uma abordagem terapêutica que promove qualidade promover e/ou reestabelecer o vínculo afetivo emocional entre pais
de vida e alívio do sofrimento aos pacientes e seus familiares que e filhos.
enfrentam problemas associados às doenças que ameaçam a con- Uma estimativa da OMS (apud Bomfim)8 mostra que, no Brasil,
tinuidade da vida. Alguns princípios norteadores da prática em cui- entre 521 mil e 536 mil pessoas necessitam de cuidado paliativo, no
dados paliativos são destacados por Matsumoto2, sendo que estes entanto, esses tendem a ser indicados somente na fase de final de
foram revistos pela OMS em 2002. Assim, os princípios norteadores vida, restringindo a atuação das equipes especializadas nesta área1.
dessa abordagem são: Neste cenário, uma publicação feita em 2015 pelo jornal The Eco-
• Promover o alívio da dor e de outros sintomas; nomist9 mostra o Brasil em 42º lugar em um ranking que mostra a
• Considerar a morte como um processo natural e afirmar a qualidade de morte entre os países ao redor do mundo, cujo pri-
vida; meiro lugar é ocupado pelo Reino Unido, com Austrália em segundo
• Não acelerar nem adiar a morte dos pacientes; e Nova Zelândia em terceiro. O Brasil ocupa o fim da lista, próximo a
• Integrar os aspectos psicológicos, emocionais e espirituais no países como Hungria, México, Tailândia e Venezuela.
cuidado ao paciente; Do mesmo modo, o Atlas Global de Cuidados Paliativos no Fim
• Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente da Vida (Global Atlas of Palliative Care at the End of Life), publi-
viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte; cado em 2014 pela OMS em conjunto com a Worldwide Palliative
• Realizar o acolhimento aos familiares com o intuito de auxi- Care Alliance (WPCA), mostra o Brasil entre um grupo de países que
liá-los durante o progresso da doença do paciente e o processo de apresentam o desenvolvimento de iniciativas em cuidados paliati-
luto; vos ainda muito isoladas e focadas em áreas que oferecem maior
• Oferecer abordagem multiprofissional com foco nas necessi- apoio localmente, como em grandes centros urbanos com recursos
dades dos pacientes e seus familiares; de profissionais de saúde, materiais e medicamentos mais abun-
• Melhorar a qualidade de vida do paciente e influenciar positi- dantes e de acesso mais facilitado10.
vamente o progresso da doença; Uma pesquisa realizada por Othero (apud Gomes e Othero)11
• Iniciar os cuidados paliativos o mais precocemente possível, identificou que quase metade dos serviços de Cuidados Paliativos
juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, ou do Brasil atuam no estado de São Paulo, com predominância de
seja, tratamentos curativos como quimioterapia e radioterapia, e atendimento tipo ambulatorial, atendendo pacientes oncológicos
incluir todas as investigações necessárias para melhor compreen- e não oncológicos, adultos e idosos, em sua maioria com financia-
der e controlar situações clínicas estressantes. mento público. Isso demonstra a escassez de serviços específicos
para a modalidade de atenção domiciliar, sobretudo particulares,
Os cuidados paliativos ainda se encontram em processo de mesmo a morte em casa sendo apontada como preferencial para
construção, motivo pelo qual a maior parte das estratégias de ação pacientes e familiares em pesquisa realizada em 2017 pela Kaiser
ainda são desafiadoras e requerem a atenção de uma equipe inter- Family Foundation em parceria com o jornal The Economist4.
disciplinar. Por isso, essa abordagem não se restringe à mera execu- De acordo com Fripp, a assistência em ambiente domiciliar
ção de procedimentos em pacientes, mas à propagação da preocu- com o apoio da família favorece a aplicação dos princípios de cuida-
pação, interesse, interação e compromisso pelo cuidado3. dos paliativos, integram aspectos psicossociais e espirituais, e dão
Os cuidados paliativos são realizados em cenários diversos, suporte para que a família possa auxiliar nos cuidados à doença e
como em enfermarias hospitalares, hospices, instituições de longa trabalhar o luto e a perda.
permanência, ambulatórios especializados e em domicílio1,3,4. En- Além disso, o cuidado em ambiente domiciliar permite o au-
mento da qualidade do cuidado, bem como, contribui para redu-
zir a demanda por atendimentos hospitalares, o tempo médio de
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
permanência na internação, os riscos de infecção hospitalar, prin- A partir da leitura dos materiais levantados e das informações
cipalmente, as infecções cruzadas e os custos associados a estas obtidas por meio das reuniões realizadas com especialistas em cui-
situações. dados paliativos e operadoras de saúde foi possível identificar que,
Cuidado paliativo em ambiente domiciliar do ponto de vista de uma empresa que deseja implantar um serviço
Para a implantação de um serviço de cuidados paliativos em de cuidados paliativos domiciliar, é importante considerar os pon-
atenção domiciliar, a OMS1 indica 8 passos: tos seguintes como parte da infraestrutura mínima necessária para
1.Avaliar necessidades dos pacientes e recursos disponíveis; início das atividades:
2.Estabelecer formalização da organização por meio de termos • Central de atendimento e operações 24 horas: disponível
de referência e registro com autoridades; para assistir a família e o paciente no caso de necessidades, bem
3.Criar um plano de ação (quais recursos serão necessários, como, a equipe multiprofissional atuante na casa e as operadoras
como pode-se obtê-los, público alvo e serviços que serão cobertos); de saúde.
4.Recrutar e desenvolver um programa de treinamento contí- • Farmácia 24 horas: dispensação de medicamentos em casos
nuo; de urgência e emergência e quando não for possível controlar os
5.Mobilizar recursos; sintomas com os medicamentos já disponibilizados em domicílio.
6.Integrar dentro do sistema de saúde, associando com a aten- • Transporte: deslocar os profissionais de saúde e os materiais
ção primária e a terciária de referência da operadora; e medicamentos até os domicílios dos pacientes.
7. Divulgar o serviço; • Meios de comunicação: meio de comunicação entre os pro-
8.Encorajar a participação de associações, grupos e estudantes. fissionais de saúde, pacientes e a central de atendimento e opera-
ções como, por exemplo, o uso de celulares ou tablets com conexão
Em cuidados pediátricos é necessário, além destes passos, ade- de videoconferência.
quar para o cuidado paliativo em pediatria e revisar a legislação, • Equipe multiprofissional: médicos, enfermeiros, auxiliar de
incluindo a proteção e os direitos da criança1. O mesmo é indicado enfermagem, psicólogo, fisioterapeuta e assistente social compõem
em casos de cuidado a idosos, mantendo a equipe atualizada quan- a equipe básica. Caso o serviço deseje e a família concorde, tam-
to às principais legislações no que tange à essa faixa etária, sendo bém pode ser aberta a possibilidade de visitas conjuntas com resi-
elas a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso. dentes médicos ou multiprofissionais na área de cuidados paliativos
visando colaborar com o aprendizado dos futuros profissionais des-
Ainda, a OMS1 recomenda que se inicie o serviço focado em ta especialidade. Também é possível incluir na equipe a presença
pacientes com câncer terminal, pois mais de 80% desses pacien- de profissionais que atuem em terapias complementares como acu-
tes sofrem com dores severas e outros sintomas que necessitam punturistas, massagistas e musicoterapeutas e, quando os cuidados
de alívio e conforto imediato e depois, gradualmente, expanda o forem destinados à pediatria, a presença de um pedagogo.
serviço para doenças crônicas e outras doenças com tempo de vida • Kit de atenção domiciliar: medicações e materiais médico-
limitado. -hospitalares, com o registro diário da quantidade utilizada e res-
tante; equipamentos e documentação. Esse último é composto por:
Pacientes que necessitam de cuidados paliativos podem ne- 1.Contrato de prestação de serviços
cessitar de cuidados de complexidades distintas, o que demanda 2.Termo de aceite de cuidados paliativos
integração entre os níveis de atenção. Por isso, é preciso articular 3.Termo de não ressuscitação cardiopulmonar
os diferentes componentes do sistema de saúde, criando um meca- 4.Prontuário clínico contendo histórico anterior à implantação
nismo de referência e contra referência para casos de intercorrência do serviço, anamnese, diagnóstico médico, diagnóstico de enferma-
clínica1. gem com a utilização da sistematização da assistência de enferma-
gem (SAE), prescrição medicamentosa, anotações de enfermagem,
Recursos físicos evolução médica e da equipe multiprofissional, PPS, ESAS, escalas
É necessário que o ambiente seja seguro e acessível para que para avaliação de sintomas específicos e gráfico de sinais vitais.
a equipe multiprofissional de cuidados paliativos possa planejar e Os suprimentos que serão necessários dependem muito da
prestar a sua assistência. Nos casos de equipamentos de suporte à patologia e das condições clínicas do paciente que será atendido,
vida que funcionam à base de energia elétrica, é importante dispo- entretanto, podemos citar alguns equipamentos e suprimentos bá-
nibilizar geradores e/ou entrar em contato com a companhia res- sicos elencados pela OMS1:
ponsável pela distribuição de energia elétrica na região, explicando •Equipamentos: estetoscópio (responsabilidade do profissio-
o caso para prevenir as chances de cortes no fornecimento. nal); esfigmomanômetro (responsabilidade do profissional); termô-
O local também precisa ser limpo, arejado e com entrada de luz metro; abaixador de língua; pinça para a realização de curativo.
natural, de forma e evitar possíveis infecções. É preciso ter sanea- • Equipamentos de suporte: colchão de ar ou água ou casca
mento básico e coleta de lixo, sendo o material perfurocortante re- de ovo; aparelho de sucção; nebulizador; cilindro de oxigênio; oxí-
colhido pelo serviço de atenção domiciliar para o descarte correto. metro.
Além das questões de estrutura física, também é necessário • Suprimentos: tesoura; algodão; gaze; bandagem e fita micro-
analisar a estrutura domiciliar no momento de avaliação do pacien- pore; luvas; equipo de soro; cateter venoso central; seringas e agu-
te, facilitando a classificação do ambiente de cuidado. Tais observa- lhas; caixa coletora de perfurocortante; cateter de sucção; cateter
ções podem ser feitas pelo assistente social da equipe multidiscipli- urinário; bolsa coletora de urina; sonda nasogástrica e nasoenteral;
nar. É necessário também que o local respeite as normas propostas álcool.
pela ANVISA na RDC nº 50/2002.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Como principais medicamentos sugeridos pela OMS1 para o fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupa-
controle de sintomas podemos citar: cionais, farmacêuticos, gerontólogos, nutrólogos e profissionais de
• Controle da dor: paracetamol; diclofenaco; fosfato de codeí- práticas complementares, caso necessário.
na; tramadol; morfina e gabapentina. Além disso, é importante identificar familiares que possam
• Controle de sintomas gastrointestinais: metoclopramida; auxiliar no cuidado diário. Esses devem ser devidamente treinados
domperidona; dexametasona; ranitidina; lorapamida; sais de hidra- pela equipe responsável pelo paciente para identificar necessida-
tação oral e bisacodil. des físicas, psicológicas e espirituais do paciente e contribuir para
• Tratamento de Ferida: peróxido de hidrogênio e pomada be- cuidados básicos, de forma a empoderar a família para o cuidado do
tadine. seu familiar. Familiares que atuam ativamente no cuidado se sen-
• Tratamento de sintomas psicológicos: diazepam; haloperidol tem mais satisfeitos, porém estes também precisam de suporte e
e amitriptilina. acolhimento pela equipe de cuidados paliativos.
• Antibióticos e Antifúngicos: ciprofloxaceno; metronidazol;
amoxicilina e fluconazol;
• Suplementos: suplementos com alto ganho calórico e protei- ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM À PESSOA COM DEFICI-
co; ferro; vitaminas e minerais. ÊNCIA
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Alguns dos principais causadores de deficiência são: (figuras, cartazes, álbuns temáticos) que facilitam a comunicação
- Os fatores hereditários, genéticos. das pessoas que apresentam deficiência intelectual, visual e/ou au-
- A assistência inadequada às gestantes, ao parto e às crianças ditiva.
recém-nascidas. Assim como todo cidadão, as pessoas com deficiência podem
- As doenças transmissíveis como a rubéola, toxoplasmose, me- procurar os serviços de saúde do SUS quando necessitarem de
ningite, doenças sexualmente transmissíveis (sífilis, aids), sarampo. orientação, prevenção, cuidados ou assistência médica ou odonto-
- As doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes, infar- lógica. É importante procurar uma unidade de saúde próxima ao
to, acidentes vasculares, Alzheimer, Parkinson, câncer, osteoporose. local de residência, cadastrar-se como usuário e fazer uma avalia-
- As perturbações psiquiátricas. ção do estado geral de saúde. Essa unidade básica será responsável
- A desnutrição na infância - carências de vitaminas/ferro. pelo acompanhamento permanente de seus usuários.
- A violência na família, na comunidade e no trânsito associada
ao abuso de álcool e de drogas. Assistência à Saúde
- Os acidentes de trânsito e de trabalho, as quedas em idosos. Os postos de saúde e as Unidades de Saúde da Família devem
- As doenças que atingem os idosos mais frágeis, ou o agrava- acolher, prestar assistência às queixas, orientar para exames com-
mento de condições físicas impostas pelo envelhecimento em si. plementares, fornecer medicamentos básicos, acompanhar a evo-
- As más condições de vida na periferia das cidades e áreas ru- lução de cada caso e encaminhar para unidades de atenção espe-
rais - falta de escolas, habitação, água tratada, alimentação adequa- cializada, quando for necessário.
da, esgoto sanitário e coleta de lixo; inundações, desmoronamen- O atendimento é prestado pelos profissionais - médicos
tos e poluição dos rios. (generalista, clínico geral, pediatra, ginecologista), enfermeiros,
auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde,
É muito importante saber as principais causas das deficiências, dentistas e auxiliares de consultório dentário - na unidade de saúde
porque, a partir desse conhecimento, é possível planejar medidas ou nos domicílios.
de prevenção, direcionando políticas públicas nas áreas do trânsito, Com a proposta de funcionamento dos Núcleos de Apoio à Saú-
violência, educação, saúde, saneamento e assistência social. de da Família (Nasf - Portaria MS/GM nº 154/2008), com equipe
Atuar sobre as causas das deficiências é tarefa de toda a socie- multiprofissional a ser composta de acordo com as características
dade, o que inclui os poderes públicos, as entidades não-governa- de cada município, o tratamento e acompanhamento aos usuários
mentais e as empresas privadas, as universidades, as associações, terá um grande reforço técnico e profissional.
os conselhos, as comunidades, as famílias e os indivíduos. A equipe do Nasf/1 poderá ser formada por cinco ou mais pro-
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência fissionais, escolhidos dentre os seguintes: médico (pediatra, gine-
(ONU/2006) é composta por cinquenta artigos que tratam dos di- cologista, homeopata, acupunturista, psiquiatra), assistente social,
reitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais das pessoas profissional da Educação Física, farmacêutico, fisioterapeuta, fo-
com deficiência, e que as definem, em seu artigo 1º, como: aquelas noaudiólogo, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional. O
que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, Nasf/2 poderá ter equipe de, no mínimo, três profissionais dos lis-
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barrei- tados acima, menos a categoria dos profissionais médicos.
ras, podem obstruir sua Participação plena e efetiva na sociedade
em igualdade de condições com as demais pessoas Se houver necessidade, em casos graves, deverá ser feito um
As pessoas com deficiência não devem ser consideradas doen- encaminha- mento para serviços de referência, mais especializa-
tes, mas sim vivendo em situações especiais, que a sociedade e os dos, que ofereçam avaliação funcional e de reabilitação, e possam
governos têm a obrigação de considerar no sentido de igualar as também indicar e intermediar a dispensação de órteses, próteses e
oportunidades de convivência, modificando os ambientes e adap- meios auxiliares de locomoção. Nestes casos, após o atendimento,
tando-os, para que permitam o livre acesso de todos. o usuário deve retornar à unidade básica para acompanhamento.
Portanto, a cidade como um todo, e as calçadas, rampas, guias A inclusão da assistência aos familiares é essencial para um
rebaixadas, semáforos com sonorização, corredores e portas, ba- atendimento humanizado, completo e eficaz. Essa assistência com-
nheiros, transportes coletivos, devem ser pensados para permitir preende ações de apoio psicológico e social, orientações para a rea-
que todo cidadão possa usufruir dos bens e serviços disponíveis. lização das atividades de vida diária e ações básicas de reabilitação,
Assim, também serviços e ambientes públicos ou coletivos, e a oferta de suporte especializado em situações de internamento
como praças, escolas, unidades de saúde e de assistência social, gi- hospitalar ou domiciliar.
násios de esporte, bancos, áreas de embarque/terminais de trans-
porte, devem tornar-se cada vez mais acessíveis a todos. Prevenção de deficiências
Por outro lado, é importante frisar que a acessibilidade não está Prevenção são aquelas ações realizadas para influenciar positi-
associada apenas a ambientes físicos e mobiliários adequados, mas vamente nos fatos que causam as deficiências e também aquelas
também ao acolhimento humanizado nos serviços públicos; à esco- realizadas para evitar a progressão de uma deficiência já existente.
la sem discriminação, com material didático disponível em forma- Dados de pesquisas, em todo o mundo, revelam que 40% dos casos
tos acessíveis; às bibliotecas que ofereçam meios de comunicação graves de deficiência intelectual e 60% das deficiências visuais po-
apropriados que permitam acesso a pesquisa, internet e acervo bi- deriam ter sido evitados com medidas preventivas.
bliográfico, notícias de jornais diários etc. A prevenção inclui diferentes tipos de ações como: cuidados es-
Outro aspecto relevante é o desenvolvimento e a ampla utili- peciais com a gestação, o parto e o primeiro ano de vida do bebê
zação das linguagens acessíveis, que incluem o Braille, a Libras, (acompanhamento com registro na caderneta da criança); ações
os programas de computador para transformar textos em voz, as para melhoria da alimentação e nutrição; campanhas de vacinação
publicações em caracteres ampliados, e todos os demais formatos contra doenças transmissíveis; medidas contra doenças sexualmen-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
te transmissíveis; programas de segurança nos ambientes de tra- As pessoas que são consideradas “vulneráveis sociais” são
balho; campanhas e medidas contra a violência nas cidades e no aquelas que estão perdendo a sua representatividade na socieda-
trânsito; campanhas para o envelhecimento saudável. de, e geralmente dependem de auxílios de terceiros para garanti-
Este nível de prevenção está sob responsabilidade das secreta- rem a sua sobrevivência.
rias municipais de saúde, que desenvolvem as ações nas unidades Vulnerabilidade social não é sinônimo de pobreza, mas sim
básicas de saúde e com as equipes, o que inclui as visitas domicilia- uma condição que remete a fragilidade da situação socioeconômica
res realizadas pelos agentes comunitários às famílias, para realiza- de determinado grupo ou indivíduo.
ção do acompanhamento de crianças, adultos, gestantes e idosos. A vulnerabilidade social é medida através da linha de pobreza,
que é definida através dos hábitos de consumo das pessoas, o valor
Acessibilidade e inclusão social nos serviços do SUS equivalente a meio salário mínimo. Os grupos em vulnerabilidade
Baseando-se nos princípios de igualdade e de equidade, a pro- social encontram-se em acentuado declínio do bem-estar básico e
moção da acessibilidade e da inclusão social prevê a modificação da de direito dos seres humanos.
sociedade para que todos, sem distinção de grupo, raça, cor, credo, Uma das hipóteses mais eficazes para garantir, a médio e longo
nacionalidade, condição social ou econômica, possam desfrutar de prazo, a diminuição da vulnerabilidade social é o aumento da es-
uma vida de qualidade, sem exclusões. colaridade, principalmente a qualidade da educação e da cultura.
Quanto maior a convivência, sem discriminações, maior a inclu- Alguns sociólogos acreditam que, suprindo esta carência e po-
são. tencializando as oportunidades profissionais dos indivíduos, grande
A acessibilidade tem como objetivo permitir ganhos de autono- parte dos outros problemas sociais seriam, por consequência, su-
mia e de mobilidade a uma gama maior de pessoas, incluindo, as- primidos.
sim, aquelas que tiveram uma redução em sua mobilidade ou apre-
sentam dificuldades de comunicação, para que todos usufruam dos Observe o conteúdo ou temas que está compondo o que cha-
espaços com mais segurança, confiança e comodidade. mamos de risco social. Reflita sobre o porquê de essas questões
Acessibilidade também diz respeito à eliminação de barreiras serem consideradas como sendo de risco social. Nem sempre foi
que envolvem atitudes de preconceito e de discriminação, que assim, ou seja, nem sempre o conceito de saúde foi tão abrangente.
ocorrem, muitas vezes, pelo desconhecimento, por parte da po- Por isso, faremos um breve retorno à história para citarmos mo-
pulação e dos próprios profissionais de saúde, das necessidades e mentos que serviram de marco para o novo conceito de saúde. A
também das potencialidades das pessoas com deficiência. preocupação com os níveis de saúde da população passou a ser
Para tanto é de fundamental importância que as unidades de uma questão de interesse mundial. Para entendermos a introdução
saúde sejam modificadas e disponham de acesso físico, mobiliário e desses temas, torna-se fundamental acompanhar os movimentos e
adaptações ambientais relacionadas à comunicação, adequadas às as discussões a cerca das condições de vida dos seres humanos em
pessoas com deficiência. Igualmente é necessário que os profissio- todo o mundo.
nais que ali atuam sejam sensibilizados e capacitados para acolher Após a segunda guerra mundial, surgiram, por todo o planeta,
e cuidar das pessoas com deficiência. Tarefas a serem desempenha- problemas sociais que afetavam diretamente a saúde dos seres hu-
das solidariamente pelos gestores do SUS nas três esferas do gover- manos. Diante desse quadro, essas questões passaram a ser ampla-
no: federal, estadual e municipal. mente discutidas pelas organizações não governamentais – ONG’s
As unidades de saúde especializadas, de referência para reabi- e governantes de vários países, levando-os a se unirem na tentativa
litação física, auditiva, visual e intelectual, precisam estar aptas a de minimizar esses problemas, surgindo, assim, a necessidade de
fornecer e acompanhar a utilização das ajudas técnicas, que são os organizarem conferências para tais discussões.
produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologias adaptadas A Organização Mundial de Saúde – OMS declarou, no final da
ou especialmente projetadas para melhorar a funcionalidade da década de 1940, que saúde é um estado completo de bem estar
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a físico, mental e social e não a mera ausência de doença ou enfermi-
sua autonomia pessoal, total ou assistida. dade, como afirmam BUSS e FILHO (2007) na citação a seguir:
A definição de saúde como um estado de completo bem-es-
tar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença
ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM ÀS PESSOAS EM SITUA- ou enfermidade, inserida na Constituição da OMS no momento de
ÇÃO DE RISCO E VIOLÊNCIA sua fundação, em 1948, é uma clara expressão de uma concepção
bastante ampla da saúde, para além de um enfoque centrado na
doença. (BUSS e FILHO, 2007).
Vulnerabilidade social é o conceito que caracteriza a condição Em 1978, a OMS e Fundo Internacional de Emergência das Na-
dos grupos de indivíduos que estão a margem da sociedade, ou ções Unidas para a Infância – UNICEF organizaram a 1ª Conferência
seja, pessoas ou famílias que estão em processo de exclusão social, Internacional Sobre Cuidados Primários à Saúde, no Cazaquistão,
principalmente por fatores socioeconômicos. na cidade de Alma – Ata. Nessa conferência, foi elaborado um do-
Algumas das principais características que marcam o estado cumento que reafirma a saúde como direito de todos, e a saúde é
de vulnerabilidade social são as condições precárias de moradia e uma das metas mais importantes para a melhoria social no mundo.
saneamento, os meios de subsistência inexistentes e a ausência de Esse documento foi denominado como Declaração de Alma – Ata e
um ambiente familiar, por exemplo. propõe a diminuição da desigualdade social e o fortalecimento da
Todos esses fatores compõem o estágio de risco social, ou seja, Atenção Básica.
quando o indivíduo deixa de ter condições de usufruir dos mesmos Em novembro de 1986, ocorreu a I Conferência Internacional
direitos e deveres dos outros cidadãos, devido ao desequilíbrio so- sobre Promoção da Saúde, na cidade de Ottawa, no Canadá, teve
cioeconômico instaurado. a participação de cerca de 40 países, principalmente os mais in-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
dustrializados. Nessa conferência, foi produzida a Carta de Ottawa larial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e
(WHO, 1986), a qual passou a ser referência para a organização dos a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
serviços de saúde através da redefinição dos conceitos, princípios agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
e formas de promoção de saúde, distribuindo, de forma interseto- da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
rial, a responsabilidade pelas ações que dariam origem a essa nova Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
definição de saúde. Tendo como pontos imprescindíveis: paz, edu- piso salarial. § 6o Além das hipóteses previstas no § 1o do art. 41
cação, habitação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos e no § 4o do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exer-
sustentáveis, justiça social e equidade. ça funções equivalentes as de agente comunitário de saúde ou de
Logo após a Conferência em Ottawa, no ano de 1988, surge o agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de
Sistema Único de Saúde – SUS no Brasil, através da nova Constitui- descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o
ção Federal. A seguir, um BOX com parte dessa constituição, tra- seu exercício.
zendo algumas definições e deveres do SUS, como as prioridades, Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1o
responsabilidades financeiras e papel a inserção do ACS As instituições privadas poderão participar de forma complementar
do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante con-
Seção II – Da Saúde trato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2o É vedada a destinação de
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições pri-
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá- vadas com fins lucrativos. § 3o É vedada a participação direta ou
rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4o A lei disporá sobre as
de, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, teci-
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser dos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tra-
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa tamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de san-
física ou jurídica de direito privado. gue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, atribuições, nos termos da lei:
organizado de acordo com as seguintes diretrizes: (EC no 29/2000, I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias
EC no 51/2006 e EC no 63/2010) I – descentralização, com direção de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
única em cada esfera de governo; tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros in-
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades sumos;
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participa- II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
ção da comunidade. § 1o O sistema único de saúde será financiado, bem como as de saúde do trabalhador;
nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saú-
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de;
além de outras fontes. § 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e IV – participar da formulação da política e da execução das
os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos ações de saneamento básico;
de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento
calculados sobre: I – no caso da União, na forma definida nos ter- científico e tecnológico;
mos da lei complementar prevista no § 3o; II – no caso dos Estados VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o contro-
e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que le de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, humano;
inciso I, alínea “a”, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem trans- VII – participar do controle e fiscalização da produção, trans-
feridas aos respectivos Municípios; porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da tóxicos e radioativos;
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compre-
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea “b” e § 3o. § ۳o Lei endido o do trabalho.
complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: I – os percentuais de que trata o § ۲o; II – os critérios Para entendermos melhor como se aplica os conceitos, princí-
de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos pios e formas de promoção em saúde citados acima, primeiramen-
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados des- te, entenderemos a diferença entre risco e dano. Risco, por exem-
tinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva plo, seria, uma criança brincando próxima a uma tomada da rede
redução das disparidades regionais; elétrica, já o dano seria se ela enfiasse algum objeto ou até mesmo
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despe- o seu próprio dedo nesse orifício, ou seja, o dano seria a criança fe-
sas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; rida e/ou a perda do objeto. Na saúde pública, funciona da mesma
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. forma, pois temos que identificar e avaliar todos os riscos e danos
§ ٤o Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir que poderão haver ou que já existem na comunidade nos diferentes
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias setores, notificá-los, para, posteriormente, fazer uma reflexão junto
por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e à equipe, com intuito de promover ações que minimizem os danos.
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua
atuação. § ٥o Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso sa-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
É amplamente discutido que o fator socioeconômico exerce in- para posteriormente serem colocadas em prática pelos represen-
fluência direta sobre o indivíduo. Qual a sua avaliação sobre esta tantes inseridos nas três esferas de governo – Federal, Estadual e
afirmação? Em que esse fator afeta a saúde das pessoas? Pare e Municipal.
reflita. Podemos fazer uma discussão sobre essa questão na sala A Violência permeia a vida de muitas pessoas por todo o mun-
virtual. do, e toca a todos nós de algum modo. Para muitos, permanecer
Na literatura, encontramos a informação de que a escassez de longe desse problema é só uma questão de trancar portas e jane-
recurso financeiro resulta na ausência de elementos primordiais las e evitar locais perigosos. Para outros, escapar não é possível. A
para a saúde do ser humano. Segundo Helman (2003, p. 14), “a po- ameaça da violência está atrás dessas portas – bem escondida da
breza pode resultar em má nutrição, habitações superlotadas, rou- visão pública. E para aqueles que vivem em meio a situações de
pas inadequadas, violência física e psicológica, estresse psicológico guerra ou conflito, a violência permeia cada aspecto das suas vidas.
e abuso de drogas e de álcool.” (BRUNDTLAND – OMS, 2002).
Com a definição da OMS, em 1948, que citamos no início da Pesquisas revelam que a expectativa de vida do brasileiro tem
nossa discussão, podemos concluir que cada indivíduo tem o direito aumentado nas últimas décadas, entretanto, proporcionalmente,
a uma vida digna e com qualidade, e nossa obrigação quanto pro- vem aumentando o índice de mortes entre indivíduos mais jovens,
fissionais de saúde é tentar minimizar ao máximo todos os riscos e a maioria das causas são externas como acidente de trânsito e
que ameaçam a saúde e bem estar da população em nossa área de homicídios, ou seja, causas violentas.
atuação. Atualmente há um turbilhão de propagandas veiculadas pela
mídia nas quais pessoas bonitas, saudáveis se vestem, comem e vi-
vem bem. Tais propagandas bombardeiam a imaginação nutrindo
desejos, entretanto, ao desligar a tv, o indivíduo volta à sua reali-
dade deparando com o oposto e, a partir disso, surgem as frustra-
ções. A desigualdade social e financeira gera questionamentos que
podem levar a rebeldia, a ausência de acesso à boa educação, a
alimentação, a segurança, entre outros fatores necessários à quali-
dade de vida e que acarreta a ausência de saúde física e/ou psicoló-
gica. Em alguns casos, o cidadão parte em busca da aquisição des-
ses elementos que irão satisfazer as suas necessidades, da forma
que julgar ser a mais fácil e acessível, passando a se envolver com o
tráfico de drogas, assaltos, roubos, entre outros crimes. Em outros
casos, torna-se vítima desses abusos ou adoece pela precariedade
em que vive elevando o índice de morbidade e mortalidade.
Na aula anterior, abordamos a importância dos ACS para as co-
munidades onde atuam. Através das visitas constantes e a proximi-
dade, os agentes passam a fazer parte do cotidiano íntimo das famí-
lias, tornam-se cúmplices da realidade em que vive cada indivíduo.
Outro fator que favorece essa aproximação é o fato de comparti-
lharem o mesmo espaço geossocial. Fonseca et al. vem reforçar o
Esse esquema representa alguns fatores que podem gerar da- importante papel dos ACS junto às famílias:
nos a nossa saúde, sejam eles de causas externas como a condição [...] dá-se maior visibilidade ao papel do agente comunitário
social em que vive o cidadão ou intrínsecas do próprio indivíduo, de saúde (ACS), já que ele é o elo entre o serviço de saúde e a co-
como as doenças desenvolvidas pelo fator genético. munidade. Habitando o mesmo território, tem, inclusive, condições
de avaliar a dinâmica da família e, muitas vezes, identificar situa-
VIOLÊNCIA ções de risco ou de violência consumada, pela própria observação
A violência tem sido tema em muitas discussões e vista como ou pelo vínculo que estabelecem com a clientela. O que ocorre, na
um problema de saúde pública a nível mundial, não que seja res- maior parte dos casos, é que as mulheres acabam por relatar aos
ponsabilidade apenas do setor de saúde, mas sim por afetar direta- ACSs fatos que não relatariam a outros profissionais, tornando-os
mente a mesma, além disso, apresenta alto índice que resulta em possíveis atores capazes então de prevenir ou intervir nessas situa-
danos físicos e/ou psicológicos, os quais demandam tratamento ções. (FONSECA et al. 2009).
e acompanhamento das vítimas. Segundo Agudelo (1990), “a vio- Logo, essa aproximação dos agentes, bem como dos demais
lência representa um risco maior para realização do processo vital profissionais que atuam na equipe de saúde, possibilita identificar
humano: ameaça a vida, altera a saúde, produz enfermidade e pro- os casos de violência e buscar soluções para os mesmos com intuito
voca a morte como realidade ou como possibilidade próxima.” de preservar a integridade individual e coletiva.
Devemos tratá-la como problema epidemiológico, entretanto,
não se enquadra nos métodos tradicionais de combate as demais Na visão de Balandier (1997) os dias de hoje caracterizam-se
endemias. A violência é um problema complexo que deve ter a par- pelo excesso, pelo embaralhamento de imagens, códigos, refe-
ticipação dos atores específicos, como representantes da segurança rências, pelo inédito dos acontecimentos, pelo efêmero e pelas
pública, da saúde, programas sociais, entre outros para elaboração incertezas. Ao mesmo tempo em que provoca referências incertas
de ações que visam à redução da mesma e do impacto que ela gera, e abundantes, o momento atual desafia o indivíduo a produzir a
sua própria identidade de maneira individualizada. Assim, o jovem
é desafiado a ser o produtor das suas próprias referências e signi-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
ficações, tornando-se o protagonista das suas práticas e represen- Vulnerabilidade Social: Aproximações Teóricas
tações, orientando-se pelos acontecimentos circunstanciais, pelas O conceito de vulnerabilidade foi primeiramente associado es-
influências e pelas necessidades imediatas. pecificamente à saúde pública, no contexto de epidemia da aids,
Ao discutir o comportamento dos jovens na atualidade, Jeo- por Mann e colaboradores, principalmente a partir de 1992, quan-
lás (1999) afirma que os rituais de passagem eram celebrados com do publicou o livro: “Aids in the world”, nos Estados Unidos (Ayres,
maior intensidade até o primeiro quarto do século passado, de- 1999). Originado da discussão sobre Direitos Humanos, o termo
marcando com maior nitidez a passagem entre a infância e a vida inicialmente associado à defesa dos direitos de cidadania de gru-
adulta. Diversos rituais significavam simbolicamente a passagem de pos ou indivíduos fragilizados jurídica ou politicamente, passou a
uma fase do desenvolvimento da vida para a seguinte, capacitavam ser utilizado nas abordagens analíticas, teóricas, práticas e políticas
os jovens para assimilarem demandas, habilidades e responsabili- voltadas à prevenção e controle da epidemia.
dades distintas daquelas que caracterizavam a sua vida até então. Segundo Ayres (1999), numa primeira tentativa de explicar a
Os bailes de debutantes, o primeiro emprego, a primeira relação aids, doença até então desconhecida, várias classificações perme-
sexual anunciavam a passagem para a maturidade. Estes rituais adas por preconceitos foram criadas e atribuídas às pessoas por-
preparavam melhor os indivíduos para enfrentar as mudanças, os tadoras do HIV e doentes de aids. Falava-se em “grupos de risco”,
medos e ansiedades diante de uma nova etapa da vida No entanto, referindo-se aos homossexuais, hemofílicos e usuários de drogas
ao voltar-se para as sociedades atuais, observa-se que estes ritos de injetáveis. O uso desta expressão fez com que as pessoas que não
passagem estão menos visíveis, mais empobrecidos e raros em nos- se enquadrassem em algum destes grupos se sentissem imunes à
so meio cultural, o que acaba por produzir incertezas e inseguran- doença.
ças nos jovens quando deparam-se com momentos de importantes Esta classificação, duramente criticada pelos grupos organiza-
mudanças diante da passagem de um momento da vida a outro. Na dos envolvidos na prevenção da aids, passou a ser substituída por
sociedade contemporânea, os rituais que se fazem presentes não “comportamento de risco”. Este termo tampouco se mostrou ade-
se embasam na tradição; as gerações atuais vêm perdendo cada quado, pois responsabilizava apenas o indivíduo por ter adquirido
vez mais o contato com as de seus antecedentes e, com isto, im- a doença. Assim sendo, a prevenção dependeria exclusivamente da
portantes valores de formação, informação e autoridade deixam de vontade pessoal e de uma mudança voluntária de comportamento.
ser transmitidos às gerações futuras. Hoje nenhum rito proporciona No entanto, com o desenvolvimento do conceito de vulnerabilidade
referenciais e valores estáveis e unívocos (Jeolás, 1999: 193). foi possível observar que existem outros fatores que interferem e,
Assim, diante do enfraquecimento dos ritos tradicionais capa- muitas vezes, determinam a atitude e a conduta das pessoas, am-
zes de amenizar conflitos, medos e ansiedades que se fazem pre- pliando ou diminuindo as situações de risco. Entre estes fatores es-
sentes no momento de transição, observa-se, segundo Jeolás apud tão: o acesso ou não à informação, escola, serviços, programas de
Douglas (1999), uma potencialização dos riscos vivenciado pelos saúde e condições de vida digna; e os códigos culturais sobre como
jovens. se deve expressar a sexualidade de homens e mulheres.
Partindo de uma construção sócio histórica, Yunes & Szymanski Yunes & Szymanski (2001:28), ao citar o pesquisador Murphy
(2001) afirmam que riscos sempre fizeram parte da nossa sociedade e colaboradores definem vulnerabilidade como a ‘suscetibilidade à
em qualquer tempo e lugar. No entanto, o termo assume diferentes deteriorização de funcionamento diante de stress’. Nesse sentido, a
significados de acordo com a construção social que lhe é feita. Em vulnerabilidade se associa às diferenças individuais e às formas de
muitas situações, os riscos aparecem de modo mais planejado, mais lidar com elas associadas às dificuldades ambientais. Dessa forma,
calculado. Estas atividades de riscos voluntários podem ser obser- reconheceu-se a complexa interação, entre a predisposição indivi-
vadas através dos esportes radicais como os ralis automobilísticos, dual à vulnerabilidade, o ambiente vivenciado e a presença/ausên-
surf, salto com elástico, prancha de vôo, entre outros. Outras vezes, cia de estrutura social.
os riscos se configuram de maneira menos calculada ou associada a De acordo com Ayres (1999), Mann e sua equipe, buscando ar-
situações de vulnerabilidade, como nos casos de gravidez indeseja- ticular os aspectos envolvidos na contaminação pelo HIV, estabele-
da, do uso de drogas, ou da prática de comportamentos violentos. ceram uma classificação de vulnerabilidade baseada em três eixos:
Ao cotejar Le Breton, Paulilo (1998) afirma ainda que estes social, programático ou institucional e individual como os principais
riscos fazem ressurgir os antigos rituais ordálicos, em que a mor- determinantes da infecção pelo HIV de pessoas, grupos ou nações.
te seria a busca extrema do limite humano, deixando, no entanto, O eixo social inclui condições sociais e econômicas, acesso à
uma possibilidade de escape. Neste sentido, a aproximação ao risco informação, à educação, à assistência social e à saúde, a garantia
presente nas condutas violentas entre adolescentes coloca-os dian- de respeito aos direitos humanos e a situação sócio-política e cul-
te de um contato mais próximo com a morte. Aproximar-se dela, tural do indivíduo. O eixo programático ou institucional associa-se
por meio de condutas violentas significaria para eles a busca de um a programas voltados especificamente para a prevenção, controle e
sentido para sua própria existência, uma vez que o cultural tem se assistência aos portadores de HIV/aids. O eixo individual refere-se
mostrado insuficiente para a construção da sua identidade? ao acesso a recursos que possibilitam a adoção de comportamentos
Buscando ampliar um pouco mais a discussão sobre a prática seguros ou, ao contrário, que possibilitem a infecção pelo HIV. Este
da violência entre jovens, será analisado o conceito de vulnerabi- último eixo está intrinsecamente relacionado com os eixos social e
lidade, que permite a elaboração de um estudo mais aprofundado programático. Deste modo, foi possível ultrapassar a visão de que
dos aspectos econômicos, sociais e culturais que envolvem a temá- o comportamento seguro em relação à aids dependia apenas de
tica da violência entre os jovens na sociedade atual. ações individuais. Associados à pobreza, outros fatores como as
mudanças provocadas pelo momento de transição entre a adoles-
cência e a vida adulta contribuem para potencializar uma maior sus-
cetibilidade do jovem ao risco.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Pessoas nesta faixa de idade são naturalmente vulneráveis pe- Existem vários tipos de violência doméstica: violência física
las características intrínsecas à idade. Entre elas estão: mudanças (bater, beliscar, empurrar, chutar), a violência psicológica (xingar,
físicas, período considerado intenso pelos desafios, descobertas e humilhar, agredir com palavras), o abuso sexual, a negligência e o
oportunidades que se apresentam, conflito diante da construção da abandono.
identidade (descobrir quem é, o quer ser, encontrar o seu lugar no Em termos estatísticas, no Brasil, cerca de 70% dos casos de
mundo), momento de transitoriedade, marcado pelo fato de não se violência contra crianças e jovens, tem as pais como agressores.
ser mais criança, mas ainda não ser adulto; sentimento de invulne- Essas agressões, em geral descontroladas, são consideradas como
rabilidade perante à morte. medidas de educar e disciplinar, próprias do poder dos pais. No
No entanto, é importante observar que tais características entanto, com frequência, tais “medidas educativas” ultrapassam o
assumem diferentes configurações quando contrastadas com as razoável e tornam-se atos violentos de abuso do poder parental.
condições sociais, econômicas e culturais vivenciadas pelos jovens. Dados levantados a partir dos processos abertos pelo Serviço
Estas condições são determinadas em certa medida pelo ambiente de Advocacia da Criança (SAC), ligado à Ordem dos Advogados do
no qual estão inseridos, pelo acesso a políticas públicas de lazer, Brasil, mostram que os pais são os principais agentes de violência
educação, projetos sócio-educativos, valores religiosos e familiares contra os filhos ate 18 anos em São Paulo. Vale lembrar que esses
socializados, pela condição econômica de seus responsáveis e pelo dados referem-se apenas aos casos notificados de violência. Um
contexto social que permite ao jovem uma maior ou menor susceti- grande número de agressões feitas a crianças e adolescentes não
bilidade aos riscos, entre eles, o risco da violência. consegue ultrapassar a barreira do silêncio imposta pela família.
Um levantamento inédito do MNDH (Movimento Nacional de
Violência e Agravos Direitos Humanos), realizado em 1998 no Brasil, revelou que pais,
A violência pode ser descrita como: uso abusivo ou injusto do avôs, tios e irmãos foram os autores de 34,4% dos homicídios in-
poder, assim como o uso da força que resulta em ferimentos, sofri- fantis no ano anterior. Amigos e vizinhos são responsáveis por 4,6%
mento, tortura ou morte. das mortes violentas. O autor do crime não é conhecido em 55,3%
Podendo ser subdivididas em: estrutural e sistêmica e a domés- dos casos.
tica. Muitos dos crimes investigados ocorreram na própria casa das
crianças ç44,3% dos casos) comprovando que o ambiente domesti-
O que é violência estrutural e sistêmica ? co é, em muitos casos, perigo e não proteção para as crianças.
Para Minayo, a violência estrutural “caracteriza-se pelo desta- A maneira mais eficaz de diminuir o número de crianças e ado-
que na atuação das classes, grupos ou nações econômica ou poli- lescentes que morrem por causa da violência doméstica, segundo
ticamente dominantes, que se utilizam de leis e instituições para especialistas, é detectar os abusos o mais cedo possível. Isso por-
manter sua situação privilegiada, como se isso fosse um direito na- que, antes da agressão fatal, é comum ocorrerem atos de abuso
tural”. físico isolados que podem servir de alerta.
Refere-se às condições extremamente adversas e injustas da O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que médi-
sociedade para com a parcela mais desfavorecida de sua população. cos e professores são obrigados a denunciar todos os casos suspei-
Ela se expressa pelo quadro de miséria, má distribuição de renda, tos ou confirmados de mau stratos a crianças aos órgãos compe-
exploração dos trabalhadores, crianças nas ruas, falta de condições tentes. Entretanto, a maioria das denúncias de abuso físico, sexual
mínimas para a vida digna, falta de assistência em educação e saú- e psicológico contra criança continua sendo feita por vizinhos e por
de. Trata-se, portanto, de uma população de risca, sofrendo no dia- telefonemas anônimos, como revelaram os dados divulgados pelo
-a-dia os efeitos da violação dos direitos humanos, confirmando as jornal Folha de São Paulo: apenas 17,7% das denúncias foram fei-
palavras de Mahatma Gandhi: a pobreza é a pior forma de violência. tas por profissionais; 34,4% por vizinhos e 30,7% por telefonemas
A violência sistêmica brota da prática do autoritarismo, pro- anônimos.
fundamente enraizada, apesar das garantias democráticas tão cla- Para completar esse tem, cabe ressaltar que a violência contra
ramente expressas na Constituição de 1988. Suas raízes, no Brasil, as mulheres tem cifras alarmantes e crescentes, e que o maior nú-
encontram-se no passado colonial. Ainda hoje, as manifestações mero de casos ocorre contra meninas e mulheres, dentro de suas
da violência sistêmica são inúmeras, e o Estado tem se mostrado próprios casas, pelas mãos de seus pais ou padrastos e maridos ou
bastante ineficaz no combate à tortura legal e aos maustratos aos companheiros, numa proporção superior a 70% das denúncias, no
presos, bem como à ação dos grupos de extermínio. Brasil
Constantes violações das direitos humanos permanecem, em
sua maioria, impunes. “Essa falência em implementar a lei enfra- O que é Violência Policial ?
quece a vigência e dificulta o fortalecimento da legitimidade do go- Essa forma pode ser considerada como violência sistêmica, na
verno democrático como promotor da cidadania”. medida em que para muitos estudiosos os seus efeitos são conside-
rados reflexos do passado político brasileiro.
O que é Violência Doméstica ? Há pelo menos quatro concepções diferentes de violência po-
Violência doméstica é o abuso do poder exercida pelos pais ou licial, que são relevantes para a compreensão e a redução de sua
responsáveis pela criança ou adolescente. Apesar de nem todas as incidência no Brasil e que tem implicações importantes para a for-
pessoas inseguras serem espancadoras, a maioria dos espancado- mulação e a implementação de estratégias de controle.
res são inseguros e procuram afirmar seu poder de dominação pela 1. O uso da força física contra outra pessoa de forma ilegal, não
força física. relacionada ao cumprimento do dever legal ou de forma proibida
por lei.
2. O uso desnecessário ou excessivo da força para resolver pe-
quenos conflitos ou para prender um criminoso de forma ilegítima.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
3. Os usos irregulares, anormais, escandalosos ou chocantes da ção jurídica da violência policial, na medida em que visa a controlar
força física contra outras pessoas. principalmente usos ilegais da força física por policiais. Governan-
4. O uso de mais força física do que um policial altamente com- tes, legisladores e juizes têm tipo de conhecimento e informação
petente consideraria necessário em uma determinada situação. mais relevantes para a avaliação e o controle do usa ilegal do que do
uso desnecessária ou excessivo da força física por policiais.
A análise das formas de controle da violência policial no Brasil O segundo tipo de estratégia enfatiza a importância de meca-
revela que existem mecanismos voltados para o controle do uso ile- nismo de controle interna formal/legal das policias, par meio dos
gal e legitimo da força física pelos policiais, mas inexistem, ou são dirigentes e administradores das polícias e particularmente corre-
débeis, os mecanismos voltados para a controle ao uso irregular gedorias de polícia. Esse tipo de estratégia está mais relacionado
e/ou pouco profissional da força física pelos policiais. Esse contro- à concepção política da violência policial, na medida em que visa
le seletivo da violência não é acidental, mas sim está associado à a controlar principalmente usos ilegítimos da força física por poli-
distribuição extremamente desigual do poder político na sociedade ciais. Dirigentes e administradores de polícia têm um tipo de co-
brasileira, que sempre favoreceu as elites políticas e policiais em nhecimento e informações mais relevante para avaliação e controle
detrimento dos cidadãos e dos policiais que trabalham em contato do uso desnecessário ou excessivo do que uso ilegal da força física
direto com os cidadãos. por policiais.
Durante o regime autoritário (196485), o governo federal pro- O terceiro tipo de estratégia enfatizo a importância de meca-
moveu claramente ou tolerou violência policial como um instru- nismos de controle externos e informal/convencional das polícias,
mento de controle político, mais especificamente de controle da através da imprensa, da opinião pública, da universidade grupos de
oposição ao regime autoritário? pressão, particularmente das organizações de Direitos Humanos,
Desde a transição para a democracia, o apoio governamental nacionais e estrangeiras. Frequentemente, este tipo de controle
ao uso da violência policial como instrumento de controle político é incentivado mediante a criação de um ‘ombudsman’, conselhos
diminuiu no país e praticamente desapareceu nos estados das re- civis, conselhos comunitários e comissões para monitorar o desem-
giões Sul e Sudeste. Embora essa modalidade de uso da violência penho da polícia. Este tipo de estratégia mais relacionado à con-
policial tenha diminuído, ainda não desapareceu, passando a ser cepção jornalística de violência policial, na medida em que visa a
usada sobretudo como instrumento de controle social e mais espe- controlar principalmente usos irregulares ou anormais da força fí-
cificamente como instrumento de controle da criminalidade. Além sica por policiais. É um tipo de estratégia que depende de um tipo
disso, com o declínio da usa político da violência policial, o proble- de conhecimento e informação controlado pelos jornalistas e pelas
ma da violência policial se tornou mais visível, ou melhor emergiu organizações da sociedade civil.
como um problema diferente e independente do problema da vio- O quarto tipo de estratégia enfatiza a importância de meca-
lência política, afetando não apenas os oponentes do governo ou nismos de controle interno e informal/convencional das polícias,
do regime político mas também, e principalmente, a população através da profissionalização das polícias e dos policiais, apoiados
pobre e marginalizada. em ‘standards’ claros e precisos de competência e responsabilidade
Vale ressaltar que o controle da violência, particularmente da profissional. Este tipo de estratégia está mais relacionado à concep-
violência praticada pelas Forças Armadas e pela Policia, é uma das ção profissional da violência, na medida em que visa a controlar
condições necessárias para a consolidação do estado de direito e de principalmente usos antiprofissionais, não profissionais ou pouco
regimes políticos democráticos. profissionais da força física por policiais. E um tipo de estratégia
A violência policial ainda é um tipo de violência que preocupa que depende de um tipo de conhecimento e informação controlado
cada vez mais os cidadãos, os próprios policiais, os governantes, os pelos policiais e pelas associações profissionais dos policiais.
jornalistas e os cientistas sociais, em parte porque é praticada por Os quatro tipos de estratégias tendem a ser defendidos por
agentes do Estado que têm o obrigação constitucional de garantir grupos diferentes, dentro e fora das polícias, na medida em que
a segurança pública, a quem a sociedade confia a responsabilidade cada um deles tende a fortalecer um determinado grupo, aque-
do controle da violência, Os casos de violência policial, ainda que le que tem maiores condições para exercer de fato o controle da
isolados, alimentam um sentimento de descontrole e insegurança atividade policial. Mas não são necessariamente incompatíveis ou
que dificulta qualquer tentativa de controle e pode até contribuir conflitantes e podem ser adotados de forma complementar ou
para a escalado de outras formas de violência. suplementar. Normalmente, políticas voltadas para o controle da
Quando os responsáveis não são identificados e punidos, ela é violência estão baseadas em combinações de tipos diferentes de
percebida como um sintoma de problemas graves de organização estratégia e não num único tipo.
e funcionamento das polícias. Se esses problemas não forem solu- Do policial contemporâneo, mesmo do mais simples escalão,
cionados, podem gerar problemas políticos, sociais e econômicos se exigirá, cada vez mais, discernimento dos valores éticos. Deve se
sérios e podem contribuir para a desestabilização de governos e de dar mais importância às academias de Polícia, às escolas alternati-
regimes democráticos. vas de oficiais e soldados, ao ensino de pesquisa e às bases da cons-
Para que as práticas de controle possam funcionar, devem estar trução de uma polícia cidadã. Professores habilitados não apenas
apoiados em teorias o pelo menos em ideias sobre a natureza e a em conhecimento técnico, mas em relacionamentos interpessoais
origem da violência policial que sejam empírica e normativamente são fundamentais na formação de policiais que atuam com base no
válidas. Os quatro tipos de práticas de controle, apresentados a se- lei e na ordem hierárquica, na autonomia moral e intelectual. Uma
guir, relacionados aos quatro tipos de violência mencionados. policia como instituição de serviço à cidadania e à segurança pú-
Assim, “o primeiro tipo de estratégia enfatiza importância de blica tem tudo para ser valorizada e respeitado. Para tanto, precisa
mecanismos de controle externo formal/legal das polícias, através resgatar a consciência de sua importância, de seu papel social e, por
dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, auxiliados pelo Mi- conseguinte, a autoestima.
nistério Público. Este tipo de estratégia está relacionada à concep-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Alguns exemplos
• mudanças repentinas cujas causas não são facilmente compreensíveis ou previsíveis
• racionalização ou intelectualização usada como mecanismo de defesa, característica típica desta fase, e que lhe serve de proteção
contra os perigos internos e externos
•urgências e necessidades imediatas do adolescente - vive o presente - e seu discurso, que costuma basear-se nos acontecimentos
imediatos.
• atitudes de questionamento frente às normas preestabelecidas, próprias da construção da identidade
• transformações físicas e psíquicas
Diante destas especificidades, próprias desta fase da vida, como abordar o adolescente favorecendo o diálogo e uma relação de con-
fiança?
Para que isso ocorra, algumas posturas do profissional de saúde poderão ser úteis:
1. criar um clima de confiança
2. buscar a empatia
3. desempenhar sempre um papel ativo
4. demonstrar respeito
5. aceitar e compreender o adolescente
6. traçar alternativas concretas e sustentáveis de acordo com o grau de maturidade do adolescente.
Prevenindo a violência
De maneira geral, a prevenção à violência contra a criança e o adolescente é de extrema importância na sociedade, dada a gravidade
de suas seqüelas físicas e psíquicas. Portanto, cabe à equipe:
• informar pais, mães e comunidade sobre as necessidades das crianças e adolescentes, esclarecendo seus direitos e normas de pro-
teção
•identificar pais e mães de alto risco desde o período pré e perinatal
•desenvolver grupos de auto-ajuda para pais e mães de alto risco
•favorecer a vinculação das famílias com uma rede de apoio da comunidade (unidades de saúde, associação de bairros, grupos reli-
giosos, clube de mães, etc.)
•incentivar o pai a acompanhar o pré-natal e o parto, para estreitar seu vínculo com o filho o mais precocemente possível
• incentivar o pai à participação nos cuidados do bebê
• facilitar o acesso a serviços de educação e assistência
• contribuir para o fortalecimento dos laços do adolescente com a família e amigos
• contribuir para a expressão e desenvolvimento dos adolescentes, respeitando novos valores
•organizar grupos de debates com profissionais de outras áreas envolvidas
• considerar a possibilidade de depressão puerperal e encaminhar a família para serviços especializados.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Violência contra a mulher neguem por não estarem preparadas para lidar com o problema, o
Mulheres em situação de violência são usuárias assíduas dos questionamento pelo profissional de saúde, de maneira cuidado-
serviços de saúde. Em geral, são tidas como “poliqueixosas”, por sa, facilita o início de um diálogo e a possibilidade de um canal de
suas queixas vagas e crônicas, com resultados normais em investi- ajuda. Observou-se num determinado serviço que, ao serem per-
gações e exames realizados. guntadas sobre violência em sua casa, as mulheres diziam não, mas
respondiam afirmativamente a perguntas do tipo: você já foi agre-
Manifestações clínicas dida em casa por alguém da família? Já sentiu ou sente medo de
Estudos (Lyon,1997)8têm mostrado que mulheres vítimas de alguém? Esse tipo de abordagem mostra que a escolha das palavras
abuso apresentam, com maior freqüência, grande variedade de é fator importante para reconhecer o problema da violência e falar
problemas de saúde física e mental, vários relacionamentos e maior dele abertamente.
chance de ter parceiros que as impeçam de trabalhar ou estudar. A visita domiciliar é de grande importância, pois permite a ob-
servação mais adequada para identificar, com mais segurança, a si-
As manifestações clínicas da violência podem ser agudas ou tuação de violência.
crônicas, físicas, mentais ou sociais. Lesões físicas agudas (inflama-
ções, contusões, hematomas em varias partes do corpo), em geral, Abordagem terapêutica
são conseqüência de agressões causadas por uso de armas, socos, A natureza repetitiva da violência doméstica indica a impor-
pontapés, tentativas de estrangulamento, queimaduras, sacudide- tância da detecção precoce e prevenção de problemas futuros dela
las. Em alguns casos, podem provocar fraturas dos ossos da face, decorrentes
costelas, mãos, bravos e pernas É importante orientar as pacientes sobre a natureza e o curso
Nas agressões sexuais, podem ser observadas lesões das mu- da violência doméstica, fornecendo informações sobre os recursos
cosas oral, anal e vaginal. A gravidade das lesões depende do grau existentes na comunidade, grupos de auto-ajuda e como prevenir
de penetração e do objeto utilizado na agressão. As lesões das mu- novos episódios.
cosas envolvem inflamação, irritação, arranhões e edema, poden- O acompanhamento psicológico, realizado por profissional da
do ocorrer inclusive perfuração ou ruptura. Doenças sexualmente equipe de atenção primária ou de saúde mental, é útil para uma
transmissíveis (DST/AIDS), infecções urinárias, vaginais e gravidez mudança nos padrões do relacionamento, em intervenções de
são conseqüências que podem se manifestar posteriormente. longo prazo. Os profissionais devem identificar pacientes com alto
Semanas ou meses após a agressão, podem permanecer sin- risco de tornarem-se abusadores no futuro, os quais devem ser en-
tomas de dor no baixo ventre ou infecções, transtornos digestivos caminhados a serviços de saúde mental para melhor lidar com situ-
- como falta de apetite -, náuseas, vômitos, cólicas e dores de estô- ações de estresse e buscar alternativas não - violentas na resolução
mago, perda de peso, dores de cabeça e dores musculares genera- de conflitos.
lizadas. Algumas atitudes são facilitadoras à abordagem nos casos de
Entre os sintomas psicossomáticos estão a insônia, os pesade- violência contra a mulher:
los, a falta de concentração e irritabilidade, caracterizando-se, nes-
tes casos, a ocorrência de estresse pós-traumático. Os efeitos sobre Doze passos da abordagem:
a saúde podem ser prolongados e crônicos, podendo ser evitados 1. Desenvolver uma atitude que possibilite à mulher sentir-se
mediante tratamento e apoio apropriado, tanto pela equipe de saú- acolhida e apoiada.
de como pela família e amigos. 2. Ajudar a mulher a estabelecer um vínculo de confiança in-
Alterações psicológicas podem ser decorrentes do trauma, en- dividual e institucional para avaliar o histórico de violência, riscos,
tre eles o estado de choque que ocorre imediatamente à agressão, motivação para romper a relação, limites e possibilidades pessoais,
podendo durar várias horas ou dias. Outro sintoma freqüente é a bem como seus recursos sociais e familiares.
crise de pânico, que pode repetir-se por longos períodos. Podem 3. Conversar com a mulher sobre as diferentes opções para
ainda surgir ansiedade, medo e confusão, fobias, insônia, pesade- lidar com o problema que ela está vivenciando, garantindo-lhe o
los, auto-reprovação, sentimentos de inferioridade, fracasso, inse- direito de escolha, fortalecendo sua auto-estima e autonomia.
gurança ou culpa, baixa auto-estima, comportamento autodestruti- 4. Estabelecer passos graduais, concretos e realistas, construin-
vo - como uso de álcool e drogas -, depressão, tentativas de suicídio do um mapa dos recursos, alternativas e ações, com vistas a imple-
e sua consumação. mentar a metodologia a seguir.
As manifestações sociais podem incluir isolamento por medo 5. Apoiar a mulher que deseja fazer o registro policial do fato e
que outros descubram o acontecido, medo de que se repita, mu- informa-la sobre o significado do exame de corpo de delito, ressal-
danças freqüentes de emprego ou moradia. tando a importância de tornar visível a situação de violência.
6. Sugerir encaminhamento aos órgãos competentes: Delega-
Diagnóstico cia Policial, de preferência Delegacia de Proteção à Mulher e Ins-
Com freqüência as mulheres procuram ajuda nos serviços de tituto ou Departamento Médico-Legal. Orientar a mulher quanto
saúde em decorrência de palpitações, ansiedade, nervosismo, insô- ao seu direito e importância de guardar uma cópia do Boletim de
nia ou pertubações digestivas vagas que podem ser sintomas decor- Ocorrência.
rentes da tensão e da violência em seu cotidiano 7. Estimular a construção de vínculos com diversas fonte de
Antes de medicá-las, os profissionais de saúde devem sem- assistência, acompanhamento e proteção, reforçando a sistemática
pre procurar conhecer sua história de vida, pois o tratamento me- de atuação de uma rede de apoio.
ramente sintomático manterá oculto o problema. A maioria das 8. Caso necessário, encaminhar ao atendimento clínico na pró-
mulheres, se perguntadas abertamente, discutirá as situações de pria unidade ou para serviço de referência, conforme a gravidade e
violência que vivenciam. Mesmo que num primeiro momento elas especificidade de danos e lesões.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
9. Conforme a motivação da mulher para dar andamento ao processo de separação, encaminhá-la aos serviços jurídicos – Defensoria
Pública, Fórum local ou ONGs de apoio jurídico.
10. Sugerir encaminhamento para atendimento de casal ou família, no caso da continuidade da relação, ou quando houver filhos e
portanto a necessidade de preservar os vínculos parentais.
11. Sugerir encaminhamento para atendimento psicológico individual, de acordo com a avaliação do caso.
12. Manter visitas domiciliares periódicas, para fins de acompanhamento do caso
Gravidez pós-estupro
Uma das conseqüências do estupro é a gravidez. Segundo muitas mulheres que passaram pelo problema, descobrir estar grávida após
um estupro é uma situação que agride ainda mais a mulher. Ela sente-se impotente e, mais uma vez, se vê invadida pelo agressor. Seus
direitos e sua liberdade foram violados.
Nesses casos, a interrupção da gravidez pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o documento “Prevenção e
Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes – Normas Técnicas”, publicado pelo Ministério da
Saúde em 1999. Considerando-se que esta é uma situação bastante delicada e que, em geral, a mulher ou a adolescente encontra-se muito
fragilizada, recomenda-se que, ao ser encaminhada para uma unidade de referência ela receba o apoio e acompanhamento – durante todo
o processo - de um integrante da equipe de saúde da família.
Exame clínico-ginecológico:
•Examinar a genitália externa e região anal, separar os lábios vaginais e visualizar o intróito vaginal.
• Introduzir o espéculo para examinar a vagina, suas paredes, fundo de saco e colo uterino. Inspecionar períneo e ânus.
•Colher material para a realização da bacterioscopia, quando houver suporte laboratorial.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
•Havendo possibilidade de realização no local ou em referência, coletar material para cultura de gonococo e para a pesquisa de cla-
mídia.
•Coleta imediata de sangue para sorologia para sífilis (VDRL) e HIV. Se disponível, testes rápidos poderão ser utilizados. Eles são ne-
cessários para avaliação da situação sorológica anterior ao episódio de violência. Os exames devem ser repetidos após 30 dias, para sífilis,
e três a seis meses para HIV, depois do primeiro exame.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Prevenindo a violência contra o idoso Infelizmente as ações e resultados previstos no ECA ainda não
Uma percentagem significativa de idosos não se sente ou não são a realidade em que vivemos. Após 24 anos da criação dessa lei,
tem condições para interromper a situação de maus-tratos; a maio- ainda é comum, na sociedade em que vivemos, os abusos de diver-
ria não solicita ajuda profissional. Todos as categorias de profissio- sas naturezas com as nossas crianças, consequência da fragilidade
nais que têm acesso aos idosos podem atuar no reconhecimento na punição daqueles que teimam em violar os direitos assegurados
de sinais preditivos e precisam estar preparados para abordar, de pela Constituição e por falta de prioridades que a assegurem esses
forma preventiva, as situações de violência. Para isso, é necessária diretos. Isso é muito grave, pois as crianças que darão sequência
a capacitação de profissionais de saúde, bombeiros, policiais, agen- nos trabalhos que iniciarmos, e se não possuírem uma infância dig-
tes jurídicos e população em geral para a identificação, avaliarão e na e segura, os problemas relacionados à saúde coletiva só tendem
acompanhamento dos casos de violência contra idosos. Ao lado de aumentar.
cuidados de saúde e atendimentos no domicílio, atividades preven- Falaremos, a seguir, sobre algumas questões que identificare-
tivas também podem ser recomendadas. A disponibilidade à vida mos como principais riscos à saúde da criança:
social deve ser valorizada e estimulada junto aos idosos, mediante a. desnutrição – sabe-se que a alimentação é item imprescin-
formas de convívio e expressão, em centros de comunidade, clubes dível ao bom desenvolvimento. A escassez de uma alimentação
de convivência, associações culturais, de lazer e esportivas, ativida- digna poderá comprometer a saúde física e mental do indivíduo, e
des de recuperação da história e habilidades de uma comunidade, infelizmente a desnutrição é algo muito comum, principalmente em
valorizando-se a transmissão aos mais jovens de suas experiências países mais pobres;
e histórias de vida. A participação em cursos a distância, universida- b. ausência de saneamento básico – fator grave, pois expõe a
de aberta da terceira idade e outras formas de estímulo ao desen- saúde e segurança das crianças. O saneamento adequado evita que
volvimento pessoal também devem ser estimuladas. Em algumas essas tenham contato com animais peçonhentos e infecções para-
comunidades, os idosos contam com programas de apoio social e sitárias, além de evitar que ocorram acidentes e a contaminação
assistência, programas previdenciários e outros que devem ser indi- do lençol freático nos casos em que a comunidade utiliza a água de
cados e referenciados. Ao lado da socialização do idoso, o estímulo poços artesianos;
à integração em ações comunitárias pode reduzir o custo social pro- c. habitações superlotadas – há muitas moradias onde o espaço
vocado pelo repetido atendimento médico em emergências. é escasso e compartilhado por todos os moradores, principalmen-
te, onde dormem, além do desconforto, tudo se torna muito mais
SITUAÇÕES DE RISCO PESSOAL ENFRENTADAS POR CRIANÇAS explícito, inclusive o sexo, não raro observarmos pais que mantém
E ADOLESCENTES relações com os filhos em casos assim;
d. prostituição infantil – alguns pais incentivam, ou até mesmo
Infância Desprotegida as próprias crianças partem para a prostituição como forma de ga-
A infância é vista de diferentes formas pelo mundo. Cada socie- nhar algum dinheiro que sacie, ao menos um pouco, as suas neces-
dade lida com essa fase do ser humano de acordo com suas normas sidades, entretanto essa prática expõe a saúde e segurança dessas
e regras segundo afirma Helman: crianças as vezes de forma irreversível. Tornam-se mais vulneráveis
[...] tendem a variar bastante entre diferentes grupos huma- às doenças sexualmente transmissíveis e à violência;
nos... diferentes sociedades estabelecem idades diferentes para e. uso de drogas e de álcool – cada vez mais se torna comum
determinar quando as crianças podem ser educadas, participar de vermos crianças fazendo uso de drogas e álcool, frequentemente, a
certos rituais religiosos, trabalhar fora de casa, ter relações sexuais, mídia divulga esse tipo de cena. Devido às leis que proíbem a deten-
controlar suas finanças[...] (HELMAN, 2003. p. 17). ção de menores de 18 anos, as crianças e adolescentes, passaram a
Independente da cultura em que vive, sabe-se que o ser hu- ser alvo dos traficantes que os utilizam como “aviões”, trabalhando
mano, enquanto criança, apresenta fragilidades físicas, intelectu- com o tráfico, sendo normalmente o seu pagamento feito com dro-
ais e motoras, cabendo aos responsáveis por esta, proporcionar o gas e bebidas, gerando um ciclo vicioso onde a dependência destas
desenvolvimento e os cuidados necessários, para que conviva nos substância os leva à pratica do crime.
moldes da sociedade em que vive. É necessário, então, alimentação Num âmbito internacional, a importância do estudo antropo-
adequada, educação de qualidade e lazer para que cresçam felizes, lógico da infância vem crescendo devido às implicações de diversas
saudáveis e se desenvolvam físico e intelectualmente. questões sociais para a saúde. Entre essas questões, estão o traba-
No Brasil, fica a cargo da família e da sociedade que a acolhe, lho infantil, o abuso físico e sexual das crianças, a ampla prevalência
a responsabilidade pela criança. Diante da vulnerabilidade e fragili- da prostituição infantil, o aumento do uso de crianças em conflitos
dade inerentes a essa fase do ser, foi criado o artigo 227 da Consti- armados e o número crescente de “crianças de rua” em muitos pa-
tuição de 1988, assegurando os direitos essenciais à cidadania das íses pobres. (HELMAN, 2003. cap. 1. p. 18)
crianças e adolescentes como ”direito à vida, à saúde, à alimenta- Além desses pontos abordados, outra questão grave e que
ção, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida- deve ser dada maior atenção é a violência e os maus tratos infantis.
de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e social. É assustador vermos frequentemente em nosso cotidiano, pois é
Primando ainda pelo respeito às crianças, em 13 de julho de uma infeliz realidade que temos de conviver com esse tipo de abu-
1990, o Governo Federal criou o Estatuto da Criança e do Adoles- so. Isso só reforça a necessidade de um maior amparo por parte
cente – ECA, através da lei 8.069. Nessa lei, é bem claro que o indiví- do Estado e da sociedade, através da elaboração de programas que
duo é considerado criança até os 12 anos e adolescente dos 12 aos fortaleçam o que está contido na Constituição Federal e no ECA.
18. Ela assegura que o indivíduo, enquanto criança ou adolescente, No Brasil, desde o seu descobrimento, crianças e adolescentes
tenha acesso de forma efetiva a todo o necessário para que cresça foram objetos de todas as formas de violações, tais como: explora-
feliz, segura e saudável. ção, negligência, opressão, crueldade e todas as outras formas de
violência. Porém, após constantes lutas da sociedade civil, o cenário
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
da infância e juventude começa a mudar com a instauração do Es- Em todos estes casos acima citado, a legislação brasileira, vi-
tatuto da Criança e do Adolescente, alcança reconhecimento tanto sando assegurar a proteção integral à crianças e adolescentes, esta-
jurídico como social no contexto nacional, garantindo assim uma belece normas a serem seguidas que se constituem direitos adquiri-
proteção diferenciada. dos para crianças e adolescentes. Podemos observar que a maioria
Ainda assim, crianças e adolescentes são constantemente aco- dos indicativos de situações de risco se correlaciona com a situação
metidos por diversas situações de risco, principalmente aquelas econômica precária que cercam inúmeras famílias, impedindo de
que são advindas do ambiente familiar. ter condições suficientes de cuidar da criança e do adolescente,
Estar em situação de risco pessoal significa ter seus direitos principalmente em casos de saúde, higiene, nesse caso o Estado
violados. Situação de risco é toda e qualquer situação que compro- é obrigado a intervir, para garantir a proteção integral à criança e
mete o desenvolvimento tanto físico quanto emocional da criança ao adolescente. Porém existe casos em que crianças e adolescen-
e/ou adolescente, advindos da ação ou omissão dos pais/responsá- tes enfrentam diversos tipos de situação de risco, até mesmo pelos
veis, da sociedade ou do Estado. próprios familiares.
São diversas as situações de risco pessoal enfrentadas por O abandono e a negligência referem – se na falta de assistên-
crianças e adolescentes, estas situações de risco pessoal, depen- cia de pais ou responsáveis quanto à segurança, educação, saúde e
dendo da gravidade da situação e da realidade em que a criança e/ formação. Quando evidenciada a negligência e falta de condições
ou adolescente se encontra, pode levar a fatores que colaborem psicológicas, e não apenas falta de recursos materiais, pode ser apli-
para situações de risco social. As situações de risco em que vivem cada aos pais ou responsáveis a perda da guarda de crianças e ado-
crianças e adolescentes, propicia marginalização, exclusão e perdas lescentes, conforme art. 33 do ECA: “A guarda obriga a prestação de
dos direitos fundamentais. As crianças e adolescentes que viven- assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente,
ciam essas situações são aquelas que vivem as consequências das conferindo a seu detentor o direito de opor – se a terceiros, inclusi-
desigualdades sociais, da pobreza, da exclusão social e até mesmo ve aos pais (Vide Lei nº 12.010, de 2009, grifo do autor). ”
da falta de vínculos afetivos na família. O abandono é visto como uma forma grave de descuido, que
Vale ressaltar que, determinadas violações de direitos das aponta para o rompimento de um vínculo apropriado dos pais para
crianças e adolescentes são advindas do sistema capitalista, onde com os seus filhos, submetendo às vítimas de abandono a sofri-
propicia a desigualdade social, tornando - se presente principal- mentos físicos e psicológicos, sendo contrárias as leis do estatuto
mente nos lares das famílias pobres. Diante desse cenário, pode- da criança e do adolescente que garante a toda criança condições
mos observar que inúmeras famílias sofrem com a questão do de- dignas de vida, explicitando especialmente o direito à liberdade, ao
semprego, o que leva essas situações a se tornarem críticas, pois as respeito e à dignidade (SILVA, ALVES, ARÁUJO, N/D).
crianças e adolescentes acabam se tornando vítimas desse sistema, Segundo o ECA, negligência seria o ato de omissão do respon-
colocando-as em situação de risco. sável pela criança ou adolescente, que apesar de informado e ter
Apesar das crianças e adolescentes serem amparadas pela condições, intencionalmente deixa de prover as necessidades bá-
Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Ado- sicas para seu desenvolvimento. A identificação da negligência em
lescente (ECA), a incidência de riscos pessoais enfrentadas por estes nosso meio é complexa, devido às dificuldades socioeconômicas da
no Brasil é uma realidade frequente, o que constitui um grande pro- população, o que leva a esse questionamento da intencionalidade.
blema social. É notável o crescimento de crianças e adolescentes Diante da raiz desse problema, encontramos uma violência maior,
brasileiros que continuam à margem da rede de proteção, tanto na que é a desigualdade social, que decorre da injustiça dos privilégios
esfera dos direitos humanos, quanto na esfera social e trabalhista, que levam a irregularidade da apropriação dos bens que são produ-
indicando assim estas condições como situação de risco. zidos pela comunidade.
Existe diversas formas de se violentar uma criança e/ou adoles- No Brasil, a dificuldade de diferenciar negligência e pobreza é
cente, formas que se tornam perceptíveis em um simples olhar. Ao particularmente aguda. O desamparo familiar e a privação econô-
violentar uma criança e/ou adolescente, violenta-se também sua mica, associados ao baixo nível de informação de grande parcela
mente, deixando sequelas profundas. Segundo Malta (2002, p.47) da população, são características comuns num país marcado por
“... como atitude do adulto em depreciar e inferiorizar de modo profunda desigualdade social; são também traços usualmente rela-
constante a criança ou o adolescente, causando-lhe sofrimento psí- cionados ao comportamento negligente dos pais (...) (GONÇALVES,
quico e interferindo negativamente no processo de construção da 2003, p. 166).
sua identidade”. Podemos observar que a maioria das famílias acusadas de ne-
Segundo Molaib (N/D), as situações de risco pessoal na infância gligência vivem em condições de extrema pobreza. O conhecimen-
e adolescência são casos de: to desses usuários em relação a questões de higiene, alimentação,
a) Abandono e negligência; educação e saúde na maioria das vezes são diferentes daquelas tra-
b) Abuso Psicológico e maus-tratos na família; zidas pelos profissionais. Este pode ser considerado um dos pontos
c) Exploração e abuso sexual; mais complexos para intervenção dos casos de negligência.
d) Tráfico de crianças e adolescentes; Caminha (2000) classifica a negligência de acordo com os níveis
e) Trabalho de crianças e adolescentes; de gravidade, ou seja, negligências leve, moderada e grave. A leve,
f) Uso e tráfico de drogas; consiste em uma ausência de regras nos cuidados com relação a
g) Conflito com a lei em razão de cometimento de ato infracio- falta de horário para se alimentar e dormir, porém esse tipo de ne-
nal. gligência não deixa de ser importante, pois ela pode levar a outras
situações, o que contribui para uma negligência grave. A negligên-
cia moderada, consiste no descuido com higiene, podendo gerar
graves doenças. A grave, refere-se a casos de crianças/adolescentes
que não frequentam a escola ou que não são levadas para atendi-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
mento médico quando necessitam, ou até mesmo de forma preven- Art. 239 - Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
tiva. Esse tipo de ato negligente pode ser denominado abandono, envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
isto é, a forma mais extrema de omissão do cuidado. das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: Pena - reclu-
O abuso psicológico, diz respeito a fazer ou exigir algo da crian- são de quatro a seis anos, e multa. Parágrafo único. Se há emprego
ça e/ou adolescente, de forma que cause danos sérios a sua auto- de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764,
estima ou a sua estrutura emocional que está em formação. Esse de 12.11.2003, grifo do autor)Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito)
abuso, trata-se de uma relação desigual de poder entre adultos anos, além da pena correspondente à violência. (Art. 239/ECA).
dotados de autoridade e crianças e adolescentes dominados. Pode O trabalho infantil é aquele realizado por crianças e adolescen-
ser exercida através de determinadas atitudes, tais como: agressões tes, foras de suas casas e dentro de casa de terceiros, que tem sido
verbais, de chantagens, regras excessivas, ameaças (algumas vezes executado em troca de um pequeno salário ou de uma promessa de
até de morte), humilhações, desvalorização, desqualificação, rejei- roupa, escola, alimentação, etc. Podendo causar riscos como esfor-
ção e isolamento. ços físicos intensos, isolamento, abuso físico, psicológico ou sexual,
O Código Penal Brasileiro, dispõe em seu artigo 136 sobre maus entre outras consequências. Segundo o art. 60º/ECA: “É proibido
– tratos: qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua condição de aprendiz (Vide Constituição Federal, grifo do autor) ”.
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tra- A exploração do trabalho de crianças e adolescentes no Brasil,
tamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados é um fenômeno que intensifica a desigualdade social e a pobreza,
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inade- condições estas que acabam levando inúmeras crianças e adoles-
quado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: centes a pertencerem a esse grupo. Esse ingresso no mundo do tra-
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se balho, na maioria das vezes não parti de um processo de escolha, e
do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de sim em uma necessidade imposta pela realidade social excludente,
um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de qua- que determina as diversas maneiras de inserção e precarização do
tro a doze anos.§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é trabalho.
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. Em relação ao trabalho abusivo e explorador a que estão su-
O art. 13/ECA determina que casos de suspeita ou confirmação jeitos crianças e adolescentes, este torna-os prejudicados em seu
de maus – tratos contra crianças ou adolescente serão obrigatoria- desenvolvimento físico, emocional e intelectual nessa fase. Segun-
mente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, do a publicação do Ministério do Trabalho e Emprego, o Fundo das
sem prejuízo de outras providências legais. Tipificando ainda em Nações Unidas para a Infância – UNICEF, menciona as seguintes ca-
seu artigo 245, o que segue: racterísticas, no que torna o trabalho infantil precoce prejudicial ao
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta- desenvolvimento de crianças:
belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es- I - aquele realizado em tempo integral, em idade muito jovem;
cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de II - o de longas jornadas;
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de III - o que conduza a situações de estresse físico, social ou psi-
maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a cológico ou que seja prejudicial ao pleno desenvolvimento psicos-
vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de rein- social;
cidência. IV - o exercido nas ruas em condições de risco para a saúde e a
A violência sexual pode ser conceituada como: abuso sexual integridade física o moral das crianças;
e exploração sexual. O abuso sexual da criança ou do adolescente V - aquele incompatível com a frequência à escola;
pode ou não envolver o contato físico. VI - o que exija responsabilidade excessiva para a idade;
É notável que a uma maior incidência de relatos de abuso sexu- VII - o que compromete e ameace a dignidade e a autoestima
al por parte de membros familiares. da criança, em particular quando relacionado ao trabalho forçado e
A legislação em vigor prevê com pena de reclusão de 2 a 6 anos com exploração sexual;
e multa a punição para a exploração sexual mediante imagens por- VIII - trabalhos sub-remunerados.
nográficas, inclusive via internet (art. 241 e 244A/ECA). O ECA (capítulo V, Título II) proíbe a realização de qualquer tra-
Art. 241º - Vender ou expor à venda fotográfica, vídeo ou outro balho aos menores de catorze anos, salvo na condição de aprendiz,
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol- nos termos da lei. Vale ressaltar que este problema está associado à
vendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, pobreza, à desigualdade e à exclusão social, pois para muitas famí-
de 2008, grifo do autor) Pena – reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. lias, o trabalho infantil é uma questão de sobrevivência.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008, grifo do autor). Nesse contexto, podemos destacar também a questão da men-
Art. 244-A – Submeter criança ou adolescente, como tais defi- dicância, que é o ato de pedir esmolas ou qualquer outro tipo de
nidos no caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração ajuda. É fácil notarmos a presença constante de crianças e ado-
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23/06/2000) Pena – reclusão lescentes pedindo dinheiro nos semáforos, ruas, de casa em casa,
de 4 a 10 anos, e multa. dentro dos ônibus e que na maioria das vezes estão sozinhas. Essa
Entre as várias formas de tráfico de pessoas, tem se destaca- realidade é presente em todo cenário brasileiro, mas, nem toda vez
do o tráfico de crianças e adolescentes, este trata-se da retirada da essa ajuda é para compra de alimentos ou necessidades básicas, a
criança e/ou adolescente com ou sem o consentimento dos pais/ maioria das vezes são os próprios pais que mandam as crianças e
responsáveis, para fins de trabalho ilegal, exploração e abuso sexu- adolescentes irem pedir dinheiro na rua, para sustentar os seus ví-
al, ou outras formas de abuso. Sobre este o ECA dispõe, cios, principalmente para uso de drogas. Diante disso, vale ressaltar
que quando estas crianças estão nesse expostas a essas condições
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
pedindo dinheiro nas ruas, elas estão sujeitas a outros riscos sociais dade do que determinam a Lei Orgânica da Saúde – N.º 8.080/90
ainda maiores, tais como o uso de drogas, além de ficarem distantes – e a Lei 8.842/94, que assegura os direitos deste segmento popu-
da escola. lacional.
Diante dessa realidade vivida, o uso de drogas se torna bem No conjunto dos princípios definidos pela Lei Orgânica, desta-
presente na vida dessas crianças e adolescentes, não só o uso como ca-se o relativo à “preservação da autonomia das pessoas na defesa
também o tráfico. Os traficantes aproveitam que estes não podem de sua integridade física e moral”, que constitui uma das questões
ser apreendidos para utilizá-los como mulas para o transportar dro- essenciais enfocadas nesta Política, ao lado daqueles inerentes à in-
gas, em troca eles ganham moedas, roupas, pequenas coisas. Além tegralidade da assistência e ao uso da epidemiologia para a fixação
disso, a criança e/ou adolescente envolvida nesse meio, podem de prioridades (Art. 7º, incisos III, II e VII, respectivamente).
acabar fazendo o uso dessas substâncias. Dessa forma, o art.243/ Por sua vez, a Lei N.º 8.842 – regulamentada pelo Decreto N.º
ECA determina: 1.948, de 3 de julho de 1996 –, ao definir a atuação do Governo,
Art. 243 - Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda indicando as ações específicas das áreas envolvidas, busca criar
que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, condições para que sejam promovidas a autonomia, a integração e
bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com- a participação dos idosos na sociedade, assim consideradas as pes-
ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação soas com 60 anos de idade ou mais.
dada pela Lei nº 13.106, de 2015, grifo do autor)Pena - detenção Segundo essa Lei, cabe ao setor saúde, em síntese, prover o
de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à promoção,
mais grave proteção e recuperação da saúde, mediante o estabelecimento de
Envolvidos em situações que são vividas dentro do âmbito fa- normas específicas para tal; o desenvolvimento da cooperação en-
miliar, estas podem levar crianças e adolescentes a riscos maiores, tre as esferas de governo e entre centros de referência em geriatria
tais como a prática de atos infracionais. O ato infracional praticado e gerontologia; e a inclusão da geriatria como especialidade clínica
por adolescentes possui um caráter dual, pois carrega em seu cer- para efeito de concursos públicos, além da realização de estudos e
ne a situação de um adolescente que violou o direito de outrem e pesquisas na área (inciso II do Art. 10).
que este mesmo adolescente deve ser alvo de proteção integral e Ao lado das determinações legais, há que se considerar, por ou-
Prioridade Absoluta garantida em Lei, posto que se o adolescente tro lado, que a população idosa brasileira tem se ampliado rapida-
cometeu o ato infracional é porque os entes definidos para a sua mente. Em termos proporcionais, a faixa etária a partir de 60 anos
proteção (Estado, Sociedade e Família) em algum momento falha- de idade é a que mais cresce. No período de 1950 a 2025, segundo
ram. Vale ressaltar que somente adolescentes cumprem medidas as projeções estatísticas da 2 Organização Mundial de Saúde – OMS
socioeducativas. Notada a prática do ato infracional, a autoridade –, o grupo de idosos no Brasil deverá ter aumentado em 15 vezes,
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas enquanto a população total em cinco. O País ocupará, assim, o sex-
socioeducativas previstas no art. 112/ECA: to lugar quanto ao contingente de idosos, alcançando, em 2025,
Art. 112º - Verificada a prática do ato infracional, a autoridade cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: O processo de transição demográfica no Brasil caracteriza-se
I – advertência; pela rapidez com que o aumento absoluto e relativo das populações
II – obrigação de reparar o dano; adulta e idosa modificaram a pirâmide populacional. Até os anos 60,
III – prestação de serviços à comunidade; todos os grupos etários registravam um crescimento quase igual; a
IV – liberdade assistida; partir daí, o grupo de idosos passou a liderar esse crescimento.
V – inserção de regime em semiliberdade; Nos países desenvolvidos, essa transição ocorreu lentamente,
VI – internação em estabelecimento educacional; realizando-se ao longo de mais de cem anos. Alguns desses países,
VII – qualquer uma das previstas no art. 101º, inciso I a VI. hoje, apresentam um crescimento negativo da sua população, com
Em razão disso, as intervenções governamentais ou não gover- a taxa de nascimentos mais baixa que a de mortalidade. A transi-
namentais buscando solucionar tais problemas esbarram na com- ção acompanhou a elevação da qualidade de vida das populações
plicada realidade que nos cerca. A situações de risco são frutos da urbanas e rurais, graças à adequada inserção das pessoas no mer-
exclusão social gerada pela má distribuição de renda, perpetuando cado de trabalho e de oportunidades educacionais mais favoráveis,
assim em cada nova geração, ampliando – se o contingente de ne- além de melhores condições sanitárias, alimentares, ambientais e
cessitados. de moradia.
Como forma de proteger e combater cada vez mais situações À semelhança de outros países latino-americanos, o envelhe-
de riscos pessoais contra crianças e adolescentes, temos como cimento no Brasil é um fenômeno predominantemente urbano, re-
meio de denúncia o Disque 100, este é um serviço de proteção de sultando, sobretudo do intenso movimento migratório iniciado na
crianças e adolescentes, onde recebe denúncias de violação dos di- década de 60, motivado pela industrialização desencadeada pelas
reitos destes sujeitos. políticas desenvolvimentistas.
Esse processo de urbanização propiciou um maior acesso da
população a serviços de saúde e saneamento, o que colaborou para
ASSISTÊNCIA ENFERMAGEM AO IDOSO a queda verificada na mortalidade. Possibilitou, também, um maior
acesso a de planejamento familiar e a métodos anticoncepcionais,
levando a uma significativa redução da fecundidade.
INTRODUÇÃO A persistir a tendência de o envelhecimento como fenômeno
Parte essencial da Política Nacional de Saúde, a presente Polí- urbano, as projeções para o início do século XXI indicam que 82%
tica fundamenta a ação do setor saúde na atenção integral à popu- dos idosos brasileiros estarão morando nas cidades. As regiões mais
lação idosa e àquela em processo de envelhecimento, na conformi- urbanizadas, como a Sudeste e o Sul, ainda oferecem melhores
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
possibilidades de emprego, disponibilidade de serviços públicos e Tem sido observada uma feminilização do envelhecimento no
oportunidades de melhor alimentação, moradia e assistência mé- Brasil. O número de mulheres idosas, confrontado com o de ho-
dica e social. mens de mais de 60 anos de idade, já é superior há muito tempo.
Embora grande parte das populações ainda viva na pobreza, Da mesma forma, a proporção de idosas em relação à popula-
nos países menos desenvolvidos, certas conquistas tecnológicas da ção total de mulheres supera aquela correspondente aos homens
medicina moderna, verificadas nos últimos 60 anos – assepsia, va- idosos. No Brasil, desde 1950, as mulheres têm maior esperança de
cinas, antibióticos, quimioterápicos e exames complementares de vida ao nascer, sendo que a diferença está ao redor de sete anos e
diagnóstico, entre outros –, favoreceram a adoção de meios capa- meio.
zes de prevenir ou curar muitas doenças que eram fatais até então. De outra parte, o apoio aos idosos praticado no Brasil ainda
O conjunto dessas medidas provocou uma queda da mortalidade é bastante precário. Por se tratar de uma atividade predominan-
infantil e, consequentemente, um aumento da expectativa de vida temente restrita ao âmbito familiar, o cuidado ao idoso tem sido
ao nascer. ocultado da opinião pública, carecendo de visibilidade maior.
No Brasil, em 1900, a expectativa de vida ao nascer era de 33,7 O apoio informal e familiar constitui um dos aspectos funda-
anos; nos anos 40, de 39 anos; em 50, aumentou para 43,2 anos mentais na atenção à saúde desse grupo populacional Isso não sig-
e, em 60, era de 55,9 anos. De 1960 para 1980, essa expectativa nifica, no entanto, que o Estado deixa de ter um papel preponde-
ampliou-se para 63,4 anos, isto é, foram acrescidos vinte anos em rante na promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso nos
três décadas, segundo revela o Anuário Estatístico do Brasil de 1982 três níveis de gestão do SUS, capaz de otimizar o suporte familiar
(Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Fundação sem transferir para a família a responsabilidade em relação a este
IBGE). grupo populacional.
De 1980 para 2000, o aumento deverá ser em torno de cinco Além das transformações demográficas descritas anteriormen-
anos, ocasião em que cada brasileiro, ao nascer, esperará viver 68 te, o Brasil tem experimentado uma transição epidemiológica, com
anos e meio. As projeções para o período de 2000 a 2025 permitem alterações relevantes no quadro de morbimortalidade. As doenças
supor que a expectativa média de vida do brasileiro estará próxima infectocontagiosas que, em 1950, representavam 40% das mortes
de 80 anos, para ambos os sexos (Kalache et al., 1987). registradas no País, hoje são responsáveis por menos de 10% (RA-
Paralelamente a esse aumento na expectativa de vida, tem DIS: “Mortalidade nas Capitais Brasileiras, 1930-1980”). O oposto
sido observado, a partir da década de 60, um declínio acentuado ocorreu em relação às doenças cardiovasculares: em 1950, eram
da fecundidade, levando a um aumento importante da proporção responsáveis por 12% das mortes e, atualmente, representam mais
de idosos na população brasileira. De 1980 a 2000, o grupo etário de 40%. Em menos de 40 anos, o Brasil passou de um perfil de mor-
com 60 anos e mais de idade deverá crescer 105%; as projeções bimortalidade típico de uma população jovem, para um caracteri-
apontam para um crescimento de 130% no período de 2000 a 2025. zado por enfermidades crônicas, próprias das faixas etárias mais
Mesmo que se leve em conta que uma parcela do contingente avançadas, com custos diretos e indiretos mais elevados.
de idosos participe da atividade econômica, o crescimento deste Essa mudança no perfil epidemiológico acarreta grandes des-
grupo populacional afeta diretamente a razão de dependência, usu- pesas com tratamentos médicos e hospitalares, ao mesmo tempo
almente definida como a soma das populações jovem e idosa em em que se configura num desafio para as autoridades sanitárias, em
relação à população economicamente ativa total. Esse coeficiente é especial no que tange à implantação de novos modelos e métodos
calculado tomando por base a população de menos de 15 anos e a para o enfrentamento do problema. O idoso consome mais serviços
de 60 e mais anos de idade em relação àquela considerada em ida- de saúde, as internações hospitalares são mais frequentes e o tem-
de produtiva (situada na faixa etária dos 15 aos 59 anos de idade). po de ocupação do leito é maior do que o de outras faixas etárias.
O processo de urbanização e a consequente modificação do Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram
mercado de trabalho aceleraram a redistribuição da população en- por vários anos e exigem acompanhamento médico e de equipes
tre as zonas rural e urbana do País. Em 1930, dois terços da popula- multidisciplinares permanentes e intervenções contínuas.
ção brasileira viviam na zona rural; hoje, mais de três quartos estão
em zona urbana. O emprego nas fábricas e as mais diferenciadas Tomando-se por base os dados relativos à internação hospita-
possibilidades de trabalho nas cidades modificaram a estrutura lar pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, em 1997, e a população
familiar brasileira, transformando a família extensa do campo na estimada pelo IBGE para este mesmo ano, pode-se concluir que o
família nuclear urbana. Com o aumento da expectativa de vida, as idoso, em relação às outras faixas etárias, consome muito mais re-
famílias passaram a ser constituídas por várias gerações, exigindo cursos de saúde. Naquele ano, o Sistema arcou com um total de
os necessários mecanismos de apoio mútuo entre as que comparti- 12.715.568 de AIHs (autorizações de internações hospitalares), as-
lham o mesmo domicílio. sim distribuídas:
A família, tradicionalmente considerada o mais efetivo sistema • 2.471.984 AIHs (19,4%) foram de atendimentos na faixa etá-
de apoio aos idosos, está passando por alterações decorrentes des- ria de 0-14 anos de idade, que representava 33,9% da população
sas mudanças conjunturais e culturais. O número crescente de di- total (aqui também estão incluídas as AIHs dos recém-nascidos em
vórcios e segundo ou terceiro casamento, a contínua migração dos ambiente hospitalar, bem como as devidas a parto normal);
mais jovens em busca de mercados mais promissores e o aumento • 7.325.525 AIHs (57,6%) foram na faixa etária de 15-59 anos
no número de famílias em que a mulher exerce o papel de chefe de idade (58,2% da população total);
são situações que precisam ser levadas em conta na avaliação do • 2.073.915 AIHs (16,3%) foram na faixa etária de 60 anos ou
suporte informal aos idosos na sociedade brasileira. Essas situações mais de idade (7,9% da população total);
geram o que se convencionou chamar de intimidade à distância, em • 480.040 AIHs (3,8%) foram destinadas ao atendimento de in-
que diferentes gerações ou mesmo pessoas de uma mesma família divíduos de idade ignorada; essas hospitalizações, em sua grande
ocupam residências separadas. maioria, corresponderam a tratamento de enfermidades mentais
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
de longa permanência, geralmente em pessoas acima de 50 anos conômico, capazes de consumir uma parcela desproporcional de
de idade (essa parcela de AIHs foi excluída dos estudos em que se recursos da saúde destinada ao financiamento de leitos de longa
diferencia o impacto de cada faixa etária no sistema hospitalar); permanência.
• a taxa de hospitalização, em um ano, alcançou um total de 46 A internação dos idosos em asilos, casas de repouso e simi-
por 1.000 indivíduos na faixa etária de 0 a 14 anos de idade, 79 no lares está sendo questionada até nos países desenvolvidos, onde
segmento de 15 a 59 anos de idade e 165 no grupo de 60 anos ou estes serviços alcançaram níveis altamente sofisticados em termos
mais de idade; de conforto e eficiência. O custo desse modelo e as dificuldades
• o tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,1 dias de sua manutenção estão requerendo medidas mais resolutivas e
para o grupo de 0-14 anos de idade, 5,1 dias no de 15-59 e 6,8 dias menos onerosas. O retorno ao modelo de cuidados domiciliares,
no grupo mais idoso; já bastante discutido, não pode ter como única finalidade baratear
• o índice de hospitalização (número de dias de hospitalização custos ou transferir responsabilidades. A assistência domiciliar aos
consumidos, por habitante, a cada ano) correspondeu a 0,23 dias idosos, cuja capacidade funcional está comprometida, demanda de
na faixa de 0-14 anos de idade; a 0,40 dias na faixa de 15-59; e a orientação, informação e assessoria de especialistas.
1,12 dias na faixa de 60 anos ou mais de idade; A maioria das doenças crônicas que acometem o indivíduo ido-
• do custo total de R$ 2.997.402.581,29 com despesas de inter- so tem, na própria idade, seu principal fator de risco. Envelhecer
nações hospitalares, 19,7% foram com pacientes da faixa etária de sem nenhuma doença crônica é mais exceção do que regra. No en-
0-14 anos de idade, 57,1% da faixa de 15-59 anos de idade e 23,9% tanto, a presença de uma doença crônica não significa que o idoso
foram de idosos; não possa gerir sua própria vida e encaminhar o seu dia-a-dia de
• o custo médio, por hospitalização, foi de R$ 238,67 em rela- forma totalmente independente.
ção à faixa etária de 0-14 anos de idade, R$ 233,87 à de 15-59 anos A maior parte dos idosos é, na verdade, absolutamente capaz
e R$ 334,73 ao grupo de mais de 60 anos de idade; de decidir sobre seus interesses e organizar-se sem nenhuma ne-
• o índice de custo (custo de hospitalização por habitante/ano) cessidade de ajuda de quem quer que seja. Consoante aos mais
foi de R$ 10,93 no segmento de 0-14 anos de idade, de R$ 18,48 modernos conceitos gerontológicos, esse idoso que mantém sua
no de 15-59 anos de idade e de R$ 55,25 no de mais de 60 anos de autodeterminação e prescinde de qualquer ajuda ou supervisão
idade. para realizar-se no seu cotidiano deve ser considerado um idoso
saudável, ainda que seja portador de uma ou mais de uma doença
Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às outras crônica.
faixas etárias, consome muito mais recursos do sistema de saúde Decorre daí o conceito de capacidade funcional, ou seja, a ca-
e que este maior custo não reverte em seu benefício. O idoso não pacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias
recebe uma abordagem médica ou psicossocial adequada nos hos- para uma vida independente e autônoma. Do ponto de vista da saú-
pitais, não sendo submetido também a uma triagem rotineira para de pública, a capacidade funcional surge como um novo conceito
fins de reabilitação. de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar a
A abordagem médica tradicional do adulto hospitalizado – fo- atenção à saúde do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de re-
cada em uma queixa principal e o hábito médico de tentar explicar abilitação devem objetivar a melhoria da capacidade funcional ou,
todas as queixas e os sinais por um único diagnóstico, que é ade- no mínimo, a sua manutenção e, sempre que possível, a recupera-
quada no adulto jovem – não se aplica em relação ao idoso. Estudos ção desta capacidade que foi perdida pelo idoso. Trata-se, portanto,
populacionais demonstram que a maioria dos idosos – 85% – apre- de um enfoque que transcende o simples diagnóstico e tratamento
senta pelo menos uma doença crônica e que uma significativa mi- de doenças específicas.
noria – 10% – possui, no mínimo, cinco destas patologias (Ramos, A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da
LR e cols, 1993). A falta de difusão do conhecimento geriátrico junto máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo
aos profissionais de saúde tem contribuído decisivamente para as maior tempo possível – foco central desta Política –, significa a va-
dificuldades na abordagem médica do paciente idoso. lorização da autonomia ou autodeterminação e a preservação da
A maioria das instituições de ensino superior brasileiras ainda independência física e mental do idoso. Tanto as doenças físicas
não está sintonizada com o atual processo de transição demográfica quanto as mentais podem levar à dependência e, consequentemen-
e suas consequências médico-sociais. Há uma escassez de recursos te, à perda da capacidade funcional.
técnicos e humanos para enfrentar a explosão desse grupo popula- Na análise da questão relativa à reabilitação da capacidade fun-
cional no terceiro milênio. cional, é importante reiterar que a grande maioria dos idosos de-
O crescimento demográfico brasileiro tem características par- senvolve, ao longo da vida, algum tipo de doença crônica decorren-
ticulares, que precisam ser apreendidas mediante estudos e dese- te da perda continuada da função de órgãos e aparelhos biológicos.
nhos de investigação que deem conta dessa especificidade. O cui- Essa perda de função pode ou não levar a limitações funcionais que,
dado de saúde destinado ao idoso é bastante caro, e a pesquisa por sua vez, podem gerar incapacidades, conduzindo, em última
corretamente orientada pode propiciar os instrumentos mais ade- instância, à dependência da ajuda de outrem ou de equipamentos
quados para uma maior eficiência na adoção de prioridades e na específicos para a realização de tarefas essenciais à sobrevivência
alocação de recursos, além de subsidiar a implantação de medidas no dia a dia.
apropriadas à realidade brasileira. Estudos populacionais revelam que cerca de 40% dos indivídu-
A transição demográfica no Brasil exige, na verdade, novas os com 65 anos ou mais de idade precisam de algum tipo de ajuda
estratégias para fazer frente ao aumento exponencial do número para realizar pelo menos uma tarefa do tipo fazer compras, cuidar
de idosos potencialmente dependentes, com baixo nível socioe- das finanças, preparar refeições e limpar a casa. Uma parcela me-
nor, mas significativa – 10% –, requer auxílio para realizar tarefas
básicas, como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
e, até, sentar e levantar de cadeiras e camas (Ramos, L. R. e cols., A implementação desta Política compreende a definição e ou
1993). É imprescindível que, na prestação dos cuidados aos idosos, readequação de planos, programas, projetos e atividades do setor
as famílias estejam devidamente orientadas e relação às atividades saúde, que direta ou indiretamente se relacionem com o seu obje-
de vida diária (AVDs). to.
Tanto a dependência física quanto a mental constituem fatores O esforço conjunto de toda a sociedade, aqui preconizado, im-
de risco significativos para mortalidade, mais relevantes até que as plica o estabelecimento de uma articulação permanente que, no
próprias doenças que levaram à dependência, visto que nem todo âmbito do SUS, envolve a construção de contínua cooperação entre
doente torna-se dependente, conforme revelam estudos popula- o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de
cionais de segmentos de idosos residentes em diferentes comuni- Saúde.
dades (Ramos, L. R. e cols., 1993). No entanto, nem todo depen-
dente perde sua autonomia e, neste sentido, a dependência mental Diretrizes
deve ser objeto de atenção especial, na medida em que leva, com Para o alcance do propósito desta Política Nacional de Saúde
muito mais frequência, à perda de autonomia. do Idoso, são definidas como diretrizes essenciais:
Doenças como depressão e demência já estão, em todo mun- • a promoção do envelhecimento saudável;
do, entre as principais causas de anos vividos com incapacidade, • a manutenção da capacidade funcional;
exatamente por conduzirem à perda da independência e, quase • a assistência às necessidades de saúde do idoso;
que necessariamente, à perda da autonomia. • a reabilitação da capacidade funcional comprometida;
Os custos gerados por essa dependência são tão grandes quan- • a capacitação de recursos humanos especializados;
to o investimento de dedicar um membro da família ou um cuida- • o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais;
dor para ajudar continuamente uma pessoa que, muitas vezes, irá • o apoio a estudos e pesquisas.
viver mais 10 ou 20 anos, requerendo uma atenção que, não raro,
envolve leitos hospitalares e institucionais, procedimentos diagnós- Promoção do Envelhecimento Saudável
ticos caros e sofisticados, bem como o consenso frequente de uma O cumprimento dessa diretriz compreenderá o desenvolvimen-
equipe multiprofissional e interdisciplinar, capaz de fazer frente à to de ações que orientem os idosos e os indivíduos em processo
problemática multifacetada do idoso. de envelhecimento quanto à importância da melhoria constante de
Dentro desse contexto é que são estabelecidas novas priori- suas habilidades funcionais, mediante a adoção precoce de hábi-
dades dirigidas a esse grupo populacional, que deverão nortear as tos saudáveis de vida e a eliminação de comportamentos nocivos
ações em saúde nesta virada de século. à saúde.
Entre os hábitos saudáveis, deverão ser destacados, por exem-
Propósito plo, a alimentação adequada e balanceada; a prática regular de
Como se pode depreender da análise apresentada no capítulo exercícios físicos; a convivência social estimulante; e a busca, em
anterior, o crescimento demográfico da população idosa brasileira qualquer fase da vida, de uma atividade ocupacional prazerosa e
exige a preparação adequada do País para atender às demandas de mecanismos de atenuação do estresse. Em relação aos hábitos
das pessoas na faixa etária de mais de 60 anos de idade. Essa prepa- nocivos, merecerão destaque o tabagismo, o alcoolismo e a auto-
ração envolve diferentes aspectos que dizem respeito desde a ade- medicação.
quação ambiental e o provimento de recursos materiais e humanos Tais temas serão objeto de processos educativos e informa-
capacitados, até a definição e a implementação de ações de saúde tivos continuados, em todos os níveis de atuação do SUS, com a
específicas. utilização dos diversos recursos e meios disponíveis, tais como: dis-
Acresce-se, por outro lado, a necessidade de a sociedade en- tribuição de cartilhas e folhetos, bem como o desenvolvimento de
tender que o envelhecimento de sua população é uma questão que campanhas em populares de rádio; veiculação de filmetes na tele-
extrapola a esfera familiar e, portanto, a responsabilidade indivi- visão; treinamento de agentes comunitários de saúde e profissio-
dual, para alcançar o âmbito público, neste compreendido o Esta- nais integrantes da estratégia de saúde da família para, no trabalho
do, as organizações não governamentais e os diferentes segmentos domiciliar, estimular os cidadãos na adoção de comportamentos
sociais. saudáveis.
Nesse sentido, a presente Política Nacional de Saúde do Idoso Ênfase especial será dada às orientações dos idosos e seus
tem como propósito basilar a promoção do envelhecimento saudá- familiares quanto aos riscos ambientais, que favorecem quedas e
vel, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcio- que podem comprometer a capacidade funcional destas pessoas.
nal dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde Deverão ser garantidas aos idosos, assim como aos portadores de
dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua deficiência, condições adequadas de acesso aos espaços públicos,
capacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhes perma- tais como rampas, corrimões e outros equipamentos facilitadores.
nência no meio em que vivem, exercendo de forma independente
suas funções na sociedade. Manutenção da Capacidade Funcional
Para tanto, nesta Política estão definidas as diretrizes que de- Ao lado das medidas voltadas à promoção de hábitos saudá-
vem nortear todas as ações no setor saúde, e indicadas às respon- veis, serão promovidas ações que visem à prevenção de perdas fun-
sabilidades institucionais para o alcance do propósito acima expli- cionais, em dois níveis específicos:
citado. Além disso, orienta o processo contínuo de avaliação que • prevenção de agravos à saúde;
deve acompanhar o desenvolvimento da Política Nacional de Saúde • detecção precoce de problemas de saúde potenciais ou já
do Idoso, mediante o qual deverá ser possível os eventuais redi- instalados, cujo avanço poderá pôr em risco as habilidades e a au-
mensionamentos que venham a ser ditados pela prática. tonomia dos idosos.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
As ações de prevenção envolvidas no primeiro nível estarão Assistência às necessidades de saúde do idoso
centradas na aplicação de vacinas, medida já consolidada para a A prestação dessa assistência basear-se-á nas orientações abai-
infância, mas com prática ainda limitada e recente entre idosos. xo descritas, as quais compreendem os âmbitos ambulatorial, hos-
Deverão ser aplicadas as vacinas contra o tétano, a pneumonia pitalar e domiciliar.
pneumocócica e a influenza, que representam problemas sérios en- No âmbito ambulatorial, a consulta geriátrica constituirá a base
tre os idosos no Brasil e que são as preconizadas pela Organização dessa assistência. Para tal, deverá ser estabelecido um modelo es-
Mundial da Saúde – OMS – para este grupo populacional. pecífico, de modo a alcançar-se um impacto expressivo na assistên-
A grande maioria das hospitalizações para o tratamento do té- cia, em particular na redução das taxas de internação hospitalar e
tano ocorre em indivíduos acima dos 60 anos de idade. Nesse sen- em clínicas de repouso – e mesmo asilos –, bem como a diminuição
tido, essa população será estimulada a fazer doses de reforço da va- da demanda aos serviços de emergência e aos ambulatórios de es-
cina antitetânica a cada dez anos, tendo em vista a sua comprovada pecialidades. A consulta geriátrica deverá ser fundamentada na co-
efetividade, a qual alcança quase os 100%. leta e no registro de informações que possam orientar o diagnóstico
As pneumonias, em especial a de origem pneumocócica, es- a partir da caracterização de problemas e o tratamento adequado,
tão entre as patologias infecciosas que mais trazem riscos à saúde com a utilização rotineira de escalas de rastreamento para depres-
dos idosos, com altas taxas de internação, além de alta letalidade são, perda cognitiva e avaliação da capacidade funcional, assim
nesta faixa etária. São apontadas como fatores de descompensação como o correto encaminhamento para a equipe multiprofissional
funcional de piora dos quadros de insuficiência cardíaca, desenca- e interdisciplinar.
deadoras de edema agudo de pulmão e fonte de deterioração nos Considerando que a qualidade da coleta de dados apresenta di-
quadros de doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Levando em ficuldades peculiares a esse grupo etário, em decorrência de eleva-
conta as recomendações técnicas atuais, a vacina antipneumocó- do índice de morbidade, apresentações atípicas de doenças e pela
cica deverá ser administrada em dose única nos indivíduos idosos. chance aumentada de iatrogenia, o modelo de consulta a ser esta-
Embora vista como enfermidade trivial, a influenza – ou gripe belecido pautar-se-á pela abrangência, sensibilidade diagnostica e
–, no grupo dos idosos, pode trazer consequências graves, levan- orientação terapêutica, nesta incluídas ações não farmacológicas.
do a processos pneumônicos ou, ainda, à quebra do equilíbrio, já A abrangência do modelo de consulta geriátrica compreende-
instável, destes indivíduos, portadores de patologias crônicas não rá a incorporação de informações que permitam a identificação de
transmissíveis. A vacina antigripal deverá ser aplicada em todos os problemas não apenas relacionados aos sistemas cardiorrespirató-
idosos, pelo menos duas semanas antes do início do inverno ou do rio, digestivo, hematológico e endócrino-metabólico, como, tam-
período das chuvas nas regiões mais tropicais. bém, aos transtornos neuropsiquiátricos, nos aparelhos locomotor
e geniturinário.
No segundo nível da manutenção da capacidade funcional, Essa forma de consulta deverá possibilitar a sensibilização do
além do reforço das ações dirigidas à detecção precoce de enfer- profissional para questões sociais eventualmente envolvidas no
midades não transmissíveis – como a hipertensão arterial, a dia- bem-estar do paciente.
betes milito e a osteoporose –, deverão ser introduzidas as novas Por sua vez, a sensibilidade diagnóstica deverá implicar a ca-
medidas, de que são exemplos aquelas dirigidas ao hipotireoidismo pacidade de motivar a equipe para a busca de problemas de ele-
subclínico – ainda pouco usuais e carentes de sistematização –, me- vada prevalência, que não são comumente diagnosticados, como
diante o desenvolvimento de atividades específicas, entre as quais por exemplo: doenças tireoidianas, doença de Parkinson, hipoten-
destacam se: são ortostática, incontinência urinária, demências e depressões. É
• antecipação de danos sensoriais, com o rastreio precoce de importante que informações relacionadas a glaucoma, catarata e
danos auditivos, visuais e propioceptivos; hipoacusia sejam coletadas. A possibilidade de iatrogenia sempre
• utilização dos protocolos próprios para situações comuns en- deverá ser considerada.
tre os idosos, tais como riscos de queda, alterações do humor e Finalmente, a orientação terapêutica, incluindo mudanças de
perdas cognitivas; estilo de vida, deverá possibilitar que a consulta geriátrica enfren-
• prevenção de perdas dentárias e de outras afecções da cavi- te os problemas identificados, levando a alguma forma de alívio e
dade bucal; atenuação do impacto funcional. Ao mesmo tempo, o médico de-
• prevenção de deficiências nutricionais; verá evitar excessos na prescrição e uso de fármacos com elevado
• avaliação das capacidades e habilidades funcionais no am- potencial iatrogênico.
biente domiciliar, com vistas à prevenção de perda de independên-
cia e autonomia; A orientação terapêutica compreenderá, sempre que neces-
• prevenção do isolamento social, com a criação ou uso de sário, informações aos pacientes e seus acompanhantes sobre as
oportunidades sociais, como clubes, grupos de convivência, asso- medidas de prevenção dos agravos à saúde e acerca das ações de
ciação de aposentados etc. reabilitação precoce – ou “preventiva” – e corretiva, levando em
conta, da melhor maneira possível, o ambiente em que vivem e as
A operacionalização da maioria dessas medidas dar-se-á nas condições sociais que dispõem.
próprias unidades de saúde, com suas equipes mínimas tradicio- Já no âmbito hospitalar, a assistência a esse grupo populacional
nais, às quais deverão ser incorporados os agentes de saúde ou deverá considerar que a idade é um indicador precário na determi-
visitadores, além do estabelecimento de parcerias nas ações inte- nação das características especiais do idoso enfermo hospitalizado.
grantes da estratégia de saúde da família e outras congêneres. Além Nesse sentido, o estado funcional constituirá o parâmetro mais
disso, na implementação dessa diretriz, buscar-se-á o engajamento fidedigno para o estabelecimento de critérios específicos de aten-
efetivo dos grupos de convivência, com possibilidades tanto tera- dimento.
pêuticas e preventivas, quanto de lazer.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Assim, os pacientes classificados como totalmente dependen- cuidador ou mesmo destes profissionais. É importante que o idoso
tes constituirão o grupo mais sujeito a internações prolongadas, saiba identificar posturas e comportamentos que significam maus-
reinternações sucessivas e de pior prognóstico e que, por isso, se -tratos, bem como os fatores de risco neles envolvidos. Esses maus-
enquadram no conceito de vulnerabilidade. Os serviços de saúde tratos podem ser por negligência – física, psicológica ou financeira
deverão estar preparados para identificar esses pacientes, proven- –, por abuso – físico, psicológico ou financeiro – ou por violação dos
do-lhes uma assistência diferenciada. direitos pessoais. O profissional de saúde, o idoso e a família, quan-
Essa assistência será pautada na participação de outros profis- do houver indícios de maus-tratos, deverá denunciar a sua suspeita
sionais, além de médicos e enfermeiros, tais como fisioterapeutas, às autoridades competentes.
assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudió- Considerando que a vulnerabilidade à perda de capacidade
logos, dentistas e nutricionistas. Dessa forma, a disponibilidade de está ligada a aspectos socioeconômicos, atenção especial deverá
equipe mínima, que deve incluir obrigatoriamente um médico com ser concedida aos grupos de idosos que estão envelhecendo em
formação em geriatria, de equipamentos e de serviços adequados, condições mais desfavoráveis, de que são exemplos aqueles resi-
será pré-requisito para as instituições públicas estatais ou privadas dentes na periferia dos grandes centros urbanos e os que vivem nas
– conveniadas ou contratadas pelo SUS –, que prestarem assistência zonas rurais desprovidas de recursos de saúde e assistência social,
a idosos dependentes internados. onde também se observa uma intensa migração da população jo-
Idosos com graves problemas de saúde, sem possibilidade de vem.
recuperação ou de recuperação prolongada, poderão demandar in-
ternação hospitalar de longa permanência; forma esta definida na Reabilitação da capacidade funcional comprometida
Portaria N.º 2.413, editada em 23 de março de 1998. No entanto, As ações nesse contexto terão como foco especial a reabili-
esses pacientes deverão ser submetidos à tentativa de reabilitação tação precoce, mediante a qual buscar-se-á prevenir a evolução e
antes e durante a hospitalização, evitando-se que as enfermarias recuperar a perda funcional incipiente, de modo a evitar-se que as
sejam transformadas em locais de acomodação para pacientes ido- limitações da capacidade funcional possam avançar e que aquelas
sos com problemas de saúde não resolvidos e, por conseguinte, limitações já avançadas possam ser amenizadas. Esse trabalho en-
aumentando a carga de sofrimento do próprio idoso, bem como o volverá as práticas de um trabalho multiprofissional de medicina,
aumento dos custos dos serviços de saúde. enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoau-
Entre os serviços alternativos à internação prolongada, deverá diologia, psicologia e serviço social.
estar incluída, obrigatoriamente, a assistência domiciliar. A adoção Na definição e na implementação das ações, será levado em
de tal medida constituirá estratégia importante para diminuir o conta que, na realidade, as causas de dependência são, em sua
custo da internação, uma vez que assistência domiciliar é menos maioria, evitáveis e, em muitos casos, reversíveis por intermédio
onerosa do que a internação hospitalar. O atendimento ao idoso de técnicas de reabilitação física e mental, tão mais efetivas quanto
enfermo, residente em instituições – como, por exemplo, asilos –, mais precocemente forem instituídas.
terá as mesmas características da assistência domiciliar Deverá ser Além da necessidade de prevenir as doenças crônicas que aco-
estimulada, por outro lado, a implantação do hospital-dia geriátri- metem aos que envelhecem, procurar-se-á, acima de tudo, evitar
co, uma forma intermediária de atendimento entre a internação que estas enfermidades alijem o idoso do convívio social, compro-
hospitalar e a assistência domiciliar. Esse serviço terá como objetivo metendo sua autonomia.
viabilizar a assistência técnica adequada para pacientes cuja neces- No conjunto de ações que devem ser implementadas nesse
sidade terapêutica – hidratação, uso de medicação endovenosa, âmbito, estão aquelas relacionadas à reabilitação mediante a pres-
quimioterapia e reabilitação – e de orientação para cuidadores não crição adequada e o uso de órteses e próteses como, por exemplo,
justificarem a permanência em hospital. óculos, aparelhos auditivos, próteses dentárias e tecnologias assis-
Tal medida não poderá ser encarada como justificativa para o tivas (como andador, bengala, etc.).
simples aumento do tempo de internação. Contudo, a internação Essas e as outras ações que vierem a ser definidas deverão es-
de idosos em UTI, em especial daqueles com idade igual ou superior tar disponíveis em todos os níveis de atenção ao idoso, principal-
a 75 anos, deverá obedecer rigorosamente os critérios adotados em mente nos postos e centros de saúde, com vistas à detecção pre-
todas as faixas etárias, de potencial de reversibilidade do estado coce e o tratamento de pequenas limitações funcionais capazes de
clínico e não a sua gravidade, quando reconhecidamente irrecupe- levar a uma grave dependência.
rável. A detecção precoce e o tratamento de pequenas limitações
A implantação de forma diferenciada de assistência ao idoso funcionais, potenciais causas de formas graves de dependência,
dependente será gradual, priorizando-se hospitais universitários e integrarão as atribuições dos profissionais e técnicos que atuam
públicos estatais. nesses níveis de atenção, e deverão ser alvo de orientação aos cui-
Uma questão que deverá ser considerada refere-se ao fato de dadores dos idosos para que possam colaborar com os profissionais
que o idoso tem direito a um atendimento preferencial nos órgãos da saúde, sobretudo na condição de agentes facilitadores, tanto na
estatais e privados de saúde (ambulatórios, hospitais, laboratórios, observação de novas limitações, quanto no auxílio ao tratamento
planos de saúde, entre outros), na conformidade do que estabe- prescrito.
lece a Lei N.º 8.842/94, em seu Art. 4º, inciso VIII, e o Art. 17, do
Decreto N.º 1.948/96, que a regulamentou. O idoso terá também Capacitação de recursos humanos especializados
uma autorização para acompanhante familiar em hospitais públicos O desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos cons-
e privados – conveniados ou contratados – pelo SUS. tituem diretriz que perpassará todas as demais definidas nesta
Na relação entre o idoso e os profissionais de saúde, um dos Política, configurando mecanismo privilegiado de articulação Inter
aspectos que deverá sempre ser observado diz respeito à possibili-
dade de maus-tratos, quer por parte da família, quer por parte do
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
setorial, de forma que o setor saúde possa dispor de pessoal em Dessa forma, os cuidados são prestados por pessoa ou agên-
qualidade e quantidade adequadas, e cujo provimento é de respon- cias comunitárias contratadas para tal. Já os sistemas informais são
sabilidade das três esferas de governo. constituídos por pessoas da família, amigos próximos e vizinhos,
Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo frequentemente mulheres, que exercem tarefas de apoio e cuida-
no tocante ao que define a Lei N.º 8.080/90, em seu Art. 14 e pa- dos voluntários para suprir a incapacidade funcional do seu idoso.
rágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a edu- Na cultura brasileira, são essas pessoas que assumem para si
cação continuada contemplarão ação Inter setorial articulada. A lei as funções de provedoras de cuidados diretos e pessoais. O papel
estabelece, como mecanismo fundamental, a criação de comissão de mulher cuidadora na família é normativo, sendo quase sempre
permanente de integração entre os serviços de saúde e as institui- esperado que ela assuma tal papel. Os responsáveis pelos cuidados
ções de ensino profissional e superior, com a finalidade de “propor diretos aos seus idosos doentes ou dependentes geralmente resi-
prioridades, métodos e estratégias”. dem na mesma casa e se incumbem de prestar a ajuda necessária
O trabalho articulado com o Ministério da Educação e as insti- ao exercício das atividades diárias destes idosos, tais como higiene
tuições de ensino superior deverão ser viabilizados por intermédio pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços de
dos Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia tendo em saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano, por exemplo ida
vista a capacitação de recursos humanos em saúde de acordo com a bancos ou farmácias.
as diretrizes aqui fixadas. O modelo de cuidados domiciliares, antes restrito à esfera pri-
Os Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia serão, vada e à intimidade das famílias, não poderá ter como única finali-
preferencialmente, localizados em instituições de ensino superior dade baratear custos ou transferir responsabilidades. A assistência
e terão atribuições específicas, conforme as características de cada domiciliar aos idosos cuja capacidade funcional está comprometida
instituição. A indicação desses Centros deverá ser estabelecida pelo demanda orientação, informação e assessoria de especialistas.
Ministério da Saúde, de acordo com as necessidades identificadas Para o desempenho dos cuidados a um idoso dependente, as
no processo de implantação desta Política Nacional No âmbito da pessoas envolvidas deverão receber dos profissionais de saúde os
execução de ações, de forma mais específica, a capacitação busca- esclarecimentos e as orientações necessárias, inclusive em relação
rá preparar os recursos humanos para a operacionalização de um à doença crônico-degenerativa com a qual está eventualmente li-
elenco básico de atividades, que incluirá, entre outras, a prevenção dando, bem como informações sobre como acompanhar o trata-
de perdas, a manutenção e a recuperação da capacidade funcional mento prescrito.
da população idosa e o controle dos fatores que interferem no esta-
do de saúde desta população. Essas pessoas deverão, também, receber atenção médica pes-
A capacitação de pessoal para o planejamento, coordenação soal, considerando que a tarefa de cuidar de um adulto dependente
e avaliação de ações deverá constituir as bases para o desenvolvi- é desgastante e implica riscos à saúde do cuidador. Por conseguinte,
mento do processo contínuo de articulação com os demais setores, a função de prevenir perdas e agravos à saúde abrangerá, igualmen-
cujas ações estão diretamente relacionadas com o idoso no âmbito te, a pessoa do cuidador.
do setor saúde. Assim, a parceria entre os profissionais de saúde e as pessoas
Essa capacitação será promovida pelos Centros Colaboradores que cuidam dos idosos deverá possibilitar a sistematização das tare-
de Geriatria e Gerontologia, os quais terão a função específica de fas a serem realizadas no próprio domicílio, privilegiando-se aquelas
capacitar os profissionais para prestar a devida cooperação técnica relacionadas à promoção da saúde, à prevenção de incapacidades e
demandada pelas demais esferas de gestão, no sentido de uniformi- à manutenção da capacidade funcional do idoso dependente e do
zar conceitos e procedimentos que se tornarão indispensáveis para seu cuidador, evitando-se, assim, na medida do possível, hospitali-
a efetivação desta Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como zações, asilamentos e outras formas de segregação e isolamento.
para o seu processo contínuo de avaliação e acompanhamento. Dessa parceria, deverão resultar formas mais efetivas e efi-
cazes de manutenção e de recuperação da capacidade funcional,
Apoio ao Desenvolvimento de Cuidados Informais assim como a participação mais adequada das pessoas envolvidas
Nesse âmbito, buscar-se-á desenvolver uma parceria entre os com alguém em processo de envelhecimento com dependência.
profissionais da saúde e as pessoas próximas aos idosos, responsá- O estabelecimento dessa ação integrada será realizado por meio
veis pelos cuidados diretos necessários às suas atividades da vida de orientações a serem prestadas pelos profissionais de saúde, do
diária e pelo seguimento das orientações emitidas pelos profissio- intercâmbio de informações claras e precisas sobre diagnósticos e
nais. Tal parceria, como mostram estudos e pesquisas sobre o en- tratamentos, bem como relatos de experiências entre pessoas que
velhecimento em dependência, configura a estratégia mais atual e estão exercitando o papel de cuidar de idoso dependente.
menos onerosa para manter e promover a melhoria da capacidade
funcional das pessoas que se encontram neste processo. Apoio a Estudos e Pesquisas
Nos países aonde o envelhecimento da população vem ocor- Esse apoio deverá ser levado a efeito pelos Centros Colabo-
rendo há mais tempo, convencionou-se que há cuidados formais radores de Geriatria e Gerontologia, resguardadas, nas áreas de
e informais na atenção às pessoas que envelheceram e que, de conhecimento de suas especialidades, as particularidades de cada
alguma forma, perderam a sua capacidade funcional. Os sistemas um.
formais de cuidados são integrados por profissionais e instituições, Esses Centros deverão se equipar, com o apoio financeiro das
que realizam este atendimento sob a forma de prestação de servi- agências de ciência e tecnologia regionais e ou federais, para orga-
ço. nizar o seu corpo de pesquisadores e atuar em uma ou mais de uma
linha de pesquisa. Tais grupos incumbir-se-ão de gerar informações
com o intuito de subsidiar as ações de saúde dirigidas à população
de mais de 60 anos de idade, em conformidade com esta Política.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
contra referência de ações e serviços para o atendimento integral Ministério da Ciência e Tecnologia
de idosos e o treinamento de equipes multiprofissionais e interdis- Buscar-se-á, por intermédio do Conselho Nacional de Desen-
ciplinares, visando a capacitação contínua do pessoal de saúde nas volvimento Científico e Tecnológico – CNPq –, o fomento à pesquisa
áreas de gerência, planejamento, pesquisa e assistência ao idoso; na área de geriatria e gerontologia contemplando, preferencial-
• o apoio à realização de estudos epidemiológicos para detec- mente, as linhas de estudo definidas nesta Política.
ção dos agravos à saúde da população idosa, visando o desenvolvi-
mento de sistema de informação sobre esta população, destinado Responsabilidades do Gestor Federal – Ministério da Saúde
a subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação das ações de • Implementar, acompanhar e avaliar a operacionalização des-
promoção, proteção, recuperação e reabilitação; ta Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como os planos, pro-
• a promoção da observância das normas relativas à criação gramas, projetos e atividades dela decorrentes.
e ao funcionamento de instituições gerontológicas e similares, nas • Promover a revisão e o aprimoramento das normas de fun-
unidades próprias e naquelas sob a sua supervisão. cionamento de instituições geriátricas e similares (Portaria 810/89).
• Elaborar e acompanhar o cumprimento de normas relativas
Ministério do Trabalho e Emprego aos serviços geriátricos hospitalares.
• Com esse Ministério, a parceria a ser estabelecida visará, em • Designar e apoiar os Centros Colaboradores de Geriatria e
especial: Gerontologia, preferencialmente localizados em instituições de en-
• a elaboração e a implementação de de preparo para futuros sino superior envolvidos na capacitação de recursos humanos em
aposentados nos setores públicos e privados; saúde do idoso e ou na produção de material científico, bem como
• a melhoria das condições de emprego do idoso, compreen- em pesquisa nas áreas prioritárias do envelhecimento e da atenção
dendo: a eliminação das discriminações no mercado de trabalho e a este grupo populacional.
a criação de condições que permitam a inserção do idoso na vida • Apoiar estudos e pesquisas definidos como prioritários nesta
socioeconômica das comunidades. Política visando a ampliar o conhecimento sobre o idoso e a subsi-
diar o desenvolvimento das ações decorrentes desta Política.
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano
Será estabelecida a parceria com essa Secretaria visando, entre • Promover a cooperação das Secretarias Estaduais e Muni-
outras: cipais de Saúde com os Centros Colaboradores de Geriatria e Ge-
• a melhoria de condições de habitação e moradia, além da rontologia com vistas à capacitação de equipes multiprofissionais e
diminuição das barreiras arquitetônicas e urbanas que dificultam interdisciplinares.
ou impedem a manutenção e apoio à independência funcional do • Promover a inclusão da geriatria como especialidade clínica,
idoso; para efeito de concursos públicos.
• a promoção de ações educativas dirigidas aos agentes execu- • Criar mecanismos que vinculem a transferência de recursos
tores e beneficiários de habitacionais quanto aos riscos ambientais às instâncias estadual e municipal ao desenvolvimento de um mo-
à capacidade funcional dos idosos. delo adequado de atenção à saúde do idoso.
• o estabelecimento de previsão e a instalação de equipamen- • Estimular e apoiar a realização de pesquisas consideradas es-
tos comunitários públicos voltados ao atendimento da população tratégicas no contexto desta Política.
idosa previamente identificada, residentes na área de abrangência • Promover a disseminação de informações técnico-científicas
dos empreendimentos habitacionais respectivos; e de experiências exitosas referentes à saúde do idoso.
• a promoção de ações na área de transportes urbanos que • Promover a capacitação de recursos humanos para a imple-
permitam e ou facilitem o deslocamento do cidadão idoso, sobre- mentação desta Política.
tudo aquele que já apresenta dificuldades de locomoção, tais como • Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida sau-
elevatórias para acesso aos ônibus na porta de hospitais, rampas dáveis, por parte dos idosos, mediante a mobilização de diferentes
nas calçadas, bancos mais altos nas paradas de ônibus. segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas publicitá-
rias e de processos educativos permanentes.
Ministério da Justiça • Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendên-
Com esse Ministério, a parceria terá por finalidade a promo- cias, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o
ção e a defesa dos direitos da pessoa idosa, no tocante às questões controle de fatores de risco detectados.
de saúde, mediante o acompanhamento da aplicação das disposi- • Promover o fornecimento de medicamentos, órteses e próte-
ções contidas na Lei N.º 8.842/94 e seu regulamento (Decreto N.º ses necessários à recuperação e à reabilitação do idoso.
1.948/96). • Estimular a participação do idoso nas diversas instâncias de
controle social do SUS.
Ministério do Esporte e Turismo • Estimular a formação de grupos de autoajuda e de convivên-
Essa parceria buscará, em especial, a elaboração, a implemen- cia, de forma integrada com outras instituições que atuam nesse
tação e o acompanhamento de esportivos e de exercícios físicos contexto.
destinados às pessoas idosas, bem como de turismo que propiciem • Estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de unidades
a saúde física e mental deste grupo populacional. de cuidados diurnos – hospital dia, centro-dia – de atendimento
domiciliar, bem como de outros serviços alternativos para o idoso.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Responsabilidades do Gestor Estadual – Secretaria Estadual • Promover a difusão de conhecimentos e recomendações so-
de Saúde bre práticas, hábitos e estilos de vida saudáveis, junto à população
• Elaborar, coordenar e executar a política estadual de saúde de idosos, valendo-se, inclusive, da mobilização da a comunidade.
do idoso, consoante a esta Política Nacional. • Criar e estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de
• Promover a elaboração e ou adequação dos planos, progra- unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, centro-dia – de aten-
mas, projetos e atividades decorrentes desta Política. dimento domiciliar.
• Promover processo de articulação entre os diferentes setores • Estimular e apoiar a formação de grupos de autoajuda e de
no Estado, visando a implementação da respectiva política de saúde convivência, de forma integrada com outras instituições que atuam
do idoso. nesse contexto.
• Acompanhar o cumprimento de normas de funcionamento • Realizar articulação com outros setores visando a promoção
de instituições geriátricas e similares, bem como de serviços hospi- a qualidade de vida dos idosos.
talares geriátricos. • Promover o acesso a medicamentos, órteses e próteses ne-
• Estabelecer cooperação com os Centros Colaboradores de cessários à recuperação e à reabilitação do idoso.
Geriatria e Gerontologia com vistas ao treinamento de equipes • Aplicar, acompanhar e avaliar o cumprimento de normas de
multiprofissionais e interdisciplinares, e promover esta cooperação funcionamento de instituições geriátricas e similares, bem como de
com as Secretarias Municipais de Saúde, de modo a capacitar re- serviços geriátricos da rede local.
cursos humanos necessários à consecução da política estadual de • Estimular e viabilizar a participação social de idosos nas di-
saúde do idoso. versas instâncias.
• Promover a capacitação de recursos humanos necessários à
consecução da política estadual de saúde do idoso. Acompanhamento e Avaliação
• Adequar os serviços de saúde com a finalidade do atendi- A operacionalização desta Política compreenderá a sistemati-
mento às necessidades específicas da população idosa. zação de processo contínuo de acompanhamento e avaliação, que
• Prestar cooperação técnica aos municípios na implementa- permita verificar o alcance de seu propósito – e, consequentemen-
ção das ações decorrentes. te, o seu impacto sobre a saúde dos idosos –, bem como proceder a
• Apoiar propostas de estudos e pesquisas estrategicamente eventuais adequações que se fizerem necessárias.
importantes para a implementação, avaliação ou reorientação das Esse processo exigirá a definição de critérios, parâmetros, indi-
questões relativas à saúde do idoso. cadores e metodologia específicos, capazes de evidenciar, também,
• Promover a adoção de práticas e hábitos saudáveis, por parte a repercussão das medidas levadas a efeito por outros setores, que
dos idosos, mediante a mobilização de diferentes segmentos da so- resultaram da ação articulada preconizada nesta Política e que es-
ciedade e por intermédio de campanhas de comunicação. tão explicitadas no capítulo anterior deste documento, bem como a
• Promover o fornecimento de medicamentos, próteses e órte- observância dos compromissos internacionais assumidos pelo País
ses necessários à recuperação e à reabilitação de idosos. em relação à atenção aos idosos.
• Estimular e viabilizar a participação de idosos nas instâncias
de participação social. É importante considerar que o processo de acompanhamento
• Estimular a formação de grupos de autoajuda e de convivên- e avaliação referido será apoiado, sobretudo para a aferição de re-
cia, de forma integrada com outras instituições que atuam nesse sultados no âmbito interno do setor, pelas informações produzidas
contexto. pelos diferentes planos, programas, projetos, ações e ou atividades
• Criar e estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de decorrentes desta Política Nacional.
unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, centro-dia – de aten- Além da avaliação nos contextos anteriormente identificados,
dimento domiciliar, bem como de outros serviços alternativos para voltados principalmente para a verificação do impacto das medidas
o idoso. sobre a saúde dos idosos, buscar-se-á investigar a repercussão des-
• Prover o Sistema Nacional de Informação em Saúde com da- ta Política na qualidade de vida deste segmento populacional.
dos respectivos e análises relacionadas à situação de saúde e às Nesse particular, buscar-se-á igualmente conhecer em que me-
ações dirigidas aos idosos. dida a Política Nacional de Saúde do Idoso tem contribuído para a
concretização dos princípios e diretrizes do SUS, na conformidade
Responsabilidades do Gestor Municipal – Secretaria Munici- do Art. 7º, da Lei N.º 8.080/90, entre os quais, destacam-se aqueles
pal de Saúde ou organismos correspondentes. relativos à integralidade da atenção, à preservação da autonomia
• Coordenar e executar as ações decorrentes das Políticas Na- das pessoas e ao uso da epidemiologia no estabelecimento de prio-
cional e Estadual, em seu respectivo âmbito, definindo componen- ridades (respectivamente incisos II, III e VII). Paralelamente, deverá
tes específicos que devem ser implementados pelo município. ser observado, ainda, se:
• Promover as medidas necessárias para integrar a programa- • potencial dos serviços de saúde e as possibilidades de uti-
ção municipal à adotada pelo Estado, submetendo-as à Comissão lização pelo usuário estão sendo devidamente divulgados junto à
Inter gestores Biparti-te. população de idosos;
• Promover articulação necessária com as demais instâncias do • os planos, programas, projetos e atividades que operaciona-
SUS visando o treinamento e a capacitação de recursos humanos lizam esta Política estão sendo desenvolvidos de forma descentrali-
para operacionalizar, de forma produtiva e eficaz, o elenco de ativi- zada, considerando a direção única em cada esfera de gestão;
dades específicas na área de saúde do idoso. • a participação dos idosos nas diferentes instâncias do SUS
• Manter o provimento do Sistema Nacional de Informação em está sendo incentivada e facilitada.
Saúde com dados e análises relacionadas à situação de saúde e às
ações dirigidas aos idosos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Terminologia As funções cognitivas que podem ser afetadas pela demência in-
Ação terapêutica: processo de tratamento de um agravo à saú- cluem a memória, a orientação, a linguagem, a práxis, a agnosia, as
de por intermédio de medidas farmacológicas e não farmacológi- construções, a prosódia e o controle executivo.
cas, tais como: mudanças no estilo de vida, abandono de hábitos
nocivos, psicoterapia, entre outros. Envelhecimento: a maioria dos autores o conceituam como
AIH (Autorização de Internação Hospitalar): documento de au- “uma etapa da vida em que há um comprometimento da home-
torização e fatura de serviços hospitalares do SUS, que engloba o ostase, isto é, o equilíbrio do meio interno, o que fragilizaria o in-
conjunto de procedimentos realizados em regime de internação. divíduo, causando uma progressiva vulnerabilidade do indivíduo
Assistência domiciliar: essa assistência engloba a visitação do- perante a uma sobrecarga fisiológica”.
miciliar e cuidados domiciliares que vão desde o fornecimento de
equipamentos, até ações terapêuticas mais complexas. Envelhecimento saudável: é o processo de envelhecimento
com preservação da capacidade funcional, autonomia e qualidade
Atividades de vida diária (AVDs): termo utilizado para descre- de vida.
ver os cuidados essenciais e elementares à manutenção do bem-es-
tar do indivíduo, que compreende aspectos pessoais como: banho, Geriatria: é o ramo da ciência médica voltado à promoção da
vestimenta, higiene e alimentação, e aspectos instrumentais como: saúde e o tratamento de doenças e incapacidades na velhice.
realização de compras e cuidados com finanças.
Gerontologia: área do conhecimento científico voltado para o
Autodeterminação: capacidade do indivíduo poder exercer sua estudo do envelhecimento em sua perspectiva mais ampla, em que
autonomia. são levados em conta não somente os aspectos clínicos e biológi-
cos, mas também as condições psicológicas, sociais, econômicas e
Autonomia: é o exercício da autodeterminação; indivíduo au- históricas.
tônomo é aquele que mantém o poder decisório e o controle sobre
sua vida. Dependência: é a condição que requer o auxílio de pessoas
para a realização de atividades do dia a dia Centros de convivência:
Capacidade funcional: capacidade de o indivíduo manter as locais destinados à permanência do idoso, em um ou dois turnos,
habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida indepen- onde são desenvolvidas atividades físicas, laborativas, recreativas,
dente e autônoma; a avaliação do grau de capacidade funcional é culturais, associativas e de educação para a cidadania.
feita mediante o uso de instrumentos multidimensionais.
Habilidade física: refere-se à aptidão ou capacidade para rea-
Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia: centros lizar algo que exija uma resposta motora, tal como caminhar, fazer
localizados de preferência em instituições de ensino superior, que um trabalho manual, entre outros.
colaboram com o setor saúde, fundamentalmente na capacitação
de recursos humanos em saúde do idoso e ou na produção de ma- Hospital-dia geriátrico: refere-se ao ambiente hospitalar, no
terial científico para tal finalidade, bem como em pesquisas nas qual atua equipe multiprofissional e interdisciplinar, destinado a
áreas prioritárias do envelhecimento e da atenção a este grupo po- pacientes que dele necessitam em regime de um ou dois turnos,
pulacional. para complementar tratamentos e promover reabilitação.
Centro-dia: ambiente destinado ao idoso, que tem como carac-
terística básica o incentivo à socialização e o desenvolvimento de Idoso: a Organização das Nações Unidas, desde 1982 considera
ações de promoção e proteção da saúde. idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos; o Brasil, na
Lei Nº 8.842/94, adota essa mesma faixa etária (Art. 2º do capítulo
Cuidador: é a pessoa, membro ou não da família, que, com ou I).
sem remuneração, cuida do idoso doente ou dependente no exer-
cício das suas atividades diárias, tais como alimentação, higiene Incapacidade: quantificação da deficiência; refere-se à falta
pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços de de capacidade para realizar determinada função na extensão, am-
saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano – por exemplo, plitude e intensidade consideradas normais; em gerontologia, diz
ida a bancos ou farmácias –, excluídas as técnicas ou procedimentos respeito à incapacidade funcional, isto é, à perda da capacidade de
identificados com profissões legalmente estabelecidas, particular- realizar pelo menos um ou mais de um ato de vida diária.
mente na área da enfermagem.
Incontinência urinária: refere-se à perda involuntária de urina.
Deficiência: expressão de um processo patológico, na forma de
uma alteração de função de sistemas, órgãos e membros do corpo, Iatrogenia: qualquer agravo à saúde, causado por uma inter-
que podem ou não gerar uma incapacidade. venção médica Psicoterapia: terapêutica que, por métodos psico-
lógicos, busca a restauração do equilíbrio emocional do indivíduo.
Demência: conceitua-se demência como uma síndrome pro-
gressiva e irreversível, composta de múltiplas perdas cognitivas ad- Reabilitação física: conjunto de procedimentos terapêuticos fí-
quiridas, que ocorrem na ausência de um estado de confusão men- sicos que visam adaptar ou compensar deficiências motoras (quan-
tal aguda (ou seja, de uma desorganização súbita do pensamento). do aplicadas a limitações insipientes pode ser considerada reabilita-
ção precoce ou “preventiva”).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Rastreamento: um protocolo de aplicação rápida e sistemática mento de demandas urgentes e emergentes clínicas e cirúrgicas
para detecção de problemas de saúde em uma determinada popu- em geral ou específicas como unidades cardiológicas, pediátricas e
lação. traumatológicas.
O importante é que, independente da complexidade ou da
Síndrome: conjunto de sinais e sintomas comuns a diversas en- classificação do serviço, existem 5 coisas imprescindíveis que todo
fermidades. Enfermeiro de Urgência e Emergência deve saber.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Atuação:
1- RCP, se necessário.
2- Controle de hemorragia com compressão externa.
3- Reposição de volume, sendo necessários adequados acessos venosos, O traumatizado deve ter 2 acessos e com catéteres G14,
«nunca» com menos do que G16. Eventualmente, poderá ser colocado um catéter numa jugular externa ou utilizada a via intra-¬óssea (a
considerar também no adulto).
4- Em caso de trauma torácico ou abdominal grave: um acesso acima e outro abaixo do diafragma.
5- A escolha entre cristalóides e colóides não deve basear-se necessariamente no grau de choque, não estando provada qualquer
diferença de prognóstico na utilização de um ou outro. O volume a infundir relaciona-se com as perdas e a resposta clínica. Uma relação
de 1:3 e 1:1 no caso de perdas/cristalóides a administrar e perdas/colóides a administrar, respectivamente.
6- Atenção aos TCE, TVM e grávida Politraumatizada sendo à partida, ainda que discutível, de privilegiar colóides.
7- Regra geral, não utilizar soros glicosados no traumatizado, existindo apenas interesse destes no diabético ou na hipoglicemia. Por
norma, os soros administrados na fase pré-hospitalar num adulto politraumatizado não são suficientes para originar um edema pulmonar,
mesmo em doentes cardíacos. Não se deve insistir tanto na recomendação de cuidado com a possibilidade de sobrecarga numa situação
de hipovolémia, mas sim tratar esta última agressivamente.
8- Vigiar estado da consciência e perfusão cutânea, avaliando parâmetros vitais de forma seriada.
Letra D: Normalmente corrido em trauma direto no crânio ou estado de choque.
Avaliar:
- GCS (Escala Coma Glasgow) de uma forma seriada
- Tamanho simetria/assimetria pupilar e reatividade à luz
- Função motora (estímulo à dor)
Atuação:
1- Administrar Oxigênio 10 -12 l/min e atuação de acordo com protocolo específico.
2-Imobilização da coluna vertebral com colar cervical, imobilizadores laterais da cabeça, com plano duro ou maca de vácuo.
Letra E:
1- Despir e avaliar possíveis lesões que possam ter passado despercebidas, mantendo cuidados de imobilização da coluna vertebral.
Utilizar técnicas de rolamento.
2- Evitar a hipotermia. Utilizar manta isotérmica.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
PROCEDIMENTO DA ENFERMAGEM - Higiene: proceder a limpeza diária das áreas não lesadas, com
água e sabão neutro. Manter o couro cabeludo limpo e cortar os
Na Sala de Cirurgia cabelos, principalmente em caso de queimadura na cabeça.Aparar
Aplicar imediatamente sedativo sob prescrição médica, com a as unhas e mantê-las limpas.A tricotomia pubiana e axilar deve ser
finalidade de diminuir a dor, de preferência por via intra-venosa. feita semanalmente, como medida de higiene.
Ao aplicar o medicamento por esta via, deve-se aproveitar para
colher amostra de sangue para tipagem, assim como procurar man- Cuidados Especiais Dependentes da Localizaçãoda Queimadu-
ter a veia com perfusão de soro fisiológico para posterior transfusão ra
de sangue ou outros líquidos.
Retirar a roupa do paciente e colocá-lo na mesa sobre campos CABEÇA:
esterilizados e cobrir as lesões também com campos esterilizados. - Crânio: proceder a tricotomia total do couro cabeludo.
Preparar material para dissecção de veia ou cateterismo trans- - Face: proceder a tricotomia do couro cabeludo, nas áreas pró-
cutâneo “intra-cat”, e auxiliar o médico nestas operações. ximas às lesões. Manter decúbito elevado, para auxiliar a regressão
Auxiliar ou executar com supervisão médica, tratamento local do edema.
de remoção de tecidos desvitalizados, limpeza sumária das áreas
queimadas, oclusão das lesões, ou ainda, preparo das mesmas para - Olhos: limpar com “cotonetes” umedecidos em água boricada
mantê-las expostas (método de exposição). a 3% e após proceder a instilação de colírio antibiótico.
- Ouvidos: limpar conduto auditivo externo com “cotonetes” e
Unidade de Internação soro fisiológico.
- Colocar o paciente no leito preparado com campos e arcos de - Orelhas: utilizar travesseiro baixo e não muito macio para não
proteção esterilizados, e também sobre coxim preparado com vá- comprimir as cartilagens a fim de prevenir deformidades.
rias camadas de ataduras de gaze e revestido com rayon, conforme - Narinas: limpar com “cotonetes” e soro fisiológico.
a localização das queimaduras. Isto quando o método de tratamen- - Boca: limpar com espátula montada com algodão ou gaze em-
to é o de exposição. bebida em água bicarbonatada a 2%.
Controle de diurese e outras perdas de líquidos: executar cate- - Lábios: passar vaselina para remoção de crostas.
terismo vesical com sonda de demora (sonda de Foley), anotando o
volume urinário. Esta sonda é mantida ocluída, sendo aberta a cada - PESCOÇO:
hora para verificar o aspecto, volume e densidade de urina. Além Manter em extensão, com auxílio de coxim no dorso. A presen-
da diurese, controlar as demais perdas líquidas, tais como: vômito, ça de necrose seca ou lesões profundas, poderá provocar compres-
sudorese, exsudatos e evacuações, observando em cada caso o as- são e garroteamento, com perturbações respiratórias. Nestes casos
pecto, a freqüência e o volume. o médico executará a escarotomia.
Esses dados devem ser anotados em folha especial do prontu- - MEMBROS SUPERIORES:
ário do paciente (Anexo I). Os curativos oclusivos dos membros superiores, têm a finali-
- Controle de Sinais Vitais: a temperatura, o pulso, a respiração, dade de proporcionar conforto ao paciente e facilitar atuação de
devem ser controlados e anotados cada 4 horas ou mais freqüente- enfermagem. Os membros devem ser mantidos em abdução parcial
mente se o caso exigir. e em ligeira elevação.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Também nos membros inferiores o curativo oclusivo é freqüen- 3) suporte de vida em situações de dores torácica-abdomi-
temente utilizado, visando facilitar a movimentação do paciente e nais;
atuação da enfermagem. Desde os anos 60 que as unidades coronarianas tornaram-se o
Um dos cuidados fundamentais de enfermagem é a mobiliza- local ideal para investigar e tratar os pacientes com IAM. Os exce-
ção do doente no leito, mudança repetida de decúbito, qualquer lentes resultados observados nestas unidades, em especial através
que seja a localização das lesões. do reconhecimento precoce e do tratamento eficaz das arritmias e
da parada cardíaca, fizeram com que os médicos começassem a in-
Cuidado Relacionado ao Ambiente ternar também os pacientes com suspeita clínica de isquemia mio-
cárdica aguda. O resultado desta atitude mais liberal foi que mais da
- UNIDADE DO PACIENTE E MATERIAIS DE USO PRIVATIVO: metade dos pacientes internados nas unidades coronarianas não ti-
Limpar diariamente a unidade do paciente (cama, colchão, nham, na verdade, síndrome coronariana aguda. Consequentemen-
criado mudo e cadeira) com água, sabão, solução de-sinfetante te, esses leitos de alta complexidade e alto custo passaram a ser
(hipoclorito de sódio a 3%) e solução aromatizante (álcool, essên- ocupados também por pacientes de baixa probabilidade de doença
cia de pinho 1%, essência de alfazema a 1% e essência de lavanda e baixo risco, resultando não somente em aumento da demanda
1%). Esterilizar semanalmente todos os materiais de uso pessoal do desses leitos, com consequente saturação das unidades coronaria-
paciente, tais como: comadre, bacia, cuba rim, copos, garrafas, e nas, mas também numa utilização sub-ótima dos recursos.
outros. As Unidades de Dor Torácica foram criadas em 1982, e desde
- PISO: então vêm sendo reconhecidas como um aprimoramento da assis-
O único tipo de limpeza permitido é a limpeza úmida. Esta é tência emergencial. Essas unidades visam a:
facilitada quando o piso é de material lavável. Se o piso for de ma- 1) prover acesso fácil e prioritário ao paciente com dor torácica
deira, deve ser feita a lavagem semanal, após a qual deve-se proce- que procura a sala de emergência; e
der a aplicação de vaselina, para a fixação das partículas de poeira 2) fornecer uma estratégia diagnóstica e terapêutica organiza-
no chão. da na sala de emergência, objetivando rapidez, alta qualidade de
cuidados, eficiência e contenção de custos.
- JANELAS:
As janelas devem ser amplas para possibilitar iluminação e ae- As Unidades de Dor Torácica podem estar localizadas dentro ou
ração natural, protegidas com telas para prevenir penetração de in- adjacente à Sala de Emergência, com uma verdadeira área física e
setos. Devem ser lavadas semanalmente com água, sabão e solução leitos demarcados, ou somente como uma estratégia operacional
desinfetante. padronizada, utilizando protocolos assistenciais específicos, algo-
ritmos sistematizados ou árvores de decisão clínica por parte da
- RESÍDUOS E ROUPAS SUJAS: equipe dos médicos emergencistas. Entretanto, é necessário que a
Devem ser embalados em sacos e transportados em carros fe- equipe de médicos e enfermeiros esteja treinada e habituada com
chados. o manejo das urgências e emergências cardiovasculares.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
aneurisma abdominal e os achados de seqüela de acidente vascular encefálico. Da mesma forma, doenças não-coronarianas causadoras
de dor torácica podem ter o seu diagnóstico suspeitado pelo exame físico, como é o caso do prolapso da válvula mitral, da pericardite, da
embolia pulmonar, etc.
A figura 1 descreve as principais causas de dor torácica e que devem ser consideradas no seu diagnóstico diferencial, na dependência
das informações da história clínica, do exame físico e dos dados laboratoriais.
A descrição clássica da dor torácica na síndrome coronariana aguda é a de uma dor ou desconforto ou queimação ou sensação opres-
siva localizada na região precordial ou retroesternal, que pode ter irradiação para o ombro e/ou braço esquerdo, braço direito, pescoço
ou mandíbula, acompanhada frequentemente de diaforese, náuseas, vômitos, ou dispnéia. A dor pode durar alguns minutos (geralmente
entre 10 e 20) e ceder, como nos casos de angina instável, ou mais de 30min, como nos casos de infarto agudo do miocárdio. O paciente
pode também apresentar uma queixa atípica como mal estar, indigestão, fraqueza ou apenas sudorese, sem dor. Pacientes idosos e mu-
lheres frequentemente manifestam dispnéia como queixa principal no infarto agudo do miocárdio, podendo não ter dor ou mesmo não
valorizá-la o suficiente.
A dissecção aguda da aorta ocorre mais frequentemente em hipertensos, em portadores de síndrome de Marfan ou naqueles que
sofreram um traumatismo torácico recente. Estes pacientes se apresentam com dor súbita, descrita como “rasgada”, geralmente inician-
do-se no tórax anterior e com irradiação para dorso, pescoço ou mandíbula. No exame físico podemos encontrar um sopro de regurgitação
aórtica. Pode haver um significativo gradiente de amplitude de pulso ou de pressão arterial entre os braços.
A embolia pulmonar apresenta manifestações clínicas muito variáveis e por isso nem sempre típicas da doença. O sintoma mais co-
mumente encontrado é a dispnéia, vista em 73% dos pacientes, sendo a dor torácica (geralmente súbita) encontrada em 66% dos casos.
Ao exame clínico, o paciente pode apresentar dispnéia, taquipnéia e cianose.
A dor torácica no pneumotórax espontâneo geralmente é localizada no dorso ou ombros e acompanhada de dispnéia. Grande pneu-
motórax pode produzir sinais e sintomas de insuficiência respiratória e/ ou colapso cardiovascular (pneumotórax hipertensivo). Ao exame
físico podemos encontrar dispnéia, taquipnéia e ausência de ruídos ventilatórios na ausculta do pulmão afetado.
O sintoma clínico mais comum da pericardite é a dor torácica, geralmente de natureza pleurítica, de localização retroesternal ou no
hemitórax esquerdo, mas que, diferentemente da isquemia miocárdica, piora quando o paciente respira, deita ou deglute, e melhora na
posição sentada e inclinada para frente. No exame físico podemos encontrar febre e um atrito pericárdico (que é um dado patognomôni-
co).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O prolapso da válvula mitral é uma das causas de dor torácica O papel do eletrocardiograma e do monitor de tendência do
frequentemente encontrada no consultório médico e, também, na segmento ST
sala de emergência. A dor tem localização variável, ocorrendo geral- O eletrocardiograma - O eletrocardiograma (ECG) exerce papel
mente em repouso, sem guardar relação nítida com os esforços, e fundamental na avaliação de pacientes com dor torácica, tanto pelo
descrita como pontadas, não apresentando irradiações. O diagnós- seu baixo custo e ampla disponibilidade como pela relativa simplici-
tico é feito através da ausculta cardíaca típica, na qual encontramos dade de interpretação.
um clique meso ou telessistólico seguido de um sopro regurgitante Um ECG absolutamente normal é encontrado na maioria dos
mitral e/ou tricúspide. pacientes que se apresenta com dor torácica na sala de emergência.
A incidência de síndrome coronariana aguda nesses pacientes é de
A estenose aórtica também produz dor torácica cujas caracte- cerca de 5%..
rísticas se assemelham à da doença coronariana. A presença de um Diversos estudos têm demonstrado que a sensibilidade do ECG
sopro ejetivo aórtico e hipertrofia ventricular esquerda no ECG indi- de admissão para infarto agudo do miocárdio varia de 45% a 60%
ca a presença da estenose aórtica mas não afasta a possibilidade de quando se utiliza o supradesnível do segmento ST como critério
síndrome coronariana aguda. diagnóstico, indicando que perto da metade dos pacientes com
Na miocardiopatia hipertrófica a dor torácica ocorre em 75% infarto agudo do miocárdio não são diagnosticados com um único
dos pacientes sintomáticos, e pode ter características anginosas. No ECG realizado à admissão. Esta sensibilidade poderá ser aumentada
exame físico podemos encontrar uma 4 bulha e um sopro sistólico para 70%-90% se utilizarmos as alterações de infradesnível de ST
ejetivo aórtico. O diagnóstico é feito pelo ecocardiograma transto- e/ou alterações isquêmicas de onda T, e para até 95% quando se
rácico. O ECG geralmente mostra hipertrofia ventricular esquerda, realizam ECGs seriados com intervalos de 3-4h nas primeiras 12h
com ou sem alterações de ST-T. pós-chegada ao hospital.
As doenças do esôfago podem mimetizar a doença coronariana A especificidade do ECG de admissão para ausência de IAM va-
crônica e aguda. Pacientes com refluxo esofagiano podem apresen- ria de 80 a 95% 15,31,47-49. Seu valor preditivo positivo para IAM
tar desconforto torácico, geralmente em queimação (pirose), mas está ao redor de 75-85% quando se utiliza o supradesnível do seg-
que às vezes é definido como uma sensação opressiva, localizada mento de ST como critério diagnóstico, e o valor preditivo negativo
na região retroesternal ou subesternal, podendo se irradiar para é de cerca de 85-95%. Embora a probabilidade de infarto agudo do
o pescoço, braços ou dorso, às vezes associada à regurgitação ali- miocárdio em pacientes com ECG normal seja pequena (5%), o diag-
mentar, e que pode melhorar com a posição ereta ou com o uso de nóstico de angina instável é um fato possível (e estes pacientes têm
antiácidos, mas também com nitratos, bloqueadores dos canais de uma taxa de 5 a 20% de evolução para infarto agudo do miocárdio
cálcio ou repouso. ou morte cardíaca ao final de 1 ano).
A dor da úlcera péptica geralmente se localiza na região epigás- Se o método não tem acurácia diagnóstica suficiente para IAM
trica ou no andar superior do abdômen mas às vezes pode ser refe- ou angina instável, ele por si só é capaz de discriminar os pacien-
rida na região subesternal ou retroesternal. Estas dores geralmente tes de alto risco daqueles de não-alto risco de complicações car-
ocorrem após uma refeição, melhorando com o uso de antiácidos. díacas, inclusive em pacientes com síndrome coronariana aguda
Na palpação abdominal geralmente encontramos dor na região epi- sem supradesnível de ST. Mesmo em pacientes com supradesnível
gástrica. do segmento ST na admissão, subgrupos de maior risco podem ser
A ruptura do esôfago é uma doença grave e rara na sala de identificados pelo ECG.
emergência. Pode ser causada por vômitos incoersíveis, como na Monitorização da tendência do segmento ST - Em virtude da
síndrome de Mallory-Weiss. Encontramos dor excruciante em 83% natureza dinâmica do processo trombótico coronariano, a obten-
dos casos, de localização retroesternal ou no andar superior do ab- ção de um único ECG geralmente não é suficiente para avaliar um
dômen, geralmente acompanhada de um componente pleurítico à paciente no qual haja forte suspeita clínica de isquemia aguda do
esquerda. Apresenta alta morbi-mortalidade e é de evolução fatal miocárdio. O recente desenvolvimento e adoção da monitorização
se não tratada. O diagnóstico é firmado quando encontramos à ra- contínua da tendência do segmento ST têm sido demonstrados
diografia de tórax um pneumomediastino, ou um derrame pleural à como de valiosa importância na identificação precoce de isquemia
esquerda de aparecimento súbito. Enfisema subcutâneo é visto em de repouso.
27% dos casos. Em pacientes com dor torácica, sua sensibilidade para detectar
Em avaliação prospectiva em pacientes com dor torácica não pacientes com IAM foi significativamente maior do que a do ECG
relacionada a trauma, febre ou malignidade, 30% tiveram o seu de admissão (68% vs 55%, p<0,0001), com uma elevadíssima es-
diagnóstico firmado como decorrente de costo-condrites. Geral- pecificidade (95%), o mesmo se observando para o diagnóstico de
mente esta dor tem características pleuríticas por ser desencadeada síndrome coronariana aguda (sensibilidade = 34%, especificidade
ou exacerbada pelos movimentos dos músculos e/ou articulações = 99,5%).
produzidos pela respiração. Palpação cuidadosa das articulações ou A acurácia diagnóstica do monitor de ST também tem se mos-
músculos envolvidos quase sempre reproduz ou desencadeia a dor. trado muito boa para detectar reoclusão coronariana pós-terapia
A dor psicogênica não tem substrato orgânico, sendo gerada de reperfusão, com sensibilidade de 90% e especificidade de 92%.
por mecanismos psíquicos, tendendo a ser difusa e imprecisa . Ge- Além disso, a demonstração de estabilidade do segmento ST mos-
ralmente os sinais de ansiedade são detectáveis e com freqüência trou 100% de sensibilidade e especificidade para detecção de obs-
se observa utilização abusiva e inadequada de medicações analgé- trução coronariana subtotal em relação à obstrução total.
sicas. O monitor de ST também tem-se mostrado como método de
grande utilidade para estratificação de risco em pacientes com angi-
na instável ou mesmo com dor torácica de baixo risco e de etiologia
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
a ser esclarecida, constituindo-se num preditor independente e al- Creatinofosfoquinase-MB (CK-MB) - A creatinofosfoquinase é
tamente significativo de morte, infarto agudo do miocárdio não-fa- uma enzima que catalisa a formação de moléculas de alta energia
tal ou isquemia recorrente. e, por isso, encontrada em tecidos que as consomem (músculos car-
díaco e esquelético e tecido nervoso).
Assim é recomendado: A sensibilidade de uma única CK-MB obtida imediatamente na
1) Todo paciente com dor torácica visto na sala de emergência chegada ao hospital em pacientes com dor torácica para o diagnós-
deve ser submetido imediatamente a um ECG, o qual deverá ser tico de IAM é baixa (30-50%). Já a sua utilização dentro das primei-
prontamente interpretado (Grau de Recomendação I, Nível de Evi- ras 3h de admissão aumenta esta sensibilidade para cerca de 80 a
dência B e D); 85%, alcançando 100% quando utilizada de forma seriada, a cada
2) Um novo ECG deve ser obtido no máximo 3h após o 1º em 3-4h, desde a admissão até a 9ª hora (ou 12h após o início da oclu-
pacientes com suspeita clínica de síndrome coronariana aguda ou são coronariana) 17,63-66.
qualquer outra doença cardiovascular aguda, mesmo que o ECG ini- Da mesma forma, o valor preditivo negativo da CK-MB obtida
cial tenha sido normal, ou a qualquer momento em caso de recor- até a 3ª hora pós-admissão ainda é sub-ótimo (95%), apesar de
rência da dor torácica ou surgimento de instabilidade clínica (Grau subgrupos de pacientes com baixa probabilidade de IAM já terem
de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); este valor preditivo ³ 97% neste momento 16,17,66. Pacientes com
3) Devido à sua baixa sensibilidade para o diagnóstico de sín- média e alta probabilidade só alcançam 100% de valor preditivo
drome coronariana aguda, o ECG nunca deve ser o único exame negativo ao redor da 9 à 12ª hora. Estes dados apontam para a ne-
complementar utilizado para confirmar ou afastar o diagnóstico cessidade de uma avaliação por pelo menos 9h para confirmar ou
da doença, necessitando de outros testes simultâneos, como mar- afastar o diagnóstico de IAM nestes pacientes. A especificidade da
cadores de necrose miocárdica, monitor do segmento ST, ecocar- CK-MB de 95% decorre de alguns resultados falso-positivos encon-
diograma e testes de estresse (Grau de Recomendação I, Nível de trados principalmente quando a metodologia é a da atividade da
Evidência B e D); CK-MB e não da massa.
4) Se disponível, o monitor de tendência do segmento ST deve
ser utilizado, simultaneamente, ao ECG em pacientes com dor torá- Troponina - As troponinas cardíacas são proteínas do comple-
cica e suspeita clínica de síndrome coronariana aguda sem supra- xo miofibrilar encontradas somente no músculo cardíaco. Devido
desnível do segmento ST para fins diagnóstico e prognóstico (Grau à sua alta sensibilidade, discretas elevações são compatíveis com
de Recomendação I , Nível de Evidência B); pequenos (micro) infartos, mesmo em ausência de elevação da
5) Para pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST CK-MB. Por este motivo tem-se recomendado que as troponinas
que tenham recebido terapia de reperfusão coronariana o monitor sejam atualmente consideradas como o marcador padrão-ouro
do segmento ST poderá ser utilizado para detectar precocemente a para o diagnóstico de IAM. Entretanto, é preciso frisar que a tro-
ocorrência de recanalização ou o fenômeno de reoclusão coronaria- ponina miocárdica pode ser também liberada em situações clínicas
na (Grau de Recomendação IIb, Nível de Evidência não-isquêmicas, que causam necrose do músculo cardíaco, como
miocardites, cardioversão elétrica e trauma cardíaco. Além disso, as
Papel diagnóstico e prognóstico dos marcadores de necrose troponinas podem se elevar em doenças não-cardíacas, tais como
miocárdica as miosites, a embolia pulmonar e a insuficiência renal.
Os marcadores de necrose miocárdica têm um papel importan- A técnica mais apropriada para a dosagem quantitativa das tro-
te não só no diagnóstico como também no prognóstico da síndrome poninas cardíacas é o imunoensaio enzimático (método ELISA) mas
coronariana aguda. técnicas qualitativas rápidas usadas à beira do leito também têm
Mioglobina - Esta é uma proteína encontrada tanto no múscu- sido utilizadas com boa acurácia diagnóstica.
lo cardíaco como no esquelético, que se eleva precocemente após A sensibilidade global das troponinas para o diagnóstico de
necrose miocárdica, podendo ser detectada no sangue de vários IAM depende do tipo de paciente estudado e da sua probabilidade
pacientes, já na primeira hora pós-oclusão coronariana. pré-teste de doença, da duração do episódio doloroso e do ponto
A mioglobina tem uma sensibilidade diagnóstica para o IAM de corte de anormalidade do nível sérico estipulado, variando de
significativamente maior, que a da creatinofosfoquinase-MB (CK- 85 a 99%.
-MB) nos pacientes que procuram a sala de emergência com me- Como as troponinas são os marcadores de necrose miocárdica
nos de 4h de início dos sintomas. Estudos têm demonstrado uma mais lentos para se elevarem após a oclusão coronariana, sua sen-
sensibilidade para a mioglobina de 60-80% imediatamente após a sibilidade na admissão é muito baixa (20-40%), aumentando lenta e
chegada do paciente ao hospital 60-62. Sua relativamente baixa es- progressivamente nas próximas 12h. Sua especificidade global varia
pecificidade (80%), resultante da alta taxa de resultados falso-posi- de 85 a 95%, e o seu valor preditivo positivo de 75 a 95%. Os resul-
tivos, encontrados em pacientes com trauma muscular, convulsões, tados falso-positivos encontrados nesses estudos decorrem da não
cardioversão elétrica ou insuficiência renal crônica, limitam o seu classificação de angina instável de alto risco, como IAM, de níveis
uso isoladamente. Entretanto, um resultado positivo obtido 3-4h de corte inapropriadamente baixos e de outras doenças que afe-
após a chegada ao hospital sugere fortemente o diagnóstico de IAM tam sua liberação e/ou metabolismo. Devido à baixa sensibilidade
(valor preditivo positivo ³ 95%). Da mesma forma, um resultado ne- das troponinas nas primeiras horas do infarto, o seu valor preditivo
gativo obtido 3-4h após a chegada torna improvável o diagnóstico negativo na chegada ao hospital também é baixo (50-80%), não per-
de infarto (valor preditivo negativo ³ 90%), principalmente em pa- mitindo que se afaste o diagnóstico na admissão.
ciente com baixa probabilidade pré-teste de doença (valor preditivo Além da sua importância diagnóstica, as troponinas tem sido
negativo ³ 95%). identificadas como um forte marcador de prognóstico imediato e
tardio em pacientes com síndrome coronariana aguda sem supra-
desnível do segmento ST. Esta estratificação de risco tem importân-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
cia também para definir estratégias terapêuticas médicas e/ou in- inexistência de dor recorrente, na ausência de alterações eletrocar-
tervencionistas mais agressivas a serem utilizadas nestes pacientes. diográficas e de elevação de marcadores de necrose miocárdica à
A baixa sensibilidade diagnóstica da troponina obtida nas primeiras admissão e durante o período de observação.
horas também não permite a avaliação do risco destes pacientes na Teste ergométrico - No modelo das Unidades de Dor Torácica o
admissão hospitalar, além do que resultados negativos não excluem teste ergométrico tem sido o mais recomendado e utilizado devido
a ocorrência de eventos imediatos. a seu baixo custo e sua ampla disponibilidade nos hospitais, quando
comparado aos outros métodos. Além disso, a segurança do exame
Assim sendo, esta diretriz recomenda: é muito boa quando realizado em uma população de pacientes cli-
1) Marcadores bioquímicos de necrose miocárdica devem ser nicamente estáveis e de baixo a moderado risco, apresentando bai-
mensurados em todos os pacientes com suspeita clínica de síndro- xíssima taxa de complicações. Um grupo tem inclusive preconizado
me coronariana aguda, obtidos na admissão à sala de emergência o seu uso já na primeira hora após a chegada ao hospital em pa-
ou à Unidade de Dor Torácica e repetidos, pelo menos, uma vez nas cientes com baixa probabilidade de doença coronariana, até mes-
próximas 6 a 9h (Grau de Recomendação Classe I e Nível de Evidên- mo sem a avaliação prévia de marcadores bioquímicos de necrose
cia B e D). Pacientes com dor torácica e baixa probabilidade de do- miocárdica 86. Para estes pacientes a sensibilidade do teste para
ença podem ter o seu período de investigação dos marcadores séri- diagnóstico de doença é pequena (baixa probabilidade pré-teste)
cos reduzido a 3h (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência B); mas o valor preditivo negativo é elevadíssimo (³ 98%).
2) CK-MB massa e/ou troponinas são os marcadores bioquími- Além da sua importância na exclusão de doença coronariana,
cos de escolha para o diagnóstico definitivo de necrose miocárdica o principal papel do teste ergométrico é estabelecer o prognóstico
nesses pacientes (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e dos pacientes onde diagnósticos de IAM e angina instável de alto
D); risco já foram afastados durante a investigação na Unidade de Dor
3) Embora a elevação de apenas um dos marcadores de ne- Torácica. A sensibilidade e a especificidade do teste positivo ou in-
crose citado seja suficiente para o diagnóstico de IAM, pelo menos conclusivo para eventos cardíacos está em torno de 75%, sendo que
dois marcadores devem ser utilizados no processo investigativo: um estes resultados identificam um subgrupo de pacientes com maior
marcador precoce (com melhor sensibilidade nas primeiras 6h após risco de IAM, necessidade de revascularização miocárdica e de re-
o início da dor torácica, como é o caso da mioglobina ou da CK-MB) admissão hospitalar 5,50,88,89. O valor preditivo negativo do teste
e um marcador definitivo tardio (com alta sensibilidade e especifici- para eventos também é elevadíssimo (³ 98%).
dade global, a ser medido após 6h _ como é o caso da CK-MB ou das
troponinas) (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); Embora o uso do teste ergométrico possa abreviar o tempo de
4) Idealmente, a CK-MB deve ser determinada pelo método hospitalização de pacientes com dor torácica ao identificar aqueles
que mede sua massa (e não a atividade) enquanto a troponina deve de baixo risco (ausência de isquemia miocárdica) a relativamente
ser pelo método quantitativo imunoenzimático (e não qualitativo) alta taxa de resultados falso-positivos nesta população pode levar à
(Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência B e D); realização de outros exames para confirmar a positividade, encare-
5) As amostras de sangue devem ser referenciadas em relação cendo o processo diagnóstico.
ao momento da chegada do paciente ao hospital e, idealmente, ao
momento do início da dor torácica (Grau de Recomendação I, Nível Cintilografia miocárdica de repouso - A cintilografia de perfu-
de Evidência D); são miocárdica de repouso, realizada imediatamente após a chega-
6) O resultado de cada dosagem dos marcadores de necrose da à sala de emergência, também tem se mostrado uma ferramenta
miocárdica deve estar disponível e ser comunicado ao médico do importante na avaliação dos pacientes com dor torácica e ECG não-
paciente poucas horas após a colheita do sangue para que sejam -diagnóstico, com sensibilidade variando entre 90 e 100% e espe-
tomadas as medidas clínicas cabíveis (Grau de Recomendação I, Ní- cificidade entre 65 e 80% para IAM. Uma cintilografia de repouso
vel de Evidência B e D); negativa praticamente exclui este diagnóstico nestes pacientes com
7) Em pacientes com dor torácica e supradesnivelamento do baixa probabilidade de doença (valor preditivo negativo ³ 98%).
segmento ST na admissão a coleta de marcadores de necrose mio- Além da excelente acurácia diagnóstica a cintilografia fornece
cárdica é desnecessária para fins de tomada de decisão terapêutica importantes informações prognósticas. Aqueles pacientes com per-
(p. ex., quando se vai utilizar fibrinolítico ou não) (Grau de Reco- fusão miocárdica normal apresentam baixíssima probabilidade de
mendação I, Nível de Evidência B). desenvolvimento de eventos cardíacos sérios nos próximos meses
45,91.
O papel de outros métodos diagnósticos e prognósticos A larga utilização da cintilografia miocárdica imediata de re-
Os métodos diagnósticos acessórios, disponíveis nas salas de pouso é limitada pela indisponibilidade do método nas salas de
emergência para a avaliação de pacientes com dor torácica, são o emergência, pela demora na sua realização após um episódio de
teste ergométrico, a cintilografia miocárdica e o ecocardiograma. dor torácica e pelos seus custos. Entretanto, alguns grupos têm
Estes testes são usados com finalidade diagnóstica - para identifi- preconizado a realização do exame para pacientes com média ou
car os pacientes que ainda não têm seu diagnóstico estabelecido baixa probabilidade de IAM, já que um exame negativo praticamen-
na admissão ou que tiveram investigação negativa para necrose e te afasta este diagnóstico 45,93, permitindo a liberação imediata
isquemia miocárdica de repouso, mas que podem ter isquemia sob destes pacientes com conseqüente redução dos custos hospitalares
estresse - e também prognóstica. 94,95.
Os protocolos ou algoritmos que recomendam o uso de mé-
todos de estresse precocemente, antes da alta hospitalar, o fazem Ecocardiograma - O papel do ecocardiograma de repouso na
para um subgrupo de pacientes com dor torácica considerados de avaliação de pacientes na sala de emergência com dor torácica se
baixo a moderado risco. A seleção destes pacientes baseia-se na alicerça em poucos estudos publicados. Para o diagnóstico de IAM
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
a sensibilidade varia de 70 a 95%, mas a grande taxa de resultados riografia pulmonar (método padrão-ouro), esta diretriz não classifi-
falso-positivos torna o valor preditivo positivo baixo. Já o valor pre- cará os graus de recomendação e seus respectivos níveis de evidên-
ditivo negativo varia de 85 a 95%. cia para a realização destes métodos.
Quando se busca também o diagnóstico de angina instável As alterações radiológicas mais frequentemente encontradas
(além de infarto) em pacientes com dor torácica e ECG inconclusi- na embolia pulmonar são as áreas de atelectasia, a elevação da he-
vo, a sensibilidade do ecocardiograma passa a variar de 40 a 90%, micúpula diafragmática, o derrame pleural e a dilatação do tronco
sendo que o valor preditivo negativo fica entre 50 e 99%. Nesses e dos ramos da artéria pulmonar. Áreas de hipofluxo pulmonar seg-
pacientes, um ecocardiograma normal não parece agregar informa- mentar (sinal de Westmark) e infiltrado pulmonar de forma trian-
ções diagnósticas significativas, além daquelas já fornecidas pela gular com a base voltada para a pleura (sinal de Hampton) são os
história e ECG. achados mais específicos da embolia pulmonar mas, infelizmente,
Estudos sobre a utilização do ecocardiograma de estresse com são pouco sensíveis.
dobutamina na avaliação de uma população heterogênea com dor A ecocardiografia pode contribuir com importantes informações
torácica ainda são pequenos e escassos. Sua sensibilidade para o na suspeita de embolia pulmonar 105. O ecocardiograma transtorá-
diagnóstico de doença coronariana ou isquemia miocárdica detec- cico informa o tamanho das cavidades cardíacas, a função ventricular
tada por outros métodos é de 90%, com especificidade variando de direita e esquerda, e a presença de hipertensão pulmonar. O ecocar-
80 a 90% e valor preditivo negativo de 98%. Para fins prognósticos, diograma transesofágico, ao permitir visualizar o trombo na artéria
a sensibilidade do teste para a ocorrência de eventos cardíacos tar- pulmonar, é capaz de estabelecer o diagnóstico. Sua sensibilidade
dios em pacientes com dor torácica varia de 40 a 90%, mas o valor nesta situação é de 80% para pacientes com trombo localizado em
preditivo negativo é excelente (97%) 101,102, conferindo segurança tronco da artéria pulmonar e/ou seu ramo direito, com especificida-
ao médico emergencista em dispensar a realização de outros testes de de 100% 105. É considerado o método de escolha para a avaliação
e liberar imediatamente o paciente para casa. inicial dos pacientes hemodinamicamente instáveis.
A cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão é o método não-
Deste modo, recomenda-se: -invasivo, classicamente utilizado para a estratificação da probabilida-
1) Nos pacientes com dor torácica inicialmente suspeita de de de embolia pulmonar ao analisar o número de segmentos pulmona-
etiologia isquêmica, que foram avaliados na sala de emergência e res acometidos, permitindo classificar a probabilidade de doença em
nos quais já se excluem as possibilidades de necrose e de isquemia ausente (normal), baixa, média ou alta 106. Pacientes com alta proba-
miocárdica de repouso, um teste diagnóstico pré-alta deverá ser re- bilidade à cintilografia e alta suspeita clínica devem ser tratados como
alizado para afastar ou confirmar a existência de isquemia miocár- tendo embolia pulmonar, pois essa associação apresenta uma sensibi-
dica esforço-induzida (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência lidade de 96%. A cintilografia normal praticamente afasta o diagnósti-
B e D); co de embolia pulmonar em face de seu valor preditivo negativo ser
2) Por ser um exame de ampla disponibilidade, fácil execução muito alto (pouquíssimos casos falso-negativos). O grupo de pacientes
seguro e de baixo custo, o teste ergométrico é o método de estres- com baixa e intermediária probabilidade necessita da realização de ou-
se de escolha para fins diagnóstico e/ou prognóstico em pacientes tro método de imagem para definição do diagnóstico.
com dor torácica e com baixa/média probabilidade de doença coro- A angiotomografia computadorizada do tórax tem mostrado
nária (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); boa acurácia diagnóstica para a embolia pulmonar, com sensibilida-
3) O ecocardiograma de estresse ou a cintilografia de estresse de de 90% e especificidade de 80% 107. Entretanto, o método não
poderá ser realizado em pacientes nos quais o teste ergométrico foi apresenta boa acurácia diagnóstica, quando a embolia acomete
inconclusivo ou quando não se pôde realizá-lo (incapacidade moto- somente vasos pulmonares de menor diâmetro (subsegmentares).
ra, distúrbios da condução no ECG, etc) (Grau de Recomendação I, Apesar dos recentes avanços no diagnóstico da embolia pul-
Nível de Evidência B e D); monar, a arteriografia pulmonar permanece como método padrão-
4) A cintilografia miocárdica imediata de repouso poderá ser -ouro; entretanto, sua indicação deve ser reservada para pacientes
realizada em pacientes com dor torácica com baixa probabilidade cujos testes diagnósticos não-invasivos foram inconclusivos 106. O
de doença coronariana com o objetivo de identificar ou afastar IAM, exame permite uma adequada visualização das artérias pulmonares
sendo que aqueles com teste negativo poderão ser liberados para e seus ramos, apresentando baixa taxa de morbimortalidade, e é
casa sem necessidade de dosagem seriada de marcadores bioquí- custo-eficiente quando outras estratégias diagnósticas não conse-
micos de necrose miocárdica (Grau de Recomendação IIa, Nível de guem definir a suspeita clínica.
Evidência B).
Desta forma, recomendações para a realização de métodos de
O papel dos métodos de imagem na dor torácica de origem imagem para o diagnóstico da embolia pulmonar são:
não-coronariana 1) A radiografia de tórax deve ser solicitada a todos os pacien-
Esta Diretriz somente contemplará a embolia pulmonar e a dis- tes com suspeita clínica de embolia pulmonar.
secção aguda da aorta no diagnóstico da dor torácica de origem 2) O ecocardiograma transtorácico deve ser solicitado a todos
não-coronariana devido às suas elevadas mortalidades, apesar da os pacientes com suspeita clínica com os objetivos de avaliação da
baixíssima incidência em pacientes com dor torácica na sala de função do ventrículo direito e para a possível visualização do trombo.
emergência. 3) Os pacientes clinicamente estáveis podem ser submetidos à
3.5.1 Embolia pulmonar - Em virtude das múltiplas formas de cintilografia pulmonar de ventilação/perfusão, tomografia compu-
apresentação clínica da embolia pulmonar, da variabilidade da acu- tadorizada ou ressonância magnética para definição diagnóstica, na
rácia diagnóstica dos vários métodos de imagem (de acordo com a dependência da sua disponibilidade na instituição.
forma de apresentação) e da complexidade de realização da arte-
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
4) Nos pacientes clinicamente instáveis, particularmente naque- A angiorressonância tem alta acurácia diagnóstica para detec-
les em suporte ventilatório mecânico, o ecocardiograma transesofá- ção de todas as formas de dissecção aórtica, com sensibilidade e
gico deve ser realizado em face de sua alta acurácia diagnóstica, prin- especificidade em torno de 100%. Seu uso é limitado pela presença
cipalmente naqueles cuja possibilidade de trombo central é elevada. de instabilidade hemodinâmica e agitação psicomotora devido ao
5) A tomografia computadorizada e a ressonância magnética tempo prolongado para aquisição de imagens.
são utilizados preferencialmente em pacientes estáveis, havendo A aortografia, apesar de ter sido considerada classicamente
limitação diagnóstica para trombos localizados nos ramos subseg- como o método padrão-ouro para diagnosticar dissecção aórtica,
mentares. com especificidade > 95%, tem sido menos utilizada nos últimos
6) A indicação de arteriografia pulmonar fica reservada para anos em virtude dos novos métodos não-invasivos apresentarem
pacientes com alta suspeita clínica onde os métodos diagnósticos maior sensibilidade para o diagnóstico definitivo. Atualmente, com
não-invasivos foram inconclusivos. a tendência de utilização das endopróteses vasculares na fase agu-
da da dissecção, sua importância diagnóstica está sendo reavaliada.
Estas estratégias, excetuando-se a radiografia de tórax, visam Assim, recomenda-se para pacientes com suspeita clínica de
exclusivamente à confirmação da existência de trombo na circula- dissecção aguda da aorta e que estejam estáveis o uso da angio-
ção pulmonar, não se contemplando nesta diretriz os métodos in- tomografia computadorizada helicoidal ou da angiorressonância
diretos, como o Doppler venoso de membros inferiores, a dosagem magnética como o exame padrão-ouro (Grau de Recomendação I,
do D-dímero e a gasometria arterial. Uma abordagem diagnóstica Nível de Evidência C e D). Para pacientes instáveis recomenda-se o
mais abrangente de embolia pulmonar poderá ser encontrada na uso do ecocardiograma transesofágico (Grau de Recomendação I,
diretriz da SBC sobre este tema. Nível de Evidência C e D).
Dissecção aguda da aorta - Quando há suspeita clínica de dis-
secção aguda da aorta a confirmação diagnóstica deve ser rápida e Árvores neurais e fluxogramas diagnósticos
precisa já que a doença tem elevada mortalidade imediata e o trata- Algoritmos diagnósticos computadorizados, modelos matemá-
mento definitivo é, geralmente, cirúrgico. A decisão de utilização de ticos probabilísticos usando regressão logística, árvores de decisão
um determinado método de imagem na dissecção aguda da aorta clínica e redes neurais são metodologias atualmente disponíveis
deve ser baseada não só na sua acurácia diagnóstica mas também aos médicos e que têm aumentado a sensibilidade e a especifici-
na sua disponibilidade imediata e na experiência dos emergencistas dade diagnóstica na avaliação de pacientes que se apresentam na
e ecocardiografistas/radiologistas com este(s) método(s). sala de emergência com dor torácica. Alguns desses instrumentos
O alargamento do mediastino superior é o achado mais freqüen- têm sido validados prospectivamente, mostrando uma redução nas
temente encontrado na radiografia de tórax (60 a 90% dos casos). No internações nas unidades coronarianas de até 30%. Por outro lado,
entanto é importante frisar que a normalidade deste exame não exclui trabalhos indicam que programas computadorizados validados
o diagnóstico de dissecção aórtica (valor preditivo negativo de 88%). retrospectivamente se comparam, quando aplicados prospectiva-
A aortografia já foi considerada como método padrão-ouro para mente, à alta sensibilidade e especificidade dos médicos
confirmação do diagnóstico da dissecção aguda da aorta. Com o apare- Além disso, sistematizações das condutas médicas (protocolos
cimento dos métodos de imagem não-invasivos, como a ecocardiografia assistenciais), sejam elas diagnósticas ou terapêuticas, quando apli-
transtorácica e transesofágica, a angiotomografia e a angiorressonância cadas de maneira lógica e coerente, em casos previamente defini-
de tórax, a estratégia diagnóstica desta doença vem mudando. Com eles dos, resultam num poderoso e eficiente instrumento de otimização
procuramos confirmar o diagnóstico, classificar o tipo da dissecção, dife- da qualidade e da relação custo-benefício.
renciar a verdadeira e a falsa luz aórtica, localizar os sítios de entrada e Esta diretriz apresenta os principais modelos diagnósticos pre-
reentrada, distinguir dissecção comunicante e não-comunicante, avaliar conizados para pacientes com dor torácica na sala de emergência e
o envolvimento dos ramos aórticos, detectar e graduar a regurgitação que podem ser utilizados de acordo com a sua adequação às carac-
valvar aórtica, e avaliar a existência de extravasamento sanguíneo para terísticas assistenciais de cada instituição.
pericárdio, pleura, mediastino e estruturas peri-aórticas. O modelo Heart ER do Centro Médico da Universidade de Cin-
A utilização do ecocardiograma transtorácico para o diagnóstico da cinnati é utilizado para pacientes com dor torácica considerados de
dissecção aguda da aorta está limitada pela sua baixa sensibilidade (60%) e baixa a média probabilidade de síndrome coronariana aguda (dor
especificidade (70%). Devido à alta taxa de resultados falso-positivos e fal- suspeita e ECG não-diagnóstico). A avaliação diagnóstica consiste
so-negativos, este método não é utilizado para estabelecer o diagnóstico na realização de cintilografia miocárdica imediata de repouso com
final, apesar de informar acuradamente a presença de insuficiência aórtica SESTAMIBI naqueles pacientes em que a dor ainda esteja presente
e a função sistólica do ventrículo esquerdo. O ecocardiograma transesofá- e haja condição de se administrar o fármaco radionúcleo imediata-
gico mostra sensibilidade de 99%, especificidade de 90%, valor preditivo mente na sala de emergência. Se o mapeamento no laboratório de
positivo de 90% e negativo de 99%, entretanto seu uso é limitado pela di- medicina nuclear for negativo para isquemia miocárdica, o pacien-
ficuldade de visualização de pequenos segmentos de dissecção na parte te é liberado para casa sem mesmo realizar dosagens seriadas dos
distal da aorta ascendente e na porção anterior do arco aórtico. marcadores de necrose miocárdica. Se o resultado for positivo, o
A angiotomografia computadorizada helicoidal possui sensibi- paciente é hospitalizado e tratado apropriadamente. Se o exame
lidade > 90% e especificidade > 85%. Determina a extensão, locali- cintilográfico não puder ser realizado, o paciente é investigado na
zação e envolvimento dos ramos arteriais na dissecção aórtica. Tem Unidade de Dor Torácica através da determinação de níveis plas-
como limitações a impossibilidade de detectar o envolvimento das máticos de CK-MB e de troponina I obtidos na chegada, na 3ª e 6ª
artérias coronárias pela dissecção, além de não poder ser utilizada
em pacientes com intolerância ao contraste iodado.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
horas seguintes, enquanto o paciente é mantido sob monitorização eletrocardiográfica contínua da tendência do segmento ST. Teste ergo-
métrico ou cintilografia miocárdica de esforço com SESTAMIBI são realizados naqueles sem evidência de necrose ou isquemia miocárdica
persistente (fig. 2).
O modelo sistematizado de atendimento de pacientes com dor torácica da Clínica Mayo 124 classifica inicialmente os pacientes em
subgrupos de probabilidade baixa, moderada e alta para doença coronariana aguda, de acordo com as diretrizes da Agency of Health Care
Policy Research (AHC PR) 125. Os pacientes de risco moderado são avaliados através de dosagens de CK-MB na chegada, 2 e 4h depois,
enquanto são submetidos à monitorização contínua do segmento ST e ficam em observação durante 6h na Unidade de Dor Torácica. Se a
avaliação resultar negativa, é realizado teste ergométrico, cintilografia de estresse ou ecocardiograma de estresse. Pacientes com resulta-
do positivo ou inconclusivo são internados, enquanto os que têm avaliação negativa são liberados para a residência com acompanhamento
em 72h (fig. 3).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O modelo diagnóstico da Faculdade de Medicina da Virgínia estratifica inicialmente os pacientes com dor torácica na sala de emer-
gência em cinco níveis distintos de risco. Os pacientes do nível 1 apresentam elevadíssima probabilidade de IAM pelo critério do ECG, ao
passo que os do nível 5 têm desconforto no peito de origem nitidamente não-cardíaca. Os pacientes dos níveis 2, 3 e 4 correspondem
aos de probabilidade pré-teste de doença alto, médio e baixo, respectivamente. Pacientes com alta probabilidade de angina instável ou
baixa probabilidade de IAM (nível 3) passam por dosagens seriadas de biomarcadores de necrose miocárdica ou são submetidos a uma
cintilografia miocárdica imediata de repouso com SESTAMIBI. Pacientes com média ou baixa probabilidade de angina instável (nível 4) são
submetidos somente à cintilografia imediata de repouso que, se negativa, determina a alta do paciente para casa (fig. 4).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O modelo diagnóstico do Hospital Pró-Cardíaco usado em sua Unidade de Dor Torácica estratifica a probabilidade pré-teste de síndro-
me coronariana aguda de acordo com o tipo de dor torácica e o ECG de admissão. A dor é classificada em 4 tipos: definitivamente e prova-
velmente anginosa, e provavelmente e definitivamente não-anginosa. Além disso, para pacientes com bloqueio de ramo esquerdo no ECG,
procura-se avaliar se a dor tem ou não características de IAM. A classificação do tipo de dor teve uma sensibilidade e um valor preditivo ne-
gativo para IAM de 94% e 97%, respectivamente, valores estes significativamente melhores que os do ECG (49% e 86%, respectivamente).
A associação do tipo de dor torácica e do ECG de admissão permite a estratificação da probabilidade pré-teste de síndrome coronariana
aguda e a alocação dos pacientes em diferentes rotas diagnósticas (fig. 5). Enquanto os da rota 1 têm elevadíssima probabilidade de IAM
(75%) os da rota 5 têm dor não-cardíaca e são liberados. Os pacientes das rotas 2 e 3 têm probabilidade de síndrome coronariana aguda
de 60% e 10%, respectivamente 15 e são avaliados com dosagens de CK-MB seriadas e de troponina I: na rota 2, por 9h; na rota 3, por 3h.
O teste ergométrico é o método de estresse utilizado para avaliação de pacientes sem evidência de necrose miocárdica ou isquemia de
repouso.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A árvore neural de Goldman é um algoritmo diagnóstico criado para identificar pacientes com IAM utilizando características da dor
torácica e do ECG, que estratifica os pacientes em probabilidades de doença (variando de 1% a 77%) e apresenta sensibilidade e especifi-
cidade de 90% e 50-95%, respectivamente, com um valor preditivo negativo > 98%, quando se aplica um ponto de corte de 7% na proba-
bilidade do paciente ter ou não IAM. Entretanto, o modelo não faz recomendações quanto às estratégias diagnósticas a serem utilizadas
nos diversos subgrupos probabilísticos de doença.
Todos estes protocolos ou modelos diagnósticos e de sistematização estratégica trazem um grande benefício para a prática médica
emergencial no manejo de pacientes com dor torácica, devendo por isso serem implantados em todas as salas de emergência, com ou sem
Unidades de Dor Torácica (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência
A escolha do modelo a ser utilizado dependerá das características funcionais de cada instituição.
Tratamento
Esta diretriz somente abordará os primeiros passos terapêuticos a serem tomados na sala de emergência. Para condutas seguintes,
realizadas geralmente na unidade coronariana, o leitor deve se dirigir à diretriz de IAM ou de síndrome coronariana aguda da SBC.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Contenção ou controle da isquemia miocárdica As doses a serem utilizadas são de 60mg via oral 3 a 4 vezes/
Oxigenioterapia - Pacientes com SCA em vigência de dor ou sin- dia para o diltiazem e 80mg via oral 3 vezes/dia para o verapamil.
tomas e sinais de insuficiência respiratória devem receber oxigênio
suplementar, principalmente se medidas objetivas da saturação de Recanalização coronária e controle do processo aterotrombó-
O2(oximetria de pulso ou gasometria arterial) forem < 90% 129- tico
133. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência C e D). Fibrinolíticos - Pacientes com dor torácica prolongada sugestiva
de isquemia miocárdica aguda e que apresentam supradesnível do
Analgesia e sedação - Para o controle da dor (se a mesma já segmento ST no ECG (ou um padrão de bloqueio de ramo esquer-
não foi aliviada com o uso de nitrato sublingual ou endovenoso) do) são candidatos à terapia de recanalização coronariana visto que
e sedação utiliza-se o sulfato de morfina EV na dose de 1 a 5mg, mais de 75% desses pacientes têm IAM e mais de 85% têm oclusão
podendo-se repetir 5-30min após se não houver alívio (Grau de Re- de uma artéria coronária.
comendação I, Nível de Evidência C e D).
Nitratos - O uso dos nitratos baseia-se não só no seu mecanis- Diversos estudos já demonstraram que quanto mais preco-
mo de ação e experiência clínica mas também numa meta-análise cemente a terapêutica fibrinolítica é iniciada em relação ao início
de 22 estudos (incluindo o ISIS-4 e o GISSI-3) que demonstrou uma da dor (e, conseqüentemente, do fenômeno oclusivo coronariano)
redução significativa de 5,5% na mortalidade hospitalar. Existem maiores são os benefícios em relação à taxa de recanalização, de
poucos e pequenos estudos clínicos comprovando seu benefício no preservação do miocárdio agudamente isquêmico, de redução de
alívio dos sintomas. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência mortalidade hospitalar e tardia, e de complicações intra-hospitala-
A e D). res. Pacientes tratados dentro da 1ª hora obtêm uma redução da
A dose é de 5mg do dinitrato de isossorbida por via SL, poden- mortalidade hospitalar ao redor de 50%.
do ser repetido 5-10min após se não houver alívio da dor, até o Na sala de emergência os pacientes devem ser rapidamente
máximo de 15mg. Para a nitroglicerina, pode-se utilizar o spray na- avaliados quanto aos critérios de inclusão e exclusão para o uso
sal, ou a via parenteral na dose de 10 a até 200 microgramas/min de fibrinolíticos, principalmente os relacionados às complicações
em infusão contínua EV, ajustando-se a mesma a cada 5-10min de hemorrágicas atribuídas às drogas. Pacientes com mais de 12h de
acordo com a pressão arterial. Para o mononitrato de isossorbida a início da dor ininterrupta geralmente não se beneficiam do uso de
dose é de 2,5 mg/kg/dia em infusão contínua. fibrinolíticos. O tratamento deve ser iniciado na própria sala de
emergência (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A e D).
Betabloqueadores - Existem alguns grandes ensaios clínicos A droga de escolha (pela maior rapidez de ação e mais eleva-
randomizados que demonstraram o benefício da utilização imedia- da taxa de recanalização) é o rt-PA, usada na dose de 15mg EV em
ta dos betabloqueadores no IAM com supradesnível do segmento bolus seguida de infusão inicial de 0,75mg/kg (máximo de 50mg)
ST (redução de mortalidade imediata e tardia, de reinfarto e de is- durante 30min, e de outra infusão de 0,50mg/kg (máximo de 35mg)
quemia recorrente) 138-140. São utilizados na SCA sem suprades- durante 60min. Heparinização plena concomitante é necessário por
nível do segmento ST baseados em pequenos estudos e numa me- 48h. A outra droga disponível é a estreptoquinase, administrada na
ta-análise. (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência A e D). dose de 1,5 milhão de unidades em infusão EV durante 30 a 60min,
Os betabloqueadores não podem ser utilizados em pacientes não requerendo uso concomitante de heparina.
com sinais e/ou sintomas de insuficiência ventricular esquerda Angioplastia coronariana percutânea primária - Com o aperfei-
(mesmo incipiente), com bloqueio AV, com broncoespasmo ou his- çoamento da técnica e dos stents coronarianos, não parece haver
tória de asma brônquica. maiores dúvidas de que a angioplastia coronariana percutânea é o
Metoprolol é dado na dose de 5mg EV em 1 a 2min e repetido, método de eleição para a recanalização coronariana em pacientes
se necessário, a cada 5min até completar 15mg (objetivando alcan- com IAM com supradesnível do segmento ST, desde que o procedi-
çar uma frequência cardíaca 60), passando-se a seguir para a dose mento possa ser realizado dentro dos primeiros 60 a 90min após
oral de 25 a 50mg de 12/12h. O atenolol é administrado na dose a chegada do paciente à sala de emergência e por uma equipe ex-
de 5mg EV e repetido em 5min (completando 10mg), seguido da periente 129,155. Fator tempo que deve ser cuidadosamente con-
dose oral de 50-100mg/dia. Quando administrado por via EV é im- siderado pelo médico emergencista na tomada de decisão quanto
prescindível uma cuidadosa monitorização da freqüência cardíaca, ao uso de uma estratégia alternativa de recanalização coronariana
pressão arterial, ausculta pulmonar e ECG. (fibrinolíticos) na eventualidade da indisponibilidade ou inexistên-
cia do laboratório de cateterismo cardíaco em seu hospital (Grau de
Antagonistas dos canais de cálcio - Os benzotiazepínicos (dil- Recomendação I e Nível de Evidência A e D).
tiazem) parecem ter um efeito benéfico no IAM com e sem supra- Para pacientes com SCA sem supradesnível de ST uma condu-
desnível do segmento ST e sem insuficiência cardíaca (redução de ta invasiva imediata (cinecoronariografia seguida de recanalização
mortalidade e reinfarto) e na angina instável, o mesmo se obser- ou desobstrução) ainda permanece como uma questão em aberto
vando com as fenilalquilaminas (verapamil) 145,147,151,152. Já os devido aos resultados divergentes dos 4 ensaios clínicos e um regis-
dihidropiridínicos (nifedipina, amlodipina) só podem ser utilizados tro disponíveis 83,157-160 mas parece haver um certo consenso de
concomitantemente com os betabloqueadores, pois isoladamente que pacientes classificados como de alto risco de eventos 161,162
aumentam o consumo de O2 miocárdico e causam roubo corona- devem ser submetidos à estratégia invasiva imediata enquanto que
riano. (Grau de recomendação IIb, Nível de Evidência A). Podem ser os de baixo risco devem ser submetidos à estratégia conservadora
uma alternativa quando houver contra-indicação ao uso de beta- (tratamento farmacológico seguido de avaliação funcional de exis-
bloqueador ou nitrato (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência tência de isquemia miocárdica residual) 130,131,163 (Grau de Re-
B e D). comendação IIa e Nível de Evidência A e D).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Aspirina - Não havendo contra-indicação (alergia, intolerância inicialmente utilizarem o tirofiban e na evolução optar pela conduta
gástrica, sangramento ativo, hemofilia ou úlcera péptica ativa) a as- invasiva, deverão continuar seu uso durante e após o cateterismo
pirina deve ser sempre utilizada em pacientes com suspeita de SCA ou intervenção (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência A).
imediatamente após a chegada na sala de emergência. Tem com- Os benefícios obtidos com o uso destas drogas devem ser sempre
provação de seu benefício na redução da mortalidade imediata e analisados diante de seu alto custo.
tardia, infarto e reinfarto na SCA através de vários estudos clínicos Os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa podem ser usados, con-
randomizados. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A e D). comitantemente, com a aspirina, o clopidogrel e a heparina.
A dose inicial é de 200-300mg por via oral mastigada, seguida O tirofiban é administrado na dose de 0,4 microgramas/kg/min
de uma dose de manutenção de 100 a 200mg/dia. EV por 30min, seguida de 0,1 microgramas/kg/min por 48 a 96h. O
abciximab é administrado em bolus EV na dose de 0,25mg/kg, se-
Tienopiridínicos (clopidogrel, ticlopidina) - Até recentemente guida de 0,125 microgramas/kg/min (máximo de 10 microgramas/
a ticlopidina era o antiplaquetário recomendado em caso de con- min) por 12 a 24h.
tra-indicação para o uso da aspirina ou na intervenção coronária
percutânea 168. Tratamento inicial da embolia pulmonar
Atualmente, o clopidogrel é a droga de primeira escolha na Uma vez diagnosticada a embolia pulmonar ou havendo evi-
substituição ou no uso concomitante com a aspirina em pacientes dências consistentes de sua provável existência, o tratamento deve
com SCA sem supradesnível do segmento ST que irão ou não à in- ser iniciado imediatamente devido à sua elevada mortalidade hos-
tervenção coronariana percutânea, devendo ser iniciada logo após pitalar - cerca de 1/3 para os não tratados e de 10% para os trata-
a chegada ao hospital ou quando o diagnóstico de SCA for estabele- dos.
cido. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A). A terapêutica inicial visa a estabilidade clínica oferecendo, se
Para o clopidogrel, a dose inicial é de 300-600mg VO, seguida necessário, suporte hemodinâmico e ventilatório. O tratamento es-
da dose de manutenção de 75mg/dia. Para a ticlopidina, a dose ini- sencial da embolia pulmonar é feito com o uso do anticoagulante
cial é de 500mg VO, seguida de dose de manutenção de 250mg de venoso, heparina. Tem como objetivo prevenir a formação de no-
12/12h. vos trombos e diminuir a ação de substâncias vasoativas, como a
serotonina e o tromboxane-A2, liberadas pelas plaquetas ativadas
Anticoagulantes (heparina não-fracionada, heparina de baixo encontradas no trombo original. A dose de ataque da heparina
peso molecular). não-fracionada é de 80 U/kg em bolus EV seguida por uma infusão
Vários ensaios clínicos e metanálises demonstram o indiscutí- contínua de 18 U/kg/h por 5 a 7 dias, incluindo o período de uso
vel benefício do uso das heparinas na SCA. combinado com o anticoagulante oral (Grau de Recomendação I,
A heparina não-fracionada requer monitorização laboratorial Nível de Evidência C e D)
constante do tempo de tromboplastina parcial ativado (PTTa), de- A utilização das heparinas de baixo peso molecular na embo-
vendo ser utilizados regimes terapêuticos ajustados ao peso do pa- lia pulmonar vem se ampliando nos últimos anos, possuindo uma
ciente. Já as heparinas de baixo peso molecular não necessitam de maior ação sobre o fator de coagulação Xa do que sobre o fator IIa
controle do PTTa. quando comparada com a heparina não-fracionada e possibilitando
A heparina não-fracionada é administrada como bolus EV de maior atividade antitrombótica com menor risco de sangramentos.
60-70 U/kg (máximo de 5.000 U) seguido de infusão de 12-15 U/ A enoxaparina deve ser usada por via subcutânea na dose de 1 mg/
kg/h (máximo de 1.000 U/h), mantendo-se o PTTa entre 1,5-2 vezes kg a cada 12h ou 1,5 mg/kg, uma vez ao dia; a nadroparina na dose
o controle. de 85 U/kg a cada 12h ou 170 U/kg, uma vez ao dia; e a daltepari-
As heparinas de baixo peso molecular não equivalem entre si na na dose de 200 U/kg/dia. (Grau de Recomendação IIa, Nível de
em relação às doses. Assim, a enoxaparina é administrada na dose Evidência C).
de 1mg/kg SC de 12/12h ou 1,5mg/kg uma vez ao dia; a dalteparina Nos pacientes clinicamente instáveis, nos quais a probabilidade
na dose de 200 U/kg/dia SC; e a nadroparina na dose de 85U/kg SC de embolia pulmonar maciça é grande, deve-se utilizar as drogas
de 12/12 h ou 170 U/kg uma vez ao dia. trombolíticas que permitam lise mais rápida do trombo, promoven-
Tanto a heparina não-fracionada como as heparinas de baixo do uma melhora clínica mais efetiva. Utiliza-se a estreptoquinase
peso molecular têm Grau de Recomendação I e Nível de Evidência por via EV na dose de 250.000 U em bolus seguida de uma infusão
A e D para uso na SCA. de 100.000 U/h durante 24 a 72h, ou o rt-PA na dose de 100 U EV
em infusão durante 2h (Grau de Recomendação I, Nível de Evidên-
Bloqueadores dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa (abcixi- cia C). A trombólise na embolia pulmonar, como em qualquer ou-
mab, tirofiban) - Diversos ensaios clínicos têm demonstrado efei- tra situação clínica, apresenta uma série de contra-indicações que
tos benéficos com o uso dos bloqueadores da glicoproteína IIb-II- devem ser respeitadas. Além dos pacientes clinicamente instáveis,
Ia em pacientes com SCA em relação à redução de IAM, reinfarto, um subgrupo de pacientes com estabilidade hemodinâmica e venti-
isquemia miocárdica recorrente e necessidade de revascularização latória, porém com disfunção do ventrículo direito ao ecocardiogra-
miocárdica, não se observando, entretanto, redução da mortalida- ma, pode também se beneficiar do uso de trombolíticos. (Grau de
de 182-188. Firma-se a indicação do tirofiban quando não há uma Recomendação IIa, Nível de Evidência C).
atitude invasiva planejada em pacientes com alto ou médio risco,
ou seja, com persistência da isquemia, troponina elevada outras Tratamento inicial da dissecção aguda da aorta
variáveis de risco (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência No caso de suspeita clínica de dissecção aguda da aorta a te-
A). Já o abciximab parece ser melhor indicado quando houver uma rapêutica farmacológica deve ser instituída o mais rápido possível
atitude invasiva imediata planejada, independentemente do risco com objetivo de estabilizar a dissecção e evitar complicações ca-
(Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A). Os pacientes que tastróficas, como a ruptura da aorta. Para isso o tratamento padrão
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
é feito através do uso de vasodilatadores, como o nitroprussiato entre outras doenças cardíacas. Sendo que em algumas situações, a
de sódio, em associação com betabloqueadores (propranolol, me- infusão excessiva de líquidos, pode acarretar um quadro de edema
toprolol, esmolol ou atenolol) (preferencialmente venoso), visando agudo de pulmão.
a redução do cronotropismo e do inotropismo, ou utilizar o labeta- A formação de edema nos pulmões ocorre do mesmo modo
lol que possui ambos os efeitos (Grau de Recomendação I e Nível que em outras partes do corpo. Qualquer fator que faça com que a
de Evidência C e D). Nos pacientes com contra-indicação ao uso de pressão do líquido intersticial pulmonar passe de negativa para po-
betabloqueadores podemos utilizar o enalaprilato venoso. O con- sitiva, provoca uma súbita inundação dos espaços intersticiais e dos
trole da dor deve ser feito com sulfato de morfina, que também alvéolos, com grande quantidade de líquido livre, tendo como cau-
auxilia na redução da pressão arterial e estabilização da dissecção. sas mais comuns a insuficiência cardíaca esquerda ou doença valvu-
Os pacientes deverão ser submetidos à monitorização oxi-dinâmica, lar mitral com consequente aumento na pressão capilar pulmonar e
do débito urinário e da pressão arterial, e encaminhados à unida- inundação dos espaços intersticiais e alveolares. Também a lesão da
de de terapia intensiva e/ou ao centro cirúrgico tão logo indicado membrana dos capilares pulmonares, causada por infecções como
e possível. Aqueles com instabilidade hemodinâmica deverão ser pneumonias ou pela inalação de substâncias nocivas como os gases
colocados em suporte ventilatório e submetidos a monitorização cloro ou dióxido de enxofre, acarreta a rápida saída de líquido e
invasiva da pressão arterial e das pressões do coração direito para de proteínas plasmáticas de dentro dos capilares. (GUYTON, 2006).
melhor controle das pressões de enchimento e do débito cardíaco,
além das variáveis de oxigenação tissular. EDEMA AGUDO DE PULMÃO
O tratamento cirúrgico imediato é reservado para as dissecções O edema pulmonar uma condição definida pelo acúmulo anor-
agudas que envolvam a aorta ascendente ou o arco aórtico (tipo mal de líquido no tecido pulmonar, no espaço alveolar ou em am-
A de DeBakey) e para dissecções distais complicadas (oclusão de bos, se apresentando como uma condição grave. Ocorre, na maioria
um ramo aórtico importante, extensão da dissecção e evidências dos casos, em consequência do aumento da pressão microvascular
de ruptura aórtica) ou não estabilizadas com o tratamento clínico. proveniente da função ventricular esquerda inadequada, o que leva
(Grau de Recomendação I e Nível de Evidência C e D). Em pacien- ao refluxo de sangue para dentro da vasculatura pulmonar (BRUN-
tes com dissecção não complicada que poupem a aorta ascendente NER &SUDDARTH, 2009).
(tipo B) e com dissecção crônica da aorta o tratamento clínico é o
passo inicial. (Grau de Recomendação I e Nível de Evidência C e D). PRINCIPAIS SINTOMAS
As principais manifestações clínicas do edema agudo de pul-
4) suporte de vida em situações de edema agudo de pulmão; mão são: dispnéia intensa, ortopnéia, tosse, escarro cor de rosa e
O edema agudo de pulmão (EAP) é um evento que acontece e espumoso. Em geral o paciente apresenta-se ansioso, agitado,sen-
forma clínica, e que é caracterizado por um acúmulo súbito e anor- tado com membros inferiores pendentes e utilizando intensamente
mal de líquido nos espaços extra vasculares do pulmão, que repre- a musculatura respiratória acessória. Há dilatação das asas do nariz,
senta uma das mais dolorosas e dramáticas síndromes cardiorres- retração intercostal e da fossa supraclavicular. A pele e as mucosas
piratórias, e que ocorre de maneira muito frequente nas unidades tornam-se frias, acinzentadas, às vezes pálidas e cianóticas, com
de emergência e de terapia intensiva. Na maioria das vezes é con- sudorese fria sistêmica. Pode haver referência de dor subesternal
sequência da insuficiência cardíaca esquerda, onde a elevação da irradiada para o pescoço, mandíbula ou face medial do braço es-
pressão no átrio esquerdo e capilar pulmonar é o principal fator querdo em casos de isquemia miocárdica ou IAM. No exame físico,
responsável pela transpiração de líquido para o interstício e interior pode-se constatar taquicardia, ritmo de galope, B2hiperfonética,
dos alvéolos, com interferência nas trocas gasosas pulmonares e pressão arterial elevada ou baixa (IAM, choque cardiogênico), es-
redução da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (TARAN- tertores subcreptantes inicialmente nas bases, tornando-se difusos
TINO, 2007). com a evolução do quadro. Roncos e sibilos difusos indicam qua-
O fluxo aumentado de líquidos, que são provenientes dos capi- se sempre broncoespasmo secundário. O quadro clínico agrava-se
lares pulmonares para o espaço intersticial e alvéolos, que se acu- progressivamente, culminando com insuficiência respiratória, hipo-
mulam nessas regiões ao ultrapassarem a capacidade de drenagem ventilação, confusão mental e morte por hipoxemia (PORTO, 2005).
dos vasos linfáticos, promovendo uma troca alvéolo-capilar de for- Deve-se basear no achado das seguintes alterações: pacien-
ma inadequada (FARIA ET AL, 2010). te com queixa de dispnéia, geralmente de início súbito, associada
Com base nestes contextos, analisar a participação da equipe à tosse e a sinais de liberação adrenérgica (taquicardia, palidez
de enfermagem no sentido de reabilitação do paciente no decorrer cutânea, sudorese fria, hipertensão e ansiedade). Sinais de esfor-
deste acontecimento que ocorre de forma frequente, embora seja ço da musculatura inspiratória, com uso dos músculos acessórios
ele um evento que requer cuidados minuciosos é imprescindível. da respiração, tiragem intercostal e batimento de asas de nariz.
Segundo Marsella (2012), as principais patologias que determinam Taquipnéia e expiração forçada, inclusive com presença de respira-
o EAP são: Isquemia miocárdica aguda (com ou sem infarto prévio), ção abdominal. Ausculta pulmonar variada, podendo-se encontrar,
hipertensão arterial sistêmica, doença valvar, doença miocárdica mais comumente, estertores inspiratórios e expiratórios de médias
primária, cardiopatias congênitas e arritmias cardíacas, principal- e grossas bolhas. Também é comum o encontro de murmúrio vesi-
mente as de frequência muito elevada. cular mais rude, com roncos e sibilos. Outros achados que podem
Sallum (2013) salienta que a causa mais comum do EAP é in- ajudar a definir etiologia do EAP são: presença de dor torácica com-
suficiência ventricular esquerda, onde há uma incapacidade desta patível com insuficiência coronariana, galope cardíaco (B3 e/ou B4),
cavidade em bombear o sangue para fora do coração. Esta pode sopros cardíacos e deslocamento da posição do ictus cardíaco (sinal
ocorrer por diversos motivos, entre eles estão à hipertensão arte- de aumento da área cardíaca) (MASELLA, 2012).
rial, doenças das válvulas cardíacas, doenças do músculo cardíaco,
arritmias cardíacas e distúrbios da condução elétrica do coração,
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
A Crise Hipertensiva é dividida em urgência hipertensiva e .Os principais cuidados de enfermagem na administração desta
emergência hipertensiva: medicação são:
• Urgência Hipertensiva: não existe o comprometimento ins- • Preparo e diluição da medicação conforme padronização e/
talado dos órgãos-alvo (coração, artérias, cérebro e rins). Após a ou prescrição médica (geralmente é diluído em 250 ml de solução
avaliação médica o paciente geralmente recebe medicações por via fisiológica ou glicose 5%);
oral ou sublingual e é tratado ambulatorialmente e em domicílio; o • Controle rigoroso de gotejamento, instalar preferencialmente
controle da Pressão Arterial é feito em até 24 horas; em bomba de infusão e verificar continuamente a infusão correta
• Emergência Hipertensiva: existe o comprometimento insta- do medicamento;
lado e iminente dos órgãos-alvo (coração, artérias, cérebro e rins); • Controle da pressão arterial do paciente (algumas bibliogra-
após a avaliação médica é indicado tratamento hospitalar em CTI’s fias indicam controle a cada cinco minutos, outras a cada 15 a 30
e administração de vasodilatadores endovenosos. Essa crise é minutos. É importante seguir as orientações do enfermeiro na ob-
acompanhada por sinais que indicam as lesões nos órgãos-alvo, tais servação e aferição da pressão arterial, uma vez que nas primeiras
como: encefalopatia hipertensiva, edema agudo de pulmão, aci- horas de infusão da medicação será necessária a verificação em in-
dente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio ou dissecção tervalos menores e/ou conforme a apresentação de sinais e sinto-
aguda da aorta, nestes casos há o risco iminente de morte; mas no paciente); o mais indicado é que o paciente esteja monito-
rizado com monitor multiparâmetros, que verifica constantemente
Segundo Uenishi (1994), os principais cuidados de enferma- o pulso, pressão arterial e oximetria;
gem no tratamento das crises hipertensivas são: Observação: todos os sinais e resultados obtidos devem obri-
• Manter o paciente em ambiente calmo e tranquilo; gatoriamente ser anotados no prontuário do paciente, bem como
• Puncionar veia periférica; os horários de instalação da medicação e possíveis mudanças em
• Monitorizar adequadamente (PA, ECG e Débito Urinário); gotejamentos, conforme a orientação médica.
• Instalar medicação prescrita anti-hipertensiva em bombas de
infusão; 6) suporte de vida em situações de infarto agudo do miocár-
• Para pacientes com infusão intravenosa de vasodilatadores, dio;
obter parâmetros de sinais vitais a cada cinco minutos até a redu- As doenças cardiovasculares (DCV) atualmente estão entre as
ção desejada da pressão arterial. principais causas de morbidade, incapacidade e morte no Brasil e
Um dos principais medicamentos vasodilatadores utilizados no mundo, sendo responsáveis por 39% das mortes registradas em
nas emergências hipertensivas é o nitroprussiato de sódio, que é 2008. Os gastos com estes pacientes totalizaram 1,2 milhões em
um potente vasodilatador. Sua ação é semelhante ao nitrito, que 2009 e, com envelhecimento da população e mudança dos hábitos
atua diretamente sobre o músculo liso dos vasos sanguíneos, pro- de vida, a prevalência desta doença tende a aumentar ainda mais
vavelmente por causa da porção nitrosa. O metabolismo inicial do futuramente (BRASIL, 2008). A Organização Pan-americana de Saú-
nitroprussiato envolve a liberação não enzimática de cianogênio, o de (OPAS) reconhece a necessidade de uma ação integrada contra
qual é rapidamente convertido em tiocinato, por meio de uma ação as Doenças cardíacas e irá propor aos países membros que estabe-
catalisadora por enzima hepática. leçam a meta global de reduzir a taxa de mortalidade por esta em
Embora essa reação seja irreversível, o tiocinato pode ser de 20% na década de 2011-2020 em relação à década precedente. En-
forma lenta convertido em cianeto pela ação de uma tiocinato oxi- tre as causas de morte e hospitalização, destacam-se as síndromes
dase presente nos eritrócitos. (GUERRA et al.,1988). Muitos dos coronarianas agudas (SCA), incluindo o infarto agudo do miocárdio
efeitos tóxicos que se observam durante o uso do nitroprussiato são (IAM) e a angina instável (AI) (ESCOSTEGUY et al., 2005). Em situa-
notados em envenenamento por cianeto e tem sido sugerido que ções de emergências, ao admitir um paciente grave, o enfermeiro
esse último composto seria responsável pelos efeitos tóxicos pelo é o profissional que realizará a triagem em serviço de emergência,
uso prolongado da droga em pacientes. O início da ação do nitro- cabe a ele avaliar o paciente, determinar as necessidades de prio-
prussiato de sódio é imediato e persiste enquanto perdura a infusão ridade e encaminhá-lo para a área de tratamento. Sendo assim, o
da droga, atua tanto nos vasos de capacitância como nos vasos de enfermeiro é o profissional da equipe de emergência a ter o primei-
resistência. Produz redução muito rápida nas pressões arterial e ve- ro contato com o paciente, cabendo-lhe o papel de orientador nos
nosa central e um aumento moderado na frequência cardíaca. procedimentos que serão prestados.
Também é potente vasodilatador cerebral, causando aumento
da pressão intracraniana responsável pela cefaleia pulsátil experi- Importância dos atendimentos de emergência
mentada por alguns pacientes. Os vasos da retina podem relaxar-se A emergência é uma propriedade que uma dada situação as-
e aumentar a pressão intraocular, o que favorece a crise aguda do sume quando um conjunto de circunstâncias a modifica. A assis-
glaucoma. O nitroprussiato de sódio é indicado nas crises hiperten- tência em situações de emergência e urgência se caracteriza pela
sivas e também é útil para produzir hipotensão em alguns procedi- necessidade de um paciente ser atendido em um curtíssimo espa-
mentos cirúrgicos, assim como para diminuir a resistência periférica ço de tempo. A emergência é caracterizada como sendo a situação
em pacientes com infarto do miocárdio, ocasionando melhora no onde não pode haver uma protelação no atendimento, o mesmo
desempenho cardíaco, que é acompanhado pelo aumento do volu- deve ser imediato (CINTRA, 2003). Ressalta este autor, que neces-
me urinário e excreção de sódio. sidade da formação do enfermeiro em atuação nas unidades emer-
A toxidade aguda do Nitroprussiato é secundária à vasodila- genciais apresenta a importância dos procedimentos teóricos que
tação excessiva e à hipotensão. Podem ocorrer náuseas, vômitos, aprendemos como enfermeiros que o socorro nos momentos após
sudorese, agitação, cefaleia, palpitação, apressão subesternal e sín- um acidente, principalmente as duas primeiras horas são os mais
cope, devido ao deslocamento da massa sanguínea para as áreas importantes para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das
esplênicas e periféricas, com possível hipóxia cerebral. pessoas feridas.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Os casos de urgência se caracterizam pela necessidade de tra- Segundo o autor acima os sinais e sintomas do IAM:
tamento especifico, o paciente será encaminhado para a especiali- • Dor intensa e prolongada no peito;
dade necessária, ortopedia, cirurgia geral, neurologia e clínica mé- • Dor que se irradia do peito para os ombros, pescoço ou bra-
dica. Neste caso o risco de vida é pouco provável. Quanto à atenção ços;
hospitalar às vítimas de acidentes e violências reúne-se de forma • Dor prolongada na “boca do estômago”;
complexa a estrutura física, a disponibilidade de insumos, o aporte • Desconforto no tórax e sensação de enfraquecimento;
tecnológico e os recursos humanos especializados para intervir nas • Respiração curta mesmo no estado de repouso;
situações de emergência decorrentes dos acidentes e violências. • Sentir tonteira;
As emergências são as principais portas de entrada desses pacien- • Náusea, vômito e intensa sudorese;
tes no hospital; considerando a gravidade das lesões, a assistência • Ataques de dor no peito que não são causados por exercício
demandará ações de diferentes serviços e poderá exigir um tempo físico.
considerável de internação, acarretando um custo elevado.
Os autores Tacsi e Vendruscolo (2004) consideram que o en- Contudo, há de ser levado em consideração que existem em
fermeiro no setor de emergência deve adotar estilos de liderança muitos indivíduos um componente genético importante na susce-
participativa e compartilhar e/ou delegar funções. São as principais tibilidade individual para o desenvolvimento da arteriosclerose,
habilidades, para o gerenciamento da assistência: a comunicação, o embora sua natureza até o momento não seja entendida, essa sus-
ao paciente, em casos de emergência, seja direcionado, planejado cetibilidade genética pode interferir nas características bioquímicas
e livre de quaisquer danos. e fisiológicas, acelerando o processo da doença. Esse componente
O Infarto do Miocárdio Segundo Lima (2007), o termo infarto genético é definido como herança genética ou características não
designa a necrose do miocárdio que se instala secundariamente à modificáveis.
interrupção aguda do fornecimento de sangue através das coroná- A assistência da equipe de enfermagem no atendimento à ví-
rias. A destruição do músculo do coração é motivada, geralmente, tima de infarto agudo do miocárdio O enfermeiro tem um papel
por depósitos de placas de ateroma nas artérias coronárias. importante na assistência, tem sido discutido políticas e estratégias
Desse modo, essas placas nada mais são do que o amontoado de saúde em relação a doenças cardiovasculares, para que a en-
de células no interior dos vasos sanguíneos. Lesões dos próprios fermagem atue na promoção e recuperação da saúde através de
vasos, assim como depósitos de gordura que vão desenvolvendo-se intervenções as quais objetiva alcançar os resultados esperados, es-
com o tempo, constituem-se verdadeiras “rolhas” no interior das tabelecendo protocolos que consiste em passos a serem dados para
artérias do coração. O infarto do miocárdio está mais repetidamen- a realização de suas ações sistemática na sequência que devem ser
te unido a uma causa mecânica, ou seja, suspensão do fluxo sanguí- executado. O enfermeiro, por meio de seus cuidados, é um profis-
neo para uma área específica por causa da obstrução total parcial sional essencial na assistência e recuperação da saúde da vítima de
da artéria coronária responsável por sua irrigação. A dimensão da IAM (BRANDÃO, 2003).
necrose depende de muitos fatores que possam ter ocorrido tais O atendimento de emergência nas Unidades Hospitalares tem
como o tamanho da artéria lesada, tempo de desenvolvimento da importante papel na recuperação e manutenção da saúde do indi-
obstrução e desenvolvimento da circulação colateral (CHIAVENATO, víduo. Recuperar a saúde e mantê-la se estabelece com uma assis-
2010). tência à saúde de qualidade e equipe multidisciplinar voltada para
O infarto significa a morte de uma parte do músculo cardía- o indivíduo como um todo na sua integralidade, atentando para as-
co (miocárdio), por falta de oxigênio e irrigação sanguínea. A oxi- pectos que envolvem a atuação eficaz, eficiente, rápida e com bom
genação necessária ao funcionamento do coração sucede por um conhecimento clínico e científico. A atuação do enfermeiro encaixa-
conjunto de vasos sanguíneos, as chamadas artérias coronárias. -se naquela equipe supracitada e é primordial para os serviços de
Quando uma dessas artérias que irrigam o coração impede o abas- saúde no tocante à promoção à saúde dos clientes/pacientes que
tecimento de sangue e oxigênio ao músculo, redundando em um são assistidos em serviços de Urgência e Emergência.
processo de destruição irreversível, podem ocasionar parada car-
díaca (morte súbita), morte tardia ou insuficiência cardíaca com sé- 7. suporte de vida em situações de acidente vascular encefá-
rias limitações de atividades físicas (TEIXEIRA, 2010). lico;
Os pacientes que passam por um infarto, são comumente do As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem a
sexo masculino, pois são mais facilmente vulneráveis que as mulhe- primeira causa de mortalidade na população mundial (CRUZ, 2015).
res. Isso porque, acredita-se que as mulheres possuam uma eficácia São responsáveis por um elevado número de mortes prematuras,
protetora que é a produção de hormônios (estrógeno), tanto que diminuição da qualidade de vida e impactos socioe¬conômicos, en-
após a menopausa, pela falta de produção desse hormônio, a cir- volvendo a taxa de mortalidade, os custos do tratamento, déficit
cunstância de infarto na mulher cresce de sobremaneira (SILVEIRA, motor e redução cognitiva dos pacientes (STONE, 2013; MALTA et
2006). al., 2015).
O infarto do miocárdio pode também ocorrer em pessoas que As DCNT incluem neoplasias, doenças respiratórias crônicas,
têm as artérias coronárias normais. Isso acontece quando as co- diabetes mellitus e doenças do aparelho circulatório. O Acidente
ronárias apresentam um espasmo, contraindose violentamente e Vascular Encefálico (AVE) é classificado nesta última, sendo um dis-
também produzindo um déficit parcial ou total de oferecimento de túrbio neurológico no qual ocorre perda da função ence¬fálica em
sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído (MALVES- decorrência da ruptura do aporte sanguíneo para uma região do
TIO, 2002). encéfalo com instalação súbita de causa vascular (CARNEIRO et al.,
2015; OLIVEIRA et al., 2016).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O AVE é mais frequente após os 60 anos, sendo responsável por As princiais dificuldades para implementação de protocolos
847.694 interna¬ções hospitalares no Brasil nos últimos cinco anos, são: falta de adesão pela equipe multiprofissional, conhecimento
por 27,6% (234.326) na região Nordeste do país e 0,46% (3.969) em deficiente, ausência de estrutura física no ambiente de assistência
Sergipe (BRASIL, 2016). Nos anos de 2012, 2013 e 2014 corres¬pon- e falta de investimento em equipamentos e tecnologia avançada
deu a 249.470 óbitos no Brasil, 28,5% (71.279) na região Nordeste e (FRANGIONE-EDFORT, 2014).
1,02% (2.565) em Sergipe (BRASIL, 2016). Dos sobreviventes, cerca Moura e Casulari (2015) defendem que o uso de protocolos no
de 50% necessitam de cuidados espe¬ciais e auxílios para desenvol- atendimento ao paciente com AVE melhora o atendimento signi-
vimento de suas atividades em longo prazo (CRUZ, 2015). ficativamente. Corroborando com a afirmativa, Donnellan, Sweet-
O Ministério da Saúde (MS), baseado na linha do cuidado do man e Shelley (2013b) afirmam que a adesão aos proto¬colos é as-
AVC, instituída pela Portaria MS/GM nº 665 de 12 de abril de 2012, sociada a desfechos favoráveis no tratamento ao AVE, aumentando
instituiu o Manual de rotinas de atenção ao AVE, o qual tem como a sobre¬vida e reduzindo os custos hospitalares.
objetivo apresentar protocolos, escalas e orientações aos profissio-
nais de saúde no manejo clínico ao paciente acometido pela do- Atuação do enfermeiro no manejo do AVE
ença, garan¬tindo assistência de qualidade nos serviços de saúde Durante o período de permanência em internação hospitalar,
nacionais (BRASIL, 2013). o paciente acometido por AVE recebe a assistência de uma equipe
A utilização de protocolos institucionais pré-definidos de aten- multidisciplinar que desenvolve ações com o objetivo de melhorar
dimento a pa¬cientes com AVE requer a participação de uma equipe o estado de saúde e consequente alta hospitalar. O enfermeiro,
multidisciplinar. Nesta, o en¬fermeiro está inserido como respon- du¬rante o seu turno de trabalho, é o profissional que possui maior
sável direto na assistência prestada, permitindo o reconhecimento contato com o paciente, sendo responsável pela maior parte dos
precoce de sinais e sintomas sugestivos da doença e uma conduta cuidados e procedimentos (SOUZA et al., 2014).
diagnóstica ou terapêutica de forma segura (MONTEIRO, 2015). No processo de cuidado ao paciente com AVE, o enfermeiro
Em estudo realizado por Donnellan, Sweetman e Shelley deve atuar com o objetivo de minimizar as sequelas provenientes
(2013a), no qual foi avaliada a implementação de diretrizes nacio- da doença, além de desenvolver uma assistência com foco no esta-
nais de AVE, foi observado que o instru¬mento consiste em um do físico, espiritual e mental. Para isso, esse profissional deve iden-
conjunto de orientações específicas à conduta terapêutica, con- tificar as principais necessidades do paciente, elaborar um plano de
templando o que, quem, quando, onde e como a assistência deve cuida¬dos individualizado e garantir que o mesmo seja implemen-
ser realizada, porém ressalta que deverá ser adaptado ao uso no tado de maneira eficaz (BARCELOS et al., 2016).
ambiente clínico. Hinkle (2014) destaca que estes profissionais devem realizar e
Os resultados encontrados por Oostema e outros autores registrar um exame físico eficiente pactuado na escala de AVE dos
(2014) dão suporte às afirmativas da literatura. Os autores obser- Institutos Nacionais de Saúde (NIHSS). Afirma ainda que este ins-
varam que a eficiência dos cuidados hos¬pitalares aos pacientes trumento deva ser empregado continuamente na fase aguda do
esteve relacionada à utilização das recomendações das dire¬trizes AVEi, em pacientes pós-AVEh ou com suspeita de Ataque Isquêmico
nacionais, visto que proporcionou chegada em cena precoce, ava- Transitório (AIT) a fim de identificar o estado neurológico, avaliar
liação mais rápida, utilização aumentada da terapia trombolítica e eficácia do trata¬mento e prever um desfecho para conduta clínica.
a tempos de porta-agulha re¬duzidos para a administração trom-
bolítica. A escassez de neurologistas prontamente disponíveis em servi-
Ao ser admitido no serviço de emergência, o paciente deve ser ços hospitalares dos Estados Unidos favoreceu o desenvolvimento
avaliado com base em protocolos que definem as principais ma- de práticas avançadas de enferma¬ gem. Estas práticas evidencia-
nifestações clínicas da doença e indicam o melhor tratamento no das pelo autor contemplam a atuação dos enfermeiros na identifi-
melhor tempo resposta, reduzindo as complicações provenientes cação, tomada de decisão de tratamento e gestão contínua de pa-
do AVE e melhorando o prognóstico do paciente (SANDER, 2013). cientes com AVE (BRETHOUR, 2012).
Blomberg e outros autores (2014) constataram que a utiliza- Em estudo de Blomberg e colaboradores (2014) foi avaliado o
ção de algoritmo específico no atendimento pré-hospitalar (APH) nível de con¬cordância entre enfermeiros e médicos na condução
permitiu uma alta precisão no diag¬nóstico do AVE e eficácia na clínica do AVE, evidenciando similaridade entre os profissionais de
corrente de sobrevivência. Destacaram a utilização de intervenções 78% na decisão de monitorização e intervenção precoce e 74% na
específicas, incluindo suporte de oxigênio, inserção de cateteres ve- realização da Tomografia Computadorizada (TC) de crânio, porém
no¬sos periféricos, exame neurológico e reação pupilar, transporte os enfermeiros apresentaram nível de precisão em 84%.
imediato com elevada prioridade médica e comunicação precoce à Bergman e outros autores (2012) defendem que os enfermeiros
instituição que receberá o paciente. devem ser ca¬pacitados para reconhecer as manifestações clínicas de
As diretrizes da Associação Americana de AVE recomendam um AVE, visto que esses pro¬fissionais, na maioria das vezes, são res-
que a avaliação e o diagnóstico rápidos dos pacientes devem pro- ponsáveis pelo acolhimento e avaliação pri¬mária desses pacientes no
porcionar um tempo de porta-agulha não superior a 60 minutos serviço de urgência. O reconhecimento precoce e escolha da terapêuti-
(BRETHOUR, 2012). Associado a isto, o autor evidenciou que a ad- ca adequada são fatores positivos para o prognóstico do paciente.
ministração do t-PA dentro das primeiras 3 horas do início do qua- Yang e outros autores (2015), ao questionarem 331 enfermei-
dro em uma dose de 0,9 mg/kg proporciona melhora na perfusão ros e médicos sobre a capacidade de reconhecimento de um AVE,
cerebral e reduz significati¬vamente a incapacidade sem aumento 48% referiram aptidão para reconhecer e gerenciar a situação. Em
no risco de morte do paciente. seu estudo, Adelman e colaboradores (2014), ao entrevis¬tarem
875 enfermeiros sobre os sinais de alerta para o AVE, evidenciaram
que 87% dos entrevistados reconheceram dois ou mais sinais da
doença.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Conforme afirmam Barcelos e outros autores (2016), as limi- A abordagem do enfermeiro inclui, pelo menos, sete procedi-
tações físicas e cog¬nitivas impostas pelo AVE são agravantes que mentos:
podem interferir durante a realização dos cuidados pelo enfermeiro - Controlar a glicemia capilar
aos pacientes. Por este motivo, o profissional deve ser capacitado - Verificar o monitor multiparamêtrico
para atuar diante das dificuldades que podem surgir durante a as- - Coletar exames laboratoriais
sistência, utilizando estratégias de cuidado que visem proporcionar - Realizar oxigenoterapia
uma comunicação tera-pêutica efetiva. - Verificar a dor e realizar o controle
Souza e outros autores (2014) evidenciaram em estudo a im- - Determinar o decúbito, sempre de acordo com o tipo de cho-
portância da comu¬nicação verbal e não verbal entre o enfermeiro que (hipovolêmico, cardiogênico e circulatório)
e o paciente afásico, a fim de manter uma relação de confiança. No - Realizar acesso venoso calibroso
estudo, os enfermeiros relataram usar os gestos (100%), comunica-
ção verbal (33,3%), comunicação escrita (29,6%) e toque (18,5%). No choque hipovolêmico, que é o tipo mais frequente, há uma
Nesta pers¬pectiva, é essencial que o enfermeiro esteja preparado diminuição no volume intravascular. O problema pode ser ocasio-
para realizar uma comunicação terapêutica efetiva, com o objetivo nado pela perda de líquido externa ou, ainda, por deslocamento de
de prestar assistência adequada e de qualidade. líquidos internos. Aqui, os objetivos da enfermagem no tratamento
concentram-se em três etapas:
8) suporte de vida em situações de estados de choque; - Restaurar o volume intravascular
- Redistribuir o volume de líquidos corporais
- Reparar a causa originária da perda de líquido ao lado da equi-
pe médica tão logo for possível.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
sibilite o restabelecimento da homeostase. A PCR ocorre com maior frequência em UTI, uma vez que essas unidades assistem pacientes
gravemente enfermos. Os profissionais de Enfermagem devem estar aptos para reconhecer quando um paciente está em PCR ou prestes
a desenvolver uma.
A avaliação do paciente não deve levar mais de 10 segundos (ZANINI; NASCIMENTO E BARRA, 2006). Vários estudos têm demonstrado
que quanto menor o tempo entre a parada cardiorrespiratória e o atendimento, maior a chance de sobrevida da vítima (GOMES et al.,
2005 apud MADEIRA E GUEDES, 2010).
Para que o Suporte Básico de Vida (SBV) seja concretizado com eficiência é necessário o reconhecimento rápido e a realização das ma-
nobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), utilizando de compressões torácicas de boa qualidade (SILVA; ARAÚJO E ALMEIDA, 2017).
Com o objetivo de reverter este colapso foi desenvolvido o método de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) que refere-se à tentativas
de recuperar a circulação espontânea, sendo sua aplicação universal (o que independe da causa base da PCR), com atualizações protoco-
lares sistemáticas (SILVA; ARAÚJO E ALMEIDA, 2017).
A reanimação cardiopulmonar (RCP) é definida como o conjunto de manobras realizadas após uma PCR com o objetivo de manter
artificialmente o fluxo arterial ao cérebro e a outros órgãos vitais, até que ocorra o retorno da circulação espontânea (RCE) (NASSER E BAR-
BIERI, 2015). Para Madeira e Guedes (2010), a reanimação cardiorrespiratória cerebral é definida pelo conjunto de medidas diagnósticas
e terapêuticas que tem o objetivo de reverter a parada cardiorrespiratória. A RCP tem por finalidade fazer com que o coração e o pulmão
voltem a funcionar de acordo com seu padrão de normalidade, e por ser entendida como um conjunto de manobras destinadas a garantir
a oxigenação para todos os órgãos e tecidos, principalmente ao coração e cérebro.
O enfermeiro é vital nos esforços para reanimar um paciente, sendo ele, frequentemente, quem avalia primeiro o paciente e inicia as
manobras de RCP e aciona a equipe (ARAÚJO et al., 2012). Cabe ao enfermeiro e sua equipe assistir esses pacientes, oferecendo circulação
e ventilação até a chegada da assistência médica, para tanto esses profissionais devem adquirir habilidades para prestar adequadamente
a assistência necessária.
A enfermagem tem papel extremamente importante no atendimento à PCR, evento em que são imprescindíveis a organização, o
equilíbrio emocional, o conhecimento teóricoprático da equipe, bem como a correta distribuição das funções por parte destes profissio-
nais, que representam, muitas vezes, a maior parte da equipe nos atendimentos de RCP (SILVA, 2006). Silva (2006) relata que na maioria
das vezes, o enfermeiro é o membro da equipe de saúde que primeiro se depara com o paciente/cliente em situação de PCR, devendo,
portanto estar preparado para concentrar esforços e atuar nos acontecimentos que precedem o evento da PCR, e consequentemente, na
sua identificação precoce, no seu atendimento e nos cuidados pós-reanimação.
Para Silva (2017), se a manobra não for realizada corretamente, poderá haver uma necrose nos tecidos musculares do coração, a dimi-
nuição ou ausência de oxigenação no cérebro, levando assim o paciente a óbito ou até lesões irreversíveis cerebrais.
Segundo a American Heart Association 2015, o atendimento à PCR em Suporte Básico de Vida (SBV), compreende:
Um conjunto de técnicas sequenciais caracterizadas por compressões torácicas, abertura das vias aéreas, respiração artificial e des-
fibrilação ao considerar a PCR como uma emergência clínica, na qual o objetivo do tratamento consiste em preservar a vida, restabelecer
a saúde, aliviar o sofrimento e diminuir incapacidades, o atendimento deve ser realizado por equipe competente, qualificada e apta para
realizar tal tarefa. Neste contexto destaca-se a figura do enfermeiro, profissional muitas vezes responsável por reconhecer a PCR, iniciar
o SBV.
De acordo com as novas recomendações da American Heart Association o correto é que os socorristas aplique uma frequência mínima
de 100 a 120 compressões torácicas por minutos (AHA, 2015). Sendo este um fator determinante do retorno da circulação espontânea.
Desta forma, a pesquisa tem o intuito de identificar a frequência com que os profissionais se atualizam quanto as novas recomendações
da AHA em relação a PCR e aos métodos de RCP, contribuindo para a formulação de estratégias eficazes de incentivos a capacitação em
saúde aos profissionais enfermeiros.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Conduta:
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
• Estado geral
• ABCDE
• Sinais Vitais
• Anamnese – 5 Ws (Quem, o que, onde, quando, por que?)
• Antídoto
• Diluição?
• Êmese
• Lavagem Gástrica
Diluição:
Imediatamente
- Álcalis
- Ácidos fracos
- Hidrocarbonetos
Nunca
- Ácidos concentrados
- Substâncias cáusticas
- Inconsciência
- Reflexo da deglutição diminuído
- Depressão respiratória
- Dor abdominal
Lavagem Gástrica:
• Recém-Nascido: 500 ml
• Lactentes: 2 a 3 litros
• Pré-Escolares: 4 a 5 litros
• Escolares: 5 a 6 litros
• Adultos: 6 a 10 litros.
Carvão ativado
• Crianças < 12 anos = 1g/kg
• Adultos até 1g/kg
• Dose de ataque = 50 a 60g em 250ml SF
• Manutenção = 0,5g/kg – 4 a 6h
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Monóxido de Carbono
• Gás inodoro
• Incolor.
• Tem de 200 a 300 vezes mais afinidade pela hemoglobina que o oxigênio.
• Satura a hemoglobina, impede a chegada de oxigênio em nível celular.
Conduta:
• Retirar do ambiente nocivo
• O2 em alta concentração
- O2 a 100% diminui a meia vida da COHb em cerca de 4 vezes em pressão atmosférica normal - Câmara hiperbárica a 3 atm diminui
a meia vida da COHb em cerca de 13 vezes.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
serpentes e vespas. O atendimento médico pré-hospitalar foi cria- atendimento pré-hospitalar pode ser realizado a monitorização dos
do devido ao aumento exacerbado de enfermidades relacionados a dados vitais, classificação da gravidade, medidas gerais da ferida,
situações de urgência e emergência, com o objetivo de uma inter- identificação do tipo de acidente e principalmente a administração
venção precoce precoce da soroterapia para uma melhor sobrevida. Os acidentes
A atenção primária às urgências e emergências era considera- por animais ofídicos apresentam maiores taxas de casos com o in-
da um problema para o SUS, devido a isso, em 2000 foi instituída a tervalo mais longo entre o acidente e o atendimento, esse tipo de
Política Nacional de Atendimento às Urgências (PNAU), tendo como acidente também foi o que mais apresentou classificação de gravi-
componente o Serviço Móvel de Urgência (SAMU) que foi instituído dade com taxa moderada e grave. Dessa forma, com o tratamento
pela portaria n. 1.863/03 sendo posteriormente fonte da portaria instituído no atendimento préhospitalar móvel pode proporcionar
1.864/0. Os pilares da PNAU foram fundamentados na promoção da menor taxa do intervalo entre o acidente e o atendimento e, con-
qualidade de vida, operação de centrais de regulação, capacitação sequentemente, menores índice de notificações de classificação de
e educação continuada, humanização da atenção e organização em gravidade moderada e grave. Maiores estudos são necessários para
rede. As intoxicações representam grande volume dos atendimen- avaliar a significância dessa relação e se zonas rurais e urbanas in-
tos da emergência tanto de adultos quanto pediátricos. fluenciam no tempo entre o acidente e o atendimento.
Os acidentes por animais peçonhentos também são descritos Atuação do Enfermeiro no atendimento pré-hospitalar.
como acidentes domésticos em que crianças constituem a parce- O atendimento pré-hospitalar (APH) é destinado às vítimas de
la da população mais acometida de acordo com Mota e Andrade trauma, violência urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos. Visa
(2014). Pacientes que sofreram acidentes por animais peçonhentos estabilizar o paciente de forma eficaz, rápida e com equipe prepa-
devem ser atendidos por unidade especializada em urgência clínica rada para atuar em qualquer ambiente e remover o paciente para
devido à necessidade de rapidez para neutralização das toxinas ino- uma unidade hospitalar.
culadas durante o acidente e introdução de medidas de sustentação Em 2002, tendo em vista o crescimento da demanda por ser-
das condições. O tempo decorrido entre o acidente e o atendimen- viços de urgência e emergência e ao real aumento do número de
to médico é condicionante para a recuperação das vítimas e deter- acidentes e da violência urbana, o Ministério da Saúde aprovou
mina a evolução para um quadro mais leve ou mais grave.. Ainda a regulamentação técnica dos sistemas estaduais de Urgência e
há um déficit em relação à presença de um perfil nacional confiável Emergência, por meio da Portaria 2048, ratificando que esta área
devido ao grande número de subnotificações. Dessa forma, a admi- constitui-se em um importante componente da assistência à saúde.
nistração da soroterapia é necessária ser realizada o mais precoce No ano seguinte, a Portaria1864/GM deu início à implantação do
possível. Para que isso ocorra é imprescindível o conhecimento da Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) nas mo-
forma de identificação do animal peçonhento principalmente pelos dalidades suporte básico e avançado de vida, atuação desenvolvi-
profissionais de atendimento préhospitalar móvel, que tem o con- da em todo o território brasileiro pelos Estados em parceria com o
tato mais precoce com esse paciente. Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde. A Enfer-
magem ainda conta com a Resolução Cofen 375/2011, que dispõe
Atendimento Pré Hospitalar sobre a presença do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e
O intervalo de tempo entre o acidente e o atendimento é Inter-Hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido.
descrito como estar relacionado diretamente com a gravidade e No Brasil, o APH envolve o Corpo de Bombeiros, o SAMU (Ser-
prognóstico do acidente . O acidente ofídico apresenta maior pre- viço de Atendimento Móvel de Urgência) e também as empresas
valência de complicações entre os tipos de acidentes peçonhentos, particulares. A enfermagem participa em todas essas vertentes e
dependendo do quadro do paciente, pode evoluir com complica- como em qualquer outra área do cuidar, deve estar alicerçada em
ções como, necrose tecidual, síndrome compartimental, insuficiên- conhecimento, capacitação técnica e humanização.
cia renal aguda, choque. Estudo realizado por Ribeiro et al. (1998). A enfermeira Adriana Mandelli Garcia tem em seu currículo a
Ao analisar os óbitos evidenciou que foram pacientes atendidos experiência em atendimento a vítimas de urgências clínicas e trau-
mais tardiamente. A soroterapia é o único tratamento indicado para máticas. Em mais de uma década de atuação no APH, é ela quem
neutralizar a ação dos venenos dos animais peçonhentos, o soro nos relata nessa entrevista a atividade prestada pela enfermagem,
contém anticorpos específicos para cada tipo de acidente. Quando a importância da equipe nas ruas e os avanços neste serviço. Hoje,
aplicados corretamente e em tempo hábil pode evitar e até reverter Adriana Mandelli é enfermeira do Corpo de Bombeiros do Estado
a maioria dos efeitos dos envenenamentos por esses animais. No de São Paulo e também é gerente de Enfermagem da BEM Emer-
atendimento dessa urgência clínica tem que ser realizada a manu- gências Médicas, estando diariamente no serviço público e privado
tenção dos dados vitais e manobras de suporte básico. Os cuidados do APH.
gerais do local da ferida são recomendados. Sendo a reposição hi-
droeletrolítica, monitorização e observação da função neurológica No que consiste o serviço de atendimento pré-hospitalar
imprescindível em casos graves. A antibioticoterapia não é usual, (APH)?
mas pode ser utilizada em acidentes botrópico ou laquético com O nome pré-hospitalar caracteriza-se pelo atendimento à víti-
presença de necrose extensa, podendo por optar por penicilina G ma antes da mesma chegar ao hospital, podendo ser em locais ha-
ou Oxacilina. O atendimento deve incluir a avaliação cardiorrespi- bitados normalmente (ruas, residências, comércios etc.), locais de
ratória e identificação de fatores de risco, reconhecendo precoce- difícil acesso como buracos, galerias fluviais, escombros e outros,
mente a gravidade e agir de forma rápida para garantir a sobrevida. além do atendimento aquático; logicamente, para isso, a equipe
Concluímos que o intervalo de tempo entre o acidente por ani- requer treinamento. Nestes locais iniciamos a prestação do serviço
mal peçonhento e o atendimento de um acidente é um fator re- de saúde básico ou avançado. Após estabilização, a vítima é encami-
lacionado a gravidade e prognóstico. Dessa forma, medidas como nhada para o hospital por meio do melhor recurso disponível, entre
a soroterapia devem ser instituídas o mais precoce possível. No eles ambulância, helicóptero ou lancha.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Quais as principais atribuições do enfermeiro que atua nesta momento da triagem, diante da gravidade da situação e o número
área? de vítimas envolvidas. Assim, feita a triagem, determina-se o me-
A atribuição do enfermeiro dependerá da unidade em que ele lhor recurso a ser enviado, se o básico ou o avançado.
estiver atuando, porém, para que os internautas do Portal tenham
uma ideia do que o enfermeiro desenvolve na área de APH, apre- Existe um protocolo nacional de atendimento?
sento algumas atribuições da minha vivência. O Brasil segue é o modelo americano, criado em 1990 por re-
- Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no presentantes da American Heart Association (AHA), da European
atendimento Pré-Hospitalar Móvel; Resuscitation Council (ERC), da Heart and Stroke Foundation of Ca-
- Prestar cuidados de enfermagem de qualquer complexidade nada (HSFC) e da Australian Resuscitation Council (ARC). Ele nasceu
técnica a pacientes com ou sem risco de vida, que exijam conhe- da necessidade de se criar nomenclatura na ressuscitação e pela
cimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões falta de padronização de linguagem nos relatórios relativos à pa-
imediatas; rada cardíaca em adultos em ambiente extra-hospitalar. Em 1992,
- Ministrar treinamento e/ou participar dos programas de trei- durante a conferência internacional “Resuscitation 92”, Brighton, na
namento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências e Inglaterra, propôs-se uma cooperação internacional contínua por
emergências; meio de um comitê de ligação permanente, multidisciplinar, para
- Fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos direcio- diretrizes na área. Assim, ficou determinado que o “LS” life support
nados a pessoas e equipamentos inerentes à profissão, estabele- seria a maneira de disseminar e padronizar os atendimentos no
cendo e controlando indicadores. APH. Nos dias atuais são esses protocolos que vigoram pelas Amé-
Dentro da área de APH, quais os segmentos possíveis de atu- ricas e Europa, claro que cada local com suas peculiaridades. No
ação do profissional de enfermagem? Brasil, em 1976, o médico Ari Timerman despertou interesse sobre
O mercado de trabalho está cada vez mais diversificado e ele ressuscitação e teve acesso aos protocolos da AHA. Logo depois,
pode atuar em transporte aéreo, terrestre - que são os mais co- John Cook Lane trouxe ao Brasil os primeiros cursos de ressuscita-
muns - além de estádio esportivo, shopping center, academia, re- ção e publicou os primeiros livros na língua portuguesa. Em segui-
sort, parque de diversões, grupo de turismo de aventura com raf- da, os cursos começaram a ser ministrados no Brasil em parceria
ting, arvorismo, escaladas, além de comunidades desenvolvendo com o Hospital Albert Einstein. Os protocolos estão disponíveis para
o treinamento da pessoa leiga que gostaria de ser treinada para acesso no site da AHA - www.heart.org .
iniciar o atendimento de uma vítima, até mesmo em companhias
aéreas para desenvolvimento da equipes de voo. Ressalto ainda a Como é realizado o registro de Enfermagem dos atendimen-
importância da presença do APH em eventos futebolísticos. A Lei tos prestados?
10671/03, conhecida como Estatuto do Torcedor, determina a pre- Ao final do atendimento o registro deve ser feito por todos os
sença de dois enfermeiros e um médico presentes no local de jogo profissionais envolvidos no caso. Durante a entrega do paciente,
a cada dez mil torcedores. orienta-se colher assinatura do profissional que dará continuidade
ao atendimento à vítima. Este prontuário deve ser preenchido em
Como acontece o chamado do APH? duas vias, no mínimo, permitindo que uma fique para a instituição
O fluxo basicamente parte do solicitante, que liga para uma de APH e a segunda via siga para o destino do paciente.
central (192 ou 193) contando o motivo e descrevendo a localização Com relação aos pertences do paciente, vale acrescentar que
do atendimento a ser prestado. No momento do contato com a cen- documentos, dinheiro, joias etc. deverão ser relacionados e trans-
tral segue-se um questionário de perguntas necessárias para enviar feridos a um familiar ou à enfermagem que irá receber o paciente.
o recurso mais indicado. Simultaneamente, um médico poderá ini- No momento do socorro o enfermeiro é o responsável em cuidar
ciar uma conversar com o solicitante, em paralelo ao serviço indica- dos pertences do paciente e esse “rol de valores” deve ser feito por
do estar a caminho do atendimento. A primeira equipe a chegar ao duas pessoas, o profissional da enfermagem e uma testemunha.
local posiciona a central sobre a atual realidade e as necessidades
para o bom andamento (seja para a suspensão de luz no local, por Como deve ser composta uma unidade de APH?
exemplo, ou uma solicitação de policiamento ou mesmo de trânsi- O mínimo que a unidade deve ter é o que está previsto na
to). A partir daí, inicia-se o atendimento da vítima determinando à Portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde, e serve para todas as
central qual o recurso necessário, se hospital primário ou terciário, modalidades, o que difere é a tipo de ambulância que determina o
de acordo com a condição e necessidade da mesma. que a mesma deve conter, sendo Ambulância de Transporte (Tipo
“A primeira equipe a chegar ao local posiciona a central sobre a A), Ambulância de Suporte Básico (Tipo B), Ambulância de Resgate
atual realidade e as necessidades para o bom andamento” (Tipo C), Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D), Aeronave de
Transporte Médico (Tipo E), Embarcação de Transporte (Tipo F).
Como é dividido o atendimento? Porém, existem peculiaridades tanto no perfil de pacientes que
Básico e avançado. O atendimento básico envolve as mano- atendemos como em inovações da indústria farmacológica, de ma-
bras/técnicas iniciais de atendimento necessárias e fundamentais teriais em saúde e tecnologias que facilitam as técnicas aplicadas
até que se determine a necessidade ou não de acessar o paciente e garantem maior segurança para ambos os lados, agregando na
com maior “invasão”, seja ela intubação, acesso venoso, adminis- eficácia e no sucesso do atendimento.
tração de drogas e outras que se fazem necessárias para um bom
prognóstico. Todos os estados brasileiros deveriam proporcionar à
população as duas opções, porém a realidade atual não é esta. Qual
serviço será enviado ao local de atendimento é determinado no
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Como você iniciou a sua atividade profissional e por que par- O que de novidade e inovação está surgindo direcionado ao
tiu para esta especialização? atendimento de emergência?
A formação de enfermeira foi praticamente uma escolha dos As máscaras laríngeas são dispositivos que agregam no aten-
meus pais. Realizei teste de aptidão e também segui a opinião de- dimento, o DEA (desfibrilador externo automático) está cada vez
les. Finalizei a graduação ainda muito nova e iniciei na área hospi- mais sedimentado no mercado, e as drogas, como a vasopressina,
talar. Certa vez, fui com minha mãe em uma consulta médica e no que têm um efeito espetacular na parada cardiorrespiratória, além
meio da consulta, o médico deixou de nos atender e iniciou o so- de materiais hemostáticos e dispositivos tecnológicos que facilitam
corro a uma paciente de parada cardiorrespiratória. Como a equipe a comunicação.
estava um tanto atrapalhada, eu me ofereci para ajudar. Coinciden-
temente, a paciente voltou a viver. Eu me senti extremamente satis- Como é a relação e a atuação da equipe de atendimento pré-
feita e surpresa, pois eu ainda não havia passado por esta situação. -hospitalar e intra-hospitalar?
Decidi, aí, que queria atuar em pronto-socorro. Fui em busca do Infelizmente, não é muito boa. Os motivos são diversos, e de
meu desejo. Após alguns anos nesta atividade, percebi que eu que- ambos os lados. Creio que o maior ‘tendão de Aquiles’ seja a lota-
ria mais do que esperar, eu queria chegar na pior situação em que ção dos hospitais públicos e falta de mão-de-obra para atender toda
um indivíduo possa estar. Conclui mestrado na USP voltado para a demanda. Acredito que melhor remuneração, redução da jornada
parada cardiorrespiratória e busquei, incansavelmente, o concurso e melhores condições de trabalho no serviço público são fatores
do GRAU (vinculado ao Corpo de Bombeiros), cujo trabalho faço que podem, e muito, contribuir para um atendimento público de
há oito anos. Além disso, também atuo junto à BEM Emergências maior qualidade e melhor entrosamento entre os serviços.
Médicas há 13 anos.
“percebi que eu queria mais do que esperar, eu queria chegar Os riscos ocupacionais estão muito presentes no cotidiano in-
na pior situação em que um indivíduo possa estar” tra e extra-hospitalar. Como evitar possíveis riscos no APH?
Quanto aos riscos, realmente são muitos. As instituições de-
Como está a especialização em Emergência atualmente no senvolvem treinamentos relacionados e orientações formais, além,
Brasil? Você considera esta uma área promissora? é claro, da entrega do equipamento quando o mesmo é individual.
As universidades estão evoluindo e este tema atualmente é de- As medidas de segurança na saúde estão contempladas na NR-32,
senvolvido em sua maioria. Existem já muitos cursos lato sensu de e em situações específicas, como salvamento na água, devemos
especialização na área. Inclusive os enfermeiros já se mobilizaram e contar com equipamentos próprios de segurança, como apito, boia,
criaram uma associação específica que se chama COBEEM – Colégio corda etc. Outro exemplo, para salvamento em altura, é necessário
Brasileiro de Enfermagem em Emergência, da qual fui presidente. contar com mosquetões, cordas, fita, baudrier(cadeirinha), descen-
Noto que aumentou a procura pelo campo de estágio nesta área e sor etc.
há muitos profissionais que se identificam com a atuação no APH. O
Brasil tem se adaptado rotineiramente aos protocolos americanos,
temos legislação aplicável, relativamente atualizada, e órgãos de Após um resgate, é necessário reposição do material, limpeza
fiscalizações atuantes neste mercado. e higienização do veículo. Como se dá este processo?
Esse processo geralmente tem início no hospital de destino
Quais são os principais cursos que enfermeiros e técnicos em do paciente. Ele é executado pela equipe da ambulância. A repo-
Enfermagem devem ter em seus currículos? sição é necessária e fundamental para que o veículo esteja no QRV
Os cursos para enfermeiros mais recomendados para APH e co- (linguagem de rádio que caracteriza que a equipe está pronta para
nhecidos pela sua qualidade são os LS (life support): BLS (basic life próximo atendimento). A limpeza geralmente é realizada pela en-
support), ACLS (Advanced life support), PHTLS (pré-hospital life su- fermagem, porém o motorista e o médico muitas vezes colaboram.
pport) e PALS (pediatric advanced life support). Eles são desenvol- A técnica utilizada é a mesma praticada em hospitais e os produtos
vidos em vários sítios de treinamento e na sua maioria em grandes também são os mesmos. Nós seguimos o procedimento conforme
hospitais como o Albert Einstein, Sírio Libanês, HCor, em São Paulo, Portaria 2048 do Ministério da Saúde, que diz:
por exemplo, e em universidades como Anhembi Morumbi e outras
instituições que se vincularam a AHA, pois é ela quem controla a Limpeza e desinfecção da Ambulância
qualidade dos cursos. O Funcor, por exemplo, que é credenciado na
AHA, oferece esses cursos. Limpeza
a) Remover todos os materiais utilizados no atendimento ao
Quais são as dificuldades vivenciadas pelo serviço? paciente;
Elas se iniciam, em algumas vezes, no próprio endereço da ví- b) Desprezar gazes, ataduras úmidas e contaminadas com san-
tima, devido ao crescimento descontrolado, prejudicando o plane- gue e/ou outros fluídos corporais em sacos plásticos branco, des-
jamento viário e, consequentemente, retardando a chegada do so- cartando o mesmo no lixo hospitalar;
corro no endereço. Outra dificuldade é o acesso à vítima em locais c) Materiais perfurocortante eventualmente utilizados devem
inóspitos, onde lançamos mão de equipamentos para salvamento ser desprezados em recipiente adequado;
em altura ou água, ou mesmo necessitamos ter um condicionamen- d) Sangue e demais fluídos devem ser cobertos com uma ca-
to físico para transpor as barreiras encontradas. No destino final do mada de organoclorado em pó, removendo-se, após 10 minutos de
paciente, encontramos dificuldades no treinamento das equipes, contato, com papel toalha;
disponibilidades de leitos e recebimento adequado do paciente.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
XII – Médico plantonista: profissional médico, legalmente habi- XXVI – Unidade de Terapia Intensiva (UTI): área crítica destina-
litado, com atuação em regime de plantões. da à internação de pacientes graves, que requerem atenção pro-
XIII – Microrganismos multirresistentes: microrganismos, pre- fissional especializada de forma contínua, materiais específicos e
dominantemente bactérias, que são resistentes a uma ou mais tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia.
classes de agentes amtimicrobianos. Apesar das denominações de XXVII – Unidade de Terapia Intensiva – Adulto (UTI-A): UTI des-
alguns microrganismos descreverem resistência a apenas algum tinada à assistência de pacientes com idade igual ou superior a 18
agente (exemplo MRSA – Staphylococcus aureus resistente à Oxaci- anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido nas
lina; VRE – Enterococo Resistente à Vancomicina), esses patógenos normas da instituição.
frequentemente são resistentes à maioria dos agentes antimicro- XXVIII – Unidade de Terapia Intensiva Especializada: UTI des-
bianos disponíveis. tinada à assistência a pacientes selecionados por tipo de doença
XIV – Microrganismos de importância clínico-epidemiológica: ou intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, entre
outros microrganismos definidos pelas CCIH como prioritários para outras.
monitoramento, prevenção e controle, com base no perfil da mi- XXIX – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): UTI des-
crobiota nosocomial e na morbi-mortalidade associada a tais mi- tinada à assistência a pacientes admitidos com idade entre 0 e 28
crorganismos. Esta definição independe do seu perfil de resistência dias.
aos antimicrobianos. XXX – Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI des-
XV – Norma: preceito, regra; aquilo que se estabelece como tinada à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18
base a ser seguida. anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas da ins-
XVI – Paciente grave: paciente com comprometimento de um tituição.
ou mais dos principais sistemas fisiológicos, com perda de sua auto- XXXI – Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm):
regulação, necessitando de assistência contínua. UTI destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátri-
XVII – Produtos e estabelecimentos submetidos ao controle e cos numa mesma sala, porém havendo separação física entre os
fiscalização sanitária: bens, produtos e estabelecimentos que envol- ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal.
vam risco à saúde pública, descritos no Art.8º da Lei nº. 9782, de 26
de janeiro de 1999. CAPÍTULO II
XVIII – Produtos para saúde: são aqueles enquadrados como DAS DISPOSIÇÕES COMUNS A TODAS AS UNIDADES DE
produto médico ou produto para diagnóstico de uso “in vitro”. TERAPIA INTENSIVA
XIX – Queixa técnica: qualquer notificação de suspeita de al-
teração ou irregularidade de um produto ou empresa relacionada SEÇÃO I
a aspectos técnicos ou legais, e que poderá ou não causar dano à ORGANIZAÇÃO
saúde individual e coletiva.
XX – Regularização junto ao órgão sanitário competente: com- Art. 5º A Unidade de Terapia Intensiva deve estar localizada em
provação que determinado produto ou serviço submetido ao con- um hospital regularizado junto ao órgão de vigilância sanitária mu-
trole e fiscalização sanitária obedece à legislação sanitária vigente. nicipal ou estadual.
XXI – Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um Parágrafo único. A regularização perante o órgão de vigilância
dano e a gravidade de tal dano. sanitária local se dá mediante a emissão e renovação de alvará de
XXII – Rotina: compreende a descrição dos passos dados para licenciamento sanitário, salvo exceções previstas em lei, e é condi-
a realização de uma atividade ou operação, envolvendo, geralmen- cionada ao cumprimento das disposições especificadas nesta Reso-
te, mais de um agente. Favorece o planejamento e racionalização lução e outras normas sanitárias vigentes.
da atividade, evitam improvisações, na medida em que definem Art. 6º O hospital no qual a Unidade de Terapia Intensiva está
com antecedência os agentes que serão envolvidos, propiciando- localizada deve estar cadastrado e manter atualizadas as informa-
-lhes treinar suas ações, desta forma eliminando ou minimizando ções referentes a esta Unidade no Cadastro Nacional de Estabeleci-
os erros. Permite a continuidade das ações desenvolvidas, além de mentos de Saúde (CNES).
fornecer subsídios para a avaliação de cada uma em particular. As Art. 7º A direção do hospital onde a UTI está inserida deve garantir:
rotinas são peculiares a cada local. I – o provimento dos recursos humanos e materiais necessá-
XXIII – Sistema de Classificação de Necessidades de Cuidados rios ao funcionamento da unidade e à continuidade da atenção, em
de Enfermagem: índice de carga de trabalho que auxilia a avaliação conformidade com as disposições desta RDC;
quantitativa e qualitativa dos recursos humanos de enfermagem II – a segurança e a proteção de pacientes, profissionais e visitantes,
necessários para o cuidado. inclusive fornecendo equipamentos de proteção individual e coletiva.
XXIV – Sistema de Classificação de Severidade da Doença: sis- Art. 8º A unidade deve dispor de registro das normas institucio-
tema que permite auxiliar na identificação de pacientes graves por nais e das rotinas dos procedimentos assistenciais e administrativos
meio de indicadores e índices de gravidade calculados a partir de realizados na unidade, as quais devem ser:
dados colhidos dos pacientes. I – elaboradas em conjunto com os setores envolvidos na assis-
XXV – Teste Laboratorial Remoto (TRL): Teste realizado por tência ao paciente grave, no que for pertinente, em especial com a
meio de um equipamento laboratorial situado fisicamente fora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
área de um laboratório clínico. Também chamado Teste Laboratorial II – aprovadas e assinadas pelo Responsável Técnico e pelos co-
Portátil – TLP, do inglês Point-of-care testing – POCT. São exemplos ordenadores de enfermagem e de fisioterapia;
de TLR: glicemia capilar, hemogasometria, eletrólitos sanguíneos, III – revisadas anualmente ou sempre que houver a incorpora-
marcadores de injúria miocárdia, testes de coagulação automatiza- ção de novas tecnologias;
dos, e outros de natureza similar. IV – disponibilizadas para todos os profissionais da unidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 9º A unidade deve dispor de registro das normas institucio- III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10
nais e das rotinas relacionadas a biossegurança, contemplando, no (dez) leitos ou fração, em cada turno; (Redação dada pela Resolu-
mínimo, os seguintes itens: ção - RDC nº 26, de 11 de maio de 2012)
I – condutas de segurança biológica, química, física, ocupacio- IV – Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) lei-
nal e ambiental; tos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazen-
II – instruções de uso para os equipamentos de proteção indivi- do um total de 18 horas diárias de atuação;
dual (EPI) e de proteção coletiva (EPC); V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02
III – procedimentos em caso de acidentes; (dois) leitos em cada turno; (Redação dada pela Resolução - RDC nº
IV – manuseio e transporte de material e amostra biológica. 26, de 11 de maio de 2012)
VI – Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo
SEÇÃO II da unidade;
INFRAESTRUTURA FÍSICA VII – Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unida-
de, em cada turno.
Art. 10 Devem ser seguidos os requisitos estabelecidos na RDC/ Art. 15 Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisio-
Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. terapeutas e técnicos de enfermagem devem estar disponíveis em
Parágrafo único. A infraestrutura deve contribuir para manu- tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI,
tenção da privacidade do paciente, sem, contudo, interferir na sua durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI.
monitorização. Art. 16 Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados
Art. 11 As Unidades de Terapia Intensiva Adulto, Pediátricas e contra tétano, difteria, hepatite B e outros imunobiológicos, de
Neonatais devem ocupar salas distintas e exclusivas. acordo com a NR 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços
§ 1º Caso essas unidades sejam contíguas, os ambientes de de Saúde estabelecida pela Portaria MTE/GM n.º 485, de 11 de no-
apoio podem ser compartilhados entre si. vembro de 2005.
§ 2º Nas UTI Pediátricas Mistas deve haver uma separação físi- Art. 17 A equipe da UTI deve participar de um programa de
ca entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal. educação continuada, contemplando, no mínimo:
I – normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade;
SEÇÃO III II – incorporação de novas tecnologias;
RECURSOS HUMANOS III – gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvol-
vidas na unidade e segurança de pacientes e profissionais.
Art. 12 As atribuições e as responsabilidades de todos os pro- IV – prevenção e controle de infecções relacionadas à assistên-
fissionais que atuam na unidade devem estar formalmente desig- cia à saúde.
nadas, descritas e divulgadas aos profissionais que atuam na UTI. § 1º As atividades de educação continuada devem estar regis-
Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável Téc- tradas, com data, carga horária e lista de participantes.
nico médico, um enfermeiro coordenador da equipe de enferma- § 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber
gem e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia, capacitação para atuar na unidade.
assim como seus respectivos substitutos.
§ 1º O Responsável Técnico médico, os coordenadores de en- SEÇÃO IV
fermagem e de fisioterapia devem ter título de especialista, con- ACESSO A RECURSOS ASSISTENCIAIS
forme estabelecido pelos respectivos conselhos de classe e asso-
ciações reconhecidas por estes para este fim. (Redação dada pela Art. 18 Devem ser garantidos, por meios próprios ou terceiriza-
Resolução – RDC nº 137, de 8 de fevereiro de 2017) dos, os seguintes serviços à beira do leito:
§ 2º (Revogado pela Resolução – RDC nº 137, de 8 de fevereiro I – assistência nutricional;
de 2017) II – terapia nutricional (enteral e parenteral);
§ 3º É permitido assumir responsabilidade técnica ou coorde- III – assistência farmacêutica;
nação em, no máximo, 02 (duas) UTI. IV – assistência fonoaudiológica;
Art. 14 Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser de- V – assistência psicológica;
signada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual VI – assistência odontológica;
deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo VII – assistência social;
com o perfil assistencial, a demanda da unidade e legislação vigen- VIII – assistência clínica vascular;
te, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os se- IX – assistência de terapia ocupacional para UTI Adulto e Pedi-
guintes profissionais: átrica
I – Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos X – assistência clínica cardiovascular, com especialidade pediá-
ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especia- trica nas UTI Pediátricas e Neonatais;
lista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação XI – assistência clínica neurológica;
em Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; XII – assistência clínica ortopédica;
título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neona- XIII – assistência clínica urológica;
tologia para atuação em UTI Neonatal; XIV – assistência clínica gastroenterológica;
II – Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 XV – assistência clínica nefrológica, incluindo hemodiálise;
(dez) leitos ou fração, em cada turno. XVI – assistência clínica hematológica;
XVII – assistência hemoterápica;
XVIII – assistência oftalmológica;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 34 O estabelecimento de saúde deve buscar a redução e § 1º Os lavatórios para higienização das mãos devem estar dis-
minimização da ocorrência dos eventos adversos relacionados a: ponibilizados na entrada da unidade, no posto de enfermagem e
I – procedimentos de prevenção, diagnóstico, tratamento ou em outros locais estratégicos definidos pela CCIH e possuir dispen-
reabilitação do paciente; sador com sabonete líquido e papel toalha.
II – medicamentos e insumos farmacêuticos; § 2º As preparações alcoólicas para higienização das mãos de-
III – produtos para saúde, incluindo equipamentos; vem estar disponibilizadas na entrada da unidade, entre os leitos e
IV – uso de sangue e hemocomponentes; em outros locais estratégicos definidos pela CCIH.
V – saneantes; Art. 47 O Responsável Técnico e os coordenadores de enfer-
VI – outros produtos submetidos ao controle e fiscalização sa- magem e de fisioterapia devem estimular a adesão às práticas de
nitária utilizados na unidade. higienização das mãos pelos profissionais e visitantes.
Art. 35 Na monitorização e no gerenciamento de risco, a equipe
da UTI deve: SEÇÃO IX
I – definir e monitorar indicadores de avaliação da prevenção AVALIAÇÃO
ou redução dos eventos adversos pertinentes à unidade;
II – coletar, analisar, estabelecer ações corretivas e notificar Art. 48 Devem ser monitorados e mantidos registros de avalia-
eventos adversos e queixas técnicas, conforme determinado pelo ções do desempenho e do padrão de funcionamento global da UTI,
órgão sanitário competente. assim como de eventos que possam indicar necessidade de melho-
Art. 36 Os eventos adversos relacionados aos itens dispostos no ria da qualidade da assistência, com o objetivo de estabelecer me-
Art. 35 desta RDC devem ser notificados à gerência de risco didas de controle ou redução dos mesmos.
ou outro setor definido pela instituição, de acordo com as normas § 1º Deve ser calculado o Índice de Gravidade / Índice Prognós-
institucionais. tico dos pacientes internados na UTI por meio de um Sistema de
Classificação de Severidade de Doença recomendado por literatura
SEÇÃO VIII científica especializada.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À § 2º O Responsável Técnico da UTI deve correlacionar a morta-
ASSISTÊNCIA À SAÚDE lidade geral de sua unidade com a mortalidade geral esperada, de
acordo com o Índice de gravidade utilizado.
Art. 37 Devem ser cumpridas as medidas de prevenção e con- § 3º Devem ser monitorados os indicadores mencionados na
trole de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) defini- Instrução Normativa nº 4, de 24 de fevereiro de 2010, da ANVISA
das pelo Programa de Controle de Infecção do hospital. §4º Estes dados devem estar em local de fácil acesso e ser dis-
Art. 38 As equipes da UTI e da Comissão de Controle de Infec- ponibilizados à Vigilância Sanitária durante a inspeção sanitária ou
ção Hospitalar – CCIH – são responsáveis pelas ações de prevenção quando solicitado.
e controle de IRAS. Art. 49 Os pacientes internados na UTI devem ser avaliados por
Art. 39 A CCIH deve estruturar uma metodologia de busca ativa meio de um Sistema de Classificação de Necessidades de Cuidados
das infecções relacionadas a dispositivos invasivos, dos microrga- de Enfermagem recomendado por literatura científica especializa-
nismos multirresistentes e outros microrganismos de importância da.
clínico-epidemiológica, além de identificação precoce de surtos. §1º O enfermeiro coordenador da UTI deve correlacionar as
Art. 40 A equipe da UTI deve colaborar com a CCIH na vigilância necessidades de cuidados de enfermagem com o quantitativo de
epidemiológica das IRAS e com o monitoramento de microrganis- pessoal disponível, de acordo com um instrumento de medida uti-
mos multirresistentes na unidade. lizado.
Art. 41 A CCIH deve divulgar os resultados da vigilância das in- §2º Os registros desses dados devem estar disponíveis mensal-
fecções e perfil de sensibilidade dos microrganismos à equipe mul- mente, em local de fácil acesso.
tiprofissional da UTI, visando a avaliação periódica das medidas de
prevenção e controle das IRAS. SEÇÃO X
Art. 42 As ações de prevenção e controle de IRAS devem ser RECURSOS MATERIAIS
baseadas na avaliação dos indicadores da unidade.
Art. 43 A equipe da UTI deve aderir às medidas de precaução Art. 50 A UTI deve dispor de materiais e equipamentos de acor-
padrão, às medidas de precaução baseadas na transmissão (conta- do com a complexidade do serviço e necessários ao atendimento
to, gotículas e aerossóis) e colaborar no estímulo ao efetivo cumpri- de sua demanda.
mento das mesmas. Art. 51 Os materiais e equipamentos utilizados, nacionais ou
Art. 44 A equipe da UTI deve orientar visitantes e acompanhan- importados, devem estar regularizados junto à ANVISA, de acordo
tes quanto às ações que visam a prevenção e o controle de infec- com a legislação vigente.
ções, baseadas nas recomendações da CCIH. Art. 52 Devem ser mantidas na unidade instruções escritas
Art. 45 A equipe da UTI deve proceder ao uso racional de anti- referentes à utilização dos equipamentos e materiais, que podem
microbianos, estabelecendo normas e rotinas de forma interdisci- ser substituídas ou complementadas por manuais do fabricante em
plinar e em conjunto com a CCIH, Farmácia Hospitalar e Laboratório língua portuguesa.
de Microbiologia. Art. 53 Quando houver terceirização de fornecimento de equi-
Art. 46 Devem ser disponibilizados os insumos, produtos, equi- pamentos médico-hospitalares, deve ser estabelecido contrato for-
pamentos e instalações necessários para as práticas de higienização mal entre o hospital e a empresa contratante.
de mãos de profissionais de saúde e visitantes. Art. 54 Os materiais e equipamentos devem estar íntegros, lim-
pos e prontos para uso.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 55 Devem ser realizadas manutenções preventivas e corre- XIII – equipamento para ventilação pulmonar mecânica não
tivas nos equipamentos em uso e em reserva operacional, de acor- invasiva: 01(um) para cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador pul-
do com periodicidade estabelecida pelo fabricante ou pelo serviço monar mecânico microprocessado não possuir recursos para reali-
de engenharia clínica da instituição. zar a modalidade de ventilação não invasiva;
Parágrafo único. Devem ser mantidas na unidade cópias do ca- XIV – materiais de interface facial para ventilação pulmonar
lendário de manutenções preventivas e o registro das manutenções não invasiva 01 (um) conjunto para cada 05 (cinco) leitos;
realizadas. XV – materiais para drenagem torácica em sistema fechado;
XVI – materiais para traqueostomia;
CAPÍTULO III XVII – foco cirúrgico portátil;
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UNIDADES DE TERAPIA XVIII – materiais para acesso venoso profundo;
INTENSIVA ADULTO XIX – materiais para flebotomia;
XX – materiais para monitorização de pressão venosa central;
SEÇÃO I XXI – materiais e equipamento para monitorização de pressão
RECURSOS MATERIAIS arterial invasiva: 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos,
com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10
Art. 56 Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI (dez) leitos;
Adulto, materiais e equipamentos de acordo com a faixa etária XXII – materiais para punção pericárdica;
e biotipo do paciente. XXIII – monitor de débito cardíaco;
Art. 57 Cada leito de UTI Adulto deve possuir, no mínimo, os XXIV – eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) equipamento para
seguintes equipamentos e materiais: cada 10 (dez) leitos;
I – cama hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e ro- XXV – kit (“carrinho”) contendo medicamentos e materiais para
dízios; atendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos
II – equipamento para ressuscitação manual do tipo balão au- ou fração;
to-inflável, com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com XXVI – equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria:
reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois) leitos; 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos;
III – estetoscópio; XXVII – marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador:
IV – conjunto para nebulização; 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos;
V – quatro (04) equipamentos para infusão contínua e contro-
lada de fluidos (“bomba de infusão”), com reserva operacional de XXVIII – equipamento para aferição de glicemia capilar, especí-
01 (um) equipamento para cada 03 (três) leitos: fico para uso hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos;
VI – fita métrica; XXIX – materiais para curativos;
VII – equipamentos e materiais que permitam monitorização XXX – materiais para cateterismo vesical de demora em sistema
contínua de: fechado;
a) freqüência respiratória; XXXI – dispositivo para elevar, transpor e pesar o paciente;
b) oximetria de pulso; XXXII – poltrona com revestimento impermeável, destinada à
c) freqüência cardíaca; assistência aos pacientes: 01 (uma) para cada 05 leitos ou fração.
d) cardioscopia; XXXIII – maca para transporte, com grades laterais, suporte
e) temperatura; para soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio: 1
f) pressão arterial não-invasiva. (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
Art. 58 Cada UTI Adulto deve dispor, no mínimo, de: XXXIV – equipamento(s) para monitorização contínua de múlti-
I – materiais para punção lombar; plos parâmetros (oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva;
II – materiais para drenagem liquórica em sistema fechado; cardioscopia; freqüência respiratória) específico(s) para transporte,
III – oftalmoscópio; com bateria: 1 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
IV – otoscópio; XXXV – ventilador mecânico específico para transporte, com
V – negatoscópio; bateria: 1(um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
VI – máscara facial que permite diferentes concentrações de XXXVI – kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pa-
Oxigênio: 01 (uma) para cada 02 (dois) leitos; cientes graves, contendo medicamentos e materiais para atendi-
VII – materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e mento às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
fechado; XXXVII – cilindro transportável de oxigênio;
VIII – aspirador a vácuo portátil; XXXVIII – relógios e calendários posicionados de forma a permi-
IX – equipamento para mensurar pressão de balonete de tubo/ tir visualização em todos os leitos.
cânula endotraqueal (“cuffômetro”); XXXIX – refrigerador, com temperatura interna de 2 a 8°C, de
X – ventilômetro portátil; uso exclusivo para guarda de medicamentos, com monitorização e
XI – capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos; registro de temperatura.
XII – ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um) Art. 59 Outros equipamentos ou materiais podem substituir os
para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equi- listados neste regulamento técnico, desde que tenham comprovada
pamento para cada 05 (cinco) leitos, devendo dispor, cada equipa- sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela
mento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos, Anvisa.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 60 Os kits para atendimento às emergências, referidos nos IX – capacetes ou tendas para oxigenoterapia;
incisos XXV e XXXVI do Art 58, devem conter, no mínimo: ressusci- X – máscara facial que permite diferentes concentrações de
tador manual com reservatório, cabos e lâminas de laringoscópio, Oxigênio: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos;
tubos/cânulas endotraqueais, fixadores de tubo endotraqueal, câ- XI – materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e
nulas de Guedel e fio guia estéril. fechado;
§1º Demais materiais e medicamentos a compor estes kits XII – aspirador a vácuo portátil;
devem seguir protocolos assistenciais para este fim, padronizados XIII – equipamento para mensurar pressão de balonete de
pela unidade e baseados em evidências científicas. tubo/cânula endotraqueal (“cuffômetro”);
§2º A quantidade dos materiais e medicamentos destes kits XIV – capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos;
deve ser padronizada pela unidade, de acordo com sua demanda. XV – ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um)
§3º Os materiais utilizados devem estar de acordo com a faixa para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equi-
etária e biotipo do paciente (lâminas de laringoscópio, tubos endo- pamento para cada 05 (cinco) leitos, devendo dispor cada equipa-
traqueais de tamanhos adequados, por exemplo); mento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos.
§4º A unidade deve fazer uma lista com todos os materiais e XVI – equipamento para ventilação pulmonar não-invasiva:
medicamentos a compor estes kits e garantir que estejam sempre 01(um) para cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador pulmonar mi-
prontos para uso. croprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de
ventilação não invasiva;
CAPÍTULO IV XVII – materiais de interface facial para ventilação pulmonar
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UNIDADES não-invasiva: 01 (um) conjunto para cada 05 (cinco) leitos;
DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICAS XVIII – materiais para drenagem torácica em sistema fechado;
XIX – materiais para traqueostomia;
SEÇÃO I XX – foco cirúrgico portátil;
RECURSOS MATERIAIS XXI – materiais para acesso venoso profundo, incluindo catete-
rização venosa central de inserção periférica (PICC);
Art. 61 Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI Pe- XXII – material para flebotomia;
diátrica, materiais e equipamentos de acordo com a faixa etária e XXIII – materiais para monitorização de pressão venosa central;
biotipo do paciente. XXIV – materiais e equipamento para monitorização de pressão
Art. 62 Cada leito de UTI Pediátrica deve possuir, no mínimo, os arterial invasiva: 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos,
seguintes equipamentos e materiais: com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10
I – berço hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e (dez) leitos;
rodízios; XXV – materiais para punção pericárdica;
II – equipamento para ressuscitação manual do tipo balão au- XXVI – eletrocardiógrafo portátil;
to-inflável, com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com XXVII – kit (“carrinho”) contendo medicamentos e materiais
reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois) leitos; para atendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco) lei-
III – estetoscópio; tos ou fração;
IV – conjunto para nebulização; XXVIII – equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria,
V – Quatro (04) equipamentos para infusão contínua e contro- na unidade;
lada de fluidos (“bomba de infusão”), com reserva operacional de XXIX – marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador:
01 (um) para cada 03 (três) leitos; 01 (um) equipamento para a unidade;
VI – fita métrica; XXX – equipamento para aferição de glicemia capilar, específico
VII – poltrona removível, com revestimento impermeável, des- para uso hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos ou fração;
tinada ao acompanhante: 01 (uma) por leito; XXXI – materiais para curativos;
VIII – equipamentos e materiais que permitam monitorização
contínua de: XXXII – materiais para cateterismo vesical de demora em siste-
a) freqüência respiratória; ma fechado;
b) oximetria de pulso; XXXIII – maca para transporte, com grades laterais, com suporte
c) freqüência cardíaca; para equipamento de infusão controlada de fluidos e suporte para
d) cardioscopia; cilindro de oxigênio: 01 (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
e) temperatura; XXXIV – equipamento(s) para monitorização contínua de múlti-
f) pressão arterial não-invasiva. plos parâmetros (oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva;
Art. 63 Cada UTI Pediátrica deve dispor, no mínimo, de: cardioscopia; freqüência respiratória) específico para transporte,
I – berço aquecido de terapia intensiva: 1(um) para cada 5 (cin- com bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
co) leitos; XXXV – ventilador pulmonar específico para transporte, com
II – estadiômetro; bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
III – balança eletrônica portátil; XXXVI – kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pa-
IV – oftalmoscópio; cientes graves, contendo medicamentos e materiais para atendi-
V – otoscópio; mento às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
VI – materiais para punção lombar; XXXVII – cilindro transportável de oxigênio;
VII – materiais para drenagem liquórica em sistema fechado; XXXVIII – relógio e calendário de parede;
VIII – negatoscópio;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
XXXIII – equipamento(s) para monitorização contínua de múlti- d. Condutas de enfermagem para o paciente grave e em fase
plos parâmetros (oximetria de pulso, cardioscopia) específico para terminal.
transporte, com bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; Mesmo sabendo que a morte é algo que faz parte do ciclo na-
XXXIV – ventilador pulmonar específico para transporte, com tural de vida, os mesmo ainda não conseguem lidar com isso no
bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; dia-a-dia. Os profissionais de saúde sentem-se responsáveis pela
XXXV – kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pacien- manutenção da vida de seus pacientes, e acabam por encarar a
tes graves, contendo medicamentos e materiais para atendimento morte como resultado acidental diante do objetivo da profissão,
às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração. sendo esta considerada como insucesso de tratamentos, fracasso
XXXVI – cilindro transportável de oxigênio; da equipe, causando angústia àqueles que a presenciam.A sensa-
XXXVII – relógio e calendário de parede; ção de fracasso diante da morte não é atribuída apenas ao insuces-
XXXVIII – poltronas removíveis, com revestimento impermeá- so dos cuidados empreendidos, mas a uma derrota diante da morte
vel, para acompanhante: 01 (uma) para cada 05 leitos ou fração; e da missão implícita das profissões de saúde: salvar o indivíduo,
XXXIX – refrigerador, com temperatura interna de 2 a 8°C, de diminuir sua dor e sofrimento, manter-lhe a vida.
uso exclusivo para guarda de medicamentos: 01 (um) por unidade, Não podemos falar da morte, da formação de um cadáver, sem
com conferência e registro de temperatura a intervalos máximos antes entendermos claramente sobre o que seja a vida.
de 24 horas. O conhecimento de vida pressupõe processos químicos com-
Art. 70 Outros equipamentos ou materiais podem substituir os plicados, processos que se desenrolam nos limites de uma cela,
listados neste regulamento técnico, desde que tenham comprovada perfeitamente organizada. No centro desses processos acham-se
sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela as substâncias protéicas; a seguir vêm os elementos graxos e os
ANVISA. hidratos de carbonos. Toda vida tem por condição indispensável
Art. 71 Os kits para atendimento às emergências referidos nos que na célula se desenvolvam determinadas alterações químicas,
incisos XXVII e XXXV do Art 69 devem conter, no mínimo: ressusci- os verdadeiros fenômenos bioquímicos; essas alterações, por usa
tador manual com reservatório, cabos e lâminas de laringoscópio, vez se combinam com o consumo de oxigênio, pois que há dentro
tubos/cânulas endotraqueais, fixadores de tubo endotraqueal, câ- da célula um “combustão”. Contudo, a célula não morre no decorrer
nulas de Guedel e fio guia estéril. desse processo, porque de fora se recebem continuamente novas
§1º Demais materiais e medicamentos a compor estes kits substâncias que se transformam em substância celular no pequeno
devem seguir protocolos assistenciais para este fim, padronizados laboratório da própria célula. Desta maneira, há no interior da cé-
pela unidade e baseados em evidências científicas. lula um perene metabolismo: as substâncias vivas da célula desin-
§2º A quantidade dos materiais e medicamentos destes kits tegram-se por combustão e eliminam-se os produtos metabólicos;
deve ser padronizada pela unidade, de acordo com sua demanda. do exterior, recebe a célula, novas substâncias que servem de subs-
§3º Os materiais utilizados devem estar de acordo com a faixa tituto. Toda vida, movimento, alimentação, propagação, o sentir e
etária e biotipo do paciente (lâminas de laringoscópio, tubos endo- o pensar, se ligam intimamente ao metabolismo; assim. A biologia
traqueais de tamanhos adequados, por exemplo); deve desvendar o problema do metabolismo das células.
§4º A unidade deve fazer uma lista com todos os materiais e Ora, se toda vida está ligada ao metabolismo da célula viva,
medicamentos a compor estes kits e garantir que estejam sempre a morte da célulaou o aniquilamento de sua vida significa, indubi-
prontos para uso. tavelmente, a cessação do metabolismo da célula. Um cadáver é
portanto, uma célula que deixou de revelar o metabolismo caracte-
CAPÍTULO VI rístico. (LIPSCHUTZ 1933).
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Para caracterizar o cadáver, é oportuno falar de algumas expe-
riências que nos permitem um olhar mais fundo em tudo quanto se
Art. 72 Os estabelecimentos abrangidos por esta Resolução relaciona com a morte e o cadáver.
têm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados a partir da data Tiramos de um aquário uma gota de água com alguns Infusó-
de sua publicação para promover as adequações necessárias do rios, minúsculos microscópios seres de uma única célula. Coloca-
serviço para cumprimento da mesma. mos essa gota numa placa de cristal dentro de uma câmara decristal
§1º Para cumprimento dos artigos 13, 14 e 15 da Seção III - Re- por sob o microscópio. Em seguida, fazemos passar sobre a gota
cursos Humanos, assim como da Seção I - Recursos Materiais dos vapores de álcool. Os animálculos unicelulares, que até então se
Capítulos III, IV e V, estabelece-se o prazo de 03 anos, ressalvados os agitavam em vivíssimo movimento, correndo para todos os lados
incisos III e V do art. 14, que terão efeitos imediatos. (Redação dada como flechas, ao cabo de poucos minutos detêm-se. Logo se imo-
pela Resolução - RDC nº 26, de 11 de maio de 2012) bilizam, estão paralisados, entretanto, não se acham mortos; basta
§ 2º A partir da publicação desta Resolução, os novos estabele- que se deixe penetrar ar fresco na câmara, para que de novo voltem
cimentos e aqueles que pretendem reiniciar suas atividades devem os Infusórios á atividade anterior.
atender na íntegra às exigências nela contidas, previamente ao iní- Acontece, pois que envenenamos ou narcotizamos os bichi-
cio de seu funcionamento. nhos com álcool. Devemos supor que a intoxicação consiste num
Art. 73 O descumprimento das disposições contidas nesta Re- transtorno do metabolismo. O sintoma exterior dessa perturbação
solução constitui infração sanitária, nos termos da Lei n. 6.437, de do metabolismo é a paralisação da célula, porém se, como vimos,
20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, ad- essa paralisação tem em certas condições experimentais, um efeito
ministrativa e penal cabíveis. apenas transitório, é de supor que o metabolismo sob a influência
Art. 74 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica- do álcool não se extinguiria; apenas sofrerá uma alteração, talvez
ção. um desvio do seu curso normal. Assim justamente é que podemos
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
distinguir a narcose de que acabamos de falar, da morte: o primeiro com a vida, lidar com a morte pode torna-se um acontecimento difí-
caso pode-se reparar o mal, ao passo que no segundo já não há cil e penoso, gerando uma multiplicidade de atitudes por parte dos
remédio. profissionais de enfermagem. Neste contexto, devido à necessidade
de melhor compreender este fenómeno com que os enfermeiros
De maneira ainda mais clara se nos revelam as coisas em outro se confrontam no quotidiano, realizou-se um estudo de investiga-
exemplo, Lipschutz e Veshnjakoff fizeram estudos sobre o metabo- ção relacionado com as atitudes do enfermeiro perante a morte e
lismo do ovário dos mamíferos fora do organismo, a várias tempe- circunstâncias determinantes, com vista a uma reflexão acerca do
raturas. tema e consequentemente a uma melhor prática profissional.
Ao examinar o consumo de oxigênio do tecido ovariano do por- Para melhor entendimento dos vários fatores que interferem
quinho das índias á temperatura de 38,5 graus, que é a temperatura no enfrentamento da morte/morrer, tanto pelos profissionais quan-
normal nessa espécie, é a 1 grau e até abaixo disso, verificaram que to pacientes e familiares, é preciso que antes saibamos um pouco
o tecido continuava a consumir oxigênio no frio, porém, a tão baixa mais sobre as fases da morte e suas possíveis reações causadas pelo
temperatura, o tecido ovariano consome vinte mesmo quarenta ve- impacto da notícia.
zes menos oxigênio do que a 38,5 graus. A temperaturabaixa, pois o Kübler-Ross (1994), em seu livro Sobre a Morte e o Morrer, re-
metabolismo é diminuído de um modo assombroso. Não obstante, alizou um trabalho com pacientes terminais onde analisou os senti-
essa diminuição do metabolismo é responsável. Basta trasladar o mentos do paciente e da família no processo e morrer. Ele esclarece
mesmo tecido para uma câmara com a temperatura do corpo, para que passamos por vários estágios quando nos deparamos com a
constatar-se imediatamente que o seu consumo de oxigênio cres- morte, sendo que a negação é o primeiro estágio.
ce de novo. Mas, setraslada o tecido por alguns minutos para uma A 1° faseé a negação – é caracterizada como defesa temporária,
câmara com temperatura de alguns graus abaixo de zero para ser onde a maioria das vezes o discurso pronunciado é “isso não está
examinado depois á temperatura do corpo, então já não se resta- acontecendo comigo” ou “não pode ser verdade”. Outro compor-
belece mais, nunca mais, o metabolismo primitivo, o tecido morreu tamento comum nessa fase é o agir como se nada estivesse acon-
por refrigeração. A uma temperatura de alguns décimos de grau tecendo.
acima de zero, o metabolismo alterou-se de maneira reparável; “Evidentemente, se negamos a morte, se nos recusarmos a en-
a uma temperatura abaixo de zero, o metabolismo alterou-se de trar em contato com nossos sentimentos, o luto será mal elaborado
maneira irreparável.Muito interessante é o fato de que, em certos e teremos uma chance maior de adoecermos e cairmos em me-
animais, se observa uma vida latente em que permanecem anos lancolia ou em outros processos substitutivos.” (CASSAROLA 1991).
e anos, como nos tardígrados e outras espécies estudadas já por Outros mecanismos de defesa que utilizamos inconsciente-
Leuwenhook e Spallanzani no século XVIII. mente ainda citando Kübler-Ross (1994), são:
Não podemos falar da morte sem antes tentar conceituá-la. A 2° fase, a ira – nesta fase prevalece a revolta, o ressentimen-
Para Vieira (2006, p.21) “a pergunta ‘o que é morte’ tem múltiplas to, e o doente passa a atacar a equipe de saúde e as pessoas mais
respostas e nenhuma delas conclusiva, pois a questão transcende próximas a ele. Questionam procedimentos e tratamentos e a per-
os aspectos naturais ou materialistas e, até biologicamente, é difícil gunta mais comum é “porque eu?” .Podem ainda nesta fase, surgir
uma resposta unânime”. períodos de total descrença.
Morrer, cientificamente, é deixar de existir; quando o corpo A 3° fase é a barganha – o doente faz acordos em troca de mais
acometido por uma patologia ou acidente qualquer tem a falência um tempo de vida. Nessa fase são comuns as promessas, Deus se
de seus órgãos vitais, tendo uma parada progressiva de toda ati- torna presente em sua vida, faz promessas de mudança se for cura-
vidade do organismo, podendo ser de uma forma súbita (doenças do.
agudas, acidentes) ou lenta (doenças crônico-degenerativas), segui- A depressão – após a fase da barganha, o doente percebe sua
da de uma degeneração dos tecidos.MOREIRA (2006), doença como incurável e ciente da impossibilidade ou dificuldade
“A situação de óbito hospitalar, ocorrência na qual se dá a ma- de cura, deprime-se, sente-se vazio e deixa de intervir no tratamen-
terialização do processo de morrer e da morte, é, certamente, uma to, relaciona-se pouco com outras pessoas.
experiência impregnada de significações cientificas, mas também A 4° fase é a depressão – após a fase da barganha, o doente
de significações sociais, culturais e principalmente subjetivas.” (DO- percebe sua doença como incurável e ciente da impossibilidade ou
MINGUES DO NASCIMENTO, 2006) dificuldade de cura, deprime-se, sente-se vazio e deixa de intervir
Reforça-se ainda que a morte não é somente um fato biológico, no tratamento, relaciona-se pouco com outras pessoas.
mas um processo construído socialmente, que não se distingue das A 5° fase é a aceitação – o paciente entende e aceita sua situa-
outras dimensões do universo das relações sociais. Assim, a morte ção e tenta dar um sentido para sua vida.
está presente em nosso cotidiano e, independente de suas causas Segundo Bosco (2008), esses são estágios que sucedem, porém
ou formas, seu grande palco continua sendo os hospitais e institui- podem não aparecer necessariamente nessa ordem ou alguns indi-
ções de saúde. BRETAS (2006) víduos não passam por todos eles. Podem inclusive voltar a qual-
A morte propriamente dita é a cessação dos fenômenos vitais, quer fase mais de uma vez. É um processo particular, onde muitos
por parada das funções cerebral, respiratória e circulatórias, com sentimentos estão envolvidos e que dependem de vários fatores,
surgimento dos fenômenos abióticos, lentos e progressivos, que como religiosidade, estrutura familiar, cultura, por exemplo. As ati-
causam lesões irreversíveis nos órgãos e tecidos. tudes face à morte diferem de cultura para cultura, de país para
É um tema controverso que suscita nos enfermeiros sentimen- país, de região para região e, até, de pessoa para pessoa. Tal facto,
tos e atitudes diversas. Embora faça parte do ciclo natural da vida, permite concluir que a forma como reagimos à morte está depen-
a morte é, ainda, nos dias de hoje, um assunto polémico, por vezes dente de uma multiplicidade de factores que se relacionam princi-
evitado e por muitos não compreendido, gerando medo e ansieda- palmente com aspectos pessoais, educacionais, sócio-económicos
de. Uma vez que a enfermagem tem nos seus ideais o compromisso e espacio-temporais.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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A preocupação com tais situações torna-se emergente, mediante os fatos ocorridos recentemente e os grandes eventos que estão
programados para os próximos meses no Brasil.
Os profissionais e instituições de saúde brasileiros estão prontos para agir com eficácia e rapidez em casos com estas naturezas e
magnitudes?
O papel dos Enfermeiros é indispensável e crucial nestes casos, considerando as especificidades que competem a sua profissão.
Nestas situações de desastre, com envolvimento de muitas vítimas, um plano de emergência diferenciado precisa ser implementado.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O ideal é que as instituições de saúde construam e treinem pré-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das
seus funcionários, para que nestes casos cada profissional saiba queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para
como atuar e gerenciar. o atendimento” (BRASIL, 2002).
Em situações de desastre com múltiplas vítimas, o cliente com O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR - se mostra
alta prioridade no atendimento é diferente do cliente prioritário como um instrumento reorganizador dos processos de trabalho na
de situações emergenciais. Em acidentes catastróficos os insumos tentativa de melhorar e consolidar o Sistema Único de Saúde. Vai
e recursos podem ter disponibilidade limitada, fazendo com que estabelecer mudanças na forma e no resultado do atendimento do
a triagem e classificação das prioridades mudem. As decisões ba- usuário do SUS. Será um instrumento de humanização. A estratégia
seiam-se na probabilidade da sobrevida e no consumo dos recursos de implantação da sistemática do Acolhimento com Classificação
disponíveis. O princípio fundamental que direciona o uso dos recur- de Risco possibilita abrir processos de reflexão e aprendizado ins-
sos é o bem máximo para o máximo de pessoas. titucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e cons-
A triagem deve ser rapidamente realizada na cena do desastre, truir novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas
sendo imediatamente identificadas as vítimas prioritárias e inicia- e compartilhadas, pois necessariamente é um trabalho coletivo e
das as intervenções necessárias, com posterior encaminhamento cooperativo. Possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar
para as unidades de emergência. critérios de avaliação de riscos, que levam em conta toda a comple-
xidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos
Nos Estados Unidos é utilizado um sistema de triagem com usuários e seus familiares, a priorização da atenção no tempo, di-
cores para classificação da prioridade de atendimento das pessoas minuindo o número de mortes evitáveis, sequelas e internações. A
acidentadas (Tabela 1). Conforme a classificação, as pessoas rece- Classificação de Risco deve ser um instrumento para melhor orga-
bem uma pulseira colorida que identifica seu nível de atenção e fa- nizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entrada de
cilita a implementação das medidas de preservação da vida. urgência/emergência, gerando um atendimento resolutivo e huma-
nizado.
O Enfermeiro pode desempenhar diferentes funções em even-
tos catastróficos, sendo seu papel definido mediante as necessida- MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
des específicas que a instituição de saúde e equipes de trabalho 1 - Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um
apresentam, bem como as particularidades que o desastre gerou. melhor acesso aos serviços de urgência/emergência;
Por exemplo, o Enfermeiro pode atuar na triagem principal das ví- 2 - Humanizar o atendimento;
timas, realizar procedimentos avançados, caso possua capacitação 3 - Garantir um atendimento rápido e efetivo.
para tal e respaldo da instituição, dar assistência no luto as famílias
com a identificação dos entes queridos, gerenciar e/ou fornecer as OBJETIVOS
atividades de cuidado em hospitais de campanha (provisórios) ou •Escuta qualificada do cidadão que procura os serviços de ur-
mesmo coordenar a distribuição dos recursos materiais e humanos gência/emergência;
entre as equipes de atendimento.
Estes são apenas alguns exemplos das atividades que podem • Classificar, mediante protocolo, as queixas dos usuários que
ser realizadas, mas não contemplam todas as atividades desempe- demandam os serviços de urgência/emergência, visando identificar
nhadas nestes eventos. Há ainda as ações voltadas para o controle os que necessitam de atendimento médico mediato ou imediato;
e divulgação de informações à mídia e às famílias, o gerenciamento • Construir os fluxos de atendimento na urgência/emergência
de possíveis conflitos internos, como o uso dos recursos disponí- considerando todos os serviços da rede de assistência à saúde;
veis; de origem étnica/cultural, referente aos hábitos e costumes • Funcionar como um instrumento de ordenação e orientação
particulares dos acidentados e familiares; e de cunho religioso, re- da assistência, sendo um sistema de regulação da demanda dos ser-
lacionado às crenças e costumes específicos das vítimas envolvidas, viços de urgência/emergência
principalmente nos casos de óbito.
Estes exemplos ilustram algumas situações possíveis em casos EQUIPE
de acidentes em massa, devendo ser considerados pelos profissio- Equipe multiprofissional: enfermeiro, auxiliar de enfermagem,
nais de saúde das equipes de atendimento. São casos que podem serviço social, equipe médica, profissionais da portaria/recepção e
acontecer em eventos que envolvam um grande número de turis- estagiários.
tas, sendo do próprio país ou estrangeiros.
Concluindo esta primeira parte do artigo, os Enfermeiros de- PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO
vem estar preparados para atuar em novos ambientes e em papéis É a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção
atípicos em casos de desastre. O princípio que deve nortear suas médica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial
ações é o de fazer o bem ao maior número de pessoas que for pos- de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, usando um pro-
sível. cesso de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em pro-
tocolo e aliada à capacidade de julgamento crítico e experiência do
f. Acolhimento com avaliação e classificação de risco enfermeiro. A - Usuário procura o serviço de urgência. B - É acolhido
A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implanta- pelos funcionários da portaria/recepção ou estagiários e encami-
ção nas unidades de atendimento de urgências o acolhimento e a nhado para confecção da ficha de atendimento. C - Logo após é en-
“triagem classificatória de risco”. De acordo com esta Portaria, este caminhado ao setor de Classificação de Risco, onde é acolhido pelo
processo “deve ser realizado por profissional de saúde, de nível su- auxiliar de enfermagem e enfermeiro que, utilizando informações
perior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos da escuta qualificada e da tomada de dados vitais, se baseia no pro-
tocolo e classifica o usuário.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a vontade do doador, no entanto, observa-se que, na grande maioria dos
casos, quando a família tem conhecimento do desejo de doar do parente falecido, esse desejo é respeitado.
Por isso a informação e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários. Essa é a modalidade de consentimento
que mais se adapta à realidade brasileira. A previsão legal concede maior segurança aos envolvidos, tanto para o doador quanto para o
receptor e para os serviços de transplantes.
A vontade do doador, expressamente registrada, também pode ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido. Em razão disso
tudo, orienta-se que a pessoa que deseja ser doador de órgãos e tecidos comunique sua vontade aos seus familiares.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de
Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Estatísticas
As estatísticas do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) são a consolidação dos dados sobre transplantes, com informações cole-
tadas das diversas partes que compõem o SNT. O fornecimento dos dados é de responsabilidade das secretarias de saúde dos estados e
do Distrito Federal. Os dados estatísticos são essenciais para que o Ministério da Saúde possa tomar conhecimento, registrar e divulgar
a produção das cirurgias realizadas, bem como sistematizar índices que demonstrem o desempenho do setor nas unidades federativas,
regiões e no país como um todo.
Não tente fazer a ressuscitação dentro da água. Sempre que possível, retire a vítima da água na posição horizontal.
Nunca tente salvar uma vítima de afogamento se não tiver condições para o fazer, mesmo que saiba nadar. É preciso ser um bom
nadador e estar preparado para salvar indivíduos em pânico.
Denominamos de afogamento primário aquele em que não se observa nenhum fator que levou ao afogamento. Este ocorre natural-
mente em virtude da falta de habilidade da vítima, por exemplo. Já o secundário está relacionado com alguma patologia que dificulte que
a vítima mantenha-se na superfície.
Como ocorre o afogamento?
Quando uma pessoa entra em contato com a água e percebe que sofrerá o afogamento, ela geralmente se desespera e inicia uma luta
para manter-se na superfície. Quando ocorre a submersão, instantaneamente a pessoa prende a respiração. Essa parada da respiração
depende da capacidade física de cada indivíduo.
Quando a pessoa não consegue mais segurar a respiração, uma aspiração de líquido pode ocorrer. Em algumas pessoas, isso é um
estímulo para que haja um reflexo natural que contrai as vias respiratórias e impede que mais água entre no organismo. Essa contração
pode levar à morte por asfixia, um caso que chamamos de afogamento do tipo seco.
Na maioria das pessoas, no entanto, não ocorre esse reflexo e o que acontece é uma grande aspiração de água por causa de movimen-
tos respiratórios involuntários. Isso faz com que a água chegue aos pulmões, levando à perda da substância que promove a abertura dos
alvéolos (surfactante), mudanças na permeabilidade dos capilares e surgimento de edema pulmonar. Com o tempo, o pulmão enche-se
completamente de água, o indivíduo perde a consciência, sofre parada respiratória e morre.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O que fazer em caso de choque elétrico? A Segurança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade
Em caso de choque elétrico, os primeiros socorros devem ser do cuidado, e tem adquirido, em todo o mundo, grande importân-
prestados rapidamente, pois os primeiros 3 minutos após o choque cia para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde
são vitais para socorrer e salvar a vítima. com a finalidade de oferecer uma assistência segura.
Os incidentes associados ao cuidado de saúde, e em particular
A primeira coisa a fazer é interromper o contato da pessoa com os eventos adversos (incidentes com danos ao paciente), represen-
a fonte de eletricidade sem encostar diretamente nela. O ideal é tam uma elevada morbidade e mortalidade nos sistemas de saúde.
desligar a chave geral de força. Se não for possível, afaste a vítima A Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrando preocupa-
utilizando algum material que não conduza corrente elétrica, como ção com a situação, criou a World Alliance for Patient Safety( Alian-
objetos de borracha ou madeira. ça Mundial pela Segurança do Paciente) que tem como objetivos
organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente
A seguir, chame o resgate através do número 192 e verifique e propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos ad-
se a pessoa está respirando, se consegue se mexer ou emitir algum versos.
som. Caso não verifique nenhum desses sinais, é provável que a As ações do PNSP articulam-se com os objetivos da Aliança
vítima tenha sofrido uma parada cardíaca ou cadiorrespiratória. Mundial e comtemplam demais políticas de saúde para somar es-
forços aos cuidados em redes de atenção à saúde.
Nesse caso, inicie imediatamente a reanimação cardíaca, en- A RDC/Anvisa nº 36/2013 institui ações para a segurança do
quanto espera pela ambulância: paciente em serviços de saúde e dá outras providências. Esta nor-
mativa regulamenta aspectos da segurança do paciente como a im-
Reanimação cardíaca plantação dos Núcleos de Segurança do Paciente, a obrigatoriedade
Deite a vítima em local seguro, com a barriga para cima; da notificação dos eventos adversos e a elaboração do Plano de Se-
Com uma mão sobre a outra, faça 30 compressões fortes e rit- gurança do Paciente.
madas no meio do tórax da vítima. Em cada compressão, o peito da Os protocolos básicos de segurança do paciente são instru-
vítima deve afundar cerca de 5 cm. Para isso, recomenda-se usar o mentos para implantação das ações em segurança do paciente. A
peso do próprio corpo para fazer a compressão; Portaria GM/MS nº 1.377, de 9 de julho de 2013 e a Portaria nº
Tentando manter um ritmo de aproximadamente 100 a 120 2.095, de 24 de setembro de 2013 aprovam os protocolos básicos
compressões por minuto de segurança do paciente.
Após as 30 compressões observe se a pessoa está respondendo
ou se encontra algum pulso, no punho ou pescoço da vítima; se não Protocolos Básicos de Segurança do Paciente
volte às compressões; Duas questões motivaram a OMS a eleger os protocolos de se-
Se houver mais alguém, o mais adequado é revezar a massa- gurança do paciente: o pouco investimento necessário para a sua
gem a cada 2 minutos, para manter uma compressão eficaz e me- implantação e a magnitude dos erros e eventos adversos decorren-
lhor resultado; tes da falta deles.
Mantenha as compressões até a pessoa retomar a consciência Os protocolos Básicos de Segurança do Paciente tem por ca-
ou até à chegada do socorro. racterística:
Quanto mais rápido for o atendimento à vítima de uma parada - Protocolos Sistêmicos;
cardiorrespiratória, por choque elétrico, menores são os danos cau- - Protocolos Gerenciados;
sados ao organismo. - Promovem a Melhoria da Comunicação;
Estudos recentes comprovam que a realização de massagem - Constituem instrumentos para construir uma prática assisten-
cardíaca nos primeiros socorros, possibilita a manutenção do fluxo cial segura;
sanguíneo e, portanto, oxigenação dos tecidos, inclusive pulmonar - Oportunizam a vivência do trabalho em equipes;
e cerebral, mesmo sem mais a indicação de respiração boca-a-boca, - Gerenciamento de riscos.
salvado muitas vidas.
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)
Se o choque elétrico provocar queimaduras, lave a área afetada O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi
com água corrente à temperatura ambiente, até esfriar o local. Se criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em
puder mergulhar a queimadura na água, melhor. todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. A Segu-
rança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado
e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pa-
SEGURANÇA DO PACIENTE cientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade
de oferecer uma assistência segura.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Considerando o art. 15, inciso XI, da Lei nº 8.080, de 19 de se- I - promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadasà
tembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde), que dispõe sobre a atri- segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organização
buição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da gestão
de exercer, em seu âmbito administrativo, a elaboração de normas de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimen-
para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em tos de saúde;
vista a sua relevância pública; II - envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança
Considerando o art. 16, inciso III, alínea “d”, da Lei Orgânica da do paciente;
Saúde, que confere à direção nacional do Sistema Único de Saúde III - ampliar o acesso da sociedade às informações relativasà
(SUS) a competência para definir e coordenar o sistema de vigilân- segurança do paciente;
cia sanitária; IV - produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre se-
Considerando o art. 16, inciso XII, da Lei Orgânica da Saúde, gurança do paciente; e
que confere à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) a V - fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensi-
competência para controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e no técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde.
substâncias de interesse para a saúde; Art. 4º Para fins desta Portaria, são adotadas as seguintes de-
Considerando o art. 16, inciso XVII, da Lei Orgânica da Saúde, finições:
que confere à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) I - Segurança do Paciente: redução, a um mínimo aceitável, do
a competência para acompanhar, controlar e avaliar as ações e os risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde;
serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e muni- II - dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo
cipais; e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, so-
Considerando o art. 2º, § 1º, inciso I, da Lei nº 9.782, de 26 de frimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser
janeiro de 1999, que confere ao Ministério da Saúde a competência físico, social ou psicológico;
para formular, acompanhar e avaliar a política nacional de vigilân- III - incidente: evento ou circunstância que poderia ter resulta-
cia sanitária e as diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância do, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente;
Sanitária; IV - Evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente;
Considerando o art. 8º, § 6º, da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro V - Cultura de Segurança: configura-se a partir de cinco caracte-
de 1999, que confere ao Ministério da Saúde a competência para rísticas operacionalizadas pela gestão de segurança da organização:
determinar a realização de ações previstas nas competências da a) cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissio-
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em casos especí- nais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade
ficos e que impliquem risco à saúde da população; pela sua própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacien-
Considerando a relevância e magnitude que os Eventos Adver- tes e familiares;
sos (EA) têm em nosso país; b) cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras
Considerando a prioridade dada à segurança do paciente em e operacionais;
serviços de saúde na agenda política dos Estados-Membros da Or- c) cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notifi-
ganização Mundial da Saúde (OMS) e na Resolução aprovada duran- cação e a resolução dos problemas relacionados à segurança;
te a 57a Assembleia Mundial da Saúde, que recomendou aos países d) cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o
atenção ao tema “Segurança do Paciente”; aprendizado organizacional; e
Considerando a importância do trabalho integrado entre os e) cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabili-
gestores do SUS, os Conselhos Profissionais na área da Saúde e as zação para a manutenção efetiva da segurança; e
Instituições de Ensino e Pesquisa sobre a Segurança do Paciente VI - gestão de risco: aplicação sistêmica e contínua de iniciati-
com enfoque multidisciplinar; vas, procedimentos, condutas e recursos na avaliação e controle de
Considerando que a gestão de riscos voltada para a qualidade riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana,
e segurança do paciente englobam princípios e diretrizes, tais como a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucio-
a criação de cultura de segurança; a execução sistemática e estru- nal.
turada dos processos de gerenciamento de risco; a integração com Art. 5º Constituem-se estratégias de implementação do PNSP:
todos processos de cuidado e articulação com os processos organi- I - elaboração e apoio à implementação de protocolos, guias e
zacionais do serviços de saúde; as melhores evidências disponíveis; manuais de segurança do paciente;
a transparência, a inclusão, a responsabilização e a sensibilização e II - promoção de processos de capacitação de gerentes, profis-
capacidade de reagir a mudanças; e sionais e equipes de saúde em segurança do paciente;
Considerando a necessidade de se desenvolver estratégias, III - inclusão, nos processos de contratualização e avaliação de
produtos e ações direcionadas aos gestores, profissionais e usuá- serviços, de metas, indicadores e padrões de conformidade relati-
rios da saúde sobre segurança do paciente, que possibilitem a pro- vosà segurança do paciente;
moção da mitigação da ocorrência de evento adverso na atenção à IV - implementação de campanha de comunicação social sobre
saúde, resolve: segurança do paciente, voltada aos profissionais, gestores e usuá-
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Segurança do rios de saúde e sociedade;
Paciente (PNSP). V - implementação de sistemática de vigilância e monitoramen-
Art. 2º O PNSP tem por objetivo geral contribuir para a qua- to de incidentes na assistência à saúde, com garantia de retorno às
lificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de unidades notificantes;
saúde do território nacional.
Art. 3º Constituem-se objetivos específicos do PNSP:
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
VI - promoção da cultura de segurança com ênfase no aprendizado e aprimoramento organizacional, engajamento dos profissionais e
dos pacientes na prevenção de incidentes, com ênfase em sistemas seguros, evitando-se os processos de responsabilização individual; e
VII - articulação, com o Ministério da Educação e com o Conselho Nacional de Educação, para inclusão do tema segurança do paciente
nos currículos dos cursos de formação em saúde de nível técnico, superior e de pós-graduação.
Art. 6º Fica instituído, no âmbito do Ministério da Saúde, Comitê de Implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente
(CIPNSP), instância colegiada, de caráter consultivo, com a finalidade de promover ações que visem à melhoria da segurança do cuidado
em saúde através de processo de construção consensual entre os diversos atores que dele participam.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
O que é ?
A identificação correta do paciente é um dos primeiros cuidados para uma assistência segura. Essa ação é o ponto de partida para a
correta execução das diversas etapas de segurança em nossa instituição.
O processo de identificação do paciente deve ser capaz de identificar corretamente o indivíduo como sendo a pessoa para a qual se
destina o serviço (medicamentos, sangue ou hemoderivados, exames, cirurgias e tratamentos).
Nosso processo de identificação do paciente inclui três informações distintas utilizadas para identificação do paciente antes de cada
ação assistencial: número de prontuário/atendimento, nome completo e data de nascimento, afim de garantir que o cuidado seja realizado
no indivíduo certo.
A identificação acontece no momento da admissão (internação e Pronto Atendimento), por meio de pulseira de identificação de co-
loração branca.
Importante: o número do quarto não pode ser utilizado para identificar o paciente apenas como localizador.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
META 3 - MELHORAR A SEGURANÇA DOS MEDICAMENTOS Mesmo quando se adotam todas as medidas conhecidas para
O que é ? prevenção e controle de IRAS, certos grupos apresentam maior ris-
co de desenvolver uma infecção. Entre esses casos estão os pacien-
As práticas para melhorar da segurança de medicamentos no tes em extremos de idade, pessoas com diabetes, câncer, em tra-
CHAS envolvem a padronizar procedimentos para garantir a se- tamento ou com doenças imunossupressoras, com lesões extensas
gurança de armazenamento, movimentação e utilização de medi- de pele, submetidas a cirurgias de grande porte ou transplantes,
camentos de alto risco e que possuem nome, grafia e aparência obesas e fumantes.
semelhantes, prevenindo a ocorrência de uma administração inad-
vertida. O que você pode fazer para melhorar esse processo?
- Disponibilizar preparação alcoólica em lugares estratégicos do
O que fazer para melhorar esse processo? hospital.
- A segurança no uso de medicamentos inclui a checagem da - Orientar acompanhantes e/ou familiares da importância da
identificação do paciente com a prescrição médica. antissepsia das mão.
- Fique atento à realização desse passo: confirmação dos dados - Treinar incansavelmente toda equipe multiprofissional.
da pulseira com o prontuário. - Envolver o paciente no processo de cuidado, esclarecendo to-
- Envolver o paciente no processo de cuidado, esclarecendo to- das as suas dúvidas. Isso pode evitar falhas.
das as suas dúvidas. Isso pode evitar falhas.
META 6 - REDUZIR O RISCO DE DANOS AOS PACIENTES RESUL-
META 4 - CIRURGIA SEGURA TANTE DE QUEDAS
Importante: Fazemos também a checagem de segurança nosso O que você pode fazer para melhorar o processo de preven-
check-list cirúrgico ou time out, um conjunto de ações que envolve ção de quedas?
todas as fases o procedimento cirúrgico. - Avaliar, no momento da admissão, o risco de queda do pa-
ciente (pacientes internados, pacientes no serviço de emergência e
O que fazer para melhorar esse processo? pacientes externos)
- Nas cirurgias que envolvem lateralidade, o médico marcará o - Uma vez identificado o risco de queda, orientar pacientes e
local correto no corpo do paciente antes que este seja encaminha- familiares sobre as medidas preventivas individuais, e entregar ma-
do ao centro cirúrgico. terial educativo específico
- Fique atento à realização desse passo: - Pacientes e acompanhantes devem seguir as orientações da-
- confirmação dos dados da pulseira com o prontuário. das pela equipe multiprofissional.
- checagem da identificação do paciente e o procedimento ci- - Identificação todo paciente com riscos para queda.
rúrgico. - Retirar todos objetos ou mobiliário que possa levar a uma
- Envolver o paciente no processo de cuidado, esclarecendo to- queda e evitar uso de tapetes na instituição.
das as suas dúvidas. Isso pode evitar falhas. - Colocar sinalização visual para identificação de risco de que-
da, a fim de alertar toda equipe de cuidado.
META 5 - REDUZIR O RISCO DE INFECÇÃO ASSOCIADO AO CUI- - Envolver o paciente no processo de cuidado, esclarecendo to-
DADO das as suas dúvidas. Isso pode evitar falhas.
- Notificar imediatamente ao Núcleo de Segurança do Paciente
O que é? caso ocorra um evento de queda.
A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é aquela ad-
quirida em função dos procedimentos necessários à monitorização
e ao tratamento de pacientes em hospitais, ambulatórios, centros
diagnósticos ou mesmo em assistência domiciliar (home care).
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Nessa realidade o enfermeiro deve buscar conhecimentos e O objeto de trabalho da enfermagem é o cuidado. Cuidado
processo instrucional para encontrar uma maneira de ação que tor- esse que deve ser prestado de forma humana e holística, e sob a luz
ne o cuidado de enfermagem mais humano. Pois, como agente de de uma abordagem integrada, não poderíamos excluir o cuidado
mudança, o enfermeiro de amanhã será diferente do de hoje, e o de emocional aos nossos clientes, quando vislumbramos uma assis-
hoje é diferente do de anos passados. Os novos horizontes da enfer- tência de qualidade. Ao cuidarmos de alguém, utilizamos todos os
magem exigem do profissional responsabilidade de elaboração de nossos sentidos para desenvolvermos uma visão global do processo
um cuidado holístico, devendo estar motivado para acompanhar os observando sistematicamente o ambiente e os clientes com o intui-
conhecimentos e para aplicá-los. to de promover a melhor e mais segura assistência. No entanto, ao
Uma das principais e mais comuns situações vivenciadas por nos depararmos com as rotinas e procedimentos técnicos deixamos
enfermeiros é o cuidado prestado ao cliente submetido à interna- de perceber importantes necessidades dos clientes (sentimentos,
ção hospitalar. Embora possa ser o cotidiano de milhares de enfer- anseios, dúvidas) e prestar um cuidado mais abrangente e persona-
meiros, a experiência da internação hospitalar cria situações únicas lizado que inclua o cuidado emocional.
de estresse não só para os clientes, mas também para suas famílias. Skilbeck & Payne conduziram uma revisão de literatura objeti-
Vários pesquisadores têm documentado a repercussão dos níveis vando compreender a definição de cuidado emocional e como en-
de estresse, ansiedade e angústia na evolução e prognóstico de um fermeiros e clientes podem interagir para produzir relacionamentos
cliente, bem como no âmbito familiar. Na perspectiva do cliente que de suporte emocional. As autoras relatam a ausência de uma defi-
necessita de internação hospitalar esse processo é permeado pelo nição clara do que venha a ser o cuidado emocional existindo va-
medo do desconhecido, como a utilização de recursos tecnológi- riações na literatura quanto ao uso dessa terminologia ao referir-se
cos, muitas vezes invasivos, linguagem técnica e rebuscada, pela como “cuidado emocional e apoio”, “cuidado psicológico” e “cui-
apreensão de estar em um ambiente estranho, e ainda pela pre- dado psicossocial”. Ao realizarem uma análise mais detalhada as
ocupação com sua integridade física, em decorrência do processo autoras perceberam ainda que o cuidado emocional pode ter vários
patológico, motivo de sua internação hospitalar. significados quando visto sob o prisma de diferente marcos teórico
Assim, ao considerarmos o enfermeiro o profissional que per- e contextos sociais, e, portanto a ausência de uma definição e sig-
manece mais tempo ao lado do cliente, este deve ser o facilitador nificados próprios repercute na prática assistencial do enfermeiro.
na promoção do bem-estar bio-psico-sócio-espiritual e emocional Contudo, para a condução de nossa reflexão assumimos que
do cliente, conduzindo-o às melhores formas de enfrentamento do o cuidado emocional é a habilidade de perceber o imperceptível,
processo de hospitalização. Consideramos relevante realizar uma exigindo alto nível de sensibilidade para as manifestações verbais e
reflexão sobre as interfaces do cuidado emocional ao cliente hos- não verbais do cliente que possam indicar ao enfermeiro suas ne-
pitalizado de forma a contribuir para a melhoria da qualidade da cessidades individuais.
assistência de enfermagem, sob o prisma do processo de comuni- Portanto, consideramos que a promoção de um cuidado holís-
cação. tico que envolva as necessidades bio-psico-sócio-espiritual e emo-
cional perpassa por um processo comunicativo eficaz entre enfer-
A comunicação e o cuidado emocional meiro-cliente. Todavia entendemos que o processo de comunicação
O termo comunicar provém do latim communicare que signifi- se constrói de diferentes formas, e que para haver comunicação a
ca colocar em comum. A partir da etimologia da palavra entende- expressão verbal (através do uso das palavras) ou não verbal (a pos-
mos que comunicação é o intercâmbio compreensivo de significa- tura, as expressões faciais, gestos, aparência e contato corporal) de
ção por meio de símbolos, havendo reciprocidade na interpretação um dos sujeitos, tem que ser percebida dentro do universo de sig-
da mensagem verbal ou não verbal. Freire afirma que “o mundo nificação comum ao outro.
social e humano, não existiria como tal, se não fosse um mundo de Caso isso não aconteça, não haverá a compreensão de sinais
comunicabilidade, fora do qual é impossível dar-se o conhecimento entre os sujeitos, inviabilizando o processo comunicativo e conse-
humano. A intersubjetividade ou a intercomunicação é a caracterís- quentemente comprometendo o cuidado. Waldow deixa claro que
tica primordial deste mundo cultural e histórico”. o cuidar se inicia de duas formas: como um modo de sobreviver e
Partimos da premissa de que a comunicação é um dos mais im- como uma expansão de interesse e carinho. Assim, o primeiro faz-
portantes aspectos do cuidado de enfermagem que vislumbra uma -se notar em todas as espécies animais e sexos, e o segundo ocorre
melhor assistência ao cliente e à sua família que estão vivenciando exclusivamente entre os humanos, considerando sua capacidade de
ansiedade e estresse decorrentes do processo de hospitalização, es- usar a linguagem, entre outras formas, para se comunicar com os
pecialmente em caso de longos períodos de internação ou quando outros.
se trata de quadros de doença terminal. Portanto, a comunicação é Para aperfeiçoar uma assistência mais holística a equipe de
algo essencial para se estabelecer uma relação entre profissional, enfermagem pode estabelecer estratégias de cuidados para atingir
cliente e família. Algumas teorias afirmam que o processo comuni- seus objetivos. Contudo, ratificamos uma vez mais que a comunica-
cativo é a forma de estabelecer uma relação de ajuda ao indivíduo ção é o elemento chave para a construção de qualquer estratégia
e à família. que almeje o cuidado emocional. Alguns autores têm identifica-
Tratando-se do relacionamento enfermeiro-cliente, o processo do que problemas de comunicação ou comunicação insatisfatória
de comunicação precisa ser eficiente para viabilizar uma assistência entre enfermeiro e cliente, especialmente quando relacionados a
humanística e personalizada de acordo com suas necessidades. Por- clientes terminais, devido ao medo da morte, ansiedade do enfer-
tanto, o processo de interação com o cliente se caracteriza não só meiro sobre a habilidade do cliente de enfrentar a doença, falta de
por uma relação de poder em que este é submetido aos cuidados tempo, falta de treinamento de como interagir com estes clientes,
do enfermeiro, mas, também por atitudes de sensibilidade, aceita- e ansiedade sobre as consequências negativas para os clientes têm
ção e empatia entre ambos. repercutido no estabelecimento de uma melhor interação enfer-
meiro-cliente.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Portanto, se faz relevante que o enfermeiro possa submeter-se Quanto aos efeitos comportamentais do tocar, olhar e do ouvir,
a treinamentos relacionados à habilidade de comunicação. estes apresentam contribuição essencial à segurança, proteção e
Heaven & Maguire realizaram uma sondagem pré-teste, conce- autoestima de uma pessoa. Segundo Montagu, o tocar desenvolve
deram treinamento sobre habilidades comunicativas aos enfermei- ostensivas vantagens em termos de saúde física e mental. Tocar al-
ros e realizaram um pós-teste. Ao final do estudo os autores identi- guém com a intenção de que essa pessoa se sinta melhor, por si só
ficaram que a habilidade de comunicação do enfermeiro melhorou já é terapêutico, portanto o ato de tocar alguém é confortável e faz
de forma significativa após o treinamento. Wilkinson et al e Kruijver parte do cuidado emocional.
et al encontraram que após um treinamento dessa natureza as en- Consideramos que o cuidado emocional ao cliente hospitaliza-
fermeiras melhoraram a avaliação dos problemas do cliente e do do se faz de suma importância para a melhoria da qualidade de
conteúdo emocional revelados pelo mesmo. vida, não só do cliente, mas de sua família. Enfatizamos a impor-
Além de uma educação continuada relacionada à comunicação tância da visita de enfermagem com uma abordagem sistematizada
sugerimos a visita diária de enfermagem como um importante ar- visando um atendimento holístico como uma oportunidade de pro-
tifício para identificar o nível de necessidade de segurança, amor, mover o cuidado emocional. Essa sistematização do cuidado deve
autoestima, espiritualidade e biofisiológico do cliente. É a partir da estar registrada, de forma a proporcionar uma comunicação efetiva
visita de enfermagem que o enfermeiro estabelece um processo de entre os membros da equipe de saúde e a avaliação da eficácia do
comunicação com o cliente possibilitando o esclarecimento de dú- cuidado prestado ao cliente, contribuindo para um melhor nível as-
vidas quanto à evolução e prognóstico do cliente, aos procedimen- sistencial.
tos a serem realizados, normas e rotinas da instituição ou unidade Devemos enxergar o cliente hospitalizado como um ser com-
de internação e estrutura física hospitalar, desempenhando um im- plexo que possui necessidades no âmbito bio-psico-sócio-espiritual
portante papel na redução dos quadros de tensão e ansiedade que e emocional o qual se encontra fragilizado pela doença. Porém, essa
repercutem no quadro clínico do cliente. pessoa ainda mantém a sua individualidade, e na maioria das vezes
Do contrário uma inviabilização do processo comunicativo na é capaz de decidir e/ou opinar sobre o cuidado a ser prestado. E
relação profissional-cliente, pode desencadear situações de estres- os enfermeiros devem estar sensibilizados para perceber essa in-
se. Santos refere que os diálogos ocorridos junto à cama do cliente, dividualidade e as necessidades de cada um, facilitando assim seu
repletos de termos técnicos, geralmente inacessíveis, são interpre- processo de recuperação, diminuindo o tempo da internação e con-
tados pelo cliente conforme seu conhecimento, e o impacto emo- sequentemente os índices de infecção hospitalar.
cional da postura silenciosa de enfermeiros e médicos, podem agra- Nessa perspectiva esperamos que esta reflexão seja mais um
var ainda mais o estado de ansiedade e tensão. Portanto, atitudes passo para a realização de muitas outras, além de estudos mais de-
como estas devem ser evitadas durante toda a internação, na ten- talhados que contemplem o cuidado emocional em enfermagem
tativa de minimizar seu impacto na qualidade assistencial do cliente aos diferentes tipos de clientes, contribuindo assim para a melhoria
no momento em que este se encontra mais fragilizado. da qualidade da assistência de enfermagem.
Destarte para uma melhor qualidade dos serviços de saúde é
vital conhecer não só a visão do cliente, mas também da família de A Educação em Saúde: Planejando nossa Ação
forma a estarmos sensíveis para oferecer um cuidado que atenda
às expectativas do cliente e da família diminuindo a repercussão do Objetivos
estresse e ansiedade no processo de hospitalização. - Discutir e analisar o conceito de planejamento, com ênfase no
Segundo Wright & Leahey “a enfermagem tem um compro- planejamento participativo.
misso e obrigação de incluir as famílias nos cuidados de saúde. A - Identificar a relação existente entre o processo educativo, a
evidência teórica, prática e investigacional do significado que a fa- participação e o planejamento participativo.
mília dá para o bem-estar e a saúde de seus membros bem como - Identificar as principais etapas do planejamento.
a influência sobre a doença, obriga os enfermeiros a considerar o - Identificar as fases do diagnóstico para a operacionalização
cuidado centrado na família como parte integrante da prática de das ações educativas.
enfermagem”. - Refletir e decidir qual o papel da equipe e de cada profissional
A promoção do cuidado emocional tem alcançado resultados no desempenho de sua função educativa.
positivos na sobrevida do cliente. McCorkle et al realizaram um
estudo correlacionando os sintomas de estresse e as intervenções Planejamento
de cuidado do emocional. Os autores encontraram uma relação Fazer planos é uma atividade conhecida do homem desde que
estatisticamente significante entre os sintomas e as intervenções ele se descobriu com capacidade de pensar antes de agir. Mas foi
revelando que os clientes que morreram mais precocemente foram com o desenvolvimento comercial e industrial, ocorrido com o ca-
aqueles que receberam menos intervenções de cuidado emocional. pitalismo, que surgiu a preocupação de planejar as ações antes que
A partir dessas evidências ratificamos a importância do cuidado elas ocorressem. Hoje, em todos os setores da atividade humana,
emocional para a recuperação e sobrevida do cliente hospitalizado, fala-se muito em planejamento, com maior ênfase na área gover-
todavia, não devemos nos esquecer em momento algum o cuida- namental. Atualmente ele é uma necessidade em todas as áreas
do técnico-científico. Na realidade, essas diferentes dimensões do de atuação. Quanto maior a complexidade dos problemas, maior
cuidado devem caminhar juntas, se complementando harmonica- é a necessidade de planejar as ações para garantir melhores resul-
mente. tados.
Para prestarmos o cuidado emocional é necessário sermos Planejar, definindo de forma simples e comum, é não improvi-
bons ouvintes, expressando um olhar atencioso, tocando e confor- sar. É compatibilizar um conjunto diversificado de ações, de manei-
tando os nossos clientes, e recuperando sua autoestima. ra que sua operacionalização possibilite o alcance de um objetivo
comum. É o processo de decidir o que fazer. É a escolha organizada
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
dos melhores meios e maneiras de se alcançar os objetivos propos- de diagnóstico e acompanhar todas as fases do planejamento. A
tos. Planejar é preparar e organizar bem uma ação, decidir o que fa- avaliação realizada após a execução, além de identificar os resulta-
zer e acompanhar a sua execução, reformular as decisões tomadas, dos alcançados, também fornece subsídios para a reprogramação
redirecionar a sua execução, se necessário, e avaliar os resultados das ações, bem como indica a necessidade de novas ações de diag-
ao seu término. Acompanhar a execução das ações é importante nóstico.
para verificar se os objetivos pretendidos estão sendo alcançados
ou não. O que entendemos por diagnóstico
O processo de planejamento contempla pelo menos três mo- É uma leitura da realidade, que se aproxima o mais possível
mentos em permanente interação: preparação, acompanhamento da “verdadeira realidade”, permitindo a compreensão e a sistema-
e revisão crítica dos resultados, buscando-se sempre caminhos que tização dos problemas e necessidades de saúde de uma população,
facilitem a realização do que foi previsto. Se em todos os setores da bem como o conhecimento de suas características socioeconômi-
atividade humana o planejamento se reveste da maior importância cas e culturais. Deve permitir também o conhecimento das causas
para prever melhor as ações e seus efeitos, a área da Educação em (variáveis) e consequências de seus agravos de saúde, e como estes
Saúde não pode fugir a esta premissa. influenciam e são influenciados por fatores econômicos, políticos e
de organização dos serviços de saúde e da sociedade.
A Educação para a participação e o Planejamento Participa- Ao pensar em uma ação educativa problematizadora, partici-
tivo pativa e dialógica, com o propósito de intervenção para mudanças,
Existem várias formas de fazer planejamento. “Quando apenas pressupõe-se o desencadeamento de ações para o diagnóstico da
as equipes de saúde pensam e decidem o que deve ser feito, isto é situação.
um planejamento centralizado. Ele é mais rápido e permite o con- “Como agir sobre uma realidade, para transformá-la, sem co-
trole pelo gestor de saúde, e atende às necessidades de natureza nhecê-la? E como conhecê-la sem estudá-la? A ação participativa,
epidemiológica, mas, frequentemente não reflete as necessidades portanto, se inicia e se fundamenta na investigação da realidade
mais sentidas da população, e nem sempre permite a participação feita pelos sujeitos dessa realidade. É, pois, uma atividade coletiva,
social no controle e fiscalização das ações.” feita não pelos técnicos sobre a população, mas pelos técnicos e a
Outra forma é a do planejamento participativo, onde a popu- população sobre a realidade compartilhada.”
lação, junto com a equipe de saúde, discute seus problemas e en- O diagnóstico é o momento da identificação dos problemas,
contra as soluções para as suas reais necessidades. Esta forma de suas causas e consequências, e principais características. É o mo-
planejar aproxima-se mais da proposta da educação para a partici- mento em que também se buscam explicações para os problemas
pação nas ações de saúde. identificados.
Uma ação educativa problematizadora e participativa, numa
perspectiva mudança, pressupõe que a população compartilhe de Fases do Diagnóstico
forma real de todos os passos da ação: planejamento, execução e Coleta de Dados: A coleta de dados deve propiciar a leitu-
avaliação. A população deverá participar “tomando parte” nas de- ra da realidade concreta, a sua compreensão, a identificação dos
cisões, assumindo as responsabilidades que lhe cabem, compreen- problemas e necessidades de saúde de determinados grupos e/
dendo as ações de caráter técnicas realizadas ou indicadas. ou população. Deve também obter dados para o conhecimento de
Neste processo, as respostas aos problemas não são prepara- suas características socioeconômicas, culturais e epidemiológicas,
das e decididas pelos técnicos, mas são buscadas, a partir da análise entre outras. Direta ou indiretamente, fornece subsídios sobre as
e reflexão, entre técnicos e população sobre a realidade concreta, principais causas dos agravos de saúde e sua inter-relação com os
seus problemas, suas necessidades e interesses na área da saúde. fatores relacionados à organização de serviços de saúde e outros,
Esta ação conjunta pressupõe um processo dialógico, bidirecional e mostrando, também, como todos os envolvidos agem e reagem
democrático, que favorecerá não só a transformação da realidade, frente aos problemas identificados. As fontes de dados podem ser
mas também dos próprios técnicos e da população. boletins epidemiológicos, relatórios, planilhas, fichas, prontuários,
artigos científicos, livros de atas, e outros à disposição. Neste caso,
Etapas do Planejamento podemos utilizá-los selecionando os dados que sejam úteis para o
O planejamento, sendo um processo ordenado, pressupõe cer- diagnóstico pretendido. A este tipo de dados damos o nome de “se-
tos passos, momentos ou etapas básicas, estabelecidos em uma cundários”.
ordem lógica. Para o planejamento do componente educativo das Os dados chamados “primários” são aqueles que necessitam
ações de saúde, regra geral, seguem-se as seguintes etapas: ser coletados, no momento do diagnóstico, junto ao grupo ou po-
- Diagnóstico, compreendendo a coleta de dados, a discussão, pulação. Podem ser recolhidos por meio de diferentes instrumentos
a análise e interpretação dos dados, e o estabelecimento de prio- e/ou técnicas (questionário, formulário, ficha de observação, entre-
ridades. vista, observação participante, dramatização e outros). A sua ade-
- Plano de Ação, incluindo a determinação de objetivos, popu- quação deverá ser constantemente avaliada, permitindo que os da-
lação-alvo, metodologia, recursos e cronograma de atividades. dos colhidos se aproximem o mais possível da realidade concreta.
- Execução, implicando na operacionalização do plano de ação. É comum, num diagnóstico, utilizarmos dados primários e se-
- Avaliação, incluindo a verificação de que os objetivos propos- cundários para o conhecimento mais global da problemática da saú-
tos foram ou não alcançados. de/doença de uma determinada população-alvo. Existem formas
diferentes de se colher dados para o diagnóstico de uma situação.
Um dos princípios do planejamento participativo é a flexibilida-
de, que permite a reformulação das ações planejadas durante sua
execução. A avaliação, nesta perspectiva, deve iniciar-se na etapa
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Discussão, Análise e Interpretação dos Dados: Vários fatores de socialização do conhecimento científico atual, da participação
influenciam a definição da forma de coletar dados, assim como os da população, em nível individual e/ou coletivo, que contribuirão
instrumentos e técnicas a serem utilizados. Esta definição também para a melhoria da saúde da comunidade. A partir dessa decisão, o
influi na análise e interpretação de dados ou fatos, nas relações de próximo passo é a elaboração do Plano de Ação, detalhando as ati-
causa-e-efeito, assim como nas propostas de intervenção. vidades que deverão ser desenvolvidas, definindo: objetivos, popu-
lação-alvo, recursos humanos, materiais e financeiros necessários,
Entre outros, temos: estratégias de execução e critérios de avaliação.
- a postura e visão daqueles que são os responsáveis pelo de-
sencadeamento das ações de diagnóstico de uma dada situação
problema; CÓDIGO DE ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
- o tipo de dados a serem coletados;
- a situação-problema ser ou não emergencial;
- a postura e visão da população a ser envolvida; CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM
- o compromisso com a participação real.
RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017
Esses fatores direcionam para um diagnóstico descritivo/analí-
tico e/ou participativo. Quando definimos qual será nossa prática a Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enferma-
partir de um modelo de pensamento uni casual, além de podermos gem
incorrer no equívoco de colocar em execução um plano de ação
baseado em prioridades e objetivos que dificilmente terão como O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atri-
produto final a resolução do problema, ainda corremos o risco de buições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho
dirigir recursos, profissionais e ações para áreas que extrapolam o de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução
nosso poder de decisão. Cofen nº 421, de 15 de fevereiro de 2012, e
Essa forma de diagnóstico pode também levar o profissional de CONSIDERANDO que nos termos do inciso III do artigo 8º da Lei
saúde a uma falsa percepção de suas possibilidades de ação. Pode 5.905, de 12 de julho de 1973, compete ao Cofen elaborar o Código
também, ingenuamente, achar que somente com ações educativas de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário, ou-
irá resolver os problemas relacionados à saúde coletiva. vidos os Conselhos Regionais;
Uma nova forma de interpretação e análise dos dados: “Nes- CONSIDERANDO que o Código de Deontologia de Enfermagem
te modelo, o pressuposto é de um conjunto de variáveis, que se deve submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes;
relacionam e determinam entre si, produzindo um efeito. Há variá- CONSIDERANDO a Declaração Universal dos Direitos Huma-
veis que têm um peso maior na produção do efeito, assim como há nos, promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948)
outras que atuam mais ou menos diretamente sobre ele.” Procura e adotada pela Convenção de Genebra (1949), cujos postulados
saber “o quê influi em quê”, e descobre que as prioridades para estão contidos no Código de Ética do Conselho Internacional de En-
a solução do problema envolvem ações educativas, de reorganiza- fermeiras (1953, revisado em 2012);
ção do Posto de Saúde, de treinamento dos profissionais de saúde, CONSIDERANDO a Declaração Universal sobre Bioética e Direi-
além da dificuldade econômica da família, das condições de traba- tos Humanos (2005);
lho, da falta de creche, pré-escola e outras. Este modelo ou forma CONSIDERANDO o Código de Deontologia de Enfermagem do
de análise e interpretação dos dados coletados define: Múltiplas Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Pro-
causas - de diferentes naturezas, mas com pesos iguais, e um efeito fissionais de Enfermagem (1993, reformulado em 2000 e 2007), as
- ida ao Pronto-Socorro. É a interpretação “Multicausal”. normas nacionais de pesquisa (Resolução do Conselho Nacional de
A partir dessa análise e interpretação, a equipe e demais envol- Saúde – CNS nº 196/1996), revisadas pela Resolução nº 466/2012, e
vidos podem estabelecer prioridades, no seu nível de resolutivida- as normas internacionais sobre pesquisa envolvendo seres humanos;
de, para atenuar o problema da família e de outras com problemas CONSIDERANDO a proposta de Reformulação do Código de
semelhantes e, assim, contribuir para uma melhoria nas condições Ética dos Profissionais de Enfermagem, consolidada na 1ª Confe-
de saúde. Neste caso, o grupo responsável pela intervenção conse- rência Nacional de Ética na Enfermagem – 1ª CONEENF, ocorrida
gue identificar o ponto-chave do problema, encontrar estratégias no período de 07 a 09 de junho de 2017, em Brasília – DF, realizada
de ação que viabilizam intervenções sucessivas e complementares, pelo Conselho Federal de Enfermagem e Coordenada pela Comis-
ao mesmo tempo em que permite um trabalho interinstitucional, são Nacional de Reformulação do Código de Ética dos Profissionais
com a participação dos profissionais de saúde, usuários e grupos de Enfermagem, instituída pela Portaria Cofen nº 1.351/2016;
interessados. Neste caso, pode haver confronto, conflito, pessimis- CONSIDERANDO a Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei
mo, otimismo, consenso, mas não imobilismo. Maria da Penha) que cria mecanismos para coibir a violência do-
As ações educativas previstas são partes do processo de Ação méstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
- Análise - Reflexão - Decisão - Ação. Esta forma de interpretação da Constituição Federal e a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de
define: múltiplas causas - de diferentes naturezas e com diferentes 2003, que estabelece a notificação compulsória, no território na-
pesos, e vários efeitos - interdependentes. cional, nos casos de violência contra a mulher que for atendida em
serviços de saúde públicos e privados;
Estabelecimento de Prioridades: É a última fase do diagnós- CONSIDERANDO a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que
tico. Neste momento, equipe de saúde, grupos e população inte- dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente;
ressada definem, entre os problemas identificados, aqueles que CONSIDERANDO a Lei nº. 10.741, de 01 de outubro de 2003,
são passíveis de intervenção, no nível da organização de serviços, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
CONSIDERANDO a Lei nº. 10.216, de 06 de abril de 2001, que igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor, crença
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de
mental; gênero, orientação sexual, nacionalidade, convicção política, raça
CONSIDERANDO a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que ou condição social.
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recupera- Inspirado nesse conjunto de princípios é que o Conselho Fede-
ção da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços cor- ral de Enfermagem, no uso das atribuições que lhe são conferidas
respondentes; pelo Art. 8º, inciso III, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, apro-
CONSIDERANDO as sugestões apresentadas na Assembleia Ex- va e edita esta nova revisão do CEPE, exortando os profissionais de
traordinária de Presidentes dos Conselhos Regionais de Enferma- Enfermagem à sua fiel observância e cumprimento.
gem, ocorrida na sede do Cofen, em Brasília, Distrito Federal, no dia
18 de julho de 2017, e PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do Conselho Fede-
ral de Enfermagem em sua 491ª Reunião Ordinária, A Enfermagem é comprometida com a produção e gestão do
RESOLVE: cuidado prestado nos diferentes contextos socioambientais e cultu-
rais em resposta às necessidades da pessoa, família e coletividade.
Art. 1º Aprovar o novo Código de Ética dos Profissionais de En- O profissional de Enfermagem atua com autonomia e em con-
fermagem, conforme o anexo desta Resolução, para observância sonância com os preceitos éticos e legais, técnico-científico e teóri-
e respeito dos profissionais de Enfermagem, que poderá ser con- co-filosófico; exerce suas atividades com competência para promoção
sultado através do sítio de internet do Cofen (www.cofen.gov.br). do ser humano na sua integralidade, de acordo com os Princípios da
Art. 2º Este Código aplica-se aos Enfermeiros, Técnicos de En- Ética e da Bioética, e participa como integrante da equipe de Enferma-
fermagem, Auxiliares de Enfermagem, Obstetrizes e Parteiras, bem gem e de saúde na defesa das Políticas Públicas, com ênfase nas polí-
como aos atendentes de Enfermagem. ticas de saúde que garantam a universalidade de acesso, integralidade
Art. 3º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Fede- da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas,
ral de Enfermagem. participação da comunidade, hierarquização e descentralização políti-
Art. 4º Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal co-administrativa dos serviços de saúde.
de Enfermagem, por proposta de 2/3 dos Conselheiros Efetivos do O cuidado da Enfermagem se fundamenta no conhecimento
Conselho Federal ou mediante proposta de 2/3 dos Conselhos Re- próprio da profissão e nas ciências humanas, sociais e aplicadas e é
gionais. executado pelos profissionais na prática social e cotidiana de assis-
Parágrafo Único. A alteração referida deve ser precedida de tir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar.
ampla discussão com a categoria, coordenada pelos Conselhos Re-
gionais, sob a coordenação geral do Conselho Federal de Enferma- CAPÍTULO I
gem, em formato de Conferência Nacional, precedida de Conferên- DOS DIREITOS
cias Regionais.
Art. 5º A presente Resolução entrará em vigor 120 (cento e vin- Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança téc-
te) dias a partir da data de sua publicação no Diário Oficial da União, nica, científica e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discrimi-
revogando-se as disposições em contrário, em especial a Resolução nação de qualquer natureza, segundo os princípios e pressupostos
Cofen nº 311/2007, de 08 de fevereiro de 2007. legais, éticos e dos direitos humanos.
Art. 2º Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos
Brasília, 6 de novembro de 2017. e danos e violências física e psicológica à saúde do trabalhador, em
respeito à dignidade humana e à proteção dos direitos dos profis-
ANEXO DA RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017 sionais de enfermagem.
Art. 3º Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa da dig-
PREÂMBULO nidade profissional, do exercício da cidadania e das reivindicações
por melhores condições de assistência, trabalho e remuneração,
O Conselho Federal de Enfermagem, ao revisar o Código de observados os parâmetros e limites da legislação vigente.
Ética dos Profissionais de Enfermagem – CEPE, norteou-se por prin- Art. 4º Participar da prática multiprofissional, interdisciplinar e
cípios fundamentais, que representam imperativos para a conduta transdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade, ob-
profissional e consideram que a Enfermagem é uma ciência, arte e servando os preceitos éticos e legais da profissão.
uma prática social, indispensável à organização e ao funcionamen- Art. 5º Associar-se, exercer cargos e participar de Organiza-
to dos serviços de saúde; tem como responsabilidades a promoção ções da Categoria e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional,
e a restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças e o atendidos os requisitos legais.
alívio do sofrimento; proporciona cuidados à pessoa, à família e à Art. 6º Aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, éti-
coletividade; organiza suas ações e intervenções de modo autô- co-políticos, socioeducativos, históricos e culturais que dão susten-
nomo, ou em colaboração com outros profissionais da área; tem tação à prática profissional.
direito a remuneração justa e a condições adequadas de trabalho, Art. 7º Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, famí-
que possibilitem um cuidado profissional seguro e livre de danos. lia e coletividade, necessárias ao exercício profissional.
Sobretudo, esses princípios fundamentais reafirmam que o
respeito aos direitos humanos é inerente ao exercício da profissão,
o que inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 8º Requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, de for- Art. 25 Fundamentar suas relações no direito, na prudência,
ma fundamentada, medidas cabíveis para obtenção de desagravo no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição
público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional ideológica.
ou que atinja a profissão. Art. 26 Conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética
Art. 9º Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, de for- dos Profissionais de Enfermagem e demais normativos do Sistema
ma fundamentada, quando impedido de cumprir o presente Códi- Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
go, a Legislação do Exercício Profissional e as Resoluções, Decisões Art. 27 Incentivar e apoiar a participação dos profissionais de En-
e Pareceres Normativos emanados pelo Sistema Cofen/Conselhos fermagem no desempenho de atividades em organizações da categoria.
Regionais de Enfermagem. Art. 28 Comunicar formalmente ao Conselho Regional de En-
Art. 10 Ter acesso, pelos meios de informação disponíveis, fermagem e aos órgãos competentes fatos que infrinjam dispositi-
às diretrizes políticas, normativas e protocolos institucionais, bem vos éticos-legais e que possam prejudicar o exercício profissional e
como participar de sua elaboração. a segurança à saúde da pessoa, família e coletividade.
Art. 11 Formar e participar da Comissão de Ética de Enferma- Art. 29 Comunicar formalmente, ao Conselho Regional de En-
gem, bem como de comissões interdisciplinares da instituição em fermagem, fatos que envolvam recusa e/ou demissão de cargo,
que trabalha. função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em
Art. 12 Abster-se de revelar informações confidenciais de que cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional.
tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional. Art. 30 Cumprir, no prazo estabelecido, determinações, notifi-
Art. 13 Suspender as atividades, individuais ou coletivas, cações, citações, convocações e intimações do Sistema Cofen/Con-
quando o local de trabalho não oferecer condições seguras para o selhos Regionais de Enfermagem.
exercício profissional e/ou desrespeitar a legislação vigente, ressal- Art. 31 Colaborar com o processo de fiscalização do exercício
vadas as situações de urgência e emergência, devendo formalizar profissional e prestar informações fidedignas, permitindo o acesso
imediatamente sua decisão por escrito e/ou por meio de correio a documentos e a área física institucional.
eletrônico à instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem. Art. 32 Manter inscrição no Conselho Regional de Enferma-
Art. 14 Aplicar o processo de Enfermagem como instrumento gem, com jurisdição na área onde ocorrer o exercício profissional.
metodológico para planejar, implementar, avaliar e documentar o Art. 33 Manter os dados cadastrais atualizados junto ao Conse-
cuidado à pessoa, família e coletividade. lho Regional de Enfermagem de sua jurisdição.
Art. 15 Exercer cargos de direção, gestão e coordenação, no Art. 34 Manter regularizadas as obrigações financeiras junto ao
âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou indiretamente rela- Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição.
cionada ao exercício profissional da Enfermagem. Art. 35 Apor nome completo e/ou nome social, ambos legíveis,
Art. 16 Conhecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão número e categoria de inscrição no Conselho Regional de Enferma-
que envolvam pessoas e/ou local de trabalho sob sua responsabili- gem, assinatura ou rubrica nos documentos, quando no exercício
dade profissional. profissional.
Art. 17 Realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa e § 1º É facultado o uso do carimbo, com nome completo, núme-
extensão, respeitando a legislação vigente. ro e categoria de inscrição no Coren, devendo constar a assinatura
Art. 18 Ter reconhecida sua autoria ou participação em pesqui- ou rubrica do profissional.
sa, extensão e produção técnico-científica. § 2º Quando se tratar de prontuário eletrônico, a assinatura
Art. 19 Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias sociais deverá ser certificada, conforme legislação vigente.
e meios eletrônicos para conceder entrevistas, ministrar cursos, Art. 36 Registrar no prontuário e em outros documentos as
palestras, conferências, sobre assuntos de sua competência e/ou informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de
divulgar eventos com finalidade educativa e de interesse social. forma clara, objetiva, cronológica, legível, completa e sem rasuras.
Art. 20 Anunciar a prestação de serviços para os quais detenha Art. 37 Documentar formalmente as etapas do processo de En-
habilidades e competências técnico-científicas e legais. fermagem, em consonância com sua competência legal.
Art. 21 Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em mí- Art. 38 Prestar informações escritas e/ou verbais, completas e
dias sociais durante o desempenho de suas atividades profissionais. fidedignas, necessárias à continuidade da assistência e segurança
Art. 22 Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua do paciente.
competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam Art. 39 Esclarecer à pessoa, família e coletividade, a respeito
segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade. dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistên-
Art. 23 Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da relação cia de Enfermagem.
profissional/usuários quando houver risco à sua integridade física Art. 40 Orientar à pessoa e família sobre preparo, benefícios,
e moral, comunicando ao Coren e assegurando a continuidade da riscos e consequências decorrentes de exames e de outros proce-
assistência de Enfermagem. dimentos, respeitando o direito de recusa da pessoa ou de seu re-
presentante legal.
CAPÍTULO II Art. 41 Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação
DOS DEVERES de qualquer natureza.
Art. 42 Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa
Art. 24 Exercer a profissão com justiça, compromisso, equida- ou de seu representante legal na tomada de decisão, livre e esclare-
de, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, ho- cida, sobre sua saúde, segurança, tratamento, conforto, bem-estar,
nestidade e lealdade. realizando ações necessárias, de acordo com os princípios éticos e
legais.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da pessoa § 2º O fato sigiloso deverá ser revelado em situações de amea-
no que concerne às decisões sobre cuidados e tratamentos que de- ça à vida e à dignidade, na defesa própria ou em atividade multipro-
seja ou não receber no momento em que estiver incapacitado de fissional, quando necessário à prestação da assistência.
expressar, livre e autonomamente, suas vontades. § 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha
Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade da pes- deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar
soa, em todo seu ciclo vital e nas situações de morte e pós-morte. suas razões éticas para manutenção do sigilo profissional.
Art. 44 Prestar assistência de Enfermagem em condições que ofe- § 4º É obrigatória a comunicação externa, para os órgãos de
reçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profis- responsabilização criminal, independentemente de autorização, de
sionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria. casos de violência contra: crianças e adolescentes; idosos; e pesso-
Parágrafo único. Será respeitado o direito de greve e, nos ca- as incapacitadas ou sem condições de firmar consentimento.
sos de movimentos reivindicatórios da categoria, deverão ser pres- § 5º A comunicação externa para os órgãos de responsabili-
tados os cuidados mínimos que garantam uma assistência segura, zação criminal em casos de violência doméstica e familiar contra
conforme a complexidade do paciente. mulher adulta e capaz será devida, independentemente de autori-
Art. 45 Prestar assistência de Enfermagem livre de danos de- zação, em caso de risco à comunidade ou à vítima, a juízo do profis-
correntes de imperícia, negligência ou imprudência. sional e com conhecimento prévio da vítima ou do seu responsável.
Art. 46 Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e Mé- Art. 53 Resguardar os preceitos éticos e legais da profissão
dica na qual não constem assinatura e número de registro do pro- quanto ao conteúdo e imagem veiculados nos diferentes meios de
fissional prescritor, exceto em situação de urgência e emergência. comunicação e publicidade.
§ 1º O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a execu- Art. 54 Estimular e apoiar a qualificação e o aperfeiçoamento
tar prescrição de Enfermagem e Médica em caso de identificação técnico-científico, ético-político, socioeducativo e cultural dos pro-
de erro e/ou ilegibilidade da mesma, devendo esclarecer com o fissionais de Enfermagem sob sua supervisão e coordenação.
prescritor ou outro profissional, registrando no prontuário. Art. 55 Aprimorar os conhecimentos técnico-científicos, ético-
§ 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o cumprimento -políticos, socioeducativos e culturais, em benefício da pessoa, fa-
de prescrição à distância, exceto em casos de urgência e emergên- mília e coletividade e do desenvolvimento da profissão.
cia e regulação, conforme Resolução vigente. Art. 56 Estimular, apoiar, colaborar e promover o desenvolvi-
Art. 47 Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos compe- mento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, devidamente
tentes, ações e procedimentos de membros da equipe de saúde, aprovados nas instâncias deliberativas.
quando houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligên- Art. 57 Cumprir a legislação vigente para a pesquisa envolven-
cia e imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, famí- do seres humanos.
lia e coletividade. Art. 58 Respeitar os princípios éticos e os direitos autorais no
Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualida- processo de pesquisa, em todas as etapas.
de de vida à pessoa e família no processo do nascer, viver, morrer e luto. Art. 59 Somente aceitar encargos ou atribuições quando se jul-
Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis e ter- gar técnica, científica e legalmente apto para o desempenho seguro
minais com risco iminente de morte, em consonância com a equipe para si e para outrem.
multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis Art. 60 Respeitar, no exercício da profissão, a legislação vigente
para assegurar o conforto físico, psíquico, social e espiritual, respei- relativa à preservação do meio ambiente no gerenciamento de resí-
tada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. duos de serviços de saúde.
Art. 49 Disponibilizar assistência de Enfermagem à coletividade
em casos de emergência, epidemia, catástrofe e desastre, sem plei- CAPÍTULO III
tear vantagens pessoais, quando convocado. DAS PROIBIÇÕES
Art. 50 Assegurar a prática profissional mediante consentimen-
to prévio do paciente, representante ou responsável legal, ou de- Art. 61 Executar e/ou determinar atos contrários ao Código de
cisão judicial. Ética e à legislação que disciplina o exercício da Enfermagem.
Parágrafo único. Ficam resguardados os casos em que não haja Art. 62 Executar atividades que não sejam de sua competência
capacidade de decisão por parte da pessoa, ou na ausência do re- técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao
presentante ou responsável legal. profissional, à pessoa, à família e à coletividade.
Art. 51 Responsabilizar-se por falta cometida em suas ativida- Art. 63 Colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou ju-
des profissionais, independentemente de ter sido praticada indi- rídicas que desrespeitem a legislação e princípios que disciplinam o
vidual ou em equipe, por imperícia, imprudência ou negligência, exercício profissional de Enfermagem.
desde que tenha participação e/ou conhecimento prévio do fato. Art. 64 Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso diante de
Parágrafo único. Quando a falta for praticada em equipe, a qualquer forma ou tipo de violência contra a pessoa, família e cole-
responsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s) praticado(s) tividade, quando no exercício da profissão.
individualmente. Art. 65 Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência
Art. 52 Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em de fatos que envolvam recusa ou demissão motivada pela necessi-
razão da atividade profissional, exceto nos casos previstos na legisla- dade do profissional em cumprir o presente código e a legislação
ção ou por determinação judicial, ou com o consentimento escrito da do exercício profissional; bem como pleitear cargo, função ou em-
pessoa envolvida ou de seu representante ou responsável legal. prego ocupado por colega, utilizando-se de concorrência desleal.
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conheci-
mento público e em caso de falecimento da pessoa envolvida.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 66 Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal Art. 83 Praticar, individual ou coletivamente, quando no exer-
de qualquer instituição ou estabelecimento congênere, quando, cício profissional, assédio moral, sexual ou de qualquer natureza,
nestas, não exercer funções de enfermagem estabelecidas na le- contra pessoa, família, coletividade ou qualquer membro da equi-
gislação. pe de saúde, seja por meio de atos ou expressões que tenham por
Art. 67 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, consequência atingir a dignidade ou criar condições humilhantes e
família e coletividade, além do que lhe é devido, como forma de constrangedoras.
garantir assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título
qualquer natureza para si ou para outrem. que não possa comprovar.
Art. 68 Valer-se, quando no exercício da profissão, de mecanis- Art. 85 Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patri-
mos de coação, omissão ou suborno, com pessoas físicas ou jurídi- mônio das organizações da categoria.
cas, para conseguir qualquer tipo de vantagem. Art. 86 Produzir, inserir ou divulgar informação inverídica ou de
Art. 69 Utilizar o poder que lhe confere a posição ou cargo, para conteúdo duvidoso sobre assunto de sua área profissional.
impor ou induzir ordens, opiniões, ideologias políticas ou qualquer Parágrafo único. Fazer referência a casos, situações ou fatos, e
tipo de conceito ou preconceito que atentem contra a dignidade da inserir imagens que possam identificar pessoas ou instituições sem
pessoa humana, bem como dificultar o exercício profissional. prévia autorização, em qualquer meio de comunicação.
Art. 70 Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para pra- Art. 87 Registrar informações incompletas, imprecisas ou inve-
ticar atos tipificados como crime ou contravenção penal, tanto em rídicas sobre a assistência de Enfermagem prestada à pessoa, famí-
ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles em que não a lia ou coletividade.
exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais. Art. 88 Registrar e assinar as ações de Enfermagem que não
Art. 71 Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e difa- executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por
mação de pessoa e família, membros das equipes de Enfermagem outro profissional.
e de saúde, organizações da Enfermagem, trabalhadores de outras Art. 89 Disponibilizar o acesso a informações e documentos a
áreas e instituições em que exerce sua atividade profissional. terceiros que não estão diretamente envolvidos na prestação da
Art. 72 Praticar ou ser conivente com crime, contravenção pe- assistência de saúde ao paciente, exceto quando autorizado pelo
nal ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais, no paciente, representante legal ou responsável legal, por determina-
exercício profissional. ção judicial.
Art. 73 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a Art. 90 Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações
interromper a gestação, exceto nos casos permitidos pela legisla- sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho Re-
ção vigente. gional de Enfermagem e/ou Comissão de Ética de Enfermagem.
Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o profissio- Art. 91 Delegar atividades privativas do(a) Enfermeiro(a) a ou-
nal deverá decidir de acordo com a sua consciência sobre sua partici- tro membro da equipe de Enfermagem, exceto nos casos de emer-
pação, desde que seja garantida a continuidade da assistência. gência.
Art. 74 Promover ou participar de prática destinada a antecipar Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades privativas a
a morte da pessoa. outros membros da equipe de saúde.
Art. 75 Praticar ato cirúrgico, exceto nas situações de emergên- Art. 92 Delegar atribuições dos(as) profissionais de enferma-
cia ou naquelas expressamente autorizadas na legislação, desde gem, previstas na legislação, para acompanhantes e/ou responsá-
que possua competência técnica-científica necessária. veis pelo paciente.
Art. 76 Negar assistência de enfermagem em situações de ur- Parágrafo único. O dispositivo no caput não se aplica nos casos
gência, emergência, epidemia, desastre e catástrofe, desde que da atenção domiciliar para o autocuidado apoiado.
não ofereça risco a integridade física do profissional. Art. 93 Eximir-se da responsabilidade legal da assistência pres-
Art. 77 Executar procedimentos ou participar da assistência à tada aos pacientes sob seus cuidados realizados por alunos e/ou
saúde sem o consentimento formal da pessoa ou de seu represen- estagiários sob sua supervisão e/ou orientação.
tante ou responsável legal, exceto em iminente risco de morte. Art. 94 Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel,
Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer indicação, público ou particular, que esteja sob sua responsabilidade em razão
ação da droga, via de administração e potenciais riscos, respeitados do cargo ou do exercício profissional, bem como desviá-lo em pro-
os graus de formação do profissional. veito próprio ou de outrem.
Art. 79 Prescrever medicamentos que não estejam estabeleci- Art. 95 Realizar ou participar de atividades de ensino, pesqui-
dos em programas de saúde pública e/ou em rotina aprovada em sa e extensão, em que os direitos inalienáveis da pessoa, família e
instituição de saúde, exceto em situações de emergência. coletividade sejam desrespeitados ou ofereçam quaisquer tipos de
Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer na- riscos ou danos previsíveis aos envolvidos.
tureza que comprometam a segurança da pessoa. Art. 96 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e seguran-
Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem a ou- ça da pessoa, família e coletividade.
tro profissional, exceto em caso de emergência, ou que estiverem Art. 97 Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem
expressamente autorizados na legislação vigente. como usá-los para fins diferentes dos objetivos previamente esta-
Art. 82 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profis- belecidos.
sionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da legis- Art. 98 Publicar resultados de pesquisas que identifiquem o
lação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização participante do estudo e/ou instituição envolvida, sem a autoriza-
humana, reprodução assistida ou manipulação genética. ção prévia.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
Art. 99 Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico- § 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o profissional
-científica ou instrumento de organização formal do qual não tenha terá sua carteira retida no ato da notificação, em todas as catego-
participado ou omitir nomes de coautores e colaboradores. rias em que for inscrito, sendo devolvida após o cumprimento da
Art. 100 Utilizar dados, informações, ou opiniões ainda não pu- pena e, no caso da cassação, após o processo de reabilitação.
blicadas, sem referência do autor ou sem a sua autorização. Art. 109 As penalidades, referentes à advertência verbal, mul-
Art. 101 Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, ta, censura e suspensão do exercício profissional, são da responsa-
das quais tenha ou não participado como autor, sem concordância bilidade do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas
ou concessão dos demais partícipes. no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de cassação
Art. 102 Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer cons- do direito ao exercício profissional é de competência do Conselho
tar seu nome como autor ou coautor em obra técnico-científica. Federal de Enfermagem, conforme o disposto no art. 18, parágrafo
primeiro, da Lei n° 5.905/73.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Na situação em que o processo tiver origem
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES no Conselho Federal de Enfermagem e nos casos de cassação do
exercício profissional, terá como instância superior a Assembleia de
Art. 103 A caracterização das infrações éticas e disciplinares, Presidentes dos Conselhos de Enfermagem.
bem como a aplicação das respectivas penalidades regem-se por Art. 110 Para a graduação da penalidade e respectiva imposi-
este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispo- ção consideram-se:
sitivos legais. I – A gravidade da infração;
Art. 104 Considera-se infração ética e disciplinar a ação, omis- II – As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
são ou conivência que implique em desobediência e/ou inobser- III – O dano causado e o resultado;
vância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfer- IV – Os antecedentes do infrator.
magem, bem como a inobservância das normas do Sistema Cofen/ Art. 111 As infrações serão consideradas leves, moderadas,
Conselhos Regionais de Enfermagem. graves ou gravíssimas, segundo a natureza do ato e a circunstância
Art. 105 O(a) Profissional de Enfermagem responde pela infra- de cada caso.
ção ética e/ou disciplinar, que cometer ou contribuir para sua prá- § 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a inte-
tica, e, quando cometida(s) por outrem, dela(s) obtiver benefício. gridade física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar
Art. 106 A gravidade da infração é caracterizada por meio da debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações da ca-
análise do(s) fato(s), do(s) ato(s) praticado(s) ou ato(s) omissivo(s), tegoria ou instituições ou ainda que causem danos patrimoniais ou
e do(s) resultado(s). financeiros.
Art. 107 A infração é apurada em processo instaurado e con- § 2º São consideradas infrações moderadas as que provoquem
duzido nos termos do Código de Processo Ético-Disciplinar vigente, debilidade temporária de membro, sentido ou função na pessoa
aprovado pelo Conselho Federal de Enfermagem. ou ainda as que causem danos mentais, morais, patrimoniais ou
Art. 108 As penalidades a serem impostas pelo Sistema Cofen/ financeiros.
Conselhos Regionais de Enfermagem, conforme o que determina § 3º São consideradas infrações graves as que provoquem pe-
o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes: rigo de morte, debilidade permanente de membro, sentido ou fun-
I – Advertência verbal; ção, dano moral irremediável na pessoa ou ainda as que causem
II – Multa; danos mentais, morais, patrimoniais ou financeiros.
III – Censura; § 4º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem
IV – Suspensão do Exercício Profissional; a morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função,
V – Cassação do direito ao Exercício Profissional. dano moral irremediável na pessoa.
§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, Art. 112 São consideradas circunstâncias atenuantes:
de forma reservada, que será registrada no prontuário do mesmo, I – Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua es-
na presença de duas testemunhas. pontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as consequ-
§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 ências do seu ato;
(um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional II – Ter bons antecedentes profissionais;
à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento. III – Realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave ameaça;
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas IV – Realizar atos sob emprego real de força física;
publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de En- V – Ter confessado espontaneamente a autoria da infração;
fermagem e em jornais de grande circulação. VI – Ter colaborado espontaneamente com a elucidação dos
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissio- fatos.
nal da Enfermagem por um período de até 90 (noventa) dias e será Art. 113 São consideradas circunstâncias agravantes:
divulgada nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Re- I – Ser reincidente;
gionais de Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada II – Causar danos irreparáveis;
aos órgãos empregadores. III – Cometer infração dolosamente;
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da En- IV – Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
fermagem por um período de até 30 anos e será divulgada nas pu- V – Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunida-
blicações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem e de ou a vantagem de outra infração;
em jornais de grande circulação. VI – Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no pron- VII – Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação
tuário do infrator. do dever inerente ao cargo ou função ou exercício profissional;
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
VIII – Ter maus antecedentes profissionais; I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição
IX – Alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a desconstru- de ensino, nos termos da lei;
ção de fato que se relacione com o apurado na denúncia durante a II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfer-
condução do processo ético. meira Obstétrica, conferido nos termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular
CAPÍTULO V do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz,
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do
país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou
Art. 114 As penalidades previstas neste Código somente po- revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira
derão ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a Obstétrica ou de Obstetriz;
mais de um artigo. IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obti-
Art. 115 A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de verem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea d do art.
infrações ao que está estabelecido nos artigos:, 26, 28, 29, 30, 31, 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 46, 48, 47, 49, 50, 51, 52, Art. 7º São Técnicos de Enfermagem:
53, 54, 55, 56, 57,58, 59, 60, 61, 62, 65, 66, 67, 69, 76, 77, 78, 79, I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enferma-
81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 98, 99, 100, gem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão
101 e 102. competente;
Art. 116 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido
que está estabelecido nos artigos: 28, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 38, 39, por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo
41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, Técnico de Enfermagem.
86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101 e 102. Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem:
Art. 117 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido
ao que está estabelecido nos artigos: 31, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, por instituição de ensino, nos termos da lei e registrado no órgão
52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67,68, 69, 70, 71, 73, 74, 75, competente;
76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88, 90, 91, 92, 93, 94, 95, II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de
97, 99, 100, 101 e 102. junho de 1956;
Art. 118 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é apli- III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III
cável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até
32, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 59, 61, 62, 63, 64, 68, 69, 70, 71, a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
72, 73, 74, 75, 76, 77, 78,79, 80, 81, 82, 83, 85, 87, 89, 90, 91, 92, IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de
93, 94 e 95. Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscaliza-
Art. 119 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissio- ção da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão
nal é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos
artigos: 45, 64, 70, 72, 73, 74, 80, 82, 83, 94, 96 e 97. termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do De-
creto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM de outubro de 1959;
(LEI N°7.498/1986 – REGULAMENTADA PELO DECRETO V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos
94.406/1987) termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou
Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de
nacional, observadas as disposições desta lei. acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certifi-
Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente cado de Auxiliar de Enfermagem.
podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas Art. 9º São Parteiras:
no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde I - a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº
ocorre o exercício. 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº
Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativamente pelo 3.640, de 10 de outubro de 1959;
Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enferma- II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equiva-
gem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilita- lente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do
ção. país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado
Art. 3º O planejamento e a programação das instituições e ser- no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta lei, como certi-
viços de saúde incluem planejamento e programação de enferma- ficado de Parteira.
gem. Art. 10. (VETADO).
Art. 4º A programação de enfermagem inclui a prescrição da Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enferma-
assistência de enfermagem. gem, cabendo-lhe:
Art. 5º (VETADO). I - privativamente:
§ 1º (VETADO). a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura
§ 2º (VETADO). básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço
Art. 6º São enfermeiros: e de unidade de enfermagem;
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b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de en-
serviços; fermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avalia- execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe espe-
ção dos serviços da assistência de enfermagem; cialmente:
d) (VETADO); a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
e) (VETADO); b) executar ações de tratamento simples;
f) (VETADO); c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
g) (VETADO); d) participar da equipe de saúde.
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Art. 14. (VETADO).
enfermagem; Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei,
i) consulta de enfermagem; quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e
j) prescrição da assistência de enfermagem; em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com ris- orientação e supervisão de Enfermeiro.
co de vida; Art. 15-A. O piso salarial nacional dos Enfermeiros contratados
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprova-
que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar da pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será de R$
decisões imediatas; 4.750,00 (quatro mil setecentos e cinquenta reais) mensais. (In-
II - como integrante da equipe de saúde: cluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
a) participação no planejamento, execução e avaliação da pro- Parágrafo único. O piso salarial dos profissionais celetistas de
gramação de saúde; que tratam os arts. 7º, 8º e 9º desta Lei é fixado com base no piso
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos estabelecido no caput deste artigo, para o Enfermeiro, na razão
assistenciais de saúde; de: (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de I - 70% (setenta por cento) para o Técnico de Enferma-
saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; gem; (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
d) participação em projetos de construção ou reforma de uni- II - 50% (cinquenta por cento) para o Auxiliar de Enfermagem e
dades de internação; para a Parteira.(Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de Art. 15-B. O piso salarial nacional dos Enfermeiros contratados
doenças transmissíveis em geral; sob o regime dos servidores públicos civis da União, das autarquias
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser e das fundações públicas federais, nos termos da Lei nº 8.112, de 11
causados à clientela durante a assistência de enfermagem; de dezembro de 1990, será de R$ 4.750,00 (quatro mil setecentos e
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puér- cinquenta reais) mensais. (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
pera; Parágrafo único. O piso salarial dos servidores de que tratam
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; os arts. 7º, 8º e 9º desta Lei é fixado com base no piso estabelecido
i) execução do parto sem distocia; no caput deste artigo, para o Enfermeiro, na razão de: (Incluído
j) educação visando à melhoria de saúde da população. pela Lei nº 14.434, de 2022)
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º I - 70% (setenta por cento) para o Técnico de Enferma-
desta lei incumbe, ainda: gem; (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
a) assistência à parturiente e ao parto normal; II - 50% (cinquenta por cento) para o Auxiliar de Enfermagem e
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providên- para a Parteira. (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
cias até a chegada do médico; Art. 15-C. O piso salarial nacional dos Enfermeiros servidores
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anes- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de suas autar-
tesia local, quando necessária. quias e fundações será de R$ 4.750,00 (quatro mil setecentos e cin-
Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível quenta reais) mensais. (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Parágrafo único. O piso salarial dos servidores de que tratam
enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da os arts. 7º, 8º e 9º desta Lei é fixado com base no piso estabelecido
assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente: no caput deste artigo, para o Enfermeiro, na razão de: (Incluído
a) participar da programação da assistência de enfermagem; pela Lei nº 14.434, de 2022)
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as pri- I - 70% (setenta por cento) para o Técnico de Enferma-
vativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único do gem; (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
art. 11 desta lei; II - 50% (cinquenta por cento) para o Auxiliar de Enfermagem e
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfer- para a Parteira. (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
magem em grau auxiliar; Art. 15-D. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)
d) participar da equipe de saúde. Art. 15-E. As instituições de saúde, públicas e privadas, oferta-
rão aos profissionais de enfermagem referidos no parágrafo único
do art. 2º condições adequadas de repouso, durante todo o horário
de trabalho. (incluído pela Lei nº 14.602, de 2023)
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(C) a avaliação e intervenção das famílias prevê a utilização de 8. (Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: SEDF Prova: Quadrix -
todas as subcategorias durante o processo, que devem estar 2018 - SEDF) Quanto às teorias de enfermagem e ao processo de
todas registradas no prontuário do paciente índice. Algumas enfermagem, julgue o item.
categorias e subcategorias precisarão ser criteriosamente re- A teoria do autocuidado, empreendida por Dorothea Orem,
avaliadas em determinadas famílias, facilitando a tomada de descreve que a enfermagem é um sistema que identifica e executa
decisão pelo enfermeiro. as necessidades básicas do indivíduo até que ele aprenda a reali-
(D) o instrumento preconizado para avaliação estrutural da fa- zá‐las.
mília é o genograma, que consiste em uma árvore familiar que ( ) CERTO
representa a estrutura familiar interna. Este instrumento de- ( ) ERRADO
sencadeia informações úteis tanto para a família como para os
profissionais da saúde e propicia a informação sobre relaciona- 9. (Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP
mentos ao longo do tempo, incluindo dados de saúde, doença, Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP) No suporte bási-
ocupação, religião, etnia e migração co de vida ao paciente com agravo clínico, a avaliação
(A) Primária da ventilação inclui observar o padrão ventilatório,
5. (Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: SEDF Prova: Quadrix - a circunferência torácica e a autonomia respiratória.
2018 – SEDF) Quanto às teorias de enfermagem e ao processo de (B) Secundária do estado circulatório consiste em pesquisar he-
enfermagem, julgue o item. morragias externas de natureza não traumática e verificar, nos
Os diagnósticos de enfermagem são interpretações empíricas pulsos periféricos, frequência, ritmo e simetria.
dos dados levantados, usados para orientar o planejamento, a im- (C) Complementar da ventilação requer observar, em especial,
plementação e a avaliação de enfermagem. se há uso de musculatura acessória e tiragem intercostal, além
( ) CERTO de movimentos assimétricos dos membros superiores.
( ) ERRADO (D) Secundária é importante, porém não obrigatória, principal-
mente nos pacientes críticos, ou se sua realização implicar em
6. (Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: SEDF Prova: Quadrix - atraso de transporte.
2018 - SEDF ) Quanto às teorias de enfermagem e ao processo de (E) Secundária tem como objetivo único localizar assimetrias
enfermagem, julgue o item. morfológicas e instabilidades hemodinâmicas.
Segundo a teoria das necessidades humanas básicas de Wanda
Horta, o prognóstico de enfermagem estima a capacidade do ser 10. (Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora
humano de atender suas necessidades básicas após a implementa- - MG Prova: AOCP - 2018 - Prefeitura de Juiz de Fora – MG) A violên-
ção do plano realizado a partir da evolução da enfermagem. cia é um fenômeno que atinge mulheres de diferentes orientações
( ) CERTO sexuais, classes sociais, origens, regiões, estados civis, escolaridade
( ) ERRADO ou raças/etnias em relações desiguais de poder. Sobre a violência
contra mulher, assinale a alternativa correta.
7. (Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: (A) Violência patrimonial são atos violentos, nos quais se fez
Prefeitura de Pará de Minas - MG Prova: FUNDEP (Gestão de Con- uso da força física de forma intencional, com o objetivo provo-
cursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG ) O objetivo do car dor e sofrimento, deixando, ou não, marcas evidentes no
dimensionamento de pessoal de enfermagem é fixar e estabelecer seu corpo.
parâmetros no quadro de profissionais de enfermagem para as uni- (B) É desnecessário que sejam descritos em prontuário dados
dades assistenciais nas instituições de saúde e similares. completos sobre as circunstâncias da situação de violência,
Considerando o dimensionamento de pessoal de enfermagem, para que a mulher não seja constrangida.
é incorreto afirmar: (C) Pelo fato de a Atenção Básica estar nos territórios, mais
(A) O responsável técnico de enfermagem deve dispor de 3% próxima do cotidiano das pessoas, tem papel insignificante na
a 5% do quadro geral de profissionais de enfermagem para co- identificação de situações de violência.
bertura de situações relacionadas à rotatividade de pessoal e (D) Somente os casos de violência sexual devem ser notifica-
participação de programas de educação continuada. dos.
(B) O quadro de profissionais de enfermagem da unidade de (E) Pode ser definida como qualquer ato ou conduta baseada
internação composto por 60% ou mais de pessoas com idade no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual
superior a 50 anos deve ser acrescido de 10% ao índice de se- ou psicológico à mulher.
gurança técnica (IST).
(C) Compete ao enfermeiro estabelecer o quadro quantitativo 11. (Prefeitura de Juiz de Fora – MG- Enfermeiro-AOCP-2018)
/ qualitativo de profissionais, necessário para a prestação da O que é vigilância
assistência de enfermagem. (A) Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou preve-
(D) O dimensionamento e a adequação quanti-qualitativa do nir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor-
quadro de profissionais de enfermagem devem se basear na rentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e
quantidade de pacientes internados. da prestação de serviços de interesse da saúde.
(B) Um conjunto de atividades que se destina à promoção e
proteção da saúde, assim como visa à recuperação e reabilita-
ção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agra-
vos advindos das condições de trabalho.
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(C) Um conjunto de ações que proporciona a detecção ou pre- 16. Camara Legislativa do Distrito Federal- T;ecnico em Enfer-
venção de qualquer mudança da saúde individual ou coletiva, magem- FCC-2018)Ao orientar um paciente adulto sobre os cuida-
com a finalidade de avaliar o impacto que as tecnologias pro- dos com a dieta a ser administrada pela sonda nasoenteral no do-
vocam à saúde. micílio, o profissional de saúde deve orientar que
(D) Um conjunto de atividades que se destina ao controle de (A) Antes de administrar a dieta, deverá aquecê-la em banho-
bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem -maria ou em micro-ondas.
com a saúde. (B) Após o preparo da dieta caseira, deverá guardá-la na gela-
(E) Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, deira e, 40 minutos antes do horário estabelecido para a admi-
a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores de- nistração, retirar somente a quantidade que for utilizar.
terminantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, (C) No caso de ter pulado um horário de administração da die-
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre- ta, o volume do próximo horário deve ser aumentado em, pelo
venção e controle das doenças ou agravo menos, 50%.
(D) A dieta enteral industrializada deve ser guardada fora da
12. Prefeitura de Juiz de Fora-MG- AOCP- Enfermeiro-2018)O geladeira e, após aberta, tem validade de 72 horas.
controle e o rastreamento das ISTs são de grande importância. No
caso das gestantes, todas devem ser rastreadas para: 17. (Camara Legislativa do Distrito Federal- T;ecnico em Enfer-
(A) HIV, Hepatite A e difiteria. magem- FCC-2018Dentre as medidas de controle de infecção de
(B) HIV, Sífilis e Hepatite B. corrente sanguínea relacionadas a cateteres intravasculares encon-
(C) Hepatite B, Gonorreia e Hepatite A. tra-se
(D) HIV, Hepatite A e Tularemia. (A) O uso de cateteres periféricos para infusão contínua de pro-
(E) Hepatite A, tricomoníase e HIV.Parte inferior do formulário dutos vesicantes.
(B) A higienização das mãos com preparação alcoólica (70 a
13. (Prefeitura de Juiz de Fora-MG- AOCP- Enfermeiro-2018O 90%), quando as mesmas estiverem visivelmente sujas.
Programa Nacional de Imunizações (PNI) organiza toda a política (C) O uso de novo cateter periférico a cada tentativa de punção
nacional de vacinação da população brasileira e tem como missão no mesmo paciente.
(A) Vacinar todas as crianças de todo território Nacional até (D) A utilização de agulha de aço acoplada ou não a um coletor,
2020. para coleta de amostra sanguínea e administração de medica-
(B) O controle, a erradicação e a eliminação de doenças imu- mento em dose contínua.
nopreveníveis. (E) O uso de luvas de procedimentos para tocar o sítio de inser-
(C) Vacinar crianças e adultos vulneráveis. ção do cateter intravascular após a aplicação do antisséptico.
(D) O controle de doenças imunossupressoras.
(E) Vacinar crianças e idosos combatendo as doenças de risco 18. (Camara Legislativa do Distrito Federal- T;ecnico em En-
controlável. fermagem- FCC-2018 A equipe de saúde, ao realizar o acolhimen-
to com escuta qualificada a uma mulher apresentando queixas de
14. (Prefeitura de Juiz de Fora-MG- AOCP- Enfermeiro-2018) perda urinária, deve atentar-se para, dentre outros sinais de alerta:
Segundo o Programa Nacional de Imunizações, na sala de vacina- (A) Amenorreia.
ção, é importante que todos os procedimentos desenvolvidos pro- (B) Dismenorreia.
movam a máxima segurança. Com relação a esse local, é correto (C) Mastalgia.
afirmar que (D) Prolapso uterino sintomático.
(A) Deve ser destinado à administração dos imunobiológicos e (E) Ataxia.
demais medicações intramusculares.
(B) É importante que todos os procedimentos desenvolvidos 19-(Pref de Macapá- Técnico de Enfermagem- FCC- 2018)As
promovam a segurança, propiciando o risco de contaminação. técnicas de higienização das mãos, para profissionais que atuam
(C) A sala deve ter área mínima de 3 metros quadrados, para o em serviços de saúde, podem variar dependendo do objetivo ao
adequado fluxo de movimentação em condições ideais para a qual se destinam. Na técnica de higienização simples das mãos, re-
realização das atividades. comenda-se
(D) A sala de vacinação é classificada como área semicrítica. (A) Limpar sob as unhas de uma das mãos, friccionando o local
(E) Deve ter piso e paredes lisos, com frestas e laváveis com auxílio das unhas da mão oposta, evitando-se limpá-las
com as cerdas da escova.
15. (Prefeitura de Juiz de Fora-MG- AOCP- Enfermeiro-2018) (B) Respeitar o tempo de duração do procedimento que varia
São vias de administração de imunobiológicos, EXCETO a via de 20 a 35 segundos.
(A) Oral. (C) Executar o procedimento com antisséptico degermante du-
(B) Subcutânea. rante 30 segundos.
(C) Intraóssea. (D) Utilizar papel toalha para secar as mãos, após a fricção an-
(D) Endovenosa. tisséptica das mãos com preparações alcoólicas.
(E) IntramusculaParte inferior do formulário (E) Higienizar também os punhos utilizando movimento circu-
lar, ao esfregá-los com a palma da mão oposta.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
20. (Pref de Macapá- Técnico de Enfermagem- FCC- 2018)Pro- 25. (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018)
cesso físico ou químico que destrói microrganismos patogênicos na Após o término de um pequeno procedimento cirúrgico, o
forma vegetativa, micobactérias, a maioria dos vírus e dos fungos, técnico de enfermagem recolhe os materiais utilizados e separa
de objetos inanimados e superfícies. Essa é a definição de aqueles que podem ser reprocessados daqueles que devem ser
(A) Desinfecção pós limpeza de alto nível. descartados, observando os princípios de biossegurança. A fim de
(B) Desinfecção de alto nível. destinar corretamente cada um dos referidos materiais, o técnico
(C) Esterilização de baixo nível. de enfermagem deve considerar como materiais a serem reproces-
(D) Barreira técnica. sados aqueles destinados à
(E) Desinfecção de nível intermediário. (A) Diérese, como tesoura de aço inox; e descarta na caixa de
perfurocortante, materiais como agulhas com fio de sutura.
21. (Prefeitura de Macapá- Técnico em enfermagem- FCC- (B) Hemostasia, como pinça de campo tipo Backaus; e descarta
2018) Foi prescrito pelo médico uma solução glicosada a 10%. Na no saco de lixo branco, materiais com sangue, como compres-
solução glicosada, disponível na instituição, a concentração é de sas de gaze.
5%. Ao iniciar o cálculo para a transformação do soro, o técnico de (C) Siérese como porta-agulhas; e descarta no lixo comum par-
enfermagem deve saber que, em 500 mL de Soro Glicosado a 5%, o te dos fios cirúrgicos absorvíveis utilizados, como o categute
total de glicose, em gramas, é de simples.
(A) 5. (D) Síntese, como lâminas de bisturi; e descarta as agulhas na
(B) 2,5. caixa de perfurocortante, após terem sido devidamente desco-
(C) 50. nectadas das seringas.
(D) 25. (E) Diérese, como cânula de uso único; e descarta no saco de
(E) 500 lixo branco luvas de látex utilizadas.
22. (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018) 26. (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018)
Com relação à Sistematização da Assistência de Enfermagem, con- Na desinfecção da superfície de uma mesa de aço inox, onde será
siderando as atribuições de cada categoria profissional de enferma- colocado uma bandeja com um pacote de curativo estéril, o técni-
gem, compete ao técnico de enfermagem, realizar co de enfermagem, de acordo com as recomendações da Agência
(A) A prescrição de enfermagem, na ausência do enfermeiro. Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) pode optar pela utilização
(B) O exame físico. dos seguintes produtos:
(C) A anotação de enfermagem. (A) Álcool a 70% aplicado sem fricção, por ser esporicida, desde
(D) A consulta de enfermagem. que aguardado o tempo de evaporação recomendado, porém
(E) A evolução de enfermagem dos pacientes de menor com- tem a desvantagem de ser inflamável.
plexidade. (B) Ácido peracético a 0,2% por não ser corrosivo para metais,
tendo como desvantagem não ser efetivo na presença de ma-
23. (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018) téria orgânica.
O profissional de enfermagem, para executar corretamente a téc- (C) Hipoclorito de sódio a 1,0% por ser de amplo espectro, ter
nica de administração de medicamento por via intradérmica, deve, baixo custo e ação lenta, apresentando a desvantagem de não
dentre outros cuidados, estar atento ao volume a ser injetado. O ter efeito tuberculocida.
volume máximo indicado a ser introduzido por esta via é, em mL, de (D) Álcool a 70% por ser, dentre outros, fungicida e tuberculo-
(A) 1,0. cida, porém apresenta a desvantagem de não ser esporicida,
(B) 5,0. além de ser poluente ambiental.
(C) 0,1. (E) Hipoclorito de sódio a 0,02% por não ser corrosivo para
(D) 1,5. metais nesta concentração, ser fungicida de primeira escolha,
(E) 0,5. tendo a desvantagem da instabilidade do produto na presença
de luz solar.
24. (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018)
-Na pessoa idosa com depressão, um dos sintomas/sinais indicativo 27. (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018)
do chamado suicídio passivo é No pós-operatório imediato de uma colaboradora que foi submeti-
(A) O distúrbio cognitivo intermitente. da a uma intervenção de colecistectomia, e já se encontra com res-
(B) A recusa alimentar. piração espontânea e sem sonda vesical, a assistência prestada pelo
(C) O aparecimento de discinesia tardia. técnico de enfermagem inclui verificar e comunicar ao enfermeiro
(D) A adesão a tratamentos alternativos. sinais e sintomas associados a seguinte alteração:
(E) A súbita hiperatividade. (A) Complicações do sistema digestório: náuseas e vômitos de-
corrente da administração de antieméticos.
(B) Hipertermia: coloração da pele, sudorese, elevação da tem-
peratura, bradipneia e bradicardia.
(C) Retenção urinária: dificuldade do paciente para urinar,
abaulamento em região suprapúbica e diurese profusa.
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
29. (Prefeitura de Juiza de Fora-MG- AOCP- Enfermeiro-2018) 32. (Prefeitura Municipal de São Bernardo-MA- Técnico em En-
Paciente chega à Unidade Básica de Saúde (UBS) com história de fermagem- INST. Machado de assis- 2018) No Brasil, o Programa
lesões na pele, com alteração da sensibilidade térmica e dolorosa. É Nacional de Imunização (PNI) se destaca por ser um dos melhores
provável que esse paciente tenha qual doença? programas de imunização do mundo, atuando na prevenção e na
(A) Síndrome de Mono like. erradicação de várias doenças. São doenças que podem ser preve-
(B) Tuberculose. nidas através da vacinação, EXCETO:
(C) Hepatite A. (A) Hanseníase.
(D) Hanseníase. (B) Rubéola.
(E) Varicela. (C) Tuberculose.
(D) Coqueluche.
30. (Pref. Paulista/PE- Assistente de Saúde - Técnico de Enfer-
magem- UPENET/UPE-2018
O paciente cirúrgico recebe assistência de enfermagem nos pe- GABARITO
ríodos pré, trans e pós-operatório. Sobre o período pré-operatório
e pós-operatório, analise as afirmativas abaixo:
I. O preparo pré-operatório, mediante utilização dos instru-
1 CERTO
mentos de observação e avaliação das necessidades individuais,
objetiva identificar alterações físicas e emocionais do paciente, pois 2 C
estas podem interferir nas condições para o ato cirúrgico, compro- 3 CERTO
metendo o bom êxito da cirurgia ou, até mesmo, provocar sua sus-
pensão. 4 D
II. São fatores físicos que podem diminuir o risco operatório 5 ERRADO
tabagismo, desnutrição, obesidade, faixa etária elevada, hiperten-
são arterial. 6 CERTO
III. No pós-operatório, os objetivos do atendimento ao paciente 7 D
são identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedi-
8 ERRADO
mentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, náuseas, vômitos,
retenção urinária, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio. 9 D
IV. No pós-operatório, aos pacientes submetidos à anestesia 10 E
geral recomenda-se o decúbito ventral horizontal sem travesseiro,
com a cabeça lateralizada para evitar aspiração de vômito. 11 E
Estão CORRETAS 12 B
(A) I e II, apenas.
(B) I e III, apenas 13 B
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CONHECIMENTOS ESPECÌFICOS
14 D ______________________________________________________
15 C ______________________________________________________
16 B ______________________________________________________
17 C
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18 D
19 E ______________________________________________________
20 E ______________________________________________________
21 D
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22 E
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23 E
24 B ______________________________________________________
25 A ______________________________________________________
26 D
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27 E
28 B ______________________________________________________
29 C ______________________________________________________
30 B
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31 C
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32 A
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ANOTAÇÕES
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