Guia - Atividades para PCDS
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Guia - Atividades para PCDS
328110190546902/1207429195948326/
RECURSOS DIDÁTICOS
DE BAIXO CUSTO PARA
A ALFABETIZAÇÃO DE
ESTUDANTES COM
DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
ANDRÉA CARVALHO
RIO DE JANEIRO
2020
Aos encantadores alunos participantes que com suas trajetórias
trouxeram brilho a este trabalho.
▪ Apresentação .................................................................... 5
▪ Símbolos de acessibilidade............................................... 11
▪ Introdução ......................................................................... 12
▪ O que é deficiência intelectual? ........................................ 14
▪ Por que utilizar recursos didáticos? .................................. 15
▪ Os professores e os alunos – Sobre eles ………………… 19
▪ Recursos didáticos de baixo custo .................................... 22
▪ Considerações finais ......................................................... 67
▪ Referências bibliográficas ................................................. 68
▪ As autoras – Sobre nós...................................................... 70
APRESENTAÇÃO
Dialogando com o texto de Rubem Alves, da epígrafe, onde está a diferença quando há
deficiência é intelectual?
E quem são os outros cujos olhos se espantam quando deveriam ser mansos e
encorajadores?
Se o conhecimento é um caminho, e não um ponto de chegada, o que gera o medo e a dor
diante das sensações do não saber? Como saber? Como ensinar a aprender, questionamos nós, que
somos educadores que amam o que fazem e por isso temos olhos de pesquisadores, viajantes que
investigam outros caminhos percorridos para melhor compreender e traçar os seus próprios?
.
Este trabalho se propõe a compartilhar caminhos e olhares sobre a aprendizagem de estudantes com
deficiência intelectual (DI). Compreendemos que o medo é natural diante do desconhecido, mas o
espanto pode ser substituído quando se olha como uma criança: com curiosidade, interesse e sem
preconceitos.
É assim que permitimos que a dor do não saber seja substituída pela alegria de constatar “o
passo nosso de cada dia”, ainda que bem pequeno, mas sempre em frente. É assim que podemos
compreender que a deficiência não anula o pensar, mas o caracteriza de forma diferente, que me
convida a descobrir e a aprender para melhor ensinar.
Nesta obra compartilhamos o que aprendemos com
um grupo de professores que se dispôs a caminhar junto,
refletindo sobre as suas práticas de alfabetização de crianças
com deficiência intelectual, mais especificamente sobre os
recursos didáticos utilizados neste processo.
A partir de duas oficinas, uma prática e outra teórica,
foram desenvolvidos, em colaboração, alguns recursos
didáticos de baixo custo, com o objetivo de auxiliar na
alfabetização destas crianças, ampliando sua participação nas
atividades propostas em sala de aula comum.
A oficina teórica abordou temáticas relacionadas às
estratégias de ensino, às adequações curriculares, à
alfabetização e ao conceito de DI. Na oficina prática foram
construídos os recursos didáticos de baixo custo.
Ficou evidente, nos olhares de alegria e nas falas de satisfação dos professores
participantes, a importância de serem planejados mais momentos de formação continuada como
estes, onde os caminhos possam ser compartilhados e as práticas possam ser repensadas para que
diferentes formas de aprender não sejam vistas como impossibilidades e sim como desafios.
Sim, fomos informados de que existem diferentes formas de aprender, mas onde, e quando,
estamos consolidando os espaços e tempos para o desenvolvimento de diferentes formas de ensinar?
Parafraseando Vygotsky, se foram desenvolvidos, pela cultura, instrumentos como o
Braile para os cegos e a língua de sinais para os surdos, o que tem sido desenvolvido para as
pessoas com deficiência intelectual poderem participar mais amplamente da sociedade?
As orientações e alguns recursos didáticos foram produzidos pelos professores
participante em conjunto com as autoras contidos a partir da BNCC. Apenas um material foi
compilado (Raio de Letras) a fim de compartilhar ideias sobre a confecção e utilização de meios
que possam favorecer a participação dos alunos com DI em sala de aula.
Este guia contém uma breve apresentação do conceito de DI,
discute a importância do uso dos recursos didáticos em sala de aula e por
fim descreve alguns destes recursos, incluindo os confeccionados pelos
professores durante a oficina prática, com algumas orientações que
possam estimular a aprendizagem destes alunos.
Os processos de aprendizagem da leitura e da escrita por alunos com deficiência mental são
semelhantes aos daqueles considerados normais sob muitos aspectos. Esses
aspectos dizem respeito ao letramento, à dimensão desejante, às expectativas do entorno,
ao ensino e às interações escolares. (FIGUEIREDO; GOMES et al. 2007, p.47).
O que diferencia é que as crianças com DI possuem um
ritmo mais lento na passagem de um estágio de
desenvolvimento para o outro, o que Inhelder (1969)
aprendizagem de
alunos com e sem Enquanto a criança normal passa, em um ritmo relativamente rápido, por vários estágios
No caso dos estudantes com DI, os recursos pedagógicos servirão como suporte para a
realização das atividades propostas. Algumas inferências foram construídas, na oficina
teórica, pelos professores participantes e pela pesquisadora para a elaboração dos recursos
pedagógicos que foram utilizados em sala de aula:
Conhecer o aluno
Valorizar os
interesses do aluno
Nos inspiramos nas palavras de nosso mestre maior Paulo Freire a fim de aclarar nosso olhar para
quem se dedica e ousa ensinar e aprender. Para quem acolhe a diversidade humana, os sonhos, as
expectativas e os medos. Para quem ao longo da vida se fortalece e resiste, afim de buscar novos caminhos
contra as injustiças e a desumanização.
OS ALUNOS
Em uma Roda de Conversa, após uma contação de história, surgiu o olhar deles para si
mesmos. E quando se olharam escolheram personagens de histórias que tinham em suas memórias e
com as quais se identificavam. Começaremos, então, as apresentações pela menina que queria ser
chamada de Princesa, desejava ser independente e morar sozinha num castelo. Sem príncipe, sem sapo
e sem madrastas más.
O conto de fada “A Bela e a Fera” despertou em uma das alunas o reconhecimento de sua
própria beleza, não aceitando que os outros colegas a chamassem de feia, por isso escolheu o
codinome Bela.
As histórias de Ruth Rocha fazem parte de várias gerações e encantaram dois dos nossos
protagonistas. Um queria se chamar Lucas como a personagem do livro : “O menino que espiava pra
dentro” que tinha muita imaginação e um amigo imaginário. O outro queria se chamar Joãozinho, pois
também trazia consigo o desejo de aprender a ler, como o Joãozinho da história: “O menino que aprendeu
a ver”.
O nosso último protagonista a ser apresentado identificou-se com a esperteza da personagem de
sua história preferida: “João Esperto leva o presente certo”, de Candace Fleming. E claro, gostaria de ser
sempre chamado de João Esperto.
RECURSOS
DIDÁTICOS
DE
BAIXO CUSTO
PALAVRA NA LATA
Antes de iniciar a atividade o docente mostrou ao aluno as reálias e explicou que cada latinha
continha o nome de cada elemento que estava em cima da mesa. Enquanto, o aluno desenvolvia esta
atividade os outros alunos escreviam uma lista com palavras dissílabas e trissílabas, conteúdo trabalhado
naquele dia. Se a turma conseguisse escrever coletivamente cinquenta palavras diferentes, de cada
classificação, o horário do recreio seria estendido.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
O estudante deverá retirar as bolinhas das latinhas e colocar as sílabas na ordem da palavra escrita em
destaque na lata. Outra possibilidade é entregar ao aluno as bolinhas e solicitar que ele coloque na lata somente
as sílabas correspondentes à palavra de cada latinha.
O recurso didático poderá ser utilizado em atividades que envolvam separação de sílabas, a escrita e a
leitura de palavras. É importante utilizar vocábulos que façam parte dos interesses dos alunos, que estejam nas
histórias contadas em sala de aula ou palavras do mesmo campo semântico/lexical (campo de ligação entre
palavras pelo sentido). Exemplos: meios de transporte, brincadeiras, partes do corpo, títulos de contos de fadas,
entre outros.
O uso de imagens auxilia os educandos a identificarem as palavras que serão formadas e a elaborar
hipóteses de escrita, portanto relacionar uma figura a cada palavra que está no interior da latinha beneficiará os
estudantes com DI.
SEPARA PALAVRA
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR?
No primeiro momento a professora Cedro pediu aos alunos para que observassem o que estava na imagem.
Depois pediu para que criassem frases oralmente, enquanto os alunos diziam a regente registrava no quadro.
Algumas frases escrevia corretamente e outras escrevia cometendo a hipossegmentação. Após o registro pediu
aos alunos que lessem o que ela escreveu. Algumas crianças perceberam o erro e a professora foi
reescrevendo de forma correta e explicando como e o por quê as palavras deveriam ser escritas com espaço
entre elas. Em seguida entregou a folha de exercícios, explicando que os alunos deveriam escrever as frases
sobre as imagens, observando o espaço entre as palavras. Bela realizou a atividade utilizando este recurso. A
professora deixou somente as sentenças com hipossegmentação e solicitou que ela colocasse em baixo as
corretas e correspondentes. Depois pediu para que a aluna escrevesse na folha de exercícios. Todos os alunos
realizaram a mesma atividade, porém Bela utlizou o recurso como apoio para que conseguisse executar
a tarefa.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
O estudante deverá ler as frases, auxiliado pelo professor e/ou pelas imagens, e fixar as orações que
apresentam a escrita convencional abaixo das frases que apresentam hipossegmentação (escrita de frases sem
espaços entre as palavras).
O SEPARA PALAVRA poderá ser utilizado em atividades relacionadas à hipossegmentação que devem
ser propostas aos estudantes a partir de textos curtos e familiares, pois caso contrário o aluno necessitará
enfrentar outro desafio, o de compreender palavras novas ou fora do contexto em que costuma vê-las. Podem ser
utilizadas músicas que o aluno saiba cantar ou poemas e frases que os alunos estão habituados a falar ou ouvir.
As frases podem ser lançadas como um desafio onde seja preciso separar os termos com ou sem o apoio do
texto. Os estudantes com DI se beneficiarão se forem inseridas imagens relacionadas ao conteúdo escrito.
Para auxiliar os alunos com dificuldades no funcionamento intelectual na utilização deste recurso é
importante que seja realizada uma leitura prévia pelo professor.
CORES CRUZADAS
O QUE PRECISA PARA FAZER?
E.V.A, 2 caixas de ovos, caneta esferográfica,
corações (com pregador e fundo preto) , elástico,
cola quente e tesoura.
Aproveitando conhecimentos já contruídos pela aluna Princesa ( reconhecimento das cores), a opção para o
fundo preto nos corações foi pensada para que a estudante marcasse com um giz as cores já encontradas,
desenvolvendo desta forma a autorregulação. Alguns nomes não correspondem às suas cores para que houvesse
um desafio. As palavras encontradas foram envolvidas com o elástico. A turma também realizava uma atividade de
caça-palavras com nomes de cores, mas com 11 palavras. Antes da aluna procurar as palavras e envolvê-las, a
professora havia realizado com a turma a brincadeira “Adedanha de Cores” que consiste em sortear letras e
escrever o nome de cores com a letra inicial igual a sorteada.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
O estudante deverá encontrar o nome das cores como num caça-palavras, observando que as letras
correspondentes às cores possuem a mesma cor. Porém, há um desafio: três nomes de cores não fazem essa
correspondência. Estão escritas em corações com cores aleatórias. Ao encontrar os nomes das cores o aluno
deverá envolvê-los com um elástico.
O CORES CRUZADAS poderá ser utilizado para auxiliar na leitura e escrita, como também estimular a
percepção visual e a concentração que são aspectos relevantes para aprendizagem e para o processo de
alfabetização. Para que os estudantes com DI se beneficiem da proposta deste recurso é importante oferecer
palavras que façam parte de conhecimentos já construídos pelos alunos, como por exemplo, o nome das cores,
o nome de animais, entre outros.
A utilização deste recurso também auxilia no desenvolvimento da coordenação motora fina e da
organização espacial, pois o educando deve utilizar um elástico para circular a palavra encontrada. É estimulada,
também, a memorização da forma gráfica dos vocábulos.
GIRA SÍLABA
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR?
http://educacaoespecial-nedivonfruauff.blogspot.com/2012/08/jogos-para-alfabetizacao.html
O QUE PRECISA PARA FAZER?
. O educando poderá formar palavras a partir das sílabas nas tiras giratórias, de figuras ou de palavras
escritas em tiras de papel que ficarão dentro do copo para irem sendo retiradas uma a uma. O aluno deverá girar
as sílabas com o objetivo de formar palavras, colocando-as alinhadas no sentido vertical.
Este recurso poderá ser utilizado como meio para a produção escrita, tendo potencial para despertar a
motivação, a atenção e a concentração. A aplicação desta atividade para alunos com dificuldades no
funcionamento intelectual, demanda que as sílabas propostas sejam lidas previamente.
RAIOS DE LETRAS
https://www.facebook.com/professoracoruja/photos/apaixonada-por-essa-atividade-feita/1077577815725581/
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR ?
Prato de papelão, tinta guache, cartolina, marcador permanente, pregador, tesoura e cola. Os
pregadores são móveis para que o estudante possa colocar na ordem do alfabeto.
O educando fará o pareamento das letras, colocando as letras dos pregadores sobre as letras do prato.
Alguns desafios poderão ser lançados, como por exemplo, formar palavras sem repetir letras (exemplo: queijo);
colocar os vocábulos em ordem alfabética; completar a sequência do alfabeto com a letra antecessora e
sucessora.
A utilização deste recurso poderá proporcionar ao aluno com DI contato com as letras do alfabeto ao
realizar correspondência entre a letra escrita no raio (pregador) e a letra escrita no sol (prato), além de
desenvolver a coordenação motora fina, através de material lúdico.
PREGUICINHA
(EF02LP02) Segmentar palavras em sílabas e remover e substituir sílabas iniciais, mediais ou finais para criar
novas palavras.
(EF03LP02) Ler e escrever corretamente palavras com sílabas CV, V, CVC, CCV, VC, VV, CVV, identificando
que existem vogais em todas as sílabas.
(EF01LP08) Relacionar elementos sonoros (sílabas, fonemas, partes de palavras) com sua representação
escrita.
RELATO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA
O recurso foi elaborado a partir da memória afetiva do professor Aroeira, que utilizou esta ferramenta didática
para auxiliar na alfabetização de sua irmã mais nova. O regente relatou que ela apresentava dificuldades de
aprendizagem e através deste recurso conseguiu realizar muitos avanços.
O docente utilizou o recurso, em sala de aula, com Joãozinho e João Esperto em uma das avaliações de leitura
que realizou na turma.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
O aluno deverá puxar a ficha e realizar a leitura de cada sílaba e ao final verificar se sua leitura
corresponde à imagem que surgirá no final da tira.
A PREGUICINHA poderá auxiliar os educandos a analisar as letras e as sílabas que compõem
as palavras propostas, tendo potencial também para desenvolver a autorregulação, pois ao encontrar a
figura o aluno poderá identificar se a palavra que leu corresponde à imagem.
Para os estudantes com DI é recomendável que o professor leia as palavras para o aluno
previamente para que ele saiba que vocábulos serão lidos. As palavras também podem ser mostradas
letra a letra. É importante que o regente crie uma atmosfera de mistério para motivar o aprendiz a realizar
o desafio.
ACERTA LETRA
E.V.A, cola quente, tesoura, marcador permanente , folha A4, plastificação ou contact e velcro.
Este recurso foi elaborado para alguns dos alunos que ainda espelhavam a escrita (escreviam as
letras voltadas para o lado contrário). Os estudantes receberam a folha com
as letras em diferentes posições e precisavam colocá-las na posição correta como mostrado no modelo
(canto esquerdo superior da folha).
Algumas atividades foram realizadas a partir do apoio deste recurso, como por exemplo, completar as
palavras com a letra A ( os professores utilizaram nesta tarefa as letras que os alunos mais espelhavam),
escrever as letras na ordem do alfabeto, escrever as letras antecessoras e sucessoras, entre outras.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
O estudante deverá colocar as letras, que lhe serão entregues, na mesma posição da letra de
referência no canto superior esquerdo da folha. Outra maneira de utilizar o recurso é retirando as letras que não
estejam na mesma posição que a letra de referência. O professor insere as letras em diferentes posições e o
aluno retira as que não estejam correspondentes à referência.
O Acerta Letra também poderá ser utilizado como um desafio. O professor cronometrará em quanto
tempo o educando consegue colocar as letras na posição indicada, realizando uma competição entre os alunos
da turma ou como desafio individual.
Este recurso poderá auxiliar os estudantes que ainda apresentam escrita em espelho, o que
geralmente acontece com alguns alunos com DI, devido às dificuldades na orientação espacial, na motricidade,
na atenção e na memória.
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR? DO MENOR PARA O MAIOR
(EF12LP01) Ler palavras novas com precisão na
decodificação, no caso de palavras de uso frequente,
ler globalmente, por memorização.
A professora utilizou este recurso didático para que Bela conseguisse construir frases. A turma realizava
também uma atividade de escrita de frases, mas sem o recurso. Depois que a estudante organizava as esferas,
a regente pedia para que ela as copiasse em seu caderno. A leitura foi realizada com o auxílio de um colega
de turma e também através da associação das imagens correspondentes a cada frase. Em outro momento
a professora Cedro escreveu de cor diferente uma única palavra da oração para destacar o artigo, o verbo ou o
substantivo.
Outras professoras participantes diversificaram o uso deste material pedagógico, utilizando letras e
sílabas para a formação de palavras.
O QUE PRECISA PARA FAZER?
Tinta guache, bolinhas de isopor de diferentes tamanhos, velcro, caneta esferográfica. Papel sulfite,
plastificação ou plástico adesivo.
SUJEITO
POR MÉRITO.
SERÁ APROVADA
A ALUNA
AUTODITADO SENSORIAL
1 caixa média, tinta guache, estilete, fio de nylon, papel nacarado, areia, cola, tesoura, 1 lanterna, um fone de
ouvido, estilete, um celular para baixar a trilha sonora e animais de plástico.
O recurso foi utilizado não somente pelos alunos com DI, mas por todos os estudantes da Unidade Escolar,
e em diferentes propostas para desenvolver a escrita: autoditado, construção de frases e produção de textos.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
O aluno deverá colocar um fone para ouvir a música tema, enquanto observa o interior da caixa através
do orifício na frente da mesma. O professor colocará a lanterna na parte superior da caixa para iluminar o seu
interior.
O AUTODITADO SENSORIAL poderá ser utilizado em sala de aula como meio para produção escrita,
tendo potencial para motivar os estudantes e desenvolver a atenção e a percepção visual.
Este recurso poderá ser aplicado quando o professor desejar apresentar palavras e conteúdos novos
para a turma, necessitando utilizar objetos relacionados ao tema.
QUAL É A SÍLABA?
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR ?
(EF12LP04) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor ou já com certa
autonomia, listas, agendas, calendários, avisos, convites, receitas, instruções de montagem (digitais ou
impressos), dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, considerando a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto e relacionando sua forma de organização à sua finalidade.
(EF03LP02) Ler e escrever corretamente palavras com sílabas CV, V, CVC, CCV, VC, VV, CVV, identificando
que existem vogais em todas as sílabas.
(EF01LP09) Comparar palavras, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas iniciais.
(EF02LP02) Segmentar palavras em sílabas e remover e substituir sílabas iniciais, mediais ou finais para criar
novas palavras.
(EF01LP13) Comparar palavras, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas mediais e finais.
RELATO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA
O recurso foi utilizado em diferentes atividades propostas, em sala de aula, pelos professores. Foram
escolhidos assuntos de interesse dos estudantes , como por exemplo: A Turma da Mônica e esportes. O material
também foi utilizado para construir conceitos e compreender conteúdos, como por exemplo: Planetas do Sistema
Solar e Seres Vivos.
Foram elaboradas atividades em que as respostas eram as palavras que os alunos formaram,
associando as figuras e completando com a sílaba inicial ou final escrita no pregador. Dessa forma o recurso
produzido serviu de suporte para a realização das atividades. Após formarem as palavras e os professores
conferirem, preenchiam as folhas de exercícios, copiando as palavras. Os outros alunos da turma também
realizaram a mesma atividade, mas sem o auxílio do recurso didático.
O QUE PRECISA PARA FAZER?
Um caderno ( no recurso mostrado foi utilizado um calendário vencido), pregadores, cola, tesoura, marcador
permanente, caneta esferográfica, figuras que correspondam aos interesses do aluno ou associadas aos
conteúdos trabalhados.
O educando deverá fixar as sílabas iniciais ou finais das palavras que estão escritas no pregador. As
diversas palavras que compõem o recurso poderão ser utilizadas para que o aluno com DI tenha um apoio para
formar as respostas de atividades de ditado, ou realizar atividades como: completar frases, elaborar lista de
palavras do mesmo campo semântico/lexical, entre outras.
QUAL É A PALAVRA? Tem potencial para trabalhar a coordenação motora fina, devido ao movimento de
pinça (movimento que envolve os dedos polegar e indicador para pegar pequenos objetos) para encaixar os
pregadores.
ARRUMA LETRA
O estudante deverá reproduzir a imagem do cartão, utilizando os palitos de picolé das cores
correspondentes e as letras, colocando-os na mesma posição e observando o tipo de letra. Este recurso poderá
ser utilizado em atividades que envolvam a utilização de letras maiúsculas e minúsculas manuscritas ou de
imprensa. O ARRUMA LETRA tem potencial para desenvolver a coordenação visomotora, a orientação espacial
a atenção e a concentração.
CRUZA ANIMAIS
O estudante deverá encontrar as sílabas correspondentes aos nomes dos animais, como num caça-
palavras, e envolvê-las com um elástico. Este recurso poderá ser utilizado em atividades de separação de
sílabas de palavras de algum conteúdo a ser trabalhado, com o mesmo campo semântico/lexical ou que façam
parte do interesse do estudante, auxiliando-o a criar hipóteses
O CRUZA ANIMAIS tem potencial para desenvolver a percepção visual, a coordenação motora fina, a
concentração e a atenção. Outra possibilidade é escrever em fichas algumas das palavras para que os alunos
as localizem.
QUAL É O SOM ?
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR?
(EF03LP02) Ler e escrever corretamente palavras com sílabas CV, V, CVC, CCV, VC, VV, CVV,
identificando que existem vogais em todas as sílabas.
(EF01LP06) Segmentar oralmente palavras em sílabas.
RELATO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA
O recurso foi elaborado para que os estudantes identificassem o som inicial das palavras que continham a
letra R e a letra L intercaladas (em encontros consonantais). O material foi utilizado nos momentos de atendimento
individual e anamnese.
O estudante deverá associar a sílaba inicial de cada nome à figura correspondente. Este recurso
poderá auxiliar os estudantes com dificuldades no funcionamento intelectual a realizar atividades de escrita ,
assim como perceber os sons das letras R e L em encontros consonantais, levando-os a criar hipóteses de
escrita.
Com o QUAL É O SOM? o professor poderá explorar atividades em que os alunos tenham que
identificar a sílaba inicial ou completar a palavra a partir dela. Poderá também servir de apoio para o aluno
realizar ditado ou autoditado.
LIVRO DE ATIVIDADES
página.
(EF12LP01) Ler palavras novas com precisão na decodificação, no caso de palavras de uso frequente, ler
globalmente, por memorização.
(EF12LP18) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, sonoridades, jogos de palavras,
reconhecendo seu pertencimento ao mundo imaginário e sua dimensão de encantamento, jogo e fruição.
O estudante deverá fixar as sílabas correspondentes à figura. Este recurso poderá auxiliar os alunos
a formar palavras a partir das imagens e das sílabas apresentadas. É possível diversificar a atividade
oferecendo ao educando a palavra formada para que ele associe à imagem.
O professor cola uma letra de material emborrachado em cada página do livro. O estudante deverá
encontrar, no texto, palavras que iniciem com a mesma letra que está em destaque. Este recurso tem potencial
ampliar a participação dos estudantes com DI nas atividades propostas em sala de aula. O professor poderá
selecionar palavras-chave para a compreensão de um texto explicativo, uma notícia, um livro de histórias e até
mesmo do livro didático. Poderão também ser palavras que sejam as respostas das questões dos exercícios.
DETETIVE
.
RELATO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA
Este recurso foi utilizado nos momentos de leitura e durante a exploração do tema: Alimentação. O estudante
primeiro lia a lista de alimentos, associando as palavras às imagens, depois os professores solicitavam que os alunos
contassem quantas letras “A”, por exemplo, tinha nas palavras e que após a contagem registrassem pegando o
número correspondente.
Fita banana, um rolo de papel toalha vazio, papel ofício e palito de picolé. A atividade pode ser
impressa ou escrita à mão e as imagens podem ser desenhos.
COMO UTILIZAR EM SALA DE AULA?
A lupa foi confeccionada com palito de picolé e uma fatia do rolo de papelão que dá suporte ao rolo de
papel alumínio. Foram impressas páginas com pequenas listas de palavras, tendo a letra-alvo impressa no
canto superior direito da folha. O educando deverá procurar, com a lupa, a letra-alvo em cada palavra e depois
sinalizar, com um número móvel, quantas letras foram encontradas. DETETIVE é um recurso que poderá
auxiliar os estudantes a ler e construir lista de palavras associadas aos conteúdos trabalhados em sala de aula.
JOGO DA MEMÓRIA - LETRA P
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR?
(EF12LP01) Ler palavras novas com precisão na decodificação, no caso de palavras de uso frequente, ler
globalmente, por memorização.
(EF01LP04) Distinguir as letras do alfabeto de outros sinais gráficos.
(EF01LP05) Reconhecer o sistema de escrita alfabética como representação dos sons da fala.
(EF01LP08) Relacionar elementos sonoros (sílabas, fonemas, partes de palavras) com sua representação
escrita.
O QUE PRECISA PARA FAZER?
Papelão ou papel cartão, tesoura, cola, caneta esferográfica ou impressão para a escrita das palavras,
imagens.
O jogo da memória foi utilizado nos momentos de recreação, atendimento individual e anamnese.
Os estudantes realizarão o jogo da memória tradicional, associando a imagem à palavra. Este recurso
também poderá ser utilizado individualmente pelo aluno com DI para realizar associações entre imagem e
palavra. É relevante que as palavras façam parte do interesse do estudante ou estejam contextualizadas com
as atividades propostas para o restante da turma.
DUAS OU TRÊS
.
RELATO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA
O recurso foi utilizado no momento de anamnese e atendimento individual.
O estudante deve refletir sobre quantas sílabas a palavra representada na gravura tem e colocar
embaixo das opções de tampinhas correspondentes: duas sílabas ou três sílabas. DUAS OU TRÊS poderá
ser utilizado para auxiliar os estudantes com DI em atividades de separação e classificação de sílabas, como
também em criar hipóteses de escrita.
MONTA FRASE
O QUE É POSSÍVEL ESTIMULAR?
(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos
gráficos.
O estudante deverá fixar as palavras correspondentes à figura para formar frases. Este recurso
poderá auxiliar os estudantes também a escrever o cabeçalho ou enunciados das atividades. Para isso será
necessário que lhe sejam entregues a palavras, letras ou sílabas relacionadas ao que o professor deseja que
ele produza.
O uso de recurso didáticos de baixo custo para estimular
a leitura, a escrita e ampliar a participação de alunos com
deficiência intelectual poderá trazer benefícios não somente
para estes estudantes, mas também para os que
apresentam dificuldades de aprendizagem. Os alunos
neurotípicos também poderão se beneficiar, pois a
CONSIDERAÇÕES
CONSIDERAÇÕES aprendizagem através do lúdico estimula a criatividade e se
FINAIS
FINAIS torna mais interessante e prazerosa. Poderão desenvolver
diferentes habilidades e competência se forem orientados a
confeccionar os materiais que serão utilizados de forma
individual e/ou coletiva.
ALVES, Rubem. Como nasceu a alegria. 25ª ed. Editora Paullus, Rio
de Janeiro,2011.
FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’ Água, 1995.
PIAGET, J.; INHELDER, B. A Psicologia da Criança. Rio de Janeiro: Difel, 1978. [La Psychologie de L
Enfant, 1966].
PLETSCH, Márcia Denise: GLAT, Rosana. A escolarização de alunos com deficiência intelectual: uma
análise da aplicação do Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado. Linhas Crpiticas.
Brasília, DF, v. 18, n.35, p. 193-208. Jan./abr.2012.
Sou professora há 30 anos e apaixonada pela minha Sou fonoaudióloga e professora. A paixão que tenho
profissão. Também sou psicopedagoga, AEE na Rede pela arte de educar é tanta que já trabalhei em quase
Municipal do Rio de Janeiro e mestranda em Ensino de todos os segmentos, da educação infantil à pós-
educação básica no CAp-UERJ. O trabalho com alunos graduação, e em todas as redes: privada, municipal e
público-alvo da educação especial é o que me encanta e estadual. Fiz mestrado e doutorado em educação,
faz querer melhorar sempre. pesquisando linguagem e educação especial.