0348 - Técnicas de Merchandising
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MANUAL DE FORMAÇÃO
FICHA TÉCNICA
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Destinatários:
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Data Fim:
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ÍNDICE
1- O ESPAÇO.............................................................................................................................. 4
1.2.2 Gôndolas........................................................................................................................ 13
1.2.3 Ilhas................................................................................................................................ 14
2.4. Etiquetagem..................................................................................................................... 29
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MERCHANDISING
"Conjunto dos estudos e das técnicas de aplicação utilizados, separada ou conjuntamente, pelos
distribuidores e pelos produtores com vista a aumentar a rentabilidade do local de venda e o
escoamento dos produtos, através de uma adaptação permanente dos aprovisionamentos as
necessidades do mercado e da apresentação apropriada das mercadorias".
1- O ESPAÇO
O consumidor de hoje é exigente, está bem informado, é crítico e gere melhor o seu poder de
compra.
A seleção de um espaço de venda resulta da perceção de qualidade gerada nas diversas visitas
efetuadas.
• o ambiente da loja
• a disposição do produto
• os tempos de espera
Em cada visita à loja o cliente visualiza um conjunto de situações que influenciam o seu
comportamento no interior, apreciando entre outros aspetos:
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• alguma especialização
Para além destas preferências, destacam-se ainda a correta sinalização das secções e a qualidade e a
segurança nos prazos de validade dos produtos expostos.
Cada vez mais o cliente pensa antes de comprar.
Hoje, há já quem considere que as compras impulsivas estão a perder o seu lugar no volume global
de vendas, por isso, o aproveitamento da sensibilidade do cliente deve ser feito em cada momento
da sua visita.
O desenvolvimento do negócio deve considerar que cada cliente é importante para a loja, que cada
cliente é um caso, pelo que se deve preocupar com as motivações de compra do SEU CLIENTE:
C ONFORTO / CONFIANÇA
S ENSIBILIDADE L IMPEZA / ARRUMAÇÃO
E NTUSIAMO / AMBIENTE I NFORMAÇÃO / APOIO
U TILIDADE / RENTABILIDADE E CONOMIA / VERSATILIDADE
N OVIDADE / INOVAÇÃO
T RANSPARÊNCIA / CREDIBILIDADE
E MOÇÃO / DINÂMICA
SENSIBILIDADE
O cliente é sensível a tudo quanto se passa na loja. Desde que chega até que sai vai desenvolvendo
perceções que, de algum modo, condicionam ou desenvolvem a sua vontade de continuar as
compras.
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• movimento geral
• ambiente / ruído
• iluminação
• implantação do produto
• higiene e limpeza
• comportamento do pessoal
ENTUSIASMO / AMBIENTE
O
O entusiasmo
entusiasmo comocomo
motivação
motivação para
para a a compra
compra
O
O cliente
cliente inicia
inicia as
as surge
surge sob
sob aa influência
influência de
de
suas
suas compras
compras desafios
desafios que
que são
são
colocados
colocados aoao cliente
cliente ao
ao
longo
longo dede todo
todo o o percurso,
percurso,
no
no espaço
espaço dede venda
venda
Nível
Nível de
de exposição
exposição
Sinalização
Sinalização adequada
adequada
Tipo
Tipo de
de publicidade
publicidade
Promoções
Promoções
UTILIDADE / RENTABILIDADE
Para além de sentir o produto e de se entusiasmar com a antecipação da sua aplicação, o cliente
necessita de reconhecer a sua utilidade.
É preciso dar a noção de complementaridade, ou até de grande escoamento, para que seja gerada a
perceção de que outros clientes utilizam com êxito os produtos expostos.
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CONFORTO
Para tomar uma decisão de compra, o cliente deve sentir-se à vontade e confortável, sendo de
considerar aspetos como:
• espaço disponível
• cores
• iluminação
LIMPEZA
A limpeza do espaço de venda está ligada ao conforto e exerce influência sobre o cliente, gerando:
• crédito no produto
• descontração
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INFORMAÇÃO
A informação ao cliente no local de venda (l.L.V.) é desenvolvida, quer pelo pessoal, quer pela forma
como o produto se aproxima do cliente. Contam para uma correta informação ao cliente:
• informação do pessoal
• panfletos e cartazes
A informação evita, assim, reclamações e promove uma correta utilização e aproveitamento dos
produtos, gerando os resultados propostos pelo fabricante aquando da sua criação.
ECONOMIA
NOVIDADE
Encontrar novidade no espaço de venda ajuda o processo de fidelização do cliente, que desta forma
sabe que a loja que escolheu é inovadora e original.
Por isso, sempre que pensa em novos produtos, ou ouve falar deles, associa-os ao local onde
habitualmente faz as suas compras.
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TRANSPARÊNCIA
Esta motivação está ligada à marcação dos preços, que deve ser feita de forma clara.
EMOÇÃO / DINÂMICA
• publicidade
• promoções
• música
Sente o desejo de alcançar rapidamente o produto procurado, o que implica a sinalização adequada
das secções, de encontrar novidades, promoções e, acima de tudo, de sentir a utilidade do que está a
comprar.
O encontro imediato dos produtos premeditados é importante; desta forma o cliente deixa de ter
noção do tempo gasto e passa à noção de tempo útil, não valoriza o preço mas sim a necessidade.
Ao entrar, o cliente circulará pelo lado em que encontrar melhor acesso, ou, alternativamente, pelo
lado que despertar primeiro a sua atenção.
Começa, então, a caminhar a uma velocidade média de 1 a 1,20 metros por segundo, entre gôndolas
e por espaços abertos.
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Neste preciso momento, o cliente estará a receber 250 a 300 estímulos por segundo, aos quais se
associarão as suas necessidades e correspondentes motivações.
As paragens são diretamente proporcionais ao nível de influência que o espaço está a exercer sobre
o cliente, tal como o número de produtos colocados no carro é diretamente proporcional à
interligação dos produtos expostos com a necessidade despertada.
As lojas de livre serviço apresentam os produtos em gôndolas, que são compostas por várias
prateleiras. A expressão "linear de solo" designa o comprimento total das gôndolas de um
estabelecimento ou para uma família de produtos.
A exposição dos produtos no linear situa-se a três níveis: dos olhos, das mãos e ao nível do solo. As
melhores prateleiras são aquelas que estão ao nível dos olhos e das mãos, destinando-se a receber
os produtos de margem mais elevada. Os produtos que fazem parte dos hábitos de compras e os de
maior notoriedade são colocados nas prateleiras mais baixas ou nas mais altas.
Uma das principais preocupações do distribuidor é rentabilizar o seu espaço de venda. Para isso tem
em consideração quatro fatores na definição do linear de cada produto:
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Volume de vendas;
Margem bruta obtida pelos produtos vendidos;
Custos de armazenagem;
Satisfação do cliente.
A loja é o suporte de todas as ações de merchandising que pretendemos efetuar. Para tal é
necessário conhecer todo o seu ambiente, ou seja, o local, a loja propriamente dita, as secções
diversas.
O ato de conceção de uma loja está ligado a algumas variáveis tais como a localização da loja, a sua
panorâmica, a cor, a iluminação, o tipo de expositores, (gôndolas, prateleiras, escaparates…), os
fluxos de circulação, a disposição dos expositores, as linhas visuais, os pontos focais, …, um sem
número de variáveis que se devem tomar em conta de modo a fazer um bom merchandising.
Qualquer implantação de um espaço começa pela definição das grandes massas em função da área e
da sua localização, assim como dos fluxos de circulação e da localização de certas secções.
1.1.1. Lineares
Entende-se por linear, o espaço que no contexto da venda, permite e promove a exposição do
produto em gôndolas ou móveis de exposição.
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Ao solo, onde é medido o comprimento do mesmo ao nível do chão sendo este expresso em
metros;
Desenvolvido, onde é multiplicado o valor do linear ao solo pelo número de prateleiras
existentes, sendo igualmente expresso em metros.
A identificação de produtos no linear pode ser efetuada de vários modos, dentre eles, pelas famílias
existentes no mesmo ou pelo tempo de visita do cliente ao linear que permite que o cliente saiba a
localização dos produtos no mesmo.
A influência das marcas é outro facto de identificação dos produtos, assim como a ação das
promoções, a animação e informação, ou a embalagem dos próprios produtos.
Todos estes fatores são influentes na compra por impulso.
Um linear tem, tal como uma montra, de estar bem exposto e bem cuidado. As consequências de tal
não acontecer podem ser nefastas a três níveis:
Para o consumidor significa uma perda de tempo, irritação, infidelidade para a marca e para
a loja;
Para a loja, as consequências incidem na perda de tempo, perda de volume de vendas, má
imagem, perda de eficiência e ruturas várias;
Para o produtor implica a infidelidade do consumidor que se refletirá na perda de vendas e
subsequentes volumes de negócios inferiores.
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1.2.2 Gôndolas
Topos de gôndola
Expositor vertical situado na extremidade de um linear, que se caracteriza pela maior visibilidade dos
produtos nele expostos, sendo tipicamente usado para ações promocionais.
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1.2.3 Ilhas
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Para além da disposição do produto no espaço, há que ter a garantia de que o cliente percorre toda a
loja, facilitando-lhe as compras.
Em simultâneo, estaremos a aumentar a probabilidade de compras impulsivas.
Uma boa implantação tem em conta quer os movimentos do cliente, quer os fluxos de reposição dos
produtos por parte da equipa de reposição, contribuindo ainda para a redução de mão-de-obra.
Pretende-se assim:
Fazer com que o cliente se sinta à vontade e satisfeito com a distribuição do produto no
espaço, visitando a loja na totalidade;
Distribuir os produtos de modo a criar no cliente a ideia de complementaridade na utilização;
Aumentar as vendas dos produtos de maior margem de comercialização, colocando-os junto
dos produtos de primeira necessidade.
Existem, definidos através das análises de fluxo efetuadas, dois tipos de zona na loja, que designamos
por:
Zona Fria – Local de circulação com necessidade de dinamização ao qual o cliente terá
tendência a não se deslocar.
Zona Quente – Zona de maior circulação, de interesse e acesso imediatos. O cliente, por
habituação e necessidade, e sendo influenciado pela lista de compras que traz consigo,
define um trajeto específico que é também controlado pela implantação das secções.
Poderemos concluir que se nada se fizer ao espaço de venda, por forma a eliminar as
tendências naturais, 85% dos clientes visitam menos de 1/3 da loja e só 15% a percorrem em
mais de metade.
Uma correta implantação dos sortidos deverá considerar quatro princípios-base associados às
motivações de compra dos clientes:
Na implantação das secções, os primeiros lineares a colocar são os dos produtos frescos,
normalmente objetos de grande procura.
É habitual colocá-los ao fundo da loja, articulando a sua extensão com a dimensão do
estabelecimento e o volume do negócio.
Ao espaço reservado aos frescos segue-se o espaço de implantação dos produtos de atracão e
consumo corrente, devidamente dispostos de forma a permitir o entrecruzamento com produtos de
compra por impulso.
Todos os outros produtos são implantados em função das compras premeditadas, criando uma
“obrigatoriedade” ao cliente de percorrer pelo menos 2/3 da loja. Há que ter ainda em conta a
rotação e o tipo de produtos mais escolhidos, associando-lhes preços que aumentem a rendibilidade
média.
Quanto à implantação dos produtos complementares e das áreas destinadas a promoções especiais,
não existirá propriamente espaço definido para elas, pelo que a sua localização obedecerá ao tipo de
produtos e à dimensão da exposição e outros fatores.
Será assim que o cliente, na sua deslocação pela loja, define intuitivamente a existência de pontos
quentes e pontos frios. Analisando as suas paragens mais frequentes, encontraremos pontos quentes
naturais, criados pela arquitetura, quer pelo mobiliário e sua localização.
Os pontos quentes artificiais são barreiras tecnicamente estudadas e criadas ao cliente, provocando
nele a necessidade da compra impulsiva.
Destacam-se normalmente como zonas quentes:
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Os pontos frios são os espaços da loja onde passam e param menos consumidores, pelo que vendem
menos. São normalmente os locais mais distantes da entrada, os cantos e as esquinas, os espaços
apertados entre gôndolas, locais mal iluminados ou barulhentos.
As soluções para promover as compras impulsivas, transformando uma zona fria numa zona quente,
são diversas, destacando-se o encosto de gôndolas, uma melhor iluminação, a anulação de ruídos,
mas principalmente a colocação, nesses locais, de produtos íman e expositores de massa.
Para além da largura e da profundidade, as dimensões das secções devem ser definidas segundo os
indicadores de produtividade (vendas por m2, margem bruta por m2 e rotação de produtos).
Ao "desenhar" a distribuição das secções, o merchandiser deve também ter em conta outros critérios
como:
A rentabilidade dos pontos de venda depende do equilíbrio da política de compra aos fornecedores e
da venda aos consumidores, bem como de apresentação racional de marcas, produtos e variedades.
O sortido é composto por famílias ou sub famílias de produtos. Como estes são suscetíveis de
responder a uma necessidade global e idêntica do consumidor, a sua classificação baseia-se nas
necessidades do cliente. Assim temos produtos de:
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moda – apesar da produção deste tipo de produtos se poder estender ao longo do tempo, as
suas vendas podem modificar-se drasticamente de uma época para a outra;
sazonais – produtos cujas vendas flutuam dramaticamente durante o ano (ex. gelados,
bronzeadores, roupa sazonal, gás para aquecimento).
Linear mínimo
O linear mínimo é a extensão mínima de que um produto carece para ser reconhecido, que
normalmente é de três facings, podendo ser de dois em produtos de maiores dimensões.
Linear ótimo
O linear ótimo é o ponto a partir do qual o aumento do espaço deixa de trazer um aumento
significativo nas vendas, podendo ser calculado do seguinte modo através da produtividade e
rentabilidade máximas:
Objetivos da otimização
A otimização do linear tem como pontos fundamentais o aumento da margem bruta total, do volume
de negócios, a redução dos custos de posse de stocks.
Providencia ainda o aumento da rotação dos stocks e da rendibilidade do espaço.
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Facing é o nome técnico que se dá ao conjunto das mesmas referências colocadas numa ou mais
prateleiras, ou o número de unidades de venda apresentadas à vista na primeira fila e que é mais
visível pelos clientes, com um número de frentes mínimo de cerca de 20 cm.
Os riscos desta relação prendem-se com o aumento da necessidade de reposição dos produtos e com
o aumento da possibilidade de rutura de stocks.
A razão desta relação é explicada na medida lógica de que o aumento do número de facings,
implicam uma maior exposição de produto, fazendo o chamado efeito de mancha.
Assim, o efeito de mancha vai criar maior reconhecimento e identificação do produto, levando ao
aumento do índice de atenção e do índice de manipulação.
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A apresentação horizontal consiste em colocar uma família de produtos diferente por cada nível de
linear. Para além da má visibilidade de algumas sub-famílias, o cliente é obrigado a voltar atrás para
procurar outra família de produtos, exposta noutra prateleira, o que raramente acontece, perdendo-
se assim vendas. Naturalmente que nas pequenas superfícies este é o tipo de apresentação habitual,
uma vez que a velocidade de passagem dos clientes é menor e a alternativa de utilização de uma
exposição vertical implicava colocar um número muito reduzido de facings em vertical, o que não
permitiria obter uma visibilidade do produto ou te um sortido muito reduzido.
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efeitos possíveis. A cor é uma forma de comunicação em si, capaz de expressar sentimentos, ideias,
contextos. Mas que, principalmente, é capaz de criar ligações emocionais com seus recetores.
O marketing e a publicidade têm esse intuito. Atingem seu objetivo máximo quando conseguem criar
ligações emocionais positivas entre as marcas, os produtos e os consumidores, influenciando as decisões
de compra e facilitando, assim, as vendas.
Como ferramenta de marketing, a embalagem deve também trabalhar neste sentido. Além de todas as
funções utilitárias - conservação do produto, guia de informações sobre o conteúdo, manutenção da
integridade etc. -, a embalagem apresenta uma função fundamental: é através dela que a marca, o
produto, a empresa que oferece o produto realizam o contato mais direto possível com o consumidor.
É a embalagem que está presente no ponto-de-venda, no momento da compra.
E, se no momento da compra, a relação emocional do consumidor com a marca é determinante, e a
embalagem é o elemento final de comunicação neste processo, o uso das cores de forma planejada
atua como facilitador fundamental no reforço da relação emocional e na tomada da decisão de
compra.
A embalagem está a assumir valores e funções diferenciadas a cada dia. Inicialmente, ela foi criada
para proteger e transportar produtos, mas está-se a tornar cada vez mais importante, incorporando
comunicações, aumentando tempo de vida do produto, proporcionando conveniência e conforto para
nossas vidas.
A embalagem é um meio e não um fim. Ela não é um produto final em si, mas um componente do
produto que ela contém e que, este sim, é adquirido e utilizado pelo consumidor. Sua função é tornar
compreensível o conteúdo e viabilizar a compra. Ela agrega valor ao produto, interfere na qualidade
percebida e forma conceito sobre o fabricante elevando ou rebaixando sua imagem de marca.
O design gráfico torna-se, em muitos casos, o único fator de diferenciação e identificação da
embalagem entre um grupo de produtos similares; contexto em que deve atrair a atenção, informar
sobre o que é o produto, indicar a quem ele se dirige, identificar seu fabricante e, por fim, ressaltar
suas qualidades. A eficiência dessa comunicação passa pela escolha de uma linguagem visual
adequada e do arranjo ordenado e intencional dos elementos visuais que compõem a configuração
gráfica da mensagem: imagens, textos, símbolos gráficos, ornamentos e cores.
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Um dos principais objetivos das empresas consiste em desenvolver e introduzir produtos inovadores
no mercado, num período de tempo reduzido. A possibilidade de criar e sustentar uma vantagem
competitiva baseada na criação de embalagens com design inovador e pioneiro, que responda às
necessidades atuais e futuras do mercado, leva as empresas a disponibilizarem um crescente volume
de recursos nos seus projetos de conceção e desenvolvimento.
Agora que entendemos melhor o verdadeiro significado de embalagem, vamos falar sobre a
importância da cor no design de embalagens, pois é um fator muito importante na construção desse
poderoso componente dos produtos, a cor, constitui-se num elemento de comunicação, provocando
estímulo visual como nenhum outro elemento.
O grau de atenção despertado, é, na publicidade e na promoção de vendas, o requisito básico a ser
observado. É sob esse ângulo que podemos começar a analisar a importância do uso corrente da cor.
Design da embalagem
A tecnologia e o design devem trabalhar em conjunto com o propósito de obter uma embalagem
bem sucedida. Uma embalagem não se pode limitar a proteger e conservar o produto, tem de
incorporar elementos visuais atraentes para o consumidor. Da mesma forma, uma embalagem
graficamente perfeita, se não for útil para proteger e manter as características dos produtos, não é
uma boa embalagem.
Para além da relação entre tecnologia e design, é de extrema importância que a embalagem seja
prática e facilmente utilizada pelo consumidor. Deve igualmente respeitar o meio ambiente. Há
embalagens que atraem o consumidor pelo facto de poderem ser reutilizadas, após terminar o
produto.
As grandes inovações só são importantes se acrescentarem valor ao produto. Este valor tem de ser
reconhecido pelo consumidor final. Algumas empresas têm utilizado as novas tecnologias
disponíveis, colocando no mercado embalagens inteligentes que oferecem benefícios concretos ao
consumidor.
A maior parte das embalagens, que se encontram no mercado de consumo, resultam do trabalho
colaborativo entre diversos especialistas de várias áreas, que cooperam para chegarem ao resultado
final.
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Cor
Os designers sabem que as cores provocam estímulos e reações diferentes em diferentes recetores.
Com a vasta gama de cores, aumentam as dificuldades para um designer de embalagem as
selecionar, para diferentes produtos.
A combinação de algumas cores podem ser associadas, por exemplo, a pessoas – ao público infantil,
a estado de espírito – alegres ou tristes, a estilos – sofisticadas, populares, modernas, antiquadas,
desportivas ou dinâmicas, etc.
Podemos associar as diversas cores a objetos, a alimentos, a locais, a cheiros, a sentimentos, a
estados de espírito, a desejos entre outros. Desta forma as cores escuras e fortes estão associadas a
agressividade, violência, frieza, perigo e estão relacionadas com instabilidade emocional, por outro
lado as cores claras e suaves estão associadas a paz, tranquilidade, calma.
Se pensarmos nas cores aplicadas a uma embalagem, podemos dizer que as cores suaves e claras
transmitem, normalmente, produtos de composição natural, simples e pura. Já as cores escuras e
fortes, pelo contrário, podem sugerir produtos de composição não natural, com diversos elementos
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químicos e, em muitos casos podem retratar produtos agressivos para o consumidor (produtos
alimentares, produtos de higiene pessoal), para o ambiente (produtos de limpeza). No caso dos
produtos alimentares, as cores fortes podem sugerir sabores fortes, muito concentrados e muito
energéticos.
No entanto, dentro das cores suaves e das cores escuras, cada uma tem o seu próprio universo de
associações independentemente da sua tonalidade.
Devemos ter em conta que as cores estimulam e direcionam para que tipo de público o produto é
destinado. A cor preta é usada para atrair os jovens, a cor vermelha é normalmente usada para atrair
as pessoas apaixonadas, como no dia dos namorados em diversas embalagens, as cores mais alegres
são usadas para o público infantil e as mais sofisticadas são para as pessoas inovadoras. Assim sendo,
a embalagem é responsável pela vida do produto e/ou marca.
As cores são normalmente o primeiro ponto de contacto que se tem com a embalagem, logo estas
têm que ser apelativas. As cores menos apelativas permanecem por mais tempo nas prateleiras,
podendo mesmo nem ser vistas, a não ser que tenham quaisquer outras características (o
nome/logótipo/rótulos) que anulem este facto.
De acordo com os estudos do Prof. Modesto Farina, existem algumas indicações seguras quanto ao
uso das cores em publicidade:
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Como é uma cor suave e tranquila também se aplica a produtos de beleza, cosmética e
antienvelhicimento.
CASTANHO: Esconde muito a qualidade e o valor e, portanto, pouco recomendável em publicidade.
CINZA: Indica discrição. Para atitudes neutras e diplomáticas é muito utilizado em publicidade.
PRETO: Poderoso e elegância, usado no marketing de produtos de luxo.
DOURADO e PRATA: Cores representativas do valor e dignidade. Devem ser aplicadas em anúncios
de artigos de alta categoria e luxo.
COMBINAÇÕES:
AZUL E BRANCO: Estimulante, predispõe à simpatia; oferece uma sensação de paz para produtos e
serviços que precisam demonstrar sua segurança e estabilidade.
AZUL E VERMELHO: Estimulante da espiritualidade; combinação delicada e de maior eficácia na
publicidade.
AZUL E PRETO: Sensação de antipatia; deixa o indivíduo preocupado; desvaloriza completamente a
mensagem publicitária e é contraproducente.
VERMELHO E VERDE: Estimulante, mas de pouca eficácia publicitária. Geralmente se usa essa
combinação para publicidade rural.
VERMELHO E AMARELO: Estimulante e eficaz em publicidade. Por outro lado as pesquisas indicam
que pode causar opressão em certas pessoas e insatisfação em outras.
AMARELO E VERDE: Produz atitude passiva em muitas pessoas, sendo ineficaz em publicidade.
Poderá resultar eficaz se houver mais detalhes coloridos na peça.
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Cerca de 10% dos produtos disponíveis em supermercados são promovidos nos meios de
comunicação. Os restantes 90% dependem unicamente da embalagem para a sua comunicação e
divulgação.
Independentemente dos produtos serem, ou não, alvo de publicidade nos meios de comunicação, a
sua embalagem representa um veículo primordial na comunicação direta com o consumidor, uma
vez que é o único especto do produto que está presente no momento da decisão de compra.
A decisão de compra na maior parte das vezes é tomada no ponto de venda. A maioria das decisões
são tomadas sem qualquer influência da publicidade impressa, televisiva, radiofónica ou quaisquer
outras.
Quando uma empresa coloca no mercado um produto embalado, prevê que a embalagem
desempenhe um canal direto de comunicação com o consumidor. A utilização deste canal para
desenvolver ações de marketing, na maioria das vezes não é dispendioso, nem exige grandes
recursos. Assim sendo, quando termina o trabalho do design de uma embalagem, começa o trabalho
para fazer dela uma poderosa ferramenta de marketing.
2.4. Etiquetagem
Inicialmente o rótulo funcionava apenas como um selo de garantia, mas com o tempo foram
descobrindo que os produtos podiam registar vendas superiores se os rótulos fossem atrativos.
Uma das primeiras funções do rótulo foi a de comunicação com o cliente. Este funcionava como
elemento de publicidade no ponto de venda.
Atualmente, o rótulo desempenha uma função crucial na comunicação, atendendo à crescente
diversificação dos produtos e das marcas.
O rótulo, num conjunto dos vários elementos que fazem parte de uma embalagem, é aquele que
apresenta uma maior dificuldade de descodificação, atendendo ao facto de conter inúmeros e
diversos sinais e porque essa descodificação depende do recetor da mensagem.
No rótulo vários aspetos são importantes tais como: grafismo, o posicionamento físico do texto e da
imagem, o conteúdo dos textos, a imagem utilizada, o processo de rotulagem, a própria natureza e
quantidade da informação.
O rótulo, para além do dever de identificar o produto e/ou a marca, deve fazer chegar junto do
consumidor as seguintes informações: denominação de venda, lista de ingredientes (em ordem
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Esta técnica de criação de topos de gôndola é acima de tudo, e segundo o Instituto Francês de
Merchandising, uma atividade típica de puro merchandising.
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Assim, através deste tipo de técnica promocional, o consumidor pode deslocar-se através da loja, por
entre os expositores de modo a ir de encontro aos produtos que pretende comprar.
Através da colocação de ilhas e topos de gôndola, são criados pontos de destaque dos produtos que
adiram a esta técnica promocional, que levam os consumidores a terem no seu caminho ponto de
mudança de sentido ou direção, e que lhes permite assumir um comportamento favorável de
compra perante os produtos ou marcas promovidas através desta técnica.
No espaço de vendas, a prioridade da competição entre marcas passa por conquistar a atenção dos
consumidores. Assim, os topos de gôndola constituem uma solução para essas marcas, através do
destaque, do contraste e da distinção proporcionados pela nova posição no espaço de venda.
Como características principais, os topos de gôndola primam por:
Com a evolução das técnicas promocionais em geral e desta técnica em particular, começou-se a
aplicar a ação com algumas técnicas adicionais de diferenciação, provocando um maior e mais fácil
reconhecimento e destaque da marca ou produto proporcionado no ponto de venda.
Para tal os topos de gôndola ditos normais começaram a incorporar aros decorativos ou a incluir
cartazes, estruturas ou ainda réplicas gigantes das embalagens dos produtos proporcionados.
Esta diferenciação representa uma valorização da ação ou técnica promocional, tendo como único
senão, não fosse tudo isto parte de um ou vários negócios, o facto de serem mais caros.
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As ilhas são outro tipo de atividades podendo estar inseridas no conceito de cross-merchandising,
dado que consiste na colocação de expositores em pontos-chave do linear ou do espaço junto de
produtos relacionados como é o caso dos filtros para máquinas de café junto do café, ou mesmo dos
copos junto das bebidas.
A capacidade deste tipo de promoções em fomentar as mesmas, pode contribuir para enaltecer a
marca e induzir atitudes positivas suscitando um maior envolvimento do consumidor. Uma das
variantes às ilhas, é a colocação de paletas ao longo dos corredores provocando para além do efeito
acima referido, o efeito de massa.
Esta técnica é considerada uma promoção de vendas quando assume carácter temporário, e quando
a mensagem está bem explícita nas embalagens e/ou nas prateleiras, sendo publicitada como algo
excecional, como por exemplo:
“Poupe X”
“Preço Reduzido”
“Pague menos Y”
Uma redução de preço não é considerada quando o consumidor não conhece o preço do produto.
Assim, o preço normal ou de referência deve ser claramente identificado pelo mesmo. É necessário
neste ponto que se efetue uma distinção entre desconto e redução de preço.
Enquanto o desconto implica uma alteração do registo da etiqueta com descontos com efeito
imediato, a redução de preço assume uma vertente comunicacional planeada.
Deste modo, o gestor de marca procede à informação do retalhista da sua intenção, e só após a
última unidade da encomenda em stock ter sido vendida é que esta ação pode ter início.
As situações que se encontram associadas à descida de preço enumeram-se do modo que a seguir se
descrevem:
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A descida de preço representa um subsídio para os clientes leais e uma oportunidade para os outros,
de modo a que as intenções de compra se virem para a marca em promoção.
A sensibilidade dos consumidores ao preço e pouco leais à marca, originam grandes acréscimos de
vendas.
Esta técnica quando utilizada com frequência afeta a imagem da marca caso esta seja uma marca
distinta.
A eficácia está diretamente ligada ao montante da redução do preço e à perceção da promoção,
realçando a promoção no ponto de venda.
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Um serviço ao cliente;
Fideliza o consumidor à loja;
Promove a imagem da loja;
Anima o espaço comercial;
Promove a atracão de maior número de consumidores;
Aumenta o volume de negócio;
Incrementa significativamente as vendas das marcas publicitadas;
Têm um custo nulo, sendo os folhetos pagos pelos fornecedores;
Fazem nivelar os preços de mercado, embora de uma forma desfasada;
O fabricante dá descontos ao retalhista nos produtos de folheto.
Por vezes, ainda que estas medidas se verifiquem na ação promocional, acontece que alguns
retalhistas ainda apresentam preços inferiores aos apresentados nos folhetos, o que corrompe os
acordos entre os fornecedores e os retalhistas, sendo beneficiados, por vezes, fornecedores que,
beneficiando dos folhetos, não têm participação nos custos com os mesmos.
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Neste tipo de promoção o consumidor tem a imediata perceção do valor que lhe é imediatamente
devolvido, e percebido como uma recompensa.
Para o fabricante os vales de desconto procuram induzir a experimentação de novas marcas, ou de
outro tipo de formatos. A aceleração do momento da compra, bem como o aumento de quantidade
comprada, são igualmente comportamentos desenvolvidos pelo consumidor.
Na ótica da empresa, os vales de desconto são um instrumento interessante dado que são fáceis de
implementar e o seu custo é controlado. A grande vantagem do vale de desconto em relação à
redução de preços, prende-se com a visibilidade apresentada, e por conseguinte com a maior
perceção dos consumidores.
O elemento mais crítico neste tipo de promoção prende-se não só com o momento da mesma, mas
igualmente com o valor envolvido no desconto.
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2.7.2. Brindes
Os brindes são prémios oferecidos diretamente no ponto de venda em associação com o produto
comprado. Os brindes podem ser oferecidos de três modos distintos:
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Referências bibliográficas
Caetano, J. & Santos, R. (2003). Merchandising: a comunicação no ponto de venda. ACD Editores.
Webgrafia
www.BOCC.UBI.PT
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