Daiane Silva Santos
Daiane Silva Santos
Daiane Silva Santos
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Salvador
2016
DAIANE SILVA SANTOS
Salvador
2016
DAIANE SILVA SANTOS
À Alice Miranda, Conceição Miranda, Patricia Ribeiro, Wilson Adorno, Marta Glácia,
Valeria Lima, Daiane Santiago, Mileide Santos, Paula Azevixe, Isabel Freitas, Clissio
Santana, Luciani Aparecida, Diógenes Cordeiro, pela amizade, acolhimento e
escuta.
À Iris de Oliveira, Vaguiner Braz, Daniela Filgueiras, Sandra Loureiro, Jean Cardoso,
Luciano Simões, Debora Freire, André Luiz, Fabio Farani, Fernando PJ e aos jovens
da Oi Kabum Escola de Arte e Tecnologia.
O TEMPO
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das
horas...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais
voltará.
(Mario Quintana)
RESUMO
This work consists of the narrative of the route of the Lanterninha Project - Cinema
and Education on Move as well its performance in the creation, management, and
maintenance of Cineclubs in State Public Schools in the city of Salvador, Bahia. In
this sense, the main objective of the study was to describe and interpret the practices
of Cineclube Epidemia created by students of the Renam Baleeiro State College and
the activities that were carried out between the years 2009 and 2010. Having as
theoretical horizon studies on Daily life, Curriculum, Time and Temporality, the
interpretations directed to the Lanterninha Cinema and Education on Move Project
are presented from the researcher's experiences in the universe of Cinema. The
dissertation concludes that a Cineclub Group -thought historically and traditionally out
of school - when it enters this space, acts from its voids, chaos, order, and disorder.
The Daily Life draws and indicates the way of implementation and maintenance of a
Cineclub in school.
SEQUÊNCIA 01 ........................................................................... 12
SEQUÊNCIA 03 ........................................................................... 39
SEQUÊNCIA 04 ........................................................................... 58
SEQUÊNCIA 05 ........................................................................... 75
CENA 14 CONCEITUAL – DIANOITEMANHÃTARDE –
TEMPODURAÇÃO ...................................................................... 75
SEQUÊNCIA 06 ........................................................................... 86
SEQUÊNCIA 07 ........................................................................... 96
REFERÊNCIAS ..................................................................... 98
8
FILMANDO A PESQUISA
Nesta des-estrutura, cada parte é uma sequência, este conjunto de cenas que,
tendo início, meio e fim corresponderá aos capítulos deste texto. As cenas, esta
unidade de tempo e espaço, no qual são orquestradas as ações de um filme,
apresentarão, neste caso, as ações desta pesquisa. No cinema, cada cena é
composta por planos, que correspondem a imagem entre dois cortes. O plano é a
menor unidade narrativa de um roteiro técnico, sendo que, aqui, o plano pode ser
entendido como as palavras, a menor unidade desta narrativa que será utilizada
para descrever e expor os processos vividos. Nos filmes, a câmera pode estar
parada ou em movimento, podendo-se também alcançar tal sensação através da
alternação do foco da lente ou com a câmera na mão... Nesta dissertação, as cenas,
cujos planospalavras se encontram em movimento e no qual a composição
imagéticotextual é composta por uma mistura de conceitos, metáforas, imagens e
imaginário serão chamadas de Cenas Literárias.
final do filme. Cada Cena Literária desta dissertação será apresentada por um título,
que na verdade, tomei de empréstimo da estrutura de roteiro literário, como forma de
situar ou deslocar o espectadorleitor em espaços que podem ser internosexternos
ou tempos que são noitedia. O roteiro literário é o texto do filme que geralmente se
originou do argumento e é adaptado com falas e cenas, para ser filmado. É
basicamente a transcrição da história de uma forma que possa ser montada e
encenada, mas não contém a descrição dos planos ou movimentos de câmera.
Sequência 04 - Cena 10: Relato de como foi o processo de (re) começo com o
tema que esta pesquisa se debruça. Cena 11: Apresentação do conceito de
cineclube Cena 12: Tentativa de construção a partir do conceito “convencional” de
cineclube o que seria um Cineclube na Escola ou Cineclube Escolar.
SEQUÊNCIA 01
CENA 01 - LITERÁRIA – INT – NOITE – QUARTO
MONTANDO O FILME
1
O curso foi realizado na Dimas, Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
2
Instituição fundada em 1872 tinha o objetivo de educar através da arte e do trabalho, oferecendo
aos jovens da periferia de Salvador cursos nas áreas de artes, marcenaria e tecnologia. A oficina de
vídeo foi criada em 1992 sendo a ultima turma formada em 1998.
13
[...] uma ação que se exerce ou se executa por si mesma, sem uma
finalidade para além da própria atividade. O fim que se impõe é
esgotado na própria execução, limitada pelas possibilidades de
escolhas que são impostas pelas regras. O movimento é estratégico
em prol da melhor execução. A diferença do ato de jogar para o a-
com-tecer é que, no jogo, as regras são dadas a priori e ao jogador
cabe construir táticas; no a-com-tecer, as regras estão por ser
inventadas no decorrer do que acontece e ao jogador cabe manejá-
las e também burlá-las, se preciso for. (JESUS, 2012, p 13).
Deste modo, pensando nas reflexões que a autora faz sobre a imprevisibilidade
e irreversibilidade do acontecimento que, contendo sua lógica interna necessária, se
faz no a-com-tecer, todo o movimento desta pesquisa se deu a partir do diálogo
entre a-com-tecer acontecido e a-com-tecer acontecendo (Jesus, 2012). O A-com-
tecer acontecido é o percurso do Projeto Lanterninha Cinema e Educação em
Movimento e a criação, gestão e manutenção do Cineclube Epidemia, no Colégio
Estadual Renam Baleeiro. O a-com-tecer acontecendo foram às experiências, aquilo
que, nas palavras de Mafesolli (2010), consiste em uma sequência de
instantaneidade que se acotovelam, que vão de encontro a finalidades exteriores e
encontram seu sentido no próprio momento. Estas experiências, como percurso ou
movimento, me possibilitaram experimentar as coisas do mundo, inventar as regras
e, muitas vezes, burlá-las e, a partir disso, entender o sensível enquanto realidade
empírica e intercala-los à história que será narrada.
16
23 de Março de 2014.
3
Realizado entre 2004 e 2005 e filmado em três estados, o documentário Pro dia nascer feliz, dirigido
pelo cineasta João Jardim, expõe o cotidiano de jovens em 04 escolas brasileiras.
17
misturam à fala de um pai de aluna que acredita na escola como lugar que
possibilita ascensão social e aquisição do conhecimento. No filme, imagens sobre a
violência, o preconceito, o descaso e o cansaço presentes no cotidiano das escolas
são intercaladas com o desejo de mudança, a esperança e a beleza, entoada pela
poesia da jovem estudante Valéria Fagundes.
“oferecer algo” que supomos que a mesma não possui com a “ingênua” pretensão
de movimentar um espaçotempo, um currículo que já é móvel ou desestabilizar o
que já é, cotidianamente, instável. Talvez o re-torno à escola pública, pudesse nos
fazer descobrir, perceber os deslocamentos curriculares provocados pela presença
da arte no cotidiano da escola. Ou nos “revelar” que aquilo que a escola possui de
permanente seja a sua cotidiana reinvenção.
A proposta de ver este filme inicialmente não tinha ligação com o texto que
agora escrevo. O que eu queria era apenas iniciar com meus alunos e alunas uma
discussão sobre o espaçotempo escolar, seu cotidiano, já que entre os meses de
março e maio de 2015 realizaríamos algumas oficinas de arte e tecnologia e
“coincidentemente” vou “preparar” os alunos da turma de vídeo para ministrar para
20 alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas uma oficina de criação, gestão e
manutenção de um cineclube4. Pensei, então, que o documentário “Pro Dia Nascer
Feliz” pudesse ser um bom ponto de partida, o início de uma discussão sobre este
tema. Entretanto, no percurso deste trabalho, olhar a escola pelo olhar do
documentário de João Jardim, diretor do filme, foi uma boa oportunidade para que
eu acessasse novamente o início, o fim e o meio da história que esta pesquisa
pretende narrar já que, naquele momento, uma sessão cineclubista contribuiu para
fazer emergir as questões que irei me debruçar.
4
O projeto Oficina nas Escolas foi uma proposta desenvolvida pelos educadores e educandos das
turmas de fotografia, design, computação gráfica e vídeo da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia
em parceria com escolas públicas de Salvador. A proposta era que os educandos da kabum
ministrassem oficinas para alunos do ensino médio com o intuito de “multiplicar” o que aprenderam de
conteúdo de cada linguagem. A turma de vídeo escolheu trabalhar com aos alunos do Colégio
Estadual Teixeira de Freitas a linguagem do vídeo e a criação, gestão e manutenção de um cineclube
dentro da escola.
19
Por isso que, entre luminosos, tapete vermelho, pipocas e a nossa tentativa de
transformar o espaço da escola em espaço de cinema, “repetindo” o ritual de fruição
cinematográfica da sala escura, na sala de aula, a primeira “sessão especial” que
sempre ocorria no primeiro dia em que o projeto iniciava seus trabalhos era com
Documentário Pro Dia Nascer Feliz. Como em um festival de cinema, esta sessão
era realizada com a presença do diretor João Jardim e a estudante Valéria
Fagundes. Como um trailer de filme, que tem a intenção de despertar no espectador
20
[...] a ideia era essa, a ideia é, tipo assim, eram oito filmes [...] eram
doze filmes, oito filmes que eu achava muito legais, que eu achava
que tinha a ver, com os meninos e aí eu pensei, vamos fazer uma
exibição, ai eu vou trazer um diretor ou um ator do filme e vou trazer
alguém de educação, pra falar sobre o filme e a gente vai fazer o
espetáculo, né? então vou botar o tapete vermelho, botar cortina,
luminoso, vou distribuir pipoca, vou fazer as lanterninhas [...] esse
era o chamariz, era o que chamava, então era fazer uma exibição
especial durante uma semana, o resto da semana a gente exibia os
mesmos filmes, nas salas de aula, combinava com os professores e,
depois a gente chamava, ia chamando os alunos e aos poucos
iríamos forma um cineclube. (Entrevista concedida por MARIA
CAROLINA DA SILVA, novembro/2014)
Assim, a história que pretendo inventar, fazer vir, pois ela já existe
(MAFESOLLI, 2008), não será projetada em uma tela escura, mas, numa cadência
rítmica e fluída de palavras recheadas de imagens e sons, mas, sem perder de vista
o rigor próprio das produções acadêmicas. Sem a intenção de substituir as imagens
pelas palavras, a minha proposta é conduzir o espectadorleitor a uma narrativa vista,
escrita e vivenciada de maneira ricamente caótica, rizomática e dinâmica, na qual
passado e presente coexistem e, ao dialogar entre si, contribuem para leitura e
interpretação do fenômeno em questão.
21
A palavra “captura” foi utilizada, como alerta Carvalho (2001), não como algo
que remete ao desejo de “aprisionar” a realidade, mas para pensar uma pesquisa
que tenta, pela metáfora da produção fílmica, trazer e valorizar o movimento e a
criação, que são próprios das pesquisas em ciências humanas tanto quanto da
produção de narrativas cinematográficas. Assim, a proposta é conduzir, da mesma
forma que fazem os Lanterninhas na sala do cinema, a assistir a esta pesquisa.
22
Uma das expressões que conheci, quando iniciei a leitura do livro “Ser e
Tempo”, de Heidegger (2008), e que se refere à perspectiva fenomenológica de
pesquisar, é “ir as coisas mesmas!”. Como uma espécie de convocação para
compreender uma experiência vivida em uma determinada situação, a
fenomenologia propõe que o pesquisador, através de uma escrita fenomenológica
dê ênfase, pela linguagem, à experiência vivida por ele ou por outras pessoas
envolvidas na situação, buscando o caráter singular, único, concreto, fugindo dos
universais, abstratos e conceituais do conhecimento científico, para se focalizar no
concreto e no histórico do mundo vivido.
5
O título do texto é “Orlando Senna: Cinema de Fluxo” e pode ser encontrado no site
http://refletor.tal.tv/ponto-de-vista/orlando-senna-cinema-de-fluxo.
23
6
Rebeca é jornalista e atuou como monitora do Projeto Lanterninha: Cinema e Educação em
Movimento.
25
A leitura dos diários permitiu que eu re-tornar-se ao meu campo empírico, para
poder realizar uma reflexão e uma imersão naquele espaçotempo que, na época,
era o meu campo de atuação profissional. Os diários de campo eram produzidos
pelos monitores do Projeto Lanterninha que, selecionados por perfil e formação,
eram responsáveis por acompanhar semanalmente o desenvolvimento do trabalho
com cinema nas escolas, além de mobilizar os alunos para a participação dos
encontros de formação cineclubista e audiovisual que a-com-teciam fora dela.
Nas reuniões semanais que a-com-teciam em cada escola, a proposta era que
os monitores realizassem encontros de planejamento e encontros formativos, cujo
propósito era aprimorar o conhecimento dos cineclubistas sobre a história e a
linguagem cinematográfica, pois, de acordo com os objetivos do projeto, esta era
uma forma de torná-los mais aptos ao exercício da prática cineclubista na escola.
Além disso, ocorriam os encontros cineclubistas coletivos que, realizados no último
ou primeiro sábado de cada mês, tinham o objetivo de possibilitar que os
cineclubistas das 8 escolas envolvidas trocassem experiências e aprofundassem
aspectos e temáticas relacionados com a formação audiovisual. Os monitores
participavam dos encontros de planejamento e avaliação que a-com-teciam com a
equipe de produção e coordenação pedagógica do projeto. Estas reuniões eram
realizadas para acompanhamento das ações dos monitores, além de planejamento,
discussão e avaliação do processo de cada escola. Neste encontro, cada monitor
apresentava as atividades realizadas na semana no(s) cineclube(s) de sua
responsabilidade, bem como os avanços e dificuldades enfrentadas, sendo cada
caso discutido coletivamente pela equipe técnica e pedagógica do projeto. Todas as
atividades, encontros e reuniões eram relatados a fim de produzir informações para
o acompanhamento e avaliação processual do projeto.
Tudo é bom nela, não tem nada para jogar fora. Eis a lengalenga que
se pode cantar a respeito da vida quotidiana. Desde o momento em
que o sentido não está mais reduzido a uma finalidade longiqua, mas
em que o sentido (significação) pode ser vivido aqui e agora, tudo faz
sentido. Tudo tem uma significação, se torna sinal: em suma, tudo é
símbolo. Isso quer dizer que todos os atos, os pensamentos, os
32
Para Oliveira (2012), os currículos não são apenas uma lista de conteúdos a
serem ministrados a determinados grupos de sujeitos, mas são criação cotidiana
daqueles que fazem as escolas e desenvolvem práticas cotidianas que envolvem
todos os saberes e processos interativos do trabalho pedagógico realizado por
alunos e professores. Segundo esse autor, o currículo como criação cotidiana
pressupõe que existem diferentes formas de tecer conhecimentos e que estes
dialogam permanentemente uns com os outros, dando origem a resultados tão
diversos quanto provisórios. Os currículos pensandospraticados, para além de seus
aspectos organizáveis, quantificáveis e classificáveis, ou da definição de conteúdos
e habilidades que precisam ser trabalhados, para que alunos possam ser
considerados escolarizados, é lugar, espaçotempo, em que conhecimentos são
tecidos e desenvolvidos a partir de circunstâncias que emergem nas instituições
escolares. Oliveira (2012) afirma que, este fazer cotidiano nas/das escolas se
constitui como espaço privilegiado de produção curricular para além do previsto nas
propostas oficiais. Isso significa que o processo de constituição da atividade
pedagógica se associa às memórias pessoais e culturais, às aprendizagens de todo
tipo e que são “[...] efetivadas em todos os espaços/tempos, que são produtoras de
redes de sujeitos que somos e das redes de conhecimento que tecemos, definidoras
de nossos modos de estar no mundo e de praticar currículos”. (OLIVEIRA, 2013,
p.101).
Para, Alves (2012); Ferraço (2013); Garcia (2012) currículo é lugar de criação,
invenção e ações empreendidas por praticantespensantes que, cotidianamente,
dialogam e promovem interações entre os conhecimentos ditos formais e outros
conhecimentos que emergem de suas experiências concretas. Segundo estes
36
SEQUÊNCIA 03
CENA 07 - LITERÁRIA – INT – DIA – RUA - ÔNIBUS - RE-TORNANDO-SE
Cidade caótica, diversas pessoas transitando pela rua. O ônibus com destino
ao bairro de Águas Claras chega. Trânsito lento, engarrafamentos, ônibus com
poucos passageiros, o que mostra que algumas pessoas se dirigem até o bairro de
Águas Claras naquele horário. Morei neste bairro durante 20 anos e sempre
reclamei das condições de transporte, do ônibus lotado principalmente quando ia
assistir as aulas do curso de Pedagogia na Faculdade de Educação da Universidade
Federal da Bahia, entre os anos de 2004 e 2008. Naquele momento pensei que, no
passado, a partida para o centro da cidade, pela manhã, era muito mais caótica do
que quando hoje, re-torno ao bairro neste mesmo horário....
força uma conversão do olhar: apreciar cada coisa a partir de sua própria lógica, de
sua coerência subterrânea, e não a partir de um julgamento exterior que dita o que
ela deve ser”. (MAFESOLLI, 2010, p. 126).
42
filmada. Mas não se esquece de garantir tempo para a criação, no set...não esquece
de garantir tempo para o acaso...”
- Como, diante das experiências que estes alunos tiveram com a arte no
Colégio Renan Baleeiro e em meio a tudo que circunda no cotidiano de cada um,
onde e de que forma a arte se encontra na vida deles hoje?
- O modo como cada um encara a vida tem a ver com o que vivenciou na
escola?
Acho que a minha resposta tem tudo a ver com a internet, já que no
período do CERB (Colégio Estadual Renan Baleeiro) a gente tinha
mais acesso por causa do Projeto e depois que concluímos,
querendo ou não, houve um distanciamento que tornou-se uma
lacuna, porém, a internet está ai para quem ainda quer está próximo
a essa arte, encontro alguns filmes com mais facilidades, tenho
acesso a informações, é o mais próximo que consigo estar, já que
não frequento diariamente redes sociais. O modo que encaro a vida
tem sim a ver com o que vivenciei no Colégio, até porque, ainda
carrego aprendizado e coisas que presenciei que ficaram marcadas
em minha vida sempre, foi radicalmente uma mudança de vida que
ainda está acontecendo, então, a resposta para essa segunda
pergunta ficará em ponto de continuação... Bom o Lanterninha
sempre ocupará um lugar especial na minha vida, me mudou, me
ensinou e me conquistou (risos), então, tenho certeza que está
presente no meu cotidiano, é um legado que estará comigo sempre,
lembranças que nunca quero esquecer, não sei se utilizei a palavra
correta, mas o sentido é positivo” (EMERSON OLIVEIRA, 2014, on-
line)
Acredito que sim, e com as situações caóticas no cotidiano, fica mais
apurada a ARTE particularmente no CINEMA, que usa esta
linguagem como grande ferramenta para exprimir a realidade,
cotidiano, conceitos, padrões estabelecidos e desconstrução destes
também. Podemos modificar a realidade política, econômica e
social... Fazendo bom uso dela (...). O cineclube me trouxe um
resgate de identidade, de questionamentos, a possibilidade de
revolucionar com o Cinema. Com toda certeza, esse processo que
passei construí muito do que sou. Eu era retraída... Se questionada
debatia, e isso foi usado para algo melhor, para debater ideias e
crescermos juntos. O sentimento é imensurável... Indefinível. Sou
extremamente grata por tudo que aprendi e pelo quanto me
52
desenvolvidas pela escola, através do Projeto Corre Beco, o que contribuiu para a
atuação dos cineclubistas naquele espaço.
Sendo a escola de médio porte, na época não foi difícil reunir novamente o
grupo que foi mobilizado em 2009, com a diferença que integrantes antigos tinham
uma noção do que era um cineclube, uma vez que, passaram por atividades
formativas oferecidas pelo projeto Lanterninha. Outra forma encontrada para a
convocação de novos alunos para aderirem ao cineclube foi a realização de uma
oficina de vídeo em celular. O grupo cineclubista participou ativamente desta oficina,
bem como no processo de divulgação da mesma, o que resultou na adesão de 05
novos integrantes a esta atividade. Esta oficina contribuiu para que os cineclubistas
refletissem sobre o espaço escolar a partir da construção de narrativas audiovisuais,
para atrair novos integrantes para o grupo cineclubista e teve como resultado final a
produção de dois curtas metragem.
Para que este cineclube (assim como os outros) continuasse a existir e fosse
considerado pela instituição como um espaço legítimo de exibição e discussão de
filmes, foi necessário, junto com a equipe de coordenação pedagógica do projeto,
pensar uma programação a partir de temas centrais que pudessem, a partir de sua
característica transversal, incluir professores no processo. Assim, retomando o
formato das sessões especiais – aquelas que eram promovidas pelo Projeto
Lanterninha e ocorriam em formato de festival – alguns professores puderam se
articular com os cineclubistas para trabalhar determinados conteúdos.
No primeiro dia, de visita a escola estava em dia de prova, o que foi percebido
pelo silêncio presente nos corredores do colégio. Enquanto os alunos estavam em
sala, apresentei a escola para Maíza: percorremos seu espaço físico e conversamos
sobre como era a escola, na época em que o Lanterninha nela atuava: o Colégio
Renan Baleeiro possuía uma estrutura física bastante deteriorada; as salas de aula
não possuíam ventilação, cadeiras viviam amontoadas, as paredes eram cinzentas.
O que tornava aquele lugar menos árido era a presença da arte em seu cotidiano
através dos projetos vinculados ao Projeto Corre Beco.
SEQUÊNCIA 04
CENA 11 - CONCEITUAL – INT - DIA – O PROJETO LANTERNINHA
Popular de Cinema e Vídeo – CPCV, que, através do projeto Terças na Tela, realiza
durante todo o ano, nos 17 Espaços Culturais da Secretaria de Cultura do estado
diversas mostras de curta e longa metragem, documentários e animações
gratuitamente para a população do interior e capital baiana.
da escola com o cinema quanto do próprio cinema com este espaço. A exibição de
filmes nas escolas, tanto de filmes para debater apenas conteúdos vinculados às
disciplinas, ou para aprender a linguagem cinematográfica, é uma oportunidade de
refletir e considerar as especificidades e singularidades espaçotemporais desta
instituição, bem como a relação de alunos e professores com o cinema.
uma metodologia própria que, ao mesmo tempo que tentava moldar o currículo
instituído, era afetado por ele e se tornava instituinte de um outro processo.
Hoje, refletindo sobre o projeto e repensando todo o seu processo, penso que
um grupo de cineclube, como histórica e tradicionalmente foi pensado fora da
escola, pensado como espaço para aprendizagem de cinema, quando ocupa uma
escola abre espaço para que nos confrontemos com aquilo que a escola é. Seus
vazios, caos, ordem e desordem. Lembro que o Lanterninha, ao propor uma
formação em linguagem cinematográfica cujos conteúdos variavam do acesso à
história do cinema, à aprendizagem de escrita de roteiro de filmes à aulas sobre
como formar, gerir e manter um cineclube, tinha um desejo, a intenção de criar, no
currículo oficial, uma sala de cineclube nos moldes de um cineclube convencional:
Os relatos do cotidiano do Cineclube Epidemia encontrados nos documentos
produzidos pelo projeto aponta para a dificuldade de implementação desta sala e do
quanto os jovens cineclubistas ao invés de aprender sobre cinema, produzir
conteúdo relacionados à linguagem estavam atendendo as necessidades e aos
desejo da escola de, como de costume, transmitir conteúdos a partir da linguagem
ou reunir para encontros operacionais e de gestão como um “clubinho de cinema”
pode realizar.
[...] pode ser vista como espaço em que o risco dessas invenções de
tempo e espaço é possível e desejável e que é possível inventar
formas de ver e estar no mundo que podem perturbar uma ordem
dada, do que está instituído, dos lugares de poder. Assim, apostar no
cinema na escola nos parece também uma aposta na própria escola
como espaço onde estética e política podem coexistir com toda a
perturbação que isso pode significar. (FRESQUET, 2008, p.45)
Além disso, o cinema constitui uma potência no que diz respeito à circulação
de múltiplos currículos e narrativas nos ambientes escolares, fazendo emergir as
tantas redes trançadas cotidianamente em nossas escolas e que, na maioria das
vezes, ficam submersas. (ALVES, 2015).
Para Bergala (2008), a escola, embora não tenha sido feita para esse trabalho,
representa, para a maioria das crianças (e dos jovens) o único lugar onde esse
encontro com a arte pode se dar. Portanto, ela deve fazê-lo ainda que sua
mentalidade e seus hábitos sofram um pequeno abalo. Se o encontro com o cinema
“[...] não ocorrer na escola, há muitas crianças para as quais ele corre o risco de não
ocorrer em lugar nenhum” (BERGALA, 2008, p. 33).
65
[...] janela pela qual podemos nos assomar ao mundo para ver o que
está lá fora, distante no tempo, para ver o que não conseguimos ver
com os nossos próprios olhos de modo direto. Ao mesmo tempo,
essa janela vira espelho e nos permite fazer longas viagens para o
interior, tão ou mais distantes de nosso conhecimento imediato e
possível. A tela do cinema (ou o visor da câmera) se instaura como
um outro modo de comunicação com o outro (com a alteridade do
mundo, das pessoas, das coisas, dos sistemas) e com o si próprio.
(FRESQUET, 2008, p. 19).
Além disso, o cineclube na escola pode, segundo Cerqueira (2012) ser um
espaçotempo de troca, já que a prática cineclubista não está relacionada somente
com a fruição do filme, mas com todo o processo de planejamento, exibição e roda
de conversa após a exibição. Segundo a autora, ao se instalar na escola, o
cineclube possibilita a ampliação dos canais de conversas com os estudantes e a
67
Diante da descoberta desta nova ação que envolve cinema e escola surgiram
ainda mais inquietações que, me remetem agora, a questões referentes a
permanência e sustentabilidade de um cineclube na escola, já que este projeto
atuou em 2014, em escolas que o Projeto Lanterninha já havia passado. Lembro
que quando fui convidada a fazer parte do projeto Lanterninha, embora tivesse
“concluído” minha monografia sobre a relação entre cinema e educação, tinha
“certeza” de que após tantas leituras e proposições na pesquisa de conclusão de
curso, a presença de uma equipe externa à escola, composta por pessoas que
transitavam pela interface cinema e educação, garantiria que o encontro entre o
cinema e a escola, além de acontecer sem grandes conflitos, o grupo cineclubista
gestado naquele espaço, após a saída do projeto da escola, “permaneceria” no
mesmo lugar.
como “[...] um produto que pode ser construído seguindo modelos preestabelecidos,
mas de um processo através do qual, praticantes ressignificam suas experiências a
partir de redes de poderes, saberes e fazeres das quais participam” (FERRAÇO,
2013, p. 50) se constitui em movimento bastante tenso, não sendo possível
aplicação para a busca direta de um determinado resultado.
Deste modo, umas das questões que reflito: o que é necessário para que
um projeto de cineclube em escola “surja” e “continue”, já que na dinâmica da
escola, nada é permanente.
71
Além disso, um cineclube na escola poderia exibir filmes que não satisfaçam o
gosto imediato através de uma estética de fácil fruição; poderia ainda possibilitar que
alunos e professores dialogassem com o filme, sabendo ouvi-lo, transitando de
modo consciente, pelas estratégias de produção da expressão artística (JESUS,
2012). Sem se tornar um ambiente de poucos escolhidos, um cineclube na escola
poderia contribuir para que,
SEQUÊNCIA 05
CENA 14 – CONCEITUAL – DIANOITEMANHÃTARDE – TEMPODURAÇÃO
Deleuze diz que, “[...] temos tanta dificuldade em pensar uma sobrevivência em
si do passado, é que acreditamos que o passado já não é, que ele deixou de ser”
(DELEUZE, 1999, p. 42). Este pensamento me fez refletir que, embora o projeto não
tenha perdurado, o que interessa para os objetivos deste trabalho são o percurso de
criação, gestão e manutenção do Cineclube Epidemia; as questões que emergiram,
as tensões e não oposições que surgem quando cinema e escola se encontram
tendo o cineclube como um possível espaço que, para além da exibição de filmes e
estudos da linguagem cinematográfica, poder vir a possibilitar este diálogo. Quando
re-torno ao Colégio Estadual Renam Baleeiro o que eu encontro não é o “fracasso”
do Projeto Lanterninha ou a ausência do cineclube e do cinema no cotidiano da
escola, mas sim o presente do pensamento bergsoniano, trazido pelas reflexões
feitas por Deleuze.
Toda via o presente não é, ele seria puro devir, sempre fora de si.
Ele não é, mas age. Do passado, ao contrário é preciso dizer que ele
deixou de ser útil. Mas ele não deixou de ser. Inútil e inativo,
impassível, ele é, no sentido pleno da palavra: ele se confunde com o
ser em si. Não se trata de dizer que ele “era”, pois ele é o em-si do
79
Deste modo, o medo e a agonia de não saber lidar com uma pesquisa, que,
pulsante, rememorasse fatos passados me estimularam a seguir os conselhos de
Rolan Barthes e continuar arriscando a escrever nestas, mas linhas anteriores e nas
posteriores, talvez uma espécie de ensaio, este “[...] gênero incerto onde a escritura
se rivaliza com a análise” (BARTHES, 2007, p. 07).
80
06 de Abril de 2015.
7
Produzido pelo coletivo “pão com ovo”, Material audiovisual que o Projeto Lanterninha utilizava na
formação cineclubista dos alunos das escolas que participaram do projeto.
81
Naquela manhã, na Oi Kabum! várias questões foram pensadas, mas por conta
do curto prazo de tempo (1h30 de aula!), combinamos que seriam aprofundadas nos
encontros posteriores. Pensamos em discutir que a formação cineclubista
para/na/com a escola, tal como foi feito pelo Projeto Lanterninha no passado, aliados
ao estudo e reflexão sobre o conceito tradicional de cineclube, seria uma
82
Pelo hábito da escola no que diz respeito ao uso do filme em suas propostas
pedagógicas, os jovens notaram que há um risco de a lei legitimar o uso do filme
para a ilustração de aulas já que às 02 horas indicadas podem ser entendidas como
as duas horas dedicadas as aulas de determinadas disciplinas. Por isso, pensamos,
por exemplo, que a dilatação do tempo de fruição da obra, no cotidiano da escola
poderia contribuir para fazer emergir um espectador-criador e na escola, à obra
pudesse ter o tempo suficiente para desenvolver suas ressonâncias e de se revelar
a cada um segundo sua sensibilidade. Segundo Bergala (2008), essa abordagem
sensível do cinema poderia destituir os professores: ela não exige nenhuma outra
capacidade além de permanecer atento ao que se passa realmente na tela e no
som, e que, num primeiro momento, se pode compartilhar em igualdade com os
alunos. Como levar o cinema para a escola sem pensar na complexidade de
seu cotidiano? Como aliar o tempo do filme, da narrativa e tudo que está
atrelado ao ritual de assisti-lo para dentro do cotidiano escolar?
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SEQUÊNCIA 06
CENA 16 – LITERÁRIA – INT / DIA - COLÉGIO ESTADUAL RENAM BALEEIRO –
SALA DA DIREÇÃO – O VAZIO
26 de abril de 2010
14 junho de 2010,
16 de junho de 2010
08 às 11h30
As provas foram sendo encerradas e por conta disso, alguns alunos se dirigiam
à sala de projeção para ver o filme. Como não houve muita adesão dos alunos,
Taianara e Daniela, tentou convidar alguns alunos. Alguns, ansiosos em conferir o
gabarito que estava colado nas paredes não se interessaram muito pela proposta de
ver o filme; outros alunos ainda estavam na sala de aula e faziam prova; alguns,
após o término da avaliação decidiu participar da sessão...outros foram embora...
No início da tarde, iniciava uma sessão interna apenas com o do filme de Joel
Zito, A Negação do Brasil. Rebeca chegou um pouco mais cedo, mas Jailton,
Emerson e Roberto já estavam lá e montaram o equipamento. A sessão acon-teceu
tranquilamente e depois iniciamos um debate sobre o filme e as impressões deles a
respeito do tema. A discussão foi mais uma vez sobre o conteúdo do filme que
aborda, dentre outras coisas, a representação do negro nas telenovelas. Um dos
cineclubistas, incomodado com o formato documentário considerou o filme longo
demais, dizia parecer “uma eternidade”. Ao ser questionado se já tinha assistido
algum documentário ele informou que tinha assistido um sobre “surf” e que tinha
apenas 30min. Além da discussão do filme “A Negação do Brasil”, ficou combinado
que haveria a troca da data da exibição do filme Domésticas que estava agendada
para o dia 29/07. Diferente da primeira sessão, que foi de adesão voluntária, esta
será articulada com os professores, e terá a presença de duas turmas do colégio. Os
professores indicados por eles foram Otto (português), Mércia (física) e Tatiana
(história e sociologia). O encontro com os professores, para a realização da
articulação para a sessão, previsto para acontecer durante a semana, foi cancelado.
MATUTINO:
Dia 08/09 – Exibição do filme MENINAS para o 8M1, 8M2 e 8M1
Convidado: Prof. Andreia
Dia 22/09 – Exibição do filme NARRADORES DE JAVÉ para o 1M1, 1M2 e 2M2
Convidado: Prof. Virgílio
VESPERTINO:
Dia 29/09: – Definir filme com a professora Marinez. Sugiro uma sessão de curtas
baianos: CARRETO; DEZ CENTAVOS E MENINA DO ALGODÃO
Convidados: A definir
NOTURNO:
Dia 26/08: Exibição de DOMÉSTICAS (definir turmas)
Convidado: Prof. Bete
Dia 28/09: Exibição do filme NARRADORES DE JAVÉ (definir turmas)
Convidado: Prof. Mazé
Dia 05/10: Exibição do filme A MÁQUINA (definir turmas)
Convidado: Prof. Zezé
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CANCELADO!
Uma exibição que fora planejada para ocupar o horário vago de uma turma,
não aconteceu. O motivo? O furto do retroprojetor do Cineclube Epidemia.
SEQUÊNCIA 07
CENA 24 – LITERÁRIA – INT - DIA – CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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