EducaoClassica Mauricio
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa analisar as razões que subjazem ao
processo de formação dos estudantes mediante uma análise do modelo
de ensino de linguagens do sistema educacional brasileiro, com base nos
conteúdos propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e
por outro, o modelo de Educação Clássica milenar como solução apon-
tada e que pode atenuar os principais problemas do processo de ensino
e aprendizagem.
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dos. E propõe-se aqui revisitar o modelo de Educação Clássica que foi
responsável pela formação do ensino durante quase 25 séculos, momen-
to em que se observou um grande desenvolvimento na leitura, escrita,
e oratória. Durante esses séculos ela esteve presente entre os gregos, ro-
manos e cristãos, e foi responsável pela formação de grandes filósofos,
teólogos, cientistas, e matemáticos (ADLER, 2014). A Educação Clássi-
ca desenvolvia-se através do ensino das chamadas As Sete Artes Liberais.
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a arte de comunicar pensamentos de uma mente a outra, ou de adaptar
a linguagem à circunstância.
Objetivos Gerais
Analisar o modelo de ensino educacional brasileiro de lingua-
gens fundamentais e descrever sobre as ferramentas e recursos do Tri-
vium considerando as dificuldades do sistema educacional em dialogar
com métodos diferentes dos modelos modernos.
Objetivos Específicos
Discutir sobre as deficiências do modelo de ensino contempo-
râneo e os resultados derivados da formação de alunos.
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Fundamentação Teórica
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Essa relação que Arnold apresenta como forte respaldo nas eti-
mologias é claramente fonte de termos científicos, como por exemplo,
as máximas biológicas, conceitos literários, proposições musicais, ge-
ográficas, matemáticas. Todos estes conceitos advêm de um conheci-
mento da Antiguidade que se afixou com o tempo, e se aprimorou du-
rante a Idade Média onde a mesma foi resgatada, e oscilou nos modelos
Renascentistas. Foi no decorrer das aplicações que tais modelos foram
tornando-se irrelevantes e vistos como inúteis na Modernidade.
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de, seja ela um meio de utilização de uma educação autocrática, ou ela
por meio de um ensino “libertador”, Mcluhan (2012) vai dizer que até
o século XII a gramática e as artes da lógica e retórica reinavam como
a principal forma de ciência, mostrando que os estudiosos do período
clássico se mostravam indiferentes ao extraordinário papel desempe-
nhado pela gramática clássica na ciência e na tecnologia do medievo,
mostrando-se confusos, portando, acerca da natureza do Renascimento.
Também ressalta o estudo de Abrey Gwynn (1926) que fala
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McLuhan (2012) argumenta que não somente a estrutura do
Trivium obteve um desenvolvimento essencial para a formação de gran-
des cientistas, gênios, polímatas, e tecnólogos, que se precedem até o
Renascimento (onde ainda se tinha a Educação Clássica) e que poste-
riormente foi se perdendo, mas, também a veemência de que as Artes
Liberais são inerentes ao aprendizado complexo das ciências, e a presen-
ça dos Gramáticos em todas as camadas do ensino.
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Passando assim portanto por diversos aspectos temporais, des-
de os primeiros séculos até a Idade Média as Artes Liberais tornaram-se
alvo de elogios e análises profundas de diversos educadores, McLuhan
(2012) cita George G. Leckie (1938) do prefácio ao De Magistro de Santo
Agostinho6;
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se tornaram centros de cultura e educação. Neles se desenvolviam eleva-
do aspecto moral e espiritual. Surgem então as escolas catedrais onde se
aplicava o Trivium e o Quadrivium. (LUZURIAGA, 1978)
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visa capacitar os estudantes a distinguir a estrutura de um argumento
a seu conteúdo. Este autor relata que nessa fase a criança já consegue
identificar a validade de um argumento.
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metodologia para uma má aplicação. Todavia, ao analisar a raiz epis-
temológica da palavra ‘‘a arte da oratória, ou habilidades de falar em
público’’, observa-se que sua origem está intrinsecamente ligada ao dis-
curso, e debates que visam à utilização da dialética (BLUEDORN, 2016)
e (WILSON, 2017).
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A Educação Moderna
A educação moderna tem se revelado defeituosa em absoluta-
mente todas as áreas do conhecimento. Isso pode ser verificado fazendo
apenas uma análise superficial dos modelos educacionais encontrados.
O casal Bluedorn (2016), faz uma excelente observação sobre a triviali-
dade presente na educação moderna.
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que contribuem para um bom desenvolvimento do estudo da gramática
e interpretação de texto. Para a autora, a solução é a interação entres as
teorias gramaticais e a prática.
Metodologia
Para a realização deste trabalho utilizou-se livros e artigos cien-
tíficos que descrevem o papel da Educação Clássica ao longo da histó-
ria, identificando suas origens, implicações científicas, sociais e as ferra-
mentas educacionais.
Resultados e Discussão
Os índices que afligem a educação brasileira há tempos somam-se
a um conjunto de outros problemas, tais como: questões sociais, culturais,
políticas e econômicas. Essa discrepância foi analisada de modo especí-
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fico na deficiência do modelo e ensino linguagens, que se baseia na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), que assim descreve para a etapa
do ensino fundamental, no item 4.1 que trata da Área de Linguagens:
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educação de linguagens estão ligadas ao desenvolvimento em outras
áreas. São numerosos os linguistas que criticam o modelo de ensino de
linguagens em geral. O trabalho de Buin (2004, p.158), reforça a ineficá-
cia do sistema ensino de português, aponta incoerências, e insiste que os
objetivos da gramática tradicional estão colocados erroneamente.
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sino, enquanto a educação não estiver alicerçada sobre os fundamentos
da gramática: conhecimento, entendimento e sabedoria, respectiva-
mente correspondentes à gramática, lógica e retórica.
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quer preparação para o uso [dessas ferramentas],
de modo que ninguém consegue mais enxergar
o trabalho como um todo ou ter a visão da “obra
acabada” (GREGGERSEN, 2011, p. 140-141).
Conclusão
O moderno ensino de linguagens não tem alcançado êxitos nas
metas de desenvolvimento de capacidade expressivas e discursiva. Há
uma fragmentação das respectivas matérias e ideia de separação entre
estas, além de uma ruptura na formação dos estudantes, onde as ferra-
mentas apresentadas (gramática, lógica e retórica) não incorporam de
maneira eficaz, não dialogam entre si.
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lhor o ensino de linguagens e inter-relação, uma vez que a gramática
apresenta uma rede complexa de competências discursivas e expressivas
do ser humano.
REFERÊNCIAS
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comentada [parte 2]. Revista Caminhando v. 16, n. 1, p. 125-141, jan./
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LUZURIAGA, L. História da educação e da pedagogia. Trad. Luiz
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MCLUHAN, M. O Trivium Clássico: O Lugar de Thomas Nashe no
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