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cidade DA

FRATERNIDADE

Um lugar no seu coração

Movimento da Fraternidade

1
ÍNDICE

- imagine!...
- CIDADE DA FRATERNIDADE
- A CRIANÇA BRASILEIRA
- A CIDADE DA FRATERNIDADE E SEU ESPAÇO FÍSICO
- ENFIM A CIDADE DA FRATERNIDADE E SEU NINHO
- O SURGIMENTO DA CIDADE DA FRATERNIDADE
- OS PRIMEIROS HABITANTES DA CIFRATER
- ROMILDA E ANDALÉCIO
- CIDADE DA FRATERNIDADE
- A CAGATEIRA
- BERÇO DE AMOR
- TEMPO DE AMOR - IRMÃ LÓ
- CHAÇELA DE AMOR
- BENÉ
- A CIADE DA FRATERNIDADE
- CARTA AOS FRATERNISTAS
- OH! CRIANÇAS!
- CIFRATER - PTP EM AÇÃO
- CIFRATER: SIMPLESMENTE UM SONHO
- CIFRATER: CÉLULA MATER DO MOVIMENTO DA FRATERNIDADE
- DR. LYDIO DINIZ HENRIQUES
- OUVINDO OS ESPÍRITOS
- ESTATUTO SOCIAL DA CIDADE DA FRATERNIDADE
- REGIMENTO INTERNO DA CIDADE DA FRATERNIDADE
- SCHEILLA
- PORQUE A CIDADE DA FRATERNIDADE

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IMAGINE!...

Vamos imaginar uma CIFRATER sem medos, com sonhos, confiança e esperança.
Um lugar onde todos acreditam que tudo se lhes pertence, onde se controla o processo
e não as pessoas. Onde os problemas são vistos como oportunidades de crescimento e
para solução de cada um, procura-se o que está certo e o que está errado e não quem
está certo ou quem é o culpado. Onde se pergunta:

Como eu posso ajudar? em lugar de dizer: este não é o meu trabalho.


Imagine uma CIFRATER onde todos trabalham solidariamente, com prazer, removendo
barreiras, buscando respostas para cada problema, em lugar de ver um problema em
cada resposta.

Onde se tem sempre uma idéia em lugar de desculpas. Onde o medo de não saber é
substituido pelo esforço da aprendizagem contínua. Onde melhores costumes invocam
uma maneira diferente de viver e as pessoas dizem: pode ser difícil, mas é possível, ao
invés de se dizer: pode ser possível, mas é tão difícil...

Onde o único erro é repetir o erro e a única falha é não experimentar.

Imagine uma CIFRATER edificada com confiança, abertura, verdade, respeito e amor.
Onde toda idéia é bem vinda, onde todas as criaturas são acollhidas e muito
valorizadas pelas suas idéias, pelo seu trabalho e pelo que fazem para si mesmas e
para os outros.

Imagine pessoas iniciando e concluindo um dia com preces elevadas ao Criador,


contudo fazendo do intervalo, seja no trabalho, no lazer, nos entretenimentos, estados
permanentes e silenciosos de preces ao Criador.

Imagine criaturas que silenciam para escutar a simples fala ou confidências dos
outros; que detêem o passo apressado para um cumprimento amigo; que mantêem
inalterado o estado de humor; que se rejubilam com as realizações alheias e que
disponibizem o coração invariavelmente para servir!

Imagine... imagine... e acredite. Só depende de cada um de nós. De todos nós.

A Cidade da Fraternidade aguarda criaturas com esta disposição interna e a


Espiritualidade Superior conta com os esforços daqueles que abraçaram
o ideal do Movimento da Fraternidade , tornando possível a implementação de uma
comunidade humana na Terra com os valores grafados na nossa consciência cósmica e
que promanam do Criador.

Aos poucos o que é imaginação para nós e, para muitos quimera, fantasia, sonhos
irrealizavéis, tomará contornos diferentes, contruindo-se uma realidade nova, a nossa
tão sonhada Cidade da Fraternidade e claro, a comunidade cristã, protótipo dos
aglomerados humanos futuros pensados pela Espiritualidade!

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Irmãos fraternistas, comunitários, imaginemos, imaginemos, pensemos em tudo isto e
acima de tudo, acreditemos !

Célio Alan Kardec de Oliveira

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CIDADE DA FRATERNIDADE

Numa tarde maravilhosa no plano espiritual, há mais de cem anos, reuniram-se Espíritos
amigos, cheios de fé e abnegação, a fim de traçarem o roteiro de futuras lutas missionárias na
superfície da Terra.

Sob a bênção misericordiosa de numes tutelares de alcandorados dotes de espírito, uniram


pensamentos e corações implorando a Jesus lhes concedesse a oportunidade do trabalho
efetivo em favor de numerosas entidades que pretendiam retornar à carne, libertadas dos
laços da família tradicional, de maneira a iniciarem no mundo novo sistema de viver para
poderem servir sem os aguilhões dos laços consangüíneos.

A atmosfera saturara-se com o perfume das almas bem formadas e tudo era oração e amor.

O Divino Senhor da Vinha enviou-lhes amorosamente o Seu sublime apoio e então,


companheiros especializados e categorizados expuseram os planos superiores da Cidade da
Fraternidade, futura organização de Paz Cristã a ser edificada no seio do Brasil.

Ali encontrariam os pequeninos sem teto, o amor verdadeiro e a liberdade cristã-espírita,


capazes de lhes dar a orientação segura, a formação moral adequada a prepará-los para as
experiências espinhosas dos deveres e provas com Jesus.

Foram convocados então, centenas de espíritos de boa vontade, criaturas que possuíam no
coração e na mente os princípios do Cristianismo primitivo e o Evangelho vivo. Foram
selecionados escrupulosamente, de acordo com as conquistas amealhadas no curso das
reencarnações milenares para os diversos e variados misteres da tarefa. Médiuns,
administradores, mestres de educação, colaboradores de toda a natureza foram chamados ao
renascimento na Terra, com a liberdade de serem os esteios da nova comunidade. Naquela
tarde, todos ali compareceram. A Cidade da Fraternidade, plasmada no seio do infinito, sentiu
o primeiro sopro da vida espiritual na mente e na alma daquela centena de milhar de
servidores abnegados da causa.

O júbilo e a alegria derramou de todos os olhares e as primeiras entidades começaram a


descer às trevas do mundo, para iniciarem a preparação do terreno.

Estavam lançados os fundamentos da CIDADE DA FRATERNIDADE.

Trata-se de mensagem do espírito Scheilla, psicografada pelo médium Rafael Américo


Ranieri, na cidade de Guaratinguetá, em 1960 (um mil novecentos e sessenta).

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Acontecimentos absolutamente inesperados, alguns até fortuitos, pululam no cotidiano,
sob a aparência da imprevisibilidade e do acaso que para muitos governam a trama da
existência humana. Mesmo entre os espiritualistas, uma mensagem como essa, analisada
nos dias atuais, ainda assim seria questionada sob o ponto de vista de viabilidade. Como
construir no mundo uma cidade planejada por seres extra-físicos e com proposições fora
dos padrões sociológicos da Terra? Não seria utópica? Os seus idealizadores, em
propugnando um novo modelo relacional, não estariam fazendo unir ou romper os laços
da família humana conforme conceito tradicional?

O surgimento de cidades não obedece a linhagens culturais e processos políticos


convencionais, no quadro das convenções e leis humanas? Não seria mais uma cidade,
apenas mais uma cidade e para quê? Para quem? Tantas cidades surgem diariamente na
Terra e esta não se absorveria nesse processo natural e seletivo, ou em verdade ela se
converterá no tempo em uma renovada proposta, um novo paradigma? São muitas as
indagações e talvez a mais excelente delas: os seus idealizadores conseguirão edificá-la
sem ferir os princípios filosóficos-espirituais comungados na sua concepção? E os
simpatizantes da idéia, de uma certa forma comprometidos com a sua concretização,
estarão efetivamente com visibilidade para tal?

Só o tempo dará respostas, dado que os homens se apresentam em estações diferentes


no campo evolutivo, sendo possível a estes, sob certas circunstâncias, retardarem o
cumprimento de programas originários da Espiritualidade. Todavia o que se define no
plano dos Céus, jamais sofrerá o impedimento dos homens, pois que o sublime Criador,
conquanto não se impaciente com os seus filhos, como dispensador da bondade infinita,
equacionará recursos para que não se frustrem os sábios programas que vertem dos
Céus para concretização na matéria densa.

Certamente, a CIDADE DA FRATERNIDADE é um desses bons programas. E o que nos


impede de lançarmos mãos à charrua e, num gesto espontâneo, sermos os facilitadores
do mundo espiritual, contribuindo para a edificação da Cidade protótipo da fraternidade
para o terceiro milênio?

Pensemos nisso!

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“À CRIANÇA BRASILEIRA”

Criança que estás sozinha Criança, linda criança


No mundo de mágoa e dor És a promessa do amor
De tua vida se aproxima Sorrindo luz e esperança
O Evangelho do Senhor. No Evangelho do Senhor.

Criança pura, inocente, Folga, aprende, canta, ri.


Rejeitada, sempre ao léu Na doçura dos teus hinos
O Evangelho que te sente O Brasil diz para ti
Dar-te-á na Terra o Céu. “Vinde a mim os pequeninos”.

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Criança - sorriso e fé Bendito seja o Evangelho
Nas promessas do porvir Na Terra de Santa Cruz
Como “Maria e José” Pois desperta o homem velho
O mundo vai te sentir. Para o Menino Jesus.

Criança do mundo hostil Criança - paz e pureza


Em que luta a Humanidade Doce sonho promissor.
No coração do Brasil Sonho de luz e beleza
Terás a tua cidade. Nas promessas do Senhor.

Criança do Mundo Novo Hosanas, mundo infantil,


No rumo da redenção Em sorrisos de esperança
Vibra feliz porque o povo Pois já nasceu no Brasil
Abriu à ti coração. A Cidade da Criança!

Esta poesia singela foi psicografada em 18/08/1961, pelo médium José Ennes R. Júnior,
nas dependências do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla. Vencida a emoção da
mensagem ditada pelo espírito Scheilla, no ano anterior, os agrupamentos adesos à
orientação da OSCAL e ainda em estado de êxtase, aprofundaram reflexões, tentando
compreender a vontade dos céus de edificar uma comunidade lastreada nos preceitos e
vivências Cristãs-Espíritas. Ficaram evidenciadas enormes dificuldades iniciais, pois que
as afirmações filosóficas não estavam bem assimiladas. E, ademais, todo
empreendimento humano passa necessariamente pela questão monetária. Como resolvê-
la sem afetar o espiritualismo da obra? Os Grupos da Fraternidade somariam esforços na
consecução de uma obra comum? Essas e outras indagações fremiam na mente
fraternista...

O auxílio do mundo invisível não tardou e o espírito Célia, de uma forma delicada,
apontou caminhos... A bandeira das futuras atividades na Cidade da Fraternidade
tremulavam, indicando prioridade para a assistência à criança. As manifestações dos
espíritos, em variados núcleos mediúnicos, derramavam instruções e entusiasmo, mas a
dinâmica nos pronunciamentos do além-túmulo, sugeria inclinação e direção para a
infância desprotegida.

Ficaram tão bem entendidas as assertivas que alguns cognominaram a futura


comunidade como a CIDADE DA CRIANÇA e outros, projetaram, talvez em função de um
entusiasmo juvenil, uma população imensa de pequeninos, quem sabe 20.000 (vinte mil)
para receberem o amparo e propiciarem o cumprimento da recomendação do Cristo: “O
que fizerdes a um desses pequeninos é a mim que o fazeis!”

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Inegavelmente os espíritos faziam, naquela instância do tempo, fruir da imensidão do
infinito para a Terra recursos de valor inabordável à ciência humana, de forma a
esculturar na mente dos encarnados fraternistas, a obra prima da futura Cidade da
Fraternidade.

A CIDADE DA
FRATERNIDADE E SEU ESPAÇO FÍSICO

A mensagem emanada do espírito Scheilla em 1960, via médium Rafael Américo Ranieri,
infundiu contagiante entusiasmo nos adeptos do Movimento da Fraternidade, seja em
face ao aceno do mundo espiritual com vistas à edificação de uma obra Social-
Comunitária de elevado alcance moral, seja decorrente de uma nova visão propugnada
na relação entre indivíduos, liberta dos laços da família tradicional, espraiando-se além
dos vínculos convencionais da consanguinidade.

As manifestações mediúnicas esparsas e os sonhos de alguns fraternistas estavam


confirmados: em verdade as notícias vazadas do mundo invisível, sejam pelos
mecanismos da mediunidade, ou pela sensibilidade anímica imanente ao ser humano,
agora encontravam apoio: implantar-se-ia, a breve tempo no Brasil, uma comunidade
Cristã-Espírita propondo um novo “sistema de viver” entre os homens. Nasceria então, no

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dizer de Scheilla, a CIDADE DA FRATERNIDADE que nada mais era do que a CIDADE
DA CRIANÇA já idealizada no coração dos fraternistas, desde 1957.

Diga-se de passagem que os esforços iniciais para a implementação da nova comunidade


antecedem a 1960 e isto, se justifica na confiança depositada às instruções provindas dos
planos invisíveis. A vontade de materializar a obra era tão imensa que já no ano de 1958
as hostes fraternistas colimaram providências e recursos a fim de definirem o espaço
físico para a nova realização. Recordemos no tempo sobre esses fatos...

Estamos na 1ª (primeira) Semana da Fraternidade acontecida em 16/01/58, na cidade de


São João da Boa Vista - SP, onde foi nomeada uma Comissão constituída pelos
fraternistas Manuel Marçal (Grupo da Fraternidade Irmão Aniceto, Goiânia-GO), Vitor
Ferreira Dias (Grupo da Fraternidade Irmão José Grosso, Águas da Prata - SP), Simão
Bittar (Grupo da Fraternidade Irmão Joseph, São João da Boa Vista - SP) e Lydio Diniz
Henriques (Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, Belo Horizonte - MG). Tal Comissão
saída do importante evento, ficou incumbida de pesquisar terras no Estado de Goiás e de
preferência, não muito distante de Brasília e/ou Goiânia, com o intuito da OSCAL deliberar
futuramente quanto à aquisição das terras e lançamento da pedra fundamental da futura
Cidade da Criança.

A Comissão formulou as seguintes premissas a serem atendidas na pesquisa das terras:

- Fácil acesso em termos de comunicação;


- Clima sadio e temperado de preferência;
- Água em abundância.

Parte das terras agricultáveis e outra de topografia agradável com verde abundante onde
se pudesse erguer as edificações da Comunidade. A pureza de intenções e o espírito
juvenil daquele pequeno grupo, faziam derramar na alma fraternista doces presságios!

Manuel Marçal encarregou-se de distribuir cópias do Estatuto Oscalino e escrever


missivas a vários prefeitos de Cidades da região, com a intenção de estabelecer relações,
divulgar planos e metas. A proximidade física favoreceu a esse companheiro divulgar a
idéia pela instrumentação radiofônica. Após meses de ingentes esforços e continuadas
buscas, os “Bandeirantes da Fraternidade”, a partir de 17/12/58, começam por sobrevoar
o território goiano, valendo-se da bondade do então Governador do Estado de Goiás, Sr.
José Ludovico de Almeida que gentilmente determinou a cessão de um avião. Foram
observadas porções de terra nos Municípios de Formosa, Sítio da Abadia, Posse, São
Domingos e outras localidades menos expressivas. No primeiro Município, conquanto
apresentasse terras muito atrativas e com boa logística, não foi possível aprofundar
interesse dado a grande valorização das suas terras; no segundo, foram namoradas

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magníficas matas, terras de topografia ondulada tipificando belos contrastes, mas a
inexistência de razoáveis estradas de acesso tornou o local inadequado. O Município de
Posse, apesar da topografia amena e riqueza dos seus cursos d’água, apresentava a
desvantagem da ausência de estradas carroçáveis, além de clima pouco saudável. São
Domingos surgiu com uma natureza pródiga de belezas naturais, animadas pelas
cristalinas águas do Rio São Domingos. As terras convidavam a semeadura oferecendo a
sua fertilidade, porém a distância geográfica e as vias de acesso praticamente inóspitas,
determinaram prosseguir viagem. A atitude de doação de 300 (trezentos) alqueires
goianos de terras por parte de um generoso Senhor, quase alterou as premissas
estabelecidas pelos nossos Bandeirantes. Ah, se existisse por lá, na época, um plano a
médio prazo de eletrificação rural e uma visibilidade política para imprimir o progresso de
uma região de natureza tão rica, o curso da história da Cidade da Criança poderia ter sido
outro!

Nova Roma às margens do Rio Paraná, próximo estágio de viagem, Município encravado
entre montanhas, não diferia muito dos outros já mencionados, no que se refere a
logística desfavorável.

Por fim, a expedição fraternista passou a sobrevoar a vasta região da CHAPADA DOS
VEADEIROS, contemplando esplêndidas planícies, adornadas por sóbrias colinas de
topografia de estonteante beleza. Altitude próxima de 1.200 (um mil e duzentos) metros,
água abundante e clima agradável, áreas cortadas por estada estadual com conexão até
Brasília. Detendo-se no Município de Veadeiros, observaram-se terras boas para o plantio
de mandioca, trigo, milho e frutas em geral, mas regulares ou fracas para atividades de
pecuária ou culturas de arroz e feijão. Em Uruaçú o panorama não divergiu muito, a
cidade era progressista e a vocação, predominante, tendia para a cafeicultura. Não se
vislumbrou nenhuma possibilidade no trato com as pessoas influentes da comunidade,
quanto a doação de terras. Convinha aos Bandeirantes da Fraternidade avançar, avançar
sempre!... Agora, para as paragens de Ceres. Eles contavam com a assistência
prestimosa dos bons espíritos que certamente fomentavam orientações quanto aos rumos
a seguir. Onde se faz presente a boa vontade e o serviço cristão, Jesus na Sua inefável
bondade ali estabelece presença. O Rio das Almas nas suas linhas sinuosas, beijava sem
cessar suas verdes montanhas, realizando o prodígio da fertilização das suas terras e,
como um príncipe, enveredava as suas águas elegantemente pela Cidade. Os
Bandeirantes estavam encantados! O Sr. Afrânio de Azevedo proprietário da Fazenda
Sibéria prometeu doar 250 (duzentos e cinquenta) alqueires de terra, caso a OSCAL
adquirisse outros tantos. O fazendeiro, então residente em São Paulo, pedia para a
transação, a soma de CR$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros). Era muito dinheiro!
Os Bandeirantes em confidências íntimas consideravam aquele lugar eleito para abrigar a
futura Cidade da Criança. Não mais que a 30 (trinta) quilômetros dali, conviviam bem, no
aglomeramento urbano, protestantes, católicos, espíritas e maçons. Aliás, o ecletismo

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religioso sempre foi uma característica salutar em matéria de convívio na Pátria do
Cruzeiro! A Fazenda Sibéria propriamente dita, estava localizada não no município de
Ceres e sim no de Jaraguá, ponta norte entre Ceres e Goiânia. Os itinerários
programados já se faziam percorridos e cabia agora demandar para Goiânia, o que
ocorreu em 21 (vinte e um) de dezembro do mesmo ano.

Aconteceu que os nossos Bandeirantes não se detiveram na atitude contemplativa do


dever cumprido. No dia seguinte, deslocaram-se para São Paulo, agora em companhia do
Dr. Clóvis Fleury e na expectativa de avançarem entendimentos na negociação das
terras. Surgiram dificuldades imprevistas, face a interveniência de um senhor de origem
australiana, que era parceiro de tais terras. Como complicador, apesar de se confirmar a
doação, as terra inevitavelmente seriam desmembradas. Mas ainda assim valeria a pena
desenvolver mais gestões, pois a região surgia afeita para implantar a futura Cidade da
Criança. Ademais, seguindo fontes fidedignas, na busca da auto-suficiência, ali se poderia
cultivar trigo, cana de açúcar, frutas tipo pêra, maçã, uva e marmelo. E ainda,
complementarmente, na Chapada dos Veadeiros contava-se com a fartura de água, clima
ameno e atmosfera psíquica altamente estimulante aos eventos de teor espiritualizante.

Apesar das dificuldades, incontrolável entusiasmo tocava a alma dos Bandeirantes, como
doce presságio à edificação futura da Cidade da Criança.

Que viessem os próximos acontecimentos!

ENFIM A CIDADE DA
FRATERNIDADE E SEU NINHO

Na trama do tempo estamos em 06 (seis) de abril de 1959. Em reunião ordinária do


Departamento de Orientação Espiritual do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, o
estimado irmão Arym Moysés, sem entrar em pormenores, comentou com o espírito
Joseph Gleber, já postado para a comunicação mediúnica psicofônica, sobre as
dificuldades quanto a aquisição das terras, objetivando a edificação da CIDADE DA
CRIANÇA. A entidade espiritual, sinteticamente enfatizou: Na região dos Veadeiros será
localizada a nossa amada Cidade da Criança. As dificuldades existentes serão sanadas.

Aconteceu, pouco tempo depois um fato surpreendente, uma dessas coincidências só


explicáveis em se reportando à ação dos espíritos em nossas vidas: o engenheiro David
Nadler, espírita, foi conduzido à Chefia da Inspetoria Regional do Fomento Agrícola IRFA,
que abrangia 13 (treze) núcleos agrícolas do Governo Federal e entre eles o NÚCLEO

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TRITÍCOLA DE VEADEIROS, localizado no Município de Paraíso, na Chapada dos
Veadeiros. O Dr. Nadler elaborou um relatório encaminhando-o ao Ministério da
Agricultura, contendo dentre outros, os seguintes dizeres: “As terras do Núcleo Tritícola,
em consequência da altitude (1480 metros) e da excelência do clima, se prestam bem ao
cultivo do milho, café, arroz, mamona, mandioca e cana de açúcar. O trigo de Veadeiros
já figurou em exposições internacionais, sendo ali produzido desde o século passado. As
condições ecológicas são magníficas para o plantio de laranjas, mangas, favas, bananas,
marmelos, mamões, abacates, pêras, pêssegos, pois que estão imunes de pragas e
doenças que normalmente atacam essas espécies vegetais. As pastagens de capim
gordura e jaraguá são de boa qualidade, considerando-se principalmente a temperatura
temperada que oscila entre 12ºC e 23ºC. Destacamos que o Dr. Nadler, a tempo recente,
incorporara-se as atividades do Grupo da Fraternidade Irmão Aniceto.

Prosseguiu ele: “desejo mencionar neste relatório sobre a existência de uma organização
interessada em fundar, nessa região, uma cidade - Comunidade-rural, destinada a abrigar
crianças, propiciando-lhes educação integral, preparação profissional e moral. Trata-se de
uma Sociedade Civil com personalidade jurídica de âmbito nacional e de ordem cultural,
educacional e assistencial. A OSCAL - Organização Social Cristã-Espírita André Luiz que
intenciona, pelos seus próprios meios, adquirir 2.420 hectares de terras para a edificação
da Cidade da Criança. Considero, complementou o Dr. Nadler, que a própria OSCAL
poderia ajudar na ocupação das terras do Núcleo Tritícola e, ao meu ver, para uma boa
utilização seria interessante dividi-lo em glebas máximas de 50 (cinquenta) hectares para
abrigar famílias”.
Conta-se que em agosto de 1959, os irmãos Lydio Diniz Henriques (Grupo da
Fraternidade Irmã Scheilla - Belo Horizonte-MG); Simão Bittar (Grupo da Fraternidade
Irmão Joseph - São João da Boa Vista-SP) e Manuel Marçal (Grupo da Fraternidade
Irmão Aniceto, Goiânia-GO), na condição de membros da Comissão para Aquisição das
Terras, avançaram em entendimentos para materializar as idéias.

A alegria e o entusiasmo contaminavam a todos! De um lado o Marçal e o Lafayete


rumariam para a Chapada de Veadeiros em missão de reconhecimento e os outros
permaneceriam em posição de apoio, inclusive em estado de consultas permanentes à
Espiritualidade.

Em 26 (vinte e seis) de outubro do mesmo ano o mentor espiritual Joseph Gleber avalizou
o desejo dos membros da Comissão de conhecerem mais detidamente as terras no
entorno das Fazendas São João, Engenho e Paraíso. Aprovou também integrarem a
“Caravana Visitadora” outros elementos desde que sintonizados com o empreendimento.
Alguns companheiros como o Afonso, o Barbosa e o Tozinho queriam engrossar a
caravana!

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A partir daí foram muitas as correspondências permutadas, viagens de trabalho, consultas
e a indizível expectativa de se consumarem os sonhos e os anseios dos idealizadores da
obra de amparo aos desamparados da terra. Em 03 (três) de março de 1960,
multiplicaram-se as missivas para variadas regiões do País, dado que o momento agora
era de exponencial importância para os anseios fraternistas: a Comissão para Aquisição
das terras, deslocar-se-ia, a princípio para a Cidade de Goiânia, depois para a Chapada
dos Veadeiros e lá, finalmente, ocorreriam as tão esperadas decisões - as terras seriam
escolhidas, compradas e registre-se: como o aval e amparo dos benfeitores espirituais.
Estavam incorporados agora à Comissão os companheiros. Afonso Bittar (Grupo da
Fraternidade Irmão Joseph de São João da Boa Vista-SP), Rogério Arlanch (Grupo da
Fraternidade Irmão Flácus de Espírito Santo do Pinhal-SP), além de Lafaiete Teixeira e
Rui Carlos de Souza (Grupo da Fraternidade Irmão Aniceto de Goiânia-GO). Na
convocação para a viagem, vale mencionar o parágrafo final de uma das missivas:
“Enquanto houver um gemido de criança desventurada na Terra, a obra do Senhor nos
impelirá ao serviço e à renunciação”.

O certo é que sob os auspícios do mês de abril do ano de 1960, toda a família fraternista
tomou ciência sobre a aquisição de terras na Chapada dos Veadeiros, Município de Alto
Paraíso, com vistas à fundação da futura CIDADE DA FRATERNIDADE. Conforme
certidão formalizada mais a frente, em agosto de 1966, a OSCAL, adquiriu do senhor
Dimas de Almeida Salermo e senhora Benedita Ferreira de Almeida 200 (duzentos)
alqueires de terras goianas na denominada Fazenda Paraíso. Ainda na mesma época,
por meio da certidão do registro nº. 1300, L.3-B, F.20, ficou configurada a doação de 300
(trezentos) alqueires por parte dos herdeiros do Senhor José Gomes dos Anjos. Em
ambos as transmissões de escrituras o senhor Delfino Herculano Azervinshy representou
o interesse dos vendedores/ doadores. A OSCAL viera a comprar subsequentemente,
mais duas porções de terras. Uma das 15 (quinze) alqueires, ainda na Fazenda Paraíso,
local conhecido como LAGÊDO, registro nº. 1.384, LU.3-B, F.41, em fevereiro de 1961 e
outra, de 30 (trinta) alqueires, também na Fazenda Paraíso, no lugar denominado Luiz
Velho, conforme certidão de registro nº. 157, Livro nº. 2-A, Folhas 139 Vo., em julho de
1962.

Apesar de não haverem registros, imaginamos que os fraternistas daquela época não
deixaram de vislumbrar a perspectiva de realizarem convênio com o Ministério da
Agricultura, no sentido de ficarem à disposição também da futura Cidade da Fraternidade,
as terras então sob a jurisdição do Núcleo Tritícola da Chapada dos Veadeiros. Tudo era
uma questão de tempo!

Belos horizontes surgiram à visão expectante e sonhadora dos idealizadores da primeira


Comunidade Cristã na Terra abençoada de Santa Cruz!

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O SURGIMENTO
DA CIDADE DA FRATERNIDADE

O dedicado companheiro Lydio Diniz Henriques, um dos integrantes da Comissão para


compras das terras visando a edificação da futura Cidade da Fraternidade, expediu
missivas aos Grupos da Fraternidade Espírita, espalhados pelo Brasil, entremostrando o
seu imenso júbilo e usando expressões e afirmativas inesquecíveis como as que estão
postas a seguir.

Aos clarões de um novo dia!

Nós homens pequenos e obscuros, arrastados pelo chamado do Cristo, vamos iniciar sem
grandes preparativos e corajosamente, a edificação da CIDADE DA FRATERNIDADE.

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Vamos nos atirar à lida como quem concitado a empreender uma longa viagem e, mesmo não
dispondo de recursos, vai com o alforje quase vazio, mas com os olhos fitos nos céus,
confiados na proteção dos SAMARITANOS DO CRIADOR.

Enfim chegou a hora!

André Luiz, o Mensageiro do Senhor, responsável mais direto por nossas realizações, avalista
de nossas promessas ao Cristo, aponta-nos não ser mais possível transigirmos com o tempo.
Diz-nos ele entre fraterno e enérgico: A hora do começo chegou!

Fraternistas do coração, a hora impõe que as palavras cedam à ação. Vamos silenciar até o
dia 15 (quinze) de dezembro, mas em janeiro de 1964 voltaremos prestando contas.

Enfim, aconteceria o grande evento, o ato simbólico e porque não dizer concreto, do início
da CIDADE DA FRATERNIDADE, um elo comum na forma de serviço cristão entre os
seguidores do Movimento da Fraternidade no Brasil. Apesar das condições algo adversas
no que tange ao tempo, pois era período chuvoso e as estradas, sobretudo as de
revestimento encascalhado ou em terra, acarretavam enormes dificuldades ao fluxo de
tráfego, mesmo assim, o lançamento da pedra fundamental aconteceria.

De Espírito Santo do Pinhal - São Paulo, às 20:30 horas, do dia 13 (treze), saíram
Rogério Arlanch, Andalécio Rinco, José Geraldo Fernandes Tito e Juarez Cavalheri. A
esta caravana juntou-se o irmão Abdala de Aguiar do Grupo da Fraternidade Irmão
Joseph, de São João da Boa Vista e no dia seguinte, para euforia de todos, ei-los
chegando à cidade de Goiânia.

A expectativa dos caravaneiros eram enorme e para recepcioná-los lá estavam os


incansáveis e entusiasmados irmãos Aristonides Silveira, Rui Carlos e Lafaiete Teixeira.
Infelizmente, por motivos justificados, os dois últimos se privariam de seguir viagem. No
dia seguinte, cumpria demandar para Brasília-DF, já que esta caravana deveria encontrar
a que se deslocou de Belo Horizonte, contendo os companheiros Lydio Diniz Henriques,
José Cristo Horta, Mário Veloso, Hecreton Henriques e Mário José Machado. Da cidade
de Petrópolis - Rio de Janeiro, chegava em Brasília o vibrante companheiro Hedel
Gomes.

A caravana de Belo Horizonte, por motivos alheios a sua vontade, somente no dia 16
(dezesseis) chegou em Brasília (uma segunda feira). Às 5:30 horas do dia 17 (dezessete),
o grupo partiu de Brasília, chegando às divisas das terras da Cidade da Fraternidade, a
tardinha. A turma de Belo Horizonte permaneceu em Brasília para providências
relativamente à compras de materiais. Foram abertas as primeiras picadas e alguns
minutos depois, um senhor das redondezas os guiou até o rancho, que apresentava

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péssimas condições habitacionais, onde residia o senhor Gustavo, profundo conhecedor
da região. O rancho, em alusão, ficava a aproximadamente 5 (cinco) quilômetros da
entrada das terras, mais especificamente às margens do Rio Lagedo. É possível avaliar
as dificuldades iniciais dos DESBRAVADORES DA CIDADE DA FRATERNIDADE, pois
que várias questões estavam a exigir equacionamento e fervilhando nas suas mentes:

- localizar uma árvore de nome Cagaiteira, a única existente na região e que, segundo a
espiritualidade (mensagem da Irmã Scheilla), orientaria quanto à posição e referência
para assentamento da Cidade da Fraternidade.

- situar a Cidade da Fraternidade, de preferência próximo a uma mina d’água susceptível


de fornecer água potável aos moradores numa primeira fase e, que distasse pouco do
espaço físico onde fossem erguidas as primeiras edificações, tanto por uma questão
logística, quanto de custos.

- iniciar a construção de algumas, ainda que poucas moradias e isto significava um


grande desafio, dado que o caminho de acesso era precário e não se dispunha de
equipamentos mais pesados de terraplanagem para dar melhores características à
estrada de acesso, garantindo boas condições de tráfego aos veículos transportadores
de cargas. Todavia, tais dificuldades nada mais eram que desafios a capacidade de
ação dos fraternistas!
Para a primeira noite após o jantar, cada companheiro se acomodou seja em redes, ou no
rancho, ou na kombi Wolksvagem e o fato é que todos acordaram no dia seguinte
descansados e ávidos pelo cumprimento das providências já programadas.

Todos, com exclusão do Aristonides, rumaram para o campo, objetivando locar as áreas
de três edificações que seriam a breve tempo erguidas.

Esse que ficou para cuidar da refeição foi alertado quanto a aproximação de animais
selvagens e sobre isso respondeu: porque temer se eu tenho o recurso da prece. Os
demais desacostumados ao trabalho no campo, não é difícil imaginar o desgaste físico
que eles experimentaram. Mas, naquela oportunidade, eram como sertanejos e como tais
deveriam ser fortes! As picadas, para o tráfego dos caminhões, precisavam ser
melhoradas e ademais a chuva que caíra tornara o piso muito escorregadio. A caravana
que permanecera em Brasília deveria chegar no dia seguinte (dezenove) para o
lançamento da pedra fundamental. Andalécio, Juarez e Abdala foram até a entrada da
Cidade para recepcioná-la. Isso não se deu contudo, em decorrência da chuva matinal,
obrigando os caminhões a sofrerem desvio no roteiro. Rumaram para a sede do Núcleo
Tritícola do Ministério da Agricultura. Registre-se que um outro caminhão que engrossava
a caravana recém chegada, constituíra doação do fraternista Simão Bittar, do Grupo da
Fraternidade Irmão Joseph de São João da Boa Vista. Uma alegria indizível embalou os

17
corações dos desbravadores quando o caminhão, com os materiais, após vencer difícil
trajeto, atingiu as culminâncias da área a ser urbanizada.

Como teria sido a noite daqueles idealistas? Não é arriscado afirmar que os corpos
carentes de repouso dormiram esplendidamente, mas os espíritos, esses, lograram
participar de uma inesquecível Assembléia, nas paragens do invisível.

O que foi dito e visto para ser relembrado e outra vez contemplado, só para quem
despojado do escafandro da carne e mesmo assim sob concessão e anuência dos
benfeitores maiores da Espiritualidade.

Enfim, despontou radiosamente no mundo o dia 20 (vinte) de dezembro de 1963. Todos


se levantaram às 4:30 horas, e dúvidas não pairavam nas mentes fraternistas.

Nem mesmo o desencontro com a Cagaiteira, sinalização da Espiritualidade indicando a


referência física da futura Comunidade Cristã-Espírita, impediu de aumentar a animação.
E olhe, a Cagaiteira era um indicativo de construções espirituais já planejadas na esfera
invisível e estas tangenciando por cima os futuros conglomerados habitacionais a serem
materializados na dimensão humana.

Às 7 (sete) horas foi iniciado o plantio de 02 (duas) mudas de árvores tipo “Pau
brasil”,distantes 12 (doze) metros da edificação primeira a ser erguida. Defronte esta,
levantar-se-ia já um barracão, em condições construtivas mais precárias, portanto pré-
determinado a uma vida útil mais reduzida. É importante lembrar que dentre os
circunstantes, dois haveriam de permanecer como cidadãos pioneiros: Nelson Almeida e
José Carlos Arantes. Deus nosso, quanta ousadia, coragem e fé nesses sonhadores
cidadãos paulistanos! Seriam ambos os primeiros moradores da Comunidade Cristã-
Espírita então nascente!

Acácio Carciofi, em abril de 1965, quando da sua estada na Cidade da Fraternidade pode
registrar fotograficamente esse barracão construído de madeira, destinado à moradia dos
fraternistas anteriormente citados e é possível que o companheiro, hoje residente na
cidade paulista de Hortolândia, sede do Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Américo,
tenha sob sua proteção exemplares de tal compêndio fotográfico.

Mas retornemos a excelência dos momentos que brandiam lembranças inesquecíveis na


alma fraternista. Para construir fisicamente uma cidade na Terra com ascendentes dos
céus, muito mais que arrolar planos, conceber construções, estabelecer estratégias,
contabilizar recursos humanos e prover valores financeiros, importava sim, um conluio
amoroso com os lídimos idealizadores da obra. Certamente que muitos deles ali estavam
postados, em circuito fechado de forças, aguardando o momento de uma conversa em

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uníssono com Jesus, expressando gratidão e rogando a proteção do Altíssimo na
consecução de outra obra do bem a refulgir na Pátria do Cruzeiro, fazendo expandir o
ideal do Evangelho.

Lydio Diniz Henriques, sem que se desse conta, não sabendo se dele ou por ele, não
sofreou os impulsos de uma prece consubstanciada nesses sentimentos: “Estamos na
quietude da madrugada, quando começa a se apagar na cúpula imensa do firmamento o
brilho das últimas estrelas. Viemos de longe, por dentro da noite de nossas incertezas, ao
encontro da aurora para com ela assinalar nosso primeiro encontro contigo, Senhor,
nesse solo predestinado.

Eis que ela vem surgindo de mansinho. Já começa a amanhecer nos solitários domínios
da Cidade, que ainda jaz adormecida no berço de nossos corações e de nossos sonhos.
Estranha emoção nos invade todo o ser, povoando o coração de doces pressentimentos.

É como se Tú, Sol da Espiritualidade, inundasse de luz os horizontes de nossas


esperanças e, de súbito, começasse a amanhecer dentro de nossas almas. Entreolhamô-
nos deslumbrados, porque descobrimos o teu sorriso, cheio de ternura, no semblante
iluminado de todas as coisas.

Almas irmãs, envoltas no véu diáfano das forças virginais, elas nos infundem o sentimento
de tua augusta presença e nos dizem, para o supremo júbilo de nossos corações que
também Tú nos aguardavas. Que mais poderemos esperar de Ti, Divino Amigo, senão
que neste encontro, a nós permita selar Contigo um compromisso assumido no fundo
umbroso dos milênios perdidos?

Agora Senhor, toma-nos em tuas santas e operosas mãos e concede-nos a graça de


servir-te com devotamento e amor, para que detrás destas planuras por onde irrompe a
luz do dia, amanhã se levante o Sol glorioso que há de iluminar a consciência de nossa
remissão”.

Quem pudesse testemunhar a fisionomia dos presentes, certamente que contemplaria


semblantes chorosos, mas eivados de crenças quanto ao futuro da obra. Aquele momento
era o doce despertar de um sonho. Estavam desbravados os terrenos de uma cidade,
fonte de esperanças para o porvir!

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OS PRIMEIROS HABITANTES DA CIFRATER

Após o memorável e emocionante lançamento da pedra fundamental da fundação da


Cidade da Fraternidade, em 20/12/63, permaneceram, tão somente no solo virginal da
Chapada dos Veadeiros, dois desconhecidos cidadãos das hostes Oscalinas: Nelson de
Almeida e José Carlos Arantes. Bravos! Abandonaram família, romperam contra os já
enraizados hábitos sociais, abdicaram dos prazeres mais imediatos do mundo para se
curvarem ante um sonho futurista, perfilando na construção de uma cidade cravada no
Coração do Brasil, em cujas artérias, fluiria o sangue do amor para causar vida abundante
e proporcionar ao homem um conceito cristianizado de civilização. Ali estavam para
legitimarem o sonho fraternista de dar forma e feição de cidade a uma natureza
aparentemente inóspita, mas pródiga de recursos e vida.

Os recém chegados com a alma exultante e contrapondo com a rotina urbana que até
então lhe caracterizara a existência, podiam agora pisar na macia relva verde, tocar nos
arbustos em graciosos balanços, fitar as longínquas estrelas nas suas majestosas
fulgurações e acordar na madrugada prateada ao cântico sinfônico de aves sibilinas,
sapos saltitantes e expressões outras nascentes do esplendor da natu-reza. Mas o dia
vem, a noite se vai e cumpria a eles demandar ao campo para as roçadas, cortar lenha,
improvisar coberturas assemelhadas a “Casa do Caminho”, abrigo primeiro ao
Cristianismo Primitivo.

De onde vieram aqueles intrépidos homens? Nelson, ao que se sabe, procedia de Espírito
Santo do Pinhal - SP e, deixou uma história silenciosa de trabalho, seja como motorista,

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roceiro, pintor, instalador hidráulico, além de outras funções exercidas com elevado
espírito de humildade. E o José Carlos? Ao que se conta, até o início do ano de 1963, não
era espírita. Tivera incursões no campo esotérico e se algum sentimento religioso
ascendera mais à sua mente era o do “Racionalismo Cristão”. Pintor era sua profissão em
Porto Ferreira - SP, mas uma agitação incompreensível devassara-lhe o ser, como que
intimando-o a compreender um horizonte novo que se plasmava, com certa constância,
nas suas noites de sonos e sonhos. Alternavam-se no desenho da sua tela mental, casas
em construção, pequenas praças de singular beleza, crianças em movimentos primaveris
e o inusitado, é que se sentia presente em tudo! Como interpretar isto?

Doutra feita, viu-se sobre algo parecido a uma ponte, contemplando um lindo pomar e
pareceu-lhe divisar ao longe árvores carregadas de caquis. De inopino, pétalas liriais de
magnífica beleza deslizaram sobre o seu corpo e não teve como conter a emoção ao
descobrir que crianças de feição angelical eram as responsáveis pelo feito. E elas lhe
disseram: obrigado, tio Zé Carlos, pois foi você quem ajudou a fazer tudo isso! E tentou
interpretar o encantado sonho, já que pelos atos de sua vida até então, não tivera
nenhuma realização de grandeza, pois seu espírito humilde assim o considerava!

O relatado agora não foi sonho e sim realidade. Certa feita caminhava pelas ruas de Porto
Ferreira e deparou com uma criança que estava a desembrulhar pães, certamente
comprados a pedido da mãezinha. Movido pela curiosidade lobrigou ler uma breve notícia
no jornal onde Maria Lina, em nome da Secretaria Seccional da Organização Social
Cristã-Espírita André Luiz, em São Paulo, agradecia a Rádio Excelsior pela divulgação
gratuita, do pedido de colaboração para a fundação da Cidade da Fraternidade, uma
comunidade com finalidade primordial de acolher e amparar crianças órfãs do Brasil.
Registre-se que Maria Lina era filha de Durvalina Martins dos Santos, mentora do Grupo
da Fraternidade Espírita Irmã Lina. Isso se deu em abril de 1963, em Porto Ferreira e,
como final no mesmo ano, o José Carlos integrou a imensa caravana, oriunda de vários
pontos do País para fundação da comunidade nascente, o leitor saberá fazer suas
próprias elucubrações sobre o que aconteceu com o nosso valoroso irmão.

A esses pioneiros se juntaram mais tarde, procedentes de Espírito Santo do Pinhal e


ligados ao Grupo da Fraternidade Irmão Flácus, os companheiros Andalécio Rinco,
Romilda Rinco e mais tarde, Juarez Cavaliére. Desdobrava-se no tempo o ano cristão de
1964. Os fraternistas do País, adesos ao Movimento da Fraternidade, para avivarem os
sentimentos da fraternidade, desenvolveram o hábito de realizarem encontros periódicos
cognominados: SEMANA DA FRATERNIDADE e pasmem os senhores, estavam eles
dissuadidos que o próximo “Encontro” deveria dar-se nas terras da CIFRATER. Façamos
ligeira digressão, discriminando as Semanas da Fraternidade já ocorridas até então:

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- 1ª Semana entre 12 (doze) e 18 (dezoito) de janeiro de 1958, nas cidades de águas da
Prata (Grupo da Fraternidade José Grosso) e São João da Boa Vista (Grupo da
Fraternidade Irmão Joseph), estado de São Paulo, onde estiveram presentes 39 (trinta e
nove) agrupamentos de várias regiões do país.

- 2ª Semana entre 26 (vinte e seis) e 31 (trinta e um) de janeiro de 1960, na cidade de


Caratinga (Grupo da Fraternidade José Grosso), estado de Minas Gerais.

- 3ª Semana entre 5 (cinco) e 9 (nove) de julho de 1960, na cidade de Belo Horizonte


(Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla), estado de Minas Gerais.

- 4ª Semana da Fraternidade entre 24 (vinte e quatro) e 28 (vinte e oito) de julho de 1963,


na cidade de Campinas (Grupo da Fraternidade Irmão Vicente), estado de São Paulo.
Não seria muita pretensão dos fraternistas? Inexistia conforto, infra-estrutura na Cidade
da Fraternidade e ademais, o deslocamento para os fraternistas seria muito oneroso,
sacrificioso, sem dizer das más condições de conservação do trecho estradal dos 213
(duzentos e treze) quilômetros entre Brasília e a CIFRATER.

A Semana da Fraternidade seria realizada sim em três casas ou, mais propriamente, em
casarões enormes recentemente construídos, sendo um frontal ao local onde hoje está
erguido o Grupo da Fraternidade Irmã Veneranda. Na própria Cifrater foram fabricados os
tijolos tipo adobe e a cobertura com a tradicional palha empregada no meio rural. Para
nós, distanciados no tempo, somente resta conceber mentalmente a labuta dos nossos
pioneiros e, os registros históricos nos falam sobre a emoção e as lágrimas de cerca de
350 (trezentos e cinquenta) fraternistas, participando da 5ª Semana da Fraternidade entre
20 (vinte) e 25 (vinte e cinco) de julho do ano de 1964. Dois dos enormes e rústicos
galpões foram destinados a acomodação dos fraternistas, sendo um reservado para os
homens e o outro para as mulheres.

Vamos contar um pouco mais de história envolvendo os nossos pioneiros. Romilda Rinco,
grávida do terceiro rebento, endereçou missiva para a sua amiga Sebastiana Ribeiro,
então residente em Espírito Santo do Pinhal, solicitando-lhe humildemente, comparecer à
Cifrater para assisti-la durante o período de gravidez, já que a mesma tinha a formação de
enfermeira. Seria esta a razão efetiva? Se houvesse outra, certamente que nenhuma das
duas saberia responder. A lei de Causa e Efeito sim, os compromissos adredemente
assumidos na Pátria Espiritual também e, que o tempo a tudo confirmasse!...

Sebastiana licenciou-se do seu trabalho e não só com solicitude, assistiu a amiga, mas
serviu-lhe de parteira para a criança que nasceu e mais outras duas em épocas
posteriores. Não há de ver que ela se tornou a parteira oficial da Cifrater e conta-se que
muitos foram os nascimentos pelas suas habilidosas mãos.

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Não foi possível, para Sebastiana, retornar à Espírito Santo já que, em 1966, fundava-se
na Cifrater a ESCOLA ESTADUAL HUMBERTO DE CAMPOS e os recursos humanos,
então em disponibilidade, assentavam-se tão somente na figura de uma ex-comerciante e
uma ex-enfermeira para exercerem, em ecletismo sublimado, a nobre profissão de
professoras primárias! Quem eram elas?

E a vida, na suas sutilezas, uniu indelevelmente Sebastiana e José Carlos, estreitando-os


nos laços da família corporal e deles, nasceram belas crianças (Taciana e Íris). E por eles
ganharam um lar, na condição de filhos legítimos do coração, oito crianças, corroborando
a assertiva do espírito Scheilla: “ali os pequeninos sem teto encontrariam o amor
verdadeiro e a liberdade cristã-espírita”.

Ah, caro leitor, e a história continua, mas vamos interrompê-la porque a partir daí foram
muitos os que se assentaram no solo fértil da CIFRATER e cada qual, oferecendo o seu
concurso, a sua cota de sacrifício e de trabalho. Uns fincaram os pés ali e outros em
função do determinismo da vida buscaram outros rumos, novas realizações.

Alguns, talvez responderiam tal qual o fez Sebastiana diante de uma indagação:

Qual o melhor período que você viveu na CIFRATER?

- Ora, não houve melhor período, todos foram bons. Dificuldades aconteceram sim, mas elas
nos ensinaram a crescer, a crescer sempre e mais!...

Porque não dizermos “Obrigado Senhor” pela concessão a nós fraternistas, sonhadores e
crentes numa sociedade mais justa e cristã no futuro, por caminhar na trilha de tão
exemplares pioneiros?

Então, Obrigado Senhor! Obrigado exemplares pioneiros!

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Romilda e Andalécio

O confrade Acácio Carcioffi com residência em Hortolândia, onde coordena as atividades


do Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Américo, considerou ser indispensável
rememorar a trajetória, do casal Rinco, um verdadeiro exemplo de despreendimento,
renúncia, coragem e devotamento ao semelhante. O conselheiro Acácio, uma das
criaturas mais devotadas a causa do Movimento Fraternista, recorreu às suas inúmeras
anotações e como resultante, em breve síntese, ficou possível historiar algo da biografia
do valoroso casal.

Desde 1957 tanto Romilda quanto Andalécio Rinco, frequentavam o Grupo da


Fraternidade Irmão Flácus, em Espírito Santo do Pinhal, casa dos saudosos Rogério
Arlanch, José Travassos, Elvira Domingues, Américo Cavalheri, Dimas Bueno de
Camargos e outros. Nesta época, suas existências eram marcadas por suave
encantamento e, o sonho de uma união duradoura, acalentava seus corações juvenis.

Claro, na medida da evolução do tempo, os jovens enamorados não só teciam planos


para o futuro, como entranhavam-se plenamente nas atividades da Casa Espírita e já no
ano de 1963, Andalécio assumia a responsabilidade dos trabalhos na assistência social
espírita.

Em 8 (oito) de setembro deste mesmo ano um fato novo viria a colorir os seus destinos,
por ocasião de um encontro fraterno na cidade de São João da Boa Vista e contando com

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a presença de fraternistas de Águas da Prata, Espírito Santo do Pinhal, Poços de Caldas,
Campinas, São Paulo e Belo Horizonte.

Romilda foi tomada de indizível emoção, pois que o pequeno conclave tratava de
providências iniciais para fundação da Cidade da Criança ou Cidade da Fraternidade, em
terras ainda virgens da Chapada dos Veadeiros, no Município do Alto Paraízo - GO. Foi
irresistível a inclinação do seu coração, convocado não se sabe como a participar de
forma pioneira na realização do inusitado empreendimento espiritual. Para ela não seria
difícil se desfazer da sua ocupação de serventuária da justiça e, quanto ao seu
companheiro, também tocado pelos mesmos inefáveis sentimentos, não constituiria
dificuldades desobrigar-se da função de funcionário da Companhia de Força e Luz, bem
como vender a Loja Dimarcus para participarem de um projeto pensado e idealizado nas
dimensões do infinito.

Não lhes importava as questiúnculas materiais nem tampouco medir o tamanho do


desafio. Caminhariam confiados no poder Divino, amparados no entusiasmo e apoio dos
companheiros terrenos, de forma a oferecerem a cota de sacrifício indispensável e
tornando factível o sonho da Espiritualidade.

O casal com os filhos ainda pequenos, Divaldo e Marcus, em 23 (vinte e três) de maio de
1964, partiu de Pinhal, levando numa Kombi, ano de 1959, os bens necessários para o
início de uma vida nova. A viagem longa teve incidente não só oriundos de defeitos no
veículo transportador, tanto como dos transtornos causados e advindos do momento
revolucionário que nosso país vivia.

Na futura “Cidade” foram recepcionados pelo Nelson de Almeida, companheiro originário


do Grupo da Fraternidade Irmão De Sagres - São Paulo e por Juarez Cavalheri também
de Pinhal. O casal foi conduzido ao Núcleo Triticola do Ministério da Agricultura,
abandonado e lá fariam morada doravante.

A vida em laços fraternais haveria de ser a marca perene dos habitantes naquelas plagas
e a pequena casa albergou, além da família Rinco, o Nelson e o Juarez. Todos se
sentiam muito felizes em compartilharem as cousas materiais e sedimentarem
substâncias de perene valor espiritual. Andalécio de imediato passou a trabalhar num
caminhão Chevrolet, ano 1948, doado pelo fraternista Simão Bittar, por ocasião do
lançamento da pedra fundamental da comunidade, em 20 (vinte) de dezembro de 1963.
Transportava madeira e palhas de Indaiá para a edificação de três barracos, com o
objetivo de abrigarem irmãos provenientes de numerosas cidades e para celebramento da
SEMANA DA FRATERNIDADE. Esses barracos transformar-se-iam mais tarde em
residência, depósito e escola ou mais propriamente no futuro Educandário Humberto de
Campos.

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Passado o sucesso da Semana da Fraternidade, o casal passou a residir no Núcleo
Pioneiro, tendo ganho um novo companheiro, o Dorvanil, do Grupo da Fraternidade Irmã
Fenareta, de Bebedouro, que cuidaria da horta e futuro pomar.

Conta-se que a primeira incursão na agricultura foi frustrada, pois que uma enchente
destruiu as cercas, redundando na ação danosa dos capivaras contra as roças de milho e
arroz. Mas como dizia Romilda, parodiando o espírito André Luiz “As dificuldades que nos
rodeiam são chaves libertadoras que funcionam em nossos espíritos”, e assim o José
Carlos Arantes, o Nelson Almeida e o Andalécio sob a benevolência do Senhor Moacir
Romano, plantaram a 50 (cinquenta) quilômetros do Núcleo Urbano, arroz, feijão e milho
tendo a colheita sido muito satisfatória.

Os desbravadores não perdiam tempo. Enquanto Romilda se desdobrava nos afazeres


domésticos e na escola, o Andalécio e os demais iniciaram a criação bovina, onde a
carinhosa e um bezerro fizeram resultar mais tarde em 10 (dez) crias e as crianças, claro,
foram as mais beneficiadas. O generoso Simão Bittar para minimizar as dificuldades dos
comunitários doou à CIFRATER o “Janjão” no dizer do Andalécio, um trator para gradear
terra, facultando plantios de variados matizes.

Romilda mais interessada em falar da obra do que de si mesma, com raro entusiasmo,
relembrara da Fernanda, irmã do Wadheir Bezerra de Almeida que se consorciara como
Nelson de Almeida em 19 (dezenove) de abril de 1966. O primeiro filho do casal, Sagres,
fora o segundo filho da CIFRATER, já que a primazia do filho primeiro estivera reservada
ao casal Rinco. E veja caro leitor o entrelaçamento dos fatos: sob a pretexto de uma velha
amizade, Sebastiana Ribeiro, deslocou-se para a CIFRATER com o intuito de propiciar a
vinda ao mundo da Lívia! O interessante é que Sebastiana não só se converteu-se na
parteira oficial da região, como também desposou a José Carlos Arantes e a história por
aí continua.

Foram inestimáveis os serviços prestados pela família Rinco à CIFRATER e questões de


foro íntimo determinaram-lhes o afastamento físico da comunidade. No entanto, é
insofismável que seus corações jamais deixaram de emitir energias de bom ânimo e
crença para aquele rincão de terra que um dia constituirá exemplo insofismável de como
convém ser uma vida em sociedade.

Os valorosos irmãos residem hoje nas adjacências da CIFRATER, mais especificamente


no Município de Alto Paraízo e de nossa parte, que nem chegamos a conhecê-los na
intimidade, fica a nossa admiração, estima e quiçá, mereçamos deles, visitas fraternais à
CIFRATER para que os laços da construção espiritual perdurem sempre e que o

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intercâmbio de energias, idéias e ações, faça resultar nas mais belas realizações com
Jesus.

CIDADE DA FRATERNIDADE

A obra material é valiosa, porque ela alberga os corpos, mas convém não esquecermos
de que Jesus começou seu ministério, numa manjedoura destinada aos animais, e,
atingiu o ápice de sua jornada, numa cruz de escárnio e de abandono, para descer do
madeiro, na direção dos aflitos, e continua a envolvê-los no carinho da sua presença e,
até hoje, não terminou a sua obra de amor, no seio dos corações atormentados.

Merece consideração, que obras materiais, a humanidade sempre as teve: o colosso de


Rhodes, o santuário de Diana em Efeso, os grandes templos de Apolo, de Vesta, as
grandes Basílicas depois do quarto século, dedicadas ao cristianismo, hoje transformadas
em ruínas, e que o vento do deserto calcina com ardentes carícias e as serpentes fazem
seus ninhos sobre a sarça. Ficaram delas, capitéis famosos e ornados, porém, pedras, e
nada mais, do que pedras.

Da Manjedoura singela, o odor do Cristo, e da cruz da ignomínia, rescende o aroma do


amor do Cristo. Santuários imponentes, a humanidade ainda os tem: Westminster, Notre
Dame, a Capela Sixtina, transformados em museus suntuosos e vazios, sem o suave
odor do Cristo de Deus.

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Necessitamos da casa material, mas a nós é muito mais valiosa, a causa do Cristo, que
está acima e além de todas as causas, já que casa nenhuma pode albergar a causa do
Cristo, pela imponderabilidade de sua grandeza.

A dificuldade é para o trabalhador, o estímulo, cujo salário é o suor, da mesma forma que
o calo na mão do operário, traduz a presença do instrumento de que ele se utiliza.

Trabalhador sem testemunho, é árvore frondosa, sem flor nem fruto, ornamento que
agrada a visão, mas, perfeitamente dispensável.

Os que ouviram o chamado de Jesus, devem pôr-se a postos para seguir-lhe as pegadas,
experimentando a necessidade da renovação interior e plasmando no seu dai a dia, a
vivência do próprio Nazareno.

Não esperemos resultados que ainda não merecemos. Os nossos objetivos a colimar,
estão muito além da nossa visão próxima, no mundo objetivo da forma.

Entreguemo-lhe o nosso amanhã e o amanhã, com ele, nos dirá das necessidades do
nosso hoje, transformando a oportunidade de agora em ação contínua.

Avancemos intimoratos, na certeza de que ele nos espera, mais logo, ou depois,
envolvendo-nos, desde então, na sua misericórdia.

A fraternidade é o amor em ação, é o Cristo vivo em comunhão conosco. Não nos


deixemos descaroçar pela sombra. A noite é a pausa do dia, prenunciando a madrugada
de luz. Se temos agora tropeços, logo mais teremos realizações.

Se esta é a hora da luta, prenuncia-nos, mais tarde, o instante da vitória.

Aquele que chega à plenitude do êxito, mas que não deu a contribuição do
suor, está traindo os ideais do triunfo, porque o erigiu na base material dos
sistemas humanos. Por isso, convém ainda considerar: da manjedoura em
que nasceu Jesus, à cruz, o evangelho é uma canção de fatos, em que a
ação, está acima das palavras. Realizemos, para que a nossa obra se
caracterize, pelo que conseguirmos realizar, e não, pelos planos que
estejamos constantemente traçando.

Nosso objetivo essencial, é o Cristo no coração do mundo. Marchemos, portanto, na


certeza de que, retendo-o desde agora, em nosso coração, chegará o dia em que o
levaremos do nosso aos outros corações.

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Estas palavras endereçamos aos queridos obreiros da fraternidade com Jesus.

O médium Divaldo Pereira Franco recebeu do espírito Scheilla esta magnífica mensagem,
em 04/10/70, na cidade de Brasília, por ocasião de um evento espírita.

Foi um grande alento para as hostes Oscalinas, pois o famoso tribuno e médium baiano,
sem comprometimento direto com o Movimrnto da Fraternidade e sob as graças da
Espiritualidade Superior, intermediou sábios conselhos aos realizadores da obra Cidade
da Fraternidade. Relembrou-se a característica eminentemente espiritualizante do
empreendimento, cabendo a cada um o esforço intransferível da ação acima das palavras
para que a contribuição pessoal tenha as marcas do Evangelho de Jesus.

A alertiva de Scheilla é substanciosa:

“Realizemos, para que a nossa obra se caracterize, pelo que conseguirmos


realizar, e não, pelos planos que estejamos constantemente traçando. O bom
sendo determina em qualquer época a atualidade dessas serenas porém
enérgicas advertências, haja visto as dificuldades por nós experimentadas no
ontem e reprisadas no hoje, entravando o avanço da obra e, como
explicativa, surpreendemos a nossa renitente teimosia e a ausência de
profundidade no tratos das coisas espirituais.

Que bom ter o mundo invisível esclarecido operando no nosso “sensório


psíquico”, sensibilizando nossas antenas espirituais e apontando-nos rumos
certos na consecução dos nossos destinos!”

A fala de Scheilla arremessa-nos a uma questão complexa, exigindo reflexões. Que não
se pretenda a negação da matéria mas sua utilização equilibrada, sem a escravização do
espírito. Não o desprezo aos recursos financeiros, porém a adequação das necessidades,
com desvinculação do supérfluo e da ostentação. Não a condenação às obras e
edificações materiais, mas a sobriedade na realização e a ausência nelas de toda pompa
e vaidades ilusórias.

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A CAGAITEIRA

A comissão constituída para aquisição das terras onde se situaria futura Comunidade
Cristã-Espírita, não conteve a euforia quando os dirigentes espirituais do empreendimento
consentiram no fechamento do negócio - a CIFRATER seria edificada na Chapada dos
Veadeiros, Município de Alto Paraízo, Estado de Goiás. A notícia foi referendada no
inesquecível 02/04/1960 pelo Mentor Espiritual Joseph Gleber. Para materializá-la surgiu
uma questão: onde posicionar o núcleo habitacional em meio a uma extensão de mais de
12.000.000 (doze milhões) de metros quadrados?

Como era de praxe buscar orientações no mundo invisível, em reunião do Departamento


Espiritual do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, o espírito Joseph Gleber e a suave
Scheilla acenaram sobre a existência de uma árvore de cerrado, conhecida como
cagaiteira e que seria o referencial para os primeiros labores, tendo em vista a
implantação da nova comunidade. Todavia, na sequência dos fatos, na memorável data
de 23/12/1963, houve o lançamento do marco fundamental da CIFRATER, sem que a
aludida árvore tivesse sido encontrada e, como pressuposto, isto deveria ter acontecido
em virtude da cagaiteira não ser característica daquela região. E ademais os
companheiros que chegaram com antecedência não dispuseram de tempo suficiente para
pesquisar, de moto próprio; ou por outra maneira buscar informações de forma a
descobrir o tão esperado sinal da natureza. Claro, o tempo urgia e os desbravadores
puseram mãos à obra! Convinha, sem delongas, abrir picadas sulcar a terra, levantar
habitações ainda que grotescas e pedir licença à natureza para ocupá-la.

O tempo passou e somente em outubro de 1975 é que a existência da árvore foi


confirmada. Os fraternistas Arym Moisés, Carlos José Horta e Dalva Horta, ligados ao

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Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, já de retorno à Belo Horizonte após visita à
CIFRATER, foram abordados por um senhor de nome Joaquinzão, pedindo carona até
Brasília onde receberia tratamento médico. É possível imaginar os interessantes diálogos
durante a demorada viagem. Conversa vai, conversa vem o Arym indagou ao velho
homem do campo: conhece o senhor um tipo de árvore com o nome cagaiteira?

- o caroneiro não só afirmou que sim como mostrou um exemplar da árvore mais à frente,
com o avançar do veículo transportador.

- Arym arrisca outra indagação: não conheceu o senhor, na região da Cidade da


Fraternidade, uma árvore dessa espécie?

- Claro que sim e se quiserem posso levá-los ao local quando aqui retornarem.

Esta conversa causou euforia nos caravaneiros e evidente que com uma certa ansiedade
eles ficaram aguardando a segunda metade do mês de dezembro, onde seriam
conduzidos pelo Joaquinzão até a cagaiteira. De fato, em 21/12/75, lá se foram eles, e o
Senhor Joaquim com segurança levou-os até a árvore perto das ruínas de antiga fazenda
onde ainda subsiste uma palhoça em que mora uma pobre família. A cagaiteira, segundo
ele, fora cortada como se fazia sempre nos sertões! Estava ela agora esplendidamente
rebrotada e, segundo o Seu Joaquim, o corte da árvore aconteceu no princípio da década
de 60 (sessenta), sem precisar com certeza o ano do insucesso. A ação depredativa
certamente fora uma agressão contra a natureza!

Indizível contentamento tomou conta dos circunstantes e, dando vazão às emoções


espiritualizantes, proferiu-se a primeira prece debaixo da árvore e ato contínuo, pela
mediunidade da Irmã Dalva o espírito Scheilla derramou uma expressiva mensagem.

O local é hoje ponto quase obrigatório de visitas, por parte de todos os que se dirigem à
Cidade da Fraternidade e ali, estabelecem-se indutivamente, lídimos laços de
solidariedade. É indescritível o magnetismo emanado daquele lugar. O ambiente é
convidativo para orar, cantar e ativar o psiquismo, facultando a exteriorização do espírito,
permitindo-lhe agir em maior grau de liberdade, inclusive para assimilar as ondas-
pensamentos, fluindo dos planos invisíveis.

Muitos fraternistas possuidores de disposição mediúnica tipo clarividência, afirmaram da


existência de um Pronto Socorro Espiritual sobrepondo em escala maior à frondosa
árvore e isto, mais que um refúgio, sugere-nos converter aquele ponto em um Posto de
Trabalho Espiritualizante compatível com o plano dimensional em que nos
movimentamos. É compreensível então a indicação, pela Espiritualidade da cagaiteira
como um ponto referencial; é dedutível também o entendimento de seu relativo

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afastamento do Núcleo Habitacional. Enfim podemos tê-la como símbolo da harmonia,
pois ela expressa a própria natureza que sem alarde trabalha, convidando o homem a
integrar-se com o Criador!

BERÇO DE AMOR

Aqui nossos sonhos, nossas lembranças


De um céu todo de estrelas pontilhado
No imenso quintal uma centena de crianças
Num futuro que se busca bem aproximado

Aqui o verde do campo nos ensina


A esperança em cor da magna terra
Como se a suave relva da campina
Um leito de aconchego maternal encerra

Aqui quando o Sol surge qual rei altaneiro


Devassando as entranhas virgens da floresta
Um calor sem igual esparge alvissareiro
Transformando a tarde, o dia, em linda festa

E os nossos sonhos sempre atrelados


Pelo clima de Fé que embala
os rancores e diferenças encerrados
Dão lugar a muito Amor, e o ódio se cala

Aqui onde o Sol se deita manso


Sobre o horizonte hospitaleiro
Para o Amor o trabalho será descanso
E o cansaço nosso bom companheiro

Ao te deixar terra bendita


O coração trepida, a Alma chora
O aceno à dor da desdita
Gostaria de nunca mais ir embora

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Mensagem psicografada pelo médium Álvaro Basile Portuguesi, recebida em reunião realizada na
Cidade da Fraternidade, em 10/02/1985, ditado pelo espírito José Grosso.

TEMPO DE AMOR - Irmã Ló

Aconteça o que acontecer estaremos unidos


No ideal que há muito abraçamos
Resguardados de reclamos, de revolta, de gemidos
Plantando sempre, sem esperar do que plantamos.

É tempo de serviço, os braços tangem


Na construção do agora, iluminando o porvir
Quais festivais de Fé que a todos abrangem
Num desejo incontrolável de servir.

É tempo de deixar os míseros reclamos


Saber aceitar a bênção da migalha
Cientes que as dificuldades no campo em que aramos
Serão diluídas pela fonte que trabalha.

É tempo de luta esquecendo as guerras


Movimentando sempre ferramentas abençoadas
Para que novas flores brotem em nossas terras
Enfeitando os jardins das almas renovadas.

O ciclo se fecha, o século termina


As pedras serão também buriladas
Respeitando a relva da campina

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E os espinhos servirão de adubo na empreitada.

Estivemos sempre, estaremos agora


De braços dados com a Fraternidade
Com mãos de ternura na criança que chora
E com uma fé incrível na nossa Cidade.

E junto a obra que ora se agiganta


Ergueremos também com argamassa do Amor
A Paz, a Ternura, a Realidade que levanta
Ao ponto mais alto que possível for.

E quando retornarmos ao berço das alturas


Embalados pela eterna Força da Excelsa Luz
Verificaremos que as míseras agruras
Nos colocaram felizmente nos braços de Jesus.

Foi com inexpressável contentamento que a comunidade fraternista tomou conhecimento


desses singelos versos atribuídos a querida Ló.

Quem não se lembra dela! Na madrugada do Movimento da Fraternidade ela serviu de


instrumento para que Espíritos se corporificassem em Belo Horizonte, dando início ao
Ciclo das Materializações Luminosas. A medicina da Terra, mesmo nos tempos atuais,
não saberia explicar a cura do seu câncer pulmonar cabalmente instalado e com
metástase! Para nós ela tinha méritos para receber tão levantada graça e isto, podemos
deduzir do seu temperamento ameno e doce.

Jamais soubemos de atritos seus com companheiros de tarefas, pelo contrário a sua
discrição, a voz pausada e de tonalidade baixa eram fatores convidativos e indutores ao
entendimento e a conciliação.

Amava as crianças e religiosamente efetuava visitas à enfermos nas suas residências ao


longo de muitos anos, na companhia da inesquecível Zizi e Marízia, esta aliás
companheira coordenadora da Secretaria da OSCAL, membro do Coral Espírita Irmã
Scheilla e fraternista ativa em diversos labores espiritualizantes. Compreende-se as justas
saudades que muitos sentem da Ló e o profundo sentimento afetivo que seu
companheiro, o saudoso Jair Soares, testemunhava-lhe.

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E vejam os artifícios da vida: o médium Álvaro Basile Portughesi foi quem serviu de
instrumento, na noite de 02/08/85, nas dependências do Grupo da Fraternidade Espírita
Irmã Lina, em São Paulo para trazer-nos a mensagem da nossa Ló - e é assim que os
fraternistas aprenderam a tratar a Dona Elvira Soares!

CHANCELA DO AMOR

Levantamos no planalto, a plataforma fria de cimento armado, que pude trasportar para a Capital do
Brasil, na intenção de mudar. Mudar os propósitos, mudar os corações dos brasileiros, mudar o povo,
mudar os valores, mas pequei por um lapso grande e só situações deste jaez são capazes de me
proporciar uma grande explicação. Pequei meus amados, porque me esqueci de colocar à frente das
plataformas de cimento armado na cosntrução de uma grande Capital, a chancela do amor, e por esse
amor estou lutando agora.

Companheiros, amados, a tarefa grandiosa que se levanta no Alto Paraíso, merece do plano espiriutal os
olhares sensíveis de apoio de aplausos, de encorajamento, e quiçá o pedido mesmo de uma oportunidade
para usufruirmos daquela grande construção do bem em favor do Cristianismo nas terras do Brasil.

Queridos fraternistas, sob a chancela de André Luiz, que caminham confiantes na edificação da obra que
não se estagnaa que acompanha o homem na sua trasformação maio , eis na Cifrater a vossa esperança e
o vosso estímulo meus amados fraternistas.

A criança que habita a Cidade da Fraternidade é para o plano espiritual, o tesouro maior que haveis de
edificar sobre este orbe que abre as comportas do coração para receber a todos aqueles que acorrem às
terras brasileiras em busca de paz, do verdadeiro amor e da verdadeira fraternidade. E as comportas do
Brasil hão de se abrir muito mais queridos e amados irmãos. Isto porque os corações estão se
estruturando e o Cristianismo está se implantando e em breve teremos na Pátria do Cruzeiro
definitivamente sedimentado o Evangelho do Cristo conforme prognosticou nosso adnirável e
inesquecível Humberto de Campos. Á plêiade de companheiros interessados na caminhada do Brasil,
afirmamos com convicção que nem mesmo um movimento sócio-político e administrativo, susceptível
de alterar sensivelmente a balança econômica da nação será capaz de abalar os alicerces da fraternidade
na terra do Cruzeiro. Amados companheiros, a Cidade da Fraternidade é uma tarefa vossa, é uma tarefa
nossa porque das nossas vistas somos capazes de entender, vibrar,participar e dignificar um projeto de
tão grande porte.

Para frente e para o alto, sob a bandeira de André Luiz que sorri agradecido e feliz por saber contar com
os vossos corações na terra escolhida pelo Mestre, para que sua Boa-Nova se estabeleça definitivamente
e não se faça mais uma repetição da Roma destruída pelos próprios valores defasados.

Queridos e amados fraternistas, Deus vos abençoe. Guardemos a certeza de que Jesus caminha
convosco e que o mentor André Luiz envolve a cada um com muita ternura , criando ambiente propício
para a realização dos objetivos fraternais na Pátria do Cruzeiro. O meu abraço meus amados, o abraço
do amigo que faliu sim, mas que está de olhos abertos e pronto a receber as lições que no plano
espiritual tem procurado aprender. O meu abraço a todos os pequeninos que me alegram com o
oportunidade de visitá-los e quem sabe serei um dia como eles fazendo parte desta comunidade cristã e
o meu coração estará em festa. Abraços meus amados cidadão, amados fratenistas de André Luiz,

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amados companheiros de Humberto de Campos. Abraço-vos com humildade, porque tenho aprender,
mas vige em mim e de forma irresistível uma vontade de também fazer parte desta caravana do amor e
da fraternidade. O abraço do amigo de sempre.

Mensagem psicografada pela médium Edilme, em 15/09/1986


Itaperuna - Rio de Janeiro, ditada pelo espírito Juscelino Kubstchek de Oliveira
Que estas palavras singelas de um dos dos maiores expoentes da política brasileira e indubitavelmente o
mais humano presidente que o Brasil já teve, possam repercutir na alma freternista , enchendo de
entusiasmo e crença aos irnãos que acreditam nos destinos da CIDADE DA FRATERNIDADE.

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Bené

Uma história de vida curiosa é a de Benedito Ferreira Lopes mais conhecido como Bené,
nascido a 18 (dezoito) de maio de 1932 (um mil novecentos e trinta e dois) e tendo
aportado na Chapada dos Veadeiros no ano de 1970 (um mil novecentos e setenta),
provindo do longíguo e pobre nordeste brasileiro.

Mais especificamente, veio para incorporar-se a Comunidade FAZENDA BANAESPERO,


onde se propugnava a vivência do ideal cristão e a adoção do ESPERANTO, como
sistema único de comunicação, idioma este engendrado pelo sábio Zamenhof que
idealizou os povos irmanados por uma língua internacionalmente neutra e simples.

A distância entre a prática e a pureza do ideal e as acerbadas dificuldades materiais,


determinaram o afastamento do Bené da pequena comunidade, poucos meses depois,
tendo cabido à Cidade da Fraternidade acolhê-lo generosamente.

Sua integração à vida comunitária e aos princípios cristãos-espíritas foi fácil e vertiginosa.
Tornou-se muito conhecido no seio do Movimento da Fraternidade, notadamente por sua
notável dedicação ao Educandário Humberto de Campos. Assumiu ali a condição oficial
de professor de Esperanto. Além disso, com entusiasmo e elevada responsabilidade, era
o coordenador-regente da FANFARRA do dito Instituto Educacional. Manteve ativa
correspondência com esperantistas de inúmeros países e com isso divulgou ao mundo a
nascente Cidade da Fraternidade, modelo de convivência social para o próximo milênio.
Entretanto a vida, nas suas multifárias expressões, reservou-lhe 05 (cinco) anos depois,
ásperas provas, desde quando os membros flexíveis do corpo começaram a sofrer
enrijecimento. Por quase 04 (quatro) anos esteve fora da CIFRATER, sob a custódia de
amigos e experimentando tratamento médico especializado em Brasília, só que tudo em
vão em face ao avanço irreversível da enfermidade.

Sobreveio o derrame cerebral e o nosso Bené considerou de melhor alvitre acatar


humildemente os desígnios divinos, convivendo com a doença sem se sentir doente, junto
dos seus irmãos Cifraterianos, a sua verdadeira família.

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O seu anjo protetor doravante seria a Vó Luiza. Abençoado o ano de 1984 (um mil
novecentos e oitenta e quatro), ocasião que o Senhor da Vida lhe ofereceu outra
mãezinha. Esta notável mulher, nos seus 86 (oitenta e seis) anos de idade, mesmo
debilitada fisicamente, ainda assim reúne energias para cuidar diuturnamente do seu
protegido, claro, secundada por outras mãos bondosas, em tarefas várias junto ao
enfermo. Bené completamente paralítico tornou a “Casa da Oscal” como o lar é chamado,
um ponto de visita obrigatório de todos que ascendem àquela comunidade cristã-espírita.

Conta-se que somente a Vó Luiza, a Scheilla e a Sebastiana conseguem penetrar aos


mais secretos pensamentos do Bené, entendendo todos os seus desejos, dado que o
grassar da doença roubou-lhe a possibilidade da articulação compreensível dos sons
vocais. Paradoxalmente o que poderia ser indução para a tristeza e desassossego, na
visão do mundo, convertia-se em motivo de esperança, de crença, de solidariedade e
sobretudo de inabalável certeza da proteção do Criador.

Que o leitor conheça um dentre os muitos casos da vida do Bené: Alguns companheiros
ligados a um Grupo da Fraternidade Espírita da capital Paulista, compadecidos da
situação do Bené cogitaram de interná-lo em uma Instituição especializada em São Paulo,
até mesmo para aliviar a Vó Luiza.

Seria justo descartar tal oferecimento? Como ajuizar quanto a situação mais apropriada
ao caso? Pois bem um fato inusitado aconteceu, qual seja, durante uma reunião de
ectoplasmia para tratamentos espirituais, no Grupo da Fraternidade Espírita Irmã
Veneranda/CIFRATER, a médium de efeitos físicos Trifina, enquanto o corpo dormitava,
em exteriorizando-se, surpreendeu-se ao contemplar o Bené, certamente em espírito,
presente a reunião.

Este, amorosamente, inclinou-se ao seu ombro, falando quase em súplica: Tria não deixe
que me levem... pelo amor de Deus minha família é vocês e aquele é o meu lar (referindo-
se naturalmente ao lar da Vó Luiza).

Não pensem que a doença me aborrece ou que me sinta aturdido diante do irreversível.
São tantos os corações generosos a me protegerem que nenhum outro sentimento que o
da esperança, agita-me o dia a dia. Do meu quarto contemplo pela janela a mutação da
natureza, oferecendo o dia, a noite, as estrelas, o cantarolar dos pássaros e isto
proporciona a mim compreender melhor o nosso Pai Criador. No imobilismo eu vejo mais;
na minha mudez e quietude eu falo mais com o meu interior e descortino os meus erros
clamorosos do passado e, na assistência amiga dos que me cercam eu descubro a
importância da solidariedade. Oh, querida Tria, prefiro mesmo viver na CIFRATER até os
meus últimos dias.

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O espírito José Grosso manifestou-se pelo mesmo aparelho mediúnico, asseverando
sobre a existência de um Pronto Socorro Espiritual Permanente na “Casa da Oscal” e tece
referências carinhosas sobre o diálogo espírito a espírito entre Bené e Trifina.
Na ocasião desse breve registro biográfico do Bené (junho de 1997), algumas ilações
interessantes podemos nos permitir:

- O corpo de Bené repousava e naturalmente que o espírito desvencilhou do mesmo para


viver experiências afeitas a sua natureza livre. Sugere tal situação, uma maior facilidade
para o despreendimento do espírito, decorrente é claro do afrouxamento dos laços que
ligam os centros perispirituais aos órgãos correspondentes do corpo debilitado
organicamente.

- Comumente o espírito não se lembra, ou imprecisamente recorda das ocorrências


durante o estado de sono físico, pois que a matéria densa do corpo, constitui-lhe
entrave. O caso da Trifina é algo diferenciado já que a impressão de inanição do seu ser
era aparente. A tensão psíquica, claro, estava reduzida tanto quanto a ciclagem
cerebral, todavia o corpo trabalhava automatamente, fornecendo uma substância
esbranquiçada, algo gelatinosa, conhecida como ectoplasma aplicável no caso para fins
terapêuticos. Enquanto isto, o espírito movimentava-se e entretia o diálogo
anteriormente descrito e com rara facilidade. A lembrança cristalina da interlocução foi
mais ainda facilitada em função de ambiente espiritualizante reinante e ainda,
provavelmente pelos pensamentos intuitivos, telepáticos vazados do Bené para o
coração afável da Trifina.

- Depreende-se sobre um convívio corriqueiro e intenso do Bené com outros comunitários


da CIFRATER, por ocasião do sono físico e consequente estado de despreendimento do
espírito, daí o seu interesse em não arredar pé do solo que lhe abrigou os sonhos ou a
realidade das provas rudes do caminho.

Quando a CARAVANA CATIVAR, procedente de São Paulo, chegou à CIFRATER no


tentame de cumprir objetivos de trabalho à luz do evangelho da alegria, não foi difícil
conhecer o teor da resposta quanto ao deslocamento do Bené para São Paulo. E Alice a
coordenadora da caravana ficou a refletir mas soube compreender!... E o nosso Bené
certamente que experimentou grande alegria e agradeceu a Deus.

Bem aventuradas as rudes provas existenciais, pois que elas, se bem vividas, reduzem a
distância entre a Terra e os planos espirituais!
Salve o Bené!

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À CIDADE DA FRATERNIDADE

Unidos no ideal do Cordeiro, realizamos aqui a grande obra do Reino de Deus. Entretanto,
não aguardemos as glórias do heroísmo humano, pois nossa recompensa não está entre os
homens, nem se fazem necessárias as honrarias da Terra.

Menosprezemos em nós a pretensão orgulhosa de sermos espíritos superiores. Somos


simples obreiros e as glórias pertencem ao Senhor.

Somente um desejo deve mover-nos: o de sermos servos do Senhor. Assim seremos, se


realizarmos com amor nossa pequena tarefa, por mais obscura pareça entre todos.

Aquele que executa o serviço de limpeza, faça-o com dedicação e será grande em seu
trabalho. Aquele que lida no campo não seja vangloriado em seu esforço, mas realize-se em
sua utilidade. Aquele que chefia não busque a satisfação do próprio orgulho, mas a sincera
humildade de servir. Aquele que faz a menor tarefa, seja o maior de todos. E aquele que sabe
obedecer seja o que ordena.

Recordem que somos espíritos de natureza rebelde, recalcitrantes no erro. Se deixados a nós
mesmos, certamente conduzir-nos-emos às discórdias e disputas de hegemonias, na exibição
de prepotências. Onde quer que se reunam os homens, se não houver a vigilância cristã,
haverá o dissabor da discórdia.

Consomem-se tempo e esforços preciosos, somente para a harmonização do conjunto, para


que exercitem o bem viver, pouco restando para a tarefa. Aqui, uns disputam a
preponderância de suas opiniões, pois acreditam possuir a chave de todos os problemas. Ali,
outros desejam destaques e as honras dos homens. Acolá, os que servem com amabilidade
para serem simplesmente amados. Todos buscam as pretensões pessoais, o cultivo do
personalismo e a promoção da própria imagem. O resultado é a desarmonia, o desajuste no
atrito e a perda do potencial operador. Como esperar outro produto do orgulho e do egoísmo?
A árvore gera o fruto que é de sua natureza.

Vigiemos. O simples fato de rotularmo-nos de espíritos não nos isenta do exercício das velhas
mazelas espirituais. Estamos atados a automatismos do passado, que teimam em ficar no
homem novo que nasce em nós.

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Trabalhemos em nós o melhor e para o nosso irmão, facultemos o sonho de sua felicidade.
Executemos as disposições de nossas consciências, deixando que cada um responda por si.
Doemos amor e compreensão acima de quaisquer exigências.

Saibamos obedecer e ouvir, aceitar e confiar, antes de querer e discutir, antagonizar e criticar.

Somente assim poderá resultar de nosso esforço uma obra que é realmente de amor e com o
aval do Senhor.

Onde impere o velho sabor dos egoísmos humanos separatistas, não há a presença
unificadora do Cristo e as criaturas ficam entregues ao cultivo dos próprios atritos, até que a
experiência da dor as recoloquem no caminho saudável do bem.

O que fazemos, reflete em nós. Ficamos, quer queiramos ou não, como produto de nossas
intenções. Se somos bons nas aparências, porém maus nas intenções, a obra será boa na
superfície, mas má nos resultados. Não há como enganar as sábias leis divinas. Basta o
amor! O Cristo espera de nós a realização da tarefa.

A natureza generosa de nossa CIFRATER fala aos corações, sugerindo-nos o caminho. A


terra oferece seus frutos sem medir preferências. Os animais trabalham na obscuridade, sem
pretensões e destaques. O sol aquece os ingratos sem selecionar méritos. Os céus cintilam
estrelas, convidando indiferentes e insensíveis à busca do Eterno, sem desalentar ante as
infinitas distâncias. Um bálsamo energizante reconforta a todos, regenerando-os para as lutas
de todos os dias, alimentando os de boas e os de más intenções. E a mansidão das árvores
acolhe todos os corações inquietos, sem lhes pedir respeito e consideração.

Temos um pequeno laboratório espiritual, onde se experimenta a nova civilização do futuro.


Executa-se antecipadamente uma nova sociedade, exemplo para a construção do amanhã.
Campo de experimentação social e seara de vivência cristã-espírita, para a surgência da nova
personalidade humana estruturada a partir do cultivo do Evangelho.

É uma semente de onde deve florir a moral sadia, verdadeiramente incorporada à conduta
humana. Moral onde vigore o amor como construtor de ações e sentimentos puros e que deve
servir de exemplo a todos os homens.

Somos então a videira do Senhor. De nossa pequena colaboração deve florir e frutificar a
semente do Evangelho, para fecundar os corações recalcitrantes da Terra. Que grande
alegria, que bendita oportunidade e também que grande responsabilidade!

Avante companheiros!

Que os fracos não se desnorteiem. Que os desprovidos da fé não venham a fraquejar. E que
os fortes amparem a todos.

Paz sempre.

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ADAMASTOR
Em nome de André Luiz

Esta mensagem ocorreu em 21/07/87 em reunião de Orientação-Amor do Grupo da


Fraternidade Espírita Irmão Vitor, via médium Gilson T. Freire.

Mais um alento reforçando a realização da obra CIDADE DA FRATERNIDADE!

Adamastor entretanto convida-nos marchar sob a égide dos ensinamentos de Jesus.


Nossas realizações costumam sofrer atrasos no percurso exatamente pela nossa teimosia
em ignorar as sábias advertências do caminho. Quem segue muito apressado geralmente
ignora os outros, causando atropelos sem conta e, quem elege a lentidão, quiçá a
omissão, é esmagado pela própria força do progresso.

Lembremo-nos que o Cristo espera-nos para a realização da tarefa e cumpre-nos


oferecer o melhor de nós próprios e isto, de tal modo, que os outros também chamados a
servir, sintam em nós companhias fraternalmente empenhadas para o trabalho comum!

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CARTA AOS FRATERNISTAS

Unidos sob a égide do Senhor buscamos todos acertar. Embalados por um ideal nobre,
proveniente de planos iluminados, procuramos imensamente executá-los na terra, o melhor
possível.

Neste propósito, temos dado de nós o melhor. Temos mobilizado esforços heróicos no
sentido de superar barreiras a princípio tidas como de dificílima transposição. Obstáculos
enormes foram vencidos com galardia e bom ânimo. Esforços, os mais sinceros, temos
encontrado em todos, dos menores aos principais colaboradores da tarefa.

Perseguindo o ideal do Cordeiro, temos composto um hino de dedicação e trabalho, hino que
canta a paz na Terra e evoca a boa vontade dos homens. Nosso Mestre seguramente nos
ouve e nos acompanha com atenção e desvelado carinho.

Temos empunhado o arado com força e vontade, sem olhar para trás. Tempestades
ameaçam dissipar nossa união, lodaçais de desânimo e desertos de incompreensões
retardam-nos a marcha, charcos de desavenças e invernos de indiferenças exigem-nos
esforços sobre-humanos.

Por este esforço conjunto e esta sinceridade de propósitos, nossos maiores, muito têm
agradecido e incentivam-nos prosseguir passos além, transpondo barreiras e impecilhos.

Uma multidão de Espíritos aguardam a implantação dos pilares fundamentais da obra. Almas
nobres que dependem de nossos esforços desbravadores, devem comparecer quando o
terreno estiver preparado. Então farão germinar a tenra planta do Evangelho, para que o
Reino dos Céus se implante definitivamente nas criaturas humanas. É assim que temos sido

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os operários de linha de frente, enfrentando a rudeza do solo, sulcando o terreno, preparando
a sementeira.

Vislumbramos anos de ventura e paz. Para além de nossos horizontes uma cidade de luz se
descortina em direção ao infinito, recebendo das mãos do Senhor o compromisso de aninhar
em seu seio a Árvore da Vida. Árvore majestosa, cujos galhos espargir-se-ão por toda a
Terra, e todos colherão os frutos do Evangelho, dádivas do Senhor para o consolo e a
salvação do mundo.

O Movimento da Fraternidade nasceu afeiçoado ao propósito de preparar o ambiente


adequado à implantação da árvore do Evangelho. Um novo alento se propagou entre os
espíritos de luz, que ouviram o convite do Senhor. A Terra deve tornar-se enfim um pedaço
do eden. Basta de males, dores e misérias. Valorosos colaboradores foram enviados,
arrebatando os ânimos, alinhando valores, aqui e alhures. Urgia acender a benção da
fraternidade na alma humana, para que as raízes da Árvore do Senhor encontrassem
sustento, no amor. Um movimento unificador que enlaçasse a todos como uma só
comunidade, um só coração, um só sentimento.

Uma voz certamente far-se-á ouvir no imo de cada alma, como um convite à renovação.
Vestir-se de compreensão, esposar a concórdia, fazer-se amigo das dificuldades, amar os
desafetos, viver o perdão, e nutrir-se da fraternidade sincera, trajando o verdadeiro amor ao
semelhante.

Entretanto nossos corações recalcitrantes endurecidos em velhos hábitos, ainda não se


renderam aos ensinos de Jesus. Não obstante as promessas de fidelidade, alhures
pronunciadas num ambiente festivo de luzes, enegrecemos a alma, alimentando velhos e
doentios propósitos.

De uma grande idéia, confeccionamos um cortejo de boas intenções, porém instituindo um


organismo sectário e proselitista. Dos páramos de luz descemos ao dissabor das rivalidades e
disputas tão comuns a nossos atos e desejos de hegemonias. Do amor fraterno ao fraticínio
das simpatias. Do perdão ao embate oculto de vibrações antagônicas, que mutuamente se
destroem. Da cooperação ao faccionismo das idéias. Da tolerância à incompreensão das
fraquezas alheias. E nossa Cidade da Fraternidade, em face a fragmentária soma de
esforços, por isso mesmo, não despertou ainda do sonho prolongado do desbravamento. A
Árvore do Senhor teima em permanecer, e vale-se para seu sustento não dos nossos
sentimentos, mas somente da nossa vontade, que no entanto ainda é vigorosa. Temos
trabalhado não pelo amor, mas por interesses menores e passageiros. A obra eterna ainda
aguarda sua realização. Materializamô-la em construções do mundo, iludidos de que dando-
lhe forma estaríamos confeccionando-a na Terra. Nossos corações vazios atestam que ela
ainda se encontra no plano das intenções. utilizamos os meios do mundo para realizar o que
era do Céu. Uma obra de amor se constrói com fraternidade, não somente com pedras e

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moedas, mas com sentimentos e intenções, porque se realiza primeiramente nos corações
humanos, para depois se concretizar na matéria.

Falamos verdades que ferem, mas não nos deixemos abater pela alertiva. É tempo de
renovarmos os propósitos e seguir nova direção. O Senhor, compadecido, oferece-nos
benditas oportunidades de refazimento. Temos os recursos do tempo, e conhecemos o
Evangelho, então estamos orientados.

Os espíritos e os homens de boa vontade permanecerão unidos na confecção da obra.


Vencendo obstáculos continuaremos seguindo a luz do ideal e construindo em nossos
corações a imensa obra da Cidade da Fraternidade.
Paz Sempre. SCHEILLA
Esta “Carta aos Fraternistas” chegou-nos em 27/09/88, por meio de Gilson Teixeira Freire,
médium vinculado ao Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Vitor em Belo Horizonte.
Serena e sábia a advertência do espírito Scheilla.

Quase todos experimentamos momentos de arrebatamento mas raramente detemo-nos


na apreciação das nossas ações. Demoramo-nos em expectativas ou favorecemos
comportamentos viciosos presos aos reflexos condicionados do passado espiritual,
esquecendo que o Espiritismo é uma Doutrina libertária e esclarecedora. Com ela
instruimo-nos para o mundo mas o papel de agente de transformação da vida é pessoal,
intransferível e nosso!

Scheilla no bojo de sua fala sutilmente indaga-nos: Qual direção temos imprimido aos
nossos passos. Que respostas temos dado a vida? Qual a extensão do nosso
comprometimento com as causas que abraçamos?

Mais que isto, a amorosa Scheilla sugere-nos reflexões profundas, e induz-nos, no curso
dos nossos pensamentos e atitudes, a dar primazia à espiritualização do ser em evolução.
As realizações materiais do homem são importantes, contudo elas se tornam grandiosas
somente se revestidas do comportamento verdadeiramente evangélico.

Passemos a trabalhar pelo amor e não por interesses menores e passageiros. A


recomendação da mentora é oportuna e quiçá a compreendamos e apliquemos seus
sábios conselhos nos nossos labores diários.

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OH! CRIANÇAS!

Na hora que a Terra dorme


agasalhada em frios véus
ouço um silêncio enorme
ecoando nos abismos dos céus.

Entre dores e soluços...


é o remorso, o vendaval...
até o mar se atira de bruços
lançando barbas pelo areal.

As nuvens espalhadas
movimentam-se por todos os vãos,
clamando esperanças doiradas
e as estrelas se dão as mãos.

Em aleluia por crianças,

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que rezam por Ti,
na inocência de suas tranças...
Tú estás com elas Divino Rabi!

Não chorem. Oh! crianças,


há ainda esperanças
com sorrisos e boa vontade.
Quem sabe os homens construirão
da argamassa do coração,
a tua Cidade da Fraternidade.

Cantemos! Cantemos!...
com grinaldas de luz coroemos
neste belo e grande dia
do alvorecer do amor
o nosso bom mentor,
que com desvelo nos guia.

Esta poesia chegou-nos ao coração pela mediunidade psicográfica de Dictino Alvarez


Nunes, em 29/09/88, companheiro então vinculado as atividades do Grupo da
Fraternidade Espírita Irmão Lauro, em São Paulo.

A entidade espiritual preferiu o anonimato, no entanto deixou sopitar a sua sensibilidade,


dirigindo-se com enternecimento aos corações infantis da Terra. Acenava-lhes com a
esperança de mãos amigas estendidas afagando a orfandade.

A Cidade da Fraternidade explicitada nesses versos, arremete-nos a interessantes


reflexões - sua construção há de despojar-se dos materiais convencionais da engenharia
terrestre, edificando-se sim com a argamassa do coração!

Mais uma vez a insistência dos espíritos, aludindo sobre a missão eminentemente
espiritualizante da Cidade da Fraternidade!

E por que não divagarmos um pouco com a nossa mente - “bem que cada fraternista
poderia propiciar uma Cidade da Fraternidade para crianças desamparadas. E para
materializar tal realização, será bom caminho adotar uma ou mais crianças nos limites
físicos da Cidade-Amor ou, por outro modo, fazê-lo no próprio lar, extrapolando os
acanhados círculos da consangüinidade.

Adotar crianças não significa interferir na lei de causa e efeito, rompendo laços familiares
delineados antes do espírito mergulhar na matéria tangível. Tanto quanto os
compromissos espirituais são intransferíveis o dever da solidariedade haverá de ser

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impostergável, não se compreendendo pois a omissão ou o descaso como resposta a
súplica silenciosa dos pequeninos que perderam a referência do lar.

Tomara podermos dizer assim um dia:

Oh! criança não chore,


Agasalhamos você em ternos véus.
Não clame mais, nem implore
Tenha em nós a esperança dos céus.

cifrater - ptp em ação

Fraternidade é o amor maior a se instalar nos corações de boa vontade. Para desenvolvê-la é
importante sair do campo das emoções e entrar em ação em favor daqueles que se
encontram em sofrimentos maiores que os nossos. Há décadas, instalamos a célula Mater do
Movimento da Fraternidade neste solo fecundo, na esperança de criarmos a cidade modelo
para o 3º milênio. É importante que entremos em ação conjunta de trabalho e de amor
unificando ideais, sublimando sentimentos e operando para que esta cidade de luz passe a
ser uma realidade edificada nos corações de todos os fraternistas. Para isso, todos os Grupos
da Fraternidade Espírita devem estar coesos, numa atuação maior, para que o menor carente
receba o amor envolvido pela energia que disciplina, ampara, moraliza e evangeliza.

Na CIFRATER, se garantirmos a escolaridade convencional adicionada a cursos


profissionalizantes, suscitaremos condições a estas crianças de viverem com dignidade no
futuro. Devemos ainda construir alojamentos, para que tarefeiros do Movimento levem a sua
contribuição à CIFRATER, sem ônus para a mesma. Esta ajuda, seja no campo da saúde
com a colaboração de médicos, dentistas, terapêutas e psicólogos, seja no campo da
educação com professores e orientadores, resultará em um mínimo de condições para que
estas crianças caminhem no roteiro seguro da ascensão humano-espiritual.

Há que se criar mecanismos e estimular as pessoas, para trabalharem nas áreas residenciais,
cuidando de jardins, cultivando flores, criando hortas comunitárias, plantações de frutas e
outras atividades que a organização necessita.

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Devemos ainda nos preocupar com a auto-suficiência da CIFRATER, porque o homem passa
e a obra permanece. Vamos cultivar mais pastagens, aumentar o rebanho bovino e com o
tempo criar mini-indústrias de seus derivados. Vamos ainda, nos cerrados, cultivar frutas
como a goiaba que servirão para fabricação de doces e assim estaremos melhorando as
condições financeiras da Cidade.

Todos estes requisitos são importantes para a edificação concreta da Cidade, porém pedimos
que acima de tudo o evangelho de Jesus, à luz da doutrina espírita, seja a base para este
empreendimento que é compromisso dos fraternistas, em favor de criaturas carentes.

Estas crianças que se encontram nas ruas abandonadas são pequeninos, os quais, há alguns
anos atrás avisamos que seriam acolhidos na Cidade da Fraternidade.

Reuniões de evangelização, hinos, palestras sobre mediunidade, deverão ser feitos para que
a harmonia, o amor entre todos seja uma constante em seus corações.

Sabemos das dificuldades para a realização de todos esses trabalhos, mas lembremo-nos
que o Pai jamais desampara seus filhos. Pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-á, buscai e
achareis, estas são as afirmativas do Cristo que não devemos esquecer. Os recursos
financeiros deverão ser conseguidos através do entrelaçamento das mãos no trabalho e no
desejo sincero de crescimento.

Recordemos ainda que Jesus conviveu com leprosos, ladrões e amou a todos. Eduquemo-
nos para que possamos viver pacificamente com todos. Vamos meus filhos, não esquecendo
de propiciar ajuda médico-hospitalar para os residentes da Cidade, preocupando-nos
inclusive, com os irmãos cujo carro físico não apresente condição de trabalho material. Acima
de tudo, o evangelho terá de ser vivenciado em todos os momentos para que as trevas não
encontrem ressonância nos corações daqueles irmãozinhos que, na linha de frente do
trabalho, são os primeiros a serem atingidos.

Somos muitos tarefeiros do bem, porém existe uma quantidade maior de irmãozinhos que não
desejam ver a Cidade como exemplo, onde o amor será constante em todos os corações.
Continuem meus filhos no trabalho, que estaremos intuindo, injetando bom ânimo e
direcionando os seus passos para o sucesso que certamente almejais. Felizes estamos pelo
trabalho até aqui realizado e que Jesus nos abençõe os propósitos hoje e sempre.

Esta mensagem foi psicografada no dia 02 (dois) de maio de 1992 (um mil novecentos e
noventa e dois), pela médium Sônia Cunha, por ocasião do Primeiro Encontro do PTP
(Programa de Trabalho Permanente) em ação nas dependências da Casa Espírita André
Luiz em Belo Horizonte. As alertivas e direções apontadas pela amorosa Scheilla são de
imensa valia. É com alegria que vemos muitos dos seus pontos em fase de concretização.

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No momento em que tecemos comentários sobre a mensagem (08/97), o Movimento da
Fraternidade decidiu sobre a implantação do CONCIFRATER ou Condomínio Rural da
Cidade da Fraternidade, onde as terras da CIFRATER estarão divididas em glebas e sua
ocupação e o trabalho por parte dos comunitários, permitirão não somente a expansão e
o desenvolvimento da comunidade, como também a aplicação de muitas das sábias
sugestões de Scheilla.Agora já no ano de 2003 , por ocasião da Semana da Fraternidade
então prevista para Belo Horizonte,o CONCIFRATER dá mostras de vitalidade , acenando
com um futuro alvissareiro. Doze das trinta e tres glebas estão a produzir e a auto
suficiência da Cifrater haverá de ser uma realidade.

Muito do que os Espíritos dizem só conseguimos a exata compreensão no


desdobramento do tempo e isto, como resultante da nossa teimosia em situar as coisas
sob o ângulo acanhado da nossa visão e não na posição verdadeira que a sabedoria as
situam.

Mas Deus e os Espíritos do Bem nos aguardam pacientemente e com os recursos do


tempo. De nossa parte convém, a nível de sintonia, ofertar esforço e boa vontade, não é
caro leitor?

CIFRATER: SIMPLESMENTE UM SONHO?

Companheiros amados, a satisfação é imensa em ver amigos tão antigos reunidos, ainda hoje, no
propósito do amor maior.

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Uma luz imensa surgiu nos meandros do plano divinal no final daquela década de 50. Corações de
outras vidas compromissados na tarefa redentora da fraternidade, finalmente, entenderam a razão de
seu surgimento na Terra. Foram compromissos de tantas outras vidas que estavam sendo firmados.
A Cidade surgiu antes espiritualmente, que no plano carnal. Sua aura já era viva em cada um de
nossos corações. Graças à força e à centelha divina este objetivo ainda é levado com o maior dos
interesses.

Estamos aqui reunidos, falando de metas que um dia tínhamos certeza que cumpriríamos. No
começo, irmãos, o amor fraterno que cada companheiro tinha no coração e aquela vontade de fazer
o melhor ao próximo sem saber até o porque foram as molas propulsoras desta maravilha que é o
Movimento da Fraternidade. Desde então, organizações e frentes compromissadas de trabalho vêm
surgindo.

Mas a Cidade não pode ser um ideal vivido unicamente pelos Grupos da Fraternidade, amigos. A
CIFRATER precisa de ser vivida no nosso dia-a-dia. Ela há de resplandecer dentro de cada um: no
trabalho, na família, enfim, em qualquer lugar. Alto Paraíso abriga comunidades de variados
matizes e têm o dever de proteger os atropelados pelas desgraças do mundo, nossos irmãozinhos
sofredores. Cada um de nós tem um compromisso muito grande com a nossa Cidade do Amor, que
se situa naquela região.

A tarefa dos Grupo da Fraternidade em prol da Cifrater é intranferível e urge a cada dia. O tempo é
precioso e inigualável. Vocês vivem numa época privilegiada, este final de século aponta a
transição de ciclo onde a humanidade caminhará para mudanças fundamentalmente importantes. A
cidade não surgiu no século XX por acaso.

O novo milênio é para o Espiritismo a grande mansão hospedeira. Um período em que a


humanidade está apta a entender as maravilhas do amor ao próximo e a tarefa individual de cada um
mediante os ensinamento do Cristo, desenvolvendo um novo conceito de livre arbítrio ,de deveres e
direitos inerentes ao comportamento da criatura humana . A renovação só é possível mais
intensamente , deste século em diante , em face a preciosa consciência que o homem vem
adquirindo aos poucos. Saber que a melhora do mundo depende do próprio ser eis aí uma realidade
inexorável! É assim que vamos nos renovando, voltando sempre e melhorando sempre, ainda que
muito pouco para ser percebido.

Acreditem, já progredimos muito , companheiros! Contudo, vocês vivem num período crucial na
crosta terrestre e a Cidade vem a ser a semente desta maravilhosa germinação. Todos do
Movimento da Fraternidade tên um compromisso muito grande por terem se dispostos a trabalhar
em favor deste maravilhoso objetivo. Tal compromisso não deve jamais nos envaidecer, afinal, o
amor ao próximo é muito natural ao ser humano e devia ser vivido mais por todos. Pelo contrário,
essa responsabilidade nos deixa mais sujeitos a avaliações já que obtivemos a consciência da nossa
tarefa.

A doutrina Espírita nos instrui e é sábia, muito sábia ,jamais deixando dúvidas quanto ao nosso
papel.

Que possam levar a fraternidade para cada lugar onde forem chamados,da mesma maneira que
criateras como Ló ,Jair Soares e tanto outros que acolheram carinhosamente tantos companheiros
na intimidade dos seus lares: eles , sim tinham o amor verdadeiro no coração. Façamos de nossas

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vidas momentos de renovação e cumpramos o objetivo assumido há tanto tempo. Saibam que
sempre estarão amparados e sentirão a força irresistível do Cristo em seus corações. Um abraço
bastante afetuoso e cheio de confraternização.

Scheilla

Patrícia Paixão - GFE Fabiano de Cristo


Médium
Fevereiro/2000

CIFRATER: Célula Mater do Movimento da Fraternidade?

Muitos irmãos fraternistas, movidos por algumas incertezas, indagam, intimamente, se a Cidade da
Fraternidade é a prioridade máxima do Movimento da Fraternidade.

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Achamos natural semelhante inquirição, pois não há quem não se sinta tangido por vibrações
indescritíveis quando pisa aquele solo e, ademais, os Espíritos retornam sempre afirmando-nos sobre os
aspectos espirituais da CIFRATER, apontando-nos, inclusive, sua missão e objetivos, senão vejamos:

"Temos ali um pequenino laboratório espiritual, onde se experimenta a civilização do futuro. Campo de
experimentação social e seara de vivência cristã-espírita para a surgência da nova personalidade humana
estruturada a partir do cultivo do Evangelho (Adamastor/BH - 21.07.87)";

"Na CIFRATER se desenvolverá o conceito onde tudo é de todos e todos amam a Deus e trabalham
alegremente para servir (equipe espiritual/Hortolândia-11.10.91)";

"O importante é que o crescimento comunitário da CIFRATER, em termos populacionais e espirituais,


seja uma conseqüência natural do crescimento interior, principalmente no que concerne a fraternidade
(Fritz/BH - 21.0.91)";

"Ali encontrariam os pequeninos sem teto, o amor verdadeiro e a liberdade cristã-espírita, capazes de
lhes dar a orientação segura, a formação moral adequada a prepara-los para as experiências espinhosas
dos deveres e provas com Jesus (Scheilla/Guaratinguetá - 1960)";

"Necessitamos da Casa Material, mas a nós, é muito mais valiosa a causa do Cristo, que está acima e
além de todas as causas, já que casa nenhuma pode albergar a causa do Cristo, pela imponderabilidade
de sua grandeza (Scheilla/Brasília - 04.10.1970)'";

"É importante que entremos em ação conjunta de trabalhos e de amor unificando ideais, sublimando
sentimentos e operando para que esta cidade de luz passe a ser uma realidade edificada nos corações de
todos os fraternistas (Scheilla/BH - 02.05.1992)";

"Devemos ainda nos preocupar com a auto-suficiência da CIFRATER, porque o homem passa e a obra
permanece. Vamos cultivar mais pastagens, aumentar o rebanho bovino e, com o tempo, criar mini-
indústria de seus derivados. Vamos, ainda, nos cerrados, cultivar frutas como a goiaba que servirão para
fabricação de doces e assim estaremos melhorando as condições financeiras da Cidade. Todos estes
requisitos são importantes para a edificação concreta da Cidade, porém pedimos que, acima de tudo, o
Evangelho de Jesus, à luz da doutrina espírita, seja a base para este empreendimento que é compromisso
dos fraternistas, em favor de criaturas carentes (Scheilla/BH - 02.05.1972)";

Poderíamos fazer outras citações, todas enfatizando a beleza desta grande obra de amor que
vagarosamente está sendo edificada no coração do Brasil e pacientemente elaboradora nas profundezas
do nosso ser.

Todavia, obra maior do Movimento da Fraternidade é o "despertar da fraternidade nos corações


daqueles tocados pelo ideal fraternista" (Scheilla/BH - 02.09.1991), pois, a concretização da Cidade da
Fraternidade no plano físico, depende, inteiramente desse despertar da fraternidade no coração dos
fraternistas.

A CIFRATER é a obra comum das criaturas que operam nos Grupos da Fraternidade Espírita, e, em
decorrência do momento importante e de transição que a comunidade vive, devemos seguir as
recomendações da equipe espiritual que, em 11.10.1991, em reuniões de orientação espiritual no Grupo
da Fraternidade Espírita Irmão Américo, assim delineou: "No momento atual é a obra que merece maior
atenção e para a qual devem se voltar todos os irmãos, no esforço de sua edificação."

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Por esta ótica, convém um enorme esforço da comunidade fraternista para não permanecermos
demoradamente no terreno das intenções, presos nos campos das idéias, ausentes das realizações que
nos irmanam e nos arremeteu para o Cristo. Alinhemos realizações em curso e a colimar:

 Estimulo à criação de mais caravanas fraternas, de forma a irradiar o sentimento fraternista dos
GFE's para a CIFRATER e distender os laços da família espiritual ("A união está no coração. E
quando este vibra com Jesus, no diapasão da fé esclarecida, as barreiras se afastam e a luz se
instala");
 Incremento do Condomínio Rural da Cidade da Fraternidade - CONCIFRATER, escalando
gradativamente os caminhos da auto-suficiência e tecendo os laços do trabalho solidário
("Almas nobres que dependem dos nossos esforços desbravadores, devem comparecer quando o
terreno estiver preparado");
 Configuração do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Veneranda como uma célula ativa de
trabalhos espiritualizantes, que se expande nos lares comunitários ("Se você foi chamado a
cooperar num grupo de atividades cristãs, agradeça a oportunidade de servir e esqueça seus
direitos imaginários para que a luz do dever resplandeça em seu caminho");
 Extinção gradativa da RECIFRA, superando os equívocos administrativos suceptíveis de gerar
focos perturbadores e de dissensão. ("Não nos percamos em melindres e questiúnculas
superficiais, atendendo as sugestões da sombra, onde os homens se chocam, se digladiam
desgastando-se nas idéias, perdidos que se acham na manutenção do orgulho e do personalismo
inferior");
 Priorização de vivências espiritualizantes no seio da comunidade, sobretudo com encontros
periódicos de confraternização e culto do evangelho no lar ("Guarde para seus companheiros a
gentileza de que se sente credor diante deles, a cordialidade é o alicerce da paz");
 Primazia para uso e preservação dos recursos naturais e aplicação das terapêuticas espíritas para
busca e aprimoramento da saúde ("Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não
sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os
desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens?");
 Respeito ao estatuto, regimentos internos e hierarquia organizacional como forma de
manutenção da ordem, da disciplina e da paz, indispensáveis ao êxito filosófico da obra
("Estabeleçamos nossos limites dentro do espiritismo cristão, sem criarmos novas fronteiras que
venham a nos perturbar o horizonte");
 Assistência às criaturas desamparadas com ênfase para as crianças órfãs para que elas recebam,
no lar, "a orientação segura, a formação moral adequada a prepara-las para as experiências
espinhosas dos deveres e provas com Jesus".
 Implantação e permanência dos Cursos Básicos da OSCAL na CIFRATER, em concordância
com o dístico Kardequiano: ("Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento e instruí-vos, eis
o segundo mandamento");
 Sublimação da mediunidade no âmbito da CIFRATER, sem prejuízo da sua singeleza, espírito
de ciência e atendimento a recomendação do Cristo: "Curai os enfermos, limpai os leprosos,
expeli os demônios, ressuscitai os mortos. De graça recebei, de graça daí".

Célio Alan Kardec de Oliveira


BH, 14.06.2002
DR. LYDIO DINIZ HENRIQUES

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Eis um personagem de grande destaque na história do Movimento da Fraternidade. Ele,
como poucos, viveu o ideal propugnado pela Espiritualidade, guardando o objetivo de
disseminação da moral ensinada pelo Cristo à luz dos princípios espíritas!

Inteligência brilhante e tribuno de notórias qualidades. Movimentou-se como extremada


correção e disciplina. Ardoroso nos seus sentimentos e convicções, defendia à exaustão
suas posições, ocasionando algumas vezes distensões junto aos companheiros viageiros
do mesmo ideário cristão-espírita.

Tratava as questões estatutárias e administrativas com rara competência e


responsabilidade, demonstrando inexcedível vigilância na defesa dos aspectos jurídicos e
legais. Soava, para ele, como um mandamento a assertiva do apóstolo Paulo em sua
epístola aos Corinthios: “Dá conta da tua administração”.

Na vida privada exerceu o cargo de promotor de justiça, tendo por quase toda a vida
militado na advocacia.

Quem atentou na leitura dos capítulos historiando sobre a Cidade da Fraternidade, pode
depreender do seu entusiasmo quase juvenil, na pesquisa para a compra das terras e em
compondo a caravana pioneira para lançamento da pedra fundamental de fundação da
futura Cidade da Criança. Na ocasião, a rogativa por ele pronunciada e constante desse
memorial histórico, constituiu-se num belíssimo poema, nascido das profundezas d’alma
em direção ao supremo provedor das cousas!

Foi igualmente importante sua participação junto aos companheiros da FEB, no célebre
“encontro de Belo Horizonte”, nos idos de 1962, onde o órgão máximo do Espiritismo no
Brasil, tomou ciência das aspirações do Movimento Fraternista e, claro, esteve ele a
advogar como outros uma posição para a OSCAL de um simples “órgão”, somando-se ao
“corpo” que representa a FEB, enriquecendo a vida do espiritismo pátrio.

Após vários anos do seu retorno ao mundo espiritual, ei-lo saindo do anonimato para
dirigir aos companheiros Oscalino uma mensagem gotejando esperanças do seu coração
decididamente obstinado. E a confreira Sônia Cunha, do Grupo Espírita da Fraternidade
Albino Teixeira, serviu-lhe de intérprete em 23/11/96, quando do Encontro Regional em
Corinto (Sede do Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Oto - 4ª Região Fraterna).

Vejamos a mensagem na íntegra e, nossa reverência ao incansável seareiro fraternista!

Companheiros,

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No final do século reuniram-se no plano espiritual, Espíritos de escol afim de cooperarem com
o momento de mudanças que passaria o orbe. Espíritos trabalhadores mergulharam na carne
como pioneiros para que se intensificasse o espírito do Evangelho do Cristo Jesus à criaturas
carentes de amor e fraternidade. E nós pela benção e misericórdia Divina tivemos a
oportunidade de participar dos momentos primeiros do Movimento, que é verdadeiro amor em
ação a benefício de muitos. Estamos lado a lado, na tarefa para que possamos encarnados e
desencarnados, entrelaçados, unir nossas mãos no trabalho do amor.

Muitos desceram à carne com o firme propósito de levarem avante os seus ideais de
crescimento espiritual, para que o amor tocasse a todos com mais intensidade, mas, ante os
primeiros obstáculos recuaram, adiando o compromisso com crianças e idosos,
comportamento este deveras lamentável.

Outros tantos perseveraram nos compromissos de amor e observamos o crescimento do


Movimento da Fraternidade assumindo e amparando a encarnados e desencarnados.

Busquemos irmãos, meus amigos, a introspecção, procurando arrancar as ervas daninhas


que insistem em crescer junto as flores do amor.

Caminhemos, procurando ouvir as palavras ternas e esperançosas do Cristo Jesus e


prossigamos com coragem e fé, mudando tudo o que precisa ser mudado, harmonizando-nos
com os que nos desarmonizaram, amando os que nos odeiam e perdoando aos que nos
ofendem, para que o trabalho do Movimento da Fraternidade continue a crescer.

Imprescindível se faz, buscarmos as origens primeiras de nosso Movimento, entrelaçando as


mãos e nossos corações e procurando trazer a mente sintonizada com as hierarquias
superiores, para vencermos grandes barreiras que impedem a luz do Cristo de resplandecer.

Confrades, que o amor seja uma constante em seus corações e continuem perdoando e
servindo, pondo mãos operosas na edificação de um mundo melhor.

Matemos o ser imperfeito de ontem e deixemos renascer o ser fortalecido pela união e
fraternidade. Ao retornarmos ao mundo espiritual, sentimos o quanto deixamos de fazer e o
quanto poderíamos ter feito, se não fôssemos precipitados muitas vezes.
Persigamos a integração sempre, a fim de nos entregarmos com amor e confiança aos
trabalhos que nos afinizamos por amor.

Deixemos o personalismo, para que o Movimento de André Luiz possa continuar seus
objetivos.

Tenham fé e disciplina, sabendo sempre que homens falíveis jamais poderão constituir
Instituições infalíveis.

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Perseverem, amando sempre, calando as ofensas, assumindo com paciência as vossas
cruzes por mais pesadas que possam parecer.

Que Jesus o bondoso amigo continue a semear em seus corações o ideal de servir e amar,
matando a fome do corpo de carne e semeando o conhecimento que a Doutrina dos Espíritos
nos dá.

Meus irmãos, que Jesus continue a nos impulsionar para frente e para o Alto.

Que a paz de Jesus esteja com cada um.

LYDIO DINIZ

OUVINDO OS ESPÍRITOS

Não podemos olvidar a excelência dos conselhos dos Espíritos! Em matéria de conselhos,
no entanto, urge atentar para a admoestação do evangelista João: “Escutai todos os
Espíritos mas verificai se eles vêm de Deus”.

No meio fraternista as consultas aos Espíritos têm sido uma prática comum e, a propósito,
vários Grupos da Fraternidade possuem Departamentos específicos de Orientação
Espiritual.

Claro que os requisitos exigidos para as reuniões com esta finalidade são de maior
extensão. Exigem-se sensitivos mais educados e com uma certa especificidade na sua
formação mediúnica. Os dirigentes hão de ser mais preparados e apresentarem
discernimento para filtragem do que convém ser indagado aos Espíritos.

Imaginamos que no futuro estas reuniões de orientação espiritual se generalizarão nas


Instituições Espíritas.

Vamos dar uma mostra aos leitores dessas consultas espirituais. Questões emergentes,
na 2ª metade do ano de 1990, avassalavam as mentes dos fraternistas e não existiam
entre eles posições comuns. Elaboramos então perguntas e consideramos de bom alvitre
submetê-las a vários Departamentos de orientação espiritual, como o que está posto a
seguir.

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a) Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla - GFEIS

Belo Horizonte; entrevista realizada nos dias 21/08 e 02/09/91, médium Emmanuel
Chácara e o espírito Fritz, representando a equipe espiritual dirigente da CIFRATER,
para emitir as respostas.

b) Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Vitor - GFEIV

Belo Horizonte, Minas Gerais; entrevista realizada no dia 09/06/91, médium Dalva
Horta e espírito Joseph Gleber, na emissão de respostas as indagações formuladas.

c) Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Américo - GFEIA

Hortolândia / São Paulo; entrevista realizada no dia 11/10/91, médium Alexandra


Carciofi e respostas ditadas por “equipe espiritual”.

Questão Nº 01

Quais os objetivos da CIFRATER e qual a sua contribuição na edificação da Pátria do


Evangelho?

 GFEIS/SCHEILLA - Os objetivos da CIFRATER são, antes de tudo, os mesmos dos


Grupos da Fraternidade: a vivência legítima e pura da fraternidade. Em meio ao caos
espiritual em que vivemos hoje no planeta Terra a criação de uma comunidade que se
esforça em viver em harmonia, usando os recursos materiais que a vida oferece e com
o fim de atingir o equilíbrio espiritual através das experiências diárias, se nos afigura
como um oásis oferecendo estímulo, harmonia e lenitivo aos conturbados de toda
sorte.

 GFEIV/VITOR - A finalidade maior é o aprimoramento das criaturas, onde,


comprometidas com o Movimento da Fraternidade, reúnem-se oferecendo os recursos
dos seus corações.

 GFEIA/AMÉRICO - Nosso objetivo é que a Cidade da Fraternidade seja um local de


formação de mentes para o futuro. Compreendemos que pela facilidade do ambiente, a
Cidade da Fraternidade tem mais chances de formar as mentes novas. Na CIFRATER

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se desenvolverá o conceito onde tudo é de todos e todos amam a Deus e trabalham
alegremente para servir.

Questão Nº 02

Qual a razão do assentamento da CIFRATER no planalto central de Goiás-Chapada dos


Veadeiros?

 GFEIS/SCHEILLA - A Chapada dos Veadeiros é um vórtice magnânimo de energias,


oferecendo àqueles que buscam ascender espiritualmente, a oportunidade de
sintonizar com maior intensidade com as comunidades espirituais diretoras do planeta.
Assim qualquer empreendimento nobre que venha a ser desenvolvido nesta região,
Coração do Brasil, deve estar ciente da sua responsabilidade e disciplina, visto a
necessidade de correspondência e sintonia com a atmosfera psíquica de intensa
harmonia que reina nestas localidades.

 GFEIV/VITOR - Conforme programação espiritual, na região de influência da Cidade de


Brasília, a implantação da Cidade da Fraternidade permitiria maiores recursos de
vibração para o bom andamento e crescimento espiritual da Nação. Optamos por
aquele local, ponto de encontro de uma gama enorme de criaturas necessitadas e já
comprometidas com o Movimento da Fraternidade.

 GFEIA/AMÉRICO - Trata-se de região com alta concentração de energia positiva,


energia própria da terra, dos minerais e dos vegetais, que adicionada a energia doada
pelo ser humano, será muito propícia à manipulação energética para tratamento
espiritual e para outros fins que os irmãos desconhecem. Trata-se de um polo
altamente energético em que pouca energia negativa, a não ser a gerada pelo ser
humano, chega a esse local.

Questão Nº 03

Por que a Espiritualidade não falou sobre a CIFRATER quando da revelação do PTP -
Programa de Trabalho Permanente, em outubro de 1949?

 GFEIS/SCHEILLA - Poderíamos comparar a CIFRATER ao fruto saboroso,


consequência de todo um processo de germinação, crescimento e floração da árvore
da fraternidade. Assim o PTP seria o adubo a fim de que esta árvore crescesse forte e
robusta, e cada fraternista, simbolizado em suas numerosas folhas e galhos, poder
primeiro sentir a força desta seiva de Amor que é o trabalho permanente em prol da

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causa de Jesus no mundo que é o bem. Só depois então poderia surgir a CIFRATER
como conquista amadurecida de todo um processo preparatório simbolizado no
movimento fraternista.

 GFEIV/VITOR - Não víamos condições de revelar naquela hora aos nossos queridos
amigos e tudo tem sua hora de ser vertido aos homens.

 GFEIA/AMÉRICO - Precisávamos preparar o ambiente para depois vir a revelação da


CIFRATER. Não podíamos logo na primeira reunião de formação do Movimento da
Fraternidade dizer que a Cidade da Fraternidade era um dos principais objetivos. Os
companheiros, nas suas limitações, poderiam recuar imediatamente. Tínhamos que
preparar pelo menos um pouco o ambiente para aceitação da responsabilidade.

Questão Nº 04

A obra da CIFRATER caminha conforme planejamento do Plano Espiritual?

 GFEIS/SCHEILLA - Poderíamos dizer que a CIFRATER foi, é, e será aquilo que


fizemos, fazemos e faremos dela. Na verdade, meus irmãos a CIFRATER constitui-se
na ação de todos nós encarnados e desencarnados. Se, às vezes, os nossos corações
e mentes se desviam dos objetivos e caminhos a seguir, todos nós sofremos em
conjunto como equipe unida que somos. Se a CIFRATER não avançou tanto, a níveis
mais visíveis no plano físico, como nossos corações desejavam, não se entristeçam.
Certamente o trabalho não poderia crescer sem o devido preparo dos seus
cooperadores. O importante é que o crescimento comunitário da CIFRATER, em
termos populacionais e espirituais, será uma consequência natural do crescimento
interior, principalmente no que concerne à fraternidade.

 GFEIV/VITOR - A Cidade da Fraternidade está sob a responsabilidade de irmãos


espirituais e dos irmãos encarnados. Naturalmente que deverão caminhar juntos, mas
achamos conveniente que os nossos companheiros compreendam que a programação
da Cidade da Fraternidade se encontra sob a responsabilidade de benfeitores
espirituais e que, atentos cada um aos seus compromissos, nas linhas do
entendimento, alcançaremos o crescimento esperado. A estruturação da obra pertence
aos dois planos da vida. Deveremos caminhar juntos, batalhar pelo aprimoramento da
mesma.

 GFEIA/AMÉRICO - Temos atualmente uma progressão discreta, como é visível.


Quanto à realização material entendemos a dificuldade, vemos constantemente suas
limitações, mas como não achamos ser de vital importância a construção material,

60
preocupamo-nos sim com a formação e construção espiritual daqueles que lá habitam.
É esta construção que nos preocupa, irmãos. Mas estamos satisfeitos pelo entusiasmo
e pela dedicação, nem que isso não seja constante ou ocorra em ondas e fases, mas
algum dia isso vai ser permanente sim.

Questão Nº 05

Os espíritos encarnados com responsabilidades específicas, estão cumprindo o seu


papel?

 GFEIS/SCHEILLA - Todos nós engajados no Movimento Fraternista achamô-nos


investidos de um papel, no quebra-cabeças dos nossos compromissos cármicos.
Quanto ao cumprimento destes papéis, é tarefa íntima que cada um deve analisar com
sinceridade e objetividade. Apenas, salientamos, a título de advertência que esta obra
não está ao encargo de alguns, que todos devem ser
responsabilizados pelo ônus desta empreitada de Amor. Aqueles que estão à frente,
são pontos de referência, coordenadores, e como tal precisam do apoio de todos, a fim
de que a obra possa lograr êxito. Neste ensejo, dizemos que todos têm encargos
específicos, pois todos fomos chamados por Jesus, que compadecido de nossas
misérias, convidou-nos a um banquete de Amor a fim de livrarmos de nossas vestes
escuras e vestirmos a roupagem branca dos servidores do Criador. Esperamos que
todos nós estejamos atendendo a este chamado, escrevendo com o suor do trabalho
cristão o nome, no rol dos escolhidos.

 GFEIV/VITOR - Quando formos conscientes dos nossos compromissos, estaremos


sendo cristãos em toda parte, em todos os momentos. É preciso manter acesa a luz da
compreensão, da serenidade e sobretudo, da fé viva em Jesus. Todos deverão dar o
testemunho. Lembramos à todos que estamos compromissados com o Movimento e
não devemos deixar esse compromisso para outra encarnação.

 GFEIA/AMÉRICO - Aqueles que sabem do seu compromisso mas que não se


dedicam, percebem que não estão cumprindo o seu papel. Nós deixamos para cada
um analisar se está cumprindo ou não a sua tarefa.

Questão Nº 06

Qual a missão dos Grupos da Fraternidade na edificação da CIFRATER?

 GFEIS/SCHEILLA - Os grupos da Fraternidade são os galhos e folhas da árvore da


Fraternidade que gerará em dimensão maior a CIFRATER. A CIFRATER não se

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circunscreve apenas nos limites geográficos de uma região. Cada Grupo Fraternista,
em todos os recantos do Brasil, deve buscar viver esta chama, este ideal que é a
própria razão de ser da CIFRATER. Assim, não só de recursos materiais estes grupos
poderão manter a CIFRATER, mas também na conscientização dos fraternistas quanto
aos objetivos da Cidade, pois é destas casas que sairão muitos daqueles que irão se
somar à comunidade já nascente no planalto goiano.

 GFEIV/VITOR - Os Grupos da Fraternidade tem um papel fundamental que é a


visitação à Cidade da Fraternidade, não olvidando a necessidade do carinho aos
queridos companheiros que lá residem.

 GFEIA/AMÉRICO - O papel do Grupo da Fraternidade é ser cada um uma pequena


Cidade da Fraternidade. O Grupo da Fraternidade deve ser um foco constante de
irradiações positivas para implementação de novos valores para a sociedade do futuro.

Questão Nº 07

As crianças órfãs que irão residir na CIFRATER deverão ser adotadas pelos casais? Ou
pela Instituição?

 GFEIS/SCHEILLA - Entendemos que a legenda Instituição por si só nada representa,


se não for constituída pelo trabalho de cada casal ali presente. O amor às crianças, o
carinho material e espiritual àqueles pequeninos é dado por seres humanos, que têm
coração, que pensam, que sentem, que vivem e não pelo nome de uma Instituição. Se
os irmãos sentem que a Instituição CIFRATER, para fins legais, se confunde com a
própria dedicação e doação de seus integrantes, não há nenhum óbce em que o casal
ou a Instituição adote as crianças, pois que a mesma é o próprio retrato dos seus
participantes.

 GFEIV/VITOR - O casal disposto a habitar na Cidade da Fraternidade tem a obrigação


de ter as crianças adotadas, como próprios filhos, extrapolando os laços
consanguíneos. Mas essa adoção não se limita ao oficial. Há que sair do coração, ser
sincera, contribuindo para a edificação e enobrecimento da sua alma e implantação de
uma nova maneira de viver. O ideal mesmo seria não precisar de lares para dizer esse
é meu filho, aquele não é. Uma Cidade de irmãos sem pais, sem mães, sem tios, sem
filhos, todos iguais, todos irmãos. Esse é o futuro da Cidade da Fraternidade. Mas
temos que trabalhar os corações para que isso seja implantado. Será uma só família.
Poderemos transitar livremente por toda a Cidade, como transitamos pelos nossos
lares. Assim é a Cidade da Fraternidade no Plano Espiritual. É assim que nós
desejamos o seja também no plano material.

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Questão Nº 08

Como compreender “um novo sistema de viver” mencionado pela Scheilla na mensagem
“Cidade da Fraternidade “ - 1960 - médium R.A.Ranieri?

 GFEIS/SCHEILLA - Se a CIFRATER é mais um oásis em meio à secura dos


desequilíbrios humanos, temos aí um novo sistema de viver, baseado nas diretrizes
clarificantes do evangelho de Jesus.

 GFEIV/VITOR - O novo sistema de viver, representa uma atitude onde os indivíduos


conscientizados das suas responsabilidades sentirão prazer em receber as criaturas
para educá-las.

 GFEIA/AMÉRICO - Um novo sistema de viver está representado na não distinção de


famílias, no trabalho constante com amor ao Evangelho, na simplicidade, na dedicação,
no respeito a todas as criaturas, no estudo e na mente voltada para o enobrecimento
não só individual mas coletivo.

Questão Nº 09

A CIFRATER é a obra maior do Movimento da Fraternidade?

 GFEIS/SCHEILLA - Não existe a maior obra do Movimento Fraternista. Se assim


fôssemos considerar, a maior obra, seria o ideal maior deste movimento, que é o
despertar da Fraternidade nos corações de todos os seres. A CIFRATER, é antes de
tudo, o prolongamento de todas as ações do Movimento Fraternista. Cada fraternista
em menor escala, pode transformar o seu lar em uma pequena porém grandiosa
CIFRATER, adotando ou assistindo uma criança carente, não é mesmo?

 GFEIA/AMÉRICO - No momento atual é a obra que merece maior atenção e para a


qual devem se voltar todos os irmãos, no esforço da sua edificação.

Questão Nº 10

Qual a forma ideal para integrarmos o crescimento material, populacional e espiritual da


CIFRATER?

 GFEIS/SCHEILLA - A forma ideal, não nos cansamos de dizer é a vivência do Amor


em forma de fraternidade. É necessário compreender que primeiro devemos nos
ocupar do crescimento espiritual a fim de que a comunidade, simbolizando o aspecto

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populacional, possa crescer unida, homogênea, harmônica em torno do mesmo ideal.
Só então teremos a expansão da cidade, inclusive no tocante ao número de moradias,
etc. Somente após a formação de uma compreensão espiritual forte e sólida em torno
dos objetivos da cidade é que chegarão pouco a pouco aqueles compromissados em
ali morarem, aumentando a população, e consequentemente, ampliando as
construções de natureza material da cidade. O crescimento espiritual está descrito no
roteiro seguro que é o evangelho de Jesus. O crescimento populacional virá na medida
que cada Grupo de Fraternidade esclarecer-se melhor acerca dos objetivos da
CIFRATER. O crescimento material será uma consequência dos outros dois, pois
corações generosos, não faltarão nas doações em prol da CIFRATER, na medida que
seus integrantes estiverem se esforçando por viver em plena fraternidade.

 GFEIV/VITOR - Precisamos das criaturas oferecendo seus corações, a mão amiga


para o crescimento material, mas compreendam que precisamos primeiramente nos
espiritualizarmos, para posteriormente fazer crescer a Cidade. A Cidade precisa das
mãos de alguns companheiros, caso contrário, ficará muito carente a obra sem mãos
materiais. Na proporção do crescimento espiritual naturalmente que as dificuldades
serão minoradas na Cidade da Fraternidade.

 GFEIA/AMÉRICO - Irmãos. Enquanto não houver crescimento espiritual, o crescimento


material ficará prejudicado sem dúvida. De que adiantaria uma multidão de
desorientados sob a nossa miserável orientação? Chega de sonhos impossíveis,
irmãos.

Questão Nº 11

A CIFRATER será o resultado do que são os Grupos da Fraternidade? Estes são


responsáveis na preparação de futuros fraternistas para àquela Comunidade?

 GFEIS/SCHEILLA - Os Grupos de Fraternidade são as colunas mestras da


CIFRATER, pois os ideais de um se confundem com o do outro. Dentro de cada grupo,
no desenvolvimento do amor e carinho pela CIFRATER, é que surgirão os futuros
fraternistas, não como seres inconvenientes que

apenas fogem das lutas diárias de um grande núcleo urbano, mas como espíritos
conscientes de suas responsabilidades cármicas e dispostos a lutarem pela
implantação da chama da fraternidade em pleno coração do Brasil.

Questão Nº 12

64
O que a Espiritualidade espera dos lares-familiares?

 GFEIS/SCHEILLA - Cada célula familiar, tenham a certeza, será um pequeno mas


potente pirilampo a iluminar a noite tormentosa por que atravessa a humanidade.
Salientamos, apenas, que cada ser ali abrigado possa receber em todos os momentos,
as provisões do evangelho a fim de que mais tarde, do seu farnel de experiências,
possa extrair subsídios para lutar e vencer os obstáculos naturais do caminho. Muitos
que ali aportarão, estarão intimamente ligados pelos laços do passado aos casais e
coordenadores da Instituição. Assim, que todos possam cultivar a responsabilidade, a
disciplina, o discernimento, o bom senso, afim de ensejarmos o caminho de trânsito
livre para que os pequeninos possam ir à Jesus. Educar é antes de tudo evangelizar,
preparando o ser para sua destinação gloriosa que é a imortalidade, a felicidade plena
e duradoura.

 GFEIV/VITOR - Seria ilógico e todos compreendem perfeitamente, colocar uma


centena de criaturas na Cidade sem a condição espiritualizante. Os lares ainda se
encontram alhures do Evangelho ou melhor, alguns lares e isso vem prejudicando o
trabalho incessante dos Benfeitores espirituais. As dificuldades, queridos
companheiros, são oriundas de um passado menos feliz, onde criaturas
comprometidas com a Lei maior se reúnem para desfazerem esses laços menos
felizes. Têm a oportunidade de se reajustarem com a Lei. Naturalmente que enfrentam
as dificuldades naturais que a vida oferece. É necessário paciência, compreensão,
resignação, porque as dificuldades poderão e deverão ser sanadas, na proporção que
cada um oferecer o seu coração numa vibração sincera, numa prece a Jesus, rogando
os recursos de Seu amor para que a paz e a tranquilidade reine no coração de cada
companheiro.

Questão Nº 13

Como proceder para evitar o êxodo de comunitários, principalmente de jovens?

 GFEIS/SCHEILLA - É necessário buscar o apoio em cada Grupo de Fraternidade nas


várias metodologias educacionais já implantadas em vários deles. Inclusive, se
necessário for, recorramos a outras Instituições Espíritas fora do movimento fraternista,
que já tenham obtido êxito em realizações semelhantes. Como exemplo, citamos a
obra da Mansão do Caminho, orientada no plano físico pelo estimado servidor de
Jesus, Divaldo P. Franco. Temos que nos aperceber que a CIFRATER não deve se
afastar em terrmos de vivências, do trabalho e das santas diretrizes do evangelho.
Assim sugerimos, formação profissional, através de atividades especializadas, a fim de
que os jovens, em todos os setores, como a arte, os esportes, a ciência, os ofícios de

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toda a sorte, possam ser os próprios artífices do crescimento da CIFRATER, em todos
os níveis. Só assim, eles permanecerão ali, pois verão que não estarão afastados do
mundo, mas como nos diz o Evangelho “vivendo no mundo sem serem do mundo”, isto
é, tendo as experiências materiais, mas vivendo-as com um sentimento de elevação,
de fraternidade, com o objetivo de crescimento espiritual que é o nosso objetivo.

Questão Nº 14

Convém canalizar esforços para albergar já, mais crianças na CIFRATER?

 GFEIS/SCHEILLA - Convém canalizar esforços já, para fortalecer o bom ânimo, a fé, a
harmonização de ideal e de objetivos daqueles que ali se encontram, bem como dos
confrades de cada grupo também responsáveis pela CIFRATER. Só depois dessa
solidez espiritual de propósitos e realizações, é que poderemos albergar mais crianças.
É necessário que antes arrumemos nossa casa interior, para depois abrirmos as
nossas portas à outros pequeninos, para que estes não venham a sofrer por nossas
invigilâncias e temores.

Questão Nº 15

O Coordenador da CIFRATER comumente, sobre a CIFRATER, indaga: O que é? Para


quem? Quando? Como? Onde? Estas questões já estão respondidas e não temô-las
compreendido?

 GFEIS/SCHEILLA - O que é a CIFRATER senão a oportunidade de todos nós de


vivenciar a plena fraternidade?

Para quem ela se destina senão aos nossos corações orgulhosos e altivos do passado,
hoje necessitados do lenitivo da humildade que flui da fraternidade? Quando ela
acontecerá senão no momento em que todos, sem exceção, se decidirem a abraçar
com declinação os próprios compromissos cármicos e, através da CIFRATER, se
libertarem do jugo sufocante do passado obscuro?

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Com ela crescerá senão quando nós mesmos crescermos em bondade, dedicação e
amor a causa de Jesus no Mundo que é o Bem?

Onde ela se estabelecerá senão na terra sedenta das nossas almas, ressecada pelo
nosso egoísmo e desejosa da chuva refrescante e fertilizante da caridade aos
pequeninos desamparados?

Assim, reflitamos um pouco e acharemos não só estas respostas dentro de nós, mas
principalmente o caminho seguro que todos devemos seguir.

Estatuto Social da Cidade da Fraternidade - CIFRATER

CAPÍTULO I - DA SOCIEDADE, DENOMINAÇÃO, SEDE E DURAÇÃO

Artigo 1° - A Cidade da Fraternidade, abreviadamente CIFRATER, fundada em 20/12/63,


situada no Município de Alto Paraíso - Estado de Goiás, é uma Sociedade Civil, Religiosa,
Filantrópica, Educacional e Cultural, e de amparo à criança, definida e contida na organização sistêmica
da Organização Social Cristã Espírita “André Luiz” - OSCAL.

Artigo 2° - A CIFRATER é constituída por tempo indeterminado.

CAPITULO II - DA FILOSOFIA

Artigo 3° - A CIFRATER objetiva a evangelização, a espiritualização e o aprimoramento do Espírito


em evolução e propõe o amparo à criança órfã em lares cristãos-espíritas, de modo que esta receba o
amor envolvido pela energia que disciplina, ampara, moraliza e evangeliza.

Parágrafo Único: Serão observados os padrões filosóficos do Movimento da Fraternidade dispostos nos
artigos 7º a 18º do Estatuto Social da OSCAL.

Artigo 4° - Para a consecução do objetivo maior, de espiritualização do ser, é necessário que vigore,
sempre, na CIFRATER, a Fraternidade, que é o amor maior a se instalar nos corações de boa vontade.
É imprescindível que os habitantes desta comunidade se disponham a:

a) implementar ação conjunta de trabalho e de amor unificando ideais;


b) sair do campo das emoções, sublimando sentimentos;
c) operar para que esta cidade de luz passe a ser uma realidade edificada nos corações de todos os
fraternistas;
d) Harmonizar-se com a natureza.

CAPÍTULO III - DA COMUNIDADE CRISTÃ-ESPÍRITA

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Artigo 5° - A CIFRATER resulta do agrupamento de criaturas que, sob a égide do Evangelho
de Jesus e à luz da Doutrina Espírita, busca e orienta a Reforma Íntima de seus membros, sendo o seu
processo como comunidade cristã-espírita de edificação permanente. São pontos essenciais nessa
Comunidade as questões:

3.1 - Do Trabalho;
3.2 - Da Família;
3.3 - Da Educação;
3.4 - Da Saúde;
3.5 - Da Vida em Sociedade;
3.6 - Da Moradia;
3.7 - Da Conduta.

Parágrafo 1° - Seu morador é classificado como:

a) Comunitário: o maior de idade, que tenha sido aprovado em processo de estágio e/ou que tenha
nascido e/ou sido criado e permanecido (permaneça) até sua maioridade na CIFRATER;
b) Comunitário-Chefe do Lar: o que responde pelo comando do lar;
c) Dependente: a criança e/ou adolescente filho de Comunitários;
d) Membro: a pessoa ligada à CIFRATER por vínculo anterior de residência e que continue mantendo
laços com a comunidade e glebistas não residentes;
e) Assistido: o que estiver, transitoriamente, sob os cuidados da Coordenação de Lares Fraternos;
f) Estagiário: morador em período probatório.

Parágrafo 2° - O Comunitário tem a prerrogativa de votar e de ser votado para as Coordenações


do Conselho de Administração da CIFRATER.

Artigo 6° - São requisitos importantes para a edificação real CIFRATER:

a) o acesso à escolaridade convencional e também aos cursos profissionalizantes, de modo a propiciar


condições para que as crianças vivam com dignidade no futuro;

b) a manutenção de alojamentos para que tarefeiros do Movimento da Fraternidade levem a sua


contribuição à CIFRATER, nos campos doutrinário-evangélico, da saúde e da educação e outros;

c) a busca da auto-suficiência econômico-financeira;

d) a realização regular de reuniões de estudo da Doutrina, do Evangelho e da Mediunidade.

CAPÍTULO IV - DOS ÓRGÃOS ESTRUTURAIS: COMPOSIÇÃO E FINALIDADE

Artigo 7°- São órgãos da Cidade da Fraternidade:

a) Conselho Comunitário - CC
b) Conselho de Administração - CAD
c) Comissão Fiscal - CF
d) Assembléia Geral de Comunitários - AGF,

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Parágrafo Único - Todos os cargos atinentes ao Conselho Comunitário, Conselho de Administração e
Comissão Fiscal são exercidos voluntária e gratuitamente, sendo vedada, sob qualquer título, a
distribuição de bonificações, lucros, dividendos ou vantagens.

Seção I
Da Organização Sistêmica

Artigo 8° - Os aspectos organizacionais e administrativos concernentes à CIFRATER estão


definidos na Seção IX do Estatuto Social da OSCAL.

Seção II
Do Conselho Comunitário

Artigo 9° - Os habitantes da Cidade da Fraternidade instituirão o Conselho Comunitário, na


condição de assembléia representativa, cuja composição e exercício serão regulamentados em ato
próprio referendado pelo Conselho de Administração - CAD/OSCAL.

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Artigo 10 - O Conselho Comunitário terá a responsabilidade de acolher reclamos,
reivindicações e sugestões dos comunitários. Deverá, pois, estar atento às necessidades e anseios dos
comunitários, tanto como a preservação da disciplina, do respeito e da qualidade de vida, que são
fundamentais à harmonia e ao progresso da comunidade.

Artigo 11 - O Conselho Comunitário será composto no mínimo de 3 (três) e no máximo de 07


(sete) membros efetivos e respectivos suplentes com mandato de 2 (dois) anos, sendo permitida até uma
reeleição consecutiva.

Parágrafo Primeiro - O Conselho Comunitário elaborará seu Regimento Interno, submetendo-o à


apreciação e aprovação do Conselho de Administração - CAD/OSCAL e do Conselho de Representação
da Assembléia Geral de Fraternistas - CRA/OSCAL;

Parágrafo Segundo - O Coordenador do Conselho Comunitário e seu suplente, que exercerá em


simultâneo a atribuição de secretário, serão eleitos pelos próprios conselheiros.

Artigo 12 - O Coordenador do Conselho Comunitário participará das reuniões do Conselho de


Administração da Cidade da Fraternidade, por representar o fórum incumbido de zelar pelos interesses
da comunidade.

Parágrafo Único - A pauta dos assuntos de interesse do Conselho Comunitário, a ser exposta em
reunião do Conselho de Administração da Cidade da Fraternidade, deverá ser elaborada em conjunto
com o Coordenador Geral da CIFRATER.

Seção III
Do Conselho de Administração

Artigo 13 - O Conselho de Administração - CAD/ CIFRATER é o órgão encarregado de


administrar a comunidade cristã-espírita, promovendo o desenvolvimento e crescimento da
Comunidade observados os padrões filosóficos do Movimento da Fraternidade, dispostos nos artigos 7º
a 18 do Estatuto Social da OSCAL.

Parágrafo 1°- O Conselho de Administração é composto por colegiado integrado pelas


coordenações de atividades específicas (titulares e suplentes) e pelo Coordenador Geral da CIFRATER
e respectivo suplente, considerando ainda que as decisões do colegiado serão tomadas
preferencialmente pelo consenso dos respectivos coordenadores e/ou maioria dos votos dos membros
presentes.

Parágrafo 2°- A reunião do CAD/CIFRATER será conduzida pelo Coordenador Geral da


CIFRATER e reunir-se-á:

a) Ordinariamente, uma vez por mês, na sede da administração central da CIFRATER, para tratar de
assuntos de sua competência;
b) Extraordinariamente, em qualquer época, mediante convocação da Coordenação Geral da
CIFRATER, ou 50% (cinquenta por cento) dos membros integrantes, ou da Coordenação Geral da
OSCAL, por petição da maioria dos comunitários.
Artigo 14 - Ao Conselho de Administração compete:

a) cumprir e fazer cumprir este Estatuto;


b) executar as determinações do Conselho de Administração - CAD/OSCAL;
c) elaborar planos e metas de trabalho com periodicidade anual, submetendo-os à apreciação do
Conselho de Administração da OSCAL. Apresentar anualmente o respectivo relatório de resultados;
d) elaborar regimentos internos concernentes às atividades administrativas de responsabilidade do
Coordenador Geral da CIFRATER e também aquelas do âmbito de todas as Coordenações
Específicas definidas neste Estatuto, e submetê-los à apreciação e aprovação do Conselho de
Administração da OSCAL;
e) deliberar sobre questões rotineiras da comunidade, com autonomia e bom senso;
f) Elaborar relatório anual das atividades.

Artigo 15 - São Atividades Específicas do Conselho de Administração da Cidade da


Fraternidade:

I - Além da educação e cultura definidas pelos órgãos públicos, a promoção da educação dos
comunitários, no que se refere ao Evangelho e à Doutrina Espírita;

II - Supervisionar a execução das seguintes funções:


a) Planejamento e Controle;
b) Administração Comunitária
c) Agricultura;
d) Indústria e Comércio;
e) Obras, Habitação e Urbanismo;
f) Saúde e Saneamento.

Parágrafo 1° - Estas atividades serão entregues à responsabilidade de coordenações específicas.

Seção IV
Da Coordenação Geral da Cidade da Fraternidade

Artigo 16 - O Coordenador Geral da CIFRATER e seus suplentes integram o Conselho de


Administração da OSCAL. Dois indicados pela comunidade, através de plebiscito, e eleitos pela
Assembléia Geral de Fraternistas da OSCAL. O terceiro é escolhido pelo Coordenador Geral da
OSCAL, para compor o CAD/OSCAL e Ter seu nome aprovado pela AGF.

Artigo 17 - O Coordenador Geral representa a Cidade da Fraternidade em juizo ou fora dele,


ativa e passivamente.

Parágrafo Único - A movimentação financeira da CIFRATER será realizada em conjunto pelo


Coordenador Geral e um de seus suplentes.

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Artigo 18 - Atividades administrativas, contando sempre com o apoio das coordenações
específicas, constituem atribuição do Coordenador Geral da CIFRATER, que é o representante, no
âmbito local, de autoridade executiva.

Artigo 19 - O segundo Suplente da Coordenação Geral da CIFRATER guarda a atribuição de


cuidar dos assuntos e obrigações em Brasília/DF e preferencialmente residirá na Capital Federal.

Seção V
Das Coordenações Específicas

Artigo 20 - Os coordenadores de áreas específicas serão designados pelo Coordenador Geral da


CIFRATER.

Parágrafo Único - Excetuam-se as Coordenações de Educação e Cultura, cujos membros são


eleitos pela Comunidade Escolar, e a Coordenação das Atividades Espíritas, cujos responsáveis são
eleitos pelos fraternistas do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Veneranda.

Artigo 21 - As Coordenações específicas, que integram o Conselho de Administração da Cidade


da Fraternidade são:

a) Coordenação de Educação e Cultura


b) Coordenação de Planejamento e Controle
c) Coordenação de Administração
d) Coordenação de Agricultura
e) Coordenação de Indústria e Comércio
f) Coordenação de Obras, Habitação e Urbanismo
g) Coordenação de Saúde e Saneamento
h) Coordenação das Atividades Espíritas
i) Coordenação de Lares Fraternos.

Seção VI
Da Comissão Fiscal

Artigo 22 - A Comissão Fiscal é o órgão fiscalizador-orientador da CIFRATER e compor-se-á


de 3 (três) membros efetivos e respectivos suplentes, que serão comunitários ou integrantes do
Movimento da Fraternidade, eleitos pela comunidade e com mandato de 3 (três) anos, permitida uma
reeleição. Pelo menos um dos membros do Conselho Fiscal deverá ter formação na área contábil.

Parágrafo Único - Uma vez constituída, a Comissão Fiscal elegerá seu Coordenador e Secretário
para exercício em todo o período do seu mandato.

Artigo 23 - À Comissão Fiscal compete:

a) Acompanhar e fiscalizar a gestão econômico-financeira da CIFRATER, examinando,


semestralmente, os livros, balancetes, contas e demais documentos, apresentando parecer conclusivo

72
ao Conselho Comunitário da CIFRATER e ao Conselho de Administração da OSCAL, ao término
de cada exercício fiscal;
b) Emitir pareceres, quando consultada pelo Conselho Comunitário e Conselho de Administração
CAD/OSCAL.

Seção VII
Da Assembléia Geral de Comunitários

Artigo 24 - A Assembléia Geral de Comunitários terá as atribuições de eleger os integrantes do


Conselho Comunitário e indicar os candidatos à Coordenação Geral (Titular e Suplente) da
CIFRATER. Será convocada pelo Conselho de Administração - CAD/CIFRATER para deliberar sobre
assuntos relevantes.

Parágrafo Único - As atividades da Assembléia Geral de Comunitários, serão regulamentadas


por Regimento Interno próprio.

CAPÍTULO V - DO PATRIMÔNIO

Artigo 25 - O Patrimônio Social da CIFRATER será formado por:

a) Bens móveis e imóveis e direitos por ela adquiridos ou recebidos em doação;


b) Bens móveis e imóveis resultantes da contribuição espontânea dos Grupos da Fraternidade Espírita;
c) Bens resultantes de acordos e convênios celebrados com órgãos públicos, empresas estatais ou
entidades privadas.

Parágrafo Único - Os bens patrimoniais da Cidade da Fraternidade serão aplicados exclusivamente no


País e, obrigatoriamente, no atendimento de suas finalidades e não poderão, em hipótese alguma, ser
oferecidos em garantia de operações ou interesses em favor de terceiros.

Artigo 26 - As construções em geral são patrimônio da CIFRATER, sob o controle do


CAD/CIFRATER. Constitui direito do comunitário apenas o uso da propriedade.

Artigo 27 - Ocorrendo a dissolução da Cidade da Fraternidade, por falta de cooperadores ou por


sentença judicial, o patrimônio será transferido para a Organização Social Cristã Espírita “André Luiz”
- OSCAL, com estatuto registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Comarca de Belo
Horizonte, sob o nº 1037, de 12 de Janeiro de 1957, e posto a vigor, a partir de 19 de Março de 1983, e,
na falta desta referida Organização, para outra Entidade que seja registrada no Conselho Nacional de
Assistência Social - CNAS.

CAPÍTULO VI - DA ECONOMIA

Artigo 28 - Origem dos recursos da CIFRATER:


a) Produção própria de auto-sustentação econômica;
b) Contribuição eventual ou sistemática dos Grupos da Fraternidade Espírita, de Fraternistas ou de
terceiros;
c) Eventos: bazares e assemelhados;
d) Repasses provenientes de Órgãos Públicos ou Privados;
e) Receita oriunda das glebas do Condomínio Rural da Cidade da Fraternidade - CONCIFRATER.

73
CAPÍTULO VII - DA DISPOSIÇÃO FINAL

Artigo 29 - Este Estatuto, originariamente registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas da
comarca de Brasília, sob o número 1.p234 de 31 de Janeiro de 1973, finalmente reformado, consolidado
e aprovado pela Assembléia Geral de Fraternistas da OSCAL, realizada em ......... de Abril de 2001, em
Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, é posto em vigor a partir de .......de Abril de 2001, ficando
revogadas quaisquer disposições em contrário.

Brasília, de de 2003

_____________________________________________
Coordenador Geral da CIFRATER

_____________________________________________
Conselho de Administração - CAD/OSCAL

______________________________________________
Conselho de Representação da Assembléia - CRA/OSCAL

Esse Estatuto será ainda aprovado, pela Assembléia Geral da OSCAL, podendo naturalmente sofrer
eventuais alterações.

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REGIMENTO INTERNO DA CIDADE DA FRATERNIDADE
CIFRATER

1. DA FINALIDADE DO REGIMENTO INTERNO DA CIFRATER

Regulamentar as atividades de ordem comunitária, na Cidade da Fraternidade, abreviadamente


CIFRATER, em atendimento ao artigo 77 (setenta e sete), parágrafo primeiro do Estatuto Social da
OSCAL.

2. DA SOCIEDADE, DENOMINAÇÃO, SEDE E DURAÇÃO

A Cidade da fraternidade, fundada em 20/12/63, situada no Município de Alto Paraíso - Estado de


Goiás, em cumprimento ao Artigo 1º do Estatuto Social da Cidade da Fraternidade, é uma Sociedade
Civil, Religiosa, Filantrópica, Educacional e Cultural, e de amparo à criança, definida e contida na
Organização Sistêmica da Organização Social Cristã Espírita André Luiz - OSCAL (artigos 19, 20,
21 e 77 a 84 do Estatuto Social da OSCAL).

3. DA FILOSOFIA

Artigo 2º - A CIFRATER objetiva a evangelização, a espiritualização e o aprimoramento do Espírito em


evolução e propõe o amparo à criança órfã em lares cristãos-espíritas, de modo que esta receba o amor
envolvido pela energia que disciplina, ampara, moraliza e evangeliza.

4. DOS MORADORES

4.1. Os moradores da CIFRATER são pessoas provenientes dos Grupos da Fraternidade Espírita,
chamados Fraternistas, que, para serem aprovados como COMUNITÁRIOS, devem passar por estágio
de 01 (um) ano. Para ser aceito o pedido de estágio há de se cumprir os seguintes requisitos:

a) Carta de Apresentação do GFE que freqüente e que se responsabilize pelo retorno do estagiário, caso
o estágio não seja aprovado ou da desistência do candidato;
b) Plano de Trabalho aprovado pelo Conselho de Administração - CAD/CIFRATER;
c) Acatar as normas e diretrizes da CIFRATER;
d) Demonstrar conhecimento da estrutura física e administrativa da CIFRATER, bem como dos
objetivos, filosofia e história do Movimento da Fraternidade, além de ter convivido com os
moradores locais, seja pela participação em Caravanas, Encontros ou Visitas;
e) Moradia disponível.

4.2. Na Cidade da Fraternidade, o morador é classificado como:

a) Comunitário: o maior de idade, que tenha sido aprovado em processo de estágio e/ou que tenha
nascido e/ou sido criado e permanecido (permaneça) até sua maioridade na CIFRATER;
b) Comunitário-Chefe de Lar: o que responde pelo comando do Lar;
c) Dependente: a criança e/ou adolescente filho de Comunitários;

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d) Membro: a pessoa ligada à CIFRATER por vínculo anterior de residência e que continue mantendo
laços com a comunidade, além de glebistas não residentes;
e) Assistido: o que estiver, transitoriamente, sob os cuidados da Coordenação de Lares Fraternos;
f) Estagiário: quem estiver período probatório.

4.3. Para o Estagiário tornar-se Comunitário, deverá atingir pelo menos três dos quatro pontos
definidos no Artigo 6º.

5. DO COMUNITÁRIO

5.1 - É Comunitário quem:

a) Se dispõe a acolher criança e/ou adolescente, em caráter temporário e/ou permanente, cadastrando-se,
para tanto, junto ao Juizado de Menores de Alto Paraíso;

b) Exerce atividade de trabalho voluntário em prol da CIFRATER;

c) Participa ativamente do GFE Irmã Veneranda, sendo fundamental a freqüência em reunião pública;

d) Busca relacionar-se bem com todos, participa da solução de problemas coletivos, está aberto ao
diálogo, tem atitude conciliatória e acata as normas estabelecidas pela Comunidade.

5.1.1 - O Comunitário há de ser avaliado a cada final de ano (dezembro) pelo CAD/CIFRATER. Se por
duas avaliações consecutivas não atingir três dos quatro pontos estabelecidos deixará de ser
considerado comunitário. Isto constitui motivo relevante para que haja desocupação do imóvel e
afastamento da comunidade. Neste caso, serão convocados o GFE de origem do comunitário e o
respectivo GFE Coordenador da Região Fraterna a fim de que o CAD/CIFRATER justifique os motivos
do seu afastamento da comunidade. Ser-lhe-á dado o direito de presença e defesa nesta reunião, tanto
como ser ouvido no CAD da OSCAL, se for do seu interesse, como última instância de recurso.

5.2 - A assinatura do Termo de Adesão ao Trabalho Voluntário, conforme artigo 1º, Lei nº 9608, é
condição imprescindível para que qualquer pessoa permaneça na CIFRATER, seja como comunitário,
dependente, membro, estagiário ou assistido.

6. DA CRIANÇA

6.1 - A CIFRATER é Entidade Filantrópica de Amparo à Criança em Sistema de Abrigo, nos moldes da
lei Federal 8.069, Artigo 92, em Lares Fraternos, ou seja, Lares de Comunitários que, de boa vontade, se
dispõem a adotá-las ou abrigá-las, temporária ou permanentemente, atendendo preferencialmente
crianças de até sete anos de idade.

6.2 - O Lar que tenha filho adotivo ou sob guarda judicial se habilita a receber cesta básica, se assim o
orçamento da CIFRATER comportar.

6.2.1 - O lar que acomodar criança e/ou adolescente oriundo de outra região, para estudar no
Educandário Humberto de Campos - EHC, também se habilita a receber, durante o período letivo, cesta
básica proporcional ao número de crianças, se assim o orçamento da CIFRATER comportar.

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7. DA MORADIA

7.1 - O Comunitário terá à sua disposição uma casa de alvenaria, em boas condições de uso, até que
construa a própria residência.

7.2 - A conservação do imóvel é de responsabilidade do seu ocupante;

7.3 - Qualquer construção, melhoria ou reforma em imóvel será precedida de consulta à Coordenação de
Obras, Habitação e Urbanismo e de inteira responsabilidade do ocupante e às suas expensas.

7.3.1 - No caso da desocupação, a Administração verificará se o imóvel permanece nas mesmas


condições de quando foi entregue ao usuário;

7.3.2 - O ocupante do imóvel não tem direito a indenização pelas melhorias e reformas realizadas.

7.3.3 - Toda construção incorpora-se ao patrimônio da CIFRATER.

7.4 - A permuta de moradia entre comunitários deverá ter aprovação da Coordenação de Lares Fraternos.
Esta permuta poderá ser, também, de iniciativa desta mesma Coordenação.

7.5 - A ausência do comunitário no imóvel, por mais de 60 (sessenta) dias consecutivos, sem
justificativa aprovada pela Coordenação de Lares Fraternos, pressupõe abandono, retornando o imóvel à
CIFRATER.

7.6 - A Coordenação de Lares Fraternos, ao requerer desocupação de imóvel, fá-lo-á com antecedência
mínima de 30 dias. O interessado terá direito a reavaliação do caso.

7.7 - Com a desencarnação ou afastamento dos responsáveis pelo lar, fica assegurado aos demais
membros o direito de moradia, desde que sejam comunitários.

7.8 - A ocupação de residência de propriedade da CIFRATER, por estagiário ou comunitário, é regida


em contrato formal, renovável a cada três anos.

8. DA CONDUTA

8.1 - Constitui dever de todos:

a) Abster-se do uso de bebidas alcóolicas, cigarro e outras drogas prejudiciais à saúde;


b) Esforçar-se no sentido de evitar o consumo de carnes vermelhas;
c) Preservar a fauna e a flora da CIFRATER;

d) colaborar na manutenção da limpeza pública e participar dos Mutirões Fraternos organizados pelas
Coordenações, que deverão ser programados com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas,
salvo emergências;

e) portar-se com decoro, moral e fraternidade.

8.2 - Todo cidadão deve obedecer às determinações do CAD/CIFRATER, do Estatuto e dos Regimentos
Internos próprios.

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8.3 - Para festividades, cujo horário previsto de encerramento exceda 22:00 horas, deve-se consultar, com
antecedência, a Coordenação Geral da CIFRATER.

8.4 - Os comunitários, no âmbito das relações sociais, buscarão integrar-se:

a) na comemoração de datas especiais;


b) na permuta de serviços, estimulando vida solidária na comunidade.

9. DOS ANIMAIS

9.1 - É dever do comunitário proteger e cuidar dos animais, segundo os preceitos da Doutrina Espírita.

9.2 - Os animais domésticos são de responsabilidade de seus proprietários, exigindo-se os cuidados


necessários visando, à saúde do animal, tranqüilidade e segurança dos demais moradores;

9.2.1 - O não atendimento a esta determinação significará na retirada dos animais da CIFRATER pelo
Conselho de Administração.

9.2.2 - É admissível somente a existência de um cão por lar.

10. DO VISITANTE

10.1 - Os Visitantes deverão ser informados sobre as normas de conduta na Cifrater pelos Visitados.
Deverão também assinar o livro de presença existente no prédio da Administração.

10.2 - O Visitante deve, previamente, avisar de sua chegada à Administração; e obedecer ao Regimento
Interno próprio da Hospedaria, caso a utilize.

10.3 - As Caravanas deverão ser aprovadas pela Região Fraterna em que se situam e programadas com
antecedência mínima de 15 (quinze) dias, sendo informado à Administração, por escrito, o período da
visita, número de caravaneiros, objetivos e atividades a serem desenvolvidas.

11. DA SAÚDE

11.1 - A Coordenação de Saúde e Saneamento há de promover a saúde da Comunidade (atendimento


médico/dentário, saneamento básico) e também profilaxia em animais domésticos.

11.2 - O tratamento espiritual tem importante ação preventiva e também terapêutica no trato de moléstias
do corpo e da alma. Na CIFRATER dar-se-á, pois, ênfase:

a) à aplicação do Passe de magnetismo humano-espiritual;


b) à fluidificação de águas;
c) à utilização de orientações espirituais psicografadas em Grupos da Fraternidade Espírita;
d) ao tratamento em reuniões de efeitos físicos (ectoplasmia) e de desobsessão.

11.3 - A Coordenação de Saúde e Saneamento manterá o Posto de Saúde Fraternidade, que engloba
consultório médico, dentário e dispensário.

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12. DA EDUCAÇÃO

12.1 - Na CIFRATER, todo comunitário é um Educador.

12.2 - Todo Comunitário terá acesso a educação formal, através do Educandário Humberto de Campos.

12.3 - Deverá ser facultado a todo comunitário que aspira a uma escala de conhecimentos e saber, em
níveis que a CIFRATER não comporta, o acolhimento na Casa do Estudante/Brasília, atendendo o
Regimento Interno e possibilidades daquela unidade.

12.3.1 - A família assume inteira responsabilidade por outra opção de alojamento que não seja a Casa
do Estudante.

12.4 - Compete à Coordenação de Educação e Cultura evocar e comemorar eventos e datas especiais,
como:
a) Aniversário da CIFRATER;
b) Semana da Fraternidade;
c) COMEMOFRA.

12.5 - Alunos não residentes na CIFRATER, matriculados no EHC, poderão ser abrigados em lares de
Comunitários e/ou no Lar Transitório.

13. DA CASA DO ESTUDANTE/BRASÍLIA

13.1 - A Casa do Estudante/Brasília, destinada aos alunos do ensino médio e/ou superior, atenderá
seqüencialmente aos:

a) Alunos do Educandário Humberto de Campos - EHC comunitários;


b) Alunos do Educandário Humberto de Campos - EHC em geral;
c) Comunitários em trânsito e/ou em tratamento de saúde;
d) Fraternistas, quando em atividades relacionadas ao MOFRA;
e) Estudante de nível superior selecionado pela Secretaria Municipal de Educação de Alto Paraíso (01
vaga);
f) Filhos de fraternistas de GFE's, limitado a 05 (cinco) vagas.

13.2 - A Casa do Estudante hospedará fraternistas em trânsito.

13.3 - A Coordenação de Educação e Cultura, a Coordenação de Lares Fraternos e a Coordenação Geral


do GFE Irmão Estêvão respondem pela administração e pela elaboração do Regimento Interno da Casa
do Estudante em Brasília.

13.3.1 - O Regimento Interno da Casa do Estudante deverá ser aprovado pelo CAD/OSCAL e
CRA/OSCAL.

14. DAS GLEBAS

14.1 - Os condôminos (glebistas), integrantes do Condomínio Rural da Cidade da Fraternidade -


CONCIFRATER, são considerados comunitários e, portanto, obedecerão ao contido no Estatuto Social e
nos Regimentos Internos da CIFRATER.

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14.2 - Os condôminos não residentes serão considerados Membros e deverão se esforçar por cumprir o
parágrafo segundo do artigo 16 (dezesseis) do Estatuto Social da OSCAL.

14.3 - Os candidatos a Gleba obedecerão também a este Regimento Interno e deverão ser Fraternistas
ou pessoas ligadas ao Movimento Espírita.

14.4 - As famílias que os condôminos assumirem em suas glebas deverão ter bons antecedentes. Sua
instalação depende de autorização prévia do CAD/CIFRATER, que também, por motivo consistente,
poderá pedir sua remoção, ad-referendum do CAD/OSCAL.

15. DA DISPOSIÇÃO FINAL

Este Regimento Interno entra em vigor na data de sua aprovação, revogando-se todas as
disposições anteriores.

Alto Paraíso, 21 de Abril de 2001

__________________________________________
Coordenação Geral da Cidade da Fraternidade

_________________________________________
Conselho de Administração - CAD/CIFRATER

____________________________________________
Conselho de Administração - CAD/OSCAL

_______________________________________________
Conselho de Representação da Assembléia - CRA/OSCA

80
SCHEILLA

Descrever algo acerca dessa personalidade espiritual constitui missão emocionante e


espinhosa ao mesmo tempo! Emocionante, em face a empatia e ternura que esplende da
sua alma sensível e espinhosa, pela impossibilidade de retratar com alguma riqueza a
exuberância da sua obra, seja na sua atual condição de Espírito, ou quando mergulhada
na carne, no círculo majestoso das vidas terrenas.

Mal de algo, podemos falar segura e orgulhosamente: a sua estatura moral que facultou-
lhe uma readaptação rápida no Mundo Invisível e, sem delongas, pôs-se à serviço do
Cordeiro de Deus, esparzindo as virtudes do seu coração na condição humilíssima de
operária da gleba do Senhor.

Apesar do seu desenlace terreno em 1943 (um mil novecentos e quarenta e três), pouco
tempo depois Scheilla foi convocada para labores junto a nós, criaturas no corpo físico.
Exemplificando, temos notícias de sua participação grandiosa nas reuniões de
ectoplasmia/materialização no Centro Espírita André Luiz, cidade do Rio de Janeiro, pelos
idos de 1948 (um mil novecentos e quarenta e oito), onde pontificou a exuberância dos
dotes mediúnicos de Francisco Peixoto Lins (Peixotinho).

A partir daí, Scheilla marcou presença no Espiritismo no Brasil e a vertente talvez mais
importante do seu trabalho tenha sido o Movimento da Fraternidade - MOFRA, onde
sinalizou-nos para tempos de esperanças e trabalhos, e seus primeiros contatos constam
desse registro histórico, descritos a partir do capítulo número II (dois) desse livro.

Transparece aos adeptos do MOFRA, recaírem sobre duas personagens as


responsabilidades mais diretas na condução operacional desse segmento importante do
MOVIMENTO ESPÍRITA: Joseph Gleber e Scheilla. A conjunção de idéias e a interação
de procedimentos fá-los tão sintonizados a ponto de parecerem um só. No seio da
comunidade fraternista, uma parcela considerável, chega a conjecturar sobre um noivado
espiritual, interligando-os em laços de uma afeição mais profunda.

Independente disso, a afinidade desses espíritos é notória e os situam nos tramites da


verdadeira família espiritual, aquela que transcende os laços da consanguineidade.

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Centros espíritas, creches, corais espíritas e departamentos diversos de casas espíritas
levam o nome de Scheilla, certamente pelo respeito, confiança e amor que a respeitável
Entidade soube granjear em suas andanças.

Falemos um pouco da sua trajetória reencarnatória: conta-se uma existência sua


envergando o nome de Joana Francisca Frémiot, tendo nascido em Dijon a 28/01/1572.
Casou-se aos 20 (vinte) anos com o Barão de Chantal.

Ainda jovem perdeu o esposo, ficando como arrimo de uma família de 04 (quatro) filhos,
porém seu coração virtuoso, honrosamente enfrentou os encargos supervenientes e, além
disso, dedicou tempo ao exercício das obras piedosas.

Já em 1604 (um mil seiscentos e quatro) fazia pregações e a tanto chegava sua
ascendência espiritual que o Bispo Francisco Salles (canonizado santo pela igreja),
submeteu-se à sua direção espiritual.

No ano de 1610 (um mil seiscentos e dez), fundou em Annecy a Congregação da


Visitação de Maria, e por sinal, quando do seu desencarne em 13/12/1641, 87 (oitenta e
sete) eram os Conventos e 6.500 (seis mil e quinhentos) as religiosas seguidoras do seu
caminho.

Em 1612 (um mil seiscentos e doze), alugou uma casa num bairro pobre de Paris e
galhardamente dirigiu a Instituição até 1619 (um mil seiscentos e dezenove) quando
transferiu a missão a uma das mais virtuosas criaturas que já transitou pela Terra: Vicente
de Paulo, o Santo da humildade e, naquela época, confessor e orientador espiritual de
Joana de Chantal.

Conta-nos Clóvis Tavares no livro “Mediunidade dos Santos”, que antes do desencarne
de Joana, São Vicente de Paulo teve a visão de um globo luminoso, subindo da Terra e
alcançando um outro globo, maior e mais luminoso, que o acolhia e, um terceiro, bem
maior que recebia a ambos. Compreendeu que o primeiro era Joana que se libertava; o
segundo era o Bispo de Genebra, São Francisco Salles, desencarnado em 1622 (um mil
seiscentos e vinte e dois) e o terceiro, a essência divina que abraçava Joana, saudando o
seu retorno à pátria espiritual.

Em romagem mais recente Scheilla experimentou existência rápida porém virtuosa na


orgulhosa Alemanha. Viveu entre a presunção de uma filosofia materialista, pretensiosa,
sequiosa de poder e sonhadora por uma “raça pura e superior”. Scheilla optou por atender
a voz da sua consciência interior, vivendo na simplicidade e servindo aos enfermos que a
rodeavam.

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Preferiu aplicar dedicação aos atingidos pelo tormento das doenças e em particular os
vencidos pelo ódio e pelo egoísmo. Como enfermeira cuidava das feridas físicas e como
amiga da caridade, tratava chagas morais e enxugava lágrimas dos vitimados de si
mesmos.

A enfermagem, colocou-a em contato direto com os doentes de todos os matizes


tornando a fraternidade pura a tônica da sua vida. O seu abnegado espírito não se furtou
a conviver nos ambientes belicosos, ensinando a paz na guerra e o amor espiritual na
ação silenciosa, apontando para os seus assistidos o porto seguro da fé cristã.

Scheilla desencarnou trabalhando, em Hamburgo, no ano de 1943 (um mil novecentos e


quarenta e três), durante violento bombardeio aéreo, tendo seu corpo sido consumido
pelas chamas de um incêndio, quando heroicamente tentou salvar uma criança.

E desde esta época ela faz ponte entre o céu e a terra e, nós humanos, já nos
habituamos com a sua presença, que contabiliza ensinamentos, emoções e de quando
em vez o substrato inesquecível do perfume de uma rosa que ela bem representa.

Afora as atividades enunciadas, inúmeras foram as suas mensagens psicofônicas ou


psicográficas, muitas condensadas em livros, tais como: Convite aos Corações, Flor da
Vida, Chão de Rosa e Visão Nova-Abençoa Sempre.

Ficamos a imaginar a alegria e o entusiasmo de Scheilla em relação a Cifrater. Ela que


em vida transata,coordenou imenso trabalho de assistência aos sofredores , o que não
estará apta a realizar agora?
Firmemo-nos no ideal fraternista para correspondermos aos esforços e ação deste
operoso e bondoso espírito do além túmulo.

83
PORQUE A CIDADE DA FRATERNIDADE

A CASA DO CAMINHO - UMA SÍNTESE DA SUA HISTÓRIA

A Casa do Caminho foi indubitavelmente a primeira comunidade Cristã na história da humanidade.


Simão Pedro o seu fundador, presidiu-lhe os destinos, coadjuvado pelos apóstolos Natanael
(Bartolomeu), Thiago (filho de Zebedeu), Filipe e João. Os demais apóstolos demoraram pouco tempo
pois saíram para difundir o evangelho de Jesus entre os povos gentios, sendo na sua maioria
martirizados. Conta-se que o casarão principal era um pavilhão singelo não mais que um grande telheiro
revestido de paredes frágeis, carentes de todo e qualquer conforto. Chegou mais tarde João Marcos, um
auxiliar direto de Pedro.

O colegiado apostolar compreendendo a extensão das tarefas que lhes cabiam, buscou mais
cooperadores. Não consideravam justo deixar a palavra de Jesus para servirem às mesas. Vieram os
diáconos representados por Estevão, Prócoro, Nicanor, Parmenas, Nicolau, Timon e Barnabé. Foi
construída uma casa em anexo para as atividades de oração e evangelho.

"E era um só o coração e a alma da multidão dos que criam e ninguém dizia que coisa alguma do que
possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comum. Não havia pois, entre eles necessitado
algum: por que todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as traziam o preço do que fora
vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que
cada um tinha".

A Casa do Caminho era uma plantinha tenra, oriunda de uma semente divina, a enfrentar titânicos
embates, num ambiente hostil e adverso. De um lado eram mais de cem pessoas recebendo alimentação
diária, além dos serviços de assistência aos enfermos, aos órfãos e aos desamparados de uma forma
igual e entre eles, prostitutas, criaturas de má conduta, loucos incuráveis e viciados de variados matizes.
De outro lado, a perseguição atroz do judaísmo o que obrigou a uma relação de permanentes
concessões.

Existiu assim a dependência monetária da sociedade judia para manutenção da obra. O apóstolo Paulo,
quando em visita a Jerusalém, consternado com a situação da Casa do Caminho, em diálogo com Pedro,
obtemperou: "precisamos encontrar um meio de libertar as verdades evangélicas do convencionalismo
humano. Precisamos instalar aqui, elementos de serviço que habilitem a casa a viver de recursos
próprios. Os órfãos, os velhos e os homens aproveitáveis poderão encontrar atividades além dos
trabalhos agrícolas e produzir alguma coisa para a renda indispensável. Cada qual trabalharia de
conformidade com as próprias forças, sob a direção de irmãos mais experimentados. Como sabemos,
onde há trabalho, há riqueza, e onde há cooperação, há paz. É o único recurso para emancipar a
igreja de Jerusalém das imposições do faraisaismo, cujas artimanhas conheço desde o princípio de
minha vida"! Ademais, aduziu Paulo: "Barnabé e eu poderemos retornar aos lugares visitados (igrejas
recém-fundadas), além de buscar outros, na expectativa de ajuntarmos recursos para parte das
necessidades da Igreja de Jerusalém". Paulo entendeu como insuficientes os esforços narrados por
Pedro: "organizei serviços de plantação para os reestabelecidos e impossibilitados de se ausentarem logo
de Jerusalém. Com isto a Casa não tem necessidade de comprar hortaliças e frutas. Quanto aos
melhorados, vão tomando os encargos de enfermeiros dos menos favorecidos da saúde.

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Como vês, estes detalhes não foram esquecidos e mesmo assim a igreja está onerada de despesas e
dívidas que só a cooperação do judaísmo pode atenuar ou desfazer".

Noutra passagem pela Casa do Caminho, Paulo admoestou: "poderemos atender a muitos doentes,
ofertar um leito de repouso aos mais infelizes; mas sempre houve e haverá corpos enfermos e cansados
na Terra. Na tarefa cristã, semelhante esforço não pode ser esquecido, mas a iluminação do espírito deve
estar em primeiro lugar. Se o homem trouxesse o Cristo no íntimo, o quadro das necessidades seria
completamente modificado".

Sabemos que as igrejas se multiplicaram, porém a Casa do Caminho em face as injunções humanas e,
pela ausência do Conselho de Apóstolos e presbíteros, sem dizer das perseguições malévolas do
sacerdócio organizado do judaísmo, fizeram-na ruir no tempo, frustrando o exemplo lídimo para a
humanidade de um novo sistema de viver em comunidade. A Casa do Caminho foi um marco na história
do Cristianismo e um exemplo inesquecível do espírito da abnegação e da fraternidade.

CIDADE DA FRATERNIDADE - ASCENDENTES ESPIRITUAIS

Humberto de Campo retrata no livro "Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho" uma assembléia
no mundo espiritual e, no momento quando a caravana se deslocou para o hemisfério sul, no século
XIV, Jesus exclamou à Helil, espírito responsável pelos problemas sociológicos da Terra, nestes termos:
"Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e amor.
No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da Fraternidade Universal.
Sob estes céus serão entoadas as hosanas mais ternas à misericórdia do Pai Celestial. Aproveitaremos o
elemento simples da bondade, o coração fraternal dos habitantes destas terras novas, e mais tarde,
ordenarei a reencarnação de muitos espíritos já purificados no sentimento da humildade e da mansidão,
entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões africanas para formarmos o pedestal da solidariedade
do povo fraterno que aqui florescerá no futuro, a fim de exaltar o meu evangelho, nos séculos gloriosos
do porvir".

Jesus, para transplantar para a pátria do cruzeiro, o seu evangelho de amor, naturalmente planejou, no
seu devido tempo, espalhar a mensagem do consolador prometido, que nada mais é que as vozes e
ensinos dos espíritos a partir do trabalho incansável de Allan Kardec no país das idéias libertárias - a
França.

Neste mesmo período da codificação da Doutrina dos Espíritos, como aduziu o espírito Scheilla, em
1960, em mensagem psicografada por Rafael Américo Ranieri, "reuniram-se Espíritos amigos, cheios de
fé e abnegação, numa tarde maravilhosa, a fim de traçarem o roteiro de futuras lutas missionárias na
superfície da terra. Uniram pensamentos e corações implorando a Jesus lhes concedesse a oportunidade
do trabalho efetivo em favor de numerosas entidades que pretendiam retornar à carne, libertas dos
laços da família tradicional, de maneira a iniciarem no mundo novo sistema de viver para poderem
servir sem os aguilhões dos laços consangüíneos. O Divino Senhor da Vinha enviou-lhes amorosamente
o seu apoio e então, companheiros especializados e categorizados expuseram os planos superiores da
CIDADE DA FRATERNIDADE, futura organização de Paz Cristã a ser edificada no Brasil".

Transplantando o Evangelho do Cristo para as terras de Vera Cruz, seria crível o renascimento da Casa
do Caminho nestas mesmas paragens, sob uma outra feição e à luz dos esclarecimentos do Consolador
Prometido?

Esta tese constituindo um absurdo, daria à mensagem a qualificação de fraudulenta ou produto de


imaginação humana, não persistindo, pois, sua edificação no tempo.

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A Cidade da Fraternidade não seria uma comunidade cristã como qualquer outra que se absorveria num
processo seletivo e natural nos erros e contradições dos aglomerados urbanos?

É possível, na Cidade da Fraternidade, como afirmou o espírito Scheilla na mesma mensagem:


"encontrar ali os pequeninos sem teto, o amor verdadeiro e a liberdade cristã-espírita, capazes de lhes
dar a orientação segura, a formação moral adequada a prepará-los para as experiências espinhosas dos
deveres e provas com Jesus?

Estará a Cidade da Fraternidade à conta de utopia ou representa uma forma de isolamento ou reclusão
semi-inconsciente de criaturas desajustadas da sociedade convencional?

Estas questões levantadas não são tão relevantes, dado que existe ascendente espiritual para a Cidade da
Fraternidade. Ela prosseguirá realizando a missão a que foi predestinada.

Muitos fraternistas entregaram-se ao desânimo, frustrados nas suas expectativas relativamente à


CIFRATER. Seria bom eles refletirem nas afirmações de Scheilla pela mediunidade de Divaldo Pereira
Franco - CIDADE DA FRATERNIDADE - 1970: "Não esperemos resultados a que ainda não fizemos
jus. Os nossos objetivos a colimar, estão muito além de nossa visão próxima, no mundo objetivo da
forma. Não nos deixemos descaraçoar pelas sombras. A noite é pausa do dia, prenunciando a madrugada
de luz. Se temos agora tropeços, logo mais teremos realizações. A fraternidade é o amor em ação, é o
Cristo vivo em comunhão conosco".

CIDADE DA FRATERNIDADE - CONCEITO

 Espaço onde toda sugestão será bem vinda, onde todas as criaturas serão acolhidas e muito
valorizadas pelas suas idéias, pelo seu trabalho e pelo que fazem por si mesmas e para os outros.

 Lugar onde todos acreditam que tudo se lhes pertence, onde os problemas são vistos como
oportunidades e, para solução de cada um, procura-se o que está adequado e o que está
inadequado e não quem está certo ou quem é o culpado.

 Um oásis em meio a secura dos desequilíbrios humanos tendo esta comunidade um novo
sistema de viver, baseado nas diretrizes clarificantes do Evangelho de Jesus (psicografia de
Emmanuel Chácara - 02.05.95).

 Futura organização de Paz Cristã a ser edificada no Brasil (Cidade da Fraternidade - Scheilla,
1960).

 Uma obra de amor que se constrói com fraternidade, não somente com pedras e moedas, mas
com sentimentos e intenções (Carta aos Fraternistas - Scheilla - 27.09.88).

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CIDADE DA FRATERNIDADE - MISSÃO/AÇÃO

 Ocupação gradativa das terras com extensão de 2.565 hectares, de propriedade da OSCAL, para
prover e auto sustentar a comunidade;

 Investimento no CONCIFRATER - Condomínio Rural da Cidade da Fraternidade, com


perspectiva futura de um cinturão verde e produtivo circundando o Núcleo Urbano da
CIFRATER;

 Interação entre os glebistas do CONCIFRATER com ações solidárias e norteadas para o


crescimento da comunidade cristã-espírita.;

 Transformação do Educandário Humberto de Campos em um modelo de escola rural com


pedagogia priorizando os valores da natureza, contemplando em todos os níveis a evangelização
cristã;

 Desenvolvimento pelos comunitários do gosto pela freqüência e atividades no Grupo da


Fraternidade Espírita Irmã Veneranda;

 Sensibilização de cada comunitário quanto a sua participação do momento coletivo da prece


diária;

 Entrosamento dos comunitários com as Caravanas procedentes das diversas Regiões Fraternas,
envolvendo-se nas atividades e trabalhos de variados matizes que estas se propõem a
desenvolver na CIFRATER e em acordo com a Administração Central;

 União de pensamentos em reunião própria do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Veneranda,


às 21:00 horas das quintas-feiras, no momento em que todos os GFEs oram em uníssono ao
Senhor da Vida;

 Integração por parte dos comunitários nos trabalhos espontâneos e voluntários, uma vez por
semana, garantindo a preservação e beleza dos espaços e equipamentos públicos;

 Realização do Culto do Evangelho no lar de cada comunitário;

 Doação espontânea e livre de valor monetário por parte do comunitário que detém ganhos
financeiro-econômicos, para a Administração Central, com o intuito de se preservar e melhorar
os bens e patrimônios da coletividade;

 Acolhimento em cada lar de pelo menos um espírito reencarnado qualquer, com primazia para
as crianças em estado de abandono;

 Encaminhamento de sugestões à Administração Central ou ao Conselho Comunitário para


prevalência sempre do espírito fraternal no seio da comunidade, sobre quaisquer assuntos e
procedimentos;

 Participação nos eventos, passeios e atividades esportivas, vitalizando, por conseguinte, a


relação entre indivíduos com fortalecimento da família espiritual Cifrateriana;

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 Presença dos comunitários nas Semanas da Fraternidade e Encontros da Região Fraterna na
jurisdição da própria CIFRATER;

 Emprego com parcimônia e espírito cristão dos recursos financeiros advindos dos GFEs, ou
órgãos governamentais ou não governamentais;

 Presença de toda a comunidade na Reunião Mensal de Confraternização da Família Cristã-


Espírita da CIFRATER;

 Convicção por parte dos comunitários que os lares dos fraternistas distribuídos ao longo dos
GFEs do Brasil, são o prolongamento da própria CIFRATER e estes, quando acolhem um
espírito encarnado qualquer e com primazia à criança abandonada, passam a denominação de
fraternistas-comunitários;

 Uso dos recursos da Medicina Espiritual, como passe, reuniões de ectoplasmia, reuniões de
desobsessão, orientação espiritual, água energizada, como caminhos para a saúde. Medicina
homeopática e acumpultura como alternativa de Ciência Humana para atingimento dos mesmos
objetivos.

 Vivência da filosofia estatutária e Regimento Interno da CIFRATER.

Estudo realizado por Célio Alan Kardec de Oliveria e Vera Maria Rezende Vieira

Belo Horizonte, 29 de Janeiro de 2002

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