Pronunciamentos Do Papa Francisco Na JMJ2013
Pronunciamentos Do Papa Francisco Na JMJ2013
Pronunciamentos Do Papa Francisco Na JMJ2013
Queria lançar um apelo a todos os que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as
pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: Não se cansem de trabalhar por um
mundo mais justo e mais solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que
ainda existem no mundo! Cada um, na medida das próprias possibilidades e responsabilidades,
saiba dar a sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais! Não é a cultura do egoísmo,
do individualismo, que frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um
mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um concorrente ou um
número, mas um irmão.
Quero encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito para integrar todas as partes do seu
corpo, incluindo as mais sofridas e necessitadas, através do combate à fome e à miséria. Nenhum
esforço de "pacificação" será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que
ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma. "Não deixemos entrar no
nosso coração a cultura do descartável. Não deixemos entrar no nosso coração a cultura do
descartável, porque nós somos irmãos, ninguém é descartável". Uma sociedade assim simplesmente
empobrece a si mesma; antes, perde algo de essencial para si mesma. Lembremo-nos sempre:
somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se
compartilha se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta
trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua pobreza!
Queria dizer-lhes também que a Igreja, «advogada da justiça e defensora dos pobres diante das
intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu» (Documento de Aparecida,
395), deseja oferecer a sua colaboração em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico
desenvolvimento do homem todo e de todo o homem. Queridos amigos, certamente é necessário dar
o pão a quem tem fome; é um ato de justiça. Mas existe também uma fome mais profunda, a fome
de uma felicidade que só Deus pode saciar. Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem
verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam
uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre
tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação
social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim
de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão
espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na
convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.
Queria dizer uma última coisa. Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens. Vocês, queridos
jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com
notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu
próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não
percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode
mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a
vencê-lo. A Igreja está ao lado de vocês, trazendo-lhes o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que
veio «para que todos tenham vida, e vida em abundância» (Jo 10,10).
Hoje a todos vocês, especialmente aos moradores dessa Comunidade de Varginha, quero dizer:
Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o Papa está com vocês. Levo a cada um no meu
coração e faço minhas as intenções que vocês carregam no seu íntimo: os agradecimentos pelas
alegrias, os pedidos de ajuda nas dificuldades, o desejo de consolação nos momentos de tristeza e
sofrimento. Tudo isso confio à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe de todos os pobres do
Brasil, e com grande carinho lhes concedo a minha Bênção.
Querido jovem: ‘bote Cristo’ na sua vida. Nestes dias, Ele lhe espera na palavra: escute-O com
atenção e o seu coração será inflamado pela sua presença; ‘Bote Cristo: Ele lhe acolhe no
Sacramento do perdão, para curar, com a sua misericórdia, as feridas do pecado. Não tenham medo
de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura
misericórdia! Bote Cristo: Ele lhe espera no encontro com a sua Carne na Eucaristia, Sacramento da
sua presença, do seu sacrifício de amor, e na humanidade de tantos jovens que vão lhe enriquecer
com a sua amizade, lhe encorajar com o seu testemunho de fé, lhe ensinar a linguagem da caridade,
da bondade, do serviço. Você também, querido jovem, pode ser uma testemunha jubilosa do seu
amor, uma testemunha corajosa do seu Evangelho para levar a este mundo um pouco de luz.
‘É bom estarmos aqui’, botando Cristo na nossa vida, botando a fé, a esperança, o amor que Ele nos
dá. Queridos amigos, nessa celebração acolhemos a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Com
Maria, queremos ser discípulos e missionários. Como ela, queremos dizer ‘sim’ a Deus. Peçamos ao
seu coração de mãe que interceda por nós, para que os nossos corações estejam disponíveis para
amar a Jesus e fazê-lo amar. Ele está esperando por nós e conta conosco! Amém.”