Livro Novo Anatomia
Livro Novo Anatomia
Livro Novo Anatomia
Apresentação ................................................................................. 9
2 Osteologia .....................................................................................29
2.1 Generalidades e Conceitos ..................................................................................... 31
2.2 Número de Ossos do Corpo Humano .................................................................. 31
2.3 Classificação dos Ossos ........................................................................................... 32
2.4 Arquitetura dos Ossos ............................................................................................. 35
2.5 Tipos de Esqueleto ................................................................................................... 38
2.6 Classificação do Esqueleto ..................................................................................... 38
2.7 Funções do Esqueleto.............................................................................................. 39
Resumo.............................................................................................................................. 39
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 40
3 Artologia ........................................................................................43
3.1 Generalidades e Conceitos..................................................................................... 45
3.2 Classificação das Articulações ............................................................................... 45
3.3 Articulações Fibrosas ............................................................................................... 46
3.4 Articulações Cartilagíneas ...................................................................................... 47
3.5 Articulações Sinoviais .............................................................................................. 48
Resumo.............................................................................................................................. 56
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 56
4 Miologia .........................................................................................59
4.1 Generalidades e Conceitos..................................................................................... 61
4.2 Classificação dos Músculos .................................................................................... 61
4.3 Músculo Estriado Esquelético................................................................................ 62
Resumo.............................................................................................................................. 69
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 70
Este material foi pensado para que você tenha um entendimento dessa en-
genharia que é o nosso corpo. Acreditamos que este é o momento ideal para
que você conheça e reflita sobre o funcionamento do seu próprio corpo. Sinta-
se convidado a adentrar nesse mundo fantástico que é a Anatomia Humana.
Princípios gerais
Então, para se criar um novo termo anatômico, alguns princí-
pios foram seguidos: (1) a língua oficial passou a ser o latim; (2)
Epônimo
aboliram-se os epônimos; (3) os termos anatômicos deveriam in- É a denominação de uma
dicar a forma, a posição e a situação da estrutura, como, por exem- estrutura pelo nome de
uma pessoa, por exemplo,
plo, m. quadrado femoral e m. flexor profundo dos dedos da mão; Trompa de Falópio, nome
(4) abreviatura dos termos usuais: (a) artéria, (v) veia, (n) nervo; e dado em homenagem ao seu
descobridor, o anatomista
(5) tradução para o vernáculo do país, como, por exemplo, flexor italiano do século XVI,
digitorum sublimis, m. flexor superficial dos dedos. Gabriele Falloppio.
Introdução ao Estudo da Anatomia 17
Cabeça
Pescoço
Tórax
Membros
superiores Abdome Tronco
Pelve
Membros
inferiores
Y A (vértebra)
Interno
G
F
C B E
D
A (coração)
X
Externo A (esterno)
Figura 1.6 - Corte transversal do tórax mostrando a disposição e a localização das estruturas
no corpo humano
Paquímero neural
Plano mediano
Antímero Antímero
direito esquerdo
Paquímero
visceral
Pele Músculos
Tela subcutânea
Osso
Resumo
A Anatomia estuda as estruturas do corpo humano em geral.
Divide-se a Anatomia de acordo com o método de observação em:
anatomia microscópica, anatomia mesoscópica e anatomia ma-
croscópica. E de acordo com o método de estudo é dividida em:
anatomia sistêmica, anatomia topográfica, anatomia radiológi-
ca e anatomia comparada.
Utilizam-se a nomenclatura anatômica e os termos de posição
e direção para denominar e localizar as estruturas que compõem
o corpo humano.
Uma posição padrão conhecida como posição anatômica é adota-
da para delimitar os planos e os eixos do corpo a fim de facilitar o pro-
fissional da área da saúde no processo de avaliação física do indivíduo.
O tipo constitucional do indivíduo conhecido com o biótipo
existe em todos os grupos raciais: o longilíneo, que possui tronco
e membros longos, o brevilíneo, que apresenta tronco, pescoço e
membros curtos; e o mediolíneo, cujo indivíduo apresenta carac-
terísticas intermediarias entre os dois tipos anteriores.
Levando-se em consideração que num grupo todos os indiví-
duos são sadios, podemos, então, afirmar do ponto de vista ana-
tômico que todos os indivíduos desse grupo são normais. Mas,
26 Anatomia Humana
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
MCMINN, R. M. H.; HUTCHINGS, R. T.; LOGAN, B. M.
Compêndio de Anatomia Humana. São Paulo: Manole, 2000.
MORRE, K. L.; DALLEY, A. R. Anatomia: orientada para a
clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2011.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de Anato-
mia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1998. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Ale-
gre: Artes Médicas, 2011. v. 1,
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 20. ed. Rio de Ja-
neiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I e II.
C A P Í T U LO 2
C A P Í T U LO 2
Osteologia
O esqueleto tem a importante função de sustentar e dar
forma ao corpo. Ele torna possível a locomoção e protege os
órgãos internos. Nesta etapa você entrará em contato com os
conceitos referentes a ossos e esqueleto e assim poderá clas-
sificar e descrever os ossos quanto à sua forma: seus aciden-
tes, sua vascularização, sua arquitetura e seu revestimento.
Será capaz de identificar e classificar os tipos de esqueleto,
bem como descrever suas funções. E conhecerá mais especi-
ficamente os ossos do esqueleto axial e apendicular.
Osteologia 31
Crânio
Sínfise púbica
Fêmur
Patela
Tíbia
Fíbula
Tarso
Metatarsais
Falanges
A) Ossos longos
São aqueles ossos em que o comprimento é maior do que a
largura e a espessura, além disso, eles apresentam como caracte-
rística principal a presença de canal medular. Outras caracterís-
Na metáfise fica o disco ticas que encontramos nos ossos longos (veja a Figura 2.2) são a
epifisial de constituição presença de um corpo (diáfise), de duas extremidades (epífise
fibrocartilaginosa responsável
pelo crescimento do osso no distal e proximal), de uma região de transição entre as epífises e
seu comprimento a diáfise (metáfise distal e proximal) e de uma cavidade na diá-
fise que aloja a medula óssea (canal medular). Esses ossos estão
situados nos membros superiores e inferiores como o úmero, o
rádio, o fêmur e a tíbia etc.
Canal
Medular
D) Ossos curtos
São aqueles ossos em que o comprimento, a largura e a espes-
sura se equivalem. A Figura 2.5 a seguir mostra exemplos desses
ossos distribuídos principalmente na mão e no pé. Figura 2.4 - A figura mostra o
desenho de um osso plano
Navicular
Cuneiformes
Tálus
Calcâneo
Cubóide
Vista Lateral
E) Ossos irregulares
São ossos que apresentam uma forma diferente de qualquer fi-
gura geométrica conhecida. Ossos localizados na coluna vertebral
(vértebras) e na cabeça (mandíbula) são exemplos que caracteri- Figura 2.6 - Desenho
zam os ossos irregulares (veja a Figura 2.6). esquemático de osso irregular
Osteologia 35
F) Ossos pneumáticos
Sinusite é o processo São aqueles ossos que apresentam uma cavidade interna con-
inflamatório localizado no
interior dos ossos pneumáticos tendo ar. Essa cavidade é revestida de mucosa e denominada de
seio. Encontramos esses ossos situados adjacentes à cavidade na-
sal. É o caso dos ossos: frontal, maxila, etmóide e esfenóide, todos
localizados no crânio e na face, conforme visto na Figura 2.7.
G) Ossos sesamóides
São pequenos ossos que se desenvolvem dentro de tendões ou
da cápsula articular. Ossos que se desenvolvem na substância dos
tendões são denominados de intratendíneos, e os que se desen-
volvem na substância da cápsula articular são chamados periarti-
culares. A patela (veja a Figura 2.8) é um exemplo específico de
Figura 2.7 - Ossos osso sesamóide intratendíneo. O pé e a mão são os locais mais
pneumáticos situados em comuns onde se encontram ossos sesamóides periarticulares.
torno da face
Substância Óssea
Medula Óssea Substância Óssea
Esponjosa
Vermelha Compacta
2.4.1 Periósteo
Se você já fraturou um osso, com certeza vai se lembrar da dor
que sofreu naquele momento. A dor causada não é decorrente do
osso fraturado, mas sim da lesão ou da distensão que sofreu o pe-
riósteo. O periósteo (veja a Figura 2.10) é a membrana de tecido
conjuntivo fibroso que envolve externamente o osso, exceto nas
suas superfícies articulares. Ele possui uma camada fibrosa mais
externa e uma camada osteogênica mais interna, responsável pelo
crescimento ósseo em espessura e pela formação do calo ósseo na
recomposição das fraturas (veja a Figura 2.10).
Periósteo
Osso
compacto
Endósteo
Osso
esponjoso
Canal
medular
dos ossos. Possuímos dois tipos de medula óssea: medula óssea ru-
bra ou vermelha, que produz hemáceas, plaquetas e granulócitos,
e a medula óssea flava ou amarela, que é gordurosa (tutano), em
alguns ossos, ela substitui a medula vermelha ao longo do tempo.
A
2.5 Tipos de Esqueleto
Existem três tipos de esqueleto de acordo
com a disposição do arcabouço de sustentação
do organismo:
1. o exoesqueleto é aquele tipo que apresenta
esqueleto externo que serve de base de sus-
tentação para as partes moles, como exemplo
temos os crustáceos;
2. o endoesqueleto é aquele que possui esque-
leto interno revestido pelas partes moles, um
exemplo que acontece com o homem; B
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
MCMINN, R. M. H.; HUTCHINGS, R. T.; LOGAN, B. M.
Compêndio de Anatomia Humana. São Paulo: Manole, 2000.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. , v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7 ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 3
C A P Í T U LO 3
Artrologia
Imagine um corpo humano ereto, porém imóvel. Este
capítulo trata das articulações que proporcionam aos seg-
mentos do corpo movimentos amplos ou limitados. O estu-
do lhe auxiliará a conceituar e a classificar os tipos de arti-
culações, bem como descrever e exemplificar as articulações
fibrosas, cartilaginosas, sinoviais, os elementos constantes e
inconstantes, os movimentos, a forma das superfícies ósseas
articulares e ainda os ligamentos do corpo humano.
Artrologia 45
A B
C
Figura 3.1 - Tipos de articulações: (A) articulação fibrosa; (B) articulação cartilagínea; (C)
articulação sinovial
C Sutura Escamosa
3.3.2 Sindesmoses
ex: sutura parieto-temporal
Outro tipo de articulação fibrosa é a sindesmose. Nela o teci- Figura 3.2 - Exemplos de suturas:
do interposto é o conjuntivo fibroso, que faz a união dos ossos plana, denteada e escamosa
Artrologia 47
Membrana
interóssea
3.3.3 Gonfoses
Temos, ainda, um terceiro tipo de juntura
fibrosa chamada de gonfose. Encontra-se esse
tipo de articulação somente entre os dentes e os
alvéolos dentários da maxila e da mandíbula. Os
dentes estão fixados nos ossos por intermédio
de tecido conjuntivo fibroso (veja a Figura 3.4).
Figura 3.4 - Exemplo de articulação
do tipo gonfose
3.4.1 Sincondroses
Nas sincondroses a união entre os ossos ocorre por meio de
cartilagem hialina. Esse tipo de articulação pode ser intra-ósseas
− dentro de um mesmo osso (metáfise dos ossos longos) − ou in-
terósseas − entre ossos diferentes (osso occipital e osso esfenóide,
como mostra a Figura 3.5).
48 Anatomia Humana
Articulação
esfenoccipital
Superfície articular
Membrana
Membrana sinovial
sinovial
Ligamento cruzado
anterior Ligamento
transverso
Menisco
medial
Menisco
lateral
Ligamento cruzado
posterior
Ombro
(abdução)
Ombro
(adução)
Ombro Quadril
(extensão) Ombro
(flexão) (abdução)
Quadril
(adução)
Cotovelo
(flexão) Joelho
(flexão)
Cotovelo
(extensão) Joelho
(extensão)
Ombro
(rotação lateral)
Ombro
(circundução)
Ombro
(rotação medial)
Tronco
(flexão lateral)
Cotovelo
(supinação)
Cotovelo
(pronação)
1 4
2 5
3 6
Resumo
A Artrologia é a parte da Anatomia que estuda as articula-
ções. As articulações são o meio de união que ocorre entre os
ossos ou as cartilagens.
A maioria das articulações entre os ossos é móvel, o que permite
que determinadas partes (ou mesmo o corpo inteiro) se movimen-
tem conforme a atuação dos músculos sobre elas.
Doenças corriqueiras das articulações (artrites) não colocam a
vida em risco, mas podem levar a diferentes graus de incapaci-
dade, interferir em movimentos importantes da mão, essências à
vida diária, e causar severos problemas de mobilidade que impe-
dem as pessoas de se locomover normalmente.
Existem três tipos de articulações: fibrosas, cartilaginosas e
sinoviais. Na fibrosa os ossos são unidos por tecido fibroso, pos-
suem pouco ou nenhum movimento; na cartilaginosa os ossos são
conectados por tecido cartilaginoso, permitem movimentos limi-
tados; e na sinovial os ossos estão unidos pela cápsula articular,
apresentam grande amplitudes de movimentos.
São elementos constantes das articulações sinoviais: cartilagem
articular, cápsula articular, líquido sinovial e cavidade articular. E
são elementos inconstantes: discos, meniscos, lábios e ligamentos.
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
MCMINN, R. M. H.; HUTCHINGS, R. T.; LOGAN, B. M.
Compêndio de Anatomia Humana. São Paulo: Manole, 2000.
Artrologia 57
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. , v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7 ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 4
C A P Í T U LO 4
Miologia
Todos os movimentos efetuados, voluntários ou involuntá-
rios, implicam a intervenção de um número importante de
músculos, que podem ser de diversos tipos. Os músculos po-
dem ser conceituados de acordo com a estrutura histológica
e a ação do sistema nervoso central. Além de conceituá-los
e classificá-los, você será capaz de descrever os músculos es-
triados esqueléticos de acordo com a ação, a forma, o número
de ventres musculares, suas origens e inserções. Poderá ainda
descrever bainha sinovial e bolsa sinovial e também identifi-
car os principais músculos do esqueleto axial e apendicular.
Miologia 61
Fibra de
músculo Estrição
Núcleo
liso Fibra
Estrição
muscular
Núcleo Fibra
muscular Núcleo
A B C
Figura 4.1 - Tipos de fibras musculares. A - Estômago, B - Coração e C -Músculo bíceps braquial
fascia
tendão
ventre
ventre
Figura 4.2 - Desenho esquemático dos elementos dos músculos estriados esqueléticos
O
FIX
MÓVEL
A B
Figura 4.6 - Representação dos músculos: extensor dos dedos do pé, reto femoral e deltoide
A B C
m. bíceps
braquial
quadríceps
femural
m. tríceps
braquial
músculo
flexor curto
do hálux
músculo extensor
longo dos dedos
músculo dos pés
tibial posterior
68 Anatomia Humana
A B
músculo omo-hióide
(ventre superior)
tendão muscular
interseções
ventres
tendíneas
musculares
músculo omo-hióide
(ventre inferior)
Figura 4.9 - A figura mostra a representação do m. omo-hioide (A) e do m. reto do abdome (B)
Resumo
A Miologia é a parte da Anatomia que estuda os músculos. Os
músculos são estruturas constituídas de células com a capacidade
de se contrair, isto é, diminuir o seu comprimento. Os músculos vo-
luntários são controlados pelo sistema nervoso central, e os múscu-
los involuntários são controlados pelo sistema nervoso autônomo.
Encontram-se no corpo humano três tipos de músculos: o
músculo liso encontrado nas vísceras, o músculo estriado es-
quelético fixado ao esqueleto e o músculo estriado cardíaco
localizado no coração.
O músculo estriado esquelético possui uma porção central, o
ventre muscular e duas extremidades, o tendão ou aponeurose
envolvidos pela fáscia muscular. Eles são denominados de acordo
com a ação, a forma, a origem, a inserção, o número de ventres, a lo-
calização ou a direção das fibras. Além disso, são classificados quan-
to à sua função em: agonista, é o músculo responsável pelo movi-
mento principal; antagonista, é o músculo que deve relaxar para a
ação principal ocorrer; fixador, é o músculo que fixa a articulação
70 Anatomia Humana
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o Estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
MARTINI, H.M.; TIMMONS, M.J.; TALLITSCH, R.B. Anatomia
Humana. 2ª ed. São Paulo: artmed, 2009.
MCMINN, R. M. H.; HUTCHINGS, R. T.; LOGAN, B. M.
Compêndio de Anatomia Humana. São Paulo: Manole, 2000.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. , v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7 ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 5
C A P Í T U LO 5
Sistema Nervoso
Executar uma tática de jogo, sentir frio ou calor são re-
ações relacionadas ao trabalho do Sistema Nervoso, que
detecta estímulos internos ou externos e desencadeia res-
postas. Ao final deste capítulo você será capaz de conceitu-
ar e dividir o Sistema Nervoso de acordo com os critérios
morfológico e funcional. Você também poderá identificar a
estrutura, a constituição, a distribuição de substância bran-
ca e cinzenta, as cavidades e as divisões do sistema nervoso
central. Poderá também descrever as meninges do encéfalo
e da medula espinal; a origem, a função, a circulação e a
absorção do líquido cerebrospinal (liquor); a anatomia ma-
croscópica e a distribuição dos nervos cranianos e espinais.
Sistema Nervoso 75
ventrículo ventrículo
lateral direito lateral esquerdo
forame
interventricular
arqueduto
mesencefálico
IV ventrículo
III ventrículo
canal central da
medula espinhal
Figura 5.3 - A figura mostra os ventrículos encefálicos por onde circula o liquor no SNC
Dura-máter
Aracnóide
Espaço
subaracnóideo
Pia-máter
A) Medula espinal
A medula espinal é uma massa cilín- espaço
drica de tecido nervoso situada dentro subaracnóideo
do canal vertebral, conforme ilustra a
Figura 5.6. Ela se apresenta dilatada em
duas regiões: na região cervical devido
à conexão com o plexo braquial e na
região lombar devido à conexão com o Figura 5.5 - A figura ilustra o
plexo lombossacral. Essas regiões são chamadas, respectivamente, trajeto do liquor no SNC
Medula espinal
no canal vertebral
Segmentos lombares
Intumescência
lombossacral
Mesencéfalo
Segmentos sacrais
Ponte
Segmentos coccígeos
Filamento terminal
Figura 5.7 - A figura mostra o tronco encefálico: bulbo,
mesencéfalo e ponte
C) Cerebelo
O cerebelo (veja a Figura 5.8) é a parte do sis-
tema nervoso central situado na fossa cerebelar
Figura 5.6 – Desenho esquemático da da caixa craniana, posteriormente ao tronco en-
medula espinal cefálico e inferiormente ao lobo occipital do telencéfalo.
Anatomicamente, divide-se o cerebelo em uma porção ímpar e
mediana o verme do cerebelo e duas grandes massas laterais, os
hemisférios cerebelares.
O cerebelo é responsável por funções importantes, tais como
manutenção do equilíbrio, tônus muscular e postura, além de
exercer atividade de coordenação motora involuntária.
82 Anatomia Humana
vérmis
hemisfério hemisfério
cerebelar esquerdo cerebelar direito
D) Diencéfalo
O diencéfalo é a porção do sistema nervoso central supra-seg-
mentar localizado logo acima do mesencéfalo, sendo recoberto
pelos hemisférios cerebrais. O diencéfalo e o telencéfalo, em con-
junto, formam o cérebro.
Como ilustra a Figura 5.9, o diencéfalo divide-se em tálamo, hipo-
tálamo, epitálamo e subtálamo. Todas essas partes ficam situadas nas
paredes do diencéfalo. O tálamo fica situado logo acima do sulco hi-
potalâmico; o epitálamo está localizado posteriormente ao tálamo; o
hipotálamo está situado logo abaixo do sulco hipotalâmico; e o sub-
tálamo é a região de transição entre o mesencéfalo e o diencéfalo. A
cavidade do IIIº ventrículo localiza-se entre as paredes do diencéfalo.
O diencéfalo é responsável por diversas funções vitais, tais como
o controle do sistema endócrino, o controle das emoções os esta-
dos motivacionais e o ritmo circadiano (biorritmo).
E) Telencéfalo
O telencéfalo (veja a Figura 5.10) é a porção superior e mais
desenvolvida do SNC, ocupa 80% da caixa craniana e está situado
acima do diencéfalo.
Sistema Nervoso 83
Cérebro
Corpo caloso
Epitálamo
Tálamo
Hipotálamo
Mesencéfalo
Ponte Cerebelo
Bulbo
Lobo
occipital
Lobo
temporal
Figura 5.10 - A figura mostra o
telencéfalo e seus lobos
84 Anatomia Humana
5.4.1 Constituição
Os nervos são cordões esbranquiçados que unem o SNC a um
órgão periférico. Classificamos os nervos quanto à função das fi-
bras nervosas em: nervos sensitivos (aqueles que estão envolvidos
com a sensibilidade); nervos motores (aqueles que estão envolvi-
dos com a motricidade); e nervos mistos (aqueles que possuem os
componentes sensitivo e motor).
Podemos, ainda, classificar os nervos em: cranianos e espinais.
O nervo craniano é aquele que faz a conexão do encéfalo com um
Sistema Nervoso 85
I olfatório
II óptico
III oculmotor
IV troclear
V trigêmio
VI abducente
VII facial
VIII vestíbulo-coclear
IX glossofaríngeo
X vago
XI acessório
XII hipoglosso
n. musculocutâneo
n. ulnar
n. radial
n. mediano
n. ulnar
Figura 5.12 - Desenho esquemático do plexo braquial mostrando os seus ramos terminais
Sistema
Sistema
Sistema
nervoso
nervoso
nervoso
somático
somático
somático Sistema nervoso visceral
neurônio
neurônio
neurônio neurônio
neurônio
neurônio
neurônio
neurônio
neurônio
superior
superior
superior superior
superior
superior
superior
superior
superior
neurônio
neurônio
neurônio
pós-ganglionar
pós-ganglionar
pós-ganglionar
neurônio neurônio
neurônio
neurônio neurônio
neurônio
pós-ganglionar
pós-ganglionar
pós-ganglionarinferior
inferior
inferior
neurônio
neurônio
neurônio
inferior
inferior
inferior
neurônio
neurônio
neurônio
inferior
inferior
inferior
cadeia
cadeia
cadeia neurônio
neurônio
neurônio
simpática
simpática
simpática inferior
inferior
inferior
Componente
Componente
Componente
simpático
simpático
simpático Componente
Componente
Componente
parassimpático
parassimpático
parassimpático
Figura 5.14 - Desenho esquemático do sistema nervoso somático e visceral, e dos componentes simpático e parassimpático
Tabela 5.1 - Diferenças entre o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático
Critério Simpático Parassimpático
posição do neurônio pré-ganglionar T1 a L2 tronco encefálico e S2, S3 e S4
posição do neurônio pós-ganglionar longe da víscera próximo ou dentro da víscera
tamanho das fibras pré-ganglionares curtas longas
tamanho das fibras pós-ganglionares longas curtas
classificação farmacológica das adrenérgicas
colinérgicas
fibras pós-ganglionares (maioria)
diferença fisiológica (alguns órgãos) estimulação inibição
Resumo
Neste capítulo você estudou o sistema responsável pela coor-
denação e pela integração do sistema orgânicos conhecido como
Sistema Nervoso. Esse sistema relaciona o organismo com o meio
externo e ao mesmo tempo controla o funcionamento visceral.
Divide-se morfologicamente o Sistema Nervoso em sistema
nervoso central (encéfalo e medula espinal) e sistema nervoso
periférico (12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos es-
pinais) e funcionalmente em sistema nervoso somático (relacio-
na o indivíduo com o meio externo) e sistema nervoso visceral
(responsável pela homeostase das vísceras).
Na face inferior do cérebro está a hipófise, um dos principais
componentes do sistema endócrino. Do tronco encefálico, em sua
parte inferior e da medula espinal, no interior da coluna vertebral
emergem os nervos cranianos e espinais, que são responsáveis por
todos os tipos de atividades motoras e sensitivas.
O sistema nervoso visceral possui componente aferente
(sensitivo) e componente eferente (motor) chamado sistema
nervoso autônomo, que se divide em sistema nervoso simpáti-
co e sistema nervoso parassimpático.
90 Anatomia Humana
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
JACOB, S. W.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e
Fisiologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1990.
MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2013.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
2) Livro Atlas
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. v. 1.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 6
C A P Í T U LO 6
Sistema Circulatório
Quem transporta elementos essenciais como nutrientes,
oxigênio e dióxido de carbono no interior do nosso organis-
mo? O Sistema Circulatório. Portanto, ao final deste capí-
tulo você será capaz de conceituar o Sistema Circulatório
do ponto de vista morfológico e funcional. Terá estudado
o coração na sua forma, localização, estrutura, cavidades,
morfologias interna e externa, vascularização, drenagem
venosa, os vasos da base e o sistema excitocondutor, e po-
derá descrever os tipos de vasos sanguíneos e de circulação
sanguínea. Também saberá conceituar o sistema linfático,
os órgãos hemopoiéticos e citar os seus componentes e loca-
lização. Também poderá identificar os órgãos linfáticos e os
principais vasos sanguíneos do corpo humano.
Sistema Circulatório 95
Pericárdio seroso
(Lâmina parietal)
Pericárdio fibroso
Pericárdio seroso
(Lâmina visceral - epicárdio)
Átrio
esquerdo
Epicárdio
Epi
Átrio M
Miocárdio
direito
Ventrículo Endocárdio
esquerdo
Ventrículo
direito
Tronco
pulmonar
Veia cava
superior
Septo
inter-atrial Veias
pulmonares
Septo
átrio-ventricular
esquerdo
Septo Septo
átrio-ventricular interventricular
direito
Veia cava
inferior
Figura 6.5 - Iustração do coração, mostrando os septos, as cavidades e os vasos da base do coração
Artéria
coronária
esquerda
Artéria
coronária Seio
direita coronário
Figura 6.6 - Os vasos sanguíneos próprios do coração (aa. coronárias e seio coronário)
Crista
Óstio da
terminal
V.C.S.
Músculos
Septo pectíneos
inter-atrial
Fossa
oval
Óstio da
V.C.I.
Fossa
oval
Veias
pulmonares
Septo
inter-atrial
Valva
pulmonar
Septo
interventricular
Valva
tricúspide
Cordas
tendíneas
Trabécula
septomarginal
Trabéculas
cárneas
Músculos
papilares
Valva
bicúspide ou
mitral
Trabélucas
cárneas
Músculos
papilares
Cordas
tendíneas
Nó Feixe
sinoatrial atrioventricular
Ramo ventricular
esquerdo
Feixes
internodais
Ramo ventricular
direito
Nó
atrioventricular
Figura 6.11 - Ilustração das formações que constituem o sistema excitocondutor do coração
Válvula semilunar
anterior da valva do
Válvula semilunar tronco pulmonar
esquerda da
valva da aorta Anel fibroso do tronco pulmonar
Tendão do infundíbulo
Trígono fibroso
esquerdo
Anel fibroso da aorta
Anel fibroso do
Local do feixe
óstio atrioventricular
atrioventricular
esquerdo
Trígono fibroso
direito
Sangue
Arterial 6.5 Sistema Linfático
Timo
Resumo
Neste capítulo você estudou o Sistema Circulatório, constitu-
ído pelo sistema cardiovascular, pelo sistema linfático e pelos
órgãos hemopoiéticos.
O sistema cardiovascular inclui o coração como uma bomba hi-
dráulica muscular; os vasos sanguíneos e o sangue que circular no
interior deles formam, no conjunto, um sistema de transporte para
muitas substâncias. As artérias conduzem o sangue que se afasta do
coração, e as veias conduzem o sangue em direção ao coração. Atra-
vés de ramos de calibre sempre decrescentes, o sangue alcança os
vasos capilares, vasos microscópicos que formam uma vasta rede
nos órgãos e nos tecidos através da qual os líquidos e muitas subs-
tâncias, inclusive gases do sangue (oxigênio e gás carbônico), po-
dem ser trocados. Os vasos capilares reúnem-se formando as veias,
de calibre sempre crescente, que devolvem o sangue ao coração. O
sangue consiste de um líquido contendo células vermelhas (possui
eritrócitos para transporte de gases do sangue), vários tipos de célu-
las brancas (leucócitos, para defesa do corpo, incluindo linfócitos) e
plaquetas (trombócitos, relacionados com a coagulação do sangue).
O sistema linfático auxilia o sistema venoso na drenagem dos
tecidos e na absorção de macromoléculas. Ele consiste de órgãos
linfoides (timo, baço, tonsilas e linfonodos), que produzem linfó-
citos responsáveis pelo sistema de defesa do organismo.
Sistema Circulatório 111
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
JACOB, S. W.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e
Fisiologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1990.
MORRE, K. L.; DALLEY, A. R. Anatomia: orientada para a
clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2011.
SNELL, R. S. Anatomia clínica para estudantes de Medicina. 5.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7. ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 7
C A P Í T U LO 7
Sistema Digestório
De uma simples mordida em uma maçã até a sua de
composição ocorre um processo cheio de etapas que dizem
respeito ao Sistema Digestório. Neste capítulo você entrará
em contato com esse importante sistema, podendo ao final
conceituá-lo e descrevê-lo conforme sua anatomia macros-
cópica, citando seus limites, dimensões, conteúdos e funções
das partes do tubo digestório. Será capaz de conceituar as
glândulas anexas do Sistema Digestório e descrever a lo-
calização, a morfologia externa e a função. Compreenderá
a formação anatômica e poderá descrevê-la, assim como
o trajeto das vias biliares e pancreáticas. Terá agregado o
conceito de peritônio e poderá identificar a anatomia ma-
croscópica das partes constituintes do Sistema Digestório.
Sistema Digestório 115
{
A boca é a abertura que fica Palato mole
na face entre o lábio superior e o
lábio inferior. É a porção inicial
Istmo das
do tubo digestório onde ocorre a fauces
Cavidade bucal
apreensão, a mastigação e a deglu- propriamente dita
tição do bolo alimentar. É na ca-
Vestíbulo
vidade oral o local onde se inicia da boca
o processo de digestão alimentar.
A cavidade oral pode ser divi-
dida em duas partes distintas: o
vestíbulo e a cavidade bucal pro-
priamente dita.
Lábio inferior
O vestíbulo corresponde à região
Figura 7.2 - Ilustração dos limites
da cavidade oral anterior à gengiva da cavidade oral
e às arcadas dentárias, enquanto a cavidade oral propriamente dita
compreende a região situada internamente aos dentes e à arcada
dentária. A língua está dentro da cavidade oral propriamente dita.
Fazem parte dos limites da cavidade oral (veja a Figura 7.2) as
seguintes estruturas: os lábios fazem o limite anterior, o istmo das
fauces faz o limite posterior, as bochechas fazem o limite lateral, os
palatos (duro e mole) fazem o limite superior e o músculo milo-
-hióide corresponde ao limite inferior (assoalho) da cavidade oral.
7.2.2 Língua
A língua é um órgão muscular situado na cavidade oral propria-
mente dita. Ela é importante para o transporte dos alimentos para
a faringe, além de participar na gustação e na fonação.
A face superior da língua é chamada de dorso da língua. O
dorso apresenta uma depressão em forma de “V” conhecida como
sulco terminal, que divide a língua em duas porções, conforme
mostra a Figura 7.3. Os dois terços anteriores ao sulco terminal
Sistema Digestório 117
Incisivos centrais
Incisivos laterais
Caninos
1os pré-molares
2os pré-molares
1os molares
2os molares
3os molares
7.2.4 Faringe
A faringe (veja a Figura 7.6) é um órgão tubular e muscular que
mede aproximadamente 12cm de comprimento, estendendo-se da
base do crânio até o nível da cartilagem cricoide, no pescoço. Ela é
revestida internamente por mucosa e está situada posteriormente à
cavidade nasal, cavidade oral e laringe. Passam através da faringe o
bolo alimentar e o ar que inspiramos. Do ponto de vista anatômico
e funcional, a faringe pertence aos sistemas digestório e respiratório.
Divide-se a faringe em três porções: a nasofaringe, região si-
tuada posteriormente à cavidade nasal e que se comunica com a
orelha média através das tubas auditivas; a orofaringe, região pos-
terior à cavidade oral, e a laringofaringe, região situada posterior-
mente à laringe e inferiormente à orofaringe.
Portanto, a faringe se comunica com as cavidades nasal, oral e
laringe. Observem, então, que a nasofaringe se comunica com a
cavidade nasal através dos cóanos, a orofaringe se comunica com
a cavidade oral através do istmo das fauces e a laringofaringe se
comunica com a laringe através do ádito da laringe.
Sistema Digestório 119
Nasofaringe
Coana
Orofaringe
Istmo das
fauces (garganta)
Ádito da laringe
Laringofaringe
(hipofaringe)
Traquéia
Esôfago
7.2.5 Esôfago
O esôfago (veja a Figura 7.7) é um órgão túbulo-muscular que
mede em torno de 40cm de comprimento. Ele liga a faringe ao es-
Esôfago tômago e por ele o bolo alimentar chega ao estômago. O esôfago
Traquéia apresenta-se dividido em três porções: a cervical, a torácica e a
abdominal, que estão situadas no pescoço, no tórax e no abdome,
Figura 7.7 - Desenho
respectivamente. Dessas três partes, a porção abdominal é a mais
esquemático do esôfago curta ao passo que a porção torácica é a mais longa.
120 Anatomia Humana
7.2.6 Estômago
O estômago é a dilatação do tubo digestório entre o esôfago e
o intestino delgado. Localiza-se na parte superior da cavidade ab-
dominal, logo abaixo do músculo diafragma. O estômago tem a
forma de uma letra “J” e possui capacidade de armazenar até um
litro e meio de alimento.
Dois óstios (aberturas) estão presentes no estômago, o óstio
cárdico na junção com o esôfago e o óstio pilórico na junção
com o duodeno.
O estômago apresenta uma face anterior voltada para frente e
uma face posterior voltada para a parede posterior do abdome.
Duas curvaturas estão presentes nesse órgão. A curvatura menor
fica à direita e a curvatura maior fica à esquerda.
Cárdia
Esôfago
Fundo
Músculo longitudinal
do esôfago
Curvatura Corpo
Piloro menor
Músculo
Curvatura
maior
Duodeno
Figura 7.8 – Representação da morfologia externa do estômago
7.2.7 Intestinos
É um tubo muscular situado após o estômago. Esse tubo apre-
senta uma porção mais longa, porém de calibre mais fino, que re-
cebe o nome de intestino delgado, o qual é seguido por uma por-
ção mais calibrosa denominado intestino grosso.
O intestino delgado (veja a Figura 7.9) é um tubo de aproxi-
madamente 7m de comprimento que liga o estômago ao intestino
grosso. Essa parte do intestino está envolvida com a digestão e a
absorção alimentar. Além disso, ele possui duas porções bem dis-
tintas, o duodeno e o jejunoíleo.
• O duodeno corresponde à porção inicial do intestino delgado.
Mede 25cm de comprimento, possui o formato de uma letra C
que abraça a cabeça do pâncreas. As papilas duodenais maior
e menor são duas aberturas no duodeno onde se abrem os
ductos colédoco e pancreático principal e o ducto pancreático
acessório respectivamente, trazendo a bile e o suco pancreático
para atuarem na digestão alimentar.
• O jejunoíleo representa a porção terminal do intestino delgado.
Mede aproximadamente 6m de comprimento. Ele começa na jun-
ção duodenojejunal e termina na junção ileocecocólica. O jejuno
é mais vascularizado que o íleo e geralmente se encontra vazio. Es-
sas são características que diferenciam o jejuno do íleo no vivente.
O intestino grosso é um tubo muscular de aproximadamen-
te 1,5m de comprimento que liga o intestino delgado ao ânus. Al-
gumas características morfólogas como as tênias, os haustros e
os apêndices omentais são encontrados somente no intestino
grosso. As tênias são faixas musculares que estão condensadas
longitudinalmente na parede externa do intestino grosso, os
122 Anatomia Humana
Duodeno
Jejuno
Íleo
Apêndices
epiplóicos
Cólon
Descendente
Tênia
Cólon
Ascendente Haustrações
Íleo
Ceco
Apêndice
vermiforme
Reto
Cólon sigmóide
Canal Anal
124 Anatomia Humana
Lobo Direito
Lobo Esquerdo
Ducto hepático Ducto hepático
direito esquerdo
Vesícula Ducto
biliar cístico
Ducto
}
hepático
comum
Lobo Caudado
Ducto
colédoco
Ducto
pancreático
Segunda porção
Lobo Esquerdo do duodeno Papila
duodenal maior
Lobo Quadrado
Vesícula Biliar
Lobo Direito
Figura 7.12 - Ilustração da divisão do fígado em lobos Figura 7.13 - A figura mostra o sistema excretor do fígado
126 Anatomia Humana
7.3.3 Pâncreas
O pâncreas é uma glândula de secreção mista situado junto à
parede posterior da cavidade do abdome. Ele apresenta uma por-
ção endócrina responsável pela secreção de insulina e glucagon
e uma outra porção exócrina que secreta suco pancreático. A in-
sulina e o glucagon são lançados na corrente sanguínea, e o suco
pancreático é lançado no duodeno.
O pâncreas, como ilustra a Figura 7.14, tem forma piramidal
alongada. Apresenta uma cabeça abraçada pelo duodeno, um cor-
po que representa sua maior porção, um colo que liga a cabeça ao
corpo e uma cauda que é sua extremidade afilada.
Do pâncreas sai o ducto pancreático principal, que se une ao
ducto colédoco para desembocar no duodeno. O ducto pancreá-
tico acessório, quando está presente, desemboca na papila duode-
nal menor do duodeno. Figura 7.14 - Representação
da morfologia do pâncreas
Ducto Pancreático
Acessório Corpo
Duodeno
Ducto Colédoco
Cauda
Colo
Ducto Pancreático
Principal
Cabeça
Sistema Digestório 127
7.4 Peritônio
O peritônio é uma membrana serosa que reveste a parede do
abdome e a seguir se reflete para envolver as vísceras abdominais.
O peritônio que reveste a parede do abdome é chamado de lâmina
parietal, e o peritônio que reveste as vísceras é denominado de
lâmina visceral. A cavidade peritoneal, por sua vez, é o espaço
que fica entre as lâminas parietal e visceral do peritônio. A cavida-
de peritoneal contém líquido peritoneal e fica contida na cavida-
de abdominal (veja a Figura 7.15).
Resumo
O Sistema Digestório é um conjunto de órgãos responsáveis
pela apreensão, mastigação, deglutição, digestão, absorção dos ali-
mentos e eliminação dos resíduos na forma de fezes. Divide-se o
Figura 7.15 - A figura mostra
um corte sagital do abdome
Sistema Digestório em: tubo digestório (boca, faringe, esôfago,
ilustrando a disposição do estômago, intestinos, canal anal e ânus) e glândulas anexas (glân-
peritônio (em vermelho)
dulas salivares, fígado e pâncreas).
O processo de digestão alimentar começa na cavidade oral
por ação das glândulas salivares após o alimento ser tritura-
do pelos dentes. A seguir o bolo alimentar atravessa a faringe
e o esôfago para atingir o estômago, onde os alimentos são
reduzidos antes de chegar ao duodeno. No duodeno a massa
de consistência mole (quimo) sofre a ação da bile e do sulco
pancreático, os quais são reduzidos em moléculas mais simples
para serem absorvidos no jejuno. A partir daí, os resíduos ali-
mentares não aproveitáveis pelo organismo são eliminados na
forma de fezes pelo intestino grosso.
Além das várias glândulas situadas na parede do tubo digestó-
rio, há glândulas bem maiores fora do trato. As secreções dessas
glândulas, que são muito importantes na digestão dos alimentos,
são levadas ao tubo digestório por meio de ductos. Essas glândulas
incluem as glândulas salivares, o pâncreas e o fígado.
128 Anatomia Humana
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
JACOB, S. W.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e
Fisiologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
1990.
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
MORRE, K. L.; DALLEY, A. R. Anatomia: orientada para a
clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2011.
SNELL, R. S. Anatomia clínica para estudantes de Medicina. 5.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
2) Livro Atlas
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7.ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 8
C A P Í T U LO 8
Sistema Respiratório
Você já pensou sobre a importância da ação de respirar?
A nossa existência depende de uma troca de gases com o
ar atmosférico. O Sistema Respiratório assegura a concen-
tração de oxigênio no sangue necessária para as reações
metabólicas. Este capítulo lhe apresentará o Sistema Res-
piratório sob os pontos de vista anatômico e funcional, e
você poderá então citar as partes que constituem a porção
condutora do Sistema Respiratório. Conhecendo as partes e
os órgãos que constituem a porção condutora e respiratória,
bem como a mecânica respiratória, você será capaz de des-
crever e identificar a anatomia macroscópica das estruturas
constituintes do sistema.
Sistema Respiratório 133
8.2.1 Nariz
O nariz é a porção inicial do sistema condutor. A sua porção ex-
terna está situada no plano mediano da face e é denominada de na-
riz externo, e a sua parte interna é chamada de cavidade nasal.
O nariz externo (veja a Figura 8.2) tem a
forma de uma pirâmide de base inferior. O ápi- Raiz
ce corresponde à ponta do nariz, a raiz é a parte
superior da pirâmide, o dorso é a parte que vai
do ápice até a raiz do nariz e as narinas são as Dorso
aberturas do nariz.
A cavidade nasal, parte interna do nariz,
possui uma região situada logo após a narina Ápice
denominada vestíbulo. As conchas nasais
superior, média e inferior são três saliências
ósseas revestidas de mucosas junto à parede Narina
Asa
Concha nasal
Seio frontal superior Meato nasal
superior
Concha nasal
média
Meato nasal
média
Concha nasal
inferior Coana
Vestíbulo
Meato nasal
inferior
Seios
Maxilares Figura 8.4 - A figura mostra os ossos pneumáticos em
torno da cavidade nasal
136 Anatomia Humana
8.2.3 Faringe
A faringe é um canal comum aos sistemas digestório e respi-
ratório e comunica-se com as cavidades nasais, a cavidade oral e
a cavidade da laringe. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca
passa necessariamente pela faringe antes de atingir a laringe.
Veja mais detalhes sobre a faringe no item 7.2.5 do capítulo an-
terior referente ao conteúdo do Sistema Digestório.
8.2.4 Laringe
A laringe é um tubo cartilaginoso situado entre a faringe e a tra-
queia. Além da passagem do ar, desempenha importante função
na fonação.
O esqueleto cartilaginoso da laringe (veja a Figura 8.5) com-
preende: cartilagens ímpares e cartilagens pares. São cartila-
gens ímpares: a epiglote, a tireoide e a cricoide. A epiglote tem
a forma de uma folha vegetal que fecha o ádito (entrada) da la-
Figura 8.5 – Desenho
ringe para evitar a penetração de resíduo alimentar; a tireoide é
esquemático das cartilagens
constituída de duas lâminas que se encontram na linha mediana ímpares e pares da laringe
Epiglote
Osso hióide
Cartilagem corniculada
Cartilagem aritenóide
Cartilagem tireóide
Cartilagem cricóide
Cavidade da laringe
A cavidade da laringe (veja a Figura 8.6) se estende do ádito
(entrada) da laringe até a cartilagem cricoide. Nas paredes late-
rais da cavidade encontram-se dois espaços em forma de canoa
Figura 8.6 - Desenho chamados de ventrículos. Cada ventrículo fica entre a prega ves-
esquemático das estruturas da tibular (situada superiormente) e a prega vocal (situada inferior-
cavidade da laringe
mente). O espaço entre o ádito
da laringe e a prega vestibular é
denominado vestíbulo. Já a ca-
vidade infraglótica é o espaço
entre a prega vocal e a cartila-
gem cricoide. Portanto, pode-
mos ainda definir glote como a
região que compreende as duas
Epiglote
pregas vocais e a rima da glote.
8.2.5 Traqueia
Ádito da laringe A traqueia (veja a Figura 8.7)
Vestíbulo é um tubo cartilaginoso que se
Prega vestibular estende da laringe até a sua divi-
Ventrículo são em dois brônquios princi-
Prega vocal (corda) pais. Ela é formada por 20 anéis
Cavidade infra-glótica traqueais de cartilagem hialina
Cartilagem cricóide em forma de letra C fechados
Traquéia posteriormente pelo músculo
138 Anatomia Humana
Anel traqueal
Anéis traqueais
Parede anterior
Ligamentos
anulares
Parede posterior
Músculo traqueal
Músculo esofágico
Brônquios principais
Figura8.7
Figura 8.7- -AAfigura
figuramostra
mostraaaconstituição
constituiçãoda
datraquéia
traqueia
8.2.6 Brônquios
Os brônquios são estruturas tubulares com anéis de cartila-
gem hialina em suas paredes. Eles fazem a conexão da traqueia
com os pulmões.
Na extremidade inferior, a traqueia divide-se em dois brôn-
quios, conforme mostra a Figura 8.8: o brônquio principal
Sistema Respiratório 139
Brônquio lobar
Bronquíolo
Figura 8.8 - Ilustração da divisão dos brônquios
8.2.7 Bronquíolos
Os bronquíolos (veja a Figura 8.9) são divisões menores dos
brônquios segmentares. Em cada segmento pulmonar (divisão
dos lobos do pulmão), no parênquima do pulmão, os bronquíolos
Bronquíolo
dividem-se em bronquíolos terminais, que a seguir se subdivi-
terminal dem em bronquíolos respiratórios. Fazem parte da estrutura dos
bronquíolos respiratórios os alvéolos pulmonares, estruturas res-
Bronquíolo
respiratório
ponsáveis pelas trocas gasosas.
Alvéolo
pulmonar 8.3 Porção Respiratória
Estudaremos a seguir a porção respiratória do Sistema Respira-
Figura 8.9 - Representação
esquemática da divisão dos tório, que compreende os pulmões (ductos alveolares e alvéolos),
bronquíolos envolvidos pela pleura.
140 Anatomia Humana
8.3.1 Pulmão
Os pulmões são órgãos pares, em forma de pirâmide, que es-
tão situados de cada lado da coluna vertebral, repousando sobre o
diafragma na cavidade torácica. O pulmão direito é maior e mais
largo que o pulmão esquerdo. Eles são órgãos responsáveis pela
hematose (troca gasosa).
O pulmão possui na sua morfologia externa um ápice superior,
uma base inferior e três faces. A face costal do pulmão está em con-
tato com as costelas, a face mediastinal está voltada para o medias-
tino e a face diafragmática está apoiada sobre o músculo diafragma.
Cada pulmão (veja a Figura 8.10) está dividido por fissuras em
compartimentos chamadas lobos. O pulmão direito possui as fis-
suras horizontal e oblíqua, que o dividem em três lobos (supe-
rior, médio e inferior), e o pulmão esquerdo possui a fissura oblí-
qua entre os lobos superior e inferior.
Lobo superior
Lobo
médio
Lobo inferior Lobo inferior
Fissuras oblíquas
Base
Figura 8.10 - A figura ilustra a morfologia externa dos pulmões
8.3.2 Pleura
A pleura (veja a Figura 8.11) é uma membrana serosa que forra
internamente a parede do tórax e a seguir se reflete para envolver os
pulmões. A pleura que forra a parede do tórax é chamada pleura
parietal e a que reveste os pulmões é denominada pleura visceral.
Sistema Respiratório 141
Vértebra
Pulmão
Pleura
parietal
Pleura
visceral
Cavidade
pleural
Coração
Diâmetro
Longitudinal
Diâmetro Diâmetro
Transversal Ântero-posterior
Diafragma
Diafragma
Posição de inspiração
Diâmetro
Longitudinal Diafragma
Diafragma
Diâmetro Diâmetro
Transversal Ântero-posterior
Posição de expiração
Resumo
Neste capítulo você estudou o Sistema Respiratório respon-
sável em promover a respiração pulmonar conhecida como
hematose. Esse sistema consiste de uma porção condutora e
uma porção respiratória.
O Sistema Respiratório, além do suprimento de oxigênio e da re-
moção de dióxido de carbono, também torna possível a vocalização.
A troca de oxigênio e de dióxido de carbono entre o ar e o sangue
ocorre nos pulmões. Para alcançar os locais de troca nos pulmões,
o ar passa através de uma série de canais que derivam um do outro
como os ramos de uma árvore. O ar que penetra no nariz ou pela
boca passa pela faringe e converge para os pulmões pela traqueia,
que forma um ramo – um brônquio – para cada pulmão. No pul-
mão cada brônquio se divide sucessivamente em túbulos menores,
chamados bronquíolos, e finalmente terminam em pequenos sacos
aéreos chamados alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas.
Uma membrana serosa reveste a parede do tórax (pleura parietal)
e a seguir se reflete para envolver os pulmões (pleura visceral). Entre
as duas pleuras fica a cavidade pleural, que contém o líquido pleural.
A mecânica respiratória corresponde todo o processo que vai
desde o condicionamento do ar (na cavidade nasal), os movi-
mentos da caixa torácica (alça de balde e braço de bomba), a con-
tração do diafragma e a ação da prensa abdominal.
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
144 Anatomia Humana
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT; H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7.ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v, I-II.
C A P Í T U LO 9
C A P Í T U LO 9
Sistema Urinário
A urina é o que não se aproveita do sangue. Cerca de 95%
dela é água e os 5% restantes são uma mistura de substâncias.
A urina é o produto resultante do trabalho do Sistema Uri-
nário em filtrar o sangue. Neste capítulo você conhecerá mais
profundamente esses órgãos e poderá descrever a morfologia
externa e interna, a localização topográfica e os envoltórios
do rim. Poderá descrever e citar as partes e o trajeto do ure-
ter. Conhecerá forma, volume, localização e relações da bexi-
ga urinária. Apreenderá a diferença entre uretra masculina
e feminina sob o ponto de vista funcional e identificará a
anatomia macroscópica das estruturas do Sistema Urinário.
Sistema Urinário 149
Ureteres
9.2 Rim
Bexiga
Os rins são órgãos pares em forma de grão de
feijão que possuem aproximadamente 12cm de
comprimento, 6cm de largura e 3cm de espes-
sura. Eles estão situados de cada lado da coluna
vertebral, na região lombar, junto à parede pos-
terior do abdome. O rim é um importante órgão
na manutenção do equilíbrio iônico do sangue.
Uretra
Extremidade
superior
Cápsula
fibrosa
Borda
medial
Borda
lateral Hilo
Artéria
Face renal
anterior
Veia renal
Ureter
Extremidade
inferior
9.2.2 Envoltórios
O tecido renal ou parênquima renal é revestido por uma mem-
brana fibromuscular denominada cápsula renal. Por fora dessa
Sistema Urinário 151
Cápsula renal
Fáscia renal
Músculos
Rim
Gordura
peri-renal
Gordura
para-renal
Cápsula
fibrosa
Cótex Cálices
menores
Medula
(pirâmide) Seio
renal
Papila da
pirâmide Cálices
renais
maiores
Coluna
renal Pelve
renal
Cálices
renais
menores
Ureter
Figura 9.4 - A figura mostra o desenho esquemático das estruturas internas do rim
9.3 Ureter
O ureter é um tubo muscular de aproximadamente 25cm de
comprimento que leva a urina do rim até a bexiga urinária. Ele
possui duas partes:
1. uma parte abdominal, que desce junto à parede posterior do
abdome;
2. uma parte pélvica, que desce junto à parede lateral da pelve.
A seguir, o ureter se volta medialmente para desembocar na
bexiga urinária.
Ureteres Óstio
uretérico
Ápice
r
rio
pe
Su
Trígono
vertical
Fundo
l
(base) -latera
Ínfero
Colo
Uretra
Óstios uretéricos
Óstio
Músculo detrusor Bexiga interno
urinária da uretra
Trígono vesical
Próstata
Diafragma da pelve
Parte prostática da uretra
Glândula bulbouretral
Ramo do pênis
Bulbo do pênis
9.5 Uretra
A uretra consiste de um tubo fibromuscular que serve de ca-
nal para a passagem da urina da bexiga para o meio externo. Na
mulher, passa na uretra somente urina, enquanto que no homem,
além de urina, passa também o sêmen.
Na mulher (veja a Figura 9.7) a uretra é mais curta, mais reta e
mede em torno de 4cm de comprimento. Ela se estende do colo da
bexiga até o vestíbulo da vagina.
No homem (veja a Figura 9.8) a uretra é mais longa, mais sinu-
osa e mede em torno de 20cm de comprimento. Ela se estende do
colo da bexiga até o óstio externo da uretra, que fica na glande do
Reto
Útero
Bexiga
Vagina
Uretra
Bexiga
Uretra
prostática
Uretra
membranosa
Uretra
esponjosa
Reto
Ampola do
ducto deferente
Resumo
Neste capitulo, você estudou os órgãos que fazem a filtração do
sangue e a eliminação dos resíduos na forma de urina. Ele está
constituído de dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e
uma uretra.
Os rins, como os principais órgãos excretores, são importantes na
manutenção da constância do meio interno (homeostase). Os rins
Sistema Urinário 157
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
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e Fisiologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Koogan, 1990.
MORRE, K. L.; DALLEY, A. R. Anatomia: orientada para a
clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2011.
SNELL, R. S. Anatomia clínica para estudantes de Medicina. 5.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
ZORZETTO, N. L. Curso de Anatomia Humana. 5. ed. Bauru:
EDIPRO, 1993.
158 Anatomia Humana
2) Livro Atlas
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. v. 1,
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7. ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
C A P Í T U LO 1 0
C A P Í T U LO 1 0
Sistema Genital
Tanto o sistema genital feminino quanto o masculino pos-
suem glândulas especializadas que produzem as células sexu-
ais e ainda segregam hormônios que são responsáveis pelas
características sexuais. Este capítulo lhe apresentará os con-
ceitos do sistema genital masculino e do sistema genital femi-
nino. Você poderá descrever a morfologia dos testículos, do
epidídimo e do funículo espermático, e citar o trajeto do duc-
to deferente. A respeito do sistema genital feminino, você co-
nhecerá mais profundamente a anatomia do ovário, da tuba
uterina, do útero e da vagina, podendo assim descrevê-los.
Sistema Genital 163
Epidídimo
Polo
Superior
Margem
Anterior
Margem
Posterior
Polo
Inferior
Testículo
Escroto
(bolsa testicular)
10.2.2 Testículo
Os testículos são órgãos pares, ovoides, localizados no escroto,
responsáveis pela produção de espermatozoides e de hormônios
do indivíduo, durante e após a puberdade.
O testículo apresenta duas faces, duas margens e dois polos:
(1) as faces são lateral e medial; (2) as margens são anterior e
posterior; e (3) os polos são superior e inferior.
A Figura 10.2 ilustra a estrutura interna do testículo. Note que o
testículo possui uma membrana externa de tecido conjuntivo fibro-
so chamada de túnica albugínea. Dela partem septos para o interior
do testículo, subdividindo-o em compartimentos menores denomi-
nados lóbulos. Dentro dos lóbulos encontram-se os túbulos
Sistema Genital 165
10.2.3 Epidídimo
Tubos Seminíferos
Rede Contorcidos Contornando o polo superior e a
Testicular
margem posterior do testículo, en-
Figura 10.2 - Desenho
esquemático da morfologia
contra-se uma estrutura em forma de letra C chamada epidídimo.
interna do testículo Ele apresenta uma dilatação superior, denominada cabeça, uma por-
ção intermediária, o corpo, e uma porção inferior mais estreitada, de-
nominada cauda (veja a Figura 10.3).
O ducto deferente inicia-se junto à
cauda do epidídimo. No epidídimo ocor-
Epidídimo rem o armazenamento e a maturação dos
espermatozoides.
Cabeça
10.2.4 Ducto deferente
Corpo O ducto deferente é um canal mus-
culomembranoso que conduz os esper-
matozoides do epidídimo até a uretra.
Ele ascende no escroto, atravessa o canal
Cauda inguinal e, a seguir, na cavidade pélvica,
junta-se com o ducto excretor da vesícu-
la seminal para formar o ducto ejacula-
tório. Finalmente, o ducto ejaculatório
atravessa o parênquima da próstata para
Figura 10.3 - Ilustração das partes do epidídimo desembocar na uretra prostática.
166 Anatomia Humana
Ovário
Tuba uterina
Reto
Corpo do
útero
Bexiga
Colo do
útero
Uretra Vagina
Clitóris
Lábios menores
Lábios maiores
Vestíbulo vaginal
Óstio da uretra
10.3.1 Ovário
O ovário é a gônada feminina responsável pela produção de ga-
meta feminino (óvulo) e hormônios sexuais (estrógenos e proges-
terona). Esses hormônios, além de controlar o desenvolvimento
dos caracteres sexuais secundários, atuam, também, sobre o útero
na fixação do óvulo fecundado e na regulação do ciclo menstrual.
O ovário (veja a Figura 10.7) tem o formato de uma amêndoa,
está situado na fossa ovárica, junto à parede lateral da pelve. Ele
Sistema Genital 169
10.3.3 Útero
O útero é um órgão muscular oco, ímpar e mediano. Possui a
forma de pêra invertida e está situado na cavidade pélvica, entre a
bexiga urinária e o reto. O útero é o local onde ocorre a gestação.
A sua parede é constituída de endométrio, miométrio e peri-
métrio. O endométrio é a camada interna que forra o útero. Parte
dessa camada se desprende durante a menstruação. O miométrio
é a camada média, de tecido muscular liso. E o perimétrio é a ca-
mada externa, constituída de peritônio que reveste o útero.
Distinguem-se no útero quatro porções:
1. o fundo é a porção voltada para cima;
170 Anatomia Humana
Porção da âmpola
Tuba uterina Porção intramatural
Infundíbulo
Porção do istmo
Fundo do útero
Fimbrias
Ovário
Lig. largo Lig. próprio do ovário
do útero Cavidade uterina
Endométrio
Corpo do útero
Miométrio
Istmo do útero
Óstio do útero Colo do útero
Vagina aberta
Parede da vagina
Hímen
10.3.4 Vagina
A vagina é um tubo musculomembranáceo mediano, mede em
torno de 8cm de comprimento. Ela envolve parte do colo do úte-
ro, atravessa o diafragma urogenital e termina no óstio da vagina,
que fica na vulva. É também conhecido como o órgão de cópula
da mulher. As paredes anterior e posterior da vagina permanecem
colabadas na maior parte de sua extensão.
Na mulher virgem, o óstio da vagina é fechado parcialmente
por uma membrana denominada hímen, conforme demonstra a
Figura 10.8.
Monte púbico
Glande do clítoris
Óstio uretral
Lábio menor
Lábio maior
Óstio vaginal
Vestíbulo
Hímen
Resumo
O Sistema Genital (ou reprodutor) é um conjunto de órgãos
responsáveis pela produção de gametas e hormônios sexuais se-
cundários com a finalidade de realizar a reprodução das espécies.
Divide-se o Sistema Genital em sistema genital masculino e sis-
tema genital feminino.
Os órgãos que produzem os gametas são chamados gônadas –
os testículos no homem e os ovários na mulher. Além da produção
de gametas, as gônadas produzem hormônios que influem no de-
senvolvimento das características sexuais secundárias masculinas
ou femininas e regulam o ciclo reprodutivo. No homem, os testí-
culos produzem a testosterona e na mulher os ovários produzem
estrógenos e progesterona.
As estruturas que transportam, protegem e nutrem os gametas,
após terem deixado as gônadas, são no homem os epidídimos, os
ductos deferentes, as vesículas seminais, a glândula próstata, as
glândulas bulbouretrais, o escroto e o pênis; e na mulher incluem
as tubas uterinas, o útero, a vagina e a vulva.
Sistema Genital 173
Referências Bibliográficas
1) Livro Texto
CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1985.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica
e Segmentar: para o estudante de Medicina. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2007.
JACOB, S. W.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e
Fisiologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
1990.
MORRE, K. L.; DALLEY, A. R. Anatomia: orientada para a
clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2011.
SNELL, R. S. Anatomia clínica para estudantes de Medicina. 5.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 1991.
ZORZETTO, N. L. Curso de Anatomia Humana. 5. ed. Bauru:
EDIPRO, 1993.
2) Livro Atlas
KHALE, W.; LEONHARDT, H.; PLATZER, W. Atlas de
Anatomia Humana. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988. v. 1-2.
NETTER, H. F. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2011. , v. 1.
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C. Atlas fotográfico de Anatomia
Sistema e Regional. 7 ed. São Paulo: Manole, 2010.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. v. I-II.
A anatomia é a parte da ciência que estuda a arquitetu-
ra e a morfologia dos órgãos do corpo humano. Portanto,
este livro pretende abordar os conteúdos teórico-práticos
dos sistemas orgânicos que constituem o Corpo Huma-
no. Apresentaremos os conceitos básicos de introdução à
anatomia, bem como os aparelhos locomotor e urogenital
e os sistema circulatório, nervoso, digestório e respirató-
rio, que serão apresentados de maneira simples para que
o indivíduo compreenda a formação e o funcionamento
do corpo humano como um todo.
Anatomia Humana
ISBN 978-85-61485-14-6