Como Calcular Custos de Propriedade
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box Dicas para aumentar a produtividade da frota
DEPRECIAÇÃO
Depreciação legal
O cálculo da depreciação legal é feito para atender às necessidades contábeis e
fiscais. Neste caso, a depreciação é considerada uma despesa (crédito)
correspondente à diminuição do valor contábil dos bens do ativo (débito) capaz de
refletir a perda de valor contábil resultante do desgaste do veículo pelo uso, ação
da natureza e desgaste normal.
Como o lançamento direto da compra como despesa gera um custo muito elevado
no primeiro ano e muito baixo nos anos seguintes, o ativo é capitalizado, e o
contador vai dando baixa, como custo, de uma parcela fixa a cada ano.
A depreciação legal é linear e não tem relação com o valor do bem no mercado. O
prazo de depreciação é aquele durante o qual se pode esperar a utilização
econômica do bem.
O desgaste pelo uso ou ação da natureza afeta fisicamente o equipamento,
reduzindo sua capacidade de produção. Já a obsolescência não depende do
estado do equipamento, mas do lançamento de modelos mais novos e eficientes.
A obsolescência excepcional, assim como acidentes e catástrofes não podem ser
incluídos na depreciação.
A depreciação legal não representa desencaixe. Pressupõe-se que esse valor seja
incluído no preço e que, com ele, a empresa forme um fundo de caixa para repor o
veículo.
Quanto maior o valor que puder ser contabilizado, maior a chamada recuperação
fiscal, ou seja, a redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o
Lucro (CSLL) a pagar.
O lançamento anual da depreciação adia o pagamento do Imposto de Renda.
Quando o caminhão é vendido, faz-se o acerto, apurando-se o resultado (lucro ou
prejuízo) pela diferença entre valor de venda e valor contábil residual.
A recuperação fiscal depende do tipo de atividade e porte da empresa. Inexiste,
por exemplo, numa repartição pública ou para uma empresa que optou pelo
regime de lucro presumido.
Para empresas sujeitas ao regime de lucro real, a alíquota é de 15% sobre o lucro
com adicional de 10% sobre a parcela que exceder a R$ 240 mil anuais ou R$ 60
mil trimestrais. A alíquota da CSLL é de 9% sobre o lucro líquido. Assim a taxa de
recuperação fiscal para empresas sujeitas ao lucro real pode variar de 24% até
percentuais próximos a 34%.
A taxa real de recuperação fiscal é muito importante na análise de alternativas de
financiamento envolvendo leasing, cujas prestações são contabilizadas
integralmente como despesa, gerando maior economia tributária do que a compra
do veículo.
Um veículo comprado por R$ 300 mil à vista tem a saída de caixa (crédito)
lançada na conta do ativo “Bancos” e debitada (entrada) na conta, também de
ativo, “Veículos”.
Se a taxa de depreciação for de 20%, no fim do primeiro ano, haverá um crédito
(saída) de R$ 60 mil na conta “Veículos”, que baixa para R$ 240 mil; e um débito
(entrada) de R$ 60 mil na conta “Depreciação”.
Repete-se o procedimento até a depreciação acumulada atingir R$ 300 mil. A
conta daquele veículo, mesmo “zerada”, permanecerá aberta, até a sua venda.
Sua despesa contábil de depreciação daí em diante passa a ser zero.
Se a empresa estiver sujeita a 17% de IR mais 9% de Contribuição Social, sua
recuperação fiscal anual será de 26% sobre R$ 60 mil, ou seja, R$ 15,6 mil por
ano, totalizando R$ 78 mil.
Se, após cinco anos, o veículo for vendido por R$ 100 mil, este valor será
contabilizado como lucro extraordinário e gerará imposto a pagar de 24% sobre
este valor, ou seja, R$ 24 mil.
DEPRECIAÇÃO OPERACIONAL
Métodos decrescentes
Levantamento de mercado
16,0
Perda de valor (%)
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0 6,2
5,5
4,0 4,1 4,4
3,5
2,0 2,4
1,6
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8
Ano
Usualmente, o que se faz é adotar como base o preço inicial e o valor residual
(valor final de revenda) e interpolar valores entre os dois segundo uma lei de
formação escolhida. Os métodos mais usados são o exponencial e o do dígito dos
anos.
Método exponencial
Vn = Vo b n
b<1
Vo = Preço de compra do equipamento
Vn = Valor no fim do ano n
n = Vida útil econômica do equipamento
Isolando-se bn, tem-se:
Vn
bn =
Vo
Vn
b=n
Vo
Fazendo-se
Vn
=k
Vo
resulta:
b=n k
Portanto, para obter-se a base basta extrair a raiz enésima da relação entre o
valor residual e o valor inicial do veículo;
No caso do Volvo FH 400, k = 53,6% = 0,536. Portanto:
b = 8 0536 = 0,925
Tabela 2
Depreciação operacional de um cavalo Volvo
NH 400 pelo método exponencial
Ano (n) Ano 0,925 n Valor Perda Perda Índice
calendário (R$) (R$) (%)
0 2008 306.750 - 100,0
1 2007 0,9250 283.744 23.006 7,5 92,5
2 2006 0,8556 262.463 21.281 6,9 85,6
3 2005 0,7915 242.778 19.685 6,4 79,1
4 2004 0,7321 224.570 18.208 5,9 73,2
5 2003 0,6772 207.727 16.843 5,5 67,7
6 2002 0,6264 192.148 15.580 5,1 62,6
7 2001 0,5794 177.737 14.411 4,7 57,9
8 2000 0,5360 164.406 13.330 4,3 53,6
110,0
100,0
Exponencial
90,0
Valor residual (%)
80,0
Mercado
70,0
60,0
50,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Ano
n − N +1
r= (1 − k )
∑n
Do estudo de progressões aritméticas, sabe-se que:
n(n + 1)
∑n = 2
(n-N+1)/
N n-N+1 ∑n r
1 8 0,2222 0,1031
2 7 0,1944 0,0902
3 6 0,1667 0,0773
4 5 0,1389 0,0644
5 4 0,1111 0,0516
6 3 0,0833 0,0387
7 2 0,0556 0,0258
8 1 0,0278 0,0129
Sn 36 1,0000 0,4640
330.000
310.000 306.750
290.000
Depreciação (R$/ano)
275.121
270.000
250.000 247.445
230.000
223.723
210.000
203.955
190.000 188.140
176.279
170.000 168.372
164.418
150.000
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Idade (anos)
1− k
r=
n
No caso do Volvo NH 400, tem-se:
P = 306.750
k = 0,536
n = 96 meses (8 anos)
1 − 0,536 0,461
r= = = 0,004802
96 96
Como os pneus são material de consumo e constituem uma rubrica dos custos
variáveis, o manual de cálculo da NTC&Logística sugere abater os pneus do valor
do veículo antes de calcular a depreciação. O mesmo cuidado não é necessário
no caso dos implementos, pois os preços são fornecidos, geralmente, sem pneus.
Tratando-se de um cavalo 4x2, com 6 pneus 295R22, e como cada pneu custa
R$1.286,00, tem-se:
Valor a depreciar = 306.750 – 6x1.286 = 299.043
D = Depreciação mensal = 0,004802x299.043 = 1.436,00
DEPRECIAÇÃO ECONÔMICA
REMUNERAÇÃO DO CAPITAL
Fórmulas de cálculo
P−L P−L
Soma = nP − n(n − 1) = nP − (n − 1)
2n 2
( P − L)(n − 1)
I , m = L − L + P+
2n
n −1
I m = ( P − L) − ( P − L) +L
2n
n +1
I m = ( P − L) +L
2n
ou
n −1
Im = P − ( P − L)
2n
n +1
J = ( P − L) i + Li
2n
2 + (n − 1)(k + 1)
r= i
24n
Método exponencial
Método financeiro
Um método simples para calcular o custo de propriedade consiste na utilização de
uma fórmula da matemática financeira que fornece o valor P das n prestações
constantes necessárias para trazer de volta o capital consumido à taxa i% por
período (ano ou mês):
R = Prestação anual (ou mensal)
P = Investimento inicial
i = Taxa anual (mensal) de retorno
L = Valor residual após n períodos
v=1+i
n = Período de depreciação em anos (ou meses)
Valor presente do investimento inicial = P
Valor presente do residual após n anos = L/vn
Valor presente do capital consumido = P – (L/vn) (a)
Da matemática financeira sabe-se que o fator que converte o valor presente em n
prestações iguais vale:
iv n
fvp = n (b)
v −1
L iv n
R = (P − )( )
vn vn −1
iv n 0,01x1,0196 0,025963
fp = = = = 0,016253
v n − 1 1,0196 − 1 1,599372
Atualmente o custo logístico das empresas brasileiras está em torno dos 7,5% da
receita líquida que essas companhias arrecadam, sendo que o custo do transporte
rodoviário de carga está em torno dos 3,9%. De acordo com professor do Centro
de Estudos em Logística, do Instituto COPPEAD de Administração, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maurício Pimenta Lima, o custo do
transporte rodoviário representa 52% do custo logístico das empresas. Diversos
fatores ajudam a encarecer o tráfego de mercadorias do país e a manutenção dos
veículos. “Dois fatores, de importância central, aumentam o peso da frota nos
custos logísticos. O primeiro é a alta utilização do modal rodoviário (responsável
por cerca de 55% da carga transportada no país). O segundo é a baixa
produtividade ao longo dos 51 mil km rodados por veículos anualmente. Dentre os
motivos para essa baixa produtividade destacam-se os longos tempos de espera,
as filas, a utilização de grande parte da frota em apenas um turno, os
engarrafamentos e as péssimas condições das estradas que acabam afetando a
velocidade média dos veículos”, diz Lima.