Texto 5
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NITERÓI
2013
RODRIGO SAAD CORRÊA
NITERÓI
2013
RODRIGO SAAD CORRÊA
BANCA EXAMINADORA
Prof.
UFF
Prof.
UFF
NITERÓI
2013
AGRADECIMENTOS
The public corruption poses as one of the most serious threats to the
democratic law-based-state. If corrupted, the decisions made by the public
administrators will lack legitimacy, for they won’t objectify the public interest. To
combat such practices, the efforts should necessarily be targeted at education and
public awareness. Thus, the objective of the present paper is to analyze the crimes of
bribery, from both the receiving and the offering ends, so that the corruption
phenomenon as a whole can be better understood. Beginning by a brief analysis of
the official misconduct crimes, which are a part of the public corruption, the study is
then directed specifically to the bribery crimes. Despite those not being the only
possible forms of corruption, their analysis will reveal a great deal of information
about that, which can be helpful in its control. As such, besides studying the articles
317 and 333 of the Brazilian criminal law, it shall be exposed both the will of the law
makers and the judicial precedents about the theme.
INTRODUÇÃO....................................................................................... 8
2 CORRUPÇÃO PASSIVA....................................................................... 28
2.1 Conceito e objetividade jurídica............................................................... 29
2.1.1 Elementos do tipo...................................................................................... 29
2.1.1. Elementos subjetivos do tipo.................................................................... 29
1
2.1.1. Elementos objetivos do tipo...................................................................... 30
2
2.1.2 Distinção entre Corrupção passiva na modalidade “solicitar” e
Concussão.................................................................................................. 33
2.2 Bem juridicamente protegido.................................................................... 34
2.3 Sujeito Ativo............................................................................................. 34
2.3.1 Corrupção de Juízes.................................................................................. 37
2.4 Sujeito Passivo.......................................................................................... 38
2.5 Consumação e Tentativa........................................................................... 39
2.6 Causas de aumento de pena....................................................................... 40
2.7 Modalidade Privilegiada........................................................................... 42
2.8 Penas e Ação Penal................................................................................... 43
3 CORRUPÇÃO ATIVA........................................................................... 45
3.1 Conceito e objetividade jurídica................................................................ 46
3.1.1 Elementos do tipo...................................................................................... 46
3.1.1. Elementos subjetivos do tipo..................................................................... 46
1 Elementos objetivos do tipo...................................................................... 47
3.1.1.
2
3.1.2 Da atipicidade da entrega de vantagem indevida solicitada pelo
funcionário.................................................................................................. 50
3.2 Bem juridicamente protegido.................................................................... 52
3.3 Sujeito Ativo.............................................................................................. 52
3.5 Sujeito Passivo.......................................................................................... 53
3.5 Consumação e Tentativa........................................................................... 53
3.6 Causa de aumento de pena......................................................................... 54
3.7 Penas e Ação Penal..................................................................................... 55
4 CONCLUSÃO......................................................................................... 56
5 BIBLIOGRAFIA..................................................................................... 58
8
INTRODUÇÃO:
Dos crimes previstos no ordenamento jurídico pátrio, pode-se afirmar, sem exagero,
que aqueles de corrupção são alguns dos mais famosos. Não obstante outros crimes que
afetam bens jurídicos diversos, como a vida ou o patrimônio, possam causar maior repúdio,
constata-se com facilidade que na sociedade brasileira, através de um lento processo de
desgaste político, criou-se uma espécie de conceito popular, o qual associa a ideia de “crime”
quase que instantaneamente com a de “corrupção”.
Tal ligação é justificada por décadas de má gestão da coisa pública por maus
representantes do povo, aliada, dentre outros fatores, à liberdade de imprensa a qual por
diversas vezes traz à luz intricados esquemas de corrupção, revelando escândalos
governamentais, os quais se observaram com maior frequência na última década. Assim
sendo, é certo afirmar que qualquer cidadão médio, ainda que desconheça os tipos penais em
si, é capaz de conhecer a existência de crimes de “corrupção”, mesmo que não compreenda
plenamente as práticas que caracterizam tais crimes.
O fato é que, em uma sociedade historicamente marcada pelo descaso de seus
governantes para com o interesse público, a corrupção merece ser discutida e melhor
compreendida, até para evitar uma completa alienação política do povo, desgostoso com as
práticas de seus mandatários. E deve ser demonstrado que se trata de um mal entranhado nas
diversas camadas do poder, não apenas nas funções hierarquicamente superiores, com maiores
poderes de decisão, como também em diversos outras funções públicas, nos mais diversos
níveis e graus de hierarquia, através de pessoas que deixam de atender os interesses coletivos
e difusos para obterem vantagens pessoais indevidas.
Ainda neste sentido, há também de se demonstrar que na maioria dos casos o agente
público não age por si só. No mais das vezes, não se deve falar apenas do corrompido, como
também do corruptor. Possivelmente, o mesmo particular que facilmente se indigna com os
casos de corrupção exibidos nos noticiários pode praticar a corrupção ativa buscando obter
9
uma vantagem pessoal que o diferencie dos demais administrados, acabando por favorecer um
ciclo vicioso de imoralidade na Administração Pública.
Com base nisto, o presente projeto acadêmico visa estudar as relações de
favorecimento através da influência ilegal e criminosa de terceiros, particulares, nas decisões
e no exercício das funções dos funcionários públicos, bem como as condutas criminosas
destes últimos em receber, solicitar ou aceitar promessa de vantagens indevidas, atitudes que
consubstanciam os conhecidos crimes de corrupção passiva e ativa, previstos nos artigos 317
e 333 do Código Penal. A exposição se dará tanto de uma análise da conduta do particular,
cometendo a corrupção ativa, quanto do funcionário público, praticante da corrupção passiva.
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corrupção
cor.rup.ção
sf (lat corruptione) 1 Ação ou efeito de corromper; decomposição,
putrefação. 2 Depravação, desmoralização, devassidão. 3 Sedução. 4
Suborno. Var: corrução.
Neste sentido, em uma situação um pouco mais próxima, apesar de ainda assim
distinta dos delitos que pretendemos estudar, temos a Corrupção ativa em transação comercial
internacional, crime praticado por particular contra a Administração Pública estrangeira,
previsto no art. 337-B, do Código Penal, inovação da Lei nº 10.467/02, a qual introduziu o
capítulo II-A no Título XI do Código, acrescentando novas modalidades de Crimes contra a
Administração Pública. O delito em questão conta com a seguinte redação:
estrangeiro quanto de uma terceira pessoa que não esteja investida na função pública,
além de atingir objeto jurídico diverso, qual seja, a lisura e a transparência das
relações comerciais internacionais. Ademais, atinge sujeito passivo diverso, qual seja,
a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, nacional ou estrangeira,
envolvida na transação comercial internacional e que resta prejudicada, bem como a
administração pública estrangeira, de forma indireta.
[...] a especificidade da corrupção nesses casos é que ela não encerra apenas
a dimensão de uma deterioração externa, como ocorre na lesão de um valor
(por exemplo, a saúde que a água contaminada não pode mais proporcionar).
Antes disso, essa dimensão externa da corrupção depende justamente de uma
dimensão interna sua, qual seja, a “deterioração” do próprio indivíduo
implicado.[...]
Portanto, face ao apresentado, cabe esclarecer que, apesar dos diversos significados
que o vocábulo “corrupção” possui, será empregado neste trabalho acadêmico referindo-se à
corrupção pública, ou seja, a corrupção estatal, a qual, segundo Emerson Garcia (2004, p.
441), “indica o uso ou a omissão, pelo agente público, do poder que a lei lhe outorgou em
busca da obtenção de uma vantagem indevida para si ou para terceiros, relegando a plano
secundário os legítimos fins contemplados na norma”. Adicionalmente, também se empregará
o termo, para designar o comportamento do corruptor, aquele que oferece ou promete a
vantagem ilícita.
Em um contexto contemporâneo, a corrupção pública é, sobretudo, a influência nos
processos de tomada de decisão, em que nível for, seja no início de tais processos decisórios
ou posteriormente, através da atuação de grupos de pressão, como no caso de Lobbystas,
13
quando da execução de políticas de estado, em que tais grupos exigem uma mitigação da
aplicação das normas.
Em um segundo momento, após uma exposição preliminar acerca da corrupção
pública e sua correlação com os crimes funcionais, irá se adentrar no estudo dos crimes de
corrupção passiva e ativa. Daquele em momento em diante, o uso do termo “corrupção”
servirá para se referir a cada tipo penal em estudo.
Contudo, a despeito da existência das leis e dos tipos penais aludidos, a corrupção
pública, que também acompanhou a evolução do país, é muito mais ampla, englobando muito
mais práticas. Mesmo existindo desde os tempos remotos da colonização, os sucessivos casos
de corrupção, que vem sido observados com maior intensidade nas últimas décadas, vêm
provocando uma grave crise de legitimidade na governança brasileira. Em tal sentido, Beatriz
Corrêa Camargo (2011, p. 96) preleciona:
“[...] tem recebido bastante ênfase a noção de que o Estado corrupto perderia
sua legitimidade dentro da sociedade ao deixar de ser social e decidir
democraticamente, desrespeitando com isso seu próprio ordenamento
jurídico”.
16
1
Comunicação feita pelo Prof. Marco Antônio Ferreira Macedo em 6-12-2012 em seminário sobre controle
social e combate à corrupção na Faculdade de Direito da UFF, Niterói, RJ.
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partir de uma ficção jurídica em que se estabeleceu um centro de competências e poderes para
administrar o “contrato social”, ou seja, uma entidade capaz de regular a vida dos cidadãos de
uma sociedade, sendo que ela compõe-se de órgãos, os quais por sua vez compõem-se de
agentes, que a representam e exteriorizam a sua vontade. Deve se atentar que a expressão
“Administração Pública” abrange não só o Poder Executivo como também a complexa
máquina estatal, o aparelho através do qual o Estado pode realizar seus fins, através de atos
executórios concretos, para a consecução direta, ininterrupta e imediata dos interesses
públicos, fazendo-o através de seus agentes.
Portanto, inexiste forma de manifestação da Administração Pública que não se
exteriorize a partir do ato de um de seus agentes, os funcionários públicos, cuja definição é
trazida no texto do Código Penal em seu art. 327, o qual dispõe ser funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou função pública, inclusive em entidade paraestatal, bem como quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. Observe-se também que a pena é aumentada da terça parte, se os
autores dos crimes previstos no capítulo I, “Dos Crimes Praticados por Funcionário Público
Contra a Administração em Geral” do Título XI, “Dos Crimes Contra a Administração
Pública” do Código Penal forem detentores de cargo em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgãos da administração direta, em sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo Poder Público. Tal conceituação legal, para fins penais, é
muito mais ampla do que a utilizada na esfera do Direito Administrativo.
Assim sendo, ao vislumbrar-se uma hipótese de crime que denote corrupção pública,
ou seja, violação à moralidade e aos deveres de probidade inerentes à atividade
administrativa, é certo que haverá o envolvimento de um funcionário público, não
necessariamente cometendo crime algum, como se verá mais adiante no caso do funcionário
que não aceita a vantagem indevida no crime de corrupção ativa, porém deve haver um
funcionário no caso para que se possa arguir algum dano à Administração Pública.
Conforme já foi dito, não há qualquer necessidade do agente público figurar como
autor em um crime de corrupção pública, sobretudo pela existência de crimes praticados por
particulares contra a administração em geral, previstos no Capítulo II do Título XI da lei penal
maior.
Ademais, em havendo uma conduta reprovável por parte do funcionário público, não é
necessário em absoluto que haja a prática de um crime para se falar em corrupção pública,
pois há outras ações que denotam uma corrupção de cunho moral do administrador, como no
19
caso da prática dos atos de improbidade administrativa, regulados pela Lei nº 8.429/92.
Cumpre apontar que a improbidade administrativa, a despeito de não ser o foco do presente
trabalho de conclusão de curso, pois reflete uma responsabilidade a se apurar na esfera
administrativa, em muito se identifica com ele nesta etapa inicial, dado traduzir a má
qualidade de uma administração, pela prática de atos que implicam em enriquecimento ilícito
do agente ou em prejuízo ao erário ou, ainda, em violação aos princípios que orientam a
Administração Pública.
Na maioria das vezes, a sociedade não tem ideia dos estragos causados
quando um funcionário corrupto lesa o erário. Imagine-se, tão somente para
efeitos de raciocínio, os danos causados por um superfaturamento de uma
obra pública. O dinheiro gasto desnecessariamente na obra impede que
outros recursos sejam empregados em setores vitais da sociedade, como
ocorre com a saúde, fazendo com que pessoas morram na fila de hospitais
por falta de atendimento, haja vista que o Estado não tem recursos
suficientes para a contratação de um número adequado de profissionais, ou
mesmo que, uma vez atendidas, essas pessoas não possam ser tratadas, já
que faltam os necessários medicamentos nas suas prateleiras. Sem querer ir
muito longe, perdemos a conta de quantas vezes já ouvimos, pela imprensa,
que a merenda escolar não estava sendo oferecida na rede pública de ensino
por falta de verbas.
Assim, só por amostragem, percebe-se que muitas infrações praticadas
contra a Administração Pública são infinitamente mais graves do que até
mesmo aquelas elencadas no Título I do Código Penal, que trata dos crimes
contra a pessoa. Sem querer exagerar, mas fazendo uma radiografia dos
efeitos gerados por determinados crimes praticados contra a Administração
Pública, podemos afirmar que o homicida pode causar a morte de uma ou
mesmo de algumas pessoas, enquanto o autor de determinados crimes contra
a Administração Pública, a exemplo do que ocorre com o crime de
corrupção, é um verdadeiro “exterminador”, uma vez que, com seu
21
A Corrupção Ativa, insculpida no art. 333 da lei penal maior, constitui forma de
corrupção pública, porém se localiza fora do rol dos crimes funcionais, por se tratar de crime
praticado por particular. Todavia, não por isso é menos lesiva ao mesmo bem jurídico afetado
por aqueles.
Fez-se necessário esta exposição preliminar com o fito de esclarecer que, a despeito do
objeto do presente trabalho de conclusão de curso ser em específico os delitos de corrupção
passiva e ativa, estes não esgotam por si só o tema da corrupção, por serem apenas espécies
do gênero corrupção pública, sendo esta última muito mais ampla, envolvendo diversas outras
práticas.
22
Adentrando no cerne do presente trabalho, qual seja, o estudo dos delitos de corrupção
passiva e corrupção ativa, previstos nos arts. 317 e 333 do Código Penal, insta traçar algumas
considerações prévias ao estudo individual de cada tipo penal, apresentando paralelos para
depois apontarem-se divergências.
Por outro lado, ainda na teoria monista, o art. 30 dispõe que não haverá
comunicação entre circunstâncias de caráter pessoal que não sejam elementares ao
23
No entanto, no caso dos crimes de corrupção passiva e ativa, não é essa a teoria
que se aplica. Não se pode falar em coautoria entre corrupto e corruptor, uma vez que
cada um deles deve responder por crime específico.
Para esta teoria há dois crimes: um para os autores, aqueles que realizam a
atividade principal, a conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e
outro para os partícipes, aqueles que desenvolvem uma atividade secundária,
que não realizam a conduta nuclear descrita no tipo penal. Assim, os
partícipes se integram ao plano criminoso, porém não desenvolvem um
comportamento central, executivamente típico. Contudo, apesar dessa
concepção dupla, o crime continua sendo um só, e, muitas vezes, a ação
daquele que realiza a atividade típica (o executor) é menos importante que a
do partícipe. Mas, enfim, a teoria consagra dois planos de condutas, um
principal, a dos autores ou co-autores, e um secundário, a dos partícipes.
Mas, enfim, a teoria consagra dois planos de condutas, um principal, a dos
autores ou co-autores, e um secundário, a dos partícipes.
que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, que no Capítulo II
de seu Título IV prevê tipos penais diversos para cada ação praticada.
simultânea dos delitos do art. 317 e 333 do Código Penal, todavia caso esta não ocorra
pode se visualizar a existência de apenas uma delas no caso concreto.
Assim, após a apresentação dos mais relevantes pontos em comum acerca dos
crimes objeto deste estudo, conclui-se esta exposição preliminar do presente trabalho,
de forma que irá se passar à análise de cada um em espécie, com as posições da
doutrina e jurisprudência em relação a cada.
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2. CORRUPÇÃO PASSIVA:
Trata-se de crime previsto no art. 317 e §§ do Código Penal, inserido no Título XI, que
conta com a seguinte redação:
Corrupção passiva
A redação original do artigo foi alterada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003, a qual
aumentou a pena mínima e máxima do delito. A antiga pena do caput, que previa “reclusão,
de um a oito anos, e multa” foi alterada para “reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”,
a qual se mostra muito mais gravosa, sobretudo pela imposição de óbices ao oferecimento da
suspensão condicional do processo em alguns casos, conforme será visto mais adiante.
Porém, por força da garantia da irretroatividade da lei penal maléfica, prevista no art. 5º, XL,
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a nova pena, por ser mais grave,
será aplicada apenas aos fatos praticados após a sua vigência, a qual se deu em 13.11.2003.
29
A corrupção passiva pode ser definida, no seu tipo central, como o recebimento,
solicitação ou aceitação de promessa de vantagem indevida por parte de funcionário público,
diretamente ou por interposta pessoa, para si ou para outrem, em razão de sua função, que
exerça ou que irá exercer, ainda que fora dela.
Trata-se de tipo penal misto alternativo, pois a prática de mais de uma conduta deverá
importar em infração penal única. Assim sendo, se o funcionário público solicita e, com isso,
recebe a vantagem indevida, deve ser responsabilizado por um único crime de corrupção
passiva.
De qualquer forma, o certo é que a vantagem deve ser indevida, ou seja, ilícita, ilegal,
injusta ou contra legem, não amparada pelo ordenamento jurídico, podendo ser também
presente ou futura. Se a vantagem for devida, o fato não será típico em termos de corrupção
passiva, podendo surgir outro delito, como por exemplo, a prevaricação.
Como a vantagem indevida pode ser futura ou presente, surge a distinção entre
“corrupção antecedente” e “corrupção subsequente”. Ela é antecedente quando a vantagem é
entregue ao funcionário antes de sua ação ou omissão funcional, ou seja, a recompensa lhe é
entregue em face de uma conduta funcional futura. Será subsequente quando a vantagem lhe
for entregue depois da conduta funcional. Logo, se o sujeito solicita dinheiro para realizar um
ato de ofício, trata-se de corrupção antecedente; se, no entanto, após a realização do ato faz a
solicitação, trata-se de corrupção subsequente. Tal distinção, no entanto, não é relevante para
a configuração delitiva, já que, em ambos os casos, o agente lesa a Administração, lhe ferindo
o prestígio com seu tráfico de função. A distinção será importante apenas na tipificação da
corrupção ativa, conforme se verá mais adiante.
Por fim, saliente-se que é irrelevante que o ato funcional a ser praticado mediante o
suborno seja ilícito ou lícito, ou seja, contrário ou não aos deveres do cargo ou da função.
Sendo ilícito, fala-se em “corrupção própria”, não sendo, “corrupção imprópria”. Trata-se de
outra distinção que se mostra irrelevante para configurar o delito, já que, em ambas as
hipóteses, fere-se a moralidade da Administração através do tráfico de função.
33
da corrupção ativa, que pode ser praticada por qualquer pessoa, independentemente de
condição ou qualidade especial.
“Há ainda a exigência, como pressuposto deste delito, que o ato em torno do qual é
praticada a conduta incriminada seja de competência ou atribuição inerente à função exercida
pelo funcionário público, já que a tipicidade cinge-se justamente ao tráfico da função”,
importante informação sobre o assunto, trazida por Luiz Regis Prado (2002, p. 402-403).
Também aduz que se o agente não for competente para a prática do ato, sua conduta poderá se
amoldar ao disposto no art. 332, tráfico de influência, ou mesmo figurar como coautor no art.
333, corrupção passiva, dependendo das elementares presentes. Não existindo função ou não
havendo relação de causalidade entre ela e o fato imputado, não se pode falar em corrupção
passiva, podendo existir, de forma residual, algum outro crime.
A norma penal incriminadora abrange também aquele que, embora ainda não esteja
exercendo a função pública, utiliza-se dela para a prática delitiva, ou ainda, que a utilize para
o crime mesmo estando dela afastado temporariamente, como no caso de licença ou de férias.
Este é o entendimento dos nossos tribunais, consoante a ementa abaixo colacionada:
(RHC 7717/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, STJ - Quinta Turma, Julgado em:
17/09/1998, Publicado em: 19/10/1998)
(APn 224, Rel. Min. Fernando Gonçalves, STJ – Sexta Turma, Julgado em:
01/10/2008; Publicado em: 23/10/2008)
Oportuno destacar que quanto àquele que oferece ou promete a vantagem indevida não
há que se falar em concurso de pessoas, pois se trata de exceção à teoria monística sobre
37
concurso de pessoas, sendo esse indivíduo autor do crime de corrupção ativa, definido no art.
333 do Código Penal.
A despeito de não existir atualmente distinção na lei penal entre a corrupção praticada
por juízes e a praticada por qualquer funcionário público, há de se atentar que aquela é uma
das mais graves formas de corrupção passiva que se pode conceber. A respeito do tema, Cezar
Roberto Bittencourt (2007, p. 77) aduz:
Não obstante nosso ordenamento jurídico não mais conter um tipo penal específico
para a corrupção dos juízes, isso já ocorreu em tempo pretérito. O Código Criminal do
Império previa a peita em seu art. 130, impondo aos agentes públicos pena de no máximo
nove meses de prisão. Porém, trazia em seu art. 131 disposições especiais para os juízes,
cominando ao magistrado penas mais graves do que a dos demais funcionários caso a
sentença fosse injusta, bem como a nulidade desta.
De igual forma, o Código Penal de 1890 também trazia dispositivo específico para
condenar a peita do juiz, o art. 216, impondo-lhe as mesmas penas da peita dos demais
funcionários, prisão, de seis meses a um ano, podendo ainda sofrer um acréscimo caso tivesse
38
proferido uma sentença condenatória injusta, hipótese em que a pena da peita seria acrescida
da pena que cominasse injustamente ao réu. Já no art. 218 dispunha sobre a nulidade dos atos
praticados sob peita, de forma que a sentença proferida seria nula.
Art. 216. Nas mesmas penas incorrerá o juiz de direito, de facto, ou arbitro
que, por peita ou suborno, der sentença, ainda que justa.
§ 1º Si a sentença for criminal condemnatoria, mais injusta, soffrerá o
peitado ousubordinado a mesma pena que tiver imposto ao que condemnara,
além da perda do emprego e multa.
[...]
Art. 218. São nullos os actos em que intervier peita ou suborno.
Atualmente, uma das mais clamorosas injustiças é o fato de não ser considerada nula a
sentença proferida por corrupção do juiz, pois, transcorrido o biênio em que ainda é possível o
ajuizamento da ação rescisória, o ato decisório viciado jamais poderá ser suprimido do
cenário jurídico. Mesmo constatada a corrupção passiva do juiz, esta não acarreta
automaticamente a inexistência jurídica da sentença, mas apenas a sua rescindibilidade, o que
demonstra o enorme potencial lesivo da corrupção deste funcionário público em particular.
Caso constatado no juízo criminal que a sentença transitada em julgado foi dada por
prevaricação, concussão ou corrupção passiva do juiz, é cabível a ação rescisória, na forma do
art. 485, I, do Código de Processo Civil. Também será possível ao lesado mover uma ação
reparatória por perdas e danos contra o juiz, na forma do art. 133, I, do mesmo diploma legal.
Contudo, tais instrumentos devem ser manejados pelos interessados dentro do prazo legal,
pois não decorrem automaticamente da condenação transitada em julgado na esfera criminal.
Trata-se de crime formal, o qual não exige resultado naturalístico para sua
consumação, da sorte que a corrupção passiva consuma-se instantaneamente, isto é, com a
simples solicitação da vantagem indevida, recebimento desta ou com a aceitação de mera
promessa daquela. Portanto, para a tipificação penal, é irrelevante que o ato funcional venha
ou não a ser praticado em decorrência da propina.
De se ressaltar que, importando em três modalidades diferentes, o crime pode se
consumar em três momentos diferentes, a depender do modo como é praticado. Ou seja, se
ocorre a solicitação da vantagem indevida, para si ou para outrem, o crime já se consuma
neste momento, de forma que a vantagem vier a ser entregue ao agente, deverá ser
considerado mero exaurimento do crime. Também não há necessidade do recebimento efetivo
da vantagem, pois não é necessária a adesão do extraneus à vontade do agente para se
consumar o delito. No entanto, nessa modalidade, é essencial que a solicitação seja anterior ao
recebimento da vantagem ilícita, do contrário estar-se-á diante de outra forma de corrupção
passiva.
Na segunda modalidade, a consumação ocorre quando o agente, sem que tenha feito
qualquer solicitação, recebe a vantagem indevida.
Já na terceira hipótese, o crime estará consumado apenas se o agente aceitar promessa
de vantagem indevida, de forma que o efetivo recebimento desta novamente importa em mero
exaurimento.
Quanto à possibilidade ou não do crime ser praticado na sua forma tentada, o
entendimento predominante na doutrina é que este é possível apenas quando o crime é
praticado na forma comissiva, ou seja, na solicitação de vantagem indevida, e desde que seja
possível fracionar o iter criminis, como no caso da solicitação por meio escrito, por exemplo.
Em tal sentido, escreve Damásio de Jesus (2003, p. 168):
Tal posicionamento também é adotado por Luiz Regis Prado (2002, p. 403-404),
entendendo que nas modalidades de recebimento e aceitação de vantagem indevida não há
que se falar em tentativa, pois ou o funcionário as pratica ou as repele, hipótese em que terá
sido praticada apenas a corrupção ativa pelo particular.
Em sentido contrário, Cezar Roberto Bittencourt (2007, p. 91) entende que, em
qualquer das modalidades, embora seja de difícil visualização, a figura tentada será admitida
sempre que for possível, in concreto, interromper o iter criminis.
Duas causas de aumento de pena diferentes podem incidir sobre o funcionário público
que pratica o delito previsto no art. 317 do Código Penal, previstas em dispositivos distintos.
Primeiramente, há uma causa de aumento geral, aplicável a todos os crimes do Capítulo I do
Título XI do diploma, os “CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL”, prevista no § 2º do art. 327:
Art. 327
[...]
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público.
Tal dispositivo traz uma majorante genérica, aplicável a todos os delitos funcionais do
capítulo I do Título XI, que se estendem do art. 312 ao 326, sempre que forem praticados por
agente detentor de cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
Administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída
pelo poder público. “Cargos em comissão” são aqueles destinados às funções de confiança
providas sem necessidade de concurso público, geralmente destinadas a superiores
41
Esta figura privilegiada da corrupção passiva se contrapõe à do caput do art. 317, pois
o agente não visa, para si ou para outrem, a obtenção de vantagem indevida. Busca apenas
atender a um pedido de alguém, ou cede em virtude da influência exercida por aquele que faz
a solicitação.
O Código Criminal de 1830, do período imperial no Brasil, tratava da matéria em seu
art. 133 como uma das modalidades de suborno. Já o Código de 1890 previa tal conduta em
seu art. 215.
Há uma menor reprovabilidade, um menor desvalor na motivação da conduta, pois o
agente transige em seu dever não por visar a uma vantagem direta, mas em razão de pedido ou
influência de terceira pessoa, a quem lhe interessa agradar ou adular.
Esclarece Heleno Claudio Fragoso (1989, p. 422-423, apud GRECO, R., 2012, p. 428-
429):
[...] é certamente forma menos grave do crime: o funcionário neste caso não
se vende. Transige, porém, com o seu dever funcional para atender a pedido
de amigos ou pessoas influentes (o que entre nós é verdadeira praga). Esta
forma do crime aproxima-se da prevaricação. Na primeira hipótese, há um
peditório: um pedido é formulado ao agente. Na segunda, o funcionário
pratica a ação sob a influência de alguém, como no exemplo de Viveiros de
Castro: ‘o funcionário público sabe que seu superior é amigo da parte,
interessa-se por ela, e não hesita em deferir a pretensão injusta’.
A eventual vantagem recebida pelo autor do pedido ou por quem exerce a
influência não altera a situação do agente.
Importante notar que há uma linha tênue que separa esta modalidade de corrupção do
crime de prevaricação. A diferença desta forma privilegiada para aquele delito, previsto no
art. 319 do diploma repressivo se revela na medida em que este ocorre para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal, enquanto aquela ocorre quando o agente cede a pedido ou
influência de outrem. Portanto, na corrupção passiva privilegiada há uma conduta ativa do
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extraenus, à qual o agente adere, ao passo que na prevaricação o retardo ou omissão do ato de
ofício decorre do próprio animus do funcionário, inexistindo uma influência externa.
inabilitação para o exercício de cargo público, prevista no art. 47, II, c/c o art. 56 do mesmo
diploma legal. A possibilidade é aceita em nossos tribunais, consoante a seguinte ementa:
(EI 1999.71.09.001327-0, Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz, TRF 4
– 4ª Seção, Julgado em: 20/04/2006, Publicado em: 10/05/2006, DJU)
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3. CORRUPÇÃO ATIVA:
Corrupção ativa
Assim como ocorreu com a corrupção passiva, a Lei nº 10.763, de 12/11/2003 alterou
a redação original do artigo, aumentando a pena mínima e máxima do caput do artigo. A
antiga pena do caput, que previa “reclusão, de um a oito anos, e multa” foi alterada para
“reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”. No entanto, devido à garantia da
irretroatividade da lei penal maléfica, prevista no art. 5º, XL, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, a nova pena não será aplicada para fatos cometidos antes da
vigência da referida lei, sobretudo pelo fato de ser muito mais grave, impedindo o
oferecimento da suspensão condicional do processo em alguns casos, conforme será visto
mais adiante.
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Trata-se de crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo. É doloso, de forma livre e comissivo, no entanto pode ser praticado pela via
de omissão imprópria, na forma do art. 13, §2º do Código Penal.
É um tipo penal misto alternativo, pois a prática de mais de uma conduta deverá
importar em infração penal única. Assim sendo, se o agente promete e oferece a vantagem
indevida a funcionário, deve ser responsabilizado por um único crime de corrupção ativa.
Se o agente desconhece algum dos elementos que integram a figura típica, poderá ser
arguido o erro de tipo, a exemplo da pessoa que oferece vantagem indevida a alguém
desconhecendo a sua qualidade de funcionário público.
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(RHC 633919, Rel. Min. Francisco Rezek, STF 2ª Turma, Julgado em:
22/10/1985; Publicado em: 13/12/1985)
norma. Na ausência de oferta ou promessa de vantagem, não há delito. Logo, se o agente, sem
oferecer ou prometer qualquer utilidade ao funcionário, pede-lhe um favor, com violação de
dever funcional, não comete crime algum. Ademais, se a vantagem oferecida ou prometida é
devida ao funcionário, a conduta será atípica.
Igualmente, será atípica a conduta do particular que oferece vantagem indevida para
que o funcionário deixe de praticar ato ilegal que o prejudica ou que não é da sua
competência. O ato que se pretende comprar deve ser ato de ofício, da competência do
funcionário. Se o particular age desta maneira para evitar um dano injusto, assim procede em
defesa própria. A respeito do tema, versa Cezar Roberto Bittencourt (2007, p. 208):
(AP 341.761, Rel. Des. Dante Busana, TJSP - 3ª Câmara Criminal, Julgado
em: 08/03/2001; Publicado em: 24/03/2001)
Sob outra ótica, é de se afirmar que sempre que houver um comportamento comissivo
por parte do particular que caracterize a corrupção ativa, como quando oferece ou promete
uma vantagem indevida, caso o funcionário público adira à sua vontade, aceitando ou
recebendo a vantagem, estará caracterizada a corrupção passiva.
No entanto, o contrário não se vislumbra. Caso seja o funcionário público quem tenha
um comportamento comissivo, solicitando uma vantagem indevida, mesmo se o particular dê
tal vantagem, apenas a corrupção passiva estará caracterizada. Isto porque a conduta do
particular será atípica, não existindo previsão legal que incrimine tal ação, de forma que, à
conduta de “solicitar”, prevista no art. 317 do Código Penal, não há correspondente no artigo
333.
Nesse ponto, leciona Rogério Greco (2012, p.527):
De se supor que a vontade do legislador ao não incluir o referido núcleo “dar” no tipo
penal foi de proteger o particular, que se encontra em uma posição de hipossuficiência em
relação ao funcionário público, podendo sentir-se coagido a entregar a vantagem indevida
solicitada, pois, do contrário, correria o risco de sofrer alguma arbitrariedade da parte do
funcionário.
No entanto, aqui também se vislumbra uma desproporcionalidade. Apesar do
legislador não criminalizar a conduta do particular que dá a vantagem indevida no crime de
corrupção ativa, entendeu de forma diversa ao tipificá-la no art. 309, § 1º, do Código Penal
Militar, bem como no art. 337-B do Código Penal, os quais trazem, respectivamente, os
crimes de corrupção ativa de militar e corrupção ativa em transação comercial internacional.
Nestes dois delitos, considera-se crime a conduta do particular que dá a vantagem indevida
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solicitada pelo funcionário público, o que se mostra razoável, na medida em que protege de
forma efetiva o bem jurídico tutelado.
A repressão dos corruptores revela-se necessária para evitar que agentes públicos de
frágil formação moral sejam estimulados a atentar contra o princípio da probidade
administrativa.
(HC 147054, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, STJ Sexta Turma, Julgado
em: 07/02/2012; Publicado em: 09/02/2012)
omissão ou retardamento de ato de ofício, enquanto que nos crimes de mera conduta “o tipo
só menciona o comportamento do agente, sem fazer menção ao resultado visado”.
(ACR 812, Rel. Juiz Federal Néfi Cordeiro, TRF4 - Sétima Turma, Julgado
em: 04/07/2006, Publicado em: 19/07/2006, página 1211)
o ato é devido, mas tarda ou não é praticado, ou se o ato praticado é indevido, incide a
majorante de um terço.
Resulta tal causa de aumento do maior prejuízo causado à Administração Pública,
além da maior culpabilidade do agente, já que, ao atingir o resultado que desejara,
desprestigia mais o poder público perante os administrados.
De se ressaltar que há uma bilateralidade necessária para a aplicação desta majorante.
Em sendo aplicado ao particular corruptor o aumento de pena de um terço previsto no
parágrafo único do art. 333, necessariamente será aplicado ao funcionário público corrompido
o aumento de pena previsto no § 1º do art. 317, pois estará sendo reconhecida a existência do
mesmo fato.
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