TCC - 2018 - Carla Regina Nascimento de Lima
TCC - 2018 - Carla Regina Nascimento de Lima
TCC - 2018 - Carla Regina Nascimento de Lima
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
CARLA REGINA NASCIMENTO DE LIMA
BANCA EXAMINADORA
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 2
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 2
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 2
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 4
3.1 Doença Celíaca ...................................................................................................... 4
3.1.1 Etiologia da Doença ....................................................................................... 4
3.1.2 Epidemiologia ................................................................................................. 7
3.1.3 Manifestações e forma clínica ....................................................................... 7
3.1.4 Tratamento ..................................................................................................... 9
3.2 Alimentos sem glúten ........................................................................................... 10
3.3 Glúten ................................................................................................................... 10
3.4 Composição nutricional dos alimentos sem glúten ........................................... 12
3.5 Legislação brasileira ............................................................................................ 14
3.6 Produtos sem glúten ............................................................................................ 16
3.7 Estudo do comportamento do consumidor ....................................................... 16
4. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 20
4.1 Pesquisa de Mercado ............................................................................................ 20
4.2 Identificação dos alimentos sem glúten e composição nutricional...................... 22
4.3 Elaboração do produto ......................................................................................... 23
4.4 Análises físico-química ......................................................................................... 24
4.4.1 Teor de cinzas ................................................................................................. 24
4.4.2 Proteínas ......................................................................................................... 24
4.4.3 Lipídeos ........................................................................................................... 25
4.4.4 Umidade........................................................................................................... 25
4.4.5 Acidez Titulável............................................................................................... 26
4.4.6 Determinação do pH....................................................................................... 26
4.4.7 Sólidos Solúveis............................................................................................... 26
4.5 Análises Microbiológicas ..................................................................................... 26
4.5.1 Diluições seriadas decimais ........................................................................... 27
4.5.2 Coliformes termotolerantes........................................................................... 27
4.5.3 Salmonella sp .................................................................................................. 27
4.5.4 Staphylococcus aureus .................................................................................... 28
4.6 Análise sensorial ................................................................................................. 28
4.6.1 Teste check-all-that-apply (CATA) .............................................................. 29
4.6.2 Teste de aceitação ........................................................................................... 29
4.7 Análises estatísticas ............................................................................................. 30
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 31
5.1 Perfil dos consumidores...................................................................................... 31
5.1.1 Classificação dos entrevistados em relação ao interesse geral pela saúde 32
5.2 Análise dos alimentos sem glúten disponíveis no mercado local do município
de Barra do Garças.......................................................................................................... 33
5.3 Conformidade da rotulagem de alimentos ....................................................... 37
5.4 Desenvolvimento de bolo de chocolate sem glúten........................................... 38
5.5 Caracterização físico-química das formulações de bolo de chocolate sem
glúten................................................................................................................................. 39
5.6 Caracterização Microbiológica dos bolos de chocolate sem glúten................ 41
5.7 Aceitabilidade e intenção de compra das formulações de bolos de chocolate
sem glúten......................................................................................................................... 42
5.8 Caracterização sensorial dos bolos de chocolate sem glúten pelo Check-
All-That-Apply (CATA) .................................................................................................. 47
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 50
APÊNDICES.................................................................................................................... 59
APÊNDICE 1. Protocolo do comitê de ética em pesquisa............................................ 60
APÊNDICE 2. Questionário do perfil dos consumidores ........................................... 63
APÊNDICE 3. Termo de consentimento livre e esclarecido........................................ 69
APÊNDICE 4. Ficha do teste de aceitação ................................................................... 71
APÊNDICE 5. Ficha do teste CATA............................................................................. 72
1
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Avaliar o perfil dos consumidores e não consumidores de produtos sem glúten por meio
de levantamento por questionário;
Analisar o rótulo quanto à composição nutricional dos alimentos sem glúten disponíveis
no mercado e compará-lo com a de produtos similares convencionais (aqueles que
contém glúten);
Verificar a conformidade da rotulagem de alimentos sem glúten frente à legislação
brasileira em vigor;
Desenvolver um bolo de chocolate sem glúten considerando informações obtidas via
questionário;
Avaliar a qualidade físico-química do bolo de chocolate sem glúten desenvolvido;
Avaliar a qualidade microbiológica do bolo de chocolate sem glúten desenvolvido
segundo a RDC n° 12, de 2001;
Avaliar a aceitabilidade e intenção de compra do bolo de chocolate sem glúten
desenvolvido por meio de análise sensorial;
Caracterizar sensorialmente o bolo de chocolate sem glúten desenvolvido pela
metodologia Check-All-That-Apply (CATA).
4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
prevalência para a população pediátrica devido à escassez de estudos em crianças (HILL et al.,
2016).
Estudos têm definido de forma mais clara, não só a base estrutural da intolerância
permanente ao glúten existente na doença celíaca, mas também as suas bases genética,
imunológica e bioquímica. Segundo esses estudos, a doença celíaca é uma das doenças mais
caracterizadas do sistema imunológico (PEDRO et al., 2009; SCHUPPAN e ZIMMER, 2013;
WATKINS e ZAWAHIR, 2017). Todos os pacientes afetados possuem os seguintes fatores: i)
uma predisposição genética (HLA-DQ/2 ou HLA-DQ/8); ii) um fator de precipitação bem
definido (glúten) presentes no trigo, na cevada, centeio, malte. Estes possuem peptídeos capazes
de desencadear a doença celíaca; iii) autoanticorpos altamente sensíveis e específicos contra a
enzima humana natural, a transglutaminase de tecido (TG2). Esta enzima é um autoantígeno
que desempenha um papel central na patogenicidade da doença celíaca, pois potencializa a
imunogenicidade dos peptídeos do glúten imunogênicos através de uma reação química no
intestino delgado (desamidação) (PEDRO et al., 2009; SCHUPPAN e ZIMMER, 2013;
WATKINS e ZAWAHIR, 2017).
A reação química de desaminação é desencadeada pela não degradação desses
peptídeos por enzimas gastrointestinais, assim a absorção é feita pelo epitélio da mucosa do
intestino delgado, onde a desaminação ocorre através da atividade da (TG2), produzindo um
ácido glutâmico residual, este por sua vez se liga a HLA-DQ/2 ou HLA-DQ/8, potencializando
a reação inflamatória das células T. As células T ativadas na própria lâmina e dentro do epitélio
são citotóxicas, com efeitos incluindo a apoptose de enterócitos. A reação imune típica da
doença celíaca inclui, por exemplo, IFN-γ, TNF-α, IL-8, IL-18 e IL-21 (modificado a partir da
interleucina 8) (KRATZER, KIBELE, AKINLI, 2013; SCHUPPAN e ZIMMER, 2013;
WHYTE e JENKINS, 2013), conforme pode ser observado na Figura 1.
6
3.1.2- Epidemiologia
3.1.4- Tratamento
3.3- Glúten
Alimentos sem glúten são geralmente elaborados com amidos e farinhas refinados que
apresentam baixo valor nutricional, além disso, possuem elevados teores de lipídeos, açúcares
e sódio. Portanto, o desenvolvimento de produtos sem glúten enriquecidos, é uma alternativa
para contornar esse problema (LEE et al., 2009; ALVAREZ-JUBETE et al., 2010).
Nesse contexto, alguns estudos, buscam contornar essas deficiências utilizando
matérias-primas que possuam capacidade de melhorar o valor nutricional dos produtos, e
obviamente, que sejam consideradas seguras para celíacos. Entre essas, destacam-se os
pseudocereais como trigo sarraceno, amaranto e quinoa, além de outros cereais como o sorgo
(ALVAREZ-JUBETE et al., 2010; DE LA BARCA et al., 2010; HAGER et al., 2012;
NASCIMENTO, 2014).
Esses grãos possuem uma excelente composição química: têm elevado teor proteico -
são ricos em aminoácidos essenciais, como metionina, lisina, arginina e triptofano; possuem
elevado teor de lipídeos insaturados e poli-insaturados; são ricos em minerais, especialmente
cálcio, magnésio, ferro, potássio e zinco; e também são fontes de compostos bioativos, como o
γ- e β- tocoferol, polifenóis e flavonoides (ALVAREZ-JUBETE et al., 2010; COMINO et al.,
2013).
De La Barca et al. (2010) elaboraram pães sem glúten utilizando exclusivamente farinha
de amaranto crua e pipoca de amaranto em diferentes proporções (30%, 40%, 50%, 60%, 70%
e 80%). Os resultados indicaram que a utilização de 60% de amaranto estourado para 40% de
farinha de amaranto cru promoveu melhoras nas características reológicas da massa, no volume
específico, além de beneficiar o valor nutricional do pão.
Alvarez-Jubete et al. (2010) substituíram parcialmente (50%) da farinha de arroz por
farinhas de amaranto e quinoa, além da farinha de trigo sarraceno, em pães, e verificaram que
as características tecnológicas, como aumento no volume específico e textura do miolo e da
crosta melhoraram, e obtiveram uma boa aceitação sensorial por indivíduos não celíacos. Os
autores salientam, ainda, que a produção de pães sem glúten de alta qualidade contendo
pseudocereais pode representar um significativo avanço na adequação da dieta de indivíduos
com doença celíaca.
Nascimento (2014) desenvolveu pão tipo francês com mix de farinha tradicional (farinha
de arroz e polvilho azedo) adicionado de farinhas dos pseudocereais amaranto e quinoa. Embora
essas farinhas dos pseudocereais tenham sido empregadas apenas parcialmente nas
formulações, sua adição resultou em melhores características físicas, químicas e sensoriais.
13
Segundo o autor, esse resultado só foi possível a partir da utilização concomitante da goma
xantana e de farinhas dos pseudocereais amaranto e quinoa. Efeitos positivos da adição da goma
xantana a essas matérias-primas também foram identificados como a boa aceitação sensorial.
Além da substituição da matéria-prima, verifica-se também a necessidade de um
aumento no número de pesquisas que investiguem ingredientes que tenham a habilidade de
reproduzir a função do glúten nos produtos de panificação (HAGER e ARENDT, 2013;
HADNAƉEV, TORBICA, HADNAƉEV, 2013; MARIOTTI, PAGANI, LUCISANO, 2013).
Nesse cenário, destacam-se também os hidrocolóides, considerados essenciais na
elaboração de produtos de panificação sem glúten, pois têm a capacidade de imitar, até certo
ponto, a propriedade viscoelástica do glúten. Muitas vezes os hidrocolóides são
utilizados como agentes espessantes na indústria de alimentos. Além disso, desempenham
papéis na estabilização, na geleificação, beneficiam a estrutura geral do pão e ainda podem ser
usados como substitutos de gordura (ARENDT et al., 2008; SCIARINI et al., 2010; HOUBEN,
HÖCHSTÖTTER, BECKER, 2012). Sensorialmente, conforme relatado por Nascimento
(2014), a utilização dessas substâncias produz benefícios no volume, na maciez e na textura dos
produtos.
Essas substâncias podem ser classificadas de acordo com a sua origem. Entre os de
origem vegetal estão: (a) aqueles provenientes de algas marinhas, como a goma agar-agar,
carragena e alginato; (b) os extraídos de plantas, como pectina e β-glucanas; (c) as gomas
exsudadas de plantas, como a goma arábica; (d) as mucilagens de sementes, como a goma
alfarroba, goma guar e psyllium. Existem também os hidrocolóides produzidos a partir da
síntese química ou bioquímica da celulose, tais como a hidroxipropilmetilcelulose (HPMC),
carboximetilcelulose (CMC) e a metilcelulose (MC); e também os oriundos da biossíntese
microbiana, como é o caso da goma xantana (HOUBEN, HÖCHSTÖTTER, BECKER, 2012).
Apesar da grande variedade, na literatura identifica-se que os hidrocolóides utilizados mais
frequentemente em experimentos realizados com produtos sem glúten são a goma xantana,
HPMC e CMC (NASCIMENTO, 2014).
A goma xantana, é um polissacarídeo extracelular produzido por micro-organismos do
gênero Xanthomonas. Apresenta uma estrutura similar à celulose, contendo grupos de
oligossacarídeos ligados a ácido pirúvico. Esse composto produz dispersões de alta viscosidade,
é estável em uma ampla faixa de pH e temperatura (RIBEIRO e SEVARALLI, 2007), sendo
um dos hidrocolóides mais utilizados na indústria de alimentos (HAGER e ARENDT, 2013).
Preichardt et al. (2011) avaliaram a adição de 0,3% e 0,4% de goma xantana a bolos
com base de arroz e milho, e observaram que essa adição tornou a estrutura dos produtos mais
14
Vários estudos e levantamentos de mercado mostraram que a adesão a uma dieta sem
glúten adiciona um peso econômico muito grande ao longo da vida para a portadores de DC,
especialmente porque os produtos sem glúten disponíveis no mercado, possuem os preços
muito maiores em comparação com os produtos com glúten, e ainda têm a questão da
disponibilidade limitada (ARAUJO e ARAUJO, 2011; NADAL, 2013; FRANCO, 2015).
Em um estudo comparativo do preço dos alimentos contendo e não contendo glúten
realizados no Chile, foi observado um aumento de 89% no custo de alimentação do paciente
celíaco. Considerando que, em outro estudo realizado no Canadá, observou-se que os produtos
sem glúten eram 242% mais caros do que produtos regulares (CASTILLO e RIVAS, 2008;
STEVENS e RACHID, 2008).
Singh e Whelan (2011) também evidenciaram situações semelhantes e afirmaram que a
disponibilidade limitada e os maiores custos dos alimentos sem glúten desencadeiam grande
impacto no campo financeiro e podem trazer consequências na qualidade de vida do celíaco,
comprometendo o cumprimento da dieta sem glúten.
16
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi constituída uma amostra estatística, composta por 308 indivíduos, residentes no
estado de Mato Grosso, que foram entrevistados entre os meses de setembro a dezembro de
2017. As entrevistas foram realizadas por via eletrônica (e-mail, aplicativo de conversas),
através do formulário do Google®. A aplicação do questionário nesse formato foi com o intuito
de encontrar o maior número possível de indivíduos com problemas relacionados a ingestão do
glúten. Para a definição da margem de erro utilizou-se um nível de confiança de 95% que
corresponde a um valor crítico de (Z= 1,96) e o número de pessoas entrevistadas. Estimou-se
uma variabilidade de (p=q= 0,5) e a margem de erro foi de 5%. A amostragem foi definida pela
equação 1:
. .
≡ (Equação 1)
Em que:
n = número de entrevistados;
E = margem de erro.
mais atenção à
saúde delas*.
8. Não me
pergunto ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
frequentement
e se algo é bom
para mim ou
não*.
9. Na verdade,
não penso com ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
frequência se
tudo o que faço
é saudável*.
10. Não quero
me perguntar a ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
todo o
momento se as
coisas que
como são boas
para mim ou
não*.
11. Eu me
concentro em ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
minha saúde
com
frequência.
*Perguntas que tiveram notas invertidas
As formulações do bolo de chocolate sem glúten foram definidas previamente por meio
de questionário aplicado a indivíduos celíacos e não celíacos e de testes prévios a fim de
identificar duas formulações que se assemelhassem a um bolo com glúten. As matérias-primas
utilizadas para a elaboração dos bolos, bem como as proporções utilizadas estão descritas na
Tabela 2 e foram adquiridas no comércio local. Os ingredientes foram pesados previamente em
balança semi-analítica. Os ingredientes secos, exceto o fermento químico, foram preparados
em vasilhames com capacidade de 10 litros, onde foram misturados de forma contínua até
garantir a homogeneidade da mistura. Os ingredientes líquidos foram misturados em
liquidificador da marca Phillips Walita e modelo RI7625, por aproximadamente dois minutos.
Posteriormente, adicionou-se a mistura líquida a mistura seca. Ao final, acrescentou-se o
fermento químico e a massa foi misturada por mais um minuto. A massa foi colocada em forma
previamente untada no forno convencional a gás, previamente aquecido a 200°C, por 15
minutos. Os procedimentos descritos foram padronizados para as duas formulações, no entanto,
o tempo e a temperatura de forneamento foram diferentes, por terem proporções e tipos distintos
dos ingredientes e para se obter um cozimento uniforme. A formulação “F1” que tinha maior
conteúdo de farinha de arroz e açúcar se caracterizou por uma massa mais pesada e teve seu
tempo de forneamento de 30 minutos em temperatura mais elevada, a 245°C. A formulação
“F2” que continha as misturas das farinhas de arroz, polvilho doce e amido de milho, obteve o
menor tempo de forneamento, apenas 25 minutos na temperatura de 200°C.
Tabela 2. Ingredientes e proporções utilizadas baseados nos parâmetros de balanço de massa.
Ingredientes Formulação 1 (F1) Formulação 2 (F2)
Farinha de Arroz 18,30% 10,98%
Polvilho Doce 20,47% 10,23%
Fécula de Batata 0,57% -
Amido de milho - 7,16%
Chocolate 50% 0,57% 10,23%
Achocolatado em pó 5,12% -
Açucar Cristal 5,97% 21,56%
Açucar Mascavo 9,89% -
Goma Xantana 0,17% 0,21%
Oléo Vegetal 4,05% 7,29%
Água 27,17% 20,40%
Ovos 6,25% 11,26%
Essência de Baunilha 0,90% -
Fermento Químico 0,57% 0,68%
Massa total 100% 100%
Fonte: Autor
24
í ( )
% = ( )
× 100 (Equação 2)
4.4.2- Proteínas
O teor de proteína total foi determinado pelo método de Kjeldahl modificado, conforme
as normas analíticas do Instituto Adolf Lutz (2008). Adicionou-se 2 g da mistura catalítica,
posteriormente pesou-se 0,2 g da amostra em papel de filtro, colocou-se a amostra com o papel
no tubo de Kjedahl e depois adicionou-se 5 mL de ácido sulfúrico. Colocou-se para digerir no
bloco digestor da marca Nova Técnica e e modelo NT 415 com a chapa a 100°C, elevando a
temperatura em 50°C de hora em hora até chegar na temperatura de 350°C. Deixou-se digerindo
em aquecimento até que o conteúdo do balão ficasse límpido e transparente (azul ou verde
claro). As amostras foram resfriadas, e depois levadas para o destilador de nitrogênio de
Kjedalh, destilou-se até o aparecimento da cor verde. E por fim, titulou-se a amostra com
solução de ácido clorídrico 0,1 mol.L-1. Anotou-se o volume gasto na titulação. O cálculo
utilizado conforme equação 3:
( .á . )× × × ,
% = (Equação 3)
4.4.3- Lipídeos
( )× ×
% í = ( )
(Equação 4)
4.4.4- Umidade
( )×
% = ( )
(Equação 5)
× × ×
% = (Equação 6)
4.4.6- Determinação do pH
A análise dos sólidos solúveis foi realizada conforme metodologia descrita do Instituto
Adolf Lutz (2008). A leitura dos sólidos foi feita no refratômetro WYA-Abbé (2WAOJ), em
escala graduada de °Brix.
(Himedia®). As placas incubadas a 35ºC, por 24 horas, para isolamento de colônias suspeitas
de Salmonella sp. Após este período, as colônias suspeitas foram transferidas para tubos
contendo Ágar Tríplice Açúcar e Ferro (TSI) (Himedia®), e Ágar Lisina Ferro (LIA)
(MicroMed®). Os tubos foram incubados a 35ºC e após 24 horas foi realizada a leitura
(ANDREWS et al., 2001).
Os protocolos dos testes sensoriais foram previamente aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Mato Grosso, sob o n° 78137517.80000.5587
(APÊNDICE 1).
Foi realizada uma pesquisa de perfil do consumidor, conforme o questionário baseado
no trabalho de Andrade (2008) que se encontra no apêndice 2.
A análise sensorial foi conduzida no Laboratório de Análise Sensorial do Curso de
Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Mato Grosso- Campus Universitário do
Araguaia- Unidade 2, por meio de teste afetivo (Teste de aceitação e intenção de compra) e
descritivo (Check-All-That-Appy - CATA). As amostras foram distribuídas de forma
balanceada em pratos plásticos brancos, com fatias padronizadas com 10 gramas, codificados
com números aleatórios de três dígitos, acompanhados de um copo de água para lavagem e
enxágue das papilas gustativas. As análises ocorreram em cabines individuais, sob luz branca.
29
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Masculino
Sexo
30,8
Feminino 69,2
15-19 7,6
20-29 44,4
Idade
30-39 23,5
40-49 16,2
50-59 7,3
Acima de 60 1
Outro 6,3
Estado
Viúvo
civil
1,7
Solteiro 51,8
Casado ou União Estável 40,3
Ensino Fundamental Incompleto 2,6
Grau de Instrução
Dos 308 consumidores, 30,2% informaram que costumam consumir produtos sem
glúten, 43,5% disseram às vezes e 26,3% não consomem. Os produtos mais consumidos foram
tapioca (31,2%), seguido de macarrão (21,6%) e biscoito (18,4%).
Quanto à frequência de consumo, 31,5% relataram consumir raramente, 18,1%
diariamente, 16,4% consomem semanalmente, 15,4% mais de uma vez por semana, 10,7% duas
vezes ao mês e 7,7% nunca. Sobre a dieta restritiva ao glúten, 89,5% dos entrevistados não
fazem nenhuma dieta relacionada ao consumo de glúten, enquanto 10,5 % relataram que fazem.
Ainda, 8,9% afirmaram ser portadores da doença celíaca ou possuem alguma enfermidade
32
relacionada, o que corresponde um total de 27 entrevistados. Desse total, 48,6% são celíacos,
17,1% são intolerantes ao glúten, 8,6% são sensíveis ao glúten e 5,7% são alérgicos ao trigo.
Foi observado também que a maioria dos entrevistados afirmou que costuma comprar
produtos sem glúten em supermercados (81,6%), e 13,6% em lojas especializadas em produtos
naturais, 3,5% em outros locais e ainda 1,8% fazem encomendas. Em relação à dificuldade de
encontrar produtos industrializados sem glúten, 35,2% relataram não ter dificuldade e 29%
disseram que têm dificuldade. E o motivo para o consumo desses produtos foi 71,7% escolha
própria, 19,8% por outro motivo tais como descrito no questionário como: modismo, acreditar
que é mais saudável, menos calórico e apenas 8,5% foi por recomendação médica.
Um outro questionamento levantado na pesquisa foi sobre quais motivos fariam
consumir mais produtos identificados como sem glúten, onde 31,4% responderam que seria
menor preço, 26,6% sabor mais agradável, 23,4% maior variedade de produtos e 12,8% maior
facilidade de encontrar.
Foi possível identificar a preocupação com a saúde por meio das respostas dadas à sub-
escala de interesse geral em saúde pelos consumidores e não consumidores de produtos sem
glúten. O valor de Alfa de Cronbach para os 11 itens da sub-escala de interesse geral à
saúde foi de 0,71, indicando boa confiabilidade e refletindo um perfil de homogeneidade entre
as variáveis analisadas.
A média e o desvio padrão dos itens estão apresentados na Tabela 4. Em relação ao
interesse em saúde geral, os participantes obtiveram uma média de 4,42 pontos (±1,66). Cerca
de 70% dos entrevistados apresentaram médio grau de interesse à saúde em geral e 21,9%
possuem alto interesse e apenas 7,5% tem baixo interesse em relação à saúde. A grande maioria
dos consumidores demonstrou ter boa percepção em relação à saúde, e esse interesse
apresentado pelos entrevistados pode trazer modificações dos hábitos alimentares, como o
consumo de alimentos sem glúten, que são alimentos que não trazem prejuízos à saúde.
33
Tabela 4. Média e desvio padrão dos itens que compõem o questionário sobre interesse geral
em saúde.
DESVIO
PERGUNTAS MÉDIA
PADRÃO
Tenho a impressão de que
me sacrifico muito pela 3,29 1,70
minha saúde.
Eu me considero muito
consciente em relação à 4,92 1,63
saúde.
Estou preparado(a) para
viver muito - Comer o mais 4,56 1,65
saudável possível.
Acho que eu levo muito em
consideração a saúde em 4,91 1,52
minha vida.
Acho importante saber como
5,83 1,29
comer de forma saudável.
Minha saúde é tão
importante para mim, que
estou preparado (a) para 4,58 1,72
sacrificar muitas coisas por
ela.
Tenho a impressão de que as
outras pessoas dão mais 4,36 1,69
atenção à saúde delas.*
Não me pergunto
frequentemente se algo é 3,68 1,81
bom para mim ou não.*
Na verdade, não penso com
frequência se tudo o que 3,89 1,83
faço é saudável).*
Não quero me perguntar a
todo o momento se as coisas
4,14 1,78
que como são boas para
mim ou não.*
Eu me concentro em minha 1,59
4,52
saúde com frequência.
TOTAL 4,42 1,66
* Questões que tiveram notas invertidas.
5.2- Análise dos alimentos sem glúten disponíveis no mercado local do município de Barra
do Garças e sua composição nutricional
total de 19 alimentos sem glúten foram identificados e 59 similares contendo glúten foram
sistematicamente selecionados e distribuídos em nove categorias (Tabela 5).
Tabela 5. Alimentos sem glúten (SG) e com glúten (CG) identificados nos estabelecimentos
comerciais em Barra do Garças - MT, de acordo com suas categorias.
Número de Produtos Número de Produtos
Categoria % %
(SG) (CG)
Achocolatado em pó 3 15,8 7 11,9
Barra de cereal 1 5,4 3 5,1
Bebida láctea 3 15,8 3 5,1
Biscoito 2 15,8 6 10,2
Cookie 2 10,5 9 15,2
Farinha 2 10,5 8 13,6
Macarrão 2 10,5 9 15,2
Mistura para bolo 2 10,5 9 15,2
Sopa pronta 2 10,5 5 8,5
Total 19 100 59 100
Essa quantidade de alimentos identificados mostra que ainda existe um número limitado
de produtos sem glúten, quando comparado com os produtos que contêm glúten disponíveis
para comercialização.
Esse problema de disponibilidade dos produtos sem glúten no Brasil tem sido mostrado
por pesquisas que investigam a satisfação de celíacos com estes produtos (NASCIMENTO,
2014; ARAÚJO e ARAÚJO, 2011). Nesses estudos, os participantes relataram a insatisfação
com a variedade e também com a disponibilidade de produtos sem glúten, e que isso dificulta
o cotidiano.
Com relação aos preços, os valores médios foram calculados para as noves categorias,
e foram realizadas análises de variância. Os resultados das comparações em cada uma das nove
categorias podem ser observados na Tabela 6.
35
Tabela 6. Análise de variância para comparação dos preços médios (padronizados 100g ou 100
mL) dos produtos convencionais com glúten (CG) e sem glúten (SG), por categoria.
Produtos
Produtos sem
convencionais
Categoria glúten p-valor
com glúten
Média (R$)
Média (R$)
Achocolatado em pó 1,18 1,23 0,697
Barra de cereal 10,21 10,37 0,941
Bebida láctea 0,517 0,621 0,436
Biscoito 1,42 5,58 < 0,05
Cookie 3,73 3,82 0,813
Farinha 0,239 0,778 <0,05
Macarrão 0,722 1,30 0,264
Mistura para bolo 0,857 2,07 <0,05
Sopa pronta 5,30 14,54 0,050
Tabela 7. Comparação de médias dos valores calóricos e nutrientes em 100 g de produtos convencionais com glúten (CG) e sem glúten (SG), de
acordo com sua categoria.
PTN Gtotal Gsat Gtrans Fibras Sódio
Calorias p- C (g) p- p- p- p- p- p- p-
Categoria (g) (g) (g) (g) (g) (mg)
Média valor Média valor valor valor valor valor valor valor
Média Média Média Média Média Média
Achocolatado CG 381,4 90,0 2,1 0,3 0,0 0,0 0,0 124,3
0,578 0,797 0,538 0,545 0,133 ----- 0,242 0,563
em pó SG 385,0 90,7 3,2 0,8 0,5 0,0 2,1 168,3
Barra de CG 434,6 51,9 8,2 20,0 6,8 0,0 7,1 108,0
0,571 0,334 0,254 0,520 0,802 ---- 0,897 0,619
cereal SG 496,0 40,0 15,6 30,0 8,5 0,0 8,0 153,7
CG 80,0 13,5 1,8 2,2 1,1 0,0 0,0 79,8
Bebida láctea 0,260 0,717 0,653 0,437 0,817 ---- 0,374 0,751
SG 49,3 12,8 1,5 1,8 1,1 0,0 0,2 86,8
CG 443,3 67,2 6,7 16,4 6,5 5,0 3,4 185,6
Biscoito 0,001 0,547 0,004 0,023 0,613 0,604 0,970 0,183
SG 355,0 63,9 2,0 10,1 5,5 0,0 3,4 264,3
CG 467,4 60,5 5,6 21,1 10,7 0,7 3,1 217,2
Cookie 0,042 0,093 0,194 0,105 0,013 0,511 0,524 0,104
SG 423,3 66,7 3,5 15,3 1,6 0,0 4,2 121,7
CG 356,0 74,5 11,8 1,1 0,0 0,0 2,2 0,3
Farinha 0,066 0,153 0,011 0,400 0,035 ---- 0,001 0,048
SG 339,0 77,0 7,1 0,7 0,5 0,0 0,0 5,0
CG 354,4 72,8 11,3 1,5 0,1 0,0 2,7 3,7
Macarrão 0,584 0,013 0,004 0,854 0,081 --- 0,0004 0,946
SG 360,8 79,4 7,2 1,4 0,5 0,0 0,6 3,4
Mistura para CG 396,8 80,2 7,4 5,2 1,2 0,8 1,4 490,7
0,308 0,521 0,207 0,043 0,162 0,271 0,862 0,366
bolo SG 359,9 85,7 1,7 0,0 0,0 0,0 1,6 342,9
CG 342,4 65,9 9,5 4,7 1,7 0,0 3,3 2775,1
Sopa 0,699 0,002 0,288 0,635 0,919 ---- 0,089 0,793
SG 325,0 48,5 18,3 6,3 2,0 0,0 9,3 2572,5
C: Carboidrato; PTN: proteína; G total: Gordura total; Gsat: Gordura saturada; Gtrans: Gordura trans.
37
100,0%
80,0%
60,0% 52,5%
40,0% 32,3%
20,2% 18,4%
20,0%
6%
0,0%
Pão frances Bolo de Pão de forma Cookie integral Outros
chocolate integral
Produtos
O produto que os consumidores mais gostariam de encontrar foi o pão francês (52,5%),
seguido do bolo de chocolate (32,3%). Posteriormente, veio o pão de forma integral com 20,2%,
e cookie integral com 18,4%. Os produtos que se referem a outros (6%) incluem: cerveja, outros
tipos de biscoitos, panetone, variedades de macarrão.
Como o produto mais desejado (pão francês) já havia sido desenvolvido e relatado por
Nascimento (2014) e também por falta de estrutura da Universidade, optou-se por desenvolver
o segundo produto mais preferido, que foi o bolo de chocolate (32,3%).
39
Tabela 8. Resultados das análises físico-química das duas formulações de bolo sem glúten.
Parâmetros F1 F2
Umidade (%) 31,31±1,71 a 27,14± 2,59 a
Cinzas (%) 1,10±0,20 a 1,05±0,11 a
pH 7,27±0,15 a 6,97±0,20 a
Acidez titulável (%) 0,13±0,001 a 0,18±0,06 a
Sólidos Solúveis (%) 47,3±016 a 49,8±0,16 a
Lipídeos (%) 3,26±0,53 a 3,48±0,37 a
Proteínas (%) 3,09±0,87 a 3,69±1,49 a
Resultados são expressos como média ± desvio padrão (n = 3 repetições). Letras iguais na mesma linha, indicam
não haver diferença significativa pelo Teste Tukey (p < 0,05).
Resultados semelhantes a este trabalho foram observados por Carneiro et al. (2015) que
encontraram teores de cinzas de 1,10% -1,33% para as três formulações de bolo com
substituição parcial da farinha de trigo por aveia, quinoa e linhaça.
O pH da formulação F1 apresentou um valor de 7,27 e F2 um valor de 6,97, não havendo
diferença significativa entre eles. Assim como encontrados por Polleto et al. (2015) para bolo
de chocolate comercial (7,04) e bolo de chocolate com farinha de trigo integral (7,05), e também
por Moscatto, Prudêncio-Ferreira e Hauly (2004) que encontraram valores de pH variando de
7,16 a 7,76 nas formulações avaliadas.
A acidez titulável na formulação F1 foi de 0,13% e da formulação F2 0,18% sem
diferença significativa entre as formulações. Maiores valores foram encontrados por Gorgonio,
Pumar e Mothe (2011) para formulações de bolo sem glúten com adição de farinha de semente
de abóbora, onde os valores encontrados de acidez foram de 0,36% para bolo padrão, 0,54%
para a formulação com 30% de farinha de semente de abóbora e 0,63 % para a formulação
contendo 40% dessa farinha. Os autores destacam que o aumento da acidez titulável está
relacionado com o aumento da adição da farinha da semente que, por consequência, deve-se à
presença dos ácidos graxos. Portanto, observa-se que a adição dos ingredientes contendo ácidos
graxos (óleo vegetal, ovo e chocolate), não foram suficientes para resultar em um maior valor
de acidez e também ocasionar diferenças significativas entre as formulações F1 e F2.
Os teores de sólidos solúveis encontrados foram 47,3% para F1 e 49,8% para a
formulação F2, não havendo diferença significativa entre as formulações.
Com relação aos teores de lipídios, não houve diferença entre as formulações F1 e F2
que foram de 3,26% e 3,48%, respectivamente. Carneiro et al. (2015) encontraram teores um
pouco maiores do que este trabalho utilizando extração por soxhlet, as formulações foram
enriquecidas com diferentes proporções de farinha de linhaça, quinoa e aveia. Os teores
encontrados foram 6,21%; 6,57% e 7,54%, sendo que as três formulações continham a mesma
quantidade de óleo vegetal. A não existência de diferença significativa entre as formulações F1
e F2 pode estar associada a utilização de farinhas com conteúdo pobre em lipídeos (<1%) e
também a pouca quantidade de óleo vegetal utilizada nas duas formulações.
Os valores de proteínas encontrados foram 3,09% para F1 e 3,69% para a F2, sendo que
esses valores estão abaixo do relatado por Carneiro et al. (2015) que encontraram valores de
9,81%; 10,03%; 13,24% e também de Silva et al. (2013), que encontraram 7,26%; 5,09%;
4,14%. É importante ressaltar que nesses estudos citados as formulações tiveram a substituição
parcial da farinha de trigo diferentemente deste trabalho que não utilizou nenhuma quantidade
de farinha de trigo. O pouco conteúdo proteico nestes bolos de chocolate sem glúten é resultado
41
5.7- Aceitabilidade e intenção de compra das formulações de bolo de chocolate sem glúten
Os resultados obtidos pelo teste de aceitação, para os atributos aparência, aroma, cor,
sabor, textura e impressão global, das duas formulações de bolo de chocolate encontram-se
descritos na Tabela 10.
Tabela 10. Médias de notas hedônicas atribuídas pelos avaliadores para a aceitação sensorial
das formulações de bolo de chocolate sem glúten.
Atributos F1 F2
Aparência 7,25± 1,38 b 7,84 ± 1,18 a
Cor 7,36 ± 1,30 b 8,12 ± 1,07 a
Aroma 6,84 ± 1,64 b 7,33 ± 1,34 a
Sabor 6,63 ± 1,87 b 7,26 ± 1,78 a
Textura 6,60 ± 1,90 a 6,85 ± 1,85 a
Impressão global 6,69 ± 1,80 b 7,35 ± 1,52 a
Resultados são expressos como média ± desvio padrão (n = 102 repetições). Letras diferentes, na mesma linha,
representam diferença significativa pelo Teste Tukey (p < 0,05).
As duas formulações tiveram médias superiores a 6,0 em relação aos seis atributos
estudados. Esse valor corresponde a faixa do “gostei”, na escala de aceitação. As médias de
aceitação para os atributos aparência e cor foram superiores aos demais atributos para as duas
formulações, sendo que a cor foi o atributo que obteve maior aceitação para ambas, com média
próxima ao termo “gostei moderamente” na formulação F1 e na formulação F2 “gostei muito”.
As amostras apresentaram diferença significativa para cinco atributos estudados, com
exceção do atributo textura, em que a duas formulações não apresentaram diferenças
significativas (p>0,05). Esse resultado pode estar relacionado com a presença da farinha de
arroz, pois a mesma reduz a elasticidade e capacidade de retenção de gás carbônico, resultando
em produtos mais compactos (PEREIRA, 2014). No entanto, as médias hedônicas para as
formulações resultaram ao termo “gostei ligeiramente”, refletindo uma boa aceitação.
Guimarães, Freitas e Silva (2010) elaboraram duas formulações de bolo com farinha de
entrecasca de melancia e obtiveram resultado similar, de quatro atributos sensoriais avaliados
(cor, aroma, sabor, textura), a textura foi o único atributo em que não houve diferença
significativa entre as amostras e também foi o atributo que obteve menor média de aceitação.
Além disso, diversos estudos vêm demonstrando que a aceitação do atributo textura em
produtos de panificação está diretamente ligada à utilização de matérias-primas que contenham
glúten (ARENDT e DALBELLO, 2008; LERNER, 2010; HOUBEN, HÖCHSTÖTTER,
BECKER, 2012; NASCIMENTO, 2014).
43
O atributo de cor foi o que apresentou maior média de aceitação, conforme citado
anteriormente, porém foi significativamente preferido na formulação F2 (8,12). Sendo assim,
as diferenças de proporções de ingredientes utilizados como o chocolate, açúcar e o ovo foi
capaz de alterar as características da cor entre as duas formulações.
Pereira (2014) avaliando aceitação sensorial de bolo de chocolate sem glúten e lactose
e fortificado com farinha de semente de melão, encontrou médias maiores do que este trabalho.
A média do atributo cor para o bolo padrão foi de 8,33 e bolo fortificado 8,11, sem diferença
significativa entre as duas formulações.
Sucupira et al. (2013) ao avaliarem sensorialmente bolo sem lactose adicionado de
diferentes porcentagens de farinha de soja integral encontraram valores inferiores para a cor
quando comparados a este trabalho. A cor diferiu estatisticamente entre as formulações, sendo
que a amostra padrão obteve a melhor aceitação (7,25), seguida da formulação a 5% de farinha
de soja (6,03) e a formulação a 10% (6,00).
A duas formulações apresentaram boa aceitação, no entanto, a F2 diferiu da F1,
apresentando escore “gostei moderadamente” e “gostei muito”.
Pereira (2014) encontrou médias próximas a este trabalho para o atributo sabor, para a
amostra de bolo padrão isento de glúten foi de 7,64 e 7,04 para o bolo fortificado com farinha
de semente de melão.
Sucupira et al. (2013) avaliaram o efeito da fortificação de bolo isento de glúten e lactose
por farinha de soja integral e encontraram médias inferiores, variando de 5,95 a 5,76, para o
atributo sabor.
O atributo aparência foi melhor avaliado para a formulação F2, ao nível de significância
de 5%. A média foi de 7,84 correspondendo aos termos “gostei moderamente” e “gostei muito”.
E a formulação F1 apresentou média de 7,25, correspondendo ao termo “gostei moderamente”,
caracterizando assim, a aceitabilidade satisfatória dos avaliadores para esse atributo. Pereira
(2014) em seu estudo também avaliou a aparência, e verificou que a formulação padrão obteve
maior média (8,31), equivalendo ao termo de “gostei muito” e diferiu estatisticamente da
formulação fortificada que teve média de 7,78.
Em relação ao aroma e à impressão global, a formulação F2 também foi
significativamente melhor avaliada. As médias foram de 7,33 e 7,35, respectivamente. Esses
valores correspondem ao termo “gostei moderamente”.
A análise da aceitabilidade sensorial mostrou que a formulação F2 foi melhor avaliada
em relação aos atributos aparência, sabor, cor, aroma e impressão global (p < 0,05). No entanto,
44
as médias obtidas pela formulação F1 variaram de 6,60 a 7,36, conferindo a esta formulação
conceitos satisfatórios em relação à aceitabilidade.
Os resultados também foram analisados por frequência de aceitação sensorial, como
apresentados nas Figuras 4 e 5. Alguns estudos sugerem que uma amostra para ser aceita deve
apresentar uma aceitabilidade de no mínimo 70% (TEIXEIRA, MEINERT, BARBETTA,
1987; MEILGAARD, CIVILLE, CARR, 1991; DUTCOSKY, 2013). Logo, em relação ao teste
aplicado, as formulações apresentaram valores superiores a 70% para todos os atributos
avaliados.
100 89
87
90 76 78
76 75
80
Porcentagem %
70
60
50
40
30
20 9 9
15 16 8 10 15 9 9 13
10 2 4
0
Cor Sabor Aroma Textura Aparência Aceitaçao
Global
100 95 94
90 89 87
90
80
80
Porcentagem (%)
70
60
50
40
30
20 13
9 9 7 7 6
10 3 2 3 2 4 2
0
Cor Sabor Aroma Textura Aparência Aceitaçao
Global
Tabela 11. Médias das notas para a intenção de compra das formulações de bolo sem glúten.
Formulação Média
F1 3,62 ± 1,10 b
F2 4,02 ± 1,09 a
Resultados são expressos como média ± desvio padrão (n = 102 repetições). Letras diferentes, na mesma coluna,
representam diferença significativa pelo Teste Tukey (p < 0,05).
23% que “certamente compraria”, de acordo com a escala de intenção de compra de cinco
pontos.
5- Certamente compraria 23
4-Provavelmente compraria 38
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Porcentagem de avaliadores (%)
5- Certamente compraria 44
4-Provavelmente compraria 25
0 10 20 30 40 50
Porcentagem de avaliadores (%)
com baixo teor de fenilalanina. Os autores verificaram por meio do teste qui-quadrado que
houve relação de dependência entre a aceitação do produto e a intenção de compra.
As formulações foram avaliadas por indivíduos que não são portadores da doença
celíaca e os resultados das características sensoriais foram bem aceitas, portanto poderia haver
também uma aceitação e interesse de compra pelos celíacos.
5.8- Caracterização sensorial do bolo de chocolate sem glúten pelo Check- All-That-Apply
(CATA)
Tabela 12. Frequência dos atributos considerados no CATA para realização do teste qui-
quadrado.
Formulações
Atributos F1 F2
Úmido 32 26
Culpado* 1 0
Saboroso 53 57
Gosto amargo 5 40
Duro 7 2
Entediado 6 2
Satisfeito 35 45
Macio 71 71
Sabor ruim* 3 1
Gosto doce 39 29
Cor marrom 66 71
Aroma de chocolate 48 49
Seco 21 25
Compraria 52 63
Saudável 12 12
Feliz 8 14
Sabor residual 19 17
Sabor de chocolate 50 70
Pegajoso 11 12
Entusiasmado 4 4
Não compraria 17 12
*atributos não considerados
48
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12806: análise
sensorial dos alimentos e bebidas - terminologia. Rio de Janeiro, 1993a.
ANDREWS, W.H.; FLOWERS R.S.; SILLIKER J.; BAILEY J.S. Salmonella. In:
DOWNES, F.P.; ITO, K. Compendium of Methods for the Microbiological
Examination of Foods. Washington, D.C.: American Public Health Association
(APHA), 4ª ed., p. 357-380, 2001.
ARAÚJO, H. M. C.; ARAÚJO, W. M. C. Coeliac disease. Following the diet and eating
habits of participating individuals in the Federal District, Brazil. Appetite, v. 57, n. 1, p.105–
109, 2011.
51
ARENDT, E. K.; RENZETTI, S.; DAL BELLO, F..Dough Microstructure and Textural
Aspects of Gluten-Free Yeast Bread and Biscuits. In: GALLAGHER, E. Gluten-Free Food
Science and Technology , 1. ed, Ed. Blackwell Publisshimg, 2009. cap.8, p.107-129.
BAI, J. C.; FRIED, M.; CORAZZA, G. R.; SCHUPPAN, D.; FARTHING, M.; CATASSI,
C.; GRECO, L.; COHEN, H.; CIACCI, C.; ELIAKIM, R.; FASANO, A.; GONZÁLEZ,
A.; KRABSHUIS, J.H.; LEMAIR, A. World Gastroenterology Organization Global
Guidelines on Celiac Disease. Journal of Clinical Gastroenterology, v. 47, n. 2, p. 121-126,
2013.
BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A rapid method of total lipid extraction and purification.
Canadian Journal of biochemistry and phisiology. v. 37, n. 8, p. 912- 917, 1959.
CASTILLO, L.C.; RIVAS, C. Costs of a basic food basket for celiac patients in Chile,
Revista Médica de Chile, v. 136, n. 5, p.613–619, 2008.
CODEX ALIMENTARIUS COMISSION. Codex Stan 118 – 1979: codex standard for foods
for special dietary use for persons intolerant to gluten. Ed. rev. Geneva, 2008.
COMINO, I.; MORENO, M. L.; REAL, A.; RODRÍGUEZ-HERRERA, A.; BARRO, F.;
SOUZA, C. The Gluten-Free Diet: Testing Alternative Cereals Tolerated by Celiac Patients.
Nutrients, v. 5, n. 10, p. 4250-4268, 2013.
FASANO, A; ARAYA, M.; BHATNAGAR, S.; CAMERON, D, CATASSI, C.; DIRKS, M.;
MEARIN, M.L.; ORTIGOSA, L.; PHILLIPS, A. Federation of International Societies of
Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition Consensus Report on Celiac Disease.
Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, v. 47, n. 2, p. 214-219, 2008.
GALLAGHER, E.; GORMLEY, T.R.; ARENDT, E.K. Recent advances in the formulation of
gluten-free cereal-based products. Trends in Food Science & Technology, v.15, n. 3-4,
p.143-152, 2004.
seed (Cucurbita maxima, L.) flour and cornstarch. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 31,
n. 1, p. 109-118, 2011.
GREEN, P. H. R., JABRI, B. Celiac Disease. Annual Review of Medicine, v. 57, p. 207-221,
2006.
HAGER, A. S.; WOLTER, A.; CZERNY, M.; ARENDT, E.K;. BEZ,J. ZANINI, E.
Investigation of product quality, sensory profile and ultrastructure of breads made from a
range of commercial gluten-free flours compared to their wheat counterparts. European Food
Research and Technology, v. 235, n. 2, p. 333-344, 2012.
HILL, I.D.; FASANO, A.; GUANDALINI, S.; HOFFENBERG, E.; LEVY, J.; REILLY, N.;
VERMA, R. Clinical Report on the Diagnosis and Treatment of Gluten-related Disorders.
Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, v.63, n. 1, p. 56-65, 2016.
HUSBY, S.; KOLETZKO, S.; KORPONAY-SZABÓ, I. R.; MEARIN, M. L.; PHILLIPS, A.;
SHAMIR, R. European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition
54
JNAWALI, P.; KUMAR, V.; TANWAR B. Celiac disease: Overview and considerations for
development of gluten-free foods. Food Science and Human Wellness. v.5, 169–176, 2016.
KRATZER, W., KIBELE, M., AKINLI, A.; PORZNER, M.; BOEHM, B. O.; KOENING, W,
OEZTUERK, S.; MASON, R. A.; MAO, R.; HAENLE, M.H. Prevalence of celiac disease in
Germany: a prospective follow-up study. World journal of gastroenterology: WJG, v. 19, p.
2612–2620, 2013.
LEE, A. R; NG, D. L.; DAVE, E.; CIACCIO, E. J.; GREEN, P.H. The effect of substituting
alternative grains in the diet on the nutritional profile of the gluten-free diet. Journal of
Human Nutrition and Dietetics, v. 22, n. 4, p. 359-363, 2009.
LIM, J. Hedonic scaling: A review of methods and theory. Food Quality and Preference, v.
22, n. 8, p. 733-747, 2011.
LUDVIGSSON, J. F.; LEFFLER, D.A.; BIAGI, F.; FASANO, A.; GREEN, P.H.;
HADJIVASSILIOU, M.; KAUKINEN, K.; KELLY, C.P.; LEONARD, J.N.; LUNDIN, K.E.;
MURRAY, J.A.; SANDERS, D.S.; WALKER, M.M.; ZINGONE, F.; CIACCI, C. The Oslo
definitions for coeliac disease and related terms. Gut online first, v. 62, n. 1, p. 43-52, 2013.
MARIOTTI, M. et al. The role of corn starch, amaranth flour, pea isolate, and Psyllium flour
on the rheological properties and the ultrastructure of gluten-free doughs. Food Research
International, v. 42, n. 8, p. 963-975, 2009.
55
MARIOTTI, M.; PAGANI, M. A.; LUCISANO, M. The role of buckwheat and HPMC on the
breadmaking properties of some commercial gluten-free bread mixtures. Food
Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 393-400, 2013.
MINIM, V.P.R.; Análise sensorial – Estudos com consumidores. 3. ed., VIÇOSA: UFV,
2013. 332p.
MONEY, A.; HAIR JR, J.; BABIN, B.; SAMOUEL, P. Fundamentos de métodos de
pesquisa em administração. Ed. Bookman Companhia, 2005. 472p.
PADILHA, V. M.; ROLIM, P. M.; SALGADO, S.M.; LIVERA, A.S.; ANDRADE, S. A. C.;
GUERRA, N. B. Perfil sensorial de bolos de chocolate formulados com farinha de yacon
(Smallanthus sonchifolius). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.30, n.3, p.735-740, 2010.
PEDRO, N.; LOPES, S.; SZANTHO, A.; COSTA, Á.; MOURA, J. J. “Doença Celíaca -
revisão de conceitos e novos desenvolvimentos”. Revista da Sociedade Portuguesa de
Medicina Interna, v. 16, n. 1, p. 62-65, 2009.
SAPONE, A. J.; BAI, C.; CIACCI, C.; DOLINSEK, P.,; GREEN, P. H.; VASSILIOU, M. H.;
KAUKINEN, K.; SANDERS, D. S; SCHUMANN, M.; ULLRICH, R.; VILLALTA, D.;
VOLTA,C.; CATASSI, C.; FASANO, A. Spectrum of gluten-related disorders: consensus on
new nomenclature and classification. BMC Medicine, v.10, p. 1-12, 2012.
SATURNI, L.; FERRETTI, G.; BACCHETTI, T. The gluten-free diet: safety and nutrition
quality. Nutrients, v. 2, n. 1, p. 16-34, 2010.
SCHUPPAN, D., ZIMMER, K.P. The diagnosis and treatment of celiac disease. Revista
Deutsches Arzteblatt International, v.110, n. 49, p. 835–846, 2013.
SINGH, J.; WHELAN, K. Limited availability and higher cost of gluten-free foods, Journal
of Human Nutrition and Dietetics. v. 24, p.479–486, 2011.
STEVENS, L.; RASHID, M. Gluten-free and regular foods: a cost comparison, Canadian
Journal of Dietetic Practice and Research, v. 69, n. 3, p.147–150, 2008.
WHYTE, L. A.; JENKINS, H. R. The epidemiology of coeliac disease in South Wales: a 28-
year perspective. Archives of disease in childhood, v. 98, p. 405-407, 2013.
APÊNDICES
60
APÊNDICE 1
DADOS DO PARECER
Apresentação do Projeto:
A apresentação do projeto está adequada.
Objetivo da Pesquisa:
Objetivo Primário: Desenvolver um produto sem glúten elaborado a partir de informações obtidas de
consumidores celíacos e não celíacos;
Objetivo Secundário: Avaliar o perfil dos consumidores de produtos sem glúten por meio de levantamento por
questionário; Desenvolver um produto sem glúten
considerando as necessidades dos consumidores celíacos; Avaliar a qualidade físic-química do produto sem glúten
desenvolvido quanto aos
parâmetros: cinzas, proteínas, lipídeos, umidade, acúcares totais, análise isntrumental da cor; Avaliar a qualidade
microbiológica de produto sem
glúten desenvolvido segundo a RDC n° 12 de 2001; Avaliar a aceitabilidade e intenção de compra do produto
sem glúten desenvolvido por meio de
análise sensorial; Caracterizar sensorialmente o produto sem glúten desenvolvido pela metodologia Check-All-
That-Apply (CATA).
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Riscos: Os riscos são descritos pelos pesquisadores no projeto e no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Os riscos apresentados pelo proponente são: possível alergia a alguma
substância presente no produto (caso isso ocorra, o pesquisador se compromete a fornecer todo o suporte ao
voluntário com a realização dos primeiros socorros e custear qualquer despesa relacionada a este evento); e
constrangimento e identificação do participante.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Assinado por:
Marly Augusta Lopes de Magalhães
(Coordenador)
APÊNDICE 2
Parte 1
1. Você costuma consumir produtos indicados nas embalagens como "sem glúten"?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
( ) Às vezes
11. Quais produtos sem glúten gostaria de encontrar?
( ) Cookie integral
( ) Pão francês
( ) Pão de forma integral
( ) Bolo de chocolate
( ) Outros:
Se você respondeu a opção outros, por favor informe qual/quais produto(s) gostaria de
encontrar?
13. Quais os principais fatores que são levados em conta no momento da compra de produtos
sem glúten?
( ) Marca
( ) Preço
( ) Características sensoriais (aparência, textura, sabor e aroma)
( ) Características nutricionais
( ) Embalagem
( ) Outro:
Se você marcou a opção outro, qual o outro fator que pode ser levado em conta no momento
da compra?
14. Tem o hábito de ler o rótulo dos produtos?
( ) Sim
( ) Não
15. Você sente dificuldade para entender as informações nos rótulos dos produtos?
( ) Sim
( ) Não
16. Em relação ao consumo ou obediência à dieta isenta de glúten:
( ) Nunca ingere glúten
( ) Às vezes ingere glúten
( ) Frequentemente ingere glúten – uma vez por semana até 5 vezes
( ) Ingere glúten sem restrição alguma
( ) Ingere glúten segundo orientação médica
17. O que faria você consumir mais produtos identificados como Sem glúten (Marque apenas
1 opção)?
( ) Maior variedade de produtos
( ) Menor preço
66
Parte 2.
Por favor, usando a escala abaixo indique qual a sua opinião em relação às onze afirmações a
seguir:
1. Tenho a impressão de que me sacrifico muito pela minha saúde.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
2. Eu me considero muito consciente em relação à saúde.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
3. Estou preparado(a) para viver muito - Comer o mais saudável possível.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
4. Acho que eu levo muito em consideração a saúde em minha vida.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
5. Acho importante saber como comer de forma saudável.
67
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
6. Minha saúde é tão importante para mim, que estou preparado (a) para sacrificar muitas
coisas por ela.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
7. Tenho a impressão de que as outras pessoas dão mais atenção à saúde delas.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
8. Não me pergunto frequentemente se algo é bom para mim ou não.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
9. Na verdade, não penso com frequência se tudo o que faço é saudável.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
10. Não quero me perguntar a todo o momento se as coisas que como são boas para mim ou
não.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
68
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
11. Eu me concentro em minha saúde com frequência.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo
( ) Discordo ligeiramente
( ) Não Concordo, Nem Discordo
( ) Concordo ligeiramente
( ) Concordo
( ) Concordo totalmente
APÊNDICE 3
TÍTULO DO PROJETO: Produto sem glúten: Pesquisa de mercado, desenvolvimento e avaliação sensorial
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo
contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que está sendo realizada. Caso persistam dúvidas,
favor esclarecê-las antes da assinatura do presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso – CEP/CUA/UFMT.
Av. Valdon Varjão/Snº
Sala ao lado do Instituto de Ciências Humanas e Sociais.
e-mail: [email protected]
71
APÊNDICE 4
1. Observe a amostra e indique na escala abaixo o quanto você GOSTOU ou DESGOSTOU das
seguintes características:
N° AMOSTRA:____________
Escala
9. Gosto extremamente
ATRIBUTO ESCALA
8. Gosto muito
APARÊNCIA
7. Gostei moderadamente
6. Gostei ligeiramente COR
2. Por favor, agora indique qual o grau de certeza que VOCÊ COMPRARIA ou NÃO COMPRARIA a
amostra
Escala
5. certamente compraria
Nº AMOSTRA
4. provavelmente compraria ESCALA
3. tenho dúvidas se compraria ou não compraria
2. provavelmente não compraria
1. certamente não compraria
72
APÊNDICE 5