Novas Tecnologias Aplicadas Ao Trabalho Do Biólogo
Novas Tecnologias Aplicadas Ao Trabalho Do Biólogo
Novas Tecnologias Aplicadas Ao Trabalho Do Biólogo
PROPÓSITO
Compreender as facilitações promovidas pelos avanços tecnológicos em diversas áreas de
atuação do biólogo, o que auxiliará na escolha correta de métodos a serem utilizados para
solucionar questões da sociedade.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Neste tema, você analisará como as novas tecnologias e suas ferramentas impactaram
diversos setores sociais e quanto ainda poderão impactar. Além disso, discutirá problemas
éticos a respeito dessas tecnologias e dos dilemas de sua aplicação, seja na educação, seja na
saúde, seja no meio ambiente.
MÓDULO 1
O QUE É TECNOLOGIA?
A sociedade está em constante desenvolvimento, e muito disso surge a partir do avanço que a
ciência e a tecnologia podem trazer, principalmente com novos métodos e técnicas que são
criados, e não somente por conta das ferramentas tecnológicas que facilitam os processos.
Estamos imersos em novas tecnologias que vão revolucionar
toda uma sociedade.
Naturalmente, costumamos associar estas duas palavras, mas elas representam coisas bem
distintas.
Tecnologia
Ferramentas tecnológicas
Essas entendidas por grande parte da sociedade como tecnologia são, na verdade, produtos
que facilitam o uso do método, da técnica. As ferramentas servem para dinamizar algum tipo de
procedimento, que poderia até ocorrer sem o uso desse instrumento.
O celular ou o computador no qual você está vendo este conteúdo é uma ferramenta, por vezes
chamada de gadget, que facilita um método, que, no caso, é a metodologia de
compartilhamento do conteúdo desta aula.
EXEMPLO
Para compreendermos melhor esse contexto, imagine que você precise colocar um prego em
uma parede. De imediato, você pensa em usar uma ferramenta para auxiliá-lo, um martelo, por
exemplo. Perceba, porém, que, sem esse martelo, a técnica para colocar o prego na parede
ainda pode ser realizada, mas será muito mais difícil. Percebeu a diferença entre técnica
(tecnologia) e seu desenvolvimento (ferramentas tecnológicas)?
Para diversas áreas do conhecimento, você terá técnicas e ferramentas e, como biólogo,
precisa compreender a melhor forma de lidar com essas novas tecnologias e seus gadgets.
A cada momento, você vai se deparar com novos métodos e novas técnicas que estão surgindo
e que poderão facilitar a sua vida no campo da Biologia, independentemente de ser no ensino,
na área de biotecnologia, saúde, ambiente, ou em qualquer outro setor que permita o exercício
da profissão do biólogo ou o ensino de Biologia.
TECNOLOGIAS NA ÁREA DE EDUCAÇÃO
Com o avanço da tecnologia e suas ferramentas, sua utilização e inserção na educação
deveria ser algo muito simples e fácil, mas não é. Dentro do nosso sistema educacional, o que
observamos é que o desenvolvimento de novas metodologias, mais compatíveis com a
dinâmica da sociedade em nosso século, é tímido, e grande parte do processo educativo ainda
não difere dos métodos abordados no século XIX.
Você, por exemplo, está acessando este tema de forma remota, interagindo pelo meio virtual,
e, até pouco tempo, isso não poderia sequer ser pensado na sociedade.
O ambiente virtual, por mais que exista desde os anos 1970, não permitia uma interatividade
tão grande. Mesmo assim, ter aulas virtuais não indica que há alguma modernidade efetiva ou
um método mais dinâmico envolvido nesse processo de ensino-aprendizagem.
Assim, é fundamental, dentro da área de educação, termos um olhar para entender que
tecnologia é método. Por isso, o que deve ser modificado a partir da realidade e o que deve
sempre avançar, com a compreensão dos componentes de uma sociedade, são os métodos, e
não necessariamente as ferramentas, por mais que elas nos ajudem muito nesse processo do
desenvolvimento metodológico.
Hoje, o ensino remoto e as plataformas de aprendizagem são uma realidade possível dentro do
campo educacional, e isso ficará cada vez mais evidente. A sociedade caminha, seja de forma
natural, seja de forma imposta pela situação, para uma época que será considerada a época da
educação híbrida. Assim, só a presença em sala de aula não será suficiente para o
aprendizado, sendo necessário que o aluno desenvolva, cada vez mais, um estudo autônomo,
que dialogue com suas habilidades e competências socioemocionais a partir das plataformas
de aprendizagem.
ATENÇÃO
Algo importante que você precisa identificar é que nem sempre os componentes de uma
sociedade têm acesso ou conseguem conviver com essas tecnologias e com suas ferramentas,
e isso pode acarretar uma separação dentro de populações diversas e desiguais.
Quando falamos de ensino remoto, estamos falando de um processo em que a pessoa, longe
do ambiente da sala de aula, ou o ambiente escolar, consegue ter acesso a algum conteúdo e
materiais disponibilizados pelo professor dentro dos ambientes virtuais de aprendizagem.
No ensino EAD, ou educação a distância, o professor pode fazer atendimento ao aluno em
momentos específicos, em atividades assíncronas, e não necessariamente em um encontro
síncrono.
ATIVIDADES ASSÍNCRONAS
Algo que precisa ser observado é que o ensino remoto tem entrado cada vez mais nos diálogos
educacionais e apresentado grande adaptabilidade às diversas demandas que a realidade nos
impõe.
O ensino remoto é uma realidade que demonstra uma nova dimensão para o ensino. Conheça
as vantagens dessa modalidade:
Essa ruptura com as paredes físicas, fazendo com que o ensino possa invadir qualquer tipo de
espaço, é uma das maiores vantagens da aprendizagem remota. Com esse objetivo, as
plataformas de aprendizagem virtual precisam estar preparadas para atender às demandas
educacionais. Igualmente, o ensino remoto permite que o estudante tenha contato maior com
as novas tecnologias de comunicação e informação, e assim ele também tem acesso às novas
ferramentas tecnológicas que facilitam a aprendizagem.
PROMOÇÃO DA AUTONOMIA DO ALUNO
Ainda como vantagem, o ensino remoto tende a requerer autonomia maior do estudante. Pode
parecer algo que remete a uma desvantagem por contar com a subjetividade daquele que
assiste ao conteúdo, e é claro que, no início, talvez o espectador não consiga ter esse
desenvolvimento autônomo. Com o passar do tempo, no entanto, isso será adquirido e aplicado
pelo estudante em diversas áreas de sua vida, e não somente nos estudos.
É provável que você já tenha feito isso, ou vai observar este conteúdo que está sendo
trabalhado agora somente uma vez? Pois é, provavelmente você vai ler, reler, fazer os
exercícios e dialogar com o texto e com os vídeos. Por isso, é importante que, dentro da
aprendizagem remota, você se sinta livre para aprender de forma autônoma e no seu tempo.
PLATAFORMAS EDUCACIONAIS
Existem diversas plataformas educacionais que são disponibilizadas para os alunos pelas
instituições. Duas delas são as mais famosas e são ligadas a grandes empresas de tecnologia:
uma à Microsoft e outra ao Google:
MICROSOFT TEAMS
A Microsoft trabalha com uma plataforma chamada Microsoft Teams, um ambiente virtual de
aprendizagem corporativo que apresenta uma série de ferramentas interessantes interligadas
em um mesmo software. Além de ter acesso aos vídeos das aulas, materiais postados pelo
professor, às atividades e aos formulários, o aluno ainda pode fazer reuniões e encontros
síncronos com o professor ao longo do tempo. O Teams é uma plataforma desenvolvida em
forma de aplicativo, mas também pode ser acessado pela web por um browser disponível, seja
no seu celular, seja no computador.
GOOGLE CLASSROOM
Essa plataforma foi idealizada inicialmente com o intuito de atender a instituições educacionais.
Essas instituições utilizam essa plataforma para que o professor esteja em contato com seus
alunos, utilizando esse espaço como uma expansão da sala de aula, criando e compartilhando
materiais, aulas, vídeos, entre outros elementos necessários para a aprendizagem desses
estudantes.
O Google Classroom também é integrado a outras ferramentas do Google, mas ele não
comporta todas essas ferramentas dentro de um mesmo ambiente. A integração entre essas
ferramentas é muito simples, promovendo interatividade entre formulários, documentos,
planilhas e vídeos, entre outras possibilidades que o Google fornece.
Existem diversas plataformas além dessas, e você pode interagir com uma delas. Cada
instituição pode criar sua plataforma e hospedar seus materiais para compartilhar com os
estudantes. Aproveite todas as facilidades que essa ferramenta oferece.
Fonte: mirzavisoko/Shutterstock
Interagindo por fórum de mensagens, o que é interessante, pois todos os estudantes poderão
ver o diálogo entre o professor e seu aluno e, a partir disso, tirar dúvidas, associar ideias e
elaborar propostas.
Fonte: PixieMe/Shutterstock
Existem aplicativos, como o kahoot!, que, por meio de perguntas e respostas, faz com que o
professor possa aferir naquele momento se o aluno está aprendendo ou não o conteúdo
ministrado, utilizando metodologias que são formidáveis para aprender. Além disso, outros
aplicativos também conseguem encantar o estudante nesse processo.
KAHOOT!
Precisamos pensar que o momento remoto é muito diferente do momento presencial, de modo
que o professor precisa arranjar meios de modular sua fala e sua proposta de ensino para que
o aluno se sinta atendido.
FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS
O professor também precisa ter ferramentas tecnológicas adequadas para conseguir atender o
ensino remoto: uma câmera, um gadget como celular, tablet ou computador e a desenvoltura
necessária para uma aula remota. Essas ferramentas não precisam ser caras e complexas,
mas necessitam apresentar qualidade mínima para que as aulas aconteçam de forma
adequada.
O flipped classroom, ou sala de aula invertida, é o nome que se dá ao método que inverte a
lógica de organização da sala de aula. Com ela, os alunos aprendem o conteúdo em suas
próprias casas, por meio de videoaulas ou outros recursos interativos, como games ou arquivos
de áudio. A sala de aula é usada para fazer exercícios, atividades em grupo e realização de
projetos. O professor aproveita para tirar dúvidas, aprofundar o tema e estimular discussões.
Fonte: Porvir.
DIFICULDADES NA GESTÃO DO TEMPO
Por mais que o estudante desenvolva autonomia, até mesmo esse desenvolvimento autônomo
precisa de orientação. Ora, ninguém adquire autonomia naturalmente sem algum tipo de
intermediação, e muitos estudantes podem ser acometidos, de uma hora para outra, da
necessidade do ensino remoto. Aquele estudante, no entanto, que naturalmente não tem
autonomia para educação remota pode ficar para trás dentro do processo de ensino-
aprendizagem.
EXCESSO DE DISTRAÇÕES
Distrações também podem ser um problema dentro de um ambiente que não seja a sala de
aula. Você pode ficar distraído, principalmente se tem acesso a outros tipos de mídias ou de
ferramentas. Se, em sala de aula, alguns estudantes se dispersam mesmo com a presença
física do professor, imagine quando esse indivíduo está em casa ou em outro lugar em que não
há supervisão do docente.
FALTA DE INTERAÇÃO
Outra desvantagem, e talvez a mais evidente nesse sentido, é a falta de interação, seja com
colegas, seja com professores. O contato responsivo e imediato que existe em uma aula
presencial não é o mesmo no ensino remoto, e cabe ao professor a criação de estratégias para
estreitar esses laços.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
BIOTECNOLOGIA
Observe o gráfico a seguir, que demonstra a transição demográfica de um país hoje
considerado desenvolvido.
Gráfico de transição demográfica. Esta transição só é possível com o
avanço da tecnologia e saúde.
Perceba que a população tem um crescimento evidente ao longo da História, em uma curva
exponencial, quando é apresentado algum tipo de mudança na sociedade nos padrões
comportamentais, mas principalmente nos padrões de saúde daquela região.
Tal mudança tem uma relação muito próxima com o avanço tecnológico e a formação de novas
ferramentas que auxiliam a manutenção da saúde e a qualidade de vida.
Ao longo dos anos, as novas tecnologias vêm auxiliando cada vez mais a área da saúde. O
desenvolvimento de técnicas e de medicamentos prolongou a vida do ser humano
simplesmente pelo fato de tratar doenças antes mortais e por prevenir alguns males.
Esse avanço foi possível a partir de novas técnicas, mas também de ferramentas tecnológicas
desenvolvidas principalmente pela área da biotecnologia. Cada vez mais, a tendência é que a
biotecnologia auxilie esse processo no aumento da qualidade de vida de uma população.
Note que a biotecnologia progride com os avanços em pesquisas na área da saúde. São áreas
muito próximas e interligadas, que dialogam constantemente, fazendo com que o índice de
desenvolvimento humano de uma população aumente.
Como a biotecnologia se relaciona com o crescimento do número de seres humanos no
mundo? Neste vídeo, o Professor Luiz Rafael aborda as principais revoluções biotecnológicas
na área da saúde e como elas foram cruciais para que, em apenas 200 anos, a população
humana aumentasse de 1,6 bilhões para 7,5 bilhões.
INOVAÇÕES NA ÁREA
É comum pensarmos em inovações quando olhamos para o tempo presente, mas, na verdade
essas inovações existem desde tempos remotos. Se pararmos para analisar, por exemplo, o
advento da vacina, trata-se de uma inovação biotecnológica que simplesmente mudou toda a
configuração mundial e proporcionou o aumento considerável de seres humanos em nosso
planeta.
Hoje, associamos a biotecnologia a uma série de ferramentas complexas que são utilizadas por
diversos setores, seja em economia, seja em saúde, seja em pesquisa. Essa ciência, porém,
vai além da simples criação de ferramentas.
VACINAS RECOMBINANTES
Você já viu a sua carteira de vacinação? Sabe se ela está atualizada e se você tomou todas as
vacinas obrigatórias necessárias? Pode parecer bobagem, mas essas são informações de
extrema relevância para a saúde pública. No caso, a vacina não é só responsabilidade do
indivíduo, mas também coletiva.
VOCÊ SABIA
As vacinas são indiscutivelmente o avanço médico mais importante dos últimos cem anos. A
vacinação erradicou a varíola, a poliomielite e contribuiu para a redução dramática de muitas
outras doenças infecciosas.
Dentre diversas técnicas que têm trazido resultados promissores e até mais eficazes, podemos
citar a atual tecnologia de recombinação.
As vacinas recombinantes também podem ser mais baratas por causa dos métodos de
produção inovadores e, potencialmente, por causa das características de armazenamento
aprimoradas. Muito progresso está sendo feito no desenvolvimento de vacinas recombinantes,
mas ainda existem desafios, como a apresentação correta de antígenos recombinantes ao
sistema imunológico e o prolongamento da vida útil da proteína modificada no corpo.
SAIBA MAIS
Durante a pandemia da Covid-19, algumas vacinas com essa tecnologia foram produzidas e
testadas. Há uma variedade de vacinas recombinantes, sendo as mais promissoras as vacinas
de vetores virais, vacinas de DNA nu e vacinas derivadas de plantas.
SEQUENCIAMENTO DE GENOMAS DE
PATÓGENOS
A varredura do genoma do P. falciparum revelou um gene alvo potencial, que é similar ao gene
alvo da fosmidomicina. Isso deu origem a uma nova classe de medicamentos antimaláricos,
que está atualmente em testes clínicos. Agora, imagine o quanto isso pode mudar a vida de
uma população inteira que sofre em virtude dos constantes casos dessa doença em certas
regiões do Brasil.
A análise dos genomas do patógeno pode revelar quais genes desempenham o papel de
ajudar esses organismos a desenvolver resistência aos medicamentos e apontar aos
pesquisadores a direção de tratamentos que podem superar a ação desses genes.
DIAGNÓSTICO MOLECULAR
A biotecnologia tem auxiliado cada vez mais o combate às doenças infecciosas e parasitárias
que acometem a maior parte dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. As três
principais causas de morte são:
HIV/AIDS
MALÁRIA
TUBERCULOSE
JUNTAS, ESSAS TRÊS DOENÇAS LEVAM PELO
MENOS 5 A 6 MILHÕES DE VIDAS POR ANO.
Indo um passo além da tecnologia atual de PCR, a nanotecnologia fornece a base de um novo
método para detectar doenças infecciosas em nível molecular, sem a necessidade de
amplificação de DNA. Uma nanotécnica usa partículas de ouro complexadas com
oligonucleotídeos de DNA de diagnóstico complementares a sequências derivadas de
patógenos.
COMENTÁRIO
É interessante notar que a ficção científica que líamos em livros, histórias em quadrinhos e
víamos em filmes começa a tornar-se realidade.
COMO FUNCIONA?
A bioinformática organiza essa grande quantidade de dados biológicos em bancos de dados
densos.
Análises sofisticadas (“mineração de dados”) são conduzidas para gerar respostas às questões
de pesquisa, auxiliando áreas como a epidemiologia, por exemplo.
VOCÊ SABIA
Os bancos de dados biológicos são centrais para a bioinformática. Os principais bancos deste
campo foram estabelecidos como recursos públicos disponíveis para todos por meio da
internet. O GenBank, por exemplo, é um enorme banco de dados online de todo o
sequenciamento de genes disponível ao público e pode ser acessado gratuitamente pela
internet.
Como os dados, muitos algoritmos são compartilhados em todo o mundo e estão disponíveis
gratuitamente na internet, com tutoriais básicos. Geralmente, eles podem ser encontrados em
sites de bancos de dados públicos de bioinformática.
O sistema CRISPR-Cas9 deixou a comunidade científica muito efusiva por trazer uma série de
vantagens para pesquisas em genômica, dando esperança para a cura de uma série de
doenças genéticas. Isso porque essa técnica é mais rápida, custa menos e conta com a
precisão e a eficiência que outros métodos de edição genômica não apresentam.
Essa tecnologia baseia-se em um processo de edição gênica que costuma acontecer
naturalmente em muitas bactérias. Essas bactérias aprisionam fragmentos de DNA viral que
tentam invadir e utilizar as estruturas bacterianas. A partir disso, as bactérias usam esses
fragmentos para criar sequências pequenas de DNA, conhecidos como CRISPR.
Tanto na produção de vacinas quanto na coleta de dados ou, então, até mesmo na edição
genômica, trabalhar com material biológico permite que você possa fazer alterações que nem
sempre serão desejáveis dentro da sociedade, e é a partir desse dilema que vamos avaliar a
aplicação da ética em biotecnologia.
Existem grandes e pequenos problemas que envolvem ética, questões de âmbito global,
regional, nacional, comunitário e individual. Podemos pensar em questões éticas levantadas
pela biotecnologia que envolvem o mundo inteiro e questões que envolvem uma única pessoa.
Veja exemplos:
AQUECIMENTO GLOBAL
Um problema mundial como o aquecimento global pode ser auxiliado por aplicações globais de
biotecnologia, por exemplo, para reduzir as emissões de dióxido de carbono, ou aumentar a
biomassa. No entanto, o consumo excessivo e o uso de energia só podem ser resolvidos por
ações individuais, com mudanças de hábitos.
Outra questão ética de proporções globais é a produção de armas biológicas, com manipulação
de organismos vivos a partir da biotecnologia. Uma questão ética regional é o risco
apresentado pela introdução de novos organismos ou de um organismo geneticamente
modificado (OGM) instável no meio ambiente, mas também envolve a responsabilidade
individual para garantir o cuidado e o monitoramento adequados à sua liberação.
Nem precisamos perguntar por que precisamos da ética. Em vez disso, precisamos questionar
quais princípios e fatores são cruciais para orientar a tomada de decisão, especialmente em um
espectro tão diverso de questões.
A ética na área da saúde envolve a tomada de decisões em nível pessoal, diz respeito ao
paciente e ao profissional de saúde, especialmente ao médico. Em um nível mais distante,
podem estar muitos outros que serão indiretamente afetados por questões como o custo de um
tratamento muito caro que retira fundos de outros pacientes. Nesse nível, é necessária uma
formulação de políticas mais elevadas, como risco ambiental ou políticas de proteção à
propriedade intelectual.
Será que uma tecnologia que melhora visivelmente a saúde de um grupo é acessível a todos?
O custo crescente dos cuidados de saúde e o custo dos medicamentos em particular são
dilemas políticos e tendem a continuar assim.
Por mais que, no Brasil, tenhamos um Sistema Único de Saúde de grande relevância, por falta
de investimento público adequado nessa área, grande parcela da população não consegue ter
acessibilidade às novas tecnologias.
Em nossa sociedade, poucos conseguem ter acesso a planos de saúde, mas cada vez mais se
vê uma movimentação excludente de classes não privilegiadas.
Além disso, agora com um olhar para as técnicas abordadas na biotecnologia, é necessário
falarmos sobre testagens e aplicações dos métodos em seres humanos. Abordamos
anteriormente a tecnologia do CRISPR-Cas9, que envolve dilemas éticos que podem, ou não,
configurar entraves para o avanço dessa tecnologia.
A era da edição genômica levanta alguns questionamentos éticos que precisam ser abordados
pelos cientistas e pela sociedade em geral, com um debate amplo, que envolva princípios para
o bem-estar e a qualidade da vida humana.
NÃO CIENTISTAS
AGÊNCIAS REGULADORAS
CIENTISTAS
Será imperativo que os não cientistas entendam os fundamentos dessa tecnologia
suficientemente bem para facilitar o discurso público racional. Até porque, em populações em
que a educação básica não é boa, com índices de desenvolvimento preocupantes, o
entendimento dessa tecnologia tende a ser raso, o que faz surgir inverdades sobre a aplicação.
MÓDULO 3
Para que possamos, como sociedade, analisar esses impactos e gerar soluções sobre eles, é
importante que utilizemos ferramentas de monitoramento.
ESSA UTILIZAÇÃO NÃO DEVE RESTRINGIR-SE
APENAS A SETORES TÉCNICOS, POR DEMANDA, MAS
TAMBÉM DEVE RAMIFICAR-SE ENTRE OS DIVERSOS
SETORES DA SOCIEDADE PARA QUE ESTIMULE A
RESPONSABILIDADE QUE CADA INDIVÍDUO TEM
SOBRE ESSES AMBIENTES NATURAIS.
O que vem facilitando e muito esse processo é o desenvolvimento de tecnologias mais baratas
em substituição a tecnologias mais complexas, caras e inacessíveis, fazendo com que hoje
qualquer pessoa que tenha um celular ou um tablet, por exemplo, possa utilizar ferramentas de
biomonitoramento.
Vamos analisar como essas ferramentas podem nos ajudar a evitar novos danos ao ambiente e
promover a recuperação desses locais.
MONITORAMENTO AMBIENTAL
O monitoramento ambiental surge como uma proposta de avaliação dos impactos da atividade
humana dentro do ambiente, fazendo com que tais impactos alcancem índices sustentáveis
para permitir a recomposição da natureza.
INOVAÇÕES NA ÁREA
Nos últimos anos, o uso de telefones celulares e tablets para comunicação pessoal aumentou
dramaticamente em todo o mundo. A infraestrutura e a tecnologia subjacentes a esses
dispositivos melhoraram a um nível em que agora é possível integrar a tecnologia de sensores
diretamente e usá-los para adquirir novos dados.
Com base nos recursos disponíveis e no número de desafios técnicos que já foram superados,
parece uma progressão natural usar a tecnologia de comunicação móvel para monitoramento
ambiental baseado em campo. Nesse caso, a inovação não se dá por conta de aumento da
complexidade tecnológica, mas, sim, pela facilitação do acesso, chegando a públicos antes não
imaginados para utilização dessa tecnologia.
Todos esses avanços tecnológicos têm relação íntima entre a importância que um governo de
uma nação dá à preservação de seu ambiente e aos fatores econômicos locais. Todo esse
desenvolvimento de tecnologias apresenta diálogo com os principais setores da economia que
regem as mais relevantes fontes de renda de um país.
Por exemplo, aqui no Brasil, onde o agronegócio é um dos setores mais importantes e vitais
para a economia do país, o monitoramento ambiental deveria ter investimentos suficientes em
pesquisa e tecnologia que pudessem fazer uma análise coerente sobre impactos ambientais e
a possibilidade de recuperação de áreas degradadas, para que haja melhor manutenção dos
biomas utilizados por esses setores econômicos.
A acessibilidade a aplicativos e gadgets para monitoramento ambiental vem sendo ampliada.
Hoje, com um simples celular, uma pessoa pode auxiliar a captura de dados para serem
analisados, que demonstrarão a qualidade ambiental de um lugar. Neste vídeo, o Professor
Luiz Rafael aborda os gadgets para monitoramento ambiental.
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
A poluição do ar é um problema relevante que afeta países desenvolvidos e em
desenvolvimento em todo o planeta. Tanto é verdade que a União Europeia introduziu padrões
de poluição do ar, esperando que todos os seus estados-membros os cumpram.
No Brasil, existe um banco de dados que concentra informações das emissões de gases ao
longo de todo o país via bioinformática. Essa plataforma pertence ao IEMA (Instituto de Energia
e Meio Ambiente). Os dados só foram obtidos a partir de diversas novas tecnologias e
ferramentas criadas nos últimos 30 anos, e isso tem sido crucial para a tomada de decisões e
as medidas que visem à recuperação do ambiente.
O ar poluído afeta a saúde do nosso planeta, mas também é a causa de impactos severos à
saúde humana. Como a concentração de poluição do ar é fortemente influenciada pelo vento,
os dados do anemômetro são quase sempre levados em consideração quando se faz o
monitoramento ambiental da qualidade do ar.
Uma tecnologia interessante que começou a ser desenvolvida em 2012 é a de sensores que
transmitem dados sobre a qualidade do ar para smartphones a partir de um App chamado
CitiSense. Esse sensor é capaz de medir as concentrações locais de ozônio, dióxido de
nitrogênio e monóxido de carbono, que são os poluentes mais emitidos pelos veículos de
combustão interna.
Esses dados são transmitidos via Wi-Fi para o smartphone do usuário e são exibidos na tela
por meio do aplicativo. Com isso, mais dados são colhidos, alimentando um complexo sistema
de dados que permite um acompanhamento melhor do monitoramento da qualidade do ar.
Você pode usufruir das águas oceânicas, por exemplo, quando vai a uma praia. Boa parte dos
alimentos que você ingere são provenientes do mar, e esses animais, que servem de
alimentos, podem ter papel de filtradores, ou seja, algum poluente que esteja nesse corpo
aquático pode chegar à sua alimentação, causando algum tipo de dano à sua saúde. O que
garante que as água que chegam à sua casa tenham qualidade? O que garante que o local de
origem dessas águas seja limpo e adequado para distribuição dentro das casas?
GEOPROCESSAMENTO E MONITORAMENTO
AMBIENTAL
O geoprocessamento é um processamento informatizado de dados georreferenciados, que
vem crescendo nos últimos 50 anos, sendo aplicado em diversas áreas de estudo, inclusive na
área ambiental.
Essa tecnologia inovadora possibilitou a integração de dados de diferentes origens que podem
ser processados por meio do GIS (Sistema de Informação Geográfica), tornando-se
informações relevantes para a sociedade. Além disso, o geoprocessamento é uma ferramenta
essencial para os profissionais ambientais aplicarem em projetos específicos, o que exigirá no
futuro mais pesquisas em alternativas de previsões confiáveis.
Ele também pode fazer a análise desse mapa e gerar informações relevantes para um gestor.
Com esse tipo de função, o GIS demonstra informações mais implícitas sobre os dados, como
comportamentos, padrões e situações, ajudando aqueles que o utilizam a tomar decisões mais
inteligentes.
A gestão não envolve somente o gerenciamento, mas também o planejamento que é feito
sobre os impactos e as alterações que podem ser realizadas em um ambiente a partir de
alguma instituição ou empresa.
ATENÇÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos como as ferramentas tecnológicas, quando bem aplicadas, podem promover o
avanço de toda uma sociedade. Dentro deste ponto, analisamos as plataformas virtuais que
aproximam docentes e discentes em uma perspectiva de aprendizagem remota.
Além disso, compreendemos como a biotecnologia foi importante para avanços na saúde
pública e o tanto que estes avanços influenciaram no crescimento populacional de países em
desenvolvimento. Vimos, ainda, que questões éticas precisam ser discutidas intensamente
para ficar claro quais os limites da aplicação biotecnológica.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALVES, I. J. B. R.; FREITAS, L. S. Análise comparativa das ferramentas de gestão
ambiental: produção mais limpa x ecodesign. In: LIRA, W. S.; CÂNDIDO, G. A. (orgs.). Gestão
sustentável dos recursos naturais: uma abordagem participativa [on-line]. Campina Grande:
EDUEPB, 2013, p. 193- 212. ISBN 9788578792824.
EXPLORE+
Na revista Pesquisa Fapesp, no artigo Controle de paisagem, você pode observar como
softwares ajudam a monitorar a saúde das árvores da cidade.
A Professora Rosivar Marra Leite Sanches transcreveu sua experiência no ensino remoto
no momento da pandemia da Covid-19 no mundo e como isso alterou drasticamente o
modelo de ensino-aprendizagem. Leia o livro Ensino remoto em tempo de pandemia –
uma proposta pedagógica para o ensino médio.
Você pode se aprofundar e explorar mais o assunto que relaciona ética e biotecnologia
lendo o artigo (Bio)Ética e (Bio)Tecnologia, de Márcio Rojas da Cruz e Gabriele Cornelli.
CONTEUDISTA
Luiz Rafael Silva da Silva
CURRÍCULO LATTES