IM306 Unid I Texto 2
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INSTITUTO MULTIDISCIPLINTAR
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E TURISMO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Texto 2: Introdução aos Mercados Financeiros
1- Mercados Financeiros
Os mercados financeiros desempenham a função econômica essencial de canalizar fundos de
pessoas que pouparam fundos em excesso por gastarem menos que sua receita, para pessoas que têm
escassez de fundos porque desejam gastar mais do que sua receita. Esta função é mostrada
esquematicamente na figura 1.
FINANCIAMENTO INDIRETO
Intermediários
FUNDOS Financeiros FUNDOS
FUNDOS
FINANCIAMENTO DIRETO
permitindo que as várias operações financeiras interagem por meio de um amplo sistema de comunicações.
Apresentam, ainda, uma referencia comum para as diversas negociações financeiras, a taxa de juros,
entendida como a moeda de troca desses mercados. Os segmentos do mercado financeiro e suas divisões
podem ser visto na figura 2.
SEGMENTOS CARACTERÍSTICAS
PRAZOS FIM
poderão captar externamente através de emissão ações e de títulos de dívida, o que reduzirá a dependência
dos financiamentos de curto prazo, de financiamento bancários caros ou mesmo da geração interna de
recursos (os quais nem sempre são suficiente para atingir os níveis de expansão desejados).
Os principais títulos negociados no mercado de capitais são os títulos de dividas (debêntures) e as
ações.
2.4- Mercado de Câmbio
É aquele que envolve a negociação de moedas estrangeiras e as pessoas interessadas em movimentar
essas moedas. No Brasil, as operações de câmbio não podem ser praticadas livremente e devem ser
conduzidas através de um estabelecimento bancário autorizado a operar com câmbio. Os elementos que
participam do mercado de câmbio se dividem nos que produzem divisas e nos que recebem divisas. O que
produzem são: os exportadores; os devedores de empréstimos e investimentos; os turistas estrangeiros; os
que recebem transferências do exterior. Os que recebem são: os importadores; os devedores de
empréstimos que remetem ao exterior o principal e os juros; os tomadores de investimentos que remetem ao
exterior os rendimentos do capital investido (lucros/dividendos); os que fazem transferências para o
exterior.
O Mercado de Câmbio no Brasil está oficialmente dividido em:
Mercado de Câmbio de Taxas Livres (Dólar Comercial) – destinado às operações de câmbio em geral,
enquadrando neste segmento as operações comerciais de exportação/importação e as operações
financeiras de empréstimos e investimentos externos bem como o retorno ao exterior de remunerações
destas operações.
Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes (Dólar Flutuante) – enquadrar neste segmento as operações de
compra e venda de câmbio a clientes e outras operações entre instituições financeiras.
3 Sistema Financeiro Nacional
Uma conceituação bastante abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de
instituições que se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a
manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. O mercado financeiro - onde se
processam essas transações - permite que um agente econômico qualquer (um indivíduo ou empresa), sem
perspectivas de aplicação, em algum empreendimento próprio, da poupança que é capaz de gerar, seja
colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilidades
de poupança. A estrutura do sistema financeiro pode ser dividido em dois tipos de instituições: as
instituições normativas e as instituições operativas. As instituições normativas estabelecem as normas e/ou
zelam pelas normas e as instituições operativas operam a intermediação financeira.
3.1- Autoridades monetárias ou instituições normativas
Conselho Monetário Nacional (CMN) - órgão normativo responsável pela fixação das diretrizes da política
monetária creditícia e cambial do País. As principais atribuições do CMN são as seguintes: autorizar a
emissão de moeda; fixar diretrizes e normas da política cambial; disciplinar o crédito; determinar taxas de
compulsório; regulamentar operações de redesconto; estabelecer normas para as transações com títulos
públicos; regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que
operam no país.
Banco Central do Brasil (BC ou Bacen) – atua como órgão executivo central do sistema financeiro,
cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do
sistema e as normas expedidas pelo CMN. São de sua competência as seguintes atribuições: emissão de
moeda nas condições e limites autorizados pelo CMN; receber recolhimentos compulsórios; realizar
operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras com problemas de liquidez; regular a
execução dos serviços de compensação; emitir títulos do BC; exercer controle do crédito; exercer
fiscalização sob as instituições financeiras; autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica
operacional, de todas as instituições financeiras; controlar o fluxo de capital estrangeiro
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – É o órgão normativo do sistema financeiro especificamente
voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não
emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional, basicamente o mercado de ações e debêntures. O
fortalecimento do Mercado de Ações é o objetivo final da CVM. Seus objetivos fundamentais são:
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Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário; assegurar o funcionamento eficiente e regular das
bolsas de valores e instituições auxiliares que operem neste mercado; proteger os titulares de valores
mobiliários contra emissões irregulares e outros tipos de atos ilegais que manipulem preços de valores
mobiliários nos mercados primários e secundários de ações; fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e
a negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) – É o órgão normativo do sistema financeiro
especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de seguros
privados.
Secretaria de Previdência Complementar (SPC) – É o órgão normativo do sistema financeiro
especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de previdência
complementar (aposentadoria), como os fundos de pensão.
Mais recentemente foi incluída a carteira de leasing. Ele deve possuir pelo menos duas das carteiras
mencionadas, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento.
Bibliografia
Princípios de Administração Financeira – Essentials of Corporate Finance, de Stephen A. Ross. São
Paulo: Atlas, 1998.
Princípios de Administração Financeira. Laurence GITMAN. São Paulo: Habra, 1997.
Mercado Financeiro, de Alexandre Assaf Neto. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
Administração Financeira – Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras, de Lemes Junior,
Miessa Rigo e Szabo Cherobim. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
Mercado de Capitais, de Cavalcante Filho e Misumi, CNBV. Rio de janeiro: Campus, 2002. 373 p.
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QUESTÕES DE FIXAÇÃO 2
1) Conceitue mercado financeiro e comente sobre seus vários agentes. Como eles interagem? Dê exemplos.
Classifique o mercado financeiro. Cite exemplos de produtos de investimento e de financiamento.
2) Como o mercado entende uma redução na taxa de juros básica da economia?
3) Qual a importância do controle das taxas de câmbio para a economia?
4) Qual a diferença entre o mercado monetário e o mercado de capitais?
5) O que se entende por taxas de juros? O que deve ser remunerado por uma taxa de juros?
6) Dentre as instituições financeiras que operam com financiamento a longo prazo no país, temos dois
segmentos distintos : a) bancos b) operadores do mercado de capitais. Em sua opinião qual o papel do
Sistema Financeiro Nacional no desenvolvimento da vantagem competitiva de nossas empresas no mercado
internacional? Como você entende o papel do Banco do Brasil, do BNDES e da Caixa Econômica Federal
como bancos especiais do sistema, pois operam tanto no sistema normativo, como no mercado financeiro,
captando e concedendo empréstimos?
7) Conceitue mercado de capitais, mercado de ações e companhia aberta.
8) Quais são e o que são valores mobiliários mais usuais no mercado de capitais?
9) O que são as bolsas de valores e as sociedades corretoras?
12) Quais são os fatores determinantes no custo de capital das fontes de financiamento? Em sua opinião,
qual deles é o mais relevante? Por quê?
13) Por que a captação de recursos financeiros de longo prazo é tão crítica no Brasil? Quais são os fatores
que mais contribuem para as altas taxas de juros cobradas no país? Como o BNDES é uma exceção dentre
os bancos nos empréstimos de longo prazo? Como a globalização deixa as empresas brasileiras mais
vulneráveis ainda com a desvantagem competitiva advinda das altas taxas de juros praticadas no país?
Como você entende a ida das maiores empresas brasileiras captar recursos na Bolsa de Nova York?
16) Porque o BNDES é considerado o principal instrumento de execução da política de investimento do
Governo Federal? Por que o BNDES é considerado a maior fonte de financiamento de longo prazo do
Brasil e uma das maiores do mundo? Qual sua opinião sua opinião sobre os objetivos do BNDES? Estão
sendo atingidos? É isto que os empresários devem esperar dele? E a sociedade? Você é favorável a que o
BNDES financie multinacionais nos processos de privatização? Justifique sua opinião.
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Extraído do livro Administração Financeira – Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras, de Lemes Junior, Miessa Rigo e
Szabo Cherobim. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
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O fator mais relevante é as decisões operacionais e financeiras das empresas, pois através delas é que o
administrador financeiro pode atuar obtendo retornos quanto a credibilidade junto ao mercado financeiro e
de capitais. Através dessas decisões o administrador conduz os rumos da empresa, pois qualquer decisão
errada, ou até mesmo precipitada, poderia onerar a empresa perante o mercado tornando cada vez mais
difícil a alavancagem de qualquer projeto, ou até mesmo refinanciamentos.
13) Porque a taxa de juros, que é o principal custo de captação, é muito alta no Brasil. O aluno pode
destacar também o aspecto da restrita capacidade da análise de fontes de financiamento de longo prazo por
parte das empresas brasileiras. Os fatores que contribuem para que a taxa de juros no Brasil seja alta são: os
altos níveis de inflação, as políticas fiscais instáveis e pouco responsáveis, a taxa de câmbio real instável, a
excessiva abertura econômica sem salvaguardas apropriadas, o baixo nível de poupança interna, as baixas
taxas de crescimento e um sistema financeiro insuficientemente regulado. Outros fatores relevantes são os
altos percentuais de depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo dos bancos, e a
contribuição provisória sobre movimentação financeira (CPMF). O BNDES consegue ser uma exceção
entre os bancos que oferecem financiamento de longo prazo pelo seu objetivo, que é operacionalizar as
políticas públicas de apoio ao desenvolvimento empresarial e pelas suas fontes de recursos, que é
basicamente o Estado, o retorno de suas aplicações e os disponíveis no exterior.
A globalização deixa as empresas brasileiras em desvantagem competitiva por trazer empresas
multinacionais com custos financeiros num patamar que as empresas brasileiras não conseguem chegar,
com acesso facilitado aos mercados financeiros internacionais e com domínio da complexidade das
operações de financiamento de longo prazo.
As empresas brasileiras que conseguem negociar na Bolsa de Nova York são favorecidas, pois os bancos
nacionais, que poderiam oferecer financiamento, têm dificuldades na captação de recursos a custos e prazos
adequados às necessidades do mercado.
16) Porque o seu primeiro objetivo é apoiar programas, projetos, obras e serviços que se relacionem com o
desenvolvimento econômico e social do país, isto é, o principal não é o lucro financeiro, ao contrário de outras
instituições. Porque tem vários intermediários financeiros, porque é essencialmente um banco de fomento e porque
tem uma taxa de juros bem favorável à captação de recursos. Os objetivos do BNDES são fundamentais para que as
empresas brasileiras tenham profissionalização e competitividade e para amenizar as conseqüências da abertura
econômica e da globalização. Os objetivos do BNDES são atingidos à medida que as empresas e os empreendedores
brasileiros buscam esta fonte de financiamento e, assim, colaboram com o desenvolvimento do país.
Acho que o BNDES não deveria financiar multinacionais e sim procurar empresas brasileiras que, através do
financiamento, atenderiam as áreas estratégicas que as multinacionais querem atuar e para que o patrimônio, ao
deixar de ser estatal, não deixasse de ser brasileiro.
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Bancos de Desenvolvimento
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento
Demais
Banco Central do Brasil Instituições Sociedades de Crédito Imobiliário
Financeiras
Companhias Hipotecárias
Associações de Poupança e Empréstimo
Agências de Fomento
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Comissão
de Valores Mobiliários Bolsas de Mercadorias e de Futuros
CMN
Bolsas de Valores
Conselho
Monetário Sociedades Corretoras de Títulos e Valores
Nacional Mobiliários
Outros intermediários Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
ou Auxiliares Mobiliários
Financeiros
Superintendência Sociedades de Arrendamento Mercantil
de Seguros Privados
Sociedades Corretoras de Câmbio
Representações de Instituições Financeiras Estrangeiras