Mercados Financeiros

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1.

Introdução

O presente trabalho versa sobre o mercado financeiro em Moçambique. Na verdade, passou


por grandes transformações ao longo da história do país. Factores como o abandono da
economia socialista para a economia de mercados, em 1987, e as crises bancários no período
de 2000 – 2001, trouxeram a necessidade de uma adaptação rápida de modo a evitar o colapso
do sistema financeiro. Então, o funcionamento das economias modernas requer sempre
maiores investimentos e por isso as empresas precisam maiores necessidades de capitais que
as poupanças das famílias fornecem através dos mercados financeiros. Nos anos recentes, a
importância do sistema financeiro para o desenvolvimento económico e social vem ganhando
espaço no sentido de que a ampliação do acesso aos mesmos gera impactos positivos. Além
disso, os provedores dos serviços financeiros podem enfrentar constrangimentos para
identificar onde encontrar as oportunidades de investimento que visem a obtenção de mais-
valias sem custos acrescidos na sua actividade diária.

1.2. Objetivos

1.2.1.Objectivo Geral

Refletir em torno dos Mercados Financeiros em Moçambique

1.2.2. Objetivos Específicos

Descrever os mercados financeiros;

Identificar os tipos de mercados final.

1.3 Problema e Justificativa

1.3.1. Problema

Em uma economia de mercado os agentes econômicos tomam decisões de investimento de


acordo com suas expectativas de risco e retorno. No entanto, no mercado financeiro há
imperfeições que dificultam a decisão de investimento e que fazem com que os recursos
superavitários não se direcionem na quantidade e no preço ótimo aos agentes econômicos que
demandam empréstimos. Essas imperfeições dificultam a percepção adequada do risco e do
retorno do investimento. Elas podem gerar avaliações equivocadas, produzindo distorções na
oferta e na determinação do preço e do crédito. Em casos extremos, elas criam ambientes de
excessivo otimismo ou pessimismo, com sérias repercussões sobre a atividade econômica.

1.3.2 justificativa

As pessoas com excedentes financeiros, conhecidas como unidades superavitárias, entregam o


seu dinheiro para outra pessoa.

Embora não pareça intuitivo, muitos de nós emprestamos dinheiro em algum momento, seja
por meio de depósitos bancários, contribuições a um plano de previdência, pagamento de
seguro viagem ou investimentos em algum título.

Do outro lado, temos as pessoas que necessitam de capital.

Conhecidas pelo termo unidades deficitárias, são aquelas que tomam empréstimos junto aos
bancos, adquirem bens financiados, buscam fundos para iniciar um empreendimento ou
levantam recursos para capital de giro.

Por intermédio das definições dessas duas unidades, podemos perceber a ação de pessoas
físicas, empresas e governos, os quais, apesar de utilizarem instrumentos diferentes, operam
fundamentalmente da mesma forma.
2. Revisão da Literatura

2.1. Conceitos

Erros Roberto Grau (2006) entende que mercados são instituições jurídicas deixando de
significar exclusivamente o lugar onde são praticados relações de troca passando também a
expressar um projeto político, como princípio de organização social.

Mercado Financeiro é um mecanismo que permite a compra e venda (comércio) de valores


mobiliários (por exemplo ações e obrigações), mercadorias (como pedras preciosas ou produtos
agrícolas) e outros bens fungíveis .

Mercado de Capitais é usualmente empregado como denominação para os diferentes


segmentos do mercado de investimento de capitais. KUMPEL (2007).

Mercado de câmbio são negociados activos financeiros (não todos da mesma moeda) com
vencimento determinado, cujos papéis em uma determinada moeda podem ser negociados
contra papéis em outra moeda.

Mercado Monetário origina-se do relacionamento financeiro entre poupadores e tomadores de


capital de curto prazo (com vencimento até um ano).

Capital refere se a um activo gerador de rendimentos, conhecidos como capitais financeiros.


KUMPE (2007).

2.2. Mercados Financeiros


Definimos que o Mercado Financeiro é um mecanismo que permite a compra e venda
(comércio) de valores mobiliários (por exemplo ações e obrigações), mercadorias (como pedras
preciosas ou produtos agrícolas) e outros bens fungíveis .
É o mercado onde os recursos excedentes da economia (poupança) são direccionado para o
financiamento de empresas e de novos projectos.
No mercado financeiro tradicional, o dinheiro depositado em bancos por poupadores é
utilizado pelas instituições financeiras para financiar alguns sectores da economia que precisam
de recursos. Por essa intermediação, os bancos cobram do tomador do empréstimo (no caso as
empresas) uma taxa - spread -, a título de remuneração, para cobrir seus custos operacionais e
o risco da operação.
Quanto maior for o risco de o banco não receber de volta o dinheiro, maior será a spread.
Sabendo que as pessoas e organizações que necessitam de dinheiro emprestado (com recursos
deficitários) entram em contacto com as que têm recursos superavitários nos mercados
financeiros e que eles diferem entre si.

2.3. Mercado Financeiro Moçambicano


Segundo dados do Banco de Moçambique indicam a existência dos seguintes mercados:

1. Mercado Monetário Interbancário

 Permutas de liquidez;

 MAIBOR – Maputo Inter-Bank Offered Rate - Taxa de juro média do Mercado Monetário

Interbancário na praça de Maputo, calculada na base das cotações “Offer” das instituições

subscritoras do Acordo de Adesão à utilização da MAIBOR para os prazos que variam entre
1 dia a 365 dias;
 Cedência de liquidez;
 Taxas de juros média mensais
 Facilidades Permanentes ( de cedência – FPC e de depósito – FPD)

 Títulos de Autoridade Monetária - títulos de depósito utilizados pelo Banco de Moçambique


com o objectivo de intervenção no mercado monetário
 Bilhetes de Tesouro

2. Mercado Cambial Interbancário


 Taxas diárias, mensais, trimestrais, semestrais e anuais;
 Taxas de câmbio do mercado internacional;

3. Mercado de Valores Mobiliários


 Mercado de Obrigações;
 Mercado de Acções;

2.3.1. Mercado de capitais (MC)

A expressão “Mercado de Capitais” é usualmente empregada como denominação para os


diferentes segmentos do mercado de investimento de capitais. “Capital” aqui se refere a um
ativo gerador de rendimento, podendo existir na forma de dinheiro ou valores mobiliários,
conhecidos como capitais financeiros.(KUMPEL 2007.P.43)

No Mercado de Capitais são realizadas usualmente operações de médio e longo prazo, sendo
que os principais títulos negociados são as ações (representam parte do capital das empresas),
as debêntures e os bônus de subscrição, dentre outros.

É nele onde empresas que precisam de recursos conseguem financiamento, por meio da
emissão de títulos, vendidos directamente aos poupadores/investidores, sem intermediação
bancária. Dessa forma, os investidores acabam emprestando o dinheiro de sua poupança às
empresas, também sem a intermediação bancária.

É um mercado de risco, onde o investidor, por exemplo, aposta no crescimento e no lucro da


empresa da qual é acionista visando, com isso, a valorização de suas ações, obtendo, assim,
rendimentos.
A combinação de operações de crédito com a emissão de ações resulta na estrutura de capital
de uma empresa. Uma eficiente administração procura viabilizar volumes de capitais de
terceiros (empréstimos) e próprio (participação) de maneira que, reduzindo o custo do
primeiro, viabilize os projetos de investimentos da empresa, os quais, com os resultados
gerados, permitem otimizar o retorno do capital próprio.
O crescimento e desenvolvimento do Mercado de Capitais estão diretamente ligados ao
processo de desenvolvimento econômico de um país, ao mesmo tempo em que contribui,
fundamentalmente, para esse desenvolvimento através, por exemplo, da geração de novos
empregos e renda. Através deste mercado, as empresas obtêm recursos financeiros para
financiar seus projetos de desenvolvimento.
O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de desenvolvimento
econômico. É o grande municiador de recursos permanentes para a economia, em virtude da
ligação que efetua entre os que têm capacidade de poupança, ou seja, os investidores, e
aqueles carentes de recursos de longo prazo, ou seja, que apresentam déficit de
investimento.ASSAF NETO ( 2001.p.11)

O repasse dos recursos de poupadores/investidores às empresas pode ser feito de duas formas:
 Dívida/ Obrigações: Os investidores compram títulos emitidos pelas empresas que precisam
de dinheiro. Esses títulos dão aos investidores o direito de receber a quantia emprestada, mais
juros previamente determinados. Os títulos são chamados de títulos de dívida e esse mercado é
conhecido como Mercado de renda fixa.

 Acções: Os investidores compram títullos emitidos por empresas no entanto os mesmos não
garantem remuneração fixa aos investidores. A remuneração dos títulos são os dividendos -
parte do lucro que uma empresa de capital aberto distribui entre seus accionistas. Os
investidores tornam-se sócios da empresa. Esses títulos são chamados acções e o mercado é
conhecido como Mercado de renda variável

2.3.1.1. Importância do Mercado de Capitais


O mercado de capitais é fundamental para o crescimento de um país, pois sem ele muitos
projectos não conseguiriam sair do papel por falta de capital e financiamento.
Muitas empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam desenvolver-se.
Poucas sobreviveriam num ambiente sem a injecção de capital de investidores.
No mercado de capitais a captação de recursos por empresas é mais barata, pois não há
necessidade do pagamento da spread aos bancos.

Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do título a qualquer momento, o que
não seria possível num empréstimo tradicional. Ou seja, se o investidor mudar de opinião
quanto ao risco de investir em determinada empresa, pode vender os títulos no mercado. Essa
liquidez (facilidade de compra e de venda) reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de
capitais faz com que o repasse de recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante
para ambas as partes.
2.3.1.2. Mercado de renda variável (Acções)
Acções são menores parcelas do capital de uma empresa, títulos que não garantem
remuneração predeterminada aos investidores. Como parte do capital de uma empresa, têm
sua remuneração determinada pela capacidade da empresa em gerar lucro.

Os detentores de acções são sócios da empresa e, como tal, correm o risco de sucesso ou
fracasso das estratégias adoptadas pela mesma. Se o investidor mudar de opinião quanto à
capacidade da empresa em conseguir lucro no mercado, pode comprar ou vender os papéis.
Essa negociação é feita na Bolsa de Valores, um mercado livre e aberto. O funcionamento desse
mercado é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários, cujo objectivo é garantir
transparência nos negócios realizados em bolsa e das informações fornecidas pelas empresas.

2.3.1.3. Bolsa de valores

A Bolsa de Valores faz com que as necessidades de financiamento do Estado e das Empresas
sejam satisfeitas pelos Investidores, através da captação das suas poupanças na compra de
produtos do mercado de capitais (acções, obrigações e outros títulos).
Com vista ao cumprimento de um dos objectivos da sua política económica, o desenvolvimento
do Mercado de Capitais, o Governo criou a Bolsa de Valores de Moçambique em 1998, tendo
arrancado no ano seguinte, com o objectivo de:
✓ Diversificar as alternativas de financiamento;
✓ Promover a captação da poupança;
✓ Direccionar a conversão da poupança em investimento produtivo.
2.3.1.4.TIPOS DE ACÇÃO
 Acção ordinária
Em conjunto, são unidades de que se constitui a propriedade ou o património de uma
sociedade anónima. Os que possuem essas acções esperam obter retorno na forma de
dividendos (distribuição periódica de lucros) ou mediante ganhos que decorrem da valorização
da acção.
Essas acções conferem a seu detentor, chamado de accionista, o direito de voto nas
assembléias da empresa, onde são definidas as estratégias de negócios, escolhidos os
conselheiros e os directores da empresa. Os dividendos (parte do lucro que a empresa distribui
entre seus accionistas) podem não ser prioritários para esse tipo de acção.

 Acção preferencial

É uma forma especial de propriedade, com direito a dividendos periódicos fixos, pagos antes
que se realize qualquer destinação de dividendos aos que possuem acções ordinárias.
Por um lado, apesar do accionista não participar das decisões estratégicas da empresa, tem
prioridade no recebimento de dividendos, por outro, em situações em que a empresa entra em
processo de falência ou de dissolução, esse accionista tem prioridade no recebimento dos
recursos oriundos da venda dos activos da empresa. As acções preferenciais são as mais
procuradas por investidores, apresentando maior liquidez (facilidade de compra e de venda no
mercado). Por isso, é comum as acções preferenciais terem preço superior ao das ordinárias.
O preço das acções está directamente relacionado à procura e à oferta. Quando as perspectivas
de crescimento dos lucros de uma empresa aumentam, ampliando suas chances de valorização
no mercado, a procura pelas acções da empresa também cresce e, consequentemente, seu
preço.
2.3.2. Mercado Cambial
No mercado de câmbio são negociados activos financeiros (não todos da mesma moeda) com
vencimento determinado, cujos papéis em uma determinada moeda podem ser negociados
contra papéis em outra moeda. Esse mercado existe porque as nações querem manter seu
direito soberano de ter e controlar suas moedas próprias.
Temos como tipos de mercado cambial: o mercado à vista, a termo/futuro e de opções.

2.3.2.1. Mercado cambial em Moçambique


O mercado de câmbio negocia moedas estrangeiras convertíveis. Existem duas formas de se
negociar tais moedas: a primeira- negociação directa com o Exterior e a segunda -internamente
em Moçambique.
A primeira é formalmente restrita a bancos comerciais e de investimento, licenciados pelo
Banco Moçambique, ao abrigo do Regulamento da Lei Cambial aprovado pelo Decreto nº
83/2010 de 31 de Dezembro – art. 13, nº 3.
No mercado interno, o exercício do comércio de câmbios pelas casas de câmbios circunscreve-
se a pessoas singulares para valores .
O comércio parcial de câmbios pode ser exercido pelas agencias de viagens ou turismo, hotéis e
estabelecimentos similares, outras entidades ou instituições definidos pela Lei cambial nº
11/2009 de 11 de Março.

2.3.2.2. Taxas de câmbio

Taxa de câmbio - é o preço de uma unidade monetária de uma moeda em unidades monetárias
de outra moeda.

A taxa de câmbio pode ser definida em termos directos (ao incerto) ou em termos indirectos
(ao certo). Está definida em termos directos quando exprime o preço de uma unidade
monetária estrangeira em unidades monetárias de moeda nacional (exemplo: a taxa de câmbio
ZAR/MZN está definida de forma directa para os habitantes de Moçambique; ou está definida
de forma indirecta para os habitantes da África do Sul).
A taxa de câmbio está definida de forma indirecta quando exprime o preço de uma unidade
monetária de moeda nacional em unidades monetárias de moeda estrangeira (exemplo: taxa
de câmbio MT/ZAR está definida em termos indirectos para os habitantes de Moz, pois exprime
o preço de 1 unidade monetária nacional, o Metical, em unidades monetárias de moeda
estrangeira, o Rand).

A taxa de câmbio reflecte, assim, o custo de uma moeda em relação a outra, dividindo-se em
taxa de venda e taxa de compra. Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro
agente autorizado a operar pelo Banco Central), a taxa de venda é o preço que o banco cobra
para vender a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra
reflecte o preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um
exportador, por exemplo).

Moçambique adoptou o regime de taxas de câmbio livres. A compra e venda de moeda externa
pode ser implementada pelas entidades licenciadas para o exercício de comércio de câmbios,
nomeadamente, os bancos comerciais, casas de câmbios e unidades hoteleiras (exercício
parcial de câmbios). As entidades cambiais são independentes na determinação das taxas de
câmbio para as operações que realizam com os clientes.
O Banco de Moçambique (BM) difunde diariamente as taxas de câmbio médias do mercado
cambial, que se apresentam apenas como referência, e a taxa de câmbio do BM.
A taxa de câmbio do mercado cambial é a média geométrica das operações de compra e venda
no mercado cambial, calculadas pelo Banco de Moçambique – Departamento de Estrangeiro,
com base nas transacções do mercado cambial do dia anterior. São difundidas taxas diárias do
metical de Moçambique, ao dólarnorte americano e ao rand da África do Sul (as moedas
estrangeiras mais representativas no mercado cambial).
Na determinação da taxa de referência toma-se em consideração as operações ocorridas nos
mercados cambiais das Províncias de Maputo, Sofala, Zambézia e Nampula. O período de
referência para o cálculo da taxa de câmbio do dia vai das 12h de um dia até as 12h do dia
seguinte.
A taxa de câmbio do Banco de Moçambique (taxa de câmbio oficial ) toma em consideração a
taxa de câmbio de compra vigente no mercado e é igual ao rácio entre a soma das taxas de
câmbio praticadas ponderadas pelos respectivos volumes transaccionados e o total dos
montantes transaccionados. Esta taxa de câmbio é usada para propósitos de operações do
próprio Banco de Moçambique, de contabilidade e nas operações com o tesouro.
Para o apuramento da taxa de câmbio oficial, o Banco de Moçambique – Departamento de
Estrangeiro obtém os reportes estatísticos cambiais de compra e venda que os bancos
comerciais e as casas de câmbio produzem.
Periodicidade: Diária
Prazo de Difusão: Para os bancos comerciais as taxas de câmbio são difundidas no fim do dia
(17h). O público tem acesso às taxas de câmbio através dos meios de comunicação social
(jornal) no dia imediatamente seguinte. Mensalmente, as taxas de câmbio são divulgadas
através da internet no website do Banco de Moçambique e trimestralmente no Boletim
Estatístico.

2.3.3. Mercado Monetário


Este mercado, origina-se do relacionamento financeiro entre poupadores e tomadores de
capital de curto prazo (com vencimento até um ano).

É no mercado monetário que as empresas aplicam os seus excedentes e os particulares fazem


aplicações de poupanças por prazos curtos.
É também a este mercado que as empresas recorrem para obterem financiamentos de
exploração, os particulares para financiarem despesas de consumo, o Estado para cobrir déficits
temporários de tesouraria.
A função do mercado monetário consiste em possibilitar transferências de fundos de agentes
temporariamente excedentários, pou um lado, e deficitários, por outro, de forma a optimizar a
utilização da moeda disponível em cada momento.
A negociação nos mercados monetários envolve Bilhetes de Tesouro, Papel Comercial,
certificados de depósito dos fundos do banco central, hipotecas de curto prazo.

2.3.3.1. Bilhetes de Tesouro

São títulos de dívida pública de curto prazo que têm como objectivo financiar os déficits de
tesouraria do Estado, permitindo um aperfeiçoamento da gestão da dívida pública.

Estes, são emitidos pelo organismo do Estado que tem a seu cargo a gestão da dívida pública e
são colocados no sistema bancário através do Banco Central.

colocação dos BT´s realiza-se no mercado interbancário de títulos em sistema de leilão


competitivo entre as instituições que têm acesso ao mercado primário deste produto.
No momento da emissão fica definido o valor a ser pago no início e no fim da maturtidade do
título.
São emitidos a desconto (desconto por dentro) por prazos variáveis: 3, 6 e 12 meses (os prazos
mais comuns).
2.3.3.2. Papel comercial

O Papel Comercial é um título de crédito de curto prazo. Um instrumento de financiamento que


representa um meio de captação de recursos financeiros junto do mercado, ou seja, permite a
desintermediação do sistema bancário, possibilitando custos mais baixos para o emitente e
melhores rendimentos para os investidores.

principais investidores deste produto são as seguradoras, os fundos de investimento e de


pensões, particulares e empresas com tesourarias excedentárias.

2.3.3.3. Certificados de depósito


São títulos nominativos representativos de depósitos em moeda, constituídos junto das
entidades que os emitem. A taxa de juro é livremente acordada entre o Banco e o cliente e a
definição do prazo é também livre (normalmente emitidos a prazos inferiores a 1 ano).

2.3.3.4. O custo do dinheiro: taxa de juros


O custo de capital é a taxa de juros que as empresas usam para calcular o valor do dinheiro no
tempo. Equivale ao retorno que a empresa tem que obter em seu investimento para satisfazer
as exigências de retorno de seus investidores.

2.3.3.5. Taxa de Juros

É o preço pago para tomar capitais de empréstimo, enquanto, no caso do capital social, os
investidores esperam receber dividendos e ganhos de capital.

Os quatro factores mais fundamentais que afectam o custo do dinheiro são:

 Oportunidades de produção – são os retornos disponíveis em uma economia a partir dos


investimentos em activos produtivos (geradores de caixa);

 Preferências pelo consumo – podem preferir por consumo imediato ou poupança para
consumo futuro;

 Risco – é a possibilidade de um empréstimo não ser pago conforme prometido;

 Inflação – é a tendência dos preços aumentarem com o passar do tempo;

A taxa de juros paga aos poupadores depende, basicamente:

1. Da taxa de retorno que os produtores esperam ganhar sobre o capital investido;


2. Das preferências dos poupadores pelo consumo imediato;
3. Do factor risco do empréstimo;
4. Da taxa de inflação futura esperada.
O Governo de Moçambique reconhece a importância dos mercados financeiros e de dívida
pública para a estabilidade monetária e intermediação financeira, continuando por isso
empenhado no seu aprofundamento e flexibilização. O Governo reconhece ainda o impacto
negativo que as elevadas e voláteis taxas de juros, associadas com fraquezas na política
monetária, tiveram na estabilidade monetária e no desenvolvimento do sector financeiro desde
a década de 1990.
Assim, para o desenvolvimento da política monetária, o Governo apoiar-se-á nos progressos
alcançados com:
A implementação do regime de metas monetárias e com os instrumentos baseados no
mercado;
A redução da inflação e dos spreads das taxas de juros.

O crescimento do mercado interbancário, a liberalização progressiva do mercado de câmbios e


a institucionalização de novos regulamentos;

O Código de Conduta para os participantes;

Os avanços na desdolarização.

O BM e o Governo de Moçambique incidirão sobre os seguintes objectivos principais para


melhorar a implementação da política monetária e aprofundar o mercado de dívida pública:

Garantir a estabilidade dos preços, ou seja, inflação baixa e estável.

Continuar a desenvolver o mercado de títulos de curto e médio prazo.


Melhorar a gestão da liquidez do mercado, estendendo o exercício de liquidez a médio prazo; e

Melhorar a comunicação e transparência da política monetária.

3.Metodologia
Demo (1985) citado por Guaimbê (2011), "considera que a metodologia trata das formas de se
fazer ciência, cuida dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para atingir a
realidade teórica e prática, pois essa é a finalidade da ciência". Para materialização da presente
pesquisa foi usada a pesquisa bibliográfica feita apartir de referência teóricas analisadas e
publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros artigos científicos páginas de websites.
Qualquer trabalho científico inicia se com a pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto (Chizzotti, 2006, p.32).

4. Conclusão

O Mercado Financeiro Moçambicano é constituído por três mercados, o mercado de capitais,


mercado monetário e o mercado cambial. Os monetários são os mercados financeiros em que
os fundos são tomados de empréstimo por curtos períodos (menos de um ano). Os mercados
de capitais são os mercados financeiros para acções e para a dívida de longo prazo (acima de
um ano).O mercado de câmbio negocia moedas estrangeiras convertíveis. Existem duas formas
de se negociar tais moedas: a primeira- negociação directa com o Exterior e a segunda -
internamente em Moçambique.
5. Referências

Guambe, A (2011) Metodologia de pesquisa. 1° Edição. Instituto Superior de Relações


Internacionalmente. Maputo.

GRA, Erros Roberto. A ordem económica na constituição de 1988. 11°. Ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2006.p.30.

CAVALCATE, Francisco.MISUMI,Jorge Yoshio e RUDGE, Luiz Fernando. Depois.cit.p 18


ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro 4°.ed. São Paulo: Altas, 2001.p.11

KUMPEL, Siegfried. Direito do mercado de capitais do ponto de vista do direito europeu, alemão
e brasileiro, Rio de Janeiro: Renovar 2007.p.43.

Chizzotti, A.(2006) pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Vozes: Brasil.


Anexos

Estrutura de capital

A estrutura de capital é a denominação usada para descrever a combinação que as companhias


fazem dos diferentes tipos de recursos que a formam.

De forma básica, uma empresa é composta por duas variações de capital: o capital oriundo do
investimento dos sócios (o capital social) e o capital oriundo de terceiros (como as dívidas e
financiamentos). Cada um deles possui as suas próprias características, assim como um custo,
tributos e disponibilidade distintas.
A estrutura de capital pode ser encontrada no próprio Balanço patrimonial da empresa, com a
somatória do capital social e do passivo não-circulante (conforme a descrição contábil mais
aceita). Ela pode variar de acordo com os atributos da organização (tamanho, lucratividade,
entre outros).

Na prática, isso garante que cada uma possa compor a sua própria estrutura de capital de
forma personalizada, usando mais ou menos capital próprio (ou de terceiros) para viabilizar as
atividades empresariais.

Isso mesmo: a estrutura de capital também faz parte das estratégias de uma companhia.

Estrutura de capital é composta basicamente por duas categorias: o capital próprio e o capital
de terceiros.

O capital próprio é o montante total que cada um dos sócios investe no negócio ao dar início ao
negócio. Não possui um valor padrão definido por meio legal, o que significa que quem
contribui na sociedade deve estabelecer (de acordo com a necessidade de capital de giro,
projeção de receitas e custos fixos e variáveis) qual deve ser o valor final.

O capital próprio é uma fonte padrão: Diferentemente das dívidas, não há como os acionistas
não o formarem, de modo que deve constar previamente no estatuto social da empresa
(podendo ser aumentado ou diminuído legalmente caso haja necessidade).

Em um cenário de juros baixos, entretanto, a sua predominância na estrutura de capital é


desencorajada, já que nessa ocasião o capital de terceiros se torna mais "barato" quando
comparado ao capital próprio.

Falando nele, o capital de terceiros (também chamado de capital de fonte externa) é aquele
que a companhia capta nos bancos públicos ou comerciais, através de empréstimos e
financiamentos. Como qualquer capitalização, a empresa paga juros sobre esse dinheiro,
conferindo o lucro ao credor.
Uma das suas principais vantagens está no fato de que esse capital auxilia na redução do
Imposto de Renda a ser recolhido, quando substitui parte do capital próprio como viabilizador
financeiro.

Levando em conta essas duas opções, a estrutura de capital é planejada, criada e alterada. Para
tanto, é necessário que os administradores levem em conta tanto os planos internos
(expansões, funções etc) como o contexto econômico (em especial a alta ou a queda dos juros
que interferem no "valor" do dinheiro). Somente assim eles serão capazes de encontrar o
arranjo que mais favorece a realização dos seus objetivos organizacionais.

Fatores interferem na composição da estrutura de capital

Além das características intrínsecas do capital, que detalhamos acima, as condições internas da
organização também interferem na escolha por essa ou aquela fonte de recursos.

Entre os atributos que mais interferem na decisão estão:

Crescimento potencial: quanto maior é o horizonte de crescimento de uma companhia, maior é


a possibilidade dela buscar o capital externo para viabilizar e acelerar a expansão.

Lucratividade: quanto maior a projeção de acréscimo na lucratividade de uma companhia,


maior a facilidade de acesso ao crédito externo.

Volatilidade: quanto maior a volatilidade de uma companhia, em todos os seus aspectos


patrimoniais, menor é a facilidade de acesso ao capital externo.

Considerando cada um desses aspectos (e de forma essencial, o seu acesso às linhas de crédito
baratas por conta deles), a estrutura de capital ideal pode ser parcial ou completamente
alterada

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