Tratado Fundamental de Cirugia Do TGI - UFRGS
Tratado Fundamental de Cirugia Do TGI - UFRGS
Tratado Fundamental de Cirugia Do TGI - UFRGS
Alaor Teixeira *
Teresinha M. C. Teixeira **
tro-cavidade dos epíplons. Para que po.s- ração histológica varia de acordo com
samos ver a parede posterior do saco a parte do mesmo considerada. Assim,
gástrico é necessário, portanto, entrar- temos: epitélio colunar simples e glându-
mos na mencionada retro-cavidade. A las cardíacas ao nível da Parte Cardíaca;
Figura n? 2 documenta a forma anatô- epitélio colunar simples e glândulas car-
mica (Hiato de Winslow) e cirúrgica de díacas ao nível da Parte Cardíaca; epi-
se alcançar o objetivo em análise. Con- télio colunar simples e glândulas gástri-
cluindo, podemos dividir o estômago em cas propriamente ditas no Fundus e no
cinco partes (Figura n? 3): Parte Car- Corpo; epitélio colunar simples e glându-
díaca (1) , Fundus C2) , Corpo (3l, e Parte las pilóricas na Parte Pilórica. Submu-
Pilórico - Ant ro Pilórico (4) e Canal cosa: que normalmente não apresenta
Pilórico (5) . glândulas a não ser ao nível da Parte Pi-
lórica. Muscular: com três camadas -
II - HISTOLOGIA circular interna, longitudinal externa e
oblíqua Serosa: revestindo o Corpo, o
A parede do estômago é constituída Fundos e a Parte Pilórica. Na intimidade
de quatro camadas perfeitamente bem da camada muscular identificamos os
delimitadas. São elas: Mucosa, que ata- Plexos de Auerbach e na mucosa, os de
peta a luz do estômago e cuja configu- Meissner.
10 11
ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE 57
em
58 ANAIS DA FACUlDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
tendo galactose, glucosamina, alactosa- quer porção do tubo. digestivo, uma su-
mina e L-Frutose. Finalizando, devemos tura procura colimar dois objetivos per-
dizer ainda que a regulação da secreção feitamente bem definidos: reconstituição
gástrica se processa - tanto na inibição e hemostasia dos planos da parede e im-
como na estimulação em o.uas fases: a permeabilização da mesma. A sutura de
vago/antral e a intestinal. uma solução de continuidade da parede
deve, portanto, ser executada segundo a
Gastrorrafia sistematização seguinte: a) regulariza-
ção das margens do ferimento (num ca-
so de úlcera gástrica, é conveniente a
A Gastrorrafia é o procedimento téc- exérese da porção de tecido limitante da
nico por intermédio do qual se procu- perfuração, pois a infiltração de que o
ra corrigir uma solução de continuidade mesmo apresenta dificulta a sutura); b 1
ao nível da parede gástrica. síntese dos planos através de um primei-
1 - Indicações: A sutura gástrica ro plano de sutura total interessando to-
pode ser uma intervenção principal, dos os planos da parede e depois uma
quando pretende corrigir uma solução sero-muscular complementar. Indicamos
de continuidade da parede condiciona- o emprego do categute cromado enfiado
da por um traumatismo, ferimentos (Fi- 00 para a sutura dos dois planos, contí-
gura n •• 4), rupturas gástricas (Figura nua, e a técnica a ser empregada pode
n • 5), complicações de patologia do es- ser uma das documentadas na Figura
tômago, como a perfuração de uma úl- n·· 8. Nos casos de ferimentos da parede
cera gástrica (Figura n~ 6 B e Figura gástrica é necessário sempre verificar se
n• 7), ou ainda, perfurações condiciona- a parede posterior não foi também atin-
das por defeitos congênitos de formação gida. Para isso se torna necessário abrir
da parede gástrica (Figura n '' 6 A). Pode a retro-cavidade dos epíplons ccuja pa-
ainda a Gastrorrafia ser uma interven· rede anterior é, como sabemos, consti-
ção secundária a uma abertura cirúrgi- tuída pela parede posterior do estôma-
ca do saco gástrico (Gastrotomia), vi- go). A Figura n" 2 divulga as vias ci-
sando a retirada de problema patológico rúrgicas para atingir a parede gástrica
intra-luminar. posterior. A que melhor condições ofe-
2 - Procedimento Técnico - Na rece é a intercolonogástrica trans-epi-
parede gástrica, como de resto em qual- plóica (Figura n" 2 C).
em 10 11 12 13 14 15 16 17
ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE 59
em
60 ANAIS DA ~'ACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
em
62 ANAIS DA FACULDADE DE MEDICIKA DE PORTO ALEGRE
"" ./
!\
I"WUU -'~' 11: ldPnfilku us IPIIIIWs ituHhllnPntuis du f••iturn 111' unut (aSTROSTO-
_lfl.\ .\ S'l'.UDI. \"..riii•·unws: .\ inds:iu IHJIUrulitmil·n (transr•·tal); n -- Jo.-aliza-
(:iiu do I~SfOIIIIL (JIUrt•flp llllfl'riur du I'SfÚIIIIIg"U, Jlllrfp lllfll, ,iUXÍ8-J~riea); (; - feitura
dus holsus (nu••·nnisnw llthulnr), guslrutumiu •· iufl·mla•:ãu tln -~tuln tle J•t·zzt•r; }) --
' istn •·m l'url•· du Jlrn.i•·•:;iu du 1llhula no inh•rior •In luz gíts~h!a; }; - fechamento
du llt)lltrutumin P •·xtPriuriziH:iiu da sundu )mr eoutrn-nlH~rtur~
/;
64 ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
f' lGrRA X" 11: Ho<·umrntac;iiu t:an sOJH•ratúrin do Jlrcwt'climf'nlo lr<'ni<'o tlc• J'l LO-
ROPL\STL\ icl Paliznclo JH'Ios .\.\ . ( nHHiili<-nc;iio ela trC'nic·n clP WEBER/ JLUIS'I'EU'r /
f'R};J)}:T) , nos caso!> •lP Jlipc• tmfin ( 'o n~i·nitu ch• I' i Ioro (11( ' 1'). Ohsl'r\IIIIIOS: ]<;,u
(' rU.\ a incisão 11 IICifUl'lll!' cb JHI rc•fh• 11 nl t' rior 110 I'U.Illll JliJÚric-o ( fld Ílll itanflO ll ]Hlr-
c;"iiO da parede e a c·oionH:·io mu·ara<ln típil'n fio piloro q:H• sc• ·><• rii'i<'ll nos <·nsos <lt'
JH' l'; E)[ lUJ.X f1 - <'On<'l!lícln n intt•npnc;iio, iclPnlii'<'H -S<' nltid :t iiiPIIIt• a protusiio
curnctcrí~tica dnunJ(' O~n, P l itlt>n :innclo n sP~iio eompiPin cio PII\Oitúrio museu lar nn cln
purpdp,
em 10 11 12 13 14 15 16 17
ANAIS DA F ACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
67
FWrJL\ .V J;j: J·: ~tutlu hbluJiatoltít.;-i<·o tia pan•d1• 1lj1 <'aual (lilúri<:o de JIUci<· nte~ JIOr-
hui()J'P S 1ll• lliJH'I'Irofia ('mlgoí•uita jJp l'ilurn. \'Hifi!·nm - ~1· ll· ~ii<•s ll<•gt'n<•rathns ao nhel
tios 1•h••neutos tl·lulaJ'I'S dos Jllt•xiJ~ tlt• .\lu·rlml'h trtulnzitlu~ por nenrüniofagia
com iutcusa ln\nsão auflcitiirla.
/A~
v~
~'
'B
J.'l(irJt \. :1\ ' Jl'l: ]t(•t•(•JII -IIlhi'Ítlo, )Htrtntlor til• Ulllll ntn·~iu tll' tluotll•tw (:!" IH~r<;ii o iu -
Jrll-lllllllUIIII'). A tlocuurt•JIIa~,:iio ratliogrítii<'a <·outra~tlula ( ÍI~un IJUritatla) Jll'rlllitt· itlt• n-
tifkar 1'111 A a gr·nutlt• tlila!lll'iio tio t•sti1111ago P a llllsí•ut•ia <'OIIIJilt•fa de trú11~ito:
1'111 Jl a uot'lllali:r.nção tio triausito, ol,tilla por uuaa ga.,torl'lltl'ruana.,ttiiiiO.,t• (~a!>
tro- h·lo~>tolllia Jatcro-lakral Jlré-{'úlit·a alça longa lo"o)Jcristúltiea ) .
70 ANAIS DA FACULDAuE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
~----
FIGUR.\ :Sr 23: Demonstração I'SIJUI'IIIÍttif•n da feitura tltl nnastomostl PntrP o ••stú-
mago e uma alça Intestinal. Observamos: A -- }Jontos dll rf'{lllro e dtl llmltlu;üo da
anastomose; ll - suturn srro-muscular postHior; e -- nhPrturn tia luz do lntesthw
e do estômago (neste temJJO o excesso de mucosa tio estiimngo dere ser retlr1ulo);
D - sutura total posterior; J~ - !lnturn total anterior; F sutura sero-museular
anterior.
ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE 15
"'IGl:IU ~' 21: Eshulo 4'SitiWIIIÍltieo dos dln•rsos tiJIOs de resst!e1;4it•.s gástrica!!: A
+
- . Gnstrl'etomlu Snbtutul (4'1111111 flllúri4'U i ant.ro Jlllórlc~o (~OrJJO giistrleo); n --
resS4WÇiiH tio nutro Jlilórh~o ! eorJlo gástrit~o ()HKlJJ,feZ/I•AYR --·- 1898/1910); C -
rer;secçiio do corJIO do estflmugo (f;O~N ..:J,J, -- 192D); D GaHtrectomia suhtotal '.rulm-
lur (WAN(lR~'Sl~.n:X --· liHO).
76 ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
ru;rn.\ \•• :!:.: ESIJIII'IIIIIS grutH·os dl' rN·onstit.niçiio .,., trilnsito gastro-intpstinnl
apús l'irnrgia rPsst•t•;·iona Jllllnl'r•·ílth·o-•lutHh•twl. _\ 1'.\ \('HE,\'1'0 .uro ll E\ Et ''1'0-
_lll.\ ('t:F.\1,1('.\. RPI'tlllstituiçiio por gnstro-ilt•ostomia tPrmino-tt•rminul Jllllll'rPIIÍU-
ilt•ostmnia término tPrminal · ('ol(•dot•o-ileostomln ti•rmitw-Iatt•rnl I íll'io-ilt,ostomin
lat..ro-Iatt•ral I'Hl::.f'úi.IL\ (('.\'l"I'EJ.J, -·· 1llr.ll); H -- 1'.\\tHE.\'l'Ef"I'IHII.\ 'l'()'J',\1.,
Rl'l'llstituit:iio pur gastro-,i!'jutwstomia tPrmitw-httl'rnl ; eolt•dm·o-dnotlt•nostmnia tí·r-
mino-terminal 'I'H.\\SJJESflt'úUL\ (\L\l'GH).
ANAIS DA FACULDADE DF MEDICINA DE PORTO ALEGRE 77
em
78 AN.~IS Do\ FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
F H;(' I{,\ \" :!i: (;a~trt•t·lmnia ~uhtutal t'tllll rl't'unstitnlt:iin tlt• tritnsito 11 Hl LLJ{O'l'JI
11 ((;ustro-.it·Junosturnia tt·rminu-lalt·rul nni'fOIH'ristírltit·u, alt;u t•urta, trunsml'sot•úll-
t•n). rl'rÍ(Ít'liiiiOS; .\ fifH'rllt:<iu tia pPtlllt'IUI I' tlll ~:"rUIItlt' I'Urmfnrus tiO t•sf.úmugo I'
eolnt•açàtJ tios damJ"' (('urposlusiuj tiPiimituntlu 11 Ílrt•u tiP ~Wt't;liu tluotiPIIUI; B
St't't:lin tltJ tluotlt·rw, ft•('humt•ntu tio ('ÚÍo tlrwtlt•uul st'l:'lllltlo a sislt•nurtiznt:iio tí-l'niea
tlhnlgutla na FJ(;('Jt.\ \" :w, trat,:lio tia alt,:a Jt'jnnul atrn\Í's tio mPsm•olmr trurnl'r-
so, ('hrrnpni:'PIII tia mt·~ma, iPitura tia ~Pru-spru~a fwstPrior (t•stúmago/Jt•juno) ~~ nlu~r
tum tia luz tio t·~túmagu t' tia alt;a .il'.innul (t•ouw a rnut·osn I:'Íistrlt·a {• t•xuht>runte I'
inz prutusãu ao nhPI tln nlll'rturn tio t•stúmugu into lfllt' tliiieultu n annstornosP,
rPtiru-st~ <·orn tesoura o ext•t•sso da mesma lllltt•s do iníeio 1111 sutura total). l'ontinua.
ANAis· DA F.\CULDADE DE MEDICINA DE POHTO ALEGRE
FWI'IU '" :!,.,: 1-:sltliPIIIIl grúfko dos tltws dP r•·•·nnstitulçíio de trânMIW a HILLROTH
[ (gnstru-duudPnustmniu ti-rminn.tt•rminal). A - HIJ,LROTH (1881); B - SCHOE-
M.\1\1-:H (11!1 I): f' rll\ 11.\HIIt:R ..:R; ..·I~~-E\' (19:!:!/19'!3); D - HORSI,Ef (19'!6).
80 1\.NAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
1i i i i 1 irr11ill l"[ ri 11 11 m i ttlrl l l t1i r1 111 rrn 1111 i j tm rr1 1tfl 1~~ ~ 11 11i1 ~ 11 i~ 11 !ir! 11 111 m i 111TI 1il"ri 1Tii1 r1 1~ n rr rm i ir! 11 [i1 r11 i 11 ~ 1111i t it ~mrrt ~nrr~ !Tf"i ~ l ~
em 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
P.NAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE 81
FH~rR.\ :\" :10 'J'rat~tntt•nto tio t•Mn tltHHIPnal IIPio pro('t•tlinwnto de MAYO: A -
sutura total in1a~o:inantP sohrP o ;·lamp ( Jlmwnylon 0000 e/agulha); n - sero-mus-
I'Uhu· I'OIII)Ifl'funtlo ll ÍIIIIH'riiiPIIhifi~IH.:ão.
FW(.R.\ x~· :J:?: rarill(,'fil's tí·l'llii'IIS flll rf'f'UIIStituir:iio fiO trilnsito n BII.J.JWTII 11
( l('llSÍrO-jf•ju IIOjiiPOSÍOIII in tÍ'rlll i110· hl fPrlll), \' Pri lif'lllll OS: .\ ~~~si ro-iiPosfOIII in prÍ'-
·<"úli!'ll1 nl(,'a longa, lw<"n par!'ial, anisopt·ristítlti<"n ( \'on Eist·ll~t·rg ISS!I); B - a
ml'sma t.:'•·ni••a antPrinr, •·om ho••a totnl f' isoJIPristálth•n Oloynihnm 111:?:1); (~ --
gastro.jPjunostmniu trunsmf'sm·úlkn, alr:a t•urta, htH'Il total, anisopf'ristítltif·n (l'olyn
- 1911); J) -- a mesma tí·<"nka, <·um ho!'n pardal (llot'mPistPr/Finst••rf•r - llHIS/I!lt:l).
ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE 83
- - - ---------------
Flla·H.\ 'i" :1:1. H•·•·onsfífni•:<iu •lu trúnsitu npt'1s 1111111 ,::'HstrPI'ÍIIInla tot111. A -- fei-
tura tle uma Hll\11 huba ,::'Ústrit-a, utra\{•s flp 1111111 jPjuno-ilt•ustumia luL•ro-lnteral; H
- rwrmnlizlH:liu 1lo fr:tnsifo por 11111 t•sufu,::'u-jl',innujiiPostomia tÍ'rrnino-lat~·rul trun-
JIH•so.·úlka.