Claudia Estevam Costa
Claudia Estevam Costa
Claudia Estevam Costa
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estabelecem uma relação com a vida cotidiana do aluno e as situações de interação
vividas por esses sujeitos possibilitou um diáologo entre a maior parte dos
componentes da grande área de Linguagens.
Ainda que isso possa parecer vincular-se somente aos aspectos relacionados ao
conteúdo do texto do documento, no princípio de seu caráter constitutivo e teórico,
imprime coerência, inclusive, a sua estrutura, no sentido de fundar organicamente os
textos, sejam eles da área, do componente curricular ou com a especificidade dos anos
de escolaridade. Nenhum outro aspecto poderia conferir maior consistência aos textos
da área de Linguagens senão o embasamento teórico e filosófico que o constitui e a
proposta integradora que proporciona célere apreensão da proposta. Essa articulação
tem como foco a interdisciplinaridade, de forma a indicar seu contorno que extrapola
a organização por disciplinas separadas e estanques, onde a integração dos
conhecimentos e das vivências possa efetuar-se.
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Em termos organizacionais, ou seja, em sua composição modular de
apresentação, os textos se estruturam, tendo como base os objetivos de
aprendizagem, as práticas de linguagens, relacionadas a diversas temáticas e vivências
dos educandos (em cada nível de escolaridade) e têm como base os descritores.
Sabe-se que o modelo linear cujo elemento central são os objetivos, tão
fortemente defendido por autores da área do currículo, conduz, em alguns casos, a
uma racionalidade tecnológica entre meios e fins. Em tais propostas, as que se
baseiam especifica e restritamente em objetivos e estes se constituem como
elementos centrais, todos os demais elementos poderiam ser “instrumentais” ou
aportes para a sua execução. No documento apresentado, se propõe um equilíbrio de
tal proposição ao fazer dialogar os objetivos com as “Práticas” diferenciadas, de
acordo com o nível de escolaridade e as experiências vivenciadas no ano anterior que
se constituem, várias vezes, como pré-requisito para outras posteriores.
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II - SOBRE O CONTEÚDO DOS TEXTOS (DE ÁREA E COMPONENTE) APRESENTAÇÃO DA
ÁREA DE LINGUAGENS E DO COMPONENTE PARA O QUAL ESTÁ ELABORANDO
PARECER
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A tarefa do letramento, que diz respeito à condição de participar das mais diversas práticas
sociais permeadas pela escrita, abrange a construção de saberes múltiplos que permitam
aos/às estudantes atuarem nas modernas sociedades tecnológicas, cada vez mais complexas
também em relação às suas formas de comunicação. Essa atuação requer autonomia de leitura
nos diversos campos e suportes e preparo para produzir textos em diferentes modalidades e
adequados aos propósitos e às situações de comunicação em que os sujeitos se engajam. (P.01-
§ 3 - Texto da Área de Linguagens).
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principais e gerais da área de linguagem aos objetivos da língua estrangeira, propondo
sempre ao aluno uma reflexão filosófica e questionadora em todos os componentes
que se vinculam a essa área.
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forma que, ao final dos sete anos de escolaridade, os alunos possam atingir e
apresentar os desempenhos enunciados.
Além do impasse da carga horária, outro aspecto que impossibilita alcançar tal
meta é o número de alunos por turma, questão amplamente criticada por especialistas
da área, tendo em vista que é superior ao indicado para cursos de qualidade na escola
básica. A prática de alocar 35/40 alunos por turma inviabiliza o desenvolvimento das
habilidades específicas de oralidade e composição. Os diferentes níveis de
desenvolvimento dos alunos também podem se manifestar como um agravante,
entretanto, para isso, o professor poderá articular diferentes atividades em grupos,
caso a totalidade de alunos não seja excessiva.
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. O texto que apresenta o componente e sua relação com os princípios que
orientaram a organização dos objetivos de aprendizagem apresentados no
documento preliminar
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. Os objetivos gerais para o componente Língua Estrangeira
Enquanto professora da escola básica, hoje no Colégio Pedro II, e por ter
experimentado as salas de aula de colégios do Estado do RJ, assim como muitos outros
colegas que ali estão, há que se reconhecer as condições que hoje se apresentam
como pouco adequadas para a aprendizagem de uma língua estrangeira. Isso é
realidade em vários colégios do estado do RJ e seus municípios . Desta feita, longe de
pensar num documento que se conforme somente como modelo ideal e teórico a ser
observado, lido e estudado, caberia refletir acerca de uma forma imperativa de
inventariar o proposto e recomendar às instâncias competentes o estabelecimento de
uma carga mínima para o ensino de LE, bem como a oferta de um espaço/ ambiente e
situações de ensino aprendizagem “adequadas” ao trabalho do professor e ao
contexto de ensino aprendizagem. Nesse sentido, os grupos de alunos deveriam ter no
máximo 25 alunos; seria imprescindível a existência de recursos tecnológicos para o
desenvolvimento mínimo de atividades, tendo em vista que as mais significativas são
aquelas que criam em sala situações “legítimas” de comunicação, e, por fim, uma
proposta constante e efetiva formação continuada aos professores.
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alcançar a proficiência no idioma proposta no documento. Entretanto, na proposta
apresentada, o professor é quem irá definir que aspectos linguísticos serão
trabalhados, num ato isolado de administração do currículo da disciplina.
Questionamos a importância de o documento sinalizar os itens fundamentais e
estruturantes para o desenvolvimento de habilidades inseridas nos objetivos de
aprendizagem, considerando que para o professor, muitas vezes iniciante na tarefa
docente, seria de grande valia ser auxiliado nessa empreitada.
A excessiva responsibilização do professor, que pode ser lida como uma tarefa
individual e não coletiva no contexto escolar, pode levar ao não cumprimento da
proposta.
A política de língua que urge ser adotada nas escolas públicas e privadas poder-
se-ia basear-se no trecho da BNCC que discorrre sobre “ uma perspectiva de ciclos de
dois anos no Ensino Fundamental e de três anos no Ensino Médio” (p.70). Tal adoção,
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sem privilegiar uma língua estrangeira em detrimento da outra, fortaleceria a proposta
principal do documento no que diz respeito ao prosseguimento do desenvolvimento
de competências e conhecimento da LE ao longo dessa trajetória.
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III - SOBRE OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PROPOSTOS PARA AS DIFERENTES
ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
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3.4 - Redação dos objetivos (clareza e também adequação ao gênero).
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