05 - Ofun Di
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05 - Ofun Di
Ofun Di
Ifá de Pirata.
Refrães:
1. O que muito abraça não aperta.
2. O que se atira no Mar vai para o fundo.
3. No pântano também crescem flores.
4. A curiosidade pode custar a vida.
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TRATADO DE ODDUN DE IFÁ
ESHU ALAWATA
Otá de (perguntada).
Carga: ewe eran ou pata de galinha, frescura, ortiguilla, yedra,
peonía, pica pica, levantate, erú, obi kola, osun, árida,
ilekan, terra de loma, de cárcere, de quatro caminhos, eleri de
ayapa, de akukó, de eyá tutu, erukoré do interessado, azougue,
agbadó, ekú, eyá, epó, oti, oti kana, oñi.
A cuchilla levam três juju de loro, olhos e boca de caracol.
Histórias:
1. Obatalá tinha uma filha que era curiosa e que não a deixava
sair só de casa e sempre a tinha vestida de branco.
Um dia Obatalá foi fazer compras e a menina abriu a porta e
saiu a caminhar pela cidade. Quando quis regressar não pode e
enquanto mais se esforçava por encontrar a casa, mais se
afastava da mesma.
Obatalá regressou das compras e notou a ausência de sua filha
e se pôs a chorar, e mandou seus criados em sua busca. A
menina já se encontrava fora da cidade e se dirigiu a uma mina
de carvão que ali havia. Na mina haviam muitos homens
trabalhando e quando saíram da mesma cheios de pó de carvão,
mancharam toda a roupa branca da menina, tornando-a negra.
Os criados de Obatalá que iam em busca da menina, a viram e
não a reconheceram, mas ela sim os reconheceu e se calou, pois
já desejava ver o interior da mina. A menina entrou na mina
tratando de ver tudo e caiu num buraco morrendo.
2. Aconteceu uma vez que Orunmila tinha dois criados em sua casa,
um era Ofun Di que era o encarregado de botar os ebós que
Orunmila fazia a seus clientes e afilhados, e o outro era Odi
Fumbo que se ocupava de fazer-lhes o mando e de limpar-lhe a
casa.
Um dia Orunmila se fez um Osodé e se viu este Ifá que lhe
recomendava mirar-se bem, porque os ebós que havia feito a
seus clientes e afilhados, não estavam dando resultados, pois
não chegavam com efetividade a seus destinos. E Orunmila
começou duvidar da lealdade de seu criado Ofun Di e chamou Odi
Fumbo e lhe perguntou: “aonde está Ofun Di, que lhe mandei
levar um ebó e ainda não regressou”? Odi Fumbo lhe respondeu:
“Baba, Ofun Di lhe está roubando as coisas do ebó”. Orunmila
se deu conta de que Ofun Di era ladrão e que seus ebós nunca
poderiam fazer efeito nem seus filhos progredirem. Então disse
a Odi Fumbo: “tu ficarás para sempre para deixar os ebós”.
Quando Ofun Di regressou a casa de Orunmila e enterado do
problema, disse a Odi Fumbo: “tu és um traidor, pois me
traíste”. Odi Fumbo lhe respondeu: “o traidor és tu, que estás
traindo a Orunmila e a Olofin, pois eras a Confiança dos
dois”.
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3. O FALSO PROFETA
Neste signo nasceu o falso adivinho que era filho de Elegbara
e Elegbara lhe botou dali pela quantidade de mentiras e ele
foi viver na terra Tobarí Lala Awó Leri Mashe, mas antes de
entrar nesta terra, se encontrou com Xangô e Xangô lhe falou,
mas este não entendia e então Xangô lhe pôs as mãos na cabeça
e lhe deu akukó meyi e lhe rezou: “omi le mafun oferun maliye
ori boshe ebebio ori obalele Egun onile obewa Egun obatishe”.
Então apareceu um agboran com uma esponja e sete príncipes
negros Xangô obari keke e esse agboran lele (Sombra) falava
com Xangô e lhe disse: “os Eguns não falam”, e então lhe deu
de comer junto com as esponjas na boca. Depois desta cerimonia
disse: “saca a língua e trata de falar”, e também lhe deu
akukó meyi, mas tampouco falava. Então Xangô começou a cantar
e a comer o que tinha a esponja e se esparramou a Sorte de
Ofun Di. Eni laye e começou a rezar a Xangô, apesar que este
não era seu filho, já que Elegbara é seu Pai, mas será maior
que seu Pai.
Eu me tirei os olhos para que tu me desses a Sorte de ser
grande adivinho, porque tu tens Poder. Porque ele nunca saberá
das maldições que tem que ter o cérebro que nasceu sem ashé no
mundo para adivinho, e Xangô terá que dar-lhe os poderes.
“Ekun omo wa Xangô da kueyo. Osain ojun yawa leri etú mashe
Awa tisge kewa kewa”.
E na língua lhe deu eyé de etú a Awoni boshe Awó e quando lhe
deu isso com a esponja, se lhe foi compondo ou preparando a
cabeça ao Awó. Então Xangô disse a sua Iyá ina le laye que
colocasse a comer seus filhos com essa esponja.
Mashewe eyé e aos pés se dá de comer na entrada no povoado à
terra.
Tebaro ala e se dar de comer aos pés para que todo o mundo que
chegue agora terão que acreditar em tudo o que disser.
Xangô saiu a caminho e disse onde estava Olofin o seguinte:
“confirmando o prometido a Ofun Di”.
Baba ojue la bashe Olofin otori boshe,
Ori oforun okoni koshe oforun,
Ori lala Olofin oyu batishe,
Oyu beni aye oni lorun otori boshe,
Bawa oshe Ofun Di Olofin.
Olofin deu moforibale a Xangô e lhe disse: “serás o grande
segredo: o grande adivinho e mentiroso”.
Xangô disse a Olofin: “quando dá o calor da terra, todo o
mundo fala”.
4. O CAMINHO DA ENFERMIDADE
Havia um homem muito caprichoso, teimoso e esquecido, e ele
não ia dar de corpo em nenhuma casa aonde se encontrava sempre
no banho ou inodoro de sua casa. Ele dizia que assim a roupa
não se sujava nem pegava mal odor e ele estava muito bem de
tudo e por esse motivo as pessoas que o rodeavam lhe começaram
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7. A CABRA DE OBATALÁ
Obatalá estava criando uma cabra e a vizinhança sempre se
estava queixando da cabra e Obatalá se foi cansando do povo e
no meio do caminho se encontrou com Ogun e Elegbara, e eles
lhe perguntaram o que acontecia e Obatalá lhes contou e eles
foram ao povoado e começaram a jogar pedras nos vizinhos, e
Orunmila mandou Obatalá fazer ebó, e com pouco tempo os
vizinhos pediram perdão a Obatalá e disseram que eles
preferiam a cabra àqueles forasteiros jogando pedras, e
Obatalá logrou viver tranqüilo com seus vizinhos.
Nota: Este Ifá assinala problemas com vizinhos que não querem
que a pessoa viva aí aonde vive.
8. SHAKUE, O DESOBEDIENTE
Havia um rei chamado Igbaloro que tinha um filho chamado
Shakue, e quando rei morreu Shakue perguntou: “há alguém na
terra para competir comigo”?
Shakue se viu com Ifá onde Orunmila lhe dizia que ele ia até
eni oke ara para tomar um título, mas que antes tinha que
fazer ebó para que assim as pessoas não o assustassem e Shakue
não fez o ebó.
Ele coletou todas as coisas como presentes aos chefes e com os
quais competiriam pelo título e foi ver Olofin. Ele pegou uma
corda e trepou por ela e quando ele chegou, Olofin lhe
perguntou: “não há outro no mundo a quem visitar”? Shakue lhe
disse que ele não faria isso outra vez.
Quando ele retornava até a terra, Eshu cortou o cabo da soga e
Shakue, caindo rolando por meio do ar e ele começou a gritar,
quando já morria de fome ele gritou: “eu, Shakue, filho de
Igboloro, morro de fome e não posso pegar o título de meu pai
morrendo”.
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