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Otelo da Silva é um excelente cozinheiro que fez de seu dom um bom
negócio. Reside em Petrolina/PE e vive do comércio de alimentos artesanais. Sua
loja é especializada em macaxeira. Diariamente são produzidos e vendidos bolos,
escondidinhos, coxinhas, pães, doces, dentre outros, tudo feito com macaxeira.
Otelo é brasileiro, viúvo, portador de RG nº XX, inscrito no CPF sob o nº: YY,
reside na Avenida das Graças, 5, Petrolina/PE – CEP: ZZ, onde também exerce
seu trabalho. Em entrevista com você, a quem ele contratou como advogado,
declarou o seguinte: há alguns dias, recebeu a visita de um Oficial de Justiça em
sua casa; esse Oficial citou-o para pagamento de uma dívida trabalhista no valor
de R$ 50.000,00, oriunda da 1a Vara do Trabalho de Petrolina, no Processo nº
123; o Oficial de Justiça informou que a dívida procede de uma execução movida
pela ex-empregada Desdêmona Ribeiro contra Otelo; passadas 48 horas, o Oficial
retornou e penhorou o imóvel em que o empresário reside, avaliando-o, pelo valor
de mercado, em R$ 100.000,00; no mesmo ato, o Oficial informou que a dívida
havia aumentado em 10%, porque o juiz aplicou a multa do art. 523, § 1º, do CPC;
tem apenas esse imóvel, no qual mora sozinho, já que é viúvo e não possui filhos.

Diante do exposto, elabore a medida judicial adequada para a defesa dos


interesses do entrevistado, sem criar dados ou fatos não informados. (Valor: 5,0)

Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, o examinando deverá


representá-los somente pela expressão “R$”, admitindo-se que o escritório
possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim.

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RESOLUÇÃO
AO DOUTO JUÍZO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE PETROLINA,
PERNAMBUCO

Processo nº 123

OTELO ARRAES, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende


com DESDÊMONA OLIVEIRA, também qualificada, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, com
fulcro no art. 884 da CLT, APRESENTAR:

EMBARGOS À EXECUÇÃO

pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I – DOS FATOS

O embargante recebeu, em sua residência, a visita de um Oficial de Justiça.


Este, na primeira ocorrência, citou-o para pagamento de uma dívida trabalhista de
R$ 50.000,00, oriunda da 1a Vara do Trabalho de Petrolina, no Processo no 123.
Passadas 48 horas da primeira visita, o mesmo oficial retornou e penhorou o
imóvel em que reside e exerce suas atividades, avaliando-o, pelo valor de
mercado, em R$ 100.000,00.

II – DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS

Destaca-se o atendimento dos seguintes requisitos dos embargos à


execução:

a) a garantia integral do juízo: o embargante garantiu integralmente o juízo


por meio do imóvel em que reside sozinho, avaliado em R$ 100.000,00;

b) a tempestividade: os embargos são apresentados no prazo de 5 dias


contados da garantia do juízo, observado o disposto no art. 884 da CLT;

c) as custas: fixadas no valor de R$ 44,26, serão pagas pelo executado ao


final da execução, consoante determinado pelo art. 789-A, V, da CLT.

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III – MÉRITO

1. Impenhorabilidade do bem de família

Na reclamação trabalhista em questão, o embargante, viúvo, teve penhorado


o único imóvel que possui e no qual que reside e trabalha, avaliado, pelo valor de
mercado, em R$ 100.000,00.

Nos termos do art. 1º da Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial próprio do


casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer
dívida.

Ressalte-se que, com base na Súmula 364 do STJ, a impenhorabilidade de


bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas viúvas.

Dessa forma, o bem em questão não é passível de penhora, razão pela qual
requer seja desconstituída a penhora realizada.

2. Multa do art. 523, § 1º, do CPC

O juiz aplicou a multa de 10% prevista no art. 523, § 1º, do CPC.

Tal multa é indevida no Processo do Trabalho. A aplicação subsidiária do


Código de Processo Civil ao Direito Processual do Trabalho, nos termos dos arts.
769 e 889 da CLT, exige dois requisitos: a ausência de disposição na CLT e a
compatibilidade da norma supletiva com os princípios do Processo do Trabalho.
Ocorre que existe disciplina específica na CLT acerca do procedimento de
execução de sentença, consoante se observa nos arts. 880, 882 e 883 da CLT.
Tais artigos preveem o prazo e a garantia da dívida por depósito ou por nomeação
à penhora de bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da
condenação, acrescido das despesas processuais, custas e juros de mora. Não
se aplica, portanto, a multa prevista no art. 523, § 1º, do CPC ao Processo
Trabalhista.

Nesse sentido, é o posicionamento do TST firmado no recurso de revista


repetitivo nº IRR-1786-24.2015.5.04.0000.

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Diante do exposto, requer seja afastada a multa do art. 523, § 1º, do CPC.

3. Excesso de penhora

Como referido, na execução em questão, a liquidação importou em


R$ 50.000,00 e o imóvel penhorado foi avaliado em R$ 100.000,00.

Nos termos do art. 883 da CLT e do art. 831 do CPC, a penhora deverá recair
sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos
juros, das custas e dos honorários advocatícios. Contrariando os dispositivos
legais, o valor do imóvel penhorado supera de forma significativa o necessário
para a quitação da dívida, ocasionando o excesso de penhora.

Diante do exposto, requer a liberação do bem penhorado.

IV – REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer o recebimento dos embargos, a notificação da


embargada para manifestar-se no prazo de 5 dias e a procedência dos pedidos
formulados.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB n°

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ESPELHO DE CORREÇÃO

ATENDIMENT
FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS O AO
VALORES
QUESITO

Embargos à Execução, fundamentado no art. 884


da CLT (0,20), com endereçamento ao juízo do 0,00/ 0,20/
trabalho de Petrolina/PE e qualificação das partes 0,40
– embargante e embargado (0,20).

REQUISITOS ESPECÍFICOS

Garantia integral do juízo (0,60). 0,00/ 0,60

Tempestividade (0,40). Indicação: Art.884,CLT 0,00/ 0,30/


(0,20). 0,60

Custas com pagamento ao final da execução 0,00/ 0,30/


(0,40). Indicação:Art. 789-A, V, CLT (0,20). 0,60

IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA

Impenhorabilidade do bem de família que também


0,00/ 0,60/
engloba o bem da pessoa viúva (0,60). Indicação:
0,80
Art. 1º, Lei 8.009/90 e Súmula 364, STJ (0,20).

MULTA DO ART. 523, § 1º, DO CPC

A multa é indevida no processo do trabalho (0,60).


0,00/ 0,60/
Indicação: Arts. 769, 880, 882, 883 e 889, CLT
0,80
(0,20).

EXCESSO DE PENHORA

A penhora foi efetuada em excesso (0,60). 0,00/ 0,60/


Indicação: arts. 883, da CLT, e 831, CPC (0,20) 0,80

REQUERIMENTOS FINAIS

Recebimento dos embargos, notificação para


0,00/ 0,20
manifestação, procedência dos pedidos (0,20)

FECHAMENTO

Fechamento da peça (0,20) 0,00/ 0,20

TOTAL

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QUESTÃO 1

Percival acaba de perder sua habilitação para conduzir veículos por, nos
últimos seis meses, ter cometido uma série de infrações como ultrapassar a
velocidade máxima permitida nas vias e desrespeitar os sinais vermelhos.
Ocorre que Percival é motorista de ônibus desde 23/03/2021 e a prática das
infrações mencionadas caracteriza o deliberado descumprimento de cláusula
específica de seu contrato de trabalho com a empresa de transporte coletivo
Catajeca Ltda. Esta consultou você para que, como advogado, a oriente sobre
a possível medida a ser adotada em relação ao contrato de Percival. A empresa
esclareceu que não tem qualquer interesse em manter Percival em seu quadro
de colaboradores.

A) Como você orientaria a empresa? Fundamente. (Valor: 0,65)

Resposta: Recomendaria a dispensa de Percival por justa causa, na forma do


art. 482, m ou h, CLT.

B) Qual medida jurídica poderia ser adotada para dispensar Percival, caso ele
fosse dirigente sindical? (Valor: 0,60)

Resposta: A medida jurídica que poderia ser adotada para dispensar Percival,
caso ele fosse dirigente sindical, é o ajuizamento de inquérito judicial ou
inquérito para apuração de falta grave, nos termos dos arts. 494, 543, § 3º, e
853, todos da CLT e das Súmulas 379 e 197, do TST e do STF,
respectivamente.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

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ITEM A. Recomendar a dispensa por justa causa
0,00/ 0,55/ 0,65
(0,55). Indicação Art. 482, “m” ou “h”, CLT (0,10)

ITEM B. Ajuizar inquérito judicial OU inquérito


para apuração de falta grave (0,50). Indicação: 0,00/ 0,50/ 0,60
Art. 494 OU 543, § 3º, OU 853, CLT OU Súmula
379 TST OU Súmula 197 STF (0,10)

Total

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QUESTÃO 2

Plutarco trabalha como revisor para a empresa Gráfica Grega Ltda. Na


admissão, assinou contrato de emprego no qual não consta cláusula em que
autoriza descontos quando gerar ao empregador prejuízos financeiros
decorrentes de ato culposo seu. Em determinado dia, Plutarco, que nunca se
acostumou muito bem às tecnologias da vida moderna, dolosamente, quebrou o
computador da empresa com chutes e socos, após “perder” um arquivo de texto
que havia levado dias para revisar. A sociedade empresária descontou seu
prejuízo do salário de Plutarco.

Sobre o caso apresentado, responda aos itens a seguir.

A) Analise a validade do desconto efetuado pela empresa e justifique. (Valor:


0,65)

Resposta: O desconto é lícito. Com base no art. 462, § 1º, da CLT, quando o
empregado age com dolo. a empresa pode descontar ainda que não haja
previsão contratual.

B) Caso Plutarco tivesse causado o prejuízo não por dolo, mas por negligência,
a empresa poderia efetuar o desconto em seu salário? Justifique. (Valor: 0,60)

Resposta: Se Plutarco tivesse causado o prejuízo não por dolo, mas por
negligência, a empresa não poderia efetuar o desconto, pois, quando o
empregado age com culpa, o desconto só pode ocorrer se houver previsão
contratual, nos termos do art. 462, § 1º, da CLT.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

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ITEM A. O desconto é lícito porque o
empregado agiu com dolo, podendo a
0,00/0,55/
empresa descontar ainda que não haja
0,65
previsão contratual (0,55), de acordo com o
art. 462, § 1º, da CLT (0,10).

ITEM B. Neste caso não, pois, quando o


empregado age com culpa, o desconto só 0,00/0,50/
pode ocorrer se houver previsão contratual 0,60
(0,50), art. 462, § 1º, da CLT (0,10).

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QUESTÃO 3

Marco Polo presta serviços para Mercado das Madeiras Ltda., exercendo as
funções de carpinteiro. Recebe R$ 5.000,00 de salário e recebeu R$ 2.500,00 a
título de Participação nos Lucros, trabalhando 8h por dia com uma hora de
intervalo para repouso e alimentação e 20 minutos, no final da jornada, para
retirada de seu uniforme, de forma facultativa. Pergunta-se:

A) A Participação nos lucros deve integrar a remuneração do empregado para o


pagamento de verbas trabalhistas? Justifique. (Valor: 0,65)

Resposta: A Participação nos lucros não deve integrar a remuneração do


empregado para o pagamento de verbas trabalhistas pois, de acordo com os
arts. 3º da Lei 10.101/00 e 7º, XI, da CF, a Participação nos Lucros não constitui
base de incidência de qualquer encargo trabalhista.

B) No caso em tela, os 20 minutos para a troca de uniforme devem ser


computados como tempo de efetivo trabalho? Justifique. (Valor: 0,60)

Resposta: No caso em tela, o tempo destinado à troca de uniforme não será


computado como de efetivo serviço, de acordo com o art. 4º, § 2º, inciso VIII, da
CLT.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

ITEM A. Não, pois, de acordo com os arts. 3º


da Lei 10.101/00 e 7º, XI, da CF (0,10), a PL 0,00/ 0,55/
não constitui base de incidência de qualquer 0,65
encargo trabalhista (0,55).

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ITEM B. O tempo destinado à troca de uniforme não
será computado como de efetivo serviço (0,50), de 0,00/ 0,50/
acordo com o art. 4º, § 2, inciso VIII, da CLT (0,10). 0,60

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QUESTÃO 4

Ernestina trabalhou para a empresa Magnificat para com explosivos, tendo sido
dispensada no final de 2023. Não prestava serviços de forma permanente, mas
ficava exposta ao local perigoso de forma intermitente. Após sua dispensa,
ingressou com uma reclamação trabalhista alegando que, durante o período em
que esteve contratada, recebeu apenas o salário sem o adicional, comprovando
mediante recibo que recebia mensalmente a quantia de R$ 6.000,00. Pergunta-
se:

A) Nesse caso, é devido o pagamento do adicional de periculosidade como


requerido? Justifique. (Valor: 0,65)

Resposta: Nesse caso, é sim devido o adicional de periculosidade conforme


requerido, pois a Súmula 364, item I, do TST assegura o pagamento nos casos
de exposição intermitente.

B) Se fosse caso de insalubridade, a empregada teria direito a receber o


adicional de insalubridade mesmo com a exposição intermitente? Justifique.
(Valor: 0,60)

Resposta: Se fosse caso de insalubridade, a empregada ainda assim teria o


direito de receber o adicional, pois a Súmula 47 do TST assegura o pagamento
mesmo nos casos de exposição intermitente.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

ITEM A. Sim, pois a súm. 364, item I, do TST (0,10)


0,00/ 0,55/
assegura o pagamento nos casos de exposição
0,65
intermitente (0,55).

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ITEM B. Sim, pois a súm. 47 do TST (0,10)
0,00/ 0,50/
assegura o pagamento mesmo nos casos de
0,60
exposição intermitente (0,50).

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40º EXAME DA OAB - SEGUNDA FASE EM DIREITO DO TRABALHO

Curso: 2ª Fase OAB - 40º Exame - Direito do Trabalho

Link: https://bit.ly/cursotrabalho2fase40eoab

Para levar no dia da prova: CLT organizada, Aryanna


Linhares, 35ª edição, ed. Juspodivm.

Links:
https://bit.ly/clt40exameoab
https://bit.ly/clt40exameoabcometiquetas

Para estudar e acompanhar as aulas: Trabalho – Prática –


2ª fase OAB, Aryanna Linhares, 19ª edição, ed. Juspodivm.

Link: (19ª edição a ser lançada em breve)

Para levar no dia da prova: Livro de Súmulas e OJs,


Aryanna Linhares, Élisson Miessa e Henrique Correia, 22ª
edição, ed. Juspodivm.

Link: https://bit.ly/livrodesumulas40eoab

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