Revisao Pré Operatório

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

Pré Operatório

Na tentativa de reduzir as complicações cirúrgicas, o enfermeiro deve identificar


medidas de desempenho que visem prevenir quadros como o tromboembolismo
venoso e as infeções do local cirúrgico.

O enfermeiro da área perioperatória precisa estar alerta para prescrições


pré-operatórias apropriadas e destinadas a prevenir complicações. Se não houver
essas prescrições, elas devem ser solicitadas para o que o tratamento adequado
seja introduzido antes do início da cirurgia.

Os perigos da cirurgia para o paciente idoso são proporcionais à quantidade e à


gravidade das comorbidades e à natureza e à duração do procedimento cirúrgico.

As complicações respiratórias e cardíacas são as principais causas de morbidade e


mortalidade pós-operatória em idosos. As reservas cardíacas são mais baixas, as
funções renal e hepática estão deprimidas e a atividade gastrointestinal pode
estar reduzida. ​

A obesidade aumenta o risco e a gravidade a complicações associadas à cirurgia:​

- O tecido adiposo é especialmente suscetível a infecções;​

- Infecções na ferida cirúrgica são mais comuns em pacientes obesos;​

- A obesidade também aumenta os problemas técnicos e mecânicos relacionados


com a cirurgia, como deiscência da ferida;​

- É mais difícil prestar cuidados ao paciente com obesidade por causa do peso
excessivo e de possíveis restrições no movimento;​

- Estima-se que sejam necessários cerca de 40 quilômetros adicionais de vasos


sanguíneos para cada 14 quilos de excesso de peso, e isso provoca aumento da
demanda cardíaca;​
- O paciente com obesidade tende a ter incursões respiratórias superficiais
quando em decúbito dorsal, aumentando o risco de hipoventilação e de
complicações pulmonares pós-operatórias.​

As considerações especiais para pacientes com incapacidade mental ou física


incluem a necessidade de dispositivos de assistência apropriados, modificações
nas orientações pré-operatórias assim como assistência adicional e atenção no
posicionamento ou transferências. Os dispositivos de assistência incluem aparelho
auditivos, óculos, imobilizadores, próteses e outros dispositivos.

As pessoas com déficit auditivo podem precisar de têm direito por lei a um
intérprete de língua dos sinais ou algum sistema de comunicação alternativo no
período perioperatório. Se o paciente depender de sinais ou da leitura labial e
seus óculos ou lentes de contato tiverem sido removidos, ou se a equipe de saúde
estiver usando máscaras cirúrgicas, será necessário um método alternativo de
comunicação.

A cirurgia ambulatorial é realizada em ambulatório, no mesmo dia e ou em


internação breve, e não precisa de internação hospitalar durante a noite, mas
pode exigir observação por um período.

As cirurgias de emergência não são planejadas e ocorrem com pouco tempo para
a preparação do paciente ou da equipe perioperatória. A natureza imprevisível do
traumatismo e a cirurgia de emergência apresentam desafios únicos durante todo
o período perioperatório.

Os fatores que afetam o paciente que se preparam para se submeter a uma


cirurgia também se aplicam àqueles submetidos à cirurgia de emergência, embora
esta geralmente tenha um prazo muito reduzido. A única oportunidade para a
avaliação pré-operatória pode ocorrer ao mesmo tempo que se realiza a
reanimação no pronto-socorro. O exame de inspeção rápida do paciente é
essencial para identificar todos os locais de lesão se a cirurgia de emergência for
decorrente de um traumatismo. O paciente, que pode ter sofrido uma experiência
traumática, pode precisar de apoio extra e explicações sobre a cirurgia. Para o
paciente inconsciente, é necessário obter o consentimento informado e
informações essenciais de um familiar, como a história clínica pertinente e de
alergias, se disponível. ​

O consentimento informado, ou consentimento livre e esclarecido, é uma decisão


autônoma do paciente sobre sua anuência com um procedimento cirúrgico. Esse
documento é necessário antes de uma cirurgia não emergencial para proteger o
paciente de uma cirurgia não autorizada ou lesão física.

O cirurgião também tem por obrigação informar o paciente sobre os benefícios,


as alternativas, os possíveis riscos, as complicações, a desfiguração, a
incapacidade e a remoção de partes do corpo, bem como as expectativas quanto
aos períodos pós-operatórios imediato e tardio.

O consentimento informado é necessário nas seguintes circunstâncias: ​

- Procedimentos invasivos, como incisão cirúrgica, biopsia, cistocospia ou


paracentese; ​

- Procedimentos que exijam sedação e/ou anestesia; ​

- Procedimentos não cirúrgicos, como arteriografia, que imponham maior risco ao


paciente; ​

- Procedimentos que envolvam radiação; ​

- Administração de hemoderivados.​

O termo de consentimento deve ser escrito em palavras e conceitos simples, de


fácil entendimento, para facilitar o processo do consentimento, e deve utilizar
outras estratégias e recursos conforme necessário para ajudar o paciente a
assimilar o seu conteúdo.
O objetivo no período pré-operatório é que o paciente esteja o mais saudável
possível. Implementam-se todos os esforços para avaliar e tratar os fatores de
risco que possam contribuir para as complicações pós-operatórias e para retardar
a recuperação.

O enfermeiro deve perguntar sobre quaisquer alergias e comorbidades que


possam afetar a anestesia.

A nutrição ideal é um fator essencial na promoção da cicatrização e resistência à


infecção e outras complicações cirúrgicas. A avaliação do estado nutricional do
paciente identifica os fatores que podem afetar a evolução cirúrgica, tais como
obesidade, perda de peso, desnutrição, déficits de nutrientes específicos,
anormalidades metabólicas e efeitos dos medicamentos sobre a nutrição. ​

cárie dentária, as próteses dentárias e as próteses parciais são particularmente


importantes para o anestesiologista, porque dentes cariados ou próteses
dentárias podem se desalojar durante a intubação e obstruir as vias respiratórias.

ingestão, mesmo moderada, de bebida alcoólica antes da cirurgia pode


enfraquecer o sistema imunológico do paciente e aumentar a probabilidade de
complicações pós-operatórias. Além disso, pode comprometer a efetividade de
alguns medicamentos.

Se a cirurgia for de emergência, utiliza-se bloqueio anestésico local, espinal ou


regional para a cirurgia de pequeno porte. Em uma situação de emergência, para
evitar vômitos e potencial aspiração, insere-se uma sonda nasogástrica antes da
administração de anestesia geral.

Tabagistas são mais propensos a apresentar cicatrização insatisfatória, maior


incidência de infecções do local cirúrgico e complicações que incluem
tromboembolismo venosos e pneumonia.

Se o paciente tiver hipertensão arterial não controlada, a cirurgia pode ser adiada
até que a pressão arterial esteja sob controle. Às vezes, o tratamento cirúrgico é
modificado para atender à tolerância cardíaca do paciente. ​

O fígado, o pulmão e os rins são as vias para a eliminação das toxinas e fármacos.
O fígado é essencial na biotransformação de compostos anestésicos. Distúrbios
hepáticos podem afetar substancialmente o metabolismo desses agentes. A
doença hepática aguda está associada a taxa de mortalidade cirúrgica elevada;
portanto, a melhora pré-operatória da função hepática é uma meta.

Os rins estão envolvidos na excreção de fármacos anestésicos e seus metabólitos;


portanto, a cirurgia é contraindicada se o paciente tiver nefrite aguda,
insuficiência renal aguda com oligúria ou anúria, ou outros problemas renais
agudos. As exceções são as cirurgias realizadas como medidas de salvamento,
cirurgias para possibilitar um acesso mais viável para a diálise ou aquelas
necessárias para melhorar a função urinária.

paciente com diabetes que será submetido a uma cirurgia corre risco tanto de
hipoglicemia quanto de hiperglicemia. A hipoglicemia pode se desenvolver
durante a anestesia ou no período pós-operatório pela administração inadequada
de carboidratos ou excessiva de insulina. Hiperglicemia, com potencial de
aumentar o risco de infecção de ferida operatória, pode resultar do estresse da
cirurgia e, consequentemente, provocar o aumento nos níveis de catecolaminas.
Outros riscos são acidose e glicosúria.

É importante identificar e documentar qualquer sensibilidade a medicamentos e


reações adversas pregressas, incluindo medicações, transfusão de sangue, agentes
de contraste, látex e produtos alimentícios

quaisquer medicamentos que o paciente esteja usando ou tenha usado no


passado são documentados, incluindo as preparações de venda livre e agentes
fitoterápicos.

As pessoas expressam o medo de maneiras diferentes. Alguns pacientes podem


fazer perguntas repetidas, independentemente das informações já compartilhadas
com eles. Outros podem afastar-se, evitando deliberadamente a comunicação e se
envolvendo em atividades como ler e assistir à televisão, ou falar sobre
trivialidades.

Devem ser utilizadas múltiplas estratégias de orientação (p. ex., verbal, por
escrito, demonstração de retorno), dependendo da necessidade e da capacidade
do paciente.​

As orientações devem ir além das descrições do procedimento; devem incluir


explicações sobre as sensações que o paciente terá.

Descrições excessivamente detalhadas podem aumentar a ansiedade; portanto, o


enfermeiro deve ser sensível a isso, observando e escutando o paciente e
fornecendo menos detalhes de acordo com as suas necessidades específicas.​

Respiração profunda, tosse e espirometria de incentivo ​

Um dos objetivos da assistência de enfermagem no pré-operatório é orientar o


paciente a promover a expansibilidade pulmonar ideal que resulta na oxigenação
do sangue após a anestesia.

Os objetivos de promover a mobilidade no pós-operatório são melhorar a


circulação, prevenir a estase venosa e promover a função respiratória ideal.

Manejo da dor ​

A avaliação da dor deve incluir a diferenciação entre a dor aguda e a crônica. A


escala de intensidade da dor deve ser introduzida e explicada ao paciente para
promover um manejo mais eficaz da dor pós-operatória.

Estratégias cognitivas de enfrentamento ​

Estratégias cognitivas podem ser úteis para aliviar a tensão, superar a ansiedade,
diminuir o medo e alcançar o relaxamento.

Ex:

Imaginação: o paciente se concentra em uma experiência agradável ou cena


repousante.​
Distração: o paciente pensa em uma história agradável ou recita um poema ou
canção favorita. ​

Autorrecitação otimista: o paciente mentaliza ou verbaliza pensamentos otimistas


(“eu sei que tudo vai dar certo”).

Música: o paciente ouve uma música calma (uma intervenção fácil de administrar,
barata e não invasiva).​

Proteger os pacientes de lesão é um dos principais papéis do enfermeiro


perioperatório.

A finalidade de suspender alimentos e líquidos antes da cirurgia é evitar a


aspiração pulmonar.

os adultos podem ser aconselhados a jejuar por 8 horas após a ingestão de


alimentos gordurosos e por 4 horas depois da ingestão de produtos lácteos.
Pacientes saudáveis podem tomar líquidos claros até 2 horas antes de um
procedimento eletivo.

objetivo do enema: visualizar de maneira satisfatória o local cirúrgico e evitar


traumatismos ao intestino ou prevenir a contaminação do peritônio por material
fecal.

O objetivo do preparo da pele no período pré-operatório é reduzir as bactérias


sem comprometer a integridade da pele.

Todos os pacientes (exceto aqueles com distúrbios urológicos) devem urinar


imediatamente antes de ir para o centro cirúrgico. Isso é importante
principalmente para promover a visibilidade anatômica e a continência durante a
cirurgia abdominal baixa. O cateterismo urinário é realizado na SO apenas quando
necessário.​

Em geral, leva-se de 15 a 20 minutos para preparar o paciente para a SO.

Muitas vezes, a cirurgia é adiada ou o seu horário, trocado, o que impossibilita a


solicitação de que uma medicação seja administrada em um momento específico.
Nessas situações, a medicação pré-operatória é prescrita para “assim que
chamado à SO”. O enfermeiro pode deixar o medicamento pronto para ser
administrado assim que receber a ligação da equipe do centro cirúrgico

O enfermeiro preenche a lista de verificação pré-operatória. O prontuário


preenchido (com a lista de verificação pré-operatória e o formulário de
verificação) acompanha o paciente para a SO com o termo de consentimento
cirúrgico em anexo, juntamente com todos os resultados dos exames laboratoriais
e registros de enfermagem. Quaisquer observações incomuns de última hora que
possam ter influência sobre a anestesia ou a cirurgia são anotadas com destaque
na frente do prontuário. ​

O paciente é levado para a área de espera ou sala pré-cirúrgica cerca de 30 a 60


minutos antes de a anestesia ser administrada.

Você também pode gostar