A.B.Pereira-Juventude Nas CS-2008
A.B.Pereira-Juventude Nas CS-2008
A.B.Pereira-Juventude Nas CS-2008
0, 2007
Philippe Ariès (1978), ao buscar demonstrar o novo lugar assumido pela criança e
pela família nas sociedades industriais, em sua obra “História Social da Criança e da
Família”, evidencia como a idéia de criança é construída historicamente. Para Ariès,
é a escola, no final do século XVII, que proporciona as condições para a criação das
noções de infância e juventude como etapas separadas da vida adulta, justamente
por conta do isolamento de crianças e jovens dos adultos. Constitui-se, assim, um
novo meio para a educação. Conforme Ariès, na sociedade medieval o mundo
infantil não era separado do adulto, não havendo, portanto, uma fase de transição
destacada.
"A escola substituiu a aprendizagem como meio de educação. Isso quer dizer que a
criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente,
através do contato com eles. A despeito das muitas reticências e retardamentos, a
criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa espécie de
quarentena, antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi a escola, o colégio.
Começou então um longo processo de enclausuramento das crianças (como dos
loucos, dos pobres e das prostitutas) que se estenderia até nossos dias, e ao qual
se dá o nome de escolarização" (ARIÈS, 1978:11).
"Ser jovem, portanto, não depende somente da idade como característica biológica,
como condição do corpo. Tampouco depende do setor social, com a conseqüente
possibilidade de aceitar de maneira diferencial a uma moratória, a uma condição de
privilégio. Há que se considerar também o fato geracional: a circunstância cultural
que emana de ser socializado com códigos diferentes, de incorporar novos modos
de perceber e de apreciar, de ser competente em novos hábitos e destrezas,
elementos que distanciam aos recém chegados do mundo das gerações mais
antigas" (MARGULIS & URRESTI, 1996; trad. minha).
Por outro lado, Margulis e Urresti apontam ainda a existência de uma moratória que
consideram complementar à social: a moratória vital. Um período da vida em que
se possui um excedente temporal, um crédito, algo que se tem economizado. Um
elemento que se tem a mais e se pode dispor e que os não jovens teriam mais
reduzido: um certo “capital temporal” ou “capital energético”. “Daí a sensação de
invulnerabilidade que caracteriza os jovens, sua sensação de segurança: a morte
está longe, é inverossímil, pertence ao mundo dos outros, às gerações que os
precederam” (MARGULIS & URRESTI, 1996; trad. minha). E sobre esta moratória
também aparecerão as diferenças sociais e culturais, de classe e/ou de gênero, no
modo de ser jovem, afirmam os mesmos. Haveria, no entanto, a ênfase de alguns
autores apenas na moratória social e que, por isso, tenderia a restringir a condição
de juventude aos setores médios e altos. Isto aconteceria porque se ocultaria ou se
esqueceria este outro lado, que foi definido como moratória vital, comum a todas
as classes. Para estes dois autores, a moratória social definiria então uma certa
noção de juvenil que se expressaria por certos aspectos estéticos e configuraria um
certo privilégio de determinadas classes sociais mais abastadas. Já a moratória vital
definiria uma noção fática de ser jovem comum a todas as classes sociais, marcada
pela energia do corpo, pela distância da morte etc.
Carles Feixa (1996), em texto no qual aborda o que chamou de Antropologia das
Idades, demonstra como a discussão sobre as idades não é nova na antropologia.
Desde Maine e Morgan, bem como também Frazer e Boas, a idade é considerada,
junto com o sexo, um princípio de organização social universal. Feixa afirma ainda
que a maior parte das etnografias das sociedades não ocidentais ou camponesas
atentou para as estratificações por idade, pois seriam estas fundamentais para o
funcionamento das mesmas. Ele prossegue dizendo que desde Van Gennep o
estudo dos ritos de passagem tornou-se uma área clássica da etnologia. Há
também etnografias pioneiras das sociedades complexas que tratarão do tema
como o estudo de William Foote Whyte (2005 [1943]) sobre os jovens da sociedade
de esquina em um bairro de imigrantes italianos em Boston. Além de inúmeros
outros trabalhos da Escola de Chicago dedicados a tais estudos, como é o caso de
um levantamento sobre as gangues de Chicago feito por Frederic Thrasher (1927).
Feixa enfatiza ainda que o maior best-seller da história da antropologia seria
justamente um livro sobre a adolescência em uma sociedade “primitiva”, Coming
Age in Samoa de Margaret Mead (1928). Contudo, apesar de tais precedentes, é
somente nos últimos anos que o estudo da idade tem começado a se tornar um
objeto de reflexão central e não periférico para a pesquisa e teoria antropológica,
afirma Feixa (1996). Para este autor, uma das chaves para a aproximação
antropológica da idade é considerá-la como uma construção cultural. Isto porque:
Segundo Feixa, nem as fases em que se dividem os ciclos vitais, nem os seus
conteúdos culturais atribuídos a cada uma destas fases são universais. Isso
explicaria o caráter relativo da divisão das idades, cuja terminologia seria
extremamente variável no espaço, no tempo e na estrutura social. Para este autor,
é obvio que a idade como condição natural nem sempre coincide com a idade como
condição social. Ao refletir sobre o modo como estes dois elementos podem definir
as idades, Feixa elabora uma questão clássica: “como interagem natureza e cultura
na definição social das idades?” (1996). Com isso, nos direciona para mais algumas
importantes questões sobre como e por que estudar tal tema. Tais questões podem
ser vistas, por outro lado, mais como pautas possíveis de pesquisa e reflexão para
a antropologia das idades proposta por ele: “em que medida a idade contribui na
conformação de identidades coletivas? Como interage com outros fatores, como a
etnicidade, o gênero, a classe e o território? É uma dimensão central ou marginal
na estrutura social contemporânea?” (FEIXA, 1996; trad. minha). Dessa maneira,
ele também amplia a possibilidade de relações para se pensar uma antropologia da
idade, ou, mais especificamente uma antropologia da juventude, pois se Margulis e
Urresti apontam a classe social e o gênero como fatores importantes para as
definições de juventude, não se pode esquecer que há outros fatores igualmente
relevantes, como os apontados por Feixa, para se pensar as diversas configurações
que a categoria juventude pode assumir. Contudo, se a noção de juventude não
pode ser naturalizada e nem definida de forma unívoca, algumas abordagens
tendem a atribuir um único critério para definir a constituição das denominadas
culturas juvenis em variados contextos. Estas abordagens, conforme expõe José
Machado Pais (2003), dividem-se basicamente em dois enfoques diferentes. Um
deles, que Pais denominou como “corrente geracional”, define as chamadas
culturas juvenis a partir do seu critério etário, ou seja, em relação à “geração
adulta”. “A questão essencial a discutir no âmbito desta corrente diz respeito à
continuidade/descontinuidade dos valores intergeracionais” (PAIS, 2003:48). O
outro modo de tratar os grupos juvenis evidenciado por Pais enfatiza a origem
social destes grupos, tendo, portanto, um enfoque nas diferentes classes sociais em
que os grupos juvenis se inserem, esta última recebe a denominação do autor de
“corrente classista”.
Dividido entre qual das duas correntes teóricas utilizar em sua análise sobre a
juventude portuguesa, José Machado Pais decide não adotar nenhuma delas como
pressuposto principal para a análise. Ele afirma procurar se valer da realidade,
revelada através da pesquisa, das diferentes manifestações culturais dos jovens
para, então, definir quais perspectivas que podem orientar a configuração das
culturas juvenis pesquisadas.
"Em vez de teimosamente me agarrar a uma, e uma só, destas correntes teóricas,
o exercício a que me proponho é o de olhar as culturas juvenis a partir de
diferentes ângulos de observação, de tal forma que umas vezes elas aparecerão
como culturas de geração, outras como culturas de classe, outras vezes, ainda,
como culturas de sexo, de rua, etc". (PAIS, 2003:109).
"A maior parte dos estudos que se debruçam sobre o problema da delinqüência
juvenil ressalta o caráter de resultado de um “defeito” no processo de socialização,
provocado por disfunções no sistema social, e é marcada por uma perspectiva
corretiva, que aponta para a necessidade de “saneamento” das patologias e para a
busca da reintegração desses jovens nos padrões de normalidade" (ABRAMO,
1994).
"Nos casos desses grupos etários anormativos, observa-se uma total discrepância
entre as expectativas e aspirações do grupo juvenil e seus membros e as
expectativas dos adultos em relação a eles. O grupo de referência e os padrões de
símbolos do grupo etário primário são totalmente opostos ao sistema social
existente e o grupo não mantém nenhuma comunicação efetiva com a sociedade
adulta" (EISENSTADT, 1976:288).
Há também, no entanto, enfoques de caráter funcionalista que pensam a relação
das subculturas juvenis a partir de uma relação de classes e de uma não integração
destas à sociedade adulta. Dos autores que abordaram a delinqüência dentro deste
campo das classes sociais, podemos destacar o estudo de Albert Cohen (1968).
Este autor utilizou o termo subcultura delinqüente para designar os problemas de
ajustamento dos grupos juvenis, porém, neste caso, em relação a um determinado
status social. Segundo Cohen (1968:133), a subcultura delinqüente teria como
marca o repúdio aos padrões da classe média. Dessa maneira, ele caracteriza os
problemas da delinqüência juvenil como sendo de status, pois a certas crianças
seria negado o status numa sociedade respeitável. A partir desta impossibilidade de
se enquadrar nos moldes requeridos pelo sistema de posições sociais respeitáveis,
que a subcultura delinqüente trataria desses problemas, oferecendo a tais crianças
os padrões nos quais elas poderiam se adaptar. Porém, apesar de outras
abordagens, como a de Cohen, também anunciarem uma perspectiva de classe
social para se pensar o que foi denominado como subculturas juvenis, conforme já
foi enunciado anteriormente, serão os estudos culturais do CCCS da Universidade
de Birmingham que se destacarão nesta busca de se pensar as culturas juvenis
como subculturas de resistência simbólica, sobretudo de resistência de classe.
Hebdige (1994) dirige também algumas críticas aos estudos sobre juventude
baseados na observação participante, como o de William Foote Whyte sobre os
jovens de uma gangue italiana em Boston, porque, segundo ele, haveria nestes a
ausência de qualquer estrutura analítica ou explicativa. No entanto, para Hebdige,
além dessa suposta inexistência de uma análise ou explicação, um dos problemas
mais graves das pesquisas que têm a observação participante como método seria a
negligência da importância das relações de poder e de classe. Pois, segundo ele,
nos relatos das pesquisas que adotam a observação participante, a subcultura
tenderia a ser apresentada como se funcionasse independente dos contextos
sociais, políticos e econômicos mais amplos. Portanto, completa Hebdige afirmando
que o resultado da abordagem feita pela observação participante seria um retrato
da subcultura, na maioria das vezes, incompleto (1994:76). Porém, se Hebdige
critica a observação participante, pode-se dizer que talvez um dos grandes
problemas de seu trabalho sobre as subculturas na Grã-Bretanha (mais
particularmente sua pesquisa sobre os punks na Inglaterra), bem como dos estudos
de Birmingham sobre as culturas juvenis de uma maneira geral, seja, justamente, a
ausência de uma descrição etnográfica mais aprofundada do modo como elas
atuam e de como os jovens se relacionam dentro dela. Ou seja, opta-se por
discussões teóricas mais generalizantes e não se discute “o que as subculturas de
fato fazem e qual o significado destas atividades para os próprios jovens”
(FERNANDES & FREIRE FILHO, 2005:3). Isto porque, tal descrição aprofundada só
se faz possível pelo método da observação participante, que, em grande medida, é
negligenciado pelos pesquisadores de Birmingham .
Uma questão bastante discutida na literatura sobre juventude diz respeito a qual
terminologia se utilizar para designar os grupos de jovens que se articulam em
torno de uma mesma prática e de um determinado estilo. Conforme já foi visto,
subcultura e cultura juvenil são duas das denominações possíveis. Entretanto, há
um outro termo muito utilizado, principalmente pela mídia, para se nomear
algumas manifestações juvenis: “tribos urbanas”. A idéia de tribo urbana evoca,
como afirma José Guilherme Magnani, “pequenos grupos bem delimitados, com
regras e costumes particulares em contraste com o caráter homogêneo e
massificado que comumente se atribui ao estilo de vida das grandes cidades”
(1992:49). O autor demonstra como esta acepção de “tribo” é utilizada de uma
maneira totalmente contrária de seu sentido original, empregado pela etnologia no
estudo de sociedades de pequena escala. Pois, “tribo”, neste emprego técnico,
configura: “uma forma de organização mais ampla que vai além das divisões de clã
ou linhagem de um lado e da aldeia, de outro. Trata-se de um pacto que aciona
lealdades para além dos particularismos de grupos domésticos e locais” (MAGNANI,
1992:49).
Assim, se “tribo” em seu contexto original denota alianças mais amplas, nesta sua
outra utilização, direcionada para as sociedades urbano-industriais, aponta-se para
os particularismos, para grupos bem delimitados. Entretanto, há um outro
problema no emprego do termo, pois a idéia de “tribo”, quando aplicada aos grupos
urbanos, em especial aos formados por jovens, não apenas destoa de seu sentido
original, como também se mostra inadequada no modo como se quer abordar estes
grupos, que não podem ser vistos como uma comunidade homogênea, conforme o
termo evoca.
"Logo nos demos conta de como as abordagens do senso comum e dos mass media
sobre o fenômeno das tribos urbanas buscavam um 'outro' crítico para o etiquetar,
da mesma forma que a velha etnografia farejava o exótico para melhor o colonizar"
(PAIS, 2004:9).
"Através das festas, das rotas de ócio, mas também através do grafite e de outras
manifestações, diversas gerações de jovens têm recuperado espaços públicos que
tinham se tornado invisíveis, questionando os discursos dominantes sobre a cidade.
Na escola local, a emergência de culturas juvenis pode responder a identidades de
bairro, a dialéticas de centro-periferia, que é preciso desentranhar. Por um lado, as
culturas juvenis se adaptam ao seu contexto ecológico (estabelecendo-se uma
simbiose às vezes insólita entre estilo e meio). Por outro lado, as culturas juvenis
criam um território próprio, apropriando-se de determinados espaços urbanos que
distinguem com suas marcas: a esquina, a rua, a parede, o local de baile, a
discoteca, o centro urbano, as zonas de lazer etc". (FEIXA, 2006:117; trad. minha).
Além do que já foi apresentado, há ainda um outro tema que perpassou todos estas
pesquisas realizadas no âmbito do Núcleo de Antropologia Urbana: o do tempo livre
ou do lazer. Retomando a discussão sobre a noção de juventude realizada até aqui,
percebemos que, de uma forma ou de outra, esta questão constituiu-se também
em um elemento importante para praticamente todas as análises. Embora o lazer
ou a fruição do tempo livre não seja uma prática cultural exclusiva dos jovens, esta
parece ter tornado-se um elemento importante da representação construída a
respeito do jovem na sociedade atual. Desde as discussões da Escola de
Birmingham, a temática já estava presente na demonstração da configuração dos
estilos espetaculares articulados a manifestações de lazer, ou de ocupação do
tempo livre. A relação da juventude com o tempo livre é também destacada por
Feixa (2004) e por diversos outros pesquisadores que lidam com essa questão.
Helena Abramo (1994) aponta o lazer como uma das dimensões mais significativas
na vida dos jovens, sendo este um espaço importante para a sociabilidade e
estruturação de identidades individuais e coletivas. Para Luís Antonio Groppo
(2000), no lazer é que os jovens encontram locais e momentos favoráveis para as
atividades diferenciadas e relativamente autônomas em relação aos adultos. Indo
ao encontro do que afirma Groppo, José Machado Pais (2003), por sua vez,
ressaltará a ligação existente entre a sociologia da juventude e a sociologia do
lazer, demonstrando o constante interesse de uma certa sociologia da juventude
pelo tema do lazer.
Nota-se também que, além do lazer, um outro fator aparece de forma bastante
forte nas representações produzidas a respeito da juventude: a violência. Assim
como os trabalhos que enfocam a relação dos jovens com o lazer não são recentes,
pode-se dizer que a análise da incidência da violência entre os jovens é um tema
que marca as pesquisas realizadas no âmbito das Ciências Sociais sobre a
juventude há muito tempo. A questão da formação das gangues e da delinqüência
juvenil já é analisada desde os anos 1920 nos Estados Unidos pela Escola de
Chicago, com destaque para o trabalho de Trasher (1927) sobre as gangues. Assim
como acontece com a questão do lazer, a proximidade com a violência não é
exclusiva do segmento jovem, mas um fenômeno que afeta todos os outros
segmentos etários, se assim se pode denominá-los. No entanto, os jovens
aparecem cada vez mais relacionados a esta questão, ora nas representações
produzidas sobre eles, ora nas estatísticas sobre a violência que apontam o jovem
como, ao mesmo tempo, autor e vítima principal de atos de violência. Marília
Sposito (2003) aponta para esta associação entre violência e juventude ocorrida
hoje no Brasil, particularmente, a partir do crescimento da violência na sociedade
de uma maneira geral e da disseminação das quadrilhas organizadas em torno do
narcotráfico. Entretanto, assinala Sposito (2003:23) que “é preciso ressaltar que os
segmentos juvenis da sociedade brasileira, embora apareçam quase sempre como
protagonistas, são muito mais vítimas do que responsáveis”.
Notas
Os temas da indisciplina escolar e da crise de autoridade do professor em sala de aula constituem duas das
principais questões levantadas pelos profissionais da educação, ao tratarem da “crise atual” da educação. Para
uma discussão mais aprofundada: AQUINO, 1998, “A indisciplina e a escola atual”.
Guita Debert (2004) faz uma discussão semelhante ao tratar do que denominou como cultura adulta.
Segundo ela, a juventude teria se tornado um valor que poderia ser adquirido em qualquer idade. A partir
disso, afirma Debert que a idéia de juventude teria se descolado de uma determinada faixa etária,
transformando-se em um bem conquistado através de certos estilos de vida e formas de consumo que
expressariam uma condição juvenil.
Tribus Urbana. El ânsia de identidad juvenil: entre el culto a la imagen y la autoafirmación a través de la
violencia, Barcelona & Buenos Aires, 1996.
As pesquisas que compõem a coletânea foram apresentadas resumidamente em artigo de Magnani sobre o
circuito dos jovens na cidade de São Paulo. Tempo Social, revista de sociologia da USP, v.17, n.2, nov. 2005.
Sobre os jovens como condutores de uma suposta transformação política, ver FORACCHI (1965) e IANNI
(1968) .
Bibliografia