Te Seguirei 2024
Te Seguirei 2024
Te Seguirei 2024
Edições Shalom
Estrada de Aquiraz – Lagoa do Junco
CEP: 61.700-000 – Aquiraz/CE
Tel.: (0xx85) 3308.7465/ 7402
@livrariashalom
www.livrariashalom.org | [email protected]
ISBN: 978-65-89366-77-5
Amém!
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Apresentação
"O jugo de Deus é a vontade de Deus, que nós acolhe-
mos. E esta vontade não é para nós um peso exterior, que nos
oprime e nos tira a liberdade. Conhecer aquilo que Deus quer,
conhecer qual é a via da vida [...]. Esta é, também, a nossa
alegria: a vontade de Deus não nos aliena, nos purifica – tal-
vez em modo também doloroso – e assim nos conduz a nós
mesmos.”1
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Assessoria Vocacional
2. AZEVEDO FILHO, Moysés Louro de. Obra Nova. In: AZEVEDO FILHO,
Moysés Louro de. Escritos Comunidade Católica Shalom. 6. ed. Aqui-
raz: Shalom, 2012. §1. p. 13-14.
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PALAVRAS DO MOYSÉS
AOS VOCACIONADOS
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Moysés Azevedo
Fundador e Moderador da Comunidade Católica Shalom
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PALAVRAS DA EMMIR
AOS VOCACIONADOS
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Isso não é tarefa fácil. Por outro lado, não é tarefa hu-
mana. É uma obra da graça de Deus. Muito mais do que você,
Deus está interessado em lhe dar toda a força, toda a graça,
todas as condições que, ao longo de sua vida, você necessitará
viver para ser um outro Ele.
Seguir Jesus, dessa forma, com o coração, com a alma,
com o corpo, é tarefa e plano divinos de felicidade a serem
seguidos até a sua morte. Sua principal tarefa, ao longo dessa
preparação e durante toda a sua vida, será colocar-se com
confiança nas mãos Daquele que o(a) chamou. Sem complicar.
Sem muitas interrogações, mas com muito, muito amor.
No fundo, no fundo, é o amor incondicional a Jesus Cristo
que define a qualidade do vocacionado. O amor ardente e in-
condicional de Jesus por um vocacionado, por um consagra-
do, por um filho Seu, por seu turno, é sempre presente, sem-
pre constante e sempre pronto a derramar graça sobre graça,
para que não falte o Seu auxílio àquele(a) que se entregou a
Ele com amor, por amor e em gratidão de amor.
Que o Senhor, que o(a) chama a discernir sobre tomar a
sua cruz, ou seja, perder todos os seus direitos, renunciar a
você mesmo, isto é, desaparecer para que só Ele viva, esse
mesmo Senhor o(a) sustente no caminho de discernimento
e, segundo a Sua vontade, o(a) sustente no caminho para Ele
durante toda a sua vida.
Shalom!
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Checklist Vocacional
Retiro Pessoal – Dia: ____/____/____
Encontro vocacional
Confissão
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Fevereiro
O Discernimento e os Fundamentos do Carisma Shalom
Para iniciarmos o nosso vocacional, é preciso, antes de
tudo, conhecermos como se desenvolve um processo de dis-
cernimento, à luz da oração. Por isso, nos primeiros quinze
dias, iremos rezar com as catequeses do Papa Francisco sobre
esse tema3. Nos outros quinze dias, iremos aprofundar os fun-
damentos da nossa Vocação: a experiência com o Ressuscita-
do que passou pela Cruz. Por isso, teremos a oportunidade de
aprofundar em nossa caminhada, dia a dia, essa experiência
que dá sentido a todo o nosso caminho vocacional.
Antes de iniciarmos este caminho de discernimento, gos-
taria de orientá-los que trata-se de um caminho de descoberta
e aprofundamento na vida de oração, na escuta a Deus. Este
caminho só poderá ser feito através de um processo de amiza-
de, como diz Santa Tereza. Dessa forma, tudo o que terá neste
livro será uma motivação para que você dialogue com Deus,
assim você poderá, no tempo certo, escutar de forma clara o
que Deus quer para você.
Por isso, terá dias em que você rapidamente terminará
de ler as orientações, porém você não deve ficar pensando: “E
agora o que vou fazer?” Mas, sim, levar tudo aquilo que ficou
mais forte, através da leitura, para um diálogo com Deus. Con-
verse com Ele e deixe que Ele lhe fale o que Ele deseja, pois até
mesmo o silêncio de Deus é uma forma com que Ele se utiliza
para falar conosco, além de permitir com que Ele opere em
você a Sua vontade.
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1º Dia ____/____/____
Início de um caminho
Como falei anteriormente, iniciaremos tratando sobre o
discernimento, para isso utilizaremos as catequeses do Papa
Francisco sobre o tema. Falando nisso, você sabe o que signi-
fica discernir? Como veremos, discernir parte de uma escuta,
de uma relação, mas também parte de uma decisão, de uma
escolha livre, e não forçada.
“[...] o discernimento apresenta-se como um exercício de
inteligência, também de perícia e inclusive de vontade, para
reconhecer o momento favorável: são estas as condições para
fazer uma boa escolha. É preciso inteligência, perícia e tam-
bém vontade para fazer uma boa escolha. E há ainda um custo
necessário para que o discernimento se torne viável. [...] Cada
um deve tomar decisões; não há ninguém que as tome por
nós. Numa certa altura os adultos, livres, podem pedir con-
selhos, pensar, mas a decisão é pessoal; não se pode dizer:
‘Perdi isto, porque o meu marido decidiu, a minha esposa de-
cidiu, o meu irmão decidiu’: não! Tu deves decidir, cada um
de nós deve decidir, e por isso é importante saber discernir:
para decidir bem, é necessário saber discernir. [...] Por exem-
plo, pensemos no primeiro encontro de André e João com Je-
sus, um encontro que nasce de uma simples pergunta: ‘Rabi,
onde moras?’ – ‘Vinde ver!’ (cf. Jo 1,38-39), diz Jesus. Um diálo-
go muito breve, mas é o início de uma mudança que, passo a
passo, marcará a vida inteira. Anos mais tarde, o Evangelista
continuará a lembrar-se daquele encontro que o mudou para
sempre, recordando-se até da hora: ‘Eram cerca das quatro
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2º Dia ____/____/____
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3º Dia ____/____/____
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4º Dia ____/____/____
Autoconhecimento
Um outro elemento fundamental do discernimento é o
autoconhecimento. Não tem como discernirmos bem uma
vocação sem buscarmos conhecer a nós mesmos, nossos
dons e fraquezas.
“Hoje gostaria de salientar, de maneira quase comple-
mentar, que o bom discernimento exige também o conheci-
mento de si. Conhecer a si mesmo. E isso não é fácil. Com
efeito, o discernimento envolve as nossas faculdades huma-
nas: a memória, o intelecto, a vontade, os afetos. Muitas vezes
não sabemos discernir porque não nos conhecemos de modo
suficiente, e assim não sabemos o que realmente queremos.
Ouvistes muitas vezes: ‘Mas aquela pessoa, por que não se
ocupa da sua vida? Nunca soube o que quer…’. Sem chegar
àquele extremo, mas também a nós acontece que não sabe-
mos bem o que queremos, não nos conhecemos bem. [...] Co-
nhecer-se a si próprio não é difícil, mas é cansativo: exige um
paciente trabalho de escavação interior. Requer a capacidade
de parar, de ‘desativar o piloto automático’, de tomar cons-
ciência da nossa maneira de agir, dos sentimentos que nos
habitam, dos pensamentos recorrentes que nos condicionam,
e muitas vezes sem que saibamos. Exige também que se dis-
tinga entre as emoções e as faculdades espirituais. ‘Sinto’ não
é a mesma coisa que ‘estou convencido’; ‘apetece-me’ não é a
mesma coisa que ‘desejo’. Assim chegamos a reconhecer que
a visão que temos de nós próprios e da realidade é às vezes
um pouco deturpada. Compreender isso é uma graça! Com
efeito, muitas vezes pode acontecer que convicções erradas
sobre a realidade, baseadas nas experiências do passado, nos
influenciem fortemente, limitando a nossa liberdade de apos-
tar naquilo que realmente conta na nossa vida.”
Podemos perceber, a partir do que o Papa nos fala, que
um outro elemento essencial para o discernimento é o au-
toconhecimento, que deve andar em conjunto com a vida de
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7º Dia ____/____/____
A desolação
Um elemento que o Papa apresenta como matéria do dis-
cernimento, seguindo os “Exercícios Espirituais”, é a desola-
ção, isto é, “uma perturbação interior, uma inquietação devi-
da a várias agitações e tentações”. Essa desolação, segundo o
Papa, deve nos levar a um grande movimento de conversão e
mudança de vida.
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8º Dia ____/____/____
Consolação
Como vimos ontem, Deus se utiliza de tudo para nos tra-
zer a Ele, inclusive das nossas decorações, mas particular-
mente das nossas consolações. Para compreender um pouco
mais, leia o texto a seguir:
“O que é a consolação espiritual? É uma experiência de
alegria interior, que permite ver a presença de Deus em tudo;
ela revigora a fé e a esperança, assim como a capacidade de
fazer o bem. A pessoa que vive a consolação não se rende
diante das dificuldades, pois experimenta uma paz mais for-
te do que a provação. Portanto, trata-se de um grande dom
para a vida espiritual e para a vida no seu conjunto. E viver
esta alegria interior. A consolação é um movimento íntimo,
que toca o fundo de nós próprios. Não é vistosa, mas suave,
delicada, como uma gota de água sobre uma esponja (cf. Santo
Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, 335): a pessoa sente-
-se abraçada pela presença de Deus, de uma maneira sempre
respeitosa da própria liberdade. Nunca é algo desafinado, que
procura forçar a nossa vontade, mas também não é uma eu-
foria passageira: pelo contrário, como vimos, até a dor – por
exemplo, por causa dos próprios pecados – pode tornar-se
motivo de consolação. [...] A consolação é uma paz [que] não
[nos faz] permanecer sentados ali, gozando-a, não; ela dá-
-te a paz e atrai-te para o Senhor e põe-te a caminho para
realizar, fazer coisas boas. Em tempo de consolação, quan-
do estamos consolados, vem-nos vontade de praticar tanto
bem, sempre. Ao contrário, quando há um momento de de-
solação, vem-nos vontade de nos fecharmos em nós mesmos
e de não fazer nada. A consolação impele-nos para a frente,
para o serviço aos outros, da sociedade, das pessoas. [...]. Mas,
estejamos atentos. Devemos distinguir bem a consolação que
vem de Deus das falsas consolações. Na vida espiritual ocorre
algo semelhante ao que acontece nas produções humanas: há
originais e há imitações. Se a consolação autêntica for como
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uma gota sobre uma esponja, será suave e íntima; as suas imi-
tações serão mais barulhentas e vistosas, são mero entusias-
mo, são fogos de palha, sem consistência, levam a fechar-se
em si mesmas, e a não se preocupar com os outros. No final,
a falsa consolação deixa-nos vazios, distantes do centro da
nossa existência. Por isso, quando nos sentimos felizes, em
paz, somos capazes de fazer qualquer coisa. Mas não confun-
damos aquela paz com um entusiasmo passageiro, pois há o
entusiasmo hoje, depois diminui e deixa de haver. Por isso,
é necessário fazer discernimento, até quando nos sentimos
consolados. Pois a falsa consolação pode tornar-se um pe-
rigo, se a procurarmos como um fim em si mesma, de modo
obsessivo, e esquecermos o Senhor. Como diria São Bernardo,
procuram-se as consolações de Deus, não se procura o Deus
das consolações. Devemos procurar o Senhor e, com a sua
presença, o Senhor consola-nos, faz-nos ir em frente. E não
procurar Deus que nos traga consolações: não; não está bem,
não devemos estar interessados nisso. É a dinâmica da crian-
ça de que falamos na última vez, que só procura os pais para
obter algo deles, mas não por eles próprios: vão por interesse.
‘Pai, mãe’. E as crianças sabem fazer isso, sabem jogar e quan-
do a família é dividida, e têm este hábito de procurar aqui e
ali, isso não faz bem, não é consolação, é interesse. Também
nós corremos o risco de viver a relação com Deus de manei-
ra infantil, procurando o nosso interesse, procurando reduzir
Deus a um objeto para nosso uso e consumo, perdendo o dom
mais belo, que é Ele próprio. Assim, vamos em frente na nossa
vida, que procede entre as consolações de Deus e as desola-
ções do pecado do mundo, mas sabendo distinguir quando é
uma consolação de Deus, que te dá paz até ao fundo da alma,
de quando é um entusiasmo passageiro que não é negativo,
mas não é a consolação de Deus.”
Um novo elemento para o discernimento, introduzido
pelo Papa, é a consolação, que como ele bem fala, que não é
aquele “fogo de palha”, mas uma paz interior que nos con-
figura e nos faz aderir ao bem supremo, Deus. Essa conso-
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O tempo
O Papa em sua catequese fala de uma realidade, pós-dis-
cernimento, importante, que é a confirmação se aquela es-
colha foi boa, ou, em outras palavras, se fiz um bom discer-
nimento. O tempo é uma boa ajuda para que o discernimento
seja mais firme e eficaz, pois ele amadurece a nossa escolha e
faz com que os afetos saiam do discernimento.
“No processo de discernimento, é importante permane-
cer atento também à fase que se segue imediatamente à deci-
são tomada, para captar os sinais que a confirmam, ou aqueles
que a desmentem. Devo tomar uma decisão, faço o discerni-
mento a favor ou contra, sentimentos, rezo... depois, termina
este processo e tomo a decisão, e em seguida vem aquela par-
te em que devemos estar atentos, ver. Pois na vida há decisões
que não são boas e existem sinais que as desmentem, enquan-
to as boas as confirmam.
Com efeito, vimos que o tempo é um critério fundamental
para reconhecer a voz de Deus no meio de muitas outras vo-
zes. Somente Ele é Senhor do tempo: é uma marca de garantia
da sua originalidade, que o diferencia das imitações que, sem
sucesso, falam em seu nome. Um dos sinais distintivos do es-
pírito bom é que ele comunica uma paz que perdura no tempo.
Se fizeres um aprofundamento e depois tomares a decisão, e
se isto te der uma paz que perdura no tempo, este é um bom
sinal, pois indica que o caminho foi bom. Uma paz que traz
harmonia, unidade, fervor, zelo. Sais do processo de aprofun-
damento melhor do que entraste.
Por exemplo, se eu tomar a decisão de dedicar meia hora
a mais à oração, e depois sentir que vivo melhor os outros
momentos do dia, que estou mais tranquilo, menos ansioso,
desempenho o trabalho com mais atenção e prazer, até as re-
lações com algumas pessoas difíceis se tornam mais fáceis...,
todos estes são sinais importantes que vão a favor da bondade
da decisão tomada. A vida espiritual é circular: a bondade de
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11. PAPA FRANCISCO. Audiência geral. 7 dez. 2022. Disponível em: ht-
tps://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/docu-
ments/20221207-udienza-generale.html. Acesso em: 12 fev. 2023.
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A vigilância
Um elemento muito importante neste processo de dis-
cernimento é a vigilância, em todo o seu processo, mas par-
ticularmente após fechar o discernimento, isso porque muita
coisa se levanta para ir contra a concretude da ação. Por isso,
neste dia iremos tratar da vigilância.
“Nesta altura considero necessário inserir a chamada a
uma atitude essencial, a fim de que não se perca todo o tra-
balho levado a cabo para discernir o melhor e tomar a boa
decisão, e esta seria a atitude da vigilância.
[...]
Vigiar para salvaguardar o nosso coração e compreender
o que acontece dentro. Trata-se da disposição de espírito dos
cristãos que aguardam a vinda final do Senhor; mas pode ser
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grande senhor. Pois entra com a nossa para sair com a sua. É
preciso proteger a casa deste engano de demónios educados.
E a mundanidade espiritual segue sempre este caminho.”13
Com isso, observamos como o Papa vê com grande im-
portância o papel da vigilância num processo de discerni-
mento, pois é ele que nos permitirá sermos fiéis àquilo que
discernimos, muitas vezes sendo um processo custoso. E
essa atitude realmente deve entrar em nosso dia a dia, pois,
como diz a Palavra de Deus, o demônio fica nos tentando
para que não cumpramos aquilo que Deus deseja para nós.
Além disso, a nossa inclinação ao mal ajuda o demônio nesse
sentido. Por isso, devemos sempre nos colocar em vigilân-
cia, sabendo também que, para bem vigiarmos, é necessário
constantemente estarmos unidos a Deus. Releia esse trecho
e reze suplicando a Deus que lhe dê a graça da vigilância,
mas ao mesmo tempo peça que Ele lhe revele quais são os
meios que fazem com que você não seja vigilante.
O acompanhador espiritual
Neste último dia do nosso percurso sobre o discernimen-
to gostaria de falar sobre uma ajuda muito grande que Deus
nos dá como Comunidade, o acompanhador vocacional. Este
será aquela pessoa que caminhará ao seu lado, ajudando você
a perceber o que vem de Deus e o que vem da carne. Contudo,
não se engane, ele não vai discernir por você, e sim vai ajudá-
-lo a fazer isso.
“[...]. Uma delas é o acompanhamento espiritual, impor-
tante sobretudo para o conhecimento de si que, como vimos,
é uma condição indispensável para o discernimento. Olhar-
mo-nos no espelho, sozinhos, nem sempre ajuda, pois pode-
mos alterar a imagem. Ao contrário, olhar no espelho com o
13. PAPA FRANCISCO. Audiência geral. 14 dez. 2022. Disponível em: ht-
tps://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/docu-
ments/20221214-udienza-generale.html. Acesso em: 12 fev. 2023.
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14. PAPA FRANCISCO. Audiência geral. 4 jan. 2023. Disponível em: ht-
tps://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2023/docu-
ments/20230104-udienza-generale.html. Acesso em: 12 fev. 2023.
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seca, que expôs a Jesus a sua mão, você também possa expor
a sua vida para ser alcançado e ajudado a dar o seu sim à
vontade divina.
Olá, caro irmão (a) vocacionado Shalom! Nos próximos
16 dias de oração estaremos mergulhando em aspectos dos
fundamentos do Carisma. Que sejam dias de imensa graça na
sua vida. É necessário todo esforço e dedicação de sua parte;
todavia, sabendo que a oração é um dom gratuito de Deus,
uma graça15. Por isso, é sempre importante dois movimentos:
a súplica, que nos faz reconhecer a total dependência do au-
xílio do Senhor, a primazia da graça e o louvor, que nos tira do
centro e coloca Deus.
Comunicação da Paz
“‘Ao encontrar os discípulos no Cenáculo, Jesus Ressuscita-
do lhes diz: Paz a vós’ (Jo 20,19), ou seja, Shalom! Em Jesus, esta
saudação é uma real comunicação da Paz, isto é, de toda sorte
15. “Dizer que um homem tem a graça de Deus é dizer que há nele al-
gum efeito produzido gratuitamente pela vontade de Deus. Quando se
trata da ordem natural, Deus não se contenta em mover as criaturas
para fazê-las produzir atos naturais. Ele coloca ainda nelas formas e
disposições ativas apropriadas que se tornam os princípios desses atos,
de maneira que essas criaturas se encontram inclinadas por si mesmas,
no sentido do movimento que Ele lhes imprime. Assim, os impulsos que
essas criaturas recebem de Deus tornam-se para elas conaturais e elas
os seguem facilmente, segundo esta palavra da Sabedoria: ‘Ele dispôs
tudo suavemente’ (8,1).” (LELOUP, Jean-Yves. A vida em Jesus Cristo se-
gundo Nicolau Cabacilas e Santo Tomás de Aquino. São Paulo: Editora
Unesp, 2007. p. 32-33).
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Um novo Pentecostes
“A Comunidade Católica Shalom é fundamentada nesta
experiência do Ressuscitado que passou pela cruz. Ele, para
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Pentecostes pessoal
“Irmãos e irmãs, eu tenho uma pergunta para vocês hoje.
Eu contei o meu testemunho, de quando fui batizada no Espí-
rito Santo, há mais de 54 anos, quando tinha 20 anos, e agora
tenho 74 anos. Eu tenho uma pergunta para você: você já teve
um Pentecostes pessoal? Há algum evento que você possa iden-
tificar como antes e um depois?
O meu amigo, o padre Cantalamessa, colocou desta manei-
ra esta verificação: eu tenho duas vidas, uma antes de ser bati-
zada no Espírito Santo e uma depois de ser batizada no Espírito
Santo. Um Pentecostes pessoal! E é essa a intenção que estou
rezando por você, agora. Irmãos e irmãs, ainda que já tenhamos
tido um Pentecostes pessoal, ouçam: há sempre mais! Sempre
mais!”19
Lendo todo o capítulo 2 de Atos dos Apóstolos, deixe-se
envolver pelo nascimento da primeira comunidade cristã
a partir da vinda do Espírito que mudou a vida deles para
sempre. Renove verdadeiramente sua experiência carismá-
tica neste dia.
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que são realmente distintos entre Si. “Aquele que é o Filho não
é o Pai e Aquele que é o Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo
é Aquele que é o Pai ou o Filho”. São distintos entre Si pelas
suas relações de origem: “O Pai gera, o Filho é gerado, o Espírito
Santo procede”. A unidade divina é trina (CIC 254).
RELAÇÃO
As pessoas divinas são relativas umas às outras. Uma vez
que não divide a unidade divina, a distinção real das pesso-
as entre Si reside unicamente nas relações que as referenciam
umas às outras: “Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é refe-
rido ao Filho, o Filho ao Pai, o Espírito Santo a ambos. Quando
falamos destas três pessoas, considerando as respectivas rela-
ções, cremos, todavia, numa só natureza ou substância”. Com
efeito, “Neles tudo é um, onde não há a oposição da relação”.
“Por causa desta unidade, o Pai está todo no Filho e todo no Es-
pírito Santo: o Filho está todo no Pai e todo no Espírito Santo: o
Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho” (CIC 255).
As relações trinitárias
“O amor fraterno na vida comunitária é fruto concreto da
CONTEMPLAÇÃO e alavanca para a nossa EVANGELIZAÇÃO.
A Comunidade sente-se chamada a refletir a UNIDADE da Co-
munhão de amor da Trindade. A TRINDADE é a fonte e o mo-
delo de nossa vida contemplativa, comunitária e apostólica.”21
Para continuar a aprofundar o mistério de amor da Trin-
dade que transborda na Comunidade, reze hoje com o texto
a seguir. Aproveite para avaliar como são os seus relaciona-
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A obra nova
“Somos chamados, acima de tudo, a SER Shalom. Este SER
Shalom corresponde à obra nova (cf. Is 43,19-21) que somos cha-
mados a viver e percorrer. Nossa primeira missão é a nossa
fidelidade à nossa forma de vida comunitária e à nossa missão
comum.”23
Tu contemplas em tua vida uma obra de Deus? Uma
grande obra? Uma obra nova? Qual? Rezando deixe que o
Espírito Santo revele de que obra o Senhor nos fala como
Comunidade e que obra realiza em você.
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Pense nisso: o consagrado é aquele que foi separado por Deus, desde
sempre e para sempre, para assumir a Sua vida, e assim ser um sinal
do céu. Esta eleição se manifesta ao longo da nossa vida e da nossa
história.
A Obra Shalom
“O Senhor confiou-nos uma ‘Obra’. Esta é fruto do Seu
mandato missionário. É, também, uma resposta do Espírito ao
clamor da humanidade que sofre e geme, esperando a mani-
festação dos filhos de Deus. A Obra Shalom é aquilo que Deus
realiza em nossas vidas e o meio concreto de desenvolvermos
comunitariamente nosso carisma evangelizador, abraçando
todo o chamado evangelizador da Igreja, com ardor e renovada
criatividade. O conjunto desta ação evangelizadora e os seus
frutos compõem o que denominamos Obra Shalom.”25
Neste dia clame ao Senhor o dom da compaixão pelo ho-
mem que sofre e de um coração ardente pela evangelização.
Você se sente encaixado na engrenagem de evangelização da
Obra Shalom? Qual seu ministério? Como e por que o exerce?
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Assessoria Jovem
A Assessoria Jovem promove a unidade entre os responsá-
veis pela juventude Shalom do mundo inteiro.
Shalom na JMJ
Para facilitar a ida dos jovens à Jornada Mundial da Juven-
tude, a Comunidade Shalom organiza peregrinações para este
encontro com o Papa.
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Jovem em Missão
‘Jovem em missão’ é uma experiência de envio missionário
destinada a jovens que desejam se dedicar exclusivamente ao
serviço à Igreja, na evangelização da humanidade, no período
de um ano.”28
Nossa missão
“A fim de acolhermos em nossas vidas o dom da Paz e co-
municá-lo ao mundo, é necessário que sejamos instrumentos
do consolo e da compaixão de Deus para com os que sofrem a
ausência do pão espiritual e material. Através da evangeliza-
ção, do serviço e da autêntica partilha de bens, a Comunidade
esteja aberta a acolher o dom que são os pobres e neles identi-
fique oportunidade privilegiada para servir ao próprio Senhor
através de meios evangélicos concretos e eficazes. Em todas as
nossas ações, anunciar com parresia a Jesus Cristo é o elemento
constitutivo da nossa missão.”29
Se una ao coração de Jesus que tem compaixão de nós.
Em oração, deixe que seu coração unido ao Dele seja alarga-
do em amor e misericórdia para com todos os que sofrem.
Usando-se de sua memória, identifique os pobres ao seu re-
dor, de pobreza material, mas também a pobreza de digni-
dade, de espiritualidade, os que estão distantes do amor de
Deus, os que estão padecendo de algum mal do corpo e da
alma. Que o Senhor lhe conceda entranhas de misericórdia.
Revisando
Após ter rezado 8 dias com o preâmbulo dos Estatutos
da Comunidade Shalom, descreva o trecho de cada dia em
seu caderno e depois leia-os algumas vezes, mínimo 3, deva-
gar, ruminando cada palavra, contemplando a ação de Deus.
Deixe-se conduzir profundamente pelo Espírito, abando-
nando-se. Ao final, anote o fruto desses dias.
No decorrer da caminhada
“Quando o Senhor, na sua infinita providência, nos deu o
nome Shalom para a Obra e a Comunidade que Ele iniciava,
nunca poderíamos medir o alcance do que Ele queria fazer. Foi
no decorrer da caminhada, na vivência da nossa fé, na corres-
pondência ao chamado que nos fazia, que Ele foi mansamente
desenhando e nos dando a graça de compreendê-la. O termo
Shalom não é um simples nome da Comunidade, mas encerra
o desígnio de Deus a respeito do nosso chamado, da nossa vo-
cação.”31
Vimos no primeiro parágrafo do Escrito Shalom como
Deus age na história da Comunidade pela Divina Providên-
cia, assim também age em nossas vidas, nas situações, cir-
cunstâncias que passamos. Em Lucas 17, encontramos os 10
leprosos que desejavam ser curados. Enquanto se encami-
nham aos sacerdotes, alcançam a graça que buscavam. Dian-
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Shalom
“Enquanto os homens procurarem a paz e sua salvação em
si próprios; enquanto acharem que podem resolver os seus pro-
blemas e os do mundo por si mesmos; enquanto pensarem que
podem instalar uma paz social e política e assim trazer a felici-
dade geral ao mundo, sem a conversão dos corações a Jesus, sem
reconhecê-lo como a solução, a salvação para todos o homem e
para a humanidade, longe estarão da paz, do Shalom que Deus
quer instaurar na face da terra.”32
A felicidade corre de quem a procura como fim último
de sua vida. Da mesma forma, a paz não se encerra em nós
mesmos. Não temos poder de nos dar a paz, como também
não temos de nos fazer felizes, não no sentido centralizado
e individualista. Mas é dando a vida, perdendo-a que a ga-
nhamos (cf. Mt 16,25). Colocando-se diante do Shalom do Pai
neste dia, do Príncipe da Paz, esteja com Ele, ame-O e dei-
xe-se amar e inundar-se por Sua presença, mesmo que não
seja por sentimento, mas que seja principalmente pela fé.
Contemple-O, ame-O. Se possível, reze diante do Santíssimo.
O desígnio de Deus
“É aí que se manifesta o desígnio de Deus para a nossa vo-
cação. Em um mundo marcado pelo pecado, ‘que errou bastan-
te acerca do conhecimento e Deus, onde reinam tantos males,
o ocultismo, a não conservação da pureza nem na vida, nem
no matrimônio, a impureza, o adultério, sangue, crime, roubo,
fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição
dos bons, esquecimento da gratidão, impureza das almas, in-
versão sexual, desordens no casamento, despudor e etc., e ainda
se diz em paz’ (Sb 14,22-26); o Senhor nos chama a ser anuncia-
dores da Sua paz (Is 52), a viver e proclamar a Sua Paz. A levar
com a nossa vida, com a nossa palavra, e com o nosso teste-
munho, o Shalom de Deus aos corações; a ser instrumentos de
reconciliação do mundo com Deus; a anunciar com todo o nosso
coração, com todas as nossas forças, a salvação de Jesus Cristo
e o Seu Evangelho.”33
Que passagem atual! Nós existimos para este tempo!
Para esta geração! Uma vocação é sempre uma resposta a
uma necessidade da Igreja para um povo. Nós somos esta
profecia. Fazemos parte do jardim de vocações da Igreja e po-
demos dar nossa contribuição para a evangelização e trans-
formação do mundo. Você está disposto a ser um “apóstolo”
de Cristo para este mundo? Como um povo, povo Shalom?
Reze e coloque-se à disposição da graça de Deus.
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A conversão
“A conversão a Jesus Cristo é o caminho para a verdadeira
paz. Porém, não a conversão simplesmente intelectual, racio-
nal; não uma conversão baseada somente numa aceitação de
verdade dogmáticas, não a conversão estéril, mas a conversão
que nasce de uma experiência pessoal com Jesus Cristo, o Deus
Vivo, que penetra nas nossas vidas, inundando-as do amor do
Pai, uma experiência que não é só sentimental, mas que invade
as nossas vidas, transformando todo nosso ser e prolongando-
-se através da oração, da Palavra de Deus, dos Sacramentos,
do testemunho de vida e do serviço aos irmãos. Experiência do
amor que leva a amar a Deus e aos irmãos. Experiência que
só o Espírito Santo nos dá, experiência daqueles que nascem
de novo, não pela carne nem pelo sangue, mas pelo Espírito de
Deus (Jo 1,13); dos que nascem para Deus, para a Igreja, para os
irmãos e partem para uma busca sincera e autêntica de Deus
e da Sua Vontade para suas vidas. Este é o caminho da paz, um
caminho de Renovação.”36
A experiencia pessoal com Jesus, ser apaixonado por Ele,
ter por Ele um amor incondicional. O amor esponsal a Nos-
so Senhor. Isso é essencial para se viver a Vocação Shalom,
aproveite a oração de hoje e renove sua experiência pessoal
com Ele! Reapaixone-se!
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Rainha da Paz
Inicie sua oração hoje rezando com o Magnificat, Lc 1, 46
em diante. Cante, reze e mergulhe no que o Senhor nos fala
de forma especial sobre a Virgem Maria no título de Rainha
da Paz.
37. RAMOS, Daniel. Jesus Cristo. Aquiraz: Edições Shalom, 2022. p. 83-
85. (Série Philippos.)
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Maria, a crente
Encerrando estes dias de oração com os fundamentos do
Carisma, mais propriamente com o preâmbulo dos Estatutos
e o Escrito Shalom, vamos nos unir à Virgem Maria, ao sim
dela. Não há santo que não tenha uma vida próxima a Maria,
porque ela é a Mãe do Céu, a Mãe da Graça, ela é nosso futu-
ro, “tudo que nós queremos”. Ela é a mulher Shalom! Una-se
a ela neste dia de forma especial, confie os segredos do seu
coração e o que tem vivido no seu caminho vocacional.
13. “A Deus que revela é devida ‘a obediência da fé’ (Rom
16,26; cf. Rom 1,5; 2 Cor 10,5-6), pela qual o homem se entrega
total e livremente a Deus”, como ensina o Concílio. Exatamen-
te esta descrição da fé teve em Maria uma atuação perfeita. O
momento “decisivo” foi a Anunciação; e as palavras de Isabel ―
“feliz daquela que acreditou” ― referem-se em primeiro lugar
precisamente a esse momento.
Na Anunciação, de fato, Maria entregou-se a Deus com-
pletamente, manifestando “a obediência da fé” Àquele que lhe
falava, mediante o seu mensageiro, prestando-lhe o “obséquio
pleno da inteligência e da vontade”. Ela respondeu, pois, com
todo o seu “eu” humano e feminino. Nesta resposta de fé estava
contida uma cooperação perfeita com a “prévia e concomitante
ajuda da graça divina” e uma disponibilidade perfeita à ação do
Espírito Santo, o qual “aperfeiçoa continuamente a fé mediante
os seus dons”.
A palavra de Deus vivo, anunciada pelo Anjo a Maria, refe-
ria-se a ela própria: “Eis que conceberás e darás à luz um filho”
(Lc 1,31). Acolhendo este anúncio, Maria devia tornar-se a “Mãe
do Senhor” e realizar-se-ia nela o mistério divino da Incarna-
ção: “O Pai das misericórdias quis que a aceitação por parte
da que Ele predestinara para mãe, precedesse a Incarnação”. E
Maria dá esse consenso, depois de ter ouvido todas as palavras
do mensageiro. Diz: “Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim
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39. SÃO JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Redemptoris Mater. 1987.
grifos próprios. Disponível em: https://www.vatican.va/content/
john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031987_re-
demptoris-mater.html. Acesso em: 19 jun. 2023.
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Resumindo
♦ Neste primeiro mês, vimos bases para um bom discerni-
mento, ajudados pelo Papa, e rezamos com os fundamen-
tos do Carisma Shalom.
♦ O discernimento se dá num processo de caminhar com
Cristo, no qual somos embebidos por uma grande paz que
nos fortalece nos desafios diários.
♦ Percebemos que a oração é um fundamental elemento para
bem discernir a vontade de Deus para nós.
♦ A oração fomentada pelo autoconhecimento é também
muito importante, pois ele motiva o desejo para buscarmos
Deus, e não a nós.
♦ Fazer uma leitura da história de vida, vendo os tempos de
Deus em cada momento e aderir de forma livre são passos
essenciais para dizermos o nosso sim a Ele.
♦ O acompanhador vocacional também deve estar presente
neste caminho, pois o ajudará a dar mais e mais passos para
Deus.
♦ Vimos que a passagem fundante da nossa Vocação é Jo
20,19ss e que nela Cristo comunica aos discípulos o Sha-
lom, sendo esta a nossa principal missão.
♦ Para que vivamos a nossa Vocação, é necessário termos
uma real experiência com Deus, que realiza em nós um
novo Pentecostes.
♦ A partir dessa experiência, Deus nos constituiu uma nova
família, como imagem da Trindade. Dela é que obtemos o
modelo para vivermos a Unidade.
♦ A obra nova que Deus deseja realizar em nós é nos conver-
ter para que vivamos o ser Shalom.
♦ A obra que o Senhor nos dá é o meio pelo qual nós amamos
Deus de uma forma mais concreta.
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Reflita
♦ Como está meu relacionamento com Deus? Será que tenho
realmente O buscado para ser fiel ao Seu querer na mi-
nha vida? Como tenho buscado viver este ano? Tenho me
aberto a Ele e desejado viver de forma mais radical e mais
abandonada possível?
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RETIRO PESSOAL FEVEREIRO
DEUS NOS GEROU PARA EVANGELIZAR
HORÁRIOS
8:00 – Despertar
8:30 – Café da manhã
9:00 – Início do retiro – Clamor ao Espírito
9:30 – Reze com João 20,19-29, seguindo a Lectio divina.
10:30 – Reze com os Estatutos que está abaixo.
12:30 – Almoço
12:45 – Descanso
14:00 – Retorno
14:30 – Reze com o Escrito No coração da obra em unidade
com o Carisma que está abaixo.
16:30 – PVP
17:30 – Oração do Ofício e do terço
18:00 – Missa
* O horário da Missa pode ser modificado de acordo com cada
realidade
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FUNDAMENTOS DO CARISMA
Manhã
Comece o retiro pessoal com um grande clamor ao Espí-
rito Santo, pois, como nos diz o Escrito Amor Esponsal: “so-
mente o Espírito Santo, o Inflamador das Almas pode realizar
este amor em nós”. Por isso, antes de abordarmos o assun-
to, peçamos que o Espírito aja em cada coração que deseje
compreender este chamado. Este clamor pode ser vivido com
cantos ao Espírito Santo, para que venha em seu auxílio.
Estatutos da Comunidade Católica Shalom1
Preâmbulo
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Tarde
Escritos2
NO CORAÇÃO DA OBRA EM UNIDADE COM O
CARISMA3
01. O Senhor, em Seu infinito amor, desde toda a eterni-
dade tinha em Seu coração a Vocação Shalom. Por determina-
ção de Sua livre vontade, Ele começa a manifestar a nós, neste
tempo que vivemos, a Vocação a SER Shalom, pois, o Carisma
dado por Deus, antes de ser algo que vamos fazer, é algo que
Ele nos chama a ser, a viver, a abraçar na vida, a encarnar na
forma de viver.
02. Para encarnar esta forma de viver, Ele criou e resga-
tou pessoas para Lhe darem uma resposta de amor vivendo
como Ele nos chamou a viver. Ele não só nos criou para isto,
como também nos resgatou do mundo, do reino das trevas
onde estávamos para que, “sem temor, livre das mãos inimi-
gas, possamos servi-Lo em santidade e justiça, em Sua presen-
ça, todos os dias de nossas vidas” (Lc 1,74-75).
03. O Senhor tirou-nos do mundo, do domínio da carne,
do domínio do príncipe das trevas para que, resgatados pelo
Seu preciosíssimo sangue, revestidos do Seu Espírito, possa-
mos caminhar em santidade em Sua presença todos os dias
de nossa vida, assumindo a nossa santa vocação de filhos de
Deus.
2. AZEVEDO FILHO, 2012, p. 279.
3. AZEVEDO FILHO, 2012, p. 43-50.
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tamento que tomamos nos cegam e fazem com que nos afas-
temos da Vocação, da forma de ser Shalom.
20. Mágoas e marcas com pessoas nos fazem rejeitar a
Vocação, a forma de ser Shalom. É aí que o tentador pode
nos confundir. Precisamos verificar se não temos realmente
identidade com o Carisma, ou se estes outros fatores estão
ofuscando nossa visão. Se for o primeiro caso, precisamos ser
honestos conosco mesmos e com Deus e buscarmos nosso
lugar dentro de Sua vontade – talvez dentro da própria Obra
como um colaborador bastante ativo, mas sem compromissos
mais profundos com a Vocação. Se for o segundo caso (e este
é mais difícil de detectar) devemos identificar esta realidade,
sua causa e, sem nos acomodar a ela, reconhecer a situação e
buscar um caminho de cura, de volta, de perdão. Precisamos
estar atentos.
21. A identidade com o Carisma é ponto fundamental para
a verdadeira caminhada que os vocacionados precisam tomar.
A comunhão com o Carisma, a unidade em torno da Vocação
é peça fundamental para a caminhada. Na unidade encontra-
mos o amor e o amor nos leva a ela. A unidade é a ponte que
nos levará ao coração da Obra. Amaremos e nos doaremos à
Obra na medida em que formos um com a Vocação.
Anote tudo em seu caderno de oração
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