Libras I
Libras I
Libras I
UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini UNIFATECIE Unidade 2
Rua Cândido Bertier
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia Fortes, 2178, Centro,
Paranavaí, PR
Secretário Acadêmico (44) 3045-9898
Tiago Pereira da Silva
Que alegria estar com você novamente! Seja bem-vindo (a) à Disciplina de LIBRAS I.
Chegou a hora de você se desafiar a praticar a Língua Brasileira de Sinais, conhecer
os aspectos visuais e gramaticais, as propriedades e a formação dos léxicos na morfologia
e na sintaxe que podem mudar o significado e o sentido dos sinais e formar frases para
iniciar sua comunicação com os surdos. É importante refletir e saber utilizar cada formação
de sinais e sua descrição imagética, pois pode descrever cada objeto, animais e pessoas.
Vale lembrar que, para que você não perca o contato com a língua de sinais, é
preciso exercitar os “olhos” para “ver” as complexidades da língua, e, permitir que suas
“mãos” possam “falar” durante a prática dessa língua visuo-espacial.
Essa disciplina te convida a mergulhar em um outro mundo, o das imagens em
movimento, dos significados em comunicação, dos traços das expressões que traduzem
todas emoções.
Aprender língua de sinais é desafiante e instigante, e você acadêmico(a) poderá
através desse material didático executar seus primeiros sinais e iniciar a comunicação com
a comunidade surda.
Portanto, aproveite este material didático que foi elaborado em 4 Unidades e
apresenta conteúdos teóricos, mas, principalmente práticos. Sabemos que estudar essa
disciplina exige contato com a prática, por isso, tentamos apresentar a você, exemplos
sinalizados por essa autora e pelo Professor Me. Murilo Sbrissia Pitarch Forcadell, surdo e
esposo da autora desse material didático, a quem agradecemos pela valorosa contribuição.
Na Unidade I - DIVISÃO DA LÍNGUA DE SINAIS: ASPECTOS DA VISUALIDADE,
você vai adquirir noções básicas da Libras reconhecendo os aspectos visuais que compõem
a língua, desenvolver a consciência espacial, as expressões faciais e corporais e a percep-
ção visual na língua de sinais, registrar o conceito de descrição imagética e identificar os
processos de formação de sinais, analisando os conhecimentos linguísticos e culturais dos
sujeitos surdos.
Na Unidade II - CONVERSANDO EM LIBRAS, passaremos a conhecer e distin-
guir os parâmetros da Libras na constituição dos sinais, percebendo os elementos visuais
e estéticos na literatura sinalizada, aprenderemos o alfabeto manual e o sinal soletrado,
a diferença entre os numerais cardinais, ordinais e quantidade nos diferentes contextos,
e como executar os sinais conforme seus parâmetros de configuração de mão, utilizando
esses sinais de maneira apropriada em situações comunicativas com surdos.
Na Unidade III - APRESENTAÇÃO PESSOAL, apresentaremos as saudações
em Libras em contextos formal e informal, você será capaz de usar adequadamente os
pronomes e os advérbios de lugar na Língua Brasileira de Sinais e compreender a Libras
em seus aspectos morfológicos e sintáticos.
Na Unidade IV – OS CLASSIFICADORES NA LIBRAS, será compartilhado com
você os verbos de locomoção e os verbos classificadores e seu sistema de flexão, para
que inicie a construção de frases com verbos de locomoção e com verbos classificadores,
diferenciando classificadores de adjetivos descritivos, bem como conhecer os vários tipos
de verbos classificadores na Libras.
Durante toda essa disciplina de Libras I, estaremos sempre ao seu lado, pois o
nosso desejo é que você possa avançar mais e mais a cada Unidade de Estudo. Buscamos
então, usar uma linguagem acessível para facilitar a apreensão dos conteúdos. Portanto,
para que a aprendizagem de Libras se torne algo prazeroso e contagiante, você precisa
ir além desse material didático, leia, releia, treine – se for o caso – o material, assista às
videoaulas correspondentes e desafie-se a praticar os sinais. Não se esqueça de consultar
os sites e links que sugerimos, a fim de complementar seus estudos. Procure aprimorar
seus conhecimentos sobre o assunto com colegas que já cursaram Libras, busque conhe-
cer e iniciar uma relação comunicativa com os surdos. O importante é não ficar parado,
lembre-se que a Libras é a comunicação em suas mãos!
UNIDADE I....................................................................................................... 4
Divisão da Língua de Sinais: Aspectos da Visualidade
UNIDADE II.................................................................................................... 34
Conversando em Libras
UNIDADE III................................................................................................... 68
Apresentação Pessoal
Plano de Estudo:
● Experiência visual: o ouvir pelos olhos e o falar com as mãos;
● Componentes não manuais: expressões faciais e corporais na Libras;
● A percepção e o processamento visual espacial dos surdos;
● Os aspectos da visualidade na educação dos surdos;
● A descrição imagética na Libras;
● Signo visual e suas propriedades na Libras.
Objetivos da Aprendizagem:
● Adquirir noções básicas da Libras reconhecendo
os aspectos visuais que compõem a língua;
● Desenvolver a consciência espacial, as expressões faciais
e corporais e a percepção visual na língua de sinais;
● Registrar o conceito de descrição imagética;
● Identificar os processos de formação de sinais, analisando os
conhecimentos linguísticos e culturais dos sujeitos surdos.
4
INTRODUÇÃO
Para iniciarmos os estudos deste capítulo, propomos apresentar uma síntese sobre
a modalidade visuo-espacial, escrito por Heloisa Maria Moreira Lima Salles et al. (2007
p. 83-84) o texto a seguir é um convite para que você, acadêmico(a) mergulhe a fundo
nas reflexões abordadas no livro de Salles, et al. (2007) intitulado: “Ensino de Língua
Portuguesa para Surdos: caminhos para a prática pedagógica”, vol. I.
Na caracterização das línguas de sinais, o primeiro aspecto a considerar é que essas
línguas utilizam a modalidade visuo-espacial, que se distingue da modalidade oral-auditiva,
utilizada pelas línguas orais. Essa oposição remete ao cerne do conceito de linguagem,
suas propriedades e manifestações.
Como salienta Brito (1995, p. 11), a linguista brasileira pioneira no estudo da Língua
Brasileira de Sinais (Libras), o canal visuo-espacial pode não ser o preferido pela maioria
dos seres humanos para o desenvolvimento da linguagem, posto que a maioria das línguas
naturais são orais-auditivas, porém é uma alternativa que revela de imediato a força e a
importância da manifestação da faculdade de linguagem nas pessoas.
Heloisa Maria M. L.Salles et al. (2004), em Ensino de língua portuguesa para sur-
dos: caminhos para a prática pedagógica, comenta:
Fonte: SILVERSTEIN. The giving tree in American Sign Language. 2013. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=moUvQIsro_M. Acesso em: 26 ago. 2021.
Fonte: SILVERSTEIN. The giving tree in American Sign Language. 2013. Disponível em:
The giving tree (em português: A árvore generosa) que é traduzido em várias lín-
guas, inclusive em línguas de sinais e latim. A análise do texto sinalizado foi feita com
foco no uso da mão passiva e ativa na ação construída para a representação dos dois
pectiva do sinalizador. Também é rico em expressões faciais e recursos não manuais. A árvore
é representada pelo corpo do sinalizador. Para indicar a vida da árvore (as folhas, flores e
os frutos), o sinalizador usa a configuração de mão, principalmente com as duas mãos, que
indicam os galhos da árvore. Na verdade, a forma das mãos refere-se ao sinal ÁRVORE.
Somente quando o sinalizador quer representar o menino é que usa uma das mãos
(em sinal de ÁRVORE) como mão passiva. A mão ativa então representa o menino, incor-
porando a inflexão dos verbos direcionais. No final da história, quando a árvore não tem
galhos, o sinalizador não usa as mãos e a configuração de mão (em sinal de ÁRVORE). Aliás,
para indicar o tronco cortado da árvore, o sinalizador se curva e a parte superior do corpo é
abaixada. Assim, existe uma metáfora. O corpo para cima demonstra a vida (a árvore viva
com galhos, flores, frutos), e o corpo para baixo, o fim da vida (a árvore sem galhos e com o
manuais (por exemplo, o olhar do sinalizador) são direcionados por esta relação espacial;
para cima, quando representa a árvore, e para baixo, quando representa o menino.
Fonte: adaptado pela autora: SILVERSTEIN. The giving tree in American Sign Language, 2013.
Para Campello (2008), o papel do olhar, movimentos dos lábios, estufar das boche-
chas, boca em forma de “canudo”, movimentos das sobrancelhas, movimentos oculares,
movimentos da testa, movimentos da cabeça, movimentos da face direita ou da esquerda
puxando os lábios para cima ou para baixo e diversas formas da expressão facial são muito
importantes: neles se mostra o “termômetro” em cada medida dos sinais ou dos gestos,
para dar sentido ou dar o valor de tamanho ou de forma. As representações, associadas
com as expressões faciais do narrador ou sujeito surdo, completam e acabam qualificando
o signo visual em sinal.
A Libras conta com uma série de componentes não manuais, conforme Quadros e
Karnopp (2004) esses componentes referem-se às expressões faciais e aos movimentos
do corpo produzidos durante a realização do sinal ou realizados isoladamente para marcar
construções sintáticas – marcar sentenças interrogativas, relativas, concordância, tópico
e foco, marcar referência específica, referência pronominal, negação, advérbios, grau ou
aspecto, bem como para marcar afetividade conforme ocorre nas línguas naturais e podem
muitas vezes definir ou diferenciar significados entre sinais.
Muitos ouvintes ao iniciarem seus estudos e aprendizagem na área da língua de
sinais apresentam bastante dificuldades em compreender a diferença que a expressão
da face tem para marcar aspectos gramaticais. Vejamos alguns depoimentos e relatos de
alunos ouvintes iniciantes da aprendizagem da Libras:
Quando falamos em surdez como experiência visual, Skliar, (2013, p. 28) esclarece
que todos os mecanismos de processamento da informação, e todas as formas de com-
preender o universo em seu entorno, se constroem como experiência visual. O autor ainda
em seus estudos complementa:
Ao definir a surdez como uma experiência visual, que constitui e especifica a
diferença, não estou restringindo o visual a uma capacidade de produção e
compreensão especificamente linguística ou a uma modalidade singular de
processamento cognitivo. Experiência visual envolve todo tipo de significa-
ções, representações e/ou produções, seja no campo intelectual, linguístico,
ético, estético, artístico, cognitivo, cultural etc (SKLIAR, 1998, p. 11).
► Wrigley (1996) afirma que é preciso compreender “a surdez não como uma questão de audiologia,
mas em um nível epistemológico” (apud SKLIAR, 1998, p.10).
► Skliar (1998, p.11) destaca, por sua vez, que “A surdez constitui uma diferença a ser politicamente
reconhecida; a surdez é uma experiência visual”. A surdez não é mais considerada como patologia
clínica terapêutica e sim como uma “experiência visual”.
► Skliar (1995, p. 13) lembra que a Surdez está “ancorada em práticas de significação e de represen-
tações compartilhadas entre os Surdos”. Os signos visuais e suas interpretações variam de acordo
com a subjetividade visual, representatividade visual e pensamento visual dos sujeitos Surdos.
► Luklin (1998, p. 44) diz que “O conhecimento dos códigos do ver e do olhar de uma cultura visual
possibilita outras interpretações e favorece os ‘estrangeiros’ que se aproximam da comunidade de
pessoas Surdas”, facilitando o conhecimento pela visualidade e com os signos visuais.
► Lane (1992, p. 38) aponta que é “mencionada muita coisa sobre as perdas auditivas e nada sobre o
aumento da percepção visual e raciocínio”.
■ Exploração do conhecimento prévio das informações do texto, fazendo relações com o cotidiano
dos alunos sobre o tema proposto, questionando os alunos e conduzindo as hipóteses de leitura, por
meio do diálogo em Libras.
■ Organizar perguntas que conduzam à ‘adivinhação’ das palavras e/ou expressões desconhecidas
presentes no texto. Se necessário, associar pistas visuais como desenhos, ícones, etc.
■ Seleção de aspectos que organizam o texto escrito e o inserirem em determinado gênero (carta, reporta-
gem, notícia, bulas...) tipologia (narração, descrição, argumentação...) e formalidade (formal/informal).
■ Explorar sinais de pontuação (travessões, exclamações, interrogações...); a organização em verso
ou prosa; o uso de maiúsculas/minúsculas como recurso estilístico; as caixas de texto, os des-
taques, as notas de rodapé, os asteriscos, a cor e o formato das letras, as marcas da oralidade
(repetições, reduções de palavras, gírias, dialetos...).
■ Seleção de aspectos gramaticais desconhecidos pelos alunos surdos: ordem dos constituintes (su-
jeito-verbo-objeto), conhecimento de gênero e número (concordância nominal), concordância verbal
(tempo/pessoa...), colocação pronominal, entre outros.
Perceba que na imagem acima se os textos Já com esta imagem mesmo sem as informações es-
trouxeram apenas informações escritas, se critas, seria possível criar estratégias para conduzir
apresentaram como grandes cartas enigmáti- o olhar do aluno para as ideias centrais do texto (lin-
cas, como comparativamente a leitura desse guagem não-verbal). Explorar o conhecimento prévio
texto em árabe nos pareceria. sobre a imagem, realizar relações com o cotidiano,
chamar a atenção para as pistas de palavras que não
estão descritas na imagem, mas podem ser mais fami-
liares aos alunos, induzir o raciocínio para associações
importantes, questionar e conduzir hipóteses de leitu-
ra, ampliar o vocabulário com informações novas e etc.
Se você conseguiu ler a mensagem acima sem dificuldades é porque seu dicionário
mental reconheceu todas as letras e lhes atribuiu um sentido, não necessitando soletrar
Como ocorre com a gramática em todas as línguas, a Libras possui ordem básica
da frase que é a SVO (Sujeito, Verbo e Objeto). Segundo as pesquisas da Libras, as regras
gramaticais admitem também a flexibilidade na sentença. Pode ser também OSV e SOV
Exemplo (1)
Libras: EU IR CASA (verbo direcional)
Português: “Eu irei para casa”
(observe que /para/ não se usa em Libras porque está incorporado ao verbo)
Exemplo (2)
Libras: FLOR EU – DAR MULHER ^ BENÇÃO (verbo direcional)
Português: “Eu dei a flor para a mamãe.”
Exemplo (3)
Libras: PORQUE ISTO (expressão facial de interrogação)
Português: “Para que serve isto?”
Exemplo (4)
Libras: IDADE VOCÊ (expressão facial de interrogação)
Português: “Quantos anos você tem?”
Exemplo (1)
Libras: CINEMA O-P-I-A-N-O MUITO BO@
Português: “O filme O Piano é maravilhoso!”
Exemplo (2)
Libras: PORQUE PESSOA FELIZ-PULAR
Português: “...porque as pessoas estão felizes demais!”
Exemplo (3)
Libras: PASSADO COMEÇAR FÉRIAS EU VONTADE DEPRESSA VIAJAR
Português: “Quando chegaram as férias, eu fiquei ansiosa pra viajar”
a) ÔNIBUS IGUAL COBRA – se refere a ônibus que faz muitos trajetos e leva muito tempo para chegar;
b) TOCAR-VIOLINO – se refere à “monotonia” ou “ser monótono”;
c) CONHECER – se refere a JÁ TER-ESTADO (conhece em algum lugar);
d) VIVER – se refere à pessoa que está em determinado lugar.
SAIBA MAIS
● Signo: é a união de um conceito com uma imagem acústica, que não é o som ma-
terial, físico, mas a impressão psíquica dos sons, perceptível quando pensamos
numa palavra, mas não a falamos.
● Signo Visual: é a união de um conceito com imagem visual com a impressão psí-
quica da imagem, perceptível quando pensamos num significado.
● Percepção Visual: é uma de várias formas de percepção associadas à visão. Con-
siste na habilidade de detectar as descrições e interpretar (ver) as consequências
do estímulo da imagem, do ponto de vista lógico e cognitivo.
● Descrição Imagética: os detalhes são transferidos mentalmente para o signo vi-
sual e consequentemente repassam para a imagem visual que acaba transmitindo
o tamanho e o grau por meio de sinais.
● Experiência Visual: na teoria cultural e de Estudos Surdos, a língua de sinais vem
construída e absorvida visualmente juntamente com a cultura do sem som. As percep-
ções visuais e suas experiências visuais, no dia a dia, com seus “próprios significados
não-sonoros” transportam aquilo que foi vivenciado por meio da língua de sinais.
● Aspectos da Visualidade: pela ausência do som, criamos as nossas informações
sobre a cultura do seu criador em detrimento da maioria da comunidade Surda e
seus usuários que perderam ou nunca tiveram contato com a língua de sinais. O
artefato varia e é acrescido ao longo do tempo, dependendo da evolução da tecno-
logia, de novas descobertas e dos recursos de que nós necessitamos para viver por
meio da visão.
Acadêmico(a), estamos chegando ao final dos nossos estudos do capítulo I, mas ainda
há tempo para uma prazerosa reflexão em forma de poema “O Balé das mãos” de Ale-
xis Pier Aguayo, que reflete a beleza da comunicação visual-gestual, em sua cadência
e força. Te convido a acessar o Link e perceber na tradução em língua de sinais pelo
intérprete Quintino Martins Oliveira, como as mãos são capazes de dançar e criar o
mundo ao seu redor.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=U-7bpBFkoAI
O livro de Karin Lilian Strobel (2008) “As imagens do outro sobre a cultura surda”
é uma publicação muito importante nos Estudos Surdos. É um livro que traz as imagens
do outro sobre a cultura surda a partir do olhar do próprio surdo. Para compreender melhor
nossos estudos desse material didático, sugiro aprofundar os conhecimentos trazidos pela
autora deste livro, que especificamente no capítulo 4, a autora descreve os artefatos cultu-
rais do povo surdo. Parte das experiências visuais, conversa sobre a língua de sinais, uma
língua que também é uma experiência visual, as famílias, a literatura, o lazer, as artes, a
política e os materiais. Todos estes artefatos foram concebidos a partir do VER.
Como material complementar cito a história contada e ilustrada, intitulada “Casal Feliz”
é uma criação do autor Cleber Couto (2010), que é surdo e atua principalmente nos seguintes
temas: palhaços surdos, inclusão, educação dos surdos e Língua Brasileira de Sinais. A história
que preferi apresentar suas páginas nesse material didático, fala sobre o encontro entre a mão
vermelha e a mão azul, uma história contada a partir da percepção visual.
Fonte: Cleber Couto (2010).
WEBSITE
De forma especial, destacamos que na Literatura Surda podemos
brincar com a nossa língua, a Libras. Nesse contexto, não se trata
de algo meramente comunicativo, mas sim uma fonte de prazer e
diversão – tanto para adultos quanto para crianças. O objetivo das
produções literárias é criar imagens visuais fortes e inesperadas.
Por isso, podemos identificar alguns elementos nas narrativas,
piadas, teatros e poemas em Libras que chamam a atenção para
o aspecto visual. Aproveitando para dar mais algumas dicas so-
bre Literatura Surda para vocês, trago como sugestão explorar o
repositório institucional da UFSC, nele há mais de 1000 vídeos
selecionados no eixo Literatura Surda do Corpus da Libras, penso
que os vídeos trarão elementos visuais completos que te farão
entrar no mundo da visualidade surda.
Você pode encontrar uma lista de vídeos através do link: https://
repositorio.ufsc.br/handle/123456789/172841
Há também o projeto Literatura Didática em Libras – disponível no
link: https://vimeo.com/showcase/6241328
Plano de Estudo:
● Configurações de mão na Libras;
● Elementos visuais e estéticos possíveis na linguagem literária em Libras;
● O alfabeto manual da Libras;
● Os numerais na Libras;
● Calendário e advérbio de tempo.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer e distinguir os parâmetros da Libras na constituição dos sinais;
● Perceber os elementos visuais e estéticos na literatura sinalizada;
● Conhecer o alfabeto manual e o sinal soletrado;
● Diferenciar os numerais cardinais, ordinais quantidade nos diferentes contextos;
● Executar os sinais conforme seus parâmetros de configuração de mão;
● Utilizar os sinais de maneira apropriada em situações comunicativas com surdos.
34
INTRODUÇÃO
A língua de sinais é a língua natural da comunidade surda. Esta língua, com regras
morfológicas, sintáticas, semânticas e pragmáticas próprias, possibilita o desenvolvimento
cognitivo da pessoa surda, favorecendo o acesso desta aos conceitos e aos conhecimentos
existentes na sociedade.
Pesquisas linguísticas têm demonstrado que as línguas de sinais são sistemas
de comunicação desenvolvidos pelas comunidades surdas, constituindo-se em línguas
completas com estruturas independentes das línguas orais. Os sinais são formados a
partir de parâmetros, como a combinação do movimento das mãos, com uma determinada
configuração de mão, num determinado lugar de realização do sinal, orientação espacial,
expressões. Ou seja, podemos definir que para compreender melhor e ter uma boa comu-
nicação em Libras, não basta saber basicamente esses três recursos: datilologia, sinais
e os sinais soletrados. É preciso mergulhar no aprendizado também dos Parâmetros que
estruturam a língua: Configuração de Mão, Ponto de Articulação, Movimento, Orientação da
Mão e Expressão Facial e Corporal.
Nosso objetivo nesta Unidade de Estudos, é que você acadêmico(a), compreenda
que a língua de sinais traz em sua estrutura a combinação desses parâmetros para que
consigamos obter determinado sinal. Portanto, falar com as mãos é combinar os sinais que
formam as palavras e as frases num determinado contexto.
As línguas são consideradas naturais quando são próprias das comunidades inseri-
das, que as têm como meio espontâneo de comunicação. Podendo ser adquiridas, através
do convívio social, como primeira língua (ou língua materna), por qualquer um de seus
membros desde a mais tenra idade.
Caro (a) acadêmico (a), você lembra o que são as configurações de mão na Libras?
Vamos relembrar?
forma que a mão assume para realizar os sinais. Quando estudamos os Parâmetros da
Libras, vimos que as configurações de mão estão presentes nos estudos da fonologia da
língua oral, nos fonemas (a menor unidade distintiva da palavra) a palavra FALA a letra /F/
representa o fonema /f/(fê), Pata e Rata /P/ e /R/. Na língua de sinais, também temos as
que obedecem às regras para construir frases, e produzir contextos, como é o caso das
do sinal e as expressões que têm um caráter distintivo. Isso pode ser feito comparando-se
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre os Parâmetros em língua de sinais, sugiro que você acesse o
vídeo do professor Everaldo Ferreira “Aula de Libras” destinado a surdos e ouvintes que
querem aprender a Língua Brasileira de Sinais. Com o auxílio de animações, locuções
e legendas, o professor ensina, passo a passo, os sinais básicos para se comunicar a
partir do vocabulário de temas específicos como os Parâmetros em Libras.
Link: http://tvines.org.br/?p=707
Fonte: TV, Inês. Aula de Libras. Rio de Janeiro. Disponível em: http://tvines.org.br/?p=707.
● Espaço Metafórico
O espaço, além de icônico, tende a ser metafórico. Tomando como exemplo o poe-
ma “Como veio a alimentação”, de Fernanda Machado (2011), analisamos a posição do
lavrador rural e do morador urbano:
Assim, o uso de espaço para articular os sinais mostram a metáfora de que “o mais
alto tem poder”.
● Espaço Simétrico
Outra forma de utilizar o espaço é a simetria, a ocorrência de sinais de maneira
espelhada. Encontramos esse recurso no poema narrativo “Voo sobre Rio”, de Fernanda
Machado (2013).
Nesta mesma obra, também vemos brincadeiras com a língua, quebrando suas
próprias regras para a criação dos sinais de BRINCOS, OI, VACA-COMER com a mesma
configuração de mão em “Y”.
● Múltiplas Perspectivas
Por meio das múltiplas perspectivas, podemos ver produções de ação e reação,
inclusive no momento da sinalização. Um exemplo disso se encontra na narrativa “Bolinha
de Ping-Pong”, de Rimar Segala, (2009) na qual vemos pessoas jogando com uma bola,
enquanto a bola pula e é rebatida. A perspectiva pode ser explorada por meio do afasta-
mento ou da aproximação. O sinal da bola pulando, visto de maneira afastada, utiliza um
classificador que expressa objetos pequenos; quando a bola é rebatida e se aproxima, ela
se torna maior e acaba sendo representada pela cabeça do artista.
Em “Tinder”, de Anna Luiza Maciel, (2018) a personagem mulher mexe com o
celular e, a cada ação, enxergamos através da perspectiva do próprio celular. Essa diferen-
ciação da perspectiva cria uma sensação de “desfamiliarização”, um elemento da literatura
no qual vemos o cotidiano de uma perspectiva diferente da esperada.
● Incorporação de Personagens
Na Literatura Surda, não falamos tanto do que acontece, pois preferimos mostrar
o que acontece. A incorporação dos personagens mostra diretamente como são estes
personagens, quais os seus sentimentos e como ele se comporta. Essa “ação construída”,
também conhecida como “incorporação”, é um recurso muito valorizado na Literatura Surda
no qual o artista recria os personagens por intermédio do seu próprio corpo. A incorporação
literária muitas vezes usa o exagero, com movimentos maiores e expressões não manuais
mais fortes do que na simples conversa.
A artista Klícia Campos (2017), na tradução do cordel “Antônio Silvino, rei dos can-
gaceiros”, se torna um cangaceiro macho; em “Bolinha de Ping-Pong”, Rimar Segala (2009)
que descreve os dois jogadores de tênis de mesa, um homem e uma mulher, antes do jogo
e, na sequência, incorpora cada personagem rebatendo a bola.
Também podemos mostrar animais, plantas e objetos inanimados pela incorpora-
ção. Quando damos forma humana aos não humanos, utilizamos um fenômeno chamado
antropomorfismo. Podemos também dar intenções, emoções e até a fala humana para
estes não humanos. O artista literário vai escolher dentre as opções de mapeamento entre
os corpos do humano e do personagem em questão. A exemplo disso podemos ver no
personagem de sapo de “O sapo e o boi”, de Nelson Pimenta (1999).
Nesses exemplos, vemos que podemos utilizar a cabeça do artista para representar
a cabeça dos animais, enquanto outras partes do corpo (como a língua comprida do sapo
e o chifre do boi) exigem que o artista use as mãos para criá-las.
A expressão facial e o uso de outros elementos não manuais, como a direção do
olhar e a abertura dos olhos, são recursos especialmente importantes nesses exemplos de
antropomorfismo, visto que muitas vezes os objetos não têm mãos e a comunicação não
manual é a única opção possível.
Usar as mãos para criar partes do corpo é um exemplo do uso de classificadores,
os quais também fazem parte da Literatura Surda. Os classificadores colocados e movi-
mentados dentro do espaço de sinalização criam imagens visuais para o público. Podem
apresentar múltiplas perspectivas de um personagem, do mais distante ao mais próximo,
ou então, podem ser classificadores com configurações de mão inesperadas ou criativas.
Iniciamos esse tópico com os estudos da pesquisadora Audrei Gesser (2009), que
apresenta em seu livro intitulado, “Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em
torno da língua de sinais e da realidade surdo” com uma abordagem bem clara sobre o
alfabeto manual em Libras. Vale muito a pena você conhecer todas as temáticas trazidas
no livro pela autora, por hora, vamos tentar compreender como ela cria esse espaço de
recurso utilizado por falantes da língua de sinais. Não é uma língua, e sim um código de
Ao ser batizada, a pessoa recebe um sinal por causa do destaque da sua ca-
racterística, se essa caraterística mudar ao longo do tempo, por exemplo, como o braço
quebrado do Murilo que foi curado com o tempo, o seu sinal permaneceu o mesmo. Quando
questionado sobre o porquê do seu sinal, ele explica o contexto em que foi batizado.
Os usuários de língua de sinais, em algumas situações, fazem empréstimos da grafia
da língua oral, recorrendo à datilologia para realizar sinais de pontuação (tais como, vírgulas,
ponto final, ponto de interrogação, sinais matemáticos etc.) que, na maioria das vezes, são
desenhadas no ar. O mesmo pode ocorrer com as preposições ou outras classes de palavras.
Entretanto, soletrar não é um meio com um fim em si mesmo. Palavras comu-
mente soletradas podem e de fato são substituídas por um sinal. Assim, podemos afirmar
que esse recurso funciona potencialmente nas interações para incorporar sinais a partir do
entendimento conceitual entre interlocutores – uma vez apreendida a ideia convencionam-
-se os sinais para substituir a datilologia de um dado vocábulo, por exemplo.
No Brasil, o alfabeto manual é composto de 27 formatos (contando o grafema ç
que é a configuração de mão da letra c com movimento trêmulo). Cada formato da mão
corresponde a uma letra do alfabeto do português brasileiro:
É importante ressaltar que o soletramento, tanto na sua forma receptiva (do ponto
de vista de quem lê) quanto produtiva (do ponto de vista de quem realiza), supõe/implica
letramento. O soletrando que não for alfabetizado (escrita/leitura) na língua oral de sua
comunidade de fala, por exemplo, terá as mesmas dificuldades de um indivíduo iletrado
para lançar mão deste uso, por exemplo:
As línguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando utili-
zados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas
e valores monetários, isso também acontece na Libras.Sendo assim, neste tópico vamos
serão trabalhadas neste tópico, para que você possa compreender melhor através dos
Observe que do 1º ao 9º tem a mesma forma dos cardinais, mas os ordinais possuem
movimento. Outra observação importante é que os ordinais do 1º ao 4º têm movimentos
para cima e para baixo e os ordinais de 5º ao 9º têm movimentos para os lados. A partir do
numeral 10 não há mais diferença entre os cardinais e ordinais.
● Valores Monetários
Pesos e medidas: para representar valores monetários de 1 até 9, usa-se o sinal do
numeral correspondente ao valor, incorporando a este o sinal VÍRGULA ou, também, após
o sinal do numeral correspondente acrescenta-se o sinal de R$ “REAL”. Para valores de
1.000 até 9.000 usa-se a incorporação do sinal VÍRGULA ou PONTO.
FIGURA 22 - INTENSIFICADORES
● Advérbio de modo
MUITO: utilizado como intensificador em Libras e expresso através das expressões
facial e corporal ou de uma modificação no movimento do sinal
RÁPIDO: para estabelecer um modo rápido de se realizar a ação, há uma repetição
do sinal da ação e a incorporação de um movimento acelerado.
Na Libras não há marca de tempo nas formas verbais, é como se os verbos ficas-
sem na frase quase sempre no infinitivo. O tempo é marcado sintaticamente através de
advérbios de tempo que indicam se a ação está ocorrendo no presente: HOJE, AGORA;
ocorreu no passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá ocorrer no futuro: AMANHÃ. Por isso
os advérbios geralmente vêm no começo da frase, mas podem ser usados também no final.
Quando não há, na frase, um advérbio de tempo específico, geralmente a frase,
no presente, não é marcada, ou seja, não há nenhuma especificação temporal; já para a
frase no passado, pode-se utilizar o sinal PASSADO ou o sinal JÁ, e para a frase no futuro,
pode-se utilizar o sinal FUTURO:
REFLITA
Fonte: YOUTUBE. Grupo de Artes Performativas da Associação Chinesa de Pessoas com Deficiência.
Disponível em: http://br.youtube.com/watch?v=Iq9IOkWYlyY. Acesso em: 29 ago. 2021.
Nesta Unidade de Estudos, você viu que a realização dos sinais em Libras obedece
a parâmetros que orientam o ponto de articulação, a forma assumida pela mão, o tipo de
movimento executado, a posição da palma da mão e as expressões facial e corporal que
acompanham o sinal. Alguns sinais não são constituídos por todos os parâmetros.
Você também viu que a gramática da Libras ainda apresenta alguns pontos que
merecem maior formalização, pois só recentemente passou a ser estudada com mais inte-
resse pelos linguistas.
Contudo, a insuficiência desses estudos não significa a inexistência de uma gramá-
tica da Libras, sendo necessário conhecê-la, pois alterações inadvertidas na realização dos
sinais, isto é, a inobservância de seus parâmetros, pode provocar problemas na compreen-
são e até inverter o sentido do que se está tentando comunicar.
Instruções do Jogo
LIVRO
Título: Aprenda Libras com eficiência e rapidez
Autor: Éden Veloso e Valdeci Maia Filho.
Ano: 2009.
Sinopse: O livro já está em sua 8ª edição, trazendo inovações ao
mundo da Libras. Os autores estudaram e pesquisaram a fundo e
trouxeram, de maneira fácil, uma leitura suave, com técnicas para
aprender Libras. Trazem sinais simples aos termos mais comple-
xos da língua de sinais.
WEBSITE
Título: Dicionário da Língua Brasileira de Sinais
Ano: 2005.
Sinopse: O Dicionário da Língua Brasileira de Sinais, é uma pla-
taforma on-line de busca de vocabulários em Libras. Em ordem
alfabética ou por assunto pode ser pesquisado palavras da Língua
Portuguesa, exemplificado a aplicação da palavra no contexto de
frases, apresenta a classe gramatical, busca a configuração de mão,
exemplifica a aplicação do sinal na sentença em Libras, demonstra
a sinalização através de um profissional habilitado em Libras e por
fim, apresenta a imagem referente ao sinal. A plataforma é de fácil
manuseio e contribui para o aprendizado da língua de sinais.
Link: https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/
Plano de Estudo:
● A Libras e suas Modalidades Comunicativas;
● Aspectos Gramaticais e Sentenças em Libras;
● Tipos de Verbos em Libras.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aprender e utilizar as saudações em Libras em contextos formal e informal;
● Utilizar adequadamente os pronomes e os advérbios
de lugar na Língua Brasileira de Sinais;
● Compreender a Libras em seus aspectos morfológicos e sintáticos.
67
INTRODUÇÃO
Nas Unidades anteriores você já conheceu o sistema linguístico de Libras e sua for-
mação de palavras ou sinal e agora nesta Unidade, abordaremos mais alguns componentes
gramaticais da Libras, a fim de aumentar seu conhecimento. Salientamos sempre que se
faz necessário, além do estudo deste material didático, um aprofundamento de conteúdo.
Acadêmico (a), as regras gramaticais da língua de sinais continuam em constante
estudo, mas como já considerado, por se tratar de uma língua natural e com gramática
própria, está totalmente estruturada, e tem parâmetros comparados à morfologia da Língua
Portuguesa. “[...] línguas de sinais assemelham-se às línguas orais em todos os aspectos
principais, mostrando que verdadeiramente há universais da linguagem, apesar das dife-
renças na modalidade em que a língua é realizada” (FROMKIN e RODMAN, 1993, p. 12).
Você vai observar que, quanto mais nos aprofundamos nos estudos na gramática
da Libras, perceberemos que ela está totalmente ancorada em uma linguística. Por se tratar
de uma língua em constante movimento, pactuamos com você a seguinte citação: “Apesar
da modalidade viso-gestual, a estrutura morfológica tem suas particularidades dentro da
complexidade dessa estrutura. Além disso, na Língua de Sinais Brasileira, raros são os
estudos linguísticos realizados nesta área” (QUADROS e KARNOPP, 2004, p. 84).
Pontuamos que, nesse respeito, alguns talvez digam que a Libras é uma língua
pobre porque apresenta um número pequeno de sinais ou palavras.
Quando meditamos sobre isso, concluímos no que pode ter acontecido, por ser uma
língua que não é usada em todos os setores da sociedade ou que é usada em uma cultura
bem distinta da que conhecemos, alguns podem ter pensado que ela não apresenta vocá-
bulos ou palavras para um determinado campo semântico, entretanto, isso não significa que
esta língua seja pobre, porque potencialmente ela tem todos os mecanismos para criar ou
gerar palavras para qualquer conceito que vier a ser utilizado pela comunidade que a usa.
Dessa forma, existem níveis em que os surdos utilizam a Libras. Por meio de vo-
cabulário mais reduzido ou amplo/complexo, podendo ser comparada à Língua Portuguesa
falada em nosso país, tendo vocabulário popular (coloquial) e o erudito. Descreveremos as
mais utilizadas. Acompanhe:
Para Quadros e Karnopp (2004, p. 52) conversar em qualquer língua não basta
conhecer as palavras, é preciso aprender as regras de combinação das palavras em frases.
As palavras, ou itens lexicais, são os sinais. Partindo do pressuposto que cada língua tem
um número determinado de unidades mínimas cuja função é determinar a diferença de um
sinal em relação a outro sinal, na Unidade de Estudos II, vimos sobre a unidades mínimas:
sinais que se opõem quanto à configuração de mão, sinais que se opõem quanto ao movi-
mento e sinais que se opõem quanto ao ponto de articulação.
Essa união de regras lexicais possibilita a transmissão de qualquer pensamento
visual não verbal e que se fundamentou através da cultura e identidade das comunidades
surdas. Consideramos aqui, a importância de que o sinal ao ser produzido nunca deve ficar
em frente aos olhos, e sim em frente ao tronco, facilitando a comunicação e compreensão
dos sinais.
Dessa forma, quando executamos o sinal, devemos prestar atenção se está sendo
realizado de forma correta e em uma área que o receptor consiga ver e interpretar. Po-
demos citar, como exemplo, se a pessoa usa barba/bigode e vai fazer um sinal na face,
certifique-se que o sinal está sendo realizado limpo/sem impedimento/barreiras.
Por isso, pense nestas restrições físicas e linguísticas, como forma de nos capaci-
tar para fazermos os sinais corretamente. Como já colocamos aqui, Libras não são gestos
ou palavras soltas no ar, e nem são um sistema de comunicação superficial, muito pelo
contrário, o sinal foi criado com um objetivo a ser cumprido.
2.1 Substantivos
Na língua portuguesa, os substantivos são palavras que possuem desinência (sufixo/
terminação) de gênero e numeral, podendo ter a função de sujeito ou objeto. Em Libras essa
classe fica evidente durante a formação da frase, o que diferencia da Língua portuguesa é
que o substantivo, em geral, fica em último lugar. Observe o exemplo apresentado por Felipe
e Monteiro (2001), na frase a seguir os substantivos Recife e surdo ficam no final da frase.
EU VIAJAR RECIFE
BOM! BONIT@ LÁ CONHECER MUIT@ SURD@
Todas as línguas possuem palavras que são classificadas em relação a seus aspec-
tos morfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos. Assim também acontece em Libras.
Não se pode esquecer que estamos estudando uma outra língua, que sua compreensão
pode ser complexa, exigindo de nós um grande esforço para sua aprendizagem.
2.3 Artigos
Não se usam “artigos” no momento da realização do sinal, mas são expressos de
outras maneiras, como na escrita datilológica.
2.5 Interrogativa
2.6 Interrogativa
No singular, o sinal para todas as pessoas é o mesmo, o que difere uma das outras
é a orientação da mão: o sinal para “eu” é um apontar para o peito do emissor (a pessoa
que está falando), o sinal para “você” é um apontar para o receptor (a pessoa com quem
se fala) e o sinal para “ele/ela” é um apontar para uma pessoa que não está na conversa
ou para um lugar convencionado para uma terceira pessoa que está sendo mencionada.
No dual, a mão ficará com o formato do numeral dois (quantidade), no trial o for-
mato será do numeral três (quantidade), no quatrial, o formato será do numeral quatro
(quantidade). Para o plural há dois sinais: um sinal composto, formado pelo sinal para a
respectiva pessoa do discurso (1ª, 2ª 3ª), mais o sinal GRUPO; e outro sinal para plural que
é feito pela mão predominante com a configuração em “d”, fazendo um semicírculo à frente
do sinalizador, apontando para as duas pessoas ou três pessoas do discurso. Como na
Língua Portuguesa, na Libras, quando uma pessoa surda está conversando, ela pode omitir
a primeira pessoa porque, pelo contexto, as pessoas que estão interagindo sabem a qual
das duas o contexto está relacionado, por isso, quando esta pessoa está sendo utilizada
pode ser para dar ênfase à frase.
Quando se quer falar sobre uma terceira pessoa que está presente, mas deseja-se
uma certa reserva, por educação, não se aponta para esta pessoa diretamente. Nesta
situação, o enunciador faz um sinal com os olhos e um leve movimento de cabeça para a
direção da pessoa que está sendo mencionada, ou aponta para a palma da mão encostan-
do o dedo indicador da mão esquerda na mão direita um pouco à frente do peito do emissor,
estando o dorso da mão direita voltada para a direção onde se encontra a pessoa referida
(FELIPE, 2007, p. 142-143).
Diferentemente do Português, os pronomes pessoais na terceira pessoa não pos-
suem marca para gênero (masculino e feminino)
● Pronomes pessoais
EU (olhando para o receptor: 2ª pessoa)
VOCÊ (olhando para o receptor: 2ª pessoa)
EL@ (olhando para o receptor: 2ª pessoa)
Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma é
a mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor, a outra é a
configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito – MEU-PRÓPRIO. Para as
segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda configuração em P, mas o movimento
é em direção à pessoa com que se fala (segunda pessoa) ou está sendo mencionada
(terceira pessoa), Capovilla e Raphael (2001).
Não há sinal específico para os pronomes possessivo no dual, trial, quatrial e plural
(grupo), nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes. Exemplo:
NÓS FILH@ “nossos(a) filhos(a).”
Os adjetivos são sinais que formam uma classe específica na Libras. Figueira (2011)
expõe essa relação apresentando-os sempre na forma neutra, não havendo, portanto, nem
marca para gênero (masculino e feminino), nem para número (singular e plural). Muitos
adjetivos, por serem descritivos e classificadores, apresentam iconicamente uma qualidade
do objeto, desenhando-a no ar ou mostrando-a a partir do objeto ou do corpo do emissor.
NINGUÉM (acabar)
NENHUM (não)
NENHUM-POUQUINHO
exemplos que irão te orientar a aumentar seu aprendizado e ter um entendimento satisfa-
de identificar a formação de frases. Para formar uma frase, é necessário nomear as marcas
da formação de interrogativa, de acordo com o contexto. Sem falar da inserção dos verbos
A sintaxe é a área da gramática que trata da estrutura da sentença. Analisar alguns as-
pectos da Libras requer “enxergar” ou “ler” esse sistema que é viso-espacial e NÃO oral-auditivo.
de acordo com o contexto, por exemplo, não existe sinal para o verbo “ABRIR”, o sinal para
esse verbo vai depender do contexto, ou seja, o sinal para “abrir a porta” será diferente do
sinal de “abrir os olhos’, “abrir a porta”, “abrir o pote” entre outros. Veja na figura a diferença:
9 Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâ-
metros modificam-se para especificar as informações do sinal-objeto incorporado.
SOBRE A TV INES
REFLITA
A pesquisadora Heloisa Maria Moreira Lima em sua publicação “Ensino de Língua Por-
tuguesa para Surdos: caminhos para a prática pedagógica’’ (2007, p. 119 - 120) aborda
sobre a questão do texto escrito por surdos. Ela diz que o primeiro contato com o texto
escrito por um surdo é, para o ouvinte, desconcertante. Isso decorre do fato de que o
ouvinte, que desconhece a realidade do surdo, supõe que o escritor surdo tenha como
língua única e/ou materna a Língua Portuguesa.
Uma vez lembrado que a percepção sensorial do surdo é essencialmente visual, tendo
ele, portanto, acesso restrito, ou nenhum acesso, a modalidade oral do português, o
ouvinte ainda se surpreende com o fato de que o surdo escolarizado demonstra domínio
tão restrito da Língua Portuguesa.
Informado de que o aluno surdo tem a língua de sinais a sua disposição, e que, na esco-
la e nas situações de interação, lida com a língua de sinais de falantes não-nativos, com
o português sinalizado, com a leitura labial, os gestos, as informações visuais e outras
estratégias que possam auxiliá-lo na aquisição da língua oral, ainda assim, custa-lhe
crer que a Língua Portuguesa seja tão opaca para o surdo ou que anos de escolarização
não tenham o efeito esperado sobre essas pessoas. O fato é que a situação de imersão
do surdo na cultura ouvinte não é trivial.
Fonte: SALLES, Heloisa M. M. L. Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para a prática pe-
Fonte: LIBRAS Gerais. A classificação indicativa na Língua Brasileira de Sinais. Disponível em:
Caro (a) acadêmico (a), como material complementar nesta Unidade de Estudos
sugiro uma atividade lúdica para iniciar sua prática em Libras através do diálogo curto.
Espero que se divirta sinalizando e busquem ampliar o vocabulário em Libras. O jogo foi
criado pela autora deste material didático, caso você não saiba sinalizar algumas palavras
que aparecem nos cartões.
Faça uma busca no dicionário on-line de Libras disponível no link:
https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/
LIVRO
Título: Língua de Sinais Brasileira Estudos Linguísticos
Autor: Ronice Muller de Quadros e Lodenir Becker Karnopp.
Ano: 2004.
Sinopse: Neste livro, as autoras descrevem e analisam a língua de
sinais brasileira, apontando, de modo competente, seus aspectos
fonológicos, morfológicos e sintáticos.
FILME / VÍDEO
Título: Aprenda LIBRAS com eficiência e rapidez (vocabulários
básicos)
Ano: 2009.
Sinopse: Éden Veloso é surdo ministra aulas de Libras na região de
Curitiba e através de suas experiência sentiu-se motivado a criar um
material junto com seu amigo Valdeci Maia, com o objetivo principal
de inserir os ouvintes no universo dos surdos. O vídeo é fruto do
livro do autor, intitulado Aprenda LIBRAS com eficiência e rapidez
e apresenta sinais básicos utilizados na região sul - Paraná.
No vídeo “Mãos Sinais” você aprenderá os sinais da região do
Sul – Paraná, acesse o link: http://www.youtube.com/watch?v=m-
BeLLxSUW9k
FILME / VÍDEO 3
Título: A Vida em Libras – Gramática II
Ano: 2016
Sinopse: Heveraldo Ferreira mostra sinais em Libras e curiosidades
da vida cotidiana. Cultura, esportes, educação, gastronomia e situa-
ções do dia a dia são alguns dos temas que o A Vida em Libras
aborda, sempre com o auxílio de animações, locuções e legendas.
O tema deste vídeo, GRAMÁTICA II, dá continuidade ao vídeo
anterior, de Gramática I, explica as classes gramaticais e mostra
seus sinais. Neste episódio, foi incluído pronomes e suas variações,
advérbios, verbos, preposições, conjunções e interjeições.
No vídeo “A vida em Libras – Gramática II” você conhecerá terá
a explicação das classes gramaticais em Libras: pronomes e suas
variações, advérbios, verbos, preposições, conjunções e interjei-
ções, acesse o link: http://tvines.org.br/?p=14117
FILME / VÍDEO 4
Título: Aula de Libras - Verbos I e II
Ano: 2014.
Sinopse: Com apresentação do professor Heveraldo Ferreira,
o Aula de Libras é destinado a surdos e ouvintes que querem
aprender a Língua Brasileira de Sinais. Com o auxílio de anima-
ções, locuções e legendas, o professor ensina, passo a passo,
os sinais básicos para se comunicar a partir do vocabulário de
temas específicos como família, escola, dias da semana, meios
de transporte, cultura, entre outros. Para apresentar a temática
Verbos I, Heveraldo Ferreira esteve na Biblioteca Parque Estadual
e na Biblioteca Nacional e ensina os sinais dos verbos, que são
importantes para a comunicação dos surdos. Já para o ensino de
Verbos II, Heveraldo foi ao Centro Cultural do Liceu Português,
enquanto Áulio e Renato continuam na Biblioteca Nacional, para
ensinar verbos de sentimentos, movimentos e atividades.
Nos vídeos “Aula de Libras – Verbos I e II” você aprenderá os
sinais dos verbos, que são importantes para a comunicação dos
surdos, acesse o link: http://tvines.org.br/?p=3304
Plano de Estudo:
● Os Processos de Formação de Sinais;
● Verbos Classificadores;
● Classificadores na Libras;
● Tipos de Classificadores na Libras.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer e utilizar adequadamente os verbos de locomoção
e os verbos classificadores e seu sistema de flexão;
● Construir frases com verbos de locomoção e com verbos classificadores;
● Diferenciar classificadores de adjetivos descritivos;
● Conhecer os vários tipos de verbos classificadores na Libras.
102
INTRODUÇÃO
Quando se divide um sinal para estudá-lo, os cinco parâmetros, que você já conhe-
ceu na Unidade II, podem ser também comparados a “pedacinhos” de um sinal porque, não
em todos, mas em muitos sinais, eles têm significados, são morfemas que se juntam ao
radical do sinal em determinados contextos, assim:
a) A expressão facial/corporal pode ser:
● Verbos de Locomoção
Basicamente na Libras, há dois tipos de verbo:
a) Verbos que não possuem marca de concordância
b) Verbos que possuem marca de concordância
Quando se faz uma frase com verbos do primeiro grupo, é como se eles ficassem
no infinitivo, já que não se alteram mesmo mudando as pessoas do discurso, mas eles
admitem modificadores com intensificadores ou advérbios de modo.
Meios de transporte podem também ser utilizados na função de verbo, por exemplo:
Muitos classificadores são icônicos em seu significado pela semelhança entre a sua
forma ou tamanho do objeto a ser referido. Às vezes o classificador refere-se ao objeto ou ser
como um todo, outras refere-se apenas a uma parte ou característica do ser (BRITO, 1995).
Fonte: VIMEO. Literatura didática em Libras. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Disponível
As autoras Maria Amin, Maria Lúcia e Ozana Vera, retratam a história de Ana, uma meni-
na com um grande mistério a resolver: por que quando as pessoas ao seu redor mexem
a boca conseguem o que querem, seja na escola, seja na padaria, seja no mercado, e
ela mexe a boca do mesmo jeito e ninguém a compreende?
A história “Um mistério a resolver: o mundo das bocas mexedeiras” mostra, com
sensibilidade e clareza, às crianças e adultos, surdos e ouvintes como a descoberta da
surdez e a prática da Língua de Sinais - Libras representa um passo fundamental para
a inclusão do surdo no mundo que o cerca.
Acadêmico(a), você pode encontrar essa história facilmente na internet, contada por vá-
rias pessoas, selecionamos dois links para que você conheça mais essa literatura com
personagens surdos e reflita sobre a importância da comunicação em língua de sinais.
História “Um mistério a resolver: o mundo das bocas mexedeiras” em Língua Portuguesa.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=jDobuSH3iug&t=110s
Vernáculo Visual
O poeta surdo americano Peter Cook explicou com muita clareza a diferença entre
o Vernáculo Visual e o uso de classificadores em línguas de sinais. Nessa explicação, ele
mostra também elementos de mímica, um pouco diferentes da definição de Bragg.
Vale a pena assistir ao vídeo curto O vernáculo visual e o uso de classificadores em
línguas de sinais, de Peter Cook (ele usa uma mistura de ASL, Libras e sinais internacionais,
mas quem conhece a Libras é capaz de entender), disponível no link: VV ou Classificadores
Peter Cook - YouTube
Os classificadores pertencem à linguística. O VV, por outro lado, é como a
atuação no teatro. É uma técnica de teatro. Existe uma escala entre os dois.
Numa extremidade da escala temos os classificadores. Com os classificado-
res, por exemplo, eu posso mostrar uma pessoa caminhando e avançando,
junto a uma expressão facial de descuido, mas o classificador significa que a
pessoa está caminhando a pé. Um pouco mais na direção do VV, aumenta o
uso de expressão facial e o movimento do corpo. Mais próximo ao VV ainda,
continuo com o classificador na mão, mas uso mais o corpo e até mexo as
pernas. Finalmente, na extremidade da escala do VV, posso tirar o classifi-
cador e usar os braços, as mãos e até as pernas e os pés para mostrar o
verdadeiro corpo do personagem caminhando. Assim, temos uma escala e
podemos escolher o que queremos de qualquer ponto dessa escala. Mas a
extremidade de VV não é linguística e na extremidade linguística temos os
classificadores. São bastante diferentes, mas há muita flexibilidade onde po-
demos escolher os sinais nos pontos da escala (COOK, 2018, ).
Fonte: SUTTON-SPENCE, Rachel. Literatura em Libras, livro eletrônico, Petrópolis, 2021. Disponí-
LIVRO
Título: Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais
Autor: Márcia Honora; Mary Lopes Esteves Frizanco
Ano: 2009, 2010 e 2011
Sinopse: Os livros desvendam a comunicação usada pelas pes-
soas com surdez e enfocam o conhecimento da Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS) através de campos semânticos de forma visual
e elucidativa, tendo como objetivo diminuir a barreira de comunica-
ção entre ouvintes e surdos.
LIVRO 2
Título: 6 Fábulas de Esopo em Libras vol. 2
Autor: Nelson Pimenta.
Ano: 2009.
Sinopse: A fábula é um texto de ficção. As fábulas são narrativas
em que os personagens são animais personificados que repre-
sentam histórias sobre a vida humana. O objetivo final da fábula
é realizar um ensinamento através de uma lição de moral. Nelson
Pimenta apresenta as seguintes fábulas: A raposa e as uvas; As
gêmeas e o galo; O cão e o pelicano; Os pelicanos amigos; O cão
e o osso e O sol e o vento.
LIVRO 3
Título: Configurações de Mãos em Libras
Autor: Nelson Pimenta.
Ano: 2011.
Sinopse: As configurações de Mãos (CM) constituem um dos
parâmetros gramaticais das línguas de sinais. Na Libras, o pro-
fessor e pesquisador Nelson Pimenta catalogou sessenta e uma
CM, mostradas neste vídeo-dvd interativo com exemplos, para ser
utilizado em sala de aula, pesquisas ou mesmo para divertidas
atividades com familiares e amigos.
FILME / VÍDEO
Título: As Aventuras de Pinóquio em Língua de Sinais Brasileira
Autores: Nelson Pimenta e Carlos Freitas (roteiro adaptado).
Ano: 2006.
Sinopse: Um dos clássicos da literatura infanto-juvenil, “As
aventuras de Pinóquio” (romance italiano escrito no séc. XIX pelo
italiano Carlo Collodi) ganha uma adaptação em Libras traduzida
pelo surdo Nelson Pimenta. A famosa história do pequeno bone-
co-menino de madeira (que, ao mentir, via o seu nariz aumentar)
criado por Gepeto e acompanhado por um Grilo Falante (persona-
gem surgido em uma das adaptações da versão original) torna-se
disponível em Língua de Sinais.
BAHAN, B. Comment on turner. Sign Language Studies, Washington DC, n. 83, p. 241-249,
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Acesso em: 30 ago. 2021.
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CONCLUSÃO GERAL
Chegamos ao fim de mais uma disciplina, mas, com a certeza de que será o iní-
cio da sua longa caminhada de descobertas sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Foram tantos conceitos teóricos/práticos abordados durante o estudo das Unidades que te
possibilitam entrar no mundo das experiências visuais, da comunicação visual-espacial dos
surdos, do “ouvir com os olhos e falar com as mãos”.
Conversamos muito na Unidade I sobre a atenção do olhar, imprescindível na co-
municação com as pessoas surdas, no aprendizado da língua e na execução dos sinais. A
morfologia nos ajudou compreender melhor a estrutura da Libras e suas regras gramaticais
baseadas nos parâmetros da língua de sinais, foi durante os estudos da Unidade II que per-
cebemos que para se comunicar em Libras, não basta saber o alfabeto manual ou conhecer
os sinais, é preciso utilizar esses sinais a partir de combinações entre as configurações
de mão, pontos de articulação, orientações de mão e expressões faciais e corporais. Para
ampliar esse conhecimento, buscamos exemplificar e perceber essas combinações em
algumas literaturas surdas.
A Unidade III, foi fantástica! Porque permitiu que você se aventurasse com a prática
da língua de sinais, buscando executar os sinais de forma adequada, formal e informal.
Conhecer os pronomes nas Libras te ajudaram a iniciar a comunicação com a comunidade
surda executando seus primeiros sinais e formação de frases curtas.
Por fim, você viu que os aspectos morfológicos e sintáticos da Língua Brasileira de
Sinais, trazem em sua constituição linguística os verbos, os classificadores, o sistema de
flexão e a construção das frases.
Todos esses aspectos visuais e gramaticais abordados neste material didático
foram fundamentais para que você compreendesse que a Libras mesmo sendo de moda-
lidade visuo-espacial, é tão complexa como qualquer língua oral-auditiva como a Língua
Portuguesa, sendo imprescindível o estudo e contato diário com essa língua.
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A partir de agora esperamos que se envolvam cada vez mais com essa língua, que
os conteúdos que dialogamos aqui tenham sido enriquecedores para o seu aprendizado e
que você possa durante essa disciplina ter sentido vontade de conversar com os surdos,
colocando em prática os sinais de acordo com os contextos que você aprendeu.
Não perca tempo! Você já é capaz de iniciar uma comunicação com os surdos!
Acredite em você!
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