Gramática 6º Ano
Gramática 6º Ano
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Lécio Cordeiro
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Editor: Rua Neto Campelo Jr, 37 – Mustardinha
Lécio Cordeiro Recife – PE – CEP: 50760-330
CNPJ: 00.726.498 / 0001-74
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Marcelo Bernardo Ltda. pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições
futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.
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eletrônica e ilustrações:
Box Design Editorial Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam,
sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original,
Capa uma nova pontuação.
Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/
Sophia Karla
Fotos: Mariakray - stock.adobe.com
Impresso no Brasil
É muito comum ouvirmos comentários de que a nossa língua é muito difícil. Você
já ouviu alguém dizer isso? Normalmente essa opinião é seguida de comparações com
outras línguas. Quem pensa que o português é uma língua difícil comumente acredita
que o inglês, por exemplo, é uma língua fácil, que o alemão é feio, que o chinês é extre-
mamente confuso. Mas será mesmo? As pesquisas mostram que esses posicionamentos
sobre as línguas são equivocados.
Na maioria das vezes, essas opiniões negativas surgem da confusão que se faz entre
o que é a língua e o que é a gramática. Por uma série de motivos, é comum as pessoas
entenderem que ambas são a mesma coisa, mas, na verdade, não são. A gramática é
apenas um dos componentes da língua. Apesar disso, na nossa sociedade ela é muito
valorizada. Por isso, existem hoje nas livrarias inúmeros livros de gramática. Mas você
já percebeu que todos eles abordam o assunto sempre da mesma forma? Regras e mais
regras para se decorar, frases sem sentido e sem contexto adequado para ilustrar o es-
tudo, construções linguísticas que nunca usaremos na vida, nenhuma relação entre a
gramática e os outros componentes curriculares.
Foi pensando nisso que tivemos a ideia de escrever uma gramática diferente. Nosso
objetivo foi preparar um livro que realmente ensinasse o conteúdo gramatical como ele
é: interessante, vivo, real, repleto de possibilidades! Esperamos que você goste e que
passe a ver a gramática de forma diferente.
Bom estudo!
Lécio Cordeiro
Capítulo 1 Capítulo 3
Linguagem, língua e sociedade-------- 06 Estudo dos textos------------------------- 44
Capítulo 6
Artigo, numeral e pronome--------------- 101 Capítulo 8
Estudo das orações------------------------- 136
1. Artigo---------------------------------------------101
2. Numeral-----------------------------------------103 1. A oração e o período-------------------------136
3. Pronome-----------------------------------------108 2. O período composto por coordenação--138
Atividades---------------------------------------113 Atividades---------------------------------------140
Desafio-------------------------------------------117 Desafio-------------------------------------------143
Questões de escrita---------------------------120 Questões de escrita---------------------------144
Acentuação das palavras oxítonas--------120 Ortografia---------------------------------------144
Acentuação das palavras paroxítonas----120
1. A comunicação
Imagem 1
A pintura acima forma o que muitos historiadores e arqueólogos definem como pictografia — do
latim pictor (pintura) + grafia (escrita). Ou seja, para eles é um tipo de escrita na qual se utilizam
desenhos. As imagens trazem certo padrão, o que sugere a possibilidade de uma escrita. Entretanto,
é difícil “ler” essa “escrita”, porque os significados exatos dos desenhos se perderam junto às comu-
nidades que os criaram.
Para compreendermos essa “escrita”, precisaríamos fazer relações entre vários elementos, como
ideias, palavras, situações, imagens, etc. A construção do sentido é muito rápida e começa antes
mesmo de lermos a pintura. Isso porque, quando a vemos, nossa mente já começa a processar in-
formações. Uma delas, certamente a primeira, é a “certeza” de que o ser humano que a produziu
queria comunicar algo. Se não, por que pintá-la?
Agora, analise com atenção a figura a seguir.
LuFeeTheBear/Shutterstock.com
Diferentemente do que ocorre com a imagem anterior, esta permite-nos uma interpretação, pois
possuímos recursos para realizar uma leitura.
REFLITA
Quando nos deparamos com a Imagem 2, cachorros, os galos têm relações sociais, de poder e
imediatamente começamos a ler seus sentidos de hierarquia bastante definidas e se comunicam.
por meio do nosso conhecimento de mundo: No entanto, apenas os seres humanos são ca-
identificamos os desenhos, buscamos informa- pazes de se comunicar de forma extremamente
ções históricas, identificamos o símbolo quími- complexa com a intenção de produzir sentidos.
co. Nosso pensamento, portanto, articula infor- Essa é a maior diferença entre nós e os outros
mações prévias em busca de sentido. No fim, animais. Somente nós podemos articular sons,
como conseguimos captar a ideia da imagem, combiná-los conscientemente e falar. Existem
dizemos que houve comunicação. vários traços que nos diferenciam dos outros
Os animais, em geral, possuem a extraordiná- animais, seja do ponto de vista biológico (o pole-
ria capacidade de se comunicar. Sempre de formas gar livre, a capacidade de andar sobre duas per-
variadas, cada espécie emprega os recursos de que nas, a pele descoberta, a capacidade de articular
dispõe com esse propósito. As baleias, por exem- sons e falar, etc.), seja do ponto de vista intelec-
plo, emitem ruídos extremamente precisos para tual (capacidade de raciocinar com complexida-
indicar o caminho, a fonte de alimento, chamar a de, planejar, lembrar, entre outros). No entanto,
atenção, etc. As abelhas, as formigas, os lobos, os a fala é a nossa habilidade mais marcante.
A fala é resultante da articulação dos sons produzidos por uma série de órgãos que compõem
nosso aparelho fonador.
Nosso aparelho fonador é muito desenvolvido, o que possibilita a produção de sons bastante
diferentes, inclusive aqueles utilizados na fala: os sons vocálicos e os sons consonantais, que estu-
daremos detalhadamente mais adiante.
Cavidade nasal
Narinas Faringe
Dentes superiores Cavidade oral
Dentes inferiores Língua
Laringe Traqueia
Pulmão esquerdo
Pulmão direito
Diafragma
APRENDA MAIS
Outras espécies de animais também possuem aparelho fonador, a exemplo dos papagaios.
Como vivem em grupo e apresentam uma inteligência acima da média das aves em geral,
eles conseguem articular esse aparelho para imitar sons que ouvem. Soltos na natureza, os
papagaios cantam com o objetivo de trocar informações. Mas, quando vivem isolados em
cativeiro, compensam a falta de comunicação imitando a fala humana.
A comunicação bem-sucedida entre duas ou mais pessoas só é possível se uma entender a outra.
Para entender o outro, cooperamos com ele. Cooperar, neste caso, não é apenas fazer silêncio enquan-
to o outro fala, mas trabalhar com o outro na produção do sentido. Em outras palavras, cooperamos
com ele quando procuramos entender o que quis dizer. Ou deveríamos. Se observarmos, às vezes fala-
2. A capacidade de simbolizar
Nosso universo social é repleto de símbolos.
São placas, textos, objetos, gestos, imagens, nú-
meros, etc. Ao conjunto de símbolos empregados
com o objetivo de estabelecer comunicação, da-
mos o nome de código. É utilizando códigos que
interagimos com nossos semelhantes, refletimos
sobre a realidade, transmitimos valores, conheci-
mento… Tudo o que está à nossa volta ou mes-
mo aquilo que não existe no mundo real pode ser
simbolizado. Observe isso na charge ao lado.
Para entender o sentido dessa charge, você
precisou decodificar uma infinidade de símbo-
los: onde os homens estão, que ocupações têm,
que informações estão claras no balão, etc. Des-
se modo, podemos concluir que, relacionando
os símbolos que compõem um código, executamos ações!
Evidentemente, a compreensão dos símbolos só é possível se eles já fizerem parte do nosso
conhecimento de mundo. Para que isso fique claro, basta olhar, por exemplo, para alguns símbolos
matemáticos que você ainda não estudou.
A partir do momento em que eles são apresentados a você, passam a fazer parte do seu conhe-
cimento de mundo e, portanto, passam a ter significado. O primeiro é o infinito (∞). Ele indica que
uma sequência de números não tem fim. Já o segundo símbolo representa um número chamado de
pi, que vale, aproximadamente (≅), 3,14.
E, por falar em números, eles também são símbolos. Criados há milhares de anos com o objetivo
de fazer contagens, enumerações, os números estão por toda parte: no seu endereço, no tamanho
do seu pé, na medida da sua cintura, na quantidade de mensagens não lidas no seu smartphone,
etc. Os números naturais são muito utilizados, sendo indicados matematicamente pelo símbolo N.
Desse modo, os símbolos que compõem os códigos que utilizamos no nosso dia a dia são os mais
variados. A fotografia a seguir identifica uma placa de trânsito instalada em uma das estradas que
cortam o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.
O que essa placa significa? Faria sentido colocá-la em uma das avenidas da sua cidade?
A placa indica que há depressões na estrada. Espera-se que o aluno perceba que o sentido
da placa está associado às figuras rupestres do Parque, sendo incoerente sua utilização em
um ambiente urbano.
Como você pode ver, os símbolos que empregamos em nossas interações com outras pessoas
podem ser os mais variados. Podem, inclusive, ser partes de palavras, desde que tenham sentido.
A letra a, por exemplo, se empregada em uma palavra como menina, expressa uma ideia, passa a
ser um símbolo, indicando a noção de feminino. Já a partícula des-, em desleal, indica a noção de
negação, contrário, oposição.
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Chamamos de antônimas as palavras que exprimem realidades opostas. Assim, dizemos que
claro é antônimo de escuro em O quarto está escuro, abra as janelas para deixá-lo claro.
Já os sinônimos são palavras, termos ou expressões que, em uma dada situação, podem codifi-
car a mesma informação. Observe:
3. A linguagem
Os códigos que utilizamos para nos comunicar constituem diferentes linguagens. Dizemos que a
linguagem é uma habilidade que desenvolvemos instintivamente. O instinto é um impulso incons-
ciente que faz os animais agirem de acordo com suas necessidades de sobrevivência. Assim, quando
aprendemos a falar, como as aves aprendem a voar, agimos guiados pelo instinto. Por essa razão, não
é preciso ir à escola para aprender a falar. Isso acontece espontaneamente nos bebês. Com o passar
do tempo, essa habilidade vai se desenvolvendo e, sem perceber, eles logo passam da produção de
palavras soltas à comunicação cada vez mais complexa.
Faz muito tempo que o ser humano começou a
falar. Mas não é possível dizer exatamente desde
Reprodução
quando, pois somente no início do século XX d.C.
foi inventado o primeiro gravador de voz. Ou seja,
ele não existia na Pré-História. Assim, o que te-
mos são pistas a respeito da “história da fala”. Um
exemplo são algumas estruturas do corpo encon-
tradas em fósseis. Nos Australopitecus, surgidos
há 4 milhões de anos, foram identificados, por
exemplo, centros cerebrais fundamentais para a
linguagem. Mas os chimpanzés possuem esses
mesmos centros, e não falam. Outro exemplo in-
teressante diz respeito a alguns vestígios arqueo-
lógicos ligados ao aparelho fonador. Cientistas
acreditam que, há cerca de 500 milhões de anos,
passamos a ter laringe comprida e alta, um traço Acredita-se que os Australopitecus pos-
suíam estruturas cerebrais importantes
fundamental para a geração dos sons característi- para a capacidade de se comunicar e já
cos da fala. No entanto, o homem de Neandertal, andavam sobre duas pernas. Reprodu-
que viveu há aproximadamente 150 mil anos, não ção de um Australopithecus afarensis
em museu de Barcelona.
possuía essa característica hoje existente na nos-
sa espécie, o Homo sapiens sapiens.
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Linguagem não verbal – Utiliza imagens, sons, sinais, etc. para comunicar. Exemplos:
semáforos de trânsito, desenhos, cores, gestos, mímica, etc.
Embora essa distinção seja importante, na prática empregamos frequentemente uma linguagem
mista na qual utilizamos a linguagem verbal e a não verbal simultaneamente. Isso fica bem claro
quando falamos e gesticulamos ao mesmo tempo.
Toda comunicação não verbal pode ser transformada em linguagem verbal. Assim, a cor verde do
semáforo de trânsito, por exemplo, é codificada pela palavra siga.
REFLITA
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Como dissemos, as palavras são organizadas de acordo com leis de funcionamento. Para enten-
der a importância dessas leis, observe a seguinte análise:
Evidentemente, podemos afirmar que, tanto em 1 quanto em 2, temos sequências formadas por
palavras da nossa língua. No entanto, apenas a sequência 1 permite uma compreensão. Isso acon-
tece porque, na sequência 2, as palavras estão fora de ordem. Enquanto na sequência 1 as palavras
estão ordenadas, na sequência 2 elas estão soltas. A ordenação das palavras, portanto, é fundamen-
tal para a produção de sentido.
Outra regra de funcionamento interessante diz que algumas palavras devem se combinar. Por
exemplo: em 1, o menino utilizou a palavra esse (não essa) para combiná-la com criminoso (esse
criminoso ≠ essa criminosa). Já outra regra diz que palavras como a podem ser empregadas antes
de noite (a noite), por exemplo, mas nunca antes de eu. Essas são apenas algumas das regras de
funcionamento da nossa língua.
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cionamento que utilizamos para interagir uns com os outros. E
essas leis são o que chamamos, resumidamente, de “gramática”.
Por isso, sempre que nos expressamos, utilizamos regras grama-
ticais, mesmo sem perceber. Seria impossível nos comunicarmos
sem seguir regra nenhuma.
Mas a língua não é somente a sua gramática. A gramática é
apenas uma parte dela. Para compreendermos um texto, por
exemplo, vários fatores nos ajudam. Um deles, sem dúvida muito
importante, é o nosso conhecimento de mundo, a nossa expe- Comunicar é a capacidade de se rela-
riência. Foi esse conhecimento que nos ajudou a perceber o hu- cionar com o outro por meio de sinais
mor do quadrinho da página 13. (verbais ou não verbais). Assim, utili-
zamos essas linguagens para sermos
Já nos primeiros anos da infância, possuímos um domínio gran- compreendidos.
de sobre as regras da gramática da nossa língua. É esse contro-
le que nos permite expressar desejos, intenções, medos (tenho REFLITA
sede; estou com fome; quero dormir; vou fazer xixi; etc.). Assim,
um dos papéis deste livro — e também da escola — é lhe ensinar
o que você ainda não sabe.
Isso quer dizer que
Então, se dominamos boa parte da gramática da nossa língua
estudar a gramática é
desde a infância, não faz sentido pensar que falar português é
uma tarefa inútil?
difícil. Essa ideia equivocada se deve ao fato de que, por muitos
anos, acreditou-se que, para saber se expressar bem, uma pes- Não. Como a gramática
soa deveria saber decoradas todas as regras da gramática. Desse está presente em tudo
modo, por muitos anos, as aulas de língua portuguesa eram so-
mente aulas de gramática. Para confirmar isso, basta perguntar o que falamos e escre-
aos seus familiares mais velhos como eram essas aulas na épo- vemos, se conhecer-
ca deles. Eles lhe dirão que eram obrigados a decorar todas as
mos bem o seu fun-
regras da gramática. E quem não se expressava de acordo com
essas regras era considerado ignorante. Como decorar é uma cionamento, teremos
tarefa muito chata, era normal pensar que o português fosse ainda mais possibilida-
uma língua difícil.
des para nos expressar.
Uma comparação interessante nos ajudará a explicar melhor.
Imagine que a língua é um smartphone. Para utilizá-lo, não é ne-
cessário saber como os seus nanocircuitos funcionam, não é? Da
mesma forma, para se comunicar com as pessoas, você não pre-
cisa saber como funciona exatamente a gramática. Além disso, do
mesmo modo que existem os mais variados tipos de carro, exis-
tem inúmeras línguas pelo mundo, cada uma com o seu motor.
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APRENDA MAIS
REFLITA
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REFLITA
guém é igual, isto é, todos somos diferentes! Há meninos e meninas com cabelo, cor de pele, religião, família,
origem, histórias, etc. diferentes.
Timor-Leste.
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APRENDA MAIS
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dade se refletem na língua. Um exemplo:
palavras como açoitar, senzala, tronco, al-
forria, capitão do mato, quilombo, muca-
ma, sinhá, etc. eram muito comuns aqui no
Brasil enquanto durou a escravidão. Hoje,
praticamente não são usadas.
Podemos listar várias outras palavras que há poucos anos não existiam ou possuíam significados
diferentes daqueles que possuem hoje, são os chamados neologismos: teclar, Internet, tablet, iPod,
shippar, mouse, etc.
Por outro lado, enquanto surgem os neologismos, há palavras que se tornam arcaísmos, isto
é, são cada vez menos usadas, como ceroula, vosmecê, outrossim, quiçá, alcaide, soer, soçobrar,
anuir, obséquio, etc. Tanto é assim que, certamente, você nunca ouviu (ou falou!) pelo menos uma
dessas palavras. Elas são usadas somente em situações formais muito específicas ou em textos cujo
principal objetivo é produzir humor, como ocorre na tirinha a seguir.
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Na prática, tanto o jargão quanto a gíria devem ser utilizados tendo em vista a situação, isto é,
as pessoas envolvidas, o ambiente, as intenções comunicativas, etc. Em um congresso de médicos,
por exemplo, o jargão é adequado, pois os participantes se compreenderão mutuamente. Assim, na
mesma situação, a gíria será inadequada. Já o uso do jargão médico em uma consulta não é adequa-
do, pois, provavelmente, o paciente não entenderá.
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Variação histórica
Todas as línguas naturais variam com o passar do
Reprodução
tempo. Essa variação fica bastante evidente quando le-
mos textos antigos. Até o século XVI, como não existia
uma padronização ortográfica, a escrita seguia a pro-
núncia. Assim, era muito comum encontrar num texto
uma mesma palavra grafada de formas variadas. Entre
o século XVI e o começo do século XX, houve uma cres-
cente busca de uniformização da escrita: passou-se a
escrever respeitando a origem das palavras. Na propa-
ganda a seguir, veiculada em 1940, percebemos algu-
mas palavras que, atualmente, são grafadas de maneira
diferente.
Variação sociocultural
A variação sociocultural ocorre em função dos gru-
pos sociais em geral, do grau de escolaridade das pes-
soas e do seu ambiente sociocultural. Exemplos claros
desse tipo de variação são as gírias e os jargões.
Disponível em: https://www.propagandashistoricas.com.
br/2019/12/petrolina-minancora.html. Acesso em: 13/12/2019.
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7. O preconceito linguístico
Para entender bem o que é o preconceito linguístico, uma boa estratégia será recorrer à etimologia
da palavra preconceito, isto é, à sua origem. Na nossa língua, a palavra conceito tem muitos sentidos.
Um deles é opinião, ponto de vista, como ocorre em Qual é o seu conceito sobre as pessoas que falam
fror, brusa, bicicreta? Diante de uma pergunta como essa, como qualquer outra, devemos pensar para
responder adequadamente. Então, vamos pensar um pouco?
O preconceito linguístico é o tema da tirinha a seguir. Analise-a.
REFLITA
Para você, as pessoas que falam pobrema, stombo, etc., em geral pertencem a que classe
social? Essas pessoas tiveram/têm a oportunidade de estudar? Essas pessoas são valoriza-
das socialmente? Por que será que falam dessa forma? Responda em seu caderno.
Resposta pessoal.
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21
1. O texto que você vai ler agora é uma fábula atribuída a Eso- APRENDA
po. Leia-o com atenção. MAIS
Como vimos neste capítulo, utilizamos inúmeros símbolos na nossa comunicação diária. Es-
ses símbolos são os mais variados: vão das partículas que formam as palavras aos gestos, às
cores, aos sons e, até mesmo, ao silêncio. A produção de sentido de um texto se dá, neces-
sariamente, pela compreensão desses símbolos, que, por sua vez, devem fazer parte do seu
conhecimento de mundo. De posse dessas informações, responda às questões que seguem.
d. Identifique, no texto, a palavra utilizada para indicar quantidade. Que símbolo numérico
representa essa quantidade?
Um. O símbolo numérico que representa essa quantidade é 1.
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3. Ainda há pouco, vimos que, quando nos comunicamos com alguém, expressamos ações. Vol-
tando à fábula O cão e o pedaço de carne, podemos afirmar que a sua lição moral é uma ação
que equivale a:
a. Uma pergunta. b. Uma informação.
c. Um conselho. d. Uma reclamação.
e. Um castigo.
4. Entendendo que a lição moral da fábula é uma ação, podemos afirmar que quem a executou foi:
a. O pedaço de carne maior. b. O narrador.
c. O cão. d. O leitor.
e. O cão que apareceu refletido na água.
5. Como vimos, sempre que nos expressamos verbalmente utilizamos regras gramaticais. No en-
tanto, a língua não é somente a sua gramática. Pensando nisso, discuta com os seus colegas e o
professor: só é possível uma pessoa escrever e falar bem se souber todas as regras da gramática
ensinada na escola? Responda no seu caderno.
Nessa tirinha, o humor é despertado devido à inadequação entre o modo de falar de um dos
personagens e a situação comunicativa. Pensando nisso, responda às questões propostas.
a. Analisando o contexto, você poderia dizer qual deles se expressou de maneira inadequada?
O cliente se expressou de maneira inadequada.
b. De acordo com o último quadrinho, podemos afirmar que houve comunicação entre o gar-
çom e o cliente no primeiro quadrinho? Explique.
Não. O garçom não compreendeu o cliente, por isso não ocorreu comunicação.
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8. Como vimos, o Brasil é caracterizado, entre outras coisas, por possuir diferentes falares, isto
é, diferentes modos de falar a mesma língua. Isso pode ser percebido claramente no seu dia
a dia. Na sua sala de aula, por exemplo, existem colegas que certamente falam de maneira
diferente de você, utilizando palavras que talvez você não utilize. E o seu professor talvez em-
pregue palavras e expressões que nem você nem seus colegas falem. E mais: com o professor,
você fala de um jeito; mas, com seus avós, certamente fala de outro. Pergunte a pessoas adul-
tas da sua família quais palavras ou expressões elas usam comumente para se referir a um(a):
9. Considerando as diferenças entre linguagem oral e linguagem escrita, assinale a opção que
representa uma inadequação da linguagem usada à situação comunicativa.
a. “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” — um pedestre que assistiu ao
acidente comenta com o outro que vai passando.
b. “E aí, ô meu! Como vai essa força?” — um jovem que fala para um amigo.
c. “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” — alguém comenta
em uma reunião de trabalho.
d. “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretária-executiva
dessa conceituada empresa” — alguém que escreve uma carta candidatando-se a um
emprego.
e. “Porque, se a gente não resolve as coisas como tem que ser, a gente corre o risco de
termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” — um professor
universitário em um congresso internacional.
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Texto 1
1. De acordo com o que estudamos neste capítulo, podemos entender que a fala do menino:
a. É errada, porque é inadmissível em qualquer situação.
b. Não é errada, é apenas diferente da língua-padrão.
c. É errada, pois é diferente da língua-padrão.
d. É adequada para estabelecer comunicação em qualquer contexto.
e. É perfeitamente aceitável em qualquer situação.
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Texto 2
Na verdade, as pessoas cujas habilidades linguísticas são mais gravemente subestimadas
estão bem aqui, na nossa sociedade. Os linguistas constantemente topam com o mito de que
a classe trabalhadora e os membros menos educados da classe média falam uma linguagem
mais simples e menos refinada. Trata-se de uma ilusão perniciosa decorrente da naturalidade
da conversação.
PINKER, Steven. O instinto da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
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Fonema e letra
1. Leia em voz alta as palavras abaixo.
(1) banca (2) banco (3) branco (4) anciã (5) hoje (6) chover (7) carro (8) táxi
Para falar, proferimos sons. Mas esses sons não são produzidos isoladamente — eles são pro-
duzidos em grupos que se combinam. Assim, pronunciamos as palavras. Os sons que utiliza-
mos para falar são chamados de fonemas. Já os sinais gráficos que utilizamos para representar
esses sons na escrita são chamados de grafemas, ou, simplesmente, letras.
f. Com base na análise feita até aqui, como você definiria o que é um fonema?
Espera-se que o aluno conclua que fonema é o som distintivo.
27
mas. Nesta etapa, optamos por não levar aos alunos a noção de alofo- 3. Existem letras que não
são representadas por
ne. Acreditamos que tal conceituação é inadequada para o ano. Apesar
fonemas.
disso, é importante levá-los a observar que a oralidade é um dos terre- canto(cãto) → aqui(aqi)
nos mais férteis para a percepção da variação linguística. → homem(ômen)
O alfabeto
3. Ao conjunto de letras que utilizamos na língua escrita, damos o nome de alfabeto. O nosso al-
fabeto conta, atualmente, com 26 letras, ordenadas de maneira específica, a chamada ordem
alfabética. Observe.
Alfabeto minúsculo
a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z
Alfabeto maiúsculo
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
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APRENDA MAIS
Com a incorporação das letras k, w e y ao nosso alfabeto após o novo Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, de 2008, precisamos fazer algumas distinções.
5. Agora, vamos imaginar que você está escrevendo um dicionário destinado aos alunos do 1º
ao 5º ano da sua escola. Nesta etapa do trabalho, você definirá quais palavras serão utilizadas
nele. Para isso, você desempenhará duas tarefas muito importantes. Na primeira, você deve-
rá registrar cinco palavras empregadas na fábula O cão e o pedaço de carne, que você leu na
página 22. Na segunda, deverá registrar cinco palavras coletadas em alguns minutos de um
programa de sua preferência (desenho, anime, série, etc.). Feito isso, responda às questões
que seguem.
29
en.va.si.lhar en.xo.val
7. Cite alguns usos da ordem alfabética que você identifica no seu cotidiano.
Resposta pessoal. Sugestões de resposta: a lista de frequência na escola, a organização de do-
cumentos pessoais em diferentes situações e a busca de informações em seções de pesquisa
(sites de busca, plataformas de streaming, etc.).
30
1. Ato de fala
Leia com atenção a tirinha a seguir.
No capítulo anterior, vimos que a língua é um provas corrigidas. Considerando a reação expressa
recurso fundamental para nós. Por meio dela, pela turma no segundo quadrinho, podemos en-
podemos expressar pensamentos, opiniões, tender que, além da ordem expressa no primeiro
ideias, etc. Podemos, também, sair do momento quadrinho, ela também amedrontou os alunos.
presente e nos projetar no passado ou no futu- O medo dos alunos é evidenciado no último
ro. Assim, dizemos que tudo o que realizamos quadrinho, quando a professora é substituída pela
por meio da língua são ações. caveira que tradicionalmente representa a morte.
Por exemplo, no primeiro quadrinho da tiri- Mais uma vez, ela informa e amedronta a turma.
nha acima, ao dizer Silêncio! a professora Nor- De modo geral, podemos dizer que dirigimos
ma desempenhou uma ação, ou seja, ela expres- a palavra uns aos outros com algum objetivo:
sou uma ordem. dar ou pedir uma informação, convidar, saudar,
Em seguida, a personagem desempenha ou- prometer, ordenar, agradecer, censurar, elogiar,
tra ação: ela informa aos alunos que entregará as desculpar-se, etc.
Chamamos de ato de fala esse comportamento verbal com que expressamos alguma
intenção comunicativa.
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A menor unidade linguística com que expressamos as ações verbais é o que chamamos
de frase.
REFLITA
32
Socorro!
Podemos dizer que esses dois tipos de frase representam graus extremos de dependência do
contexto em que ocorrem. De um lado, as frases completas são menos “dependentes” do contexto,
pois teoricamente possuem todas as partes necessárias ao seu entendimento. Do outro, temos as
frases incompletas, estas muito dependentes da situação em que ocorrem.
Vejamos esses conceitos no quadrinho a seguir.
Reprodução
Nesse quadrinho, vemos mais uma vez a personagem que, culturalmente, identificamos como a
morte. No contexto, ela aparece acessando sua rede social, aparentemente sua página no Facebook.
Isso fica claro pela imagem representada na tela do computador, muito semelhante à página real da
rede. Nesse contexto, percebemos duas frases:
33
• Frases exclamativas – Expressam emoções, reações. Essas frases sempre terminam com ponto
de exclamação (!).
• Frases interrogativas – Essas frases formulam perguntas diretas e sempre terminam com pon-
to de interrogação (?).
34
Como você pode perceber, essa classificação não considera a estrutura das frases, se são com-
pletas ou incompletas. Aqui, considera-se apenas sua essência. Não há referência às intenções de
quem fala ou escreve.
REFLITA
4. Interjeição
Agora, analise a tirinha a seguir.
MENINO, MEUS ÓCULOS EH... HUM...
QUEBRARAM, LEIA ESTA HUMMMMM...
NOTÍCIA PARA MIM! PUTZ...
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• Chamar a atenção de alguém, geralmente para iniciar uma conversa ou como respostas
curtas enquanto ela acontece.
• Representar sons não linguísticos. Essas interjeições são chamadas, também, de onomato-
peias.
Voltando à definição tradicional das frases, percebemos que as interjeições podem expressar
declarações, perguntas e até ordens, dependendo do contexto em que ocorrem.
5. Condição discursiva
Chamamos de condição discursiva o componente da interação verbal que regula o direito à palavra.
De modo geral, o direito à palavra ocorre de duas maneiras:
O direito à palavra é regulado por algumas condições. Por exemplo: uma consulta médica se pro-
cessa por meio de um diálogo, estabelecido entre o médico e o paciente. Nessa situação, o paciente
expõe os motivos que o levaram à consulta e o médico lhe receita um tratamento. Se, por exemplo,
um dos dois interrompe constantemente o outro, a condição discursiva foi desrespeitada, o que
pode ser entendido como falta de educação.
36
Texto 1
Professor Moisés, o senhor sabia que Professor Moisés, como Nossa! Agora eu sei a idade de Luzia!
o Serafim é um hominídeo? é o nome do hominídeo
brasileiro mais antigo?
Como assim, Luzia?
Me dá!! Somos todos Homo
sapiens sapiens...
b. E, no último quadrinho, a expressão Nossa! pode ser entendida como frase? Explique.
Sim. Como é uma interjeição, pode ser classificada como uma frase de situação.
c. Para você, qual foi a intenção de Serafim ao exclamar Agora eu sei a idade de Luzia! no
último quadrinho?
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Ele quis zombar da colega, pois ela zombou dele antes.
2. Entre as opções a seguir, identifique a palavra que resume o ato de fala desempenhado por
Serafim no último quadrinho.
a. Pena.
b. Vingança.
c. Raiva.
d. Dúvida.
e. Pedido.
37
A catadora de vidro
Uma família de cinco pessoas estava passeando na praia. As crianças estavam tomando banho de
mar e fazendo castelos na areia quando, ao longe, apareceu uma velhinha.
Seu cabelo grisalho esvoaçava ao vento, e suas roupas estavam sujas e esfarrapadas. Resmungava
enquanto apanhava coisas na areia e as colocava em um saco.
Os pais chamaram as crianças e pediram-lhes que ficassem longe da velha.
Quando ela passou, curvando-se de vez em quando para apanhar coisas, sorriu para a família,
mas seu cumprimento não foi correspondido.
Semanas mais tarde, souberam que a velhinha dedicara a vida ao trabalho de apanhar caquinhos
de vidro da praia para que as crianças não cortassem os pés.
RANGEL, Alexandre. As mais belas parábolas de todos os tempos. V. 3. Contagem: Leitura, 2005. p. 19.
7. Para você, o que será que os pais sentiram quando souberam, semanas mais tarde, o que a velhinha
fazia na praia?
Resposta pessoal.
8. No Texto 2, há predomínio de frases completas ou de frases incompletas? Reflita: por que há essa
predominância?
No Texto 2, há apenas frases completas. Essa predominância ocorre por causa da presença de um
locutor único (narrador), que escreve para um destinatário que apenas recebe a mensagem. Assim, a
organização gramatical das frases é mais rígida, para que haja sucesso na comunicação.
38
12. No último quadrinho, podemos tirar uma conclusão interessante a respeito do ensino da lín-
gua portuguesa. Que conclusão é essa?
A conclusão é a de que não faz sentido julgar a maneira de falar das pessoas, da mesma forma que é inadequado
pensar que o cheiro da jaca é certo. Professor, seria interessante complementar esta resposta comentando que
tanto um quanto o outro são fatos e, como tais, existem independentemente da nossa avaliação.
14. Na língua portuguesa, apenas quatro sinais gráficos podem encerrar uma frase: reticências,
ponto, ponto de interrogação e ponto de exclamação. No entanto, esses sinais não são sufi-
cientes para expressar toda a riqueza comunicativa que a língua possui. Pensando nisso, res-
ponda às questões seguintes.
39
b. Caso essa substituição fosse feita, que sentido esse sinal acrescentaria à fala de Serafim?
A exclamação acrescentaria à fala de Serafim o sentido de indignação, aborrecimento, impa-
ciência, etc.
15. Alguns narradores esportivos ficam conhecidos pelo público devido aos seus bordões (palavra,
expressão ou frase, sempre repetida, com a qual deseja criar um efeito emocional ou engraça-
do). O narrador Milton Leite, por exemplo, usa como bordões as expressões “Que beleza!” e
“Meu Deus!”. Reflita: os bordões podem ser considerados frases? Explique.
Podem, sim, pois apresentam sentido completo na situação comunicativa em que são empre-
gados, isto é, formam uma unidade mínima de comunicação.
16. O desrespeito à condição discursiva é o tema da tirinha a seguir. Leia-a.
Texto
Estudo da sílaba
1. Em uma palavra como pai, constituída de uma única sílaba, temos apenas uma vogal, indicada
pela letra a. Do mesmo modo, a palavra seu possui somente uma vogal, representada pela
letra e. Nos dois casos, os fonemas vocálicos /i/ e /u/ são considerados semivogais, pois são
pronunciados de maneira mais fraca. Leia as palavras a seguir e identifique em quais delas
ocorrem os fonemas vocálicos /i/ e /u/ na condição de semivogais.
2. Volte às palavras da questão anterior e pronuncie cada uma delas pausadamente. Perceba
que, ao realizar essa atividade, sua boca executa movimentos bastante precisos. Cada movi-
mento corresponde a uma sílaba. A sílaba é um fonema ou grupo de fonemas que produzimos
em um só impulso de voz. Agora, reflita: quantas vogais pode haver em uma sílaba?
Em uma mesma sílaba, só pode haver uma vogal.
42
5. Leia em voz alta as palavras a seguir e identifique a sílaba tônica de cada uma delas. Dica: para
encontrar a sílaba tônica de forma rápida, fale a palavra como se a fosse vender: a vogal da
sílaba tônica se prolonga. É engraçado, mas funciona!
APRENDA MAIS
A sílaba tônica de uma palavra polissílaba deve estar, necessariamente, na última, penúlti-
ma ou antepenúltima posição. Algumas palavras, porém, possuem uma sílaba subtônica
(pronunciada de forma um pouco mais fraca que a tônica). As sílabas que não são tônicas
nem subtônicas são chamadas de átonas (pronúncia fraca). Observe.
ca fe zi nho ra pi da men te
43
1. O que é um texto?
Leia.
Para entender o cartum acima, precisamos fazer diversas operações mentais. Uma dessas opera-
ções consiste na identificação dos três elementos não verbais mais importantes para a construção
do sentido: os dois personagens e a flecha.
44
O que cada um deles representa no nosso imaginário? Quem teria disparado a flecha?
O cérebro representa a razão, o coração representa a emoção, a flecha representa a paixão.
O deus conhecido como Cupido teria disparado a flecha.
Como vimos, a linguagem é um traço fundamental dos seres humanos, embora não seja uma
característica exclusiva nossa, pois os animais em geral também são capazes de se comunicar entre
si. No entanto, somente os seres humanos conseguem interagir de maneira tão complexa. Por exem-
plo, quando conversamos somos capazes de situar o conteúdo das nossas falas tanto no passado
quanto no futuro. Podemos até inventar esse conteúdo e representar ideias por meio de imagens,
como no cartum que você leu.
Então, de acordo com o que estudamos até agora, dizemos que a nossa linguagem é essencial-
mente interativa. Ao proferirmos a mais simples palavra para alguém, temos alguma intenção: pe-
dir, ordenar, agradecer, chamar a atenção, lembrar, ensinar, orientar, etc., e a pessoa a quem nos
dirigimos procura captar essa intenção. Na prática, é bastante simples: quando falamos ou escreve-
mos, queremos ser compreendidos, e o nosso interlocutor quer nos compreender. Por isso, dizemos
que o sucesso de uma comunicação depende das pessoas envolvidas, que cooperam umas com as
outras para produzir sentido. Toda interação se dá por meio de textos.
Para compreender o cartum, fazemos uma leitura das imagens (linguagem não verbal) e dos
enunciados (linguagem verbal). A compreensão se dá mais ou menos como um somatório dessas
linguagens e seus significados.
Na nossa cultura, a razão e a emoção constantemente são representadas pelo cérebro e pelo
coração, respectivamente. De acordo com esse entendimento, o cérebro e o coração são os órgãos
nos quais a razão e a emoção acontecem. A flecha, por sua vez, representa a paixão, sendo atirada
nas pessoas pelo deus chamado Cupido. No imaginário coletivo, a pessoa apaixonada fica distraída,
despreocupada, feliz. Daí o desespero do cérebro (razão) expresso no balão de medo:
45
46
QUINO. Toda Mafalda: da primeira à última tira. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 15.
Em outros textos que utilizam apenas a linguagem verbal, organizamos as ideias em blocos,
os parágrafos. Os parágrafos são indicados com um recuo de margem do seu primeiro enuncia-
do, que se inicia com letra maiúscula.
REFLITA
47
Ao ler esse texto, você percebeu que ele apresenta aquelas duas características de que falamos
ainda há pouco? Além delas, podemos observar outras: o ambiente e o tempo não têm importância
para a história, os diálogos são curtos, etc. Essas características nos permitem afirmar, portanto, que
esse texto é uma fábula.
Assim, qualquer texto que tenha esses detalhes e a função de repassar um ensinamento pode
ser identificado como fábula. Da mesma forma, se alguma dessas características for mudada, essa
identificação também mudará. Por exemplo: se os personagens forem seres humanos, não animais
irracionais, teremos uma parábola; e, se os personagens forem objetos, teremos um apólogo.
Podemos dizer, resumindo, que as fábulas, as parábolas e os apólogos possuem, basicamente,
características estruturais muito parecidas, mas não são a mesma coisa. Eles exemplificam o que
chamamos de gêneros textuais.
Entre as características que esses gêneros possuem, a principal é, sem dúvida, que são sempre tex-
tos narrativos, isto é, contam histórias de personagens que desempenham ações que são transmitidas
por meio da voz de um narrador. Da mesma forma que fábulas, parábolas e apólogos, muitos outros
gêneros são também narrativos: contos, novelas, romances, piadas, etc. Dessa forma, podemos dizer
que a narração está presente em vários gêneros textuais, marcando a sua estrutura. A narração faz
parte do conceito que chamamos de sequência textual. Podemos esquematizar o que vimos até ago-
ra de forma simples.
48
Segundo alguns teóricos, existem, basicamente, seis sequências textuais: injuntiva (prescritiva),
descritiva, narrativa, expositiva, argumentativa e dialogal. De maneira simples, poderíamos defini-
-las deste modo:
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1. Imagine que os itens A e B a seguir foram escritos por diferentes historiadores para fazer parte
de um guia turístico sobre o Parque Nacional Serra da Capivara.
A.
O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979, fronteira entre duas forma-
ções geológicas, com serras, vales e planície, o parque abriga fauna e flora específicas
da Caatinga com presença de tatus-verdadeiros, tatus-bola, tamanduás, jacus, cotias,
veados-catingueiros, porcos-do-mato, macacos-prego e até onças, lagartos e serpentes
e foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Em qualquer época
do ano é possível visitar. A Sede da administração do Parque fica na cidade de São
Raimundo Nonato/PI no período das chuvas pode-se apreciar a floração das plantas
da Caatinga a região abriga 173 sítios arqueológicos abertos à visitação. O Parque fica
localizado no semiárido nordestino.
B.
Durante milênios, as paredes dos sítios do Parque Nacional Serra da Capivara foram
pintadas e gravadas por grupos humanos com diferentes características culturais que
se refletem nas escolhas gráficas que aparecem nos sítios. O visitante pode hoje obser-
var um produto gráfico final que foi realizado gradativamente e que pela sua narrativi-
dade evoca fatos da vida cotidiana e cerimonial da vida em épocas pré-históricas.
50
b. Na sua opinião, os dois itens poderiam fazer parte do guia turístico do Parque? Explique.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno entenda que, devido aos problemas apresentados
pelo item A, não seria adequado utilizá-lo no guia.
2. Com base na análise feita dos itens A e B da questão anterior, avalie as afirmações seguintes,
assinalando C (certo) ou E (errado).
a. E Podemos concluir que texto é a sucessão ou combinação de frases.
b. E Texto é a sucessão de frases com sentido.
c. E Podemos entender a noção de texto como a unidade linguística superior à frase.
d. C Texto é uma atividade verbal em que há necessariamente produção de sentido.
e. C O item A constitui um texto, apesar de não apresentar unidade estrutural e temática
bem organizada.
f. C O item A, embora apresente raros elementos conectivos entre as ideias veiculadas,
apresenta-se como um todo significativo.
g. E O item B constitui texto, uma vez que apresenta várias frases.
h. C No item B, há o predomínio da linguagem formal.
Texto 1
Modo de preparo
Brownie do Luiz • Numa batedeira coloque 6 ovos, ½ kg de açúcar, 3 ½ xí-
caras (chá) de farinha de trigo, 700 g de achocolatado,
Ingredientes 300 g de manteiga com sal e bata bem até formar uma
6 ovos mistura homogênea.
½ kg de açúcar • Coloque a massa numa assadeira (40 cm x 25 cm) un-
3 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo tada e leve ao forno médio preaquecido a 180 °C por
700 g de achocolatado ± 30 minutos. Retire do forno e deixe esfriar.
300 g de manteiga com sal • Corte em quadrados (6 cm x 6 cm) e sirva em seguida.
Disponível em: http://gshow.globo.com/receitas-gshow/receita/brownie-do-luiz. Acesso em: 23/09/2019.
51
• A forma de composição.
• Os temas e as funções que viabilizam.
• O estilo de linguagem que permitem (formal, informal).
Com base nesses três aspectos e no seu conhecimento de mundo, responda às questões a seguir.
a. O texto Brownie do Luiz é um exemplo de que gênero textual?
Receita culinária.
4. Analise os textos que seguem e indique qual é o gênero textual que exemplificam. Aproveite
também para identificar a sequência textual que prevalece em cada um deles.
Texto 1
52
O vulcão chileno Calbuco entrou em erupção nesta quarta-feira, 22 de abril, e expeliu uma
potente coluna de cinzas de vários quilômetros de altura, o que não acontecia há quase 50
anos, provocando o isolamento das cidades mais próximas.
Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters.htm. Acessado em: 29/04/2019.
Texto 3
Texto 4
Animado com esta saída feliz que me deu o javanês, voltei a procurar o anúncio. Lá estava
ele. Resolvi com determinação me candidatar ao professorado do idioma oceânico. Escrevi a
resposta, passei pelo jornal e deixei lá a carta. Em seguida, voltei à biblioteca e continuei os
meus estudos de javanês. Não fiz grandes progressos nesse dia, não sei se por julgar o alfabeto
javanês o único saber necessário a um professor de língua malaia ou se por ter me empenhado
mais na bibliografia e história literária do idioma que ia ensinar.
BARRETO, Lima. O homem que sabia javanês. In: Contos selecionados. Seleção e adaptação de Malthus de Queiroz. Recife: Prazer de Ler,
2012, p. 10.
53
Reprodução
Anúncio. Sequência textual: Injuntiva.
Texto 6
54
Reprodução
Anúncio. Sequência textual: Injuntiva.
Texto 8
A raposa e as uvas
Uma raposa faminta viu uns cachos de uva pendurados a grande altura, em uma videira que
crescia ao longo de uma treliça, e fez de tudo para alcançá-los, saltando o mais alto que podia. Mas
seu esforço foi em vão, pois os cachos estavam fora de seu alcance. Por isso, ela desistiu de tentar.
Afastou-se e, com um ar de dignidade e indiferença, falou:
— Eu pensei que aquelas uvas estavam maduras, mas vejo agora que elas eram, na verdade,
bastante azedas.
55
2. Leia o cartaz.
Em relação ao texto, é possível afirmar que ele:
a. apresenta traços claros de ambiguida-
O ÚNICO CAMINHO É de, isto é, sugere mais de uma possibi-
lidade de interpretação.
SALVAR A NATUREZA!
b. desrespeita as normas para textos for-
mais escritos, sobretudo em relação à
variação linguística.
c. possui uma inconsistência de sentido,
pois apresenta contradições entre as
informações e os dados da realidade.
d. cumpre a função de convencer o leitor
Colabore com esse ato em
defesa do meio ambiente. a aderir à campanha em favor do meio
ambiente.
Seja nosso parceiro. e. atende perfeitamente ao objetivo co-
As futuras gerações agradecerão. municativo a que se propõe.
56
ção com poder legitimado), percebemos que, no convite, a expressão Universidade X ocupa a mesma função
do termo O Ministério da Saúde na advertência, ou seja, os dois termos são equivalentes semanticamente.
Texto 1
5,2%das crianças
328 cidades mineiras têm o Dados gerais do
brasileiras índice de crianças nessa Brasil
entre 10 e 13 faixa etária que trabalham
anos trabalham acima da média nacional
Estados com mais crianças de
10 a 13 anos trabalhando
Municípios mineiros com maior percentual 1o São Paulo............. 2.649.355
de crianças de 10 a 13 anos trabalhando 2o Minas Gerais........ 1.341.370
3o Bahia..................... 1.068.919
1o Rochedo de Minas 26% 4o Rio de Janeiro...... 1.045.916
2o Tocos do Mogi 25,9% 5o Paraná.................. 720.290
3o Santana do Manhuaçu 23,6%
4o Chapada Gaúcha 23,2% Ranking das crianças de 10
a 13 anos que trabalham e não
5o José Gonçalves de Minas 21,9%
frequentam a escola
6o Senador José Bento 21,5%
1o São Paulo............. 77.712
7o Senador Nordestino 20,4% 2o Bahia..................... 31.106
Fonte: Instituto Brasileiro de
8o Alagoa 19,9% 3o Minas Gerais........ 30.787 Geografia e Estatística (IBGE).
o
9 Santo Antônio do Itambé 19,6% 4o Rio de Janeiro...... 29.700 Disponível em: http://www.
10o Icaraí de Minas 18,5% 5o Amazonas............ 23.619 otempo.com.br/infograficos/
trabalho-infantil-1.654360. Acesso
11o Angelândia 18,5%
em: 27/08/2019. Adaptado.
5. Assinale a alternativa que resume de forma mais adequada o tema central do texto.
a. Trabalho infantil em números.
b. A exploração da mão de obra infantil no Brasil em 2010.
c. Municípios mineiros com maior percentual de crianças de 10 a 13 anos trabalhando.
d. Dados gerais do Brasil sobre trabalho infantil.
e. Estados brasileiros com mais crianças de 10 a 13 anos trabalhando.
57
58
59
1. Conotação e denotação
Determinadas palavras ou expressões que usamos na nossa comunicação diária são muito
ricas semanticamente. Ao descreverem a realidade de que falamos, por exemplo, elas tam-
bém veiculam várias informações, que podem ser mais ou menos adequadas ao momento.
A conotação é o efeito de sentido por meio do qual palavras ou expressões transmitem infor-
mações sobre o falante: quem ele é, de onde vem, como ele vê o seu interlocutor, etc. Portanto, a
conotação diz respeito a uma maneira pessoal de ver o mundo, as pessoas, as situações. Ou seja,
corresponde à maneira figurada de se expressar.
Diferentemente da conotação, a denotação é o efeito de sentido por meio do qual falamos “neu-
tramente” do mundo. Corresponde ao sentido literal (real) das palavras.
Para exemplificar esses conceitos, vamos imaginar uma conversa entre dois homens que
estão na praia olhando o mar.
60
APRENDA MAIS
Chamamos de vocativo a palavra e expressão que utilizamos para nos referir aos interlocuto-
res e chamar a sua atenção durante o ato comunicativo. Observe.
Por que ser legal nem sempre é bom para a sua carreira
Na busca por ser uma “boa pessoa” no ambiente de trabalho, executivos acabam comprome-
tendo a honestidade
Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2019/08/porque-ser-legal-nem-sempre-e-bom-para-sua-carrei-
ra.html. Acessado em: 26/08/2019.
61
Denotação
• Palavra com o sentido próprio das primeiras definições do dicionário.
• Palavra com sentido restrito, objetivo.
• Palavra usada de modo automatizado.
Conotação
• Palavra com sentido figurado, rica em expressividade a partir do contexto de uso.
• Palavra com sentido amplo decorrente dos valores sociais e afetivos a que está liga-
da, daí ser empregada de maneira mais criativa e artística.
62
Metáfora
Consiste na utilização de uma palavra fora do seu sentido comum, próprio, tendo como base uma
relação de semelhança entre os termos comparados. É uma comparação feita sem a utilização de
conectivos. Na capa de revista a seguir, por exemplo, lemos a manchete da reportagem principal
daquela edição. A palavra guerra está empregada metaforicamente para se referir aos conflitos en-
frentados diariamente pelos motoristas brasileiros usuários de aplicativos de transporte particular.
Ou seja, o trânsito, de fato, não é uma guerra; é como se fosse.
Reprodução
63
Catacrese
É a metáfora que já está incorporada à língua, geralmente por falta de um termo específico
no vocabulário para representar determinado objeto (assim como parte dele) ou determina-
das ações. Tal figura baseia-se em alguma semelhança conceitual entre os objetos relaciona-
dos. É o que acontece com os termos céu da boca, pé da poltrona e dente de alho nos exemplos
que seguem.
[...] O céu da boca, onde essa noite se forma, Receita de pão de alho
não tem estrelas de tão preto. [...]
LAURENTINO, André. A lua da língua. In: SILVA CAMPOS, Carmen
Ingredientes
Lucia da; SILVA, Nilson Joaquim (Orgs.). Lições de gramática para 1 baguete média
quem gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007, p. 96.
4 colheres (sopa) de requeijão
50g de muçarela
[...] O filho mais velho chegou a trazer um 3 dentes de alho picados
vira-lata da rua para fazer xixi no pé da pol- Cheiro verde a gosto
trona, mas não conseguiu despertar dona Sal a gosto
Morgadinha do seu devaneio. Pimenta do reino a gosto
VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de 2 colheres (sopa) de manteiga
Janeiro: Objetiva, 2001.
64
Pleonasmo
Consiste na repetição enfática de uma ideia ou um termo por meio de vocábulos ou expressões
diferentes. Exemplos clássicos de pleonasmo são as expressões sair para fora, descer para baixo,
subir para cima, elo de ligação, hemorragia de sangue, etc.
Antítese
É a associação de conteúdos opostos por meio de palavras, sintagmas ou enunciados. No primei-
ro exemplo, os pares som e silêncio, luz e escuridão, dia e noite e não e sim expressam o caráter
contraditório da vida.
65
[...] Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis [...].
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
Já neste outro exemplo, dizemos que a resposta de Dona Anésia à neta no último quadrinho foi
irônica, pois, na verdade, ela não pediu paz ao Papai Noel.
Eufemismo
Consiste na suavização da linguagem por meio da utilização de palavras ou expressões que ate-
nuam, aliviam, ideias consideradas desagradáveis ou inadequadas em determinadas situações de in-
teração comunicativa. É o que acontece com a ideia de morte, que é suavizada pelos versos Quando
os teus olhos fecharem / Para o esplendor deste mundo no poema a seguir.
66
Hipérbole
Consiste no exagero da linguagem, a fim de colocarmos em relevo uma determinada informação.
No primeiro exemplo, os termos mil, nunca mais e morrer de fome procuram, com base no exagero,
intensificar os sentimentos do eu lírico por alguém.
67
Personificação
Consiste em atribuir características humanas a seres inanimados. Quando dizemos, por exemplo,
que as paredes têm ouvidos, estamos atribuindo uma faculdade humana à parede, como se ela tivesse
a capacidade de escutar.
Uma figura de linguagem parecida com a personificação é a prosopopeia. Esta figura ocorre
quando seres animados ou inanimados interagem como humanos, como ocorre nas fábulas, em
que animais falam como se fossem pessoas.
REFLITA
Reprodução
Gradação
Consiste em apresentarmos uma sequência de palavras ou expressões a fim de criarmos uma
ideia de progressão ascendente ou descendente. Observe:
68
1. Leia:
69
Demora
a. Identifique e transcreva a passagem que, no texto, não deve ser interpretada literalmente.
“[…] os mosquitos transmissores da malária estão proibidos de picar os índios.”
b. Explique por que a inclusão dessa passagem deixa clara a posição crítica e irônica do jornal
com relação aos prazos propostos pelo Ministério da Saúde para começar a resolver o pro-
blema da malária entre os ianomâmis.
Como o Ministério deixa claro na notícia que somente em janeiro poderá resolver o problema da ma-
lária entre os indígenas, fica implícita a ideia de que esta ação demorará ainda para acontecer e que,
enquanto isso, a comunidade continuará sem receber os devidos cuidados. Assim, diante dessa negli-
gência, a proibição imposta aos mosquitos soa irônica por parecer possível e mais eficiente.
4. Leia com atenção o texto a seguir.
Astronauta
70
71
4. (Enem) Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de lin-
guagem. Marque a alternativa que demonstre tal referência.
a. Metáfora.
b. Metonímia.
c. Eufemismo.
d. Hipérbole.
e. Pleonasmo.
72
Dígrafo
1. Analise a palavra a seguir.
campo
2. Você percebeu que, na palavra campo, há mais letras que fonemas? Essa diferença ocorre
porque a sequência de letras am é representada por apenas um fonema: ã. Chamamos de
dígrafo o emprego de duas letras para representar um fonema. Agora, leia as palavras abaixo,
identificando em quais delas ocorre dígrafo.
APRENDA MAIS
Você sabia que nem sempre sons e letras foram coisas distintas? Até o século XVI, como
não existia uma padronização ortográfica, a escrita seguia a pronúncia. Assim, era muito
comum encontrar, em um texto, uma mesma palavra grafada de formas variadas. Entre o
século XVI e o começo do século XX, houve uma crescente busca de uniformização da escri-
ta: passou-se a escrever respeitando-se a origem das palavras. Datam dessa época palavras
como philosophia, pharmacia, chimica. Nesses exemplos, a segunda letra (h, c, ç, r, s, u, n,
m) se combina com a primeira para lhe dar um valor fonético diferente, originando
o dígrafo. Essas letras (a segunda nos dígrafos) são chamadas de diacríticas.
73
distribuir degrau
madrugada placa
estrela biblioteca
prova signo
Considerando o som representado pelas letras destacadas, podemos dizer que temos exem-
plos de dígrafos? Explique.
Não. As letras destacadas representam uma combinação de fonemas, logo não são dígrafos. São en-
contros consonantais.
4. Com base na análise feita na questão anterior, defina: o que é um encontro consonantal.
Encontro consonantal é a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos em uma mesma
palavra.
APRENDA MAIS
74
Divisão silábica
6. Leia as palavras abaixo.
a. Como você separaria as sílabas dessas palavras? Utilize o hífen ( - ) para indicar as separações.
cai-xa / he-rói / Pa-ra-guai / i-guais.
b. Observando os encontros vocálicos presentes nessas palavras, o que podemos concluir so-
bre a separação silábica?
Não separamos as letras que representam ditongos e tritongos.
7. Agora, observe a separação silábica dos grupos de palavras a seguir e, com suas palavras, ela-
bore uma regra para cada situação. Dica: atente para os detalhes que são comuns às palavras
de cada grupo.
75
8. Quando escrevemos um texto, às vezes temos de dividir as palavras para continuá-las na linha
seguinte. Chamamos essa divisão de translineação. Se o hífen da translineação coincidir com
o hífen de uma palavra composta, devemos repetir o hífen no início da linha seguinte. Leia o
texto abaixo e identifique onde deve ser empregado o hífen da translineação.
Uma grande revolução na vida dos seres humanos primitivos foi a descoberta do fogo, que
ocorreu no Paleolítico. De início, as fogueiras eram acesas a partir de incêndios ocorridos
espontaneamente na natureza. Acredita-se que o modo de se produzir fogo foi descober-
to de forma casual, resultante de faíscas produzidas pelo atrito entre pedras. Partindo dessa
observação, nossos ancestrais passaram a controlar o fogo, com o passar do tempo, fazendo
o perto de pequenos gravetos secos, com o atrito de duas pedras ou pedaços de madeira.
76
1. Substantivo
Leia a tirinha a seguir.
Para você, a prova da professora Norma será fácil? Como podemos ver, as “substâncias” que ela
utilizará para elaborar as questões, que, segundo Isabele, serão tóxicas, nos levam a pensar que a
prova será perigosa, prejudicial à saúde, ou seja, muito difícil. Observe na tira o emprego da palavra
substâncias, pois ela nos levará ao conceito da classe de palavras que estudaremos neste capítulo.
Substantivo é a palavra que usamos para designar tudo que podemos apreender men-
talmente como substâncias, como os produtos utilizados pela professora Norma para
criar as questões da prova.
APRENDA MAIS
Em algumas gramáticas, você verá que os substantivos são palavras que nomeiam os se-
res em geral. A palavra seres, nessa definição, deve ser entendida no sentido proposto pelos
gregos antigos. Segundo eles, essa palavra representava tudo o que existe no mundo real ou
imaginário. Assim, não confunda a palavra ser nesse sentido com a noção de ser vivo.
77
Substâncias
Ecologia, ecossistema, Terra, floresta, jacarandá, Universo, biosfera, cabelo, glicose, re-
frigerante, sapataria, aluno, vestígio, computador, livro, fóssil, hortaliça, lago, girassol,
caneta, menino, Paula.
Substantivos simples
Substantivos compostos
bomba-relógio palavra-chave
Os substantivos simples são aqueles que apresentam somente um radical em sua estrutura,
como jardim, livro, algodão, bombeiro, chave, chaveiro.
Os substantivos compostos são aqueles que apresentam mais de um radical em sua estrutura, ou
seja, são formados a partir da união de duas ou mais palavras, como bomba-relógio, palavra-chave,
guarda-roupa, planalto e pontapé.
Outra forma de diferenciação dos substantivos também os divide em dois grandes grupos. O pri-
meiro envolve aqueles que não se originaram de nenhum outro. São os chamados primitivos, como
porta e quadro. Estes, porém, são capazes de originar outros, como portaria e enquadrar, que são
chamados de derivados.
Por fim, os substantivos também podem ser agrupados em duas categorias, conforme a “subs-
tância” que designam. Dizemos que um substantivo é abstrato quando tem existência dependente,
como cuidado, ansiedade, cansaço. A existência desses substantivos depende de alguém ou alguma
coisa que dê ou apresente cuidado, ansiedade, cansaço, etc. Já os substantivos concretos denomi-
nam seres de existência própria, seja real, seja imaginária. De forma simples, dizemos, que esses
substantivos nomeiam pessoas, lugares, animais, vegetais, minerais e coisas. São seres cuja exis-
tência é independente, como João, barco, mar, areia, quadro, vidro, saci e fada. Importante: essa
distinção deve sempre considerar o contexto.
78
REFLITA
Em uma frase como João pensa que é um anjo, o substantivo anjo é concreto ou abstrato?
Explique.
Como, nesse caso, o substantivo nomeia um ser do mundo imaginário de existência inde-
pendente, é concreto.
• Próprios – São os que se aplicam a um substantivo em particular. Para indicar que o subs-
tantivo designa, de fato, um nome em particular, grafamos os substantivos próprios com
letra inicial maiúscula, como Brasil, Neolítico, Bahia, Hemisfério Norte, Pedro, Polo Sul,
Palmeiras, Danone, Gillette e Iluminismo.
• Comuns – São os que usamos para nos referir de forma geral a seres de um mesmo grupo,
como pedra, livro, telefone, mesa, homem, lápis.
APRENDA MAIS
Em outros livros, você poderá encontrar a definição de que os substantivos comuns são
aqueles que designam seres de uma mesma espécie. Aqui, preferimos usar a palavra grupo
em vez de espécie, para não confundir com a noção de espécie trabalhada em Ciências —
conjunto de indivíduos semelhantes ou potencialmente intercruzantes que estão isolados
reprodutivamente de outros grupos.
79
Por fim, os coletivos são substantivos comuns que indicam um conjunto de animais, coisas ou
pessoas, mesmo estando no singular. Veja alguns exemplos:
80
• Masculinos
• Podem ser precedidos pela palavra o(s), entre outras. Exemplos: o carro, o relógio, o quati,
os gatos, os pensamentos, os desejos.
• Femininos
• Podem ser precedidos pela palavra a(s), entre outras. Exemplos: a jaca, a paciência, a marca-
ção, as mulheres, as perguntas, as ações.
Substantivo Exemplos
Terminação no masculino Terminação no feminino Masculino Feminino
-ora senador senadora
-or -iz ator atriz
-eira lavador lavadeira
-eã peão peã
-ão -oa patrão patroa
-ona amigão amigona
-a chefe chefa
-essa barão baronesa
-e
-esa japonês japonesa
-isa sacerdote sacerdotisa
-s marquês marquesa
-a
-z juiz juíza
Chamamos de uniformes os substantivos que apresentam apenas uma forma, sendo invariáveis
quanto ao gênero. Os substantivos uniformes podem ser:
• Epicenos – Referem-se a alguns animais. Para indicar o sexo desses animais, usamos as
palavras macho ou fêmea.
81
a criança
a testemunha
a pessoa
• Comuns de dois gêneros – Designam os indivíduos dos dois sexos. Nesse caso, podemos
colocar a ou o antes desses substantivos.
o intérprete → a intérprete
o cliente → a cliente
o pianista → a pianista
APRENDA MAIS
Singular Plural
caverna cavernas
armário armários
canudo canudos
82
• Grau diminutivo
• Grau aumentativo
• Analítico – Formado em geral com o auxílio da palavra grande ou outra equivalente. Exem-
plos: terreno grande, fazenda enorme, roupa imensa, saudade gigante.
• Sintético – Em geral se forma com as terminações -ão, -ona, -zão. Exemplos: bebezão, me-
ninão, bonitona.
83
2. Adjetivos
Leia a tirinha a seguir.
...E COMENTÁRIOS
É TRANSMITIDA
A RAIVA É UMA E POSTAGENS NAS
POR ANIMAIS
DOENÇA MUITO REDES SOCIAIS...
CONTAMINADOS...
PERIGOSA!
Para entender o que é um adjetivo, vamos analisar a função das palavras perigosa (primeiro
quadrinho), contaminados (segundo quadrinho) e sociais (terceiro quadrinho). Nos enunciados em
que ocorrem, essas palavras atribuem uma característica aos substantivos aos quais se ligam. Veja:
84
Locução adjetiva
Observe:
Nesse exemplo, as palavras de alegria atuam como adjetivo, modificando o sentido do substanti-
vo expressão. Para que isso fique claro, veja que essa locução pode ser, de fato, substituída por um
adjetivo: alegre. O mesmo acontece com, por exemplo, amor de mãe (materno), roupa sem elegân-
cia (deselegante), ferramenta sem utilidade (inútil).
Entretanto, nem todas as locuções adjetivas podem ser substituídas por um adjetivo, como mon-
tanha de lixo e fábrica de laticínios.
Em geral, as locuções adjetivas são iniciadas pela palavra de seguida de um substantivo. Mas al-
gumas podem ser iniciadas pelas palavras em, com e sem.
Em alguns casos, a mesma locução adjetiva pode ser usada com significados contextuais diferen-
tes e específicos. Veja:
85
Como dissemos, o adjetivo sempre se refere a um substantivo. Assim, as palavras dessa classe
concordam em gênero e número (ou apenas em número) com o substantivo a que se referem.
Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser biformes ou uniformes.
Nesse exemplo, o adjetivo produtivas está flexionado no feminino plural porque concorda com o
substantivo atividades.
• Adjetivos uniformes – Apresentam apenas uma forma, que funciona tanto para o masculi-
no como para o feminino, como alegre, feliz, gentil, deslumbrante, reluzente. No exemplo
a seguir, por ser uniforme, o adjetivo principal concorda apenas em número (singular) com
o substantivo personagens, pois este se encontra flexionado no singular.
Nesse caso, como é uniforme, o adjetivo principal não apresenta variação de gênero. Assim, ele
concorda apenas em número com o substantivo personagem.
saiko3p/Shutterstock.com
Cataratas do Iguaçu é um conjunto com, aproximadamente, 275
quedas de água no Rio Iguaçu, no Estado do Paraná, Brasil.
86
Por fim, adjetivos terminados em -eu mudam essa terminação para -eia.
Observe:
87
De acordo com o seu conhecimento de mundo, como essa concordância será feita se os
substantivos forem de gêneros diferentes?
O adjetivo deve ser flexionado no masculino plural.
Como você pode ver, se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo será flexionado
no plural masculino. Nessa situação, observe que o adjetivo coletores se refere, ao mesmo tempo,
a homens e mulheres.
Em algumas situações, o adjetivo colocado depois de dois ou mais substantivos pode concordar
com todos os substantivos ou apenas com o substantivo mais próximo, mas essa possibilidade de
concordância depende do sentido do que se quer dizer. Veja:
88
• Grau comparativo
Por meio do grau comparativo do adjetivo, comparamos os substantivos, identificando suas ca-
racterísticas, suas qualidades, seus defeitos. Existem três graus de comparação:
APRENDA MAIS
Segundo os historiadores, não se pode falar com certeza por que o Homo sapiens era uma
espécie superior às outras. O que se pode afirmar é que ele era mais inteligente, talvez pelo
fato de possuir um cérebro maior.
• Sintético (uma palavra) – Forma-se, em geral, por meio das terminações: -íssimo, -ílimo,
-érrimo. Exemplos: dificílimo, belíssima, paupérrimo, hipersatisfeita.
• Analítico (duas ou mais palavras) – Forma-se, normalmente, com o auxílio de uma palavra
que expresse intensidade ou pela repetição do adjetivo. Exemplos: muito bonita, bastante
alegre, pouco agitado.
89
Texto
1. A tirinha é um gênero textual que, entre outras características, possui o objetivo de produzir
humor, resultado quase sempre de uma fala e/ou atitude inesperada. Após a leitura da tirinha,
podemos afirmar que o humor:
a. É produzido por causa da dúvida de Isabele.
b. É resultado da atitude irônica de Serafim, que se julga um anjo.
c. Tem origem na fala de Isabele, que não sabe a diferença entre substantivo concreto e
abstrato.
d. Acontece no segundo quadrinho.
e. É um substantivo concreto.
3. Na tirinha, Serafim se julga um anjo, mas não seria propriamente um. Na verdade, ele cer-
tamente acredita que possui características que, em geral, atribuímos aos anjos. Isso acon-
tece porque, embora não existam no mundo real, eles estão bastante presentes no nosso
imaginário. Eles aparecem nos desenhos animados, nos filmes, nas histórias infantis, etc.
Pensando nisso, descreva, em seu caderno, com suas palavras, a maneira como você vê um
anjo em seu imaginário.
Resposta pessoal. Esperamos que os alunos utilizem bastantes adjetivos nessa descrição.
90
91
[...] pouco tempo depois, a campainha tocou novamente; era a polícia. Abri a porta, e o
polícia me deu uma intimação para depor na segunda-feira [...]
FONSECA, Rubem. Feliz ano novo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
b. O polícia.
A pessoa que trabalha na instituição de segurança pública, nesse caso, na polícia.
8. Substitua a palavra coisa (não é permitido usar algo) por substantivos. Faça as adaptações ne-
cessárias. Respostas sugeridas.
e. Prometer reformas impossíveis é uma coisa muito comum para atrair votos.
Prometer reformas impossíveis é uma tática muito comum para atrair votos.
g. Quando o homem pensa no futuro, uma coisa é certa: qualidade de vida é fundamental.
Quando o homem pensa no futuro, uma ideia é certa: qualidade de vida é fundamental.
92
10. Observando as expressões destacadas nas orações seguintes, encontre o adjetivo mais ade-
quado. Veja o exemplo:
c. Esta capa está sem cor. g. Estou sem paciência para assistir ao mu-
sical.
Esta capa está incolor.
Estou impaciente para assistir ao musical.
d. A comida está sem cheiro.
A comida está inodora.
93
b.
I. Renata é uma mulher pobre.
II. Renata é uma pobre mulher.
Em I, o adjetivo permite a compreensão de que Renata é uma mulher que dispõe de poucos
recursos. Em II, o adjetivo possibilita a compreensão de que o enunciador observa Renata com
certa compaixão.
c.
I. Carolina é uma velha amiga.
II. Carolina é uma amiga velha.
Em I, o adjetivo permite a compreensão de que Carolina tem uma antiga amizade com o enun-
ciador. Em II, o adjetivo nos leva a entender que Carolina é a amiga idosa do enunciador.
12. Nesta atividade, você tentará descobrir quais são as palavras (substantivos ou adjetivos) que
deverá escrever na cruzadinha da página seguinte, tendo em vista as dicas fornecidas a seguir.
Para enriquecer o seu estudo, utilizaremos o tema Pré-História como fonte de informação.
Horizontais
1. Adjetivo que qualifica as pinturas feitas no interior de cavernas.
2. Marcas, objetos, fósseis produzidos pelos primeiros seres humanos que permitem estudar
a nossa origem (substantivo flexionado no singular).
3. Substantivo coletivo que designa todos os seres humanos.
4. Substantivo que designa a principal descoberta realizada pelos seres humanos na Pré-His-
tória.
5. Substantivo comum empregado para nomear os seres que não pertenciam propriamente
ao gênero Homo, mas andavam sobre dois pés, tinham o corpo coberto de pelos e o cére-
bro muito pequeno.
94
3.
I
1. N
1. R U P E S T R E S 2.
R T S
É R E
– U D
3. H U M A N I D A D E
I E N
S N T
T T Á
Ó O R
5. R S 4. I
2. V E S T Í G I O N 4. F O G O
R A E S
E O
C L
T Í
5. A U S T R A L O P I T H E C U S
S I
C
A
95
1. Os coletivos são substantivos que se referem aos seres considerados em conjunto. Normal-
mente, esses substantivos designam um conjunto de seres da mesma espécie, como cardume
(de peixes) e manada (de bois ou búfalos). Mas, no uso cotidiano da língua, comumente atri-
buímos outros significados aos substantivos coletivos, conforme a ideia que apresentam. Esse
desvio ocorre em:
a. Renan sempre presenteia Cláudia com um ramalhete no Dia dos Namorados.
b. Não se esqueça de identificar bem sua bagagem, para não perdê-la na viagem.
c. O elenco do Palmeiras não está completo para o jogo de hoje à noite.
d. A criança foi atacada por um enxame no passeio ao zoológico.
e. Parece que seu pai está na biblioteca estudando.
2. Seguindo a mesma ideia da questão anterior, assinale a alternativa em que ocorre o desvio de
significado do substantivo coletivo.
a. Não trabalhar seguindo as instruções nos causa uma penca de problemas.
b. A banca do concurso já corrigiu as provas.
c. O elenco do filme foi bem escolhido.
d. A constelação de Peixes pode ser vista em alguns estados da Região Norte brasileira.
e. O rebanho seguiu o fazendeiro.
4. A palavra caminhãozinho, no grau diminutivo, recorda-nos que são válidas todas as considera-
ções abaixo sobre esse assunto (diminutivo), menos uma. Aponte a exceção.
a. O plural de caminhãozinho é caminhõezinhos, como o de anelzinho é aneizinhos.
96
5. O personagem Cascão, de Maurício de Sousa, tem esse apelido por não gostar de banho. Nes-
se contexto, a palavra Cascão significa aquele que tem pele grossa por sujeira e expressa a
ideia de aumentativo. Assinale a alternativa em que há uma palavra no grau aumentativo.
a. O limão é uma fruta ácida que faz bem à saúde.
b. Macarrão contém muito carboidrato e, por isso, engorda.
c. O Timão venceu o campeonato de futebol muito à frente dos adversários.
d. O acidente ocorreu porque um carro veio na contramão.
e. O catalão é a língua falada em uma região da Espanha.
6. Embora pareça simples, a classificação das palavras em categorias requer uma observação
atenta da situação em que elas são usadas. Pensando nisso, analise o emprego da palavra hu-
manos nas seguintes frases:
Em ambas as frases, a palavra humanos deve ser classificada da mesma forma? Explique.
Não. Na frase I, humanos funciona como substantivo, enquanto em II funciona como adjetivo,
qualificando o substantivo vestígios.
I. O Código Da Vinci foi uma das obras estrangeiras mais vendidas no Brasil.
II. O código civil brasileiro é a lei que está mais perto do cidadão.
Nestas frases, a palavra código foi utilizada como substantivo e possui dois significados. Em
uma dessas frases, corresponde a um substantivo coletivo. Em qual frase isso ocorre? Por quê?
Qual é o sentido que podemos dar ao outro uso dessa palavra?
Sugestão de resposta. O uso como substantivo coletivo ocorre na frase II, pois se refere ao
conjunto de leis. Outro sentido que podemos dar à palavra é de combinações ou símbolos que
só têm significado após serem decifrados.
97
Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público. Se
a celebridade x está saindo com o ator y, isso não tem nenhum interesse público. Mas,
dependendo de quem sejam x e y, é de enorme interesse do público, ou de certo público
(numeroso), pelo menos. As decisões do Banco Central para conter a inflação têm óbvio
interesse público. Mas quase não despertam interesse, a não ser dos entendidos. O jor-
nalismo transita entre essas duas exigências, desafiado a atender às demandas de uma
sociedade ao mesmo tempo massificada e segmentada, de um leitor que gravita cada vez
mais apenas em torno de seus interesses particulares.
Fernando Barros e Silva. O jornalista e o assassino: in. Folha de S.Paulo.
A palavra público é empregada no texto ora como substantivo, ora como adjetivo. Exemplifi-
que cada um desses empregos com passagens do próprio texto e apresente o critério que você
utilizou para fazer a distinção.
Na frase “Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do pú-
blico”, a palavra público é usada na primeira ocorrência como adjetivo, relacionada com o
substantivo interesse, e na segunda como substantivo inserido na locução adjetiva do público.
9. O parágrafo abaixo foi retirado de um livro didático de História do 6º ano. Leia-o com atenção.
I. A palavra cultivados está flexionada no masculino plural para concordar com o substantivo que
qualifica (trigo).
II. As palavras próximas e férteis estão flexionadas no feminino plural para concordar com
terras.
III. A locução adjetiva da população poderia ser substituída pelo adjetivo populacional, mas
essa substituição acarretaria uma repetição desnecessária desse adjetivo.
98
Que regra de acentuação gráfica podemos formular para os monossílabos tônicos com base
na observação dessas palavras?
Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em -a(s), -e(s) ou -o(s).
a. arquipélago
b. órfã
c. amargo
d. amável
99
5. Entre as palavras a seguir, indique aquela que deve receber acento gráfico por ser proparoxí-
tona.
a. Janela.
b. Comprimido.
c. Rapido.
d. Secretamente.
e. Estatuto.
A descoberta do fogo foi fundamental para a evolução da espécie humana, tanto material-
mente como nas relações sociais. Estudos indicam que o cozimento de carnes propiciou a
redução do desenvolvimento dos dentes. Isso porque a carne cozida é mais fácil de mas-
tigar, não havendo a necessidade de dentes grandes e pontiagudos, como os dos animais
carnívoros, que só comem carne crua.
b. Agora, selecione uma palavra polissílaba cuja sílaba tônica apresenta um dígrafo.
Materialmente, cozimento, desenvolvimento.
100
1. Artigo
Leia a tirinha.
No primeiro quadrinho, Serafim se refere à prova da professora Norma como A prova. O emprego
da palavra a contribui para entendermos o sentido do substantivo prova. Por meio dela, podemos
perceber que os meninos não estão falando de qualquer prova: é a prova da professora Norma. O
emprego dessa palavra em letra maiúscula sugere ainda mais exclusividade, isto é, que a prova da
professora é realmente muito difícil. Como o substantivo prova é feminino, empregamos a palavra
a antes dele. Veja outros usos:
Nos três casos, as palavras destacadas foram empregadas antes de substantivos, determinando o
seu sentido e concordando com eles em gênero e número.
Agora, observe:
101
Nos exemplos analisados, observe que os artigos concordam em gênero e número com os subs-
tantivos a que antecedem. Veja mais alguns exemplos:
as relações sociais
os jogadores
um barulho
uns sons
a identificação
O artigo os determina o sentido do substantivo corais — não são quaisquer seres vivos, são os
corais. Já o artigo uma indetermina o sentido dos substantivos a que antecede — infinidade, ativi-
dade e colônia.
Quando antecede um nome próprio, o artigo definido indica familiaridade. Exemplo: A Maria
chegou cedo. Esse uso é muito comum em alguns estados brasileiros, como o Ceará, o Rio de Janeiro
e o Rio Grande do Sul.
102
Usamos artigos definidos antes de certos nomes próprios de lugares, como os que indicam
países, regiões, continentes, montanhas, vulcões, lagos, oceanos, rios e ilhas.
Dispensam o artigo os nomes: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo,
Pernambuco, Sergipe, Portugal, Angola, São Salvador, Castela, Cabo Verde. Já o nome Alagoas
pode ser usado com ou sem artigo.
Em algumas situações, os artigos nos ajudam a identificar o gênero e o número dos
substantivos a que antecedem.
Valor qualificativo
Ele é um amigo. (Qualquer amigo.) Ele é o amigo. (O melhor amigo.)
Mudança de sentido
Isso acontece em todo país. (Qualquer país.) Isso acontece em todo o país. (Neste país.)
2. Numeral
Em algum momento da evolução do ser humano, surgiu a necessidade natural de contar. Mais
tarde, mudanças na estrutura das sociedades tornaram necessário registrar essa contagem. A prin-
cípio, os seres humanos utilizaram procedimentos simples, como coleção de pedras, marcas feitas
em ossos e nós dados em cordas. A contagem foi um dos primeiros desafios que os seres humanos
enfrentaram. Com o tempo, esses métodos foram se aprimorando, e, em cada região do mundo,
desenvolveram-se técnicas diferentes de contagem, cada uma com seus próprios símbolos e regras.
Os egípcios, os romanos, os macedônios, os chineses, os maias e os indígenas brasileiros trabalha-
vam com números de forma diferente.
REFLITA
nou pouco prático, por isso houve a necessidade de se adotar um sistema único de numeração, que é o que
utilizamos até hoje, o indo-arábico.
103
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
De forma simples, podemos dizer que os algarismos estão para o sistema dos números como as le-
tras do alfabeto para as palavras. Ou seja, os números são, basicamente, um recurso de representação.
• Cardinais
Os numerais cardinais indicam quantidades.
104
• Ordinais • Multiplicativos
Como o próprio nome sugere, os numerais Os numerais multiplicativos denotam aumen-
ordinais indicam a ordem dos seres em uma de- to proporcional por um múltiplo da unidade.
terminada sequência.
Os clubes propõem que o ingresso cus-
te o dobro do preço atual.
O Homo habilis foi o primeiro a produ-
Você precisa beber o triplo de água.
zir ferramentas a partir de pedras.
Saturno é o sexto planeta a contar do
A seguir, conheça alguns detalhes importan-
Sol e o segundo maior do Sistema Solar.
tes sobre os numerais multiplicativos.
• Duplo, dobro e triplo são os numerais
A seguir, conheça alguns detalhes importan-
multiplicativos mais utilizados. Os demais
tes sobre os numerais ordinais.
(quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo,
• Nas designações de papas e soberanos, sé-
óctuplo, nônuplo, décuplo, cêntuplo) ge-
culos e capítulos de livros, empregamos o
ralmente são empregados em textos for-
ordinal até décimo. Daí por diante, utiliza-
mais. Em situações informais, são substituí-
mos o cardinal.
dos pelo cardinal seguido da palavra vezes.
Paulo VI (Sexto) século IX (nono)
Luís XV (Quinze) capítulo XXII Meu time ganhou o campeonato esta-
(vinte e dois) dual dez vezes.
A banda remarcou a entrevista coletiva
• Usamos sempre o ordinal quando o nume-
duas vezes.
ral estiver anteposto ao substantivo: oitavo
século, décimo nono capítulo, sétimo can-
• Os numerais multiplicativos são flexiona-
to, X Feira (Lê-se décima feira).
dos em gênero e número na função adje-
• Na indicação do primeiro dia do mês, pre-
tiva: Minha avó costuma tomar o remédio
fere-se o ordinal: Ela aniversaria no dia pri-
em doses duplas.
meiro de setembro.
105
• Para muitos numerais fracionários, utilizamos o cardinal seguido da palavra avos: onze avos,
treze avos, quinze avos e assim por diante.
• Além dos numerais fracionários, existem os numerais coletivos, que funcionam como subs-
tantivos coletivos, porém diferem destes por designarem um número de seres rigorosamen-
te exato: novena, dezena, década, dúzia, centena, cento, milhar, milheiro, par, lustro (pe-
ríodo de cinco anos; quinquênio), milhão, bilhão, trilhão.
106
107
Nessas frases, os termos a professora Norma e esses alunos podem ser substituídos, respectiva-
mente, pelas palavras ela e eles. Essa é uma das principais funções das palavras que estudaremos
agora: os pronomes.
Singular Plural
1ª pessoa eu nós Pessoa(s) que fala(m).
2ª pessoa tu vós Pessoa(s) com quem se fala.
3ª pessoa ele/ela eles/elas Pessoa(s) de quem se fala.
• Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais são aqueles que substituem o substantivo, indicando as pessoas gramati-
cais. Observe:
108
Já quando se ligam a verbos terminados em som nasal (m, ão, õe,...), os pronomes o, a, os, as se
transformam em no, na, nos, nas.
Dão-nos apoio.
Pronome pessoal do caso oblíquo
Apesar de os pronomes pessoais indicarem a pessoa gramatical, como dissemos, eles não se re-
ferem, necessariamente, a pessoas. Na verdade, eles funcionam substituindo substantivos, e estes
nomeiam os seres em geral, lembra?
Observando a areia da praia, percebemos que ela é formada por vários minerais soltos.
Substantivo Pronome pessoal
No Brasil, o pronome vós está praticamente em desuso. Ele aparece apenas em alguns gêneros
textuais e situações comunicativas, como na linguagem poética e em discursos muito formais. Na
prática, o pronome vós foi substituído por vocês. Da mesma forma, o seu correspondente oblíquo
(vos) também é usado raramente, sendo substituído pela forma a vocês, como em Eu disse a vocês.
Já o pronome nós é comumente substituído por a gente na língua falada brasileira.
109
Por fim, os pronomes conosco e convosco são substituídos pelas formas com nós (= com a gente)
e com vós caso estejam seguidos de palavra de reforço (todos, outros, mesmos, próprios, ambos,
numerais, etc.).
Dentro do grupo dos pronomes pessoais, existem alguns que empregamos para nos referirmos a
pessoas de maneira formal ou íntima (informal). São os chamados pronomes de tratamento. Veja
alguns exemplos desses pronomes.
Em quase todo o território brasileiro, o pronome você, usado como forma de intimidade, substi-
tuiu o pronome tu. Nesse caso, não se trata de uma forma de tratamento.
Você se dedicou pouco aos estudos, meu filho! Roberta, você pretende ir à praia?
• Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos são usados, em geral, para indicar a posição dos substantivos em
relação às pessoas gramaticais. Observe os exemplos.
Os pronomes demonstrativos
Pessoas Pronomes variáveis Pronomes invariáveis
1ª este, esta, estes, estas isto
2ª esse, essa, esses, essas isso
3ª aquele, aquela, aqueles, aquelas aquilo
110
Não sabe
o tal besouro
que o tal tesouro
está pertinho.
JOSÉ, Elias. Segredinhos de amor. São Paulo: Moderna, 2001.
Nesses versos, observe que a palavra tal é utilizada para indicar o substantivo (besouro/tesouro),
por isso é considerada pronome demonstrativo. Também são demonstrativos mesmo(s), mesma(s),
próprio(s), própria(s).
• Em relação ao espaço
Em relação ao espaço, os pronomes demonstrativos funcionam da seguinte forma:
Este, esta, estes, estas, isto indicam o que está perto de quem fala.
Esse, essa, esses, essas, isso indicam o que está perto de quem ouve.
111
• Em relação ao tempo
Este, esta, estes, estas, isto indicam o tempo presente em relação ao falante.
Esse, essa, esses, essas, isso marcam o tempo passado ou futuro relativamente próximo
em relação ao momento em que se situa o falante.
Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo referem-se a um tempo remoto, bem anterior
ao momento em que se fala e podem se contrair com as preposições a, em e de.
Ele viveu em São Paulo, que, naquela época, ainda era um pequeno vilarejo.
Entregue os documentos àquela recepcionista.
Embarcaremos neste voo.
Lembra-se daquele livro sobre literatura?
Pronomes demonstrativos
Masculino singular (plural) Feminino singular (plural) Neutro
1ª pessoa: este(s)/esse(s) (aqui) esta(s)/essa(s) (aqui) isto/isso (aqui)
2ª pessoa: este(s)/esse(s) (aí) esta(s)/essa(s) (aí) isto/isso (aí)
3ª pessoa: aquele(s) (lá/ali) aquela(s) (lá/ali) aquilo (lá/ali)
112
1. Na nossa comunicação, muitas vezes dizemos mais do que as palavras que utilizamos. É o que
podemos ver nas falas do personagem Hagar na tira abaixo.
a. Pela compreensão global da tirinha, podemos afirmar que Hagar costuma lavar as mãos
antes das refeições? Explique.
Não. Na verdade, imaginamos que ele não costuma lavar as mãos antes das refeições porque,
para ele, isso só deve ser feito em ocasiões diferentes, como um jantar formal.
2. Complete as lacunas desta fábula de Esopo com o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
O burro e a raposa fizeram uma parceria e foram buscar comida juntos. Após caminharem um
pouco, viram o Leão, que vinha na direção deles, o que deixou ambos terrivelmente assustados. Mas
a raposa pensou logo em uma forma de salvar sua própria pele e foi corajosamente até o Leão
113
pouco tempo a se esconder em uma vala, que uns caçadores haviam cavado para servir de arma-
Quando o Leão viu que o burro estava na vala e não tinha para onde fugir, foi para cima da
raposa e logo acabou com ela. Depois, prazerosamente, começou a banquetear-se com o burro.
SANTOS, Laura. Fábulas de Esopo. Recife: Prazer de Ler, 2014.
4. Você consegue perceber a diferença de sentido entre estas duas frases? Explique.
a. A metade da herança coube à esposa do falecido, e o restante foi dividido entre dois filhos.
b. A metade da herança coube à esposa do falecido, e o restante foi dividido entre os dois
filhos.
Em A, como o numeral dois não está determinado pelo artigo, não temos certeza de quantos
filhos o casal tinha. Sabemos apenas que dois filhos receberam a herança. Em B, o artigo deixa
claro que havia apenas dois filhos e que ambos receberam a herança.
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Veneza
Constantinopla
Cipango
Shang-lu (Japão)
Bokharia
Kashgar
Khorasan Kansu Catai
Pérsia
Oceano
Pacífico
Arábia Mangi
Índia
Champa
(Vietnã) Mar da
China
Etiópia
Oceano Índico
a. Segundo o autor do texto, o viajante mais famoso é Marco Polo. Quem vem depois dele?
Ibn Battuta vem depois.
b. Pela leitura do texto, há uma relação de ordem de popularidade entre Marco Polo e Ibn
Battuta. Qual palavra no início do texto é responsável por indicar essa ordem?
A palavra primeiro.
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1. Entre as sentenças, há uma em que o uso 3. O texto a seguir foi retirado de um pros-
do artigo definido é opcional. Identifique-a. pect de divulgação de um hotel localizado
a. Ganhamos a bicicleta que queríamos. na cidade de Gramado, no Rio Grande do
b. Hoje telefonei para a Maria. Sul. Leia-o com atenção.
c. Este é o retrato de Dona Isabel.
d. Eu adoro o Rio de Janeiro. O hotel se encontra a 800 metros do Mini
e. Viajei para o Amazonas em janeiro. Mundo e a 900 metros do Parque do Lago
Negro, entre tantos outros lugares que
2. (Enem) O dono de uma farmácia resolveu Gramado oferece a você que busca diver-
colocar, à vista do público, o gráfico mos- são na beleza da Serra Gaúcha.
trado a seguir, que apresenta a evolução
do total de vendas (em reais) de certo me- Agora, analise as afirmações a seguir.
dicamento ao longo do ano.
I. Os numerais presentes no texto foram
vendas (R$) utilizados com a intenção de mostrar ao
leitor que o hotel fica perto de dois im-
portantes pontos turísticos da cidade.
II. A intenção no emprego dos numerais é
sugerir ao leitor que para o turista che-
gar ao Mini Mundo e ao Parque do Lago
mês Negro precisará utilizar algum meio de
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
transporte.
III. Considerando a intenção comunicati-
De acordo com o gráfico, os meses em que va subjacente ao texto, a identificação
ocorreram, respectivamente, a maior e a das distâncias em metros é mais ade-
menor venda desse medicamento foram: quada que em quilômetros (0,8 km e
a. Março e abril. 0,9 km), pois esta “soa” mais distante.
b. Março e agosto.
c. Agosto e setembro. Está correto o que se afirma em:
d. Junho e setembro. a. I, apenas.
e. Junho e agosto. b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e III.
e. II e III.
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b. Discuta com os seus colegas e o professor: podemos dizer que a presença ou não do acento
gráfico nas palavras destacadas é fundamental para a compreensão de cada frase?
Não. Na verdade, o sentido de cada frase é construído pelo leitor ao analisar toda a frase. As-
sim, a presença ou não do acento gráfico não interfere no sentido.
120
5. Agora, observe a terminação das palavras paroxítonas que recebem acento gráfico. O que po-
demos afirmar sobre elas em relação às palavras oxítonas acentuadas graficamente?
Acentuamos graficamente as palavras paroxítonas que não terminam em -a(s), -e(s), -o(s),
-em ou -ens.
6. Acentue as palavras abaixo (se necessário) e, em seguida, marque a opção correta quanto à
posição da sílaba tônica.
121
1. O que é um verbo?
O texto abaixo foi retirado de um livro didático de Ciências. Com ele, vamos procurar entender
o que são os verbos. Leia-o com atenção e analise o emprego das palavras destacadas com negrito.
De acordo com a Teoria Celular, todo ser vivo é formado por células, as menores unida-
des morfofuncionais capazes de garantir a vida. Ou seja, somos constituídos por célu-
las, milhões delas, formando nossa pele, nossos órgãos, enfim, todo o nosso corpo. Até
pensar sobre a célula só é possível por causa de um tipo específico dela, ou melhor, de
milhões delas, chamadas neurônios, que compõem o nosso cérebro, órgão que coman-
da todo o nosso corpo.
Alguns seres vivos, como as bactérias, são formados por uma única célula. Nesse caso,
dizemos que eles são unicelulares. Quando são formados por mais de uma célula, como
o ser humano, dizemos que são multicelulares, ou pluricelulares.
Para iniciar o estudo dos verbos, vamos analisar o emprego deles no texto. Observe as frases a
seguir:
Nesses exemplos, podemos perceber, digamos, a principal característica formal dos verbos: so-
mente eles se articulam com os pronomes pessoais do caso reto. Você se lembra deles? São aquelas
palavras que substituem o substantivo e indicam as pessoas gramaticais:
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Nós eu + alguém.
Vós/vocês tu + alguém.
Eles/elas ele + alguém.
REFLITA
Para perceber qual é a pessoa gramatical que se articula com um verbo, basta observar a sua
estrutura. Por enquanto, basta entender que, naturalmente, empregamos os verbos de acordo com
a pessoa gramatical com a qual eles se articulam.
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Essa relação entre os verbos e as pessoas gramaticais é o que chamamos de concordância verbal.
Nos textos, o termo que pode ser substituído por uma das pessoas gramaticais e se associa ao verbo
é o sujeito.
A bactéria é unicelular.
Sujeito → Relação de concordância 3ª pessoa – singular
Existem verbos, porém, que, apesar de possuírem a marca da 3ª pessoa (ele/ela), não admitem a
colocação do pronome pessoal, isto é, não se articulam com nenhuma pessoa gramatical. Por esse
motivo, esses verbos não possuem sujeito e são chamados de impessoais. Comumente, os verbos
impessoais indicam fenômenos da natureza, como nevar e chover.
Embora possamos perceber as marcas da 3ª pessoa nesses verbos, eles não realizam concordân-
cia. Por isso, são empregados sempre na 3ª pessoa do singular.
Até agora, vimos apenas características formais que marcam os verbos, mas, observando todos
esses exemplos, podemos defini-los também tendo em vista a sua função comunicativa. Nesse caso,
podemos dizer que:
Os verbos são palavras que, além de possuir características bastante específicas, indi-
cam ação, estado, fato ou fenômeno da natureza.
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• Indicativo – Indica um fato certo, que está acontecendo, aconteceu ou vai acontecer.
• Subjuntivo – É usado para exprimir um fato incerto, hipotético, duvidoso, que pode não
acontecer.
A forma do infinitivo pode ser considerada um substantivo. Já o particípio e o gerúndio são co-
mumente adjetivos. Observe:
125
No infinitivo, os verbos só podem apresentar quatro terminações: -ar, -er, -ir ou -or. A identifica-
ção dessas terminações nos permite caracterizar as três conjugações dos verbos:
APRENDA MAIS
Muito tempo atrás, o verbo pôr era escrito com -er (poer). Com o passar dos anos, esse ver-
bo variou, passando a ser escrito (e falado) sem o fonema /e/. Por isso, o verbo pôr e seus
derivados (repor, propor, supor, etc.) pertencem à 2ª conjugação.
4. Tempos verbais
Na nossa comunicação diária, naturalmente situamos no tempo os fatos de que falamos. Assim, basi-
camente, temos:
• Presente
O tempo presente faz referência a fatos que se passam no momento em que falamos ou se pro-
longam no tempo.
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• Presente simples – É usado para exprimir um evento habitual, uma propriedade permanente ou
um estado permanente. Nos exemplos a seguir, observe que o evento ou estado descrito não vale
apenas para o momento presente, ele também abrange certa extensão do passado e do futuro.
• Futuro
O futuro, logicamente, faz referência a fatos que ainda não ocorreram.
Eu serei feliz.
• Futuro composto – O fato também acontecerá depois do presente. Essa forma é mais usual
que o futuro simples.
• Futuro condicional – Também chamado de futuro do pretérito. Indica ação que aconteceria
em relação a outra já passada.
No português falado no Brasil, o futuro simples é usado basicamente em textos formais escritos.
Normalmente, indicamos fatos que acontecerão depois do presente por meio do futuro composto
(vou andar, vai telefonar, vamos entender, vão sair). Como você percebeu, esse tempo verbal é
formado com o auxílio do verbo ir seguido do verbo principal no infinitivo. Já o futuro condicional é
utilizado para indicar um evento que poderia acontecer sob algumas condições. Observe:
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• Pretérito
Como dissemos, o pretérito faz referência a fatos que já aconteceram.
A frase 1 descreve uma viagem única, e a 2 descreve um evento habitual. Em 1, os limites tempo-
rais do evento (início e fim) são definidos; já em 2 esses limites ficam em aberto.
O passado também pode se estender para o momento presente. Nesse caso, utilizamos o verbo
ter (no presente) seguido de um verbo no particípio.
Há, também, situações em que o verbo ter é empregado no pretérito seguido de uma forma de
particípio. Nesse caso, temos a indicação de eventos anteriores a outro evento também passado. Veja:
Perceba que a ação de estudar todo o assunto ocorreu antes de o aluno falar sobre isso. Essa for-
ma verbal é uma evolução do pretérito mais que perfeito (estudara, fizera, etc.), que, atualmente,
não é de uso comum no português brasileiro, mesmo em textos cultos escritos.
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1. O texto que você vai ler agora explica detalhes interessantes sobre o ciclo de vida dos seres
vivos. Leia-o com atenção, procurando preencher as lacunas com verbos adequados. Impor-
tante: observe a pessoa gramatical que eles acompanham. Sugestão de resposta.
2. Que diferenças de sentido você identifica entre os seguintes pares de frases abaixo?
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Na primeira frase do item I e na segunda frase dos itens II e III, a construção do verbo ter acom-
panhado de particípio indica uma ação contínua, que perdura, o que constitui um problema
semântico.
4. Existem alguns verbos muito expressivos na língua portuguesa, como o verbo ter, que muitas
vezes substitui outros em muitos contextos. Nas frases seguintes, substitua o verbo ter por
outro cujo sentido seja mais específico. Faça as modificações necessárias.
a. O que tem nessa caixa?
O que há nessa caixa?
5. Assim como o verbo ter, o verbo fazer também é muito expressivo. Nas frases a seguir, substi-
tua o verbo fazer por outro cujo sentido seja mais específico.
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6. Complete as lacunas com uma das formas nominais dos verbos entre parênteses.
a. Beatriz vive dizendo que me admira bastante. (dizer)
b. Se você tivesse feito a pesquisa, não teríamos obtido nota baixa. (fazer)
c. Irei fazer o possível para comparecer à reunião. (fazer)
d. Está tudo comprovado , foram eles mesmos os culpados. (comprovar)
e. Está chegando o grande dia em que conheceremos a nova casa. (chegar)
f. Está tudo combinado , iremos mesmo ao cinema no domingo. (combinar)
g. Vamos ouvir todos os candidatos. (ouvir)
h. Ontem, nós acabamos definindo as metas do trabalho. (definir)
7. O tempo presente do modo indicativo pode ser empregado também para designar ações ver-
bais que ocorrem de maneira permanente, independentemente do momento da fala. Isso
pode ser verificado em:
a. Ele perdeu o emprego de novo. f. A Terra não é plana.
b. A água ferve a 100 °C. g. O Brasil fica na América.
c. Ela está dormindo. h. Aquele rio está contaminado.
d. Compramos um carro hoje. i. Os oceanos possuem grande biodi-
e. Estou solteiro. versidade.
8. O presente do indicativo comumente é usado para designar algo permanente, rotineiro, que
ultrapassa o momento presente. Avalie as sentenças abaixo e identifique aquela que não con-
firma esse posicionamento.
a. Corro 5 km por dia.
b. Sou filho de Maria.
c. O nosso corpo sua para regular a temperatura.
d. Sou professor.
e. Estou estudando português.
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Eu viajarei em março.
Nós viajaremos em março.
l. Os professores disseram que todo aluno que alcançou a nota pode ficar em casa.
A professora disse que os alunos que alcançaram a nota mínima podem ficar
em casa.
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Texto
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1. Faça a separação silábica das palavras a 3. Agora, separe as sílabas das palavras abaixo.
seguir.
a. rainha – ra-i-nha
a. egoísta – e-go-ís-ta
b. ruim – ru-im
b. ruído – ru-í-do
c. cair – ca-ir
c. saúde – sa-ú-de
d. Raul – Ra-ul
d. soar – so-ar
e. bainha – ba-i-nha
e. Paraíba – Pa-ra-í-ba
f. cauim – cau-im
f. joelho – jo-e-lho
g. baú – ba-ú
4. Como você pôde ver, apesar de as vogais
h. enjoo – en-jo-o
i e u serem tônicas e formarem um hiato,
i. país – pa-ís não receberam acento gráfico. Vamos for-
j. faísca – fa-ís-ca mular uma regra para esses casos?
o. moer – mo-er
p. maior – mai-or
APRENDA
2. Volte às palavras da questão anterior e res- MAIS
ponda: o que há de comum entre as palavras
acentuadas graficamente?
Muitas pessoas tendem a pronunciar
Em todas elas, as vogais i e u tônicas em as palavras fluido e gratuito acentuan-
situação de hiato (sozinhas na sílaba ou do um possível hiato (fluído e gratuíto),
mas, na escrita formal, é preciso perce-
seguidas de s) receberam acento gráfico.
ber que esse hiato não existe.
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135
1. A oração e o período
No Capítulo 2, estudamos o conceito de frase. Para recordar esse conteúdo, leia a tirinha a seguir:
Nas mais diversas situações comunicativas, os enunciados que proferimos são ações verbais. Por
meio da fala ou da escrita, desempenhamos ações que se dão através das palavras. Analise a fala da
fisioterapeuta retirada do primeiro quadrinho.
No contexto, percebemos que a fisioterapeuta desempenhou uma ação: ela incentivou Dona
Anésia a executar o exercício. Já no segundo quadrinho, a profissional ilustra para a paciente o mo-
vimento a ser desempenhado, o que esta recusa: Não consigo (no terceiro quadrinho). A fisiotera-
peuta procura incentivá-la mais uma vez: Mas a senhora nem tentou. Apesar da segunda tentativa,
no último quadrinho Dona Anésia recusa novamente, desta vez com uma afirmação inesperada, o
que desperta o humor da tira:
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• Frases de situação (ou incompletas) – Frases muito dependentes do contexto para serem
entendidas.
• Frases formalmente completas (ou períodos) – Frases que, em tese, possuem todos os
elementos necessários à sua compreensão.
Na tira, percebemos que a fala da fisioterapeuta no primeiro quadrinho (Um exercício bem sim-
ples...) é uma frase de situação. Caso ela seja retirada do contexto, não fará sentido por si só. Como
possui apenas nomes em sua estrutura, temos ali uma frase nominal. Outro exemplo de frase nomi-
nal é a placa Pilates, mesmo constituída de apenas uma palavra.
Por outro lado, as demais frases presentes na tira são formalmente completas, isto é, possuem
certa independência em relação ao contexto. Veja:
Como você pôde ver, todas as frases acima são estruturadas em torno de verbos, isto é, são frases
verbais ou períodos. Os períodos se classificam de duas formas:
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Chamamos cada uma dessas partes de oração. A divisão do período composto em orações leva
em consideração alguns critérios formais que não precisamos estudar agora. Por enquanto, é neces-
sário apenas que você perceba um detalhe importante: quando isolada, uma oração pode não ser
compreendida. Observe isso nos exemplos anteriores.
No período composto, as orações podem se organizar de duas maneiras: por subordinação ou por
coordenação.
Observe que, no período acima, a forma verbal começou apresenta sentido incompleto (Anésia
pensou o quê?). A oração estar em boa forma física, portanto, completa o sentido da oração princi-
pal. Você estudará a relação de subordinação entre as orações nos próximos anos.
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Entre as orações 1 e 2, percebemos que há uma sequência de fatos cronológicos, como se os fa-
tos se somassem. Assim, seria natural que a oração 3 fosse uma continuidade dessa sequência. Mas
a oração 3 expressa uma quebra dessa ordem.
Dizemos que o período é composto por coordenação quando apresenta apenas orações coor-
denadas. As orações coordenadas podem vir acompanhadas de outra(s), mas são independentes
estruturalmente umas das outras. No período acima, observe que as orações são separadas por
vírgulas, sem o auxílio de uma palavra que as conecte. Nesse caso, dizemos que cada oração é coor-
denada assindética.
Nesse exemplo, a segunda oração é introduzida por uma palavra cuja função é conectá-la à oração
anterior: a palavra e. Por esse motivo, a segunda oração é classificada como coordenada sindética.
Além de conectar as duas orações, a palavra e também deixa clara a relação de sentido que se es-
tabelece entre as orações no período, isto é, uma relação de adição. Já no período a seguir, a oração
coordenada sindética expressa uma relação de oposição de ideias. Observe:
Já no período abaixo, a oração coordenada sindética expressa uma conclusão sobre o que se de-
clara na oração anterior.
Conjunção
Entrarei de férias em novembro, portanto poderei viajar para o Pantanal.
Oração coordenada assindética Oração coordenada sindética
139
b. Utilize a sua resposta ao item anterior na primeira lacuna e reflita: o que devemos escrever
na segunda lacuna para que a frase abaixo fique de acordo com o que estudamos?
Nesse quadrinho, temos duas frases verbais , logo temos dois períodos .
2. Se quiséssemos unir todas as frases da fala do padre em uma só, a mais adequada seria:
a. Vá buscar um verbo, portanto preciso de um para fazer uma oração.
b. Vá buscar um verbo, no entanto preciso de um para fazer uma oração.
c. Vá buscar um verbo, pois preciso de um para fazer uma oração.
d. Preciso de um verbo para fazer uma oração, vá buscar um verbo.
e. Preciso de um verbo para fazer uma oração, mas vá buscar um.
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Texto 1
1. As afirmações a seguir foram feitas com atua como conector, expressando uma
base na tirinha acima. Analise-as. relação de sentido de conclusão.
I. O principal objetivo comunicativo da V. No último quadrinho, a fala do avô é
tira é fazer humor a partir de fatos ba- um período simples.
nais divulgados na Internet.
II. A intenção do autor é questionar a É correto o que se afirma em:
imoralidade de publicações feitas na a. I e II, apenas.
Internet com objetivo humorístico. b. I e IV, apenas.
III. A tira condena o uso da Internet pela c. II e V, apenas.
população com fins de divertimento, d. III e IV, apenas.
não de pesquisa. e. III e V, apenas.
Está correto o que se afirma apenas em:
3. Ainda sobre a tirinha, assinale a afirmativa
a. I. b. II.
incorreta.
c. III. d. I e II.
a. As falas dos personagens são todas
e. I e III.
frases verbais.
b. No primeiro e no terceiro quadri-
2. Sobre a construção textual das falas dos per-
nhos, o termo Hahaha funciona
sonagens, analise as afirmações que seguem.
como frase incompleta.
I. A fala presente no primeiro quadrinho
c. No segundo quadrinho, a vírgula po-
é um período simples.
deria ser substituída pela palavra e,
II. No segundo quadrinho, temos um
sem alteração do sentido original.
exemplo de período composto.
d. No terceiro quadrinho, há um pe-
III. A oração os jovens perderam os valo-
ríodo composto por subordinação.
res morais é coordenada assindética.
e. No último quadrinho, temos duas
IV. A palavra e, no primeiro quadrinho,
frases verbais.
143
Ortografia
APRENDA
No Capítulo 1, vimos que existem inúmeras variedades linguís-
MAIS
ticas, devido ao caráter dinâmico das línguas. Entre elas, falamos
sobre a variante-padrão, ou norma culta, que, além de ser a mais
prestigiada dentro da sociedade, é a que padroniza certas regras De maneira resumida, or-
de expressão para contextos formais. Para proceder a essa padro- tografia significa escrita
nização, a norma culta estabelece um sistema oficial convencional correta, o ramo de estudo
que representa (em parte) a língua na escrita. Esse sistema é ofi- da língua que, obedecen-
cial porque é aprovado por atos oficiais do governo e é convencio- do a uma série de regras,
nal porque, como vimos no Capítulo 1, não há exata identificação padroniza a escrita das pa-
entre os fonemas e as letras que usamos para representá-los. O lavras. É ela que estabelece,
fato de seguirmos o padrão formal de escrita não implica uma por exemplo, a forma casa
pronúncia única para as palavras. Assim, dizemos que a ortografia (com s) como certa, e não
é a parte da gramática que estuda a padronização da escrita (uso caza, em todos os países lu-
de letras e sinais gráficos) da norma culta. De posse dessas infor- sófonos — nações que têm
mações, discuta com os seus colegas e o professor: a ortografia é o português como língua
realmente necessária? Registre suas conclusões em seu caderno. oficial. Entre as regras que
Resposta pessoal. estabelecem a forma corre-
ta de escrever as palavras, a
1. Como dissemos, a ortografia é convencional. Às vezes, o fo- principal delas é o respeito
nema representado por uma letra é basicamente o mesmo à sua origem. Assim, a pala-
representado por outra letra, como s e z em quisesse e fi- vra casa é escrita dessa ma-
zesse. Em vários casos, a dúvida sobre como escrever certas neira devido à sua origem
palavras se resolve com uma regra básica: latina, càsa (cabana, case-
bre), tendo aparecido pela
Devemos respeitar sempre a origem das palavras. primeira vez em um texto
escrito em 1221.
Sabendo disso, responda: o certo é escrever larangeira ou
laranjeira?
De acordo com a regra vista, como essa palavra se originou de laranja (que é escrita com j),
deve também ser escrita com j: laranjeira.
2. Empregada no início ou no final das palavras, a letra h não tem valor fonético. Ela é escrita
apenas por uma questão etimológica. A palavra hoje, por exemplo, se escreve com h por causa
de sua origem latina, hodie. Pesquise e escreva a seguir palavras escritas com h.
Sugestão de resposta: hábil, haltere, harém, harmonia, harpa, haste, haver, herbáceo, hérnia,
herói, heterogêneo, hiato, hífen, hino, histérico, honra, hortênsia.
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