Automedicação No Brasil Durante A Pandemia

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Universidade Estadual Estácio de Sá - UNESA

Curso de Graduação Em Farmácia (Bacharelado)

Isabelle Rangel dos Santos

Automedicação no Brasil e aumento durante

pandemia do COVID 19 🦠
Resumo

Com grande potencial de ser destacada como uma espécie de contaminação pela
desinformação entre diversas pessoas no mundo, a automedicação deve estar em
notoriedade na sociedade como um caso de grande preocupação no que diz
respeito a de saúde pública. Haja vista que sua existência se baseia no uso
inadequado e sem prescrição médica de inúmeros medicamentos que são
ingeridos por escolha dos próprios usuários. O presente trabalho possui como
objetivo central explorar, principalmente, os perigos que permeiam a
automedicação no Brasil, suas conseqüências para a saúde do indivíduo e
investigar os principais grupos que utilizam tal método. Neste sentido se faz
necessário expor os riscos, além de trazer à tona a importância do acesso da
sociedade à informação, combatendo a expansão da prática de administrar
medicamentos por escolha própria. Deste modo, é importante frisar a educação
populacional acerca dos perigos que envolvem a automedicação no Brasil.

Palavras - chave: Automedicação; Riscos; Saúde pública; Medicamentos

Rio de Janeiro – RJ
Sumário
Definição de Automedicação

A Organização Mundial da Saúde - OMS (1998), descreve a automedicação como uma ação
de autocuidado dos usuários. Entendida mundialmente pela própria seleção de medicamentos
a partir de um autodiagnóstico. Neste sentido, é importante ressaltar que esta afirmação não
possui qualquer vínculo com a ideia leiga de apoio ao uso desmedido de medicamentos não
prescritos por profissionais da saúde. Em contra partida, a OMS (1998) se posiciona
destacando que para compreender a automedicação como um cuidado pessoal, esta prática
deve estar acompanhada por um auxilio ou monitoramento médico. Caso contrário, esta
atitude deve ser enxergada pela sociedade como um equívoco, levando em consideração os
riscos e diversas complicações que o uso de medicamentos de forma inconsequente pode
trazer ao organismo do indivíduo.

Conforme apresentado por Galvan, Dal Pai e Echevarría-Guanilo – 2016, a


automedicação consiste na decisão do indivíduo em utilizar medicamentos em
benefício próprio sem qualquer prescrição comprovada. Não estando atento a
disponibilidade do auxílio médico, julgando seus próprios sintomas. Além disso,
se vale de receitas médicas antigas alegando estar sentindo os mesmos sintomas,
desta forma reutiliza os medicamentos. É comprovado cientificamente a
semelhança de sintomas entre diversas doenças no mundo, seja gripe, enxaqueca,
dores locais, são sintomas isolados que podem pertencer a diversas patologias
que estão fora do alcance dos pacientes. Com isso, a automedicação deve ser
considerada como uma forte ameaça a saúde.

RIO DE JANEIRO – RJ
Maiores suportes de autodiagnóstico _ O Google

Um dos maiores suportes no que diz respeito ao autodiagnóstico e a automedicação no Brasil, está
a plataforma de pesquisa Google, tendo em vista que é a fonte mais utilizada para informar os
usuários sobre os mais diversos assuntos. Desta forma, o autodiagnóstico surge com as pesquisas
realizadas pelos usuários que, por sua vez, estão focados na busca de tratamentos rápidos ou
eficazes a curto prazo. Com isso, em muitos casos, grande parcela da sociedade não possui fácil
acesso a um sistema de saúde de qualidade acaba por optar pelas fontes da internet que
notoriamente é poluída pelas fake News. São nítidos os riscos que percorrem os sites que são
ocupados por fontes sem embasamento com autores que não possuem certificados. A
substituição de consultas clínicas com médicos especializados por pesquisas sem fundamentos
comprovados é uma das maiores causas de intoxicação por medicamentos no Brasil. De acordo
com o Instituto de ciência, tecnologia e qualidade – ICTQ cerca de 72% dos brasileiros ingerem
remédios por conta própria e cerca de 40% realizam as pesquisas pela internet para o
autodiagnóstico.

Com o intuito de reduzir as conseqüências negativas para a saúde pública, o Hospital Israelita
Albert Einstein em parceria com o Google, modificou o sistema de pesquisa do site, colocando
como principal e primeira opção de leitura fontes do próprio hospital e demais fontes certificadas
e profissionalizadas com os devidos sintomas, doenças, medicamentos e tratamentos. Ao final de
cada pesquisa está exposto a indicação para “consulta com médicos para recebimento de
orientações”, incentivando os usuários sobre a importância deste acompanhamento. São
indispensáveis as consultas com avaliação física completa, atendimento personalizado e
individual. É de suma importância conduzir a sociedade de modo que os problemas que se
originam da automedicação possam ser combatidos, evitando a propagação de falsos diagnósticos,
da indicação e uso de medicamentos sem a confirmação da veracidade de sua eficácia.

Ao longo desta pesquisa, será exposto as principais implicações desta forma


de tratamento para as mais diversas doenças que se manifestam em
sociedade, os efeitos preocupantes desta prática e o modo como a
automedicação no Brasil deve ser vista como uma das maiores crises de
desinformação da saúde pública.
Quem nunca sentiu uma dor de cabeça e tomou não só um mas dois
remédios por conta própria?

A farmacêutica Nádia Dias que atuou no Hospital de Campanha de Santarém


(HCS) , no oeste do Pará, fez um alerta para os riscos da automedicação. Não
precisamos ir muito longe para saber q tomar um medicamento ou remédio sem
prescrição ou receita por conta própria pode causar muitos danos não só ao
fígado e estômago como em casos sérios podendo levar até a morte .

O dado de 2006 da Abifarma( Associação Brasileira das Indústrias


Farmacêuticas) , de que por ano , cerca de 10 a 20 mil pessoas morrem no país,
vítimas de uso indiscriminado de medicamentos . Porém podemos nos arriscar
dizer q o aumento desses casos na pandemia do Corona vírus possivelmente foi
bem maior.

Causas da automedicação

A variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, a facilidade de


comercialização de remédios e a própria cultura e comodidade assimilada pela
sociedade que vê na farmácia um local onde se vende de tudo; a grande variedade
de informações médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes sociais,
também está entre os fatores que contribuem para a automedicação.

Um dos fatores mais comuns são em alguns casos: a falta de médicos nas
unidades básicas e no pronto socorro das cidades e bairros; As cidades onde este
problema é bastante freqüente ficam na região sudeste , entretanto uma delas se
destaca que é o Rio de Janeiro e São Paulo.

Pesquisa feita pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF)

A pesquisa citada investigou o comportamento dos brasileiros em relação à


compra e ao uso de medicamentos, e servirá para subsidiar uma campanha
nacional de conscientização, em comemoração ao dia 5 de maio, o Dia Nacional
do Uso Racional de Medicamentos.

O estudo ainda descobriu uma nova modalidade de automedicação, a partir de


medicamento que foram prescritos - nesse caso , a pessoa passou pelo médico
responsável ou profissional da saúde , tem um diagnóstico e recebeu a receita
mas não usa o medicamento conforme prescrito pelo médico , alterando a dose
que foi recomendada .
Marcus Athila, presidente do CRF-RJ _ alerta sobre cuidados e atenção ao
se automedicar

O presidente do Conselho Regional de Farmácia do estado Rio de Janeiro


Marcus Athila - em maio de 2020 no início da pandemia fez um alerta
durante uma entrevista na TV ao vivo ; chamou atenção principalmente para
os jovens a partir de 16 e 24 anos e adultos no cuidado em se
autodiagnosticar para tomar qualquer remédio em casa e se possível tentar
evitar ao máximo sem pelo menos antes consultar e ir ao médico .
No Brasil , 138.376 pessoas sofreram graves consequências devido à
automedicação ou uso incorreto dos medicamentos entre 2008 e 2012 (uma
média de 27 mil ao ano) . De cada dez pessoas que entram em uma farmácia
ou drogaria ,8 delas não possuem uma receita médica e podem estar
colocando a sua saúde em alto risco.

Medicamentos mais buscados durante a pandemia

Um estudo feito pelo portal Consulta Remédios revelou que


medicamentos cotados para tratar Covid 19 , com destaque maior para
ivermectina " um dos mais conhecidos antifúngico do Brasil " , e drogas
para saúde mental e vida sexual foram os mais procurados até o final do
pico da pandemia de 2020.
De acordo com o levantamento do site , os medicamentos que de alguma
maneira estavam relacionados com a COVID 19 foram: cloroquina,
ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina , cotados e receitados por
alguns médicos e autoridades para tratar a doença mesmo sem nenhuma
comprovação científica da ação juntamente com fármacos para a saúde
mental e sexual. Fora os antibióticos e anti-inflamatórios para tratar os
sintomas comuns como febre , dor de cabeça , garganta coçando do Corona
virus.
O auge da Covid-19 ocorreu em momentos distintos nas cidades do Brasil.
Então, consideramos nesse estudo os termos mais buscados após os três
primeiros meses de isolamento, em que a curva de contágio começou a
diminuir em alguns lugares, o que explica essa oscilação na busca pela
ivermectina
RIO DE JANEIRO - RJ

Agora, vamos falar sobre esses medicamentos, seus efeitos colaterais e riscos
para saúde.
Azitromicina Di-hidratada é um medicamento genérico indicado no tratamento
de infecções causadas por bactérias sensíveis; em infecções do trato respiratório
inferior que são os (brônquios e pulmões) e superior (nariz, faringe, laringe e a
traquéia) , incluindo a sinusite e faringite ou amigdalite ; inclusive também
infecções de pele e tecidos moles ( músculos, e tendões);

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