Artigo Aprendendo Conceitos Geometricos 4586 - 2433 - ID
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Resumo:
O presente artigo tem como objetivo mostrar a utilização de um instrumento pedagógico
como recurso para aprimorar as aulas de matemática na Educação Básica e melhorar o
processo de ensino e aprendizagem da referida disciplina, experiência vivenciada por
alunos do curso de Licenciatura em Matemática do IFPB-Campus Campina Grande. A
realização de aulas com a construção de uma caixa em papel A4 teve como um dos
propósitos estimular e reforçar o processo de compreensão a cerca de alguns aspectos da
geometria, entre eles: vértice, ângulos, segmento de reta, diagonal, trapézio retangular,
triângulo isósceles, quadrado, retângulo, hexágono, e fração. Investigou-se também o
comportamento, a participação, o desenvolvimento cognitivo dos alunos mediante
atividade diferenciada com um material manipulável. Os resultados mostraram que a
aula tornou-se mais produtiva, com a participação total dos discentes além de constatar
uma maior assimilação e compreensão dos conteúdos ensinados.
Palavras-chave: Material manipulável; Atividade diferenciada; Geometria;
Participação; Desenvolvimento cognitivo.
1. Introdução
N
os dias atuais a educação passa por profundas transformações, tendo
em vista as mudanças constantes que vêm ocorrendo no mundo. As
novas tecnologias evoluem num ritmo cada vez mais acelerado, e o
mundo científico também avança constantemente, com novas
descobertas e estudos, apontando diferentes competências para atuar na
sociedade e no campo educacional. Diante disso, os novos desafios
vêm, instigando os profissionais da educação a buscarem novo saberes,
conhecimentos, metodologias e estratégias de ensino. As mudanças no
contexto escolar e social requerem profissionais atualizados e
competentes, que estejam preparados para atuar com diferentes
problemas. (Andrade, 2014,p.01)
Vislumbra-se, que cada vez mais os profissionais atuantes na educação básica
sejam “flexíveis”, no sentido de não acomodar-se ao hábito ou tornarem-se apenas
expositores de conteúdos, com aulas meramente expositivas, sem conexões com a vida e
com a dinâmica das inovações que o mundo moderno exige. Assim os docentes precisam
buscar meios que servirão de auxílio para aprendizagem do discente e até para melhorar
a relação aluno e professor.
Compreende-se que os docentes dialoguem com situações do cotidiano dos
alunos e explorem materiais didáticos variados para promover uma aula interessante na
qual o processo de ensino e aprendizagem possa ser compreendido e assimilado pelos
mesmos.
Mesmo diante de tantas inovações no campo educacional, ainda existem grandes
desafios no desenvolvimento de competências e habilidades relativas ao ensino da
matemática, que possibilitem ao aluno desfavorecido socialmente ter acesso a um
conhecimento que possa transformar a sua realidade, é necessário possibilitar uma
variedade de abordagens que deliniam o processo de ensino-aprendizagem na educação
de uma maneira geral e, especificamente, na educação matemática, descrevendo, desta
forma, o papel da escola como complexo perante a realidade de vida dos alunos, que
buscam encontrar nesse ambiente de aprendizagem, algo novo e inovador, e que na
maioria das vezes encontram um ambiente tradicional e consevador.
O uso de material manipulável é uma das muitas ferramentas na qual se acredita
que favorece aos discentes “acomodar” um novo saber e ser capaz de definir ou assimilar
o assunto trabalhado, formalizando os conceitos com a mediação do professor.
Objetiva-se nesse artigo compreender e mostrar a utilização de um instrumento
pedagógico como recurso para aprimorar as aulas de matemática na Educação Básica,
possibilitando a melhora do processo de ensino e aprendizagem na disciplina de
Matemática, especificamente no ensino fundamental. Neste trabalho fora possível
ISSN 2178-034X
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
Sociedade São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
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Educação
Matemática RELATO DE EXPERIÊNCIA
constatar a
participação dos discentes e a construção de um significativo conhecimento
compreensivo sobre conceitos da geometria trabalhados a partir de uma simples
atividade; na qual o aluno constrói uma caixa com uma folha de papel A4 por intermédio
do docente que dita os passos, fazendo uso de conceitos do bloco, de espaço e forma.
que a cerca e
assim seja estabelecido o processo de construção dos conhecimentos lógico-
matemáticos.
A inserção bem como o uso adequado do material manipulável não é o foco
principal mais este será usado como o exemplo palpável na matemática de modo que
facilite a compreensão do novo saber para os alunos, tendo como objetivo trazer uma
relação com o conteúdo e que fará sentido para o discente compreender o assunto
trabalhado.
Os discentes serão capazes de construir o próprio conhecimento acerca dos
conteúdos trabalhado, sendo auxiliados pelo professor, sem que o estudante seja
protagonista no desenvolvimento da capacidade de compreensão e acomodação do saber.
A escolha pelo uso de uma pequena caixa ocorreu a partir de inquietações, tais
como: de que maneira os discentes se comportam diante da atividade com material
manipulável, será que conseguem um melhor desempenho nas aulas de matemática,
como será que os mesmos reagirão diante da oportunidade de construir conceitos
próprios na geometria plana enquanto trabalham com algumas dobraduras e que a partir
de questionamentos onde os discentes terão a oportunidade de visualizar, de palpar o
imaginário uma vez que a matemática é tão abstrata.
Em relação à utilização desse recurso encontram-se orientações nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) ao afirmar que:
Propicia a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas
e imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam a
construção de uma atitude positiva perante os erros, uma vez que as
situações sucedem-se rapidamente e podem ser corrigidas de forma
natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas (BRASIL,
1998, p.46).
Diante do exposto, percebe-se que a construção dos conceitos em geral propiciam
a criatividade e o desenvolvimento dos alunos, de modo que eles possam aprender a lidar
com os erros na formalização dos próprios conceitos sem traumas de interagir em sala no
intuito de compreenderem e participarem ativamente dos ensinamentos matemáticos.
Visando a construção de novos conhecimentos pelos alunos, se propôs nas aulas
vivenciadas pelos professores/pesquisadores uma atividade em que envolvesse a
aquisição de novos conhecimentos e o manuseio do mesmo.
3. Metodologia
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A
pesquisa foi do tipo estudo exploratório-descritivo, a fim de possibilitar, através, de
dados obtidos, a formulação de novas questões/pressupostos para pesquisas futuras (Gil,
2002.p.41-42). Foi realizado um levantamento bibliográfico como referencial teórico,
selecionado o material para realização da atividade, a escolha de alguns conceitos
relacionados aos conteúdos de geometria.
A aplicação das atividades propostas foi realizada em turmas do 7º ao 9º ano do
fundamental II de duas escolas públicas, ambas localizadas na cidade de Taquaritinga do
Norte no interior do estado de Pernambuco. Essa atividade foi realizada no período
compreendido entre os dias 16 a 24 de julho de 2015, sendo utilizadas seis (06) aulas de
matemática em cada escola.
Essa pesquisa foi elaborada em decorrência da disciplina de Estágio
Supervisionado, cursada pelos autores, licenciandos do curso de Matemática do Instituto
Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Paraíba-Campus Campina Grande, o que
motivou a elaboração de metodologias de ensino que pudessem despertar um interesse
maior na disciplina de Matemática para os alunos e enriquecesse a regência vivenciada
pela futura professora. Havendo a colaboração da professora regente da sala dessas
turmas que permitiu que a pesquisadora pudesse desenvolver sua pesquisa.
Na atividade sugerida aos discentes, optou-se pela construção de uma caixa,
sendo utilizado o seguinte material: papel A4, régua e lápis de cor, canetas hidrográficas
e grafites. Alguns questionamentos foram elaborados para os estudantes, tais como: O
que seria um segmento de reta em um retângulo? (Aqui representado pela folha A4).
Quantos vértices eram possíveis observar na folha? Quantos lados tinha a folha? Qual a
diferença entre o segmento e a reta? Com uma folha A4 é possível representar um
trapézio retangular, um hexágono, outro retângulo menor, e um quadrado regular? Sendo
um de cada vez, e sem fazer recortes na folha; e no quadrado é possível visualizar as
diagonais por meio de dobradura na folha? É possível construir um quadrado regular que
seja cinquenta por cento de outro quadrado regular nesta atividade? Também seria
possível obtermos dois retângulos que correspondam a um quarto do quadrado maior?
Com essas perguntas a atividade foi sendo desenvolvida e os alunos foram
dialogando sobre as possíveis respostas para as mesmas. No final da atividade, os
mesmos puderam interagir entre si, com os pesquisadores e relatar seu parecer sobre
atividade realizada.
4. Resultados e discussões
1
Termo designado pelos alunos das turmas pesquisadas, mesmo os pesquisadores não sendo a
professor(a) regente da turma.
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cooperação, os
alunos e pesquisadores puderam verificar que cada dois lados da figura tinha um ponto
em comum, e que a este ponto chama-se de vértice do polígono, onde se pode seguir
com a pergunta sobre quantos vértices tinha na figura trabalhada? A resposta fora
imediata quatro.
Quanto à figura formada pela abertura interna entre os dois lados definiram como
sendo o que chamamos de ângulo interno na geometria.
Com mais duas dobraduras obtivemos outro retângulo que equivale a vinte e
cinco por cento do quadrado maior ou ¼ da figura 3.
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Assim
repetiu-se o mesmo passo, verificando porque o retângulo é ¼ ou 25% da figura 3. Logo
os alunos propuseram a seguinte resposta: “a medida de dois retângulos corresponde ao
quadrado da figura 4 e este quadrado são 50% da figura 3, logo o retângulo é a figura 3
dividida em quatro retângulos ou 100% divididos em quatro partes iguais”. Os alunos
seguiram abrindo as dobraduras da figura 5 e refazendo a mesma dobradura na vertical
do quadrado ainda obtendo um retângulo equivalente aos 25% do quadrado mediante
figura 3; chegando à figura representativa de um hexágono conforme figura 6 e 7 aonde
se observa quantos lados, vértices, e ângulos internos faziam-se presentes em tal
representação geométrica.
Figura 6: Hexágono
Figura 7: Hexágono
5. Considerações Finais
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capaz de
construir o conhecimento através de suas ações, acionando seus conhecimentos prévios
sobre determinado assunto e estabelecendo relações entre o já conhecido e o novo.
6. Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas,
2002. p.41-42.