Projeto de Sistema de Esgotamento Sanitário
Projeto de Sistema de Esgotamento Sanitário
Projeto de Sistema de Esgotamento Sanitário
JANEIRO/2021
1
Sumário
1. APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... 3
2. DESCRIÇÃO BÁSICA DAS OBRAS. JUSTIFICATIVAS TÉCNICAS E OBJETIVOS E BENEFÍCIOS
ESPERADOS.................................................................................................................................... 5
2.1. Obras lineares do sistema de esgotamento sanitário ....................................................... 5
2.2. Modernização da Estação Elevatória de Esgotos Embu 4 (EEE4)...................................... 6
2.3. Resultados Esperados ....................................................................................................... 7
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO .................................................................. 10
3.1. Coletor Tronco Jardim Magali ......................................................................................... 11
3.2. Rede Coletora Jardim Magali .......................................................................................... 15
3.3. Rede Coletora Isis Cristina ............................................................................................... 20
3.4. Retrofit Embu 4 ............................................................................................................... 23
4. IDENTIFICAÇÃO DE EVENTUAIS DIFICULDADES À IMPLANTAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO/MEDIDAS DE CONTROLE E MITIGAÇÃO ..................................................... 25
5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E DEMAIS AUTORIZAÇÕES .................................................. 26
6. QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS RELACIONADAS À EXECUÇÃO DA OBRA...................... 27
6.1. Questões Ambientais ...................................................................................................... 28
6.2. Questões Sociais.............................................................................................................. 29
7. PRAZO .................................................................................................................................. 30
8. SALVAGUARDAS - BANCO MUNDIAL................................................................................... 30
9. FORMULÁRIO SOCIOAMBIENTAL ........................................................................................ 31
Anexo 1 - Escopo das Salvaguardas de Projeto Adotadas pelo Banco Mundial ......................... 38
2
1. APRESENTAÇÃO
Este Relatório tem por finalidade apresentar questões socioambientais pertinentes à
execução de duas intervenções, ambas localizadas no município de Embu das Artes: (i)
obra de esgotamento sanitário (coletor tronco, redes e ligações) para o atendimento
dos bairros Jardim Magali e Jardim Isis Cristina, e (ii) modernização da Estação Elevatória
de Esgotos Embu 4 (EEE-4). O Relatório também apresenta as medidas planejadas de
controle e mitigação dos impactos ambientais e sociais dessas intervenções. É oportuno
chamar a atenção para o fato de que as obras serão executadas na porção do município
situada na área de drenagem da represa do Guarapiranga, a qual regulariza as vazões
de água bruta utilizadas pelo chamado Sistema Produtor Guarapiranga (ver observação,
adiante, sobre a relevância desse Sistema para o abastecimento metropolitano). As duas
obras, a serem implementadas através de um único contrato, pertencem ao escopo do
Programa Saneamento Sustentável e Inclusivo, objeto de Acordo de Empréstimo
firmado pela Sabesp com o Banco Mundial.
A extensão de coletores e ligações de esgotos aos dois bairros mencionados faz parte
do esforço mais geral da Sabesp no sentido da universalização dos serviços de
saneamento (abastecimento de água e esgotamento sanitário, incluído o tratamento de
efluentes)1. Detalhes dessa obra estão informados adiante no Relatório, que também
indica as características urbanas e sociais das áreas cujo atendimento está planejado. É
oportuno observar que o empreendimento prevê dois outros aspectos relevantes. O
escopo da obra inclui o atendimento de parte das moradias com ligações segundo o
padrão Se Liga na Rede, isto é, a execução, sob responsabilidade da Sabesp, também do
sistema de esgotos intradomiciliar, sem custos para as famílias beneficiadas. Essas
famílias contarão, ainda, com outro benefício, a tarifa reduzida na cobrança pela
prestação do serviço por um prazo de pelo menos 24 meses (tarifa social). Um segundo
aspecto relaciona-se à natureza do contrato com a empresa ou consórcio de empresas
que será responsável pela execução dos serviços; o contrato terá cláusula de
performance, com parte do pagamento condicionada a elevado percentual de adesão
das famílias à execução efetiva de ligações. Esse procedimento visa a ampliar o
rendimento social e ambiental da obra e tem sido utilizado com sucesso, pela Sabesp,
no programa destinado à despoluição do rio Pinheiros2.
Quanto à EEE-4, recebe os efluentes coletados na área central do município de Embu
das Artes e em áreas, inclusive parte do centro urbano, do município vizinho de
Itapecerica da Serra. Os efluentes recalcados pela elevatória têm por destino o coletor
tronco Poá, já em área externa à bacia hidrográfica do Guarapiranga, e, sucessivamente,
1
O Jardim Magali e o Jardim Isis Cristina já são atendidos com sistema público de abastecimento de água.
2
O modelo de pagamento por performance, ou seja, vinculado ao cumprimento de metras contratuais,
também é utilizado em outras modalidades de intervenção da Sabesp como, por exemplo, o Programa
Água Legal.
3
o coletor tronco do rio Pirajussara e o interceptor IPI-4T, este assentado em faixa
marginal ao rio Pinheiros, que efetuará a transferência final das vazões para a Estação
de Tratamento de Esgotos de Barueri (ETE Barueri). Os coletores e o interceptor
mencionados estão em operação. Quanto à ETE Barueri, tem plenas condições de
recebimento das vazões a serem proporcionadas pelas obras planejadas. A intervenção
modernizadora proposta tem por finalidade a ampliação da resiliência da EEE-4,
reduzindo a incidência de falhas a frequência mínima. Esse tema está exposto mais
adiante com maior grau detalhes.
Note-se que Embu das Artes situa-se no quadrante sudoeste da Região Metropolitana
de São Paulo (RMSP). Em 2019, sua população estimada era de aproximadamente 274
mil habitantes3. O conjunto das intervenções planejadas, além do benefício social,
deverá melhorar a qualidade das águas da sub-bacia do Rio Embu-Mirim, afluente
primário da represa do Guarapiranga. A represa, por sua vez, está localizada na porção
sul-sudoeste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Seu território de drenagem
alcança cerca de 640 km². O espelho d’água varia em função do nível de acumulação,
podendo chegar a aproximadamente 33 km². Estratégica ao abastecimento da Região
Metropolitana – a captação pode chegar à vazão de 16 m³/segundo - e fundamental
quando da recente crise hídrica (2013-2015) para a manutenção das condições
operacionais do sistema produtor metropolitano, parte expressiva de seu território
apresenta ocupação urbana densa (estimativa de 1 milhão de habitantes para 2020),
com largas porções caracterizadas pelas aglomerações de baixa renda, com substantivas
características de informalidade (favelas e loteamentos de origem irregular). A
qualidade de suas águas acusa os efeitos do uso urbano intensivo e a carência relativa
de infraestrutura pública. No caso de sistemas de esgotamento sanitário, a cobertura
geral é da ordem de 70%. Para a ampliação desse nível de cobertura, são importantes
estas obras programadas para o município de Embu das Artes. No programa de
financiamento firmado com o Banco Mundial, ainda há a previsão do atendimento de
outros dois bairros de Embu das Artes e, ainda, obras em início de execução no
município de Itapecerica da Serra4. Todavia, a elevação da cobertura ao nível de 90-95%
está condicionada, em larga medida, a intervenções urbanas reorganizadoras do uso do
solo por núcleos irregulares e, especialmente, por favelas.
Mesmo considerando que as obras planejadas proporcionarão um ganho ambiental e
social para o município de Embu das Artes e para a bacia e represa do Guarapiranga, há
uma série de procedimentos que devem ser tomados, em regime de observação de
temas ambientais e de comunicação e relacionamento com a população beneficiária,
desde a fase de projeto e de obtenção das autorizações formais necessárias (pré-
3
Estimativa do ano de 2019, segundo o IBGE Parte do município, todavia, situa-se na bacia do rio
Pirajussara, afluente primário do rio Pinheiros. Na porção situada na bacia do Guarapiranga, a população
moradora estimada é da ordem de 70 mil habitantes.
4
Parte das obras em início de implantação no município de Itapecerica da Serra atende aglomerações
também situadas na bacia do rio Embu-Mirim.
4
execução da intervenção, ou de algumas de suas fases ou tramos) até a etapa
propriamente executiva. Esses procedimentos, além do imprescindível atendimento da
legislação e de regramentos urbanos, estão baseados em requisitos técnicos adotados
pela Sabesp e, também, naqueles constantes do Marco de Gestão Socioambiental
(MGSA) e de seus anexos, em especial o Manual Ambiental de Construção (MAC), o
Manual de Comunicação Social e o Manual de Orientação Social. A observação desses
documentos constitui exigência contratual do Programa de Saneamento Sustentável e
Inclusivo. Visam a garantir a prevalência das salvaguardas ambientais e sociais
usualmente adotadas pelo Banco Mundial em programas e projetos que fazem parte de
sua carteira de financiamentos.
QUANTIDADE
BAIRRO ITEM MÉTODO
EM METROS
Coletor Tronco de Esgoto
Jardim Magali VCA - Vala a Céu Aberto 923,01
Ø300mm
5
As vazões coletadas nos dois bairros serão encaminhadas a uma estação elevatória de
esgotos existente, a EEE Veredas, que fará o recalque diretamente à EEE-4. A EEE
Veredas tem capacidade para o recebimento das vazões adicionais.
Espera-se, com as obras de redes coletoras, alcançar um total de 1.726 ligações,
incluídos aqueles imóveis, ocupados por famílias de renda mais baixa, que contarão
também com a execução das instalações intradomiciliares. O benefício deve se estender
a 6.947 pessoas5. A estimativa de vazão média de esgotos a serem coletados é de 15,5
litros por segundo6.
No Capítulo 3, está apresentado um conjunto de mapas e fotos que permite discernir as
características urbanas e sociais das áreas de intervenção. Parte da rede a ser
implementada, como poderá ser notado, servirá ao atendimento de áreas de ocupação
irregular.
5
Nesse cálculo, foram consideradas: (a) a proporção de 1,15 economias por ligação, e (b) a média de 3,5
habitantes por domicílio/economia.
6
Foram considerados o consumo médio de água de 120 litros/habitante/dia, a geração de esgotos
equivalente a 80% do consumo de água e a execução de todas as ligações de esgoto factíveis.
7
A jusante do centro urbano de Embu das Artes, o rio Embu-Mirim atravessa uma relevante área de várzea
antes de chegar aos limites administrativos do município de São Paulo; essa área, hoje parcialmente sob
pressão de usos urbanos, permite um abatimento significativo de cargas poluidoras, tema já estudado
quando do Programa Guarapiranga (década de 1990)
6
em favelas, salvo naquelas aglomerações que foram reurbanizadas; ausência de
sistemas de microdrenagem, e consequente utilização de redes e tubulações coletoras
para drenagem de áreas superficiais (com veiculação pelo sistema de esgotos de
matérias como lixo, pedras, madeiras e areia, uma clara intersecção entre os sistemas
de drenagem e de esgotamento sanitário).
A observação operacional indica que as estações elevatórias, de concepção técnica
convencional, nem sempre apresentam robustez suficiente para a operação continuada,
sem falhas ou com falhas mínimas, nessas condições singulares, características da
periferia da Metrópole (e de outras metrópoles brasileiras). Resultam danos de elevada
frequência, com paralisações e exigências seguidas de manutenção de urgência.
O propósito geral da intervenção é buscar a redução de falhas a uma frequência mínima.
O propósito se desdobra em (i) introdução de equipamentos e instalações que permitam
enfrentar as condições adversas de operação em um ambiente urbano característico;
(ii) manutenção preventiva e corretiva facilitada, sem que haja a paralisação do
bombeamento; (iii) condições para que os técnicos operadores executem as
manutenções de forma rápida e em condições adequadas de salubridade, reduzindo de
forma expressiva a necessidade de trabalho em espaços confinados. As providências
incluem, inter alia, a instalação de trituradores no canal de entrada dos efluentes na
estação elevatória (para evitar que pedras e outros sólidos danifiquem as bombas); a
implantação de sistema de contingência, que permita a continuidade do bombeamento
mesmo com a necessidade de manutenção da estação elevatória; a introdução de
medidas que permitam a redução do tempo médio de manutenção; a instalação e
adequação de sistema de mitigação de odores e ruídos, caso necessário8.
8
Após a conclusão das intervenções de reestruturação da EEE, a Sabesp efetuará medição de ruído e
verificação de odores. No caso de incidência de ruído acima do permitido pela legislação, utilizando
recursos próprios extra-contrato, a Sabesp instalará controle similar ao observado em outras elevatórias
(sistema de abafamento com uso de tecidos apropriados). No caso da elevatória EEE4, as bombas
funcionam dentro de abrigo, o que reduz a incidência de ruídos. Quanto a odor, também serão feitas
medições. Comprovado o problema, a Sabesp, também com recursos próprios, fará instalação de sistema
de aspersores. Em ambos os casos, odor e/ou ruído, o custo das ações é baixo.
7
Os Mapas a seguir situam, sucessivamente: a bacia do Guarapiranga e o município de
Embu no território da Região Metropolitana de São Paulo; a bacia e a represa do
Guarapiranga, com o município de Embu das Artes localizado em sua porção noroeste;
o território de Embu das Artes e municípios que lhe são limítrofes.
Mapa 1
Região Metropolitana de São Paulo - Bacias de Mananciais Produtores de Água para
Abastecimento e Limites Municipais
8
Mapa 2
Bacia do Guarapiranga – Limites Municipais/Densidades Populacionais
Mapa 3
Município de Embu das Artes/Municípios Limítrofes
9
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
A finalidade principal desse capítulo é a caracterização urbana dos dois bairros a serem
atendidos, Jardins Magali e Isis Cristina. O Relatório serve-se referencialmente de
mapas, que mostram o traçado de coletor tronco e redes coletoras, e os relacionam com
imagens da ocupação.
Como observado, há duas realidades que se justapõem: aquela que se alinha às ruas
oficiais, pavimentadas, e outra, dos loteamentos que possuem algum grau de
irregularidade. Socialmente, a primeira mostra um range de padrão construtivo,
variando de residências que podem ser caracterizadas como habitadas por famílias de
renda média ou de classe média baixa até imóveis denotativos de renda mais
tipicamente baixa; a densidade é menor e há trechos a serem atendidos
tangencialmente por coletor tronco e redes que mostram ou áreas ainda florestadas ou
terrenos de uso comercial de testada mais extensa. A segunda realidade é a da
informalidade urbana, i.é, áreas que, conquanto beneficiadas por abastecimento de
água, mostram-se mais densas, com lotes de dimensões mis ou menos aleatórias e,
quanto ao aspecto social, de renda mais homogeneamente baixa.
Os registros expostos pelo Relatório iniciam-se pela rota de assentamento do coletor
tronco do Jardim Magali e, depois, sucessivamente, pelas redes do Jardim Magali, pelas
redes do Jardim Isis Cristina e, finalmente, no que se refere às obras lineares de
esgotamento sanitário, pelas áreas informais que rodeiam o Jardim Isis Cristina. Ao final,
são apresentadas duas fotos da Estação Elevatória de Esgotos Embu 4, que permitem
identificar a estação e sua área imediata de vizinhança.
10
3.1. Coletor Tronco Jardim Magali
O Mapa a seguir mostra traçado do Coletor Tronco Jardim Magali em vermelho, e está subdividido na sequência, conforme a divisão, em
verde, evidenciando o traçado com fotos do local.
Mapa 1
Mapa 3
Mapa 2
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Mapa 1
Mapa 1
12
Mapa 2
Foto 3A: Estrada Aurelino Alves dos Santos, percurso do Coletor Tronco
13
Foto 4A: Fim do Coletor Tronco e ligação com a EEE Veredas (existente)
Foto 7A: Ligação da Rede Coletora com o
Mapa 3 Coletor Tronco
Foto 6A: Ligação da Rede Coletora com o Coletor Tronco
14
Foto 9A: Ligação da Rede Coletora com o
Foto 8A: Ligação da Rede Coletora com o Coletor
Coletor Tronco
Tronco
3.2. Rede Coletora Jardim Magali
O Mapa a seguir mostra traçado da Rede Coletora do bairro Jardim Magali em azul, e está subdividido na sequência, conforme a divisão,
em verde, evidenciando o traçado com fotos do local.
Mapa 4
Mapa 5
Mapa 6
Mapa 7
15
Mapa 4
Foto 1B: Começo de Rede Coletora Foto 2B: Ligação com a rede coletora existente
16
Mapa 5 Foto 7B: Ligação com o Coletor Tronco
17
Mapa 6
Foto 14B: Rede coletora Foto 15B: Conexão Rede existente Foto 16B: Ligação com a rede coletora existente
Foto 19B: Começo de Rede Coletora Foto 20B: Mudança do Método Construtivo, de VCA para MND
18
Foto 25B: Ligação com a rede coletora existente
19
3.3. Rede Coletora Isis Cristina
O Mapa a seguir mostra traçado da Rede Coletora do bairro Isis Cristina em azul, e está subdividido na sequência, conforme a divisão, em
verde, evidenciando o traçado com fotos do local.
Mapa 8
/p
Mapa 9
20
Mapa 8
22
3.4. Retrofit Embu 4
A Estação Elevatória de Esgoto Embu 4 é localizada na Rua Emiliana Oliveira Camargo
Ribeiro, próxima a Rua José Matias de Camargo. A Foto área abaixo mostra o local.
23
Foto 3D: Visão da EEE pelo cruzamento entre a rua José Matias de Camargo e a Rua
Emiliana Oliveira Camargo Ribeiro
Foto 4D: Visão da EEE pela Rua Emiliana Oliveira Camargo Ribeiro
24
4. IDENTIFICAÇÃO DE EVENTUAIS DIFICULDADES À IMPLANTAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO/MEDIDAS DE CONTROLE E MITIGAÇÃO
9
Salvaguarda de segurança ambiental adotada pelo Banco Mundial em sua carteira de projetos
financiados.
10
Como o contrato tem cláusula de performance, a empresa ou consórcio futuramente responsável pelas
obras tem certa margem de liberdade para, por exemplo, a estruturação de frentes de trabalho, quantas
julgar necessárias para atingir a meta de ligações contratualmente estabelecida. No entanto,
independente da performance, ela será obrigada a desenvolver as ações ambientais e sociais uma vez que
estas fazem parte do denominado Escopo Obrigatório a ser cumprido pela contratada.
25
intervenção deve constar do Plano de Gestão Socioambiental da obra (PGSA), que a
empresa contratada deverá, na fase inicial do contrato, elaborar e apresentar à
aprovação da Sabesp e do Banco Mundial (sobre o PGSA, ver capítulos seguintes).
Há uma segunda medida de inovação, técnica no caso, que diz respeito à modernização
(Retrofit) da Estação Elevatória de Esgotos – EEE Embu 4. Neste caso, trata-se de
intervenção em área interna à EEE. Como passível de ser observado em fotos constantes
do Capítulo 3, a estação, conquanto inserida na área urbana, apresenta razoável grau
de isolamento, em área de densidade relativamente baixa. Está localizada no vértice de
uma bifurcação de sistema viário, mantendo vizinhança imediata com um único imóvel.
11
A Sabesp é responsável pelo atendimento a qualquer exigência feita pelos órgãos emissores de licenças
e autorizações.
12
A Licença Prévia não é necessária no caso. Não há instalação prevista de nova estação elevatória; os
coletores apresentam diâmetros relativamente pequenos e a intervenção na EEE-4 não implica elevação
da capacidade de bombeamento que esteja além do horizonte original do projeto.
26
- Autorização da concessionária (CCR Rodoanel) e da Artesp (Agência de Transporte do
Estado de São Paulo) para a travessia do Rodoanel Mário Covas.
- Outorga de travessia de córregos, de responsabilidade do DAEE – Departamento de
Águas e Energia Elétrica do Governo do Estado de São Paulo.
- Dispensa de manifestação do IPHAN – Instituto do patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (a obra prevista encontra-se em área relativamente próxima ao centro urbano
de Embu das Artes, mas fora do perímetro caracterizado por assentamento de grande
relevância histórica).
A Sabesp é a responsável pela entrega das autorizações obtidas à contratada. Frente a
qualquer necessidade de autorização adicional, não identificada até o momento, a
Sabesp se responsabilizará pela respectiva solicitação, a partir de material técnico de
subsídio que deverá ser elaborado pela contratada.
Para a implementação da carteira de obras de saneamento na Região Metropolitana de
São Paulo, a necessidade dessas autorizações é frequente e rotineira. A documentação
técnica, a tramitação das solicitações e os prazos médios de emissão das autorizações
são do conhecimento da Sabesp.
13
A Sabesp também deverá aprovar, previamente ao início das intervenções físicas, o Plano de Gestão
da Obra.
27
para a execução do trabalho socioambiental do Programa Saneamento Ambiental e
Inclusivo. Nesse sentido, cabe destaque para os seguintes aspectos: o fortalecimento da
estrutura comunitária, a educação ambiental e as ações que busquem identificar,
priorizar e atender segmentos socialmente mais vulneráveis.
Para cumprir essas finalidades, é necessário um diagnóstico adequado das condições
socioeconômicas das comunidades beneficiárias (o que inclui ouvir os moradores em
cada local), para que seja elaborado um planejamento adequado das ações a serem
executadas segundo as diretrizes do PGSA, e para que essas ações apresentem
relevância e sintonia com as expectativas da comunidade (ou, de cada comunidade, uma
vez que há dois bairros, além das áreas informais, com suas características
possivelmente próprias, a atender).
28
6.2. Questões Sociais
A Especificação Técnica da obra, juntamente com o conjunto de seus anexos, enfatiza a
necessidade de estabelecer meios de comunicação permanentes, espaços de
participação e discussão com a população a ser beneficiada pelas intervenções, com
finalidades informativas, de fortalecimento dos laços comunitários, de busca de
soluções de demandas relacionadas às obras ou, de forma conjunta, de discussão e
encaminhamento de questões relevantes para a comunidade. Há, portanto, a
necessidade de uma estratégia de comunicação com a população, a qual deverá ser
sistematizada na forma de um Plano de Comunicação Social (integrante do PGSA).
Antes do início da obra, deverá ser realizada consulta pública em local ainda a ser
definido, com finalidades igualmente informativas e de esclarecimento, inclusive quanto
a prazos de execução da intervenção, condições para a implantação das conexões
domiciliares e preços tarifários. O trabalho de informação deverá utilizar padrão de
comunicação para os materiais de qualquer tipo a serem apresentados e/ou veiculados.
O padrão deverá ser aprovado previamente pela Sabesp.
No canteiro de obras, a contratada deverá manter pessoal habilitado para informações
e recebimento de reclamações ou de qualquer outra demanda. Deverá manter também
diferentes canais de relacionamento à disposição da comunidade para queixas,
reclamações e sugestões. Esses canais devem ser amplamente divulgados a toda a
população potencialmente interessada. Qualquer reclamação ou similar efetuada será
registrada e entrará no fluxo de registro definido no MGSA, cujos resultados deverão
constar do Relatório de Progresso semestral do Programa Saneamento Sustentável e
Inclusivo.
Equipes sociais de campo deverão tratar de duas frentes de contato com a população:
uma equipe de comercialização, que fará o cadastramento das famílias e dos pedidos de
ligação à rede pública assentada; e uma equipe para o cadastramento e orientações às
famílias que, pela sua condição de renda, serão beneficiadas pela execução de ligações
segundo o padrão Se Liga na Rede. Obrigatoriamente, essas equipes deverão estar
treinadas e orientadas para a execução de suas tarefas. No caso da equipe vinculada à
frente de execução de instalações intradomiciliares, atribui-se a ela a instância de
recurso face a qualquer inconveniente observado ou sentido por famílias beneficiárias
quanto à execução dos serviços no interior dos domicílios. A Especificação Técnica é
enfática quanto à necessidade de treinamento das equipes de obras para a execução
desse tipo de trabalho, de modo a que se garanta um comportamento profissional e
adequado com relação às famílias.
29
7. PRAZO
O prazo contratual para a execução das obras objeto desse Relatório é de 30 (trinta)
meses consecutivos e ininterruptos, contados a partir da data de assinatura do contrato.
No caso das obras lineares de esgotamento sanitário (coletor tronco, redes coletoras e
ligações domiciliares), estão definidas as fases de execução conforme quadro adiante.
do contrato
30 (meses)
Assinatura
Para a obra da EEE-4, estão definidas as fases de execução conforme quadro a seguir:
Assinatura do
30 meses
contrato
TABELA 1
ATENDIMENTO DAS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS
SALVAGUARDAS ASPECTOS RELEVANTES MEDIDAS ADOTADAS RESULTADOS PREVISTOS
Esta Salvaguarda se
OP/BP 4.01 aplica a todos os Plano Gestão Socioambiental das obras, acompanhados
Avaliação Ambiental componentes e seus de matriz de riscos e impactos ambientais.
componentes
Essa salvaguarda não se A concepção de projetos de intervenções procurou evitar
aplica, uma vez que as a interferência da obra com áreas naturais com
OP/BP 4.04 obras deverão ser vegetação; também não apresenta interferência direta
Habitat Natural executadas em áreas em unidades de conservação estabelecidas pelos
urbanas. Todavia, as governos federal, estadual e/ou municipais. Se vier a
normativas ocorrer supressão vegetal: a SABESP deve ser comunicada
30
estabelecidas por ela previamente; em seguida, deverão ser executados todos
são utilizadas com o viés os procedimentos de autorização juntos aos órgãos
preventivo competentes, assim como a execução das respectivas
medidas prescritas e medidas compensatórias.
Na área de abrangência dos projetos do Programa não
são evidenciadas ocorrências de sítios arqueológicos,
bens histórico-culturais tombados, que poderiam, de
outra forma, ser afetados direta ou indiretamente pelas
obras Na hipótese de constatação de eventuais
Salvaguarda não ocorrências, serão seguidos os procedimentos da
aplicável, não há legislação pertinente e aqueles relacionados ao
OP/BP 4.11 qualquer indício de licenciamento ambiental, e solicitada a manifestação dos
Patrimônio patrimônio físico- órgãos competentes. São afetos a esse tema o Instituto
Físico-Cultural cultural que possa ser de do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o
alguma forma Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
danificado. Arqueológico, Artístico e Turístico, órgão subordinado à
Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo
(CONDEPHAAT). Os dois bairros, Jardim Magali e Jardim
Ísis Cristina, embora situados a distância não muito
grande do centro do município de Embu das Artes,
situam-se fora do perímetro do centro histórico.
Caso ocorra necessidade de desapropriação e/ou
Salvaguarda não
remoção involuntária de famílias nas áreas de
aplicável, visto que não
intervenção, as Ações serão conduzidas segundo as
há previsão de
normas e procedimentos adotados oficialmente pela
remoções involuntários
OP/BP 4.12 SABESP, bem como pelo Banco Mundial, que possui
de famílias neste
Reassentamento documentação orientadora e mandatária específica para
escopo/fase de obras.
Involuntário situações dessa natureza (Marco de Desapropriação e
Todavia, as normativas
Reassentamento Involuntário). A diretriz determina que
estabelecidas por ela,
qualquer intervenção em local desapropriado será,
são utilizadas com o viés
obrigatoriamente, precedida pela imissão de posse legal
preventivo
da área em questão.
As intervenções serão As intervenções serão efetuadas em bairros situados em
efetuadas em bairros área de drenagem da represa do Guarapiranga. O tema
OP4.37 Segurança
situados em área de de segurança das barragens é objeto de componente
de Barragens
drenagem da represa do específico do Programa, no qual está incluída a barragem
Guarapiranga do Guarapiranga.
9. FORMULÁRIO SOCIOAMBIENTAL
31
Salvaguardas Aspectos relevantes relacionados à Medidas adotadas /resultados previstos
implantação do Projeto
OP/BP 4.01 – Buscar baixa significância dos A empresa contratada deverá elaborar e
Avaliação impactos das obras submeter à Sabesp o Plano de Gestão
Ambiental Ambiental da obra (PGSA), acompanhado
de matriz de gestão de riscos (ver, ao
final desse Capítulo, modelo de matriz de
risco).
Quanto ao conteúdo do PGSA, a
contratada deverá seguir o estabelecido,
na Especificação Técnica da obra e nos
seus Anexos pertinentes.
Note-se que parte das obras de
esgotamento sanitário será realizada por
MND – Método Não Destrutivo, o que
minimiza os impactos e os transtornos
ocasionados pela intervenção. Cuidados
especiais deverão ser tomados, todavia,
para a localização do “shaft” (para
introdução dos equipamentos de
perfuração). Material removido e
quaisquer detritos e rejeitos produzidos
pelas obras deverão ser transportados
para sítio adequado e licenciado,
conforme norma adotada pela Sabesp e
também exigida pelo Banco Mundial.
32
recebimento de demandas, a
reclamações e a solicitações (telefone
0800 e recepção devidamente treinada
no canteiro de obras). Essas medidas
devem constar do PGSA.
Atividades Socioambientais
Há necessidade de licenciamento Há necessidade de preparação de Plano Gestão
ambiental? Ambiental?
[ ] SIM [ X ] SIM
[ X ] NÃO [ ] NÃO
33
se tratar de Área de Proteção e
Recuperação de Manancial, conforme
Lei de APRM-G nº 12.233/2006
(Guarapiranga) e Resolução SMA nº
22/2009.
34
Alto Risco Médio Risco X Baixo Risco
Justificativa para a Classificação do Risco
As intervenções apresentam risco qualificado como baixo, uma vez que os impactos são localizados,
temporários, mitigáveis e reversíveis. As características da intervenção indicam um efeito
socioambiental positivo, pela melhora das condições de segurança das grandes estruturas destinadas
ao esgotamento sanitário das ocupações urbanas da margem esquerda da represa do Guarapiranga
(vetor Embu das Artes e Itapecerica da Serra). As obras apresentam influência positiva quanto à
segurança hídrica da Região Metropolitana de São Paulo, dada a importância das águas da bacia para
o seu abastecimento público.
Haverá processo de consulta/reunião prévia a partes Data da consulta
interessadas?
[x ] SIM
[ ] NÃO
Haverá reunião para consulta pública quanto às obras A agendar.
que, entretanto, será realizada provavelmente de forma
virtual, dados os efeitos da pandemia.
Há riscos potenciais identificados à execução das obras?
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Modelo de Matriz de Riscos (a ser adaptada para a obra objeto desse Relatório)
MITIGÁVEL
MAGNITUDE TEMPORALIDADE IMPORTÂNCIA DURAÇÃO REVERSIBILIDADE SENSIBILIDADE / SIM ou
NÃO
PRESENÇA DE
PEQUENA TEMPORÁRIO SIGNIFICATIVA CURTA REVERSÍVEL
MATRIZ ÁREAS
HÁ
SENSÍVEIS E MEDIDAS DE
RISCO / IMPACTO
POSSÍVEIS MITIGAÇÃO OU
IMPACTO (Sim ou MÉDIA MÉDIA
IMPACTOS COMPENSAÇÃO
Não)
AMBIENTAL COM A OBRA
MITIGÁVEL
NÃO (APAS,
PERMANENTE IRREVERSÍVEL
SIGNIFICATIVA RESERVAS OU
RESÍDUOS DE
GRANDE LONGA
MATA
ATLÂNTICA,
ETC)
caminhão pipa
Não
POEIRA sim PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM / limpeza
significativa
manual
RESÍDUOS M. Não
sim PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM bota fora
DE OBRA significativa
Plano de
supressão de
vegetação e os
SUPRESSÃO DE Não
sim PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM requerimentos
VEGETAÇÃO significativa
a serem
indicados pela
CESTESB
Procedimento
Não
Fauna e flora Sim PEQUENA Temporária CURTA REVERSIVEL PEQUENA SIM de resgate de
significativa
fauna e flora
placas
FALTA DE indicativas /
Não
SINALIZAÇÃO P/ sim PEQUENA Temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM fitas de
significativa
PEDESTRES isolamento /
cones
a ser
OBRAS EM APP
Não eventualmente
SEM sim PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM
significativa indicada pela
OCUPAÇÃO
CETESB
PODA DE
NÃO - - - - - - - -
ÁRVORES
método não
IMPACTO EM
Não destrutivo na
CURSOS sim PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM
significativa execução junto
D’ÁGUA
ao córrego
manutenção
POLUIÇÃO DE Não
SIM PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM preventiva nos
VEÍCULOS significativa
veículos
reposição
Não
BURACOS SIM PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM concomitante a
significativa
execução
implantação de
DIFICULDADE
Não faixas
DE TRÂNSITO P/ SIM PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM
significativa exclusivas para
AS PESSOAS
pedestres
sinalização
DIFICULDADE principalmente
Não
DE TRÂNSITO P/ SIM PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM para vala a céu
significativa
OS VEÍCULOS aberto e
cuidado na
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MITIGÁVEL
MAGNITUDE TEMPORALIDADE IMPORTÂNCIA DURAÇÃO REVERSIBILIDADE SENSIBILIDADE / SIM ou
NÃO
PRESENÇA DE
PEQUENA TEMPORÁRIO SIGNIFICATIVA CURTA REVERSÍVEL
MATRIZ ÁREAS
HÁ
SENSÍVEIS E MEDIDAS DE
RISCO / IMPACTO
POSSÍVEIS MITIGAÇÃO OU
IMPACTO (Sim ou MÉDIA MÉDIA
IMPACTOS COMPENSAÇÃO
Não)
AMBIENTAL COM A OBRA
MITIGÁVEL
NÃO (APAS,
PERMANENTE IRREVERSÍVEL
SIGNIFICATIVA RESERVAS OU
RESÍDUOS DE
GRANDE LONGA
MATA
ATLÂNTICA,
ETC)
implantação do
shaft.
trabalhos
realizados em
horários
DIFICULDADES alternativos
Não
PARA SIM PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM quando
significativa
COMERCIOS necessário e
cuidado na
localização dos
shaft
utilização de
ABERTURA DE Não escoramento e
PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM
VALAS significativa utilização de
EPIs
manter a
comunidade
BARULHO
Não informada,
(PESSOAS E PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM
significativa através de
MAQUINAS)
reuniões de
conscientização
SUBSTÂNCIAS Não
PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM não há
POLUENTES significativa
comunicação
ACIDENTES E imediata a
Não
ACIDENTES SIM PEQUENA temporário CURTA REVERSÍVEL PEQUENA SIM SABESP, UGP e
significativa
COM VEÍCULOS se for o caso ao
Banco Mundial.
de acordo com
os
procedimentos,
RECOMPOSIÇÃO a reposição
Não
ADEQUADA DE MÉDIA temporário MÉDIA REVERSÍVEL PEQUENA SIM será realizada
significativa
PAVIMENTOS seguindo os
padrões
existentes
antes das obras
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Anexo 1 - Escopo das Salvaguardas de Projeto Adotadas pelo Banco Mundial
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