.Trashed-1712095041-Subsídio Quaresmal 2024
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1
INDICE
Introdução ........................................................................................................................... 6
QUARTA-FEIRA DE CINZAS............................................................................................... 7
QUINTA-FEIRA .................................................................................................................... 8
SEXTA-FEIRA ........................................................................................................................ 9
SÁBADO ............................................................................................................................... 10
I DOMINGO .......................................................................................................................... 11
II DOMINGO........................................................................................................................ 13
IV DOMINGO ...................................................................................................................... 17
V DOMINGO........................................................................................................................ 19
p. 2
Mensagem do Padre Assessor
Queridos jovens,
São João Paulo II sempre nos alertou para não termos medo de ser santos!
Aproveitemos esse tempo para intensificar e renovar os impulsos dessa busca. Também
nosso grande pai e mestre da juventude, São João Bosco, dizia: “nossa vida é um presente
de Deus e o que fazemos dela é o nosso presente a Ele”, que seja feito o melhor.
Por fim, espero que aproveitem mais um material pensado e feito com muito
carinho e dedicação para vocês. E depois desse grande tempo de preparação, nos
encontraremos na Paróquia São João Batista, no dia 06 de abril, para proclamarmos para
todo o mundo ouvir que ELE VIVE!
p. 3
ANGELUS DA PAIXÃO
[da Opus angelorum]
Oremos: Senhor Deus, Pai Celestial, que nos destes Vosso Filho Unigênito para que,
pela Sua morte na Cruz, nos redimisse, fazei que este fruto da redenção se torne eficaz
em todos nós. Mandai os Vossos Santos Anjos em nosso auxílio, para que por meio deles
reconheçamos sempre melhor este grandioso ato da redenção, sigamos sempre mais
conscientemente a palavra e a vontade de Deus e um dia possamos agradecer-Vos com
todos os Santos Anjos por toda a eternidade. Amém.
p. 4
OUVIR HOJE
A VOZ DE
DEUS
(cf. Sl 94,8)
p. 5
Introdução
“‘Sem mim nada podeis fazer!’. Nova luz, ou melhor, resplendores novos, para os
meus olhos, dessa Luz Eterna que é o Santo Evangelho” (São Josemaría Escrivá,
Caminho, 416).
As seguintes meditações são apenas uma proposta de caminho por onde seguir.
Mais importante será ler o texto bíblico e conversar com Deus.
A Liturgia da Quaresma nos educa para a alegria da Páscoa. Assim, será muito
oportuno aproveitar-se neste tempo do Evangelho do Domingo para se aprofundar em
um ou outro aspecto dele, com a criatividade e o carisma próprios de cada grupo ou
movimento.
p. 6
QUARTA-FEIRA DE CINZAS
No Evangelho que a Igreja nos transmite hoje, Jesus ensina a oração aos seus
discípulos: “Quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que
está no oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa” (Mt 6,
6). Nos concentremos com amor nesta verdade: o Pai vê o que está escondido.
Franz Kafka escreveu: “Tive vergonha de mim próprio quando percebi que a vida
é uma festa de máscaras, e participei com o meu verdadeiro rosto”. Diante do Pai, são
inúteis as máscaras. Também não há razão para sentirmos vergonha. Deus conhece em
nós o que muitas vezes escondemos dos outros.
Hoje, animado pela Palavra de Deus, abrirei meu coração a Ele, na coragem e
sinceridade que o Espírito Santo me concede.
O Pai quer escutar a tudo para me ajudar, porque em oração me coloco atento
diante do que Ele quer me falar. Conhecendo os meus segredos, Ele me permitirá
conhecer os segredos dele, revelados em Cristo.
p. 7
QUINTA-FEIRA
O nome de Jesus significa “Deus salva”, o que é um indicativo claro de sua missão.
No Creio, rezamos que Jesus desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo no seio
da Virgem Maria “por nós, homens, e para nossa salvação”.
O Amor fez com que o Pai enviasse o seu Filho. Conforme o evangelista João,
“Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele
crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). Crer em Jesus significa segui-lo;
assimilar seu projeto e viver nele.
Hoje, Jesus nos faz, ainda, uma pergunta: “De que adianta a um homem ganhar
o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?”
Escuto esta pergunta e me interrogo também: existe algo que está fazendo com
que eu destrua a minha vida, algo que me afaste do amor a Deus e aos irmãos? Como
posso renunciar a isso? Como posso, no amor, oferecer a minha vida por Cristo? Não
pensemos primeiramente em grandes obras, mas em pequenos gestos que me darão
perseverança no seguimento. Não tropeçamos em grandes montanhas, mas em
pequenas pedras.
p. 8
SEXTA-FEIRA
O jejum que não se preocupa com o outro não é verdadeiro e desagrada a Deus.
Escutamos das Escrituras a palavra decisiva: “Por acaso não consiste nisto o jejum que
escolhi: […] em repartires o teu pão com o faminto?” (Is 58,6.7).
p. 9
SÁBADO
O Evangelho transmitido pela Igreja hoje nos apresenta uma cena surpreendente:
Jesus, o Santo de Deus, senta-se com os pecadores ao redor da mesa. Sentar-se à mesa
é ocasião de criar profunda comunhão com o outro. Jesus instituirá o Sacramento da
Comunhão, a Eucaristia, em uma ceia.
Vale lembrar que para a sociedade em que Jesus viveu, o pecado não era um
simples ato isolado, mas tinhas projeções mais amplas, inclusive em âmbito público. Ou
seja: “pecador” era o nome dado a um tipo de grupo social maldito, que devia ser evitado
e excluído. Eram vistos como criminosos, muitas vezes, inclusive, por causa de alguma
enfermidade que os acometia.
Rezemos hoje, de modo especial, por todos aqueles jovens excluídos das “mesas”
dos nossos grupos: em todos os que estão em alguma Fundação Casa, nas ruas, às vezes
sem moradia ou sem estrutura familiar. Os jovens que não estão conosco precisam
de nossas orações e de nossa proximidade cordial!
Quanto a nós, que pela misericórdia de Deus nos sentamos à mesa com Jesus, não
nos deixemos assustar ou desanimar pelo peso de nossas fraquezas. Busquemos amá-lo;
busquemos nos levantar se cairmos, apoiados pela mão de Deus.
“A humildade leva cada alma a não desanimar perante os seus erros. A verdadeira
humildade leva... a pedir perdão!” (São Josemaría Escrivá, Forja, 189).
p. 10
I DOMINGO
Ao deserto
O deserto nos lembra o caminho que o povo fez ao sair do Egito em direção à
terra prometida. Inclusive, assim como o povo ficou no deserto por quarenta anos, Jesus
permanece nele por quarenta dias. O número quarenta significa, na Bíblia, a totalidade
da vida, por ser o tempo de uma geração. Pode-se afirmar, portanto, que Marcos
pretendia ensinar que toda a vida de Jesus foi um deserto, ou seja: marcada pela
docilidade ao Espírito e pela convicção do caminho.
Jesus se faz próximo da história do povo, mas apontando para uma direção
certa: a obediência ao projeto do Criador. A salvação que Jesus nos transmite é
aquela que nos faz voltar à felicidade do Paraíso, quando o homem vivia naquela
comunhão original com Deus, com os seus semelhantes e com o mundo.
p. 11
Para viver nesta semana...
Conhecida como a mãe das outras virtudes, ela guia as demais e nos ajuda a ter
os pés no chão para sabermos qual ação tomar. O cristão prudente é aquele que se deixa
guiar pela razão iluminada pela fé e, para São João Paulo II, “a fé e a razão constituem
como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da
verdade”.
Somos imprudentes não quando atravessamos uma rua fora da faixa de pedestres,
mas quando somos superficiais. Deixar a vida “nos levar”, viver apenas na mão das ações
impulsivas ou na afobação e na correria do dia a dia, sem tempo para nos organizarmos
e refletirmos sobre nossas atitudes nos mostra que ainda precisamos conhecer e viver
muito da virtude da prudência.
Quando buscamos ser prudentes, damos três passos antes de uma ação: reflexão,
juízo e decisão. Para a reflexão precisamos vencer a preguiça de pensar; dedicar um
tempo a pensar sobre a vida e sermos humildes pedindo o auxílio do Espírito Santo. O
juízo consiste em avaliarmos o que é melhor, o que agrada a Deus e nos faz bem; buscar
o equilíbrio em nossas atitudes e perceber as prioridades na nossa vida. Por fim, a
decisão é a ação do conhecimento verdadeiro; vencer o comodismo e o medo de que
algo não dê certo e pôr em prática o que precisa ser feito.
Que nesta semana você busque momentos de mais silêncio e reflexão para orar,
meditar e esclarecer com Deus os assuntos da vida; evite os extremos da imprudência:
a afobação e a hesitação excessiva. Tenha mais calma antes de agir para não se
deixarmos levar pelo nervosismo ou pela agitação. Peça a luz do Espírito Santo para que
não tenha medo ou preguiça de arriscar e de fazer o que precisa ser feito e para que seja
firme em suas decisões, levando as coisas até o fim.
p. 12
II DOMINGO
Jesus não queria que eles permanecessem atônitos, mas buscava fazer com
que eles se aproximassem mais dele.
Penso no meu grupo e nos seus encontros: é um lugar bom para estar? As pessoas
querem permanecer nele? Mas também me interrogo: os encontros têm animado os
jovens a seguirem firmes o caminho sonhado por Deus, de entrega no amor?
p. 13
Para viver nesta semana...
Essa palavra pouco usada no nosso dia a dia significa “alma grande”, “grandeza
de alma”. Vista como uma derivação da Fortaleza, essa virtude manifesta a capacidade
de enfrentar, empreender, assumir ideais e, para Santo Tomás de Aquino, “o
magnânimo tende para aquilo que é grande”. Através dela vemos a vitória do amor e da
fortaleza sobre a mesquinhez e o conformismo.
A magnanimidade é a força que nos faz sair de nós mesmos para realizar obras
para Deus e para o bem do próximo. Não esperar que os outros façam aquilo que cabe
a nós é fruto desta virtude que rompe o egoísmo. Ela vem como um complemento da
Prudência, pois, se com uma distinguimos o que é o bem, com a outra ganhamos forças
para lutar por ele sem medir esforços.
O magnânimo usa totalmente das suas forças ao que vale a pena; além da alma
grande, possui também um grande coração. É generoso e por isso foge do exibicionismo,
da vaidade e da busca de recompensas. Se doa sem pedir nada em troca, percebe que o
bem precisa ser feito e que é ele mesmo quem tem que fazê-lo.
Durante essa semana te propomos a abrir seu coração para ideais e metas
elevadas; que deseje ser melhor para assim amar mais quem está ao seu redor. Que você
não tema em dar seu “sim” ao que Deus te propor durante esses dias, confiando que Ele
prepara o melhor para você. Busque perceber a magnanimidade nos pequenos atos do
seu dia, afinal “tudo que é grande começou por ser pequeno” e veja as dificuldades como
um desafio que te leva a voar mais alto. Peça a Deus um coração que se assemelhe ao
de Jesus para se doar e fazer o bem.
p. 14
III DOMINGO
O Evangelho de hoje nos diz que Jesus conhece o homem por dentro e por isso
não precisa do testemunho de ninguém a nosso respeito.
p. 15
Para viver nesta semana...
O ser humano tem a capacidade de usar sua inteligência e vontade para coisas
boas ou ruins, por isso temos o livre arbítrio. A intemperança é justamente quando nos
colocamos a favor da segunda opção e transformamos o que existe para nos servir
(comida e bebida) em algo que nos leva a perder a saúde e física e mental.
Durante essa semana observe os momentos do seu dia em que precisa aprender
a moderar suas ações para vencer a gula, a preguiça e a luxúria. Procure se mortificar
em relação aos alimentos renunciando a algo que goste muito de comer. Faça uma lista
com todas as ações (comida, bebida, descanso, sexualidade...) em que você ainda precisa
fazer valer a temperança na sua vida e procure vivenciar, com auxílio da graça divina, a
experiência de pequenos sacrifícios diários.
p. 16
IV DOMINGO
Nosso Senhor não se deixa surpreender por discursos bonitos ou com teorias bem
formuladas. A Fé nEle deve nos transformar por completo: nossos pensamentos,
sentimentos, ações.
Aquele que crê na verdade deve agir conforme a verdade. Jesus mesmo nos
advertiu que nem todo aquele que diz “Senhor! Senhor!” entrará no Reino dos céus.
Tenhamos cuidado, contudo, com algumas disposições que podemos ter:
Muitas vezes queremos impor a verdade aos outros de tal modo que acabamos
por testemunhar contra ela. Por exemplo, quantas vezes caímos na tentação de discutir
de modo infrutífero nas redes sociais com pessoas que não creem no mesmo que nós?
Ou então: quantas vezes nos iramos quando uma pessoa próxima de nós tem algum
comportamento inconveniente?
Por outro lado, muitas vezes perdemos a paciência conosco mesmos, por causa
de nossas fraquezas e falta de perseverança. Atenção: o caminho de amizade com Cristo
é um processo que deve ser vivido dia a dia. No nosso coração, deve existir o desejo de
nos entregarmos totalmente a ele. E parte deste desejo é formado pela paciência de cada
passo.
“Essa tua santa impaciência por servir a Deus não Lhe desagrada. Mas será estéril
se não for acompanhada de um efetivo melhoramento na tua conduta diária” (São
Josemaría Escrivá, Caminho, 289).
p. 17
Para viver nesta semana...
b) Saber calar quando o nervosismo grita em nós, não nos deixando levar pela
indignação. Não retrucar e replicar, evitando brigas e discussões desnecessárias;
c) Saber falar com Deus antes de responder alguém que nos tirou a paz do
coração, para que Ele nos mostre a real dimensão das coisas e não respondamos com
raiva, querendo mostrar que estamos certos.
Para essa quarta semana se esforce para aceitar os defeitos dos que estão a sua
volta sem se irritar e sem perder a serenidade. Procure não resmungar das
contrariedades que acontecerem nos seus dias. Ao se relacionar com as outras pessoas,
busque não reclamar de conversas intermináveis; ter calma ao precisar repetir alguma
fala ou explicação; não ser grosseiro ao cobrar os outros sobre algo que deveria ter feito
e não implicar com tiques e manias de quem estiver ao seu redor. Medite a Via Sacra e
veja como Jesus teve paciência ao sofrer e morrer por nós. Peça a Deus forças para
carregar com serenidade as pequenas cruzes que te aparecerem e não se esqueça de
invocar o auxílio de Nossa Senhora, rezando: “Rainha da Paz, rogai por nós!”.
p. 18
V DOMINGO
“Cristo, ‘jovem com os jovens, torna-se modelo para os jovens e os consagra para o
Senhor’ (Santo Irineu): santificou a juventude pelo próprio fato de tê-la vivido.
p. 19
SEMANA SANTA
p. 20
Quem é este a quem chamamos Judas Iscariotes?
2. Uma primeira informação que temos sobre Judas, que nos ajuda a compreender
quem era este homem chamado por Jesus, é que ele era “Iscariotes”. Não se trata de
um sobrenome, mas de um título, uma especificação. Alguns estudiosos
interpretam que trata-se de uma transcrição de sicarius, que seria o equivalente no latim
da palavra em grego zelotés. Os zelotas eram um grupo de judeus nacionalistas e
revolucionários que protestavam contra a dominação de Israel pelo Império Romano
por causa de um zelo radical pela Lei de Deus, a Torah. Eram homens determinados,
dispostos a morrer pelo ideal que defendiam. Na verdade, uma das histórias mais
comoventes sobre os zelotas é o do seu fim, quando decidiram acabar com a própria
vida. Com a destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos, os zelotas fugiram para
uma fortaleza em Israel chamada Massada, um lugar alto e completamente inacessível,
que atualmente é um parque nacional. Cercados pelos soldados, permaneceram
inabaláveis no seu refúgio, enfrentando inclusive a fome. Acabando o alimento deles,
os romanos finalmente conseguiram invadir Massada, mas, ao chegar lá, se depararam
com todos eles mortos: preferiram antes morrer, ao invés de se tornarem escravos dos
inimigos. Isso aconteceu cerca de quarenta anos depois da Morte e Ressurreição de
Jesus. Mas é significativo que Judas tenha, antes, participado de um ideal que
levaria tantos à morte. Provavelmente, portanto, era também um sujeito de
opinião forte.
Nos lembremos de que pessoas de todo tipo de ideias seguiam Jesus; para formar
o grupo dos Doze, Jesus não considerou como critério que todos tivessem as
mesmas ideias, que defendessem os mesmos posicionamentos políticos e
religiosos. Por outro lado, quem tem um encontro verdadeiro com Jesus e se coloca a
segui-lo sabe que a renúncia e o sacrifício são necessários. Aqueles que chamou, Jesus
queria que se abrissem à Palavra dele, que fossem dóceis para mudar de ideia
quando necessário, que abraçassem a cruz, que dessem o braço a torcer, que acolhessem
o projeto dEle de todo o coração.
Tudo isso acontece a partir de processos e não do dia para a noite: nossa
conversão é um caminhar, um processo de adesão, no qual damos um passo de cada vez
– ainda que devamos estar determinados a assumir todo o Caminho daquele que disse
ser o Caminho, a Verdade e a Vida. Também com os Apóstolos a vida com Jesus era um
processo, porque são humanos. No entanto, ainda que Judas tenha um dia dito
“sim” ao convite de Jesus e deixado o grupo dos zelotas para segui-lo,
provavelmente não soube lidar com as crises que apareceram no caminho.
p. 21
Imaginemos, por exemplo, quais foram os sentimentos e disposições de Judas,
considerando que ele era totalmente avesso ao Império Romano, quando viu Jesus
tomar uma moeda na mão e dizer: “Dai a César o que é de César”. A um homem de
opinião forte como Judas, era certamente foi um sinal de contradição!
3. Com isso, Jesus desafiava a Judas com amor, para que ele se convertesse. Jesus
desafiou a todos: Quando Pedro tentou persuadir Jesus a não entregar a vida, Jesus
mostrou que era esse o seu caminho; quando os filhos do trovão quiseram lançar fogo
sobre uma cidade que não os acolheu, Jesus mostrou que não era esse o pensamento de
um cristão. Quando Judas disse que era melhor vender o perfume que uma mulher
colocava sobre os pés de Jesus e usar o dinheiro para ajudar os pobres, o mesmo Jesus
mostrou que a devoção a ele não contradiz a proximidade que devemos ter com os
necessitados. Os outros onze, aos poucos, foram compreendendo e assimilando
o projeto de Jesus. Judas, por outro lado, não conseguia sair da crise vocacional
que vivia: “viver a vida com Jesus, que me chamou para caminhar com ele, ou
viver a vida conforme os meus ideais?”. Dentre todas as possibilidades, toma a
decisão mais drástica: denuncia o Mestre, entrega o Filho de Deus, por míseras trinta
moedas. O mesmo evangelista Mateus nos diz que depois, com remorso, quando
percebe, finalmente, que entregou um homem inocente, Judas tenta devolver o
dinheiro, mas é ignorado e, entrando em desespero, se enforca. Desesperado, realiza
o último ato de endurecimento do coração: se se arrependesse, como Pedro se
arrependeu, certamente teria sido perdoado por Jesus – ele havia escutado Jesus
dizer que ainda que por sete vezes no mesmo dia alguém pecasse contra nós e
voltasse arrependido pedindo perdão, nós deveríamos oferecer o perdão.
Certamente, Judas foi um ouvinte distraído. Desesperado, não consegue aderir à
mensagem de Jesus. Se Judas tivesse buscado o perdão, certamente teria encontrado; se
arrependido tivesse pedido perdão, certamente se lhe teria concedido; se tivesse batido
arrependido à porta do perdão, certamente ela se abriria para ele.
p. 22
Maria, discípula fiel
4. Uma vez, Jesus disse: “Feliz aquele que não se escandalizar por causa de
mim” (Lc 7, 23). O projeto de Deus, revelado em Jesus, é ocasião de queda para muitos,
mesmo para muitos que são discípulos, batizados. Quando, ainda recém-nascido, Jesus
foi levado ao Templo por Maria e José, o velho Simeão disse à Nossa Senhora: “Este
menino será motivo de queda e soerguimento para muitos. Quanto a ti, uma espada de
dor traspassará o teu coração!”. Normalmente, pensamos que a “espada de dor” significa
o sofrimento causado em Maria pela morte de Jesus. No entanto, ainda que não
entendesse totalmente o que estava acontecendo, Maria confiava em Jesus como uma
discípula fiel e acreditava, portanto, que a sua morte não era um fim. O que será, pois,
a “espada de dor” no coração de Maria? Digo: Nossa Senhora sofre por todos aqueles
para quem Jesus é motivo de queda, por todos aqueles que não quiseram e não querem
aceitar a proposta de Jesus, único que tem palavras de vida eterna.
Quando Ele nasce, passa trinta anos em uma vida comum, bem diferente do que
o anjo anunciou a ela: “ele será rei, e o seu reino não terá fim”. Depois, Jesus sai de casa
para começar a pregar. Um dia, Maria, querendo visitar Jesus, vai com alguns parentes
até uma casa onde ele estava. Lá, os parentes, vendo que Jesus estava diferente, o
chamam de louco; quanto constrangimento para uma mãe escutar isso de seu filho! No
entanto, permanece fiel. Hoje se encontra com ele no caminho para o calvário: a missão
de Jesus parece estar fracassando – mas no coração dela, cheio de Palavra de Deus,
resplandecia a mais firme esperança. Quanto pesar, quanto sofrimento, Maria não deve
ter experimentado quando ficou sabendo que um amigo de Jesus o tinha traído e quase
todos os outros, com exceção de João, o tinham abandonado. Maria estará lá, em pé,
diante da cruz, cheio de fé e esperança, oferecendo-se com ele, em silêncio.
p. 23
Depois, estará reunida com os discípulos para ver, cheia de alegria e admiração,
o seu Filho e Mestre ressuscitado, vitorioso sobre a morte. Permanecerá com os
discípulos em oração, até o dia em que o Espírito Santo será enviado sobre eles. Maria
nunca deixou o seu Filho, portanto Maria nunca abandonará os discípulos de Jesus: na
cruz, ela nos recebeu como filhos seus.
p. 24
ELE VIVE!
Após o tempo de deserto, é hora de proclamar com toda a força que Deus colocou
em nós: Cristo vive!
“CRISTO VIVE: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo
o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que
quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!
Está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais que te possas afastar, junto de
ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para recomeçar. Quando te sentires
envelhecido pela tristeza, os rancores, os medos, as dúvidas ou os fracassos, Jesus estará
a teu lado para te devolver a força e a esperança”.
Nossa alegria é tão grande que deve ser comunicada. Por isso, não se esqueça
de formar sua caravana e comemorar conosco no ELE VIVE, que é a Páscoa da
juventude. Nos acompanhe nas redes sociais do Setor Juventude de São João dos
Campos para maiores informações.
p. 25
Setor Diocesano da Juventude
Diocese de São José dos Campos - SP
p. 26