Casos Praticos Antonia-1

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Licenciatura em Ciências Jurídicas


Disciplina: Direito Comercial

Exercícios
CASOS PRÁTICOS DE DIREITO COMERCIAL

Discente: Antónia José Muitamaleia

Docente: Osvaldo Valeriano

Maputo, Outubro de 2023


1. João Renato era dono de um restaurante, exercendo pessoalmente sua administração. Sofre
um acidente grave, automobilístico, que o leva a ser interditado para os actos da vida
civil, mas insiste em continuar as actividades da empresa. Nessas condições pessoais:

a) Poderá fazê-lo, por meio de autorização judicial na qual se nomeará um curador e


de natureza irrevogável, salvo prova de abuso de gestão.
b) Poderá fazê-lo, desde que por meio de representante ou devidamente
assistido, sem interferência judicial, já que as obrigações legais passam a ser
integralmente de seu representante.
c) Não poderá fazê-lo, por impedimento legal e, se o fizer, não responderá pelas
obrigações contraídas, por sua incapacidade.
d) Não poderá fazê-lo, por impedimento legal às atividades empresariais, mas, se o
fizer, responderá pelas obrigações contraídas, para que não haja prejuízo a terceiros de
boa-fé.
e) Poderá fazê-lo, desde que por meio de representante ou devidamente assistido,
com precedente autorização judicial que examine as circunstâncias e riscos da empresa,
bem como a conveniência em contínua- la e podendo tal autorização ser revogada pelo
juiz, nos termos previstos em lei.

2. A … comerciante em nome individual, casado com B … no regime de comunhão de


adquiridos, é titular de um estabelecimento comercial no qual se dedica à venda de
calçados.
a) Quais os bens que respondem pelas dívidas contraídas por A … no exercício da
sua actividade comercial?
R: Pelas dividas contraídas por A no exercício da sua actividade comercial, respondem todos os
bens que integram o seu património pois conforme alude o número 4 do artigo 59 do Código
Comercial “a falta de limitação de responsabilidade expressa torna ilimitada a
responsabilidade do empresário individual, respondendo pelas dívidas contraídas no
exercício da actividade com todos os bens que integram o seu património”.
b) Se A …, para a venda de calçado, for titular de um E.I.R.L., manter-se-ia a
resposta dada em a)?
R: O número 2 do artigo 59 do Código Comercial que estabelece que pela dívida resultante da
actividade do empresário individual, que tenha instituído a responsabilidade limitada,
respondem apenas os bens do empresário individual até o valor declarado no registo”, assim
sendo, a resposta não seria a mesma porque se o A for titular de uma E.I.R.L responde
apenas os bens até o valor declarado no registo.
c) O E.I.RL. pode ser constituído sem capital?
R: A E.I.R.L., sendo uma empresa individual de responsabilidade limitada não pode ser
constituído sem capital, porque o capital é o fundamento da responsabilidade da E.I.R.L.

d) No caso de o E.I.R.L. ter um capital de 10.000,00mt, quando deve ser este


realizado?
R: A participação de capital social é realizada até um ano a contar da data do registo definitivo
do contrato de sociedade, de acordo com o número 1 do artigo 95 do Código Comercial.

e) Se A … tiver dívidas alheias à exploração do E.I.R.L., podem os respectivos


credores penhorar os bens que integram o património do estabelecimento?
R: As dívidas alheias à exploração da E.I.R.L são de responsabilidade exclusiva do A e não
podem ser imputadas a E.I.R.L, o que significa que os respectivos credores não podem
penhorar os bens que integram o património do estabelecimento da E.I.R.L.
3. Com vista a melhorar o exercício das suas actividades económicas de venda de
eletrodomésticos, as sociedades “X…, Lda.” e “Y…, Lda.” agruparam-se e celebraram
entre si um contrato pelo qual constituíram “X…, Lda. & Y…, Lda.
a) Identifique e descreva o contrato celebrado.
R: Com vista a melhorar o exercício das suas actividades económicas as sociedades “X…, Lda.”
e “Y…, Lda celebraram um contrato de fusão no qual o número 1 do artigo 191 do Código
Comercial dispõe que “Duas ou mais sociedades, ainda que de tipo diverso, podem fundir-se
mediante a sua reunião em uma só”.
b) Pode “X…, Lda. & Y…, Lda.,” ter como fim principal a obtenção de lucros?
R: Sim, pode, pois a sociedade tem como fim a obtenção do lucro.
c) Que bens responderão por eventuais dívidas de “X…, Lda. & Y…, Lda., ACE”?
R: A fusão das empresas tornou elas em uma so sociedade, o que significa que responderão por
eventuais dividas de “X…, Lda. & Y…, Lda., ACE” os bens que elas em conjunto detêm.
d) Se “X…, Lda. & Y…, Lda.,” prosseguir como fim principal a obtenção de lucros, a
resposta seria a mesma da alínea anterior?
R: A resposta seria a mesma.
4. “S …, Lda.”, “T …, SA”, e “U …”, comerciante em nome individual, celebraram um
contrato mediante o qual se obrigavam entre si a edificar um empreendimento turístico.
No contrato ficou estipulado que só “U …“se relacionaria com terceiros.
a) Identifique o tipo de contrato celebrado.
R: O tipo de contrato celebrado denomina-se por Consórcio que é o contrato pelo qual duas ou
mais pessoas, singulares ou colectivas, que exercem uma actividade económica se obrigam
entre si a, de forma concertada, realizar certa actividade ou efetuar certa contribuição.

b) Se do contrato constasse que as relações com terceiros seriam levadas a cabo por
qualquer um dos membros, desde que invocasse tal qualidade, a resposta seria a mesma
da alínea anterior?
R: Sim, a resposta seria a mesma da alínea anterior pelo facto de que todos os membros tem a
mesma qualidade, embora possam atribuir uma determinada responsabilidade a um dos
membros.
c) “S …, Lda.”, “T …, SA”, e “U …” poderiam acordar em estabelecer um fundo comum?
R: “S …, Lda.”, “T …, SA”, e “U …” não podem estabelecer um fundo comum, isto porque, os
membros do consórcio não exercem uma actividade em comum, cada um continua a exercer
uma actividade, embora concertada com as dos restantes membros e não existe fundo
patrimonial comum.

5. “M ….”, único gerente da “V …, Lda.”, celebra verbalmente um contrato com “N …”,


seu irmão, multimilionário, por força do qual este entrega à sociedade 1.000.000,00mt e
adquire o direito de, durante 5 anos, receber 90% dos lucros obtidos pela sociedade.

a) Identifique o contrato celebrado.


R: O tipo de contrato denomina-se Contrato de Suprimento e encontra-se previsto no artigo 107
do Código Comercial.
b) Por força do contrato referido, “N …” participa nas perdas que a sociedade venha,
eventualmente, a ter?
R: Pretendendo participar dos lucros, o N participa também nas perdas que a sociedade venha,
eventualmente, a ter.
c) Por força do contrato referido, “N …” adquire a qualidade de sócio da sociedade “V
…, Lda.”,?

R: Não, o N não adquire a qualidade de sócio da sociedade V Lda., uma vez que o seu
empréstimo esta sujeito ao regime de crédito de suprimento uma vez que tem carácter de
permanência nos termos fixados nos n.ºs 2 e 3 do artigo 107 do Ccom.

Você também pode gostar