1.1. Apres - Capital

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE VISEU

CAPITAL PRÓPRIO

LCA / LGE / LGEPL CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES / RELATO FINANCEIRO


Conteúdos

1. ESTATUTO JURÍDICO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS

2. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES

3. O CAPITAL PRÓPRIO

4. MODIFICAÇÕES DO CAPITAL

5. A TRANSMISSÃO DA POSIÇÃO SOCIAL

2
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

3
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedades por Quotas:


– Sociedade unipessoal por quotas
– Sociedade por quotas

• Sociedades Anónimas

• Sociedades em Nome Coletivo

• Sociedades em Comandita:
– Sociedade em comandita simples
– Sociedade em comandita por ações

4
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedade unipessoal por quotas:


Art.º 270º-A a 270º-G do C.S.C

– Nº de sócios: 1 (singular ou coletivo)


– Capital mínimo: 1,00€ (representado por uma
quota)
– Responsabilidade: Limitada à quota subscrita
– Gerência: Um ou mais gerentes, pessoas
singulares, estranhos ou não à
sociedade
– Firma: Conter expressão “Sociedade
Unipessoal” antes da palavra
“Limitada” ou “Lda”

5
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedade por quotas:


Art.º 197º a 270º do C.S.C.

– Nº de sócios: 2 (singulares ou coletivos)


– Capital mínimo: 2,00€ (mínimo de 2 quotas)
– Valor mínimo quota: 1,00€
– Responsabilidade: Limitada às quotas subscritas
– Gerência: Um ou mais gerentes, pessoas
singulares, estranhos ou não à
sociedade
– Firma: Nome ou firma de todos ou alguns
dos sócios, denominação
particular ou ambos, acrescido de
“Limitada” ou “Lda”
6
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedade Anónima:
Art.º 271º a 464º do C.S.C.

– Nº de sócios: 5 (singular ou coletivo)


– Capital mínimo: 50.000,00€ (Ações)
– Valor mínimo ação: 0,01€
– Responsabilidade: Limitada às ações subscritas
– Administração:
▪ Duas modalidades:
– Conselho de administração e Conselho fiscal
– Direção, Conselho geral e Revisor Oficial de Contas
– Firma: Nome ou firma de todos ou alguns dos sócios,
denominação particular ou ambos, acrescido de
“Sociedade Anónima” ou “SA”
7
Ações sem valor nominal
Sociedades Anónimas: Sociedades Anónimas:
Art 276 Art 298
Valor nominal do capital e das acções 1 - É proibida a emissão de acções
1 - As acções das sociedades anónimas abaixo do par ou, no caso de acções
podem ser acções com valor nominal ou sem valor nominal, abaixo do seu valor
acções sem valor nominal. de emissão. (Mantém-se um valor
2 - Na mesma sociedade não podem mínimo de emissão o que caso o valor
coexistir acções com valor nominal e de mercado seja inferior pode colocar
acções sem valor nominal. um problema às empresas)
3 - O valor nominal mínimo das acções
ou, na sua falta, o valor de emissão, não 3 - Se a emissão de acções sem valor
deve ser inferior a 1 cêntimo. nominal for realizada a um valor de
4 - Todas as acções devem representar a emissão inferior ao valor de emissão de
mesma fracção no capital social e, no acções anteriormente emitidas, deve o
caso de terem valor nominal, devem ter conselho de administração elaborar um
o mesmo valor nominal. relatório sobre o valor fixado e sobre as
consequências financeiras da emissão
para os accionistas.
Ações sem valor nominal
As ações sem valor nominal foram integrados na legislação
portuguesa pelo DL n.o 49/2010 de 19 de maio:
• Permite a realização de aumentos de capital em situações
que anteriormente estariam vedadas (proibição de
aumento de capital de ações abaixo do seu valor nominal,
obrigando a prévia redução do capital social);
• Simplificação de atos societários, como por exemplo as
operações harmónio;
• Eliminação do conceito de valor nominal que não indica de
forma correta o valor das ações.
• Uma emissão de ações sem valor nominal para aumento
de capital, obriga à conversão das ações existentes com
valor nominal em ações sem valor nominal.
Fonte: Fevereiro, Sara (Data?) Revista Revisores e Auditores, da OROC
Ações sem valor nominal

• O valor fracionário substitui o valor nominal para


efeitos de distribuição de dividendo
correspondente a uma proporção entre a
participação e o capital social.
• O conceito de valor de emissão é igual ao rácio
entre capital social e o número de ações emitidas,
numa determinada emissão.
• O conceito de valor contabilístico pode ser idêntico
ao de valor de emissão, dado que também resulta
da divisão entre o capital social e o número de
ações, considerando todas as ações existentes.
Fonte: Fevereiro, Sara (Data?) Revista Revisores e Auditores da OROC
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedade em nome coletivo:


Art.º 175º a 196º do C.S.C.

– Nº de sócios: 2
– Capital mínimo: - € (não previsto)
– Responsabilidade: Cada sócio pelas suas quotas
subscritas, solidariamente com os
outros sócios e ainda subsidiariamente
pelas obrigações sociais em relação à
sociedade
– Firma: Nome de todos os sócios, ou pelo menos nome
ou firma de um deles, acrescido de, abreviado
ou por extenso, “e Companhia”.

11
Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedade em comandita:
Art.º 465º a 480º do C.S.C.

– Responsabilidade: Mista
▪ Sócios comanditários Responsabilidade limitada
(contribuem com o capital)
▪ Sócios comanditados Responsabilidade ilimitada
(contribuem com bens e
serviços)
– Gerência: Em princípio só os sócios comanditados podem
ser gerentes
– Firma: Nome ou firma de pelo menos um dos sócios
comanditados, acrescido de “Em Comandita”
ou “& Comandita por Ações”

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Estatuto jurídico das Soc. Comerciais

• Sociedade em comandita simples:


– Não há representação do capital por ações
– Subsidiariamente, aplica-se o regime das Sociedades em Nome
Coletivo

• Sociedade em comandita por ações:


– Só as participações dos sócios comanditários são representadas por
ações
– Os sócios comanditários devem ser pelo menos 5
– Subsidiariamente, aplica-se o regime das Sociedades Anónimas.

13
Constituição de Sociedades

14
Constituição de Sociedades

Formalidades legais:

➢ Certificado de admissibilidade (RNPC);

➢ Escritura pública / Registo do contrato na CRC competente;

➢ Publicações obrigatórias;

➢ NIPC;

➢ Declaração de início de atividade (Finanças / Segurança Social /


ACT / Cadastro Comercial).

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Constituição de Sociedades

Subscrição do capital

“É o ato pelo qual os futuros sócios (subscritores) tomam


o compromisso de entregar à sociedade determinados
valores para a formação do capital social.”

Subscrição particular

Subscrição pública

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Constituição de Sociedades

Realização do capital

“É o ato pelo qual os subscritores ou sócios entregam à


sociedade os valores com que se comprometeram.”

Sociedades por quotas:


 Pode ser diferida a totalidade do valor subscrito, mas se o contrato
não estipular data especifica para a sua realização, deverá esta
ocorrer até ao final do primeiro exercício económico. Artº 202º
do CSC
Sociedades anónimas:
 Pode ser diferida a realização de 70% do valor nominal das ações
(prémio nunca pode ser diferida).
Artº 277º
do CSC 17
Constituição de Sociedades

Tratamento contabilístico:

Sociedades por Quotas


Pela subscrição do capital
262 511

X X

Pela liberação (realização) do capital subscrito


11/12 262

X X

Registo das despesas de constituição


6265 11/12/268
X X

18
Constituição de Sociedades

Tratamento contabilístico:
Sociedades Anónimas
Pela subscrição de ações ao par
261 511

X X

Ou, no caso de valor de subscrição acima do par


261 511 54

A+P A P

Pela liberação (realização) das ações subscritas


12 261

X X
19
Capital Próprio

20
Capital Próprio

SNC 51 - Capital

52 – Ações (quotas) próprias

53 – Outros instrumentos de capital próprio

54 – Prémios de emissão

55 – Reservas

56 – Resultados transitados

57 – Ajustamentos em ativos financeiros

58 – Excedentes de revalorização de AFT e AI

59 – Outras variações no capital próprio

21
Capital Próprio

Instrumentos de capital próprio


NCRF 27, § 6 a 29

Reconhecimento:
 Quando a entidade emite tais instrumentos e existir a obrigação
de realização por parte dos subscritores.

Mensuração:
 Instrumentos que não sejam negociados publicamente – custo ou
custo amortizado
 Instrumentos negociados publicamente – justo valor

22
Capital Próprio

• Prestações suplementares
Art.º 210º e seguintes do C.S.C.

– Fonte de financiamento das SpQ;


– Depende sempre de deliberação dos sócios, onde será fixado
o montante e prazo da prestação;
– A restituição depende também de deliberação dos sócios;
– Restituição só possível desde que:
• a situação líquida não fique inferior à soma do capital e da
reserva legal, e;
• a quota do respetivo sócio já esteja liberada.

23
Capital Próprio

• Prestações suplementares
Tratamento contabilístico:

Na data da deliberação
26 53

X X

Na data da entrega dos fundos pelos sócios

11/12 26

X X

24
Capital Próprio

• Suprimentos
Art.º 243º a 245º do C.S.C.

– Passivo financeiro;
– Deve assumir determinadas caraterísticas, nomeadamente:
• Contrato de mútuo entre sócio e sociedade;
• A posição de credor tem que ser assumida pelo sócio;
• O crédito tem que assumir caráter de permanência (prazo
superior a um ano).

Tratamento contabilístico:
Valor dos suprimentos
12 2531/2532

X X

25
Capital Próprio

Prestações suplementares vs. Suprimentos:


Descritivo Prestações Suplementares Suprimentos
Têm sempre dinheiro por Têm por objeto dinheiro ou outra
Objeto objeto coisa fungível
(art.º 210º, nº2) (art.º 243º, nº1)

Contrato de São obrigatoriamente previstas Previsão no contrato da sociedade é


no contrato da sociedade facultativa
sociedade (art.º 210º, nº1) (art.º 244º)

Vencem juros conforme tenha sido


Não vencem juros
Juros (art.º 210º, nº5) ou não deliberado pelos sócios
(art.º 243º)

26
Capital Próprio

Prestações acessórias
– Fonte de financiamento das SpQ e das SA;
– Previstas no C.S.C.:
• Sociedades por Quotas – Art.º 209º
• Sociedades Anónimas – Art.º 287º

“o contrato de sociedade pode impor a todos ou a alguns sócios (acionistas) a


obrigação de efetuarem prestações além das entradas, desde que fixe os
elementos essenciais desta obrigação e especifique se as prestações devem ser
efetuadas onerosa ou gratuitamente.”

Tratamento contabilístico:
– Depende do contrato subjacente.

27
Modificações do Capital

28
Modificações do Capital

Aumento de capital

Redução de capital

Quotas e ações próprias

Amortização de capital

Remição de ações

29
Modificações do Capital

A alteração do contrato de sociedade só pode ser


deliberada pelos sócios em conformidade com o
disposto para cada tipo de sociedade:

➢ Sociedades por quotas


Art.º 265º do C.S.C.

➢ Sociedades anónimas
Art.º 383º do C.S.C.

30
Modificações do Capital

Aumento do capital

➢ Motivos mais frequentes


– Por novas entradas:
1. Motivos económico-empresariais (insuficiência do capital
anterior);
2. Abertura ao público de sociedades até então fechadas;
3. Reforço ou redução da posição de comando de certos
acionistas.

– Por incorporação de reservas:


1. Evitar a distribuição de reservas;
2. Reduzir a percentagem do dividendo;
3. Cumprir imposições legais.

31
Modificações do Capital

Aumento do capital
Art.º 87º a 93º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:

– Pode efetivar-se de diversas formas:


1. Entrada de dinheiro ou entradas em espécie;
2. Incorporação de reservas;
3. Transformação de dívidas em capital.

32
Modificações do Capital

Aumento do capital
Art.º 87º a 93º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:

– A deliberação de aumento de capital deve mencionar


expressamente:
• a modalidade do aumento do capital;
• o montante do aumento de capital;
• o montante nominal das novas participações;
• a natureza das novas entradas;
• o ágio se o houver;
• o prazo dentro dos quais as entradas devem ser efetuadas;
• as pessoas que participarão nesse aumento;
• as reservas que serão incorporadas (no caso de aumento por
incorporação de reservas).
33
Modificações do Capital

Aumento do capital
Art.º 87º a 93º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:

– O capital considera-se aumentado na data da deliberação, se da respetiva


ata constar quais as entradas já realizadas e que não são exigidas outras
entradas.

– Aumentos em espécie (aplicável à conversão de suprimentos?):


Exige um relatório de um Revisor Oficial de Contas, com data não inferior a
15 dias nem superior a 90 dias da data da deliberação (art.º 28º, nº 4 e 5, do
C.S.C.).

– Aumentos por incorporação de reservas, resultados transitados ou


prestações suplementares: Balanço que serviu de base à deliberação,
aprovado há menos de 6 meses (exceto se este já se encontrar depositado
na Conservatória), e ata da sua aprovação, devidamente assinado e com a
vinheta do CC. (art.º 93º, nº2 do C.S.C.).
34
Modificações do Capital

Aumento do capital

➢ Tratamento contabilístico:

1. Entrada de dinheiro ou entrada em espécie

Exemplo:
Uma sociedade anónima cujo capital social está representado por 2.500
ações com um valor nominal de 100€ cada, apresenta o seguinte Capital
Próprio:
Capital 250.000€
Reservas 50.000€

Pretende-se efetuar um aumento de capital de 250.000€.


Qual deverá ser o registo contabilístico associado?
35
Modificações do Capital

Aumento do capital

➢ Tratamento contabilístico:

1. Entrada de dinheiro ou entrada em espécie

Justo valor de cada ação à data do aumento =


= 300.000€ / 2.500 ações = 120€

Prémio de emissão = 120€ - 100€ = 20€

Logo, pela subscrição:

261 511 541


300.000€ 250.000€ 50.000€

36
Modificações do Capital

Aumento do capital

➢ Tratamento contabilístico:

2. Aumento por incorporação de reservas


A deliberação de aumento de capital indicará se são criadas novas quotas ou
ações, ou se é aumentado o valor nominal destas; na falta de indicação será
aumentado o valor nominal (art.º 92º do C.S.C.).

Emissão e distribuição das ações:


51 261 55

X X X X

OU (no caso de sociedades cujo capital não está representado por ações):
51 55

X X
37
Modificações do Capital

Aumento do capital

➢ Tratamento contabilístico:

3. Transformação de dívidas em capital


Transforma os credores da empresa em novos sócios/acionistas, através da
emissão e distribuição de novas quotas/ações, de acordo com a sua
participação e os seus créditos.

Emissão e distribuição das ações:


27/22 261/2 51

X X X X

Na fixação do preço de emissão poderá obedecer-se ao enunciado no 1º caso


(prémio de emissão).

38
Modificações do Capital

Redução de capital

➢ Motivos mais frequentes


– Cobertura de prejuízos;
– Excesso de capital.

➢ Outras finalidades
– Extinção de obrigações de entrada;
– Possibilitar a liquidação e pagamento de uma quota de um sócio por morte;
– Exclusão ou exoneração (nas sociedades em nome coletivo e por quotas);
– Permitir a cisão simples de uma sociedade.

39
Modificações do Capital

Redução de capital
Art.º 94º e 95º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:

– A redução não pode ser deliberada se a situação líquida da sociedade não


ficar a exceder o novo capital em, pelo menos, 20%.

– É permitido deliberar uma redução de capital para montante inferior ao


mínimo legal se tal redução ficar expressamente condicionada ao aumento
de capital para montante igual ou superior àquele mínimo, a realizar nos 60
dias seguintes.

– Também é válida aquela deliberação se, em simultâneo, for deliberado


transformar a sociedade para um tipo que possa legalmente ter um capital do
montante reduzido.

40
Modificações do Capital

Redução de capital

➢ Tratamento contabilístico:

1. Cobertura de prejuízos
Para evitar a sua dissolução, a empresa pode recorrer, entre outras alternativas – como
a entrega de fundos pelos sócios - à redução de capital.

51 56

X X

41
Modificações do Capital

Redução de capital

➢ Tratamento contabilístico:

2. Excesso de capital
Implica uma restituição ao(s) sócio(s) da parte do capital social que lhe(s) cabe.

Exemplo:
Capital Próprio:
Capital 500.000€
Reservas obrigatórias 200.000€
Resultados transitados 50.000€
A sociedade pretende reduzir o seu capital em 10%. Qual deverá ser o
registo contabilístico associado?

42
Modificações do Capital

Redução de capital

➢ Tratamento contabilístico:

Valores a atribuir ao(s) sócio(s):

Capital 10% x 500.000 = 50.000

511 268

50.000€ 50.000€

43
Modificações do Capital

Quotas e ações próprias


Artº 220º do C.S.C. – SpQ
Artº 316º a 325º-B do C.S.C. – S.A.

➢ Aspetos jurídicos:
– A sociedade não pode adquirir quotas próprias ainda não
inteiramente liberadas, salvo no caso de perda a favor da sociedade
das quotas dos sócios remissos (quando o sócio não cumpre a sua
obrigação de entrada);

– A sociedade só pode adquirir quotas próprias a título gratuito, ou em


ação executiva movida contra o sócio, ou se, para efeitos de
aquisição, dispuser de reservas livres em montante não inferior ao
dobro do contravalor a prestar;

– É obrigatório constituir uma Reserva Indisponível de valor igual ao


valor escriturado.
44
Modificações do Capital

Quotas e ações próprias


Artº 220º do C.S.C. – SpQ
Artº 316º a 325º-B do C.S.C. – S.A.

➢ Aspetos jurídicos:
– Devem considerar-se suspensos todos os direitos inerentes às
quotas (lucros, votos), exceto o de participação em aumento de
capital por incorporação de reservas.

– Nas sociedades anónimas aplica-se o anteriormente preceituado e


ainda:
• Impossibilidade geral de adquirir e deter ações próprias representativas
de mais de 10% do capital, salvo exceções (art.º 317º do C.S.C.);
• Impossibilidade de a sociedade deter por mais de três anos um número
superior a 10% do capital, mesmo quando adquiridas licitamente.
45
Modificações do Capital

Quotas e ações próprias

➢ Tratamento contabilístico:
Aquisição de ações (quotas) próprias:

1. Custo de aquisição superior ao valor nominal


521 522 11/12/278

VN X CA

2. Custo de aquisição inferior ao valor nominal


521 522 11/12/278

VN Z CA

1. e 2. Indisponibilização de reserva
552 55x

CA CA
46
Modificações do Capital

Quotas e ações próprias


Venda ações (quotas) próprias:

1. Preço de venda superior ao custo de aquisição


521 522 11/12/278

VN Y PV

Transferência do saldo da conta 522


522 59

G G

Disponibilização de reserva
55x 552

CA CA

47
Modificações do Capital

Quotas e ações próprias


Venda ações (quotas) próprias:

2. Preço de venda inferior ao custo de aquisição


521 522 11/12/278

VN Y PV

Transferência do saldo da conta 522


522 59

P P

Disponibilização de reserva
55x 552

CA CA

48
Modificações do Capital

Amortização de capital (ações ou quotas)


Art.º 232º a 238º do C.S.C. – SpQ
Art.º 346º e 347º do C.S.C. – S.A.

Consiste na extinção de uma participação social (quotas e


ações) ou apenas na modificação dos respetivos direitos
(ações), deliberada pelos sócios ou imposta pelo contrato de
sociedade, com ou sem reembolso do capital e com ou sem
redução do capital.

49
Modificações do Capital

Amortização de quotas
Art.º 232º a 238º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:
– Sociedades por Quotas:

• Deliberação dos sócios, tornando-se eficaz mediante


comunicação ao sócio afetado;
• Só permitido se o Capital Próprio depois de satisfeita a
prestação da amortização não ficar inferior à soma do capital e
da reserva legal, a não ser que simultaneamente delibere a
redução do capital;
• Se não houver redução do capital, as quotas dos restantes
sócios serão proporcionalmente aumentadas.
50
Modificações do Capital

Amortização de quotas

➢ Tratamento contabilístico:

Amortização de quotas sem redução de capital:

Pela deliberação da amortização de quotas/ações


524 552 268/12

X Y Z

Regularização interna do capital

5112 5132

Z Z
51
Modificações do Capital

Amortização de quotas

➢ Tratamento contabilístico:

Amortização de quotas com redução de capital:

Pela deliberação da amortização de quotas/ações

5112 552 268/12

X Y Z

52
Modificações do Capital

Amortização de ações
Art.º 346º e 347º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:
– Sociedades Anónimas:

• Duas modalidades:
– Sem redução de capital (art.º 346º do C.S.C.)
Substituição das ações de capital por ações de fruição e por
ações amortizadas (parcialmente reembolsadas)

– Com redução de capital (art.º 347º do C.S.C.)


Extinção completa dos direitos dos acionistas

53
Modificações do Capital

Amortização de ações sem redução de capital


(art.º 346º do C.S.C.)

➢ Tratamento contabilístico:

Pela deliberação da amortização de quotas/ações

524 268/12

X X

Regularização interna do capital

5112 5131

X X

54
Modificações do Capital

Amortização de ações com redução de capital


(art.º 347º, nº 7, al. b) do C.S.C.)

➢ Tratamento contabilístico:
Amortização de ações inteiramente liberadas, com utilização de fundos
que possam ser distribuídos aos acionistas:

Pela deliberação da amortização das ações


5112 268/12

X X

Transferência do valor das ações amortizadas para reservas legais


552 55x

X X
55
Modificações do Capital

Amortização de ações com redução de capital


(art.º 347º, nº 7, al. a) do C.S.C.)

➢ Tratamento contabilístico:
Amortização de ações próprias inteiramente liberadas, postas à disposição da
sociedade a título gratuito:

Pela deliberação da amortização das ações


5112 521

X X

Transferência do desconto/prémio para outras variações no CP


522 / 599 599 / 522

Y Y

Disponibilização da reserva respeitante às ações próprias


55x 552

Z Z 56
Modificações do Capital

Remição de ações
Art.º 345º do C.S.C.

➢ Aspetos jurídicos:
– As ações devem estar inteiramente liberadas.
– A remição é feita pelo valor nominal das ações, salvo se o contrato de
sociedade previr um prémio.
– A contrapartida da remição de ações, incluindo o prémio, só pode ser
retirada de fundos que, nos termos dos artigos 32º e 33º possam ser
distribuídos aos acionistas.
– A remição de ações não importa redução do capital.
– A deliberação de remição de ações está sujeita a registo e publicação.
– O contrato de sociedade pode prever sanções para o incumprimento pela
sociedade da obrigação de remir na data nele fixada.

57
Modificações do Capital

Remição de ações
➢ Tratamento contabilístico:

Pela deliberação da remição


523 552 268/12

X X X

Transferência do valor nominal das ações remidas para reservas legais


552 55x

X X

Regularização interna do capital


5141 5142

X X
58
A transmissão da posição social

59
A transmissão da posição social

Regulamentação:
➢ Sociedades por Quotas: C.S.C. - Secção III – Transmissão da quota
(art.º 225º a 231º)
➢ Sociedades Anónimas: Código dos valores mobiliários

▪ Sociedades por quotas


1. Transmissão por morte
➢ O contrato de sociedade pode estabelecer que, falecendo um sócio, a
respetiva quota não se transmitirá aos sucessores do falecido, bem como
pode condicionar a transmissão a certos requisitos.
➢ Neste caso a sociedade deve amortizar, adquirir ou fazer adquirir por sócio
ou terceiro a quota em causa nos 90 dias subsequentes ao conhecimento da
morte do sócio.

60
A transmissão da posição social

▪ Sociedades por quotas


2. Transmissão entre vivos e cessão de quotas
➢ A transmissão de quotas entre vivos deve ser reduzido a escrito.
➢ A cessão de quotas carece de consentimento da sociedade, a não ser que se
trate de cessão entre cônjuges, ascendentes e descendentes ou entre
sócios.
➢ O contrato de sociedade pode dispensar o consentimento desta, quer em
geral, quer para determinadas situações.
➢ São válidas as cláusulas que proíbam a cessão de quotas, mas os sócios
terão, nesse caso, direito à exoneração, uma vez decorridos dez anos sobre
o seu ingresso na sociedade.
➢ Se a sociedade recusar o consentimento, a respetiva comunicação dirigida
ao sócio incluirá uma proposta de amortização ou de aquisição da quota; se
o cedente não aceitar a proposta no prazo de 15 dias, fica esta sem efeito,
mantendo-se a recusa do consentimento.

61
Obrigado
pela atenção!

62

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