Fontes Do Direito Tributário
Fontes Do Direito Tributário
Fontes Do Direito Tributário
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
provisórias ou leis delegadas (CRFB, art. 62, III e 68, §1*). Submetem-se, salvo
normas específicas, ao processo constitucional legislativo.
Esta lei foi criada com o intuito de dispor sobre o Sistema Tributário Nacional e
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Ou seja, surgiu como uma norma nacional, visando estabelecer conceitos, padrões e
institutos que dessem unidade e organicidade ao Sistema Tributário Nacional.
Logo depois é outorgada a Constituição de 1967, a qual, em seu artigo 19, §1º,
passa a exigir lei complementar para dispor sobre normas gerais de direito tributário,
sobre os conflitos de competência tributária entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, e para regular as limitações constitucionais do poder
tributário.
Se, terminado o prazo de 60 dias não tiver a sua votação encerrada nas duas
Casas do Congresso Nacional, seu presidente da Mesa prorrogará o prazo de análise
por mais 60 dias.
A medida provisória pode perder sua eficácia, se não convertida em lei pelo
Congresso nos prazos mencionados (rejeição tácita), ou pode ser expressamente
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Nosso foco são os tratados celebrados pelo Brasil e que contenham normas
relevantes para o Direito Tributário. Para serem fontes do Direito Tributário, é preciso
que os tratados tenham sido internalizados, ou seja, que tenham adquirido eficácia
interna, de acordo com as normas preceituadas pela CRFB.
Outro aspecto relevante diz respeito à eficácia dos tratados, ou, mais
especificamente, das normas que o internalizam, sobre as normas internas
preexistentes. O CTN, em seu artigo 98, estabelece que os tratados e as convenções
internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha. (CTN, art. 98).
de assuntos ao qual este pertence (“lex posterior generalis non derogat priori
speciali”).
Este artigo se refere, mais precisamente (como vimos) à eficácia das normas
que internalizam os Tratados e Convenções dos quais o Brasil é parte, e que não
ocorre revogação da lei preexistente, mas a suspensão de sua eficácia naquilo que
for contrário ao Tratado. Ainda que não possuindo status hierárquico superior às leis
internas, portanto, é possível perceber que as normas do Tratado gozam de
preferência sobre as normas internas preexistentes, em matéria tributária.
A doutrina se divide sobre a natureza desta preferência. Há, pelo menos, três
correntes: a) paridade entre lei e tratado; b) supremacia do tratado; c) tratado-lei e
tratado-contrato.
Por fim, importante comentar a situação dos tratados que instituem isenções e
outros benefícios fiscais. Em nosso Direito prevalece a visão segundo a qual os atos
internacionais podem instituir isenções e outras formas de exercício do “poder de não
tributar” (p. ex. Remissões, anistias, créditos presumidos, etc.). (STF Súmula 575;
STJ RESP 460165).
Sobre esta norma do CTN, art. 104, há duas principais correntes: a) Esta norma
permanece em vigor, dispondo sobre vigência; b) Esta norma não foi recepcionada
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pela CRFB, e substituída pelo princípio da anterioridade (CRFB, art. 150, III, “b” e “c”
e 195, §6).
A vigência das normas complementares, que são aquelas que falamos antes,
é tratada em especial pelo CTN. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 1)
Atos normativos das Autoridades Administrativas: na data da sua publicação; 2.
Decisões administrativas com eficácia normativa: quanto a seus efeitos normativos,
30 (trinta) dias após a data da sua publicação; 3. Convênios: na data neles prevista.
(CTN, art. 103). Quanto às práticas reiteradas, não há início de vigência, pois não se
trata de uma única norma escrita, mas do conjunto de atos reiterados das autoridades
num mesmo sentido, por um certo período de tempo.
Esta redação do CTN, por sua vez, precisa levar em consideração a influência
do princípio da anterioridade. Portanto, não basta que o momento do fato gerador
ocorra após a vigência da Lei, mas que também tenham sido respeitados os prazos
de anterioridade impostos pela Constituição.
Apesar de, em regra, ser vedada a retroatividade da lei tributária, o CTN abre
duas exceções: a) leis interpretativas; b) retroatividade benigna em caso de infrações
e penalidades. (CTN, art. 106).
vigência e eficácia (STF ADI 605-3/DF). Também não pode exigir-lhe penalidades em
virtude de infrações aos dispositivos interpretados. (CTN, art. 106, I).
desenvolvidos em outros ramos do Direito e sobre eles faz incidir tributos, ou ainda
os altera, dando-lhe nova feição jurídica. (NOGUEIRA 1986:41; FANUCCHI 1975:35).
O Código prossegue afirmando que a interpretação deve ser literal das normas
que disponham sobre: a) Suspensão ou exclusão do crédito tributário; b) Outorga de
isenção; c) Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. (CTN, art.
111, I a III).
Por outro lado, a interpretação literal não permite concluir que atos infralegais
(p. ex. Decretos e normas complementares) possam estabelecer restrições que a lei
de isenção não contém (STJ RMS 22371/DF), e também não impede o intérprete de
“valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico
e finalístico ou teleológico” (STJ RESP 44495/RJ). Não cabe ao Poder Judiciário, por
fim, controlar as razões políticas que motivaram a concessão de isenções ou outras
renúncias fiscais pelo Poder Legislativo (STJ RESP 44495/RJ).
A analogia consiste em aplicar uma norma a fato nela não previsto, mas
semelhante ao que ela previu. Não se confunde com a interpretação extensiva,
segundo a qual o intérprete tem norma que se aplica ao fato, mas lhe confere
interpretação não restrita (STJ RESP 121428/RJ). O emprego da analogia não poderá
resultar na exigência de tributo não previsto em lei (CTN, art. 108, “a” e §1).
Os princípios gerais de Direito Público serão invocados, caso não seja possível
o uso dos dois anteriores. São exemplos os princípios da: impessoalidade,
publicidade, moralidade administrativa, eficiência (CRFB, art. 37, caput).
devido (CTN, art. 108, §2). Pois, somente a lei pode autorizar a remissão de créditos
tributários (CTN, art. 172, IV) e, se há lei exigindo o tributo, não estamos mais diante
de lacuna no ordenamento, pois a situação é disciplinada por norma jurídica vigente
e eficaz.