Atenção Farmacêutica Na Dispensação de Fitoterápicos
Atenção Farmacêutica Na Dispensação de Fitoterápicos
Atenção Farmacêutica Na Dispensação de Fitoterápicos
Fortaleza - CE
2021.1
1
Fortaleza - CE
2021.1
2
_________________________________
Jonhes Conrado Nobre
___________________________________________________________________
Orientador: Prof. Esp. Daniel Rodrigues dos Santos Filho
___________________________________________________________________
1ª Examinadora: Profa. Dra. Terezinha de Jesus Afonso Tartuce
___________________________________________________________________
2ª Examinador: Prof. Esp. José Flávio Gomes Fernandes
___________________________________________________________________
Coordenador do Curso: Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho
3
Dedico
À Deus.
Aos meus pais, José dos Reis Nobre e Maria
Euza Conrado de Sousa.
À minha noiva, Sandyelly Lima da Costa.
4
Agradeço
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................9
3.1 Alcachofra.............................................................................................................35
3.2 Aroeira................................................................................................................. 36
3.3 Babosa.................................................................................................................37
3.4 Espinheira-Santa..................................................................................................38
3.5 Guaco...................................................................................................................40
3.6 Hortelã..................................................................................................................41
3.7
Salgueiro...............................................................................................................41
3.8 Unha-de-Gato.......................................................................................................42
CONCLUSÃO............................................................................................................
64
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................66
FONTES ON-
LINE .....................................................................................................67
APÊNDICES ..............................................................................................................70
9
10
INTRODUÇÃO
profissional farmacêutico pode atuar a fim de contribuir com o uso racional de plantas
medicinais e fitoterápicos?
comunitária.
1
Segundo TEIXEIRA et al., o termo Fitoterapia deriva das palavras
gregas phiton e therapeia, que significam, respectivamente, vegetal e tratamento.
Logo, fitoterapia é o nome dado à terapêutica que utiliza as plantas ou os derivados
vegetais, e suas indicações ao longo do tempo contou com a participação de
sistemas medicinais advindos de diversas partes do mundo.
2
O Ministério da Saúde relata que, após o surgimento da escrita,
tornou-se possível que cada civilização tivesse a oportunidade de produzir um
compilado de suas descobertas e aplicações. O primeiro compilado que se tem
registro é oriundo da Medicina Tradicional Chinesa, na obra de Shen Nung, de 2.800
a.C., que conta com a menção de mais de 360 espécies, dentre as quais está a
1
João Batista Picinni Teixeira et al. A Fitoterapia no Brasil: da Medicina Popular à Regulamentação
pelo Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.ufjf.br/proplamed/files/2012/04/A-Fitoterapia-no-
Brasil-da-Medicina-Popular.pdf. Acesso em: 04/set/2020.
2
Brasil. Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares: Plantas Medicinais e
Fitoterapia na Atenção Básica. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/praticas_integrativas_co
mplementares_plantas_medicinais_cab31.pdf. Acesso em: 04/set/2020. (d)
14
seus estudos e registros, a Medicina poderia ter indícios de por onde começar as
suas pesquisas de maneira orientada.
Dando prosseguimento ao assunto, a partir do século XIX, a história da
fitoterapia passou a ter ainda mais marcos consideráveis. Com o avanço da química
e seu reconhecimento como saber científico no meio acadêmico, tornou-se possível
analisar, identificar e separar princípios ativos, compostos que, reconhecidamente,
possuem atividade farmacológica das plantas.
5
Para CARMONA, dentre as primeiras moléculas isoladas, está a
morfina, isolada em 1806 pelo aprendiz de farmacêutico Serturner, extraída da planta
Papaver somniferum. Em 1819, a atropina é isolada da Atropa belladonna L., por
Mein. Em 1860, a cocaína é extraída das folhas de coca (Erithoxylum coca Lam.).
Suas atividades farmacológicas são utilizadas até os dias de hoje em medicamentos
fitoterápicos e serviram de base para o desenvolvimento de outros fármacos.
5
Fábio Carmona. Introdução à Fitoterapia. 2020, p.3.
6
Idem. Ibidem. p.4.
16
7
OMS - Organização Mundial da Saúde. Alma Ata: Cuidados Primários de Saúde. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/39228/9241800011_por.pdf;jsessionid=6556AF9DEA
58F3DBD6352ECEB24FB68A?sequence=5. Acesso em: 04/set/2020. (a)
8
Idem. Ibidem. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/39228/9241800011_por
.pdf;jsessionid=6556AF9DEA58F3DBD6352ECEB24FB68A?sequence=5. Acesso em: 04/set/2020.
(a)
17
9
OMS - Organização Mundial da Saúde. Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002-2005.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/op000023.pdf. Acesso em:
04/set/2020. (b)
18
10
ALVES relata que, percebendo a riqueza do território brasileiro,
os
portugueses, durante anos, proibiram a entrada de outros povos e permitiram
estudos sobre a flora do Brasil apenas por indivíduos designados por eles. Durante
esse período, viajantes, cronistas e jesuítas estabelecidos no Brasil absorveram e
transmitiram ensinamentos indígenas quanto ao uso medicinal das plantas nativas.
11
Segundo ALVES com a negligência de Portugal, naturalistas de
outras nações começaram a se estabelecer no Brasil para estudar sua fauna e flora.
Dentre aqueles que descreveram a biodiversidade brasileira, destacou-se Guilherme
Piso. Médico do Conde Mauricio de Nassau, ele testava as plantas que encontrava e
as descrevia.
12
Mais tarde, de acordo com CARNEIRO, Piso, juntamente com Jorge
Marcgrave, lançou a obra História Naturalis Brasiliae, que foi considerada o
levantamento mais completo da flora e fauna brasileira até o século XIX, que se
constituía em uma junção de quatro livros de medicina escritos por Piso, nos quais
ele deu atenção às práticas medicinais nativas e as pôs à prova.
10
Lúcio F. Alves. Produção de Fitoterápicos no Brasil: História, Problemas e Perspectivas. Revista
Virtual de Química. Disponível em: http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/414. Acesso
em: 10/set/2020.
11
Lúcio F. Alves. Op. Cit. Disponível em: http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/414.
Acesso em: 10/set/2020.
12
Henrique Carneiro. O saber fitoterápico indígena e os naturalistas europeus. Fronteiras. Disponível
em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/1418. Acesso em: 04/set/2020.
19
13
CARNEIRO relata detalhes que, dentre os programas
implantados,
destaca-se o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de
Medicamentos. Criado em 1982, tinha como escopo produzir terapêutica alternativa
à base de plantas medicinais e alicerce científico e introduzi-las na Relação Nacional
de Medicamentos Essenciais. Poucos anos depois, em 1986, foi programada e
realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que recomendava a inserção de
práticas alternativas nos serviços de saúde.
13
Idem. Ibidem. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/1418.
Acesso em: 04/set/2020.
14
Brasil. Ministério da Saúde. Linha do Tempo – Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Disponível em:
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-de-plantas-medicinais-e-fitoterapico
s-ppnpmf/plantas-medicinais-e-fitoterapicos-no-sus/linha-do-tempo-plantas-medicinais-e-fitoterapicos.
Acesso em: 11/set/2020. (b)
20
15
O Ministério da Saúde complementa que, agindo de acordo com a
determinação e com as medidas tomadas para a integração da fitoterapia no SUS,
em 1991, o Conselho Federal de Medicina – CFM reconheceu as atividades
fitoterápicas contanto que elas fossem supervisionadas por profissionais médicos.
Ademais, em 1995, a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
estabeleceu e formalizou o registro de fitoterápicos.
Essa foi uma grande mudança, visto que, a partir desse momento, os
fitoterápicos foram, de certa forma, sistematizados e começaram a ser encarados
como produtos mais confiáveis, pois seriam reconhecidos, registrados e distribuídos
de maneira segura.
15
Idem. Op. Cit. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/praticas
_integrativas_complementares_plantas_medicinais_cab31.pdf. Acesso em: 04/set/2020. (d)
16
Brasil. Ministério da Saúde. Op. Cit. Disponível em:
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/progra ma-nacional-de-plantas-medicinais-e-
fitoterapicos-ppnpmf/plantas-medicinais-e-fitoterapicos-no-sus/li nha-do-tempo-plantas-medicinais-e-
fitoterapicos. Acesso em: 11/set/2020. (b)
21
18
Conforme o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde
- OMS, tinha como objetivo a elaboração da Proposta de Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos que buscava garantir acesso e uso racional das
plantas medicinais e dos fitoterápicos, com segurança, eficácia e qualidade,
contribuindo com o desenvolvimento desse setor no país. A proposta foi discutida
em 2001 por diversos profissionais na capital do país com a incumbência de firmar
as sugestões quanto às diretrizes. Originou-se, dessa forma, um documento final
que contribuiria de maneira relevante para o setor.
17
Monise Viana Abranches. Plantas Medicinais e Fitoterápicos – Abordagem teórica com ênfase em
nutrição. 2012, p. 26.
18
Brasil. Ministério da Saúde. A Fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisas de Plantas
Medicinais da Central de Medicamentos Fitoterapia no SUS. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/fitoterapia_no_sus.pdf. Acesso em: 11/set/2020. (a)
22
2.1 DOCUMENTAÇÃO
Formulário de Petição.
Taxa de Fiscalização Sanitária.
Cópia que conste a autorização de funcionamento da
empresa.
Cópia do certificado de responsabilidade técnica.
Cópia do Certificado de Boas Práticas de Fabricação e
Controle.
23
ANVISA – Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Guia de Orientação para Registro de
Medicamento Fitoterápico e Registro e Notificação de Produto Tradicional Fitoterápico. Disponível
em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2501251/Guia%2Bfinal%2Bdicol%2B180614+
%282%29.pdf/f400c535-e803-4911-9ef8-100c0c2bb 3c6. Acesso em: 11/set/2020. (a)
25
24
ANVISA – Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n.º
24. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ bvs/saudelegis/anvisa/2011/res0024_14_06_2011.html.
Acesso em: 12/set/2020. (b)
26
26
BANDEIRA relata que, após a coleta, a planta deve ser submetida a
processos que garantam a sua estabilidade para posterior uso na produção dos
medicamentos fitoterápicos. Essas etapas incluem processos de estabilização,
secagem e conservação. Quanto ao processo de estabilização, este objetiva
assegurar a integridade dos princípios ativos ao destruir enzimas que seriam
responsáveis pela sua degradação por oxidação, hidrólise e flora microbiológica.
27
Segundo a ANVISA, a secagem da planta pode ser feita de modo
natural, quando exposta ao sol livremente ou abrigada na sombra, ou artificial,
quando usado o auxílio de secagem com ar seco, secadores simples ou estufas
elétricas. O processo de conservação inclui a estocagem, a embalagem e as
condições de armazenamento necessária.
29
A ANVISA esclarece que, além das análises macroscópicas e
microscópicas, é possível realizar a identificação por meio da química. O perfil
cromatográfico das moléculas constituintes no preparado pode ser analisado
isoladamente para comprovar a presença de um composto que seja característico da
espécie desejada. A Farmacopeia Brasileira e as de outros países são muito úteis
nas comparações entre amostras analisadas com um perfil padrão
comprovadamente verdadeiro. O analista poderá usar dessas referências a fim de
confirmar seus estudos.
32
ANVISA – Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Op. Cit. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2501251/Guia%2Bfinal%2Bdicol%2B180614+
%282%29.pdf/f400c535-e803-4911-9ef8-100c0c2bb 3c6. Acesso em: 11/set/2020. (a)
30
33
A ANVISA estabelece que os ensaios de segurança e eficácia não
clínicos e clínicos precisam seguir parâmetros especificados na RDC n.º 26, de
2014, que são os seguintes:
Quando não existirem ensaios não clínicos que comprovem sua segurança,
eles devem ser feitos segundo a última versão do guia publicado pela ANVISA para
a condução de estudos não clínicos de toxicologia e segurança farmacológica;
Os ensaios clínicos devem ser realizados seguindo as Boas Práticas Clínicas
– BPC, a norma vigente para a realização de pesquisa clínica, a RDC n.º 39 de
2008, o guia publicado pela OMS/MS em 2008 sobre a condução de ensaios clínicos
com fitoterápicos e as determinações do Conselho Nacional de Saúde – CNS.
34
LIMA atesta que os ensaios clínicos devem seguir algumas
orientações, como: determinar o tempo apropriado de estudo no caso de medicação
indicada no tratamento de doenças crônicas; adotar durante os ensaios a posologia
equivalente ao da bula; e demonstrar diferenças detectáveis entre os grupos.
33
ANVISA – Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n.º
26. Disponível em: https://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf.
Acesso em: 11/set/2020. (c)
34
Michelle Limonge Lima. Op. Cit. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/25627/
2/michelle_limonge.pdf. Acesso em: 11/set/2020.
31
35
Conforme a ANVISA existe outra forma de comprovar segurança e
eficácia de um medicamento fitoterápico é por meio do registro simplificado, que
pode ser feita de duas maneiras: mediante a Lista de medicamentos fitoterápicos de
registro simplificado, publicada pela ANVISA ou por monografias de fitoterápicos de
uso bem estabelecido da Comunidade Europeia que tenham sido elaboradas pelo
Comitê de Produtos Medicinais Fitoterápicos da European Medicines Agency –
EMA.
36
Por conseguinte, LIMA informa que a Lista de medicamentos
fitoterápicos de registro simplificado é uma relação com diversas espécies vegetais
que não precisam de comprovação de eficácia e segurança, tendo em vista a vasta
quantidade de estudos já publicados sobre essas espécies. O solicitante deve seguir
as orientações contidas na lista, como a parte da planta usada, a padronização, as
formas de uso, a dose diária, dentre outras especificações. É também permitido que
o solicitante do registro desenvolva diferentes formas farmacêuticas, caso opte por
usar tal lista. Contudo, deve haver equivalência de doses nas formas farmacêuticas
propostas com as extrativas.
35
ANVISA. Op. Cit. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_
13_05_2014.pdf. Acesso em: 11/set/2020. (c)
36
Michelle Limonge Lima. Op. Cit. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/25627/
2/michellelimonge.pdf. Acesso em: 11/set/2020.
32
37
LIMA argumenta, quanto à segurança e à efetividade de produtos
tradicionais fitoterápicos, é necessária uma profunda busca na literatura para
encontrar evidências acerca do produto, incluindo dados positivos ou mesmo
negativos. Deve ser comprovado seu uso seguro e efetivo por, pelo menos, 30 anos
ou deverá ser corroborado por registro simplificado. De acordo com a RDC n.º
38
26/2014, a fim de que um produto tenha a possibilidade de ser registrado como
tradicional, devem ser seguidos estes critérios:
39
Assim, nos últimos anos, o Conselho Federal de Farmácia – CFF tem
atribuído, regulamentado e consolidado as competências e atribuições dos
farmacêuticos nessa área. A Resolução n.º 459 de 2007 atribuiu ao farmacêutico as
atividades de: participar do processo de implantação dos serviços de fitoterapia;
divulgar o uso racional dos fitoterápicos por intermédio da criação de materiais
informativos e campanhas, com o fito de contribuir para o desenvolvimento e
fortalecimento dessa prática; e monitorar, registrar e avaliar os resultados obtidos a
partir do acompanhamento do uso das plantas medicinais e fitoterápicos.
40
CIMBLERIS expõe que outras regulamentações foram publicadas,
como a Resolução CFF n.º 586/2013, que regulamentou a prescrição farmacêutica e
possibilitou, assim, que o farmacêutico pudesse prescrever diversos produtos de
venda livre. Dessa forma, tal profissional pode prescrever fitoterápicos e plantas
medicinais que tenham eficácia comprovada e prestar atenção farmacêutica,
impedindo que a comunidade use de maneira não racional tais produtos.
40
Ana Cimbleris. Prescrição farmacêutica de fitoterápicos. Farmácia Revista. Disponível em:
https://www.crfmg.org.br/farmaciarevista/55/Prescricao-farmaceutica-de-fitoterapicos. Acesso em:
12/set/2020.
35
3.1 ALCACHOFRA
Fonte: Alessandros Botsaris; Luana Alves. Cynara scolymus L. (Alcachofra). Revista Fitos.
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19152/2/4.pdf. Acesso em:
19/out/2020.
Para BOTSARIS e ALVES, o preparo da droga pode ser feito por meio
de “(...) infusão obtida a partir de 30 g/L durante 15 minutos”. 43 O fácil preparo e suas
desejáveis ações terapêuticas tornam a alcachofra popular dentre os fitoterápicos
utilizados popularmente.
3.2 AROEIRA
42
Fernanda Sarmento Bernaud; Ticiana Rodrigues. Fibra Alimentar: ingestão adequada e efeitos
sobre a saúde do metabolismo. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abem/v57n6/01.pdf.
Acesso em: 09/out/2020.
43
Alessandros Botsaris; Luana Alves. Cynara Scolymus L. (Alcachofra). Revista Fitos. Disponível em:
https:// www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19152/2/4.pdf. Acesso em: 19/out/2020.
38
3.3 BABOSA
44
Amilton João Baggio. Aroeira como potencial para usos múltiplos na propriedade rural. Boletim de
Pesquisa Florestal. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-
09/4860/1/baggio.pdf. Acesso em 11out/2020.
45
Benjamin Gilbert; Rita Favoreto. Schinus terebinthifolius Raddi. Revista Fitos. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/15842/2/34.pdf. Acesso em: 11/out/2020.
39
46
Dentre todas as suas atividades, FREITAS, RODRIGUES E GASPI
destacam as indicações anti-inflamatória e cicatrizante. Alegam que, em estudos
realizados in vivo, houve a estimulação de macrófagos no sistema imune para liberar
suas citocinas pró-inflamatórias, potencializando, assim, os sinais feedback
negativo, para posterior supressão do sistema.
3.4 ESPINHEIRA-SANTA
46
V.S. Freitas; R.A.F. Rodrigues; F.O.G. Gaspi. Propriedades Farmacológicas da Aloe vera (L.) Burm
f. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rbpm/v16n2/20.pdf. Acesso em: 11/out/2020.
47
Idem. Ibidem. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbpm/v16n2/20.pdf. Acesso em: 11/out/2020.
40
48
Iana Bantin Felício Calou et. al. A atividade gastroprotetora da Maytenus ilicifolia e Maytenus
aquifolium. Revista Saúde & Ciência. Disponível em:
http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10249/1/2014_art_gscerquei ra.pdf. Acesso em: 16/out/2020.
49
Wilker Marlon de Moraes Jesus; Tarcísio Neves da Cunha. Estudos das propriedades
farmacológicas da espinheira-santa e duas espécies adulterantes. Revista Saúde e Desenvolvimento.
Disponível em: https://www.uninter.com/
revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/67. Acesso em: 16/out/2020.
41
3.5 GUACO
50
Sheila Cristina dos Santos. Caracterização cromatográfica de extratos medicinais de guaco:
Mikania laevigata Schulyz Bip. ex Baker e M. glomerata Sprengel e ação de M. laevigata na
inflamação alérgica pulmonar. Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Sheila%20Cristina%20dos
%20Santos.pdf. Acesso em: 09/abr/2021.
51
K. E. Czelusniak et. al. Farmacobotânica, fitoquímica e farmacologia do guaco: revisão
considerando Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schulyz Bip. ex Baker. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-
05722012000200022&script= sci_arttext#nt*. Acesso em: 16/set/2020.
42
3.7 SALGUEIRO
54
SOUZA et al. testificam que o salgueiro possui capacidade de inibir a
52
Hernani Pinto de Lemos Junior; André Luis Alves de Lemos. Hortelã. Revista Diagnóstico e
Tratamento. Disponível em: http://files. bvs.br/upload/S/1413-9979/2012/v17n3/a3102. Acesso em:
19/out/2020.
53
Fábio Carmona. Op. Cit. p. 11.
54
Raphael Souza et al. Biological effects of an aqueous extract of Salix alba on the survival of
43
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Salix alba. Disponível em:
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Salix-alba.pdf.
Acesso em: 19/out/2020. (c)
3.8 UNHA-DE-GATO
Escherichia coli AB1157 cultures submitted to the action of stannous chloride. Biological Research.
Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/26804520_Biological_effects_of_an_aqueous
_extract_of_Salix_alba_on_the_survival_of_Escherichia_coli_AB1157_cultures_submitted_to_the_acti
on_of_stannous_chloride. Acesso em: 18/out/2020.
44
55
SIGRIST informa que da planta unha-de-gato são utilizadas as
folhas, a raiz e a casca dela. Popularmente, é conhecida por ser utilizada para tratar
gastrite, câncer, processos virais, desordens imunológicas, úlcera, artrite e
alterações no ciclo menstrual. Por conta de tanta aplicabilidade, a Uncaria
tomentosa é uma das plantas mais utilizadas medicinalmente. Dentre seus princípios
ativos, os alcaloides oxindólicos são os de maior interesse, visto que estudos
revelam que “têm o poder de estimular o sistema imunológico em até 50%,
induzindo, em todo o mundo, o amplo uso no tratamento da AIDS, do câncer e de
outras doenças que afetam o sistema imunológico”.
57
Conforme SIGRIST, diversas pesquisas têm se concentrado no
estudo das propriedades anti-inflamatórias da unha-de-gato, visto que ela apresenta
esteroides, princípios ativos antioxidantes e glicosídeos do ácido quinóvico. Tais
estudos legitimam o seu uso pelos indígenas para tratar reumatismo, inflamação
estomacal, dentre outras desordens.
55
Sergio Sigrist. Unha-de-gato. Disponível em: https://www.ppmac.org/content/unha-de-gato. Acesso
em: 18/out/2020.
56
Ângela Lima. Índice Terapêutico Fitoterápico. 2013, p. 423.
57
Sergio Sigrist. Loc. Cit. Disponível em: https://www.ppmac.org/content/unha-de-gato. Acesso em:
18/out/2020.
45
espécies de plantas medicinais que são conhecidas por seu uso popular, esse
conhecimento é de extrema importância para o farmacêutico, tendo em vista que
esse profissional realiza o processo de fabricação de medicamentos fitoterápicos, a
prescrição e a orientação com base nesses conhecimentos.
46
58
MARCONI e LAKATOS definem a pesquisa como um procedimento
formal e crítico cujos objetivos são responder a uma problemática específica,
descobrir novos fatos, conhecer um determinado fênomeno ou produzir novos
conhecimentos sobre uma área.
59
Conforme TARTUCE, uma pesquisa de campo é realizada com base
em procedimentos. Também denominada de estudo de campo neste estudo, é
precedida pelo referencial teórico. São realizados os processos de coleta de dados
de um determinado fênomeno, a fim de que seja feita a análise e respondida a
questão inicial.
62
TARTUCE define que o método quantitativo utiliza técnicas
estatísticas a fim de mensuar opiniões e informações, enquanto o método qualitativo
possibilita ao pesquisador a interpretação do objeto de pesquisa por diversas
perspectivas, tratando com a subjetividade que envolve o fênomeno e permitindo
que o pesquisador tenha uma aproximação do fato pesquisado.
60
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Op. Cit. p. 62.
61
Idem. Ibidem. p. 34.
62
Idem. Ibidem. p. 59-60.
48
65
Corroborando as colocações das autoras, TARTUCE explica que a
técnica da entrevista não se assemelha a do questionário, principalmente por ter
como base o contato pessoal com os entrevistados. Esse tipo de instrumento trata
dos dados que não são mensuráveis.
66
Ainda sobre a entrevista, TARTUCE enfatiza que a aplicação dessa
técnica precisa que alguns requisitos sejam cumpridos, como a apresentação do
Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Este documento é utilizado para garantir
ao participante a confidencialidade das suas respostas e é apresentado
integralmente para todos os entrevistados. Sua função também é atuar como um
convite para a participação na pesquisa, além de assegurar o anonimato das
respostas.
informações que vão além daquelas obtidas nas respostas dos participantes.
Além disso, 68% desse total são do gênero feminino, e 47% dos
participantes pertencem à faixa etária de 20 a 29 anos. Em relação ao nível de
escolaridade, 67% indicaram possuir o ensino superior.
50
Eucalipto 5%
Alfavaca 3%
Camomila 5%
Hedera Helix 20%
Guaco 12%
Capim Santo 3%
Cidreira 2%
Valeriana 5%
Mastruz 30%
Hortelã 5%
Babosa/Aloe Vera 10%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
30%
37%
10%
10% 13%
8%
16%
4%
72%
16% 16%
16%
28%
24%
28%
72%
Sim Não
54
Com base nos dados coletados, foi possível observar que os pacientes
citaram uma grande variedade de plantas medicinais que utilizam para o tratamento
de doenças ou para tratar alguns sinais e sintomas específicos, no total foram
citadas 10 plantas medicinais e 3 medicamentos fitoterápicos, sendo eles: a
Valeriana, o Xarope de Hedera Helix e o Xarope de Guaco.
Foi possível notar, por intermédio dos dados, que a maioria dos
participantes (72%) utilizava o medicamento por indicação de familiares e amigos. É
de conhecimento geral, que o uso das plantas medicinais como forma de tratamento
de algumas doenças, é em sua maioria fruto da cultura e da tradição de um povo,
assim, as informações sobre as plantas acabam por serem transmitidas de geração
a geração dentro das famílias, ou em uma conversa com amigos.
Primeira Entrevista
Nome: Karine Queiroz de Almeida.
Formação: Pós-graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas.
CRF: 6937.
Data da Entrevista: 15/03/2021
Jonhes: Na maioria das vezes, o que tem sido feito para uma dispensação
responsável de fitoterápicos e plantas medicinais?
Segunda Entrevista
57
Marcílio: A orientação farmacêutica vem crescendo a cada dia. Esta deve ser
pautada em princípios éticos e legais, para que possa ser responsável e racional. Na
maioria das vezes, essa orientação é feita de maneira muito rápida, ali mesmo no
balcão, onde o profissional não garante privacidade para o paciente. Sabemos que
isso está longe de ser o ideal, mas as grandes redes de farmácia já possuem um
consultório próprio para o farmacêutico fazer uma consulta farmacêutica adequada
bem como prestar uma orientação com mais atenção, de forma individual.
Jonhes: Na maioria das vezes, o que tem sido feito para uma dispensação
responsável de fitoterápicos e plantas medicinais?
Marcílio: Sim, uma paciente me relatou que fez uso de Gingko biloba por indicação
de conhecidos e, com pouco tempo de uso, em uma consulta de rotina, percebeu
um aumento significativo da pressão arterial. Os níveis pressóricos normalizaram
quando ela parou de tomar o Ginkgo biloba.
Marcílio: Sim, o farmacêutico tem propriedade para fazer uma orientação adequada
e racional de fitoterápicos e plantas medicinais.
Terceira Entrevista
59
Jonhes: Na maioria das vezes, o que tem sido feito para uma dispensação
responsável de fitoterápicos e plantas medicinais?
Ana: Não há casos relevantes para descrever em minha rotina. Houve casos
pontuais de paciente fazendo uso de canela e gengibre na dieta que obtiveram
aumento na pressão arterial. Consegui identificar e sugerir mudanças.
Ana: Infelizmente, não. É necessário difundir e incentivar essa prática. Acredito que
a modalidade alopática prevalece nas prescrições devido a questões comerciais.
Falta também um foco maior na grade curricular quanto ao uso desses
medicamentos.
Ana: Cabe ao farmacêutico promover o uso racional deles. O uso racional consiste
em fazer a orientação de uso seguro após a anamnese. Somente após o
levantamento de condições de risco associadas e os medicamentos em uso do
paciente, é possível formular a orientação. Deve-se levar em conta a interação dos
princípios ativos dos fitoterápicos e/ou plantas medicinais com as condições do
cliente e orientá-lo quanto ao risco de superdosagem caso opte pelo uso da planta
bruta para o seu tratamento. Em caso de uso da planta medicinal, é interessante o
farmacêutico especificar a quantidade e a forma a ser utilizada detalhadamente por
escrito.
Ana: Sim. Entendo que fitoterápico seja o medicamento produzido a partir de uma
planta medicinal. Isso significa dizer que ele possui padronização de ativos, dose e
posologia estabelecida. Enquanto a planta medicinal é o insumo bruto obtido da
natureza, cujo teor de princípios ativos pode variar conforme diversos fatores, como
clima, solo, cultivo, etc.
Quarta Entrevista
61
Luana: Vem sendo cada vez mais presente, tendo em vista o seu melhor
custo/benefício e sua eficácia comprovada.
Jonhes: Na maioria das vezes, o que tem sido feito para uma dispensação
responsável de fitoterápicos e plantas medicinais?
Luana: Sim. É comum relatos sobre efeitos adversos após o uso indiscriminado de
fitoterápicos.
Luana: Existe. O fitoterápico é feito a partir de plantas com algum efeito medicinal
por meio de um processo industrial. Já as plantas medicinais são utilizadas como
medicamentos sem esse processo industrializado, por meio de preparações mais
simples, como uma infusão.
Quinta Entrevista
Nome: Rafael Barreira Pinheiro.
Formação: Especialização em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica.
CRF: 3633.
Data da Entrevista: 23/03/2021
Rafael: Acredito que ainda possa melhorar e aumentar bastante, devido ao aumento
dos mercados de produtos naturais e fitoterápicos.
Jonhes: Na maioria das vezes, o que tem sido feito para uma dispensação
responsável de fitoterápicos e plantas medicinais?
Rafael: Sim.
atualização dos estudos dos farmacêuticos. Os outros três afirmaram que esse
profissional está sim preparado, porém precisam estudar mais sobre a dispensação
e a orientação farmacêutica voltada a esses medicamentos.
CONCLUSÃO
Quanto ao objetivo, considera-se que foi atingido, uma vez que foi
possível extrair das explanções dos entrevistados que a atuação do farmacêutico é
essencial para garantir o uso seguro e racional de fitoterápicos e plantas medicinais,
porque esse profissional detém o conhecimento e as informações acerca dos efeitos
e problemas decorrentes desses produtos.
BIBLIOGRAFIA
FONTES ONLINE
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rural. Boletim de Pesquisa Florestal. Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-09/4860/1/baggio.pdf.
Acesso em 11out/2020.
CALOU, Iana Bantin Felício et. al. A atividade gastroprotetora da Maytenus ilicifolia e
Maytenus aquifolium. Revista Saúde & Ciência. Disponível em:
http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10249/1/2014_art_gscerquei ra.pdf. Acesso
em: 16/out/2020.
LEMOS JUNIOR, Hernani Pinto de; LEMOS, André Luis Alves de. Hortelã. Revista
Diagnóstico e Tratamento. Disponível em: http://files. bvs.br/upload/S/1413-
9979/2012/v17n3/a3102. Acesso em: 19/out/2020.
MORAES JESUS, Wilker Marlon de Moraes; CUNHA, Tarcísio Neves da. Estudos
das propriedades farmacológicas da espinheira-santa e duas espécies adulterantes.
Revista Saúde e Desenvolvimento. Disponível em: https://www.uninter.com/
revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/67. Acesso em:
16/out/2020.
SOUSA, E. A. O.; NEVES, E. A.; ALVES, C. R.. Potencial terapêutico de Aloe Vera
(Aloe Barbadensis): Uma Breve Revisão. Revista Virtual de Química. Disponível em:
http://static.sites.sbq.org.br/ rvq.sbq.org.br/pdf/v12n2a09.pdf. Acesso em:
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SOUZA, Raphael et al. Biological effects of an aqueous extract of Salix alba on the
survival of Escherichia coli AB1157 cultures submitted to the action of stannous
chloride. Biological Research. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/26804520_Biological_effects_of_an_aqueo
us_extract_of_Salix_alba_on_the_survival_of_Escherichia_coli_AB1157_cultures_su
72
Prezado(a) Senhor(a),
Atenciosamente,
73
___________________________________
1. Sexo:
( ) Masculino. ( ) Feminino.
2. Faixa etária:
( ) 20 a 29 anos.
( ) 30 a 39 anos.
( ) 40 a 49 anos.
( ) 50 a 59 anos.
( ) Acima de 59 anos.
3. Grau de instrução:
( ) Ensino fundamental.
( ) Ensino médio.
( ) Graduação.
4. Já fez ou faz uso de algum tipo de fitoterápico ou planta medicinal para tratar
alguma doença?
( ) Sim.
( ) Não.
______________________________________________________________.
( ) Sim. ( ) Não.
76
_____________________________________________
Assinatura do participante
77
Nome:
Formação:
CRF: