Barman 1
Barman 1
Barman 1
Barman
1
emprego
Gastronomia
Ba rm a n
1
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
Rodrigo Garcia
Secretário
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Bartender Store, Carlos Alberto de Freitas, Di Pratos, Di Presentes, Mário Ramalho Júnior,
Raul Ribeiro e Rick Anson
4 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Caro(a) Trabalhador(a)
Unidade 2
29
Barman ou barwoman?
Unidade 3
45
O material do barman
Unidade 4
53
Copos, a vitrine do barman
Unidade 5
61
Boas práticas de higiene
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via
Rápida Emprego: gastronomia: barman, v.1. São Paulo: SDECT, 2012.
il. - - (Série Arco Ocupacional Gastronomia)
CDD: 371.425
641.874
FICHA CATALOGRÁFICA
Sandra Aparecida Miquelin - CRB-8/6090
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 1
A origem do álcool
Poucos se arriscam a dizer com precisão quando e como surgiu
a ocupação de barman (fala-se “barmen”). Mas é possível afirmar
que, desde que as civilizações descobriram a produção do álcool,
existiu, de alguma forma, um barman, embora não exatamen-
te com a imagem que temos dessa ocupação hoje. Há registros
de que antigos boticários hindus separaram uma substância do
vinho e da cerveja, que inebriava quem os bebia, dando início
ao processo de destilação com funções medicinais, como as
produzidas pela morfina. Tais medicamentos eram comerciali-
zados em “boticas”, espécies de farmácias da época; daí surgi-
riam, mais tarde, os termos “boteco” e “botequim”.
10 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
© RMN-GP/A. Danvers/Other Images
Fichel Eugène Benjamin. Le cabaret de Rampouneau, 1877. Museu de Belas Artes, Bordeaux, França.
Nos hotéis, o tipo de bar mais comum é o chamado lobby bar (fala-se “lóbi bar”),
localizado no saguão. Mas existem ainda os bares de piscina e o chamado set up
(fala-se “setâp”), espécie de bar móvel, montado em um carrinho, que atende os
hóspedes em seus quartos.
As casas noturnas também são um espaço importante para o barman. Nesses bares,
o cardápio de bebidas é amplo, e o de comida, restrito.
Bar de hotel: praticamente baseado num american bar, oferece bebidas e coquete-
laria internacional em virtude da variada procedência de seus hóspedes.
Botequim: típico bar brasileiro, com serviço de bebidas, lanches, tira-gostos.
© Imagebroker RM/Florian Kopp/Diomedia
12 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Brasseries (fala-se “brasserris”): antigas cervejarias com serviço de pães, frios embu-
tidos (salames, linguiças e presuntos crus) e queijos. Depois que os insetos Filoxera
acabaram com os vinhedos da Europa, a partir de 1870, as brasseries se tornaram
moda na França, na Bélgica e nos países do Noroeste europeu.
© Ellen Rooney/Easypix
Café: típico bar francês. Serve bebidas alcoólicas e café em seus variados estilos.
Conta com o serviço de profissionais especializados na arte de tirar cafés, os ba-
ristas.
© Ethel Davies/Easypix
© Imagebroker/Alamy/Other Images
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Dancing bar: típico bar estadunidense. Oferece bebidas, refeições e pista de dança com
música ao vivo ou mecânica, com a presença de DJs.
© Stuart Pearce/Easypix
Only drink bar: típico estadunidense, com serviço exclusivo de bebidas. Não é permi-
tido música, refeições e nada que possa perturbar o cliente enquanto estiver bebendo.
Piano-bar: típico bar estadunidense. Bar com característica de um american bar, com
música de piano, standards do jazz estadunidense, bossa nova, entre outros.
© Atlantide Phototravel/Corbis (DC)/Latinstock
Pub: típico bar britânico, com destaque para os ingleses e irlandeses. O nome deri-
va da palavra public (público). Serve bebidas, alimentos rápidos e jogos como xadrez,
gamão, dardo, entre outros. Atualmente, os pubs são encontrados nas capitais cos-
mopolitas e sua oferta de cervejas premium e destilados agrada o público amante do
rock britânico.
© Alex Segre/Alamy/Other Images
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Quiosque: estabelecimento localizado em lugares de grande circulação de pessoas
– praias, shopping centers, ruas, entre outros. Ele é geralmente aberto para todos os
lados, com balcões. Nele há oferta de bebidas e comidas, de acordo com sua loca-
lização. Por exemplo, num quiosque de praia vendem-se cervejas, caipirinhas, pe-
tiscos, entre outras coisas.
© Album/Bruno Pérousse/akg-images/Latinstock
Saloon: típico bar estadunidense do século XIX (19), no período da expansão da
fronteira dos Estados Unidos da América para a costa do oceano Pacífico. Esses
bares prestavam serviços variados: quartos, cocheiras, jogos e shows, comidas e
bebidas. Era famoso na época pela frequência de bailarinas, pistoleiros, xerifes e
fazendeiros. Hoje em dia existem bares com a temática do saloon, mas já não são
famosos como naquela época.
Taberna inglesa: típico bar inglês. Além de servir bebidas como vinho e cerveja,
serve comida. Em suas dependências também funcionavam hospedarias e cocheiras.
Vagon: típico bar estadunidense (mascate). Bar ambulante que vendia alimentos,
armas e bebidas alcoólicas (armazém ambulante).
Wine bar: conceito que se reinventa graças ao sucesso no serviço de vinhos em taças,
cujas garrafas devem ser acondicionadas em máquinas de serviço denominadas wine
machines (fala-se “uain machine”).
© Jamie Pham/Alamy/Other Images
18 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Uisqueria: espaço bastante restrito em que as pessoas se reúnem para apreciar uísque.
A oferta de grande variedade de marcas é o foco desse tipo de bar.
Além dos bares aqui descritos, há inúmeros outros. Alguns deles não são estabele-
cimentos, como é o caso do frigobar e do self-service. O primeiro, encontrado em
hotéis, trens, navios etc., oferece bebidas em doses engarrafadas em miniaturas,
salgadinhos e doces. O segundo são máquinas automáticas que oferecem bebidas
enlatadas. Ambos são tipicamente estadunidenses.
Vamos experimentar?
Vamos aqui construir nossa tabela de cores, com lápis de cor.
Cores primárias Cores secundárias Cores terciárias
20 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Mas a brincadeira com as cores não para aqui!
Veja o círculo cromático a seguir: ele indica as cores primárias e secundárias e,
ainda, duas novidades – as cores complementares e as análogas.
As cores complementares são aquelas que apresentam um contraste entre elas. No
círculo de cores, elas ficam sempre em lados opostos.
As cores análogas são vizinhas no círculo cromático. Por exemplo: azul e azul + magenta.
Atividade 1
O bservação do círculo cromático
Círculo cromático
Amarelo + Verde
Amarelo Verde
Vermelho Ciano
Magenta Azul
Azul + Magenta
Todos acertaram? Provavelmente, sim! Quando faz muito frio, temos a sensação de
que uma blusa de lã branca não vai esquentar, não é mesmo? O mesmo acontece
no verão, quando nem pensamos em usar uma camiseta preta para andar sob o sol
do meio-dia, e sempre que cometemos esse erro... nos arrependemos.
Veja, a seguir, quais são os tons frios e os quentes:
Tons frios
Tons quentes
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Atividade 2
As cores em todos os lugares
Cor Classificação
Um amarelo-ouro: riqueza.
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Um amarelo barife: ficção científica e brilho; resplendor.
Como você já adquiriu o conhecimento sobre cores, poderá criar receitas de drinques
multicoloridos, saborosos e, ao mesmo tempo, visualmente atraentes.
© GlowImages/Alamy/Other Images
Giuseppe Arcimboldo. Retrato de homem feito de frutas (invertido), c. 1580. Óleo sobre tela, 55,9 cm x
41,6 cm. New York, French & Company LLC.
a) Agora que você observou a obra, vire-a de ponta-cabeça. O que acontece? Qual
é, em sua opinião, a mensagem que o autor procura transmitir ao colocar a maçã
no rosto do homem?
26 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
b) Inspire-se nessa obra e escreva uma dissertação com o tema: “Meu encontro com
a produção de coquetéis”.
Lara Jennings disse ainda que o gelo deve ser sempre o primeiro elemen-
to no preparo de um coquetel, desde que não seja um drinque macerado,
nem aquecido. Na hora de servir, o copo deve ser o apropriado para a
bebida.
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Para ser um bom profissional
Para uma boa formação, é importante saber que profis-
sional queremos ser e quais são as possibilidades para
ingressar no mercado de trabalho nessa área.
Vamos começar nosso percurso nos fazendo a seguinte
pergunta: Onde eu estarei trabalhando em cinco meses?
A ocupação de barman também é
conhecida como bartender. Nesses
Você se imagina trabalhando como barman/barmaid? cadernos optou-se pelo uso de
barman, tal qual é utilizado pelo
Como você se vê? Onde estará trabalhando? Ministério do Trabalho e Emprego.
Portanto, ao ser registrado em um
bar, hotel etc., em sua carteira
• Em um restaurante? profissional deve vir anotado barman.
• Em um bar temático?
• Em um hotel?
• Em um navio?
São muitas as possibilidades e, certamente, você deve ter
imaginado outras tantas.
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• Garçom de bar – serve bebidas, coquetéis, salgadinhos e lanches em geral
nas mesas do bar. Deve ter conhecimento da descrição de cada coquetel para
poder oferecê-los aos clientes.
• Commis (fala-se “comí”; em português, cumim) de bar – função primordial
num bar, pois geralmente a carreira é iniciada nessa etapa. Esse profissional
começa a trabalhar antes do barman, pois a mise en place deverá estar
pronta para o momento de execução do serviço de bebidas. Prepara sucos,
higieniza frutas e insumos, corta cenouras e salsão em palito, fatia limões
e laranjas, organiza garrafas e demais utensílios, esteriliza taças e copos,
prepara o gelo, assim como produz o xarope de açúcar simples (goma). E,
ainda, auxilia o barman na execução dos coquetéis e demais bebidas. Zela
pela conservação e manutenção dos equipamentos e materiais.
• Runner (fala-se “râner”) de bar – ocupação criada recentemente devido à
longa espera nos restaurantes mais movimentados. Profissional que serve
rapidamente os coquetéis pedidos pelos clientes durante a espera das mesas.
Atividade 1
E studo de meio
Apresentamos anteriormente vários locais onde o barman pode exercer sua ocupação.
Vamos, agora, formar pequenos grupos: cada grupo deve visitar um local diferente
e entrevistar profissionais que atuam em várias áreas.
Seguem algumas sugestões:
• bar;
• restaurante;
• hotel;
• casa noturna.
O que vocês gostariam de perguntar aos profissionais que atuam nesses locais?
Segue, aqui, um roteiro de entrevista e cada grupo pode acrescentar outras pergun-
tas que considerar importantes:
a) Quem é o entrevistado?
Agora, é com o grupo: Quais são as outras perguntas que vocês gostariam de fazer
para esse profissional?
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b) Como organizo as ideias de forma a explicar aquilo que o profissional nos contou?
c) Quais foram os argumentos que ele usou para nos relatar essa ocupação?
© Photocuisine/Flayols/Diomedia
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Atividade 2
R econhecendo meus conhecimentos
Etapa 1
Vamos começar pensando sobre quem somos.
1. A escultura a seguir é feita em bronze e é muito famosa. Repare como ela foi
esculpida, como os músculos são representados.
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A balança da vida
Etapa 2
Um dos grandes poetas brasileiros, Carlos Drummond
de Andrade, que retratou problemas sociais e o sentido
da vida, escreveu o poema “Sentimento do mundo”:
Carlos Drummond de Andrade.
Autorretrato em caricatura.
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo.
ANDRADE, Carlos Drummond de.
Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Record.
Carlos Drummond de Andrade ©Graña Drummond.
<www.carlosdrummond.com.br>
Preencha o quadro a seguir com suas lembranças. Veja o exemplo na primeira linha.
Quadro 1: Lembranças
40 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
3. Agora que se lembrou de diversos fatos de sua vida, indique suas experiências
profissionais relacionadas com o preparo de bebidas: pode ser como passatempo,
cursos que tenha feito, coisas que gosta de fazer (mesmo que não ganhe dinhei-
ro com elas), algo que faça ou que as pessoas acham que você faz bem.
Veja, novamente, um exemplo na primeira linha do quadro.
Quadro 2: Minhas experiências de vida na área da gastronomia
Ao preencher esses quadros, você foi percebendo que já fez muita coisa na vida e
que, também, sabe fazer bem outras tantas.
Etapa 3
Depois de fazer um balanço de nossa vida, dos nossos conhecimentos, vamos apro-
fundar essa discussão a respeito do que é preciso saber para ser barman.
42 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
2. Agora que conversamos sobre o que o barman deve saber, vamos pensar sobre
nós mesmos.
a) Dos itens discutidos, o que eu sei fazer bem, mais ou menos, não sei nada ou sei
pouco?
b) Relacione esses itens e analise-os: Eu sei fazer bem? Mais ou menos? Não sei fazer? Vá
marcando as respostas com um X na respectiva coluna.
Veja um exemplo na primeira linha:
Faço mais
Itens discutidos Faço bem Não sei fazer
ou menos
Combinar bebidas X
44 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Unidade 3
O material do barman
Quais serão os segredos do barman?
Certamente, muitos! Você também vai “colecionar” os segredos
que descobrirá em sua carreira!
Atividade 1
Para reconhecer a área de trabalho
© Lasse Kristensen/123RF
• Balde e pinça para gelo – conhecidos como caçambinha, são utilizados para levar
gelo à mesa do cliente.
© Lew Robertson/Getty Images
• Balde para champanhe – de tamanho maior, é usado para manter gelados vinhos,
champanhes e cervejas, depois de abertos.
© C Squared Studios/Getty Images
• Colher de bar – também conhecida como bailarina, feita geralmente de aço inox
ou prata. Tem cabo comprido e na extremidade possui um sacador de tampas. É
usada para mexer as bebidas no mixing glass (fala-se “míxin gléss”) e também para
medir alguns ingredientes de coquetéis, como açúcar e creme de leite.
© Paulo Savala
46 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
• Coqueteleira de duas peças (também conhecida como shaker (fala-se “chêiker”),
pode ser de aço ou de prata. É usada na preparação de coquetéis cujos ingredien-
tes não se misturam com facilidade, por exemplo, o leite de coco e o rum.
© Evgeny Karandaev/123RF
• Coqueteleira de Boston.
© Evgeny Karandaev/123RF
© Homydesign/Alamy/Other Images
• Jarra de vidro ou de aço inox – utilizada para armazenar sucos e líquidos perecí-
veis, como o creme de leite.
© Paulo Savala
• Mixing glass (copo misturador ou copo de bar) – copo grande, de vidro, com
biqueira. Usado para misturar e gelar bebidas preparadas.
© Paulo Savala
48 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
• Picador de gelo – instrumento pontiagudo usado para quebrar barras de gelo em
pedaços menores.
© Judith Collins/Alamy/
Other Images
• Raspador de gelo – instrumento de metal que serve para fazer flocos de gelo,
utilizado na preparação de alguns drinques.
© Paulo Savala
• Saca-rolhas.
© Milos Luzanin/Alamy/Other Images
© Easypix
50 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Um bar padrão pode ser caracterizado por um balcão, banquetas individuais e
antebalcão; ali o barman executa seu trabalho, no espaço delimitado entre o ante-
balcão, as prateleiras e as geladeiras, que comportam o estoque de bebidas e outros
materiais do bar.
São vários os equipamentos, de maior porte, utilizados na manutenção, armazena-
mento ou produção dos coquetéis:
© Andrew Watson/Easypix
• geladeira e freezer (fala-se “frízer”) para bebidas e gêneros perecíveis, de preferên-
cia horizontal, localizada abaixo do balcão;
• máquina de gelo industrial, capaz de produzir entre 12 quilos e 50 quilos de gelo,
instalada fora do bar;
• armário, preferencialmente abaixo do balcão;
• balcão onde serão servidos os coquetéis e guarnições. Largura variável de até 70
centimetros (cm). Altura de 1,20 metro (m) e banquetas de 75 cm, com anteparo
para os pés de 30 cm até o piso;
• antebalcão: mise en place – local para uso do barman. Altura de 80 cm a 90 cm.
Deve conter pias, torneiras (cubas), local para gelo, garrafas em uso, local para
lixo e arrumação de copos;
• pia de apoio, para higienizar e cortar ingredientes;
• prateleiras onde são colocadas as bebidas em exposição e o estoque. Altura para
litros normais: 33 cm a 40 cm de largura para no mínimo 2 litros (enfileirados) e
comprimento de acordo com o espaço existente e o tamanho do balcão;
• piso do bar de estrado de borracha vazada, com orifícios que permitam que qual-
quer item que caia no chão não cause acidente, permitindo a circulação do barman
e do commis com segurança;
• liquidificador.
Você sentiu falta nessa lista de algum outro utensílio ou equipamento indispensável
para um barman?
Se pensou nos copos, acertou! Esse é o utensílio mais importante para o barman, o
que dá o toque final, como disse a barmaid (barwoman) na entrevista mostrada na
Unidade 2. A escolha do copo adequado é fundamental para a produção de um
coquetel perfeito. Em razão de sua grande importância, dedicaremos a próxima
Unidade exclusivamente a eles: os copos.
52 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Unidade 4
Copos, a vitrine do
barman
O austríaco Georg Riedel – fabricante de renomados copos de
vinho – revolucionou o ramo da produção e a escolha dos copos
para as bebidas. Ele criou um tipo de taça para cada tipo de uva
e acabou produzindo cerca de 400 taças diferentes. Segundo
ele, dois aspectos do copo interferem na percepção do aroma e
no sabor da bebida: shape (fala-se “cheip”) – formato do bojo e
da borda do copo; tamanho do copo.
Atividade 1
E xperimentando com os sentidos
© DeAgostini/A. DE GREGORIO/Diomedia
54 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Veja, na tabela a seguir, alguns dos copos mais usados em bares:
Nome Característica Uso Foto
© Sergii Dibrova/123RF
Long drinks (fala-se
“longue drinques”):
Alto, grande e com
Highball cuba-libre, gin fizz,
formato cilíndrico.
hi-fi, gim-tônica,
campari soda, sucos.
© Paulo Savala
Uísque com club
soda ou água
Um pouco mais baixo mineral.
que o highball (fala-se
Collins “raibol”) e mais Coquetéis servidos:
esguio. bloody mary, tom
Ideal para long drink. collins, tequila
sunrise, mojito,
entre outros.
e fundo largos.
O copo para Uísque on the rocks
caipirinha é (fala-se “on de
On the rocks
semelhante, porém roques”) com pedras
um pouco mais de gelo.
estreito e com fundo
espesso.
Coquetéis old-
-fashioned (fala-se
© Paulo Savala
“old fechion”),
italianos negroni e
Borda mais larga que americano, além de
Old-fashioned white russian, black
o fundo.
russian, french
connection, rusty nail,
entre outros.
56 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Nome Característica Uso Foto
© Zoonar/Elena Elissee/Keystone
Haste longa, bojudo e
Margarita ou coupett Margarita.
com borda larga.
© Samo Trebizan/123RF
Vinho branco e
vinho rosé (fala-se
Pé e formato bojudo “rosê”). Essas
Copo para vinho ou cilíndrico; bebidas são servidas
branco ou rosé pequeno, com borda sempre geladas, e o
menor. tamanho pequeno
ajuda a evitar o
aquecimento.
O vinho tinto é
servido nesta taça,
Pé e formato bojudo;
Copo para que contribui para
alto e com borda mais
vinho tinto que ele “respire”
aberta.
mais, liberando seu
aroma.
Licores, destilados
Cálice pequeno
Copo para licores puros, shots (fala-se
(30 ml).
“shóts”).
58 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Nome Característica Uso Foto
Shot: Dose
pura da bebida.
60 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Unidade 5
Boas práticas de
higiene
O alimento, líquido ou sólido, é o principal assunto
nesta nova ocupação que você está aprendendo. Como
ele é um dos mais importantes promotores da saúde,
Você sabia? devemos conhecer a melhor maneira de prepará-lo e
Existe um órgão público servi-lo, pois, caso contrário, poderá até mesmo nos
para fiscalizar e normati-
zar todos esses aspectos.
causar doenças.
A Anvisa, vinculada ao Preparar um alimento de modo seguro para consumo
Ministério da Saúde, atua
também na área de ali- significa, obrigatoriamente, adotar cuidados higiênico-
mentos: coordena, super- -sanitários em todas as etapas da produção, isto é, desde
visiona e controla as ati-
vidades de registro, in- a plantação (também denominada produção primária)
formações e inspeção, até a mesa do consumidor.
controle de riscos e esta-
belecimento de normas e Os estabelecimentos do ramo alimentício (bares, restau-
padrões. O objetivo é ga-
rantir as ações de vigilân- rantes, cafés etc.) devem, obrigatoriamente, ter um do-
cia sanitária de alimentos, cumento com a descrição do trabalho a ser executado e
bebidas, águas envasadas,
seus insumos, suas emba-
a forma correta de fazê-lo.
lagens, aditivos alimenta-
res e coadjuvantes de É o chamado Manual de Boas Práticas. Nele, podem ser
tecnologia, limites de con- registradas informações gerais sobre limpeza, água utili-
taminantes e resíduos de
medicamentos veteriná-
zada, controle de pragas, procedimentos de higiene e de
rios. Essa atuação é com- controle de saúde dos funcionários, de que modo eles são
partilhada com outros capacitados, qual o destino do lixo e, por fim, como ga-
ministérios, como o da
Agricultura, Pecuária e rantir a preparação de alimentos saudáveis.
Abastecimento, e com os
estados e municípios, que A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
integram o Sistema Na- disponibiliza material e cartilhas que informam sobre os
cional de Vigilância Sani-
tária. Saiba mais sobre Procedimentos Operacionais Padronizados (POP), ou
esse órgão muito impor- seja, documentos que descrevem como se deve proceder
tante para os que traba-
lham com alimentos, aces-
em cada operação em uma cozinha.
sando o site da Anvisa.
Disponível em: <http:// Os POP devem conter todas as etapas de cada ação, bem
w w w.anvisa.gov.br >. como os materiais empregados e os responsáveis pelas
Acesso em: 13 maio 2012.
ações.
[...]
Fonte: Resolução-RDC no 216, de 15 de setembro de 2004.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/
res0216_15_09_2004.html>. Acesso em: 13 maio 2012.
Tais medidas são essenciais para que não haja risco de contaminação das pessoas,
pois qualquer problema com os alimentos pode causar risco para a saúde dos tra-
balhadores e dos consumidores.
62 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Alguma vez você já encontrou fios de cabelo em sua comida? Esse é um exemplo
de contaminação física.
Já a contaminação química difere da física porque não é facilmente vista. Sabe-
mos que um alimento sofreu contaminação química quando nele há algum tipo
de produto químico que habitualmente não é utilizado como ingrediente. Podem
ser produtos de limpeza, inseticidas, antibióticos, agrotóxicos, óleos lubrificantes,
entre outros.
E, por fim, quando o alimento contém seres vivos, como microrganismos e para-
sitas, ele sofreu contaminação biológica. Em geral, todas essas contaminações
ocorrem no momento do preparo e da manipulação dos alimentos. Portanto, é
possível evitá-las!
© Trebuchet/123RF
© Mircea Savu/123RF
© Age Fotostock/Keystone
© Martina Kovacova/Easypix
64 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Os microrganismos indesejáveis que se desenvolvem
no alimento causam deterioração e até doenças. Por exem-
plo, talvez você já tenha jogado fora algum alimento por-
que ficou muito tempo fora da geladeira e azedou, ou
ficou com uma cor diferente da habitual. Esse é um caso
típico de microrganismo que altera o aspecto físico do
alimento. No entanto, a maioria dos microrganismos que
Os microrganismos multiplicam-se
causam doenças não provoca essa alteração no alimento. nos alimentos quando encontram
condições ideais de nutrientes,
umidade e temperatura.
1000
900
800
700
600
500
Zona de 400
Perigo
300
200
100
00
-50
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação. Resolução-RDC no 216/2004.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), p. 11. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/
divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 13 maio 2012.
66 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
Os alimentos que contêm níveis elevados de umidade oferecem condições mais
adequadas para a multiplicação de microrganismos. Para evitar sua proliferação,
é necessário que os alimentos sejam conservados em temperaturas adequadas e
em locais secos.
Os alimentos perecíveis são aqueles passíveis de estragar quando não há condições
adequadas de armazenamento.
Os alimentos não perecíveis são secos, pois não possuem umidade suficiente para
a proliferação de microrganismos. Isso permite que sejam conservados à tempe-
ratura ambiente.
Atividade 2
I dentificação de perecíveis e não perecíveis
Agora que você conhece a definição de alimentos perecíveis e não perecíveis, clas-
sifique os alimentos do quadro a seguir.
Morango
Uísque
Leite
Abacaxi
Chocolate em barra
Iogurte
Atividade 3
Visita a um bar
Você e seus colegas vão visitar um bar. Cada grupo deve escolher um local:
restaurante, hotel, casa noturna. Com o auxílio do monitor, solicitem autoriza-
ção para a visita.
68 A rco Oc u paci o na l G a s t r o n o m i a Ba rm an 1
2. Se possível, entrevistem o responsável pelo bar e con-
versem sobre a manutenção do local de trabalho, quais
são as formas de limpeza da cozinha e do bar, quem
faz a limpeza etc.
3. Cada grupo deve organizar as observações e informa-
ções coletadas durante a visita.
4. Apresentem essas observações e informações coletadas • Use apenas água tratada ou
de sistema alternativo, como poços
na visita aos demais colegas e troquem impressões. artesianos. Para o preparo de
alimentos e do gelo use apenas
água potável.
• O lixo deve ser retirado com
frequência da área de preparo de
O manipulador de alimentos alimentos em sacos bem fechados.
Após o manuseio do lixo, lave bem
as mãos com sabão.
Todo barman, como o cozinheiro, será um manipulador
de alimentos, pois muitas vezes terá de lavar, descascar,
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1. Utilize a água corrente para molhar as mãos.
2. Esfregue o antebraço, a palma e o dorso das mãos com sabonete, inclusive as
unhas e os espaços entre os dedos, por aproximadamente 15 segundos.
3. Enxágue as mãos com água corrente, retirando todo o sabonete.
4. Seque-as com papel-toalha ou outro sistema eficiente de secagem.
5. Esfregue as mãos com um pouco de produto antisséptico.
Ao lavar as mãos, fique atento também a estes cuidados:
• Esfregue todas as regiões das mãos (veja a ilustração a seguir com as áreas geral-
mente esquecidas).
• A pia para lavar as mãos não deve ser a mesma para a lavagem dos vasilhames.
Hudson Calasans
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação. Resolução-RDC no 216/2004.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), p. 28. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/
divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 13 maio 2012.
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No caso de alimentos preparados, eles devem ser armazenados na geladeira ou no
freezer, e identificados de maneira semelhante à das embalagens de alimentos aber-
tos e não utilizados totalmente:
• o nome do produto;
• a data de preparo;
• o prazo de validade.
Os alimentos nunca devem ser descongelados à temperatura ambiente. Para tanto,
existem duas opções: o forno de micro-ondas, se o preparo for imediato, ou deixar
o alimento na geladeira até descongelar.
Mais cuidados
Não é demais lembrar que tudo o que envolve o preparo de alimentos deve estar sempre
muito limpo. Não apenas a cozinha, mas também o local onde as bebidas serão servidas.
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Para realizar a mise en place é essencial ter a ficha técnica
do que vai ser preparado, ou seja, a receita. Na ficha de
cada prato ou produção a serem feitos estão contidas as
quantidades de cada item e o método de preparo.
No entanto, a mise en place não acontece apenas no iní-
cio da jornada de trabalho, mas também no fim do dia.
No bar, essas operações são conhecidas como “abre e
fecha do bar”. Vamos ver como isso é realizado:
• deve-se limpar e arrumar o bar;
• deve-se realizar o trabalho administrativo de fecha-
mento do caixa;
• deve-se arrumar o balcão com a ajuda do commis (aju-
dante em restaurantes e bares);
• faz-se o levantamento do material usado e da quanti-
dade necessária para repor o estoque.
Atividade 2
O estresse e as condições de trabalho
Estresse na cozinha
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Ou seja, para trabalhar no ramo de gastronomia é preciso se qualificar,
mas também ficar atento ao ambiente de trabalho e compreender e
compartilhar com seus colegas que a pressão não só altera o sabor
do prato, mas as chances de o resultado final não agradar o cliente podem
aumentar.
Atividade 3
E laboração de uma ficha técnica
1. Pense em algum coquetel que você tenha provado. Escreva a seguir a ficha téc-
nica dele.
Organize as etapas:
a) Ingredientes e quantidades necessários:
c) Quais seriam suas sugestões para que a ficha técnica de seu colega seja mais
compreensível?
© Gil Tokio/Pingado
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via rápida emprego
A origem do álcool
Barman ou barwoman?
O material do barman
Copos, a vitrine do barman
Boas práticas de higiene
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