2024.02.15 - Resposta (EDcl 0312933-97.2012.8.05.0000.2)

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Tribunal

PJe - Processo Judicial Eletrônico

15/02/2024

Número: 0312933-97.2012.8.05.0000.2.EDCiv
Classe: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: Tribunal Pleno
Órgão julgador: Des. Roberto Maynard Frank Tribunal Pleno
Última distribuição : 09/01/2024
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0312933-97.2012.8.05.0000
Assuntos:
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
HUGO AMARAL VILLARPANDO registrado(a) civilmente HUGO AMARAL VILLARPANDO registrado(a) civilmente
como HUGO AMARAL VILLARPANDO (EMBARGANTE) como HUGO AMARAL VILLARPANDO (ADVOGADO)
ISAAC MATIENZO VILLARPANDO NETO registrado(a)
civilmente como ISAAC MATIENZO VILLARPANDO NETO
(ADVOGADO)
Desa. Relatora da Rescisória Nº 0001218-25.1998.805.0000
(EMBARGADO)
Juiz Convocado Relator da Rescisória Nº 0019213-
65.2009.805.0000 (EMBARGADO)
Juiz Convocado Relator da Rescisória Nº 0019114-
95.2009.805.0000 (EMBARGADO)
Des. Presidente da 4ª Câmara Cível (EMBARGADO)
BANCO ECONOMICO S. A. EM LIQUIDACAO (CUSTOS VIVIAN VASCONCELOS DOS REIS SANTOS (ADVOGADO)
LEGIS) CELSO LUIZ BRAGA DE CASTRO (ADVOGADO)
MARIA CRISTINA E SILVA (ADVOGADO)
ESTADO DA BAHIA (CUSTOS LEGIS)
BANCO CENTRAL DO BRASIL (CUSTOS LEGIS) CONCEICAO MARIA LEITE CAMPOS SILVA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
57310 15/02/2024 20:42 Resposta aos embargos de declaraçaõ Petição
063
EXMO. SR. DESEMBARGADOR RELATOR DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO CONFLITO
DE COMPETÊNCIA N° 0312933-97.2012.8.05.0000.2 – TRIBUNAL PLENO DO E. TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DA BAHIA

BANCO BESA S.A., nos autos dos embargos de declaração em epígrafe, em


que figura como embargado, sendo embargante HUGO A. VILLARPANDO, vem, por seus
advogados abaixo assinados, em atenção ao r. despacho de id. 56788220, apresentar
sua resposta aos embargos de declaração de id. 51137805, pelos fundamentos expostos
abaixo:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESCABIDOS:


MERO INCONFORMISMO DO RECORRENTE

1. Os embargos de declaração ora respondidos foram opostos da r. decisão


de id. 50490214 dos autos principais, na qual o Des. Roberto Maynard Frank (i) declarou
seu impedimento para atuar na relatoria do conflito de competência, pois ele se tornara
o relator da ação rescisória n° 0001218-25.1998.8.05.0000, cuja competência se discute
no incidente; (ii) tornou sem efeito a r. decisão de id. 48436487 dos autos principais, por

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meio da qual havia determinado a devolução dos autos à Secretaria do Tribunal; e (iii)
julgou prejudicados os embargados de declaração n° 0312933-97.2012.8.05.0000.1,
opostos pelo Dr. Hugo Villarpando da r. decisão tornada sem efeitos.

2. Ao fim dos seus aclaratórios, o embargante realizou dois pedidos, assim


redigidos:

“(...) reconhecimento da incompetência absoluta por parte deste MM.


Desembargador para processamento e julgamento da ação rescisória nº 0001218-
25.1998.8.05.0000 e, consequentemente, a nulidade de todos os atos decisórios por
tudo quanto exposto alhures;
(...) reconhecimento do impedimento legal, nos termos do artigo 144, inciso IV do
Pergaminho Processual Civil para atuação no bojo da ação rescisória nº 0001218-
25.1998.8.05.0000, tendo em vista a sua prevenção para atuação no presente
conflito de competência, revogando todos os efeitos da decisão consubstanciada
no Id.: 50490214.” (id. 51137805, pp. 14-15).

3. Antes de adentrar nas diversas razões que justificam o desprovimento dos


aclaratórios, cumpre descrever, ainda que brevemente, o objeto do conflito de
competência e dos embargos de declaração aqui respondidos.

4. Para isso, vale rememorar que, além da ação rescisória n° 0001218-


25.1998.8.05.0000, que anulou a sentença proferida nos autos da ação revisional n°
0038567-64.1995.8.05.0001, existem mais duas ações rescisórias (n°s 0019114-
95.2009.8.05.0000 e 0019213-65.2009.8.05.0000) movidas pelo Banco BESA contra o Estado
da Bahia e contra os advogados Julio Cesar de Assumpção, José Basano Netto e Hugo
Amaral Villarpando, respectivamente. Estas duas últimas rescisórias visam à
desconstituição de decisões proferidas nos autos do agravo de instrumento n° 28014-
7/2004 1, que condenaram o aqui recorrido ao pagamento de multa por ato atentatório
à dignidade da justiça e por embargos de declaração protelatórios.

5. O conflito (positivo) de competência n° 0312933-97.2012.8.05.0000 foi


instaurado pelo ora embargante para definir um único relator para essas três rescisórias.
No bojo desse incidente, após sucessivas declarações de impedimento ou suspeição, os
autos foram distribuídos ao Des. Osvaldo de Almeida Bomfim (id. 17098111), o qual

1 Esse agravo foi extraído da ação revisional mencionada acima (processo n° 0038567-64.1995.8.05.0001).

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determinou que as Des. Lícia de Castro Laranjeira Carvalho e Sandra Inês Moraes
Rusciolelli Azevedo prestassem informações sobre as ações rescisórias que estavam sob
a relatoria de cada uma (id. 17098112).

6. O Des. Osvaldo de Almeida Bomfim, contudo, aposentou-se logo em


seguida (id. 28926200), sendo que a ilustre Juíza Substituta em Segundo Grau, Dra.
Adriana Sales Braga, na qualidade de substituta do Des. Osvaldo de Almeida Bomfim,
determinou a redistribuição dos autos por livre sorteio, com base no art. 41-A 2 do
Regimento Interno do e. TJ-BA (id. 28987349).

7. Os autos foram redistribuídos ao Des. Roberto Maynard Frank em 25.5.2022


(id. 29214328), o qual declarou conflito negativo de competência por entender que a
demanda deveria permanecer no acervo do Des. Osvaldo de Almeida Bonfim,
aguardando a nomeação do Desembargador que ocuparia a sua vaga (id. 29245466).

8. No dia 18.7.2023, a eminente Des. Ivete Caldas Silva Freitas Muniz, que
assumiu a relatoria do conflito de competência, determinou a extração de cópias dos
autos para formação de novo conflito de competência 3 – agora, para definir a relatoria
do conflito de competência aqui narrado -, tendo como suscitante o Des. Roberto
Maynard Frank e como suscitado o sucessor do Des. Osvaldo de Almeida Bonfim. Nessa
mesma decisão, a ilustre Desembargadora relatora, com base no art. 955 do CPC,
designou o Des. Roberto Maynard Frank para resolver, “em caráter provisório, as medidas
urgentes no conflito de competência n° 0312933-97.2012.8.05.0000” (id. 45596091).

9. No dia 31.7.2023, o Des. Roberto Maynard Frank, ao entender que


inexistiriam medidas urgentes pendentes de apreciação, determinou a devolução dos
autos à Secretaria do Tribunal.

2 “Art. 41-A - Nas hipóteses de licenças médicas e afastamentos, não voluntários, de Desembargador, por

prazo superior a 90 (noventa) dias, fica autorizada a redistribuição, por livre sorteio no órgão julgador, dos
processos de competência privativa de membro efetivo do Tribunal”.

3 Autuado sob o n° 8035711-12.2023.8.05.0000.

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10. Todavia, no dia. 12.9.2023, o Des. Roberto Maynard Frank, com base no art.
144, caput, IV 4 do CPC, declarou o seu impedimento superveniente para atuar como
relator em caráter provisório do conflito de competência, pois ele assumira a relatoria da
ação rescisória n° 0001218-25.1998.8.05.0000, cuja competência era objeto de discussão
no incidente em comento (id. 50490214). Além disso, como consequência do seu
impedimento, o Des. Roberto Maynard Frank tornou sem efeito a sua decisão proferida
no dia 31.7.2023.

11. Da r. decisão do dia 12.9.2023, Hugo A. Villarpando opôs os embargos de


declaração aqui respondidos, requerendo, mediante referência genérica a suposta
“omissão” e “erro material”, o reconhecimento de “incompetência funcional absoluta”
e “impedimento legal” do Des. Roberto Maynard Frank para atuar na relatoria da ação
rescisória n° 0001218-25.1998.8.05.0000 e, por consequência, a declaração de nulidade
de todas as decisões proferidas por ele naquela demanda 5.

12. De acordo com o advogado, o Des. Roberto Maynard Frank estava


vinculado ao presente conflito de competência desde 25.5.2022 – data em que os autos
do incidente lhe foram distribuídos -, o que implicava o seu impedimento para atuar na
ação rescisória, por força do art. 144, caput, IV, do CPC.

13. Feito esse breve resumo do conflito de competência e dos embargos de


declaração aqui em discussão, cumpre enfrentar o mérito do presente recurso.

14. Inicialmente, permita-se destacar que os aclaratórios fazem quase


telegráfica referência aos vícios de fundamentação elencados pelo art. 1.022 do CPC,
sem desenvolver minimante em que medida estariam configurados. Logo, o que se
observa, na realidade, é uma mera discordância de mérito por parte do embargante –

4 Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: (...) IV - quando for

parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.

5
Para facilidade de exame, transcrevem-se os pedidos deduzidos ao final do recurso, sintetizados acima:
“(...) reconhecimento da incompetência absoluta por parte deste MM. Desembargador para processamento
e julgamento da ação rescisória nº 0001218- 25.1998.8.05.0000 e, consequentemente, a nulidade de todos os
atos decisórios por tudo quanto exposto alhures; (...) reconhecimento do impedimento legal, nos termos do
artigo 144, inciso IV do Pergaminho Processual Civil para atuação no bojo da ação rescisória nº 0001218-
25.1998.8.05.0000, tendo em vista a sua prevenção para atuação no presente conflito de competência,
revogando todos os efeitos da decisão consubstanciada no Id.: 50490214.” (id. 51137805, pp. 14-15).

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que não se conforma com a declaração de impedimento do Des. Roberto Maynard


Frank –, e a isso não se prestam os embargos de declaração, o que, por si só, já seria
suficiente para rejeitá-los.

15. Não fosse isso suficiente, fato é que o objeto do conflito de competência é
bastante restrito, limitando-se a definição do juízo competente para examinar
determinada questão. Logo, a despeito do que foi pleiteado pelo embargante, o
presente incidente jamais poderia decretar a nulidade de decisões proferidas numa das
ações rescisórias que deu origem ao conflito de competência, tampouco poderia
substituir o recurso cabível contra aquelas decisões. Não é outro o entendimento
adotado pelo e. STJ, in verbis:

“EMPRESARIAL. AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZO DA


RECUPERAÇÃO E JUÍZO TRABALHISTA. PLANO HOMOLOGADO. CLÁUSULA
IMPEDITIVA DE EXECUÇÃO CONTRA O GRUPO ECONÔMICO. PENHORA DE BENS.
JUÍZO LABORAL. CONFLITO CONFIGURADO. DECISÃO MANTIDA.
1. O âmbito cognitivo do conflito de competência permite apenas a declaração do
juízo competente para decidir determinada questão, sendo inadequado seu uso
como sucedâneo recursal, a fim de se aferir a correção de decisões proferidas nas
demandas que originaram o incidente. Precedentes.(...)” 6

***

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


CONFLITO DE COMPETÊNCIA. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NOVO CPC.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DISCUSSÃO SOBRE A CONCURSALIDADE DO CRÉDITO. VIA
INADEQUADA. ESSENCIALIDADE DOS BENS. PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA
EMPRESA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA RECUPERAÇÃO. AGRAVO NÃO PROVIDO.
(...)
4. No estreito âmbito cognitivo do conflito de competência deve-se decidir apenas
a quem compete julgar a questão de mérito, uma vez que o incidente não se presta
como sucedâneo recursal nem se constitui em meio hábil para atacar decisões de
instâncias inferiores. (...)” 7

16. Além disso, diferentemente do que foi alegado pelo embargante, o Des.
Roberto Maynard Frank não estava vinculado ao conflito de competência quando se
tornou o relator da ação rescisória n° 0001218-25.1998.8.05.0000. Isso porque, quando
assumiu a relatoria da ação rescisória no dia 20.3.2023 (id. 41968673 daqueles autos), o
Des. Roberto Maynard Frank já declarara a sua incompetência para atuar como relator

6 STJ, 2ª Seção, AgInt no CC n° 192.372/RS, 2ª Seção, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julg. 19.9.2023, grifou-se.

7 STJ, 2ª Seção, AgInt nos EDcl no CC n° 178.339/PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julg. 17.2.2022, grifou-se.

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do presente conflito de competência. Tanto é assim que, na referida data, a relatora do


referido incidente era a Des. Ivete Caldas Silva Freitas Muniz (cf. id. 34148989 dos autos
principais).

17. O Des. Roberto Maynard Frank somente se tornou o relator provisório do


conflito de competência em 18.7.2023 – portanto, quase quatro meses após ter assumido
a relatoria da rescisória -, tendo em menos de um mês reconhecido, de ofício, o seu
impedimento para atuar no incidente 8.

18. Além disso, o art. 144, caput, IV, do CPC, citado pelo embargante para
fundamentar o impedimento do Des. Roberto Maynard Frank, prevê que “há
impedimento do juiz (...) quando for parte no processo ele próprio (...)”. No entanto,
embora o Des. Roberto Maynard Frank esteja impedido de atuar no conflito de
competência por ser parte desse incidente, na qualidade de relator da ação rescisória
n° 0001218-25.1998.8.05.0000, esse impedimento não se estende à ação rescisória, pois o
ilustre Desembargador nunca foi parte daquela demanda.

19. Não fosse a inexistência de qualquer impedimento do Des. Roberto


Maynard Frank para atuar como relator da ação rescisória, também se mostra claro que
o ilustre Desembargador sequer poderia ter assumido a relatoria do presente conflito de
competência. A eminente Juíza Adriana Sales Braga, ao determinar a redistribuição
daquele incidente por livre sorteio, cometeu, data maxima venia, um equívoco, pois o
art. 41-A Regimento Interno do e. TJ-BA, citado em sua decisão, autoriza a redistribuição
quando, por mais de 90 dias, o relator estiver de licença médica ou afastado não
voluntariamente. No caso em questão, não ocorreu nenhuma das duas situações, mas,
sim, a aposentadoria do Des. Osvaldo de Almeida Bomfim.

20. Seria, então, o caso de aplicação do art. 44, II do Regimento Interno do e.


TJ-BA, segundo o qual “[a] relatoria será transferida (...) ao Desembargador nomeado
para ocupar a vaga no Órgão Julgador, em caso de aposentadoria, renúncia ou morte
do Relator”. Desse modo, a relatoria deveria ter sido atribuída ao Des. Josevando Souza

8 Hoje, por força de decisão proferida no novo conflito de competência (processo n° 8035711-
12.2023.8.05.0000, id. 52971401), o atual relator provisório é o Des. Josevando Souza Andrade.

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Andrade, que ocupou a vaga deixada em aberto pela aposentadoria do Des. Osvaldo
de Almeida Bomfim.

21. Essa interpretação, aliás, foi detalhadamente exposta na r. decisão do Des.


Roberto Maynard Frank que suscitou o conflito negativo de competência:

“Consoante inteligência do art. 42 do RITJBA, na hipótese de vacância do cargo, o


acervo processual será transferido ao Desembargador nomeado para preenchê-
lo, aplicando-se, quando necessário, o art. 39 ou 41 do mesmo Regimento.
(...)
Da mesma forma, dessume-se a imposição de transferência de relatoria, em caso
de aposentadoria, ao Desembargador nomeado para ocupar a vaga no Órgão
Julgador do art. 44, inc. II, do RITJBA, in verbis:
(...)
Neste espeque, não se vislumbra hipótese de transferência de relatoria em caráter
definitivo em razão da aposentadoria do Relator originário, tal qual determinado
pelo eminente Juiz de Direito Substituto de Segundo Grau por meio da decisão de
ID. 28987349, sob pena, inclusive, decerto, de violação ao princípio do Juiz Natural.
Descabido, outrossim, data vênia, invocar a incidência do art. 41-A do RITJBA ao
caso em testilha, in litteris:
(...)
Isso porque o novel dispositivo em destaque cuida expressamente de hipótese de
afastamento involuntário por prazo superior a 90 (noventa) dias, o que, não se
confunde, à evidência, com o caso de vacância do cargo decorrente de
aposentadoria.
Não por outro motivo, aliás, é que o §1º do dispositivo retromencionado previu que
a compensação dos processos na hipótese do caput seria feita ‘quando do retorno
do Desembargador afastado’, o que claramente não ocorre no caso de
aposentadoria do magistrado.
Com efeito, o art. 42 e o art. 44, inc. II, do RITJBA, como visto, são claros ao
regulamentar o tema de vacância do cargo, dispondo categoricamente que a
titularidade do acervo em casos desse jaez compete ao Desembargador nomeado
para preenchê-lo, ressalvada a possibilidade de transferência temporária da
relatoria na hipótese de urgência na prestação jurisdicional, nos termos dos arts. 39
e 41 do RITJBA.” (grifou-se; id. 29245466 dos autos principais)

22. Portanto, considerando que nunca houve qualquer impedimento para o


Des. Roberto Maynard Frank atuar como relator da ação rescisória, sendo que ele jamais
poderia ter assumido a relatoria do conflito de competência no lugar do sucessor do Des.
Osvaldo de Almeida Bomfim, mostra-se impositivo o desprovimento dos aclaratórios aqui
respondidos.

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23. Diante do exposto, o Banco BESA requer a integral rejeição dos embargos
de declaração de id. 51137805.

Nestes termos,
p. deferimento.
De São Paulo para Salvador, 15 de fevereiro de 2024

Bruno Poppa Luiz Guilherme Martins Costa


OAB/SP 247.327 OAB/SP 315.622

Rodolfo Fontana Sofia Saad Gonçalves


OAB/SP 343.143 OAB/SP 422.628

Cainan Gea Giovana Ibrahim


OAB/SP 438.559 OAB/SP 465.948

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