Dayane Mirelly

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS/CH/UFCG

LEI 14.443/22: UM EXAME CRÍTICO SOBRE A AUTONOMIA SEXUAL E


REPRODUTIVA DAS MULHERES CISGÊNERO DO SERTÃO
PARAIBANO

DAYANE MIRELLY PEREIRA RODRIGUES

Campina Grande
2023
LEI 14.443/22: UM EXAME CRÍTICO SOBRE A AUTONOMIA SEXUAL E
REPRODUTIVA DAS MULHERES CISGÊNERO DO SERTÃO
PARAIBANO

DAYANE MIRELLY PEREIRA RODRIGUES

Projeto de pesquisa apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais/CH/UFCG, como um dos critérios
de avaliação do processo seletivo.

Campina Grande
2023
LINHA DE PESQUISA: Cultura e Identidades
ORIENTADOR (A) PROVÁVEL: Profa. Dra. Elizabeth Christina de Andrade Lima

RESUMO

Este estudo busca analisar as implicações práticas da Lei 14.443/22 na autonomia sexual e
reprodutiva das mulheres cisgênero, considerando as particularidades socioculturais do
Sertão Paraibano destacando-se a opressão histórica enfrentada pelas mulheres no Brasil,
refletida na imposição de papéis de gênero. O debate sobre direitos reprodutivos tem
raízes nos movimentos feministas e influenciou a legislação brasileira, incluindo a Lei
14.443/22, que alterou a idade mínima e retirou a necessidade de consentimento do
cônjuge. O referencial teórico abrange o desejo de controle reprodutivo, o histórico global
e brasileiro, e a análise crítica da Lei 14.443/22. A abordagem metodológica que será
adotada é a fenomenológica. A amostra será composta por mulheres em idade reprodutiva
que expressam ou expressaram o desejo de realizar a esterilização voluntária. Para coleta
de dados serão utilizadas entrevistas semiestruturadas, as quais serão analisadas por meio
da análise de conteúdo. Dessa forma, pretende-se compreender como a Lei 14.443/22
permeia as escolhas e decisões das mulheres na região, considerando representações de
gênero e possíveis lacunas na garantia da autonomia reprodutiva e sexual. O estudo
contribuirá para a compreensão da efetividade da legislação na autonomia reprodutiva das
mulheres cisgênero no Sertão Paraibano, identificando avanços e contradições na sua
execução. Por fim, a pesquisa se destaca por ser um tema da atualidade que necessita de
aprofundamento teórico e científico, considerando a interseccionalidade de gênero, classe
social, e cultura, proporcionando uma base para estudos futuros e reflexões sobre direitos
reprodutivos e de gênero.

Palavras chaves: Direitos reprodutivos, gênero, sertão paraibano


INTRODUÇÃO

O progresso notável alcançado pelo movimento global pelos direitos


reprodutivos ao longo das décadas, desde a publicação de O Segundo Sexo1, é inegável.
No entanto, persistentes determinantes culturais, sociais e econômicos, aliados a
restrições legais, continuam a representar obstáculos significativos às mulheres, em
diversas partes do mundo, no que tange aos direitos reprodutivos de acordo com suas
vontades, seja para conceber ou evitar a gravidez (Duarte; Roming, 2022).
Em um cenário de crescente desigualdade econômica desenfreada pelo
neoliberalismo - tanto intra quanto internacionalmente - juntamente com movimentos
populacionais entre países marcados por diferenças culturais substanciais e
transformações decorrentes de avanços tecnológicos rápidos, o corpo feminino emerge
como um elemento-chave suscetível às manipulações das novas demagogias populistas
ultraconservadoras que têm se disseminado nos últimos anos (Figueiredo, 2021; Souza,
2023).
No contexto Brasil, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres são
considerados direitos humanos fundamentais2. Esses direitos têm como base o princípio
do livre planejamento familiar, também reconhecido como um direito fundamental, e
regulamentado pela Lei nº 9.263/1996. Embora teoricamente todos esses direitos sejam
garantidos a todas as mulheres dentro de uma perspectiva hegemônica, na prática, sua
plena efetivação encontra obstáculos de natureza social, econômica e jurídica (Souza,
2023; Rodrigues, 2021; Figueiredo, 2021).
Desde a aplicação da referida Lei questionamentos sobre a sua
constitucionalidade em relação a autonomia reprodutiva e sexual das mulheres,
principalmente ao art 10, § 5º, onde consta a necessidade de concentimento do conjugê
para realização do procedimento de esterilização voluntária. Parte da problematização se
dá pelo contexto social que as mulheres brasileiras estão inseridas: a maior

1
"O Segundo Sexo" de Simone de Beauvoir, 1949, é uma obra fundamental do feminismo moderno,
abordando a condição da mulher na sociedade. Dividido em dois volumes, o livro examina mitos culturais,
opressão histórica e a construção social da feminilidade no primeiro volume. No segundo volume,
Beauvoir explora a subjetividade feminina, discutindo temas como sexualidade, maternidade, trabalho e
autonomia, desafiando as concepções tradicionais sobre as mulheres e contribuindo significativamente para
o pensamento feminista.
2
Os direitos humanos fundamentais são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de
raça, etnia, nacionalidade, sexo, orientação sexual, religião ou qualquer outra condição. Esses direitos são
considerados fundamentais porque são essenciais para a dignidade, liberdade e igualdade de todos.No Brasil,
a Constituição de 1988 garente esses direitos com base na dignidade da pessoa humana e estão vinculados ao
direito da saúde da mulher (Souza, 2023)
responsabilidade pelo percurso do planejamento familiar cabe a nós mulheres. Isso
siginifica que a tomada de decisão sobre gravidez, saúde sexual e educação dos filhos é
feita pela ausência do homem3 na co-responsabilização da reprodução, como apontam
Goulart e Ribeiro (2023):
São as mulheres que, maciçamente, suportam as consequências
de sustentar unidades familiares compostas apenas por si e seus
filhos, decorrentes do vertiginoso índice de abandono parental
pelo cônjuge masculino (p. 24).
Da colonização à modernidade a sociedade brasileira promoveu intensamente a
opressão das mulheres, gerando um ambiente marcado por ódio, repulsa e desprezo a
quem se intitula - e é intitulada desde o nascimento – mulher4. Essa dinâmica se
manifestou na imposição de papéis específicos de gênero atribuídos, como a expectativa
de que as mulheres devem estar vinculadas ao lar e, de forma obrigatória, gestar (Duarte;
Roming, 2022). Assim se configura a colonialidade de gênero, onde há uma expressa
barreira entre as escolhas relativas a vida em sociedade, as escolhas sexuais e
reprodutivas e o protagonismo das mulheres na efetivação dos seus direitos mais básicos
(Souza, 2023).
O desenvolvimento histórico global e brasileiro, aliado ao progresso e à
diversidade das correntes feministas5, desempenhou um papel fundamental na condução
das discussões sobre os direitos reprodutivos das mulheres (Duarte; Roming, 2022).
Portanto, neste primeiro ponto, observa-se que o direito reprodutivo feminino esteve
intrinsecamente ligado a alguns dos movimentos históricos6, fruto de reinvidicações
feministas que influenciaram diretamente a sociedade e impactaram a legislação
brasileira – consequentemente na lei da esterelização voluntária, âmago do presente
estudo.

3
Aqui aplica-se o conceito de homem ao sujeito cisgênero e heteronormativo que usufrui das estruturas de
poder e opressão compulsórias do patriarcado.
4
Aqui aplica-se o conceito de mulher em sua pluralidade: abarca tanto a cisgeneridade quanto a
transgeneridade e reconhece a diversidade de experiências das mulheres, independentemente da identidade
de gênero, orientação sexual e cor de pele que possuam.
5
O movimento feminista é diverso e composto por várias correntes que abordam questões de gênero a partir
de perspectivas diferentes. Cada corrente tem suas próprias ênfases, teorias e estratégias para alcançar a
igualdade de gênero.
6
Segundo Rodrigues (2021) (...) “O termo Direitos Reprodutivos surgiu em 1979, com a criação da Rede
Mundial pela Defesa dos Direitos Reprodutivos das Mulheres. A partir do século XX, intensificaram-se os
debates e lutas feministas em torno dos direitos individuais no que tange a Reprodução Humana, desde
1968, na I Conferência Mundial de Direitos Reprodutivos, ocorrida em Teerã, foi reconhecido que os
indivíduos têm direito de escolha sobre as questões de reprodução.” Além disso, Conferências
Internacionais de Direitos Humanos no século XX, em especial a Conferência Internacional de Cairo
(1994), que unificou os eixos de Direitos Reprodutivos e Direitos Sexuais.
Fruto das discussões entre profissionais de saúde, juristas, lideranças
parlamentares, movimento feminista e sociedade, a Lei 14.443 foi aprovada em 2022
como alteração da Lei nº 9.263/1996. Agora a idade mínima para realização da
esterelização voluntária é de 21 anos – não mais 25 – entre homens e mulheres com plena
capacidade civil. Além disso, não há mais a obrigatoriedade do conscentimento expresso
do conjugê para a realização do procedimento (Brasil, 2022).
Refletir sobre como – e se - a nova legislação marca um avanço significativo
nos direitos reprodutivos das mulheres é um dos motivos para o desenvolvimento desse
estudo. Além disso, se faz necessário entender o resultado da aplicabilidade dessa lei em
contextos socio-culturais invisibilizados historicamente, como o sertão da Paraíba, e
conhecer os atravessamentos que permeam as mulheres paraibanas, dentre elas: a
necessidade de controle sobre seus corpos, que restringe e limita o poder de suas
escolhas, da sua autonomia e da sua manifestação livre da vontade, através das diversas
violências de gênero sofridas ao longo do tempo (Duarte; Roming, 2022).
Assim, tem-se como objetivo geral realizar uma análise das implicações práticas
da Lei 14.443/22 na autonomia sexual e reprodutiva das mulheres cisgênero,
considerando as particularidades socioculturais do Sertão Paraibano. Para tanto, serão
apresentados os resultados qualitativos da pesquisa, afim de elucidar os fenômenos
sociais e culturais que permeam as decisões sobre reprodução e sexualidade.
Ademais, buscar-se-à avaliar o nível de conhecimento e acesso das mulheres
cisgênero do Sertão Paraibano às informações e serviços relacionados à saúde sexual e
reprodutiva e entender os pontos favoráveis e as fragilidades que a implementação da Lei
fomentou à autonomia reprodutiva e sexual das mulheres.
Os dados da pesquisa serão coletados através de entrevista semiestruturada com
o objetivo de colher as informações de uma maneira mais aprofundada e adaptada a
realidade sociocultural. Aproposta de pesquisa situa-se, portanto, no campo de estudos
dedicados aos estudos de gênero, sexualidade e cultura, tecendo conexões entre as
representações de gênero, o impacto na saúde sexual da mulher e e os atravessamentos
culturais.

PROBLEMA

A partir do entendimento de que as mulheres conquistaram - ao longo de


décadas de luta - direitos fundamentais garantidos por lei, surge também diversos
entraves sociais que dificultam a sua execução na realidade concreta como faixa etária,
condições socioeconômicas, desigualdade racial e as especificidades culturais e
territoriais que permeiam a efetivação desses dispositivos jurídicos (Lobato, 2020;
França et al., 2015). Como aponta Souza (2023):

(...) eles (os direitos) não são efetivamente exercidos por todas as
mulheres e muitas vezes são violados, por razões vinculadas ao
gênero e suas interseccionalidades como cor, classe social e
deficiência, por exemplo (p. 89-90).

Dentro desse contexto desafiador, a autonomia reprodutiva emerge como uma


problemática central. O acesso a métodos contraceptivos, a licença à maternidade
consciente e voluntária, o direito a interrupção da gestação de maneira legal e segura,
bem como a educação sexual abrangente são aspectos que, embora assegurados por lei,
frequentemente esbarram em preconceitos arraigados, falta de informação e imposições
sociais (Galli; Rocha, 2014; Andrade, 2017; Gava; Viera, 2016; Silva; Guimaraes, 2022).
Além disso, a questão da laicidade, que envolve a separação entre Estado e religião,
torna-se crucial. Em diversos contextos, influências religiosas podem interferir nas
políticas públicas relacionadas à saúde reprodutiva, restringindo o acesso a serviços
essenciais e perpetuando visões conservadoras sobre o papel das mulheres na sociedade
(Galli; Rocha, 2014).

Assim, a promulgação da Lei 14.443/22 representa um ponto de destaque na


legislação relacionada à autonomia sexual e reprodutiva das mulheres cisgênero
brasileiras, torna-se imprescindível conduzir uma avaliação crítica para compreender
como essa alteração legislativa permeia as escolhas e decisões das mulheres após sua
implementação. O interesse e inspiração por esse estudo adveio da pesquisa, atualmente
na fase final para publicação, do Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) do
Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Primária à Saúde/UNIFP (2022-
2024), que tem como título A Lei 14.443/2022 e seu impacto na reafirmação dos direitos
reprodutivos das mulheres. O estudo em questão tem previsão de publicação até o
término da residência, em Fevereiro de 2024.

No processo de finalização da pesquisa algumas inquietações surgiram e se


transformaram em eixos de problematização deste projeto de pesquisa, sendo eles: Quais
são as implicações práticas da Lei 14.443/22 na autonomia sexual e reprodutiva das
mulheres cisgênero no Sertão Paraibano, considerando as nuances socioculturais
específicas dessa localidade? Como as representações de gênero atuam na interpretação e
aplicação dessa legislação na realidade do Sertão? Existem, mesmo após a vigência da
lei, desafios ou lacunas que afetam a concretização da autonomia das mulheres cisgênero
em suas escolhas relacionadas à saúde sexual e reprodutiva nessa região?
Diante dessas considerações, destaca-se a necessidade de aprofundamento de
estudo nessa área a nível do mestrado, com intuito de ampliar a perspectiva de saúde da
mulher e mergulhar nos campos de estudo de gênero e cultura. Ademais, a motivação para
essa pesquisa também se sustenta no estudo de outras autoras que demonstram a
relevância do tema dos direitos reprodutivos sexuais e papeis e interposições de gênero
através de livros, artigos e diversas manifestações políticas. (Beavouir, 1949; Davis, 2016;
Hooks, 2018; Scott, 2017; Collins; Bilge, 2020).

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Analisar as implicações práticas da Lei 14.443/22 na autonomia sexual e

reprodutiva das mulheres cisgênero, considerando as particularidades socioculturais do

Sertão Paraibano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Avaliar o nível de conhecimento e acesso das mulheres cisgênero do Sertão

Paraibano às informações e serviços relacionados à saúde sexual e reprodutiva, à

luz da Lei 14.443/22.

2. Investigar como as representações de gênero influenciam a percepção e a aplicação

da legislação no território sertanejo.

3. Constatar se há lacunas ou obstáculos na garantia de autonomia da mulher

cisgênero em suas decisões sexuais e reprodutivas mesmo com a aplicação da Lei.

4. Tecer discussões a respeito da luta feminista em relação a autonomia sexual e

reprodutiva das mulheres e seus desdobramentos históricos-sociais.


REFERENCIAL TEÓRICO

Sobre o desejo de controle do próprio sistema reprodutivo Davis (2016)7 ressalta


que é tão antigo quanto a história da humanidade, entretanto a definição dos Direitos
Reprodutivos e Sexuais como objeto de estudo nasceu no âmago dos movimentos
políticos em defesa da igualdade de gênero, sendo uma discussão iminentemente
contemporânea (Rodrigues, 2021). No século XIX, as discussões iniciais no norte
ocidental sobre direitos reprodutivos estavam voltadas tanto para a maternidade
voluntária8 quanto para o uso de métodos contraceptivos eficazes, incluindo a
esterelização cirúrgica feminina.
Davis (2016), Hooks (2018) e Vieira (2002) apontam em seus estudos que os
métodos contraceptivos cirúrgicos, como a esterelização e a histerectomia, começaram a
ser realizados como medida eugenista e de cunho racial, ou seja, era voltada para corpos
femininos específicos: negros, latino-caribenhos, indígenas e em situação de
vulnerabilidade socioeconômica. Foi apenas no período pós Segunda Guerra Mundial
que a prática de esterelização eugenista perdeu força, porém retoma fôlego nos anos 60
frente a uma suposta necessidade de controle populacional voltada aos países tidos como
pobres (Alves, 2017; Duarte; Roming, 2022).
No contexto brasileiro o debate sobre direitos reprodutivos e sexuais tem início
entre os anos de 1970 e 1980. Vale salientar que foi um período marcado pela ditadura
militar, o que gerou de grandes mobilizações sociais e mais especificamente do
movimento feminista, o qual foi atravessado também por interfaces racistas de controle
de natalidade em países emegerntes, como o Brasil (Alves, 2017; Rodrigues, 2021). É
nesse período que aflora os estudos acadêmcios sobre essa temática nos campos das
ciências sociais, da história e da saúde coletiva (Minella, 1997; Alves, 2017).
As contribuições de Barroso (1984) para o aprofundamento das questões
intríscecas à decisão de realizar o procedimento cirúrgico. A autora discute e pontua que
essa decisão envolve paradoxalmente tanto liberdade quanto opressão, manifestando-se
em um conjunto de alternativas sobre as quais as mulheres têm influência limitada
individualmente. Essas opções são configuradas por fatores sociais, incluindo a

7
Davis (2016) ressalta em seu texto que as reinvidicações sobre a autonomia do corpo só pode ser firmada
com a mobilização coletiv em defesa da igualdade política das mulheres: (...)“Embora as mulheres
provavelmente sempre tenham sonhado com métodos infalíveis de contracepção, os direitos reprodutivos só
puderam emergir como uma reivindicação legítima depois que os direitos das mulheres, em sua totalidade,
tornaram-se o foco de um movimento organizado” (cap. 12).
8
A maternidade voluntária é resultado de uma decisão consciente tomada pela mulher (ou pelo casal). No
exercício de sua autonomia, guiada por seus desejos, ela escolhe, de forma deliberada, ser mãe. Ela está
pautada nos direitos fundamentais a pessoa humana (Mattar; Diniz, 2012).
desvantagem das mulheres na família e no mercado de trabalho, a presença da cultura
patriarcal, a mercantilização da saúde e as políticas demográficas.
Ao mesmo tempo, caberá a contribução das autoras Sonia Corrêa e Rosalind
Petchesky (1996). Elas argumentam que considerar os direitos sexuais e reprodutivos
como meras liberdades individuais ou escolhas carece de sentido, especialmente para os
grupos sociais mais desfavorecidos e desprovidos de direitos, que enfrentam condições
concretas que impedem o pleno exercício desses direitos.
É no cenário político de debates sobre a construção de direitos fundamentais no
Brasil que surge a Lei de Planejamento Familiar9 que garante a regulamentação a nível
nacional da esterilização voluntária, tanto feminina quanto masculina, sendo
disponibilizada pelo sistema público de saúde como parte integrante de uma abordagem
mais abrangente de educação sexual e planejamento familiar (Alves, 2017). A lei
representou um avanço significativo na discussão em torno dos direitos reprodutivos das
mulheres, especialmente no contexto das normas estabelecidas no Brasil. O texto legal
aborda diretamente a questão do controle sobre a autonomia do corpo feminino e a
liberdade de escolha em relação à reprodução. Além de alinhar-se a alguns princípios
constitucionais, a lei de esterilização voluntária incorpora o direito à contracepção, à
autodeterminação e à escolha livre sobre os corpos, assim como o direito à informação
clara sobre os procedimentos disponíveis e a serem realizados10, entre outros (Duarte;
Roming, 2022).
Porém, desde a sua implementação a lei foi alvo de duras críticas devido as
diversas ressalvas para a garantia da sua execução, principalmente no que fiz respeito a
idade mínima, número de filhos vivos e necessidade de autorização conjugal para a
realização do procedimento cirúrgico. Como apontam Yamamoto (2011), Duarte e
Roaming (2022) e Goulart e Ribeiro (2023) as mulheres são as maiores responsáves pelo
plajamento familiar e muitas delas vivem relacionamentos abusivos, nos quais seus
parceiros, frequentemente seus próprios cônjuges, cometem diversos atos de violência
contra sua dignidade, intimidade, liberdade, integridade, entre outros, incluindo a recusa
injustificada do procedimento de esterilização voluntária.
Os diálogos que surgiram após a implementação da lei estiveram pautados nas
diversas violências que as mulheres que desejassem realizar a esterelização voluntária

9
A Lei 9.263 de 12 de janeiro de 1996 (BRASIL, 1996) foi criada com a finalidade de regulamentar o §7°
do art. 226 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) e é conhecida popularmente como sendo a “lei da
esterilização voluntária” ou a “lei da laqueadura”, e, portanto, torna-se objeto essencial e fundamental ao
presente estudo.
10
Carta das Mulheres para a Constituinte.
estariam submetidas. O que culminou na alteração da referida lei, sendo substituída pela
lei 14.443/22 que traz como uma das maioes propostas a revogação da autorização
conjugal, que, por um lado, concedeu decisão integral sobre o que fazer com seu corpo e,
por outro lado, trouxe indagações sobre as limitações na autonomia reprodutiva das
mulheres, como elucida Goulart e Ribeiro (2023):
Embora a lei tenha avançado no princípio de igualdade por retirar
a permissão do cônjuge, o princípio da autonomia reprodutiva
somente será perfectibilizado quando tiver informações seguras,
claras e sem tendências para sustentar um suposto controle de
natalidade. A redação “com vistas a desencorajar a esterilização
precoce” abre brechas para que a autonomia dos corpos que
gestam não seja, de fato, respeitada. A expressão
“aconselhamento” carrega uma posição moralista e coloca as
pessoas com útero como objetos da proposição legal e não como
sujeitos de direitos que, com base nas informações prestadas e seu
contexto de vida, irá decidir sobre a sua vida sexual e reprodutiva
(pag, 26).

A partir desse contexto histórico-teórico sobre os direitos reprodutivos e sexuais


das mulheres cisgênero na implementação da Lei 14.443/22 no contexto do sertão
paraibano, com base no estudo antropológico de Medeiros (2023) e das perspectivas
feministas voltadas para a interceccionalidade (Collins; Bilge, 2016) e decolonialidade
(Lugones, 2014). Diante das peculiaridades socioculturais da região, torna-se crucial uma
análise crítica para compreender de que forma essa legislação tem contribuído para a
libertação dos corpos feminos da Paraíba.

METODOLOGIA

TIPO DE PESQUISA

A pesquisa em questão adotará uma abordagem qualitativa, que buscará


compreender e explorar os fenômenos sociais e culturais relacionados à autonomia nas
decisões sobre saúde sexual e reprodutiva das mulheres cisgênero paraibanas. A
abordagem qualitativa permitirá uma análise rica e detalhada dos dados coletados,
priorizando a compreensão dos significados e das perspectivas das participantes
envolvidas (Flick, 2009).
A pesquisa qualitativa reconhece a existência de uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, sugerindo que a realidade objetiva e a subjetividade dos indivíduos
são indissociáveis. Portanto, a abordagem qualitativa explora perspectivas da realidade
que não são passíveis de quantificação, concentrando-se em observações e interpretações
dinâmicas dos fenômenos sociais (Flick, 2009).
Como aporte metodológico será utilizado a fenomenologia, que propõe a análise da
experiência direta e entende que o comportamento é influenciado pelos fenômenos da
experiência, em oposição à realidade externa objetiva e fisicamente descrita. Destaca a
importância da consciência subjetiva como uma reflexão retrospectiva que interpreta e
constrói a realidade por meio de um processo de tipificação (Demo, 1995).
Como aponta Silva (2013) a abordagem fenomenológica parte do pressuposto de
que a compreensão do comportamento humano só é possível ao apreender o quadro
referencial no qual os atores sociais interpretam suas ações e sentimentos. Assim, o
pesquisador deve buscar compreender o significado do comportamento dos indivíduos, ao
mesmo tempo que mantém uma visão objetiva externa ao fenômeno em estudo. Aqui são
enfatizados os dados experienciais que oferecem informações mais abrangentes sobre os
significados construídos pelos indivíduos. Esse processo ocorre sob a influência das
referências e padrões culturais específicos ao contexto de produção desses significados.
Assim, o método adotado ajuda a identificar evidências que possam validar ou
contestar essas idealizações é fundamental para formular uma interpretação mais
verossímil da realidade. Isso requer a explicitação dos quadros de significado dos atores
sociais e dos critérios de análise dos dados, possibilitando a aceitação da realidade como
autêntica (Silva, 2013).

POPULAÇÃO E AMOSTRA

A amostra deste estudo será composta por mulheres cisgênero do sertão da


paraiba em idade reprodutiva (18 a 45 anos), que expressam desejo de realizar a
esterelização voluntária ou que já realizaram o procedimento cirúrgico.
A amostra será selecionada por meio de amostragem por conveniência nas
cidades selecionadas do sertão paraibano. Serão utilizados critérios de diversidade
socioeconômica, racial, educacional e cultural para garantir uma amostra representativa da
população do estudo.
Estima-se uma amostra de aproximadamente 30 mulheres para este estudo,
considerando a profundidade das entrevistas e o foco na compreensão detalhada das
percepções e experiências das participantes.
Ressalta-se que, devido à natureza qualitativa da pesquisa, a generalização dos
resultados para a população em geral não é o objetivo principal (Demo, 1995). No entanto,
a abordagem qualitativa na pesquisa das Ciências Sociais, baseada nessa perspectiva, visa
compreender as diversas percepções da realidade por diferentes atores. De acordo com
Silva (2013) a prática investigativa qualitativa busca permitir que os atores sociais
revelem seus "códigos de leitura" da realidade, proporcionando uma compreensão de
como constroem o "quadro explicativo" dessa realidade.

INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados, será utilizada uma entrevista semiestruturada como


instrumento de pesquisa. Na pesquisa fenomenológica, a entrevista busca acessar a
experiência vivida do ser humano por meio de um processo de compreensão. Esse método
de abordagem ao ser é conduzido como um encontro único estabelecido entre o
pesquisador e cada participante da pesquisa. Na perspectiva das autoras Paula et al.,
(2014):
(...) o encontro pesquisador-sujeito da pesquisa possibilita uma
vivência em que compartilham compreensões, interpretações e
comunicações, na esfera da intersubjetividade. Essa implica na
comunicação em copresença. Acontece na experiência da
compreensão do mundo da vida, na qual a subjetividade do sujeito
entrevistado está centrada numa realidade que é estranha ao
pesquisador (p. 470).
Portanto, a entrevista semiestruturada será conduzida individualmente, garantindo
um espaço seguro e acolhedor para que as participantes possam compartilhar suas
experiências de forma aberta e detalhada. As perguntas da entrevista abordarão os
objetivos gerais e específicos do estudo.
As entrevistas serão gravadas com o consentimento das participantes e
posteriormente transcritas para análise. O uso de um gravador e a transcrição das
entrevistas garantirão a precisão na interpretação dos dados e a preservação das
informações fornecidas pelas participantes.
A análise dos dados será realizada por meio da análise de conteúdo, seguindo as
etapas propostas por Bardin (2011). As transcrições das entrevistas serão lidas
repetidamente para identificar categorias e temas relevantes relacionados aos objetivos do
estudo. Em seguida, ocorrerá a codificação dos dados, atribuindo rótulos e categorias às
unidades de significado identificadas nas entrevistas. Será realizado um processo de
análise e interpretação dos dados, buscando padrões, relações e conclusões significativas.
Ressalta-se que todas as informações coletadas serão tratadas com rigor ético e
confidencialidade, garantindo a privacidade e anonimato das participantes. Os resultados
obtidos serão apresentados de forma agregada, preservando a identidade das participantes.

ASPECTOS ÉTICOS

O presente projeto, será encaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa, com o


intuito de obter o consentimento legal para a efetivação da pesquisa. Ratifica-se que a
construção e efetivação da pesquisa assegura o cumprimento das resoluções 466/12 e
510/16 que dispõe sobre Ética nas pesquisas, presando pelo respeito, liberdade,
autonomia, bem como a garantia do assentimento e consentimento, sigilo e privacidade de
todos os envolvidos no processo de pesquisa.

RISCOS E BENEFÍCIOS

De acordo com a resolução 510/16 sobre ética em pesquisas nas ciências humanas
e sociais, a possibilidade de danos ao pesquisado e pesquisadora são mínimas, podendo
ocorrer como, por exemplo, constrangimento ou desconforto no decorrer da entrevista,
porém tais riscos podem ser minorados pela pesquisadora, a partir do momento que se
admite a questão da recusa em responder qualquer pergunta, bem como a postura ética
adotada pela pesquisadora em disponibilizar meios de contato para possíveis dúvidas.
Ratifica-se que a participação nesta pesquisa não traz complicações legais, uma
vez que os procedimentos adotados na construção do questionário e em sua aplicação
obedecem aos critérios da ética em Pesquisa com Seres Humanos, não oferecendo risco a
sua dignidade.
CRONOGRAMA

ETAPAS 2024.1 2024.2 2025.1 2025.2

Cursar disciplinas obrigatórias. x

Cursar disciplinas eletivas. x

Participação em eventos científicos x x

Reuniões do Grupo de Pesquisa x x x x

Exame de Proficiência x

Levantamento e Leitura de Material Bibliográfico x x

Revisão da Literatura x x x

Encaminhamento ao Comitê de Ética x

Coleta de Dados x

Análise dos dados à luz da revisão bibliográfica. x x

Exame do Projeto de Pesquisa x

Produção de artigos científicos fundamentados em x x


tudo o que for construído durante a pesquisa.
Elaboração da dissertação de Mestrado. x x x x

Qualificação da dissertação de Mestrado. x

Defesa da dissertação de Mestrado. x

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, G. C.; ASSUNÇÃO, M. M. S. Direitos sexuais e direitos reprodutivos das


mulheres. Pretextos - Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas, v. 5, n. 10,
p. 250-270, mar. 2021.

AMÂNCIO, L. O género no discurso das Ciências Sociais. Análise Social, n. 168, p. 687-
714, 2003.

ANDRADE. E. L. Os Direitos Sexuais e Reprodutivos como Modo de Desconstrução da


Cultura do Estupro. Gênero na Amazônia, Belém. n 7-12. jul/dez, 2017

BARROSO, C. Esterilização feminina: liberdade e opressão. Revista de Saúde Pública.


São Paulo, 17 de maio de 1983. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/rsp/1984.v18n2/170-180/pt/. Acesso em: 18/11/2023

BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo: Fatos e Mitos. 12º. ed. Rio de Janeiro: Editora. Nova
Fronteira, 1949.

BRASIL. Congresso Nacional. Lei 14.443, de 01 de setembro de 2022. Diário Oficial da


União, Brasília, 05 de setembro de 2022, ano 2022. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14443.htm. Acesso em:
18/11/2023.

BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF. Senado


Federal, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso
em: 20/11/2023.

BRASIL. Lei do Planejamento Familiar. Lei 9.263, de 11 de janeiro de 1996. Diário


Oficial da União, Brasília, 15 de janeiro de 1996, ano 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9263.htm. Acesso em: 20/11/2023.

COLLINS, P. H.; BILGE, S. O que é interseccionalidade. São Paulo: Boitempo Editorial,


2020.

CORRÊA, S.; PETCHESKY, R. Direitos sexuais e reprodutivos: uma perspectiva


feminista. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 6, n. 1-2 , p. 147-177, 1996. Disponível
em: https://doi.org/10.1590/S010373311996000100008. Acesso em: 20 nov. 2023.

CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da


discriminação racial relativos ao gênero. Rev. Estud. Fem., v. 10, n. 1, p. 171-188, 2002.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104
026X2002000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 nov. 2023

DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo. 2016.

DEMO, Pedro. Metodologia científica em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas, 1995.

FIGUEIREDO, R. Conquistas femininas, direitos sexuais e reprodutivos e a necessidade


de reorientação do feminismo identitário atual. BIS. Boletim do Instituto de Saúde, São
Paulo, v. 22, n. 1, p. 4–15, 2021. Disponível em:
https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/view/38594. Acesso em: 26 nov. 2023.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FRANÇA, G. B.; PEREZ, J. C.; ISAGUIRRE, K. R.; BARBOSA, L. C. B. G. Gênero e


território: a participação das mulheres nas práticas de sustentabilidade e a afirmação da
territorialidade enquanto elemento de cidadania. Cadernos da Escola de Direito, v. 3, n.
16, 4 mar. 2015.

GALLI B., ROCHA H. Direitos Sexuais e Reprodutivos, Autonomia Reprodutiva, Política


E (Des)Respeito Ao Princípio Da Laicidade. 2014. Dísponivel em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1741309/mod_resource/content/1/GALLI%20e%
20ROCHA_DS%20e%20DR_politica%20principio%20laicidade.pdf. Acesso em: 18 nov.
2023

GAVA, T.; VIEIRA V. W. Educação em Sexualidade: desafios políticos e práticos para a


escola. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana, (24), 157-171. 2016.

GOURLAT, M. M.; RIBEIRO, P. A. Entre a autonomia reprodutiva e servidão patriarcal:


reflexões sobre a Lei 14.443/2022. Boletim IBCCRIM, 31(365), 23–26. 2023.

HOOKS, B. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 1 ed. Rio de


Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

LOBATO, A. L . Direitos Humanos das Mulheres. In: Natália Fontoura; Marcela


Rezende; Ana Carolina Querino. (Org.). Beijing +20 : avanços e desafios no Brasil
contemporâneo. 1ed. Brasília: IPEA. p. 407-416. 2020

LUGONES, M. Rumo a um feminismo descolonial. Rev. Estud. Fem., Florianópolis , v.


22, n. 03, p. 935-952, dez. 2014 . Disponível em
<http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
026X2014000300013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 26 nov. 2023.
MALHER, A. T.; SEBASTIANY, B. L. da R.; KLEIN, J. A. Um olhar para a construção
do feminino: uma análise da obra o segundo sexo de simone de beauvoir. Akrópolis -
Revista de Ciências Humanas da UNIPAR, [S. l.], v. 30, n. 2, 2022. Disponível em:
https://ojs.revistasunipar.com.br/index.php/akropolis/article/view/8376. Acesso em: 15
nov. 2023.

MATTAR. L. D.; DINIZ, C. S. Hierarquias reprodutivas: maternidade e desigualdades no


exercício de direitos humanos pelas mulheres. Interface - Comunicação, Saúde,
Educação. 16(40),107-119. 2012.

MINELLA, L. S. . Aspectos Positivos e Negativos da Esterilização Tubária do Ponto de


Vista de Mulheres Esterilizadas. Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ), Rio de
Janeiro, v. 14, n.1, p. 69-79, 1998.

MORAES, L. L.; PORDEUS, A. F.; SILVA, R. A. da. Um olhar de gênero sobre o


cangaço. Cadernos Pagu, Campinas, São Paulo, n. 67, p. e236718, 2023. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8673811. Acesso
em: 26 nov. 2023.

PAULA, C.C; PADOIN, S. M. M.; TERRA, M.G.; SOUZA, I. E. O.; CABRAL, I. E.


Modos de condução da entrevista em pesquisa fenomenológica: relato de experiência.
Rev Bras Enferm. n. 67. v. 3. p. 468-72. 2014.

RODRIGUES, M. A. F. Os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres em pauta: breve


retrospectiva. Boletim de conjuntura (BOCA), p. 58–68. 2021

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, [S.
l.], v. 20, n. 2, 2017. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em: 15 nov.
2023.

SILVA, E. A., As metodologias qualitativas de investigação nas Ciências Sociais. Revista


Angolana de Sociologia. n 12. 2013.

SILVA, T. S.; GUIMARAES, K. N. Desafios da Educação Sexual na Escola: Reflexões


sobre Gênero e Sexualidade a Partir dos Discursos de Professores de uma Escola Pública
em João Pessoa–PB. Revista Porto das Letras, v. 8, n. 4. 2022.

SOUZA, I. A. de. Os direitos sexuais e reprodutivos da mulher no Brasil na perspectiva do


feminismo decolonial. Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário, Brasília, v.
12, n. 1, 2023. Disponível em:
<https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/969>. Acesso
em: 06 jul. 2023.

VIEIRA, E. M. A medicalização do corpo feminino. Rio de Janeiro: Fiocruz. 2002

YAMAMOTO, S. T. A esterilização cirúrgica feminina no Brasil, controvérsias na


interpretação e desafios na aplicação da Lei 9263. São Paulo: Faculdade de Saúde
Pública. 2011.

Você também pode gostar