Comarca de Cotia Foro de Cotia 3 Vara Civel RUA TOPÁZIO, 585, Cotia - SP - CEP 06717-235

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE COTIA
FORO DE COTIA
3ª VARA CIVEL
RUA TOPÁZIO, 585, Cotia - SP - CEP 06717-235
Horário de Atendimento ao Público: das 13h00min às17h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1009507-94.2023.8.26.0152 e código 8T8FSRUf.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 1009507-94.2023.8.26.0152


Classe - Assunto Alimentos - Lei Especial Nº 5.478/68 - Fixação
Requerente: Amanda Rosa Teixeira Gabriel e outro
Requerido: Lauro Neto Nascimento Moraes

Justiça Gratuita

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANNIEL ADRIANO ARALDI MARTINS, liberado nos autos em 23/02/2024 às 17:00 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). DANNIEL ADRIANO ARALDI MARTINS

Vistos.

Trata-se de ação de alimentos ajuizada por A. H. G. M., representado por


sua mãe A. R. T. G., em face de L. N. N. M.. A parte autora alega que é filho do
demandado e que ele não vem contribuindo regularmente com o seu sustento. Requer, em
razão disso, a fixação judicial da guarda unilateral em favor de sua genitora, regime de
visitas e pensão alimentícia, sendo postulado o valor de 33% (trinta e três por cento) dos
rendimentos mensais do réu ou, na hipótese de rompimento do vínculo empregatício ou de
desemprego, o valor de 1 (um) salário mínimo (fls. 1/7). Juntou documentos (fls. 8/13).

Decisão concedendo a gratuidade de justiça e fixando os alimentos


provisórios (fls. 18).

Citado, o réu apresentou contestação (fls. 22/28). Alega, em apertada


síntese, que possui outra filha advinda de outro relacionamento, justificando o motivo para
a redução dos alimentos devidos. Requer, desse modo, a improcedência dos pedidos e a
fixação da pensão alimentícia no valor de 30% (trinta por cento) do salário mínimo,
quando desempregado, e 15% (quinze por cento) da sua remuneração quando empregado.

Réplica (fls. 46/52).

Decisão deferindo o benefício de justiça gratuita ao réu (fls. 53).

Manifestação do Ministério Público (fls. 67/68).

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É o relatório. Decido.

Procedo o julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do


CPC, uma vez que a prova documental produzida é suficiente à solução da controvérsia.

Estão presentes, no caso, os pressupostos processuais e as condições para o

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regular exercício do direito de ação.

No mérito, os pedidos autorais merecem ser julgados procedentes.

Da guarda.

O Código Civil prevê que a guarda será preferencialmente compartilhada,


podendo o juiz deferir a guarda unilateral quando um dos pais não demonstrar o interesse
ou não tiver condições de exercê-la (artigo 1.583, caput e parágrafos, do CC/02).

Em verdade, o instituto da guarda deve ser lido à luz do artigo 227 da


CFRB/88, que expressamente prevê que os interesses dos menores devem ser considerados
com absoluta prioridade, já que são pessoas em desenvolvimento e exigem uma maior
proteção do ordenamento jurídico.

Assim, ao estabelecer a guarda ou regime de visitações, o magistrado deverá


estar atento sempre não à vontade ou necessidade dos pais, mas sim do menor, que merece
especial atenção.

Feitas essas considerações, verifico que, no caso em concreto, a guarda


unilateral em favor da mãe é a medida que melhor atende aos interesses do menor.

Das visitas.

Considerando não haver qualquer elemento que desabone a ré na qualidade


de mãe, não há nenhum impedimento ao exercício do direito de visitação (artigo 1.589 do

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CC).

Fixo-as da seguinte forma:

1) O pai terá o filho em sua companhia, em finais de semana alternados,


retirando-os às 18h das sextas-feiras e restituindo-o às 19h dos domingos.

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2) Caso haja feriado, esse será passado com o genitor que estiver com o
menor naquele final de semana, ou seja, o menor será retirado às 18h da noite que antecede
ao primeiro dia do início do feriado (caso esse caia na quinta ou sexta-feira) e devolvido às
19h do último dia do feriado (caso esse caia na segunda ou terça-feira).

3) Dia dos Pais e aniversário do pai, o menor ficará com o genitor, enquanto
no Dia das Mães e aniversário da mãe, os menores ficarão com a genitora.

4) Os aniversários do menor e o feriado de carnaval serão alternados,


passando com a mãe nos anos ímpares e com a pai nos anos pares.

5) Nos anos pares, o menor permanecerá com o genitor não-residente nos


festejos de Natal (dias 24 a 25 de dezembro) e com o genitor residente nos de Ano Novo
(dias 31 a 01), invertendo-se nos anos ímpares.

6) Férias escolares o menor passará com sua genitora.

Dos alimentos.

A certidão de nascimento juntada aos autos (fls. 12/13) comprova que o


autor é filho do réu.

Por força da legislação civil, em especial os artigos 1.694 e seguintes, do


Código Civil, não restam dúvidas quanto à obrigação do genitor contribuir com o sustento
da prole.

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A pouca idade do autor da ação deixa clara sua necessidade de auxílio, ante
a impossibilidade de conseguir sustentar-se com sua própria força. A mãe,
presumidamente, já dá sua contribuição, cuidando diretamente do filho e de gastos que a
experiência mostra que surgem no dia a dia.

Firmada a obrigação paterna de pagar a pensão para seu filho menor de

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idade, passa-se à análise do valor da contribuição.

No caso do autor, não há comprovação efetiva dos ganhos mensais do réu.

Portanto, fixo a quantia de 1 (um) salário mínimo no caso de desemprego


(ou emprego sem vínculo formal) e a quantia de 30% (trinta por cento) dos rendimentos
líquidos em caso de emprego com vínculo formal.

No segundo caso, ou seja, de vínculo empregatício formal, estão incluídos


nos rendimentos líquidos base de cálculo do valor da pensão: o 13º (décimo terceiro)
salário, o terço constitucional de férias e horas extras habituais. Por outro lado, não estão
incluídos: auxílio-acidente, vale-alimentação e FGTS.

Salienta-se, também, que não devem ser excluídos da base de cálculo da


pensão os valores que sejam descontados do salário do alimentante para cobrir gastos que o
mesmo assuma, tais como farmácia, supermercado, empréstimos etc (tais valores devem
ser considerados como parte integrante dos "rendimentos líquidos" do réu, devendo os
descontos dos alimentos incidir também sobre as referidas quantias).

Ante o exposto, julgo PROCEDENTES os pedidos e o faço para:

I) FIXAR a guarda unilateral do filho em comum em favor de sua mãe, com


visitações tal qual fixado na fundamentação; e

II) CONDENAR o réu a pagar alimentos ao menor no valor de 1


(um) salário-mínimo no caso de desemprego ou emprego sem vínculo formal, ou no valor

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de 30% (trinta por cento) dos vencimentos líquidos, em caso de emprego com vínculo
formal.

Condeno o réu a pagar as despesas processuais e honorários advocatícios de


10% sobre o valor da causa, respeitada eventual gratuidade de justiça que lhe seja
concedida.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANNIEL ADRIANO ARALDI MARTINS, liberado nos autos em 23/02/2024 às 17:00 .
Expeça-se certidão de honorários pelo convênio.

Na hipótese de interposição de recurso de apelação, por não haver mais juízo


de admissibilidade a ser exercido pelo Juízo "a quo" (art. 1.010, CPC), sem nova
conclusão, intime-se a parte contrária, caso possua advogado, para oferecer resposta, no
prazo de 15 dias. Em havendo recurso adesivo, também deve ser intimada a parte contrária
para oferecer contrarrazões. Após, remetam-se os autos à Superior Instância, para
apreciação do recurso de apelação.

Com o trânsito em julgado, ao arquivo.

P.R.I.

Cotia, 23 de fevereiro de 2024.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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