AO-o - Que - Muda

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1

Formadora: Prof. Helena A. Ferreira


2
 O português é uma língua falada em 8 países (+
Macau): Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné Bissau, Moçambique, e São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.

 O português é a 5ª língua mais falada no mundo.

 Conta com cerca de 250 milhões de falantes.

3
 O Acordo Ortográfico de 1990 – tratado
internacional que teve por objetivo criar uma
ortografia unificada para o português.

 Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004.

 Trata-se de unificar a ortografia e não a língua


portuguesa. Mantêm-se as diferenças fonéticas,
lexicais, semânticas.
4
Aviso anterior a
1911 na igreja do
Carmo , no Porto.

5
 Breve apontamento histórico
1ª tentativa de Unificação data de 1911 - reforma foi
feita sem qualquer acordo com o Brasil.

Outras tentativas 1931, 1943, 1945, 1971, 1973 e 1990.


 Julho de 2004 - tratado internacional que teve por
objetivo criar uma ortografia unificada para o
português.

6
Razões
 Procura de uma ortografia comum, unificada
para pôr fim à deriva ortográfica.
 Âmbito lusófono e internacional –
instrumento de comunicação entre 8 países.
 Natureza pedagógica – ortografia facilitadora
da aprendizagem da língua nas escolas.

7
Caraterísticas genéricas do Acordo de 1990:
- privilégio dado ao critério fonético em
detrimento do etimológico;
- inserção de três novas letras, que há muito
figuram nos dicionários e se usam em palavras
estrangeiras e símbolos;
- sistematização do uso das maiúsculas e das
minúsculas;

8
Caraterísticas genéricas:

- sistematização e redução das regras do emprego do hífen;

- supressão de alguns acentos gráficos;

- supressão das consoantes mudas não articuladas;

- definição, quando possível, das situações de dupla grafia,


incluindo
9
a dupla acentuação.
[...] Creio que a razão fundamental é que os adultos, habituados a
escrever de uma certa maneira, têm dificuldade em mudar essa
forma de escrever. Quando se aprende uma palavra nova
aprendemos três coisas: o significado da palavra, a pronúncia e a sua
grafia. Tanto a pronúncia como a grafia fixam-se como imagens na
nossa mente. Alterar a imagem gráfica de uma palavra é sempre
uma espécie de violência. As pessoas reagem negativamente contra
essa imposição de mudar a sua forma de escrever, pois quando
escrevemos fazemo-lo de uma forma automática, mecânica.
[...] E há ainda outra razão mais particular. Portugal, por ser o país-
berço da língua, considera-se o proprietário, o dono da língua
portuguesa. Ora o maior êxito da nossa expansão pelo mundo foi a
língua, que ficou implantada em oito novos países. [...]
Malaca Casteleiro, in África 21
in Francisco Álvaro Gomes, O Acordo Ortográfico. Porto Editora
10
O texto do Acordo (1990)
organiza-se em 21 bases

NOTA: O ACORDO ORTOGRÁFICO de 1945 tinha 51!

11
 Base I - Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados
 Base II - Do h inicial e final
 Base III - Da homofonia de certos grafemas consonânticos
 Base IV - Das sequências consonânticas
 Base V - Das vogais átonas
 Base VI - Das vogais nasais
 Base VII - Dos ditongos
 Base VIII - Da acentuação gráfica das palavras oxítonas (agudas)
 Base IX - Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas (graves)
 Base X - Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e
paroxítonas
 Base XI - Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas (esdrúxulas)
 Base XII - Do emprego do acento grave
 Base XIII - Da supressão dos acentos em palavras derivadas
 Base XIV - Do trema
 Base XV - Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares
 Base XVI - Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação
 Base XVII - Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
 Base XVIII - Do apóstrofo
 Base XVIX - Das minúsculas e maiúsculas
 Base XX - Da divisão silábica

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Base XXI - Das assinaturas e firmas
O AO introduz novidades em cinco áreas:
 a supressão de consoantes mudas (c e p), em
certas sequências de consoantes;

 a (não) acentuação de algumas palavras graves;

a introdução das letras k, w e y no alfabeto


(mantendo-se, no entanto, as regras de utilização
do anterior acordo);
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 a (não) utilização do hífen (em palavras
compostas por justaposição – c.
morfossintática – em palavras prefixadas ou
com pseudoprefixo ou radical – derivação e
composição morfológica – , em locuções);

 a utilização de maiúscula/minúscula.

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Introdução das letras k, w, y (26 letras)

a (á) b (bê) c (cê) d (dê) e (é) f (efe) g (gê ou guê) h (agá) i (i)
j (jota) k (capa ou cá) l (ele) m (eme) n (ene) o (ó) p (pê) q
(quê) r (erre) s (esse) t (tê) u (u) v (vê) w (dáblio) x (xis) y
(ípsilon) z (zê)
ATENÇÃO:
A introdução do k, do
w e do y não
aumenta o seu
uso!

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As letras k, w e y usam-se:
1. em antropónimos originários de outras línguas e
derivados
Franklin, frankliano
Kant, kantiano
Darwin, darwinismo
Wagner, wagneriano
Byron, byroniano
Taylor, taylorista
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As letras k, w e y usam-se:
2. em topónimos originários de outras línguas e seus
derivados
Kwanza, Kuwait, kuwaitiano, Malawi, malawiano,
Washington, washingtoniano

3. Em símbolos e em palavras adotadas como unidades de


medida de uso internacional
K (potássio), W (west – oeste), kg (quilograma), W (watt) km
(quilómetro), kw (kilowatt), yd (jarda)
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As letras k, w e y usam-se:

4. Em siglas TWA, KLM (siglas)

5. Nas designações de desportos e desportistas


windsurfe e windsurfista

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1. h inicial emprega-se:
- por questões etimológicas: haver, hélice, hoje, hora,
homem, humor
- por questões convencionais: hã? hem? hum?

2. h inicial suprime-se:
- quando, apesar da etimologia, a sua supressão está
consagrada pelo uso: erva, ervaçal, ervanário
(as formas eruditas herbanário e herbáceo mantêm o h)
19
- na composição o h passa a interior, aglutinando ao
precedente
desarmonia, desumano, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver

- o h inicial mantém-se numa palavra composta com hífen


anti-higiénico, contra-haste, pré-história, sobre-humano

- o h final emprega-se nas interjeições


Ah! Oh!

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A letra minúscula inicial é usada:
- nos nomes dos dias, meses, estações do ano
segunda-feira, outubro, inverno

- nos bibliónimos
Memorial do Convento / Memorial do convento

- nas designações de alguém que se desconhece


fulano, sicrano, beltrano

- nos pontos cardeais (mas não nas abreviaturas)


norte, sul, este, oeste (analisar pág. 10 Manual)
21
A letra minúscula inicial é usada:
- nos axiónimos e hagiónimos (opcional)
Senhor Doutor/senhor doutor
Doutor Joaquim Silva/doutor Joaquim Silva
Cardeal Silva/cardeal Silva

- nos nomes que designam domínios do saber, cursos e


disciplinas (opcional)
Português/português; Matemática/matemática;
História/história

22
A letra maiúscula inicial é usada:
- nos antropónimos, reais ou fictícios
Pedro Marques, Branca de Neve, D. Quixote

- nos topónimos, reais ou fictícios


Porto, Braga, Rio de Janeiro

- nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos


Adamastor, Zeus, Neptuno/Netuno
23
A letra maiúscula inicial é usada:
- nos nomes de instituições
Instituto do Desporto, Ministério da Educação e Ciência

- nos nomes de festas e festividades


Natal, Páscoa, Todos os Santos

- nos títulos de periódicos


Diário de Notícias, Público

- nos pontos cardeais, quando empregados absolutamente


“Ele é um homem do Norte”/ E (este) / o Ocidente
europeu
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A letra maiúscula inicial é usada:

- em siglas, símbolos, abreviaturas internacionais, acrónimos


Siglas: UE(União Europeia), OCDE, PME
Acrónimos: ONU, SIDA
Símbolos: H2O
Abreviaturas: Sr.,V. Ex.ª

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A letra maiúscula inicial é usada:
- nas palavras de categorização de logradouros
públicos, templos e edifícios
(rua ou Rua da Liberdade; largo ou Largo dos Leões;
igreja ou Igreja do Bonfim; torre dos Clérigos ou
Torre dos Clérigos)

Nota:
nas terminologias antropológicas, geológicas, botânicas,
zoológicas deve atender-se às disposições e regras
próprias provindas de códigos ou normalizações
específicas.
26
1. o c das sequências interiores cc, cç, ct e o
p das sequências interiores pc, pç, pt
CONSERVAM-SE nos casos em que são
proferidos na pronúncia culta da língua:
compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar,
pacto, pictural, faccioso, intelectual, sucção,
bactéria, néctar, adepto, apto, díptico, erupção,
inepto, núpcias, rapto, egípcio, corrupção, opção,
adepto, eucalipto, interrupção
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1. o c das sequências interiores cc, cç, ct e o
p das sequências interiores pc, pç, pt
ELIMINAM-SE nos casos em que são mudos na
pronúncia culta da língua
ação, acionar, afetivo, ato, coleção, coletivo,
direção, diretor, exato, objeção, adoção, adotar,
batizar, Egito, ótimo, direcional, fracionar,
selecionar, injeção, atual, adjetivo, eletricidade,
projeto, anticoncecional, excecional, interceção,
contracetivo, suscetível
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O Acordo prevê que nas palavras que apresentam variação entre a
prolação e o emudecimento, regista-se essa variação com dupla
grafia. O c das sequências interiores cc, cç, ct e o
p das sequências interiores pc, pç, pt
CONSERVAM-SE ou ELIMINAM-SE
Norma luso-africana / Norma brasileira
ceptro cetro concepção conceção
caracteres carateres corrupto corruto
dicção dição recepção receção
facto fato dececionar decepcionar
sector setor inseticida insecticida
infeccioso infecioso característica caraterística
Duplas grafias já existentes:
loiro louro, oiro ouro, toiro touro.
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Tripla: fêvera fêbera febra
2. CONSERVAM-SE ou ELIMINAM-SE
- o b da sequência bd – súbdito /súdito

- o b da sequência bt – subtil / sutil

- o g da sequência gd – amígdala / amídala

- o m da sequência mn – amnistia / anistia,

indemne / indene, indemnizar / indenizar,


omnipotente / onipotente, omnisciente /onisciente
- o t da sequência tm – aritmética / arimética

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- As palavras terminadas em ã transmitem a
nasalidade aos advérbios em -mente que deles se
formem. O mesmo acontece com palavras
derivadas em que entrem sufixos iniciados por z.

cristãmente, irmãmente, sãmente, lãzudo,


maçãzita, manhãzita, romãzeira

31
1. Acentuam-se com acento agudo:
a) palavras agudas em -e tónico (de origem
francesa), em que a pronúncia pode ser aberta
ou fechada, admitem acento agudo ou
circunflexo
bebé/bebê; bidé/bidê; canapé/canapê;
croché/crochê; guiché/guichê; puré/purê;
matiné/matinê; caraté/caratê
Outros casos: judo/judô; metro/metrô (o fechado)
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b) formas verbais agudas + pronomes clíticos
lo(s) ou la(s)
deixá-los; dá-la(s); fá-lo(s); fá-lo-á(s); tra-las-á
c) palavras agudas com mais de uma sílaba no
ditongo nasal grafado -em ou -ens
(exceto as formas verbais 3ª p. pl. presente indicativo
dos compostos ter e vir: retêm, sustêm, advêm…)
detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns,
porém, provém, provéns, também
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2. Acentuam-se com acento circunflexo:
a) palavras agudas terminadas nas vogais tónicas
fechadas que se grafam -e ou -o, seguidas ou
não de -s
cortês, dê(s), lê(s), português, você(s), avô(s), pôs,
robô(s)
b) formas verbais oxítonas + pronomes clíticos -
lo(s) ou -la(s)
detê-lo(s); fazê-la(s); fê-lo(s); vê-la(s); compô-la(s);
pô-la(s)
34
c) prescinde-se do acento gráfico para distinguir
oxítonas homógrafas, mas heterofónicas, do
tipo
cor (nome) ≠ de cor (locução)
colher (nome) ≠ colher (verbo)

EXCETO: por (preposição) ≠ pôr (verbo)

35
As palavras paroxítonas não são geralmente
acentuadas graficamente – enjoo, grave, Tejo,
velho, voo, floresta, descobrimentos, graficamente

1. Recebem acento agudo:


a) amável, dócil, fóssil, réptil, dólmen, líquen, açúcar,
cadáver, carácter/caráter, ímpar, córtex, bíceps, fórceps
(terminam em -l, -n, -r, -x, -ps)

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b) órfã, acórdão, sótão, hóquei, amáveis, júri, bílis, oásis,
álbum, álbuns, fórum, fóruns, vírus
(terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns, -us)
Atenção às duplas grafias:
sémen/sêmen; xénon/xênon; fémur/fêmur;
fénix/fênix; ónix/ônix
pónei/pônei; ténis/tênis; bónus/bônus;
ónus/ônus;Vénus/Vênus
(oscilação de timbre)
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2. Não se acentuam os ditongos -ei e -oi da sílaba
tónica das palavras graves (oscilação de timbre)
assembleia, boleia, ideia, aldeia, baleia, cadeia,
cheia, meia, epopeico, onomatopeico, proteico,
apoio, boia, comboio, dezoito, estroina, heroico,
introito, jiboia, paranoico

38
3. Facultativo – o acento agudo nas formas verbais de
pretérito perfeito do indicativo (para distinguir do
presente do indicativo)

amamos, louvamos (norma culta brasileira)


amámos, louvámos (norma culta lusoafricana)

39
4. Recebem acento circunflexo
a) cônsul – cônsules; pênsil – pênseis; têxtil – têxteis;
cânon(e) – cânones; aljôfar – aljôfares, Câncer,
Tânger, Almodôvar
(terminam em -l, -r, -x, -n)
b) bênção(s), côvão(s), Estêvão, zângão(s), devêreis,
fôreis(mais-que-perfeito indic.), escrevêsseis,
fôsseis (pret. imperfeito conj.), têxteis
(terminam em -ão(s), -eis, -i(s), -u(s))
40
c) formas verbais têm e vêm (3.ª p. pres. indic. dos
verbos ter e vir) e as formas compostas: abstêm,
entretêm, intervêm, mantêm, obtêm…
5. Assinalam-se com acento circunflexo:
a) obrigatoriamente,
pôde (3.ªp.sing. pret. perf. indic. ) ≠ pode (3.ªp. sing. pres.
indic.)
b) facultativo,
dêmos (1.ªp. pl. pres. conj.) norma culta lusoafricana
≠ demos (1.ª p. pl. pret. perf. indic. ) norma culta brasileira
41
6. Prescinde-se do acento circunflexo nas formas
verbais 3.ª p. pl. presente indicativo ou do
conjuntivo, conforme os casos:
creem, deem, descreem, desdeem, leem,
preveem, redeem, releem, reveem, tresleem,
veem (timbre aberto ≠ crê timbre fechado)
7. Prescinde-se do acento circunflexo em
enjoo (nome e verbo) em vez de enjôo
voo (nome e verbo) em vez de vôo
42
8. Prescinde-se do acento circunflexo e do acento
agudo para distinguir palavras graves homógrafas
 para (á), flexão de parar, e para, preposição;
 pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s),
combinação de per e la(s);
 pelo (é), flexão de pelar, e pelo(s) (ê), substantivo ou
combinação de per e lo(s);
 polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga
e popular de por e lo(s);

(o contexto determina o seu uso) – (Cfr. pág. 17 do Manual)


43
Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento
agudo na vogal tónica u

- arguo, arguis, argui, arguem


- redarguo, redarguis, redargui, redarguem

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Duplas grafias: acento agudo
ou circunflexo

académico/acadêmico
fenómeno/fenômeno
anatómico/anatômico
género/gênero
cénico/cênico
topónimo/topônimo
cómodo/cômodo
fémea/fêmea
génio/gênio
gémeo/gêmeo
45
Para relembrar…
1. emprega-se o acento grave (`)

- na contração da preposição a com as formas


femininas do artigo ou pronome demonstrativo o
à (a+a); às (a+as)
- na contração da preposição a com os
demonstrativos aquele (a)(s), aquilo, aqueloutro
àquele(s), àquela(s), àquilo, àqueloutro(a)(s)

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1. Nos advérbios em -mente derivados de adjetivos
com acento agudo ou circunflexo (supressão)
avidamente (ávido)
debilmente (débil)
facilmente (fácil)
portuguesmente (português)
espontaneamente (espontâneo)

47
2. Palavras derivadas com sufixos iniciados por z e
cuja forma base apresentam vogal tónica com
acento agudo ou circunflexo (supressão)

aneizinhos (anéis); avozinha (avó), bebezito (bebé),


cafezada (café), chapeuzinho (chapéu), má
(mazinha), lâmpada (lampadazita), bênção
(bençãozita)

48
Conserva-se em palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros

mülleriano, de Müller
hübneriano, de Hübner

Suprime-se o trema, sinal de passagem de ditongo


crescente a hiato, e como forma de assinalar a
pronúncia do u, em contextos do tipo -gu- e -qu-
(aguentar e não agüentar; frequente e não freqüente)
49
50
1. Nas palavras compostas sem formas de ligação e
cujos elementos constituem uma unidade com
sentido e acento próprio
ano-luz surdo-mudo
arco-íris tio-avô
decreto-lei turma-piloto
médico-cirurgião sul-africano
tenente-coronel amor-perfeito
norte-americano segunda-feira
conta-gotas
51
aluno-modelo
Atenção: nestas palavras já se perdeu a noção de
composição.

girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,


paraquedas, paraquedista

52
2. Nos topónimos compostos iniciados por grã, grão, ou
forma verbal ou cujos elementos estão ligados por
artigo.
Grã-Bretanha Grão-Pará Abre-Campo
Passa-Quatro Quebra-Costas Quebra-Dentes
Traga-Mouros Trinca-Fortes Trás-os-Montes
Albergaria-a-Velha Montemor-o-Novo

SEM HÍFEN – América do Sul, Belo Horizonte, Cabo


Verde, Freixo de Espada à Cinta, Castelo Branco
53
3. Uso do hífen em palavras compostas de espécies
botânicas e zoológicas (ligadas ou não por preposição)
couve-flor andorinha-grande
erva-doce cobra-capelo
feijão-verde formiga-branca
erva-do-chá cobra-d`água
bem-me-quer bem-te-vi

54
4. Uso do hífen nos compostos com os advérbios bem e mal
+ vogal ou h
bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado
mal-estar, mal-humorado

Atenção: o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não


se aglutinar com palavras começadas por consoante
bem-ditoso, malditoso, bem-criado, malcriado,
bem-mandado, malmandado, bem-visto, malvisto

MAS: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença…


55
5. Uso do hífen nos compostos com os elementos
além, aquém, recém, sem
além-Atlântico, além-mar, aquém-fiar,

aquém-Pirinéus, recém-casado, recém-nascido,


sem-cerimónia, sem-vergonha

56
6. Nas locuções de uso geral não se emprega hífen
cão de guarda, fim de semana, sala de jantar
cor de açafrão, cor de café, cor de vinho

EXCETO em
água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa,
mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará
(uso do hífen consagrado pelo uso)
57
7. Uso do hífen nos encadeamentos vocabulares
(palavras que ocasionalmente se combinam)

Liberdade-Igualdade-Fraternidade
percurso Porto-Lisboa
ligação Angola-Moçambique
Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena
(topónimos)
58
EMPREGA-SE O HÍFEN
a) Formações em que o 2.º elemento começa por h
anti-higiénico, circum-hospitalar, co-herdeiro,
extra-humano, pré-história, super-homem,
geo-história

Atenção: não se usa hífen em formações que contêm


em geral os prefixos des- e in- nas quais o 2.º
elemento perdeu o h inicial
desumano, desumidificar, inábil, inumano
59
b) Nas formações em que o prefixo termina na
mesma vogal em que se inicia o 2.º elemento
anti-ibérico, contra-almirante, supra-auricular,
auto-observação, micro-ondas, semi-interno

Atenção: os prefixos co- e re- aglutinam-se com o


2.º elemento mesmo quando iniciado por o ou e
coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação,
cooperar, coprodutor, coabitação, coabitar,
coeducação, reenviar, reeditar, reeleição, reentrar
60
c) usa-se o hífen com os prefixos circum-, pan- quando
o 2.º elemento começa por vogal, m, n, h
circum-navegação, circum-escolar,pan-africano,
pan-mágico, pan-negritude

d) usa-se o hífen com os prefixos hiper-, inter-, super-


com o 2.º elemento a começar por r
hiper-requintado, inter-resistente, super-resistente

61
e) usa-se o hífen com os prefixos ex-, sota-, soto-
vice-, vizo- (noção de estado anterior, cessamento)
ex-diretor, ex-almirante, ex-hospedeira, ex-presidente
sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vizo-rei

f) usa-se o hífen com os prefixos tónicos pós-, pré-, pró-


(acentuados graficamente) + 2.º elemento com
vida à parte
pós-graduação, pós-tónico, pré-escolar, pró-africano
62
MAS
Os prefixos átonos pos-, pre-, pro- aglutinam-se com
o elemento seguinte

pospor
prever
promover

63
NÃO SE EMPREGA HÍFEN
a) Prefixo termina em vogal + 2.º elemento começa por r
ou s (duplica a consoante)
antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha,
minissaia, biorritmo, biossatélite, microssistema

b) Prefixo termina em vogal + 2.º elemento começa por


vogal diferente

antiaéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial,


autoestrada, autoaprendizagem, plurianual,
hidroelétrico, agroindustrial
64
1. Emprego do hífen na ênclise e na tmese
amá-lo, dá-se, deixa-o (ênclise)
amá-lo-ei, ter-nos-íamos, lavar-se-á (tmese)

2. Emprego nas ligações de formas pronominais


enclíticas ao advérbio eis e nas formas pronominais
eis-me, ei-lo
no-lo, vo-las
65
3. Não se emprega hífen nas ligações da preposição
de às formas verbais do presente do indicativo
do verbo haver
hei de, hás de, há de, heis de, hão de

(já não se empregava hífen noutras formas do


verbo haver:
havemos de, haverão de, haveríamos de)

66
Obrigada pela vossa presença.

67
Converter ficheiros

Conversor ortográfico:

http://www.flip.pt/FLiP-On-line/Conversor-para-o-Acordo-Ortografico.aspx

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/

Dicionário em linha

http://www.priberam.pt/dlpo/

68
Bibliografia

CASTELEIRO, João Malaca, e


CORREIA, Pedro Dinis, Atual - O
Novo Acordo Ortográfico (O que
vai mudar na grafia do português),
3ª ed., Texto Editores, Lisboa,
2008 (1ª ed. 2007).
GOMES, Francisco Álvaro, O
Acordo Ortográfico (Inclui o
Texto Integral do Novo Acordo
Ortográfico, Exercícios Práticos
com Propostas de Soluções),
Edições Flumen, Porto Editora,
Porto, 2008

69

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