Acórdão Bolsonaro X Maria Do Rosário
Acórdão Bolsonaro X Maria Do Rosário
Acórdão Bolsonaro X Maria Do Rosário
Ementa e Acórdão
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Ementa e Acórdão
INQ 3932 / DF
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Ementa e Acórdão
INQ 3932 / DF
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Ementa e Acórdão
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Ementa e Acórdão
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Ementa e Acórdão
INQ 3932 / DF
ACÓRDÃO
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Relatório
RELATÓRIO
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Relatório
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Relatório
INQ 3932 / DF
instituto.
Considera que “Se tal tese fosse acatada, por silogismo, poder-se-ia
afirmar que a jornalista Nana Queiroz, idealizadora de um protesto virtual, ao
postar uma foto em rede social em que aparece sem camiseta e com a frase ‘EU
NÃO MEREÇO SER ESTUPRADA’, escrita no corpo (foto anexa), também
estaria instigando que outras mulheres merecessem e incitando, assim, a prática
de estupro” (fls. 67).
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Relatório
INQ 3932 / DF
Por tal motivo, sustenta que “o Deputado Federal do PP, Jair Bolsonaro,
fez afirmações de teor ameaçador, incitador de violência contra a dignidade
sexual, as quais ostentam, a um só tempo, configuração criminal de opinião
caluniosa e injuriosa, que, induvidosamente, destinam-se a ofender a dignidade
sexual, a honra e a cidadania da ora Querelante” (fls. 06).
“Mas aí essa puta naum defende bandido que que tem ele dá
uma estupradinha nela?”;
“Eu estupraria Maria do Rosário, mas com os dedos, porque
com aquela cara nem com Viagra”.
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Relatório
INQ 3932 / DF
Considera que “os termos ‘ruim’, ‘muito feia’ e ‘não faz meu gênero’ não
podem ser considerados ofensivos, ou será que temos que achar que todos são
bons, bonitos e que fazem nosso gênero?” (fls. 61).
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Relatório
INQ 3932 / DF
Por fim, sustenta que “na realidade, a querelante, por birra e em virtude
das posições políticas contrárias do querelado, traz ao Poder Judiciário problema
que poderia ser resolvido na esfera do próprio Legislativo”.
É o relatório.
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Antecipação ao Voto
ANTECIPAÇÃO AO VOTO
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Antecipação ao Voto
INQ 3932 / DF
não uma figura bela ou não, não é essa a hipótese dos autos.
Feitas essas observações, então, passo ao voto que, como se trata de
uma questão delicada, eu peço vênia aos Colegas para fazer a leitura
daquilo que eu reputo essencial para que possam, eventualmente,
especular junto comigo sobre a proposta de voto que eu trago.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
VOTO
I
Transação penal: não formalização da proposta pelo Ministério Público
e desinteresse do acusado quanto ao benefício
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
Além disso, assinala que “a conduta foi praticada por pessoa que, como
menciona a própria defesa, tem imagem pública. Assim, suas declarações têm o
condão de atingir muitas pessoas, razão pela qual a incitação do crime, no caso
dos autos, ganhou ainda mais projeção”.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
II
Imunidade Parlamentar: não incidência quanto à entrevista concedida
ao Jornal Zero Hora
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Voto - MIN. LUIZ FUX
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Voto - MIN. LUIZ FUX
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
III
Mérito: art. 41 do Código de Processo Penal
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INQ 3932 / DF
10
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
1 Lei 11.340/2006, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a
criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de
Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
2 Código Penal
Art. 121. [...]
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
[...]
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
[...]
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
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12
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
Mas aí essa puta naum defende bandido que que tem ele dá uma
estupradinha nela? ;
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
Contribui para esse quadro o fato de que a legislação, até não muito
tempo atrás, estabelecia “os costumes” como bem jurídico protegido
dessa criminalização e, ainda mais grave, que considerava apenas a
“mulher honesta” como possível vítima – quiçá, até 1940, se entendesse
que as demais mulheres “mereciam” a violência.
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sociais.
QUEIXA-CRIME
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
interno.
Na injúria, ao contrário da calúnia e difamação, não há
imputação de fatos, mas emissão de conceitos negativos sobre a vítima,
que atingem esses atributos pessoais, a estima própria, o juízo positivo
que cada um tem de si mesmo.
[...] o elemento subjetivo do crime de injúria é o dolo de dano,
constituído pela vontade livre e consciente de injuriar o ofendido,
atribuindo-lhe um juízo depreciativo.
Mas além do dolo, faz-se necessário o elemento subjetivo especial
do tipo, representado pelo especial fim de injuriar, de denegrir, de
macular, de atingir a honra do ofendido. [...] a existência de qualquer
outro animus distinto do animus offendendi exclui o crime contra a
honra.
[...]
Reconhecendo que a injúria foi assacada em momento de
irritação, com alteração emocional, causada pelo ofendido,
irrefletidamente, o legislador reconhece o beneplácito do perdão
judicial. No entanto, a provocação deve ser direta e pessoal, ou
seja, deve ser praticada na presença do ofensor, caso contrário não será
admitida a isenção da pena, pois o ofensor terá tempo para refletir e
pensar em outra solução, de acordo com os cânones do Direito.
Na hipótese de provocação, não há exigência de
proporcionalidade absoluta, embora não seja tolerável uma absoluta
desproporcionalidade entre a provocação e a injúria proferida, pois a
complacência do legislador não pode servir de oportunidade para
aproveitadores, insensíveis e difamadores vingarem-se ou
simplesmente exteriorizarem o mal que encerram dentro de si, quando
algum ingênuo ou inculto indivíduo, por exemplo, com sua ação
temerária, oportunize essa benevolência legal.
A provocação deve ser pessoal e direta, além, é claro, de
censurável, ao passo que, como veremos, a retorsão deve ser imediata,
pressupondo, nos dois casos, necessidade da presença dos
protagonistas para possibilitar a reação” (BITENCOURT, C. R.
Tratado de Direito Penal: Parte Especial. Vol. 2. 11ª Ed. São
Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 348/355).
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
23
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
“Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa”.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
INQ 3932 / DF
É como voto.
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Voto - MIN. EDSON FACHIN
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Voto - MIN. EDSON FACHIN
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Voto - MIN. ROSA WEBER
VOTO
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Voto - MIN. ROSA WEBER
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
INQ 3932 / DF
Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí, fique aí, Maria
do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no
Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você
não merece. Fique aí para ouvir, Maria do Rosário, por que não
falou sobre sequestro, tortura, execução do Prefeito Celso
Daniel, do PT? Nunca ninguém falou nada sobre isso aqui, e
estão tão preocupados com os direitos humanos. Vá catar
coquinho. Mentirosa, deslavada e covarde. Parabéns aos
vagabundos do Brasil que estão sob o guarda-chuva da
Comissão de Direitos Humanos.
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
INQ 3932 / DF
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Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO
(PRESIDENTE) - Eu também ouvi com muita atenção e interesse o voto
profundo e sensível do Ministro Luiz Fux, e penso, caros Colegas, que
todas as pessoas nessa vida merecem respeito e consideração, as
mulheres, inclusive. Portanto, penso também que ninguém deve achar
que a incivilidade, a grosseria, a depreciação do outro são formas naturais
de viver a vida.
Eu acho que o instituto da imunidade parlamentar é um instituto
muitíssimo importante que assegurou o avanço da democracia
representativa no mundo. E, mesmo no Brasil, ele é uma conquista
relativamente recente. Porém, não acho que ninguém possa se escudar na
imunidade material parlamentar para chamar alguém de "nego safado",
para chamar alguém de "gay pervertido". A imunidade parlamentar não
permite essa violação à dignidade das pessoas.
Nós vivemos no Brasil, eu penso, um momento extremamente
importante, um momento emblemático. Nós estamos tentando mudar de
patamar como país, tanto em matéria de renda - queremos deixar de ser
intermediários -, quanto também queremos mudar de patamar ético. Nós
estamos em busca de igualdade racial; nós estamos em busca de
igualdade para as pessoas independentemente da sua identidade sexual,
independentemente da sua orientação sexual. Evidentemente, nós
queremos respeito em relação à mulher e queremos proteção da mulher
contra essa cultura de violência, contra essa cultura de covardia contra a
mulher e essa cultura de estupro que se criou no Brasil.
Afirmar que não estupraria uma mulher porque ela não merece é
uma ofensa à pessoa atacada, mas é uma ofensa também à condição
feminina de uma maneira geral. Eu acho que é a naturalização do
desprezo, do desapreço, da hierarquização; a naturalização da violência
contra a mulher.
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Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
INQ 3932 / DF
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Supremo Tribunal Federal
Extrato de Ata - 21/06/2016
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
INQUÉRITO 3.932
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
AUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INVEST.(A/S) : JAIR MESSIAS BOLSONARO
ADV.(A/S) : LYGIA REGINA DE OLIVEIRA MARTAN (0171611/RJ)
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