Processo Penal - Principios

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UNIÃO DAS FACULDADES CATÓLICAS DE MATO GROSSO

DIREITO PROCESSUAL PENAL

CHAYENE MARGARIDA DA SILVA MINAS


DOUGLAS VILELA
EDUARDO AMORIM
LORENA LUANA C. ALMEIDA
LUCIANA DO NASCIMENTO LIRA
MATHEUS HENRIQUE NABOR DE AMORIM
RENATA SARDOTHIEN

PROCESSO PENAL
PRINCIPIOS REGENTES DO PROCESSO PENAL

CUIABÁ-MT
2024
2

CHAYENE MARGARIDA DA SILVA MINAS


DOUGLAS VILELA
EDUARDO AMORIM
LORENA LUANA C. ALMEIDA
LUCIANA DO NASCIMENTO LIRA
MATHEUS HENRIQUE NABOR DE AMORIM
RENATA SARDOTHIEN

PROCESSO PENAL: PRINCIPIOS REGENTES DO PROCESSO PENAL

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


Direito da União das faculdades Católicas de
Cuiabá implementado pelo método PBL, como
requisito parcial para a inserção de nota
bimestral da disciplina de Direito processual
penal, sob orientação do (a) Prof.(a) Me.(a)
Wellington.

CUIABÁ-MT

2024
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DEVIDO PROCESSO LEGAL:

É previsto pelo art. 5°, inciso LIV, da CF, o devido processo Legal é um principio que
assegura o individuo a uma punição/julgamento justo, quando este cometer um delito.
Garantindo que o sujeito só terá a sua liberdade privada mediante um processo legal.

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:

Composta pelos princípios fundamentais e base que rege a CF, em seu art.. 1°, inciso III. Visa
proteger todos os direitos inerentes a qualquer cidadão, é a base onde deve ser construído todo
o sistema penal.

Outro ponto importante é que é dever do Estado assegurar ao preso, além de integridade,
outros direitos fundamentais, como os direitos à vida, à saúde, à higiene, à alimentação
adequada, ao trabalho, à liberdade religiosa, à comunicação com o mundo exterior e à
informação. Isso porque o condenado continua sendo um ser humano com direitos
fundamentais.

Na atualidade, o país não tem infraestrutura para que a lei seja cumprida, os presos vivem em
cárceres em uma vida sub-humana, não tendo seus direitos respeitados, verificando-se no
cotidiano a violação de um dos fundamentos da República Brasileira pela inaplicabilidade do
Principio da Dignidade Humana.

O cumprimento da pena, por si só, já define a medida de resposta que a pessoa condenada
deve apresentar à comunidade. Assim, não é aceitável que outras penalizações – além da
privação de liberdade – causem danos à integridade física e moral dos presos.

É importante ressaltar que uma das finalidades da pena é ressocializar o delinquente à vida em
comunidade e prevenir que ele desrespeite a lei novamente. Por isso, a pena de privação de
liberdade não pode ter, pura e simplesmente, o intuito de castigo, fundada na maximização da
dor, do sofrimento e do isolamento do preso do convívio social.

Assim, o principal objetivo do inciso XLIX é reafirmar que aquelas pessoas que cumprem
penas privativas de liberdade também são humanas e devem ter seus direitos respeitados.
Cabe lembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos define em seu artigo 5° que:
“Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes”. Dessa maneira, a Constituição Federal, está alinhada ao sistema internacional
de proteção aos direitos humanos.

As principais falácias são: se cabe 50 e tem 200 é porque cabe os 200, essa é a pior frase
expressada por um individuo que não sabe o mínimo relacionado aos direitos fundamentais.
É uma boa hora para falarmos sobre a violação de direitos humanos.

O levantamento mais recente sobre a população carcerária no Brasil revela um sistema


profundamente superlotado. São 371.884 vagas e 622.202 presos, OU SEJA
APROXIMADAMENTE 67,31% A MAIS OCUPA OS ESPAÇOS. Esse quadro coloca o
Brasil como a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas de Estados Unidos,
China e Rússia, respectivamente. De cada 3 presos, dois são negros, enquanto na sociedade
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brasileira a porcentagem de negros é de 51%. Os números são do Levantamento Nacional de


Informações Penitenciárias de 2014, do Ministério da Justiça.

“Uma cela que cabem 12 pessoas têm 55. [Uma cela] tem cama para três e recebe 20 pessoas,
então usam o chão, usam o espaço aéreo, dormem dentro dos banheiros. O sistema
penitenciário brasileiro tem que passar por uma revisão. Nós queremos sim que o criminoso
cumpra sua pena, pague para a sociedade por não cumprir as regras legais e sociais, mas o
Estado tem que implantar políticas públicas que façam o melhoramento dos apenados, para
que eles voltem para a sociedade melhor do que entraram”, diz Allan (Reportagem do olhar
filmes).¹

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

É o dispositivo previsto na carta Magna em seu art. 5°, inciso LVII, NINGUÉM será
considerado culpado até o transito em julgado.
Ou seja, todo o individuo é inocente enquanto não se comprove legalmente a sua culpa.

AO INDIVÍDUO: AMPLA DEFESA, PLENITUDE DE DEFESA, CONTRADITÓRIO.

Inicialmente, é comum afirmar que os princípios da amplitude de defesa e da dignidade da


pessoa humana são fundamentais no processo penal brasileiro, por estarem enraizados no
Estado Democrático de Direito.

Contudo, é essencial reconhecer que, em caso de conflito entre esses princípios, a


interpretação jurídica deve buscar uma solução conciliatória, através da ponderação, seja pelo
intérprete ou pelo julgador.

No entanto, é notório que, especialmente em casos de violência sexual, algumas defesas


recorrem a estratégias que desqualificam injustamente a pessoa da vítima, ultrapassando até
mesmo a análise fática da denúncia.

Essa prática, que viola a dignidade humana, é inconstitucional, principalmente quando a


vítima é uma criança ou adolescente. Devemos priorizar o respeito à dignidade da pessoa, e a
ponderação deve favorecer o princípio que esteja sendo utilizado em sua finalidade original.

Em muitos casos, em vez de defender efetivamente o réu, as defesas atacam a vítima de forma
preconceituosa, expondo-a a situações constrangedoras e vexatórias. Isso não contribui para o
processo, pois não possui relevância jurídica e apenas viola a dignidade da vítima.

Portanto, é papel do magistrado intervir quando a defesa ultrapassa os limites éticos, coibindo
tais excessos para garantir a integridade do processo e evitar violações constitucionais.

ATUAÇÃO DO ESTADO E RELAÇÃO PROCESSUAL: IMPLÍCITO E EXPLICITO:


DUPLO GRAU

SIGILO DAS VOTAÇÕES

Encontra-se previsto no art. 5.º, XXXVIIIb, da Constituição Federal, significando que os


jurados devem proferir o veredicto em votação situada em sala especial, assegurando-lhes
tranquilidade e possibilidade para reflexão, com eventual consulta ao processo e perguntas ao
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magistrado, contando apenas com a presença das partes (embora, no caso do réu, representado
por seu defensor) e de funcionários da Justiça, sob a presidência do Juiz de Direito.

O sigilo opõe-se, naturalmente, à publicidade. Tendo em vista que existe caso que é
necessário em sigilo para a preservação da intimidade de alguém ou para abonar o interesse
social ou público (arts. 5.º, LX, e 93, IX, CF)

SOBERANIA DOS VEREDITOS

Conforme disposto no art. 5.º, XXXVIII, da Constituição Federal, proferida a decisão final
pelo Tribunal do Júri, não há possibilidade de ser alterada pelo tribunal , quanto ao mérito.
A soberania dos veredictos é a alma do Tribunal Popular, assegurando-lhe efetivo poder
jurisdicional e não somente a prolação de um parecer, passível de rejeição por qualquer
magistrado togado. Ser soberano significa atingir a supremacia, o mais alto grau de uma
escala, o poder absoluto, acima do qual inexiste outro. Traduzindo-se esse valor para o
contexto do veredicto popular, quer-se assegurar seja esta a última voz a decidir o caso,
quando apresentado a julgamento no Tribunal do Júri.

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A


VIDA.

O Tribunal do Júri julga os crimes dolos contra a vida, infanticídio, homicídio, aborto,
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação, conforme previsto na
Constituição Federal.

LEGALIDADE ESTRITA DA PRISÃO CAUTELAR

A prisão cautelar serve para garantir a realização de atos ou diligência no decorrer do


inquérito policial até mesmo proteção jurídica do processo como vítima e provas, estando
estrita no artigo art 312 CPP.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS EXPLÍCITOS:

JUIZ NATURAL E IMPARCIAL

O princípio do Juiz Natural é uma garantia prevista no art. 5º, inciso XXXVII e LIII, da
CF/88, que prevê que o juiz da causa deve ser definido de acordo com normas pré-
estabelecidas de fixação de competência, ou seja, precisa estar pré-constituído os juízes do
julgamento antes da prática delituosa. Tal pressuposto visa garantir a independência e
imparcialidade do órgão julgador, que deve possuir condições objetivas e subjetivas de julgar
sem inclinação pelas partes, fazendo-o com discernimento, lucidez e razão, com o fito de
aplicar a lei ao caso concreto, evitando a escolha ou afastamento de magistrado para o
julgamento de um feito, salvaguardando ao acusado o direito de ser julgado por juiz
independente e imparcial, juízo adequado para apreciar o processo.

Da mesma maneira, tal garantia traz uma limitação dos poderes do Estado ao vedar a criação
de Tribunais Extraordinários, de exceção, criado após o fato delituoso para julgar tal
determinado fato, com regras diferentes das aplicadas aos demais fatos idênticos e a
transferência do processo para outro juízo. Refere-se a garantia vinculada ao devido processo
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legal, pois a legitimidade do processo pressupõe que um terceiro imparcial examine as provas,
preservando a segurança jurídica.

PUBLICIDADE

O princípio da publicidade ou transparência é uma garantia prevista no art. 5º, XXXIII, LX e


93, IX, da CF/88 e no art. 8º, item 5, da Convenção Americana de Direitos Humanos
(CADH), que garante a todos os cidadãos acesso aos autos de um processo a qualquer fase
processual, inclusive a fase de inquérito.

Tal princípio é dotado de valor democrático, pois visa garantir a transparência da atividade
jurisdicional, viabilizando o controle das decisões.

Não é um princípio absoluto, pois doutrinariamente é diferenciado pelo grau de incidência


sobre os atos do processo: sendo ampla quando todos os atos são praticados na presença das
partes e abertos para que o público os acompanhe, divulgação pela imprensa, consulta e
obtenção de cópias ou certidões dos atos processuais, e sendo restrito quando há limitação
sobre a divulgação de alguns atos processuais, como ocorre em processo sujeito ao segredo de
justiça, cuja situação é entendida pela lei como merecedora de proteção, em virtude dos
princípios e valores constitucionais que gravitam em torno dela, para proteção dos direitos de
algum dos sujeitos ou participantes processuais, por exemplo, nos crimes contra a dignidade
sexual, e no decurso da fase de inquérito, para tutela dos interesses da investigação ou dos
direitos dos sujeitos processuais. Dessa forma, é cediço pelo STF que tal medida em um caso
só pode ser revogada pela autoridade judiciária que o decretou.

VEDAÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS

O princípio da proibição da prova ilícita é uma garantia prevista no art. 5º, LVI, CF/88, que
proibiu a obtenção de prova por meio da violação do direito material, trata-se de limitação
constitucional da eficácia da prova ilícita na investigação da verdade no processo com o
intuito de proteger direitos fundamentais materiais constitucionais contidos no art. 5º, X, XI e
XII, assim não retroagindo os direitos conquistados ao longo de séculos.

Assim como os demais princípios não é absoluto, pois o legislador introduziu uma exceção no
art. 5º, XII, CF/88, que trata da interceptação telefônica autorizada por ordem judicial,
portanto, cabe ao magistrado usar o princípio da proporcionalidade ao caso concreto.

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA

Este instituto foi criado nos Estados Unidos pela Suprema Corte com o nome inglês the fruit
of poisonous tree, cuja teoria consiste em que uma prova no direito material lícita obtida por
meio ilícito é considerada ilícita e contamina todas as demais provas que sejam decorrentes da
prova inicial. Em contraposição a essa teoria existe a Teoria da Descoberta Inevitável
utilizada pelo STF no HC 91867, consiste que embora uma prova seja ilícita por derivação se
há chance dela ser descoberta de qualquer forma, passa a ser lícita.

ECONOMIA PROCESSUAL

O princípio da economia processual é uma garantia prevista no art. 5º, LXXVIII, CF/88, que
diz respeito ao equilíbrio entre o máximo resultado da atividade jurisdicional e o emprego
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mínimo das atividades processuais, visando celeridade para obtenção da razoável duração do
processo, visto que, no Estado Democrático de Direito a liberdade é a regra, sendo a prisão
cautelar uma exceção de encarceramento de uma pessoa considerada inocente, até
comprovação contrária com trânsito em julgado.

CONCERNENTES À ATUAÇÃO DO ESTADO:


PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL E IMPARCIAL:

Significa que o indivíduo deve ser acusado por órgão imparcial do Estado, previamente
designado por lei, vedada a indicação de acusador para atuar em casos Específicos. Não está
esse princípio expressamente previsto na Constituição, embora se possam encontrar suas
raízes na conjugação de normas constitucionais e infraconstitucionais. A inamovibilidade do
promotor está prevista no art. 128, § 5.º, I, b, da Constituição, o que sustenta um acusador
imparcial, visto não poder ser possível alterar o órgão acusatório, conforme interesses
particulares.

Para SCARANCE FERNANDES, “o princípio tem a vantagem de se evitar a possibilidade de


o Procurador-Geral, movido por influências estranhas, retirar do promotor natural a atribuição
para atuar em determinado inquérito ou processo, traz também o risco de fazer com que o
Ministério Público, instituição que pela sua natureza deve ter como característica fundamental
a agilidade, o dinamismo, mormente ante as exigências contemporâneas de maior atuação na
fase de investigação e de maior eficiência no combate aos crimes graves e à criminalidade
organizada, torne-se um órgão inerte, burocrático. Melhor, por isso, nesse estágio atual que,
para determinados crimes, caminhe-se para um sistema de equipes naturais, com regras
internas de atribuição, mais fáceis de serem alteradas por acordo entre os membros da
promotoria, os quais ficam, entretanto, garantidos contra a interferência indevida da Chefia da
Instituição, ou, na forma de estruturação do Ministério Público Federal, que se dê a órgãos
superiores da Instituição, de natureza colegiada, poderes para ‘resolver sobre a distribuição
especial de feitos que, por sua contínua reiteração, devam receber tratamento uniforme’, ou
para ‘resolver sobre a distribuição especial de inquéritos, feitos e procedimentos, quando a
matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir’ (art. 62, V e VI)”.

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA E PRINCÍPIO


CONSEQUENCIAL DA INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL:

Significa não ter o órgão acusatório, nem tampouco o encarregado da investigação, a


faculdade de investigar e buscar a punição do autor da infração penal, mas o dever de fazê-lo.
Assim, ocorrida a infração penal, ensejadora de ação pública incondicionada, deve a
autoridade policial investigá-la e, em seguida, havendo elementos, é obrigatório que o
promotor apresente denúncia.

É, indiscutivelmente, o órgão do Ministério Público, a que se distribui um inquérito, uma


representação, uma peça de informação, a pessoa em ordem a fazer a apreciação do caso,
verificando se há, de fato, infração punível, e ainda susceptível de o ser, se permite ela a
instauração de ação penal por denúncia, se o autor está individuado em forma a poder ser
caracterizado, ao menos, por sinais que lhes facultem a identificação no futuro; e, somente se
opinar favoravelmente, é que se impõe a obrigação de, sob a responsabilidade do seu cargo,
oferecer a denúncia. “Em caso contrário requererá o arquivamento”.
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Não há, como regra, no Brasil, o princípio da oportunidade no processo penal, que
condicionaria o ajuizamento da ação penal ao critério discricionário do órgão acusatório –
exceção seja feita à ação privada e à pública condicionada. Ressalte-se que, neste último caso,
se trata da incidência de ambos os princípios, ou seja, oportunidade para o oferecimento da
representação, obrigatoriedade quando o Ministério Público a obtém. Como decorrência desse
princípio temos o da indisponibilidade da ação penal, significando que, uma vez ajuizada, não
pode dela desistir o promotor de justiça. Logicamente, hoje, já existem exceções, abrandando
o princípio da obrigatoriedade, tal como demonstra a suspensão condicional do processo,
instituto criado pela Lei 9.099/95, bem como a possibilidade de transação penal, autorizada
pela própria Constituição (art. 98, I). Conectam-se ao princípio da legalidade ou da reserva
legal, no âmbito penal.

MITIGAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL:

SCARANCE FERNANDES demonstra que esse aspecto no contexto da Lei 9.099/95. Diz
em relação ao tema que “na prática, em grandes centros é praticamente impossível que de
todo crime seja iniciado processo, o que, se ocorresse, representaria o caos em uma Justiça já
atravancada; é comum, em casos de lesão de pequena intensidade ao bem jurídico, ser pedido
arquivamento de inquérito com o beneplácito do Poder Judiciário, invocando-se muitas vezes
razões até de política criminal ou fundamentando-se o requerimento justamente na pouca
relevância do fato. Outro caminho consistiu em dar maior elasticidade ao conceito de justa
causa para a ação penal, fundando-a na viabilidade da acusação; assim, se os indícios vindos
da investigação não permitiam antever possibilidade de sucesso de ação penal, ela não era
intentada. Mais ainda, formou-se corrente que admite o arquivamento do inquérito quando,
pelas circunstâncias do caso, a sentença condenatória seria ineficaz porque inevitável a
prescrição pela pena em concreto; fala-se então em falta de interesse de agir ante a
inviabilidade de se obter sentença eficaz”.

PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE:

Significa ser a persecução penal uma função primordial e obrigatória do Estado. As tarefas de
investigar, processar e punir o agente do crime cabem aos órgãos constituídos do Estado,
através da polícia judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Igualmente,
relaciona-se à legalidade, no âmbito penal.

PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA:

Significa não dever a ação penal transcender da pessoa a quem foi imputada a conduta
criminosa. Para assegurar o princípio, existe, à disposição da parte, o incidente de
ilegitimidade de parte (art. 110, Processo Penal). Vincula-se aos princípios da
responsabilidade pessoal e da culpabilidade em direito penal.

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO DUPLO PROCESSO PELO MESMO FATO:

Demonstrando que não se pode processar alguém duas vezes com base no mesmo fato,
impingindo-lhe dupla punição (ne bis in idem). E mesmo que ocorra absolvição, preceitua o
art. 8.º, item 4, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos: “O acusado absolvido por
sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos
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fatos”. Conecta-se ao princípio da vedação à dupla punição pelo mesmo fato, oriundo do
direito penal.

PRINCÍPIO DA VERDADE REAL

O princípio da verdade real estabelece que o julgador sempre deve buscar estar mais próximo
possível das verdades ocorridas no fato, devendo existir sempre um sentimento de busca pela
verdade quando da aplicação da pena e da apuração dos fatos.

Atualmente, vigora no ordenamento jurídico pátrio, a regra da liberdade de provas, segundo a


qual são válidos quaisquer meios de prova, excetos àquelas que resultem em provas ilícitas.
Tendo em vista o teor do art. 156 do CPP, que confere ao magistrado a possibilidade, de
ofício, de determinar diligências probatórias, a doutrina clássica, leciona que o Direito
Processual Penal adota o princípio da verdade real, material ou substancial.

CPP

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas


consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de


diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

No entanto, diante das restrições impostas ao Estado para a obtenção da prova (garantias
contra a autoincriminação do réu, vedação da tortura, nulidade de provas obtidas por meios
ilícitos, limitações em depoimentos de testemunhas que conhecem o fato em razão de
profissão), assentou-se o entendimento de que é impossível o alcance da verdade absoluta,
havendo apenas uma aproximação da verdade dos fatos, com maior ou menor grau de
segurança.

Diante das circunstâncias mencionadas, a doutrina moderna tende a adotar o princípio da


busca da verdade. Convém mencionar que nos julgados dos Tribunais Superiores a
nomenclatura adotada ainda tem sido princípio da busca da verdade real.

CONCERNENTES À ATUAÇÃO DO ESTADO

Princípio do impulso oficial: Uma vez iniciada a ação penal, por iniciativa do Ministério
Público ou do ofendido, deve o juiz movimentá-la até o final, conforme o procedimento
previsto em lei, proferindo decisão. Liga-se, basicamente, aos princípios da obrigatoriedade e
da indeclinabilidade da ação penal, que prevê o exercício da função jurisdicional, até sentença
final, sem que o magistrado possa furtar-se a decidir, bem como vedando-se a desistência da
ação penal pelo Ministério Público. Notemos que, também no caso de ação penal privada,
regida pelo princípio da oportunidade, prevalece o impulso oficial, não se admitindo a
paralisação do feito, sob pena de perempção, julgando-se extinta a punibilidade do acusado
(art. 60, CPP).
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PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL:


Significa que o juiz forma o seu convencimento de maneira livre, embora deva 5.2.3 apre-
sentá-lo de modo fundamentado ao tomar decisões no processo.
Trata-se da conjunção do disposto no art. 93, IX, da Constituição (“todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade...”, grifamos) com os arts. 155, caput (“o juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova...”) e 381, III (“a sentença conterá: (...) III – a indicação dos motivos de
fato e de direito em que se fundar a decisão”) do Código de Processo Penal.

PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE:

Cuida-se de decorrência lógica do princípio constitucional implícito do duplo grau de


jurisdição, significando que a parte tem o direito de, recorrendo a uma instância superior ao
primeiro grau de jurisdição, obter um julgamento proferido por órgão colegiado.

Após, prolatando sua sentença – condenatória ou absolutória – em função de sua persuasão


racional, não teria sentido haver um recurso para que outro juiz, isoladamente, sem debater a
causa, reavaliasse a decisão de seu colega. A meta consistente em se manter as principais e
derradeiras decisões em órgãos jurisdicionais colegiados é salutar e positiva, constituindo um
princípio processual dos mais proeminentes. É o que se pode verificar em julgamentos
coletivos quando um componente de determinada turma, câmara ou plenário altera seu voto
ao ouvir a exposição de outro magistrado.
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REFERÊNCIAS

Disponível em: <https://www.olharfilmes.com.br/2017/08/14/uma-cela-que-


cabe-12-presos-tem-55-dizem-agentes-penitenciarios> Acesso em: 25 mar.
2024.

Disponível em: <https://www.politize.com.br/artigo-quinto/respeito-a-


integridade-dos-
presos/#:~:text=%C3%A9%20assegurado%20aos%20presos%20o,tamb%C3%
A9m%20vale%20para%20os%20presos.> Acesso em: 25 mar. 2024.

Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/artigos/sistema-prisional-


brasileiro-e-direitos-humanos/413681359>Acesso em: 26 mar. 2024.

Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-


direitos-humanos> Acesso em: 26 mar. 2024.

Disponível em: <https://gazetadocerrado.com.br/superlotacao-e-doencas-de-


pele-presos-dormem-amontoados-em-presidio/> Acesso em: 26 mar. 2024.

Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso
em: 25 mar. 2024.

Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso
em: 25 mar. 2024.

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