Processo Penal - Principios
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PROCESSO PENAL
PRINCIPIOS REGENTES DO PROCESSO PENAL
CUIABÁ-MT
2024
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CUIABÁ-MT
2024
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É previsto pelo art. 5°, inciso LIV, da CF, o devido processo Legal é um principio que
assegura o individuo a uma punição/julgamento justo, quando este cometer um delito.
Garantindo que o sujeito só terá a sua liberdade privada mediante um processo legal.
Composta pelos princípios fundamentais e base que rege a CF, em seu art.. 1°, inciso III. Visa
proteger todos os direitos inerentes a qualquer cidadão, é a base onde deve ser construído todo
o sistema penal.
Outro ponto importante é que é dever do Estado assegurar ao preso, além de integridade,
outros direitos fundamentais, como os direitos à vida, à saúde, à higiene, à alimentação
adequada, ao trabalho, à liberdade religiosa, à comunicação com o mundo exterior e à
informação. Isso porque o condenado continua sendo um ser humano com direitos
fundamentais.
Na atualidade, o país não tem infraestrutura para que a lei seja cumprida, os presos vivem em
cárceres em uma vida sub-humana, não tendo seus direitos respeitados, verificando-se no
cotidiano a violação de um dos fundamentos da República Brasileira pela inaplicabilidade do
Principio da Dignidade Humana.
O cumprimento da pena, por si só, já define a medida de resposta que a pessoa condenada
deve apresentar à comunidade. Assim, não é aceitável que outras penalizações – além da
privação de liberdade – causem danos à integridade física e moral dos presos.
É importante ressaltar que uma das finalidades da pena é ressocializar o delinquente à vida em
comunidade e prevenir que ele desrespeite a lei novamente. Por isso, a pena de privação de
liberdade não pode ter, pura e simplesmente, o intuito de castigo, fundada na maximização da
dor, do sofrimento e do isolamento do preso do convívio social.
Assim, o principal objetivo do inciso XLIX é reafirmar que aquelas pessoas que cumprem
penas privativas de liberdade também são humanas e devem ter seus direitos respeitados.
Cabe lembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos define em seu artigo 5° que:
“Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes”. Dessa maneira, a Constituição Federal, está alinhada ao sistema internacional
de proteção aos direitos humanos.
As principais falácias são: se cabe 50 e tem 200 é porque cabe os 200, essa é a pior frase
expressada por um individuo que não sabe o mínimo relacionado aos direitos fundamentais.
É uma boa hora para falarmos sobre a violação de direitos humanos.
“Uma cela que cabem 12 pessoas têm 55. [Uma cela] tem cama para três e recebe 20 pessoas,
então usam o chão, usam o espaço aéreo, dormem dentro dos banheiros. O sistema
penitenciário brasileiro tem que passar por uma revisão. Nós queremos sim que o criminoso
cumpra sua pena, pague para a sociedade por não cumprir as regras legais e sociais, mas o
Estado tem que implantar políticas públicas que façam o melhoramento dos apenados, para
que eles voltem para a sociedade melhor do que entraram”, diz Allan (Reportagem do olhar
filmes).¹
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
É o dispositivo previsto na carta Magna em seu art. 5°, inciso LVII, NINGUÉM será
considerado culpado até o transito em julgado.
Ou seja, todo o individuo é inocente enquanto não se comprove legalmente a sua culpa.
Em muitos casos, em vez de defender efetivamente o réu, as defesas atacam a vítima de forma
preconceituosa, expondo-a a situações constrangedoras e vexatórias. Isso não contribui para o
processo, pois não possui relevância jurídica e apenas viola a dignidade da vítima.
Portanto, é papel do magistrado intervir quando a defesa ultrapassa os limites éticos, coibindo
tais excessos para garantir a integridade do processo e evitar violações constitucionais.
magistrado, contando apenas com a presença das partes (embora, no caso do réu, representado
por seu defensor) e de funcionários da Justiça, sob a presidência do Juiz de Direito.
O sigilo opõe-se, naturalmente, à publicidade. Tendo em vista que existe caso que é
necessário em sigilo para a preservação da intimidade de alguém ou para abonar o interesse
social ou público (arts. 5.º, LX, e 93, IX, CF)
Conforme disposto no art. 5.º, XXXVIII, da Constituição Federal, proferida a decisão final
pelo Tribunal do Júri, não há possibilidade de ser alterada pelo tribunal , quanto ao mérito.
A soberania dos veredictos é a alma do Tribunal Popular, assegurando-lhe efetivo poder
jurisdicional e não somente a prolação de um parecer, passível de rejeição por qualquer
magistrado togado. Ser soberano significa atingir a supremacia, o mais alto grau de uma
escala, o poder absoluto, acima do qual inexiste outro. Traduzindo-se esse valor para o
contexto do veredicto popular, quer-se assegurar seja esta a última voz a decidir o caso,
quando apresentado a julgamento no Tribunal do Júri.
O Tribunal do Júri julga os crimes dolos contra a vida, infanticídio, homicídio, aborto,
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação, conforme previsto na
Constituição Federal.
O princípio do Juiz Natural é uma garantia prevista no art. 5º, inciso XXXVII e LIII, da
CF/88, que prevê que o juiz da causa deve ser definido de acordo com normas pré-
estabelecidas de fixação de competência, ou seja, precisa estar pré-constituído os juízes do
julgamento antes da prática delituosa. Tal pressuposto visa garantir a independência e
imparcialidade do órgão julgador, que deve possuir condições objetivas e subjetivas de julgar
sem inclinação pelas partes, fazendo-o com discernimento, lucidez e razão, com o fito de
aplicar a lei ao caso concreto, evitando a escolha ou afastamento de magistrado para o
julgamento de um feito, salvaguardando ao acusado o direito de ser julgado por juiz
independente e imparcial, juízo adequado para apreciar o processo.
Da mesma maneira, tal garantia traz uma limitação dos poderes do Estado ao vedar a criação
de Tribunais Extraordinários, de exceção, criado após o fato delituoso para julgar tal
determinado fato, com regras diferentes das aplicadas aos demais fatos idênticos e a
transferência do processo para outro juízo. Refere-se a garantia vinculada ao devido processo
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legal, pois a legitimidade do processo pressupõe que um terceiro imparcial examine as provas,
preservando a segurança jurídica.
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Tal princípio é dotado de valor democrático, pois visa garantir a transparência da atividade
jurisdicional, viabilizando o controle das decisões.
O princípio da proibição da prova ilícita é uma garantia prevista no art. 5º, LVI, CF/88, que
proibiu a obtenção de prova por meio da violação do direito material, trata-se de limitação
constitucional da eficácia da prova ilícita na investigação da verdade no processo com o
intuito de proteger direitos fundamentais materiais constitucionais contidos no art. 5º, X, XI e
XII, assim não retroagindo os direitos conquistados ao longo de séculos.
Assim como os demais princípios não é absoluto, pois o legislador introduziu uma exceção no
art. 5º, XII, CF/88, que trata da interceptação telefônica autorizada por ordem judicial,
portanto, cabe ao magistrado usar o princípio da proporcionalidade ao caso concreto.
Este instituto foi criado nos Estados Unidos pela Suprema Corte com o nome inglês the fruit
of poisonous tree, cuja teoria consiste em que uma prova no direito material lícita obtida por
meio ilícito é considerada ilícita e contamina todas as demais provas que sejam decorrentes da
prova inicial. Em contraposição a essa teoria existe a Teoria da Descoberta Inevitável
utilizada pelo STF no HC 91867, consiste que embora uma prova seja ilícita por derivação se
há chance dela ser descoberta de qualquer forma, passa a ser lícita.
ECONOMIA PROCESSUAL
O princípio da economia processual é uma garantia prevista no art. 5º, LXXVIII, CF/88, que
diz respeito ao equilíbrio entre o máximo resultado da atividade jurisdicional e o emprego
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mínimo das atividades processuais, visando celeridade para obtenção da razoável duração do
processo, visto que, no Estado Democrático de Direito a liberdade é a regra, sendo a prisão
cautelar uma exceção de encarceramento de uma pessoa considerada inocente, até
comprovação contrária com trânsito em julgado.
Significa que o indivíduo deve ser acusado por órgão imparcial do Estado, previamente
designado por lei, vedada a indicação de acusador para atuar em casos Específicos. Não está
esse princípio expressamente previsto na Constituição, embora se possam encontrar suas
raízes na conjugação de normas constitucionais e infraconstitucionais. A inamovibilidade do
promotor está prevista no art. 128, § 5.º, I, b, da Constituição, o que sustenta um acusador
imparcial, visto não poder ser possível alterar o órgão acusatório, conforme interesses
particulares.
Não há, como regra, no Brasil, o princípio da oportunidade no processo penal, que
condicionaria o ajuizamento da ação penal ao critério discricionário do órgão acusatório –
exceção seja feita à ação privada e à pública condicionada. Ressalte-se que, neste último caso,
se trata da incidência de ambos os princípios, ou seja, oportunidade para o oferecimento da
representação, obrigatoriedade quando o Ministério Público a obtém. Como decorrência desse
princípio temos o da indisponibilidade da ação penal, significando que, uma vez ajuizada, não
pode dela desistir o promotor de justiça. Logicamente, hoje, já existem exceções, abrandando
o princípio da obrigatoriedade, tal como demonstra a suspensão condicional do processo,
instituto criado pela Lei 9.099/95, bem como a possibilidade de transação penal, autorizada
pela própria Constituição (art. 98, I). Conectam-se ao princípio da legalidade ou da reserva
legal, no âmbito penal.
SCARANCE FERNANDES demonstra que esse aspecto no contexto da Lei 9.099/95. Diz
em relação ao tema que “na prática, em grandes centros é praticamente impossível que de
todo crime seja iniciado processo, o que, se ocorresse, representaria o caos em uma Justiça já
atravancada; é comum, em casos de lesão de pequena intensidade ao bem jurídico, ser pedido
arquivamento de inquérito com o beneplácito do Poder Judiciário, invocando-se muitas vezes
razões até de política criminal ou fundamentando-se o requerimento justamente na pouca
relevância do fato. Outro caminho consistiu em dar maior elasticidade ao conceito de justa
causa para a ação penal, fundando-a na viabilidade da acusação; assim, se os indícios vindos
da investigação não permitiam antever possibilidade de sucesso de ação penal, ela não era
intentada. Mais ainda, formou-se corrente que admite o arquivamento do inquérito quando,
pelas circunstâncias do caso, a sentença condenatória seria ineficaz porque inevitável a
prescrição pela pena em concreto; fala-se então em falta de interesse de agir ante a
inviabilidade de se obter sentença eficaz”.
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE:
Significa ser a persecução penal uma função primordial e obrigatória do Estado. As tarefas de
investigar, processar e punir o agente do crime cabem aos órgãos constituídos do Estado,
através da polícia judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Igualmente,
relaciona-se à legalidade, no âmbito penal.
PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA:
Significa não dever a ação penal transcender da pessoa a quem foi imputada a conduta
criminosa. Para assegurar o princípio, existe, à disposição da parte, o incidente de
ilegitimidade de parte (art. 110, Processo Penal). Vincula-se aos princípios da
responsabilidade pessoal e da culpabilidade em direito penal.
Demonstrando que não se pode processar alguém duas vezes com base no mesmo fato,
impingindo-lhe dupla punição (ne bis in idem). E mesmo que ocorra absolvição, preceitua o
art. 8.º, item 4, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos: “O acusado absolvido por
sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos
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fatos”. Conecta-se ao princípio da vedação à dupla punição pelo mesmo fato, oriundo do
direito penal.
O princípio da verdade real estabelece que o julgador sempre deve buscar estar mais próximo
possível das verdades ocorridas no fato, devendo existir sempre um sentimento de busca pela
verdade quando da aplicação da pena e da apuração dos fatos.
CPP
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:
No entanto, diante das restrições impostas ao Estado para a obtenção da prova (garantias
contra a autoincriminação do réu, vedação da tortura, nulidade de provas obtidas por meios
ilícitos, limitações em depoimentos de testemunhas que conhecem o fato em razão de
profissão), assentou-se o entendimento de que é impossível o alcance da verdade absoluta,
havendo apenas uma aproximação da verdade dos fatos, com maior ou menor grau de
segurança.
Princípio do impulso oficial: Uma vez iniciada a ação penal, por iniciativa do Ministério
Público ou do ofendido, deve o juiz movimentá-la até o final, conforme o procedimento
previsto em lei, proferindo decisão. Liga-se, basicamente, aos princípios da obrigatoriedade e
da indeclinabilidade da ação penal, que prevê o exercício da função jurisdicional, até sentença
final, sem que o magistrado possa furtar-se a decidir, bem como vedando-se a desistência da
ação penal pelo Ministério Público. Notemos que, também no caso de ação penal privada,
regida pelo princípio da oportunidade, prevalece o impulso oficial, não se admitindo a
paralisação do feito, sob pena de perempção, julgando-se extinta a punibilidade do acusado
(art. 60, CPP).
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PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE:
REFERÊNCIAS
Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso
em: 25 mar. 2024.
Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso
em: 25 mar. 2024.