Bioquímica - Claretiano
Bioquímica - Claretiano
Bioquímica - Claretiano
-
BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
Batatais
Claretiano
2016
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
615.1 J42b
ISBN: 978-85-8377-504-1
CDD 615.1
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Bioquímica e Farmacologia
Versão: ago./2016
Formato: 15x21 cm
Páginas: 164 páginas
CDD 658.151
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 14
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 15
Conteúdo
A obra Bioquímica e Farmacologia aborda os conceitos básicos para a introdu-
ção ao estudo de Bioquímica e Farmacologia, como a composição e a função
dos componentes químicos orgânicos e inorgânicos do corpo humano. Estu-
da também os processos farmacocinéticos, bem como os efeitos produzidos
pelos principais grupos de fármacos que agem nos sistemas do organismo
humano. No contexto dos cursos da Saúde, apresenta-se como espaço para
o estudo das biomoléculas, do metabolismo, e dos mecanismos de ação de
fármacos e medicamentos nos diversos sistemas do organismo humano, le-
vando em consideração as influências das diferentes etnias e raças e do meio
ambiente.
Bibliografia Básica
LEHNINGER, A. L. Princípios de Bioquímica. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 2006.
HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2012.
FINKEL, R.; CABEDDU, L. X.; CLARK, M. A. Farmacologia ilustrada. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
RANG, H. P.; RITTER, J. M.; DALE, M. M. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.
Bibliografia Complementar
CAMPBELL, M. K.; FARRELL, S. O. Bioquímica. São Paulo: Thomson, 2008.
DAU, A. P. A. (Org.). Bioquímica Humana. São Paulo: Pearson, 2015.
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. G. As bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
8 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Você está preparado para conhecer o fascinante mundo
das biomoléculas e os processos envolvidos na interação entre
as moléculas das substâncias químicas que compõem o organis-
mo humano?
Se está preparado, então vamos lá!
Com o estudo de Bioquímica e Farmacologia, você obterá
as informações necessárias para o embasamento teórico desse
assunto no exercício da sua futura profissão e também para a
integração do conhecimento com os conteúdos de outros temas
de estudo atuais e futuros do seu curso.
Apresentaremos a você os fundamentos moleculares res-
ponsáveis pela organização e pelo funcionamento das células,
assim como os aspectos gerais das reações metabólicas que en-
volvem a obtenção de energia e a produção de novas moléculas
necessárias para as células. Essas bases serão importantes para
que você possa compreender, na Farmacologia, como os medica-
mentos atuam sobre nosso organismo.
Na Unidade 1, você conhecerá as biomoléculas que for-
mam nossas células: carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos
nucleicos. Veremos as características e funções de cada uma e
como interagem no funcionamento das células e organismos.
Já na Unidade 2, mostraremos como é o metabolismo ce-
lular. Nesta unidade, você precisará dos conhecimentos obtidos
anteriormente, pois as reações metabólicas envolvem todas as
biomoléculas estudadas. Falaremos sobre as reações catabólicas
usadas pelas células para a obtenção de energia e também sobre
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
10 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Ácidos graxos: composto por um grupo carboxila e
uma longa cauda de hidrocarbonetos não ramificada,
que pode ou não ser saturada.
2) Ácidos nucleicos: denominação dada em conjunto ao
DNA e ao RNA.
3) Aminoácidos: ácidos carboxílicos que incluem um gru-
po amina em suas estruturas; são as moléculas- base
para a formação das proteínas.
4) Aminoácidos essenciais: são os aminoácidos que não
podem ser sintetizados por um organismo e precisam
ser obtidos por fontes alimentares.
5) Anabolismo: síntese de biomoléculas a partir de com-
postos simples.
6) Anfibólico: capaz de participar tanto do catabolismo
como do anabolismo.
7) Biodisponibilidade: conceito que se refere a uma fra-
ção da dose administrada de uma substância que al-
cança a circulação sanguínea e o local de ação.
8) Biomoléculas: proteínas, carboidratos, lipídios e áci-
dos nucleicos.
9) Carboidratos: também chamados sacarídeos, hidratos
de carbono ou açúcares, são biomoléculas ricas em
energia.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 11
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
12 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 13
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
14 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
BIOQUÍMICA E
FARMACOLOGIA
BIOQUÍMICA FARMACOLOGIA
Reações Reações
anabólicas catabólicas
Biossíntese de Produção de
macromoléculas energia
4. REFERÊNCIAS
[Diagramação,BIBLIOGRÁFICAS
por favor, acertar tamanho das caixas e
centralização das cotas.]
CAMPBELL, M. K. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2012.
LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. L. Princípios de Bioquímica. 4. ed. São
Paulo: Sarvier, 2006.
RANG, H. P. et al. Farmacologia. Trad. Raimundo Rodrigues Santos. 6. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 15
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO
HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Objetivo
• Conhecer a composição química do organismo humano e as principais bio-
moléculas, relacionando-as com o funcionamento celular.
Conteúdos
• Água e seu significado para a vida.
• Carboidratos.
• Lipídios.
• Aminoácidos e proteínas.
• Enzimas e coenzimas.
• A estrutura química dos ácidos nucleicos: nucleotídeos.
• A estrutura química e tridimensional do ácido desoxirribonucleico: DNA.
• A estrutura química e tridimensional do ácido ribonucleico: RNA.
• Semelhanças e diferenças entre DNA e RNA.
• Sistemas-tampão e pH.
17
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
18 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
1. INTRODUÇÃO
A organização das células é basicamente feita por meio das
biomoléculas. Estudaremos nesta unidade as principais biomolé-
culas que são importantes para a organização e o funcionamento
das células em qualquer espécie. Abordaremos a importância da
água como principal constituinte celular, em que ocorrem todas
as reações químicas necessárias para a vida. Veremos ainda a
importância do pH e dos sistemas-tampão que atuam em nosso
organismo.
A seguir, iniciaremos nosso estudo com a formação e as
funções das biomoléculas: os aminoácidos, as proteínas, os car-
boidratos, os lipídios e os ácidos nucleicos.
As biomoléculas recebem esta denominação por serem
consideradas as "moléculas da vida". Estas moléculas, com exce-
ção da água, são formadas a partir da ligação de várias unidades
de um mesmo tipo molecular mais simples. Por exemplo, as pro-
teínas são formadas a partir da ligação de vários aminoácidos, e
os carboidratos se formam a partir de açúcares simples, como a
glicose.
As reações químicas que envolvem a formação das bio-
moléculas são chamadas de polimerização e resultam em po-
límeros. Portanto, as biomoléculas são também chamadas de
polímeros ou macromoléculas, e as pequenas moléculas que são
usadas para sua formação são os monômeros.
As células estão constantemente sintetizando biomolé-
culas para manter sua constituição morfológica e seu funciona-
mento normal. Estes processos implicam grande gasto de ener-
gia por parte da célula e são sempre realizados no meio aquoso.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 19
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
20 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Molécula de Água
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 21
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
22 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
2.2. BIOMOLÉCULAS
Carboidratos
Segundo Voet (2006), os carboidratos ou sacarídeos (do
grego sakcharon = açúcar) são componentes essenciais de todos
os organismos vivos, e a classe mais abundante de moléculas
biológicas. O nome "carboidrato" pode ser definido literalmente
como "hidrato de carbono" e se origina da seguinte fórmula ge-
ral deste grupo de substâncias:
Cn ( H 2O ) n , em que n será sempre ≥ 3
Os carboidratos são moléculas muito importantes como
fontes de energia para as células e participam diretamente do
nosso metabolismo. Além disso, desempenham papel no arma-
zenamento de energia (amido e glicogênio) como constituinte
estrutural de células animais (quitina) e vegetais (celulose) e
são um constituinte importante das membranas celulares, fun-
cionando como moléculas de reconhecimento entre as células
(glicoproteínas).
Os carboidratos podem ser divididos em três grupos princi-
pais: monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 23
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Monossacarídeos
Monossacarídeos são os açúcares mais simples que exis-
tem, formados por apenas uma molécula de carboidrato. Podem
ser representados pela seguinte fórmula:
Cn ( H 2O ) n
, em que n ≥ 3 e ≤ 7
Sua denominação dependerá de quantos átomos de car-
bono estiverem presentes na molécula. Desta forma, temos as
trioses (3 carbonos), as tetroses (4 carbonos), as pentoses (5 car-
bonos), as hexoses (6 carbonos) e as heptoses (7 carbonos).
Na natureza, encontramos em maior abundância as hexo-
ses, como a glicose, a frutose e a galactose. Além desses monos-
sacarídeos, são de extrema importância bioquímica as pentoses,
e a ribose e a desoxirribose, que formam os ácidos nucleicos.
Observe na Figura 3 os exemplos das estruturas dos
monossacarídeos.
24 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Oligossacarídeos
Os oligossacarídeos são açúcares formados pela ligação de
duas moléculas de monossacarídeos. Também são chamados de
dissacarídeos. A ligação que os une é a glicosídica e ocorre en-
tre os grupos OH- dos dois açúcares ligantes, com a liberação de
uma molécula de H2O. Veja, a seguir, a fórmula geral para estas
substâncias:
C12 H 22O11
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 25
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Polissacarídeos
Os polissacarídeos são formados a partir de ligações glico-
sídicas entre muitas moléculas de monossacarídeos. São abun-
dantes na natureza e suas principais funções são funcionar como
reserva energética para células vegetais e animais (amido e gli-
cogênio) e como componente estrutural em plantas e animais
(celulose e quitina). Veja a fórmula que representa este grupo:
(C6 H10O5 )n , em que n > 10
O amido é um polímero formado pela ligação de várias mo-
léculas de glicose. É a substância de reserva energética das plan-
tas. Está presente, por exemplo, nas raízes de batata e mandioca.
Todas as plantas e animais possuem enzimas capazes de di-
gerir o amido em moléculas de glicose que são usadas como fonte
de energia. Um exemplo deste tipo de enzima é a amilase salivar
dos seres humanos. O amido é formado por dois tipos de cadeias
de glicose. A cadeia com configuração linear é chamada de amilo-
se e a cadeia com ramificações é chamada de amilopectina.
26 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 27
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
28 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Lipídios
Os lipídios são compostos orgânicos formados por longas
cadeias de hidrocarbonetos apolares, portanto, insolúveis em
água. Eles têm importante papel biológico, pois funcionam como
componente estrutural das membranas celulares, como reserva
de energia, isolante térmico, precursor na síntese de hormônios
etc. São insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos
como álcool, éter, acetona e benzeno.
São encontrados na gema do ovo, no leite, em grãos (milho
e soja), como proteção de penas, em pelos de animais e células
vegetais (cera de carnaúba). Compõem o tecido adiposo (adipó-
citos) dos animais, tendo o papel de como reserva energética,
proteção mecânica dos órgãos internos e isolante térmico (LEH-
NINGER; NELSON; COX, 2006).
Veremos, a seguir, três classes importantes de lipídios: os
ácidos graxos, os fosfolipídios e os esteroides.
Ácidos graxos
Os ácidos graxos são ácidos orgânicos de cadeia carbônica
longa e linear. Estes compostos são anfipáticos, pois regiões apo-
lares e polares na mesma molécula. A parte polar é composta
pelo grupo carboxila em uma das extremidades. Os ácidos graxos
podem ter em sua cadeia carbônica somente ligações simples,
chamados de saturados, ou contêm uma ou mais ligações du-
plas (monoinsaturados e poli-insaturados, respectivamente). Na
Figura 9, temos dois exemplos dessas estruturas.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 29
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
30 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Fosfolipídios
Os fosfolipídios são compostos anfipáticos formados por
duas cadeias de ácidos graxos ligados a uma molécula de glice-
rol e a um grupo fosfato. Podem ser encontrados em todas as
membranas celulares e são responsáveis pelo transporte de vá-
rias substâncias através delas. A Figura 11 ilustra uma molécula
de fosfolipídio.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 31
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Esteroides
Os esteroides são compostos cíclicos formados por ácidos
graxos e álcoois. O mais conhecido é o colesterol, importante na
constituição das membranas plasmáticas, presente em gorduras
animais e responsável pela formação de placas de depósito nos
vasos sanguíneos, causando a aterosclerose. É usado pelo nosso
organismo para sintetizar os hormônios sexuais (testosterona,
progesterona e estrogênio). Outros esteroides são a vitamina D,
os sais biliares e os hormônios das suprarrenais.
Observe, a seguir, na Figura 12, a representação da molé-
cula do colesterol.
32 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Não Planares
Aminoácidos e proteínas
As proteínas são macromoléculas formadas a partir da
polimerização de vários aminoácidos unidos através de ligações
peptídicas. As proteínas possuem sequências de aminoácidos al-
tamente específicas, que caracterizam sua estrutura e função.
Pequenas mudanças na sequência de aminoácidos de uma pro-
teína podem alterar completamente sua estrutura e, consequen-
temente, sua função biológica.
As características físicas e químicas de uma proteína são
determinadas pelos aminoácidos que a constituem. Na bus-
ca de uma melhor compreensão, antes de continuarmos com
nosso estudo sobre proteínas, vamos falar um pouco sobre os
aminoácidos.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 33
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
cadeia lateral
Figura 13 Estrutura molecular de um aminoácido.
34 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Figura 14 Esquema ilustrando uma ligação peptídica entre dois aminoácidos diferentes.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 35
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
36 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 37
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
α-hélice folhas-β
Figura 16 Esquemas representativos das conformações de moléculas deproteínas em
α-hélice e folhas-β.
38 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 39
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Enzimas
Segundo Sackheim (2001), as enzimas são catalisadores bioló-
gicos. Os catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade
de uma reação química, reduzindo seus requisitos energéticos. Os
catalisadores podem ser reutilizados dentro do metabolismo celu-
lar, pois, ao terminar uma reação, não são alterados quimicamente.
As enzimas são proteínas produzidas pelas células com fun-
ção de catalisar reações que ocorrem no ambiente biológico. Sem
as enzimas, seria impossível para as células realizar a maior parte
das reações bioquímicas necessárias para a manutenção da vida.
Veja o exemplo da anidrase carbônica, enzima presente
nos glóbulos vermelhos do sangue e que catalisa a reação de for-
mação do ácido carbônico:
CO 2 + H 2 O → H 2 CO3
40 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 41
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
sítio
ativo
a) Modelo "chave-fechadura"
Figura 20 Esquema representando o modelo tipo "chave-fechadura" de interação entre
enzimas e substratos.
42 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 43
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Nucleosídeo Nucleotídeo
Uracil
44 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 45
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
46 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 47
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
48 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 49
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
50 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Bases
Citosina e timina Citosina e uracil
Pirimídicas
2.3. SISTEMAS-TAMPÃO E pH
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 51
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
células. Para que tudo funcione bem nesse sentido, essas bio-
moléculas precisam estar em condições ótimas de pH e tempe-
ratura. Falaremos brevemente neste tópico sobre o pH.
Os valores do pH refletem as propriedades ácido-básicas da
água e a capacidade que suas moléculas têm de se dissociar, ou seja,
de produzir os íons H+ e OH-. Para definir os valores de pH, utiliza-se
a determinação de uma constante chamada Constante do Produto
Iônico da Água (Kw), que reflete a dissociação das moléculas de água
em estado puro a 25 °C. Nestas condições, a quantidade de íons H+ e
OH- produzidas são iguais (SACKHEIM, 2001). A reação de dissocia-
ção da água e os valores de Kw são os seguintes (as fórmulas dos íons
entre colchetes indicam a concentração destes em solução):
H 2O
→
←
[H + ] + [ OH − ]
H + =
= OH − 10−7 M
52 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 53
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
54 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
3.2. BIOMOLÉCULAS
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 55
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
3.3. SISTEMAS-TAMPÃO E pH
56 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A seguir, responda às questões propostas a fim de conferir
seu desempenho no estudo desta unidade:
1) Analise as afirmativas a seguir sobre as funções da água no citoplasma:
I - Atuar como solvente da maioria das substâncias.
II - Não atuar na manutenção do equilíbrio osmótico dos organismos em
relação ao meio ambiente.
III - Constituir o meio dispersante dos coloides celulares.
IV - Participar das reações de hidrólise.
V - Agir como ativador enzimático.
A alternativa que contém as funções verdadeiras é:
a) I, II, III.
b) III, IV, V.
c) I, III, IV.
d) V, II, III.
3) Os lipídios são:
a) os compostos energéticos consumidos preferencialmente pelo
organismo.
b) substâncias insolúveis na água, mas solúveis nos chamados solventes
orgânicos (álcool, acetona, éter e benzeno).
c) mais abundantes na composição química dos vegetais do que na dos
animais.
d) presentes como fosfolipídios no interior da célula, mas nunca na estru-
tura da membrana plasmática.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 57
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) d.
58 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
3) b.
4) c.
5) d.
6) a.
5. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você foi convidado a compreender a im-
portância da água, bem como as principais biomoléculas (car-
boidratos, lipídios e proteínas). Estes conceitos são a base para
lhe auxiliar no estudo e na compreensão das próximas unidades.
Pudemos demonstrar que o papel desempenhado pelos
ácidos nucleicos na transferência e manutenção da informação
genética é de extrema importância para a vida.
Suas características químicas e sua organização tridimen-
sional proporcionam as condições necessárias para que suas fun-
ções sejam corretamente desempenhadas.
Na próxima unidade, veremos como as biomoléculas se in-
tegram na realização do metabolismo celular.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Molécula de água mostrando o ângulo formado pelos átomos ligantes.
Disponível em: <http://trigonometriatics.blogspot.com.br/>. Acesso em: 29 maio
2015.
Figura 2 As possíveis pontes de hidrogênio de uma molécula de água. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/quimica/ligacoes-hidrogenio.htm>. Acesso em: 29 jun.
2016.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 59
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
60 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
Sites pesquisados
BIBLIOTECA DIGITAL DE CIÊNCIAS. Home page. Disponível em: <http://www.bdc.
ib.unicamp.br/bdc/principal.php>. Acesso em: 16 mar. 2016.
INFOESCOLA. Home page. Disponível em: <http://www.infoescola.com/>. Acesso em:
30 jun. 2016.
INVIVO FIOCRUZ. Disponível em: <http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/
start.htm?sid=3&infoid=115>. Acesso em: 30 jun. 2016.
MUNDO EDUCAÇÃO. Ácidos graxos. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.
com.br/quimica/acidos-graxos.htm>. Acesso em: 30 jun. 2016.
QUÍMICA NOVA INTERATIVA. Home page. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/>.
Acesso em: 30 jun. 2016.
TE LIGA.NET. Conexões inteligentes. Home page. Disponível em: <http://www.teliga.
net/>. Acesso em: 30 jun. 2016.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 61
UNIDADE 1 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO HUMANO, PROPRIEDADES DA ÁGUA, PH E
SISTEMAS-TAMPÃO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPBELL, M. K. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. L. Princípios de Bioquímica. 4. ed. São
Paulo: Sarvier, 2006.
PEREIRA, L. V. Sequenciaram o genoma humano... E agora? 2. ed. São Paulo: Moderna,
2005. v. 1.
SACKHEIM, G. I. Química e Bioquímica para Ciências Biomédicas. 8. ed. Barueri:
Manole, 2001.
VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
62 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2
BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
Objetivos
• Demonstrar uma visão geral do metabolismo celular e sua relação com a
geração de energia para a manutenção da vida.
• Compreender os aspectos gerais do metabolismo de proteínas, lipídeos e
carboidratos nas células animais.
Conteúdos
• Bioenergética: aspectos gerais.
• Glicólise e ciclo do ácido cítrico.
• Metabolismo do glicogênio.
• Metabolismo dos lipídeos.
• Metabolismo do nitrogênio.
63
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
1. INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, conhecemos os principais aspec-
tos das biomoléculas com suas características e funções. Nesta
unidade, veremos como as biomoléculas interagem nas várias
reações metabólicas necessárias para a manutenção da vida. Os
tópicos que abordaremos apresentarão uma visão geral do me-
tabolismo celular, as reações envolvidas na produção de biomo-
léculas e na sua degradação, para obtenção de energia.
Nosso objetivo é promover uma integração dos conheci-
mentos adquiridos dentro da obra de Bioquímica e Farmacolo-
gia, levando-o a refletir sobre as bases do funcionamento ce-
lular, gerando uma visão global e interdisciplinar dos conceitos
abordados.
Bons estudos!
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 65
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
66 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 67
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
68 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 69
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
70 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 71
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
72 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 73
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
74 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 75
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
Fígado
Pâncreas
76 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 77
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
78 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 79
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
80 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
raízes
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 81
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
82 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 83
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
84 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 85
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
3.1. BIOENERGÉTICA
86 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 87
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
88 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) b.
3) d.
4) b.
5) d.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da unidade. Aqui tivemos a oportunida-
de de compreender a importância do metabolismo na produção
de energia, assim como ter uma visão geral de como as diferen-
tes biomoléculas podem ser usadas pelas células para obter ou
armazenar energia.
Não deixe de ler os Conteúdos Digitais Integradores, que
ampliarão seu conhecimento sobre o assunto.
Na próxima unidade, você aprenderá os conceitos iniciais
de Farmacologia.
Até lá!
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 89
UNIDADE 2 – BIOENERGÉTICA E METABOLISMO
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Integração entre reações metabólicas: anabolismo e catabolismo. Disponível em:
<http://anabolismo.org/2011/02/catabolismo-x-anabolismo/>. Acesso em: 29 maio 2015.
Figura 2 Esquema da glicólise. Disponível em <http://www.geocities.ws/ctv10ano/
imagem19.html>. Acesso em: 29 maio 2015.
Figura 3 O ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs. Disponível em: <http://www.
educadorfisico.esp.br/?pg=bioenergetica>. Acesso em: 29 maio 2015.
Figura 4 Resumo das reações envolvidas na glicólise. Disponível em: <http://www.
netxplica.com/>. Acesso em: 29 maio 2015.
Figura 5 Comparação das reações de glicólise anaeróbica (fermentação lática) e
fermentação alcoólica. Disponível em <http://pesquisa-na-escola.blogspot.com.
br/2011/08/fermentacao-e-respiracao.html>. Acesso em: 12 jul. 2016.
Figura 6 Relação entre insulina e glucagon no metabolismo de carboidratos.
Disponível em: <http://dietaslowcarb.blogspot.com.br/2010/08/qual-o-papel-da-
glicoseinsulinaglucagon.html>. Acesso em: 12 jul. 2016.
Figura 7 Caminho percorrido pelos lipídeos da dieta. Disponível em: <http://www.
lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=metabolismo+dos+lip%C3%ADdeos&la
ng=3>. Acesso em: 12 jul. 2016.
Figura 8 Ciclo do nitrogênio. Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/
biologia/ciclo-nitrogenio.html>. Acesso em: 12 jul. 2016.
Figura 9 Relações entre o metabolismo dos aminoácidos e o ciclo do ácido cítrico
(modificado). Disponível em: <http://pt.slideshare.net/gleicelima1610/metabolismo-
deprotenas>. Acesso em: 12 jul. 2016.
Figura 10 Integração do metabolismo de lipídeos, proteínas e carboidratos. Disponível
em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAt5oAC/integracao-metabolica>.
Acesso em: 12 jul. 2016.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAU, A. P. A. (Org.). Bioquímica Humana. São Paulo, Pearson, 2015.
HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
MORAN, L. A. et al. Bioquímica. 5. ed. São Paulo, Pearson, 2013.
SACKHEIM, G. I.; LEHMAN, D. D. Química e Bioquímica para Ciências Biomédicas. 8. ed.
São Paulo: Manole, 2001.
90 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 3
FARMACOLOGIA: HISTÓRIA,
DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS
(FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA)
Objetivos
• Analisar e compreender a evolução histórica da Farmacologia.
• Compreender as divisões básicas da Farmacologia.
• Conhecer os conceitos fundamentais dessa ciência.
• Estudar os processos relacionados à movimentação dos fármacos no orga-
nismo humano (Farmacocinética).
• Estudar os mecanismos pelos quais os fármacos produzem seus efeitos –
desejados e indesejados (Farmacodinâmica).
Conteúdos
• História e divisões da Farmacologia.
• Os processos farmacocinéticos.
• Os mecanismos de ação de fármacos.
91
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
92 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
1. INTRODUÇÃO
Agora que você conheceu as principais biomoléculas e um
pouco dos processos metabólicos celulares, iniciaremos esta uni-
dade abordando a evolução histórica e o surgimento da Farma-
cologia como ciência.
Veremos aqui suas áreas e divisões básicas, assim como
sua relação com as demais ciências.
Em seguida, vamos apresentar os conceitos fundamentais
que se aplicam praticamente a todas as categorias terapêuticas
de substâncias químicas utilizadas pelos seres humanos.
Vamos analisar também alguns termos e conceitos-chave
bastante utilizados e que muitas vezes se confundem.
Estudaremos os processos fundamentais relacionados à
movimentação (farmacocinética) das moléculas dessas substân-
cia, no organismo humano, desde a sua introdução até o mo-
mento de sua eliminação.
E, finalmente, veremos os processos fundamentais por
meio dos quais as substâncias químicas agem (farmacodinâmica)
para produzir seus efeitos no organismo humano, dos pontos de
vista celular e molecular.
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 93
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
94 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 95
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
96 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 97
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
98 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 99
UNIDADE 3 – HISTÓRIA, DIVISÕES, CONCEITOS FUNDAMENTAIS (FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA)
Absorção
O conceito de absorção é definido como a passagem das
moléculas do fármaco de seu local de administração para o plas-
ma. Um processo importante para todas as vias de administra-
ção, exceto para a via intravenosa (RANG, 2004). Este é um dos
mais importantes conceitos da Farmacocinética.
Vias de administração
As vias de administração são os caminhos através dos quais
os medicamentos são introduzidos ou colocados em contato
com o organismo. Elas se relacionam intimamente com a forma
farmacêutica do medicamento que será utilizado e constituem
um importante fator biológico a ser considerado para a produ-
ção quantitativa e qualitativa dos seus efeitos (RANG, 2004).
Temos as seguintes vias: via oral (v. o.), via sublingual (s. l.),
via retal ou via enteral. As vias parenterais são a via inalatória,
a administração em superfícies epiteliais, como a pele (cutânea,
transdérmica), mucosa nasal, córnea e vagina. E há aquelas que
utilizamos quando administramos um medicamento através de in-
jeção intravenosa (i. v.), intramuscular (i. m.), subcutânea (s. c.),
Biodisponibilidade
A biodisponibilidade de um fármaco é um conceito fun-
damental e se refere a uma fração da dose administrada des-
se fármaco, que tem acesso à circulação sistêmica e ao local de
ação. Quando o fármaco não atinge os tecidos-alvo em uma
concentração mínima ou adequada, estaremos comprometendo
sua biodisponibilidade e, consequentemente, o efeito produzido
(SILVA, 1998).
Até que a resposta terapêutica aos medicamentos acon-
teça, diversas fases vão se suceder e muitos fatores poderão in-
fluenciar essa biodisponibilidade.
Certos fatores relacionam-se com a forma farmacêutica do
medicamento e são denominados fatores farmacotécnicos ou
associados ao processo de produção do medicamento. Outros
são os fatores físico-químicos, que estão associados às caracte-
rísticas dos fármacos.
Para entendermos melhor isso, suponhamos que vamos
administrar um comprimido de um medicamento pela via de ad-
ministração oral que, dentre as vias, é uma das mais utilizadas
pelos seres humanos.
Nesse caso, para que as moléculas do(s) fármaco(s) possam
ser absorvidas, primeiro é necessário ocorrer o processo de de-
sintegração da formulação (comprimido), liberação e posterior
dissolução da substância ativa, constituindo o que denominamos
de fase farmacêutica, que pode interferir significativamente na
biodisponibilidade do fármaco (SILVA, 1998).
Além disso, as moléculas dos fármacos são absorvidas
através da mucosa gastrointestinal, que é bastante vasculariza-
da. A partir da circulação gastrointestinal, essas moléculas cairão
Compartimentos
Para facilitar a compreensão do estudo da Farmacocinéti-
ca, considera-se o organismo humano como se fosse organizado
em dois compartimentos – um compartimento central (circu-
lação sanguínea) um compartimento periférico (tecido-alvo),
formado pelo espaço intersticial e intracelular (GOODMAN; GIL-
MAN, 2006).
Os fármacos são transportados através de toda a água
existente no corpo humano. Os mecanismos desses transportes
ocorrem através do processo de difusão passiva ou por difusão
facilitada, ambos sem gastar energia (ATP), ou ainda por algum
mecanismo de transporte ativo, com gasto de energia. No caso
desses dois últimos mecanismos, as moléculas dos fármacos se-
rão transportadas com o auxílio de proteínas. Estas proteínas se
encontram distribuídas através da bicamada lipídica das mem-
Lipossolubilidade
A lipossolubilidade do fármaco ou grau de solubilidade
em lipídio, determinado pelo coeficiente de partição óleo/água,
é outra propriedade físico-química importante que também in-
terfere na movimentação do fármaco pela membrana celular
(GOODMAN; GILMAN, 2006). Lembre-se de que as membranas
das células estão organizadas ou dispostas na forma de uma bica-
mada de fosfolipídios, com várias proteínas dispersas entre eles.
Grau de ionização
Outra propriedade físico-química importante associada a
esse processo cinético das moléculas do fármaco é o grau de io-
Distribuição
Devido à lipossolubilidade, a maioria das drogas, para se-
rem transportadas através do sangue, precisam se combinar ou
se conjugar com as proteínas plasmáticas (RANG, 2004). No plas-
ma (parte líquida do sangue), temos a albumina, proteína que se
liga preferencialmente às drogas ácidas, e as globulinas, proteí-
nas que se combinam preferencialmente com as drogas básicas.
Para alcançar os tecidos-alvo, as moléculas dos fármacos
devem sair da circulação sanguínea e, para isso, necessitam se
desligar das proteínas plasmáticas com as quais se combinaram.
É necessário desfazer esse enorme complexo molecular conjuga-
Índice terapêutico
Frequentemente, o tempo desejado da farmacoterapia é
maior do que o que pode ser obtido, utilizando-se uma única
dose. Assim, é necessário o uso de múltiplas doses para propor-
cionar concentrações plasmáticas relativamente constantes do
fármaco dentro dos limites de sua eficácia (nível plasmático efe-
tivo) e toxicidade, ou seja, dentro do índice terapêutico ou "jane-
la terapêutica" (KATZUNG, 2005).
Não podemos nos esquecer de que, ao mesmo tempo em
que existem moléculas chegando ao local de ação, também exis-
tem moléculas saindo de lá. De volta à circulação, estas molécu-
las são metabolizadas e seus metabólitos eliminados principal-
mente pela excreção renal.
Receptores
Os receptores constituem um dos mais frequentes alvos
das moléculas dos fármacos utilizados na prática clínica terapêu-
tica, não obstante esse termo possa ser utilizado indiscrimina-
damente para se referir a todo e qualquer alvo ou sítio no qual
a ação do fármaco está acontecendo para produzir seus efeitos
(RANG, 2004; SILVA, 1998).
Na verdade, os receptores são as proteínas ou comple-
xos proteicos que constituem os elementos sensores nos siste-
mas de comunicações químicas das células com os mensageiros
do organismo. Esses mensageiros químicos são os hormônios,
transmissores e outros mediadores. Como observado na Figura
6, a seguir, os quatro tipos principais de receptores são:
• canais iônicos controlados por ligante (receptor
ionotrópico);
Vídeo complementar–––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula,
localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso
(Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por
fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão "Vídeos" e selecione:
Lipossolubilidade e grau de ionização – Vídeos Complementares – Comple-
mentar 3.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A seguir, responda às questões propostas a fim de conferir
seu desempenho no estudo desta unidade:
1) Para um fármaco exercer efeito sistêmico, ele deve alcançar:
a) o sistema digestivo.
b) o intestino delgado.
c) o sistema vascular.
d) o receptor/alvo terapêutico.
e) o sistema linfático.
2) O processo de absorção das moléculas de um fármaco é importante para
todas as vias de administração, exceto para:
a) a oral.
b) a retal.
c) a intramuscular.
d) a intravenosa.
e) a inalatória.
3) Quanto ao processo de distribuição das drogas, podemos afirmar que:
a) certas drogas não se distribuem de maneira uniforme, acumulando-se
em determinados tecidos.
b) as proteínas plasmáticas são um reservatório provisório de drogas.
c) os verdadeiros depósitos são representados pelos tecidos.
d) os metais pesados fixam-se no fígado, baço e rim.
e) todas estão corretas.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) d.
3) e.
4) e.
5) c.
6) b.
7) a.
8) e.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da terceira unidade, na qual você teve
a oportunidade de compreender a evolução histórica da Far-
macologia até sua concretização como ciência. Pôde observar
também a importância dos conhecimentos de Farmacocinética
e Farmacodinâmica para a realização racional de uma terapia
medicamentosa.
Veja, agora, o Conteúdo Digital Integrador indicado, que
ampliará seu conhecimento sobre o assunto. Na próxima unida-
de, você aprenderá a utilidade terapêutica e os principais meca-
nismos de ação de várias classes de fármacos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed. Rio de
Janeiro: Mc Graw-Hill, 2006.
BURGIERMAN, D. R. Maconha. São Paulo: Abril, Superinteressante, 2002. (Coleção
Para Saber Mais).
FERRACINI, F. T.; ALMEIDA, S. M.; BORGES FILHO, W. M. Farmácia Clínica. v. 7. Barueri:
Manole, 2014. (Série Manuais de Especialização).
IVERSEN, L. L. Drogas. Trad. Flávia Souto Maior. Porto Alegre: L&PM, 2012.
KATZUNG, B. G. Farmacologia: básica e clínica. Trad. Patricia Lydie Voeux. 9. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
PAGE, C. et al. Farmacologia integrada. 2. ed. Barueri: Manole, 2004.
RANG, H. P. et al. Farmacologia. Trad. Patrícia Lydie Voeux e Antônio José Magalhães
da Silva Moreira. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SILVA, P. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
Objetivos
• Conhecer alguns fármacos que agem em diversos sistemas do organismo
humano.
• Relacionar suas ações com suas utilidades terapêuticas.
• Estudar os mecanismos através dos quais os fármacos produzem seus efei-
tos (desejados e indesejados).
Conteúdos
• Fármacos que agem no sistema nervoso (Sistema Nervoso Autônomo e Sis-
tema Nervoso Central).
• Fármacos anti-inflamatórios e quimioterápicos.
• Fármacos que afetam os sistemas cardiovascular, renal e endócrino.
131
UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI-
INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS
1. INTRODUÇÃO
Neste momento, você já conhece um pouco dos principais
conceitos da farmacocinética e da farmacodinâmica. Nesta uni-
dade, você conhecerá a utilidade terapêutica e o mecanismo de
ação de muitos fármacos que são utilizados na terapia medica-
mentosa de diversas condições patológicas ou mesmo de des-
conforto para os seres humanos.
Iniciaremos nosso estudo abordando as substâncias que in-
terferem no funcionamento do sistema nervoso. Primeiramente,
veremos os fármacos que agem como agonistas e antagonistas
no Sistema Nervoso Autônomo (SNA) ou visceral. Depois, estu-
daremos os efeitos dos fármacos que agem no Sistema Nervoso
Central (SNC) e que são utilizados em alguns transtornos neuro-
lógicos (anticonvulsivantes, antiparkinsonianos) e psiquiátricos
(ansiolíticos antidepressivos e antipsicóticos). Ainda com relação
aos fármacos que agem no sistema nervoso, abordaremos tam-
bém os fármacos anestésicos, hipnoanalgésicos e antieméticos.
No decorrer da unidade, estudaremos como agem os me-
dicamentos analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios este-
roides e não esteroides, os antimicrobianos (antibacterianos,
antivirais, antifúngicos e antiparasitários) e os antineoplásicos.
Finalmente, fecharemos a unidade com os fármacos que
agem nos sistemas cardiovascular, renal e endócrino (anti-hiper-
tensivos, cardiotônicos, antiarrítmicos e antianginosos, anticoa-
gulantes, diuréticos e antidislipidêmicos, estrógenos, andróge-
nos e hipoglicemiantes orais).
Anticonvulsivantes e antiparkinsonianos
Os fármacos anticonvulsivantes são utilizados principal-
mente para o tratamento dos distúrbios epilépticos, mas tam-
bém quando há necessidade de conter processos convulsivos
desencadeados, por exemplo, por outra droga (PAGE, 2004).
Basicamente, o mecanismo de ação dessas drogas está
associado aos processos de diminuição da atividade neuronal
(SILVA, 1998). Essa condição é alcançada por meio de diferen-
tes mecanismos que promovem um aumento das ações inibitó-
rias exercidas pelo GABA, mas também por outros mecanismos
que facilitem os processos inibitórios das células nervosas como,
por exemplo, o aumento do período refratário das membranas.
Representam esse grupo de fármacos: barbitúricos, benzodiaze-
pínicos, ácido valproico, carbamazepina, fenitoína, gabapenti-
na, vigabatrina, tiagabina, dentre outros (GOODMAN, GILMAN,
2006).
Os antiparkinsonianos são os fármacos utilizados para mi-
nimizar os distúrbios motores que acompanham o Mal de Par-
kinson e outros tantos distúrbios motores (RANG, 2004).
Trata-se de uma doença neurodegenerativa associada ao
avanço da idade e que tem uma incidência cada vez maior na
população brasileira, devido ao crescimento significativo dessa
Glicocorticoides
Broncoconstrição
Plaquetária
Homeostasia renal
Broncoconstrição
Antibacterianos
Os antimicrobianos utilizados para combater infecções bac-
terianas constituem uma extensa lista de medicamentos. Esses
fármacos podem ser bactericidas (que matam) ou bacteriostáti-
cos (que inibem a proliferação) das bactérias. Neste caso, é o siste-
ma imunológico do hospedeiro que as elimina (RANG, 2004).
Para produzirem seus efeitos, esses fármacos interferem
com alguns mecanismos básicos de manutenção da vida e da re-
produção das bactérias. Essa interferência pode ocorrer com a sín-
tese e reparação da parede celular bacteriana (peptideoglicano)
que a protege externamente, ou atuam no interior das células,
interferindo com o código genético (DNA e RNA), ou ainda com a
síntese de proteínas da bactéria (GOODMAN; GILMAN, 2006).
Os antibacterianos que atuam no interior da célula pos-
suem mecanismos de ação similares aos dos fármacos utilizados
para combater infecções por outros micro-organismos como
protozoários, vírus e alguns fungos. Essas ações são bastante se-
letivas, pois são direcionadas a estruturas específicas dos micro-
-organismos (RANG, 2004).
São exemplos de fármacos antibacterianos: benzilpeni-
cilina, vancomicina, oxacilina, amoxicilina, cefalexina, cefaclor,
ceftriaxona, ácido nalidíxico, ciprofloxacino, metronidazol, sulfa-
metoxazol/trimetoprima, gentamicina, amicacina, cloranfenicol,
eritromicina, azitromicina, lincomicina, tetraciclina, estreptomi-
cina, rifampicina e muitos outros.
Antivirais
Os antivirais são os fármacos utilizados, como o próprio
nome já diz, para combater os vírus. Esses micro-organismos são
Antifúngicos
Os antifúngicos ou antimicóticos são fármacos utilizados
para combater as leveduras e os bolores, que são as formas de
manifestação dos fungos. O tratamento antifúngico é direciona-
do principalmente à destruição da parede celular dos fungos e
das bactérias (GOODMAN; GILMAN, 2006).
Apesar de as células humanas não terem essa parede ce-
lular que resulta em uma seletividade entre células humanas e
fúngicas, esses fármacos, em geral, são bastante tóxicos e de-
vem ser utilizados com cautela, se administrados sistemicamen-
te (GOODMAN; GILMAN, 2006).
São representantes dos antifúngicos: nistatina, anfoterici-
na B, miconazol, cetoconazol, clotrimazol, itraconazol, flucona-
zol, griseofulvina, terbinafina e outros.
Antiparasitários
Os antiparasitários constituem um grupo de fármacos uti-
lizados para combater os parasitas. Alguns protozoários combati-
dos por este fármaco: giárdia (causadora da giardíase), entamoe-
ba, trichomonas e plasmódio (causador da malária).
Existem também muitos vermes que são combatidos utili-
zando-se os anti-helmínticos. Muitos antiparasitários são fárma-
cos que têm mecanismos de ação ainda desconhecidos. Alguns
deles agem "quebrando" ou alterando os processos metabólicos
do parasita, em uma igual à dos anti-helmínticos, que aumentam
a permeabilidade da membrana celular ou ainda interferem na
atividade dos seus canais iônicos (RANG, 2004).
São antiparasitários: metronidazol, lindano, mebendazol,
praziquantel, ivermectina, quinina, cloroquina, pirimetamina,
entre outros.
Antineoplásicos
Os antineoplásicos são fármacos utilizados no combate à
proliferação das células tumorais que se manifestam e se multi-
plicam nas várias formas de câncer.
Em geral, os fármacos anticâncer agem lesando o DNA des-
sas células ou impedindo a sua reparação (RANG, 2004). Infeliz-
mente, muitas células normais do organismo humano acabam
também sendo vítimas desses fármacos que apresentam uma
toxicidade significativa (GOODMAN; GILMAN, 2006).
Em um paciente em tratamento quimioterápico, é funda-
mental avaliar os efeitos adversos que vão limitar as dosagens
utilizadas (RANG, 2004). Muitas células, como as dos folículos
pilosos, as eritropoiéticas e leucopoiéticas, que revestem o trato
Anti-hipertensivos
Existem muitos fármacos que agem de formas distintas e
em locais diferentes do organismo como anti-hipertensivos. Sua
ação ocorre por meio de mecanismos de ação moleculares dis-
tintos para reduzir a pressão arterial, mas também em outras
condições associadas ao sistema cardiovascular. Por exemplo,
certos fármacos anti-hipertensivos agem como simpatolíticos,
ou seja, diminuem as influências do SNA simpático sobre a fun-
ção cardíaca e o tônus vascular (GOODMAN; GILMAN, 2006).
Essa influência pode ocorrer de duas formas diferentes:
• Por meio de fármacos (clonidina, metildopa) que ini-
bem a liberação de NA dos terminais pré-sinápticos,
agindo ao nível central ou perifericamente (reserpina,
guanadrel);
• Por meio do bloqueio dos receptores α e β adrenérgi-
cos, os anti-hipertensivos podem alterar a atividade do
coração, como os antagonistas β1-adrenérgicos (ateno-
lol, propranolol, timolol, metaprolol), que agem blo-
queando esses receptores do órgão. Eles impedem as
ações da NA e A, responsáveis por sua ativação, e um
consequente aumento da atividade cardíaca (frequên-
cia cardíaca e força de contração) e da pressão arterial.
Há também os antagonistas α1 e α2 adrenérgicos pós-
-sinápticos periféricos (prazosina, fenoxibenzamina,
fentolamina, doxazosina), que diminuem o tônus sim-
Diuréticos
Os diuréticos são fármacos que aumentam a formação
da urina, agindo, dessa forma, como anti-hipertensivos (RANG,
2004). A eliminação de água e sódio favorece a diminuição da
pressão sanguínea (GUYTON; HALL, 2002).
Podemos classificar os diuréticos conforme sua ação em:
diuréticos de alça (furosemida, ácido etacrínico, bumetanida),
diuréticos tiazídicos (clorotiazida), diuréticos osmóticos (mani-
tol) e diuréticos poupadores de potássio (amilorida, espirono-
lactona, eplerenona e triantereno) (GOODMAN; GILMAN, 2006).
Antianginosos
Como descrito anteriormente, os antagonistas dos canais
de cálcio são utilizados como anti-hipertensivos (KATZUNG,
2005), mas também são utilizados como antianginosos, assim
como os nitratos (nitroglicerina, dinitrato de isossorbida). Estes
últimos favorecem a formação do óxido nítrico, um gás mediador
químico local com ação vasodilatadora (RANG, 2004). Até a he-
parina, um anticoagulante, pode ser utilizado na angina.
Anticoagulantes
Os dois principais anticoagulantes, heparina e varfarina,
e seus derivados, são os fármacos utilizados na prevenção pré-
Antiarrítmicos
Os fármacos antiarrítmicos agem para restabelecer a con-
tração do miocárdio com sincronismo. Nesta categoria terapêuti-
ca, encontramos várias classes de fármacos que agem por meca-
nismos diferentes (RANG, 2004). Assim, temos os antiarrítmicos
da classe IA (quinidina, procainamida e disopiramida), os antiar-
rítmicos da classe IB (lidocaína, mexiletina), os antiarrítmicos da
classe IC (flacainida, propafenona), os antiarrítmicos da classe II
(propranolol, esmolol), os antiarrítmicos da classe III (amioda-
rona, ibutilida, dofetilida e sotalol), os antiarrítmicos da classe
IV (verapamil) e os antiarrítmicos não classificados (moricizina,
digoxina e adenosina) (RANG, 2004).
Cardiotônicos
Os cardiotônicos são os fármacos que melhoram a con-
tratilidade ou a força de contração do coração. A digoxina é um
glicosídeo cardíaco utilizado também como cardiotônico na insu-
ficiência cardíaca congestiva (KATZUNG, 2005). Existem também
os derivados da biperidina (anrinona, milrinona), dentre outros
fármacos, como dobutamina, terazosina, nesiritida (GOODMAN;
GILMAN, 2006).
Antidislipidêmicos
Os fármacos antidislipidêmicos são também chamados de
hipolipemiantes e são utilizados para reduzir os níveis lipídicos
do organismo, seja por meio da redução da síntese endógena
de colesterol, seja pelo aumento de sua excreção (RANG, 2004).
Representam essa categoria: colestiramina, colestipol, niacina,
estatinas (sinvastatina, lovastatina e outras), genfibrozila, feno-
fibrato e ezetimiba.
Estrogênios
Os estrogênios são sintetizados na região cortical das glân-
dulas suprarrenais, nos ovários, na placenta e, em pequenas
quantidades, nos testículos (GUYTON; HALL, 2002).
Assim como para outros esteroides, a substância primária
para a síntese dos estrogênios é o colesterol. Os antiestrogênios
são agonistas parciais ou antagonistas que competem com os
estrogênios naturais pelos receptores presentes nos órgãos-alvo
(GOODMAN; GILMAN, 2006).
Os estrogênios são utilizados clinicamente nas terapias de
reposição hormonal das insuficiências ovarianas primárias e se-
cundárias, na menopausa e como contraceptivo. Os antiestrogê-
nios são usados no tratamento do câncer de mama sensível aos
estrogênios (tamoxifeno) e no tratamento da infertilidade (clo-
mifeno), induzindo a ovulação (KATZUNG, 2005).
Androgênios
Os androgênios ou hormônios sexuais masculinos têm a tes-
tosterona como o principal androgênio natural, que é sintetizado
Hipoglicemiantes orais
Os agentes hipoglicemiantes orais são os fármacos utiliza-
dos para a redução dos níveis de açúcar do sangue nos pacientes
com diabetes tipo 2. Esses fármacos pertencem a várias catego-
rias químicas e agem por intermédio de diferentes mecanismos
de ação (RANG, 2004). Alguns estimulam a secreção do hormô-
nio insulina (tolbutamida, clorpropamida, glibenclamida; repa-
glinida, nateglinida), outros aumentam a sensibilidade aos seus
efeitos e a produção hepática de glicose (metformina, rosiglita-
zona, pioglitazona); há, ainda, aqueles que inibem a absorção de
glicose (acarbose) (GOODMAN, GILMAN, 2006; RANG, 2004).
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A seguir, responda às questões propostas, a fim de conferir
seu desempenho no estudo desta unidade:
1) Qual dos antiadrenérgicos a seguir bloqueia os receptores α situados em
artérias e veias, promovendo a diminuição na pressão arterial sistêmica?
a) Metoprolol.
b) Indoramina.
c) Reserpina.
d) Guanetidina.
e) Prazosina.
5) Com relação aos fármacos utilizados para tratar a hipertensão arterial sis-
têmica, é correto afirmar que:
a) os beta-bloqueadores são fármacos que diminuem o tônus das arté-
rias e arteríolas periféricas.
b) os antagonistas da angitensina agem bloqueando os receptores desse
hormônio nas artérias e arteríolas periféricas.
c) os diuréticos são fármacos que promovem uma diminuição da excre-
ção de sais minerais e líquidos do organismo.
d) os inibidores da enzima conversora de angiotensina agem estimulando
o aumento na produção de aldosterona.
e) Nenhuma das anteriores.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) e.
2) d.
3) a.
4) e.
5) b.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta última unidade, vimos a utilidade terapêutica e, de
forma resumida e bastante simplificada, os principais mecanis-
mos de ação de uma variedade de fármacos.
Os conhecimentos adquiridos com este material didático
são de fundamental importância para um primeiro contato com
a Farmacologia. Como já citado, é de fundamental importância
que você leia e estude para aprofundar seus conhecimentos so-
bre os assuntos aqui abordados, utilizando especialmente a bi-
bliografia citada.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Receptor GABAA. Disponível em: <http://www.arnoldgroup.org/Research-
GABA%20Receptor.html>. Acesso em: 18 jul. 2016.
Figura 2 Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios. Disponível em: <https://
resumosdosegunda.wordpress.com/2011/10/09/anti-inflamatorios-nao-esteroides-
e-hormonais/>. Acesso em: 18 jul. 2016.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 11. ed. Rio de
Janeiro: Guanabora Koogan, 2006.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
KATZUNG, B. G. Farmacologia: básica e clínica. Trad. Patricia Lydie Voeux. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
PAGE, C. et al. Farmacologia integrada. 2. ed. Barueri: Manole, 2004.
RANG, H. P. et al. Farmacologia. Trad. Patrícia Lydie Voeux e Antônio José Magalhães
da Silva Moreira. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SILVA, P. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.