Material Apoio - Licao 03 - Escritura Sagrada
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Vamos explorar brevemente as principais diferenças entre inspiração, iluminação, infalibilidade, inerrância e
canonização nas Escrituras, com referências e fontes na teologia reformada. Vale notar que a teologia reformada é
diversa, e diferentes teólogos podem ter ênfases distintas. Aqui estão algumas distinções com referências associadas:
Inspiração:
● Definição na Teologia Reformada: A inspiração é a ação direta do Espírito Santo sobre os autores
bíblicos, capacitando-os a escrever as Escrituras divinamente autoritativas.
● Referências e Fontes:
● Referência: 2 Timóteo 3:16 - "Toda a Escritura é inspirada por Deus..."
● Fonte Reformada: "Institutas da Religião Cristã" de João Calvino, Livro I, Capítulo VII.
Iluminação:
● Definição na Teologia Reformada: A iluminação é a obra contínua do Espírito Santo capacitando os
crentes a compreenderem e aplicarem as verdades das Escrituras em suas vidas.
● Referências e Fontes:
● Referência: 1 Coríntios 2:14 - "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus..."
● Fonte Reformada: "A Instituição da Religião Cristã" de João Calvino, Livro I, Capítulo IX.
Infalibilidade:
● Definição na Teologia Reformada: As Escrituras são incapazes de falhar ou enganar em sua proposição
de verdades divinas.
● Referências e Fontes:
● Referência: Números 23:19 - "Deus não é homem para que minta..."
● Fonte Reformada: "A Fé de Nossos Pais" de B. B. Warfield.
Inerrância:
● Definição na Teologia Reformada: As Escrituras não contêm erros em nenhuma de suas partes, incluindo
aspectos históricos, científicos e teológicos.
● Referências e Fontes:
● Referência: Salmo 19:7 - "A lei do Senhor é perfeita..."
● Fonte Reformada: "A Inerrância das Escrituras" de René Pache.
Canonização:
● Definição na Teologia Reformada: O reconhecimento da autoridade divina dos livros das Escrituras.
● Referências e Fontes:
● Referência: 2 Pedro 1:20-21 - "...nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de
Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
● Fonte Reformada: "Confissão de Fé de Westminster", Capítulo 1, Seção 3.
Essas referências e fontes oferecem uma base para compreender as posições na teologia reformada em relação à
inspiração, iluminação, infalibilidade, inerrância e canonização das Escrituras. Aprofundar-se nessas obras fornecerá uma
visão mais completa e detalhada desses temas na tradição reformada.
2. REVELAÇÃO ESPECIAL X GERAL
A teologia reformada distingue entre a revelação especial e a revelação geral como duas formas pelas quais Deus se
comunica com a humanidade. Vamos explorar algumas diferenças fundamentais, citando textos bíblicos e alguns
autores na tradição reformada.
Revelação Especial:
Definição na Teologia Reformada:
● A revelação especial refere-se à comunicação direta e específica de Deus aos seres humanos,
geralmente através de eventos sobrenaturais, profetas, e, principalmente, nas Escrituras Sagradas.
Textos Bíblicos Relevantes:
● Hebreus 1:1-2: "Havendo Deus, antigamente, falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho."
● 2 Timóteo 3:16: "Toda a Escritura é inspirada por Deus..."
Autores Reformados:
● João Calvino:
● Calvino destaca a centralidade da Palavra de Deus nas Escrituras como a principal forma de
revelação especial em suas "Institutas da Religião Cristã".
● B. B. Warfield:
● Warfield, um teólogo reformado do Princeton Theological Seminary, defendeu a autoridade e a
inerrância das Escrituras como uma forma central de revelação especial.
Revelação Geral:
Definição na Teologia Reformada:
● A revelação geral refere-se à maneira pela qual Deus se revela através da criação, da ordem natural e da
consciência humana, proporcionando um conhecimento geral de Sua existência e atributos.
Textos Bíblicos Relevantes:
● Romanos 1:20: "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos pelas
coisas que foram criadas."
Autores Reformados:
● Abraham Kuyper:
● Kuyper, um teólogo e político reformado, enfatizou a soberania de Deus sobre toda a criação em
sua obra "Common Grace" (Graça Comum), abordando a revelação geral.
● Charles Hodge:
● Hodge, teólogo reformado da Princeton Theological Seminary, discutiu a revelação geral em sua
"Teologia Sistemática", destacando como ela fornece um testemunho universal de Deus.
Diferenças Principais:
Especificidade da Comunicação:
● A revelação especial é específica e direta, enquanto a revelação geral é mais difusa e universal.
Meios de Comunicação:
● A revelação especial ocorre principalmente através das Escrituras, enquanto a revelação geral acontece
através da criação e da ordem natural.
Conhecimento Disponível:
● A revelação especial proporciona um conhecimento mais detalhado sobre a vontade de Deus, enquanto
a revelação geral oferece um conhecimento geral de Sua existência e atributos.
Essas distinções são fundamentais para a teologia reformada e refletem a ênfase na centralidade das Escrituras como a
principal forma de revelação especial, complementada pela compreensão de Deus através da criação na revelação geral.
3. PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS
O processo de canonização das Escrituras Sagradas na perspectiva reformada foi, em grande parte, uma continuação e
afirmação do cânon estabelecido pelas igrejas antigas, mas com algumas distinções e ênfases adicionais introduzidas
pelos reformadores do século XVI. Vamos explorar o desenvolvimento histórico desse processo:
Antecedentes Históricos:
Igreja Primitiva:
● Durante os primeiros séculos do cristianismo, as comunidades cristãs reconheceram e aceitaram certos
livros como inspirados e autorizados. Essa aceitação foi baseada em critérios como a apostolicidade,
ortodoxia e uso litúrgico.
Concílios e Listas Canônicas:
● Alguns concílios, como os de Hipona (393 d.C.) e Cartago (397 d.C.), produziram listas de livros que
eram amplamente aceitas como canônicos nas comunidades cristãs. Essas listas incluíam a maior parte
do cânon aceito hoje.
Contribuições Reformadas:
Princípios de Reformadores:
● Os reformadores, incluindo Martinho Lutero, João Calvino e outros, enfatizavam a "Sola Scriptura", a
autoridade única das Escrituras. Eles questionavam a inclusão de livros apócrifos na Bíblia católica e
rejeitavam sua canonicidade.
Confissões de Fé:
● As confissões de fé reformadas, como a Confissão de Fé de Westminster (1646-1647), tiveram um papel
significativo na formalização do cânon. O Capítulo I, Seção 3, desta confissão lista os livros do Antigo e
do Novo Testamento.
Sínodos e Decisões Oficiais:
● Sínodos reformados, como o Sínodo de Dort (1618-1619), reafirmaram a autoridade exclusiva das
Escrituras e promoveram a aceitação do cânon que já era largamente reconhecido.
Rejeição dos Livros Apócrifos:
● Os reformadores rejeitaram a canonicidade dos livros apócrifos presentes na Bíblia católica, mantendo
uma visão mais próxima da tradição judaica. Eles questionavam a evidência interna e a aceitação
contínua desses livros na tradição cristã.
Desenvolvimento Contínuo:
Fontes Relevantes:
Confissão de Fé de Westminster:
● A Confissão de Fé de Westminster é uma fonte crucial para entender a perspectiva reformada sobre o
cânon. O Capítulo I, Seção 3, trata especificamente da autoridade e do cânon das Escrituras.
Obras dos Reformadores:
● As obras de reformadores como João Calvino, Martinho Lutero e outros, onde discutem teologia e
Escrituras, oferecem insights importantes sobre como eles entenderam o processo de canonização.
4. EXEMPLOS PRÁTICOS NA ERA ATUAL
Inspiração:
Exemplo Prático: O cristão, ao compartilhar a mensagem evangélica, pode enfatizar que a Palavra de Deus é inspirada,
isto é, é divinamente guiada. Ao explicar as Escrituras, o cristão pode destacar como os ensinamentos bíblicos são
relevantes para a vida das pessoas e como Deus se revela através delas.
Iluminação:
Exemplo Prático: Ao evangelizar, o cristão pode enfatizar a necessidade da obra do Espírito Santo para compreender as
verdades espirituais. Pode encorajar as pessoas a buscar a orientação do Espírito enquanto leem a Bíblia e a orar por
iluminação divina para entenderem a mensagem de salvação.
Infalível:
Exemplo Prático: Ao compartilhar a fé, o cristão pode destacar a confiabilidade das Escrituras, enfatizando que a Palavra
de Deus é infalível. Isso pode criar confiança na mensagem evangélica, mostrando que as promessas de Deus são
seguras e dignas de confiança.
Inerrante:
Exemplo Prático: Enquanto evangeliza, o cristão pode salientar que a Bíblia é isenta de erros. Isso significa que as
verdades fundamentais da fé cristã são sólidas e confiáveis. Ao apresentar argumentos bíblicos, o cristão pode destacar
a consistência e a integridade das Escrituras.
Canonização:
Exemplo Prático: Ao compartilhar a fé, o cristão pode explicar o processo de canonização, demonstrando que os livros da
Bíblia foram reconhecidos pela comunidade cristã ao longo do tempo. Pode mencionar como líderes cristãos antigos e
concílios contribuíram para a aceitação dos livros canônicos e como esse processo assegura a confiabilidade das
Escrituras.
Em resumo, ao incorporar esses princípios teológicos na evangelização, o cristão pode oferecer uma base sólida e
confiável para a mensagem do Evangelho. Destacar a inspiração, iluminação, infalibilidade, inerrância e o processo de
canonização das Escrituras pode fortalecer a compreensão e a aceitação da Palavra de Deus na vida daqueles a quem o
cristão compartilha a mensagem.
5. QUADRO COMPARATIVO
Através da criação, eventos naturais, razão Escrituras, mas também por meio
Meios de Comunicação
e consciência. de eventos sobrenaturais, profetas,
Este quadro destaca as principais diferenças entre a revelação geral e especial na visão teológica
reformada. Ambas são consideradas meios pelos quais Deus se revela, mas com objetivos, meios e
alcances distintos.
Sob a perspectiva teológica reformada, as negações ou linhas contrárias às ideias de revelação
especial e geral podem surgir de diversas fontes. Abaixo, apresento algumas abordagens que, do
diversas variações dentro de cada categoria. Além disso, essas perspectivas contrárias podem
caráter deste livro. Nós precisamos ouvir com atenção esta moderna defesa.” - RC Sproul, do Prefácio “Foi A. W.
Tozer que disse a famosa frase: “Aquilo que nos vem à mente quando pensamos a respeito de Deus é a coisa
mais importante a nosso respeito”. Tozer seguiu explicando que a razão disso é que concepções distorcidas de
Deus são idólatras e, no final das contas, blasfemas: “Concepções deficientes de Deus destroem o evangelho para
todos os que as mantêm”. E, além disso: “Noções pervertidas a respeito de Deus logo deterioram a religião em que
se apresentam. (...) O primeiro passo que faz uma igreja desandar é dado quando ela abandona o alto conceito
que tem a respeito de Deus”. Como Tozer observou de modo muito perspicaz, o abandono de uma correta visão de
Deus resulta inevitavelmente em colapso teológico e em ruína moral.” - Da Introdução “Numa época em que a
Palavra de Deus está sendo atacada, não apenas pelos que estão fora da igreja, mas também por aqueles que se
professam cristãos, todos os que amam ao Senhor têm o sagrado dever de combater seriamente por sua verdade
revelada. (...)
Amazon:
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Embora tratado com frequência, a inspiração é um
tema de importância perene. Ao autor parece
bastante estranho vê-la ser considerada, muitas
vezes, separada da questão da canonicidade.
Saber o que é inspirado é tão vital quanto
conhecer a natureza da inspiração.
R. Laird Harris (Ph.D.) é Professor Emérito de Antigo Testamento do Covenant Theological Seminary.