F Bio Costa Peixoto
F Bio Costa Peixoto
F Bio Costa Peixoto
Faculdade de Medicina
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA E
TOLERABILIDADE DO USO DE ÓVULOS
VAGINAIS CONTENDO METRONIDAZOL E
NITRATO DE MICONAZOL NO
TRATAMENTO DE VAGINITES
Belo Horizonte
2007
FÁBIO COSTA PEIXOTO
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA E
TOLERABILIDADE DO USO DE ÓVULOS
VAGINAIS CONTENDO METRONIDAZOL E
NITRATO DE MICONAZOL NO
TRATAMENTO DE VAGINITES
Aos amigos Paulo Henrique Boy Torres, Lavínia Estrela Borges e Rubens Lene C.
Infections of the lower female genital tract are one of the principal reasons for
women to seek gynecological care. Throughout their lifetime, 75% of women will have at
least one episode of this affliction. A projection for Brazil estimates that the costs resulting
from vaginitis are close to 80 million dollars annually. Bacterial vaginosis, candidiasis and
trichomonas are together responsible for more than 90% of all vaginal infections. Vaginal
applications of miconazole nitrate are known to give excellent results in the treatment of
fungal vaginitis, and vaginally applied metronidazole is effective in the treatment of
bacterial vaginosis. The principal objective of this study was to evaluate the efficacy and
tolerability of a vaginal pessary containing 750 mg of metronidazole and 200 mg of
miconazole nitrate used daily for seven days in the treatment of vaginitis caused by
Candida sp., Trichomonas vaginalis and bacterial vaginosis. An open, non-comparative,
prospective, multicenter, phase III trial was carried out in five research centers in Brazil.
The protocol of the study was approved by the internal review board of each center and by
the National Ethics Committee of the Brazilian Ministry of Health (CONEP). Ninety-two
women with vaginitis participated in this study and inserted one vaginal pessary daily for
seven days. Gynecological and microbiological evaluations were carried out prior to and
following treatment. McNemar’s test was used for comparison of qualitative variables.
Wilcoxon’s test was used for the comparison of quantitative variables. Reductions
occurred in symptoms and signs of vaginitis. Clinical cure rate was 87.7%, while the cure
rates according to microscopy and Candida albicans culture were 81.8% and 73.9%,
respectively. The cure rate for bacterial vaginosis was 80% and culture of Gardnerella
vaginalis turned negative in 63.6% of cases following treatment. The medication was
well-tolerated. Use of the combination of 750 mg of metronidazole and 200 mg of
miconazole in one single daily application was found to be effective in the treatment of the
most common causes of vaginitis and was well-tolerated.
DP Desvio-padrão
Figura
Gráficos
uso do medicamento………………………………………………………….. 58
do estudo……………………………………………..………………………. 59
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadros
Quadro 4 - Tratamentos recomendados pelo CDC (Center for Disease Control and
Quadro 5 - Tratamentos recomendados pelo CDC (Center for Disease Control and
Tabelas
corrimento genital antes (basal), no 9º-10º e no 22º dia após o tratamento.... ..............55
1 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................ 12
1.1 Introdução…………….…………………………….....………………............ 12
1.2 Etiologia…………………………………………………………………......... 16
1.2.1 Candidíase…………………………………………………………………... 16
1.2.2 Vaginose bacteriana………………………………………………………… 18
1.2.3 Tricomaníase………………………………………………………………... 20
1.3 Diagnóstico…………………………………………………………………… 20
1.3.1 Candidíase………………………………………………………………….. 22
1.3.2 Vaginose bacteriana………………………………………………………… 23
1.3.3 Tricomoníase……………………………………………………………….. 27
1.4 Tratamento……………………………………………………………………. 28
1.4.1 Candidíase…………………………………………………………………... 28
1.4.2 Vaginose bacteriana………………………………………………………… 34
1.4.3 Tricomoníase……………………………………………………………….. 39
1.5 Tratamento associado………………………………………………………… 41
2 OBJETIVOS......................................................................................................... 45
3 METODOLOGIA………………………………………………………………. 46
3.1 Pacientes………………………………………………………………………. 46
3.2 Métodos………………………………………………………………………. 47
3.3 Análise estatística.............................................................................................. 49
4 RESULTADOS………………………………………………………………… 50
5 DISCUSSÃO…………………………………………………………………… 60
6 CONCLUSÃO………………………………………………………………….. 63
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 64
ANEXO E APÊNDICE........................................................................................... 74
12
1 REVISÃO DA LITERATURA
1.1 Introdução
pode ser definida como um espectro de condições que causam variados sintomas
manifestações clínicas das afecções vaginais são diversas1. A vaginite é descrita como uma
condição não debilitante, autolimitada e que pode ser efetivamente tratada com
antibióticos2.
Sintomas vaginais são muito comuns na população geral e são uma das razões
mais freqüentes das consultas ginecológicas3. Ao longo da vida, quase 75% das mulheres
duas ou mais ocorrências6. Mesmo tomando por base números subestimados de vaginite,
os custos com cuidados a essas pacientes chegam a 80 milhões de dólares por ano no
engravidar10.
Bartholin e Skene, assim como transudato das paredes vaginais (90-95% de água associada
13
pessoais e de higiene)12.
A vagina tem elementos estruturais que mantêm seu próprio ecossistema, o qual
de mulher para mulher e numa mesma mulher, em diferentes condições fisiológicas (como
fecal e pele. Todas essas alterações ocorrem devido a variações hormonais. O estrogênio
ecossistema vaginal12-16.
14
Outros fatores que alteram a flora vaginal normal são o uso de contraceptivos
e utilização de antibióticos de largo espectro que modificam a flora vaginal, bem como
que colonizam a vagina sem ocasionar doença. A flora bacteriana vaginal pode incluir
patógenos oportunistas que não ocasionam doença nos tecidos sadios do hospedeiro. Os
Lactobacillus sp somam 90% das bactérias presentes na flora vaginal de uma mulher sadia
microflora vaginal pode ser demonstrada por meio dos métodos disponíveis de cultivo in
vitro. Isto leva a erro qualquer conclusão sobre a constituição da flora vaginal. São
necessários mais estudos sobre a flora normal, com novas tecnologias para melhorar a
sua hidrólise, produzem ácido lático, levam à diminuição do pH vaginal e tornam a vagina
fatores podem elevá-lo, como muco cervical, sêmen, sangue menstrual, alterações
aproximadamente 30% das mulheres com sintomas vaginais não se consegue detectar
processos fisiológicos como evidência da doença. Levanta-se, então, a questão sobre como
vaginite são encontrados em mulheres sadias. Por outro lado, a maioria daquelas com
corrimento vaginal fisiológico não tem outros sintomas associados e apresenta resíduo
vaginal com pouco ou nenhum odor fétido - embora, para algumas, esse odor possa ser
considerado desagradável. Cada uma tem seu próprio senso de normalidade e sabe o que
lhe é aceitável ou excessivo23. Além disso, os sintomas de vaginite são inespecíficos - nem
odor fétido e sintomas urinários24. Embora a inervação cutânea da vagina tenha limitada
conteúdo vaginal drena-se para a vulva, que é bastante sensível, levando a sensações de
1.2 Etiologia
mais de 90% das infecções e infestações vaginais. Outras causas de corrimento vaginal são
de etiologia não infecciosa, como alérgica, química, atrófica, citolítica e traumática, como
a presença de corpos estranhos23,25. Essa doença tem ampla lista de diagnóstico diferencial
tricomoníase (4-35%); e 7-72% das mulheres com vaginite permanecem sem diagnóstico25.
1.2.1 Candidíase
período de sua vida, 50% delas apresentarão mais de um episódio e 5% terão candidíase
em diagnósticos realizados pelos médicos com base na história clínica e exame físico e
Candida. Esse gênero inclui aproximadamente 200 espécies, das quais em torno de 20
patogênica, responsável por 90% das infecções. Outras espécies incluindo Candida
glabrata, Candida tropicalis, Candida parapsilosis e Candida krusei são responsáveis pelo
restante29.
envolvidos na defesa da vagina. Estes mecanismos são representados pela mucosa vaginal
e ação estrogênica, muco cervical, flora vaginal equilibrada, pH vaginal, resposta imune
vulvovaginal esteja associada a fatores sexuais, como sexo oral receptivo e sexo anal, não é
não apresenta sintomas. A candidíase parece ser resultado da associação entre o elevado
tratamento3,34. A maioria das mulheres saudáveis com candidíase não complicada não
QUADRO 1
Não complicada
Episódios esporádicos ou infreqüentes
Sinais e sintomas leves a moderados
Suspeita de infecção pela Candida albicans
Mulheres não grávidas sem doenças concomitantes
Complicada
Episódios recorrentes (quatro ou mais/ano)
Sinais e sintomas graves
Infecção suspeita ou provada por Candida não-albicans
Mulheres com diabetes, doenças concomitantes debilitantes,
imunossupressão, outras condições vulvovaginais
Gravidez
mulheres em idade reprodutiva36, mas sua prevalência é subestimada, pois 50% delas são
19
Mulheres com vaginose bacteriana apresentam risco mais alto de infecção do trato
urinário38-41. Apesar de vários estudos mostrarem que a ducha vaginal está relacionada à
vaginose bacteriana, ainda não se sabe se ela é causa ou se a mulher a realiza para tentar
melhorar os sintomas3,42.
patógeno transmitido sexualmente. Sabe-se que mulheres que nunca tiveram relação sexual
também são afetadas43, embora o contato sexual íntimo sem penetração favoreça a infecção
vaginal pela G. vaginalis44. O tratamento dos parceiros sexuais não mostrou benefícios na
prevenção de recorrências34.
Gardnerella vaginalis esteja presente em mais de 95% dos casos. A vaginose bacteriana é
facultativos. Organismos que são achados com mais freqüência e em maior quantidade
parte da flora normal, sua detecção, especialmente G. vaginalis, não significa que a
paciente tenha vaginose bacteriana. Todas essas espécies são detectadas por cultura e
vaginae, que é identificado por técnicas de biologia molecular. Sua associação com a
20
vaginose bacteriana foi descrita primeiramente há dois anos, sendo uma bactéria altamente
recorrência46,47.
1.2.3 Tricomoníase
flagelos de tamanho pouco maior que um leucócito, que infecta o epitélio escamoso do
comum48,49.
50%48,49. Essa incidência depende da população e vem caindo nos últimos anos, sendo
responsável por 4-35% das causas de vaginite25. Dados americanos mostram prevalência
1.3 Diagnóstico
sintomas vaginais como corrimento, odor fétido, prurido, irritação, queimação, edema,
dispareunia e disúria. Questões sobre localização dos sintomas (vulva, vagina e ânus),
duração, relação com ciclo menstrual, resposta a tratamentos anteriores e história sexual
especular, devem ser colhidas amostras vaginais para a realização de exames básicos,
como pH, teste da amina ou teste do cheiro e microscopia com solução salina e com
maioria das mulheres22. A causa dos sintomas vaginais pode ser melhor determinada pelo
pode ser avaliado com diluição de uma amostra do corrimento vaginal com uma ou duas
gotas de soro fisiológico (SF 0, 9%) e outra amostra diluída com solução de hidróxido de
potássio a 10% (KOH 10%). Um odor de amina detectado imediatamente após a colocação
fresco não exclui essas infecções, pois sua detecção às vezes só é possível quando se
1.3.1 Candidíase
deve ser baseado apenas na história e no exame físico25. O diagnóstico de candidíase está
esporos ou hifas no exame de esfregaço de conteúdo vaginal (a fresco com solução salina
ou com KOH 10%; ou corado pelo Gram) ou, ainda, à cultura positiva para Candida sp de
amostra vaginal34.
visualização do fungo. A microscopia com exame a fresco deve ser realizada em todas as
positivo, devem ser tratadas. Apenas C. albicans e C. tropicalis exibem hifas e esporos. As
a realização da cultura. Se não for possível, deve ser instituído o tratamento empírico. A
normal não requer tratamento, porque aproximadamente 10-20% das mulheres apresentam
patognomônico de candidíase50.
vaginal anormal e com odor fétido, principalmente após contato com substâncias alcalinas,
como o sêmen durante uma relação sexual. Entre as que relatam sintomas, odor fétido
vaginal é o mais sugestivo, mas não é confiável o suficiente para ser o único critério
geralmente estão ausentes, indicando um processo não inflamatório, por isso o termo
Nenhum sintoma ou sinal isolado tem poder preditivo suficiente para realizar o
de três dos quatros critérios de Amsel: corrimento homogêneo anormal; pH vaginal acima
24
de 4,5; teste da amina positiva (liberação de aminas bacterianas levando a odor fétido após
contato com substâncias alcalinas como o KOH a 10%); e mais que 20% das células
levando ao borramento das bordas)51. Este é o critério mais utilizado na prática clínica,
apesar da maioria dos consultórios não ter disponível microscópio nem papel para medida
coloração pelo gram de secreção vaginal. Por esse método, determina-se a concentração
Por esses motivos, a maioria das mulheres com corrimento suspeito de vaginose
Amsel serem os mais utilizados para diagnóstico clínico da vaginose bacteriana, o critério
diagnóstico isolado. Essa baixa especificidade pode ser explicada pelo fato do pH estar
aumentado na pós-menopausa ou alterado por muco cervical, sangue ou sêmen. Por outro
lado, o critério mais específico é o teste da amina (teste de Whiff)54. Gutman et al.57
compararam os critérios de Amsel e concluíram que se o pH for maior que 4,5 e se algum
outro critério for positivo, o diagnóstico de vaginose bacteriana pode ser taxado.
25
QUADRO 2
QUADRO 3
pois tem baixa específicidade. O exame de Papanicolaou não tem utilidade clínica no
diagnóstico, porque não é sensível o suficiente. Existem testes rápidos, como sondas de
1.3.3 Tricomoníase
peso ao nascer63, mas ainda não está claro se o tratamento da infecção pelo T. vaginalis
durante a gravidez tem algum efeito nos resultados perinatais64. A tricomoníase também
pós-operatória68.
do protozoário geralmente móvel, que possui tamanho um pouco maior que o leucócito. Os
um)3. Contudo, a microscopia com esfregaço a fresco tem baixa sensibilidade (50-60%) e
boa especificidade (90%) e requer avaliação imediata para melhores resultados, porque o
tricomonas, em poucos minutos, perde sua forma de gota, torna-se ovalado e perde sua
microscopia podem ter tricomoníase. Nas mulheres com essa suspeita cuja microscopia é
95%) e especificidade (>95%) entre todos os testes disponíveis, na prática clínica49. Outros
28
métodos como PCR e detecção do antígeno estão ainda pouco disponíveis e podem
1.4 Tratamento
1.4.1 Candidíase
celular do fungo69.
A candidíase não complicada pode ser tratada com qualquer uma das opções do
QUADRO 434. As drogas azólicas tópicas são mais efetivas que a nistatina34,70. Cremes e
supositórios com base oleosa podem enfraquecer o látex dos condons e diafragmas34.
29
QUADRO 4
Tratamentos recomendados pelo CDC34 (Center for Disease Control and Prevention) para
(alívio dos sintomas e cultura negativa após o tratamento em 80-90% das pacientes) e
de até três dias e, ainda, a dose única são altamente efetivas em infecções não
complicadas72,73. A dose total do agente parece ser mais importante que a duração da
terapia, por isso são utilizadas medicações com concentrações cada vez maiores, com o
microbiológica entre terapias de curto e longo prazo (entre um e 14 dias). Esquemas curtos
Deve-se lembrar sempre que não se recomendam terapias de curta duração para
albicans. Os agentes tópicos podem ser cremes, óvulos ou supositórios e essas diferenças
Azólicos orais também levam a altas taxas de cura, mas apenas o fluconazol
com azólicos orais tem a vantagem de mais adesão e de comodidade para a paciente e
ainda trata simultaneamente a vagina e a vulva. O medicamento tópico deve ser associado
ao medicamento oral sempre que houver sintomas vulvares importantes1. Efeitos colaterais
com o uso do fluconazol dose única tendem a ser leves e infreqüentes, incluindo
pouco utilizado para tratar candidíase vaginal devido ao seu risco de hepatotoxicidade, por
itraconazol também é efetivo72, mas tem menos indicação para o tratamento da candidíase,
pois também requer número mais alto de doses e tem significantes interações
crescido a utilização de medicamentos vendidos sem receitas medicas, cuja prática parece
novo episodio, em comparação com aquelas que nunca apresentaram candidíase. Qualquer
mulher que se tratou com medicamento sem receita médica com sintomas persistentes ou
com recorrência em menos de dois meses deve ser avaliada por um médico. O uso errado
300 mg duas vezes ao dia, por 14 a 21 dias ou flucitosina 5 g intravaginal por 14 noites,
são efetivos e devem ser considerados quando há contra-indicação de outros ou falha com
uso de azólicos81. Violeta de genciana pode ser usada, mas tem baixa adesão e pode causar
complicada, mas deve ser considerado em casos de recorrência ou, ainda, se o parceiro
sexualmente transmissível34.
32
requerem tratamento mais agressivo para conseguir-se alívio dos sintomas46. Essas
infecções respondem bem ao tratamento com azólicos comumente usados para tratamento
da candidíase não complicada, mas requerem período mais longo de tratamento, como o
uso tópico por 14 dias ou repetição da dose do azólico oral35,85. A taxa de cura de pacientes
com candidíase complicada aumentou de 67 para 80% quando se utilizou uma segunda
mais episódios sintomáticos em um ano e afeta uma pequena parcela das mulheres com
das mulheres acometidas não tem fatores predisponentes ou doenças de base86,87. Deve ser
glabrata (que não forma pseudo-hifas ou hifas e não é facilmente identificada ao exame
microscópico)34. As espécies não albicans são observadas em apenas 10-20% das pacientes
com candidíase recorrente84. Terapias com dose e duração convencionais não são tão
eficazes contra espécies não albicans. Recomenda-se o uso de terapia inicial de longa
duração para obter-se remissão do fungo (7-14 dias do medicamento azólico tópico ou
fluconazol oral 150 mg de três em três dias, total de três doses), antes do início da terapia
de supressão34.
terapia com azólico tópico inicial por 7-14 dias para conseguir-se remissão do fungo, o
tratamento prolongado com fluconazol oral 150 mg semanalmente por seis meses controla
Embora o uso oral do cetoconazol em dose diária tenha eficácia como terapia
usar medicação via oral, deve ser introduzida terapia prolongada de manutenção com
corticosteróides) devem ser tratadas com esquemas prolongados e esforços devem ser
menos sete dias com azólicos tópicos34,70. Antifúngicos orais são drogas classificadas na
o HIV do que nas soronegativas, sendo maior quanto mais grave é a imunossupressão. Da
profilaxia primária em mulheres HIV positivo sem recorrência. Devido à freqüência com
que ocorre a candidíase recorrente na população geral, esta não deve ser considerada um
A candidíase com sintomas graves (ou seja, eritema vulvar extenso, edema,
escoriação, fissuras) está associada à resposta inadequada quando se utiliza tratamento por
34
curto prazo. Recomenda-se o uso de azólico tópico por 7-14 dias ou fluconazol oral em
percentual de 10% das vulvovaginites por Candida não é causado pela C. albicans. Destes,
50% respondem bem ao tratamento com azólicos padrões. Os outros 50% são muito
dose e tempo habitual é efetivo em apenas metade dos casos90. O Center for Disease
Control and Prevention (CDC) recomenda terapia prolongada por 7-14 dias com qualquer
droga azólica (oral ou tópica) que não o fluconazol. Se não ocorrer sucesso, deve-se
utilizar ácido bórico 600 mg, cápsulas vaginais, uma vez ao dia por 14 dias. Esse regime
seqüência dessa alteração, que pode guiar o tratamento. Na primeira hipótese, a perda de
preconizada. Pouco progresso tem sido feito no entendimento dessa seqüência de eventos
QUADRO 5
Tratamentos recomendados pelo CDC34 (Center for Disease Control and Prevention)
Tratamentos alternativos
Clindamicina 300 mg comprimido oral 300 mg 2x/dia 7 dias
100 g óvulo vaginal 100 g/dia 3 dias
tratamento com metronidazol 2 g dose única não é mais recomendado para a vaginose
bacteriana, pois possui menos eficácia e mais recorrência34. O tratamento tópico com
metronidazol gel uma vez ao dia mostrou a mesma eficácia que sua utilização duas vezes
dias ou de creme de clindamicina via vaginal dose única é liberado pela FDA para o
tratamento da vaginose bacteriana. Pouca eficácia tem sido demonstrada com o uso de
cremes à base de sulfa, eritromicina, tetraciclina, ácido acético e duchas com polvidine-
optar pela clindamicina oral ou vaginal. O metronidazol vaginal é uma opção para
pacientes que não toleram o metronidazol oral, mas não deve ser usado em pessoas
desconforto no seu uso e por estar associada a risco mais alto de desenvolvimento de
pacientes em uso concomitante de bebidas alcoólicas. Essas reações podem ocorrer tanto
com o uso oral ou tópico (pacientes devem evitar o consumo de álcool 24 horas antes e
durante o tratamento e até 48 horas após o término da terapia). Podem ocorrer outros
vaginal34.
ainda não foi aprovado pela FDA para essa indicação34,94. Parece haver eficácia pelo
tratamento oral sistêmico para tratar possíveis infecções subclínicas do trato genital
gravidezes de baixo risco de parto pré-termo. Outro benefício potencial é reduzir os riscos
tratamento da vaginose bacteriana na gravidez são o alívio dos sinais e dos sintomas34.
ser tratada para diminuir os riscos de complicações obstétricas. Os dados são conflitantes e
pacientes com resultados adversos em gravidezes anteriores (ou seja, pacientes de risco),
grávidas com vaginose bacteriana assintomática e alto risco (ou seja, aquelas que já
estabelecidos34. O tratamento com metronidazol não deve ser postergado para após o
trimestre de gravidez, porque alguns estudos mostraram aumento de eventos adversos (ou
seja, baixo peso ao nascer e infecção neonatal) quando adotada após o primeiro trimestre.
primeiro trimestre97,102-104.
adoção de esquemas prolongados por 5-7 dias, a eficácia terapêutica é maior que 90% logo
após o uso; e com os regimes de dose única a eficácia é de apenas 70%, com altas taxas de
período de nove meses após o tratamento inicial58. Nas pacientes com vaginose bacteriana
supressiva de manutenção105-107.
critérios de Nugent52 ou, ainda, restauração da flora vaginal normal com Lactobacillus
sp108. A restauração da flora vaginal normal com Lactobacillus sp está associada à escolha
1.4.3 Tricomoníase
carnidazol) é o único tratamento recomendável e eficaz111. Deve-se usar apenas a via oral
porque a via tópica não elimina os organismos presentes nos ductos parauretrais, uretra e
glândulas de Skene1,34,112.
500 mg duas vezes ao dia por sete dias era o tratamento recomendado pelo CDC. O CDC
aprovou o tratamento com tinidazol 2 g dose única nos Estados Unidos, embora já venha
sendo usado durante longos anos em diversas partes do mundo. Ambos têm eficácia
100% para o tinidazol34,111. Os parceiros sexuais também devem ser tratados, o que
dados significativos que sugiram que o tratamento com metronidazol na gravidez melhore
tratamento das gestantes sintomáticas com 2 g de metronidazol dose única, com o objetivo
QUADRO 6
com essa doença, há ainda dificuldade de realização de diagnóstico correto, sendo que
aproximadamente 1/3 das pacientes permanecerá sem diagnóstico, mesmo após realização
de intensivos testes laboratoriais22,23. Além disso, os testes podem não estar disponíveis ou
ainda demorar para serem realizados. Por isso, muitas das pacientes com vaginite são
e várias delas apresentam drogas tópicas usadas concomitantemente para tratar as causas
O miconazol tem sido usado com sucesso por mais de 30 anos no tratamento de
após a griseofulvina e a anfotericina B. Eles oferecem perfil de segurança melhor que esses
moléculas de nitrogênio no anel azólico. Imidazol possui duas moléculas e triazol possui
têm sido historicamente empregados para tratar apenas doenças superficiais. O cetoconazol
é uma exceção, pois tem sido administrado tanto por via oral quanto tópica para tratamento
possui dois diferentes mecanismos de ação. O primeiro é semelhante ao dos outros azólicos
42
Apesar do dano na membrana celular, a morte celular pode não ocorrer. Por isso, os
miconazol é considerado fungicida. Mas, para essa inibição das peroxidases, são
necessárias altas concentrações de miconazol, que são obtidas com o uso tópico da
boydii, Trischosporon sp e Candida sp, mas é primariamente utilizado como agente tópico
FDA115. O miconazol tópico utilizado como terapia isolada não aumenta o risco de defeitos
como principal diferença com o metronidazol sua mais prolongada meia-vida. Podem ser
infecções anaeróbicas por agente único ou mistas por agentes anaeróbicos e aeróbicos,
usualmente em combinação com outro agente ativo contra bactérias gram negativo
anaeróbicas.
potencializa os efeitos dos anticoagulantes orais, como o warfarin. Efeitos colaterais graves
com a descontinuação do tratamento são raros. Os efeitos mais comuns são cefaléia,
náusea, boca seca e gosto metálico. Vômitos, diarréia e dor abdominal são ocasionais.
uso de dissulfiram, como rubor, náusea, vômitos, sudorese, cefaléia, hipotensão e cólicas
antioxidante utilizado na indústria de borracha, causa esses sintomas poucos minutos após
a ingestão de bebidas alcoólicas, que podem durar de meia hora a 12 horas, em casos mais
2 OBJETIVOS
durante sete dias, utilizados para tratamento de vaginites causadas por Candida sp.,
3 METODOLOGIA
3.1 Pacientes
Foram selecionadas para inclusão no estudo 92 mulheres com idade entre 18-45
anos, com diagnóstico clínico de vaginite por fungos, vaginose bacteriana, Trichomonas
mesmo;
47
• uso de anticoagulante.
A idade média das pacientes foi de 31,2 anos (+-7,1 anos- DP), com mediana de
31 (18-45 anos). Observou-se que 61,6% referiram parceria sexual estável, sendo que
oral combinada foi verificada em 23,3% das pacientes, 21,9% usavam preservativo, 21,9%
abstinência sexual). A duração média dos sinais e sintomas foi de 63,7 dias (com limites de
3.2 Métodos
irritação vaginal, dor, dispareunia) foi anotada, usando-se o seguinte sistema de pontuação:
• 0= ausente;
bacterioscopia e da cultura.
Amsel51 foram:
vaginal fosse menor que 4,5. Foi realizada sempre cultura para fungos (meio de cultura
cultura Diamond modificado por Klaas) para Trichomonas vaginalis só não foi procedida
absterem-se de relações sexuais e a evitarem o uso de álcool 24 horas antes e 48 horas após
uso da droga. Foram também orientadas a não usar qualquer agente que alterasse o pH
Durante a visita 2 (final do tratamento, 9-10 dias após o início do uso dos
sintomas de vaginite. Amostras vaginais foram coletadas para realizações dos exames,
Durante a visita 3 (final do tratamento, 22 dias após o início do uso dos óvulos),
realizaram-se os mesmos exames da visita 2. O relato dos eventos adversos foi submetido à
demanda voluntária da paciente ou por meio de perguntas não induzidas ou, ainda, a partir
4 RESULTADOS
clinicamente em apenas 3,2% das pacientes. Destaque também deve ser dado ao elevado
percentual em que não foi possível precisar o agente etiológico e/ou em que a infecção foi
candidiase
17% vaginose
29% bacteriana
tricomoniase
A evolução dos sintomas e sinais de vaginite pode ser vista nas TAB. 1 e 2,
respectivamente. Observou-se que a partir do dia 9-10 após o tratamento todos os sintomas
TABELA 1
Evolução dos sintomas de vaginite antes (basal) e no 9º-10º e no 22º dia após o tratamento
TABELA 2
e 4.
TABELA 3
TABELA 4
Evolução das avaliações do pH, teste do cheiro e duração do corrimento genital antes
das culturas das secreções vaginais podem ser vistas nas TAB. 5 e 6, respectivamente.
56
TABELA 5
TABELA 6
ardor vulvar (GRÁF. 2). A grande maioria dos eventos foi de intensidade leve (81,5%),
Não
75,8%
Não
84,6%
Leve
81,5% Leve
85,7%
Nenhuma Possível
25,9% 18,5%
Provável
Improvável 29,6%
Definitiva
22,2%
3,7%
4 DISCUSSÃO
de diagnóstico em 30% das pacientes, mesmo após avaliação completa, explicam por que
não necessariamente indicam a existência da doença, uma vez que eles ocorrem também
miconazol com apenas uma aplicação diária por sete dias consecutivos mostrou notável
redução nos sintomas e sinais da vaginite de maneira geral, sendo que a cura clínica
61
ocorreu em 87,7% dos casos. O resultado está de acordo com três estudos publicados125-127,
miconazol 100 mg em duas aplicações diárias por sete ou 14 dias, quando as taxas de cura
vaginite com miconazol tópico por fungos do gênero Candida de acordo com a literatura
Amsel51. Apesar do uso dos critérios de Amsel para diagnóstico de vaginose bacteriana ser
Nugent52,132,133.
mesmo sabendo-se que a cultura não é um bom método para diagnóstico de vaginose
bacteriana. Hillier descreve que a cultura para Gardnerella vaginalis foi positiva em 36 a
55% das mulheres sem sintomas e sinais clínicos de vaginose bacteriana, levando a baixo
valor preditivo positivo, não sendo recomendada para diagnóstico de vaginose e não
devendo ser utilizada para direcionar a terapia e para teste de cura após o tratamento136. A
associados 125-127.
eventos adversos mais comumente observados com o regime oral77. Tratamento tópico de
candidíase com qualquer azólico raramente provoca efeitos colaterais, embora queimação e
tópico é a acentuada redução dos sintomas gastrointestinais. Além disso, podem ocorrer
tratamento oral3,107,137.
Neste estudo, a medicação foi bem tolerada. A grande maioria dos eventos foi
de intensidade leve, sendo grande parte ardor vaginal ou vulvar após o início do uso do
óvulo. Uma paciente apresentou dor abdominal leve e outra náusea, com o uso do
medicamento. Apenas um pouco mais da metade desses eventos tinha relação pelo menos
5 CONCLUSÃO
em uma aplicação diária por sete dias consecutivos mostrou-se eficaz para o tratamento das
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