Trabalho Psicopeda.

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE FRELIMO - BEIRA

Curso de Agropecuária

1⁰ Ano

Período: Laboral

Turma: H

6⁰ Grupo

Trabalho de Psicopedagogia

Tema: História de Educação em Moçambique

Educação no período colonial;

Educação nas zonas libertadas;

Educação no período pós-independência.

Discentes:

Audino Amade Atumane Nº

Faizal Raimundo Nº 11

Laurinda Roberto Nº 26

Madina Raima Ibraimo Camissá Nº 28 Docente:


Milca Luís Fausto Nº 32 dra. Nelsa da Helena

Rita José Chiriro Nº 44

Beira

Novembro de 2023
Discentes:

Audino Amade Atumane Nº

Faizal Raimundo Nº 11

Laurinda Roberto Nº 26

Madina Raima Ibraimo Camissá Nº 28


Milca Luís Fausto Nº 32
Rita José Chiriro Nº 44

Docente:
Trabalho a ser apresentado na disciplina
dra. Nelsa da Helena
de Psicopedagogia como requisito para
avaliação da aprendizagem.

Beira

Novembro de 2023
Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 5

1.1. Objectivos .............................................................................................................. 5

1.1.1. Geral ................................................................................................................... 5

1.1.2. Específicos: ........................................................................................................ 5

1.1.3. Metodologia ....................................................................................................... 5

2. História de Educação em Moçambique ..................................................................... 6

2.1. A Educação antes da Independência ..................................................................... 6

2.1.1. A Educação no período colonial (1845 – 1974) ................................................ 6

2.2. A educação no Governo de Transição (1974-1975) .............................................. 7

2.3. A educação pós-Independência ............................................................................. 7

2.4. Antes do Sistema Nacional de Educação (1975-1982) ......................................... 7

2.4.1. O surgimento da lei 4/83 (1983 - 1991) ............................................................. 8

2.4.2. O surgimento da Lei n°692 (1992 - 2018) ......................................................... 8

2.4.3. O surgimento da Lei n°" 182018, de 28 de Dezembro. ..................................... 8

2.5. A educação nas Zonas Libertadas ......................................................................... 9

2.6. O Sistema Nacional de Educação: 1983 a 1985 .................................................. 12

2.7. Sistema Nacional de Educação Actual ................................................................ 13

2.8. Princípios pedagógicos ............................................................................................ 13

2.8.1. Objectivos gerais .................................................................................................. 14

2.8.2. Estrutura do Sistema Nacional de Educação ........................................................ 15

2.8.2.1. Ensino Pré-escolar ............................................................................................. 15

2.8.2.2. Ensino Escolar ................................................................................................... 15

2.8.2.3. Ensino geral ....................................................................................................... 15

2.8.3. Objectivos ............................................................................................................. 15

2.8. Ensino Técnico-profissional ................................................................................ 16

2.9.1. Objectivos ............................................................................................................. 16


2.9.2. Ensino Superior .................................................................................................... 16

2.9.3. Objectivos ............................................................................................................. 16

3. Conclusão ................................................................................................................ 18

4. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 19


1. Introdução

0 presente trabalho da Disciplina de Psicopedagogia, pretende compreender história de


educação em Moçambique na abordagem de vários autores. O trabalho é de carácter
individual e pretende avaliar a capacidade investigativa do estudante. Para o sucesso do
mesmo, recorreu - se ao uso de Módulo da Internet. Para a melhor organização, o trabalho
está estruturado em: Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Referências
Bibliográficas, de forma a facilitar e fornecer bases sólidas para uma percepção mais
abrangente de matéria em pesquisa.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
Analisar o desenvolvimento do Sistema Educativo em Moçambique, antes da
Independência, Pós-Independência ate 1987 e na actualidade.

1.1.2. Específicos:
 Identificar a educação em Moçambique em cada período;
 Caracterizar a educação em cada período, desde as zonas libertadas ate à
actualidade.

1.1.3. Metodologia

Para materialização do trabalho, utilizou-se: levantamento, seleção e textualização de


toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros,
monografias, teses, dissertações, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo.

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2. História de Educação em Moçambique

A educação em Moçambique não teve sempre as mesmas características, deste modo.


considerando a Independência Nacional (1975) como marco referencial, a caracterização
da educação em Moçambique pode ser dividida em dois grandes períodos:

2.1.A Educação antes da Independência

A história da educação em Moçambique antes da Independência pode ser dividida em


duas etapas relevantes: a educação no período colonial e a educação no governo de
transição.

2.1.1. A Educação no período colonial (1845 – 1974)

A educação neste período foi caracterizada pela dominação, alienação e cristianização.


Foio período em que surgiu a primeira regulamentação do ensino nas colónias, período
da Monarquia em Portugal, a 2 de Abril de 1845 a 14 de Agosto do mesmo ano, foi
estabelecido um decreto que diferenciava o ensino nas colónias na Metrópole e criava as
escolas públicas nas colónias.

Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução


primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras
escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e
Lourenço Marques.

A 30 de Novembro de 1869, foi reformado o Ensino Ultramar, onde se decretava o ensino

primário obrigatório, dividido em dois graus, com duas classes cada, em que as escolas
estavam sob tutela das missões católicas.

Um dos maiores marcos da educação colonial em Moçambique é a vigência de dois


subsistemas de ensino, nomeadamente:

 Ensino Oficial- para os filhos dos colonos ou assimilados;


 Ensino rudimentar -para os chamados "indígenas" os nativos.

Neste sentido, o sistema de ensino em Moçambique era de dois tipos, correspondendo a


duas concepções de educação - para indígenas é educação da elite, para o colonizador
assimilado.

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O ensino oficial destinava - se à transmissão de valores e padrões aristocráticos. O ensino
para indígenas era para o povo colonizado que praticamente estava reduzido apenas a
aprender a ler, escrever e a domesticação.

Foi a partir de 1930, com a assinatura dos acordos missionários (A concordata em 1940
e o Estatuto missionário em 1941) que o governo impôs uma politica rigorosa de educação
assimilação em Moçambique. Com a assinatura da Concordata e do Estatuto Missionário,
o Estado transferiu para a igreja a sua responsabilidade sobre o ensino rudimentar,
comprometendo se a dar um apoio financeiro às missões e às escolas católicas.

2.2.A educação no Governo de Transição (1974-1975)

Este período é consequência dos acontecimentos destacados nos anos anteriores. Por
exemplo, a fundação da FRELIMO (rente de Libertação de Moçambique), em 1962,
permitiu o desencadeamento da luta armada para a libertação nacional, na sequência da
qual, com os Acordos de Luzaka em 1974, condicionou o surgimento do Governo de
Transição Assim, uma das razões que leva à consideração deste período prende - se com
o facto de que grande parte das transformações no campo educacional aplicadas a nível
nacional teve como origem as experiências levadas a cabo pela FRELIM0 e resultam da
visão deste movimento sobre o modelo de sociedade pretendido e os princípios
defendidos durante a Luta Armada.

A FRELIMO implementou um tipo de escola ligada ao povo, às suas causas e interesses.


A educação realizada nestas escolas era essencialmente política e ideológica, uma vez
que estava condicionada pelos factores que têm a ver com a natureza revolucionária da
luta conduzida pela FRELIMO.

2.3.A educação pós-Independência

Ao longo deste período, o sistema educativo sofreu várias reformas que tinham em vista
adequar a formação dos moçambicanos aos contextos sócios - políticos, económicos e
culturais, marcado pelo alcance da Independência, em 1975.

Neste período, destacam - se como principais marcos: o surgimento da lei 4/83; da lei
6/92; e da Lei 18/2018.

2.4.Antes do Sistema Nacional de Educação (1975-1982)

Neste período registaram – se os seguintes factos:

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 A nacionalização da educação a 24 de Julho de 1975, e a consequente suspensão
de todas as formas do sistema do ensino colonial português;
 A proclamação do direito à educação para todos os moçambicanos, pela
Constituição da República Popular de Moçambique (20 de Junho de 1975) e a
consequente massificação do acesso à educação em todos os níveis de ensino;

A introdução de um currículo educacional transitório do sistema colonial português para


o nacional (1975):

A criação dos centros de formação de professores primários e a consequente abolição das


instituições portuguesas vocacionadas à formação de professores (1975).

2.4.1. O surgimento da lei 4/83 (1983 - 1991)

Em 1983, procedeu - se à introdução do Sistema Nacional de Educação (SNE), através


da Lei n° 4/83 de 23 de Março.

Em 1990, é introduzida a Constituição da República, que possibilita a reabertura do


ensino particular em 199l e o reajustamento da Lei do SNE.

2.4.2. O surgimento da Lei n°692 (1992 - 2018)

A lei n' 6/92, de 6 de Maio, surgiu para reajustar a lei 4/83. Em 2004 é introduzido o Plano
Curricular do Ensino Básico, ora em vigor, em consequência da reforma do currículo
escolar anterior (vide REGEB 2008).

Neste período, nota - se uma educação democrática, baseada na aplicação de métodos de


aprendizagem centrados no aluno, em função da evolução das ciências da educação e do
contexto em que a aprendizagem ocorre.

2.4.3. O surgimento da Lei n°" 182018, de 28 de Dezembro.

Esta lei traz as seguintes alterações ao Sistema Nacional de Educação:

 Introdução da educação pré-escolar;


 O ensino primário em seis classes;
 O ensino bilingue como modalidade do ensino primário;
 O ensino básico obrigatório gratuito de nove classes;
 O ensino secundário de seis classes;
 O ensino à distância como modalidade do ensino secundário e superior;

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 O perfil de ingresso para formação de professores;
 A Educação Inclusiva em todos os níveis de ensino e;
 A Educação vocacional.

Nos termos do artigo 6 desta lei, a educação básica confere competências fundamentais à
criança, jovem e adulto para o exercício da cidadania, fornecendo – lhes conhecimento
geral sobre o mundo que os rodeia e meios para progredir no trabalho e na aprendizagem
ao longo da vida.

2.5.A educação nas Zonas Libertadas

Conforme o testemunho constante da Revista Mozambique Revolution, de Abril a Junho


de 1973, «logo a seguir do desencadeamento da luta armada um grupo de anciãos foi ter
como Presidente Mondlane e falou nestes termos: Sabemos que a guerra será uma guerra
longa e nós já somos velhos. Não pedimos nada para nós, mas é necessário que as nossas
crianças vão à escola. Estamos prontos para todos os sacrifícios, esta é a única coisa que
pedimos å FRELIMO.

Nas zonas libertadas a escola era vista como:

 Centro de Formação da Frente de Libertação de Moçambique, esta tomada no


sentido de um Povo organizado em Frente de luta pela sua libertação e
emancipação;

Centro de combate às concepções e hábitos da cultura tradicional, a que aprisionavam a


iniciativa e a criatividade, pugnando por um novo tipo de relacionamento entre jovens e
velhos, entre homens e mulheres e por uma nova visão do mundo (MACHEL, 1974):

Centro de difusão de conhecimentos científicos, mesmo que elementares, para introdução

de novos métodos de trabalho;

 Centro de formação de combatentes para as exigências da luta;

Formação de produtores, ao mesmo tempo militares e dirigentes, numa permanente


ligação entre o trabalho manual e intelectual (|e II Congressos, realizados,
respectivamente, em Setembro de 1962 e Julho de 1968).

Quando a luta armada se transformou em revolução democrática popular (1969/1970),


foi definido como objectivo central do sistema educacional: «A formação do Homem

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Novo, com uma nova mentalidade que, para além de ser capaz de resolver os problemas
imediatos colocados pela luta revolucionária, deveria estar apto a transformar
revolucionariamente a sociedade moçambicana» (MEC, 1980: 35). Portanto, o Homem
era o sujeito e o objecto do trabalho educativo que se inseria no trabalho humanizante das
zonas libertadas.

«Nas zonas libertadas alcançámos um grau elevado de integração das escolas na vida da
comunidade. Qualquer problema que afectava a vida da escola ou da aldeia era discutido
conjuntamente e em conjunto se encontravam as melhores formas de superar as
dificuldades surgidas» (MACHEL, Graça, 1979: J).

A educação constituía-se num dos três eixos da revolução, ao lado da Produção e do


Combate, articulados dialecticamente. A palavra de ordem era «Estudar, Produzir,
Combater». Assim, a educação não era apenas tarefa dos professores, nem somente se
destinava a crianças. Todos se envolviam nela, inclusive o próprio exército. Assim dizia
Eduardo Mondlane:

«O exército tem um papel muito importante a desempenhar nas campanhas de


mobilização e de educação. Os militantes não se prendem só à ciência militar. Tanto
quanto possível, aprendem português e alfabetização básica, sendo os instrutores muitas
vezes aqueles que têm educação elementar. A educação politica é parte preponderante
do treino, no decorrer do qual adquirem alguma experiência de falar em público e do
trabalho dos comités, enquanto também aprendem rudimentos de discussão politica e
das bases históricas e geográficas da luta. Assim, o próprio exército torna-se agente
importante na mobilização politica e na educação da população» (MONDLANE, 1975:
139, Grifos do Autor J).

O sistema educativo estruturava-se em educação formal, alfabetização e escolarização


de adultos e formação de professores.

A educação formal, destinada a crianças e adolescentes que viviam nas zonas libertadas,
abrangia quatro níveis: o Pré-Primário, ministrado em Centros Infantis, o Primário, de
quatro séries, ministrado em escolas do interior do país e na Tanzânia; o Secundário de
quatro séries, ministrado na Escola Secundária de Bagamoyo (Tanzânia), e o
Universitário, que não chegou a funcionar: os alunos que atingiam este nível eram
enviados para o exterior.

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A alfabetização e escolarização de adultos eram dadas aos guerrilheiros que, por sua vez,
ensinavam as populações. Funcionava nos designados centros da FREEIMO: escolas,
centros- piloto, centros de preparação político-militar, centros de saúde e representações
da FRELIMO nos países vizinhos. Samora Machel refere-se a cerca de 20.000 crianças
escolarizadas nas zonas libertadas até Setembro de 1970.

Na disciplina de Português: os professores deviam capacitar o aluno a pensar e comunicar


em língua portuguesa, pelo que o ensino devia incidir em «frases completas» e não em
«palavras isoladas» e procurar temas que suscitassem discussão colectiva. O ensino de
Matemática devia levar os alunos a saber utilizar, na prática, os conhecimentos
adquiridos.

História: dado o fraco domínio da língua portuguesa e a dificuldade dos professores


relacionarem a História com a Politica, o Seminário insistiu no conhecimento de
experiências do processo do Povo, como meio importante para entender o presente e
orientar-se para o futuro. «Através do estudo da História, nós avaliamos as experiências
das gerações passadas, e essas experiências, no nosso caso, ajudam-nos a entender a
necessidade da importância da luta armada revolucionária que empreendemos».

A disciplina de Geografia devia apresentar também as características da economia de


Moçambique, os seus principais produtos, a necessidade de diversificação da produção e
a importância da conservação do solo.

Politica: com programas adequados às idades dos alunos; assim:

 Para as crianças das primeiras séries, devia-se ensinar «noções básicas» para elas
entenderam a orientação da Frelimo para os diferentes sectores de actividades,
principalmente para a educação e cultura; aspectos fundamentais da luta de
libertação, noções de colonialismo, neocolonialismo e imperialismo; ensino
baseado em exemplos concretos conhecidos por elas, não devendo recorrer å
decoração de definições;
 Para as séries mais avançadas e escolas secundárias: incluir conceitos igualmente

avançados de politica, ideologia; diferença entre linha politica revolucionária e linha


reacionária; o significado da revolução, de uma guerra prolongada, guerra popular e poder
popular, a diferença entre as concepções materialista e idealista do mundo.

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A disciplina de Produção Agrícola compreendia uma parte teórica e outra prática. Com
ela, pretendia-se levar o aluno a saber preparar o solo, a rega, a conhecer as regras técnicas
elementares de germinação, transplante e cuidados básicos da agricultura.

Outras recomendações referiam-se à organização de um programa mais amplo para a


elevação do nível politico, técnico e pedagógico dos professores, através de seminários e
å extensão do Programa de Alfabetização de Adultos.

As elites dirigentes da FRELIMO concebiam a sociedade como um sistema de relações


produtivas que, por sua vez, determinam o pensamento, a consciência e as relações
sociais. A luta era revolucionária, na medida em que contribuía para liminar as velhas
relações de exploração do homem pelo homem, «criava novas relações humanas e
assegurava uma educação para todos, buscando eliminar as diferenças de oportunidades
de acesso ao ensino.

Implicava em ruptura total com o sistema de educação colonial e com os aspectos


negativos da educação tradicional e em eriação de uma nova mentalidade (MACHEL,
1970: 3).

Criava-se, assim, a consciência de que a educação realizava os seus objectivos quando e


na medida da sua ligação com o povo, com o trabalho e no espirito de solidariedade
internacionalista (DEC, 1970: 18).

2.6.O Sistema Nacional de Educação: 1983 a 1985

Em resposta às determinações do III Congresso, em 1981, o Ministério de Educação e


Cultura apresentou à Assembleia Popular, na sua 9 Sessão, um documento contendo a
concepção de um novo sistema educacional, conhecido por Linhas Gerais do Sistema
Nacional de Educação, que foram aprovadas pela resolução n°ll/81, de 17 de Dezembro.
Aquela Assembleia considerou o sistema como "sistema...capaz de responder às
exigências do crescimento planificado do país" e aponta, como seu objectivo central, "a
criação do Homem Novo, construir da Pátria Socialista, onde cada um dá o melhor do seu
trabalho e onde um encontra a realidade e afirmação pessoal". Em 1983, Moçambique
introduziu o Sistema Nacional de Educação (SNE) através da lei 4/83, de 23 de Março e
revista pela lei 6/92, de 6 de Maio. A introdução do SNE foi gradual (uma classe por ano),
tendo-se iniciado com a I classe em 1983.

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Sintetizava as Linhas Gerais do SNE, nos seus fundamentos politico-ideológicos,
princípios, finalidades, objectivos gerais e pedagógicos da educação em Moçambique
(SNE: 110), são os seus fundamentos:

 A Constituição da Republica;
 O Programa e as Directivas do Partido Frelimo;
 As experiencias da luta armada;
 Os princípios do marxismo-leninismo; e
 O património comum da humanidade.

A educação era definida como um direito e um dever de todos cidadãos, o que implica a
igualdade de acesso a todos os níveis de ensino e a educação permanente e sistemática,
estando principalmente ao serviço da direcção da sociedade por parte dos trabalhadores.

Estabeleceu-se que ela deve garantir a formação do "Homem Novo" (Art. 4° da lei N°
4/830, pois este era o seu objectivo central (SNE: 5, 18 e 113).

A formação do Homem Novo é compreendida, de um modo geral, como um processo


eminentemente cultural, porque implica, segundo Graça Machel, uma nova concepção de
mundo, de nação, de povo, no cultivo de novos valores de "aldeia comunal, de direcção
colectiva, liberdade da mulher, os conselhos de produção e na nova consciência" (Tempo,
n°357:62).

2.7.Sistema Nacional de Educação Actual

o Sistema Nacional de Educação orienta-se pelos seguintes princípios:

a) A educação é direito e dever de todos os cidadãos;

b) O Estado no quadro da lei, permite a participação de outras entidades, incluindo


comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas no processo educativo;

c) O Estado organiza e promove o ensino, como parte integrante da acção educativa, nos
termos definidos na Constituição da Republica;

d) O ensino público é laico.

2.8. Princípios pedagógicos

O processo educativo orienta-se pelos seguintes princípios pedagógicos:

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a) Desenvolvimento das capacidades e da personalidade de uma forma harmoniosa,
equilibrada e constante, que confira uma formação integral;

b) Desenvolvimento da iniciativa criadora, da capacidade de estudo individual e de


assimilação critica dos conhecimentos;

c) Ligação entre a teoria e a prática, que se traduz no conteúdo e método do ensino das
varias disciplinas, no carácter politécnico do ensino conferido e na ligação entre a escola
e a comunidade:

d) Ligação do estudo ao trabalho produtivo socialmente útil como forma de aplicação dos
conhecimentos científicos à produção e de participação no esforço de desenvolvimento
económico e social do país:

e) Ligação estreita entre a escola e a comunidade, em que a escola participa activamente


na dinamização do desenvolvimento socio-económico e cultural da comunidade e recebe
desta a orientação necessária para a realização de um ensino e formação que respondam
as exigências do desenvolvimento do país.

São objectivos gerais do Sistema Nacional de Educação:

2.8.1. Objectivos gerais

a) Erradicar o analfabetismo de modo a proporcionar a todo o povo o acesso ao


conhecimento cientifico e desenvolvimento pleno das suas capacidades;

b) Garantir o ensino básico a todos os cidadãos de acordo com o desenvolvimento do país


através da introdução progressiva da escolaridade obrigatória;

c) Assegurar a todos os moçambicanos o acesso à formação profissional;

d) Formar o professor como educador e profissional consciente com profunda preparação


cientifica e pedagógica, capaz de educar os jovens e adultos;

e) Formar cientistas e especialistas devidamente qualificados que permitam o


desenvolvimento da produção e da investigação cientifica;

g) Desenvolver a sensibilidade estética e capacidade artística das crianças, jovens e


adultos, educandos no amor pelas artes e no gosto pelo belo.

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2.8.2. Estrutura do Sistema Nacional de Educação

2.8.2.1. Ensino Pré-escolar

A rede do ensino pré-escolar é constituída por instituições e iniciativas dos órgãos centrais
provinciais ou locais e de outras entidades colectivas ou individuais, nomeadamente
associações de pais e de moradores, empresas, sindicatos, organizações cívicas,
confessionais e da solidariedade. A frequência do ensino pré-escolar é facultativa.

2.8.2.2. Ensino Escolar

O ensino escolar compreende:

 Ensino geral;
 Ensino técnico-profissional;
 Ensino superior.

Alem do ensino ministrado nos estabelecimentos de ensino referidos no número anterior,


o ensino escolar integra também modalidades especiais de ensino.

O ensino geral é o eixo central do Sistema Nacional de Educação e confere a formação


integral e politécnica.

2.8.2.3. Ensino geral

Os níveis e conteúdos deste ensino constituem ponto de referência para todo Sistema
Nacional de Educação.

O ensino geral compreende dois níveis:

a) Primário;

b) Secundário.

O ensino geral é frequentado em principio, a partir do ano lectivo em que completam 6


anos.

2.8.3. Objectivos

 Proporcionar o acesso ao ensino de base aos cidadãos moçambicanos,


contribuindo para garantir a igualdade de oportunidade de acesso a uma profissão
e aos sucessivos níveis de ensino;

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 Dar formação integral ao cidadão para que adquira e desenvolva conhecimentos e
capacidades intelectuais, físicas, e na aquisição de uma educação politécnica,
estética e ética.

2.8.Ensino Técnico-profissional

O ensino técnico-profissional constitui o principal instrumento para a formação


profissional pais. Da forca de trabalho qualificada necessária para o desenvolvimento
económico e social do ensino técnico-profissional compreende os seguintes níveis:

 Elementar;
 Básico;
 Médio.

2.9.1. Objectivos

 Assegurar a formação integral e técnica dos jovens em idade escola, de modo a


prepara-los para o exercício de uma profissão numa especialidade;
 Desenvolver nos jovens as qualidades básicas da personalidade, em particular,
educando-os no assumir de uma atitude concreta perante o trabalho;
 Desenvolver capacidades de análise e síntese, de investigação e inovação, de
organização e direcção cientifica do trabalho.

2.9.2. Ensino Superior

Ao ensino superior compete assegurar a formação a nível mais alto de técnicos e


especialistas nos diversos domínios do conhecimento cientifico necessários ao
desenvolvimento do país.

O ensino superior realiza-se em estreita ligação com a investigação cientifica e destina-


se aos graduados com a 12" classe do ensino geral ou equivalente.

2.9.3. Objectivos

 Formar nas diferentes áreas do conhecimento, profissionais, técnicos e cientistas


com um alto grau de qualificação;
 Incentivar a investigação cientifica e tecnológica como meio de formação dos
estudantes, de solução dos problemas com relevância para a sociedade e de apoio
ao desenvolvimento do país;

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 Assegurar a ligação ao trabalho em todos os sectores e ramos de actividade
económica social, como meio de formação técnica e profissional dos estudantes;
 Difundir actividades de extensão, principalmente através da difusão e intercambio
do conhecimento técnico-científico;
 Realizar acções de atualização dos profissionais graduados pelo ensino superior.

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3. Conclusão

Chegado a esta parte, pretendo realçar que antes do colonialismo a educação era
transmitida através de fontes orais.

Outrossim, com a chegada dos portugueses, a educação verificou mudanças, o português


passou a impor regras de ensino, onde só participavam do ensino qualificado os filhos
dos mesmos e os assimilados.

No período pós-colonial o efectivo dos alunos nas escolas cresceu e a educação atingiu
assim o seu auge, visto que a educação no período colonial só era garantida para os
colonos e já neste momento ficou garantida para todos moçambicanos e de uma forma
igual. Nas escolas começaram a se introduzir novas disciplinas e já nesse período a
educação estava dividida em ensino primário, secundário e superior, portanto os
moçambicanos começaram a ser educados para tomar consciência dos seus direitos que
não eram valorizados pelos colonos, tirar a mentalidade colonial, formar intelectuais,
quadros políticos e económicos para desenvolverem o país.

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4. Referências Bibliográficas

Boletim da República, 3° Suplemento, Publicação Oficial da República Popular de


Moçambique, 1983 -1992

GÓMEZ, Miguel B., Educação de Moçambique História de um Processo: 1962-1984

MAZULA, Brazão, Moçambique - Eleições, Democracia e Desenvolvimento. Inter-


Africa Group. Maputo. 1995

MAZULA, Brazão, Educação, Cultura, e ideologia em Moçambique: 1985,

Eduardo Mondlane, Maputo, 1978, e Ministério da Educação e Cultura, Sistemas de

Educação em Moçambique, Gabinete do Sistema, Maputo, 1980.

INDEMINED. Plano Curricular do Ensino Básico. 2003 Lei n'6/92 de 6 de Maio

MONDLANE, Eduardo. Lutar por Mocambique.1• Edição Moçambicana, Edıtora


Colecção "Nosso Chão", Maputo, 1995.

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