Apostila LIDERANÇA 2014

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA INDEPENDENTE


CNPJ.- 01.152.623/0001-42
Rua José Lins do 2ego, 65 – Parque Taquaral
13087-221 CAMPINAS – SP
Tel. 0xx19-3256 0708, e-mail: [email protected]

PLANO DE CURSO

I – IDENTIFICAÇÃO
Matéria: Curso de liderança Cristã
Carga horária: 2 Créditos
Curso: Teologia (Livre)
Última Revisão: 2º Semestre de 2014

II – EMENTA
Cada dia aumenta a necessidade de estarmos mais bem equipados. Há um
desafio constante colocando à prova a nossa liderança e a nossa
capacidade acadêmica, secular ou Bíblica, por isso é fundamental que o
líder tenha visão, conhecimento, convivência (experiência) e treinamento.

III – OBJETIVO
1. Contextualizar a nossa liderança;
2. Explorar e incentivar a criatividade;
3. Medir e redimensionar a nossa liderança;
4. Ensinar como integrar e entregar responsabilidades a grupos.

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1) DEFINIÇÃO DOS TERMOS

 Líder – “o que ocupa posição proeminente numa sociedade; chefe, guia, condutor”.

 Liderança – “É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem


entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem
comum” (James Hunter – O monge e o executivo).

 Poder – “É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de
sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer”.

 Autoridade – “A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você


quer por causa de sua influência pessoal”.

Deus sempre dirigiu seu povo pelas mãos de homens e mulheres fiéis (Sl 77.20). O
Senhor escolheu assim e para nós é um privilégio singular cooperar com Ele no cuidado
do seu rebanho (1Co 3.9) e, ao mesmo tempo, um grande desafio.
A Bíblia deixa claro que a trajetória do povo de Deus é marcada por alguns líderes
como Moisés, Débora, Ester, Davi, Elias, Eliseu, Pedro e Paulo, mas também por pessoas
como nós. É por isso que o livro de Atos não termina com a bênção apostólica e o livro de
Hebreus no capítulo 11 é seguido da expressão “nós também”.
No sentido secular, há situações diferentes, em que princípios de liderança são
aplicados de maneira diferente. Porém, na Igreja de Jesus, os princípios de liderança são
aplicados de maneira pela qual o corpo é estrutura e funciona.
Observemos o texto de Mateus 20.20-24. Por causa de uma má compreensão de
liderança, da parte de Tiago e João, a mães dos dois irmãos, desejosos de ter posição e
poder, se aproximou de Jesus e pediu que lhes concedesse posições: “a direita e a
esquerda em Seu reino futuro”. Jesus aproveita a situação para ensinar aos discípulos um
princípio. Dentro deste princípio Cristo apresenta dois modelos de liderança em conflito:

 Modelo Secular – Retrata líderes como homens que exercem autoridade sobre os
outros. Jesus afirma que este modelo secular não é mau em si, porém, é errado para o
contexto da Igreja e afirma: “...não é assim entre vós” (Mt 20.26a).

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 Contra Modelo – O contra modelo apresentado por Jesus, apresenta o líder como
servo. Entre os discípulos no Corpo de Cristo, os líderes não estão acima, mas entre;
não governantes, mas escravos; não pessoas que recebem, mas que dão.

Observando o modelo de Jesus, aprendemos que “o papel da liderança é servir,


isto é, identificar e satisfazer as necessidades legítimas. Nesse processo de
satisfazer necessidades será preciso frequentemente fazer sacrifícios por aqueles a
quem servimos”.
Por isso, veremos algumas leis da liderança cristã que são imprescindíveis,
lembrando que “tudo o que o líder faz envia uma mensagem”.

2) A LEI DO AMOR
Partindo do texto de 1Coríntios 13, entendemos que a primeira lei da liderança
cristã é o amor. Como os gregos usavam várias palavras para descrever o fenômeno do
amor, é indispensável conhecer exatamente a palavra correta que Jesus e os apóstolos
usaram em todo o Novo Testamento.

 EROS – desta se deriva a palavra erótico, e significa sentimentos baseados


em atração sexual e desejo ardente.

 STORGÉ – é afeição, especialmente com a família e entre os seus


membros.

 PHILOS – fraternidade, amor recíproco. Uma espécie de amor condicional.

 AGAPE – amor incondicional, baseado no comportamento com os


outros, sem exigir nada em troca. É o amor da escolha deliberada.

Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra AGAPE, um amor
traduzido pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor. Amor não é
como nos sentimos a respeito dos outros, mas como nos comportamos com os outros.
Parafraseando o texto de 1Coríntios 13, o amor ágape é: paciência, bondade,
humildade, respeito, abnegação, perdão, honestidade, compromisso. Percebe-se
que em nenhuma palavra desta lista encontramos sentimentos. Todas são
comportamentos.

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Esta definição do amor ágape, escrita há mais de dois mil anos atrás, é exatamente
a definição de liderança. Portanto, o texto de 1Coríntios 13 oferece 8 (oito)
comportamentos que o líder baseado em Jesus precisa desenvolver.
1) PACIÊNCIA – o dicionário a define como “mostrar autocontrole em face da
adversidade”. Portanto, paciência é o mesmo que mostrar autocontrole.

2) BONDADE – dar atenção, apreciação, incentivo. Prestar atenção às pessoas é


uma necessidade humana legítima, que não devemos negligenciar como
líderes. George Washington Carver disse sobre a bondade: “A distância que
você caminha na vida vai depender da sua ternura com os jovens, da sua
compaixão com os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam, da
sua tolerância com os fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você
poderá ser um deles”.

3) HUMILDADE – ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância. Ser


humilde é ser real e autêntico com as pessoas e descartar as máscaras falsas.

4) RESPEITO – tratar as pessoas como se fossem importantes, porque elas são


importantes. Significa tratar todas as pessoas que lideramos como pessoas
muito importantes.

5) ABNEGAÇÃO – satisfazer as necessidades dos outros. O oposto de abnegação


é egoísmo, que significa “minhas necessidades primeiro, ao diabo com suas
necessidades”. “Uma linda definição de liderança seria satisfazer as
necessidades dos outros mesmo antes das suas”. Liderança implica em
“satisfazer necessidades, e não vontades, ser um servidor, não um
escravo” (James Hunter).

6) PERDÃO – desistir de ressentimento quando enganado. Perdoar é lidar de um


modo afirmativo com as situações que aparecem e depois desapegar-se de
qualquer resquício de ressentimento. Como líder, se não for capaz de
desapegar-se de qualquer resquício de ressentimento, você consumirá sua
energia e se tornará ineficiente.

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7) HONESTIDADE – ser livre de engano. A honestidade implica esclarecer as
expectativas das pessoas, tornando-as responsáveis, dispondo-se a transmitir
tanto as más notícias quanto as boas, dando às pessoas um retorno, sendo
firme, previsível e justo. Em suma, nosso comportamento deve ser isento de
engano e dedicado à verdade a todo custo.

8) COMPROMISSO – ater-se às suas escolhas. Muito querem estar envolvidos,


mas nem todos querem estar comprometidos. Compromisso não é uma palavra
muito popular em nossos dias. Zsa-Zsa Gabor disse: “amar vinte homens
durante um ano é fácil se comparando a amar um homem durante vinte
anos!”

AMOR E LIDERANÇA

Paciência Mostrar autocontrole


Bondade Dar atenção, apreciação e incentivo
Humildade Ser autêntico e sem pretensão ou arrogância
Respeito Tratar os outros como pessoas importantes
Perdão Desistir de ressentimento quando prejudicado
Honestidade Ser livre de engano
Compromisso Sustentar suas escolhas
Resultados: Pôr de lado suas vontades e necessidades; buscar o maior bem
Serviço e para os outros
Sacrifício

3) A LEI DO EXEMPLO

“Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às


Pessoas que você é, você não é” (Margaret Thatcher).

“A confiança é a cola que gruda os relacionamentos” (James Hunter).

O apóstolo Paulo reconhecia a importância do exemplo dado por um líder (Fp 4.9).
Também lemos em Hebreus 13.7: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos

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pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai
a fé que tiveram”.
Esse também era o método que o nosso Senhor Jesus usava (Mt 3.14). Cristo deu
aos seus discípulos um exemplo para seguirem. A maneira como vive um líder fala tão
alto que nem se pode ouvir o que ele diz. O líder precisa ser obediente à Palavra de Deus
e seguir os exemplos dos líderes da Bíblia.

 Práticas que destroem a liderança


1) O amor ao dinheiro (1Tm 6.6-10) – O líder não pode deixar que suas decisões
sejam controladas pelo dinheiro. Não pode se impressionar com grandes riquezas
e alimentar uma ambição pessoal de ser rico. Uma pessoa controlada pelo amor ao
dinheiro tem tremendas aflições e grandes problemas. Para muitos líderes, “coisas”
são mais importantes que “pessoas”.

2) Pureza moral – Nossa sociedade é dominada pela ausência de valores morais. Um


verdadeiro caos tem sido produzido em uma sociedade enferma e débil, onde a
vida humana não é mais sagrada, e onde os valores sexuais foram grandemente
reduzidos. Entretanto, os líderes precisam dizer “não” ao comportamento
pecaminoso. O teste mais forte da credibilidade e da integridade de um líder
espiritual é a capacidade que ele tem de dizer “não” àquilo que é errado e
destrutivo.
 A pureza moral é um requisito imposto aos líderes (1Tm 3.2, 12 e Tt 1.6).
 A pureza moral faz parte da vontade Deus (1Ts 4.1-8).
 A pureza moral é a dedicação de alguém que deseja glorificar a Deus (1Co
6.18-20)

4) A LEI DA COMUNICAÇÃO
Há quatro maneiras essenciais de nos comunicarmos com os outros: ler, escrever,
falar e ouvir. As estatísticas mostram que na comunicação uma pessoa gasta em média
65% do tempo ouvindo, 25% do tempo falando, 9% lendo e 6% escrevendo. Portanto, a
habilidade mais importante que um líder precisa desenvolver é a de ouvir ativamente.
1) Deus é o primeiro comunicador – O homem aprendeu com Deus como deve
se comunicar, mesmo porque foi Deus quem tomou a iniciativa de comunicar-se
com o homem. Deus também falou com o homem de diversas maneiras (Hb
1.1-2), até que se comunicou de maneira definitiva na pessoa de Jesus Cristo.

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Nestes dias Deus se comunica com o homem, principalmente, através das
Escrituras.

2) Exemplos da comunicação de Deus


 Deus sempre disse a verdade. Ele nunca mentiu.
 Deus fala com autoridade, por causa de quem Ele é.
 Deus lançou mão de vários métodos para falar com o homem.
 Deus revelou sua vontade ao homem de maneira detalhada.
 Deus sempre falou os resultados que devem ser esperados.
 Deus falou com amor e compaixão.

3) Como se comunicar com um grupo


 Não reflita atitudes de superioridade sobre o grupo (em sua maneira de
falar, onde você senta, como você se veste ou como os saúda).
 Aprenda a usar pronomes plurais “nós” e “nosso”, em lugar dos
pronomes singulares “eu” e “meu”.
 Faça perguntas aos membros do grupo, indicando assim que você
precisa de sua ajuda e apoio.
 Dê aos membros do grupo a liberdade de exprimirem idéias e opiniões
diferentes.
 Aprenda a admitir seus erros na presença do grupo, pedindo desculpas
sinceras.
 Nunca culpe o grupo pelo fracasso da organização.
 Em pequenos grupos, chame as pessoas por seus primeiros nomes.
 Comece e termine com oração.

4) Barreiras à boa comunicação


 Você fala demais (Ec 5.2 e 7) – Este é um problema comum. Muitos
líderes acham que se falarem bastante serão melhor compreendidos.
Dois problemas surgem quando alguém fala demais: o primeiro é o da
memória e o segundo é que o ouvinte facilmente pode ficar enfadado.
 Você não diz o suficiente.
 Sua linguagem é demasiadamente eloqüente.
 Fazer observações que diminuam as pessoas ou suas idéias.

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 Você costuma exagerar (aumentar, generalizar, distorcer dados).
 Você abusa da autoridade.

5) O que faz as pessoas ouvirem o líder


 Quando ele sempre é honesto.
 Quando ele sabe guardar segredos.
 Quando aceita as pessoas.
 Quando demonstra amor

5) A LEI DA HABILIDADE
Que tipo de líderes precisamos para a Igreja dos nossos dias? Jesus está
edificando a sua Igreja e a Palavra de Deus fala que ele equipou os crentes com vários
tipos de dons. Uma coisa é certa: é impossível liderar, dirigir o povo de Deus sem a graça,
a capacitação do céu. Jamais devemos pensar que conseguiremos liderar sem os dons
espirituais.
A Bíblia alista vários dons e entre eles, os que chamamos de dons da liderança,
descritos em Efésios 4.1: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestre...”.
Neste texto bíblico vemos que Deus dotou os líderes com dons diferentes e
específicos, todos, porém, para aperfeiçoar os crentes. É bom lembrar que a Bíblia não se
restringe em falar apenas destes quatro dons, entretanto, estes são considerados os
“dons da liderança”.
Antes de analisarmos cada um dos dons da liderança, veremos um comentário
escrito pelo Pr. Ed René Kivitz (Outra espiritualidade, Editora Mundo Cristão), falando
acerca dos quatro tipos de pastores que encontramos no movimento evangélico brasileiro,
que penso ser de grande utilidade neste momento do nosso estudo.

1) Pastores-lobos – são os pastores corrompidos. Alguns conscientemente,


outros sinceramente enganados. Mas corrompidos na alma, na mente, no
coração. Corrompidos no entendimento da verdade, da relação com o sagrado
e o divino. Pastores de si mesmos. Homens que se utilizam da fé e do
desespero alheios para alcançar seus próprios objetivos, servir a seus próprios
interesses, implementar sua visão particular, desenvolver seu projeto pessoal
de poder, dinheiro e imoralidade de toda sorte (ou azar). Homens que atuam no
ramo da religião, no segmento evangélico, mas que estão absolutamente
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distantes do Evangelho de Jesus Cristo, distantes de sua mensagem, seu
espírito, seu caráter, seus propósitos, seus valores, seus conteúdos mais
profundos. Oportunistas ou iludidos. Corrompidos do mesmo jeito.

2) Pastores-ovelhas – estes são ovelhas vestidas de pastores. Faltam-lhes o


coração e a alma de pastor. Falta-lhes a paixão. Faltam-lhes as vísceras
pastorais. Receberam o cetro. Receberam o título. Receberam o diploma de
bacharel. No entanto, não receberam a unção. Aquilo vem de baixo. Esta vem
do alto. Não pode ser forjada, manipulada, tomada de assalto. Como se diz
entre as ovelhas, estes são os que seriam bons crentes, mas preferem ser
péssimos pastores.

3) Pastores – Foram chamados pelo Espírito Santo – vocacionados. Ouviram a


voz. O Senhor que chamou foi mais forte do que eles e prevaleceu. Carregam o
estigma de Cristo e sofrem dores de parto pelos seus rebanhos, cumprem em
própria carne o que resta dos sofrimentos de Cristo Jesus em favor da Igreja.
Pesa sobre eles a preocupação por todas as igrejas, e quando alguém se
enfraquece, eles se enfraquecem também. Quando alguém cai em pecado, eles
ficam muito aflitos. Estes são os que servem a Deus com todas as forças da
alma. Jamais seriam realizados e felizes fazendo qualquer outra coisa.

4) Pastores iluminados – não sei se é a melhor maneira de descrever esta gente.


São homens que romperam a linha que nivela os mortais. Pessoas
equacionadas na alma, resolvidas, que vivem no patamar que a Bíblia chama
“plenitude do Espírito”, sendo esta plenitude não uma experiência eventual, mas
um status perene, uma qualidade de ser que se consolidou. A diferença entre
os “iluminados” e os “pastores” é que estes tem um ministério, e aqueles são o
ministério. Os iluminados são diferentes. Eles já sabem o que são. E não estão
mais ocupados ou preocupados em saber o que pensam do que fazem.
Influenciam pela vida, e não pela obra – ou, se preferir, sua vida é a obra, e o
conjunto da obra é maior do que qualquer obra em particular.

Vamos prosseguir e estudar os dons ministeriais que o apóstolo Paulo escreveu


aos Efésios.

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 APÓSTOLO
Jesus não teve apenas doze apóstolos. Será que alguma pessoa nos nossos dias
pode ser apóstolo? A palavra apóstolo significa “enviado”. Como sabemos, muitos outros
homens foram enviados, mesmo nos tempos bíblicos, além dos doze que acompanhavam
Jesus (1Co 15.5-7). Observemos alguns nomes de apóstolos: Paulo (Gl 1.1); Andrônico e
Junias (Rm 16.7); Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19).
Alguns apóstolos foram usados de maneira especial, a fim de escreverem livros do
Novo Testamento. A esses Deus se comunicou de maneira direta. Os seus ensinamentos
se tornaram o alicerce da igreja (Ef 2.20). Hoje em dia não há mais necessidade de doze
apóstolos para andarem com Jesus e, também, as Escrituras já estão completas.

 PROFETA
A palavra profeta significa “falar antes”. Não somente pode referir-se a alguém que
fala sobre alguma coisa antes dela acontecer, mas o seu uso comum, nos dias bíblicos,
podia referir-se a quem falava perante uma multidão (comentário de David Hocking).
Na sociedade antiga de Israel, profeta era um orador público. Os profetas faziam o
papel que agora damos aos pregadores. Na igreja de Antioquia havia tanto profetas como
mestres (At 13.1). Profetas era aqueles que proclamavam a verdade de Deus.

 EVAGELISTA
Somente um homem é chamado diretamente de evangelista na Bíblia, Filipe (At
21.8). Ele foi um dos diáconos escolhidos originalmente, no entanto, Deus o conduziu a
um ministério de evangelismo em Samaria (At 8) e em outros lugares, até fixar-se em
Cesaréia.
Filipe pregava Cristo. Compartilhava com muitos o Evangelho, assim como fez com
o Eunuco (At 8). Um evangelista anuncia as Boas Novas. É uma pessoa extrovertida, que
está sempre se comunicando com outros. Sua maior satisfação é falar com as pessoas,
dizer a elas como podem se tornar cristãs. A grande comissão é para todos os cristãos
(Mt 28.19-20), porém, Deus dotou algumas pessoas com o dom de evangelizar.

 PASTORES E MESTRES
O pastor cuida dos crentes como um pastor de ovelhas cuida de seu rebanho,
provendo-lhe alimento e proteção. O apóstolo Paulo coloca as palavras “pastores” e
“mestres” juntas, devido ao fato de que o pastor para alimentar as pessoas precisa ser
mestre na Palavra. Ele também tem a tarefa de ensinar (1Tm 5.17 e Rm 12.7).

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Eugene Peterson escreveu algumas palavras que me fizeram chorar nestes últimos
dias. Creio também ser importante para nosso grupo de estudo.
Os pastores estão abandonando seus postos, desviando-se para a direita e para a
esquerda, com freqüência alarmante. Isso não quer dizer que estejam deixando a igreja e
sendo contratados por alguma empresa. As congregações ainda pagam seus salários, o
nome deles ainda consta do boletim dominical e continuam a subir no púlpito domingo
após domingo. O que estão abandonando é o posto, o chamado. Prostituíram-se após
outros deuses. Aquilo que fazem e alegam ser ministério pastoral não tem a menor
relação com as atitudes dos pastores que fizeram história nos últimos vinte séculos.
Os pastores se transformaram em um grupo de gerentes de lojas, sendo que os
estabelecimentos comerciais que dirigem são as igrejas. As preocupações são as
mesmas dos gerentes: como manter os clientes felizes, como atraí-los para que não
corram para a loja concorrente, como embalar os produtos de forma que os consumidores
gastem mais dinheiro com eles. Alguns pastores são ótimos gerentes, atraindo muitos
consumidores, levantando grandes somas em dinheiro e desenvolvendo excelente
reputação. Ainda assim, o que fazem é gerenciar uma loja. Religiosa, mas, de toda forma,
uma loja. Esses empreendedores tem a mente ocupada por estratégias semelhantes às
de franquias de fast food e, quando dormem, sonham com sucesso que atraia a atenção
da mídia.

 OUTROS DONS DE LIDERANÇA


Os quatro dons acima compõem o que se chama “dons da liderança” ou “dons
ministeriais”. Assim como os outros dons, são fundamentais para a edificação e
aperfeiçoamento dos crentes. Por isso, vamos analisar outros dois dons que são
importantes no desenvolvimento de uma equipe de liderança.

 PRESIDÊNCIA (Rm 12.8)


Lemos em Romanos 12.8 que Paulo identificou um líder com estas palavras: “o que
preside, com diligência”. O verbo presidir, no original grego, deriva de duas palavras: “ficar
de pé” e “perante”. Este vocábulo é usado oito vezes no Novo Testamento.
No Novo Testamento, presidir refere-se ao pai de uma família (1Tm 3.4, 12), aos
bispos ou pastores (1Tm 3.5), aos diáconos (1Tm 3.12), aos anciãos (1Tm 5.17) e aos
crentes que buscam satisfazer às necessidades alheias e praticam boas obras (Tt 3.8,
14).

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Esse dom poderia ser chamado de liderança e algumas características aparecem
neste dom:
1) Aparece na vida doméstica das pessoas (1Tm 3.4, 5 e 12).
2) Possui o desejo de ajudar (Tt 3.8, 14).
3) Cuidado com as pessoas (1Tm 3.5 e Lc 10.34-35).

 GOVERNOS (1Co 12.28)


A palavra “governos” que corresponde a idéia de “administração” em outras
traduções é usada por três vezes no Novo Testamento, além de várias vezes no Antigo
Testamento grego. O sentido desta palavra, no original grego, é “pilotar”.
Administração é algo que assusta muita gente. É um trabalho pelo qual poucos
agradecem e que raramente é apreciado. Mas é algo que precisa ser feito. Uma pessoa
dotada com o dom da administração ajuda a estabelecer o curso, tomar decisões,
responsabilidades, etc.
Estes dois últimos dons espirituais fazem muita diferença em uma equipe de
liderança. Esta equipe bem estruturada, onde as pessoas podem fluir com seus dons,
certamente alcançará o êxito e o objetivo mais fácil. Lembrando sempre que o objetivo é a
edificação dos cristãos.

6) A LEI DA MOTIVAÇÃO
A motivação também é um tópico vital na liderança. Atualmente, as pessoas
questionam a sabedoria das decisões dos seus líderes, por haverem sido mal
impressionadas pelos motivos errados dos líderes antigos. Assim, ouvimos comentários
como: “Ele só visa seus próprios interesses”. Ou: “Todos eles são iguais. Ninguém pode
confiar neles”. E quando alguém parece alcançar sucesso, as pessoas criticam como
segue: “Se você realmente o conhecesse, saberia porque ele está agindo deste modo”.
Sim, a todo momento os motivos das pessoas são colocados à prova.
Há três áreas nas quais um líder espiritual deve ser especialmente cauteloso
quanto aos seus próprios motivos. Em cada uma dessas áreas há algum motivo impróprio
que pode destruir a eficácia de um líder espiritual.

 ORGULHO
O orgulho está vinculado a títulos retumbantes e a ofícios fantasiosos. O orgulho
cobiça o reconhecimento público e buscar se exibir aos olhos alheios. A sede de posição

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cega os olhos para os sentimentos das pessoas ao nosso redor ou que estamos
liderando.
Muitos líderes encaram a autoridade como um título ou como a descrição de uma
ocupação, ao invés de ser considerada como uma responsabilidade que somente Deus
pode ajudar a pessoa a cumprir. Jesus ilustrou este problema em suas observações a
respeito dos escribas e fariseus (Mt 23.6-12).
Três motivos básicos explicam o desejo que um líder possa ter por posições: 1) O
desejo de uma autoridade máxima; 2) O desejo de dominar; 3) O desejo de ser admirado.
Qual é a solução para esse problema de liderança, o qual todo somos tentados? A
resposta é uma só: HUMILDADE. Avaliar-se à luz da aprovação e dos possíveis elogios
divinos; tornar-se um servo de todos. Essa é a única solução. Rejeitar todas as
muletas artificiais e superficiais, as pequenas bengalas sobre as quais nos apoiamos
para provar quão importante somos. Afaste-se dos motivos inadequados.
As decisões de um líder afeta a vida das pessoas (ler Mc 10.42-45). David Hocking
disse: “O melhor líder é aquele dotado do coração de um servo. Ele não exibe
parcialidade, mas aprende a ser escravo de todos”.

 DINHEIRO
O dinheiro não é pecaminoso por si mesmo, mas o amor ao dinheiro é um pecado
(1Tm 6.10). Ninguém é espiritual somente porque é pobre. Mas o dinheiro é um mero
instrumento, e não um mestre que nos deva controlar (Mt 6.24). O desejo de ficar rico
pode ser a causa de muitos outros problemas.
Diante disso, duas perguntas precisam ser feitas:

1) Sou líder porque estou sendo pago?


Quando a razão que temos para fazer o que fazemos é que estamos sendo pagos,
ou porque se trata de um requisito que afeta o nosso salário, então a liderança está
debilitada. Alguns pastores avaliam a igreja que vão pastorear pelo salário que lhes
prometem.
As igrejas e organizações cristãs precisam cuidar dos arranjos financeiros dos
líderes e pastores que servem no dia a dia. Os líderes não podem ser amordaçados ou
impedidos em seu trabalho por falta de sustento financeiro. Por outro lado, os líderes não
podem fazer o que fazem por causa do dinheiro que poderiam receber. Devemos fazer
tudo como para o Senhor. Somente ele é digno de controlar os nossos motivos.

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2) Estou liderando porque quero ficar rico?
Muitos líderes em nossos dias fazem o que fazem por causa do desejo de obter
ganho financeiro. Para eles, o dinheiro é o motivo número um. É muito difícil respeitar
uma pessoa como líder espiritual, e muito menos reagir a ela, quando o motivo
impulsionador dela é o dinheiro.

 FAMA
A fama sobe ao coração do líder que se deixa impressionar pelas suas próprias
realizações. Um líder perturbado por este problema guarda recorte de jornais que falam a
seu respeito, preocupa-se com apresentações pessoais e com longas listas de honrarias.
Avalia a sua eficiência através de quem sabe alguma coisa a seu respeito.
Alguns crentes desejam fama, pois desejam o reconhecimento de outras pessoas.
Querem ser bem conhecidos e aparecer para outros. Uma solução para este problema
chama-se abnegação. Temos que ter a disposição de não chamar a atenção de ninguém
para que só Jesus chame a atenção das pessoas. Em 1Co 1.29, 31 e Jo 3.30
encontramos severas advertências sobre as reais motivações de um líder.

REQUISITOS PARA UMA BOA LIDERANÇA NO EXEMPLO DE GIDEÃO (Livro


de Juízes, capítulos 6, 7 e 8)

“Homem nenhum consegue ir além das limitações do seu próprio caráter” (John
Morley).

O livro de Juízes narra à situação de Israel de uma maneira bem complicada. No


tempo de Gideão, por exemplo, Israel estava sendo saqueado. Foram sete anos de
opressão nas mãos dos midianitas, até o Senhor levantar Gideão para libertá-los.
A situação era caótica. Sempre que plantavam, vinham os adversários e destruíam
tudo. Quando o povo se voltou novamente para Deus, o Senhor levantou Gideão. Como
juiz, Gideão desenvolveu uma liderança com algumas características importantes, e que
serve de modelo para nós, ainda nos dias de hoje. Vamos analisá-las.

1) Poderoso guerreiro (Jz 6.11-12)


 Deus chamou Gideão de “poderoso guerreiro” devido ao esforço e dedicação
que ele estava tendo, diante daquela situação adversa. Enquanto os israelitas estavam
com medo, Gideão estava confinado num tanque, preparando e escondendo o trigo.

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 Gideão não deixou o inimigo roubar a sua colheita. Ele estava atento e
confinado, porém, fazendo a coisa correta. Ele tinha discernido o inimigo e estava
vigilante, assim como Jesus ensinou no NT. Por isso, enquanto o povo de Israel estava
passando fome, Gideão comia bolo de fubá.

 Outra característica importante é que Gideão estava ocupado. Deus usa


homens com mãos ocupadas. Esta é a marca daqueles que são chamados por Deus para
servi-lo e edificar a Igreja. Aliás, a Bíblia fala do chamado de outros líderes, sempre
destacando a questão da dedicação e ocupação (Noé, Abraão, Davi, Pedro e André, João
e Tiago, Mateus e assim por diante).

2) Humildade (Jz 6.13 e 15)


 Apesar de Deus ter chamado Gideão de “poderoso guerreiro”, homem
dedicado, Gideão não se considerava digno ou capaz de realizar uma obra de tamanha
grandeza que era libertar Israel. Ele reconheceu suas limitações. Foi humilde, não se
estribou no seu próprio entendimento e nem foi na sua própria força.
 Duas coisas podem acontecer quando reconhecemos nossas limitações: 1)
Mergulhar numa crise de inferioridade; 2) Pular no trampolim para depender totalmente de
Deus. Gideão escolheu a segunda alternativa e foi vitorioso.
 A posição humilde de Gideão também o fez recordar os grandes feitos de Deus.
Ele não queria fazer nada com suas próprias forças. Ele desejava liderar com base nas
maravilhas do Senhor. Ele não se atraveu entrar numa batalha sem o Senhor dos
Exércitos. Ele sabia que o problema de Israel não era a presença dos inimigos, mas sim a
ausência de Deus.
 Alguns textos importantes: Tg 4.6 “...Deus resiste aos soberbos; dá, porém,
graça aos humildes...”. Tg 4.10 “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará”.
Humildade envolve quebrantamento, sujeitar-se a Deus e crucificar toda estrutura de
orgulho. Quando nos humilhamos, a graça de Deus jorra e inunda a nossa vida. Agora,
tudo o que peca contra a humildade, nos conduz a uma vida estéril e desfavorável.
 Muitas vezes, humildade é interpretada de uma maneira errônea entre os
cristãos. Humildade não é pobreza ou falta de recursos. Ser humilde é, apesar de ter
recursos ou condições, não considerar nada disto e, reconhecer que diante do Senhor
somos incapazes, fracos, etc. É uma entrega, uma rendição, um reconhecimento da
dependência total de Deus.

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3) Adoração (Jz 6.18-21)
 Quando Gideão percebeu que a visita que estava recebendo era do Anjo do
Senhor, insistiu para oferecer uma oferta, adora-lo. Ele não queria perder a oportunidade
de adorar a Deus, independente da situação que ocorria.
 Temos que aprender isto. Quantas vezes vamos ao culto e perdemos a
oportunidade de adorar porque estamos preocupados com outras coisas. Em primeiro
lugar, o culto é para Deus. Não podemos perder a oportunidade de adorá-lo em espírito e
em verdade.

4) Ajuste Familiar (Jz 6.25-27)


 Gideão era o instrumento de Deus para trazer o avivamento ao povo.
Entretanto, qualquer avivamento que produza fruto, mudanças e restauração, precisa
começar na/pela família. Ele levantou um altar de paz em sua casa e, intercessoriamente,
trouxe a presença de Deus de novo para o lar.
 A primeira coisa que Deus mandou Gideão fazer foi derrubar os altares que
eram do seu pai. Ele precisava começar por sua própria casa. Está comprovado que o
desajuste de um povo, de uma cidade, deve-se, inicialmente, pela desestrutura familiar.
Israel estava passando por aquela crise porque as famílias se desajustaram, se
desviaram do Senhor e dos princípios bíblicos que Ele deixou para as famílias.
 Primeiro ele tomou o boi de seu pai, consagrando seus negócios e sua
prosperidade para Deus. Tirou das mãos de Baal a sua herança. Em segundo lugar
Gideão derrubou o altar de Baal, ou seja, através do seu arrependimento, Deus estava
purificando a cobertura espiritual de sua família. Gideão fechou as brechas dadas pelos
seus pais. Sua casa não estava mais sob o manto de Baal, mas sim, sob o sangue do
cordeiro. Com isto, ele consertou o telhado espiritual da família.

5) Intimidade com Deus (Jz 6.36-40 / 7.4)


 Estes versos mostram a grande intimidade que Gideão tinha com Deus. Aliás,
outros líderes como Abraão, Noé, Moisés e até Paulo, demonstram esta importante
característica.
 Gideão não fez nada sem o conselho do Senhor. Nestas “conversas” que teve
com o Todo-Poderoso, o guerreiro valente foi desenvolvendo seu plano de conquista e
restauração de Israel. A intimidade do líder com Deus faz toda diferença.

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 A prudência de Gideão o fez conhecer a vontade de Deus. O guerreiro andou
na dependência de Deus. Não caiu no laço da presunção e do orgulho. Buscou
diligentemente a vontade do Senhor. Negou-se a si mesmo em prol da vontade de Deus.
 A intimidade com Deus nos dá a certeza dá vitória. Gideão conversou com
Deus e através de uma direção Celestial, o grande guerreiro teve a certeza de que o
Senhor já lhes tinha garantido a vitória (Jz 7.9-15).

6) Aliança / Unidade (Jz 7.1-7)


 A Bíblia diz que eles acamparam num lugar chamado Harode. “Harode”
significa “tremedeira” e está diretamente ligado ao sentimento que os homens de Gideão
estavam. Eles estavam com medo, tremendo, por isso Deus mandou Gideão fazer o teste
de “beber água” e reduziu o exército do líder da restauração.
 Neste texto existe um importante princípio para a Igreja, para um ministério.
Não se pode ficar com aqueles que não estão em unidade, em aliança. O resumo deste
trecho é exatamente isto. Deus estava tirando aqueles que não tinham aliança, estavam
com medo e poderiam contaminar e desmoralizar os outros soldados (Dt 20.8).
 Precisamos aprender sobre esta unidade. Este princípio de aliança é
fundamental para alcançarmos à vitória. Sem aliança, sem unidade, nenhuma batalha é
vencida, pelo contrário somos facilmente derrotados.

7) Fortaleza de Orgulho e Prosperidade (Jz 8.22-27)


 O único erro de liderança que Gideão nos deixou foi o da fortaleza do orgulho,
da prosperidade, da segurança. Depois das grandes vitórias que obteve, Gideão fez uma
espécie de manto sacerdotal de ouro que veio a corromper o povo e levá-los à idolatria
novamente.
 Este problema tem acontecido muito em nossos dias. No início de uma Igreja
tudo é difícil, pequeno. Depois que cresce um pouco, os olhos das pessoas começam a
crescer. O orgulho sobe ao coração e cria uma fortaleza. É neste momento que o
princípio de aliança e unidade é quebrado, e as pessoas começam a idolatrar a estrutura,
perdem a direção de Deus. Começa a disputa por cargos, títulos, etc. Deus deixa de
reinar e as pessoas começam a querer governar (Jz 8.23).

“Você alcançou excelência como líder quando as pessoas o seguem aonde


você for, mesmo que por mera curiosidade” (Colin Powell)”.

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LIÇÕES DA LIDERANÇA NO EXEMPLO DE NEEMIAS (Neemias 2.1-20; 4.7-10, 19-20)

“O líder é aquele que vê mais do que os outros, que vê mais longe do


que os outros, que vê antes dos outros” (Leroy Eims).

O livro de Neemias nos dá belos exemplos de liderança. As qualificações desse


homem de Deus, reformador no V século AC., em Jerusalém, representam, sem dúvida,
algo como que padrão ideal que poderia ser buscado pelas nossas lideranças nos dias
atuais. A partir dos trechos indicados, alistamos algumas de suas qualificações, para a
nossa reflexão.
1) Sensibilidade

2) Paixão (vv. 1-3)

3) Entusiasmo

4) Dependência Divina (v. 4)

5) Planejamento (vv. 5-6)

6) Objetivos definidos (vv. 7-8)

7) Reconhecimento de que Deus age (v. 8b)

8) Diligência (vv. 12-15)

9) Capacidade de comando (v. 17)

10) Fé (v. 20)

11) Oração (3.4 e 9)

12) Inspeção (v. 14)

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13) Congrassamento e união (vv. 19-20)

Que o Deus de Neemias nos faça líderes autênticos em nossa geração, e que a
tocha que recebemos, passemo-la queimando, à geração seguinte, para a glória do
Senhor Jesus Cristo.

“Não é a posição que faz o líder, é o líder que faz a posição” (Stanley Huffty).

OS TRÊS COMPONENTES DA VITÓRIA

Nos dois exemplos de liderança que analisamos podemos extrair três componentes
que levaram estes lideres a vitória. Quer você esteja analisando uma equipe esportiva,
um exército, uma empresa ou uma Igreja, a vitória só é possível se houver a conjunção de
três fatores:

1) Unidade de plano

 As equipes só alcançam sucesso quando os jogadores tem o mesmo


plano em mente, independentemente de talentos e do potencial. A equipe não conquista o
campeonato se os seus jogadores tem interesses diferentes. Isso vale para os esportes
profissionais. Vale para o mundo dos negócios. Vale para as Igrejas.
 Tanto com Neemias como com Gideão vemos a unidade como elemento
fundamental para a vitória. Na Igreja, especialmente, a unidade é indispensável para a
vitória. Se os líderes e as pessoas procuram seus interesses pessoais e não os do grupo,
a vitória estará comprometida.

2) Diversidade de dons
 Gideão e Neemias se utilizaram dos diversos dons que as pessoas
possuíam. Não existe um time de futebol que tenha apenas zagueiros. Não faz sentido.
Da mesma forma, numa igreja, cada pessoa precisa fluir de acordo com os seus dons.

3) Potencial das pessoas

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 A unidade e os dons não fazem nada sozinhos. Precisam ser motivados.
Precisam ser extraídos. É necessário que as pessoas possam agir com todo o seu
potencial a fim de que se alcance o sucesso.

 Neemias conseguiu extrair todo potencial das pessoas que o ajudaram


na reconstrução dos muros de Jerusalém. Em contra-partida, Gideão também foi instruído
por Deus a levar um exército que daria todo o seu potencial.

“Liderança significa dar o exemplo. Quando você se encontra em posição


de liderança, as pessoas imitam os seus atos” (Lee Iacocca)

LIDERANÇA QUE RESISTE ÀS PRESSÕES E AOS CONFLITOS


Aprendendo com a liderança de José no Egito

“Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. Mas os filhos
de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente
se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles”. (Êxodo 1.6-7)

Gênesis 37.2 informa que “esta é a história de Jacó”. Entretanto, o personagem


principal desta seção é José, mencionado duas vezes mais que seu pai nos catorze
capítulos a seguir.
José também é uma ilustração de Jesus Cristo no Antigo Testamento. José é
semelhante a Jesus por ser amado e obediente à vontade de seu pai, rejeitado por seus
próprios irmãos e vendido como escravo, acusado falsamente e castigado injustamente e,
por fim, elevado de um lugar de sofrimento para um trono de poder, salvando, desse
modo, seu povo da morte.
A vida de José foi marcada por crises, pressões e conflitos de todos os lados. Ódio,
inveja, violência, conspiração, indiferença, tentação, dissimulação e traição fizeram parte
da vida deste homem que se tornou um dos maiores líderes até os dias de hoje.
As pressões e os conflitos que José enfrentou são semelhantes aos que
enfrentamos no ministério e na Igreja diariamente. A única diferença é que nem todo
pastor ou líder irá conseguir passar pelos conflitos e pressões e “emergir melhorado, não
amargurado e curado pelo meio da dor” como José conseguiu.

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Gary Preston, autor do livro “O caráter aperfeiçoado pelos conflitos” (Editora Vida)
escreve que durante uma crise terrível na Igreja, seu filho, antes de dormir, orou da
seguinte maneira.

“Deus, ajude o papai a encontrar outra igreja onde possa ser pastor e ajude-o
a não atropelar (com o carro) os membros do conselho”

É verdade que o ministério proporciona muitas alegrias, mas por vezes também
lança os pastores e líderes ao redemoinho dos conflitos. Através da experiência de José,
vamos aprender que há lições que descobrimos em meio aos problemas e, que mesmo
em terra seca, tem água fresca na fenda da rocha.

1) Soube resistir as incompreensões


 José não reagiu as incompreensões de seus pais, irmãos, e até mesmo de
Potifar. Ele soube deixar tudo nas mãos de Deus.
 Este é um grande desafio para nós, pastores e líderes. Não reagir diante das
incompreensões que presenciamos diariamente.

2) Não falou nada que não precisava ser falado


 Um grande perigo do ministério é quando falamos aquilo que não precisava
ser dito.
 José não relatou seus dramas, não falou de seus conflitos e sofrimentos.
Não o encontramos tecendo comentários sobre as incompreensões que
sofreu.
 Tudo o que o líder faz ou fala, emite uma mensagem. José não falou o que
não precisava ser falado.

3) Resistiu bravamente ao desespero e a tentação


 13 anos de angústia no Egito não desesperaram José. Ele não ficou irritado
e nem perdeu o ânimo. Em todos os momentos, sempre continuou
trabalhando com ânimo.
 Mesmo na prisão, a Bíblia diz que José “fazia tudo quanto se devia fazer ali”
(Gn 39.22b).

4) Resistiu à infidelidade

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 José resistiu à infidelidade de seus irmãos, da mulher de Potifar e do chefe
dos copeiros que não se lembrou dele depois de interpretar seu sonho (Gn
40.23).
 Mesmo diante de tantas infidelidades, José permaneceu fiel aos seus
sonhos e visões. Como Paulo, não foi desobediente à visão celestial. “...não
fui desobediente à visão celestial”(At 26.19 – NVI).

5) Resistiu à vingança e soube perdoar


 Quando tinha tudo para se vingar de seus irmãos, José resistiu e perdoou a
todos (Gn 45.14-15). Seu choro foi ouvido até do palácio do faraó (Gn 45.2).
Demorar em perdoar pode levar ao impulso de revidar e utilizar o púlpito
para “acertar as contas” com qualquer ofensor.
 José escolheu o perdão. Viveu 110 anos. Sustentou seus irmãos e suas
famílias e saiu daquele conflito curado e melhorado, em vez de amargurado.

6) Não esqueceu das promessas e dos sonhos que Deus lhe revelou

 Os conflitos e pressões não varreram do coração de José os sonhos e as


promessas de Deus. No fim de sua vida, ele disse:

“Eu morro; porém Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra
para a terraque jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. José fez jurar os filhos de
Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos
daqui. Morreu José da idade de cento e dez anos; embalsamaram-no e o puseram
num caixão no Egito” (Gênesis 50.24-26).

QUALIDADES DA LIDERANÇA DE PAULO

“Um homem não é somente o que ele deve a seus pais, amigos e professores;
ele é também o que Deus o fez, chamando-o para algum ministério particular e
dotando-o de dons naturais e espirituais apropriados” (John Stott, God’s Men,
página 24).

Aonde quer que fosse, Paulo se destacava como um líder fora do comum. Por
exemplo, quando ele e Barnabé saíram para a primeira viagem missionária, a ordem era

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“Barnabé e Saulo”. Não demorou muito, pela pura força de caráter, ele ultrapassou o
colega mais velho, e lemos “Saulo e Barnabé”.
O incidente em Listra mostra Paulo e Barnabé sendo comparados com os deuses
(At 14.11-20). No naufrágio a caminho de Roma, quando parecia inevitável que tudo se
perdesse, foi Paulo quem se levantou heroicamente (At 27.27-44). O preso dava ordens
ao capitão, tamanha era sua liderança e autoridade. No julgamento perante o rei Agripa,
foi o preso quem sentenciou o juiz em vez do juiz sentenciar o preso.
A liderança de Paulo não era perfeita, mas nos proporciona um exemplo
tremendamente estimulante e inspirador do que significa continuar avançando para a
maturidade. Para Paulo o líder era: Despenseiro (1Co 4.2); Administrador (1Co 12.28);
Bispo, isto é, supervisor (At 20.28); Presbítero, o que implica em maturidade na vida cristã
(At 20.17); Presidente (Rm 12.8).
Paulo, em sua liderança dinâmica, deixou impressões em todo o mundo ocidental.
Comentando a influência de Paulo, R. E. O. White disse: “Muito além do que ele próprio
imaginava, ou da compreensão de seus contemporâneos, Paulo gravou seu nome
de modo indelével na história da humanidade como um dos fundadores da Europa
e, na realidade, de todo o mundo Ocidental; porque as coisas que ele escreveu e
defendeu tornaram-se os pressupostos inquestionados de todo o estilo de vida
medieval, sobre os quais se edificou a moderna civilização do Ocidente” (Apostle
Extraordinary, Londres, 1962).
Um dos aspectos admiráveis na liderança de Paulo é que ele não declinava com o
passar dos anos, nem as barras das prisões restringiam a esfera de suas atividades.
Mesmo velho, ele ainda era o modelo e líder de um grupo de jovens dinâmicos.
Examinaremos, a seguir, algumas das qualidades da liderança do apóstolo Paulo.

o CONSIDERAÇÃO (2Co 10.13-16 e Filemon versículo 14)

Paulo era meticuloso em seus relacionamentos, e tratava situações difíceis com


raro tato e consideração. O significado da palavra “tato” é toque, e veio a significar
habilidade no trato com pessoas ou situações delicadas. Paulo era ponderado e sensível
aos direitos e sentimentos alheios.

o CORAGEM (At 20.22-23; 1Co 2.3; 2Tm 1.7; Gl 2.11)

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A prova de coragem de um líder é a sua capacidade de enfrentar fatos e situações
desagradáveis, ou mesmo devastadoras, sem entrar em pânico, e sua disposição tomar
medidas firmes quando necessárias, mesmo que sejam impopulares.

o DETERMINAÇÃO (At 22.8-10)

Vacilação ou indecisão eram elementos estranhos à Paulo. Uma vez seguro dos
fatos, ele passava a uma decisão rápida. Uma vez seguro da vontade de Deus, o líder
eficiente entra em ação, sem levar em conta as conseqüências. “A procrastinação e a
vacilação são fatais à liderança” disse Oswald Sanders.

o ÂNIMO (Fp 4.11; 2Co 4.1, 16; 2Co 7.6)

Paulo especializou-se no ministério do ânimo, consolação ou exortação. Embora


ele fosse tão forte em caráter e fé, não estava isento do desânimo ou da depressão. Ele
atingiu um plano elevado de triunfo no viver cristão, mas isso não aconteceu da noite para
o dia.

o FÉ E VISÃO (At 27.25; 2Co 5.7)

Uma das importantes funções do guia espiritual é comunicar aos que o seguem a
fé e a visão que ele próprio recebeu de Deus. Paulo era, acima de tudo, um homem de fé.
Sua confiança em Cristo era absoluta. Fé e visão eram características notórias em Paulo.
Onde outros viam dificuldades, Paulo via oportunidades (1Co 16.8-9). Paulo também era
otimista. Comentando este trecho, Oswald Sanders disse: “Nenhum pessimista jamais
deu um líder inspirador. O homem que olha tanto para as dificuldades que não
discerne as possibilidades, jamais inspirará a outros”.

o AMIZADE (2Co 12.15)

Como diz o ditado: “Pode se conhecer um homem pelos amigos que ele tem”. A
capacidade de um homem de fazer e manter amizades duradouras será em geral, a
medida de sua capacidade de liderar. Raramente encontramos Paulo sozinho. Harrington
C. Lees, escreveu que “Ele tinha o dom da amizade”. Fica evidente a amizade de Paulo

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com Lucas (o médico amado), Barnabé e Timóteo, sem contar os tantos outros que ele
mesmo cita em suas cartas.

o CAPACIDADE DE OUVIR

O líder que quiser chegar à raiz dos problemas, deve aprender a arte de ouvir. Um
ouvido simpático é um bem valioso. Não é desperdiçado o tempo em que se passa
ouvindo. Ao ler nas entrelinhas, não é difícil perceber que Paulo conhecia o valor de ouvir.
Quando a Igreja de Corinto ia aos trancos e barrancos, os crentes sabiam que teriam em
Paulo um ouvinte. Tanto que sua primeira carta foi em resposta às indagações deles.

o AUTODISCIPLINA (1Co 9.26-27; 2Co 10.4-5; Gl 5.23)

O líder é capaz de conduzir outros porque ele se disciplina. Paulo se impôs uma
rigorosa disciplina. Ele guerreava com seu próprio corpo e com seus próprios
pensamentos. É preciso mais do que força de vontade para manter a mente e o corpo sob
disciplina. O segredo de Paulo é que ele estava cheio do Espírito Santo e o fruto do
domínio próprio era produzido com abundância em sua vida.

o SINCERIDADE E INTEGRIDADE (2Tm 1.3; At 24.16; 2Co 2.17)

Antes mesmo de sua conversão, Paulo já manifestava estas qualidades. Durante


toda a sua vida ele esteve sinceramente ciente de sua integridade, e se esforçava por
mantê-la.

o SABEDORIA ESPIRITUAL (1Co 3.18-19; Cl 3.16; Cl 1.9)

Sabedoria é mais do que conhecimento, mais que mera acumulação de fatos. É


mais do que intelectualidade; é um discernimento celestial. A sabedoria espiritual envolve
o conhecimento de Deus e das complexidades do coração do homem. A sabedoria é a
característica de um dirigente como Paulo, cheio do Espírito Santo.

o ZELO (Rm 12.11)

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A palavra zelo significa fervor. O entusiasmo que borbulha no coração. Ao
examinar as cartas de Paulo vemos que ele tinha uma mente inflamada pela vontade de
Deus, um coração abrasado pelo amor de Deus e uma vontade que ardia de paixão pela
glória de Deus. O Espírito Santo é fornalha central que mantém acesa a chama do nosso
fervor. Em um mundo onde há gente demais disposta a atirar água fria e sabendo que
todos temos uma tendência sutil de esfriar, é preciso buscar o Espírito Santo para manter
o zelo.

TRABALHO

Liderança

Trabalho acadêmico no padrão abnt

com base na apostila e outras leituras e/ou experiência própria, desenvolva o tema:

Qual o impacto de uma boa liderança:


Ministerial:
Eclesiástica:
Secular:

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