Apostila LIDERANÇA 2014
Apostila LIDERANÇA 2014
Apostila LIDERANÇA 2014
PLANO DE CURSO
I – IDENTIFICAÇÃO
Matéria: Curso de liderança Cristã
Carga horária: 2 Créditos
Curso: Teologia (Livre)
Última Revisão: 2º Semestre de 2014
II – EMENTA
Cada dia aumenta a necessidade de estarmos mais bem equipados. Há um
desafio constante colocando à prova a nossa liderança e a nossa
capacidade acadêmica, secular ou Bíblica, por isso é fundamental que o
líder tenha visão, conhecimento, convivência (experiência) e treinamento.
III – OBJETIVO
1. Contextualizar a nossa liderança;
2. Explorar e incentivar a criatividade;
3. Medir e redimensionar a nossa liderança;
4. Ensinar como integrar e entregar responsabilidades a grupos.
2
1) DEFINIÇÃO DOS TERMOS
Líder – “o que ocupa posição proeminente numa sociedade; chefe, guia, condutor”.
Poder – “É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de
sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer”.
Deus sempre dirigiu seu povo pelas mãos de homens e mulheres fiéis (Sl 77.20). O
Senhor escolheu assim e para nós é um privilégio singular cooperar com Ele no cuidado
do seu rebanho (1Co 3.9) e, ao mesmo tempo, um grande desafio.
A Bíblia deixa claro que a trajetória do povo de Deus é marcada por alguns líderes
como Moisés, Débora, Ester, Davi, Elias, Eliseu, Pedro e Paulo, mas também por pessoas
como nós. É por isso que o livro de Atos não termina com a bênção apostólica e o livro de
Hebreus no capítulo 11 é seguido da expressão “nós também”.
No sentido secular, há situações diferentes, em que princípios de liderança são
aplicados de maneira diferente. Porém, na Igreja de Jesus, os princípios de liderança são
aplicados de maneira pela qual o corpo é estrutura e funciona.
Observemos o texto de Mateus 20.20-24. Por causa de uma má compreensão de
liderança, da parte de Tiago e João, a mães dos dois irmãos, desejosos de ter posição e
poder, se aproximou de Jesus e pediu que lhes concedesse posições: “a direita e a
esquerda em Seu reino futuro”. Jesus aproveita a situação para ensinar aos discípulos um
princípio. Dentro deste princípio Cristo apresenta dois modelos de liderança em conflito:
Modelo Secular – Retrata líderes como homens que exercem autoridade sobre os
outros. Jesus afirma que este modelo secular não é mau em si, porém, é errado para o
contexto da Igreja e afirma: “...não é assim entre vós” (Mt 20.26a).
3
Contra Modelo – O contra modelo apresentado por Jesus, apresenta o líder como
servo. Entre os discípulos no Corpo de Cristo, os líderes não estão acima, mas entre;
não governantes, mas escravos; não pessoas que recebem, mas que dão.
2) A LEI DO AMOR
Partindo do texto de 1Coríntios 13, entendemos que a primeira lei da liderança
cristã é o amor. Como os gregos usavam várias palavras para descrever o fenômeno do
amor, é indispensável conhecer exatamente a palavra correta que Jesus e os apóstolos
usaram em todo o Novo Testamento.
Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra AGAPE, um amor
traduzido pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor. Amor não é
como nos sentimos a respeito dos outros, mas como nos comportamos com os outros.
Parafraseando o texto de 1Coríntios 13, o amor ágape é: paciência, bondade,
humildade, respeito, abnegação, perdão, honestidade, compromisso. Percebe-se
que em nenhuma palavra desta lista encontramos sentimentos. Todas são
comportamentos.
4
Esta definição do amor ágape, escrita há mais de dois mil anos atrás, é exatamente
a definição de liderança. Portanto, o texto de 1Coríntios 13 oferece 8 (oito)
comportamentos que o líder baseado em Jesus precisa desenvolver.
1) PACIÊNCIA – o dicionário a define como “mostrar autocontrole em face da
adversidade”. Portanto, paciência é o mesmo que mostrar autocontrole.
5
7) HONESTIDADE – ser livre de engano. A honestidade implica esclarecer as
expectativas das pessoas, tornando-as responsáveis, dispondo-se a transmitir
tanto as más notícias quanto as boas, dando às pessoas um retorno, sendo
firme, previsível e justo. Em suma, nosso comportamento deve ser isento de
engano e dedicado à verdade a todo custo.
AMOR E LIDERANÇA
3) A LEI DO EXEMPLO
O apóstolo Paulo reconhecia a importância do exemplo dado por um líder (Fp 4.9).
Também lemos em Hebreus 13.7: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos
6
pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai
a fé que tiveram”.
Esse também era o método que o nosso Senhor Jesus usava (Mt 3.14). Cristo deu
aos seus discípulos um exemplo para seguirem. A maneira como vive um líder fala tão
alto que nem se pode ouvir o que ele diz. O líder precisa ser obediente à Palavra de Deus
e seguir os exemplos dos líderes da Bíblia.
4) A LEI DA COMUNICAÇÃO
Há quatro maneiras essenciais de nos comunicarmos com os outros: ler, escrever,
falar e ouvir. As estatísticas mostram que na comunicação uma pessoa gasta em média
65% do tempo ouvindo, 25% do tempo falando, 9% lendo e 6% escrevendo. Portanto, a
habilidade mais importante que um líder precisa desenvolver é a de ouvir ativamente.
1) Deus é o primeiro comunicador – O homem aprendeu com Deus como deve
se comunicar, mesmo porque foi Deus quem tomou a iniciativa de comunicar-se
com o homem. Deus também falou com o homem de diversas maneiras (Hb
1.1-2), até que se comunicou de maneira definitiva na pessoa de Jesus Cristo.
7
Nestes dias Deus se comunica com o homem, principalmente, através das
Escrituras.
8
Você costuma exagerar (aumentar, generalizar, distorcer dados).
Você abusa da autoridade.
5) A LEI DA HABILIDADE
Que tipo de líderes precisamos para a Igreja dos nossos dias? Jesus está
edificando a sua Igreja e a Palavra de Deus fala que ele equipou os crentes com vários
tipos de dons. Uma coisa é certa: é impossível liderar, dirigir o povo de Deus sem a graça,
a capacitação do céu. Jamais devemos pensar que conseguiremos liderar sem os dons
espirituais.
A Bíblia alista vários dons e entre eles, os que chamamos de dons da liderança,
descritos em Efésios 4.1: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestre...”.
Neste texto bíblico vemos que Deus dotou os líderes com dons diferentes e
específicos, todos, porém, para aperfeiçoar os crentes. É bom lembrar que a Bíblia não se
restringe em falar apenas destes quatro dons, entretanto, estes são considerados os
“dons da liderança”.
Antes de analisarmos cada um dos dons da liderança, veremos um comentário
escrito pelo Pr. Ed René Kivitz (Outra espiritualidade, Editora Mundo Cristão), falando
acerca dos quatro tipos de pastores que encontramos no movimento evangélico brasileiro,
que penso ser de grande utilidade neste momento do nosso estudo.
10
APÓSTOLO
Jesus não teve apenas doze apóstolos. Será que alguma pessoa nos nossos dias
pode ser apóstolo? A palavra apóstolo significa “enviado”. Como sabemos, muitos outros
homens foram enviados, mesmo nos tempos bíblicos, além dos doze que acompanhavam
Jesus (1Co 15.5-7). Observemos alguns nomes de apóstolos: Paulo (Gl 1.1); Andrônico e
Junias (Rm 16.7); Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19).
Alguns apóstolos foram usados de maneira especial, a fim de escreverem livros do
Novo Testamento. A esses Deus se comunicou de maneira direta. Os seus ensinamentos
se tornaram o alicerce da igreja (Ef 2.20). Hoje em dia não há mais necessidade de doze
apóstolos para andarem com Jesus e, também, as Escrituras já estão completas.
PROFETA
A palavra profeta significa “falar antes”. Não somente pode referir-se a alguém que
fala sobre alguma coisa antes dela acontecer, mas o seu uso comum, nos dias bíblicos,
podia referir-se a quem falava perante uma multidão (comentário de David Hocking).
Na sociedade antiga de Israel, profeta era um orador público. Os profetas faziam o
papel que agora damos aos pregadores. Na igreja de Antioquia havia tanto profetas como
mestres (At 13.1). Profetas era aqueles que proclamavam a verdade de Deus.
EVAGELISTA
Somente um homem é chamado diretamente de evangelista na Bíblia, Filipe (At
21.8). Ele foi um dos diáconos escolhidos originalmente, no entanto, Deus o conduziu a
um ministério de evangelismo em Samaria (At 8) e em outros lugares, até fixar-se em
Cesaréia.
Filipe pregava Cristo. Compartilhava com muitos o Evangelho, assim como fez com
o Eunuco (At 8). Um evangelista anuncia as Boas Novas. É uma pessoa extrovertida, que
está sempre se comunicando com outros. Sua maior satisfação é falar com as pessoas,
dizer a elas como podem se tornar cristãs. A grande comissão é para todos os cristãos
(Mt 28.19-20), porém, Deus dotou algumas pessoas com o dom de evangelizar.
PASTORES E MESTRES
O pastor cuida dos crentes como um pastor de ovelhas cuida de seu rebanho,
provendo-lhe alimento e proteção. O apóstolo Paulo coloca as palavras “pastores” e
“mestres” juntas, devido ao fato de que o pastor para alimentar as pessoas precisa ser
mestre na Palavra. Ele também tem a tarefa de ensinar (1Tm 5.17 e Rm 12.7).
11
Eugene Peterson escreveu algumas palavras que me fizeram chorar nestes últimos
dias. Creio também ser importante para nosso grupo de estudo.
Os pastores estão abandonando seus postos, desviando-se para a direita e para a
esquerda, com freqüência alarmante. Isso não quer dizer que estejam deixando a igreja e
sendo contratados por alguma empresa. As congregações ainda pagam seus salários, o
nome deles ainda consta do boletim dominical e continuam a subir no púlpito domingo
após domingo. O que estão abandonando é o posto, o chamado. Prostituíram-se após
outros deuses. Aquilo que fazem e alegam ser ministério pastoral não tem a menor
relação com as atitudes dos pastores que fizeram história nos últimos vinte séculos.
Os pastores se transformaram em um grupo de gerentes de lojas, sendo que os
estabelecimentos comerciais que dirigem são as igrejas. As preocupações são as
mesmas dos gerentes: como manter os clientes felizes, como atraí-los para que não
corram para a loja concorrente, como embalar os produtos de forma que os consumidores
gastem mais dinheiro com eles. Alguns pastores são ótimos gerentes, atraindo muitos
consumidores, levantando grandes somas em dinheiro e desenvolvendo excelente
reputação. Ainda assim, o que fazem é gerenciar uma loja. Religiosa, mas, de toda forma,
uma loja. Esses empreendedores tem a mente ocupada por estratégias semelhantes às
de franquias de fast food e, quando dormem, sonham com sucesso que atraia a atenção
da mídia.
12
Esse dom poderia ser chamado de liderança e algumas características aparecem
neste dom:
1) Aparece na vida doméstica das pessoas (1Tm 3.4, 5 e 12).
2) Possui o desejo de ajudar (Tt 3.8, 14).
3) Cuidado com as pessoas (1Tm 3.5 e Lc 10.34-35).
6) A LEI DA MOTIVAÇÃO
A motivação também é um tópico vital na liderança. Atualmente, as pessoas
questionam a sabedoria das decisões dos seus líderes, por haverem sido mal
impressionadas pelos motivos errados dos líderes antigos. Assim, ouvimos comentários
como: “Ele só visa seus próprios interesses”. Ou: “Todos eles são iguais. Ninguém pode
confiar neles”. E quando alguém parece alcançar sucesso, as pessoas criticam como
segue: “Se você realmente o conhecesse, saberia porque ele está agindo deste modo”.
Sim, a todo momento os motivos das pessoas são colocados à prova.
Há três áreas nas quais um líder espiritual deve ser especialmente cauteloso
quanto aos seus próprios motivos. Em cada uma dessas áreas há algum motivo impróprio
que pode destruir a eficácia de um líder espiritual.
ORGULHO
O orgulho está vinculado a títulos retumbantes e a ofícios fantasiosos. O orgulho
cobiça o reconhecimento público e buscar se exibir aos olhos alheios. A sede de posição
13
cega os olhos para os sentimentos das pessoas ao nosso redor ou que estamos
liderando.
Muitos líderes encaram a autoridade como um título ou como a descrição de uma
ocupação, ao invés de ser considerada como uma responsabilidade que somente Deus
pode ajudar a pessoa a cumprir. Jesus ilustrou este problema em suas observações a
respeito dos escribas e fariseus (Mt 23.6-12).
Três motivos básicos explicam o desejo que um líder possa ter por posições: 1) O
desejo de uma autoridade máxima; 2) O desejo de dominar; 3) O desejo de ser admirado.
Qual é a solução para esse problema de liderança, o qual todo somos tentados? A
resposta é uma só: HUMILDADE. Avaliar-se à luz da aprovação e dos possíveis elogios
divinos; tornar-se um servo de todos. Essa é a única solução. Rejeitar todas as
muletas artificiais e superficiais, as pequenas bengalas sobre as quais nos apoiamos
para provar quão importante somos. Afaste-se dos motivos inadequados.
As decisões de um líder afeta a vida das pessoas (ler Mc 10.42-45). David Hocking
disse: “O melhor líder é aquele dotado do coração de um servo. Ele não exibe
parcialidade, mas aprende a ser escravo de todos”.
DINHEIRO
O dinheiro não é pecaminoso por si mesmo, mas o amor ao dinheiro é um pecado
(1Tm 6.10). Ninguém é espiritual somente porque é pobre. Mas o dinheiro é um mero
instrumento, e não um mestre que nos deva controlar (Mt 6.24). O desejo de ficar rico
pode ser a causa de muitos outros problemas.
Diante disso, duas perguntas precisam ser feitas:
14
2) Estou liderando porque quero ficar rico?
Muitos líderes em nossos dias fazem o que fazem por causa do desejo de obter
ganho financeiro. Para eles, o dinheiro é o motivo número um. É muito difícil respeitar
uma pessoa como líder espiritual, e muito menos reagir a ela, quando o motivo
impulsionador dela é o dinheiro.
FAMA
A fama sobe ao coração do líder que se deixa impressionar pelas suas próprias
realizações. Um líder perturbado por este problema guarda recorte de jornais que falam a
seu respeito, preocupa-se com apresentações pessoais e com longas listas de honrarias.
Avalia a sua eficiência através de quem sabe alguma coisa a seu respeito.
Alguns crentes desejam fama, pois desejam o reconhecimento de outras pessoas.
Querem ser bem conhecidos e aparecer para outros. Uma solução para este problema
chama-se abnegação. Temos que ter a disposição de não chamar a atenção de ninguém
para que só Jesus chame a atenção das pessoas. Em 1Co 1.29, 31 e Jo 3.30
encontramos severas advertências sobre as reais motivações de um líder.
“Homem nenhum consegue ir além das limitações do seu próprio caráter” (John
Morley).
15
Gideão não deixou o inimigo roubar a sua colheita. Ele estava atento e
confinado, porém, fazendo a coisa correta. Ele tinha discernido o inimigo e estava
vigilante, assim como Jesus ensinou no NT. Por isso, enquanto o povo de Israel estava
passando fome, Gideão comia bolo de fubá.
16
3) Adoração (Jz 6.18-21)
Quando Gideão percebeu que a visita que estava recebendo era do Anjo do
Senhor, insistiu para oferecer uma oferta, adora-lo. Ele não queria perder a oportunidade
de adorar a Deus, independente da situação que ocorria.
Temos que aprender isto. Quantas vezes vamos ao culto e perdemos a
oportunidade de adorar porque estamos preocupados com outras coisas. Em primeiro
lugar, o culto é para Deus. Não podemos perder a oportunidade de adorá-lo em espírito e
em verdade.
17
A prudência de Gideão o fez conhecer a vontade de Deus. O guerreiro andou
na dependência de Deus. Não caiu no laço da presunção e do orgulho. Buscou
diligentemente a vontade do Senhor. Negou-se a si mesmo em prol da vontade de Deus.
A intimidade com Deus nos dá a certeza dá vitória. Gideão conversou com
Deus e através de uma direção Celestial, o grande guerreiro teve a certeza de que o
Senhor já lhes tinha garantido a vitória (Jz 7.9-15).
18
LIÇÕES DA LIDERANÇA NO EXEMPLO DE NEEMIAS (Neemias 2.1-20; 4.7-10, 19-20)
3) Entusiasmo
19
13) Congrassamento e união (vv. 19-20)
Que o Deus de Neemias nos faça líderes autênticos em nossa geração, e que a
tocha que recebemos, passemo-la queimando, à geração seguinte, para a glória do
Senhor Jesus Cristo.
“Não é a posição que faz o líder, é o líder que faz a posição” (Stanley Huffty).
Nos dois exemplos de liderança que analisamos podemos extrair três componentes
que levaram estes lideres a vitória. Quer você esteja analisando uma equipe esportiva,
um exército, uma empresa ou uma Igreja, a vitória só é possível se houver a conjunção de
três fatores:
1) Unidade de plano
2) Diversidade de dons
Gideão e Neemias se utilizaram dos diversos dons que as pessoas
possuíam. Não existe um time de futebol que tenha apenas zagueiros. Não faz sentido.
Da mesma forma, numa igreja, cada pessoa precisa fluir de acordo com os seus dons.
20
A unidade e os dons não fazem nada sozinhos. Precisam ser motivados.
Precisam ser extraídos. É necessário que as pessoas possam agir com todo o seu
potencial a fim de que se alcance o sucesso.
“Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. Mas os filhos
de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente
se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles”. (Êxodo 1.6-7)
21
Gary Preston, autor do livro “O caráter aperfeiçoado pelos conflitos” (Editora Vida)
escreve que durante uma crise terrível na Igreja, seu filho, antes de dormir, orou da
seguinte maneira.
“Deus, ajude o papai a encontrar outra igreja onde possa ser pastor e ajude-o
a não atropelar (com o carro) os membros do conselho”
É verdade que o ministério proporciona muitas alegrias, mas por vezes também
lança os pastores e líderes ao redemoinho dos conflitos. Através da experiência de José,
vamos aprender que há lições que descobrimos em meio aos problemas e, que mesmo
em terra seca, tem água fresca na fenda da rocha.
4) Resistiu à infidelidade
22
José resistiu à infidelidade de seus irmãos, da mulher de Potifar e do chefe
dos copeiros que não se lembrou dele depois de interpretar seu sonho (Gn
40.23).
Mesmo diante de tantas infidelidades, José permaneceu fiel aos seus
sonhos e visões. Como Paulo, não foi desobediente à visão celestial. “...não
fui desobediente à visão celestial”(At 26.19 – NVI).
6) Não esqueceu das promessas e dos sonhos que Deus lhe revelou
“Eu morro; porém Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra
para a terraque jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. José fez jurar os filhos de
Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos
daqui. Morreu José da idade de cento e dez anos; embalsamaram-no e o puseram
num caixão no Egito” (Gênesis 50.24-26).
“Um homem não é somente o que ele deve a seus pais, amigos e professores;
ele é também o que Deus o fez, chamando-o para algum ministério particular e
dotando-o de dons naturais e espirituais apropriados” (John Stott, God’s Men,
página 24).
Aonde quer que fosse, Paulo se destacava como um líder fora do comum. Por
exemplo, quando ele e Barnabé saíram para a primeira viagem missionária, a ordem era
23
“Barnabé e Saulo”. Não demorou muito, pela pura força de caráter, ele ultrapassou o
colega mais velho, e lemos “Saulo e Barnabé”.
O incidente em Listra mostra Paulo e Barnabé sendo comparados com os deuses
(At 14.11-20). No naufrágio a caminho de Roma, quando parecia inevitável que tudo se
perdesse, foi Paulo quem se levantou heroicamente (At 27.27-44). O preso dava ordens
ao capitão, tamanha era sua liderança e autoridade. No julgamento perante o rei Agripa,
foi o preso quem sentenciou o juiz em vez do juiz sentenciar o preso.
A liderança de Paulo não era perfeita, mas nos proporciona um exemplo
tremendamente estimulante e inspirador do que significa continuar avançando para a
maturidade. Para Paulo o líder era: Despenseiro (1Co 4.2); Administrador (1Co 12.28);
Bispo, isto é, supervisor (At 20.28); Presbítero, o que implica em maturidade na vida cristã
(At 20.17); Presidente (Rm 12.8).
Paulo, em sua liderança dinâmica, deixou impressões em todo o mundo ocidental.
Comentando a influência de Paulo, R. E. O. White disse: “Muito além do que ele próprio
imaginava, ou da compreensão de seus contemporâneos, Paulo gravou seu nome
de modo indelével na história da humanidade como um dos fundadores da Europa
e, na realidade, de todo o mundo Ocidental; porque as coisas que ele escreveu e
defendeu tornaram-se os pressupostos inquestionados de todo o estilo de vida
medieval, sobre os quais se edificou a moderna civilização do Ocidente” (Apostle
Extraordinary, Londres, 1962).
Um dos aspectos admiráveis na liderança de Paulo é que ele não declinava com o
passar dos anos, nem as barras das prisões restringiam a esfera de suas atividades.
Mesmo velho, ele ainda era o modelo e líder de um grupo de jovens dinâmicos.
Examinaremos, a seguir, algumas das qualidades da liderança do apóstolo Paulo.
24
A prova de coragem de um líder é a sua capacidade de enfrentar fatos e situações
desagradáveis, ou mesmo devastadoras, sem entrar em pânico, e sua disposição tomar
medidas firmes quando necessárias, mesmo que sejam impopulares.
Vacilação ou indecisão eram elementos estranhos à Paulo. Uma vez seguro dos
fatos, ele passava a uma decisão rápida. Uma vez seguro da vontade de Deus, o líder
eficiente entra em ação, sem levar em conta as conseqüências. “A procrastinação e a
vacilação são fatais à liderança” disse Oswald Sanders.
Uma das importantes funções do guia espiritual é comunicar aos que o seguem a
fé e a visão que ele próprio recebeu de Deus. Paulo era, acima de tudo, um homem de fé.
Sua confiança em Cristo era absoluta. Fé e visão eram características notórias em Paulo.
Onde outros viam dificuldades, Paulo via oportunidades (1Co 16.8-9). Paulo também era
otimista. Comentando este trecho, Oswald Sanders disse: “Nenhum pessimista jamais
deu um líder inspirador. O homem que olha tanto para as dificuldades que não
discerne as possibilidades, jamais inspirará a outros”.
Como diz o ditado: “Pode se conhecer um homem pelos amigos que ele tem”. A
capacidade de um homem de fazer e manter amizades duradouras será em geral, a
medida de sua capacidade de liderar. Raramente encontramos Paulo sozinho. Harrington
C. Lees, escreveu que “Ele tinha o dom da amizade”. Fica evidente a amizade de Paulo
25
com Lucas (o médico amado), Barnabé e Timóteo, sem contar os tantos outros que ele
mesmo cita em suas cartas.
o CAPACIDADE DE OUVIR
O líder que quiser chegar à raiz dos problemas, deve aprender a arte de ouvir. Um
ouvido simpático é um bem valioso. Não é desperdiçado o tempo em que se passa
ouvindo. Ao ler nas entrelinhas, não é difícil perceber que Paulo conhecia o valor de ouvir.
Quando a Igreja de Corinto ia aos trancos e barrancos, os crentes sabiam que teriam em
Paulo um ouvinte. Tanto que sua primeira carta foi em resposta às indagações deles.
O líder é capaz de conduzir outros porque ele se disciplina. Paulo se impôs uma
rigorosa disciplina. Ele guerreava com seu próprio corpo e com seus próprios
pensamentos. É preciso mais do que força de vontade para manter a mente e o corpo sob
disciplina. O segredo de Paulo é que ele estava cheio do Espírito Santo e o fruto do
domínio próprio era produzido com abundância em sua vida.
26
A palavra zelo significa fervor. O entusiasmo que borbulha no coração. Ao
examinar as cartas de Paulo vemos que ele tinha uma mente inflamada pela vontade de
Deus, um coração abrasado pelo amor de Deus e uma vontade que ardia de paixão pela
glória de Deus. O Espírito Santo é fornalha central que mantém acesa a chama do nosso
fervor. Em um mundo onde há gente demais disposta a atirar água fria e sabendo que
todos temos uma tendência sutil de esfriar, é preciso buscar o Espírito Santo para manter
o zelo.
TRABALHO
Liderança
com base na apostila e outras leituras e/ou experiência própria, desenvolva o tema:
27