Processos Basicos Fabricacao Mecanica

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UNIDADE CURRICULAR

PROCESSOS
BÁSICOS DE
FABRICAÇÃO
MECÂNICA
UNIDADE CURRICULAR

PROCESSOS
BÁSICOS DE
FABRICAÇÃO
MECÂNICA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

Robson Braga de Andrade


Presidente do Conselho Nacional

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
UNIDADE CURRICULAR

PROCESSOS
BÁSICOS DE
FABRICAÇÃO
MECÂNICA
© 2021. SENAI – Departamento Nacional

© 2021. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia,
de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe de Educação a Distância do SENAI de Santa Catarina, com a
coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais
do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica - UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação

FICHA CATALOGRÁFICA

S491p
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Processos básicos de fabricação mecânica / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :
SENAI/DN, 2021.
225 p. il. (Série Metalmecânica - Mecânica).

ISBN

1. Fabricação mecânica. 2. Torneamento. 3. Fresadoras. 4. Fabricação


mecânica - Segurança do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.

CDU: 621.8
_____________________________________________________________________________

SENAI Sede
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício
Departamento Nacional Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF •
Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 •
http://www.senai.br
SUMÁRIO
Ajustagem - UE1......................................................................................................................... 15
Contexto!.......................................................................................................................... 16
Problematizando............................................................................................................. 17
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 17
Trocando Ideias!.............................................................................................................. 19
Solução do Problematizando......................................................................................... 23
Agora é com você!........................................................................................................... 24

Ajustagem: Afiação de Ferramentas - UE2............................................................................ 27


Contexto!.......................................................................................................................... 30
Problematizando............................................................................................................. 31
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 31
Solução do Problematizando......................................................................................... 32
Agora é com você!........................................................................................................... 34

Furação - UE1.............................................................................................................................. 37
Contexto!.......................................................................................................................... 39
Problematizando............................................................................................................. 40
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 40
Solução do Problematizando......................................................................................... 44
Agora é com você!........................................................................................................... 44

Torneamento - UE1.................................................................................................................... 47
Contexto!.......................................................................................................................... 49
Problematizando............................................................................................................. 51
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 51
Historiando!..................................................................................................................... 53
Solução do Problematizando......................................................................................... 60
Agora é com você!........................................................................................................... 62

Torneamento Cônico - UE2...................................................................................................... 65


Contexto!.......................................................................................................................... 67
Problematizando............................................................................................................. 69
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 69
Fique de olho!.................................................................................................................. 71
Você sabia?!...................................................................................................................... 73
Solução do Problematizando......................................................................................... 74
Agora é com você!........................................................................................................... 75
Torneamento: Acessórios - UE3.............................................................................................. 77
Contexto!.......................................................................................................................... 79
Problematizando............................................................................................................. 81
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 81
Como aplico?.................................................................................................................... 85
Historiando!..................................................................................................................... 85
Solução do Problematizando......................................................................................... 88
Agora é com você!........................................................................................................... 89

Torneamento de Rosca - UE4................................................................................................... 91


Contexto!.......................................................................................................................... 93
Problematizando............................................................................................................. 95
Conhecimento em pauta!............................................................................................... 95
Fique por dentro!............................................................................................................ 97
Fique por dentro!............................................................................................................ 99
Fique de olho!................................................................................................................100
Solução do Problematizando.......................................................................................102
Agora é com você!.........................................................................................................103

Fresamento - UE1.....................................................................................................................105
Contexto!........................................................................................................................107
Solução do Problematizando.......................................................................................109
Conhecimento em pauta!.............................................................................................109
Solução do Problematizando.......................................................................................115
Agora é com você!.........................................................................................................116

Fresamento: Fixação de Peças Irregulares - UE2...............................................................119


Contexto!........................................................................................................................121
Problematizando...........................................................................................................123
Conhecimento em pauta!.............................................................................................123
Solução do Problematizando.......................................................................................128
Agora é com você!.........................................................................................................129

Fresamento: Desgaste da Ferramenta - UE3......................................................................131


Contexto!........................................................................................................................133
Problematizando...........................................................................................................134
Conhecimento em pauta!.............................................................................................134
Fique de olho!................................................................................................................136
Fique por dentro!..........................................................................................................138
Solução do Problematizando.......................................................................................141
Agora é com você!.........................................................................................................143
Fresamento: Aparelho Divisor - UE4....................................................................................145
Contexto!........................................................................................................................147
Problematizando...........................................................................................................149
Conhecimento em pauta!.............................................................................................149
Trocando Ideias!............................................................................................................153
Trocando Ideias!............................................................................................................157
Solução do Problematizando.......................................................................................158
Agora é com você!.........................................................................................................158

Máquinas, Equipamentos, Ferramentas e Instrumentos - UE1......................................161


Contexto!........................................................................................................................163
Problematizando...........................................................................................................165
Conhecimento em pauta!.............................................................................................165
Solução do Problematizando.......................................................................................170
Agora é com você!.........................................................................................................171

Organização do Ambiente de Trabalho - UE1.....................................................................173


Contexto!........................................................................................................................175
Problematizando...........................................................................................................177
Conhecimento em pauta!.............................................................................................177
Solução do Problematizando.......................................................................................180
Agora é com você!.........................................................................................................181

Princípios de Organização no Ambiente de Trabalho: Pontualidade - UE1..................185


Contexto!........................................................................................................................187
Problematizando...........................................................................................................189
Conhecimento em pauta!.............................................................................................189
Solução do Problematizando.......................................................................................192
Agora é com você!.........................................................................................................193

Organização e Disciplina Pessoal - UE1...............................................................................197


Contexto!........................................................................................................................199
Problematizando...........................................................................................................201
Conhecimento em pauta!.............................................................................................201
Solução do Problematizando.......................................................................................202
Agora é com você!.........................................................................................................203
Organização de Ambientes de Trabalho - UE1...................................................................205
Contexto!........................................................................................................................207
Problematizando...........................................................................................................208
Conhecimento em pauta!.............................................................................................208
Fique de olho!................................................................................................................209
Solução do Problematizando.......................................................................................212
Agora é com você!.........................................................................................................213

Importância dos EPIS e EPCS - UE1.......................................................................................217


Contexto!........................................................................................................................219
Problematizando...........................................................................................................220
Conhecimento em pauta!.............................................................................................220
Trocando Ideias!............................................................................................................222
Solução do Problematizando.......................................................................................223
Agora é com você!.........................................................................................................224
Unidade de Estudo
01

AJUSTAGEM

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Na Metaltech, Ana e Décio precisam usinar uma


peça prismática retangular com um furo roscado.
Porém, a fresadora não estava funcionando.

AMARILDO
TÉCNICO

ANA
TÉCNICA

E agora, o que
a gente faz?

DÉCIO
TÉCNICO

Qual o procedimento mais indicado, Vou te dar duas dicas: DÉCIO

agora que não temos uma fresadora Lembre-se de que essa é uma
ANA TÉCNICO
TÉCNICA

para fazer a usinagem? peça de precisão e, por isso,


ela deve estar em esquadro.

Veja... é uma peça


de aço 1045.

DÉCIO
TÉCNICO

ANA
TÉCNICA

Bancada de
ajustagem
Além da fresadora
quebrada, a metalúrgica
dispõe de alguns recursos:
Lima superfícies planas, paralela,
perpendiculares e outras
DÉCIO
TÉCNICO

Máquina
Bancada de
ajustagem
Além da fresadora

Contexto! quebrada, a metalúrgica


dispõe de alguns recursos:
Lima superfícies planas, paralela,
perpendiculares e outras
DÉCIO
TÉCNICO

Máquina
de solda

Une peças através


Equipamento da solda
de oxicorte

Corta materiais
metálicos

Serra
Furadeira Fita

Usada para furar Corta materiais


através da serra

Ora, nesse caso, acho que o


processo de ajustagem é a melhor Vamos
forma para fabricar a peça, não é? nessa!

DÉCIO DÉCIO
TÉCNICO TÉCNICO

Matou a charada, Ana. É


ANA
TÉCNICA
exatamente isso. Vamos partir para ANA
TÉCNICA

a ajustagem utilizando os recursos


que temos aqui na Metaltech!
UE1 | Ajustagem

?
Problematizando...

Diante desse cenário, por que o processo de ajustagem é a melhor forma para fabricar a
peça?

Conhecimento em pauta!

SUPERFÍCIE PLANA PARALELA E SUPERFÍCIE PLANA PERPENDICULAR


Antes de fabricar uma peça, precisamos conhecer suas características, em especial uma
das mais importantes para esse processo: as superfícies planas, que podem estar paralelas
ou perpendiculares umas em relação às outras.

Antes de mais nada, é preciso entender o conceito de superfície plana na área de mecâ-
nica. Superfície plana é a parte exterior de qualquer peça que seja reta, sem curva, como o
tampo de uma mesa, a tela do celular ou a parede de uma casa, por exemplo.

Quando dizemos que as superfícies da peça devem estar planas paralelas ou perpendi-
culares, o que isso significa? Queremos dizer que superfícies planas paralelas estão equidis-
tantes umas das outras; enquanto as superfícies planas perpendiculares formam um ângulo
de 90° entre si.

17
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Veja esta gaveta.

Agora veja:

Em mecânica, as superfícies plana paralela e plana perpendicular devem atender a um


grau de precisão que é determinado pelo projeto da peça.

18
UE1 | Ajustagem

Trocando Ideias!
Com base nas explicações anteriores, você já consegue identificar qual das figuras a se-
guir tem a forma similar à peça com furo roscado que vamos fabricar?

A B

C D

Se você respondeu a letra D, acertou. Essa figura é a que mais se aproxima do desenho
da peça a ser fabricada, porque o formato e a relação entre as dimensões são similares às
especificações trazidas no projeto.

Agora que conhecemos algumas características da peça, podemos justificar o motivo pelo
qual o processo de ajustagem é a melhor forma de fabricar a peça em questão.

O processo de ajustagem confere dimensões, dentro de um padrão de tolerância prede-


terminado, no qual o ajuste é realizado por meio da operação chamada limagem, utilizando
uma ferramenta manual chamada lima. Mas, além da lima, existe o arco de serra também
utilizado no processo juntamente com o acessório de fixação, morsa de bancada.

19
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Vamos conhecer as limas, o arco de serra e a morsa de bancada, agora!

Além das duas ferramentas que vimos no vídeo anterior, iremos ver agora as ferramen-
tas necessárias para o processo de traçagem.

E agora que já conhecemos as diversas ferramentas, instrumentos e acessórios utilizados


na ajustagem, vamos ver como faremos a nossa peça.

ETAPAS DO PROCESSO DE AJUSTAGEM


Você sabe qual será a primeira etapa da fabricação da peça na ajustagem ou qual a su-
perfície que deverá servir de referência para as outras? Observe.

20
UE1 | Ajustagem

Agora sim, estamos prontos para conhecer as operações de ajustagem.

Vamos conhecer no próximo vídeo as operações de limar superfície plana e limar superfície
plana paralela.

Veremos agora como medir o paralelismo das faces planas.

21
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

No vídeo a seguir, veremos a continuidade da fabricação da peça com a utilização da ope-


ração de limar superfície plana em ângulo.

Agora a peça está quase pronta. Mas, durante esse processo, você percebeu que a peça
estava presa na morsa e sobre o desempeno? A morsa, por sua vez, estava presa na banca-
da. Reflita: será que as operações restantes poderão ser realizadas nessa bancada?

SIM NÃO

A resposta, nesse caso, é não! Para roscar com macho manual é preciso utilizar a morsa
presa na bancada, mas, para furar a peça, devemos prendê-la na furadeira. Isso pode ser
feito utilizando a morsa para furadeira ou prendendo diretamente na mesa – devidamente
protegida – da furadeira.

O próximo vídeo vai mostrar a traçagem para achar as coordenadas da posição do furo
que deve ser feito, juntamente com a marcação desse ponto com punção.

22
UE1 | Ajustagem

Pronto! A furação na peça foi realizada com sucesso e ela foi escareada dos dois lados.
Esse escareamento é necessário não só para facilitar o início da abertura da rosca, mas tam-
bém para evitar rebarba após a finalização do processo de abrir rosca manualmente. Como
isso é feito? Veja no próximo vídeo.

!
Solução do Problematizando...

Finalmente nossa peça está pronta!

Agora podemos responder com segurança à pergunta lançada no início desta unidade de
estudo: Por que o processo de ajustagem é a melhor forma para fabricar a peça?

A ajustagem é a melhor forma para fabricar essa peça de aço, já que nesse processo é
possível conseguir superfícies planas, paralelas, perpendiculares, em ângulos, além de furar
e abrir roscas.

Com essas e outras características, o processo de ajustagem nos permite fabricar, ajustar,
reparar, instalar peças e equipamentos em conjuntos mecânicos, baseando-se em dese-
nhos e especificações técnicas previamente estabelecidos em projetos.

O processo de ajustagem depende muito da habilidade manual do ajustador. Portanto,


está sujeito a erros do profissional. Normalmente, esta peça seria feita na fresadora em
menos tempo e com menos desgaste do operador. Consequentemente, a margem de erro
seria reduzida. Mas existem situações que só o ajustador pode resolver, como: eliminar re-
barbas, conferir e ajustar medidas, melhorar acabamento, entre outras.

23
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo sobre ajustagem, chegou o momento de
rever seus conhecimentos. Para isso, você fará itens de avaliação para fixar melhor o conte-
údo estudado até o momento. Não se preocupe, não será atribuído nota para a atividade.

Vamos lá?

1. Na manutenção de um ventilador industrial, houve a necessidade de usinar uma cha-


veta de aço-carbono nas dimensões de 6 x 5 x 25 mm, utilizando ferramentas manuais.

São disponibilizadas uma barra de aço 1045 nas dimensões de 7 x 7 x 100 mm e uma
caixa de ferramenta contendo diversas ferramentas e instrumentos. Qual a sequência
correta na utilização das ferramentas e instrumentos para a fabricação da chaveta?

a) Nível, lima murça, arco de serra e paquímetro.


b) Micrômetro, arco de serra, lima murça e lima bastarda.
c) Arco de serra, lima bastarda, lima murça e paquímetro.
d) Paquímetro, arco de serra, lima bastarda e lima murça.
e) Paquímetro, lima murça, arco de serra e lima bastarda.

JUSTIFICATIVA:

a) Nível não é aplicado a essa situação de ajustagem.


b) Micrômetro é utilizado para medida com grande exatidão e nessa situação não seria
adequado; o uso e a sequência do uso das limas estão alterados.
c) Arco de serra deve ser utilizado após a medição da matéria-prima.
d) Parabéns, você acertou!
e) Lima murça é utilizada para acabamento após o corte e o desbaste da peça.

2. Uma bomba está apresentando ruído. Foi identificado que a chaveta que une o eixo do
motor ao acoplamento apresenta desgaste e necessita de troca.

Para a confecção de uma nova chaveta que será utilizada na bomba que apresenta ruí-
do, a sequência correta de execução na ajustagem é:

a) Cortar, limar e traçar.


b) Cortar, traçar e limar.
c) Limar, cortar e traçar.
d) Traçar, limar e cortar.
e) Traçar, cortar e limar.

24
UE1 | Ajustagem

JUSTIFICATIVA:

a) O corte só pode ser realizado após traçar.


b) O corte só pode ser realizado após traçar.
c) A operação de limar só ocorre após traçar e cortar
d) A operação de limar só ocorre após traçar e cortar.
e) Parabéns, você acertou!

3. Em uma empresa Petroquímica, a equipe de manutenção, que estava efetuando um reparo


da máquina, não conseguiu concluir o trabalho porque a medida do rasgo da chaveta no
eixo era de 10 milímetros ± 0,1 e a largura da chaveta estava com 10,2 milímetros.

Quais as ferramentas necessárias para o ajuste dessa chaveta?

a) Lima redonda e lixa.


b) Lima murça e paquímetro.
c) Lima triangular e bedame.
d) Arco de serra e micrômetro
e) Lima bastarda e goniômetro.

JUSTIFICATIVA:

a) Lima redonda não é usada para limar superfícies planas.


b) Parabéns, você acertou!
c) Bedame é usado para corte e não para ajuste.
d) Arco de serra é usado para corte e não para ajuste.
e) Goniômetro é usado para medidas angulares e não de espessuras.

25
Unidade de Estudo
02

AJUSTAGEM
AFIAÇÃO DE
FERRAMENTAS

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

O que era para ser um dia normal na Metaltech,


tornou-se um mistério em torno de uma
questão perturbadora.

Não pode ser possível, como


foi que os diâmetros desses
furos saíram maiores do que
o especificado? Veja isso!

FERNANDO
TÉCNICO

ORIMODLAV
ETNEREG

Alguma coisa estava acontecendo com os furos


realizados nos espelhos dos trocadores de calor.

Você não tinha me dito ontem


que estava tudo pronto e
preparado para a realização do
projeto? Como é que o Controle
de Qualidade encontrou essa
disparidade nas medidas do
diâmetro dos furos?

Eu não sei, Chefe, também FERNANDO

não consigo compreender.


TÉCNICO

O diâmetro da broca está


ORIMODLAV
ETNEREG
correto, não sei o que pode
estar dando errado.
ORIMODLAV
ETNEREG
correto, não sei o que pode
estar dando errado.

Contexto!

Qual será o mistério por trás dos furos fora da


dimensão nos espelhos dos trocadores de calor?
UE2 | Ajustagem − Afiação de ferramentas

?
Problematizando...

Se os diâmetros das brocas estão corretos, por que os furos das peças estão maiores?

Conhecimento em pauta!

AFIAÇÃO DE BROCA
Antes de falarmos do problema apresentado, vamos ver a importância de uma ferramenta
afiada. Por exemplo: quantas vezes você ouviu em sua casa que a faca estava cega, sem conse-
guir cortar a carne? Bem, a faca tem uma aresta de corte que deve estar bem afiada para poder
cortar a carne sem grandes esforços. Para isso, é necessário que a cozinheira passe o gume da
faca, na posição correta, em uma pedra abrasiva refazendo a aresta de corte.

Com a broca acontece a mesma situação. Durante o uso, ela vai perdendo a aresta de
corte e é necessário reafiar. Porém, não é apenas com a broca e a faca que acontece isso, é
necessário utilizar o processo de afiação em todas as ferramentas que têm cunha de corte.

Vamos mostrar para você a importância da afiação das brocas, o procedimento correto
para realizar esta operação e as variáveis contidas neste processo.

31
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Agora que você terminou o estudo sobre afiação, voltaremos para a questão inicial: se os
diâmetros das brocas estão corretos, por que os furos das peças estão maiores?

Enquanto isso, na Metaltech...

ÁREA DE
PRODUÇÃO

Preciso urgentemente
mostrar esta solução
para Valdomiro!

EUREKA!

ODNANREF
OCINCÉT

GERÊNCIA
32
GERÊNCIA
UE2 | Ajustagem − Afiação de ferramentas

GERÊNCIA
GERÊNCIA

VALDOMIRO
GERENTE

Chefe! Consegui, chefe!


Descobri o mistério! E o que foi que você
Descobri o mistério! descobriu, rapaz?
Fale de uma vez!

FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Descobri o problema com os furos. Os


furos estavam fora do diâmetro
estabelecido porque mesmo com a broca
tendo o diâmetro correto, ela estava afiada
fora do centro, então as arestas de cortes
estão com comprimentos diferentes. É por
isso que os furos feitos estavam com
FERNANDO
TÉCNICO

tamanhos diferentes!

Isso é perfeito! Agora que você


VALDOMIRO

descobriu a causa do problema,


GERENTE

vamos poder resolver!

Depois que a causa do problema foi identificada, todas as brocas


passaram por uma afiação a fim de voltarem a executar suas funções
de maneira eficiente. A Metalúrgica OS conseguiu, finalmente, furar
devidamente o restante do lote dos espelhos dos trocadores de calor.

33
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo sobre ajustagem, chegou o momento de
rever seus conhecimentos. Para isso, você fará itens de avaliação para fixar melhor o conte-
údo estudado até o momento. Não se preocupe, não será atribuído nota para a atividade.
Vamos lá?

34
UE2 | Ajustagem − Afiação de ferramentas

Anotações

35
Unidade de Estudo
01

FURAÇÃO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

?
Problematizando...

Como fazer as furações no flange de modo rápido e seguro para que a linha de água da
fábrica volte a funcionar?

Conhecimento em pauta!

TIPOS, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DE FURADEIRAS


A furadeira é uma máquina-ferramenta bastante conhecida. Mas, será que sabemos to-
das as suas aplicações e potencial? Assista ao vídeo e saiba mais sobre este equipamento.

Para saber qual a furadeira mais adequada, precisamos conhecer seus tipos, característi-
cas e aplicações, além das ferramentas para furação, fixação das peças e ferramentas e seus
acessórios. Por isso, assista ao nosso próximo vídeo!

40
UE1 | Furação

PARÂMETROS DE CORTE
Agora que conhecemos as furadeiras com suas características, aplicações, entre outras
informações e sabemos que o flange encontrado no almoxarifado já está usinado, falta ape-
nas realizar as furações. Porém, antes de realizar a furação, precisamos conhecer os parâ-
metros de corte da furadeira. Clique no vídeo e saiba mais.

FURAR NA FURADEIRA
Neste momento que já conhecemos os equipamentos, ferramentas e acessórios para
realizar as furações, também verificamos o porquê e como calcular a rotação a ser utilizada.
Já sabemos que devemos realizar as furações na furadeira, mas, em qual furadeira?

Antes de escolher a furadeira ideal para o trabalho a ser realizado, devemos avaliar pelo
menos dois aspectos: dimensões da peça e capacidade de furação.

41
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

DIMENSÕES DA PEÇA
O tamanho da peça a ser furada influencia na escolha da furadeira para executar a fura-
ção, pois não se deve colocar uma peça muito grande e pesada em uma furadeira pequena,
ou o inverso, uma peça muito pequena em uma furadeira grande.

MUITO PEQUENA MUITO GRANDE

CAPACIDADE DE FURAÇÃO
As furadeiras de bancada têm menos potência do que as furadeiras de coluna. E a furadeira
radial possui muito mais potência do que as furadeiras de coluna. Portanto, conforme o diâme-
tro do furo a ser feito, a potência da furadeira é importante, pois quanto maior o diâmetro da
broca, maior será a área a ser retirada da peça, portanto, maior será o esforço de corte.

42
UE1 | Furação

Com base nesses aspectos, verificamos que para realizar a furação no flange, é necessá-
rio considerar as seguintes características:

Forma da peça circular, portanto pode-se fixar pelo furo central com grampos e parafuso. Isto pode ser
feito em qualquer das furadeiras;

O diâmetro do flange é de 220 mm, que também pode ser fixado em


Dimensão do flange: qualquer furadeira;

para fazer as 4 furações no flange, no Ø de 12,00, na furadeira de banca-


Capacidade de furação:
da será mais difícil devido à potência da mesma;

Em relação à diversidade de furos na mesma peça: o flange tem apenas 4 furos, todos no mesmo
diâmetro. Deste modo, este aspecto não interfere.

Agora vamos partir para furar o flange. Você tem ideia de como será a sequência para
realizar esta furação?

No vídeo a seguir, será mostrado todo o processo de preparação da peça e da furadeira


para a usinagem dos furos do flange. É só clicar!

43
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Voltamos, então, à nossa pergunta inicial: Como fazer as furações no flange de modo rá-
pido e seguro para que a linha de água da fábrica volte a funcionar?

Conforme a dimensão do flange de Ø220 mm e o diâmetro dos furos de 12 mm, a fura-


deira de coluna é a mais adequada para realizar a furação desta peça, devido à sua capaci-
dade de furação e a dimensão da mesa que permite uma boa fixação deste flange.

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo sobre ajustagem, chegou o momento de
rever seus conhecimentos. Para isso, você fará itens de avaliação para fixar melhor o conte-
údo estudado até o momento. Não se preocupe, não será atribuído nota para a atividade.

Vamos lá?

1. Na parada de manutenção da fábrica, se detectou que alguns flanges apresentavam


corrosão, com possibilidade de vazamento do produto, sendo solicitada a troca dos
mesmos. Verificou-se que o almoxarifado tinha estes flanges no estoque sendo neces-
sário apenas fazer as furações para passagem dos parafusos.

Qual o tipo de operação de furação será realizado neste flange?

a) Trepanação.
b) Escareamento.
c) Furação escalonada.
d) Rebaixamento de furo.
e) Furação em cheio passante.

JUSTIFICATIVA:

a) Trepanação é utilizada para furação em barras maciças de aço e metais, com apro-
veitamento do miolo.
b) Escareamento não fura, apenas retira a aresta viva do furo.
c) A furação tem um só diâmetro, portanto não é escalonada.
d) Rebaixamento não é uma furação em cheio passante.
e) Parabéns, você acertou!

44
UE1 | Furação

2. É necessário executar um furo de Ø16,7x 40 mm no topo de um molde de aço-carbono


que mede 950 x 950 x 700 mm. Logo após a execução, será feita uma rosca neste furo
para encaixe do olhal de içamento do molde.

Com base no tamanho do molde, posição e dimensões do furo a ser executado, qual
seria a furadeira adequada para essa atividade?

a) A radial.
b) A manual.
c) A de coluna.
d) A de bancada.
e) A de furos múltiplos.

JUSTIFICATIVA:

a) Parabéns, você acertou!


b) A furadeira manual não garante o dimensional do furo nem o controle de perpendi-
cularidade.
c) A mesa de fixação da furadeira de coluna não suporta o tamanho e peso do molde.
d) A furadeira de bancada tem porte pequeno para o tamanho do molde.
e) A furadeira de furos múltiplos tem porte pequeno para o tamanho do molde.

45
Unidade de Estudo
01

TORNEAMENTO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

João Pedro é técnico em


mecânica na Metaltech

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

Uma peça de formato circular com alguns


detalhes, como: furo cilíndrico, parte externa
cilíndrica e ângulos nas suas extremidades,
que são chamados de chanfros, pois se trata
Ele recebeu um desenho técnico de um eixo que irá fazer parte da montagem
para a fabricação de um eixo. e um equipamento.

Na oficina da fábrica existem


algumas máquinas que poderão
ajudar João Pedro com o projeto.

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

João Pedro começou a pensar


nas melhores maneiras de
executar o trabalho.

Furadeira de coluna Torno mecânico


TÉCNICO

João Pedro começou a pensar


nas melhores maneiras de
Contexto!
executar o trabalho.

Furadeira de coluna Torno mecânico

Fresadora

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

Por fim, João Pedro acabou decidindo


qual seria o melhor equipamento para
utilizar na demanda.

Ele resolveu que irá utilizar o Torno Mecânico,


pois acredita que essa máquina é a mais
apropriada para executar a usinagem do eixo.

Será que a escolha foi a correta?


UE1 | Torneamento

?
Problematizando...

Para produzir as características na peça de acordo com o desenho do eixo, João Pedro acha
que a peça deve ser fabricada através do processo de torneamento. Será que ele tem razão?

Conhecimento em pauta!

TIPOS, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DE TORNOS MECÂNICOS


Antes de fabricarmos uma peça, é necessário ter entendimento das características da
peça, ou seja, precisamos conhecer suas dimensões, material e também sua geometria.
Dentre as características da peça que o técnico precisa fabricar, podemos observar que sua
geometria é cilíndrica, com cones nas extremidades. A parte cilíndrica pode ser chamada
de eixo e as partes cônicas, nesse caso, são chanfros. Essa geometria dominante determina
que se trata de uma peça de revolução. Mas, o que isso quer dizer?

Região de corte acima da linha de centro

Linha de centro

Região de corte abaixo da linha de centro

51
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Isso quer dizer que a sua seção longitudinal é revolucionada, ou gira em torno do próprio
eixo. Por exemplo, a peça da imagem anterior tem a mesma seção longitudinal, tanto acima
da linha de centro quanto abaixo. Essa característica é determinante para fabricação de
peças pelo processo de usinagem por torneamento, realizado através de máquinas denomi-
nadas torno mecânico.

Vamos entender como ocorre o processo de torneamento?

Você já deve ter cortado, ou viu alguém cortar a casca de uma laranja. Com uma das
mãos, é necessário segurar a laranja; com a outra, seguramos a faca. Então, giramos a laran-
ja em torno do seu próprio eixo, forçando a lâmina da faca na casca da laranja ao mesmo
tempo. Isso faz com que a casca da laranja comece a se separar da fruta.

Podemos dizer que no processo de torneamento acontece algo parecido. Imagine que a la-
ranja seja uma peça, a faca seja uma ferramenta de corte, a sua mão que segura a laranja e seu
braço seja um eixo ligado a um motor que gira de maneira uniforme. Através de um sistema
mecânico, a ferramenta vai de encontro ao material que gira. Tudo ocorre de forma controlada,
retirando material da peça que sai em forma de cavaco, tipo a casca que sai da laranja.

52
UE1 | Torneamento

Historiando!
Historiando!
Observe na imagem a evolução do processo de torneamento.

Século XI
O processo de torneamento surgiu
através do torneamento ornamental,
em peças cilíndricas de madeira.

Século XIX
53
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Século XIX
Surgiram as primeiras máquinas-ferramenta,
entre elas, os tornos.

Atualmente
Os tornos evoluíram até os
modelos mais atuais.

54
UE1 | Torneamento

TORNEAMENTO: PROCESSO DE USINAGEM E FERRAMENTAS


Assista ao vídeo a seguir e você vai entender melhor como o processo de torneamento
retira material da peça, e conhecer as ferramentas para cada operação.

A ferramenta, com exceção na operação de furação, é fixada em um dispositivo chamado


castelo. Essa fixação pode ser feita diretamente ou através de porta-ferramenta.

CASTELO PORTA-FERRAMENTA

Agora que você já viu como ocorre o torneamento, tem ideia de quais tipos de peças um
torno é capaz de fabricar? Ele produz peças que utilizamos no nosso dia a dia, como: para-
fusos, porcas, arruelas, eixos de bicicleta, rodas para skates, entre outras.

55
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Seja bem-vindo a mais uma visita


ao universo do Torneamento, nós
agora vamos dar uma olhada nos
diferentes tipos de tornos.

JOÃO
INSTRUTOR

O torno universal, também


conhecido por torno
horizontal, ou
simplesmente torno, é o
mais comum utilizado em
fabricação mecânica.

Nesse torno é possível


realizar todas as operações
de torneamento.

Mas sua preparação, precisão


e produtividade dependem muito
da habilidade do operador.

Já os tornos revólver, são máquinas


que podem ser preparadas para
produção de peças de dimensões
médias, com boa precisão. Nesse
torno o operador não precisa ter
muita habilidade em operar, pois a
preparação da máquina será
realizada por um profissional mais 56
habilitado. São máquinas
UE1 | Torneamento

Já os tornos revólver, são máquinas


que podem ser preparadas para
produção de peças de dimensões
médias, com boa precisão. Nesse
torno o operador não precisa ter
muita habilidade em operar, pois a
preparação da máquina será
realizada por um profissional mais
habilitado. São máquinas
semiautomáticas, que têm a
possibilidade de fixação de até 6
ferramentas em sua torre
porta-ferramentas, e podem trocar
de ferramenta, e realizar operações
diferentes apenas com o giro de
uma alavanca.

Os tornos automáticos, são Também existe o torno vertical,


máquinas utilizadas para fabricação que tem os mesmos princípios
de grandes quantidades de peças do torno horizontal, mas com sua
com dimensões reduzidas, obtendo estrutura montada na vertical, o
alta produtividade e precisão. Eles que possibilita trabalhos em
necessitam de programação e peças com grandes dimensões e
preparação por colaborador (a) peso elevado. O posicionamento
qualificado (a). Mas não é da placa é na horizontal, que
necessário operador, havendo além de ser mais adequado para
alimentação contínua esse tipo de peças, facilita a
de matéria-prima. fixação do material a ser usinado.

Após conhecermos os principais tipos de tornos, iremos conhecer os eixos existentes e o


que eles podem fazer.

57
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

DESLOCAMENTO DOS EIXOS NO TORNO MECÂNICO


No torneamento é possível deslocar a ferramenta em duas direções e consideramos que
são os eixos X e Z.

Perceba na imagem que o eixo X é o deslocamento da ferramenta em direção radial, ou


seja, é o que determina o quanto de material vai ser removido, que é a profundidade de
corte, possibilitando a execução do diâmetro de uma peça conforme especificação.

O eixo Z é o deslocamento na direção longitudinal, paralelo ao eixo de rotação da peça,


possibilitando a execução de comprimento em uma peça.

CARACTERÍSTICAS DO TORNO MECÂNICO


Analise nesse vídeo as principais características do torno universal. Este torno é a base da
concepção de todos os outros tipos de tornos.

58
UE1 | Torneamento

ACESSÓRIOS
O vídeo a seguir mostra alguns dispositivos para fixação de peça e alguns acessórios uti-
lizados no torno mecânico.

PARÂMETROS DE CORTE
Conhecemos o torno mecânico, suas características e aplicações. Para avançarmos no
entendimento sobre a operação de torneamento, necessitamos conhecer os parâmetros de
corte do torno.

PARÂMETROS DE CORTE
Veja a explicação sobre os parâmetros de corte para realizar as operações de usinagem
do eixo a ser fabricado. Serão analisados a velocidade de corte (vc) e o avanço de corte.

59
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Após verificarmos como calcular a rotação a ser utilizada no torno mecânico, você tem ideia
de como será a sequência para fabricação do eixo? O próximo vídeo responderá essa pergunta.

FIXAÇÃO DE PEÇAS E FERRAMENTAS


Veja neste vídeo a sequência de troca de ferramentas e as rotações para realizar os deta-
lhes que são necessários ao eixo.

!
Solução do Problematizando...

60
UE1 | Torneamento

Sim! João Pedro está correto em decidir


usar o torno mecânico para realizar o
processo de usinagem do eixo.

Vamos recordar algumas características


da peça?

Possui um furo cilíndrico


Parte externa cilíndrica
Chanfros nas extremidades

Com essas características, fica fácil


trabalhar nela com torneamento.

O torneamento é o processo de
fabricação que deve ser utilizado, pois,
como vimos, peças com características
de geometria cilíndrica ou cônica são
obtidas através do processo de
torneamento.
JOÃO PEDRO
TÉCNICO

Parabéns, João Pedro!

61
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Agora é com você!

Chegou a hora de aplicar os conhecimentos adquiridos nesta unidade de estudo. Não


perca tempo, aplique-os! Sucesso!

1. Na parada de manutenção da fábrica, detectou-se que o alojamento do anel de vedação


do eixo do cilíndrico hidráulico está com desgaste, sendo necessário aumentar a largura
do canal.

Qual a operação a ser utilizada nesta atividade?

a) Desbastar canal externo.


b) Desbastar canal interno.
c) Recartilhar.
d) Facear.
e) Rosquear.

JUSTIFICATIVA:

a) Parabéns, você acertou!


b) A operação de desbastar o canal interno já está dizendo a localização do canal.
c) A operação de recartilhar é para criar superfície com melhor aderência, evitando que
a mão deslize quando se manipula uma peça.
d) A operação de facear é realizada na face da peça.
e) A operação rosquear é abrir rosca na peça, podendo ser interna ou externa.

62
UE1 | Torneamento

Anotações

63
Unidade de Estudo
02

TORNEAMNETO
CÔNICO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!
Qual o melhor processo?

Na oficina da Metaltech, Argeu recebeu uma


Ordem de Serviço (OS) para
tornear uma peça um tanto complexa.

Olá, Argeu! Algum problema aí?

Não sei se o mais indicado seria utilizar


a inclinação do carro ou torneá-la entre
pontas, deslocando o cabeçote móvel.

Estou com dúvida quanto à melhor


maneira de tornear esta peça cônica.

Sim, este torno tem os cursos máximos de 50


milímetros para o carro superior e 8 milímetros
para o deslocamento do
cabeçote. O que indicaria?
Estou com dúvida quanto à melhor
maneira de tornear esta peça cônica.

Contexto!
Contexto!

Sim, este torno tem os cursos máximos de 50


milímetros para o carro superior e 8 milímetros
para o deslocamento do
cabeçote. O que indicaria?

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

É preciso levar em conta as medidas da


peça e as especificações do torno, Argeu.

Qual a melhor opção para tornear esta


peça?
UE2 | Torneamento Cônico

?
Problematizando...

Inclinar o carro superior ou deslocar o cabeçote móvel? Qual é a melhor forma de fazer
esta peça?

Conhecimento em pauta!

SUPERFÍCIE CÔNICA
Antes de avaliarmos a melhor forma de produzir essa peça, vamos falar de uma de suas
características, que é a conicidade.

Você lembra de algum objeto do nosso dia a dia que seja cônico? Um pião, um vaso, são
objetos que têm um formato cônico, correto?

VASO DE PLANTA PIÃO

Apesar de o cone estar presente em inúmeros objetos e formas ao nosso redor, você sabe
a relação que existe entre a figura geométrica plana “trapézio” e a figura espacial “cone”? As-
sista ao vídeo para adquirir mais esse conhecimento.

69
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

A peça que precisa ser construída na Metaltech também possui um formato cônico. Sabe-
mos que existem duas opções para o seu torneamento:

INCLINAÇÃO DO CARRO SUPERIOR

VOLANTE

ANEL GRADUADO

PORTA-FERRAMENTA

ENTRE PONTAS COM DESLOCAMENTO DO CABEÇOTE MÓVEL

d = deslocamento do
c cabeçote móvel

linha do eixo da peça

contra ponto

70
UE2 | Torneamento Cônico

Mas, para saber qual o melhor método, vamos assistir ao vídeo de torneamento de uma
peça cônica com a inclinação do carro superior.

No próximo vídeo vamos conhecer as partes que compõem o cabeçote móvel. Esse co-
nhecimento é importante, pois o deslocamento do cabeçote móvel é a outra opção de tor-
neamento para a confecção de peças cônicas.

Fiquede de
Fique olho!olho!

Observe no quadro, as principais diferenças entre as duas formas de execução de tor-


neamento cônico, inclinando o carro superior ou entre pontas, com deslocamento do
cabeçote móvel.

71
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Inclinação do Desalinhando
carro superior o cabeçote móvel

Usada para tornear peças Usada para tornear peças de


cônicas de pequeno maior comprimento.
comprimento.

Comprimento do cone Comprimento do cone


conforme curso do carro conforme distância entre
superior. pontas.

A usinagem é realizada no A usinagem é realizada no


modo manual, impactando modo automático,
na produtividade e no melhorando a produtividade
acabamento superficial da e no acabamento
peça. superficial da peça.

Pode usinar qualquer Pode usinar cone de pouca


ângulo. conicidade, ou seja, até
aproximadamente 10°.

CÁLCULO DE DESLOCAMENTO
No vídeo anterior, vimos que para efetuar um torneamento de peça cônica, utilizando o
deslocamento do cabeçote móvel, são necessários cálculos prévios. Assista ao vídeo a seguir
para saber como são feitos esses cálculos:

72
UE2 | Torneamento Cônico

Vocêsabia?!
Você sabia?!
Existe ainda outro processo para tornear peças cônicas, que é o aparelho conificador.

PARÂMETROS DE CORTE
E quanto aos parâmetros de corte, você sabe como eles são utilizados quando inclinamos
o carro superior e ou quando deslocamos o cabeçote móvel, para usinar uma superfície
cônica? Será que esses dois processos utilizam os mesmos parâmetros de corte? Para res-
ponder a essas perguntas, assista ao próximo vídeo.

USINAGEM CÔNICA COM DESLOCAMENTO DO CABEÇOTE MÓVEL


Conhecemos as principais diferenças entre dois processos para usinar superfície cônica.
Vimos que existe uma limitação de acordo com o curso do carro superior, para peças que o
cone tenha comprimento mais longo. Por outro lado, vimos que também existe uma limita-
ção no cabeçote, se o deslocamento for muito grande.

Agora, iremos ver como preparar e executar a usinagem cônica deslocando o cabeçote
móvel. Assista ao vídeo e aprenda mais essa técnica.

73
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Inclinar o carro superior ou deslocar o cabeçote móvel? Qual é a melhor forma de fazer
esta peça?

UEGRA
OCINCÉT

ORDEP OÃOJ
OCINCÉT

Então é isso! Devido ao comprimento do cone


ser maior do que o curso do carro superior, a
melhor forma é deslocar o cabeçote!

ARGEU
TÉCNICO

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

Além do que o acabamento superficial ficará


melhor, pois se fosse utilizado o avanço manual no
carro superior, o acabamento da peça dependeria
muito do operador.

74
Então é isso! Devido ao comprimento do cone
ser maior do que o curso do carro superior, a
melhor forma é deslocar o cabeçote!
UE2 | Torneamento Cônico

ARGEU
TÉCNICO

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

Além do que o acabamento superficial ficará


melhor, pois se fosse utilizado o avanço manual no
carro superior, o acabamento da peça dependeria
muito do operador.

Agora sim!
Essa peça ficará uma beleza!

JOÃO PEDRO
TÉCNICO

Agora é com você!

Chegou a hora de colocar o conhecimento aprendido em prática. Aplique-o com atenção.

75
Unidade de Estudo
03

TORNEAMENTO

ACESSÓRIOS

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Era um dia rotineiro na METALTECH...

Os colaboradores iam e vinham com suas funções e trabalhos a realizar...

FERNANDO
TÉCNICO

Dentre eles está o Técnico Amarildo com uma


grande dúvida em sua cabeça.

FERNANDO
TÉCNICO

Amarildo precisa construir


uma peça conforme o
desenho que recebeu

FERNANDO
TÉCNICO
17

37

500
FERNANDO
TÉCNICO

Contexto!
Contexto! Amarildo precisa construir
uma peça conforme o
desenho que recebeu

FERNANDO
TÉCNICO
17

37
500

550

Uma das características desta peça é a relação diâmetro e comprimento, onde o


comprimento é igual a praticamente 15 vezes o diâmetro. Nesta situação, durante o processo
de usinagem, quanto mais a ferramenta se afastar do sistema de fixação, no caso, o
contraponto, mais instável vai ficando a usinagem. Isso ocasiona aumento de vibrações,
variação de medidas e irregularidade no acabamento.

FERNANDO
TÉCNICO

Como Amarildo poderá resolver essa questão da


usinagem da peça que lhe foi pedida? Como evitar
as vibrações que podem comprometer a qualidade
do acabamento?
UE3 | Torneamento − Acessórios

?
Problematizando...

Como podemos tornear peças com comprimento maior que 10 vezes o seu diâmetro e
obter dimensões uniforme?

Conhecimento em pauta!

TORNEAR SUPERFÍCIE CILÍNDRICA EXTERNA


COM O AUXÍLIO DA LUNETA
Você já reparou na facilidade que algumas peças de pequena seção (finas), porém de
grande comprimento, têm de se flexionar ou encurvar?

Observe na animação o que ocorre com uma régua de plástico, quando sofre um esforço.

Na usinagem de peças com grandes comprimentos e pequenos diâmetros ocorre uma


situação parecida, pois devido aos esforços de corte, elas empenam, flexionam e vibram,
dificultando o processo de usinagem. Mas existem peças de grande comprimento que pre-
cisam ser usinadas, por exemplo, a haste de tração do caminhão que é um elemento mecâ-
nico bastante longo.

81
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Sabemos que a operação de tornear entre pontas permite maior estabilidade no torne-
amento de eixos. Mas em caso de peças com comprimento muito grande, como no caso
do eixo que a empresa Metaltech tem que produzir, essa operação não é suficiente para
estabilizar a peça.

No vídeo a seguir iremos mostrar um acessório que auxilia a usinagem de superfície cilín-
drica com esta característica. Vamos lá.

Percebeu a aplicação das lunetas móvel e fixa? Ambos acessórios auxiliam operações no tor-
no, minimizando o problema de usinar peças com a relação diâmetro por comprimento elevada.

82
UE3 | Torneamento − Acessórios

Luneta fixa Luneta móvel

UTILIZAÇÃO DE LUNETAS
Vamos ver nesse momento a luneta em ação durante os seguintes processos:

• Furação usando o cabeçote móvel;


• Tornear cilíndrico entre pontas.

Agora que conhecemos as características dos processos de luneta fixa e luneta móvel para
usinar superfície, vamos entender como o fluido de corte pode ajudar no corte do material.

FLUIDO DE CORTE
Devido ao atrito gerado entre a peça e a aresta da ferramenta, podemos ter problemas
durante o torneamento. Mas o que é o atrito? O atrito é a resistência que uma superfície
impõe ao deslizamento de outra superfície que esteja em contato uma com a outra. Ele
ocorre entre o gume de corte da ferramenta e a superfície da peça que está sendo usinada,
gerando calor e esse calor gera desgaste na ferramenta.

83
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

F atrito F pessoa

Calor criado pelo atrito

É fácil entender como ocorre o atrito ao lembrarmos do pneu de um carro, que ao rodar
no asfalto se desgasta ao longo do tempo. Esse desgaste acontece devido ao atrito entre
a superfície do pneu e a superfície do piso, que gera calor e esse calor vai deteriorando a
borracha do pneu.

O desgaste na ferramenta causado pelo atrito aumenta os esforços de corte, gerando


ruído, vibrações, mau acabamento, erros dimensionais, entre outros pontos negativos.

84
UE3 | Torneamento − Acessórios

Como aplico?
Como aplico?

O que fazer se uma usinagem estiver causando desgaste na ferramenta? A primeira alter-
nativa é realizar a refrigeração no local do corte. Isso pode ser feito de diversas maneiras,
a mais comum delas é a aplicação do fluido de corte ou líquido refrigerante.

Historiando!
Historiando!
Fluido de Corte
Antes da utilização dos líquidos de corte e refrigerantes como
conhecemos hoje, as peças eram usinadas com ajuda da água, ela era
ótima para a refrigeração e inclusive aumentava a velocidade do corte
do material, mas havia um porém...

A água era excelente para refrigeração, mas pouco 85


eficaz em diminuir o atrito além de causar o
enferrujamento rápido da ferramenta.
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

A água era excelente para refrigeração, mas pouco


eficaz em diminuir o atrito além de causar o
enferrujamento rápido da ferramenta.

Então, logo vieram misturas de água com


sabão e depois com óleo, e muitos estudos
foram realizados para aprimorar a eficácia dos
fluidos de corte.

1º 2º

+ +
ÁGUA sabão óleo sabão

Hoje em dia temos uma infinidade de fluidos de corte,


cada um aplicável a algum tipo de operação específica
e também para materiais específicos. Podemos ter um
fluido de corte para operação de abrir rosca em aço e
um fluido de corte para tornear alumínio.

FLUIDO
DE CORTE Mas atenção, muita atenção, o fluido de corte envolve
alguns cuidados. É importante conhecer o produto e
suas informações de segurança.

86
DE CORTE Mas atenção, muita atenção, o fluido de corte envolve
alguns cuidados. É importante conhecer o produto e
suas informações de segurança.

UE3 | Torneamento − Acessórios

Fluidos de corte mal utilizados podem ser nocivos à


saúde. Por isso, é necessário a utilização de
equipamentos de proteção individual adequados e o
manuseio correto, para evitar acidentes.

APLICAÇÃO DO FLUIDO DE CORTE


Veremos no vídeo a seguir a aplicação do fluido de corte.

87
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...
A dúvida de Amarildo
Você, leitor, lembra onde paramos a última vez que estivemos aqui?

Nós deixamos Amarildo


com dúvidas a respeito de
seu novo trabalho.
17

37
500

550

FERNANDO
TÉCNICO

Uma peça onde o comprimento é igual a praticamente 15 vezes o


diâmetro e a dúvida de nosso eficiente colaborador é a respeito de como
estabilizar a peça no torno já que ela é muito longa e pode correr o risco
de vibrar, estragar o acabamento, entre outros problemas. Como será que
Amarildo vai resolver a questão?

FERNANDO
TÉCNICO

Luneta FIXA Luneta Móvel

Amarildo se recordou que para tornear peças com comprimento maior


que 10 vezes o seu diâmetro e obter dimensões uniformes ele deverá
utilizar as lunetas. Porém, ele deve usar a luneta mais apropriada conforme
a operação a ser executada. Usando estes acessórios e com os dados de
corte ajustados para esta usinagem, já que a fixação não é a ideal, a
usinagem ficará uniforme.

Lembrando que o processo de corte deve


ser auxiliado com fluido de corte que
ajudará no acabamento superficial e na
uniformidade dimensional, já que a vida útil
88
da ferramenta será maior.
Amarildo se recordou que para tornear peças com comprimento maior
que 10 vezes o seu diâmetro e obter dimensões uniformes ele deverá
utilizar as lunetas. Porém, ele deve usar a luneta mais apropriada conforme
a operação a ser executada. Usando estes acessórios eUE3 com os dados de
| Torneamento − Acessórios
corte ajustados para esta usinagem, já que a fixação não é a ideal, a
usinagem ficará uniforme.

Lembrando que o processo de corte deve


ser auxiliado com fluido de corte que
ajudará no acabamento superficial e na
uniformidade dimensional, já que a vida útil
da ferramenta será maior.

FLUIDO
DE CORTE Graças à luneta, Amarildo
conseguiu realizar a sua
usinagem com sucesso.

Agora é com você!

Avalie se você compreendeu bem os conhecimentos estudados nesta aula de estudo.


Responda às perguntas e bom desempenho!

89
Unidade de Estudo
04

TORNEAMENTO
DE ROSCA

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Era um dia comum de


trabalho na Metaltech.
A oficina estava a todo
vapor com as produções
bem adiantadas.

Porém, para Fernando,


técnico em mecânica, as
coisas não 60º 60
estavam tão comuns

Ø16
assim. Ele acabou de
receber um serviço
bastante diferente para
Ø30

planejar, preparar e
repassar para os

M24 x 1,5
6
torneiros. Fernando Ø6
Ø16

7
ainda não tinha visto um
caso desses, 5,5
principalmente porque 30
está contratado há
poucos meses.

60º 60
Ø16

A peça deve ser


Ø30

fabricada em aço 1045 e


precisava de rosca em
M24 x 1,5

um dos seus diâmetros. 6


Ø6
Ø16

5,5

30
precisava de rosca em
um dos seus diâmetros. 6
Ø6

M24 x 1,
Ø16
7

5,5

30
Contexto!
Contexto!

Como Fernando poderá repassar,


aos operadores dos tornos, as
informações sobre a rosca
contida no desenho técnico?

FERNANDO
TÉCNICO
UE4 | Torneamento de Rosca

?
Problematizando...

Com base no desenho técnico, quais informações o técnico deve repassar aos torneiros
em relação à rosca?

Conhecimento em pauta!

PASSO E HÉLICE
Para responder esta questão, é importante, antes de tudo, saber o que é uma rosca. Para
ajudar na sua compreensão, vamos analisar a espiral de um caderno. Veja:

Agora, vamos identificar os tipos mais comuns de roscas e suas aplicações:

95
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Isso é só o começo. Ainda existe muita informação sobre roscas. Vamos conhecer um
pouco mais?

ELEMENTOS E TIPOS DE ROSCAS


Veja, na imagem, os principais elementos de uma rosca, suas simbologias e fórmulas.

Rosca interna
P

H/8
H/2

60º
H1 h3
H = √3 P
2

60º
H/2

H/4

H/6

D2
D2 d

D D1 Rosca interna d3 d2 d

FERRAMENTAS DE AÇO RÁPIDO

DESCRIÇÃO SÍMBOLO FÓRMULA

Diâmetro nominal da rosca d, D d=D

Passo ou avanço P Não possui

Profundidade do filete da
h3 h3= 0,6134 . P
rosca externa

Profundidade do filete da
H1 H1= 0,5413 . P
rosca interna

Arredondamento R R=0,1443 . P

Diâmetro dos flancos d2 d2 = D2 = d - 0,6495 . P

Diâmetro útil da rosca externa d3 d3 = d - 1,2269 . P

Diâmetro útil da rosca interna D1 D1 = d - 1,0825 . P

Diâmetro da broca Não possui =d-P

96
UE4 | Torneamento de Rosca

Os sistemas mais comuns de roscas são:

• O sistema métrico, no qual o ângulo entre o perfil dos filetes da rosca é de 60°;
• O sistema inglês em polegadas, com a rosca Whitworth, no qual o ângulo formado entre
o perfil dos filetes da rosca é de 55°.

! Fique pordentro!
Fique por dentro!
No Brasil é adotado o sistema métrico, mas muitas empresas usam o sistema inglês. Isso
ocorre por diversos motivos, desde atender seus clientes, por ter origem estrangeira ou
mesmo para fabricar peças de reposição de equipamentos importados.

A designação para rosca métrica vem com a letra M na frente da bitola da rosca. Por
exemplo, M8 quer dizer que se trata de uma rosca métrica de 8 mm (oito milímetros) com
passo de 1,25 mm (um vírgula vinte e cinco milímetros).

Mas a rosca métrica também possui a opção de roscas finas. Sendo assim, o passo deve
ser especificado logo após a bitola da rosca. Retomando o exemplo, as roscas finas para
bitola M8 ainda teriam as opções: M8 x 1, M8 x 0,5 e M8 x 0,25 mm.

Quando a designação da rosca não é acompanhada da especificação do passo, trata-se


de rosca com passo normal. Em relação à rosca que deve ser fabricada pela Metaltech, o
passo é 1,5 mm.

60º 60
Ø16
Ø30

M24 x 1,5

6
Ø6
Ø16

5,5
30

97
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

A rosca inglesa Whitworth, por sua vez, é designada pela letra W seguida da bitola em pole-
gada e do número de filetes por polegada. Portanto, fica da seguinte forma: W5/16” - 18 f.p.p.

No próximo vídeo vamos conhecer um pouco mais sobre ferramentas, materiais das fer-
ramentas e formas de verificação para usinagem de roscas.

Com todas estas informações, já podemos descobrir qual a profundidade do filete que
deve ser informada ao torneiro. Vamos fazer o cálculo?

h3 = 0,6134 . P h3 = 0,6134 . 1,5 = 0,92 mm

O resultado deste cálculo, 0,92 mm, é o valor que deverá ter sido avançado na profundi-
dade ao fim da usinagem da rosca.

USINAR CANAL
Em algumas ocasiões, a rosca termina em canto, sendo necessário um canal para saída
da ferramenta. Isso ocorre na peça que será fabricada pela Metaltech, na qual existe um
canal com largura 5,5 mm e profundidade de 4 mm. Veja:

98
UE4 | Torneamento de Rosca

5,5

Ø16

Para executar esse canal é necessário a operação de sangrar ou cortar canal. E, para essa
operação, precisamos usar uma ferramenta especial, chamada bedame. É possível executar
canais ou realizar o corte se o bedame penetrar até o centro a peça.

! Fique pordentro!
Fique por dentro!
A operação de sangrar deve ser muito bem executada, pois ocorrem dificuldades durante
o processo que podem gerar vibrações, aquecimento da aresta, erros dimensionais e até
mesmo a quebra da ferramenta ou um acidente mais grave.

Por isso, não ignore critérios como afiação e posição da ferramenta, fixação da peça e da
ferramenta, refrigeração e a velocidade de corte, que deve ser cerca de 30% menor que a
velocidade de operações usuais.

O bedame pode ser afiado a partir de um bite (bastão de aço rápido) quadrado ou na forma
de lâmina, já com espessura reduzida. Para isso, é necessário apenas afiação dos ângulos.

Quando na forma de lâmina, o bedame é conhecido como bite bedame ou bedame de


lâmina. Nesse caso, é necessário fixação através de suporte. Observe na figura para visuali-
zar melhor:

99
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Quando o bedame é usado para cortar, afia-se a aresta de corte com ligeira inclinação, de
maneira que a rebarba não fique presa na peça a ser destacada.

90º 90º

BEDAME PARA SANGRAR BEDAME PARA CORTE

Perceba que a relação de medida entre a parte útil (b) e a aresta de corte (a), na figura
da direita, deve variar aproximadamente de 4:1 até 5:1 (quatro para um até cinco para um),
com o objetivo de evitar o balanço exagerado da ferramenta.

Fiquede de
Fique olho!olho!

O gráfico nos mostra a relação entre a medida da aresta de corte e o diâmetro da peça.
Por exemplo, para uma peça com Ø45 mm, em aço 40 kg/mm², teremos uma aresta de
bedame com ~ 3,8 mm.

100
UE4 | Torneamento de Rosca

8
7

Largura do bedâme
6
5
4
Aço 40
3
2
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Diâmetro da peça

Neste próximo vídeo, vamos conhecer algumas informações sobre como trabalhar com
os bedames, os tipos de bedames e a fixação da peça. Vamos lá?

Agora sabemos que a operação de sangrar exige muitos cuidados e atenção. Com base
nesse entendimento, você já pode responder o que acontece quando a ferramenta é fixada
exatamente na altura do eixo da peça, não é?

A ferramenta pode ser puxada, encravando na peça, podendo quebrar e danificar a peça.
Se foi isso que você pensou, muito bem! Agora você está pronto para responder à nossa
questão inicial. Vamos prosseguir?

101
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Vamos retornar ao
60º 60 caso de Fernando?

Ø16
Você deve se lembrar de
que ele precisa planejar,
preparar e repassar as

Ø30
informações do desenho
técnico que recebeu

M24 x 1,5
6
Ø6 para a equipe de
Ø16
7
torneiros, não podendo
5,5 esquecer que a peça
30 precisa de rosca em um
de seus diâmetros.

O pessoal foi informado de que, por


se tratar de rosca triangular métrica,
a ferramenta deve ter sua geometria
afiada com 60°.
Mas, graças à sua aplicação ao
trabalho e à ajuda de alguns
Esse ângulo deve ser conferido com
colegas que colaboraram com as
escantilhão e o perfil da rosca após
informações necessárias, Fernando
usinagem, verificado pelo calibre de
finalmente já sabia como proceder.
rosca, com o pente de passo 1,5
mm, que é o passo especificado no
desenho. A profundidade do filete
será de 0,92 mm.

FERNANDO FERNANDO
TÉCNICO TÉCNICO

AMARILDO AMARILDO
TÉCNICO TÉCNICO

ANA ANA
TÉCNICA TÉCNICA

Com as informações corretas e os


direcionamentos certos, o setor
de torneamento pode executar a
usinagem das peças, sem 102
comprometer as dimensões e
UE4 | Torneamento de Rosca

Com as informações corretas e os


direcionamentos certos, o setor
de torneamento pode executar a
usinagem das peças, sem
comprometer as dimensões e
dentro do prazo de entrega.

FERNANDO
TÉCNICO

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo, responda às perguntas seguintes para
avaliar se você compreendeu bem os conhecimentos estudados. Vamos lá?

103
Unidade de Estudo
01

FRESAMENTO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Na Metaltech surgiu um nova demanda.

Uma peça prismática precisa ser usinada.

50 20

Material
Aço 1045
R7

80

45º
40

100

Este é o desenho técnico da peça.

O supervisor solicitou que o técnico em mecânica


escolhesse qual a máquina mais adequada para
realizar o serviço com rapidez e qualidade.

FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE
FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Contexto!

FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Mas a Metaltech possuía três tipos de fresadoras.


E agora? Em qual delas conseguirei usinar esta
peça mais rápido?
UE1 | Fresamento

!
Solução do Problematizando...

Na Metalúrgica existe a fresadora vertical, a fresadora horizontal e a fresadora ferramen-


teira. Em qual delas o operador levará um menor tempo para realizar as fixações da peça?

Conhecimento em pauta!

TIPOS, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DE FRESADORAS


Antes de definirmos qual fresadora usinará a peça com mais facilidade, vamos entender
o que é o processo de fresamento.

Você já prestou atenção em alguma pessoa ralando coco? Sim, o coco que vem do coquei-
ro. Ora... Qual será a relação entre a atividade de ralar coco e o processo de fresamento?
Confira em nosso primeiro vídeo!

109
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Fresagem é o processo de usinagem realizado


por meio de uma ferramenta chamada fresa.
Ele acontece a partir de uma combinação entre
a rotação da fresa e o deslocamento da peça.
O excesso de material da peça é removido,
permitindo que ela adquira a forma desejada.
Vamos conhecer um pouco melhor os tipos e
características das fresadoras.

A fresadora é uma máquina que possui movimento de rotação e que permite mover a
peça em três ou mais eixos. É bastante utilizada para execução de peças prismáticas.

A fresa apresenta arestas cortantes ao redor do seu eixo, que giram com movimento uni-
forme para arrancar o material da peça.

Vamos conhecer os tipos de fresadoras, suas principais características e aplicações.

FRESADORA
HORIZONTAL
A fresadora horizontal tem o eixo principal
em posição paralela à superfície da mesa.
Esta fresadora é muito utilizada para
produzir ranhuras e engrenagens.

Algumas operações, como facear e fazer


rasgos, podem ser feitas tanto na
fresadora horizontal como na vertical.

Retirada proteção conforme norma NR12,


para melhor visualização da máquina.

110
UE1 | Fresamento

FRESADORA
VERTICAL
A Fresadora Vertical tem o eixo principal
em posição perpendicular à superfície da
mesa. O seu princípio de funcionamento é
similar ao da fresadora horizontal.

FRESADORA
MISTA
Já a Fresadora Mista, com o auxílio de
acessórios, pode orientar o eixo principal
inclinando o cabeçote trezentos e sessenta
graus em relação ao eixo longitudinal da
mesa. Portanto, ela consegue trabalhar
com o eixo tanto no sentido horizontal
como no sentido vertical.

Retirada proteção conforme norma NR12,


para melhor visualização da máquina.

FRESADORA
UNIVERSAL
A Fresadora Universal, com o
auxílio do cabeçote universal,
consegue orientar o eixo principal,
realizando a inclinação de trezentos
e sessenta graus em relação ao
eixo longitudinal e trezentos e
sessenta graus em relação ao eixo
transversal da mesa.

111
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

E agora que estamos mais familiarizados, podemos conhecer suas aplicações. Assista ao
vídeo a seguir!

Tão importante quanto conhecer os tipos e características das fresadoras, é saber quais
ferramentas devem ser utilizadas para o processo de fresamento. Além disso, é fundamen-
tal saber como fixar as peças, as ferramentas e os acessórios. Veja com atenção:

Agora podemos analisar as ferramentas para fresamento de perfis que podem ser reali-
zados na fresadora, de acordo com as características das fresas.

PARÂMETROS DE CORTE
A velocidade de corte é não uma novidade para você, já vimos em furação, em tornearia
e agora veremos também em fresagem. A velocidade de corte é a velocidade com que o
material é removido pela aresta de corte.

112
UE1 | Fresamento

Vamos imaginar uma bicicleta com aro 12 e outra com aro 27. Para as duas se deslocarem
na mesma velocidade, em uma das bicicletas os aros terão que girar com mais velocidade,
correto? Qual delas, a de aro 12 ou a de aro 27, vence uma disputa?

E aí, quem vence? Qual bicicleta você escolheria para ter mais chance de vitória em uma
competição? E, acima de tudo, o que tudo isso tem a ver com o processo de fresamento?
Veja o próximo vídeo e descubra as respostas!

Agora, o que você acha de fazermos uma relação entre a velocidade de corte na tornearia
e na fresagem?

113
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Na fresagem utilizamos a mesma fórmula usada na tornearia,

N = Vc . 1000
π.D

Sendo que:
N = número de rotações;
Vc = velocidade de corte;
D = diâmetro da peça no torno ou da fresa na fresagem;
Π = constante que corresponde a 3,14.

A diferença na utilização da fórmula é que na tornearia devemos considerar o diâmetro da


peça a ser torneada e na fresagem devemos considerar o diâmetro da fresa a ser utilizada.

Para entender melhor essa relação, assista ao próximo vídeo.

FURAÇÃO INCLINADA – COMO FAZER?


Vamos ver, na prática, como uma fresadora realiza as operações de fresagem utilizando
uma fixação mais rápida e segura.

114
UE1 | Fresamento

A fresadora ferramenteira tem uma característica peculiar que não encontramos nas ou-
tras fresadoras. Ela é capaz de inclinar o cabeçote e deslocar o fuso-árvore no mesmo senti-
do dessa inclinação do cabeçote. Como isso é possível? Observe no próximo vídeo.

!
Solução do Problematizando...

Pronto! Agora você já consegue perceber em qual das fresadoras disponíveis na Metalúr-
gica o operador levará um menor tempo para realizar as fixações da peça?

Sabemos que diferentes fresadoras estão disponíveis para esta operação. Mas, o que nos
permite realizar esse processo com maior facilidade é a fresadora ferramenteira.

115
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Para realizarmos o furo com as outras fresadoras, precisamos inclinar a peça no ângulo
de 45 graus, utilizando um transferidor de graus. No entanto, na fresadora ferramenteira a
peça ficará fixada e apoiada na morsa. Além disso, seu cabeçote possui uma graduação de
graus que permite ao operador se orientar em relação ao grau de inclinação da peça, tor-
nando a preparação para o processo de fresagem mais rápida e segura.

Agora é com você!

Chegou a hora de colocar o conhecimento aprendido em prática. Aplique-o com atenção.

1. Na oficina de manutenção da fábrica, chegou um bloco de motor para reabrir o diâme-


tro de um furo que estava ovalizado. As dimensões do bloco são de 400 x 400 x 500 mm.
O volume de trabalho da fresadora suporta estas dimensões, porém, não tem morsa
com abertura para fixar este bloco.

Onde a fixação será adequada para este serviço?

a) No cabeçote vertical.
b) No aparelho divisor.
c) Na luneta.
d) Na morsa.
e) Na mesa.

JUSTIFICATIVA

a) O cabeçote vertical é utilizado para fixar o mandril porta-fresa.


b) O aparelho divisor é utilizado para realizar divisões equidistantes nas peças com se-
ção redonda.
c) As lunetas, móvel ou fixa, são utilizadas para auxiliar a fixação da peça no torno.
d) A empresa não possui morsa para fixar a peça com estas dimensões.
e) Parabéns, você acertou!

116
UE1 | Fresamento

2. Na execução de uma manutenção preventiva em um redutor de velocidade, consta-


tou-se que uma das engrenagens estava com os dentes totalmente danificados, sendo
necessário confeccionar outra.

Na abertura da solicitação da confecção de outra engrenagem, os dois principais pro-


cessos responsáveis pela fabricação da peça são os de:

a) Retífica e ajustagem.
b) Tornearia e fresagem.
c) Ajustagem e qualidade.
d) Planejamento e retífica.
e) Planejamento e qualidade.

JUSTIFICATIVA

a) Ajustagem não executa esse tipo de operação.


b) Parabéns, você acertou!
c) Ajustagem não executa esse tipo de operação.
d) Planejamento não é processo de fabricação.
e) Planejamento e qualidade não são processos de fabricação.

117
Unidade de Estudo
02

FRESAMENTO

FIXAÇÃO DE
PEÇAS IRREGULARES

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

CLANG!
A Metaltech, é muito respeitada em sua área de atuação
pela qualidade de seu trabalho e eficiência na entrega
de seus projetos e recentemente surgiu um novo
contrato para a área de Fresagem, onde as peças têm
formas irregulares e infelizmente...

Devido a essas peças de formas irregulares, acidentes


começaram a acontecer nas operações de usinagem, peças
se soltando, fresas quebrando devido a fixações deficientes
e processos inadequados, todos estavam muito
preocupados com a situação.

A equipe técnica da área se reuniu para estudar uma solução


para o problema...
SALA
DE REUNIÕES

O bloco recebido tem sobremetal de 3 mm:

As peças vêm da fundição, para


serem usinadas nas faces da cota
46 mm e executado o ângulo 20°,
conforme desenho final:

51

x
20º
6

46
As peças vêm da fundição, para
serem usinadas nas faces da cota
46 mm e executado o ângulo 20°,
Contexto!
conforme desenho final:

51

x
20º

6

46
6,0º
6,0º

49
100

99

A Metaltech possuía diversos tipos de acessórios para fixação,


tipo: grampos para fixação, cantoneiras, morsas, entre outros.
UE2 | Fresamento − Fixação de Peças Irregulares

?
Problematizando...

O que devemos fazer para realizar a fixação para usinagem, de forma segura, em peças
com geometria irregular, como as peças fundidas?

Conhecimento em pauta!

FIXAÇÃO DE PEÇAS
Antes de definirmos qual a melhor forma de fixar uma peça, vamos analisar os fatores
envolvidos no processo de fresamento, como ocorre o processo de corte na fresadora, quais
os esforços envolvidos neste processo, entre outras informações.

Veja, nosso primeiro vídeo, uma situação bastante cotidiana.

Durante o fresamento, o giro da fresa exerce uma força tangencial contra a peça. O movi-
mento da mesa empurra a peça contra a fresa gerando uma força contrária a direção deste
movimento. E dependendo da operação podem surgir outras forças que atuam no processo.

123
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Força de
Ff
Avanço

Peça

Força de Fc
Força de Direção de Avanço
Usinagem
Corte

O objetivo da fixação é evitar que essas forças arranquem a peça do sistema de fixação
durante o fresamento. Essa fixação precisa exercer força sobre a peça de maneira que su-
pere as forças a que ela se sujeita durante o fresamento.

Se em algum ponto isso não ocorrer, a peça pode se mover, causando vibrações, erros
dimensionais e geométricos, além de quebra da ferramenta. Na pior situação, o arranca-
mento da peça pode provocar um acidente que, dependendo das condições, pode lançá-la
com força e velocidade por alguns metros!

Podemos afirmar, então, que a fixação influencia diretamente no resultado final do fresa-
mento. Veja alguns aspectos influenciados pela fixação:

• Tempo;
• Acabamento;
• Precisão;
• Segurança.

Portanto, para executar a fixação de peças é necessário planejamento, uso de acessórios


e dispositivos adequados e muita atenção.

No próximo vídeo vamos abordar um pouco mais sobre isso. Vamos assistir?

124
UE2 | Fresamento − Fixação de Peças Irregulares

FIXAÇÃO DE PEÇAS COM GEOMETRIA IRREGULAR


As peças originadas do processo de fundição já tem boa parte da usinagem definida, ten-
do poucas regiões que serão fresadas. Por outro lado, são de difícil fixação, pois costumam
ter pequenas inclinações (ângulos para facilitar a remoção do molde), raios e rebarbas e
superfície bem rugosa.

Veja uma fixação inadequada de uma peça irregular. Você é capaz de perceber o problema?

MATÉRIA-PRIMA FUNDIDA

PONTO DE CONTATO PONTO DE CONTATO

MORDENTES DA MORSA

Em casos como este fica muito difícil prender as peças na morsa para obter boa fixação,
pois seus mordentes são retificados e paralelos. Isso faz com que o ponto de contato para
fixação seja muito pequeno e, com os esforços de corte, a peça pode se soltar.

Nesse caso, a fixação direta na mesa usando grampos permite a fresagem da peça utili-
zando algumas fixações estratégicas. É o que veremos no próximo vídeo. Assista!

125
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

USINAGEM EM ÂNGULO
Aprendemos, de maneira geral, como fixar e fresar uma peça de geometria irregular.
Agora é o momento de nos aprofundar no uso da mesa angular e detalhar um pouco mais
como chegar na medida final. Vamos lá?

Para deixar a peça inclinada 20°, primeiro o fresamento deve ser operacionalizado na
vertical, de forma perpendicular à face. Em seguida, será preciso calcular qual vai ser a pro-
fundidade que vamos incrementar no anel graduado.

51

x
20º

6,0º

A cota azul representa essa distância. Mas já que falamos em anel graduado, vamos ver
como ele funciona?

No próximo vídeo, vamos aprender a controlar o deslocamento dos eixos. Assim, conse-
guimos colocar na peça a cota especificada no desenho.

126
UE2 | Fresamento − Fixação de Peças Irregulares

Então, para usinarmos o ângulo de 20°, precisamos calcular o valor da cota x. Esse cálcu-
lo nos permite saber o quanto incrementar no anel graduado no eixo perpendicular à face
após referenciar a ferramenta na peça.

Usando trigonometria, sabemos que o seno de um ângulo é o valor do cateto oposto


dividido pela hipotenusa.

Hipotenusa

Cateto oposto
51

x
20º

6,0º

Sendo assim:

sen 20° = X X = sen 20° x 51 = 17,44


51

Então, precisamos descer 17,44 mm. Ou seja, ao fim da usinagem o deslocamento do


fuso deve ser 17,44 mm para que a cota 51 seja respeitada.

127
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Nesse caso, considerando que o passo do fuso é 4 mm e o anel tenha 400 divisões, qual
é o deslocamento necessário? Vamos calcular por etapas.

1ª etapa: D = pf D = 4 = 0,01mm
nº div. 400

2ª etapa: 17,44 4
1,44 4

Para sabermos quantas divisões vamos deslocar após 4 voltas, fazemos o seguinte cálculo:

X = 1,44 = 144 divisões


0,01

Podemos concluir que, após a conclusão da usinagem, a mesa foi deslocada 17,44 mm e no
anel graduado foram aplicadas 4 voltas e 144 divisões, obtendo a cota de 51 e o ângulo de 20°.

!
Solução do Problematizando...

Vamos retornar à questão dos problemas com


a fixação das peças com formas irregulares que
anda assombrando a oficina da Metaltech

128
É ISSO!
UE2 | Fresamento − Fixação de Peças Irregulares

É ISSO!

SALA
DE REUNIÕES

Existem diversas maneiras de fixação para peças.


Mas depois da reunião Isso permite que peças com geometria irregular
da equipe técnica da sejam fixadas de maneira segura. Sempre que
área, uma solução foi surgirem peças diferentes, é necessário identificar
encontrada. qual será a melhor forma para fixação, isso evitará
problemas no momento da usinagem.

FERNANDO
TÉCNICO

Com a prévia identificação do acessório de


fixação adequado para cada peça, a Metaltech
pôde voltar ao seu ritmo normal de trabalho.

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo, você pode fazer itens de avaliação
para fixar melhor o conhecimento estudado até o momento.Vamos lá?

129
Unidade de Estudo
03

FRESAMENTO

DESGASTE DA
FERRAMENTA

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

A equipe de ferramentaria da OpMax está com dificul-


dade de atender o setor de estamparia, pois não estão
conseguindo produzir as ferramentas de estampo
dentro do prazo.

Os ferramenteiros reclamaram que estava haven-


do muito desgaste das ferramentas de corte para
esquadrejar os blocos de aço de alta dureza.
35

250 mm
180 mm

!
?
?

À técnica em mecânica da empresa, foi solicitado que


estudasse uma solução para esse problema, visando que
os estampos fossem produzidos em menor tempo. Esta
empresa possui apenas máquinas convencionais.
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

?
Problematizando...

O que é necessário para redução do tempo de usinagem desses blocos de alta dureza?

Conhecimento em pauta!

Considerando que de um ponto ao Os ferramenteiros reclamaram que


outro existem vários caminhos... estava havendo muito desgaste
das ferramentas de corte para
esquadrejar os blocos de aço de
alta dureza.

Todos os dias muitas pessoas


saem de suas casas em direção
ao seu trabalho, escola e
muitos outros destinos.

Para seguir o melhor caminho, precisamos conhecer as alternativas, saber quais são os
meios de transporte disponíveis e quanto vamos gastar para fazer o trajeto.

Ônibus

Metrô
Casa Trabalho

Carro

134
UE3 | Fresamento − Desgaste da Ferramenta

Perceba que essa é uma situação do dia a dia em que, de forma intuitiva, usamos parâ-
metros como VELOCIDADE, TEMPO e CUSTO. Fazemos isso porque queremos completar o
trajeto com o melhor resultado possível, sem perder muito tempo, nem dinheiro.

No fresamento acontece da mesma forma, pois temos que usar os melhores parâmetros
a fim de obtermos um bom acabamento, precisão, menor desgaste da ferramenta, menor
tempo de usinagem e menor custo de produção.

PARÂMETROS

MELHORES
PARÂMETROS

Fresamento Melhor
Produção

PARÂMETROS

PARÂMETROS DE CORTE
Para definir as variáveis que controlam o movimento da peça e da ferramenta durante o
processo de usinagem, utilizamos GRANDEZAS NUMÉRICAS, ou seja, valores quantitativos
referentes às características do corte.

Essas características são chamadas PARÂMETROS DE CORTE. Eles facilitam a obtenção de


condições adequadas para usinagem dos materiais e o uso consciente dos recursos dispo-
nibilizados e empregados em máquinas operatrizes.

135
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Os principais parâmetros de corte são baseados nos seguintes aspectos:

DIFERENTES VELOCIDADES
ESFORÇOS ADEQUADAS

AS ROTAÇÕES AS PROFUNDIDADES
ENVOLVIDAS DE CORTE

Fiquede de
Fique olho!olho!

De forma resumida, podemos ilustrar os parâmetros de corte no fresamento através do


quadro a seguir.

PARÂMETRO SÍMBOLO UNIDADE

VELOCIDADE DE CORTE vc m/min

AVANÇO POR DENTE fz mm/dente

PROFUNDIDADE DE CORTE ap mm

AVANÇO DA MESA vf mm/min

ROTAÇÃO n RPM

136
UE3 | Fresamento − Desgaste da Ferramenta

E agora, que vimos alguns pontos importantes sobre parâmetros, podemos tirar algumas
conclusões. Assista ao vídeo e reflita.

PARÂMETROS DE CORTE
Agora que já temos uma noção sobre parâmetros de corte, vamos conhecê-los melhor?
Nesse vídeo veremos os seguintes parâmetros de corte: a velocidade, a rotação, o avanço e a
profundidade do corte.

Velocidade de corte (vc)

Perímetro da ferramenta

Você já é capaz de calcular a rotação e o avanço para uma operação de fresagem. Vamos
praticar?

Determine os valores dos parâmetros necessários para fresar a face maior de um bloco
com 250 x 180 x 35 mm, aço de alta dureza, numa operação de desbaste, com uma fresa
cilíndrica de aço rápido Ø 20 mm com 6 dentes.

137
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Para realizar esse cálculo, precisamos considerar a velocidade de corte e o avanço:

n=? aplicando n = 20 x 1000 = 318 RPM


Vc= 20 m/min
a fórmula 20 x π

vf=? aplicando
fz= 0,22 mm vf = 0,22 x 6 x 318 = 420 mm/min
a fórmula

DESGASTE DA FERRAMENTA
Você sabe que o desgaste da ferramenta pode ser um dos maiores desafios quando fala-
mos de usinagem? Assista ao vídeo e aprenda um pouco mais.

! Fique pordentro!
Fique por dentro!
Pensando em resolver as limitações provocadas pelo desgaste da ferramenta, foram de-
senvolvidas tecnologias de materiais, que podem resistir mais ao atrito, através de maior
dureza, o que proporciona maior resistência ao desgaste. Dessa forma, é possível aplicar
parâmetros melhores às operações de fresamento.

138
UE3 | Fresamento − Desgaste da Ferramenta

Observe, no vídeo a seguir, uma comparação das características dos materiais aço rápido
e metal duro.

Se aplicarmos as fórmulas para cálculo dos parâmetros velocidade de corte e avanço


para uma fresa com pastilhas intercambiáveis de metal duro, veremos que o resultado será
melhor, se comparado à utilização do aço rápido. Vamos verificar?

Determine os valores dos parâmetros necessários para fresar a face maior de um bloco
com 250 x 180 x 35 mm, aço de alta dureza, numa operação de desbaste, com uma fresa
cilíndrica Ø 20 mm com 4 dentes. São dados a velocidade de corte e o avanço:

n=?
Vc= 50m/min

Aplicando a fórmula, temos: n = 50 x 1000 = 796 RPM


20 x π

vf=?
fz= 0,22mm

n = 0,5 x 4 x 796 = 1592 mm/min


Aplicando a fórmula, temos:

139
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

OBSERVE

No cálculo para aço rápido, foi considerada a fresa de 6 dentes. Mas, para a fresa com
pastilha na dimensão de 20 mm, o mais comum é que tenham apenas 4 dentes. Mesmo
com essa diferença de dentes, podemos observar um avanço maior na fresa com pastilha
de metal duro.

Com os resultados dos cálculos, aplicando a regra de três, podemos analisar que para
percorrer os 250 mm da peça, a fresa de aço rápido com avanço de 420 mm/min vai gastar:

tempo aço rápido = 250 x 60 = 35,7 segundos


420

Onde, o 60 = tempo de 1 minuto, porém, transformados em segundos (60 s).

Já a fresa com pastilha de metal duro, com avanço de 1592 mm/min, da mesma forma,
vai gastar:

tempo aço rápido = 250 x 60 = 9,4 segundos


1592

MATÉRIA PRIMA AÇO

DIMENSÕES 250 x 180 x 35 mm

Fresa cilíndrica Fresa cilíndrica com


Ferramenta
de aço rápido pastilhas de metal duro

Diâmetro 20 mm 20 mm

Nº de dentes 6 dentes 4 dentes

Operação Desbaste Desbaste

Vc 20 m/min 50 m/min

140
UE3 | Fresamento − Desgaste da Ferramenta

MATÉRIA PRIMA AÇO

DIMENSÕES 250 x 180 x 35 mm

n 318 rpm 796 rpm

fz 0,22 mm 0,22 mm

vf 420 mm/min 1592 mm/min

Tempo 35,7 segundos 9,4 segundos

Assim, podemos comparar o resultado da fresa de aço rápido com o resultado da fresa
com pastilha de metal duro. Observe:

redução de tempo = 9,4 x 100 = 26,3%


35,7

Podemos concluir que, com a ferramenta com


pastilhas de metal duro, haverá uma redução de 26%
no tempo da operação

!
Solução do Problematizando...

PRAZO

Você se lembra do problema com prazos, enfrentado pela


equipe da OpMax? As peças não estão sendo produzidas a
tempo, por conta do desgaste das ferramentas de corte para
esquadrejar os blocos de aço de alta dureza.

141
Você se lembra do problema com prazos, enfrentado pela
equipe da OpMax? As peças não estão sendo produzidas a
tempo, por conta do desgaste das ferramentas de corte para
Processos Básicos de Fabricação
esquadrejar Mecânica
os blocos de aço de alta dureza.

Então, depois do que estudamos,


você já sabe como resolver este problema?

A resposta para a
pergunta é realizar uma análise
dos parâmetros e tecnologias
utilizadas, para verificar as
melhorias possíveis de serem
adotadas.

Realizada essa análise, a técnica verificou que haveria um ganho considerável de tempo...

100%
ÁREA DE ENGENHARIA

0%

... se trocassem as ferramentas de aço rápido por ferramentas de pastilha de metal duro.

142
UE3 | Fresamento − Desgaste da Ferramenta

... se trocassem as ferramentas de aço rápido por ferramentas de pastilha de metal duro.

Os resultados foram apresentados aos


seus superiores, que providenciaram a
realização dos testes e comprovaram
que o metal duro apresenta melhor
resistência ao desgaste e,
consequentemente, melhor
rendimento.
Logo, os estampos começarão a ser
entregues dentro do prazo.

Agora é com você!

Avalie se você compreendeu bem os conhecimentos estudados nessa unidade de estudo.


Responda às perguntas e bom desempenho!

143
Unidade de Estudo
04

FRESAMENTO

ACESSÓRIO:
APARELHO DIVISOR

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Fernando é recém-contratado na Metaltech.

Ele está ansioso para começar suas


atividades no setor de produção.

Fernando, te trouxe aqui porque preciso que você escolha a


melhor forma de executar a usinagem de uma característica
prismática em uma peça.

FERNANDO
TÉCNICO

Explique melhor,
VALDOMIRO
GERENTE
seu Valdomiro.

Quero que você execute um


sextavado em uma peça cilíndrica
de aço-carbono usando o processo Nós temos
de usinagem por fresamento. fresadora aqui?

FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Claro! Temos uma


fresadora vertical na
FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Contexto!
Contexto!

Claro! Temos uma


fresadora vertical na
casa. Venha ver. Aqui está. É nessa
belezinha que você
vai trabalhar.

FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Esse acessório se
chama cabeçote divisor.
VALDOMIRO
GERENTE

Ótimo. Vou
começar
imediatamente.
UE4 | Fresamento − Acessório: Aparelho Divisor

?
Problematizando...

Diante desse desafio, você é capaz de definir uma forma de executar essa usinagem?

Conhecimento em pauta!

SEXTAVADO
Antes de pensarmos em qual é a melhor maneira para executar a usinagem do sextava-
do, vamos conhecer um pouco dessa característica.

O sextavado é formado por seis superfícies planas interligadas pelas extremidades. Ele
tem origem no hexágono, uma figura geométrica que tem seis lados iguais e equidistantes.
Sendo assim, todos os lados formam entre si um ângulo interno de 120°. Veja:

120º

60º

149
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

No nosso dia a dia, podemos encontrar alguns objetos com essa característica, como pa-
rafusos, porcas, blocos de concreto para pavimento de vias, entre outros.

Agora que sabemos quais são as características do sextavado, vamos conhecer os aces-
sórios indispensáveis para executar a usinagem da nossa peça.

ACESSÓRIOS
Os acessórios são dispositivos que aumentam as possibilidades de uso da máquina em
operações de fresamento. Vamos conhecer alguns deles.

1. Fixação por grampos

A utilização de grampos e parafusos é o meio mais utilizado para fixar as peças e acessó-
rios diretamente na mesa da máquina.

2. Aparelho divisor

O aparelho divisor é um acessório que permite a execução de peças com características


equidistantes ao longo de um perímetro circular em uma peça, com boa precisão. Esse é
um acessório muito versátil, uma vez que permite diversas operações de usinagens em uma
única fixação.

150
UE4 | Fresamento − Acessório: Aparelho Divisor

O aparelho divisor é composto do cabeçote divisor e da contraponta.

F atrito F pessoa

Calor criado pelo atrito

O aparelho divisor é utilizado para fazer divisões equidistantes. Imagine uma circunferên-
cia que possui, em seu perímetro, vários pontos distribuídos de forma uniforme.

Perceba, na imagem anterior, que esses pontos podem representar furos executados na
face de uma determinada peça. Ou, se interligarmos esses pontos por meio de retas, obte-
mos a figura de um hexágono, permitindo a execução de faces sextavadas. Veja:

151
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Dessa forma, é possível executar diversas características em peças, ao longo de um deter-


minado perímetro. Veja esses exemplos:

Face poligonal Face poligonal Dentes de


quadrado sextavado engrenagem

Furos em
Estrias
flanges

152
UE4 | Fresamento − Acessório: Aparelho Divisor

Trocando Ideias!

Com base no que vimos até aqui, em qual das peças abaixo não usaríamos o aparelho
divisor para usinar?

A C

B D

Se você respondeu a letra b, está correto! É possível fazer esta peça fixando ela na morsa.

153
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Além disso, é possível inclinar o cabeçote em relação à mesa da máquina e trabalhar na


face de peças, ou mesmo inclinar a 45° ou alguma outra inclinação desejada para usinar
peças como uma engrenagem cônica.

ÇOTE
ABE
D OC
OR E R
ÁRV ISO
DIV

No caso de peças que tenham um comprimento grande (cerca de 1,5 vezes o diâmetro da
peça), é necessário fixação entre pontas para garantir não só a melhor fixação, mas também
robustez à usinagem.

154
UE4 | Fresamento − Acessório: Aparelho Divisor

Para se estabelecer o posicionamento nos ângulos corretos, são utilizados discos com
diversos furos, chamados de disco divisor.

Pino de fixação
Coroa Braço do setor

Manípulo

Parafuso sem fim
Manivela

Disco divisor

Mas, como podemos estabelecer esses pontos em um perímetro, de forma precisa e com
infinidade de quantidade?

Veja como é possível fazer divisões equidistantes!

A coroa de transmissão costuma ter 40 ou 60 dentes. Podemos obter o número de voltas


necessárias de acordo com o número de divisões desejadas.

Considerando uma coroa de 40 dentes, faz-se necessário 40 voltas na manivela para que
a peça, que está no mesmo eixo da coroa, dê uma volta. Então, para fresar cada dente de
uma engrenagem com 40 dentes, seria necessário 1 volta na manivela.

155
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Mas, se o número de divisões necessárias for diferente, pode ser preciso dar mais voltas
na manivela. Por exemplo, para uma peça com 10 divisões, devemos, para cada divisão,
aplicar 4 voltas na manivela. Com isso, temos a seguinte fórmula para nos ajudar no cálculo:

nº de voltas na manivela = nº de dentes da coroa


nº de divisões desejadas

Adaptando ao último exemplo:

nº de voltas na manivela = 40 = 4 voltas


10

O que você acha de exercitar um pouco esse cálculo? Tente resolver essa questão:

Quantas voltas serão necessárias na manivela para fresar cada dente de uma engrena-
gem com 20 dentes em um aparelho divisor que possui uma coroa de 40 dentes?

• Uma;
• Duas;
• Três;
• Quatro.

Se você calculou duas voltas, parabéns! Está correto.

Quando o número de voltas não é exato, como em uma peça com 27 lados, por exemplo,
teríamos que utilizar as furações do disco divisor.

No próximo vídeo vamos descobrir como escolher o disco divisor adequado para o número
de divisões que desejamos fazer.

156
UE4 | Fresamento − Acessório: Aparelho Divisor

Mas, podemos nos deparar com uma situação diferente se o número de divisões não existir
em nenhum disco! Como poderíamos resolver esse problema? Assista ao vídeo para descobrir.

Trocando Ideias!

Vamos praticar um pouco para fixar de vez esse conhecimento!

Qual o número de voltas na manivela, para fresagem de cada dente de uma engrenagem
com 32 dentes? Considere os seguintes parâmetros:

C = 40
N = 32

a) 1 volta e 2 furos no disco 2, série de 33;


b) 1 volta e 2 furos no disco 1, série de 16;
c) 2 voltas e 2 furos no disco 1, série de 21;
d) 3 voltas e 1 furo no disco 3, série de 43.

Respondeu letra b? Então, parabéns! Você acertou.

O APARELHO DIVISOR EM AÇÃO


A execução do sextavado no aparelho divisor ocorre com grande facilidade e precisão
para peças cilíndricas, como vamos ver no próximo vídeo.

157
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Pronto! Concluímos a nossa peça. Agora é o momento de responder à pergunta feita no início
desta unidade de estudo: você é capaz de definir uma forma de executar essa usinagem?

Vimos que é possível realizar a usinagem do sextavado obtendo boa precisão e com faci-
lidade de fixação de peças cilíndricas sem depender de outros dispositivos. Para isso, utili-
zamos o cabeçote divisor.

No entanto, é muito importante realizar os cálculos corretamente, principalmente no caso de


muitas divisões, pois muitas vezes um erro só é detectado no final da usinagem! Miguel usou o
cabeçote divisor para executar o sextavado, obtendo um ótimo resultado. E, por isso mesmo,
ele foi bastante elogiado pelo seu supervisor Valdomiro após a conclusão do serviço.

Agora é com você!

Concluímos esta unidade de estudo sobre Fresamento. Este é o momento ideal para exer-
citar os seus conhecimentos. Agora, você deve fazer os itens de avaliação para fixar melhor
tudo o que estudou até aqui. Vamos lá?

158
UE4 | Fresamento − Acessório: Aparelho Divisor

Anotações

159
Unidade de Estudo
01

MÁQUINAS
EQUIPAMENTOS,
FERRAMENTAS E
INSTRUMENTOS
DEDICADOS À FABRICAÇÃO
E À MANUTENÇÃO
MECÂNICA

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

A Metaltech está no mercado há mais de dez anos e sua área de produção


é constituída de um setor de usinagem e um setor de caldeiraria.

Na empresa existe uma área de apoio à produção, onde acontecem os cortes dos
materiais, afiação de ferramentas, dentre outras atividades. Lá podemos encontrar:
guilhotina, serra fita horizontal e vertical, esmeril de bancada e de coluna.

NOVO PROJETO

Um novo projeto chegou à empresa e o técnico em mecânica responsável pela área


deve providenciar o corte da matéria-prima para uma peça de cobre a ser fabricada no
torno, sendo que a matéria-prima bruta deverá ter as dimensões de Ø 4” x 320 mm.

ESMERIL DE BANCADA GUILHOTINA


Um novo projeto chegou à empresa e o técnico em mecânica responsável pela área

Contexto!
Contexto!
deve providenciar o corte da matéria-prima para uma peça de cobre a ser fabricada no
torno, sendo que a matéria-prima bruta deverá ter as dimensões de Ø 4” x 320 mm.

ESMERIL DE BANCADA GUILHOTINA

SERRA FITA VERTICAL ESMERIL DE COLUNA

SERRA FITA HORIZONTAL


UE1 | Máquinas, Equipamentos, Ferramentas e Instrumentos − Dedicados à Fabricação e à Manutenção Mecânica

?
Problematizando...
Qual equipamento mais adequado deve ser selecionado pelo técnico em mecânica para
o corte da matéria-prima bruta com dimensões de Ø100 mm x 320 mm?

Conhecimento em pauta!

EQUIPAMENTOS PARA PREPARAÇÃO


Vamos pensar em nosso cotidiano! Você já deve ter comido um sanduíche, não é?

Um dos principais ingredientes é o pão, no qual será colocado o recheio. E, para dar conta
da grande demanda em horários de pico, faz-se necessário uma área de apoio para o corte dos
pães, dos queijos e demais ingredientes para finalizar o sanduíche com rapidez e agilidade.

Agora, imagine que você faz parte da área de apoio e é responsável pelos cortes do pão
e do queijo. Você tem à sua disposição uma tesoura, um estilete, uma faca sem serrilhas e
outra com serrilhas. Qual seria a sua melhor opção na escolha da ferramenta?

Provavelmente, você também optaria pela faca serrilhada para cortar o pão com mais
rapidez e agilidade, ainda, usaria a faca sem serrilha para cortar o queijo.

Na indústria, não é muito diferente! A área de apoio dá mais agilidade ao processo de


fabricação para as áreas de usinagem e de caldeiraria. Neste setor deve existir sempre um
profissional capaz de efetuar algumas operações como cortar, lixar, furar, esmerilhar, des-
bastar uma peça ou afiar uma ferramenta.

165
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Com isso, os profissionais que estão na operação da máquina ganham tempo sem precisar
parar o serviço para executar operações de preparação.

No próximo vídeo vamos conhecer alguns tipos, características, finalidades e riscos que
envolvem os equipamentos que auxiliam na preparação do serviço. Vamos aprender a de-
terminar a melhor opção de máquina para que a operação de corte da peça seja realizada
com segurança e eficiência, atendendo ao projeto e prazo estabelecido.

Acabamos de conhecer os tipos de serras que cortam uma grande variedade de materiais,
atendendo sempre sua capacidade de fixação de acordo com o perfil da peça.

166
UE1 | Máquinas, Equipamentos, Ferramentas e Instrumentos − Dedicados à Fabricação e à Manutenção Mecânica

Veja que cada serra apresenta as dimensões máximas de seção das peças que podem ser
fixadas na morsa, tipo cilíndrico, quadrado ou retangular.

CAPACIDADES (mm)

a a

d a b

No vídeo a seguir, veremos o esmeril e a guilhotina, que também são equipamentos utili-
zados na preparação das matérias-primas para produção.

Podemos ver que existem muitos equipamentos e cada um tem a sua aplicação, mesmo
que em alguns casos o objetivo final seja o mesmo.

Todos os equipamentos que vimos até aqui são máquinas com funcionamento contínuo
que devem ser utilizados de maneira apropriada para sua função por profissional capacita-
do. Caso contrário, podem oferecer grandes riscos à saúde do operador e à segurança geral
do meio em que estão localizadas.

167
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

ATENÇÃO

Mas, quais são esses riscos? Podem ser desde ruído excessivo ou projeção de partículas,
até um acidente mais grave, que pode deixar sequelas. Para minimizar esses riscos, todos
os procedimentos de segurança devem ser respeitados.

É preciso utilizar os EPIs adequados, atender as normas internas e externas, realizar ma-
nutenção periódica, promover treinamentos, incentivar a leitura do manual do equipamento,
entre outros procedimentos que buscam melhorar o entendimento e as condições ao trabalho.

168
UE1 | Máquinas, Equipamentos, Ferramentas e Instrumentos − Dedicados à Fabricação e à Manutenção Mecânica

INSTRUMENTOS DE CONTROLE
Para realizar os trabalhos de preparação da matéria-prima em uma área de apoio, tam-
bém é necessário o controle dimensional. Esse controle serve para conferir e selecionar a
matéria-prima correta e para realizar os cortes da matéria-prima para mandar para a pro-
dução, entre outras atividades.

Ainda que esse controle seja bastante criterioso, processos subsequentes garantem a preci-
são necessária de acordo com a especificação de desenho em cada situação. De qualquer for-
ma, existem alguns instrumentos adequados para realizar esse controle. Vamos conhecê-los?

ESCALA GRADUADA
Muito semelhante a uma régua, esse
instrumento é uma chapa de material metálico
- geralmente aço inoxidável, que normalmente
tem graduação em escala métrica de um lado e
polegadas do outro. Ela é usada para medição,
traçagem, regulagem de compasso e outros
procedimentos.

JOGO DE ESQUADRO COMBINADO


É um dispositivo composto por escala
graduada, transferidor, esquadro principal e
esquadro de centragem. Tem uma grande
gama de aplicações, podendo ser usado para
traçagem, medição linear, medição de ângulo,
quando provido de bolha e medição de centros
em peças circulares.

JOGO DE COMPASSO
Os compassos são feitos de material metálico,
normalmente aço inoxidável, e podem ser
usados para traçagem, transferência de medida
e medição indireta.

PAQUÍMETRO DE RELÓGIO
Os paquímetros são instrumentos de maior
precisão entre todos esses. Normalmente, eles
são confeccionados em aço inox, costumam ter
escala graduada na unidade métrica e
polegadas e podem ter precisão de décimos de
milímetro.

Esse tipo em específico permite que se faça a


leitura das medidas de forma mais ágil,
facilitando o processo de medição na produção.

TRANSFERIDOR DE GRAU
Esse instrumento é feito por chapas metálicas,
normalmente em aço inoxidável, no qual um
dos componentes tem forma de meia lua com
169 uma escala graduada em ângulo. Pode ser
utilizado para traçagem, medição angular e
linear.
polegadas e podem ter precisão de décimos de
milímetro.

Processos Básicos de Fabricação Mecânica Esse tipo em específico permite que se faça a
leitura das medidas de forma mais ágil,
facilitando o processo de medição na produção.

TRANSFERIDOR DE GRAU
Esse instrumento é feito por chapas metálicas,
normalmente em aço inoxidável, no qual um
dos componentes tem forma de meia lua com
uma escala graduada em ângulo. Pode ser
utilizado para traçagem, medição angular e
linear.

Todos esses instrumentos podem ser usados tanto para medição quanto para traçagem,
no recebimento e na preparação de peças.

!
Solução do Problematizando...

Então.... Você ainda lembra da questão na qual paramos? Para o corte


da matéria-prima bruta com dimensões de Ø100 mm x 320 mm, qual
equipamento mais adequado o técnico mecânico deve selecionar?

170
UE1 | Máquinas, Equipamentos, Ferramentas e Instrumentos − Dedicados à Fabricação e à Manutenção Mecânica

Se sua resposta foi Serra Fita Horizontal saiba que você está correto, o técnico também
determinou a mesma coisa, ele tomou essa decisão devido a praticidade e maior
controle sobre a operação que a Serra Fita Horizontal oferece, atendendo assim ao
projeto no prazo preestabelecido com a eficiência desejada.

Agora é com você!

Após a conclusão do nosso estudo, é hora de rever conhecimentos. Responda aos itens
de avaliação para fixar melhor o conteúdo e mostrar tudo o que você aprendeu até aqui.
Vamos lá?

171
Unidade de Estudo
01

ORGANIZAÇÃO
DO AMBIENTE DE
TRABALHO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Inúmeras reclamações de clientes,


por conta dos atrasos nos prazos
de entregas de seus produtos.

Esta é a Metaltech, uma empresa de


usinagem, que nos últimos meses
vem encontrando dificuldades em
se manter competitiva no mercado.

METALTECH

A liderança da empresa resolveu


chamar a pessoa que iria resolver
todos aqueles problemas, sem
sombra de dúvidas.

Eles convocaram João João Pedro iniciou a apurar os


Pedro, o Técnico em problemas detectados realizando
Mecânica mais habilidoso inspeções e durante as
e perceptivo da empresa. inspeções, João percebeu atrasos
na preparação das máquinas
Dizem que suas devido à demora em encontrar,
habilidades em resolver ferramentas e instrumentos
problemas são lendárias. básicos para execução do
processo de fabricação.
METALTECH

A liderança da empresa resolveu


chamar a pessoa que iria resolver
Contexto!
Contexto!
todos aqueles problemas, sem
sombra de dúvidas.

Eles convocaram João João Pedro iniciou a apurar os


Pedro, o Técnico em problemas detectados realizando
Mecânica mais habilidoso inspeções e durante as
e perceptivo da empresa. inspeções, João percebeu atrasos
na preparação das máquinas
Dizem que suas devido à demora em encontrar,
habilidades em resolver ferramentas e instrumentos
problemas são lendárias. básicos para execução do
processo de fabricação.

METALTECH

Com o problema devidamente


identificado, João Pedro já pode
começar a traçar um plano de
ação para resolver os problemas
dos atrasos e perdas de prazo.
UE1 | Organização do Ambiente de Trabalho

?
Problematizando...

Depois que identificamos os principais problemas que estão diretamente relacionados


com com os atrasos nos prazos de entrega, de que forma poderemos melhorar a produtivi-
dade da empresa, tornando-a competitiva para o mercado?

Conhecimento em pauta!

PRINCÍPIOS PARA A ORGANIZAÇÃO


As oficinas mecânicas podem utilizar alguns princípios que ajudam na sua organização.
O gerenciamento visual é uma das técnicas utilizadas para otimizar as demandas e permitir
ao colaborador o fácil acesso ao seu material de trabalho sem contratempos ou confusões.

Bons exemplos de Gerenciamento Visual para esta área são: a utilização de painéis de ferra-
mentas, com identificação facilita a localização de ferramentas, instrumentos, EPIs e materiais.

177
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Esta técnica ajuda a manter os padrões e promover uma melhor visualização por toda a
oficina, diminuindo o tempo de serviço executado nas atividades, mantendo a qualidade e
consequentemente aumentando os lucros. É por este motivo que vamos estudar de manei-
ra objetiva as práticas do Gerenciamento Visual na organização do espaço de trabalho.

Imagine você dividindo sua casa com outras pessoas. Mas, diferente do que você costu-
ma fazer para manter sua residência em ordem, os demais trocam as coisas de lugar ou não
repõem os talheres em suas devidas gavetas, deixando-os espalhados pela casa. Ou quem
sabe utilizam a vassoura e, ao invés de guardarem na área de serviço, deixam jogada atrás
de alguma porta. Como seria para você, morador organizado, a experiência de encontrar
alguma coisa específica no meio de tanta desordem?

METALTECH

Agora vamos levar esta discussão para um ambiente de trabalho. Como seria o desenvol-
vimento de uma atividade na qual compartilhamos ferramentas e instrumentos com outras
pessoas? Agora pense em você, usinando uma peça e precisa medir utilizando o micrômetro
e não o encontra, ou precisa de uma chave e não sabe onde está. Isto vai impactar direta-
mente nos prazos da produção.

No vídeo a seguir, veremos um comparativo entre uma área com dificuldade de localizar
os itens necessários para o desenvolvimento das atividades e outra organizada.

178
UE1 | Organização do Ambiente de Trabalho

Conforme vimos no vídeo anterior, os princípios da guarda e localização de ferramentas,


instrumentos e materiais, está diretamente associada à organização, pois ao iniciar uma ati-
vidade, faz-se necessário uma localização rápida dos instrumentos e ferramentas.

Após a realização do serviço, como será o procedimento para a guarda dos instrumentos
e ferramentas?

Em relação à limpeza, podemos citar:

• Remover com pano seco, resíduos úmidos como água, graxa e óleo;
• Efetuar a limpeza dos resíduos químicos;
• Remover os resíduos sólidos, como limalhas de ferro, com um pano seco.

Em relação aos cuidados, envolve:

• Lubrificar partes móveis sempre que utilizar o instrumento;


• Não misturar ferramentas com instrumentos;
• Guarde instrumentos em estojos apropriados;
• Guarde as ferramentas em caixas adequadas ou em carrinhos.

Os princípios da limpeza, e os cuidados com as ferramentas e instrumentos, contribuem


com a manutenção dos mesmos.

Colaborar com o asseio e higiene de suas áreas de trabalho é um dever do profissional


técnico, que envolve a limpeza de máquinas e equipamentos, visando sua conservação.

179
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Agora que você já concluiu o estudo, voltaremos para a questão inicial: tendo em vista os
atrasos nos prazos de entrega da empresa Metaltech, como pode melhorar a sua produtivi-
dade tornando-a competitiva para o mercado?

Com muito esforço e eficiência João


Pedro conseguiu implementar as
noções de Gerenciamento Visual, que
são o uso de controles que permitem
que os funcionários reconheçam
METALTECH
imediatamente os padrões ou quaisquer
desvios deles na organização.

Novas normas e regras foram criadas a A limpeza também foi observada, para que
fim de que os funcionários se recordem tudo fique bem conservado e não se estrague
que devem manter tudo organizado. rapidamente como acontecia antigamente.

O chefe de João Pedro ficou muito satisfeito e parabenizou o rapaz pelo bom serviço
prestado, com o fim da desorganização a empresa voltou a crescer e todos saíram
ganhando, Agora João terá uma oficina onde qualquer um saberá em poucos minutos
onde estão as ferramentas, acessórios, instrumentos e materiais.

Agora a Metaltech está novamente


no rumo certo, a fim de alçar novos
voos em busca de novos horizontes...

CONTINUA...

180
UE1 | Organização do Ambiente de Trabalho

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo sobre organização de ambientes de traba-
lho, chegou o momento de rever seus conhecimentos.

Vamos lá?

1. Na oficina, Antônio, mecânico de manutenção, precisou buscar um micrômetro no setor


de metrologia para medir um eixo. Após o uso do instrumento, era preciso guardá-lo
de forma correta.

Sabendo que se trata de um instrumento sensível, como Antônio deve guardá-lo?

a) Deve colocar na gaveta de ferramentas.


b) Deve colocar em uma gaveta, separado de outras peças.
c) Deve deixar em cima da bancada junto com outras ferramentas.
d) Deve colocar em cima da bancada do outro mecânico, para que o mesmo guarde.
e) Deve colocar o micrômetro no bolso do jaleco e continuar a realizar outras atividades.

JUSTIFICATIVA

a) Não pode colocar instrumento junto com ferramenta, pois esta ação poderá danificar
o instrumento.
b) Parabéns, você acertou!
c) Não deve deixar o instrumento em cima da bancada junto com as ferramentas, pois
esta ação poderá danificar o instrumento.
d) Não deve deixar o instrumento em cima da bancada, pois esta ação poderá danificar
o instrumento.
e) Não se coloca instrumentos dentro do bolso do jaleco, pois esta ação pode danificar
o instrumento.

181
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

2. Juarez, o mecânico de manutenção, vai para uma reunião com o chefe e, ao retornar,
terá que iniciar rapidamente o serviço. Para tanto, antes precisará organizar a sua ban-
cada de trabalho.

Para organizar a bancada de trabalho, quais os princípios básicos que Juarez deve seguir?

a) Colocar as ferramentas e instrumentos na mesma gaveta.


b) Colocar as ferramentas e instrumentos no local predefinido.
c) Colocar todas as ferramentas e todos os instrumentos ao alcance das mãos.
d) Colocar todos os instrumentos em cima da bancada e todas as ferramentas dentro
das gavetas.
e) Colocar todas as ferramentas em cima da bancada e todos os instrumentos dentro
das gavetas.

JUSTIFICATIVA

a) Os instrumentos não podem ficar junto com as ferramentas.


b) Parabéns, você acertou!
c) São muitas as ferramentas e instrumentos para ficar tudo ao alcance das mãos.
d) Em cima da bancada só deve ficar a peça a ser trabalhada. As ferramentas e instru-
mentos devem ficar em locais preestabelecidos.
e) Em cima da bancada só deve ficar a peça a ser trabalhada. As ferramentas e instru-
mentos devem ficar em locais preestabelecidos.

3. Na oficina mecânica, o ferramenteiro, ao final do dia, rotineiramente arruma sua ban-


cada de trabalho.

Para o cumprimento dessa rotina, qual das sequências abaixo é a correta?

a) Guardar as ferramentas e os instrumentos.


b) Limpar as ferramentas e os instrumentos usados e guardá-los em cima da bancada.
c) Guardar as ferramentas e os instrumentos em ordem e nos lugares corretos.
d) Deixar as ferramentas e os instrumentos em cima da bancada, pois ele irá usar no
outro dia.
e) Limpar as ferramentas e os instrumentos usados e guardá-los em ordem e nos
lugares corretos.

182
UE1 | Organização do Ambiente de Trabalho

JUSTIFICATIVA

a) É preciso limpar antes de guardar.


b) Deve-se definir um local adequado para garantir o armazenamento correto das fer-
ramentas e instrumentos.
c) É preciso limpar antes de guardar.
d) É preciso limpar e guardar as ferramentas e instrumentos no local adequado.
e) Parabéns, você acertou!

183
Unidade de Estudo
01

PRINCÍPIOS DE
ORGANIZAÇÃO
NO AMBIENTE
DE TRABALHO
PONTUALIDADE

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

07:40 da manhã, a maioria dos funcionários da Metaltech vai chegando...

07:40 da manhã, Argeu


dorme profundamente...

08:00 da manhã e as coisas estão

07:40 a pleno valor na Metaltech, mas


onde estará Argeu no meio de
todo esse pessoal?

Aqui está Argeu, acabando de


acordar. Dizer que ele já está
atrasado seria uma redundância.

Finalmente Argeu chegou ao


trabalho. Ele tem uma pilha
de trabalho para fazer e sua
bancada está uma bagunça.

AHHHHH...
ARGEU
TÉCNICO

O tempo voa...
Contexto!
Contexto!
O tempo voa...

O atraso de três horas e meia e a falta


de organização causaram grandes
dificuldades para Argeu. Para cumprir
o prazo de suas demandas, ele realizou
suas atividades de qualquer jeito.

... deu errado pois ele acionou

CRACK
a chave liga desliga sem
querer e quase se machucou.

A pressa levou Argeu a


realizar um procedimento
improvisado, onde ele retirou
o disco de corte da
esmerilhadeira com a
máquina ligada na tomada,
que infelizmente...

ARGEU
TÉCNICO

As atitudes desorganizadas
de Argeu levaram-no a
cometer estes erros.
UE1 | Princípios de Organização no Ambiente de Trabalho − Pontualidade

?
Problematizando...

Por qual motivo o perfil de Argeu não é adequado para uma área de produção?

Conhecimento em pauta!

ORGANIZAÇÃO PESSOAL E DISCIPLINA PESSOAL


Imagine quando a louça de sua casa está suja, precisa ser lavada e você estava em cima
do horário para jogar bola.

189
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Aí você lava a louça de qualquer jeito, não acha o detergente e pega o sabonete para tirar
a gordura.

Enfim, se olhar com cuidado, vai perceber que a louça continuou suja.

Bem, é isto que está acontecendo com Argeu. Seus atrasos constantes mostram que ele não
tem a disciplina de acordar no horário correto e, por isso, sempre sai de casa atrasado. Com
certeza, esta é uma situação que impacta de forma negativa na qualidade do seu trabalho.

Para enfrentarmos o mercado de trabalho precisamos de organização e disciplina pesso-


al para fazer nossas atividades e cumprir nossas metas diárias. Mas você sabe exatamente
o que significa ser um profissional organizado e disciplinado? Vejamos.

190
UE1 | Princípios de Organização no Ambiente de Trabalho − Pontualidade

• Organização pessoal: é a capacidade de gerenciar o tempo, aumentando a produti-


vidade e mantendo a qualidade no ambiente de trabalho. Uma pessoa organizada é
capaz de manter um posto de trabalho organizado, onde ferramentas e instrumentos
são localizados facilmente.

• Disciplina pessoal: é a capacidade de manter o foco nas atividades para alcançar os


resultados desejados, os cuidados e o comprometimento na guarda e preservação de
ferramentas e instrumentos.

191
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Perceba a diferença entre um profissional disciplinado e outro que não tem o mesmo perfil.

!
Solução do Problematizando...

Agora que você concluiu mais uma unidade de estudo com sucesso, vamos voltar à ques-
tão inicial: por qual motivo o perfil de Argeu não é adequado para uma área de produção?

Como verificamos, a organização e disciplina pessoal interferem no âmbito do trabalho.


Portanto, o perfil de Argeu não é adequado para a área de produção porque, além de atra-
sar nas tarefas, ele não realiza essas atividades corretamente.

Depois do problema
causado por Argeu, ele
foi chamado à gerência.

GERÊNCIA
VALDOMIRO
GERENTE

Argeu foi advertido verbalmente e depois por escrito por conta


dos problemas ocorridos e por causa de sua desorganização
no trabalho e, principalmente, por seus atrasos constantes.

ARGEU
TÉCNICO
192
UE1 | Princípios de Organização no Ambiente de Trabalho − Pontualidade

Argeu foi advertido verbalmente e depois por escrito por conta


dos problemas ocorridos e por causa de sua desorganização
no trabalho e, principalmente, por seus atrasos constantes.

ARGEU
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Como podemos verificar, organização e disciplina


pessoal interferem no âmbito do trabalho, podendo
ocasionar até mesmo acidentes se não forem levadas a
sério. Vejam o exemplo de Argeu e não o repitam,
priorizem a excelência profissional sempre.

Agora é com você!

Agora que concluímos esta unidade de estudo sobre ajustagem, chegou o momento de
rever seus conhecimentos. Para isso, você fará itens de avaliação para fixar melhor o conte-
údo estudado até o momento. Não se preocupe, não será atribuído nota para a atividade.

Vamos lá?

1. O supervisor do turno da manhã de uma empresa estava preocupado com André, um


dos operadores de centro de usinagem, pois o mesmo só chegava atrasado ao início
do turno. Embora fosse um dos melhores operadores, os atrasos dele impactavam no
resultado do grupo, porque outros colaboradores imitavam este mau hábito.

Neste caso, o que o supervisor deve fazer?

193
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

a) (A)Mudar o turno de André.


b) (B)Colocar André de férias.
c) (C)Deve demitir André e selecionar outro profissional para o seu lugar.
d) (D)Conversar com os outros colaboradores para que não cheguem atrasados.
e) Conversar com André para chamar-lhe a atenção e mostrar o impacto que o seu
atraso está causando.

JUSTIFICATIVA

a) Mudar o turno de André poderá não resolver.


b) Colocar André de férias não garante resolver o problema.
c) Demitir André e selecionar outro profissional para o seu lugar deve ser a última opção.
d) É provável que o comportamento de André é que esteja estimulando o atraso dos
outros colaboradores.
e) Parabéns, você acertou!

194
UE1 | Princípios de Organização no Ambiente de Trabalho − Pontualidade

Anotações

195
Unidade de Estudo
01

ORGANIZAÇÃO
E DISCIPLINA
PESSOAL
EM RELAÇÃO À SEGURANÇA,
À QUALIDADE E À
PRODUTIVIDADE
NO TRABALHO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Na empresa Metaltech, uma


ordem de serviço foi expedida
com urgência para o funcionário
Técnico em Mecânica, Fernando.

ORD
EM
FERNANDO
TÉCNICO

SERV DE
IÇO
Fernando, assim como todos os outros
funcionários, possui uma bancada de
trabalho, porém, a dele sempre está
um pouco desorganizada.

?
Fernando precisa abrir uma rosca M12x1,5 em
uma peça de aço-carbono, com muita urgência,
só que ele não consegue encontrar o jogo de
machos, necessário para realizar o serviço.

FERNANDO
TÉCNICO

Depois de alguns minutos à procura, Fernando acabou encontrando um


macho já desgastado e quase cego... E foi aí que tudo aconteceu...

Fernando começou a forçar o macho para conseguir


terminar o trabalho rapidamente e para sua infelicidade...
Contexto!
Contexto!

Fernando começou a forçar o macho para conseguir


terminar o trabalho rapidamente e para sua infelicidade...

FERNANDO
TÉCNICO

AMARILDO
TÉCNICO

ERIKA
ESTAGIÁRIA

FERNANDO
TÉCNICO

Por causa da pressa de Fernando,


o macho se partiu, prejudicando
o trabalho por completo...

FERNANDO
TÉCNICO

AMARILDO
TÉCNICO

ERIKA
ESTAGIÁRIA

FERNANDO
TÉCNICO

O que deveria ser entregue com urgência,


agora irá sofrer um grande atraso por causa
da irresponsabilidade e desorganização de
Fernando em usar um macho velho e cego
para executar o trabalho.
UE1 | Organização e Disciplina Pessoal - em Relação à Segurança, à Qualidade e à Produtividade no Trabalho

?
Problematizando...

O que levou Fernando a danificar a peça na tentativa de abrir uma rosca?

Conhecimento em pauta!

IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO


Em nossas vidas, a organização dos horários, das rotinas, até mesmo dos momentos de
lazer, são de suma importância para o nosso dia a dia, pois uma vida desestruturada nos tra-
rá inúmeros malefícios, principalmente em momentos importantes. A estruturação e orga-
nização do ambiente de trabalho é de igual importância, imprescindível para qualquer tipo
de serviço, pois permite que o colaborador desenvolva sua tarefa com segurança, qualidade
e produtividade. Em um posto de trabalho, a desorganização pode acarretar em acidentes
ou danos às peças durante a fabricação. Isso sem contar que é difícil localizar itens bagun-
çados, o que pode ocasionar em não cumprimento do prazo de execução das atividades.

Faz-se necessário ter um sistema de organização para os instrumentos e as ferramentas.


É importante que cada colaborador tenha seu próprio local de armazenamento e mantenha
as ferramentas em bom estado, guardadas em locais apropriados, evitando acidentes, ex-
travios ou enganos. O profissional deve ser organizado e disciplinado, visando manter seu
posto em condições de resolver os desafios do dia a dia.

A seguir, veremos como um profissional com perfil organizado e disciplinado mantém a


organização de seu posto de trabalho, impedindo assim futuros problemas em decorrência
da desorganização.

201
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

Chegou a hora de responder à nossa questão inicial: o que levou Fernando a danificar o
macho na tentativa de abrir uma rosca?

Pela confusão que causou,


Fernando foi chamado para
prestar esclarecimentos.

VALDOMIRO
GERENTE

Pela falta de organização de Fernando, que não foi capaz de


encontrar um conjunto de machos em sua bancada
bagunçada, ele optou por utilizar um já cego e velho, que
terminou por partir dentro da peça, ocasionando um grandeFERNANDO
TÉCNICO

atraso da mesma, prejudicando a entrega de algo urgente.

Fernando não soube lidar com a pressão da urgência e sua bancada bagunçada não o
ajudou a encontrar o que precisava para executar o trabalho. Demonstrou
irresponsabilidade em optar por utilizar uma ferramenta claramente em más condições.
Sabendo de possíveis consequências, terminou por atrasar um processo urgente.

FERNANDO
TÉCNICO

VALDOMIRO
GERENTE

Graças ao seu erro grave, Fernando acabou por


ganhar uma bela advertência e uma ordem para
que esse evento nunca mais se repita.

202
UE1 | Organização e Disciplina Pessoal - em Relação à Segurança, à Qualidade e à Produtividade no Trabalho

Agora é com você!

Chegou o momento de testar seus conhecimentos. Você fará itens de avaliação para fixar
melhor o conteúdo estudado até o momento. Não se preocupe, não será atribuído nota.
Vamos lá?

203
Unidade de Estudo
01

ORGANIZAÇÃO
DE AMBIENTES DE
TRABALHO

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

A Metaltech é uma empresa especializada Então, Valdomiro, como você mesmo


em usinagem de manutenção e que tem pode ver, a empresa está gerando uma
um problema grave a resolver... quantidade muito grande de resíduos.
Veja essas pilhas de cavacos metálicos
e aqueles tonéis de óleo de corte
usados. Um absurdo esta situação!

De fato, Senhora, e por sinal


fomos alertados de que tem
havido descarte indevido
desses resíduos.

Isso é um absurdo, Valdomiro!


Esses descartes são prejudiciais ao
meio ambiente. Isso não pode e
não deve ocorrer novamente.
Vou lhe dar a incumbência de
resolver essa questão com urgência!
Providencie uma destinação correta
para os resíduos, pois temos que
entrar nos conformes.

Sim, Senhora!
Farei o meu melhor.
ORIMODLAV
ETNEREG

ESTELA
DIRETORA

Preciso pensar
no que fazer...
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

?
Problematizando...

Quais as orientações Valdomiro deverá seguir para atender à solicitação da Diretora?

Conhecimento em pauta!

CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS GERADOS


EM AMBIENTE DE TRABALHO
Você sabia que, diariamente, nós geramos muitos resíduos em nosso cotidiano? E que muitos
destes resíduos são descartados indevidamente? Pois é, em nossa casa, por exemplo, uma em-
balagem de leite, e as vísceras do frango, quase sempre são descartadas no mesmo recipiente;
já o óleo de soja utilizado para frituras e a água, na maioria das vezes, também são descartados
no mesmo sistema. Veja essas imagens que mostram o descarte irregular.

Você verá que, na indústria metalúrgica, também são gerados vários resíduos, como as
limalhas de ferro, cavacos do processo de usinagem, pedaços de metais, óleos solúveis,
lubrificantes, luvas e demais EPIs contaminados, que devem ser separados, classificados,
identificados e destinados para áreas definidas pela empresa e ficar aguardando o recolhi-
mento por empresas especializadas e licenciadas por normas específicas.

208
UE1 | Organização de Ambientes de Trabalho

Fiquede de
Fique olho!olho!

O direito autoral é regido pela Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98).

Norma da ABNT NBR 10.004/2004

COMO OS RESÍDUOS
SÃO CLASSIFICADOS
PELA NORMA?

GRUPO II
CLASSE I - PERIGOSOS
CLASSE II A - NÃO INERTES CLASSE II B - INERTES

Óleos minerais, lubrificantes, graxas Limalha de ferro, cavaco de material Entulho, madeira, areia de fundição,
ou produtos químicos, EPIs metálico, pó abrasivo para polimento, serragem, papel, plástico, borracha,
contaminados (luvas e botas de disco de corte, rebolos e lixas, sucata EPIs (uniformes e botas de borracha).
couro), etc. de materiais metálicos.

209
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS LÍQUIDOS


Vamos ver agora a destinação correta para o óleo de corte usado das máquinas.

Perceba como é necessário classificar, separar e destinar corretamente os resíduos gera-


dos pela indústria metalmecânica de maneira preventiva para evitar a contaminação do
meio ambiente e, consequentemente, dos lençóis freáticos, rios, mares, florestas, áreas de
preservação, etc.

NATUREZA E DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS


Com o crescente desenvolvimento do setor de fabricação mecânica, a necessidade de pro-
dutividade com consciência ambiental é uma prioridade e, para isso, existem normas regula-
mentadas pelo Ministério do Trabalho, que visam fiscalizar as empresas para que as mesmas
cumpram alguns requisitos. Entre outras normas, a NR 25 é que trata a questão dos resíduos.

NÃO
L LÁVEL
RECIC
META
VIDRO
O
PLÁSTIC
PAPEL

O que diz a NR 25 sobre Resíduos Industriais?

Esta norma entende como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos in-
dustriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas caracte-
rísticas físicas, químicas ou microbiológicas, não se assemelham aos resíduos domésticos,

210
UE1 | Organização de Ambientes de Trabalho

como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substân-
cias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,
bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas, contaminantes atmosféricos.

DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


A seguir, vamos ver a destinação correta para os cavacos gerados nas máquinas.

Na oficina de torneamento é normal


a produção de muitos resíduos,
dentre eles, os cavacos.

Os cavacos, limalhas ou retalhos


gerados na oficina devem ser
removidos das máquinas
cuidadosamente para evitar acidentes.

O acondicionamento deve ser feito em


contentores identificados e próprios
para esse tipo de resíduo.

Os resíduos retirados do ...e são recolhidos por


torno são então levados profissionais especializados.
para a área externa da
empresa...

211
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

!
Solução do Problematizando...

No início desta Unidade de Estudo vimos que Valdomiro precisa atender à solicitação da
diretora no que se refere ao descarte correto dos resíduos industriais. Quais serão as ações
que ele deverá seguir para atender à solicitação da Diretora?

Uma semana depois...

Estou muito satisfeita, Valdomiro.


Você conseguiu resolver o problema
dos resíduos em tempo recorde.
Como conseguiu? O que fez?

VALDOMIRO
GERENTE

Fico feliz que esteja satisfeita, Senhora. Dei “bastante duro” ESTELA
DIRETORA

para resolver essa questão tão séria e segui a norma da


ABNT NBR 10004, identificando e classificando cada
resíduo sólido e líquido gerados na oficina mecânica.
Determinei também um local apropriado para cada um
deles, atendendo à norma regulamentadora NR 25.

Agora que todos os resíduos estão devidamente


acomodados, uma empresa especializada em remoção
desse tipo de material devidamente licenciada virá
buscá-los para dar um fim apropriado para eles.
VALDOMIRO
GERENTE

Estou impressionada, Valdomiro.


Meus parabéns! Solucionou tudo
com muita eficiência.

212
UE1 | Organização de Ambientes de Trabalho

Estou impressionada, Valdomiro.


Meus parabéns! Solucionou tudo
com muita eficiência.

ORIMODLAV
ETNEREG

Obrigado, Senhora.
Agora tudo entrou ESTELA
DIRETORA

nos conformes.

Agora é com você!

Após a conclusão desse estudo, chegou o momento de rever conhecimentos. Agora você
fará itens de avaliação para fixar melhor o conteúdo estudado até o momento. Vamos lá?

1. O óleo de corte dos tornos 2, 4 e 7 estava na hora de trocar, porém os operadores não
sabiam o que fazer com o óleo a ser retirado das máquinas.

Qual a NR (Norma Regulamentadora) que normatiza o descarte do óleo de corte?

a) NR 5.
b) NR 10.
c) NR 12.
d) NR 17.
e) NR 25.

JUSTIFICATIVA:

a) Esta Norma trata de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.


b) Esta Norma trata de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
c) Esta Norma trata de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
d) Esta Norma trata de Ergonomia.
e) Parabéns, você acertou!

213
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

2. O Gerente da Produção solicitou ao supervisor da área de usinagem da Metalúrgica ABC


um relatório dos resíduos gerados no processo de usinagem.

Além do óleo de corte, qual o outro resíduo gerado no processo de usinagem que deve
ser devidamente descartado?

a) Cavacos.
b) Serragem.
c) Água industrial.
d) Lata de alumínio.
e) Peça usinada conforme.

JUSTIFICATIVA:

a) Parabéns, você acertou!


b) A serragem não é proveniente de atividades de usinagem feita em metalúrgica e sim
de carpintaria e de marcenaria.
c) A água industrial não é resíduo gerado no processo de usinagem.
d) Lata de alumínio não é proveniente do processo de usinagem, mas sim do processo
de estampagem.
e) A peça usinada conforme não é resíduo.

3. O estagiário Davi, ao chegar na sua primeira semana de estágio, participou de um trei-


namento sobre Resíduos industriais.

O que são resíduos industriais?

a) São resíduos gerados em Shopping Center.


b) São resíduos gerados a partir de atividades domésticas.
c) São resíduos gerados por estabelecimentos de comércio como lojas e bares.
d) São resíduos gerados a partir de atividades como recolhimento de entulhos ou var-
redura de ruas.
e) São resíduos gerados em processos produtivos industriais, bem como os que
resultam das atividades de produção e distribuição de eletricidade, gás e água,
onde há presença de aditivos, gases, produtos químicos, dentre outros que, em
contato com o meio ambiente, podem trazer sérias consequências.

214
UE1 | Organização de Ambientes de Trabalho

JUSTIFICATIVA:

a) Os resíduos gerados por Shopping Center são os resíduos comerciais.


b) Os resíduos gerados a partir de atividades domésticas são os resíduos residenciais.
c) Os resíduos gerados por estabelecimentos de comércio como lojas e bares são resí-
duos comerciais.
d) Os resíduos gerados a partir de atividades como recolhimento de entulhos ou varre-
dura de ruas são os resíduos públicos.
e) Parabéns, você acertou!

215
Unidade de Estudo
01

IMPORTÂNCIA
DOS EPIS E EPCS

Unidade Curricular
Processos Básicos de
Fabricação Mecânica
Contexto!
Contexto!

Em mais uma manhã na Metaltech, Argeu, está executando a afiação de uma


broca. Ele está usando os óulos de proteção por cima dos óculos de grau.

Com a transpiração, os óculos de grau de Como medida de segurança,


Argeu embaçaram, o que certamente Argeu achou melhor retirar os
dificultaria bastante o seu trabalho e até óculos de proteção. Mas, Argeu...
colocaria sua segurança em risco. Onde está a segurança?!

Devido a um movimento
brusco, a broca que
Argeu afiava se partiu e
bateu nos seus óculos

Oh, não!
E agora, Argeu?
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

?
Problematizando...

Como Argeu resolveria esta situação sem ficar vulnerável?

Conhecimento em pauta!

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E


EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVO (EPC)
O que é acidente de trabalho?

Conforme a norma ABNT NBR 14280:2001, a definição de acidente do trabalho é:

Uma ocorrência imprevista e indesejada, instantânea ou não, relacionada com o exercício do


trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão

Pense no nosso dia a dia e a quantidade de risco a que estamos expostos, desde um piso
molhado no ambiente de trabalho, até trabalhar em uma obra de construção civil sem proteção.

Nenhum de nós quer se acidentar, correto? Mas, como podemos evitar os acidentes?

Para um piso molhado, podemos sinalizar com placas de sinalização para que as pessoas
evitem passar por ali. Estas placas de sinalização são um tipo de EPCs, que significa Equipa-
mentos de Proteção Coletiva. Além disso, para trabalhar em uma obra de construção civil, por
exemplo, precisamos de proteção do tipo: capacete, botas de segurança, óculos de segurança,
entre outros. Estas proteções são chamadas de EPIs, Equipamentos de Proteção Individual.

220
UE1 | Importância dos EPIs E EPCs

CUIDADO!
ÁREA EM
CONSTRUÇÃO

CUIDADO!

Os EPIs não evitam acidentes, mas diminuem a exposição do operador aos riscos comumen-
te encontrados nas operações. São de uso individual e sua utilização é intransferível, ou seja,
não pode ser dividido com outras pessoas. Enquanto os EPCs, como o próprio nome diz, são dis-
positivos de segurança que abrangem coletivamente as pessoas que trabalham em uma área.

Nas empresas, é obrigatório o uso de EPIs e EPCs e, para isto, as Normas de segurança
devem ser seguidas de modo a minimizar os riscos existentes em ambientes de trabalho.

Agora veremos com mais informações sobre os EPIs e EPCs no vídeo:

221
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Conforme visto no vídeo, é necessária a utilização dos equipamentos de proteção para


minimizar os riscos de acidentes.

Existem normas regulamentadas pelo Ministério do Trabalho, que visam fiscalizar as empre-
sas, para que as mesmas cumpram, entre outras normas, a Norma Regulamentadora nº 6.

NR6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Por meio dessa Norma, se classifica como equipamento de proteção individual todo dis-
positivo ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos possíveis de ameaça da segurança e da saúde do indivíduo.

Trocando Ideias!

Na situação em que se encontrava Argeu, sem ver o que estava fazendo devido aos ócu-
los estarem embaçados, qual seria a melhor solução?

A Fazer o que ele fez, que foi retirar os óculos de segurança;

B Retirar os óculos de lentes corretoras e usar apenas os óculos de segurança;

C Não fazer o serviço, pois não tinha como trabalhar sem ficar vulnerável;

D Solicitar à empresa a aquisição de óculos de segurança com lentes corretoras apropriadas


para visão dele.

Bem, se você escolheu o item D, acertou. Em casos específicos, como este citado, o pro-
fissional deve comunicar à empresa.

222
UE1 | Importância dos EPIs E EPCs

No vídeo a seguir, veremos algumas obrigações do empregador e dos empregados cita-


das na NR 6.

!
Solução do Problematizando...

Como concluímos esta Unidade de Estudo sobre a importância e a função dos EPIs e
EPCs nos ambientes de trabalho, bem como o papel das normas que disciplinam o seu uso,
vamos responder a nossa questão inicial.

223
Processos Básicos de Fabricação Mecânica

Agora é com você!

Vamos aplicar esses conhecimentos! Afinal, essa ação é necessária para reforçar o pro-
cesso de aprendizagem! Sucesso!

1. Durante uma chuva forte, se percebeu que tinha uma falha no telhado e havia uma go-
teira caindo na escada, que ligava o chão da fábrica à sala da supervisão, no mezanino.

Qual o tipo de equipamento de proteção o técnico de segurança deve utilizar para mi-
nimizar o risco?

a) Equipamento de proteção coletivo.


b) Equipamento de proteção individual.
c) Equipamento de proteção da cabeça.
d) Equipamento de proteção respiratória.
e) Equipamento de proteção dos membros inferiores.

JUSTIFICATIVA

a) Parabéns, você acertou!


b) Equipamento de proteção individual não evita o risco do piso escorregadio.
c) Equipamento de proteção da cabeça é para proteger a cabeça e não evita o risco do piso
escorregadio.
d) Equipamento de proteção respiratória é para proteger as vias respiratórias e não
evita o risco do piso escorregadio.
e) Equipamento de proteção dos membros inferiores é para proteger as pernas e não
evita o risco do piso escorregadio.

2. Os novos estagiários de uma empresa do Polo Petroquímico, antes de irem para a área,
fizeram um treinamento de segurança. Neste treinamento eles conheceram os EPIs
(Equipamentos de Proteção Individual).

Dos itens abaixo, qual é utilizado na proteção dos membros superiores?

a) Capuz.
b) Abafadores.
c) Braçadeiras.
d) Coletes.
e) Máscaras de soldador.

224
UE1 | Importância dos EPIs E EPCs

JUSTIFICATIVA

a) O capuz serve para proteger a cabeça contra respingo de solda, por exemplo.
b) Os abafadores servem para proteger a audição.
c) Parabéns, você acertou!
d) Os coletes servem para proteger o tórax e abdômen.
e) As máscaras de soldador servem para proteger as vias respiratórias.

225
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI - Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL

Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Anna Christina Theodora Aun de Azevedo Nascimento


Bianca Starling Rosauro de Almeida
Laise Caldeira Pedroso
Paula Cavalcanti Martini T. dos Santos
Coordenação Geral de Desenvolvimento dos Recursos Didáticos Nacionais
SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA
Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais - ITED

Ricardo Santos Lima


Coordenação de Desenvolvimento dos Cursos a Distância

André Luiz Lima da Costa


Marcelle Rose da Silva Minho
Wanderley Costa dos Santos
Coordenação Técnica do Projeto
André Luiz Lima da Costa
Igor Nogueira Oliveira Dantas
Nalini Vasconcellos
Coordenação de Produção

Solano Cristovão da Silveira


Vinicius Borges Dias
Conteudistas

Solano Cristovão da Silveira


Vinicius Borges Dias
Revisão Técnica

Alexandra Carla Prazeres de Azevedo


Kariene da Silva Simões Santos
Loraíne Michella Vivas da Anunciação
Márcia Cristina Souza Santos
Monique Ramos Quintanilha
Design Educacional

Daiane Amâncio Mendes


Regiani Coser Cravo
Revisão Ortográfica e Gramatical
Alex Ricardo de Lima Romano
Karina Soares
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens

Bruno Reilisson Santos Bastos


Carolina La Croix de Pimental Teixeira
Igor Mota de Albergaria
Ronaldo Cerqueira dos Santos
Victor Icaro Brasileiro Oliveira
Produção Audiovisual

Leonardo Silveira
Lucas Ribeiro dos Santos
Vauline Gonçalves da Silva
Diagramação
SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Fabrizio Machado Pereira


Diretor Regional do SENAI/SC e Diretor de Educação e Tecnologia da FIESC

Adriana Paula Cassol


Gerente Executiva de Educação

Fabiano Bachmann
Gerência do Centro de Educação Digital

Gisele Umbelino
Coordenadora de Desenvolvimento de Recursos Didáticos

Aline Cristina Antoneli


Líder de Projeto

Juliana Tonietto
Leandro Rosa
Diagramação

Tatiana Daou Segalin


Projeto Gráfico

Luciana Effting Takiuchi


CRB - 14/937
Ficha catalográfica

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