Proposta Ev133 MD1 Id1731 23102019175027
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RESUMO
Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho de duas cultivares da alface cultivadas em
diferentes ambientes, realizado entres os meses de agosto a outubro de 2017, em área experimental da
Universidade Federal de Campina Grande, no município de Campina Grande-PB. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado, com seis repetições, sendo os tratamentos arranjados em
esquema fatorial (2 x 2), em que os fatores foram os ambientes de cultivos (campo e estufa) e
cultivares da alface (regina e mimosa vermelha). Para a obtenção das respostas do melhor desempenho
das cultivares foram analisadas as variáveis de desenvolvimento e fisiológicas das cultivares, sendo
estas analisadas aos 21 dias após o transplantio, além das variáveis agrometeorológicos. Os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e os que obtiveram diferença
significância, realizou-se teste de comparação de médias, através do teste de Tukey ao nível de 5 % de
probabilidade. De acordo com as variáveis fisiológicas a cultivar Regina apresentou melhor
desempenho e em relação ao ambiente, a estufa foi a que proporcionou melhores condições de
desenvolvimento as cultivares quando comparado a produção das mesma em campo.
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca Sativa L.) é uma hortaliça folhosa amplamente consumida pela
população mundial, sendo que o Brasil teve aproximadamente 39 mil hectares de área
plantada no ano de 2017, ocupando a segunda posição entre as hortaliças produzidas, e em
razão da demanda, associada à alta perecibilidade do produto e a grande extensão do Brasil, o
cultivo da alface deve ser realizado em todas as regiões, para que se possam ofertar produtos
de qualidade (GARCIA FILHO, 2017).
1
Doutoranda do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG,
[email protected];
2
Mestre do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG,
[email protected];
3
Mestranda do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG,
[email protected];
4
Prof. Doutor do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG,
[email protected];
O cultivo em regiões áridas e semiáridas do Nordeste brasileiro, limitam a produção da
alface, tendo em vista que as condições meteorológicas abrangem alta radiação solar, baixa
nebulosidade, altas temperaturas, baixas taxas de umidade relativa do ar e baixo índice
pluviométrico, distribuídos irregularmente no tempo e no espaço, e limitados a um período
muito curto do ano (ANDRADE-LIMA 1981).
A radiação solar é considerada uma das principais variáveis meteorológicas e de
maneira indireta influência na temperatura, pressão atmosférica, vento, precipitação, umidade
relativa do ar, além de atuar como fonte primária de energia para a maioria dos processos
terrestres, em especial a fotossíntese, fenômeno responsável pela produção de energia para os
vegetais (HIPPS et al., 1983; JONES e KINIRY, 1986; VIANA, 2012).
Técnicas agrícolas vêm sendo implantadas para minimizar os efeitos ocasionados
pelas condições climáticas em especial na produção vegetal, visando aumento da produção e
elevado o índices de produtividade (VIANA, 2012; COBAPLA, 2017).
Nesse contexto a presente pesquisa tem como objetivo avaliar a produção de duas
cultivares da alface, regina e a mimosa vermelha, cultivadas em sistema de cultivo
convencional à campo e em ambiente protegido,com o propósito de avaliar a influência do
elementos climáticos em sua produção.
METODOLOGIA
Em cada ambiente de cultivo havia 72 plantas de cada cultivar, sendo que para cada
repetição foram transplantadas 12 plântulas, e aos 21 dias após o transplantio(DAT) foram
feitos as avaliações.
O solo utilizado no preenchimento dos canteiros foi classificado como franco arenoso
(EMBRAPA, 2006), coletado no município de Lagoa Seca – PB. Para a realização da
caracterização química após a coleta, as amostras de solo foram secas ao ar, destorroadas,
homogeneizadas e encaminhadas para o laboratório de irrigação e salinidade – LIS.
O transplantio das mudas foi realizado de maneira direta, onde foram retiradas as mudas
dos perfis hidropônicos e transplantados em canteiro experimental já adubado previamente.
Realizaram-se o controle manual de plantas daninhas. Aos três dias após o transplantio
(DAT) das mudas, iniciou-se o experimento para fins de avaliação, sendo os três dias o
intervalo de tempo utilizado como fase de adaptação da cultivar com o novo ambiente de
cultivo.
O acionador composto por uma cápsula cerâmica (ou vela de filtragem residencial de
água) conectada por um tubo flexível a um pressostato de máquina de lavar roupa. O
procedimento de montagem consiste na instalação da cápsula porosa no substrato de cultivo, a
um desnível (h) do pressostato, e no preenchimento da tubulação com água.
As cultivares da alface (Lactuca Sativa L.) utilizadas foram a regina (verde lisa) e a
mimosa vermelha (crespa roxa). As mudas foram adquiridas do Hortifrut Sempre Verde,
localizado no município de Lagoa Seca – PB. Com aproximadamente 8 folhas definitivas (30
dias de cultivo), as mesmas foram transportadas para Universidade Federal de Campina
Grande – UFCG, onde foram transplantadas para os canteiros em ambos os ambientes de
cultivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
36 100
34 90
Umidade relativa do ar (%)
32 80
Temperatura do ar ( C)
70
30
60
28
50
26
40
24
30
22 20
20 10
18 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horários
Tabela 1: Análise de variância referente às variáveis, clorofila total, fotossíntese líquida (A),
transpiração (E), condutância estomática (gs) e a temperatura da câmera foliar (Tch) aos 21
dias após transplantio (DAT).
Quadrados médios
FV GL
Clor. total A E Gs Tch
Época 3 (21 DAT)
Cultivar 1 1.1074,23ns 0,02ns 0,005ns 0,03ns 1,18**
Ambiente 1 35.902,78** 0,02ns 0,02ns 0,07** 7,60**
Ambiente x Cultivar 1 11.528,17ns 0,004ns 0,07ns 0,0002ns 0,85*
Erro 15 5,019,29 0,0045 0,06 0,009 0,12
Total corrigido 23 - - - - -
CV (%) 10,85 19,53 8,32 22,15 1,22
*, **, ns. Significativo a 5%, 1% e não significativo, respectivamente; CV %: coeficiente de
variação.
29 a2 29
a2 a1 a1
foliar-Tch (°C) aos 21 DAT
foliar-Tch (°C) aos 21 DAT
Temperatura da câmera
28,5 28,5
Temperatura da câmera
a1 a2
28 28
27,5 27,5
a1 a1
27 27
26,5 26,5
26 26
Regina Mimosa Estufa Campo
vermelha
Estufa Campo Regina Mimosa vermelha
Figura 3: Temperatura da câmara foliar aos Figura 4: Temperatura da câmara foliar aos
21 DAT em função da interação ambiente x 21DAT em função da interação cultivar x
cultivar. ambiente.
Observa-se quanto o fator cultivar que o número de folhas da cultivar Regina foi
superior ao da cultivar Mimosa vermelha, resultando em uma diferença média percentual de
48,83% entre elas. As variáveis de área foliar e diâmetro do caule foram maiores para cultivar
Regina, com diferença média percentual entre as cultivares de 58,60 e 15,43%,
respectivamente (Tabela 4), resultando em um maior desempenho para a cultivar Regina.
Tabela 4: Valores médios das variáveis, número de folha (NF), área foliar (AF) e
diâmetro caulinar (DC), entre o fator cultivar.
Fator Cultivar NF AF (cm²) DC (mm)
Regina 37,21a 3401,85a 1,49a
Mimosa Vermelha 19,04b 1408,40b 1,26b
Radin et al. (2004) avaliando três cultivares de alface (Regina, Marisa e Verônica)
cultivada em estufa e a campo, constataram que a cultivar Regina foi a que obteve o maior
número de folhas em ambos os ambientes, atingindo 38 folhas, enquanto a Marisa e a
Verônica 22 e 21 folhas, respectivamente, resultados semelhante foram obtidos no presente
trabalho para a cultivar Regina. O mesmo estudo também relata que o ambiente da estufa
influência na área foliar da alface, mas ressalta que o nível de resposta varia de acordo com a
cultivar, destacando-se que a cultivar Regina obteve os maiores valores de área foliar, o
mesmo foi observado no presente trabalho.
O desempenho observado em particular a cultivar Regina pode ser atribuído as
particularidades genéticas da cultivar, já que esta cultivar apresenta características genéticas
que a torna mais volumosa em número de folhas e área foliar, quando comparadas a cultivar
mimosa vermelha (HENZ et al., 2009; FAVARATO et al., 2017).
Brzezinski et al.(2017) avaliando o efeito dos ambientes de cultivo túnel baixo de
polietileno e campo aberto no cultivo da alface, também constataram diferença estatística
entre as cultivares de alface americana (Angelina, Rubette, Grandes Lagos 659 e Tainá), para
a variável diâmetro do caule, corroborando com estudo atual.
Quanto ao fator ambiente de cultivo verificou-se diferença significativa a 5% de
probabilidade para variável número de folhas, com maiores incrementos para a alface
cultivada em estufa com média de 29,67 folhas por plantas, enquanto a campo o valor médio
obtido foi 26,58 folhas por planta, com diferença média percentual de 10,41%.
Resultados semelhantes foram relatados por Viana (2012), Radin et al. (2004), Blat et
al. (2011) e Brzezinski (2017), em que a variável número de folhas, cultivada em estufa e a
campo, apresentaram respostas semelhantes a da atual pesquisa. Radin et al. (2004)
concluíram em estudo realizado no Rio Grande do Sul, que as alfaces cultivadas em estufa
apresentaram um número final de folhas superior as cultivadas a campo. Assim como
Brzezinski et al. (2017) avaliando o efeito de diferentes ambientes de cultivo (protegido e a
campo), no município de União da Vitória-PR, constataram diferença significativa para o
número comerciais de folhas da alface, sendo o ambiente protegido mais favorável ao cultivo,
entretanto, não houve diferença significativa deste fator sobre o comprimento de caule.
Segundo Rebouças et al. (2015) essa diferença produtiva pode estar associada ao
microclima existente no ambiente protegido, que modificou a temperatura, a umidade relativa
do ar, a radiação solar e a velocidade do vento, influenciando no desenvolvimento e no
crescimento da cultura, variação dos elementos meteorológicos constatado no presente
trabalho.
Quanto a estética das folhas mesmo com a variação da velocidade do vento durante o
dia, verificou-se que mesmo no ambiente campo com seus picos de velocidade média do ar de
5,2 m s-1, não constatou danificações nas folhosas cultivadas no mesmo.
Observou-se quanto à interação realizada entre os ambientes e as cultivares analisadas,
que apenas a variável área foliar e diâmetro do caule, apresentaram diferença estatística
significativa. O teste de comparação de médias para a área foliar demonstrou que houve
influência significativa dos ambientes apenas para cultivar Regina (Figura 5), com um
produção média no interior estufa para a variável área foliar de 4080 cm2 e de 2723 cm2 para
as cultivadas no ambiente campo. A cultivar Mimosa vermelha por sua vez, apresentou
desempenho similar em ambos os ambientes não diferindo estatisticamente entre si.
O diâmetro do caule seguiu o mesmo padrão de resposta, com efeito significativo dos
ambientes observados apenas na cultivar Regina (Figura 6), resultando em uma diferença
média percentual entre os ambientes de 14,90%.
5000 2
Diâmetro do caule (mm) aos
Área foiliar (cm²) aos 21
a2 a2
4000 a1
1,5 a1 a1
3000 a1
DAT
21 DAT
a1 1
2000
a1
1000 0,5
0
0
Regina Mimosa Vermelha
Regina Mimosa Vermelha
Figura 5: Área foliar aos 21 DAT das Figura 6: Diâmetro de caule aos 21 DAT
cultivares em função dos ambientes. das cultivares em função dos ambientes.
5000 2
21 DAT
a1 1
2000
a1
1000 0,5
0
0
Estufa Campo
Estufa Campo
Regina Mimosa Vermelha Regina Mimosa Vermelha
Figura 7: Área foliar aos 21 DAT dos Figura 8: Diâmetro de caule aos 21 DAT
ambientes em função das cultivares. dos ambientes em função das cultivares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS