012 - Allan Douglas Bento Da Costa - 2020
012 - Allan Douglas Bento Da Costa - 2020
012 - Allan Douglas Bento Da Costa - 2020
Belém
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
Belém
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará
Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 004
Visto:
Prof. Dr. Nelson Cruz Sampaio Neto
Coordenador do PPGCC/UFPA
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, quero dirigir os meus agradecimentos ao meu orientador, Prof. Dr.
Eduardo Cerqueira1 pela orientação prestada e oportunidade de realizar este trabalho, pela confi-
ança e por me atender com paciência. Agradeço por todos seus ensinamentos compartilhados de
forma admirável, pelo seu incentivo, disponibilidade, seus preciosos conselhos, sua inestimável
confiança, apoio que sempre demonstrou e por me guiar nos primeiros passos do Mestrado ao
término deste Doutorado. Aqui lhe exprimo a minha eterna admiração, respeito e gratidão.
Ao meu coorientador Prof. Dr. Denis do Rosário2 pelo seu incentivo, pela sua disponibi-
lidade, estímulo ao desenvolvimento desta tese e fundamentais ensinamentos que contribuíram
de forma incomensurável ao longo dos anos de pesquisa.
Manifesto aqui a minha gratidão a todos Professores e Funcionários do PPGCC da UFPA,
em particular, ao Prof. Dr. Nelson Neto3 . Obrigado pela demonstração de sabedoria e humildade.
A todos amigos e companheiros de trabalho do Research Group on Computer Networks
and Communication Multimedia - (GERCOM)4 pelos debates enriquecedores, pelo compartilha-
mento de experiências de pesquisa e estudo e pelo clima sempre acolhedor.
Meus respeitosos agradecimentos pela contribuição da banca do exame de qualificação e
pela participação dos membros da banca examinadora da defesa.
1 <http://lattes.cnpq.br/1028151705135221>
2 <http://lattes.cnpq.br/8273198217435163>
3 <http://lattes.cnpq.br/9756167788721062>
4 <http://www.gercom.ufpa.br/>
Não se pode ensinar tudo a alguém, pode-se apenas
ajudá-lo a encontrar por si mesmo o caminho.
(Galileu Galilei)
RESUMO
Resumo de Tese de Doutorado apresentada à UFPA como parte dos requisitos para obtenção do
grau de Doutor em Ciência da Computação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Computação.
As redes da próxima geração tem como objetivo iniciar a distribuição de vídeo por redes ad-hoc
veiculares (VANET), as quais são compostas por redes heterogêneas ultradensas. Essas redes
leva em conta a infraestrutura de comunicação existente, com o intuito de obter maior eficiência
espectral, tal como, a reutilização de taxas do espectro. No entanto, o aumento do número
de células acaba por tornar o processo de gerenciamento de mobilidade (ou seja, handover)
uma tarefa desafiadora em VANETs ultradensas, já os veículos alternam frequentemente entre
redes distintas, levando ao aumento de handover desnecessário, sobrecarregando a rede. Esta
decorrência chamado efeito ping-pong, o qual gera inúmeras perdas de e/ou quadros de vídeo,
tornando o algorítimo de handover por fornecer vídeos de baixa Qualidade de Experiência
(QoE). Para contornar esse problema, esta tese de doutorado apresenta um algoritmo eficiente de
handover para distribuição de conteúdo de vídeo em VANET ultradensa, o qual será chamado
de Skip-HoVe. O algoritmo proposto apresenta as seguintes características: um mecanismo de
handover ciente de predição de mobilidade e QoE, bem como Qualidade de Serviço (QoS),
resultando em um handover entre as células com maior confiabilidade e menor frequência. Os
resultados da simulação mostram a eficiência do algoritmo Skip-HoVe 30% superior comparada
a algoritmos de handover existentes, mantendo uma taxa de ping-pong em torno de 2%.
ABSTRACT
Abstract of Doctoral Thesis presented to UFPA as part of the requirements for obtaining a PhD
degree in Computer Science by the Graduate Program in Computer Science.
The next generation networks aim to pave the for video distribution via vehicular ad-hoc networks
(VANET), which will be composed of heterogeneous ultra-dense networks. These networks will
take into account the existing communication infrastructure, in order to obtain greater spectral
efficiency, such as the reuse of spectrum fees. However, the increase in the number of cells ends
up making the mobility management process (ie, handover) a challenging task in ultra-dense
VANETs. This is because vehicles often move between different networks, leading to an increase
in unnecessary handover and greater network overhead, called the ping-pong effect. In this sense,
an inefficient handover algorithm ends up providing videos with low Quality of Experience
(QoE), which is caused by ping-pong handover decisions, which increases the packet and video
frames losses. This thesis presents a handover algorithm for video distribution over ultra-dense
VANET, called of Skip-HoVe. The proposed algorithm has the following characteristics: a
handover mechanism aware of Mobility Prediction and QoE, as well as quality of service,
resulting in handover with greater reliability and less frequency. The simulation results show the
efficiency of the Skip-HoVe algorithm to deliver videos with 30% higher performance compared
to existing handover algorithms, maintaining a ping-pong rate of around 2%.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Exemplo de um cenário VANET Ultradensa. . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 2 – Aplicações de vídeos em tempo real e sob demanda. . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 3 – Topologia Dinâmica das Redes V2V, V2I, V2P e outras . . . . . . . . . . . 24
Figura 4 – Tendências no Processo de Handover . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 5 – Diagrama de Qualidade de Experiência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 6 – Avaliação objetiva de QoE através das métricas NR . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 7 – Avaliação objetiva de QoE através das métricas RR. . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 8 – Avaliação objetiva de QoE através das métricas FR. . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 9 – Etapas de Gerenciamento de Handover . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 10 – Medição de Previsão de Mobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 11 – RMSE para o ARIMA e para o filtro Kalman . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 12 – As previsões de longitude do veículo para o ARIMA e KF. . . . . . . . . . 58
Figura 13 – Amostra do Cenário de Simulação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 14 – SSIM para vídeos entregues por diferentes algoritmos de handover . . . . . 63
Figura 15 – MOS para vídeos entregues por diferentes algoritmos de handover . . . . . 64
Figura 16 – Taxa de perda de Quadros I para vídeos entregues por diferentes algoritmos
de handover . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Figura 17 – Comparativo do 683o quadro do vídeo transmitido por diferentes algoritmos
de handover . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Figura 18 – Valor MOS - Alto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Figura 19 – Valor MOS - Baixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Figura 20 – Número de handover executadas por diferentes algoritmos de handover. . . 68
Figura 21 – Taxa de handover com efeito ping-pong por diferentes algoritmos de handover. 69
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela Descritiva do MOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Tabela 2 – Quadro Comparativo de Trabalhos Relacionados . . . . . . . . . . . . . . . 44
Tabela 3 – Importância do Contexto em Pares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Tabela 4 – Parâmetros de Simulação Aplicados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Tabela 5 – Resumo de resultados para um veículo no cenário. . . . . . . . . . . . . . . 69
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AU Application Unit
CR Consistency Ratio
CI Consistency Index
DC Direct Current
GI Graphical Interface
KF Kalman Filter
ML Machine Learning
OBU On-BoardUnit
RM Random Forests
VF Video Flow
LC Local Contrast
V2V Vehicle-to-Vehicle
V2R Vehicle-to-Roadside
V2I Vehicle-to-Infrastructure
V2P Vehicle-to-Pedestrian
V2D Vehicle-to-Device
V2G Vehicle-to-Grid
n Número de Observadores
l Similaridade de Luminância
c Similaridade de Contraste
a, b e g Constantes Positivas
I Imagem Original
K Imagem Compactada
xn Rotas A, B e C
Wi Valor Coerente a xn
vi Conjunto de Veículos
µx e µy Meios Locais
sx e sy Desvios Padrões
a, b e g Constantes Positivas
vi Conjunto de Veículos
bj Associação de Células
i Observador Individual
xt 2 Rn Prever um Estado
H Fator de Correção
vk Fator Ruíd
Pk Covariância de Erro
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
As redes de comunicações da próxima geração não serão dependentes apenas de novas
tecnologias de acesso, como Múltiplas Entradas e Múltiplas Saídas (Multiple-input multiple-
output - MIMO)1 e as Ondas Milimétricas (Millimeter Wave - mmWave)2 , mas também serão
utilizadas as infraestruturas de comunicação existentes, como as redes sem fio Wireless Fidelity
(Wi-FI) e Long Term Evolution (LTE), no intuito primordial de fornecer comunicação onipresente
e eficiente (SHAH et al., 2018). Nessa perspectiva, as redes 5G serão compostas por redes de rádio
heterogêneas ultradensas que atuarão em conjunto com os sistemas 4G, os quais ocasionalmente
aumentam a taxa de dados na borda da rede, conforme ilustrado na Figura 1.
A densificação consiste na implantação maciça de macrocélulas, microcélulas, pequenas
células e outras soluções de comunicação, alcançando maior eficiência espectral e a reutilização
de taxas do espectro mais altas (DEMARCHOU; PSOMAS; KRIKIDIS, 2018; BEYRANVAND
et al., 2017; JI et al., 2018).
Essas células as redes sem fio podem ser usadas para descarregar tráfego de macrocélulas,
com o objetivo de permitir a comunicação de todos os tipos de dispositivos em ambientes
altamente densos, onipresentes e heterogêneos, possuindo, portanto, um imenso impacto, no que
diz respeito aos pontos de vista social e empresarial (MOHAMMADNIA et al., 2019). Por outro
lado, a tecnologia sem fio da próxima geração permitirá o uso extensivo de aplicativos de alta
demanda, tais como, serviços baseados em vídeo para usuários móveis, a qualquer hora e em
qualquer lugar (NIGHTINGALE et al., 2018), incluindo, a distribuição em tempo real de vídeos
de publicidade e/ou entretenimento em redes ad-hoc veiculares (VANETs).
1 Fornecer um serviço uniformemente bom aos terminais sem fio em ambientes de alta mobilidade para múltiplos
usuários
2 Frequências de rádio adequadas para redes 5G. Comparada às frequências abaixo de 5 GHz, usadas anteriormente
por dispositivos móveis, a tecnologia de ondas milimétricas permite a transmissão em frequências entre 30 GHz
e 300 GHz.
Capítulo 1. Introdução 18
sinalização e atraso. Por exemplo, uma decisão de entrega baseada na Intensidade do Sinal
Recebido (Received Signal Strength - RSS)3 desconsidera alguns handovers, por mais que
signifique que o usuário não esteja recebendo o melhor Sinal Para Interferência Mais Taxa de
Ruído (Signal to Interference Plus Noise Ratio - SINR)4 o tempo todo, acabando por atenuar
o efeito ping-pong (DEMARCHOU; PSOMAS; KRIKIDIS, 2018). Os esquemas de handover
baseados em skip-handover são frequentemente associados às informações de previsão de
mobilidade, com o objetivo de maximizar a duração da conexão sem comprometer o desempenho
da rede e/ou aplicativo (ARSHAD et al., 2017; ALJERI; BOUKERCHE, 2019a).
Esse procedimento prioriza as células e dá maior probabilidade para que o usuário
permaneça conectado à rede por mais tempo (MOHAMED et al., 2015). Todavia, os esquemas de
entrega baseados em skip-handover por si só não são suficientes para fornecer vídeos com suporte
a QoE, mas, uma decisão de handover, baseada também nos parâmetros de QoE e Qualidade de
Serviços (Quality of Service - QoS) melhora a entrega de vídeo através de VANETs, evitando,
assim, handover com efeito ping-pong. Isso aprimora o uso dos recursos de rede (ARGYRIOU
et al., 2017).
A otimização e a utilização dos recursos computacionais presentes em ambientes de
VANETs ultradensa, dedicados à distribuição de vídeos, apresentam-se como uma área desafi-
adora de pesquisa nos últimos anos. Tal desafio se justifica devido à falta de um algoritmo de
handover eficiente que forneça vídeos com alto QoE. Desta forma, é importante considerar a
previsão de mobilidade, a QoS, a QoE, e o skip-handover para uma tomada de decisão com
maior confiabilidade e menor frequência.
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivos Gerais
Esta tese de doutorado tem como objetivo propor um algoritmo de handover baseado
em múltiplos critérios e decisões de skip-handover para distribuição de vídeo em tempo real
em cenários de VANETs ultradensas, chamado de Skip-HoVe. O algoritmo Skip-HoVe garante
conexão sem interrupções em VANETs ultradensas, com a finalidade de entregar vídeos com
alta QoE, levando em consideração a previsão de mobilidade, a QoS e a QoE, resultando em
decisões de handover com maior confiabilidade e menor frequência. O Skip-HoVe considera
um método multicritério de apoio às decisões, chamado de Processo de Análise Hierárquica
(Analytic Hierarchy Process - AHP), no sentido de atribuir diferentes graus de importância para
cada critério. Ademais, o algoritmo também evita proativamente o efeito Ping-Pong por meio
de decisões baseadas em skip-handover, ou seja, ignorando handovers quando a QoE e a QoS
forem aceitáveis e estáveis.
extensa literatura de algoritmos de handover. Porém, foram encontrados apenas trabalhos que
conseguem resolver o problema parcialmente, tal como será apresentado no Capítulo 3.
Em relação às principais contribuições deste trabalho, tem-se o resumo abaixo:
• Uma tomada de decisão com base em vários critérios para decisões de handover, para
disseminação de vídeo com suporte à QoE em um cenário de VANETs ultradensas.
• Uma técnica de ignorar as decisões de handovers quando a QoE e a QoS forem aceitáveis
e estáveis, de forma que evite o efeito ping-pong.
2 TECNOLOGIAS CORRELATAS
Nas VANETs, os veículos são equipados com sensores especializados, conhecidos como
Unidade de Bordo (On-BoardUnit - OBU), nos quais coletam automaticamente informações
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 24
• Medição: Uma estação móvel descobre várias redes sem fio com base em anúncios de
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 25
serviços transmitidos por essas redes. A unidade móvel procura mensagens nos canais
atribuídos e cria uma lista de pontos de acesso priorizados pela intensidade do sinal
recebido e outros parâmetros. O método de medição é categorizado por dois padrões: (i) A
varredura ativa, onde a estação não apenas ouvirá as mensagens provenientes dos pontos
de acesso, mas também enviará mensagens para eles. (ii) Varredura passiva, onde a estação
apenas ouve as mensagens dos demais dispositivos conectados.
• Decisão: Após coletar os dados de medição, a estação decidirá, com base em diversos
critérios, quando e para quem a entregados dados deve ser realizada.
• Execução: Com base nos parâmetros coletados na etapa de Decisão, ocorre o handover
real, onde a rede atual transfere para a próxima rede as informações de roteamento
necessárias e outras informações contextuais sobre a estação. Por exemplo, um veículo se
movimenta de uma célula para outra adjacente e a rede faz o handover da conexão para
esta nova célula.
mais profunda das dimensões subjetivas da QoE. Mais comumente, os resultados de qualquer
experimento subjetivo são classificações de qualidade dos usuários, obtidas durante sua avaliação
ou posterior a ela, que são então calculadas pelo MOS. Essa abordagem foi especificada na
Recomendação P.800.1 da ITU-T (UNION, 2006) e uma classificação de qualidade média de
um grupo de usuários foi expressada por meio de escalas padronizadas. O MOS foi estendido a
outros procedimentos de avaliação subjetiva recomendados pela ITU e classificados pelo tipo de
aplicação e mídia (ITU, 2010), como notado na Tabela 1.
MOS
MOS Qualidade Descrição
Nenhum defeito pode ser percebido
9-10 EXCELENTE
pelo observador ao avaliar o vídeo.
Defeito no vídeo é perceptível, porém
7-8 BOM
não causa desconforto ao avaliador.
Defeito é percebido no vídeo e causa
5-6 REGULAR
desconforto ao avaliador.
Grande degradação no vídeo, porém o avaliador
3-4 RUIM
consegue visualizar alguma informação no vídeo.
Vídeo torna-se ininteligível e o avaliador
1-2 PÉSSIMO
fica impossibilitado de extrair informação.
Uma pontuação média é calculada para obter o MOS para uma imagem específica usando
a Equação 2.1, onde n indica o número de observadores e S(i, j) é a pontuação atribuída pelo
observador i à imagem j.
1 n
MOS( j) = Â S(i, j)
n i=1
(2.1)
Embora o MOS seja usado como uma medida subjetiva de desempenho, ele baseia-se na
conversão das quantidades objetivas em pontuações subjetivas. É uma abordagem utilizada para
a avaliação de parâmetros de qualidade pelos usuários e por meio de escalas padronizadas.
Os testes subjetivos geralmente são baseados em experiências controladas da vida real
com participantes humanos, pagos ou voluntários que avaliam diretamente sua experiência em
um aplicativo ou serviço. Esses usuários podem estar envolvidos no experimento de maneira
passiva (apenas visualizando e/ou ouvindo) ou de maneira ativa (participando de uma conversa) e
julgam a qualidade em relação à apresentação de algum estímulo. Por exemplo, os participantes
podem ser chamados para avaliar a qualidade de um vídeo em tempo real através de um serviço
telefônico. Esses testes precisam ser cuidadosamente projetados com antecedência e o grupo de
usuários precisa ser selecionado adequadamente com base nas diretrizes e recomendações dos
órgãos de padronização (ITU-T; RECOMMEND, 1996).
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 28
Várias técnicas podem ser usadas para avaliação subjetiva. Por exemplo, os usuários
podem avaliar a qualidade usando uma escala de classificação absoluta ou podem comparar
vídeos/imagens/áudios de forma sequencial indicando qual possui a melhor experiência na
avaliação. Os resultados baseados em opiniões de usuários quantificam principalmente a eficácia,
a eficiência e a satisfação geral do conteúdo avaliado. Esses tipos de testes subjetivos são
considerados os mais confiáveis, pois incorporam diversos aspectos conscientes e inconscientes
da avaliação da qualidade humana, principalmente se forem cuidadosamente projetados e se os
usuários forem imparciais e objetivos.
Uma maneira de superar esse problema é realizar uma avaliação de QoE de "serviço
real", na qual os usuários avaliam sua experiência durante a excussão e após o término do serviço.
Esse exemplo é o paradigma “OneClick”, que pode ser usado em tempo real para monitoramento,
feedback e controle da QoE. Essa estrutura exige apenas que o sujeito clique na tecla dedicada
sempre que se sentir insatisfeito com a qualidade do aplicativo em uso (CHEN; TU; XIAO,
2009). Com base em experimentos psicológicos, a abordagem mais benéfica a ser utilizada é
por meio da avaliação subjetiva da qualidade, mas também a mais complexa e dispendiosa para
avaliar a QoE dos usuários. A abordagem é iniciada a partir da percepção do usuário ao avaliar a
operação (HUSIĆ; BARAKOVIĆ; OSMANOVIĆ, 2019).
• Sem Referência (No Reference - NR) Estas métricas dependem de medições de parâ-
metros da sequência de saída do vídeo para avaliar a qualidade objetiva e não utilizam
nenhuma informação do sinal original. Sua complexidade computacional é a mais baixa de
todas as métricas, obtendo alta praticabilidade e instantaneidade, a sua precisão também
e menor. Ademais, a métrica de NR estão condicionadas à características específicas, as
quais não são utilizadas em sentido geral, como nos serviços on-line, onde o conteúdo
original não está disponível (CHEN; JIN; YANG, 2016). A avaliação objetiva de QoE
através das métricas NR é mostrada na Figura 6.
Assim, em resumo, a métrica FR podem ser usadas para todas as referências. Os sinais
de vídeo enviados e recebidos são comparadas entre si. No entanto, devido à sobrecarga causada
pelo sistema, essa métrica não pode ser usada em cenários reais. A métrica RR é usado na
transmissão de dados adicionais, mesmo que reduzidos. As métricas NR surgiram para superar
uma sobrecarga no sistema.
As métricas de avaliação objetivas também são classificadas segundo a abordagem
utilizada para estimar a qualidade do sinal. As Subseções 2.3.2.1 e 2.3.2.2 destacam duas
métricas de avaliação objetiva de vídeo, sendo as métricas SSIM e VQM, respectivamente
(COSTA et al., 2011). Já a Subseção 2.3.2.3 apresentam outras métricas também aplicadas em
avaliação objetiva da qualidade.
diferencia os intervalos entre as regiões mais claras e mais escuras de duas imagens. Finalmente,
a estrutura compara o padrão de luminância local entre duas imagens para encontrar a semelhança
e a dissimilaridade das imagens. Estes aspectos são independentes. Por exemplo, uma mudança
de luminosidade e contraste não afetam a estrutura da imagem. Este índice é uma combinação da
multiplicação desses três aspectos que pode ser expresso através da Equação 2.2. As letras l, c e
s representam a luminância, o contraste e a estrutura respectivamente. As constantes positivas
são representadas pelas letras gregas a, b e g.
2µx µy +C1
Luminancia ⌘ l(x, y) = (2.3)
µx2 + µy2 +C1
2sx sy +C2
Contraste ⌘ c(x, y) = (2.4)
sx2 sy2 +C2
sxy +C3
Estrutural ⌘ e(x, y) = (2.5)
sx sy +C3
A Equação 2.6 e expressada na escala em decibel dB como 10log10 [SSIM(x, y)]. O SSIM
produz um valor decimal entre 0 e 1, onde 0 significa correlação zero com a imagem original e 1
significa exatamente a mesma imagem.
A métrica VQM, VQM fornece abordagens padronizadas e não padronizadas para medir
a qualidade percebida do vídeo, considerando aspectos estruturais e temporais. A implementação
da VQM inclui três etapas: extração de características baseadas em percepção, computação de
parâmetros de qualidade de vídeo e a combinação desses parâmetros para finalizar o modelo
geral.
A VQM é uma métrica FR que analisa um vídeo original e outro distorcido como entrada
e retorna um valor de distorção D entre 0 (sem distorção) e 5 (distorção máxima).
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 32
2. Realizar a transformação de cores YUV criadas a partir de fontes RGB (vermelho, verde e
azul), onde os valores ponderados de R, G e B são somados para produzir Y 0 , uma medida
de brilho ou luminância geral.
4. Converter cada coeficiente de DCT em Contraste Local (Local Contrast - LC) através da
Equação 2.7.
DC d
mean(DCT (i, j))
LC(i, j) = DCT (i, j) DC (2.7)
✓ ◆0,65
DC 1
LC(i, j) = DCT (i, j) (2.8)
1024 DC
O componente de cada bloco é denominado Corrente Direta (Direct Current - DC). Para
uma imagem de 8 bits o valor médio de DCT é 1024, conforme demonstrado na Equação
2.8. O melhor parâmetro para a montagem de dados de psicofísica é d = 0, 65. Após
essa etapa, a maioria dos valores fica entre [-1, 1] (CHO et al., 2007). De acordo com
as Equação 2.7 e 2.8, a conotação LC(i, j) é convertida para assim ser multiplicada pela
entrada do coeficiente de DCT correspondente na matriz de Função de Sensibilidade ao
Contraste Espacial (Spatial Contrast Sensitivity Function - SCSF).
6. Incorporar a máscara de contraste com uma operação máxima simples e pesá-la com
a distorção média ponderada, resultando em um agrupamento ponderado de distorções
média (Dm) e máxima (Dmax), de acordo com as Equações 2.9 e 2.10, respectivamente,
onde I é a imagem original e o K a imagem compactada. O valor de 1000 corresponde a
padronização do rádio.
1 DCT expressa uma sequência finita de pontos de dados em termos de uma soma de funções de cosseno que
oscilam em diferentes frequências. O DCT, proposto inicialmente por Nasir Ahmed em 1972, é uma técnica de
transformação amplamente usada no processamento de sinais e compactação de dados.
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 33
7. Finalmente, calcular a métrica VQM através da Equação 2.11. O valor 0,005 corresponde
ao parâmetro de máximo de distorção, o qual é um valor constante com base em estudos
psicovisuais.
Existem diversas métricas de avaliação objetiva de qualidade de vídeos que não são
aplicadas neste trabalho, porém vale destacar algumas delas.
• Relação Sinal-Ruído de Pico - Peak Signal to Noise Ratio (PSNR) é uma das métricas
mais utilizadas pelos pesquisadores. A PSNR avalia a diferença entre o sinal original e o
distorcido, calculando o erro quadrático médio entre os dois sinais e, assim, identifica a
relação entre a potência máxima possível de um sinal e a potência do ruído de interrupção.
• Similarmente, para cada atributo, bem como para cada par de alternativas, os responsáveis
pela decisão especificam suas preferências (por exemplo, se a distância do percurso da
alternativa A for menor que a do percurso da alternativa B);
cada fator quantitativo e qualitativo. O AHP pode também manter a consistência do processo
de julgamento e é amplamente utilizado para determinar o peso que expressa a importância
relativa de um conjunto de alternativas com base em vários critérios. Neste estudo, o AHP foi
selecionado para determinar o peso de cada fator, a fim de obter um índice de classificação
abrangente das características dos dados coletados em VANETs para a tomada de decisões sobre
manutenção do nível da rede.
Dessa forma, o AHP pode ser aplicado em várias decisões com problemas que envolvem
um número finito de alternativas. Formalmente, nesse contexto, em um processo de decisão
existe um conjunto finito de alternativas, X = {x1 , ..., xn }, a partir do qual o tomador de decisão
é geralmente motivado a escolher a melhor opção. A seguir, será apresentada uma situação
hipotética para exemplificar o processo de tomada de decisão baseada no AHP.
Um determinado usuário de VANET precisa decidir qual o trajeto percorrer durante uma
viagem. Resumidamente, o objetivo do usuário é a sua melhor satisfação ao seu destino final.
Este exemplo é demostrado na Equação 2.12.
O autor (BRUNELLI, 2014) afirma que estes fatores são coerentes com a teoria dos
valores. A regra é que a alternativa xi é preferida à alternativa x j se e somente se wi > w j . Os
vetores de ponderação nada mais são do que classificações e seus componentes wi são prioridades
ou pesos chamados das alternativas xi . Por exemplo w = (0.4, 0.2, 0.3, 0.1)T , onde as entradas
dos pesos implicam em x1 x3 x2 x4 onde o xi x j significa que a alternativa xi é preferida
a x j . Os possíveis vínculos são expressos como xi ⇠ x j .
Considere o exemplo da escolha da melhor rota. Se o vetor w = (0.3, 0.5, 0.2)T estivesse
associado ao conjunto de alternativas X = {RotaA, RotaB, RotaC} então tem-se a seguinte
classificação RotaB RotaA RotaC devido ser w2 > w1 > w3 . Tomar decisões dessa maneira
parece fácil, mas se torna uma tarefa difícil quando a complexidade aumenta devido à quantidade
de alternativas e de critérios.
O tomador de decisões pode ter dificuldades quando solicitado a enviar uma classificação
na forma de um vetor numérico para um grande número de alternativas, comprometendo assim a
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 37
decisão final. Essa questão se origina nos limites cognitivos e da impossibilidade de comparar
efetivamente várias alternativas simultaneamente. Uma maneira eficaz de superar esse problema
é usar comparações pareadas. Assim, a estratégia é decompor o problema original em pares, e
escolher o mais apropriado.
As comparações aos pares são coletadas na matriz de comparação entre as partes A =
(ai j )n⇥n , conforme descrito na Equação 2.14.
0 1
a11 a12 · · · a1n
B C
Ba21 a22 · · · a2n C
A=B
B .. .. .. . C (2.14)
@ . . . .. CA
an1 an2 · · · ann
wi
ai j ⇡ 8i, j (2.15)
wj
Isto significa que, se as entradas representam proporções entre os pesos, a matriz A
quando contabilizada com a Equação 2.15, resulta na Equação 2.16, pois esta é uma condição
de multiplicação da reciprocidade mantida através da consequência intuitiva e quase direta da
condição que ai j = 1/a ji 8i, j, isto é i, j = 1, ..., n. Note que é uma condição imposta quando
constroem-se essas matrizes.
0 10 1 0 1
w1 /w1 w1 /w2 · · · w1 /wn w1 w1
B CB C B C
Bw2 /w1 w2 /w2 · · · w2 /wn C Bw2 C Bw2 C
A = (wi /w j)n.n = B
B .. .. ..
C B
.. C B .. CC = n B . C
B . C (2.16)
@ . . . . A@ . A @ . A
wn /w1 wn /w2 · · · wn /wn wn wn
0 1
1 a12 · · · a1n
B 1 C
B a12 1 · · · a2n C
A=B
B .. .. . . .. C (2.17)
@ . . . . C A
1 1
a1n a2n · · · 1
A estrutura simplificada das matrizes de comparação por pares nesta forma segue a
suposição de que, por exemplo, se x1 é 2 vezes melhor que x2 , então x2 é 1/2 tão bom quanto x1 .
Capítulo 2. Tecnologias Correlatas 38
A Equação 2.18 expõe a exemplificação com a hipotética situação de classificar uma matriz de
comparação pareada para o conjunto de rotas X = {RotaA, RotaB, RotaC}.
0 1
1 3 6
B C
A = @1/3 1 2A (2.18)
1/6 1/2 1
A partir dessa matriz, em particular da entrada a12 , pode-se descobrir que x1 (Rota A) é
considerado três vezes melhor que x2 (Rota B). Ou seja, a12 = 3 sugere que w1 = 3w2 .
0 1
6/9
B C
w = @2/9A (2.19)
1/9
qualidade não percebida do vídeo, considerando seus aspectos temporais e estruturais. A métrica
VQM possui um algoritmo mais elaborado que os das demais métricas.
Este Capítulo também abordou a importância da aplicação do AHP, nesta tese, baseado
tomada de decisões complexas, dado que possui evidências quantitativas e resultados qualitativos
com a funcionalidade primordial de estabelecer critérios extremamente importantes. Nesta
trabalho, sua função principal é manter a consistência do processo de julgamento ao determinar
a importância relativa de um conjunto de alternativas baseadas em diversos critérios diferentes.
Sendo assim, o AHP pode ser utilizado para a tomada de decisões que possuem várias alternativas
e vários caminhos que podem ser percorridos, diante da possibilidade de cada escolha. Logo, ele
auxilia o usuário VANET a decidir, por exemplo, o melhor trajeto para sua viagem, considerando
as infinitas possibilidades.
40
3 TRABALHOS RELACIONADOS
Este Capítulo apresenta uma revisão do estado da arte com o objetivo de identificar
oportunidades de pesquisa relacionada a algoritmos de handover para distribuição de vídeos
em VANETs ultradensas. Por fim,é apresentado um quadro comparativo entre os os algoritmos
pesquisados.
utilizam uma técnica skip-ping da NC que considera a associação de uma BS única e que tem
por base três critérios: (a) a área da célula, (b) a distância da trajetória dentro da célula e (c) a
distância da BS da borda da célula. Seus resultados mostram que, para velocidades moderadas
do usuário, a técnica Não Cooperativo - (non-cooperative - NC) oferece a maior média de
rendimento. Em segundo lugar, a técnica de salto baseado em Cooperativo - (cooperative - CO)
refere-se a um usuário que desfruta de benefícios de cooperação com BS, a menos que um
handover seja ignorado. A decisão de handover é tomada com base em três células consecutivas
do padrão de trajetória do usuário. Todavia, este trabalho considera a previsão de trajetória na
decisão dos handover, assumindo um modelo simples baseado apenas em posição e velocidade.
Em outra pesquisa os autores (XU et al., 2019) propuseram um algoritmo de handover
de camada cruzada orientada pelo atraso, a fim de maximizar o desempenho de aplicações de
baixa latência em redes ultradensas. O trabalho, baseou-se em uma expressão analítica para
atingir a capacidade adequada dos usuários durante a execução de handover, propondo um
esquema de alocação de recursos nas células alvo e assim, reduzir a probabilidade de bloqueio.
Entretanto, este estudo apresentou também um modelo de otimização no desempenho de camadas
intermediárias em redes heterogêneas a partir da perspectiva das características de atraso. A
rede é descrita pela geometria estocástica como uma rede heterogênea de duas camadas, na
qual a capacidade efetiva é considerada e que pode refletir o atraso na taxa. Para os diferentes
tipos de requisitos de QoS dos usuários, eles são divididos em duas categorias: usuário sensível
ao atraso e usuário sensível à taxa. Com base na teoria da otimização convexa, é realizada a
otimização conjunta da capacidade efetiva e da probabilidade de bloqueio. As simulações dos
autores provam que, com o aumento de usuários sensíveis ao atraso, o fator de probabilidade
de handover diminuir e os recursos de largura de banda reservados aos usuários aumentam. O
algoritmo de otimização reduz a probabilidade de bloqueio para os usuários sensíveis ao atraso,
enquanto mantém a capacidade efetiva relativamente constante. Os resultados das simulações,
a modelagem matemática e a teoria que os autores abordam podem ser aplicados à estratégia
de handover e a seleção da estratégia de reserva de recursos em redes heterogêneas, porém os
autores não empregam esquemas preditivos ou informações de mobilidade na decisão, o que
pode melhorar a qualidade da decisão e impactar positivamente na QoE do usuário.
Nos estudos (MEDEIROS et al., 2018b) e (MEDEIROS et al., 2018a), os autores confir-
maram a importância da tomada de decisão de handover multicritério para equilibrar métricas de
diferentes camadas (Medições de Rádio, QoS e QoE) utilizando AHP de acordo com os níveis
de importância predefinidos atribuídos a cada um. Contudo, o algoritmo apresenta altas taxas de
handover, o que é prejudicial à QoE em cenários densos.
Na pesquisa realizada pelos autores (SARGENTO et al., 2016), foi proposto um gerenci-
ador de conexões para as VANETs com tecnologias heterogêneas baseada em AHP chamado
Gerenciador de Conexões VANET - (VANET Connection Manager - VCM), que combina infor-
mações de várias fontes (velocidade do veículo, GPS, cabeçalho, RSSI e tecnologias disponíveis,
Capítulo 3. Trabalhos Relacionados 44
como DSRC/WAVE, IEEE 802.11 e Celular 4G), decidindo, então, a melhor conexão disponível
em todos os momentos, tentando também minimizar o número de handovers. O AHP é otimizado
através da interação com Algorítimos Genéricos - (Genetic Algorithm - GA). Essa abordagem
inclui a previsão de mobilidade durante o tempo de conectividade esperado, não incluindo os
requisitos de QoE.
Já os autores (ZHANG et al., 2018) apresentam em seus estudos uma classificação de
aplicativos sensíveis e insensíveis com base na experiência do usuário. Nessa perspectiva, quando
previsto, durante o tempo ocioso de uma rede de alto desempenho, uma decisão de handover
muda para outra rede mais eficiente energeticamente.
Finalmente, os pesquisadores (CHEN et al., 2018) apresentam uma estimativa de QoE
para correlacioná-la com a QoS, com o objetivo de melhorar a satisfação do usuário sem se
concentrar apenas na probabilidade de bloqueio de chamadas, mas também, na probabilidade
de falha no processo de handover. No entanto, o compartilhamento de vídeo requer métricas
mais subjetivas para descrever a QoE, como o MOS, que pode ser imitado por algoritmos de
aprendizado de máquina e integrado a decisões automatizadas.
Este Capítulo apresenta um algoritmo de handover que possui diversos critérios para
distribuição de vídeo em cenários de VANETs ultradensas, chamado Skip-HoVe (COSTA et
al., 2020). O objetivo é mitigar os efeitos adversos de handover frequentes, mantendo um nível
aceitável de QoE dos vídeos distribuídos. Uma condição proativa é empregada para impedir que
haja o efeito ping-pong durante a decisão de skip-handover. Além disso, esta decisão evita o
handover quando a QoE e a QoS são aceitáveis e estáveis na conexão corrente, considerando
sempre a preferência pelas células que maximizem o tempo conectado.
GoP e depois por um ou mais quadros codificados. Outrossim, cada veículo vi pode medir a
qualidade do sinal recebido através de um parâmetro de rádio de cada célula disponível N(b j ),
usando a medida chamada de Qualidade do Sinal de Referência Recebido - (Reference Signal
Received Quality - RSRQ).
Cada veículo vi é ciente de sua localização L(xi , yi ,t) em um determinado tempo t, usando
um sistema de posicionamento, tal como o GPS. Além disso, cada veículo vi viaja seguindo
uma determinada trajetória tra ji com uma velocidade si variando entre um limite de velocidade
mínimo (Ex, smin ) e outro máximo (Ex, smax ). Singularmente, o veículo vi desloca-se sobre
diferentes áreas devido ao seu rápido movimento e, portanto, frequentemente possui um conjunto
diferente de células disponíveis N(b j ).
A Entidade de Gerenciamento de Mobilidade - (Mobility Management Entity - MME) é
a principal entidade controladora no Núcleo do Pacote Evoluído - (Envolved Packet Core - EPC)
para a rede de acesso LTE. Neste caso, a entidade gerenciadora de handover executa todas as
seguintes etapas de entrega:
• Etapa de Medição;
• Etapa de Decisão;
A entidade gerenciadora deve ter uma conexão com cada célula b j , sendo uma interface
de sinalização S1. Um veículo vi logicamente se comunica com o gerente de entrega através
de seu b j atual para relatar as medições que podem ser solicitadas pelo gerenciamento de
mobilidade, se necessário. Cada veículo vi realiza medições, enquanto o MME executa a decisão
e o handover. Na etapa de medição, a entidade gerenciadora obtém informações de vi e N(b j ).
Posteriormente, na etapa de decisão, a entidade considera as informações coletadas na etapa
anterior para selecionar o b j ao qual um determinado veículo vi deve conectar-se. Finalmente, na
etapa de execução, a entidade gerenciadora da entrega é responsável por alterar a conexão de um
determinado veículo vi de uma célula de atendimento para uma célula de destino, escolhida pela
entidade. Mais detalhes sobre cada etapa são apresentados nas próximas subseções.
sobrecarga significativa. No entanto, para outros cenários, esse valor pode ser parametrizado
para ajustar os recursos de mobilidade e computação adequadamente.
A posição prevista é baseada no ponto do espaço onde o veículo provavelmente estará na
próxima medição. Segundo a localização prevista do veículo, o algoritmo Skip-HoVe calcula a
distância di, j entre a posição futura do veículo L(xi , yi ,t + 1) e suas células disponíveis N(b j ).
Uma grande distância significa que uma célula está indo além do veículo e isso deve ser evitado.
No entanto, valores maiores correspondem a uma pontuação mais alta para esses b j durante uma
decisão de handover. Portanto, o vetor de distância Dists é invertido, conforme mostrado na
Equação 4.1.
1 1 1 1
Dists = ··· (4.1)
di , 0 di , 1 di , 2 di , 3
Vários valores no vetor Dists podem estar próximos de zero devido às grandes distâncias.
Logo, o vetor Dists deve ser normalizado dividindo cada elemento pelo valor absoluto do vetor
Dists, calculado com base na Equação 4.2.
q
|Dists| = (di,0 )2 + (di,1 )2 + · · · + (di,2 )2 . (4.2)
Esses valores podem ser inseridos no algoritmo ao calcular o ponto d na célula individual
b j com base na Equação 4.3.
di, j
d= , 8di, j 2 Dists. (4.3)
|Dists|
 Pacotes Recebidos
PDR = ⇤ 100 (4.4)
 Pacotes Enviados
Da perspectiva do rádio, o algoritmo Skip-HoVe considera o valor RSRQ calculado por
um determinado veículo vi para cada mensagem de beacon transmitida por uma célula b j (células
ativas e candidatas). O RSRQ mede a qualidade do sinal recebido nas redes LTE e é calculado
de acordo com a Equação 4.5.
N ⇥ RSRP
RSRQ = (4.5)
RSSI
Todas as medições são enviadas para célula de atendimento do veículo e são solicitadas
pelo gerenciamento de mobilidade durante a etapa de decisão.
e Distância). Assim, os pesos podem representar quantas vezes a QoE é mais, ou menos crítica
que a QoS.
n
S j = Â wi ⇥ Mi . (4.6)
i=1
Em relação ao processo AHP (SAATY, 2005), este tem a finalidade de calcular o fator
de influência de cada parâmetro, uma vez que fornece uma técnica estruturada para a tomada
de decisões que possuem problemas com vários parâmetros envolvidos. O AHP decompõe um
contraponto complexo em uma hierarquia de subproblemas mais simples, combinando, então,
fatores qualitativos e quantitativos, para a análise, permitindo que o sistema encontre uma solução
ideal, assim que houver vários critérios considerados no processo de entrega.
Especificamente, o AHP abrange uma comparação pareada entre os valores numéricos
de cada parâmetro coletado, bem como, seus graus relativos de importância, a fim de ajustar seus
pesos em tempo de execução. Um valor numérico representa essa comparação entre pares, pois
eles não devem se contradizer. Por exemplo, se uma métrica i (comparação invertida) for duas
vezes mais importante que a métrica j, então j será 1/2 vezes tão importante quanto i. Dessa
forma, conforme o exposto, foram definidos cinco níveis de importância entre um parâmetro i e
um parâmetro j, como na Tabela 3.
Níveis de Importância
Seq. ci, j Definição
1 4 i é muito mais importante que j
2 2 i é mais importante que j
3 1 i é tão importante quanto j
4 1/2 i é menos importante que j
5 1/4 i é muito menos importante que j
0 1
c1,1 c1,2 ··· c1,n
B C
B c2,1 c2,2 ··· c2,n C
A = (Ci, j )nxn = B
B .. .. .. .. CC. (4.7)
@ . . . . A
cn,1 cn,2 ··· cn,n
Capítulo 4. Algoritmo de Handover Skip-HoVe 52
Ou seja, a matriz Ci, j indica quais parâmetros têm maior prioridade uns sobre os outros,
conforme a Equação 4.8, onde d é a distância normalizada na qual a QoE representa a pontuação
prevista do MOS e o Sinal retrata a intensidade do RSRQ e a QoS representa a PDR. Assim, na
primeira linha, observa-se que a métrica da distância d é duas vezes mais importante que a QoE
e quatro vezes mais crítica que a QoS e o Sinal. Já a diagnonal principal sempre será igual a 1,
pois é onde uma métrica é comparada com ela mesma.
Ademais, o vetor próprio da matriz (Ci, j ) é calculado dividindo cada elemento pela soma
de sua coluna, W = [0.5 0.25 0.125 0.125]. Logo, as distâncias normalizadas terão um peso de
0,5 para d, 0,25 para QoE e 0,125 para QoS e Sinal. Analisa-se, também a Taxa de Consistência
- (Consistency Ratio - RC) e o Índice de Consistência - (Consistency Index - CI) do vetor de peso
derivado verificando se ele está correto. Nesse sentido, se CI = 0 e CR = CI/RI 0.1, então a
inconsistência da matriz de comparação construída é aceitável. Após o processo de verificação
de consistência, descobre-se que a matriz de comparação (Ci, j ) possui CI = 0 e CR = 0. Logo, a
inconsistência da matriz de comparação em pares tornou-se aceitável para atender os critérios de
validação definidos para AHP (SAATY, 2005).
O gerenciador de handover executa o produto entre o vetor próprio e outro vetor que
armazena os valores medidos Mi , obtendo, dessa maneira, a pontuação de Si destinada a todas
as células disponíveis N(b j ). Ou seja, o gerenciador de handover seleciona a célula com a
pontuação Si mais alta, sendo, então, a mais adequada para o veículo vi conectar-se no momento.
Na etapa de decisão de handover, o gerenciador precisa decidir se uma entrega é necessária, uma
vez que sua execução é onerosa e deve ser evitada se não for essencial.
O algoritmo Skip-HoVe, baseia-se em um limite de QoE para acionar o handover, o qual
é definido com peso 4 para o valor previsto de QoE (LIOTOU et al., 2015). Portanto, assim que
o valor previsto de QoE calculado pelo monitor estiver acima desse limite, uma entrega será
considerada desnecessária e será, ignorada, pois o vídeo foi entregue ao veículo vi com uma
QoE aceitável. Por outro lado, assim que o handover for necessário, o gerenciador escolherá as
melhores células disponíveis N(b j ) para o veículo vi conectar-se.
O Algoritmo 1 possui as principais operações executadas pelo Skip-HoVe para fornecer
conteúdo de vídeo utilizando o suporte a QoE em VANET ultradensa. O gerenciador de handover
Capítulo 4. Algoritmo de Handover Skip-HoVe 53
executa todas as três etapas, enquanto o nó móvel está conectado a qualquer célula.
Algoritmo 1: Execução do Algoritmo Skip-HoVe
1 8 Veículos na Rede vi 2 V
2 while Veículo está Conectado do
3 O veículo envia medições para sua célula de atendimento Gerenciador Handover
para iniciar a etapa de decisão.
4 for cada célula disponível N(bi ) 2 B do
5 if QoS está acima de um limite e não está diminuindo then
6 Ignora Handover
7 end
8 else
9 Estimar a próxima posição do veículo
10 Calcular a pontuação Si para a célula
11 end
12 end
13 BestCellId Célula com a mais alta Si
14 if BestCellId 6= ServingCellId and BestCellRSRQ Threshold then
15 if Handover é um Ping-Pong then
16 Ignora Handover
17 end
18 else
19 Iniciar a etapa de execução da entrega
20 end
21 end
22 end
4.1.2.1.1 ARIMA
yt = q0 + f1 yt 1 + f2 yt 1 + f3 yt 3 + · · · + f p yt p
(4.9)
e0 + q1 et 1 + q2 et 1 + q3 et 3 + · · · + qq et q.
O número de valores e médias móveis passados depende das séries temporais estudadas.
Algumas delas dependem principalmente dos valores passados ponderados e não precisam
médias móveis. O modelo pode ser representado pela Equação 4.9, o que significa que foram
Capítulo 4. Algoritmo de Handover Skip-HoVe 55
usados cinco termos passados, executando uma diferenciação e não considerando médias móveis
passadas. Outrossim, o ARIMA também é usado para prever uma série temporal de variável
única e, portanto, deve ser realizada uma etapa de treinamento separadamente, destinada às
medições de latitude e longitude. O primeiro passo para a formulação geral do ARIMA consiste
em definir a ordem de diferenciação, isto é, o número de vezes que um valor é subtraído do
próximo fornecido pelo parâmetro d, de acordo com a Equação 4.10. O modelo ARIMA pode ser
usado para a previsão de mobilidade do veículo L(xi , yi ,t + 1). Nesse sentido, deve ser treinado
individualmente, em relação aos veículos e, também, unicamente a cada coordenada (latitude e
longitude).
8
>
>Yt , if d = 0
>
>
>
>
<(Y Yt if d = 1
t 1 ),
yt = (4.10)
>(Yt Yt 1 ) (Yt Yt
>
> 1 2 ), if d = 2
>
>
>
:continuamente •
xt = Axt 1 + wt 1 . (4.11)
A estimativa leva em conta uma medida dada por Zk , calculada pela Equação 4.12. Então,
ela pode ser pode ser modelada em termos da previsão com um fator de correção H e ruído vk .
Zk = Hxk + vk . (4.12)
Defini-se x̂k como o estado anterior, xk como estado previsto e x̂k como estado seguinte,
sendo que x̂k e x̂k são valores reais do processo. Também, estima-se xk com base na medida Zk .
Os erros anteriores e seguintes são definidos por ek e ek , e calculados pelas Equações 4.13 e
4.14, respectivamente.
ek = xk x̂k . (4.13)
Capítulo 4. Algoritmo de Handover Skip-HoVe 56
ek = xk x̂k . (4.14)
⇥ ⇤
Pk = E ek ek T . (4.15)
⇥ ⇤
Pk = E ek eTk . (4.16)
Logo, o estado seguinte é expresso como uma combinação linear do estado anterior e um
termo de correção proporcional à diferença entre o valor do estado e o valor medido, conforme a
Equação 4.17. Assim, o valor de x̂k corresponde ao vetor de coordenadas previstas na próxima
medição gt+1 .
1
Kk = Pk H T HPkT H T + R . (4.18)
Pk H T
Kk = . (4.19)
HPk H T + R
de dados, considerando dois valores passados e uma média móvel. A série temporal é desviada
duas vezes para se tornar estacionária. Esses parâmetros foram encontrados, através do uso de
um estimador de Grid Search1 , visando o melhor desempenho. 60% dos dados foram usados
para treinamento e 40% para testes.
A Figura 11 mostra o Desvio da Raiz Quadrada da Média - (Root-Mean-Square Deviation
- RMSE)2 para o ARIMA e ao KF, provendo a localização de cada veículo no conjunto de dados.
Analisando os resultados, observa-se que o KF apresenta um erro 85,7% maior que o ARIMA.
O movimento dos veículos tende a ser irregular e não linear na maior parte do tempo,
contudo o KF é mais preciso quando os dados analisados têm natureza linear, e interativa. Nesse
seguimento, o KF precisa de tempo para se ajustar às mudanças de mobilidade em parâmetros
como velocidade e direção, de forma isto é, os ajustes se dão de forma on-line. Por outro lado,
o ARIMA pode prever o padrão de mobilidade com alta precisão, mesmo após ser treinado.
Ele é muito robusto, apesar de possuir dados não lineares. Os resultados do RMSE podem ser
explicados por meio da Figura 12, a qual mostra a longitude do veículo ao longo do tempo.
Ao analisar os resultados, conclui-se que as previsões do ARIMA estão muito mais
próximas dos pontos de dados originais, enquanto que as previsões do KF, em alguns casos,
encontram-se demasiadamente distantes dos pontos de dados originais. Logo, na amostra 30,
o veículo virou para a esquerda ou para direita. O ARIMA consegue prever esse padrão de
mobilidade, enquanto o KF não o detecta.
1 A Grid Search é usada para encontrar os hiperparâmetros ótimos de um modelo que resultam nas previsões mais
"precisas".
2 O RMSE é o desvio da média quadrática da raiz ou o erro quadrático médio da raiz. É uma medida frequentemente
usada das diferenças entre os valores previstos por um modelo ou estimador e os valores observados.
Capítulo 4. Algoritmo de Handover Skip-HoVe 58
2. Algoritmo Handover PBGT: Também conhecido como algorítimo de célula mais forte.
Ele, executa uma decisão com base na quantidade de energia, onde o handover é executado
se uma célula vizinha tiver potência recebida superior à da célula servida mais um valor
de interesse. . Tal diferença é mantida ao longo de um TTT previamente definido (3GPP,
2011);
de requerer que os avaliadores humanos classifiquem a qualidade geral do vídeo. Além disso,
para a avaliação do MOS, o método de estímulo único é usado seguindo as recomendações
ITU-R BT.500-11, uma vez que se encaixa muito bem em um grande número de aplicativos
multimídia emergentes (ZHENG et al., 2015). Os avaliadores humanos assistem apenas uma vez
ao vídeo e, em seguida, fornecem uma pontuação fazendo o uso da escala de qualidade numérica
de dez graus, tal como apresentado no Capítulo 2.
Ademais, na avaliação subjetiva, 31 observadores avaliaram os vídeos, incluindo estu-
dantes de graduação e pós-graduação, além de funcionários da Universidade Federal do Estado
do Pará. Eles tinham a visão normal e as idades variavam de 18 a 45 anos. Os vídeos distorcidos
foram reproduzidos através de um dispositivo Samsung Galaxy Tab A 8.0 com uma tela de
8 polegadas colocada no banco traseiro do encosto de cabeça de um carro. Os vídeos foram
avaliados para que as pessoas definissem/pontuassem seus valores de MOS durante viagens entre
9h e 18h. O comportamento humano ao avaliar os vídeos, bem como, as distrações causadas pelo
ambiente circundante e, ainda, quaisquer outros fatores psicológicos (subjetivos) relacionados à
psicologia humana estão fora do escopo desta tese (FELICE et al., 2015).
Avaliou-se a eficácia da entrega, tendo em vista que toda entrega é um processo oneroso
para o ponto de vista da infraestrutura. Dessa forma, uma entrega deve ser executada com cuidado
pelo gerenciador, a fim de evitar o desperdício de recursos limitados. Foram consideradas, duas
métricas para avaliar a decisão de handover, quando o mesmo não é necessário. O número
de handovers é vital, para fornecer detalhes sobre os tempos médios em que um algoritmo de
gerenciamento de handover específico, suporta um único usuário móvel, para, assim, alterar
sua célula. Além disso, o efeito ping-pong é uma métrica importante para avaliar handovers
desnecessários, dado que ele acontece quando o gerenciador de entrega aciona o dispositivo
móvel para executar um handover até uma célula. No entanto, alguns segundos depois (4 a 6
segundos), o dispositivo móvel retorna à célula conectada anteriormente executando um segundo
handover.
vídeo em tempo real requer baixa perda de quadro, especialmente dos quadros de vídeo mais
importantes, ou seja, quadros I, para que haja a possibilidade de suportar a disseminação de
vídeo com suporte a QoE (ARGYRIOU et al., 2017). A perda de um quadro I causa distorções
graves de vídeo com base na perspectiva do usuário, uma vez que a qualidade do vídeo é
recuperada apenas quando o decodificador recebe um quadro I intacto. Com base nos resultados
da simulação, conclui-se que Skip-HoVe reduziu as perdas de quadros I em aproximadamente
94% em comparação com demais algoritmos de handover O algoritmo transmitiu quadros
prioritários com alta probabilidade de entrega, comparados com os dos outros algoritmos de
handover avaliados, aumentando o nível de qualidade do vídeo. Por outro lado, os demais
algoritmos entregaram quadros I com taxa de perda que varia de 60% a 80%, independentemente
do número de veículos no cenário, fazendo com que o vídeo gaste mais tempo para recuperar a
QoE.
Figura 16 – Taxa de perda de Quadros I para vídeos entregues por diferentes algoritmos de han-
dover
Figura 17 – Comparativo do 683o quadro do vídeo transmitido por diferentes algoritmos de han-
dover
e acima de 0,8 . Para o vídeo com o valor MOS mais alto, os demais algoritmos de handover
começaram com uma conexão ruim (SSIM < 0,7). Após algumas decisões de handover, esses
algoritmos aumentaram a SSIM para 0,9, porém ela diminuiu posteriormente. Finalmente, os
algoritmos de handover entregaram os quadros com SSIM de 0,3 a 0,7 para o vídeo com o
valor MOS mais baixo. Isso ocorre porque estes algoritmos experimentam muitos handover,
especialmente com o efeito ping-pong que piora a QoE dos vídeos entregues.
Para o gráfico da Figura 18, os algoritmos Skip-HoVe, NC-Skipping, SER, SINR-based
e PGBT tiveram resultados de 25, 7, 35, 25 e 2 em suas handovers, sendo 5, 2, 13, 7 e 0
consideradas handover com o efeito ping-pong, respectivamente. Além disso, os algoritmos
já existentes não consideram várias métricas associadas à uma decisão de entrega baseada em
handover executá-las confiavelmente. Isto posto, observa-se que o algoritmo Skip-HoVe é o
único capaz de fornecer uma experiência perfeita, sem quedas de QoE nos cenários avaliados,
fornecendo os pacotes essenciais e garantindo alta fidelidade à sequência de vídeo original.
A Figura 20 apresenta o número de handovers executados durante a simulação por cada
algoritmo. Observa-se que ao realizar a menor quantidade de handover não é necessariamente a
Capítulo 5. Avaliação do Algorítimo Skip-HoVe 67
melhor abordagem, pois o algorítimo PBGT fornece vídeos com QoE ruim sem quase realizar
handover. Em contrapartida, a técnica de handover empregada pelo NC-Skipping é ineficiente
em fornecer QoE aceitável, sem uma decisão de vários critérios. O SER tem uma decisão de
handover com reconhecimento de QoE, porém, não considera o esquema baseado em handover,
acumulando, assim, em do alto número desse processo. O SINR, por outro lado, efetua menos
handover que Skip-HoVe, mas é altamente suscetível à ocorrência do efeito ping-pong. Curiosa-
Capítulo 5. Avaliação do Algorítimo Skip-HoVe 68
mente, isso faz com que o SINR, obtenha resultados semelhantes aos do SER, mostrando, então,
o impacto significativo de handover frequentes, mesmo na decisão baseada em QoE do SER.
Finalmente, pode-se ver que, embora o NC-Skipping e o Skip-HoVe realizem aproximadamente
a mesma quantidade de handover, o NC-Skipping falha ao fornecer níveis aceitáveis de o QoE e
a QoS.
30
Ping-Pong Handovers
25
20
15
10
0
Skip-HoVe NC-Skipping SER RSSI-based PBGT
Figura 21 – Taxa de handover com efeito ping-pong por diferentes algoritmos de handover.
protocolos LTE para comunicação V2V eV2I. Foi discutida a descrição do cenário de VANET ul-
tradensa representado pelos dados coletados pela fonte trace na área da Baía de São Francisco,nos
EUA, devido à sua relação direta com o mundo real. Um vídeo com níveis de complexidade
moderada (sequência de vídeo Highway), em termos de movimento e complexidade espacial,
foi aplicado nas simulação. Enfim, nas simulações foram utilizados parâmetros e métricas para
avaliar o desempenho de diferentes algoritmos de handover destinados à distribuição de vídeo
em um cenário de VANET ultradensa.
71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo se baseia na conclusão geral desta Tese e discute as conduções para futuras
pesquisas. O objetivo é destacar as principais contribuições e apontar inúmeras direções possíveis
para prosseguir com a pesquisa. Será exposto primeiro as conclusões da tese na Seção 6.1. Em
seguida, na Seção 6.2, será exibido as diretrizes futuras deste trabalho. Finalmente, na Seção 6.3,
será apresentado a publicação relacionada e a complementar à esta Tese.
2. Avaliar o algoritmo Skip-HoVe com outros formatos de vídeo (HD, FHD, FUHD) aplicados
em redes móveis, tanto para vídeos sob demanda quanto para vídeos em tempo real.
3. Usar outros métodos aplicado à inteligencia artificial (por exemplo, Lógica Fuzzy (difusa
ou nebulosa), Computação Evolutiva, Redes Neurais Artificiais, Teoria do Aprendizado,
Métodos Estatísticos e Algoritmos Genéticos (evolutivos).
4. Usar AHP agregado a outros parâmetros como, por exemplo, tipo de veículo, histórico
de dirigibilidade, velocidade e trajeto do veículo, carga de rede e intensidade do sinal das
BSs.
7. Por fim, projetar soluções integradas nas quais os aplicativos possam se beneficiar do
algoritmo Skip-HoVe e avaliar seu melhor desempenho.
2 https://doi.org/10.1177/1550147719832839
74
REFERÊNCIAS
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Apêndices A - Código Desenvolvido
Allan Douglas Bento da Costa
INFORMAÇÕES
52 else
53 # if no arguments , read one by one
54 echo -n " how many times do you wish to run ? "
55 read n
56 echo -n " whats the algorithm used ? "
57 read alg
58 echo -n " Video to be used : "
59 read video
60 fi
61
62 # translate video to id
63 case $video in
64 " highway " )
65 video_id =1;;
66 " container " )
67 video_id =2;;
68 " highway600 " )
69 video_id =3;;
70 " akiyo " )
71 video_id =4;;
72 " masha " )
73 video_id =7;;
74 " babyshark " )
75 video_id =8;;
76 " despacito " )
77 video_id =9;;
78 *)
79 exit 1
80 esac
81
82 # change id in file
83 sed -i " s /\(# define video \) [0 -9]/\1 $video_id / g " scratch /
v2x_3gpp_small . cc
84 sed -i " s /\( node_ue = \) [0 -9]\{ ,3\}/\1 $ue_n / g " scratch /
v2x_3gpp_small . cc
85 sed -i " s /\( low_power = \) [0 -9]\{ ,3\}/\1 $enb_n / g " scratch /
v2x_3gpp_small . cc
86
87
90 for i in $ ( seq 1 $n )
91 do
92 echo " running for seed value $ { i }. "
93 echo " outputing to file : log_$ { alg } _$ { i } "
94
INFORMAÇÕES
37 # if video == 1
38 # define video_st " sourceTraces / st_highway_cif . st "
39 # define numberOfFrames 2000
40 # define numberOfPackets 2106
41 # define gop 30
42
43 # elif video == 2
44 # define video_st " sourceTraces / s t _ c o n t a i n e r _ c i f _ h 2 6 4 _ 3 0 0 _ 2 0 .
st "
45 # define numberOfFrames 300
46 # define numberOfPackets 614
47 # define gop 20
48
49 # elif video == 3
50 # define video_st " sourceTraces / st_highway_600_cif "
51 # define numberOfFrames 600
52 # define numberOfPackets 716
53 # define gop 28
54
55 # elif video == 4
56 # define video_st " sourceTraces / st _ a ki y o _c i f _h 2 6 4_ 3 0 0_ 1 8 "
57 # define numberOfFrames 300
58 # define numberOfPackets 839
59 # define gop 18
60
61 # elif video == 5
62 # define video_st " sourceTraces / st_football_cif "
63 # define numberOfFrames 260
64 # define numberOfPackets 537
65 # define gop 28
66
67 # elif video == 6
68 # define video_st " sourceTraces / s t _m o b i l e _ c i f _h 2 6 4 _ 3 0 0 _ 1 8 "
69 # define numberOfFrames 300
70 # define numberOfPackets 605
71 # define gop 28
72
73 # endif
74
84 // simulation options
85 bool verbose = true ;
86 double simTime = 2; // simlation time
87 int transmissionStart = 7; // transmission time
88
173 ++ handNumber ;
174 }
175
234 void Ar ra yPo si tio nA llo cat or ( Ptr < ListPositionAllocator >
HpnPosition )
235 {
236 int x , y ;
237 int distance = 1000;
238 std :: ofstream outfile ( " v2x_temp / cellsList " , std :: ios ::
out | std :: ios :: trunc ) ;
239
240 if ( randomCellAlloc )
241 {
242 for ( int i = 0; i < enb_HPN + low_power + hot_spot ;
++ i )
243 {
244 x = rand () % 100;
245 y = rand () % 2000;
246 HpnPosition - > Add ( Vector (x , y , 15) ) ;
247 outfile << i + 1 << " " << x << " " << y << std
:: endl ;
248 }
249 outfile . close () ;
250 return ;
251 }
252
262 else
263 {
264 int x_start = 1000;
265 int y_start = 1000;
266
380 // C L C U L O DA M D I A EXPONENCIAL
381 qosOutFile << 2 * ((( float ) nReceived -
1) / 60 - valorAtualQos ) / (
exp_mean_window + 1) + valorAtualQos ;
382 NS_LOG_DEBUG ( " NODE " << u << " QOS
ESTIMADO " << 2 * ((( float ) nReceived
- 1) / 60 - valorAtualQos ) / (
exp_mean_window + 1) + valorAtualQos )
;
383
391 /** - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - */
392 /* ----- QOE METRIC CALCULATION - - - - - - - - - - */
393 /* - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - */
394
434 if ( lastGop != 0)
435 {
436 for ( int j = 20 * ( lastGop - 1) ; j <
lastGop * 20 - 1; ++ j )
437 {
438 if ( frameTypeGlobal [ j ]. find ( " I " ) !=
std :: string :: npos ||
frameTypeGlobal [ j ]. find ( " H " ) !=
std :: string :: npos )
439 ++ ITotal ;
440 else if ( frameTypeGlobal [ j ]. find ( " P "
) != std :: string :: npos )
441 ++ PTotal ;
442 else if ( frameTypeGlobal [ j ]. find ( " B "
) != std :: string :: npos )
443 ++ BTotal ;
444
445 if ( receivedFrames [ u ][ j ])
446 {
447 if ( frameTypeGlobal [ j ]. find ( " I " )
!= std :: string :: npos ||
frameTypeGlobal [ j ]. find ( " H " )
!= std :: string :: npos )
448 ++ IReceived ;
449 else if ( frameTypeGlobal [ j ]. find
( " P " ) != std :: string :: npos )
450 ++ PReceived ;
451 else if ( frameTypeGlobal [ j ]. find
( " B " ) != std :: string :: npos )
452 ++ BReceived ;
453 }
454 }
455 ILoss = ITotal != 0 ? (( double ) ITotal -
( double ) IReceived ) * 100 / ( double )
ITotal : 0;
456 PLoss = PTotal != 0 ? (( double ) PTotal -
( double ) PReceived ) * 100 / ( double )
PTotal : 0;
457 BLoss = BTotal != 0 ? (( double ) BTotal -
( double ) BReceived ) * 100 / ( double )
BTotal : 0;
458
473 cmd << " python2 .7 ia . py " << ILoss << "
" << PLoss << " " << BLoss
474 << " " << gop << " 2 >/ dev / null " ;
475
476 // C L C U L O DA M D I A EXPONENCIAL E
ESCRITA NO ARQUIVO
477 qoeOutFile << 2 * ( stod ( exec ( cmd . str () .
c_str () ) ) - valorAtualQoe ) / (
exp_mean_window + 1) + valorAtualQoe ;
478 NS_LOG_INFO ( " NODE " << u << " QOE
ESTIMADO " << 2 * ( stod ( exec ( cmd . str
() . c_str () ) ) - valorAtualQoe ) / (
exp_mean_window + 1) + valorAtualQoe )
;
479 qoeOutFile . close () ;
480
511 // Servidor de v d e o
512 EvalvidServerHelper server ( m_port ) ;
513 server . SetAttribute ( " SenderTraceFilename " ,
StringValue ( video_trans ) ) ;
514 server . SetAttribute ( " SenderDumpFilename " ,
StringValue ( sdTrace . str () ) ) ;
515 server . SetAttribute ( " PacketPayload " , UintegerValue
(512) ) ;
516 ApplicationContainer apps = server . Install (
remoteHost ) ;
517 apps . Start ( Seconds (1) ) ;
518 apps . Stop ( Seconds ( stop ) ) ;
519
520 // Clientes do v d e o
521 EvalvidClientHelper client ( remoteHostAddr , m_port ) ;
522 client . SetAttribute ( " ReceiverDumpFilename " ,
StringValue ( rdTrace . str () ) ) ;
523 apps = client . Install ( ueNodes . Get ( i ) ) ;
524 apps . Start ( Seconds ( startTime ) ) ;
525 apps . Stop ( Seconds ( stop ) ) ;
526
527 Ptr < Ipv4 > ipv4 = ueNodes . Get ( i ) -> GetObject < Ipv4 >() ;
528 }
529 }
530
552 cmm . AddValue ( " seedValue " , " random seed value . " ,
seedValue ) ;
553 cmm . AddValue ( " handoverAlg " , " Handover algorith in use . " ,
handoverAlg ) ;
554 cmm . AddValue ( " verbose " , " lte stats verbose . " , verbose ) ;
555 cmm . Parse ( argc , argv ) ;
556 RngSeedManager :: SetSeed ( seedValue + 10000) ; // valor de
seed para g e r a o de n m e r o s a l e a t r i o s
557 srand ( seedValue ) ;
558
664 else
665 {
666 NS_LOG_ERROR ( " Invalid handover algorithm option . " ) ;
667 }
668
669 // - - - - - - - - - - - - - C r i a o do RemoteHost
670 // Cria um simples RemoteHost
671 NodeContainer remoteHostContainer ;
672 remoteHostContainer . Create ( node_remote ) ;
673 Ptr < Node > remoteHost = remoteHostContainer . Get (0) ;
674
747 /* - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - */
748
778 Ptr < Ipv4 > ipv4 = cbr_nodes . Get ( u ) -> GetObject < Ipv4 >()
;
779 Ipv4InterfaceAddress iaddr = ipv4 - > GetAddress (1 , 0) ;
780 Ipv4Address addri = iaddr . GetLocal () ;
781 PacketSinkHelper packetSinkHelper (
782 " ns3 :: UdpSocketFactory " ,
783 InetSocketAddress ( Ipv4Address :: GetAny () , cbrPort
));
784 serverApps . Add ( packetSinkHelper . Install ( cbr_nodes .
Get ( u ) ) ) ;
785 serverApps . Start ( Seconds (20) ) ;
786
829 // I n c i o T r a n s m i s s o de V d e o
830 // Rodar a p l i c a o EvalVid
831 requestStream ( remoteHost , nodes_ue_nc , remoteHostAddr ,
simTime , transmissionStart ) ;
832
833 /* - - - - - - - - - - - - - - - - NETANIM - - - - - - - - - - - */
834 AnimationInterface anim ( " v2x_temp / LTEnormal_v2x . xml " ) ;
835 // Cor e D e s c r i o para eNb
836 for ( uint32_t i = 0; i < enbNodes . GetN () ; ++ i )
837 {
838 anim . Upd ateNod eDescr iptio n ( enbNodes . Get ( i ) , " eNb " ) ;
839 anim . UpdateNodeColor ( enbNodes . Get ( i ) , 0 , 255 , 0) ;
840 }
841 for ( uint32_t i = 0; i < nodes_ue_nc . GetN () ; ++ i )
842 {
843 anim . Upd ateNod eDescr iptio n ( nodes_ue_nc . Get ( i ) , " UE
Carro " ) ;
844 anim . UpdateNodeColor ( nodes_ue_nc . Get ( i ) , 255 , 0 , 0) ;
845 }
846 for ( uint32_t i = 0; i < cbr_nodes . GetN () ; ++ i )
847 {
848 anim . Upd ateNod eDescr iptio n ( cbr_nodes . Get ( i ) , " CBR " ) ;
849 anim . UpdateNodeColor ( cbr_nodes . Get ( i ) , 0 , 255 , 0) ;
850 }
851 anim . Upd ateNod eDescr iptio n ( remoteHost , " RH " ) ;
852 anim . UpdateNodeColor ( remoteHost , 0 , 255 , 255) ;
853