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Administração Pública p/ TCU - 2015

Teoria e exercícios comentados


Prof. Rodrigo Rennó -Aula 07

Aula 7: Empreendedorismo e Processo


Participativo de Gestão Pública

Olá pessoa l, tu do bem?


Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico :
);;>- Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor
público. Processos participativos de gestão pública: conselhos
de gestão, orçamento participativo, parceria entre governo e
sociedade.

Irei trabalhar com muitas questões do Cespe, ok? Espero que gostem
da aula!

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Sumário
Empreendedorismo. ............................................................................... 3
Liderança ......................................................................................... 10
Liderança X Chefia ........................................................................... 12
Abordagens de Liderança..................................................................... 14
Teoria dos Traços de Liderança. ............................................................. 14
Teoria Comportamental – Os Estilos de Liderança.......................................... 16
Liderança Contingencial ou Situacional ..................................................... 20
Modelo de Fiedler. ......................................................................... 21
Teoria Situacional .......................................................................... 22
Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão, orçamento participativo,
parceria entre governo e sociedade. ............................................................. 27
Conselhos Gestores de Políticas Públicas ................................................... 28
Orçamento Participativo ...................................................................... 31
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 36
Gabaritos. ........................................................................................ 41
Bibliografia ...................................................................................... 41

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Empreendedorismo.

O primeiro conceito que deve ser entendido é o que realmente


significa a palavra empreendedorismo. O empreendedor não pode ser
confundido com empresário!
Empreender é manejar os recursos disponíveis da melhor maneira,
de forma que sejam maximizados a eficiência e os resultados da
organização. Empreender é basicamente fazer acontecer.
Uma cultura empreendedora é aquela que favorece a formação de
um “espírito empreendedor”; que favorece a busca pela inovação, pelo
aperfeiçoamento, e pelo melhor modo de se fazer as coisas do dia a dia 1.
De acordo com Pessoa e Oliveira2, para criar essa cultura é
fundamental que os dirigentes aprovem o comportamento empreendedor e
reconheçam a importância da proatividade e da inovação em suas
organizações.
Desta forma, o empreendedorismo governamental não ocorre quando
o governo cria e opera empresas públicas, quando vende produtos e
serviços ao mercado. Ele ocorre sempre quando os gestores públicos
aproveitam os recursos disponíveis de novas e melhores formas,
buscando a satisfação e o benefício dos cidadãos3.
O conceito de empreendedorismo governamental surgiu inicialmente
com o livro de Osborne e Gaebler – “Reinventando o Governo – como o
espírito empreendedor está transformando o setor público” 4.
Estes autores se basearam em estudos de caso norte-americanos de
órgãos e setores governamentais, como escolas e hospitais, que estavam
buscando modificar o modelo burocrático então em voga.
O contexto da época (anos 80) era de grande descrença da população
nas capacidades da Administração Pública de suprir as necessidades da
sociedade relativas aos bens públicos e de vencer os desafios que
apareciam.
Na ânsia de combater os desvios do patrimonialismo, foram criadas
tantas “amarras” para o gestor público que se tornou cada vez mais difícil
fornecer serviços de qualidade para a população com eficiência.

1
(Paludo, 2010)
2
(Pessoa & Oliveira, 2006)
3
(Paludo, 2010)
4
(Osborne & Gaebler, 1992)

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A burocracia criava problemas na gestão dos serviços públicos, pois
tornava a máquina estatal lenta, ineficiente e pouco responsiva às
necessidades e opiniões de seus “clientes” – os cidadãos!
Este cenário trouxe muitos problemas de governabilidade e
governança, levando aos autores em questão a sugerir vários princípios
que deveriam fazer parte de um governo empreendedor. Estes princípios,
de acordo com Osborne e Gaebler5, são:
O Governo Catalisador – navegando e não remando
De acordo com os autores, o governo deve ter o papel de indutor da
sociedade, de regulador, não mais de executor dos serviços. Assim, ele
pode melhor modelar e regular a atividade econômica, de forma a ser mais
efetivo e chegar “mais longe” do que antes, quando executava tudo
sozinho!
Desta forma, ao navegar em vez de remar, os governos podem ser
mais flexíveis e atingir um grau de qualidade e eficiência maior. Ao comprar
os serviços e produtos no mercado, usando a competição, pode exigir maior
qualidade e menor custo, pois seus fornecedores sabem da possibilidade
de substituição (enquanto os funcionários públicos não convivem com esta
ameaça).
O Governo é da Comunidade – dar poder ao cidadão, ao invés
de servi-lo.
De acordo com os autores, devem ser transferidas responsabilidades
para as comunidades locais, pois estas são mais flexíveis e vivenciam mais
de perto os seus diversos problemas.
Desta forma, a burocracia transfere para as comunidades o poder
decisório e o controle sobre os serviços públicos locais, mas mantém a
responsabilidade final de que estes serviços sejam prestados, ou seja, a
garantia de que estará vigilante para que a comunidade efetivamente
preste o serviço.
Governo Competitivo – Injetando competição na prestação de
serviços
A promoção da competição é outro fator considerado fundamental
pelos autores. Para estes, a competição leva ao aumento da eficiência,
força os agentes (públicos ou privados) a suprir melhor as necessidades
dos clientes, aumenta a inovação e a criatividade e melhora o clima
organizacional dentro dos órgãos públicos.
Os autores, porém, não vislumbravam apenas a competição do setor
público versus privado! Os próprios órgãos públicos deveriam ser postos

5
(Osborne & Gaebler, 1992)

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em situação de competir com outros órgãos públicos, de forma a quebrar
o monopólio da prestação dos serviços públicos e a forçá-los a se aprimorar.
O Governo Orientado para Missões – transformando os órgãos
orientados para normas
Outra noção trazida pelos autores é a de redefinir a orientação dos
servidores. Ao invés de se trabalhar para cumprir normas, eles
devem ser guiados por missões. A administração burocrática leva a uma
desmotivação do servidor, pois define de antemão tudo o que ele deve fazer
e como deve executar este trabalho.
O funcionário que atende ao público e lida diretamente com os
problemas específicos deve ter mais poder e liberdade para atuar 6. De certo
modo, os governos prejudicam a autonomia da grande maioria dos gestores
públicos buscando “pegar” a minoria dos gestores que são desonestos.
Se o funcionário tem mais liberdade e flexibilidade, pode utilizar sua
criatividade e poder de inovação para alcançar seus objetivos e cumprir a
missão do seu setor de forma mais efetiva.
Governo de Resultados – preocupação com resultados, e não
recursos.
A administração e o controle dos resultados são fundamentais para
que os governos possam atender melhor aos seus cidadãos. Normalmente,
os governos burocráticos não controlam resultados - somente os recursos
destinados. Desta forma, acabam incentivando não os órgãos eficientes,
mas os ineficientes.
Um hospital, por exemplo, deveria ser remunerado não pelo número
de atendimentos, mas pela redução do número de casos de doença em sua
localidade. Uma delegacia de polícia deveria ser avaliada por reduzir a
criminalidade, e não por número de prisões. Ou seja, os órgãos devem ser
avaliados pelos resultados concretos, e não pelos recursos que dispõem.
O mesmo deve acontecer com os servidores. Como os governos não
sabem medir resultados, remuneram por outros critérios, como tempo de
casa e volume de recursos ou empregados subordinados, de modo que os
servidores não buscam atingir resultados melhores, mas crescer sua esfera
de poder e manter seus cargos.
De acordo com Valente7:
“outra característica do serviço público é focalizar
e investir no insucesso ao invés de se investir
nos resultados: mais polícia quando a taxa de
criminalidade atinge níveis altíssimos, mais

6
(Osborne & Gaebler, 1992)
7
(Valente)

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médicos e vacinas quando as epidemias grassam,
etc.. Os investimentos são sempre em fracassos e
não em prevenção ou resultados.”
Assim, a preocupação deve deixar de ser nos recursos investidos (os
inputs) e se preocupar com os resultados (os outputs) do processo
governamental.
Governo e sua Clientela – atendendo às necessidades do
cliente e não da burocracia
Como os órgãos públicos não recebem seus recursos diretamente dos
seus clientes (cidadãos), e sim do Legislativo, normalmente não se
importam com eles e muitas vezes nem sabem direito quem são ou quais
são suas necessidades. Outro fator é que normalmente os clientes não têm
escolha, ou seja, existe um monopólio na prestação daquele serviço.
A administração deve criar mecanismos que façam os servidores
voltarem suas atenções aos clientes de seus serviços e que estes tenham
condições de escolha na prestação destes serviços.
Governo Empreendedor – gerando receitas e não despesas
A busca de novas receitas deve ser incentivada para que o governo
recupere sua capacidade de investir e de gerar mais receitas no futuro.
Uma das ideias de Gaebler e Osborne é de que deve existir uma instituição
de taxas para os serviços públicos.
Outra noção é a de que devemos considerar os gastos sob uma
perspectiva de investimento, ou seja, considerando o benefício futuro de
cada despesa.
Governo Preventivo – prevenção ao invés da cura
Os governos devem deixar de se preocupar apenas com a resolução
dos problemas para se concentrar nas causas dos problemas. Ao invés de
tratar os sintomas, deve-se buscar evitar que os problemas apareçam.
O estudo e o enfrentamento da origem dos principais problemas
levam o governo a gastar seus recursos de maneira mais eficiente.
Governo Descentralizado – da hierarquia à participação e ao
trabalho de equipe
Atualmente, as tecnologias de informação possibilitam que exista
uma descentralização de poderes para os níveis mais baixos na hierarquia
sem que a cúpula perca o controle. A descentralização também eleva a
flexibilidade, a eficiência e o comprometimento dos servidores envolvidos.
Governo Orientado para o Mercado – construindo mudanças
através do mercado
Os governos devem buscar atuar através de mecanismos de
mercado, em vez de tentar atuar diretamente. Ao criar incentivos e

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direcionar a iniciativa privada, eles podem ser mais efetivos na solução dos
problemas da sociedade.
Desta forma, um governo empreendedor direciona a maior parte da
execução dos serviços públicos para a iniciativa privada8. Ou seja, um
governo “catalisador em vez de remador”.
Os mercados não são perfeitos, e existem serviços que não se
prestam à iniciativa privada, mas, sempre que possível, o governo deve
induzir e não executar, ou seja, estruturar e induzir o mercado, e não
administrar sozinho.
Vamos analisar agora algumas questões sobre este tema?
1 - (CESPE - CNJ – ANALISTA - 2013) Empreender, para o governo,
significa mobilizar competências individuais e organizacionais para
provocar inovações e mudanças tecnológicas nos sistemas
informatizados nos modelos de gestão exceto nas políticas
públicas.

A questão está incorreta, pois a políticas públicas são voltadas para


resolver os problemas da sociedade. Quando falamos de políticas públicas,
estamos nos referindo às políticas de saúde, de educação, dentre outras
necessárias e desejadas pela população.
Assim, um governo empreendedor deve sim estar focado em alcançar
resultados nas políticas públicas, naturalmente. O gabarito é questão
errada.

2 - (CESPE - TCE-RO – AGENTE ADM. - 2013) O modelo de


empreendedorismo governamental preconiza a reforma no sistema
público, de modo que o cidadão seja chamado a participar do
governo, na definição do destino da sua comunidade.

O empreendedorismo governamental busca implementar uma


mudança cultural no setor público. A máquina estatal deve deixar de estar
voltada para dentro, para seus problemas e necessidades internos. Uma
das mudanças necessárias é uma maior participação da sociedade nas
ações do Estado, uma maior parceria entre o governo e as empresas e os
cidadãos. Deste modo, o gabarito é questão certa.

8
(Paludo, 2010)

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3 - (CESPE - TCE-RO – AGENTE ADM. - 2013) O governo que prioriza
o empreendedorismo governamental deve assumir seu papel de
comando, buscando maior centralização da autoridade.

Negativo. É exatamente o contrário o que o governo empreendedor


prega. O empreendedorismo no setor público indica que o governo deve
deixar de ser executor para ser um governo incentivador – um governo
“catalizador”. Assim, o controle sobre a economia está relacionado ao
modelo burocrático tradicional, não ao empreendedorismo governamental.
O gabarito é questão errada.

4 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) A gestão pública


empreendedora implica a busca por resultados, visando atender às
necessidades dos cidadãos e não aos interesses da burocracia
mediante o estímulo da sua parceria com sociedade.

O empreendedor é aquele que busca o novo, que está orientado para


resultados e aos clientes da organização. Da mesma forma que no setor
privado, temos empreendedores no setor público. Esse empreendedorismo
envolve a busca por parceiras para melhorar os serviços prestados aos
cidadãos. O gabarito é questão certa.

5 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) Aproximando-se do


modelo tradicional burocrático, o governo empreendedor visa
estimular a ação e a parceria da sociedade, exercendo forte
controle sobre a economia.

Negativo. O modelo tradicional burocrático não está ligado ao


governo empreendedor. O modelo burocrático costuma ser autocentrado,
ou seja, não está focado nos resultados e nos clientes. Além disso, o
governo empreendedor busca parcerias, não um controle forte sobre a
economia. Desta forma, o gabarito é mesmo questão errada.

6 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) O governo empreendedor visa


atender aos interesses da sociedade e da burocracia, controlando a
economia e se orientando por missões e objetivos.

O governo empreendedor busca atender aos interesses da sociedade,


não da máquina estatal. Além disso, o controle sobre a economia está
relacionado com um governo executor. O empreendedorismo no setor

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público não enfatiza o controle, mas a parceria com o setor privado (com e
sem fins lucrativos). O gabarito é mesmo questão errada.

7 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) A gestão empreendedora no


setor público pressupõe a autonomia de decisão e a
responsabilização.

Perfeito. Esta frase da banca é quase um “ctrl-c e ctrl-v” de um


documento sobre o governo empreendedor da Secretaria de Gestão do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. De acordo coma SEGEP9,
“A gestão empreendedora, focada em resultados e
com avaliação baseada em um bom sistema de
informações, pressupõe a autonomia de
decisão e a responsabilização - outra questão
tão difícil quanto a mudança de enfoque”.
Desta maneira, o gabarito é mesmo questão certa.

8 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) A comunicação pode fluir


verticalmente ou lateralmente. Sob a ótica de um governo
empreendedor, a comunicação só deverá fluir via rede de
comunicação formal; sob a ótica da iniciativa privada, a
comunicação pode ser formal ou informal.

Esta questão é interessante, pois (ao estilo do Cespe) mistura o tema


do empreendedorismo governamental com o da comunicação
organizacional. A comunicação formal é aquela que ocorre através dos
canais formais da empresa, como memorandos, comunicados, cartas, etc.
Já os canais informais de comunicação ocorrem através dos
relacionamentos pessoais informais que os indivíduos mantêm no trabalho.
Como já vimos em nossa aula, uma organização empreendedora deve
manter uma cultura que possibilite a mudança, a inovação e a flexibilidade.
Desta forma, somente a utilização da comunicação formal não seria
indicada para um governo empreendedor. Assim, a questão está errada.

9 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) Considere que


determinada cidade teve aumento considerável da criminalidade
nos últimos 6 meses. Em decorrência dessa nova realidade, o
governo decidiu aumentar a contribuição financeira para a polícia

9
Fonte: http://empreende.org.br/pdf/Estado/Gest%C3%A3o%20p%C3%BAblica%20empreendedora.pdf

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da localidade. Nessa situação, é correto afirmar que tal atitude é
característica de uma gestão tradicional de governo.

Este caso mostra o comportamento de um governo burocrático


normal, que investe em “fracassos”, e não em resultados. Se a
criminalidade aumenta, se contratam mais policiais. Desta forma, a
preocupação é com os recursos e não com os resultados.
A prevenção e a melhoria dos resultados não são “premiadas”. Desta
maneira, os incompetentes recebem cada vez mais recursos do Estado. O
gabarito é questão correta.

10 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) Um princípio inerente


ao governo empreendedor é a sua orientação para missões. Isto
significa que as organizações públicas devem ser rigidamente
dirigidas por objetivos, regulamentos e normas para que suas
missões possam ser eficazmente atingidas.

A questão começa “bonitinha”, mas o final estraga tudo! Realmente,


um governo empreendedor deve ser orientado por missões. Portanto, este
não deve se pautar por normas e regulamentos. Assim, a frase fica
incorreta em seu final. O gabarito é questão incorreta.

Liderança

Um líder ideal deve saber conduzir sua equipe de modo a que todos
atinjam seus resultados esperados. Para isso, deve se utilizar do
conhecimento sobre sua equipe e de uma comunicação eficaz para guiá-los
ao encontro dos objetivos da organização.
Naturalmente, o processo de liderança é um dos mais importantes no
trabalho de um administrador. Além disso, é um dos mais difíceis. Milhares
de livros são lançados anualmente em todo mundo, tentando ensinar os
gestores a serem melhores líderes.
Basicamente, a liderança envolve a habilidade para influenciar
pessoas para que sejam alcançados determinados objetivos. É mostrar o
caminho a ser seguido.
É vender uma visão de futuro sobre a organização. É incentivar os
membros da empresa em torno dos objetivos que são almejados.
Algumas definições de Liderança podem ser vistos abaixo:

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“O conceito de liderança é relacionado com a
utilização do poder para influenciar o
comportamento de outras pessoas10.”

“Liderança é a habilidade de influenciar pessoas


em direção ao alcance das metas
organizacionais .”
11

“É um fenômeno tipicamente social que ocorre


exclusivamente em grupos sociais e nas
organizações. A liderança é exercida como uma
influência interpessoal em uma dada situação e
dirigida através do processo de comunicação
humana para a consecução de um ou mais objetivos
específicos12.”
Ao buscar liderar nossos subordinados e colegas, estamos lidando
com seres humanos, pessoas. E cada indivíduo responde de maneira
diferente a cada estímulo. Alguns colegas provavelmente precisarão de um
contato mais constante, uma atenção maior do líder.
Já outros, provavelmente, têm maior maturidade e não demandam
muita supervisão e atenção de seus superiores, pois tem maior iniciativa e
capacidade de autogerenciamento. Com isso, o líder deve ter uma
percepção de como cada indivíduo deve ser “envolvido” para que cada
membro possa contribuir o seu máximo.
Desta forma, O exercício da liderança é algo dinâmico e que envolve
diversos fatores das relações pessoais, como a influência pessoal, o poder,
a comunicação, para que os objetivos organizacionais da instituição sejam
alcançados.
As teorias de liderança são muitas, mas iremos ver aqui as que são
recorrentemente citadas em provas. Basicamente, são as seguintes: dos
traços,
Abaixo, podemos ver as principais:

10
(Zaleznik, 1992)
11
(Daft, 2005)
12
(Chiavenato, Administração Geral e Pública, 2008)

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• Ideia é q ue os líderes nascem com


característ icas inatas e o objetivo deve ser a
Baseada nos Traços identificação dos traços individuais dos
líderes para identificar potenciais líderes

l• analisavam o efeito de d iversos estilos dos


Comporta mentais/ líderes no desempenho das organizações e
Estilos de Liderança na satistação das pessoas

• levam em conta diversos fatores ambientais


Contingenciais / para determinar qual seria o melhor estilo
de liderança em cada situação
Situaciona is

Figura 1 • Teorias da Liderança

Liderança X Chefia

A liderança não é um papel executado exclusivamente pelos chefes


ou gerentes. Isto muitas vezes acontece assim, mas não sempre.
Naturalmente, a capacidade de liderar uma equipe é um dos aspectos que
leva alguém a ser promovido a um cargo de chefia.
Muitos indivíduos que chegam nestas posições, como vocês devem
imaginar, não têm o perfil e as capacidades necessárias para liderar
pessoas. Alguns não gostam de falar em público, outros têm dificuldades
nas negociações e no envolvimento dos seus subordinados.
Não é incomum, por exemplo, que o líder de um grupo seja um
colega, alguém mais experiente ou envolvente, que consegue com seu
comportamento guiar os membros em direção dos objetivos.
Assim sendo, não é absolutamente necessário que o chefe de uma
equipe seja o seu líder, na prática. Muitos chefes não querem fazer esse
papel. O líder pode ser uma pessoa sem poder hierárquico ou de comando,
sem problema.
Prestem atenção nesse ponto: O líder não é, necessariamente, o
superior hierárquico, o chefe. Isto é muito cobrado em provas de concurso,
pois é o "senso comum", apesar de estar errado.

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Liderança

Figura 2 • Relação entre chefia e liderança. Adaptado de: (Rennó, 2013)

Vamos ver uma questão sobre este tema?


l l - (CESPE - PF -ADMINISTRADOR - 2014) Nas organizações, o
líder define-se pela autoridade que lhe é delegada.

Negativo! O líder não é definido pelo nível de autoridade delegado


pela instituição. Ou seja, o líder não precisa ser um chefe, uma autoridade
hierárquica frente seus liderados. Ele pode, ou não, ter essa autoridade
delegada.
Pode ocorrer de o líder ser apenas um colega de trabalho que tem
ascendência perante seus pares. O gabarito é questão errada.

12 - (CESPE - MS - ANALISTA - 2013) A liderança não está


associada a estímulos e incentivos que possam provocar motivação
nas pessoas para a realização da missão e dos objetivos
organizacionais, visto que tal função é uma atribuição da chefia dos
indivíduos.

Esta frase está equivocada. O líder pode sim manejar estímulos e


incentivos (sejam financeiros ou não) para que seus subordinados fiquem
motivados. Além disso, não existe esta "separação" formal entre o papel
de liderança e o de chefia. Naturalmente, o líder pode ou não ser o chefe
forma l dos empregados de uma organização. O gabarito é, assim, questão
errada.

13 - (CESPE -ANP -ANALISTA - 2013) A liderança é um predicado


das pessoas, diferentemente da autoridade formal, que é atributo
do cargo.

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Perfeito. Esta é uma questão recorrente nas provas. A liderança não
está ligada necessariamente ao papel de chefia. A liderança nasce da
pessoa, não do cargo. Existem chefes que não sabem liderar, bem como
há líderes que não são chefes.
Já a autoridade formal é sim relacionada com um cargo específico.
Você tem o poder de mandar em alguém por ocupar um cargo específico.
Ao sair dele, você perde esta autoridade. O gabarito é mesmo questão
certa.

14 - (CESPE – TRT-17 / PSICOLOGIA – 2009) Liderança é definida


como a influência exercida por aqueles que possuem autoridade
formal na organização.

Pegadinha na área! Como já vimos, não é sempre que o chefe (quem


tem autoridade formal) será o líder de um grupo. A liderança não é
necessariamente realizada por este chefe, pois ele pode não ter perfil para
isto, por não dar atenção a este fator, dentre outros motivos. O gabarito é
mesmo questão errada.

Abordagens de Liderança

Como falamos acima, existem teorias distintas que tentam “explicar”


o funcionamento do processo de liderança nos grupos humanos. A primeira
teoria é a dos traços de liderança.
Esta teoria não é mais aceita pelos principais teóricos da área, mas
ainda é cobrada em provas, ok? Por isso, vamos conhecê-la um pouquinho.
Mas vocês verão que este tema é bem gostoso!

Teoria dos Traços de Liderança.

A teoria dos traços ou das características é uma das mais antigas no


estudo da administração. Ela se baseia em uma noção antiga de que os
líderes teriam certos “traços” de personalidade que os definiriam, que
seriam característicos destas pessoas.
Ou seja, a teoria dizia que será possível de certa forma “mapear”
quais seriam estas características e, após isso, poderíamos buscar pessoas

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semelhantes na população, para que fossem alçadas ao papel de
liderança13.
E quais seriam estes traços, professor?
Basicamente, seriam características pessoais como a inteligência, a
capacidade de oratória, a confiança, os valores, dentre outros aspectos
vistos como positivos para que um líder possa desempenhar este papel.
De acordo com Krumm14,
“Os primeiros teóricos dos traços achavam que os
bons líderes já nascem com esses traços e que
esses traços são uma parte constituinte da
personalidade do administrador. Essa posição foi,
posteriormente, modificada para indicar que os
traços podem ser desenvolvidos pela experiência;
mas os traços eram considerados como aspectos
centrais da personalidade do líder”.
Ou seja, os traços seriam a princípio características natas, ou de
nascença. Com o desenvolvimento da teoria, alguns autores consideravam
que os traços poderiam ser adquiridos ou aprendidos com a experiência.
E como funcionaria, na prática?
Vamos imaginar que você conhecesse um líder, ou pelo menos sua
descrição, como Júlio Cesar, Alexandre o Grande, ou Felipão (sei...peguei
pesado!). Tentaríamos “mapear” depois quais seriam as suas principais
qualidades.
Com estas qualidades definidas, tentaríamos achar alguém com as
mesmas características e “voilá”, teríamos um líder em potencial nas mãos!
Como você pode imaginar, as coisas não foram tão simples. Fazer
esse mapeamento já era algo complicado. Muitas destas características são
mensuradas pela percepção de outras pessoas. Comparar aspectos como
inteligência, flexibilidade e valores é algo muito difícil.
Além disso, muitas vezes uma característica que tinha sido muito
positiva em um caso, poderia ser desastrosa em outra situação. Um líder
muito “firme” com sua equipe poderia ser a “solução” em um caso de um
general na segunda guerra mundial, mas seria um fracasso em um líder de
governo no Senado, por exemplo.
Isto acontece porque estas situações diferentes “pediriam” líderes
diferentes. A teoria não estava considerando o ambiente externo, o
contexto, dentro de sua análise. Não existiria um líder perfeito para todas
as situações.

13
(Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010)
14
(Krumm, 2005)

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Desta maneira, o modelo aos poucos foi sendo desacreditado e
superado por novas teorias que buscaram analisar a influência do meio
externo no papel do líder.

Teoria Comportamental – Os Estilos de Liderança.

A teoria dos estilos de liderança (ou comportamental) buscou analisar


a liderança não pelas características dos líderes, mas pelo seu
comportamento em relação aos seus subordinados.
A teoria ficou conhecida através dos estudos de Lewin, Lipitt e White,
autores americanos, com suas pesquisas na Ohio State University15. Eles
estudaram o comportamento de grupos de pessoas, principalmente em
relação ao controle de seus subordinados, e “mapearam” três estilos
diferentes: autocrático, democrático e liberal.
O líder autocrático seria aquele que controla mais rigidamente seus
empregados. Ele toma todas as decisões e não delega autoridade nenhuma
para seus funcionários.
Na empresa dele, até compra de caneta Bic tem que ser autorizada
por ele antes! Ele define em detalhes como será a atuação de cada pessoa
em seu departamento. A participação dos funcionários nos “rumos” e
decisões é quase nula.
Já o líder democrático seria aquele que contaria com a participação
de sua equipe na tomada de decisões. Seria um controle compartilhado,
feito em conjunto. Existiria um nível de delegação de autoridades e
responsabilidades pelo líder.
Alguns autores dividem esse estilo de liderança em dois: o modo
consultivo e o participativo.

15
(Lewin, Lippitt e White, 1939) apud (Krumm, 2005)

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Democrático Consultivo
Líder toma a decisão depois de
ouvir

Democrático Participativo
Decisão é fe ita em conjunto

Figura 3 • Tipos de Liderança Democrática

A diferença básica entre os dois tipos é sobre quem toma a decisão


final. No caso do t ipo consultivo, como o nome já indica, a decisão cabe ao
líder depois que ele "consulta" sua equipe.

No caso do tipo participativo, a equipe participa da decisão. A tomada


de decisão é feita pelo grupo, em conjunto com o líder.
Finalmente, a liderança liberal (também chamada de "laissez-
fa ire", algo como "deixar fazer" em francês) é o estilo em que existe pouco
ou nenhum controle do líder sobre seus empregados.
A equipe tem liberdade quase total de "tocar" o trabalho como melhor
escolher. A liderança teria somente um papel consultivo, de um
esclarecedor de dúvidas e de fornecedor dos recursos para as tarefas.
Os autores buscavam determinar qual seria o melhor estilo de
liderança . As descobertas foram um pouco decepcionantes. Os empregados
se mostraram mais satisfeitos em trabalhar para os líderes democráticos
(nenhuma surpresa, não é mesmo?).
Mas os resultados objetivos do trabalho pareciam indicar que para
muitas situações os líderes autocráticos eram os que conseguiam
"entregar" os melhores resultados. Já o estilo liberal não trazia nem
satisfação aos empregados nem resultados práticos.
Assim sendo, uma das críticas à esta teoria foi a de que não existiria
uma liderança "superior", mas que o melhor estilo dependeria da situação
em que o líder estivesse envolvido. Abaixo, podemos ver um resumo dos
estilos :

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Liberal ou "laissez-
Autocrático Democrático
faire"
1 1

• O líder controla • Líder envolve seus • Líder praticamente


rígidamente seus funcionários, "ausente". Equipe
funcionários e delegando liberdade quase
centraliza as autoridades e total. Lider apenas
decisões. responsabilidades. responder dúvidas
Tem dois t ipos: e fo rnecer os
consu ltivo (lider recursos
decide) e necessários.
pa rt icipativo
(grupo decide).

Figura 4 • Teoria comportamental ou dos estilos de liderança.

Vamos ver como pode ser cobrado este tópico?


15 - (CESPE - SERPRO - ANALISTA - 2013) De acordo com
princípios da gerência colaborativa, os gestores devem abdicar de
sua posição de liderança e destiná-la a seus subordinados, a fim de
que estes tomem as decisões sobre as mudanças nas organizações.

A gerência colaborativa não envolve um estilo de liderança "ausente,,


ou também conhecida como liderança liberal. Dentre deste modelo de
gestão, o líder continua com poder de decisão, mas envolve seus
subordinados na tomada de decisão. O gabarito é questão incorreta.

16 - (CESPE - UNIPAMPA - ANALISTA - 2013) O líder autocrático


pronuncia comentários irregulares sobre as atividades dos
membros da equipe e determina as providencias para a execução
das tarefas apenas quando solicitado.

O líder autocrático não determina as providências para a execução


das tarefas apenas quando solicitado. O líder autocrático centraliza a
tomada de decisão ! Deste modo, ele detalha para seus subordinados como,
quando e o que cada um deles deve fa zer. Não existe esta "liberdade,, de
atuação na liderança autocrática, ok? O gabarito é questão incorreta.

17 - (CESPE - CAPES - ANALISTA - 2012) Na liderança do tipo


/aissez-faire, o líder não define etapas ou métodos de trabalho,
apenas fornece materiais ou informações que lhe sejam solicitados.

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O estilo liberal, também conhecido como estilo “empobrecido” de


liderança, reflete um estilo de liderança em que os subordinados têm muita
liberdade para decidir como devem fazer suas atividades.
Deste modo, eles podem escolher quais serão as ferramentas que
utilizarão, os horários em que estarão trabalhando, etc. Assim, o líder acaba
tendo uma atuação de suporte, como descrito pela banca. O gabarito é
questão certa.

18 – (CESPE – UNIPAMPA – ANALISTA – 2013) Emergente é o líder


que reúne habilidades para conduzir a equipe a objetivos
específicos, porém, nessa situação, a equipe geralmente se
desorganiza, o que pode gerar insegurança e atritos entre os
membros da equipe.

Um líder emergente é aquele que reúne habilidades de liderança


independentemente de ocupar um cargo de chefia. Assim, ele reúne estas
habilidades para guiar a equipe para os objetivos desejados. Este líder
surgiria “naturalmente” da interação entre os membros do grupo.
O erro da questão é que este tipo de liderança não gera uma
desorganização ou insegurança na equipe, muito pelo contrário. Se o líder
emergente foi gerado no próprio grupo, isto significa que as pessoas
confiam nesta pessoa, não é verdade? O gabarito é questão errada.

19 – (CESPE – MI – ASSISTENTE TÉCNICO – 2013) Nas


organizações públicas, lideranças eficazes decorrem diretamente
de atribuições regimentais e de uma estrutura organizacional rígida
e com muitos níveis hierárquicos.

Não necessariamente. As lideranças eficazes podem partir inclusive


de pessoas que não detém nenhum cargo formal na instituição. Existem
muitos chefes que não sabem liderar, bem como existem líderes que não
ocupam cargos de chefia.
Além disso, uma estrutura organizacional rígida com muitos níveis
hierárquicos pode dificultar o papel da liderança, pois deixa o líder mais
“distante” de seus liderados. O gabarito é questão errada.

20 - (CESPE – TJ-ES / ANALISTA – 2011) De acordo com os estudos


clássicos a respeito de estilos de liderança, administrador que
conduz seus subordinados por meio de liderança liberal obtém

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produtividade superior à obtida por aquele que adota liderança
autocrática, em razão da criatividade e da inovação geradas.

Isto não ocorre, de acordo com a teoria comportamental. O estilo de


liderança liberal foi considerado pelos autores como o que trazia o pior
resultado prático. O gabarito é questão errada.

21 - (CESPE – BASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) Na atualidade,


inexiste situação que comporte a aplicação da liderança autocrática
no âmbito de uma organização, pois essa é uma teoria sem
aplicabilidade prática.

A liderança autocrática tem sim aplicabilidade prática. Existem


diversas situações em que a liderança democrática ou a liderança liberal
não funcionam, como casos em que não temos tempo para tomar uma
decisão, por exemplo.
Quem já serviu ao Exército, por exemplo, sabe que o estilo de
liderança nas forças armadas não é o democrático, não é mesmo? O
gabarito é questão errada.

Liderança Contingencial ou Situacional

Depois das falhas encontradas na teoria comportamental (ou dos


estilos de liderança), a preocupação voltou-se para a influência do ambiente
ou do contexto no processo de liderança.
Não existiria, assim, um líder “perfeito” para todas as situações. A
liderança deveria incluir também a percepção do líder para que ele tivesse
como se “moldar” a cada situação específica.
Além do aspecto do ambiente que envolve a situação, as teorias
contingenciais também consideram como importantes tanto o
comportamento dos líderes, bem como a maturidade dos liderados 16.

16
(Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)

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Modelo de Fiedler.

De acordo com o autor, as características das persona lidades são


desenvolvidas durante diversas experiências vividas durante a vida e
dificilmente são alteradas 17 •
Para Fiedler, existem dois t ipos de líderes : líderes orientados para
tarefas e líderes orientados para pessoas . Os primeiros seriam mais focados
nos resultados e nos objetivos organizacionais. Já os segundos,
naturalmente, estariam mais voltados para o bem estar de sua equipe.
A teoria engloba três aspectos principais: o relacionamento entre o
líder e seus empregados, o poder de autoridade que este líder detém e a
estrutura da tarefa/atividade. Os fatores combinados formam oito
dimensões, desde a mais desfavorável a mais favorável para o líder.
O conceito principal da teoria é que o gestor deve analisar qual é o
perfil do líder para que possa posteriormente inseri-lo dentro do contexto
que mais se adapte ao seu comportamento 18 •

o
0 líder voltado p/
Tarefa
.<:
e:
OI
Q.
E
OI
"'
~

Líder voltado p/
Relacionamento

[!]
Favorável ! intermediária I I Desf avorável I
Figura 5 - Teoria da Conti ngência de Fiedler. Fonte: (Rennó, 2013)

A conclusão do trabalho foi interessante. O autor percebeu que a


liderança orientada para tarefas era mais eficaz na maioria das situações
(ver gráfico acima).
Tanto em situações altamente favoráveis quanto nas altamente
desfavoráveis, o líder focado na tarefa se saía melhor . Somente em
situações intermediárias era que a liderança orientada para pessoas era a
mais adequada .

17 (Krumm, 2005)
1s (Sobra l & Peci, 2008)

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Teoria Situacional

A teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard pôs o foco da


liderança nos subordinados, e não nos líderes19. Para eles, a “chave do
sucesso” da liderança está na escolha correta de um estilo de liderança que
esteja adequado ao nível de maturidade dos funcionários.
Para os autores, os líderes devem analisar o nível de maturidade para
saber como devem se comportar em relação a eles. Um conceito muito
importante nesta teoria é o de adaptabilidade. Um líder é adaptável (ou
adaptativo) quando consegue variar o estilo de liderança de acordo com o
contexto20.
Ao contrário, um líder rígido só consegue ser eficaz quando seu estilo
de liderança é adequado ao ambiente que o cerca. Naturalmente, os líderes
adaptáveis são mais adequados aos nossos tempos.
Isto acontece porque os funcionários não são todos iguais. De acordo
com Hersey e Blanchard, eles têm um nível de maturidade variável. Aqui
estamos definindo maturidade não só de acordo com o aspecto psicológico
do trabalhador, mas também em relação à sua capacidade de realizar o
trabalho.

19
(Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)
20
(Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)

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ESTI LO DO LíDER
6

r
!:::::'.) ..--~~~~~--.~~~~~~--,r-~~~~~--.~~~~~--,

~ Relacionamento I I Tarefa alta e


alto e tarefa I I rel acio n a m e nto
ba;xa I alto

I
1
1
1
1
f2
f:2 :z: 1
z:
LU
LU
~
E3 E2 1
~ <C
:z:
~ o
2~ 5
L.1J
E4 El
o
u
a:::
L.1J
o
1
1

l
1
J Re laciona m e nto Ta r efa a lta e
1
I baixo e tarefa re lacion a mento I
I baixa b a ixo I

(BAIXO) ... COMPO RTA MENTO -------1~• ( ALTO)


DE TAR EFA

~ ,~ A LTA
M4
BAIXA

Ml

M ATURIDADE DOS LIDERADOS

Figura 6 • Estágios de Maturidade. Fonte: (Cavalcanti, Carpilovsky, lund, & lago, 2009)

Assim, um funcionário com alta maturidade seria capaz de fazer suas


tarefas de forma independente, de se autogerenciar e de buscar as metas
necessárias.
Já um funcionário com baixa maturidade demandaria uma maior
atenção do líder, de modo a compensar sua baixa capacidade de realizar
as atividades, somado com sua pouca disposição de assumir
responsabi lidades.
Os autores montaram um quadrante com dois fatores:
comportamento focado nas tarefas e comportamento focado nos
relacionamentos.
Os líderes teriam quatro "estilos" ou comportamentos possíveis, de
acordo com a combinação destes fatores (tarefa e relacionamento) :
direção, delegação, persuasão e participação .
De acordo com Schermerhorn 21, os estilos seriam os seguintes :

21 (Schemerhorn Jr., 2008)

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 Direção (ou Determinação) – determinar o que cada
subordinado fará em detalhes, com rígida supervisão. Um estilo
com alta preocupação com a tarefa e baixa preocupação com o
relacionamento;
 Persuasão – explicar a necessidade de cada tarefa de forma
persuasiva e dar um suporte ao empregado sempre que
possível. Um estilo com alta preocupação com a tarefa e
também alta preocupação com o relacionamento;
 Participação (ou compartilhamento) – enfatizar o
compartilhamento de ideias e a participação dos funcionários
na tomada de decisões em relação ao trabalho que será
desenvolvido. Seria um estilo com baixa preocupação com a
tarefa e alta preocupação com o relacionamento;
 Delegação – deixar o funcionário ou o grupo tomar suas
próprias decisões em relação ao trabalho e assumir suas
responsabilidades. Seria um estilo com baixa preocupação com
a tarefa e baixa preocupação com o relacionamento.
O conceito da teoria é bem simples: o líder deve perceber em que
situação está seu empregado e aplicar o estilo adequado. Para funcionários
que tenham sido recentemente contratados, com pouca experiência
prática, o líder deve adotar um comportamento mais focado no que deve
ser feito, sem dar muita autonomia, supervisionando de perto.
Já com funcionários com muito tempo de casa e com experiência
prática nas tarefas, o líder deve dar autonomia e delegar autoridade e
responsabilidade. Estes empregados têm capacidade para se
autogerenciar.
Vamos ver agora mais algumas questões?
22 – (CESPE – UNIPAMPA – ANALISTA – 2013) Para exercer a
liderança é necessário que o funcionário tenha habilidade de
relacionamento com as equipes e motivação para condução das
atividades propostas.

Exato. Esta questão é bem intuitiva, pois uma pessoa para ser líder
deve ter habilidade para se comunicar e para convencer seus liderados.
Sem um bom relacionamento com sua equipe, nenhum líder terá sucesso.
Você consegue imaginar um líder que fique só no seu canto calado?
Deste modo, o gabarito é mesmo questão certa.

23 – (CESPE - ANCINE - ANALISTA – 2013) A maturidade do líder é


a principal característica do modelo de liderança de Hersey &
Blanchard, que demonstra as situações enfrentadas pelos
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subordinados. Esse modelo deve ser analisado em um conjunto de
tarefas, a partir das quais é possível enquadrar os líderes em
categorias universais, considerando suas competências e
motivações.

A questão tem uma "pegadinha" logo no seu início: a teoria de Hersey


& Blanchard se preocupa com a maturidade do liderado, e não a do líder.
Para os autores, a “chave do sucesso” da liderança está na escolha
correta de um estilo de liderança que esteja adequado ao nível de
maturidade dos funcionários. Deste modo, o líder deve tratar de modo
distinto funcionários com maturidades diferentes. Portanto, o gabarito é
questão errada.

24 - (CESPE – TJ-ES / ANALISTA – 2011) Em qualquer situação, o


estilo de liderança positiva, participativa e cordial é o mais
apropriado.

O estilo de liderança deve sempre estar adaptado ao cenário, ao


ambiente que encontramos. Não existe estilo “perfeito” para todas as
situações, como a questão quer dizer.
Um estilo pode funcionar em um tipo de empresa, com um grupo de
pessoas, mas falhar em uma situação diferente, com outras pessoas
envolvidas. O trabalho do gestor é o de identificar qual é a situação e utilizar
o estilo mais adequado para aquele momento. O gabarito é questão errada.

25 - (CESPE – CORREIOS / PSICÓLOGO – 2011)


Independentemente de fatores situacionais, líderes voltados ao
cumprimento de metas e preocupados com aspectos técnicos das
tarefas são mais eficazes que líderes orientados para o
relacionamento.

Vejam como estas questões se repetem, não é mesmo? Lembrem-se


disso: os fatores situacionais são importantes e devem orientar o
administrador no momento de escolher a melhor abordagem perante seus
subordinados.
Ou seja, não existe “receita de bolo”. Não há um estilo de liderança
que vá sempre funcionar, independente do momento ou tipo de
organização que estamos trabalhando. Líderes focados nas tarefas podem
“dar certo” em uma empresa e fracassar em outras organizações. O
gabarito é questão errada.

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26 - (CESPE – ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO – 2009) A
teoria da liderança situacional procura definir qual estilo de
liderança se ajusta melhor a cada situação organizacional. Para
atingir-se esse propósito, deve-se, preliminarmente, diagnosticar a
situação existente.

Exato. De acordo com a liderança situacional, temos de diagnosticar


o contexto para definirmos como devemos atuar. O gabarito é questão
correta.

(CESPE – PREVIC / ANAL. ADM. – 2011) No contexto das


organizações, pesquisadores ligados ao estudo da liderança
situacional têm apresentado diversas propostas de modelos para
serem aplicados em instituições. Um desses modelos baseia-se em
três aspectos inter-relacionados: o comportamento de tarefa, o
comportamento de relacionamento e a maturidade dos
subordinados. Com base nessas informações, julgue os itens que se
seguem, referentes à liderança situacional.

27 - A maturidade de um grupo ou de um liderado deve ser


considerada globalmente, e não somente em relação à tarefa
específica a ser realizada.

Exato. Não basta o funcionário ter maturidade psicológica, por


exemplo. Ele pode ter vinte anos de experiência em outras áreas da
empresa, muita segurança e equilíbrio emocional, mas não conhecer nada
da atividade atual.
Isto é comum de ocorrer quando um funcionário experiente é
transferido para um novo setor. Ele terá de se adaptar ao novo trabalho,
não é mesmo? O gabarito é, portanto, questão correta.

28 - Consideram-se comportamento de tarefa o apoio


socioemocional e o encorajamento dado pelo líder.

Negativo. De acordo com a liderança situacional, o comportamento


voltado para os relacionamentos é que seriam relacionados com estes
fatores citados pela banca.
O comportamento de tarefa seria voltado para o atingimento dos
objetivos organizacionais, com a finalização dentro do prazo das atividades.
O gabarito é questão errada.

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Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão,


orçamento participativo, parceria entre governo e sociedade.

Não podemos entender os processos participativos na gestão pública


sem compreender a dinâmica da transição democrática dos anos 80. Depois
de vinte anos de regime militar, a preocupação da sociedade civil estava
centrada na descentralização política.
Esta descentralização, de certa forma uma reação ao processo
centralizador ocorrido na ditadura, seria feita dentro da esfera estatal (com
transferência de recursos e atribuições da União para estados e
municípios), mas também do Estado para a sociedade em geral.
Dentro deste espírito é que a Constituição Federal acabou
consagrando diversos instrumentos participativos, em conjunto com os
instrumentos de democracia representativa.
Aqui cabe diferenciar a democracia representativa da democracia
participativa ou direta. Na democracia representativa, a premissa é a de
que os cidadãos são chamados a participar da vida política do país no
momento das eleições – para a escolha de seus representantes.
Assim, todos nós escolhemos os nossos representantes, que irão
tomar as decisões que, em tese, refletirão a “vontade” de seus eleitores.
Se, eventualmente, estes não seguirem os “desejos” de seus representados
poderão ser substituídos nas próximas eleições.
No caso da democracia participativa ou direta, a população age
diretamente na gestão pública ou nas decisões do Estado. Portanto, para
que este tipo de democracia funcione existe uma demanda não só por maior
atenção e responsabilidade dos cidadãos, mais a da construção de
“espaços” ou arenas em que os cidadãos possam atuar em conjunto com o
Estado.
A participação popular pode ocorrer de várias formas. Para
Pateman22, existem três níveis possíveis de participação:

 Pseudoparticipação - os indivíduos apenas são consultados sobre


algum assunto e endossam as decisões do líder, não havendo
participação alguma na tomada de decisão;

22
(Pateman, 1992) apud (Pereira, 2008)

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 Participação parcial - em que muitos tomam parte no processo
decisório, mas o poder final de decidir pertence a apenas uma das
partes; e
 Participação plena - cada membro isoladamente tem igual poder
de determinar o resultado final das decisões.
De certo modo, os objetivos do Estado ao instituir a democracia
participativa são os de alargar o conceito de cidadania - não somente
passiva, mas ativa – e o de aprofundar a democracia.
Esta transição, entretanto, não é fácil. Para sairmos de uma
democracia exclusivamente representativa para uma com traços de
democracia direta, alguém terá de “ceder” poder decisório.
Os representantes eleitos poderão não se sentir confortáveis
“dividindo” poder com seus eleitores (que anteriormente eram passivos),
pois para que a população possa participar diretamente, alguns assuntos
sairão da “esfera decisória” dos representantes eleitos (deputados, por
exemplo).
A própria burocracia deverá ceder “poder” aos cidadãos. Para que
estes possam participar, terão de receber maiores informações dos órgãos
públicos e estes órgãos terão de mudar seu “modus operandi”, ou seja, a
maneira como o trabalho é feito e as decisões são tomadas.
Se anteriormente a decisão era limitada aos escalões superiores e a
informação era restrita ao nível estratégico da organização, agora isto deve
ser mudado. Para que a participação popular ocorra, a informação deve
estar disponível e o processo decisório deve ser democrático.

Conselhos Gestores de Políticas Públicas

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a instituição


dos Conselhos Gestores, os partidos políticos e o Poder Legislativo em geral
deixaram de ter o monopólio das decisões e formulações das políticas
públicas no Brasil.
Os Conselhos Gestores de Políticas Públicas estão inseridos neste
contexto de aprofundamento da democracia. Estes conselhos são arenas
em que o poder é partilhado entre o Estado e diversos grupos sociais
heterogêneos.
Um dos aspectos importantes a ser destacado é o caráter paritário
dentro destes conselhos. A participação da sociedade com o mesmo
número de representantes do governo, em tese, força o debate das

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políticas e as direciona ao encontro dos desejos da maioria da sociedade.
De acordo com Raichelis23:
“Pela sua composição paritária entre
representantes da sociedade civil e do governo,
pela natureza deliberativa de suas funções e como
mecanismo de controle social sobre as ações
estatais, pode-se considerar que os Conselhos
aparecem como um constructo institucional que se
opõe à histórica tendência clientelista,
patrimonialista e autoritária do Estado brasileiro”.
Dentre as áreas em que estes conselhos já atuam, podemos citar:
saúde, educação, atendimento as crianças e adolescentes, meio ambiente
etc.
Para a autora, os principais elementos gerais dos conselhos seriam:
“Visibilidade social, no sentido de que as ações
dos sujeitos devem expressar-se com
transparência, não apenas para os diretamente
envolvidos, mas também para todos os implicados
nas decisões políticas. A visibilidade social supõe
publicidade e fidedignidade das informações que
orientam as deliberações nos espaços públicos de
representação;
Controle social, que implica o acesso aos
processos que informam decisões da sociedade
política, viabilizando a participação da sociedade
civil organizada na formulação e na revisão das
regras que conduzem as negociações e arbitragens
sobre os interesses em jogo, além da fiscalização
daquelas decisões, segundo critérios pactuados;
Representação de interesses coletivos, que
envolve a constituição de sujeitos políticos ativos,
que se apresentam na cena pública a partir da
qualificação de demandas coletivas, em relação às
quais exercem papel de mediadores;
Democratização, que remete à ampliação dos
fóruns de decisão política que, alargando os
condutos tradicionais de representação, permita
incorporar novos sujeitos sociais como portadores
de direitos legítimos. Implica a dialética entre
conflito e consenso, de modo que interesses
divergentes possam ser qualificados e

23
(Raichelis , 2000)

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confrontados, derivando daí o embate público capaz
de gerar adesão em torno das posições
hegemônicas;
Cultura pública, que supõe o enfrentamento do
autoritarismo social e da cultura privatista de
apropriação do publico pelo privado, remetendo à
construção de mediações sociopolíticas dos
interesses a serem reconhecidos, representados e
negociados na cena visível da esfera pública.”
Os conselhos estão, desta forma, dentro desta nova perspectiva de
relações entre o Estado e a sociedade. Muitos autores descrevem este
processo como publicização, ou seja, a inserção da sociedade na esfera
estatal, através da participação. De acordo com Teixeira24:
“Todo esse processo se insere num movimento
maior de constituição de uma esfera pública que
poderia ser melhor caracterizada como esfera
pública ampliada, uma vez que é uma extensão do
Estado até a sociedade através da representação
desta regida por critérios diferenciados da
representação parlamentar ou mesmo sindical.
Estamos entendendo esfera pública como espaço de
interação entre Estado e sociedade inserido nas
instituições estatais”
Os objetivos destes Conselhos Gestores são vários. Como exemplo,
podemos citar: a proposição de alternativas para as políticas públicas, a
criação de espaços de debate, o estabelecimento de mecanismos de
pactuação e a construção de instrumentos de controle social das ações
governamentais25.
As principais características dos Conselhos Gestores, de acordo com
Tonella26, são:

 Independência dos órgãos governamentais para o exercício de suas


atribuições;
 Competência para formular uma política pública, coordenar as ações
e fiscalizar a execução dessa política;
 Gestão de Fundos Públicos destinados a uma política setorial;
 Composição paritária entre representantes do poder público e da
sociedade.

24
(Teixeira, 2000) apud (Tonella, 2004)
25
(Raichelis , 2000)
26
(Tonella, 2004)

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Os conselhos são altamente institucionalizados, ao contrário dos
orçamentos participativos, que veremos a seguir. As atribuições dos
Conselhos Gestores são definidas por regras pré-estabelecidas27.

Orçamento Participativo

Os Orçamentos Participativos foram introduzidos em nosso sistema


político através das experiências dos municípios de Porto Alegre (1989) e
Belo Horizonte (1993).
Estas experiências depois foram disseminadas por todo o país,
inclusive para o âmbito estadual28.
Como a Constituição Federal de 1988 definiu a elaboração das
propostas orçamentárias como uma competência exclusiva do Poder
Executivo, todos os processos relacionados com os orçamentos
participativos devem partir da iniciativa deste poder.
Deste modo, estes instrumentos dependem da vontade política dos
ocupantes do Poder Executivo para que possam funcionar de maneira
efetiva. Este é um limitador à continuidade e estabilidade destes
instrumentos de participação.
Ou seja, um dos problemas associados ao orçamento participativo é
a dependência deste do Estado para que exista tanto uma infraestrutura
quanto regras necessárias para seu funcionamento.
Em relação à participação popular, esta deveria ser aberta a todos os
eleitores de cada região. Entretanto, a participação tem ocorrido de modo
mais acentuado nas regiões mais carentes das cidades.
Normalmente, as decisões acerca dos recursos do orçamento
participativo se concentram nas despesas de capital, ou seja, nas pequenas
obras e investimentos do Estado em setores específicos demandados pela
maioria da sociedade (como a construção de calçadas, a ampliação de
escolas etc.).
Em geral, existem duas instâncias de participação da sociedade no
orçamento participativo. Na primeira fase, em que a discussão é feita no
âmbito local, ocorre a participação a participação direta da população em
cada bairro ou região. Estes indivíduos escolhem os projetos ou áreas que,
imaginam, são mais necessários em seu local ou região.

27
(Côrtes & Gugliano, 2010)
28
(Côrtes & Gugliano, 2010)

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Após este momento, são escolhidos representantes de cada bairro ou
região (os “delegados”) para uma segunda etapa de discussões. Neste
segundo momento, o orçamento será consolidado e os recursos e projetos
serão definidos e enviados para o Poder Executivo.
Vamos ver algumas questões agora?
29 - (CESPE – TCU – ACE - 2011) No Brasil, a instituição de
conselhos gestores é uma inovação introduzida na última década
do século passado, com o intuito de fortalecer a participação social
e a representação popular nas ações governamentais.

Esta questão veio com o gabarito de questão correta, mas foi


posteriormente anulada pela banca com a seguinte justificativa: “A redação
do item pode ter induzido o candidato ao erro”. A frase está mesmo correta,
pois os CG são instrumentos de gestão participativa e envolvem a
população na gestão das políticas públicas.
Penso que o erro está na definição temporal do inicio da operação dos
conselhos, pois estes já existiam em alguns municípios antes da década de
90. Entretanto, foi somente com a CF/88 que eles ganharam força. Assim
sendo, a questão acabou sendo anulada pela banca.

30 - (CESPE – MPS – ADMINISTRADOR - 2010) Uma das vantagens


apontadas com a adoção do orçamento participativo é a sua maior
legitimidade, com a substituição do Poder Legislativo pela
participação direta da comunidade nas decisões sobre a alocação
das dotações.

O Poder Legislativo não deixa de exercer sua função quando o ente


implementa o orçamento participativo. A participação popular subsidia a
proposta orçamentária, mas cabe ao parlamento aprovar as definições do
OP. Assim, o parlamento poderia, em tese, desconsiderar as escolhas da
população. O gabarito é questão errada.

31 - (CESPE – ABIN – AGENTE - 2010) No Brasil, vigora o orçamento


do tipo participativo, visto que todos os poderes e órgãos da
administração direta e alguns da administração indireta têm a
prerrogativa de elaborar suas próprias propostas orçamentárias.

Negativo. O orçamento participativo não significa a autonomia de


cada ente de fazer sua proposta orçamentária. Ela significa sim a
participação da sociedade na escolha das prioridades do orçamento do

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governo. Ele é, assim, um instrumento de participação social no processo
orçamentário. O gabarito é questão errada.

32 - (CESPE – SECONT/ES – ADMINISTRADOR - 2009) É possível ao


gestor público instituir um conselho de gestão voltado para a área
de habitação.

Perfeito. Não existe nenhuma limitação para a criação de um conselho


gestor na área de habitação. Este conselho pode definir as diretrizes de
construção de casas populares, dentre outros aspectos relacionados com
as políticas públicas deste tema. O gabarito é questão certa.

33 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) Modelos de gestão


participativa tensionam a forma de gestão burocrática e
demandam, para seu efetivo funcionamento, alterações na forma
de se dirigirem organizações públicas e de se gerenciarem seus
recursos e procedimentos.

Perfeito. Para que a população possa participar, a gestão burocrática


deve ser “reinventada”, ou seja, passar a construir arenas de debate com
a sociedade e prover muito mais informação para que a sociedade possa
influenciar o debate. O gabarito é questão correta.

34 - (CESPE – TJ/CE – ANALISTA - 2008) A proposta orçamentária


para 2009, em tramitação no Congresso, poderá servir de
experimento para uma iniciativa que a Comissão Mista de
Orçamento quer adotar nos próximos anos: o orçamento federal
participativo. A principal característica desse tipo de orçamento é a
participação direta da população na definição das prioridades para
a obtenção da receita e para as despesas correntes obrigatórias.

A questão está incorreta, pois as despesas correntes obrigatórias não


são definidas pelo orçamento participativo, obviamente. Estas despesas
são, o próprio nome diz, feitas de modo obrigatório e o orçamento
participativo não pode alterá-las. Como exemplos, podemos citar as
despesas previdenciárias.
O orçamento participativo só consegue definir os recursos que não
estão previamente comprometidos legalmente. Deste modo, o gabarito é
questão errada.

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35 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) A transparência, o
controle democrático, a representação de interesses coletivos, a
ampliação dos fóruns de decisão política, o enfrentamento da
cultura autoritária e a superação da cultura assistencial constituem
elementos essenciais para a efetivação das potencialidades dos
conselhos.

Perfeito. Estas características são importantes para que os conselhos


possam exercer sua função primordial: a de aprofundar a participação
popular em nossa democracia.
Apenas a criação de um conselho, por si só, não leva a nada se não
existirem condições mínimas de cidadania, transparência e informação. O
gabarito é questão correta.

36 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) Entre as maiores restrições


apontadas em relação ao chamado orçamento participativo,
destacam-se a pouca legitimidade, haja vista a perda de
participação do Poder Legislativo, e a maior flexibilidade na
programação dos investimentos.

A questão está incorreta, pois o orçamento participativo tem muita


legitimidade. Este é “montado” tendo como base todo um processo de
participação da população na definição de prioridades.
Por isso, a programação da execução deste orçamento deve ser
seguida, sempre que possível, à risca, pois deriva das escolhas da própria
sociedade. O gabarito é questão errada.

37 - (CESPE - TCU / ACE - 2007) Em defesa da legitimidade das


decisões comunitárias, atribui-se ao orçamento participativo o
mérito de conferir maior fidelidade à programação de
investimentos, ao contrário da flexibilidade que caracteriza o
processo convencional de programação.

Esta questão está correta. Apesar da decisão final sobre os recursos


dentro do orçamento ainda estar centrada no Poder Executivo, este
processo participativo fornece ao Executivo uma visão mais “embasada”
dos anseios da população.
Com isso, a legitimidade é maior e o Executivo dá maior fidelidade às
prioridades definidas no orçamento participativo. O gabarito é, portanto,
questão correta.

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38 - (CESPE – INSS – ANALISTA - 2007) Quando as autoridades
realizam consultas sobre um determinado assunto a grupos
determinados, ocorre a denominada pseudoparticipação.

Esta questão se refere à descrição de Pateman sobre os tipos de


participação, que são: pseudoparticipação, participação social e a
participação plena.
Quando as autoridades apresentam questões aos cidadãos para que
endossem ou não as decisões previamente tomadas, estão funcionando em
um contexto de pseudoparticipação, de acordo com a autora. Portanto, a
questão está correta.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (CESPE - CNJ – ANALISTA - 2013) Empreender, para o governo, significa


mobilizar competências individuais e organizacionais para provocar
inovações e mudanças tecnológicas nos sistemas informatizados nos
modelos de gestão exceto nas políticas públicas.

2 - (CESPE - TCE-RO – AGENTE ADM. - 2013) O modelo de


empreendedorismo governamental preconiza a reforma no sistema público,
de modo que o cidadão seja chamado a participar do governo, na definição
do destino da sua comunidade.

3 - (CESPE - TCE-RO – AGENTE ADM. - 2013) O governo que prioriza o


empreendedorismo governamental deve assumir seu papel de comando,
buscando maior centralização da autoridade.

4 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) A gestão pública empreendedora


implica a busca por resultados, visando atender às necessidades dos
cidadãos e não aos interesses da burocracia mediante o estímulo da sua
parceria com sociedade.

5 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) Aproximando-se do modelo


tradicional burocrático, o governo empreendedor visa estimular a ação e a
parceria da sociedade, exercendo forte controle sobre a economia.

6 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) O governo empreendedor visa


atender aos interesses da sociedade e da burocracia, controlando a
economia e se orientando por missões e objetivos.

7 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) A gestão empreendedora no setor


público pressupõe a autonomia de decisão e a responsabilização.

8 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) A comunicação pode fluir


verticalmente ou lateralmente. Sob a ótica de um governo empreendedor,
a comunicação só deverá fluir via rede de comunicação formal; sob a ótica
da iniciativa privada, a comunicação pode ser formal ou informal.

9 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) Considere que determinada


cidade teve aumento considerável da criminalidade nos últimos 6 meses.

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Em decorrência dessa nova realidade, o governo decidiu aumentar a
contribuição financeira para a polícia da localidade. Nessa situação, é
correto afirmar que tal atitude é característica de uma gestão tradicional
de governo.

10 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) Um princípio inerente ao


governo empreendedor é a sua orientação para missões. Isto significa que
as organizações públicas devem ser rigidamente dirigidas por objetivos,
regulamentos e normas para que suas missões possam ser eficazmente
atingidas.

11 – (CESPE – PF - ADMINISTRADOR – 2014) Nas organizações, o líder


define-se pela autoridade que lhe é delegada.

12 – (CESPE – MS – ANALISTA – 2013) A liderança não está associada a


estímulos e incentivos que possam provocar motivação nas pessoas para a
realização da missão e dos objetivos organizacionais, visto que tal função
é uma atribuição da chefia dos indivíduos.

13 – (CESPE – ANP – ANALISTA – 2013) A liderança é um predicado das


pessoas, diferentemente da autoridade formal, que é atributo do cargo.

14 - (CESPE – TRT-17 / PSICOLOGIA – 2009) Liderança é definida como a


influência exercida por aqueles que possuem autoridade formal na
organização.

15 – (CESPE – SERPRO – ANALISTA – 2013) De acordo com princípios da


gerência colaborativa, os gestores devem abdicar de sua posição de
liderança e destiná-la a seus subordinados, a fim de que estes tomem as
decisões sobre as mudanças nas organizações.

16 – (CESPE – UNIPAMPA – ANALISTA – 2013) O líder autocrático pronuncia


comentários irregulares sobre as atividades dos membros da equipe e
determina as providencias para a execução das tarefas apenas quando
solicitado.

17 – (CESPE – CAPES – ANALISTA – 2012) Na liderança do tipo laissez-


faire, o líder não define etapas ou métodos de trabalho, apenas fornece
materiais ou informações que lhe sejam solicitados.

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18 – (CESPE – UNIPAMPA – ANALISTA – 2013) Emergente é o líder que
reúne habilidades para conduzir a equipe a objetivos específicos, porém,
nessa situação, a equipe geralmente se desorganiza, o que pode gerar
insegurança e atritos entre os membros da equipe.

19 – (CESPE – MI – ASSISTENTE TÉCNICO – 2013) Nas organizações


públicas, lideranças eficazes decorrem diretamente de atribuições
regimentais e de uma estrutura organizacional rígida e com muitos níveis
hierárquicos.

20 - (CESPE – TJ-ES / ANALISTA – 2011) De acordo com os estudos


clássicos a respeito de estilos de liderança, administrador que conduz seus
subordinados por meio de liderança liberal obtém produtividade superior à
obtida por aquele que adota liderança autocrática, em razão da criatividade
e da inovação geradas.

21 - (CESPE – BASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) Na atualidade, inexiste


situação que comporte a aplicação da liderança autocrática no âmbito de
uma organização, pois essa é uma teoria sem aplicabilidade prática.

22 – (CESPE – UNIPAMPA – ANALISTA – 2013) Para exercer a liderança é


necessário que o funcionário tenha habilidade de relacionamento com as
equipes e motivação para condução das atividades propostas.

23 – (CESPE - ANCINE - ANALISTA – 2013) A maturidade do líder é a


principal característica do modelo de liderança de Hersey & Blanchard, que
demonstra as situações enfrentadas pelos subordinados. Esse modelo deve
ser analisado em um conjunto de tarefas, a partir das quais é possível
enquadrar os líderes em categorias universais, considerando suas
competências e motivações.

24 - (CESPE – TJ-ES / ANALISTA – 2011) Em qualquer situação, o estilo de


liderança positiva, participativa e cordial é o mais apropriado.

25 - (CESPE – CORREIOS / PSICÓLOGO – 2011) Independentemente de


fatores situacionais, líderes voltados ao cumprimento de metas e
preocupados com aspectos técnicos das tarefas são mais eficazes que
líderes orientados para o relacionamento.

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26 - (CESPE – ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO – 2009) A teoria da
liderança situacional procura definir qual estilo de liderança se ajusta
melhor a cada situação organizacional. Para atingir-se esse propósito,
deve-se, preliminarmente, diagnosticar a situação existente.

(CESPE – PREVIC / ANAL. ADM. – 2011) No contexto das organizações,


pesquisadores ligados ao estudo da liderança situacional têm apresentado
diversas propostas de modelos para serem aplicados em instituições. Um
desses modelos baseia-se em três aspectos inter-relacionados: o
comportamento de tarefa, o comportamento de relacionamento e a
maturidade dos subordinados. Com base nessas informações, julgue os
itens que se seguem, referentes à liderança situacional.

27 - A maturidade de um grupo ou de um liderado deve ser considerada


globalmente, e não somente em relação à tarefa específica a ser realizada.

28 - Consideram-se comportamento de tarefa o apoio socioemocional e o


encorajamento dado pelo líder.

29 - (CESPE – TCU – ACE - 2011) No Brasil, a instituição de conselhos


gestores é uma inovação introduzida na última década do século passado,
com o intuito de fortalecer a participação social e a representação popular
nas ações governamentais.

30 - (CESPE – MPS – ADMINISTRADOR - 2010) Uma das vantagens


apontadas com a adoção do orçamento participativo é a sua maior
legitimidade, com a substituição do Poder Legislativo pela participação
direta da comunidade nas decisões sobre a alocação das dotações.

31 - (CESPE – ABIN – AGENTE - 2010) No Brasil, vigora o orçamento do


tipo participativo, visto que todos os poderes e órgãos da administração
direta e alguns da administração indireta têm a prerrogativa de elaborar
suas próprias propostas orçamentárias.

32 - (CESPE – SECONT/ES – ADMINISTRADOR - 2009) É possível ao gestor


público instituir um conselho de gestão voltado para a área de habitação.

33 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) Modelos de gestão participativa


tensionam a forma de gestão burocrática e demandam, para seu efetivo

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funcionamento, alterações na forma de se dirigirem organizações públicas
e de se gerenciarem seus recursos e procedimentos.

34 - (CESPE – TJ/CE – ANALISTA - 2008) A proposta orçamentária para


2009, em tramitação no Congresso, poderá servir de experimento para
uma iniciativa que a Comissão Mista de Orçamento quer adotar nos
próximos anos: o orçamento federal participativo. A principal característica
desse tipo de orçamento é a participação direta da população na definição
das prioridades para a obtenção da receita e para as despesas correntes
obrigatórias.

35 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) A transparência, o controle


democrático, a representação de interesses coletivos, a ampliação dos
fóruns de decisão política, o enfrentamento da cultura autoritária e a
superação da cultura assistencial constituem elementos essenciais para a
efetivação das potencialidades dos conselhos.

36 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) Entre as maiores restrições apontadas em


relação ao chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca
legitimidade, haja vista a perda de participação do Poder Legislativo, e a
maior flexibilidade na programação dos investimentos.

37 - (CESPE - TCU / ACE - 2007) Em defesa da legitimidade das decisões


comunitárias, atribui-se ao orçamento participativo o mérito de conferir
maior fidelidade à programação de investimentos, ao contrário da
flexibilidade que caracteriza o processo convencional de programação.

38 - (CESPE – INSS – ANALISTA - 2007) Quando as autoridades realizam


consultas sobre um determinado assunto a grupos determinados, ocorre a
denominada pseudoparticipação.

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Gabaritos.
1. E 14. E 27. C
2. C 15. E 28. E
3. E 16. E 29. X
4. C 17. C 30. E
5. E 18. E 31. E
6. E 19. E 32. C
7. C 20. E 33. C
8. E 21. E 34. E
9. C 22. C 35. C
10. E 23. E 36. E
11. E 24. E 37. C
12. E 25. E 38. C
13. C 26. C

Bibliografia
Cavalcanti, V., Carpilovsky, M., Lund, M., & Lago, R. A. (2009). Liderança
e Motivação (3° ed. ed.). Rio de Janeiro: FGV.
Chiavenato, I. (2008). Administração Geral e Pública (2° ed.). São Paulo:
Elsevier.
Chiavenato, I. (2010). Administração nos novos tempos (2° ed.). Rio de
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Daft, R. L. (2005). Management. Mason: Thomson.
Krumm, D. (2005). Psicologia do Trabalho: uma introdução à psicologia
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representado por seus membros como fatores intervenientes na

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gestão participativa de recursos hídricos. Dissertação de Mestrado.
Brasilia: UNB.
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Campus Elsevier.
Schemerhorn Jr., J. R. (2008). Management (9° ed.). Hoboken: Wiley &
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brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall.
Tonella, C. (Jan/Jun de 2004). Ampliação da Participação Democrática:
Conselhos Gestores de políticas públicas em Maringá. Revista
Paranaense de Desenvolvimento(n. 106), 137-156.
Valente, A. (s.d.). Governo empreendedor e Estado rede na gestão pública
brasileira. Cadernos Flem n°1.
Zaleznik, A. (1992). Managers and Leaders - are they different? Harvard
Business Review.

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