Ebook Como Aprender Inglês
Ebook Como Aprender Inglês
Ebook Como Aprender Inglês
Todas as técnicas demonstradas neste ebook eu aprendi ao longo das minhas tentativas
em aprender inglês e de outros especialistas em aprendizado de idiomas. São informações e
técnicas que coletei de diferentes pessoas que tiveram sucesso com o aprendizado de uma
segunda língua e que apliquei no meu processo de estudos. Como tive excelentes resultados,
desejo agora passar isso adiante para mais pessoas.
Os passos que eu ensino aqui são aplicáveis a todos. Porém você precisa entender que
será necessário dedicação para aprender inglês. Você terá que despejar uma quantidade de
esforço DIÁRIO para conseguir ter resultados.
Outra coisa é que tudo depende da sua condição e estilo de vida. Se você é uma pessoa
que trabalha 12 horas por dia vai ficar difícil aprender inglês da forma como vou te ensinar
aqui(embora seja possível). Também se você é uma pessoa que não tem muitos recursos, como
acesso a internet ou um simples notebook, pode ficar difícil progredir nos estudos(aí nesse caso
fica difícil mesmo). Todos esses fatores não dependem de mim, são de total responsabilidade
sua. Dessa forma, sempre tente ajustar as informações deste ebook ao seu estilo e condição de
vida em que se encontra no momento.
Por último, esse livro NÃO se trata de uma fórmula mágica do inglês. Não estou aqui
para prometer fluência em um curto espaço de tempo. Se quiser ter resultado vai ter que sentar
na cadeira e estudar. A parada aqui é o seguinte: você colhe o que planta. Se você plantar uma
quantidade de estudo de inglês todo dia, você vai colher uma quantidade de resultado do inglês
todo dia.
Todas as aulas de inglês eram baseadas em um livro de gramática aonde você tinha que
saber tempos e modos verbais. A professora te forçava a escrever e falar inglês sem nem mesmo
entender.
Muitas pessoas até conseguiram aprender inglês focando na gramática e nesses
métodos formais das escolas. Porém elas levavam muito tempo para aprender. Era um esforço
de 6 ou 7 anos. Ás vezes até mais. Por que? Por que o método era ruim. Elas até tinham
dedicação, mas o método atrasava elas.
Como eu disse, pra mim naquela época era a única forma que eu achava que havia para
aprender. Eu não estava disposto a passar por aquilo. Então por um bom tempo eu ignorei o
inglês. Acabei focando em estudar outras coisas.
Como eu acabei entrando na área de Tecnologia, a necessidade de saber inglês era nítida
pra mim. O fato de eu não saber a língua dificultava o meu trabalho. Muitas das pesquisas e
principalmente dos programas de computador estão em inglês. Além disso, várias
oportunidades ótimas para trabalhar com tecnologia exigiam o inglês avançado. Esse foi um dos
motivos de me motivar a estudar inglês de novo.
Quando decidi tentar novamente, ainda achava que a única forma de aprender era
aprendendo gramática. Então eu comecei dessa forma. Procurava vídeos no youtube do estilo
“como usar o verbo get?”, “qual a diferença entre was e were?”. Usei aplicativos para aprender
inglês. Pesquisava artigos na internet sobre tempos e modos verbais. Tentava decorar
significados de palavras. Coisas desse tipo.
Acabei aprendendo algumas palavras. Mas chegou uma hora que eu estacionei e não
conseguia avançar mais. Não conseguia entender bem e por isso não conseguia falar. Meu inglês
estava travado. Não conhecia muitas palavras. Quase tudo que eu lia e ouvia em inglês eu não
entendia.
Então eu percebi que a forma como eu estava aprendendo é que não estava me
ajudando por que eu era esforçado e me dedicava muito a aprender.
Eu aprendi com o Gabriel Wyner sobre como usar a memória para aprender uma palavra
de forma eficiente. As técnicas que eu vou apresentar aqui não foram inventadas por mim.
Aprendi muita coisa com o método do Gabriel Wyner e decidi aplicar e os resultados tem sido
incríveis.
Na minha busca por pessoas que tiveram sucesso em aprender um segundo idioma
encontrei também um especialista chamado Stephen Krashen. Esse cara fala sobre a diferença
entre aprendizado e aquisição de uma língua. Os ensinamentos dele me fizeram entender que
não aprendemos inglês focando em gramática, mas sim em consumir o idioma, ou seja, ficar
exposto ao inglês por meio da leitura e do listening.
Ainda existe mais uma pessoa que devo mencionar aqui e que faz parte da minha
história com o inglês: Mairo Vergara. Alguns de vocês devem conhece-lo. Ele é um dos maiores
professores de inglês do Brasil. O Mairo é um professor que também se baseia nas técnicas de
Stephen Krashen.
Com o Mairo eu consegui aprender técnicas de se expor ao idioma para passar mais
tempo consumindo inglês. E quando percebi que ele também se baseava nas técnicas de
Stephen Krashen, comecei a dar mais atenção para o que ele falava também.
Ter acesso ao conhecimento desses experts foi essencial para eu mudar minha forma de
estudar e começar a ter mais resultados.
Depois que comecei a aplicar as técnicas desses caras percebi por que não estava
conseguindo ter resultados. Eu não estava tendo resultado por que eu estudava muito SOBRE
inglês. Eu lia e ouvia EM PORTUGUÊS as pessoas explicando SOBRE o inglês. Eu não estava em
contato com a língua de forma suficiente para conseguir entendê-la. Eu estava mais em contato
com o português(lendo artigos e ouvindo vídeos) do que com o inglês.
Com as novas técnicas aconteceu que enquanto eu ficava imerso no inglês, eu também
aplicava técnicas eficientes para aprender palavras novas que estavam dentro de um contexto
que fazia parte daquela imersão. Como assim??
Sinceramente não poderia chegar aqui e falar que o método é meu e que eu o inventei.
Não estaria sendo sincero com vocês e também preciso dar crédito as pessoas com quem
aprendi. O meu método é mais uma combinatividade de ideias do que algo que inventei do zero.
Mas acredito que assim é até melhor por que são combinações de IDEIAS QUE FUNCIONAM por
que vi não só eu tendo resultado com elas, mas outras pessoas também.
Depois de ter descoberto essa nova forma de aprender queria falar sobre isso com todo
mundo, família e amigos. Praticamente eu não dava descanso para eles e sempre que eu ouvia
alguém que estava estudando inglês de forma tradicional, eu começava a perturbar essas
pessoas falando sobre o método que eu estava usando.
Até que um dia percebi que eu deveria falar sobre isso para pessoas que realmente
quisessem aprender inglês de forma diferente. E aqui estou.
Como sou um empreendedor, tive a ideia de focar em ensinar inglês para negócios.
Primeiramente por que esse é um tema que me interessa muito e que sou apaixonado e segundo
é que tendo esse foco acredito que irei ajudar muitas pessoas a crescerem profissionalmente e
atingirem seus sonhos profissionais.
Mesmo na língua portuguesa, existem várias palavras mais sofisticadas que não
sabemos. Mas isso não nos impede de falar português. Com o inglês será a mesma coisa. Você
nunca saberá todas as palavras.
Quero que você comece essa jornada com isso em mente: não preciso saber todas as
palavras do mundo em inglês e nem ter a pronúncia perfeita para ser fluente.
Outra coisa que incomoda os estudantes é o fato de ter que lidar com um vasto
vocabulário para aprender afim de conseguir se comunicar. Realmente esse é um desafio. Mas
quero criar uma consciência na sua cabeça que existe outro problema.
Esse outro problema é: saber como usar a nossa memória. Por que certas coisas
lembramos com mais facilidade do que outras? Se soubermos responder isso e saber como usar
isso ao nosso favor, resolvemos o problema de lidar com um vasto vocabulário.
Quero te mostrar neste livro como esquecer o mínimo possível das palavras que você
aprende dia após dia, por que uma hora ou outro você vai esquecer de algo. Mas como podemos
criar memórias eficazes envolta das palavras que temos que aprender afim de conseguir
entender e falar inglês? Iremos abordar isso.
1. Técnicas de Input
2. Como aprendemos e como lembramos
3. Como aumentar meu vocabulário de forma eficiente
Quero contar com o a sua curiosidade e empenho em aprender inglês de uma forma
diferente para ter resultados que nem todos conseguem ter. Espero que goste do conteúdo.
Não tente falar antes de entender! E não tente entender antes de adquirir
vocabulário!
Para conseguir falar você precisa primeiro entender. E para conseguir entender você
precisa conhecer palavras, ou seja, ter uma boa bagagem de vocabulário.
Então qual é a solução para quem não consegue falar inglês? Conhecer palavras novas
para conseguir primeiro entender. Uma vez que você consegue entender bem, você vai
conseguir falar. Iremos aprofundar esse conceito ao longo do livro.
Você conhece alguém (não são todos tah??) que estudou anos em escolas de inglês,
fizeram cursos e tudo mais, mas no final das contas elas não falam inglês? Isso acontece por que
o aprendizado de idiomas tradicional, aquele que as escolas usam, é totalmente ineficiente na
minha opinião. Eles focam em primeiro fazer as pessoas falarem o idioma sem antes elas
entenderem esse idioma.
Quando agente aprendeu português quando era criança, agente aprendeu primeiro a
entender o que as pessoas falavam e depois de tanto ouvi-las, todos os dias, repetidamente,
agente começou a falar aos poucos. Depois que agente entrou na escola foi que agente começou
a aprender a gramática do português. Ou seja, quando agente foi aprender a escrever, nós já
sabíamos falar.
Isso é algo que Stephen Krashen chama de a order natural das coisas. É a ordem de como
uma criança ADQUIRE uma língua.
Já o aprendizado é aquilo que fazemos dentro das salas de aulas, aprendendo gramática
e tentando falar inglês sem antes nem entender direito. Entenda uma coisa:
O que eu quero que você entenda é que devemos focar primeiramente em entender o
idioma de forma audível. Não se preocupe com regras de gramática no começo da sua
aprendizagem e nem em querer falar e treinar pronúncia antes de entender. O método de
aprender por meio da aquisição permite com que você reproduza a língua somente quando
estiver pronto.
INPUT e OUTPUT
Nós aprendemos por meio da aquisição usando algo que foi popularizado como input.
Input é basicamente uma entrada de informações(em inglês) que o seu cérebro recebe.
Para falar ou escrever, o seu cérebro vai procurar informações que estão armazenadas
no seu cérebro. Se ele não encontrar nada, como você vai conseguir reproduzir alguma coisa
por meio da fala ou da escrita? Essa é a lógica. Você precisa do input primeiro antes de ser capaz
de fazer o output.
Leitura
Listening(vídeos e áudios)
Interação com outras pessoas(uma conversa por exemplo)
Todos esses permitem com que determinadas informações entrem no nosso cérebro,
porém a terceira, interação com outras pessoas, exige que sejamos capazes de reproduzir o
idioma, ou seja, fazer o output, e uma pessoas que está começando a estudar agora não será
capaz de fazer isso. Logo o foco dessa pessoa deve estar na leitura e no listening.
Mas preste atenção: você não deve consumir qualquer tipo de input,
principalmente para quem está iniciando os estudos. Se você ficar constantemente
recebendo informações que não entende, não será capaz de aperfeiçoar o seu inglês. Você só
ficará mais e mais confuso.
Quanto mais você receber quantidades de C.I, mas seu cérebro será treinado para
entender inglês de forma natural. E o resultado de tudo isso será a sua capacidade de falar. De
acordo com Stephen Krashen,
Você só consegue falar naturalmente quando fica muito exposto ao idioma, assim
como uma criança só começa a falar depois de ouvir e interagir muuuito com seus pais.
PORÉM EU VOU ADAPTAR UM POUCO ESSA FRASE DE ACORDO COM O QUE VIVI NO
MEU PROCESSO DE APRENSIZADO:
Para ser capaz de fazer o ouput, você precisa primeiro de muito C.I
Crianças X Adultos
Existe um conceito que diz que crianças são melhores do que adultos em aprender uma
língua. Isso parece até ser lógico. Mas quero destrinchar melhor isso com você aqui.
Quando um pai chega com um filhote de cachorro na mão para o seu filho e diz: “olha
filho, um cachorrinho”. Nesse momento a criança já aprende o que a palavra e o som “cachorro”
significa. Ela tem uma imagem viva e realista na frente dela sobre o que cachorro significa. Isso
é uma interação.
Quando uma mãe chega para sua filha e balança um biscoito na frente dela e diz: “quer
um biscoito filha?”. Aquela imagem, aquele cheiro do biscoito já é um conceito claro e concreto
para aquela criança sobre o que “biscoito” significa.
A medida que ouvimos muito e temos várias interações com outras pessoas como essas
á medida que crescemos, o nosso português vai evoluindo dentro da nossa cabeça. Começamos
a entender as coisas e então em um certo momento começamos a montar nossas primeiras
frases.
Já os adultos, quando querem aprender uma nova língua, a forma mais comum de
começar é estudar gramática, por que esse é o método padrão que foi usado por muito tempo
e por que tendemos a fazer aquilo que as pessoas fazem, acabamos por fazer isso também. E
quando os adultos não tem resultados, tendemos a achar que as crianças é que aprendem
melhor que nós.
Mas eis a questão: uma criança que começou a falar suas primeiras frases talvez teve
por volta de mais de 15.000 horas de imersão na língua(pessoas falando e interagindo com ela),
enquanto você que está estudando gramática a mais ou menos 1 ano, na terça e na quinta ou
em um intensivão de sábado de manhã teve talvez 150 horas.
Analisando isso é óbvio que a criança vai conseguir aprender melhor do que você.
O que te faz aprender é a qualidade e a quantidade da sua imersão e não quantas regras de
gramática você sabe.
Porém se o adulto conseguir ter uma boa quantidade e qualidade de imersão, e
conseguir aprender palavras por meio dessa imersão, ele será mais eficiente do que a criança.
Por que? Por que somos mais inteligentes do que elas. Nosso cérebro é mais desenvolvido.
Então a questão não é em que fase da vida(infância ou adulta) que te faz aprender uma
língua melhor, mas sim o método.
Existem duas formas de estar em contato com o inglês para receber grandes
quantidades de input criar um ambiente de imersão e são formas que estão acessíveis a todo
mundo.
Como assim Gabriel? Para transformar um input qualquer em um C.I, você precisa
entender todas as informações desse input. Ou seja, você precisa ser capaz de lê-lo e de ouvi-lo
sem dificuldades.
Pegue por exemplo um input na forma de vídeo com legenda. Para que esse input seja
um C.I, você precisa tanto conseguir ler a legenda desse vídeo, como principalmente ver o vídeo
sem legenda, ou seja, ser capaz de entender o vídeo apenas ouvindo e assistindo.
Para isso é necessário saber o significado e a pronúncia de cada palavra que vai ser dita
no vídeo. Ou seja, você precisa saber mais e mais palavras se quiser adquirir mais e mais inputs
compreensíveis.
A melhor forma de adquirir vocabulário sem quebrar a cabeça com gramática que eu
encontrei e testei nos meus estudos é usar vídeos com legendas em inglês. Por que? Pelo
seguinte fato:
Vídeos com legendas em inglês te permite a aprender palavras novas dentro de um contexto
específico.
Em inglês tudo depende do contexto. Uma mesma palavra pode ter significados
diferentes em determinados contextos.
Eu comecei a estudar por meio de vídeos com legendas depois que conheci uma técnica
que o Mairo Vergara usa chamada textos com áudios. Estudei usando essa técnica por um
tempo e gostei bastante. Mas decidi depois praticar a leitura e o listening por meio de vídeos
com legendas e funcionou muito bem.
e isso é tudo que você precisa pra conseguir entender e falar inglês. Isso vai te permitir
criar um vocabulário poderoso.
Vídeos com legendas em inglês é uma forma de juntarmos listening e leitura em uma
atividade só.
Como o nosso objetivo é aprender um vocabuláro mais específico para negócios, estude
vídeos que abordam assuntos do mundo do empreendedorismo. Esses assuntos podem ser
sobre ecommerce, produtos digitais, tecnologia da informação, big data, marketing digital,
inteligência artificial, mundo dos investimentos, metodologias ágeis, gerência de projetos, e a
lista é grande.
A cada vez que você não entender uma palavra, você pausa o vídeo e estuda essa palavra
em um dicionário online. Eu uso muito esses dois dicionários:
dictionary.cambridge.org/pt/
wordreference.com
This software allows people to create customized designs and this can increase
profits,
e você não souber o que significa customized, procure outros exemplos de frases no dicionário
com essa palavra e ouça novamente sua pronúncia no dicionário. Fazendo isso você terá
oportunidade de aprender essa palavra dentro de outros contextos.
Quando você estiver estudando a legenda do vídeo do passo 1, estude essa legenda
frase por frase. E se a frase for muito grande, divida ela em 2 partes, ou até 3, caso seja muito
grande.
Por que eu faço isso? Acredite, fica mais fácil! É como se você estivesse pegando um
texto grande e partindo ele em vários trechos pequenos. Dessa forma eu apenas preciso me
preocupar com uma quantidade pequena de palavras em determinado momento.
Vamos simular uma situação prática. Imagine que você está vendo um vídeo sobre How
to tell if your marketing strategy is worth the effort no you tube, da Marie Forleo.
What metric are you measuring? So what exactly are you working to increase or improve? For
instance, maybe you’retrying to increase email subscribers or you’re trying to drive up your
sales.
Você não vai estudar esse tanto de palavras de uma vez. Principalmente para quem está
começando a estudar, vai se assustar com essa quantidade de palavras e expressões. Então
quebre isso em pequenas partes. Separe esse trecho em várias frases pequenas. Ficaria mais
ou menos assim:
Existe um processo que eu faço para cada frase, e ele é bem simples:
a) Estude a frase palavra por palavra até você ser capaz de lê-la sem dificuldade.
b) Estude a pronúncia dessa frase ouvindo a parte do vídeo onde essa frase é
pronunciada. Se necessário(e geralmente é) repita essa parte do vídeo várias vezes
para estudar a pronúncia.
Dessa forma você estuda cada frase de forma eficiente. Assim que fizer esses dois
processos para uma frase, passe para a próxima até terminar toda a legenda.
pegar a legenda de um vídeo que você não entende e transformá-la numa legenda que
você entende.
transformar um vídeo que você não entende em um vídeo que você entende.
Não é necessário estudar o porque das coisas. Perguntas como “por que isso? Por que
aquilo? Quero saber a regra de gramática dessa estrutura” não são importantes. O importante
é conseguir entender o contexto
Aqui você deve aprender a mudar o seu foco de querer entender a gramática e os
porquês das coisas para entender apenas o significado a fim de conseguir entender o que está
sendo dito. É simplesmente uma MUDANÇA DE FOCO.
O passo 1 é o que te dará mais trabalho. Frequentemente durante o vídeo você vai ter
que pausar para estudar as estruturas e palavras que você está ouvindo e lendo na legenda.
Porém, na minha opinião esse não é o passo mais difícil(embora seja o mais trabalhoso).
Essa é a etapa de treinar o seu listening. É preciso fazer esse passo mais de 1 vez.
Na verdade:
quanto mais vezes você fizer esse passo, mais aquelas palavras, expressões e
pronúncias que estão naquele vídeo vão entrar e se fixar na sua cabeça.
Isso causa um desconforto no começo, por que o seu cérebro ainda não está
acostumado a processar o inglês sem a legenda. Mas é justamente esse o objetivo: acostumar
e treinar o seu cérebro a receber o input do inglês.
Sua tarefa nessa etapa é ouvir esse vídeo dezenas de vezes para conseguir entendê-lo.
As vezes é necessário estudar alguma parte do vídeo de novo. Pode acontecer de você ter
esquecido do significado de alguma palavra que você estudou lá no passo 1. Isso é normal.
Mas você não vai simplesmente sentar na cadeira e ficar ouvindo esse vídeo. Isso seria
muito chato. Você vai transformar isso em um input passivo. Eu vou explicar mais na frente
sobre o que é isso.
Basicamente isso seria escutar esse vídeo no celular usando um fone de ouvido,
enquanto você faz outras coisas como arrumar a casa ou cozinhar.
Se você ficar ouvindo esse vídeo sem legenda por alguns dias ...
a cada dia você vai conseguir entender com mais facilidade, sem fazer muito esforço.
1. Sensação de delay
O inglês para mim começou a ficar mais lento. Em um dado momento quando eu
colocava um vídeo que eu já tinha estudado para poder ouvir, as palavras ficavam cada
vez mais fáceis de serem entendidas por meio do listening. Era como se o vídeo estivesse
mais lento e isso me ajudava a compreender melhor. Não achava que o vídeo estava
rápido demais para entender, ao contrário do que era no começo.
2. Entender as primeiras palavras e expressões sem legenda e sem ter estudado
A medida que meu vocabulário aumentava, eu me arriscava a ver vídeos sem legenda
sem ter estudado eles antes. Daí eu começava a entender algumas coisas, mesmo
quando as pessoas no vídeo falavam muito rápido.
3. Formar minhas primeiras frases em inglês
Esse resultado é pura consequência do resultado 1. Uma vez que eu conseguia entender
algumas palavras e expressões sem legenda, eu conseguia então formar minhas
primeiras frases para poder falar. Eu fazia isso sozinho mesmo, em casa. Começava a
tentar falar sozinho. Mas eu só conseguia falar, por mais pouco que fosse,
simplesmente pelo resultado de já ter um bom tempo consumindo inputs em inglês.
Quando você consegue uma boa compreensão audível do inglês, isso significa que
determinadas áreas do seu cérebro já estão bem ativadas para processar esse tipo de
informação,
É claro que haverá uma palavra ou outra que você não vai saber, mas isso você pode
resolver pesquisando essa palavra no dicionário. Também acontece de você entender várias
palavras apenas pelo contexto, mesmo sem nunca ter visto elas antes.
Com o tempo o processo de transformar um input em um C.I será mais rápido e assim
você conseguirá acumular mais e mais C.I de forma rápida e eficiente.
Frequência do Input
Outra coisa importante é a frequência do input. Você precisa estar em contato com o
inglês diariamente. Não adianta estudar inglês na terça e na quinta e no resto da semana deixar
pra lá.
A partir de agora, estar em contato com o inglês todos os dias deve ser um hábito
que você vai ter de se esforçar para criar.
Uma das maiores razões para as pessoas não aprenderem inglês não é apenas ficar
focando em gramática, mas também é deixar de ficar imerso no idioma de forma FREQUENTE.
Grave uma coisa:
Não adianta você estudar um determinado input e ouvi-lo uma ou duas vezes. Seu
cérebro precisa de tempo para se acostumar com o inglês. Quanto mais as mesmas
informações entrarem no seu cérebro, e aqui eu estou dizendo as mesmas palavras e estruturas
e pronúncias, mais o seu cérebro estará treinado para reconhecer essas palavras em um texto
ou a pronúncia delas quando você estiver ouvindo um vídeo ou até mesmo conversando com
alguém.
Somente a frequência de um C.I é que irá treinar seu cérebro. Seu cérebro precisa de
quantidades enormes de C.I para adquirir uma língua.
No próximo capítulo irei dar uma explicação mais científica sobre repetição de
informações.
Input Passivo
Falei que iria explicar o que é um input passivo pois o mencionei lá atrás. Bem, chegou
a hora.
Primeiramente o que seria o input ativo? Seria aquele que você senta a bunda na
cadeira, e assiste o vídeo com legenda em inglês e vai estudando a legenda, observando as
palavras e expressões que estão sendo ditas.
Nesse caso você está concentrado, focado no que está sendo dito ali. Você está
estudando ativamente por meio do listening e da leitura da legenda.
O input passivo seria aquele em que você pode ouvir inglês sem estar estudando ao mesmo
tempo,
ou seja, você pode estar ouvindo inglês ao mesmo tempo em que está fazendo outra coisa. Você
não precisa parar tudo que você está fazendo para ouvir inglês. Um exemplo seria ouvir inglês
no ônibus, a caminho do trabalho. Ouvir inglês enquanto se está cozinhando ou arrumando a
casa.
Com o input passivo você pode aumentar a sua quantidade de exposição ao inglês, por que
ficar em contato com o inglês de forma passiva é mais fácil do que de forma ativa. O seu
ambiente de imersão passa a ser maior.
PORÉM HÁ UMA OBSERVAÇÃO:
Você NUNCA deve parar de estudar ativamente e ficar apenas no input passivo. O
input passivo é um complemento para os seus estudos, para aumentar ainda mais a sua
exposição ao idioma.
Acontece então que se você passar 1 hora por dia estudando ativamente, você pode
conseguir ficar mais 1h em contato com o inglês de forma passiva, ouvindo algo no seu celular
enquanto você malha na academia, ou arruma a casa, ou lava o carro. O que quer que seja.
Assim, você passaria a ficar em média 2h por dia em contato com o inglês. Isso daria 730
horas em um ano em contato com o inglês. Esse é o caminho para uma imersão de qualidade e
consequentemente para a fluência.
Com as tecnologias que temos hoje isso fica fácil. Basta colocar no seu celular, usar um
fone e pronto. Fique ouvindo várias vezes enquanto você faz suas outras atividades. Assim a sua
imersão diária irá só aumentar e você estará aprendendo naturalmente, como uma criança.
O nosso foco é aprender inglês para negócios. Existem milhões de vídeos no youtube.
Digamos que você trabalhe com marketing. Pegue então um vídeo explicando sobre funil de
vendas em inglês, ou estratégias de marketing, ou marketing digital(apenas um exemplo).
Dessa forma você aprende inglês contextualizado para sua área. Você irá aprender
termos específicos que são usados no marketing. Não só isso, você irá aprender um vocabulário
base que é necessário saber para se comunicar.
A mesma coisa serve para alguém que trabalha com TI. Pegue vídeos falando sobre big
data, banco de dados, metodologias ágeis. A lógica é a mesma. Assim você estará sempre
aprendendo um inglês contextualizado. Seu vocabulário ficará mais rico e com o tempo você
será capaz de entender conteúdos relacionados a esses assuntos.
No próximo capitulo vamos entender como a nossa memória funciona e como podemos
tirar proveito disso para aprender palavras novas todos os dias esquecendo o mínimo possível.
CAPÍTULO 2
COMO APRENDEMOS E COMO LEMBRAMOS
Tem melhor resultado aquele que sabe usar as ferramentas que tem
Tenho certeza de que você já ouviu alguém dizer(ou até mesmo você já disso isso para
você) que tem uma memória ruim e que esquece as coisas com facilidade. Quero que você
esqueça esse conceito de que pessoas nascem com memória boa ou ruim.
Não existe esse negócio de nascer com memória boa e ruim. Nós é que
desenvolvemos memórias boas ou ruins.
O que quero te falar é que você é capaz de criar uma boa memória usando técnicas
certas. Da mesma forma você pode não desenvolver bem sua memória tentando aprender de
formas erradas.
Podemos dizer o mesmo para o foco ou criatividade. Foco não é algo que você têm. É
algo que você cria. Criatividade não é algo que você têm. É algo que você cria.
Memória boa não é algo que você têm. É algo que você cria.
Iremos estudar nesse capítulo sobre como nossa memória funciona, como aprendemos
e lembramos melhor. Vamos estudar um pouco de neurociência. Trarei informações simples de
entender aqui, não se preocupe por que não será nada muito complicado. Preciso que você leia
com atenção e se dedique a entender esse capítulo.
Memória
A probabilidade de você esquecer essa palavra é grande porque tudo que você têm
naquele momento é uma lista com um monte de palavras na sua frente e um professor
provavelmente dando uma aula muita chata de gramática.
Mas vamos agora imaginar outra situação. Você está em uma viagem nos Estados
Unidos com o seu melhor amigo. Vocês conhecem um americano nessa viagem e marcam de
sair anoite pra se divertir.
Esse americano tira uma câmera da sua mochila e começa atirar algumas fotos. Você
fica curioso e pergunta: “how to speak this in english? – como se fala isso em inglês?”, e ele te
responde “camera”.
Por que? Por que agora você tem mais informações ao redor dessa palavra que são mais
importantes para você. Não apenas isso. A experiência emocional que você está tendo e que
envolve essa palavra é importante para você. Afinal não é todo dia que você viaja para o exterior
com seu melhor amigo.
Agora eu vou explicar o que acontece no seu cérebro. Quando você vê a câmera do seu
amigo americano, uma área do seu cérebro vai disparar, vai ficar ativa. E a mesma coisa vai
acontecer com outras áreas do seu cérebro quando você ouvir a pronúncia “camera” do seu
amigo americano, quando você ver as fotos que ele tirou com aquela câmera, quando você
sentir esse momento com seus amigos na festa usando essa câmera, o que nesse caso é um
disparo emocional no seu cérebro.
Esses disparos sozinhos não são a memória, eles são apenas uma resposta a um estímulo
que você teve ao ver a câmera, ouvir a pronúncia “camera” e estar na festa curtindo o momento.
Em um mesmo momento, quando tudo isso aconteceu, quando você viu a câmera, ouviu
a pronúncia, viu as fotos, curtiu a festa com seus amigos, tudo isso vai se juntar e se conectar no
seu cérebro formando uma memória daquele momento
Todos esses estímulos vão se juntar formando uma rede neural. As conexões entre esses
neurônios formam uma memória.
Dê uma olhada nesse imagem acima que fiz pra você. Cada pontinho azul é como se
fosse um neurônio guardando um estímulo e uma informação de alguma experiência que você
teve. Todos eles fazem parte de uma mesma experiência, e por conta disso eles se conectam
formando uma memória.
Logo se você viu a imagem da câmera do seu amigo, num mesmo momento em que
ele pronunciou a palavra “camara”, essa imagem e esse som vão se conectar formando uma
memória. Nesse exemplo não seria só isso, mas o sentimento emocional, o impacto emocional
daquela experiência também vai fazer parte dessa memória.
O fato de eu conseguir lembrar melhor dessa palavra agora é que existem várias
informações que fazem parte dessa palavra. O som da festa, a pronúncia da palavra com o
sotaque do seu amigo, as imagens desse momento e a experiência emocional. Existem várias
informações ao redor dessa palavra. Minha memória para a palavra “camera” agora envolve
sons, imagens e sentimentos.
“Lembro cara, foi aquela vez que agente conheceu aquele americano né?”
“É. Ele até tinha aquela ‘camera’ maneira. Agente tirou altas fotos naquela festa. Foi
muito massa!”
Quando você lembra de uma informação de uma determinada experiência, você acaba
que consegue pescar outras informações dessa experiência. Afinal, essas informações estão
conectadas na sua cabeça.
Por que precisávamos passar por toda essa teoria? Para você entender uma coisa:
Você não pode aprender palavras de forma isolada, tentando decorar seu significado.
Have = ter;
bed = cama;
Você não aprende dessa forma. Como você poderia aprender 1000 ou 2000 palavras
assim? Seria impossível.
Quando você não tem um contexto para uma palavra, você não tem outra informação que
possa usar para associar com o significado dela.
Isso torna essa palavra mais difícil de se lembrar por que não há conexões com outras
informações.
Mas se você estudar uma palavra dentro de um contexto específico e usar sons e
imagens para essa palavra, quando seu cérebro necessitar de lembra-la ele terá mais caminhos
neurais para chegar até ela, por que existem várias informações ao redor dessa palavra.
RESUMINDO:
A simples ação de repetir uma informação entrando na sua cabeça tende a criar
mudanças celulares duráveis que vão promover estabilidade.
Quando você tem contato com uma palavra de forma constante, as conexões entre
os neurônios onde aquela palavra está armazenada ficam mais fortes e estáveis.
Logo o resultado é acessar essa informação de forma mais fácil e natural a cada vez que
você percorre o mesmo caminho no seu cérebro para encontrá-la.
Lembra que eu te falei no capítulo 1 sobre repetir o passo 2 da técnica de vídeos com
legendas em inglês? Lembra também de fazer input passivo com um C.I?
É por meio da repetição dos estímulos que o aprendizado é fortalecido. Se você não
repetir fica mais difícil para aprender.
A memória é fortalecida quando o caminho entre um neurônio e outro é percorrido
várias vezes(repetição). Na próxima vez essa rota vai ficar mais fácil de navegar e então
acessar a informação será mais fácil.
Relembrar é ter um caminho entre os neurônios tão facilitado por meio da repetição,
que o meu pensamento consegue ativar essa rota rapidamente quando eu quiser acessar a
informação
Estou explicando sobre a importância da repetição por que iremos usá-la quando formos
revisar o nosso vocabulário.
A medida que você aprende palavras novas é necessário revisá-las, caso contrário
você irá esquecer.
Iremos usar um programa de repetição espaçada chamado Anki para revisar o nosso
vocabulário.
Mas o que é flashcard e como se cria um? Bom antes de falar como devemos criar nossos
flashcards, preciso explicar sobre os níveis de processamento da memória por que é com base
nesses níveis que iremos criar nossos falshcards.
Essa teoria foi descoberta na década de 1970 por meio de um teste. Basicamente foi um
monte de cientistas fazendo testes com estudantes. Eles davam a esses estudantes um teste
onde usavam várias palavras bem simples, coisas como maçã, pizza, água, urso, tigre, etc...
Palavras que eram concretas e daí eles faziam 4 tipos de perguntas aos estudantes:
1. Estrutura: perguntas sobre a estrutura da palavra, como por exemplo: “quantas letras
há na palavra maçã? Existe alguma letra b na palavra tigre?” Perguntas desse tipo. Aqui
você tinha que pensar: “beleza, como se soletra isso?”.
2. Som: aqui eles faziam perguntas sobre a pronúncia, o som das palavras. “A palavra maçã
rima com a palavra água?”. Você precisava lembrar da pronúncia da palavra e então
responder.
3. Conceito: eram questões sobre o significado, o conceito da palavra em um dado
contexto. As perguntas eram do tipo: “gato é um tipo de animal? Água é um tipo de
alimento?” Você precisava realmente saber o significado daquilo.
4. Conexão Pessoal: aqui eram feitas perguntas sobre a experiência que você tinha com o
significado daquela palavra, por exemplo: “você gosta de banana?”, “têm algum gato
na sua casa?”. Aqui de fato você tinha que ir mais fundo para responder a questão, pois
além de pensar sobre o significado, tinha que lembrar se você tinha alguma relação com
ela. “Eu realmente tenho um gato em casa? Se tenho, qual é mesmo o nome dele?”
Depois de fazer o teste os estudantes eram distraídos por um tempo e depois trazidos
de volta. Daí eles faziam a seguinte pergunta: “escreva para nós todas as palavras que usamos
para fazer perguntas a vocês. Agente perguntou sobre maçã, tigre, água,.... escreva sobre o que
perguntamos”.
E o que os cientistas descobriram foi que existia um padrão previsível a respeito do que
as pessoas tendiam a lembrar mais. Aqui está uma imagem que mostra os resultados.
Imagine ser possível gravar tudo que ouvimos durante um dia inteiro no nosso cérebro.
Seria algo impossível de lidar. É muita informação. É por isso que existe um “filtro” no nosso
cérebro onde ele joga fora o que não precisamos e o que não é importante e se concentra
somente em guardar aquilo que importa para nós.
Comparando...
A questão é que para pensar sobre o conceito de alguma coisa e se aquilo tem alguma
relação com você, é preciso ativar muito mais áreas do seu cérebro comparado a ter que
pensar apenas sobre o som ou a estrutura da palavra.
Para responder a pergunta “você gosta de pizza?” eu preciso ativar áreas do meu
cérebro onde eu possa lembrar do cheiro, do sabor e até da imagem da pizza. Mas para
responder a pergunta quantos “z” tem na palavra pizza eu não preciso de tanto esforço assim.
Logo a pergunta “você gosta de pizza” ativa muito mais camadas de processamento.
Essas camadas vão disparar juntas e se conectar juntas e daí eu tenho uma memória muito mais
sólida para responder se eu gosto de pizza.
Ok, mas aonde eu quero chegar com tudo isso? Bom, já que existe um padrão previsível
a respeito do que as pessoas se lembram mais, iremos tirar vantagem disso para aprender
palavras novas em inglês esquecendo o mínimo possível.
Nós iremos criar nossos flashcards no Anki(será explicado no capítulo seguinte)
explorando:
Para explorar o conceito/significado iremos usar uma frase de exemplo com essa palavra
. Lembre que eu falei que não devemos aprender palavras isoladamente. Mas além da frase
iremos usar uma imagem que representa o conceito dessa palavra(sobre o por que da imagem
eu também vou explicar mais é frente).
Para explorar o som iremos colocar um áudio com a pronúncia no nosso flashcard. Mas
não será somente a pronúncia da palavra, mas a pronúncia da frase inteira.
Agora para explorar uma conexão pessoal com a palavra pode ser mais complicado. Por
que não é toda palavra que temos uma conexão pessoal. Algumas palavras são mais fáceis como
“dog”. Mesmo que você não tenha um você consegue facilmente pensar no cachorro do seu
vizinho, ou de alguém da sua família, ou até mesmo em algum cachorro estranho que você já
viu na rua.
Mas e se você estivesse aprendendo uma palavra como “infrastructure”? Não é todo
mundo que possui uma conexão pessoal com essa palavra.
Bom, nesse caso, se você não conseguir lembrar de nenhuma experiência que você teve
com a palavra, você simplesmente não vai usar a conexão pessoal no flashcard. O fato de você
não encontrar uma conexão pessoal não significa que você está aprendendo uma palavra de
forma menos eficiente. Caso você já tenha um contexto, sons e imagens você já estará
associando muitas informações a essa palavra. Ter uma conexão pessoal apenas significa que
você consegue potencializar ainda mais a memória para aquela palavra.
Além de tirar proveito desse padrão previsível sobre o que as pessoas lembram mais,
iremos juntar todas essas informações(frases de exemplo, som das pronúncias, imagens,
conexão pessoal) em 1 única experiência, que será um flashcard para cada palavra.
Fazendo isso estaremos construindo uma memória específica para essa palavra, criando
várias conexões entre os neurônios do nosso cérebro e associando várias informações ao redor
de 1 palavra, exatamente igual ao exemplo da “camera” quando expliquei sobre como a
memória funciona.
Vamos ver então como criar os nossos flashcards no Anki seguinte essa lógica dos níveis
de processamento da memória.
CAPÍTULO 3
Como aumentar meu vocabulário de forma eficiente
Como agente discutiu no capítulo passado, nós precisamos mais do que a estrutura e o
som das palavras para realmente aprendê-las. Também precisamos do conceito e de uma
conexão pessoal.
(1) Som: para aprender a pronúncia. O interessante não é apenas ouvir o som da palavra
isoladamente, mas ouvir a frase inteira onde a palavra está sendo usada. Trabalharemos
com sons de frases e não com sons de palavras de forma isolada.
(2) Frase e (3) Imagem: para aprender o conceito/ significado. A frase trará uma
situação/contexto envolvendo tecnologia (termos técnicos, ambiente de trabalho,
produtos, serviços ou metodologias usadas) para que agente possa aprender um
vocabulário mais específico. A imagem serve para tornar o conceito daquela palavra o
mais claro possível para o seu cérebro. Com ela em muitos casos a tradução passa a ser
desnecessária. Veremos como.
(4) Conexão Pessoal: para impulsionar ainda mais nossa memória para essa palavra. Isso
acontece por que estamos conectando essa palavra com algo que é importante para
nós.
A partir de agora vamos ver exemplos de como iremos criar nossos flashcards no Anki.
Os detalhes mais técnicos do programa veremos quando entrarmos profundamente no tutorial
do Anki.
Vamos supor que você está tentando aprender a palavra “resume”. A primeira coisa a
fazer é ir no dicionário, ver o significado dessa palavra e encontrar uma frase de exemplo para
que tenhamos um contexto para essa palavra.
É dessa forma que ficaria o nosso flashcard até agora. Também teríamos o som da frase.
Vou ensinar como colocar o áudio nos flashcards do Anki mais a frente.
A segunda imagem de cima, a que tem um cara ajudando o outro a subir, poderia
significar outra coisa além de confiável em outro contexto de frase. Se eu juntasse essa imagem
com outra frase como
nesse caso fica claro que a imagem vai passar um significado de ajudar alguém, tudo por causa
do contexto da situação em que a frase está descrevendo.
Logo usar imagens e usar imagens com frases de contexto são coisas diferentes.
Imagens com um contexto são mais poderosas e te dão um entendimento mais claro do que
está acontecendo ali.
Como assim???
Lembra do exemplo com a palavra “resume”? Se eu apenas colocasse a frase em inglês
e a imagem, sem a tradução(supondo que você conhece todas as palavras da frase, menos a
palavra ‘resume’), você conseguiria deduzir o significado de resume juntando o contexto da
frase com a imagem.
Essa eu fiz de propósito pessoal. Vamos supor que a única expressão que você não sabe
nessa frase é a expressão got wet. A imagem te mostra um cachorrinho encharcado, todo
molhado. Mas na frase você lê “meus papéis got wet”.
O seu cérebro vai reagir para tentar descobrir qual a similaridade, a conexão entre
essas duas coisas, ou seja, entre a imagem do cachorro molhado e a expressão “meus papéis
got wet”.
Dessa forma você é capaz de entender que foram os seus papéis que ficaram
encharcados no caminho pro trabalho, mesmo que a imagem esteja mostrando um cachorro
molhado, e não papéis molhados.
ENCONTRAR frases em que a única palavra que você não sabe naquela frase seja
justamente a que você está aprendendo no momento.
Por que isso? É como eu te disse lá em cima. Se você ficar perdido dentro da frase, sem
saber mais da metade das palavras ali, ficará difícil assimilar a imagem com a palavra que tem
o seu significado. Seu cérebro vai ficar confuso e não reagirá eficientemente para fazer essa
assimilação.
Mas também não é só por causa da imagem. Isso vai prejudicar o aprendizado daquela
palavra que você está querendo aprender no momento por que existem outras palavras ou
estruturas que você não conhece.
Se você construir um flashcard aonde tem mais de 1 palavra que você não sabe e está
tentando aprender, a revisão desse flashcard não será tão eficiente por que isso vai desviar a
sua atenção para várias direções. No momento em que era para você revisar o conceito de uma
palavra, você acaba ficando perdido dentro daquele contexto em que existem outras palavras
que você não conhece.
Como usar conexão pessoal
Esse é o último ingrediente que falta explicar, e pode ser talvez o mais complicado na
hora de usar para uma palavra.
Por exemplo, se você estiver procurando uma conexão pessoal para a palavra
“manager” que significa gerente, você pode pensar no seu próprio gerente, ou no gerente que
você teve no passado. Tente lembrar de alguém nessa posição que te marcou tanto positiva
quanto negativamente.
Se for uma palavra mais complexa como “responsibility” que significa responsabilidade,
você pode pensar em alguma situação em que você conseguiu demonstrar essa característica,
ou até mesmo em uma situação em que você falhou em demonstrar.
Se você conseguir encontrar uma conexão pessoal, você potencializa a sua memória
para essa palavra pelo simples fato de que
Você está conectando uma memória antiga que você já tinha com uma nova entrada de
informação que você está recebendo. Você está associando neurônios antigos com novos
neurônios que estão sendo criando.
Você está associando a informação da nova palavra com outras informações que já
estavam na sua memória, e assim você começa a fazer várias conexões entre os neurônios do
seu cérebro.
Toda vez que você se deparar com “manager” você vai lembrar daquele cara que te
perturbou durante anos, que transformou sua vida num inferno dentro do trabalho, ou daquele
cara gente boa que sempre pagou o seu almoço e deixava você sair mais cedo as vezes.
Tudo isso foi um exemplo. Agora eu sei que você está se perguntando: “eu nunca tive
um gerente na minha vida. Como vou associar alguma conexão pessoal com essa palavra se eu
não tenho nenhuma?”. Também é normal estar se perguntando: ”o que fazer quando eu não
conseguir lembrar de nada que possa ser associado com a palavra?”
Como eu disse antes: você simplesmente não coloca a conexão pessoal. Se você não
encontrou nenhuma, não force a barra. Crie seu flashcard com a frase, a imagem e o som e passe
para a próxima palavra.
E como faço para colocar minha conexão pessoal no meu flashcard? Vou te mostrar na
próxima sessão. Falaremos agora sobre como usar o Anki. Tudo que vimos nesse capítulo até
agora iremos ver como usamos dentro do Anki. A partir de agora vamos estudar o tutorial sobre
como usar esse programa incrível.
Por que usar o Anki e como criar os Fashcards
Nesse ponto já sabemos que se não vermos uma informação constantemente, repetidas
vezes, tendemos a esquecê-la(expliquei isso no capítulo 2). O anki vai nos ajudar a resolver esse
problema.
De nada adianta você aprender palavras novas todos os dias e não revisar. Logo o anki
vai servir para isso: nos ajudar a reter as informações que iremos aprender ao longo do tempo.
E iremos fazer isso criando flashcards.
Existe uma teoria chamada curva do esquecimento, escrita por Hermann Ebbinghaus.
O Anki nos ajuda a levar uma informação da memória de curto prazo para a de longo
prazo por meio da repetição. A medida que agente revisa constantemente uma palavra em
inglês, tendemos a reconhecer ela quando lermos ou ouvirmos inglês e até saber usar ela
quando preciso, seja numa conversa ou escrevendo algo.
O importante não é apenas aprender de forma eficiente, mas revisar de forma
eficiente. E a forma como você aprende também vai afetar a qualidade da sua revisão.
Já aprendemos a como aprender uma palavra de forma eficiente. Agora vamos refletir
isso para a criação de um flashcard.
Para criar os seus flashcards você precisa primeiro criar um baralho. Os flashcards
ficarão salvos no seu baralho. Para criar um baralho basta clicar na opção abaixo “Criar baralho”.
Depois é só dar um nome para ele e pronto. Você pode começar a criar seus flashcards
Depois disso você voltará para a tela inicial. É só clicar na opção “Adicionar” em cima da
tela para criar o seu primeiro flashcard dentro do baralho que você criou.
Níveis de Flashcards
Eu desenvolvi 3 níveis de flashcards. Pensei em criar esses níveis por que eu tinha
muita dificuldade de ler as frases em inglês no início. Eu era muito dependente da
tradução.
Porém eu sabia que não era bom depender da tradução por muito tempo. Então
em criei os 3 níveis de flashcards abaixo:
Já sabemos que as imagens nos ajudam a depender menos da tradução, e é por isso que
iremos ter imagens em todos os níveis de flashcards. Porém para uma pessoa que é iniciante
pode ainda ser difícil deixar de depender da tradução mesmo usando imagens.
Também iremos colocar a C.P(conexão pessoal) em todos os níveis caso seja possível,
ou seja, caso você tenha uma C.P para a palavra. Iremos começar usando a C.P em português.
Somente no ultimo nível é que iremos usá-la em inglês.
Você deve ter percebido que em todos os níveis colocaremos o significado da palavra
em inglês. Isso já é para ir nos acostumando a estudar sem a tradução(e como já foi explicado,
as imagens a serem usadas também nos ajudarão a depender menos da tradução).
“O que seria o significado da palavra em inglês Gabriel?”. Vou te responder isso com um
exemplo:
If you want a data Scientist job, it’s better for you to apply for as many opportunities as
you can
Imagine que essa é a frase que você irá colocar no seu Anki e que a palavra que você
está querendo aprender é a palavra apply. Essa palavra nesse contexto significa se inscrever ou
se candidatar para alguma coisa.
Ao invés de escrever o significado dela em português, você vai explicar o sentido dela
em inglês. Seria algo do tipo:
Dessa forma você passa a ter mais contato com outras palavras em inglês.
Não tem problema por que você estará usando a tradução da frase inteira caso tenha
dúvidas. O significado em inglês é para você ir acostumando o seu cérebro a pensar em inglês.
Vamos construir um flashcard de nível 1 agora para ver como isso tudo fica na prática.
Essa é a tela que vai abrir quando você clicar em “Adicionar”.
Sempre deixe marcado o tipo do flashcard(canto superior esquerdo) como tipo básico.
No campo “Frente”, marcado por um quadrado verde, será onde iremos colocar a nossa
frase de exemplo, dando um contexto para a palavra que estamos aprendendo. O contexto
sempre deve trazer algum conteúdo sobre negócios, business, empreendedorismo. Lembre-se
que esse é o nosso foco.
Algo bacana que você pode fazer é colocar frases que tem haver com a sua área. Se você
é da área de Marketing ou vendas por exemplo, use frases como:
No campo “Verso”, marcado por um quadrado laranja, será onde iremos colocar a
resposta do flashcard, ou seja, a tradução da frase e o significado da palavra em inglês.
Para adicionar a imagem, iremos clicar no botão marcado por um círculo vermelho
mostrado por uma seta vermelha no canto superior direito.
E por último, para adicionar o som da frase, é só clicar no botão marcado por um círculo
azul também no canto superior direito.
Só uma observação: a opção para adicionar o som não vem automaticamente no Anki.
Você deve adicionar essa opção por fora. Mas na frente irei explicar como fazer isso.
Então vamos supor que iremos criar o seguinte flashcard para a palavra “Apply”.
If you want a data Scientist job, it’s better for you to apply for as many opportunities as
you can
Se você quiser um emprego de cientista de dados, é melhor para você se candidatar para
quantas oportunidades puder.
O exemplo da C.P que usei é verdade para mim. Minha primeira candidatura de emprego
foi na Capgemini. Se você quiser pode colocar mais detalhes na C.P como algo do tipo “estava
chovendo e acabei chegando enxarcado” ou “cheguei atrasado e quase que perdi a entrevista”.
Esses seriam detalhes relevantes dessa experiência e que seria bom colocar no card.
Perceba que a imagem facilita nossa compreensão. Ela dá dicas daquilo que estamos
tentando relembrar. É fácil perceber que essas pessoas estão na fila para algum tipo de
entrevista ou reunião, algo relacionado com o mercado de trabalho.
Vamos ver como esse card vai ficar no Anki. Colocamos a frase em inglês no campo
“Frente”, a frase em português, o significado de apply em inglês e a C.P no campo “verso” e a
imagem no campo “Frente”. Ficará assim.
Toda vez que você gera o áudio aparece um código. Mas esse código não aparece no
momento da revisão. Depois que você preencheu tudo certinho é só clicar em “Adicionar”. Veja
como ficaria esse card na hora da revisão.
Nessa tela o que você precisa fazer é tentar relembrar o significado de apply dentro
desse contexto, olhando a imagem, lendo a frase e ouvindo o áudio da frase. Depois é só clicar
em “Mostrar Resposta” que é o botão abaixo da tela.
Perceba que nessa hora é como se você estivesse jogando um jogo. A resposta não
vem de primeira, você precisa deduzir por meio das informações que já estão no card.
Se você lembra da minha explicação sobre a memória no capítulo 2, você vai lembrar
que cada informação dessa(a frase, a imagem, o som) fazem parte de 1 memória onde o
significado da palavra apply também está.
Isso força você a percorrer dentro da sua cabeça os caminhos entre os neurônios dessa
memória e lá dentro você vai encontrar o neurônio onde está a informação que você está
tentando achar( o significado de apply).
Desse modo você está treinando o seu cérebro para relembrar dessa palavra. Isso é
uma revisão de qualidade.
Depois disso aparecerá outra tela mostrando o campo verso, que tem a tradução da
frase, o significado de apply em inglês e a C.P.
Esse card é o card de resposta. Aqui você compara aquilo que você pensou que era com
aquilo que realmente é.
Outra coisa importante nesse card é a avaliação que você dará para o seu rendimento.
Abaixo existe os botões com as opções de errei, foi difícil acertar, foi bom ou foi fácil acertar.
Conforme for a sua resposta, o Anki vai fazer um cálculo para definir o espaço de tempo
em que ele vai te mostrar esse card de novo.
Se você errou, ele vai te mostrar novamente em pouco tempo, as vezes em minutos. Se
foi difícil acertar ele te mostra talvez no dia seguinte. Se foi tranquilo acertar ele demora mais a
mostrar, as vezes dias os meses, dependendo do tanto de vezes que você já viu esse card.
Todo o poder do Anki está nesse cálculo de tempo que ele faz, que nos ajuda a passar
uma informação da memória de curto prazo para a memória de longo prazo.
A ideia de que quanto mais fácil for responder um card, mais tempo ele demora a nos
mostrá-lo novamente é que treinemos o nosso cérebro para guardar essa informação por
muito tempo.
Neste próximo exemplo não vamos usar C.P no card. Lembra que te falei que as vezes
você não consegue encontrar uma C.P para uma determinada palavra? Nesse caso você
simplesmente não coloca. Vamos exemplificar.
Sql is the language of databases and almost all companies use to store their
data
To Store-> armazenar, guardar / to put things in a special place for use in the
future(colocar coisas em um determinado lugar para usar no futuro)
Nesse nível de card não usamos a tradução completa da frase, apenas da palavra que
você está aprendendo no momento e que nesse exemplo é a palavra “store”. O processo para
criar o flashcard é o mesmo. Veja a imagem abaixo como ficaria esse flashcard no momento da
criação.
Só para reforçar, veja como é importante aprender uma palavra em contexto. A palavra
store pode significar também “uma loja”, “um estoque” ou até mesmo “memória de
computador”. Mas nesse exemplo fica mais claro entender com o contexto da frase e a imagem
que o significado dela é o ato de guardar /armazenar algo em algum lugar.
Por último vamos ver um card no nível 3. Veremos esse exemplo diretamente no Anki
agora.
Esse card não tem nada de português. É uma imersão total no inglês.
Vamos ver agora um outro flashcard nível 3 usando uma C.P em inglês.
Quanto mais cards como esse(de nível 3) você tiver no seu Anki melhor será a sua
revisão. Sua revisão será uma imersão total no inglês.
Pessoal, quando você chegar nesse nível de flashcard, onde você não precisa traduzir
mais nada para o português, o seu inglês vai decolar. Foi assim que aconteceu comigo. É mágico
quando você não precisa mais da tradução.
Mas existe um caminho para se chegar até esse nível. Ninguém começa a estudar
inglês apenas usando inglês. Talvez seja necessário para alguns no começo usar a tradução
porque o seu cérebro ainda precisa assimilar a nova língua que você está aprendendo com a sua
língua nativa.
É por isso que iremos trabalhar com os 2 níveis anteriores, para um dia conseguir chegar
nesse nível.
Outra coisa: não posso estipular um tempo ou uma quantidade de cards que você
precisa ter para começar a fazer esses cards de nível 3. Isto está sob sua responsabilidade.
A medida que estiver confiante em jogar a tradução para escanteio, faça. Não precisa
fazer de uma vez. Vai eliminando aos poucos. O uso das imagens vai te ajudar a descartar a
tradução aos poucos(como já foi explicado).
Depois que você clicar, irá aparecer uma página nova no seu browser igual a da
imagem abaixo, onde terá várias extensões do Anki.
Escolha a opção “Awesome TTS for Anki 2.1 upload”. Depois disso aparecerá outra
página no seu browser. Nessa tela você vai copiar o código numa área marcada por um círculo
vermelho, igual o da imagem.
Agora você vai voltar na tela que está aberta no seu Anki e vai copiar o código no campo
da tela que está marcado com uma seta vermelha.
Depois que você der Ok, o complemento vai aparecer no espaço branco da tela. Agora
é só selecionar ele e clicar em “Adicionar Complemento”.
Agora quando você for adicionar um flashcard, vai aparecer a opção do alto falante no
canto superior direito. Depois que você adicionar uma frase no campo frente, clique nesse alto
falante.
Estamos chegando ao final. Agora clique na opção “Generate using”, e lá dentro escolha
a opção “Google Translate”.
Por ultimo, em “Voice”, escolha a opção “English, American”. Prontinho. Agora você já
pode reproduzir o áudio de qualquer frase que você colocar no seu flashcard.
“Mas Gabriel, é eficaz aprender pronúncias por meio do google translate?”. Seria se
estivéssemos aprendendo pronúncias somente por meio desse recurso. O melhor é aprender
ouvindo nativos falarem, e como já expliquei, podemos fazer isso vendo vídeos com legendas
em inglês.
Tecnicamente a única forma de colocar áudio no Anki é por meio do Google Translate.
Logo, é apenas um complemento, é um áudio para nos “dar uma noção de como se pronuncia
aquela palavra que estamos revisando no momento”, para nos fazer lembrar. E claro, o áudio é
mais uma informação para associarmos a palavra que estamos aprendendo para construir uma
memória eficaz.
O número de flashcards que você deve aprender por dia está relacionado, é
dependente, do número de palavras que você é capaz de aprender por dia.
A verdade é que o nosso cérebro é capaz de aprender muitas informações por dia, se
usarmos as técnicas certas. Logo capacidade cerebral não falta para nós. Mas não é só inglês
que precisamos aprender todos os dias. Todos nós temos vários outros afazeres no dia
No capítulo 1 eu falei que era importante estudar todos os dias, em média 1 hora por
dia (alguns conseguem fazer mais, outros menos). Você deve aprender palavras novas usando o
seu estudo ativo(lembra que tem o estudo passivo também, explicado no capítulo 1).
Se você tem 40 minutos ou 1 hora ou até mais de estudo ativo por dia, você vai aprender
palavras novas usando esse tempo. A medida que você for estudando usando vídeos com
legendas em inglês ou lendo artigos ou livros, você vai se deparar com uma grande quantidade
de palavras novas que você não sabe.
Assim você vai estar aprendendo de forma contextualizada(assuntos relacionado a
negócios da sua área) e consumindo muito inglês(ouvindo e lendo). É nesse momento que
você vai aprender suas palavras, criar seus flashcards e melhorar o seu inglês dia após dia.
Agora quantas palavras devo aprender por dia? Não posso dar um número exato para
isso. Cada um tem uma rotina de estudos que encaixa no seu dia. Alguns vão estudar por mais
tempo que outros, simplesmente ou por que tem mais tempo ou por que são mais esforçados.
Mesmo assim posso estipular uma média de palavras a aprender por dia. Eu sempre
aprendi entre 5 á 15 palavras por dia. Logo eu fazia de 5 a 15 flashcards por dia. Tinha dia que
eu fazia mais e dia que eu fazia menos(isso dependia da minha rotina naquele dia).
Se eu criasse mais de 15 cards por dia eu sabia que esse seria um número que eu não
iria conseguir manter ao longo prazo, e as minhas revisões diárias no Anki também iam ficar
puxadas, por que quanto mais cards você coloca no Anki, mais cards ele te mostra na hora da
revisão.
Então especifique um número de palavras e cards que você consiga lidar todos os dias,
sempre pensando em manter esse número no longo prazo.
A verdade é que quanto mais palavras você souber (não só o significado mas também a
pronúncia), melhor você vai conseguir entender inglês e falar inglês.
Quanto mais vasto for o seu vocabulário, sabendo palavras tanto do cotidiano como
também termos mais técnicos, mais facilidade você vai ter para se comunicar em inglês no seu
trabalho.
Resumindo:
Mas existe um número de palavras certo e mágico que se eu alcançar vai me fazer ficar
melhor no inglês? É claro que não.
Você vai conseguir perceber se está ficando melhor no inglês a medida que você for
ouvindo e lendo inglês e conseguir entender aquilo que você está consumindo. Essa percepção
vai ser no dia a dia, na sua rotina de estudos.
Eu posso te dizer que acima de 1000 palavras você já está em um nível muito bom de
inglês. Esse número pode parecer grande, mas se você parar para pensar, se você fizer 10
flashcards por dia, em 3 meses e 10 dias você consegue ter contato com 1000 palavras.
Na verdade seria muito mais do que 1000 palavras. Em cada flashcard nós não temos
apenas 1 palavra, mas sim 1 frase com várias outras palavras. Logo podemos até quintuplicar
esse número.
É claro que é muito difícil reter essa quantidade de palavras sem nunca mais esquecer
dentro de 1 ano. Mas é para isso que serve a revisão. O que quero dizer é que o seu contato com
palavras em inglês dentro de um período de 1 ano seria em média essa quantidade de palavras,
sem contar com a leitura e o listening.
Então a pergunta que você se deve fazer não é quantas palavras preciso saber, mas
sim o quanto estou disposto a ficar imerso no inglês todos os dias e me dedicar a aprender
palavras novas por meio dessa imersão.
Você verá o seu resultado vir no decorrer do tempo. Quando começar a acontecer coisas
do tipo:
ou
“Consegui ler e entender esse parágrafo sem precisar pesquisar nenhuma palavra no
dicionário”,
você vai perceber que o seus estudos estão dando resultado, tudo devido a quantidades de
palavras que você está retendo.
....................
Estamos chegando ao final do nosso livro. Espero poder ter te ajudado com essas
técnicas e ter te motivado a querer sacrificar um tempo do seu dia para estudar inglês. Os
resultados não viram de graça. Tudo tem um preço. Estudar inglês todo dia tem um preço. Mas
não saber inglês também têm um preço. Agora é só escolher qual preço você quer pagar. Desejo
sucesso a todos vocês.