Memorex Direito Constitucional (Principais Bancas) - Rodada 04

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Memorex Direito Constitucional (Principais Bancas) – Rodada 04

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ÍNDICE

NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO .................................................................................................... 4


EVOLUÇÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL ........................................................ 4
MOMENTOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................ 6
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................................... 6
CONTROLE DIFUSO-CONCRETO ............................................................................................................... 7
CONTROLE DIFUSO - CONCRETO.............................................................................................................. 7
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) ............................................................................... 8
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) - COMPETÊNCIA PARA PROPOSITURA .................. 8
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) – TIPOS DE LEGITIMADOS ..................................... 9
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) E A PRESENÇA DO ADVOGADO ............................. 9
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN): SÚMULAS PODEM SER OBJETO DE CONTROLE? . 9
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) ..................................................................... 10
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) ........................................... 10
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) ...................................................... 10
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ....................................................... 10
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA ................................................................ 11
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA ................................................................ 12
O CURIOSO CASO DO MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES ADI 2.240/BA ............................... 12
É POSSÍVEL HAVER CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELA VIA JUDICIAL AINDA DURANTE O
PROCESSO LEGISLATIVO? ....................................................................................................................... 12
“AMICUS CURIAE” (ADI E DEMAIS AÇÕES)............................................................................................. 13
ADI: E AS ASSOCIAÇÕES QUE REPRESENTAM FRAÇÃO DE CATEGORIA PROFISSIONAL? ...................... 13

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 01
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO
Antes de tudo, estruturalmente, a CF/88 possui um preâmbulo, com 9 títulos (corpo) e o
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
IMPORTANTE: A palavra DEUS, contida no preâmbulo, não fere a laicidade do Estado.
Cuidado para não confundir laicidade com laicismo.
A chamada laicidade é a neutralidade religiosa por parte do Estado. O laicismo é uma
atitude de intolerância e hostilidade do Estado em relação às religiões. Sendo assim, a
laicidade é marca da República Federativa do Brasil, e não o laicismo, mantendo-se o Estado
brasileiro em posição de neutralidade axiológica, mostrando-se indiferente ao conteúdo das
ideias religiosas (cf. voto do Min. Celso de Mello na ADPF 54 — anencefalia).
Embora haja 3 correntes sobre este assunto, adotou-se a tese da irrelevância jurídica, ou
seja, que o preâmbulo da CF/88 NÃO é norma de reprodução obrigatória nos Estados, nem
pode servir como parâmetro para o controle de constitucionalidade ( ADI 2.076- STF).

QUESTÃO ADAPTADA
No que se refere à interpretação da natureza jurídica do preâmbulo da Constituição,
segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que o preâmbulo
da Constituição não constitui norma central, não tendo força normativa e,
consequentemente, não servindo como paradigma para a declaração de
inconstitucionalidade.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Gabarito: Certo

DICA 02
EVOLUÇÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL

Já caiu em concurso: Não se admite a desistência na ação direta de


inconstitucionalidade e na ação declaratória de constitucionalidade. Sobre a evolução:

Constituição de 1824 Não havia nada assemelhado aos modelos atuais de


controle de constitucionalidade.

Influenciado pela matriz americana, a Constituição


Provisória de 1890 introduziu o controle difuso por via
de exceção, materializando no decreto 848/1890.
Constituição de 1891 A magistratura federal poderia intervir em espécie e
por provocação da parte na guarda e aplicação da
Constituição.

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Manteve o controle difuso, mas com algumas


alterações.
- Cláusula de Reserva de Plenário: a declaração
de inconstitucionalidade só poderia ser feita pela
Constituição de 1934 maioria absoluta de seus membros.
- Atribuiu ao Senado Federal a competência para
suspender execução de leis ou aos normativos
quando declarados inconstitucionais pelo STF,
conferindo efeito erga omnes a essas decisões.
- Representação Interventiva a cargo do PGR, em
caso de ofensa aos princípios e o STF declarava a
inconstitucionalidade da lei interventiva.

Houve retrocesso. Após a declaração de


inconstitucionalidade pelo STF, o Presidente da
Constituição de 1937
república tinha a prerrogativa de submetê-la ao
Congresso Nacional, invocando interesse nacional,
para validação da inconstitucionalidade com
aprovação de dois terços dos membros de cada Casa.

Controle de Constitucionalidade deixa de sofrer


interferência do executivo e Legislativo, volta a ser
difuso.
Constituição de 1946
Restaura a competência do Senado.
EC 16/1965: estabelece o controle concentrado e
abstrato de leis ou atos normativos federais e
estaduais.

Manteve o controle difuso e concentrado via ADI


Constituição de 1969 Interventiva e ADI genérica.
Permitia o controle de constitucionalidade de atos
normativos municipais diante das Constituições
Estaduais.

Controle difuso continua nos termos clássicos


(reserva de plenário + atuação do Senado Federal),
mas há uma ampliação do controle concentrado
Constituição de 1988 surgindo novas ADIs e o PGR perde o monopólio da
legitimidade de propositura.
Criação da ADPF e da possibilidade de declarar
inconstitucionalidade de uma norma por omissão, via
mandado de injunção ou por ADI por omissão.

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DICA 03
MOMENTOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Controle Preventivo: É a exceção no Brasil. Ocorre antes do aperfeiçoamento da lei


ou ato normativo, violando o projeto de lei ou projeto de emenda constitucional.

Legislativo: Apreciação de PL e PC pelas Comissão de Conselho e Justiça e pelo plenário


das Casas Legislativas.

Executivo: Veto jurídico ao projeto de lei pelo Chefe do Poder executivo.

Judiciário: Impetração de Mandado de Segurança por parlamentar para garantir o devido


processo legislativo constitucional para sanar vício formal.

Controle Repressivo: Após a edição da lei ou ato normativo. Via de regra é realizado
pelo Poder Judiciário no ordenamento jurídico brasileiro.

Legislativo: Sustação, pelo Congresso Nacional, de lei delegada que exorbitar seus
limites (art. 49, V, CF);
▪ Senado Federal suspender, no todo ou em parte, norma declarada inconstitucional
pelo STF em controle difuso;
▪ Congresso Nacional entender que Medida Provisória seja sem vigência ou relevância.

Executivo: Chefe do executivo deixa de aplicar administrativamente norma por entender


ser inconstitucional e ajuizar ADI.

DICA 04
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
O CNJ exerce controle de constitucionalidade?

Não, órgãos administrativos autônomos de controle (TCU, CNJ e CNMP) não exercem o
chamado controle de constitucionalidade. Veja:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DE


JUSTIÇA. NÃO CONHECIMENTO DE PROCEDIMENTO DE CONTROLE
ADMINISTRATIVO. EXERCÍCIO DE CONTROLE DIFUSO DE
CONSTITUCIONALIDADE PELO CNJ. IMPOSSIBILIDADE. MANDADO DE
SEGURANÇA A QUE SE NEGOU PROVIMENTO. AGRAVO IMPROVIDO.
I – O Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão do Poder Judiciário, nos termos
do art. 103-B, § 4º, II, da Constituição Federal, possui, tão somente, atribuições de
natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é permitido apreciar a
constitucionalidade dos atos administrativos, mas somente sua legalidade.
II – Agravo improvido.
(MS 28872 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 24/02/2011, DJe-051
DIVULG 17-03-2011 PUBLIC 18-03-2011 EMENT VOL-02484-01 PP-00032)

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DICA 05
CONTROLE DIFUSO-CONCRETO

Características:

Realizado por todos os juízes;

Via de exceção;

Em um caso concreto;

Modo incidental;

Inspiração americana.

Parâmetros de Controle:

Norma pós 1988 frente à Constituição em vigor (parâmetro tradicional);

Norma anterior a 1988 perante à atual constituição (juízo de recepção ou não


recepção);

Norma antes de 1988 em face da Constituição anterior em vigor à época de edição do


ator.
DICA 06
CONTROLE DIFUSO - CONCRETO

CLÁUSULA DE ATUAÇÃO DO SENADO


RESERVA DE FEDERAL SÚMULA VINCULANTE
PLENÁRIO

A declaração de A decisão do STF em sede Confere efeito erga omnes.


inconstitucionalidade de controle difuso-concreto
afeta apenas ao pleno ou ganhará efeito vinculante.
órgão especial do Requisitos: 8 ministros;
Tribunal, que, por reiteradas decisões sobre a
maioria absoluta, decide, A decisão do senado que matéria objeto da súmula;
sob pena de nulidade suspende a lei controvérsia judicial ou
absoluta da decisão. inconstitucional é entre o Judiciário e o
definitiva, assim como a executivo.
suspensão.
Efeitos: Inter partes e
ex tunc. STF poderá, de ofício ou
Procedimento: Solicitação mediante provocação, com
do Presidente do STF ao decisão de dois terços dos
Mitigações, art. 949, Senado; representação do ministros, aprovar súmula
CPC: PGR ao Senado; elaboração que terá efeito vinculante a
Quando o plenário do de resolução da própria partir da publicação em
tribunal já tiver decidido CCJ do senado. imprensa oficial.
pela
inconstitucionalidade da O ato administrativo ou
norma; quando o lenário decisão que contrariar
do STF já tiver analisado súmula, caberá Reclamação
a inconstitucionalidade. ao STF.

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SÚMULA VINCULANTE 10, STF:

viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que,


embora não declare expressamente a inconstitucionalidade e lei ou ato normativo do
Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

DICA 07
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN)
A Ação Direta de Inconstitucionalidade, também conhecida como Ação Direta de
Inconstitucionalidade Genérica é um instrumento utilizado no chamado controle direto
da constitucionalidade das leis e atos normativos, exercido perante o Supremo Tribunal
Federal brasileiro.
Prevista pela Constituição Federal, esta ação visa a declaração da inconstitucionalidade de
lei ou ato normativo federal ou estadual perante a própria Constituição. Sua competência
originária é do Supremo Tribunal Federal e seu procedimento está previsto na Lei nº
9.868/99.
Se a arguição pela inconstitucionalidade versar sobre lei estadual ou municipal perante
a Constituição Estadual, terá por competência originária o Tribunal de Justiça do Estado
em questão.

QUESTÃO FCC, 2021.


A partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, pode propor a ação declaratória de
constitucionalidade:
a) a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil.
b) a Mesa da Assembleia Legislativa.
c) o Defensor Público-Geral Federal.
d) o Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege).
e) o partido político com representação na Câmara dos Deputados.
Gabarito: Letra b.
Fundamento: CF/88 Art. 103. IV - A MESA DE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA OU DA
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL; (REDAÇÃO DA PELA EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 45, DE 2004).

DICA 08
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) - COMPETÊNCIA PARA
PROPOSITURA

De acordo com a Constituição Federal, podem propor a ação direta de


inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:

Presidente da República;

A Mesa do Senado Federal;

Mesa da Câmara dos Deputados;

A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;


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Governador do Estado ou Distrito Federal;

Procurador-Geral da República;

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

Partido político com representação no Congresso Nacional;

Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.


ATENTE-SE!! Este rol é taxativo!
DICA 09
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) – TIPOS DE LEGITIMADOS

Na dica anterior, vimos os legitimados para a propositura de ADIN, só que estes


legitimados se subdividem em dois: Os legitimados universais e os legitimados especiais.
Vamos ver cada um deles a seguir:

Legitimados Universais (também chamados de neutros): Presidente da República,


Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador-Geral da República,
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e partido político com representação
no Congresso Nacional.

Legitimados Especiais (também chamados de interessados): Mesa de Assembleia


Legislativa de Estado ou pela Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal (alterado pela
EC n. 45/2004), Governador de Estado ou do Distrito Federal (alterado pela EC n. 45/2004)
e confederação sindical e/ ou entidade de classe de âmbito nacional.

Qual a diferença? Os especiais devem demonstrar o interesse na propositura da ação


relacionado à sua finalidade institucional, enquanto que os universais não precisam mostrar
essa pertinência.

DICA 10
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) E A PRESENÇA DO ADVOGADO
O STF tem o entendimento que só os partidos políticos e as confederações sindicais
ou entidades de classe de âmbito nacional é que precisarão contar com a presença de
um advogado para a propositura da ADI (art. 103, VIII e IX), devendo, no instrumento do
mandato existir a outorga de poderes específicos para atacar a norma impugnada,
indicando-a (ADI 2.187-QO, Rel. Min. Octavio Gallotti, j. 24.05.2000, Plenário, DJ de
12.12.2003).

Quanto aos demais legitimados a capacidade postulatória decorre da CF/88.

DICA 11
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN): SÚMULAS PODEM SER
OBJETO DE CONTROLE?
Não, pois de acordo com a ADI 594-DF, só poderão ser objeto de controle perante o STF leis
e atos normativos federais ou estaduais. A súmula de jurisprudência não possui o grau de
normatividade qualificada, não podendo, portanto, ser questionada perante o STF através
do controle concentrado.

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CUIDADO: A Emenda Constitucional n. 45/2004 fixou a plena possibilidade do STF de


ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 dos seus membros, depois de reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na
imprensa oficial, já terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

O seu § 2.º, traz a possibilidade de, sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei,
proceder- se a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula, mediante provocação
daqueles que podem propor a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.

DICA 12
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC)
A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) é outra ação de controle concentrado, e
tem como objeto a lei ou o ato normativo federal. Seus legitimados são os mesmos da ADIN.

São seus efeitos:

erga omnes (eficácia contra todos);

e x tunc;

vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal,


estadual, municipal e distrital.

DICA 13
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF)
É uma ação proposta ao STF com o intuito de evitar ou reparar lesão a preceito fundamental
resultante de ato do poder público. A ADPF não poderá ser utilizada para questionar a
constitucionalidade de lei, salvo as municipais ou anteriores à Constituição de 1988. Pode
ser proposta pelos mesmos legitimados a ajuizar a Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Quanto à decisão: A decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em que o


presidente do STF determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão
posteriormente.

DICA 14
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO)

A omissão poderá ser total (absoluta) ou parcial: Total, quando não existir o
cumprimento do dever de normatizar, editando medida para tornar efetiva a norma
constitucional; e parcial, quando houver a normatização infraconstitucional, todavia de
forma insuficiente.

É possível a concessão de cautelar na ADO? Sim, mas há dois requisitos: Fumus boni iuris
e Periculum in mora.

DICA 15
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Prevista na Constituição Federal, a arguição de descumprimento de preceito fundamental é
de competência do Supremo Tribunal Federal, o qual deve apreciá-la e julgá-la. Esta

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ação será sempre subsidiária, ou seja, não pode ser admitida se houver outro meio válido
para sanar a lesividade.

ATENÇÃO!

Só poderá ser proposta se não for cabível uma ADIN, mandado de segurança,
recurso extraordinário, ação popular, entre outros.

Têm legitimidade ativa para propor esta arguição todos os elencados no artigo 103
da Constituição Federal, sendo estes:
o Presidente da República;
a Mesa do Senado Federal;
a Mesa da Câmara dos Deputados;
a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
o Procurador-Geral da República;
o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
partido político com representação no Congresso Nacional;
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Os demais interessados podem solicitar a propositura desta arguição mediante


representação ao Procurador Geral da República, porém sendo facultativo. E esta ação pode
ser proposta:
Para reparar ou até mesmo evitar lesão a um preceito fundamental decorrente de ato
ou omissão do poder público;
Quando for importante salientar o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei
ou ato normativo federal, estadual ou municipal anteriores à Constituição Federal.
DICA 16
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA
Deve ser proposta quando há a necessidade de haver a decretação da intervenção
federal ou até mesmo estadual, pelos Chefes do Executivo, por não terem sido observados
alguns princípios essenciais estabelecidos pelas Constituições Federal ou Estadual.
A ADIN interventiva visa resguardar os princípios sensíveis: forma republicana; sistema
representativo e regime democrático; direitos da pessoa; autonomia municipal; prestação
de contas da administração pública, direta ou indireta; aplicação do mínimo exigido da
receita resultante de impostos estaduais, na manutenção e desenvolvimento do ensino e da
saúde.

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DICA 17
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA
O objeto desta ação é a lei ou ato normativo estadual ou distrital que não respeita os
princípios sensíveis estabelecidos pela Constituição Federal, isto é, quando a lei estadual se
contrapor a:

Forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

Direitos da pessoa humana;


Autonomia municipal;

Prestação de contas da administração pública, direta e indireta.


Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações
e serviços públicos de saúde.
DICA 18
O CURIOSO CASO DO MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES ADI 2.240/BA

No julgamento da ADI 2.240, o STF analisou o processo de criação do Município de Luís


Eduardo Magalhães tendo em vista o desmembramento de área do Município de Barreiras.
Dentre os principais argumentos da inconstitucionalidade da lei destacava-se a violação ao
art. 18, § 4.º,144 da CF, na medida em que:

O novo Município foi criado em ano de eleições municipais;

Não existia lei complementar federal fixando período para a criação de Municípios;

A nova lei estadual violou o regime democrático, na medida em que a consulta prévia
plebiscitária não foi realizada com a totalidade da população envolvida no processo de
emancipação, mas somente em relação à população do Município que se formou;

Os estudos de viabilidade municipal foram publicados em momento posterior ao


plebiscito.
Utilizando a técnica alternativa de meio termo entre o princípio da nulidade da lei, de um
lado, e o princípio da segurança jurídica, de outro, o STF entendeu que a lei é
inconstitucional, entretanto, aplicando-se o art. 27 da Lei n. 9.868/99, e levando em conta
razões de segurança jurídica e excepcional interesse social, embora inconstitucional por
violar o art. 18, § 4.º, deverá continuar vigorando por 24 meses.
Dessa forma, a técnica da declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade
, já que, dependendo do caso concreto, como disse o Min. Gilmar Mendes, a “... nulidade da
lei inconstitucional pode causar uma verdadeira catástrofe — para utilizar a expressão de
Otto Bachof — do ponto de vista político, econômico e social”.
IMPORTANTE: O município de Luís Eduardo Magalhães atualmente existe, sendo inclusive
conhecido como “a capital do agronegócio”.
DICA 19
É POSSÍVEL HAVER CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELA VIA JUDICIAL
AINDA DURANTE O PROCESSO LEGISLATIVO?
Sim, é perfeitamente possível haver controle de constitucionalidade pela via judicial ainda
durante o processo legislativo mas atente-se: Pode-se provocar o controle de
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constitucionalidade durante o processo de edição normativa por meio de MANDADO DE


SEGURANÇA IMPETRADO POR PARLAMENTAR.
DICA 20
“AMICUS CURIAE” (ADI E DEMAIS AÇÕES)
A partir do julgamento da ADI 4.071 AgR/DF (Rel. Min. Menezes Direito, 22.04.2009, DJE
de 16.10.2009 e Inf. 543/STF), o amicus curiae somente pode demandar a sua intervenção
até a data em que o relator liberar o processo para pauta.

Apesar desse entendimento (cobrado em concursos), a doutrina do famoso autor Pedro


Lenza destaca algumas poucas decisões que permitiram o ingresso do amicus curiae em
momento seguinte, diante de situações excepcionalíssimas, por exemplo, para garantir a
paridade de armas em razão da sensibilidade da matéria (cf. RE 841.526, Rel. Min. Fux, j.
28.03.2016) e o primeiro precedente flexibilizando o entendimento: RE 635.659, Rel. Min.
Gilmar Mendes, j. 20.08.2015.
DICA BÔNUS
ADI: E AS ASSOCIAÇÕES QUE REPRESENTAM FRAÇÃO DE CATEGORIA
PROFISSIONAL?

De acordo com o Inf. 826/STF, “as associações que representam fração de categoria
profissional NÃO SÃO LEGITIMADAS para instaurar controle concentrado de
constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados. Com base
nessa orientação, o Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, desproveu agravo
regimental em arguição de descumprimento de preceito fundamental, na qual se discutia a
legitimidade ativa da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES). Na
espécie, a referida associação questionava dispositivo da LC 35/1979 (Lei Orgânica da
Magistratura Nacional). A Corte assentou a ilegitimidade ativa da mencionada associação.
Manteve o entendimento firmado na decisão agravada de que, se o ato normativo
impugnado repercute sobre a esfera jurídica de toda uma classe, não seria legítimo permitir-
se que associação representativa de apenas uma parte dos membros dessa mesma classe
impugnasse a norma, pela via abstrata da ação direta” (ADPF 254, Min. Luiz Fux,
18.05.2016).

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